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I
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
Programa de Pós Graduação
Área de Concentração - Tecnologia da Arquitetura
Dissertação de Mestrado
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA
EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
Estudo compreensivo do processo com base na Avaliação Pós-
Ocupação.
Arquiteto
Walter José Ferreira Galvão
Orientadora
Profa. Dra. Sheila Walbe Ornstein
São Paulo, 2007
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II
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO,
DA CONCEPÇÃO AO USO.
Estudo compreensivo do processo com base na Avaliação Pós-
Ocupação
arquiteto
Walter José Ferreira Galvão
Dissertação apresentada à Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo para a obtenção do grau de mestre, sob
orientação da Profa. Dra. Sheila Walbe Ornstein.
São Paulo, 2007
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III
DEDICATÓRIA
À Valéria, Isabela e Luiza, que
iluminam todos os meus
caminhos.
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha querida mãe, Maria do Socorro, pelo zelo e carinho.
Ao meu pai, Dr. Silas, ícone de sabedoria e conhecimento.
Aos meus irmãos, Luiz Carlos, Carlos Augusto, Paulo Roberto, Silas
Filho, Sergio Antonio e Flavio Henrique, por sempre apoiarem minhas atitudes.
À minha orientadora, Profa. Dra. Sheila Walbe Ornstein, pela paciência,
companheirismo e dedicação nesta longa jornada.
Ao amigo Affonso Celso Prazeres de Oliveira, síndico do edifício
COPAN e exemplo de administrador correto e competente, cuja colaboração foi
essencial para o desenvolvimento da pesquisa.
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Cerqueira Lemos, sempre prestativo e
esclarecedor nas dúvidas sobre o projeto original e a execução do edifício
COPAN.
Ao Prof. Dr. Milton Vargas, pelos esclarecimentos do recalque ocorrido
no edifício.
À Profa. Dra. Rosaria Ono e à Dra. Maria Elisabete Lopes pelas
orientações nas questões pertinentes à segurança contra incêndio e à
acessibilidade.
À Profa. Dra. Heliana Comin Vargas, pelas orientações para a
complementação dos procedimentos de análise da galeria comercial existente
no COPAN.
A todos os moradores e funcionários do edifício COPAN, particularmente
Luiz, Zuleika, Sergio, Astrid, Lea, Ivone, Ezequiel, Nelson, Charles, Walter,
João Carlos e muitos outros cujos nomes me fogem a memória, que sempre
me recebiam com atenção e carinho.
Aos funcionários da Biblioteca da FAUUSP, especialmente Eliana
(diretora), Neusa, Rosilene e Iracema, pelo apoio dado por ocasião das
análises dos desenhos originais de projetos do edifício COPAN.
Às amigas Sueli Silva e Tânia Peres, pelas importantes observações e
correções no texto da dissertação.
RESUMO
Projetado no início da cada de 50 do século XX por Oscar
Niemeyer o edifício COPAN surgiu num momento de profundas
transformações em São Paulo. A economia da capital paulistana se
fortalecia aquecendo o mercado imobiliário e ocasionando uma
verdadeira “febre construtiva” na cidade. Maior edifício residencial
da América Latina, com 116.152m² de área construída, o COPAN,
situado no centro de São Paulo, era um monumento aos novos
paradigmas adotados nos anos 50 na cidade: gigantismo,
verticalização, adensamento populacional, dentre outros. Utilizando-
se dos métodos e das técnicas da Avaliação Pós-Ocupação (APO),
esta dissertação tem como objetivo aferir o desempenho do edifício
nas questões de conforto ambiental, desempenho funcional dos
apartamentos e das áreas comuns, acessibilidade para pessoas
com dificuldades de locomoção e visão e segurança contra
incêndio, tanto do ponto de vista dos especialistas, bem como do
ponto de vista dos usuários. Com base em diagnósticos elaborados
para cada item pesquisado, são feitas recomendações, sempre que
possível, visando atender às exigências atuais de desempenho
constantes em Normas, as determinações de Código de Obras,
além de proposições voltadas à melhoria da qualidade de vida
neste edifício, sempre que pertinente. A pesquisa inclui ainda, para
fundamentar os diagnósticos e as recomendações da APO, um
estudo voltado à compreensão da gestão do processo de projeto,
desde sua concepção.
VI
ABSTRACT
Designed by Oscar Niemeyer in the early 1950s, the Copan Building
in Downtown São Paulo, Brazil, was erected during a period when
sweeping changes were taking place in the city. The local economy
was strengthened by the growing real-estate market and was bringing
about a veritable "rage of construction." The Copan is the tallest
residential building in Latin America, having 116,152 of constructed
area, and it was a monument to the new architectural paradigms
being adopted in São Paulo in the 1950s, including gigantism,
verticalization and demographic densification. Using methods and
techniques of the Post Occupancy Evaluation (POE), this dissertation
is aimed at appraising the building's performance in the areas of
environmental comfort, functional performance of the apartments and
common areas, access for persons with difficulties in locomotion and
sight, and fire safety, all from the points of view of both specialists and
users. Whenever possible and pertinent, and based on the diagnoses
drawn up, recommendations are made for each item geared to the
demands expressed in today's laws and regulations, including the São
Paulo Building Code. Proposals are also presented for improving the
quality of living in this building. To back up the diagnoses and
recommendations in the POE, the dissertation also includes a study
aimed at obtaining a better understanding of the management of the
designing process, right from its very conception.
VII
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA.
III
AGRADECIMENTOS.
IV
RESUMO.
V
ABSTRACT.
VI
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.
1
CAPÍTULO 2 – CONTEXTUALIZAÇÃO.
8
2.1 A QUESTÃO HABITACIONAL NA CIDADE DE SÃO
PAULO DE SUA FUNDAÇÃO ATÉ OS ANOS 50.
9
2.2 ORIGENS DO EDIFÍCIO DE APARTAMENTOS NA
CIDADE DE SÃO PAULO.
14
2.3 GALERIAS DO CENTRO DE SÃO PAULO.
17
CAPÍTULO 3 - OBJETO DE ESTUDO.
20
3.1 HISTÓRICO.
21
3.2 A GALERIA COMERCIAL DO PAVIMENTO TÉRREO.
25
3.3 LOCALIZAÇÃO, CARACTERÍSTICAS DE CLIMA DO
LOCAL, NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA PARA PLANOS
VERTICAIS, FONTES DE RUÍDOS E BARREIRAS
ACÚSTICAS. 28
3.4 TIPOS DE APARTAMENTOS.
30
3.5 DESCRIÇÃO DE JANELAS/ABERTURAS, OBSTRUÇÕES
DE SOL DO ENTORNO E TIPOLOGIA DAS ENVOLTÓRIAS.
35
CAPÍTULO 4 - MÉTODOS E TÉCNICAS.
39
4.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
40
4.2 LEVANTAMENTO DA MEMÓRIA DO PROJETO.
43
4.2.1 PROJETO PARA APROVAÇÃO NA PREFEITURA DO
MUNICÍPIO E SÃO PAULO.
43
VIII
4.2.2
PROJETO EXECUTIVO DE ARQUITETURA.
46
4.2.3 PROJETO DE ESTRUTURA E FUNDAÇÕES.
51
4.2.4 DESENHOS COMPLEMENTARES.
53
4.3 AVALIAÇÃO FÍSICA.
56
4.3.1 CONFORTO AMBIENTAL.
56
4.3.2 TÉCNICO FUNCIONAL.
60
4.3.3 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM
DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO E VISÃO.
62
4.3.4 SEGURANÇA CONTR
A INCÊNDIO.
62
4.4 AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E NÍVEL DE
SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS.
63
4.4.1 APLICAÇ
ÃO DE QUESTIONÁRIOS.
63
4.4.1.1
ESCOLHA DO QUESTIONÁRIO ADOTADO.
64
4.4.1.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA E CRITÉRIOS PARA
APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS.
65
4.4.2 MAPA COMPORTAMENTAL.
70
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS.
74
5.1 PERFIL DOS USUÁRIOS/MORADORES DA AMOSTRA.
75
5.1.1 BLOCOS A, C e D.
75
5.1.2 BLOCO B.
75
5.1.3 BLOCOS E e F.
76
5.2 NÍVEL DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO/MORADOR DA
AMOSTRA COM O APARTAMENTO, O EDIFÍCIO E O
CENTRO DE SÃO PAULO.
77
5.3 CONFORTO AMBIENTAL.
78
5.3.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
78
5.3.1
.1 DESEMPENHO TÉRMICO E VENTILAÇÃO.
78
5.3.1.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
87
IX
5.3.1.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
90
5.3.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
91
5.3.3 DIAGNÓSTICO.
95
5.3.3.1 DESEMPENHO TÉRMICO E VENTILAÇÃ
O.
95
5.3.3.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
97
5.3.3.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
98
5.4 TÉCNICO F
UNCIONAL.
99
5.4.1 AVALIAÇÃO FÍSICA
.
99
5.4.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
105
5.4.3 DIAGNÓSTICO.
108
5.5 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM
DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO E VISÃO.
109
5.5.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
109
5.5.1.1 POSSIBILIDADE DE ACESSO AOS APARTAMENTOS,
A PARTIR DA RUA, POR PESSOAS COM DIFICULDADES DE
LOCOMOÇÃO E VISÃO. 109
5.5.1.2 ADEQUAÇÃO DOS APARTAMENTOS AO USO DE
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA, VISUAL OU
MOBILIDADE REDUZIDA. 111
5.5.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
112
5.5.3 DIAGNÓSTICO.
115
5.6 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.
115
5.6.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
115
5.6.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
121
5.6.3 DIAGNÓSTICO.
122
5.7 MAPA COMPORTAMENTAL.
123
5.7.1 DESCRIÇÃO DAS ENTRADAS OBSERVADAS.
123
5.7.1.1 ENTRADA 1 (observações - dia 08/03/2005
terça feira).
123
5.7.1.2 ENTRADA 2 (observações - dia 09/03/2005 quarta
feira). 124
5.7.1.3 ENTRADA 3 (observações dia 10/03/2005 quinta
feira).
126
5.7.1.4 ENTRADA 4 (observações - dia 11/03/2005
sexta feira).
127
5.7.1.5 ENTRADA 5 (observações - dia 14/03/2005 segunda
feira). 128
5.7.2 OBSER
VAÇÕES REALIZADAS.
129
5.7.3 QUESTIONÁRIOS APLICADOS NAS PESSOAS QUE
ENTRARAM NA GALERIA DO 08/05/2006 AO DIA 12/05/2006.
135
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES.
137
6.1 PROCEDIMENTOS DE APO.
138
6.1.1 QUESTIONÁRIOS.
138
6.1.2 MAPAS COMPORTAMENTAIS.
140
6.2 RECOMENDAÇÕES.
141
6.2.1 CONFORTO AMBIENTAL.
141
6.2.1.1 DESEMPENHO TÉRMICO.
141
6.2.1.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
143
6.2.1.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
144
6.2.2 TÉCNICO FUNCIONAL.
146
6.2.3 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM
DIFICULDADES DE LOCOMO
ÇÃO E VISÃO.
147
6.2.4 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.
148
6.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS.
148
CAPÍTULO 7 – BIBLIOGRAFIA.
157
7.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
158
7.2 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.
167
XI
CAPÍTULO 8 - ÍNDICE REMISSIVO.
171
8.1 FIGURAS.
172
8.2 FOTOS.
175
8.3 TABELAS.
178
8.4 GRÁFICOS.
179
CAPÍTULO 9 – ANEXOS.
183
Anexo 1 EXEMPLO DE FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE
MATERIAL GRÁFICO DOS DESENHOS DOS PROJETOS DO
EDIFÍCIO COPAN DOADOS À BIBLIOTECA DA FAUUSP.
184
Anexo 2 – FORMULÁRIO DE QUESTIONÁRIO ADOTADO
PARA APLICAÇÃO NA TORRE RESIDENCIAL.
185
Anexo 3 – MODELO DE FICHA DE OBSERVAÇÕES.
188
Anexo 4 – FORMULÁRIO DE QUESTIONÁRIO ADOTADO
PARA APLICAÇÃO NA GALERIA COMERCIAL DO
PAVIMENTO TÉRREO. 189
Anexo 5 LAYOUT DE APARTAMENTOS VISITADOS E
MEDIDOS. 190
Anexo 6 CD Rom CONTEMPLANDO AS FICHAS
DESCRITIVAS DE DESENHOS DOS PROJETOS ORIGINAIS
DE ARQUITETURA CATALOGADAS ENTRE 25/05/2004 E
20/12/2006. 197
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
ASSINATURA:
Galvão, Walter José Ferreira
G182c COPAN/SP: a trajetória de um mega empreendimento, da
concepção ao uso. Estudo compreensivo do processo com
base na Avaliação Pós-Ocupação / Walter José Ferreira
Galvão. --São Paulo, 2007.
197 p. : il.
Dissertação (Mestrado – Área de Concentração: Tecnologia
da Arquitetura) - FAUUSP.
Orientadora: Sheila Walbe Ornstein
1.Avaliação pós-ocupação - Edifícios 2.Conforto ambiental
3.Galerias I.Título
CDU
721.004.14
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
1
1
11
1-
--
- INTRODUÇÃO.
INTRODUÇÃO.INTRODUÇÃO.
INTRODUÇÃO.
Foto 01 – Obras do edifício COPAN em 1954. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
2
Foto 02 – Niemeyer e amigos tendo, ao fundo, a imagem do “empreendimento COPAN” na época de
seu lançamento. Fonte Peter Scheier in São Paulo: fastest growing city in the world. P. 122.
Apesar de muito difundido nos dias de hoje como moradia para diversas
classes sociais, a introdução do edifício de apartamentos na cidade de São
Paulo tem uma história relativamente recente. Somente na década de 20
surgiram os primeiros prédios, que adotavam programas das antigas mansões
do início do século XX (Lemos,1972).
Mesmo com a crise habitacional dos anos 30 e seu prolongamento para a
década posterior, os edifícios residenciais passaram a fazer parte do cotidiano
do paulistano. A introdução do condomínio e da figura do incorporador, aliada
ao superávit da balança comercial nos anos pós-guerra, aqueceu o mercado
imobiliário na década de 50 e fez com que surgisse uma verdadeira “febre
construtiva” na cidade (Sampaio, 2002).
Neste momento de crescimento e prosperidade, alguns ideais da
Arquitetura Moderna, como o edifício-conjunto - que agregava comércio,
serviços e moradia - e as kitchenettes, unidades mínimas de habitação, foram
perfeitamente absorvidos pelo mercado imobiliário da época que via nas
kitchenettes, um grande filão de vendas (Rossetto, 2002).
Projetado durante o boom imobiliário da década de 50 por Oscar
Niemeyer, o edifício COPAN surgiu como um monumento aos novos
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
3
paradigmas da capital paulistana: gigantismo, verticalização, adensamento
populacional, dentre outros. O prédio, inclusive, deveria ser uma homenagem
da Companhia Pan-América Hotéis e Turismo, que encomendou o projeto, ao
IV Centenário da cidade de São Paulo que ocorreu em 1954 (Mendonça,1989).
O “maciço COPAN”, como era
chamado, foi o último de cinco projetos
de edifícios que foram encomendados
a Oscar Niemeyer num período em que
ele foi convocado para realizar alguns
projetos de caráter imobiliário na
cidade de São Paulo (Niemeyer, 2000).
Maior e mais importante dos cinco
empreendimentos, seu projeto e
construção foram marcados por
algumas particularidades.
Um primeiro projeto para o prédio
foi elaborado pelos arquitetos norte
americanos Holabird, Root e Burgee, pois seu incorporador buscava cooptar
capital dos EUA para o explosivo mercado imobiliário de São Paulo da década
de 50. Como esta associação não deu certo, Niemeyer foi chamado de última
hora para projetar o empreendimento (NUTAU, 2004). O empreendedor passou
por problemas financeiros no decorrer da obra e apenas uma parte do conceito
original foi transformada em obra construída.
Apesar dos problemas, no entanto, o COPAN constitui-se no maior prédio
de apartamentos da América Latina (Gouveia, 1997) e marco da arquitetura
moderna.
Mesmo tendo passado por um momento de decadência na década de 80,
hoje o COPAN vive uma fase de recuperação, o que está em sintonia com a
intenção da Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP) em recuperar o
centro da cidade. A transferência da sede da Prefeitura para o Palácio das
Figura 01 – Imagem promocional do edifício COPAN.
Fonte administração do condomínio COPAN.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
4
Indústrias no Parque D. Pedro II e, posteriormente, para o viaduto do chá, bem
como a Lei municipal 12.349 de 1997, conhecida como “Operação Urbana
Centro”, são exemplos deste fato. Dentre outras medidas, esta Lei visa
revitalizar o uso habitacional na região (Piccini, 1999). Nesse sentido, a
dissertação propõe-se a apresentar o edifício COPAN não apenas como um
patrimônio da cidade de São Paulo; tem, também, a intenção de que ele passe
a ser um modelo de revitalização do centro desta cidade. Utilizando-se do
COPAN como estudo de caso
1
, a pesquisa buscará contribuir nas discussões
sobre os procedimentos para a manutenção e recuperação de grandes
empreendimentos habitacionais.
Muito pouco foi publicado sobre o COPAN com ênfase nos aspectos de
arquitetura, construção e desempenho funcional. O próprio autor do projeto,
Oscar Niemeyer, pouco fala dele, talvez por terem ocorrido mudanças do
programa original. Mesmo para o arquiteto colaborador, Carlos Alberto
Cerqueira Lemos, foram realizadas obras posteriores à execução que
desvirtuaram por completo a idéia inicial (Heise e Barreto, 1997). Foram
encontradas, porém, algumas publicações importantes sobre o edifício.
Em 1952 o projeto foi publicado na revista L’architecture d’aujourd’hui.
Foram apresentadas duas versões no artigo chamado “Hotel Imperador”. Na
primeira versão, o complexo não teria os brise-soleil e a torre destinada ao
hotel seria mais alta que a de apartamentos residenciais. A segunda versão,
apresentada no final da revista, corresponde ao que foi executado.
A revista Urbs publicou em 1997 um artigo sobre o edifício assinado pelas
jornalistas Heise e Barreto. Intitulado “O COPAN renova-se” o artigo traz
importantes depoimentos e faz um histórico do prédio, desde seu projeto até a
busca de recuperação, passando pela decadência da década de 80.
Mendonça (1989) e Bárbara (2004) consideram o COPAN como um dos
símbolos de crescimento de São Paulo, bem como um paradigma habitacional
da cidade nos anos 50, e descrevem o edifício.
1
Estratégia de pesquisas de investigação de fenômenos contemporâneos dentro de seu contexto da vida real (Yin,
2005).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
5
A administração do condomínio do edifício COPAN também possui um
minucioso acervo do edifício. podem ser encontradas plantas originais e de
reformas executadas, resultados de testes estruturais, pesquisas sobre o perfil
dos moradores, dentre outras informações e documentos.
Alguns livros e trabalhos científicos trazem citações ou mesmo capítulos
sobre o COPAN como o de Botey (1996), Sampaio (2002) e Rossetto (2002),
fazendo relatos históricos ou descritivos sobre o prédio.
É importante, no entanto, um trabalho acadêmico específico sobre o
edifício COPAN, visando aferir o desempenho deste edifício, que tem grande
importância iconográfica para a cidade de São Paulo.
Utilizando-se dos métodos e técnicas de Avaliação Pós-Ocupação (APO),
uma das ferramentas voltadas para a gestão da qualidade dos ambientes
construídos (Ornstein e Roméro, 1992), esta dissertação tem como objetivo
aferir o desempenho do edifício nos seguintes tópicos: Conforto ambiental nos
apartamentos (desempenho rmico, desempenho acústico e contribuição de
luz natural nos cômodos), desempenho funcional dos apartamentos e das
áreas comuns, segurança contra incêndio e acessibilidade para pessoas com
dificuldades de locomoção e visão. São propostas, sempre que possível,
soluções para as eventuais patologias encontradas nos itens pesquisados e
elaboradas algumas recomendações. Esta análise, fundamentada na APO, tem
como premissa o estudo e a compreensão da gestão do processo de projeto
desde a sua concepção, com base nas peças gráficas do projeto de arquitetura
e complementares doados à Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo em 2003.
Inicialmente são apresentadas as bases históricas das habitações na
cidade de São Paulo, bem como o edifício de apartamentos até a década de
50, quando foi projetado, assim como a época em que se iniciaram as obras do
COPAN. É feito um breve relato da história de São Paulo, com ênfase no
século XX. A seguir são apresentadas as lógicas de mercado que nortearam a
produção de moradias na cidade e a explosão do mercado imobiliário em
meados do século XX. Por fim são descritas as principais características dos
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
6
edifícios produzidos na década de 50 e a introdução das kitchenettes e das
galerias comerciais, conceitos característicos desta época.
No capítulo “Objeto de estudo” é descrito o edifício COPAN, abordados os
dados históricos, desde a primeira intenção de se lançar um grande complexo
turístico e residencial buscando investimentos do exterior do país, até a
construção do edifício residencial. Aqui são identificados os principais agentes
do processo de incorporação, projeto de arquitetura, projeto de estrutura,
construtores, consultores, dentre outros. Também é feita uma detalhada
descrição física do edifício de apartamentos e da galeria comercial existente no
pavimento térreo, tais como: localização, área construída, área do terreno,
número de apartamentos, número de lojas e atividades comerciais exercidas
em cada uma delas, características de clima do local, níveis de iluminâncias
para planos verticais, fontes de ruído do entorno, tipos de aberturas, janelas e
tipos de apartamentos, fundações, estrutura, alvenarias, revestimentos
externos e internos, número de elevadores, etc.
O capítulo seguinte faz uma abordagem teórico-conceitual sobre
APO e apresenta todas as ferramentas utilizadas na pesquisa, como mapas
comportamentais, aplicação de questionários, entrevistas, medições in loco,
simulações, bem como se apresenta a justificativa das escolhas. Aqui são
citadas as variáveis técnicas de desempenho adotadas. São descritos todos os
procedimentos de aplicação dos métodos escolhidos tais como: elaboração e
aplicação de questionários; entrevistas; processo de determinação da
amostragem; procedimentos de observações diretas na galeria; tabulação de
dados coletados; critérios adotados nas variáveis físicas de desempenho;
levantamentos e medições; simulações; quantificação e processamento de
dados.
O quinto capítulo apresenta os resultados obtidos. Primeiramente,
apontam-se dados de caracterização do perfil do usuário/morador da amostra
obtida, tais como o número de moradores por apartamento, renda média por
apartamento, dentre outros, resultantes da aplicação de questionários. A seguir
apresentam-se os resultados de tabulações e da coleta de dados junto aos
usuários e as variáveis físicas de desempenho bem como os diagnósticos, que
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
7
são cruzamentos das tabulações e das coletas de dados junto aos usuários,
com as opiniões à luz dos pareceres de técnicos sobre as variáveis físicas de
desempenho. São observados os pontos positivos e negativos do edifício
COPAN nos itens analisados na dissertação.
Por fim, no capítulo das conclusões, são apresentadas, na medida do
possível, soluções para os problemas encontrados no edifício COPAN nos
itens pesquisados e elaboradas, quando forem pertinentes, propostas para
futuros projetos de edifícios de apartamentos. É ainda feita uma abordagem
crítica dos métodos utilizados, com ênfase nos pontos positivos e em suas
limitações, no caso de um grande empreendimento habitacional.
Salienta-se que os estudos apresentados na dissertação poderão
colaborar nos debates sobre os processos de uso, operação, manutenção e
gestão de complexos habitacionais de grande porte.
Na última parte são acrescentados os anexos da pesquisa, como o
modelo de formulário de questionário aplicado, ficha de apoio às observações
da galeria comercial, anotações resultantes das observações da galeria, layout
de apartamentos visitados, questionário aplicado nos entrantes da galeria
comercial, bem como um CD/encarte com as fichas dos desenhos do projeto
original de arquitetura catalogados na biblioteca da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) e cadastrados até a
conclusão desta dissertação.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
8
2
22
2-
--
-
CONTEXTUALIZAÇÃO.
CONTEXTUALIZAÇÃO.CONTEXTUALIZAÇÃO.
CONTEXTUALIZAÇÃO.
Foto 03 – Ferragens da viga de transição do edifício COPAN. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
9
2.1 A QUESTÃO HABITACIONAL NA CIDADE DE SÃO PAULO, DE SUA
FUNDAÇÃO ATÉ OS ANOS 50.
Após sua fundação, em 1554, São Paulo permaneceu como uma vila
insignificante durante 200 anos aproximadamente, pois somente em 1711 ela
foi declarada cidade (Reis Filho, 2004). Apesar disso, durante todo o século
XVIII, continuava sendo apenas um quartel-general de onde partiam as
"bandeiras", expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais
preciosos nos sertões distantes (http://www.prodam.sp.gov.br/dph/historia/).
Esta São Paulo colonial limitava-se ao chamado “triângulo”, que tem como
vértices os conventos de São Francisco, de São Bento e do Carmo
2
e tinha a
taipa como a principal técnica construtiva de suas edificações. (Lemos, 1985).
Com a chegada da agricultura cafeeira à região de Campinas, em meados
do século XIX, a capital paulistana passou a ser importante centro de
comercialização do café que por ela passava na estrada de ferro
Santos\Jundiaí. A cidade, então, começou a sofrer profundas modificações na
sua estrutura urbana. A taipa colonial foi substituída pelo tijolo de alvenaria e a
casa caipira é substituída pelo palacete eclético (Lemos, 1999). A população
aumentou 22 vezes em 50 anos e seus limites extrapolaram sobremaneira a
região do “triângulo” (Piccini, 1999). Paula (in Bonduki, 1998, p.23) descreve o
segundo quartel do século XIX como “a nova fundação de São Paulo”. A cidade
que surge no início do século XX segue ícones europeus de urbanismo, com a
criação de novos parques, praças e bairros para a classe rica seguindo
modelos parisienses (QUAPÁ, 1999).
Porém a São Paulo, rica e próspera, não sabia conviver com os
problemas habitacionais agravados pelo crescimento populacional, pois uma
grande massa da população amontoava-se em cortiços insalubres. Lemos
(1999, p. 15) cita:
2
Também chamado “Centro histórico” definido pela confluência das ruas Direita, XV de Novembro e Boa Vista (Frúgoli
Jr. 2000).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
10
“O café... trouxe novos conhecimentos
científicos relativos à saúde e higiene da
habitação... no entanto também atraiu a outros
tristeza do mal morar, porque a carência de
moradia se agravou ao desespero, fazendo
surgir o cortiço promíscuo”.
Algumas epidemias ocorridas na cidade fizeram com que o poder público
começasse a intervir com a criação de legislações buscando sanear os cortiços
e esta postura predominou por todo o chamado período da República Velha
(Bonduki, 1998).
Neste contexto caótico de habitações de baixa qualidade e grande
demanda por novas moradias, construir para alugar passa a ser um bom
negócio. Nas duas primeiras décadas do século XX era fato corriqueiro na
cidade as pessoas morarem de aluguel. Os grandes proprietários de terras,
banqueiros e outros detentores da riqueza da época, investiam parte de seus
lucros na construção de casas para alugar. Deste modo praticamente não
existia, por parte das classes mais baixas, a mística da “casa própria” como
objetivo de vida e os ricos mensuravam sua riqueza pela quantidade de
imóveis que possuíam (Lemos in Sampaio, 2002).
No início da década de 30 o mercado imobiliário de São Paulo entrou em
colapso. Com a crise econômica em função da quebra da bolsa de Nova York
em 1929, a iniciativa privada diminuiu os investimentos na construção de
moradias de aluguel causando déficit habitacional e especulação imobiliária
nas habitações existentes. O crescimento da cidade, onde a população saltou
Foto 05 – Rua São Bento no início do século XX.
Fonte www.prodam.sp.gov.br/dph.
Foto 04 - Cortiço de São Paulo da década de 30. Fonte BONDUKI,
Nabil. Origens da habitação social no Brasil.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
11
de 240.000 habitantes em 1900 para 1.000.000 em 1933, também contribuiu
muito para esta crise (Piccini, 1999).
Inicia-se, então, uma discussão sobre o papel do Estado na questão
habitacional, pois algumas correntes ideológicas defendiam a participação do
poder público não apenas no âmbito da criação de Leis reguladoras, mas
também na produção direta de habitações populares. Algumas propostas neste
campo de atuação começaram a ser implantadas e uma das mais importantes
foi a criação de instituições que, entre outras atribuições, passaram a gerir
fartos recursos financeiros a serem investidos no setor de produção
habitacional, como foi o caso dos Institutos de Aposentadorias e Pensões
(IAPs), cujos fundos eram constituídos a partir de contribuições dos
empregados, empregadores e governo. Após 1930 estes fundos passaram a
ser geridos pelo governo Federal e seus recursos possibilitaram investimentos
habitacionais para a classe trabalhadora (Galesi e Campos, 2002).
No entanto as medidas adotadas, mesmo os IAPs, ainda eram
insuficientes dada a magnitude do problema de falta de moradias e a
selvageria do mercado rentista
3
. Na década de 40 o governo populista de
Getúlio Vargas resolve intervir com a Lei 4598, em 20 de agosto de 1942. Essa
Lei, também chamada de “Lei do Inquilinato”, congelava os preços dos aluguéis
por dois anos, o que gerou a imediata retirada do capital privado na produção
de habitações de aluguel e a venda dos imóveis existentes. Morar em imóvel
próprio passa a ser a nova ansiedade do cidadão paulistano (Bonduki, 1998).
Acirrou-se nesse momento a discussão sobre a entrada do Estado como
construtor, para solucionar o problema do déficit de moradias. A Jornada da
Habitação Econômica do IDORT
4
, realizado em 1941, teve várias palestras
contra e a favor da utilização de dinheiro público na construção de habitações.
O engenheiro Amador Cintra do Prado, por exemplo, citava (In Sampaio, 2002,
p. 141). :
3
Bonduki (1998) cita as facilidades, nas primeiras Leis de regulamentação das relações proprietário/inquilino, para os
despejos legais. Este problema não foi resolvido com a Lei 4598, pois os despejos continuaram em São Paulo, ora
burlando-se a Lei ora utilizando-se de violência.
4
Instituto de Organização Racional do Trabalho. Entidade formada por um grupo de empresários paulistanos com o
projeto de desenvolvimento industrial (Bonduki, 1998).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
12
“A iniciativa particular... era incapaz de encontrar a solução (para a crise
habitacional) e o poder público direta ou indiretamente deveria colaborar e
incentivar”.
Enquanto a discussão da participação do poder público na construção de
habitações continuava, surgem em São Paulo, no final dos anos 40, os
condomínios e as incorporações
5
. O condomínio criou a figura jurídica da
parcela ideal do terreno, permitindo que o imóvel pudesse ter vários
proprietários independentes. O incorporador, por sua vez, é o responsável pela
construção e a promoção, arcando com a maior parte dos custos do
empreendimento, mas também ficando com a maior parte dos lucros (Sampaio,
2002). Este fato, associado ao superávit da balança comercial ocorrido nos
anos pós-guerra, fez com que o capital privado retornasse à produção
habitacional, que, desta vez, impulsionando a intensa verticalização e o
boom imobiliário da capital paulistana dos anos 50.
A década de 50 representou um
momento de profunda transformação
na estrutura urbana de São Paulo, pois
a cidade passou a conviver com um
intenso crescimento que a transformou
em uma metrópole moderna (Aleixo,
2005). Observava-se certa euforia, com
uma acelerada industrialização e a
entrada de capital estrangeiro na
economia. Por ocasião das festividades
do IV Centenário da capital paulistana,
ocorrido em 1954, adotou-se a frase
“São Paulo a cidade que mais cresce
no mundo” como slogan dos festejos, o
que demonstra a exaltação ao progresso e o ufanismo vividos nesta década
(Matos, 2001).
5
A Lei que instituiu os condomínios é de 1928.
Figura 02 – Cartaz promocional do IV Centenário da
cidade de São Paulo. Fonte www.schaden.com
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13
O capital privado retoma seu ímpeto construtivo com números
impressionantes, pois em 1930 houve 3.992 novas construções na cidade, em
1940 o número foi de 12.490 e, em 1950, surgiram 21.600 novas construções
(Morse, 1970). O mercado imobiliário passa a ter um crescimento sem
precedentes. O centro da cidade, particularmente a região do chamado “Centro
Novo”
6
, sofre grande especulação imobiliária nos terrenos e edificações
existentes, pois ali se encontravam ofertas de comércio, cultura e lazer que o
caracterizavam como região nobre da cidade (Vargas e Castilho, 2006).
O centro novo de São Paulo viveu, então, um intenso processo de
verticalização, criando os novos paradigmas da “nova e moderna metrópole
que surgia”. Em livro comemorativo do IV Centenário de São Paulo, Rado
(1954, p. 52) exaltava os edifícios cada vez mais altos da cidade, graças aos
avanços da tecnologia do concreto armado:
“Diz-se que quando os edifícios crescem tudo cresce. Se isto é verdade São
Paulo - sua economia - vai muito bem (tradução livre do autor)”.
O problema habitacional, no entanto, estava longe de ser solucionado. A
imensa massa de trabalhadores que construía a “Grande metrópole de
6
Região compreendida entre o vale do Anhangabaú e a Praça da República (Somekh, 1987).
Foto 06 – Avenida São João em 1951. Fonte www.cdcc.sc.usp.br
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14
concreto”, ou continuava amontoando-se nos cortiços do centro velho da
cidade, ou adquiria terrenos em loteamentos irregulares na periferia cada vez
mais longínqua para construir habitações precárias com as próprias mãos (Reis
Filho, 2004). Esta situação agravou-se ainda mais nas décadas posteriores,
sendo que, no ano 2.000, o déficit habitacional em São Paulo era de 358.359
moradias (Garcia, Souza e Brollo, 2003).
2.2 ORIGENS DO EDIFÍCIO DE APARTAMENTOS NA CIDADE DE SÃO
PAULO.
O processo de verticalização se inicia em São Paulo na segunda década
do século XX, impulsionada pelo uso do concreto armado e a popularização do
elevador na cidade
7
(Moreno, 2001). Numa primeira fase a expansão vertical é
caracterizada pela predominância do uso terciário e a centralidade, visto que
65% dos prédios existentes até 1939 localizavam-se no centro da cidade
(Somekh, 1987).
Mesmo que a verticalização
residencial ganhasse força apenas
nas décadas posteriores, começavam
a surgir algumas iniciativas como o
primeiro edifício residencial para
famílias, que foi construído em 1922
por Raul Simões na esquina das ruas
Dom José de Barros com 24 de maio.
(Lemos, 1972). Em geral os edifícios
residenciais de São Paulo na década de 20 tinham o pavimento térreo mais
quatro pavimentos e seguiam uma tendência da época, pois a maioria era
voltada ao mercado rentista. Os apartamentos assemelhavam-se a verdadeiras
“mansões sobrepostas”, onde se abusava do requinte nos acabamentos, já que
se destinavam para a classe média que gostava de ostentar um modo de vida
não condizente com suas posses. Villa (2002, p. 78) enfatiza:
7
O elevador é citado na Lei 2332 de 1920 (Somekh, 1987).
Foto 07 – Edifício Oscar Rodrigues (1928). Construído por
Monteiro, Husbinder e Rabinovitch. Fonte
www.piratininga.org
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15
Foto 08 – Edifício Esther (1935) projeto de Álvaro Vital Brasil.
Fonte www.vitruvius.com.br
Foto 09 – Edifício Japurá. Projeto de Eduardo Knesse
de Melo em 1940. Fonte www.vitruvius.com.br
“Parece claro que estes edifícios (construídos nos anos 20) eram voltados a
indivíduos pertencentes às classes médias da população, uma vez que as classes
mais abastadas habitavam os bairros recém planejados e a classe operária
habitava os bairros localizados nas proximidades das indústrias”.
Os programas dos apartamentos destes primeiros edifícios se
assemelhavam com os dos grandes palacetes, onde morava a elite cafeeira
paulistana, ou seja, o “morar à francesa” introduzido no início do século XX,
caracterizando-se pela interdependência entre as zonas de estar, jantar,
repouso e serviço, com vestíbulo distribuidor de espaços. Entradas
independentes - uma para moradores e visitantes e outra para os serviçais - e
a existência das dependências de empregados, eram regras básicas (Lemos,
1972).
Na década de 30,
apesar dos problemas de falta
de demanda de moradias, o
prédio de apartamentos era
fato corriqueiro na vida do
paulistano, pois as antigas
mansões de alguns bairros
ricos da cidade foram, pouco a
pouco, sendo substituídas por
edifícios residenciais. Aqui
começam a surgir os primeiros
edifícios voltados aos operários, os
conjuntos habitacionais financiados
pelos Institutos de Aposentadoria
(Bonduki, 1998). Também, em
meados desta década, aparecem
edifícios de apartamentos com sala,
quarto e cozinha, as famosas células
de morar preconizadas pelos
arquitetos modernistas (Sampaio,
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
16
Foto 10 – Edifícios Mercúrio e São
Vito projeto de Zarzur & Kogan em
1954.
2002).
A II Grande Guerra e a lei do inquilinato de 1942 proporcionaram a
retirada quase total do capital privado na produção habitacional. O edifício de
apartamentos representativo desta época privilegiava o barateamento do custo
da construção e a diminuição da área útil da unidade habitacional. A maioria
dos apartamentos tem plantas reduzidas da tipologia burguesa, com um
programa básico de sala, dormitórios (dois ou três), banheiro e cozinha (Villa,
2002).
Nos anos 50 são duas as características marcantes da cidade de São
Paulo: expansão da malha urbana e uma acelerada verticalização com
adensamento populacional da área central (Piccini, 1999). Convém salientar
que desde a década de 30 a capital paulistana ampliava seus limites,
principalmente após a implantação do plano de avenidas de Prestes Maia. A
intensa verticalização, porém, é um processo que tomou impulso na década de
50, quando se adota o paradigma de “verticalização americano”, com a
liberação do gabarito máximo nos edifícios (Somekh, 1987).
Nesta década a verticalização não mais tinha
predominância terciária, pois a maior parte dos
edifícios construídos era voltada para o uso
residencial, tendência que se mantém até os dias
de hoje (Somekh, 1987). Ganham destaque as
kitchenettes, unidades baseadas num único
espaço multifuncional. Muito mais que representar
os conceitos transformadores da arquitetura
moderna, estas unidades nimas vinham para
atender a uma demanda de mercado por
pequenos apartamentos bem localizados, ou seja,
no centro novo da cidade (Sampaio, 2002).
Os edifícios nesta época tinham por característica principal o uso do
pavimento térreo com comércio ou serviços e uma grande quantidade de
apartamentos, algumas vezes com tipologias variadas, nos andares superiores.
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17
Foto 11 – Galeria Olido localizado no pavimento térreo do edifício
de mesmo nome, nos anos 50. Fonte http://sptv.globo.com
Como exemplo podemos citar o edifício Montreal (1951), edifício Icar(1952),
edifício Normandie (1953), edifício Racy (1955), conjunto da rua Paim (1956),
edifício Gama (1958), edifícios Mercúrio e São Vito (1954), dentre outros
(Sampaio, 2002).
2.3 GALERIAS DO CENTRO DE SÃO PAULO.
Desde o início do século
XX o centro da capital
paulistana se destacava
como distrito comercial
sofisticado da cidade (Vargas,
1993). Com o crescimento
econômico de São Paulo na
década de 50 surge na região
uma nova tipologia de
agrupamentos comerciais: as
galerias. Segundo Vargas (1993 p. 152):
“Com layout comparado às antigas arcadas comerciais cobertas do velho
estilo europeu... os inquilinos destas galerias eram butiques e lojas especializadas
em mercadorias de alto valor unitário”.
Para Yoshinaga (2004):
“A insuficiência de áreas para circulação de carros e de pessoas no centro
de São Paulo provocou a construção de galerias de lojas na região do centro
novo, compreendido no quadrilátero das Ruas 7 de abril, Praça da República, Av.
São João e a Rua Xavier de Toledo. Uma após outra, as galerias comerciais foram
implantadas com sucesso, pois ofereciam uma rota alternativa para uso exclusivo
de pedestres, em ambiente abrigado das intempéries, e viabilizando a instalação
do pequeno comércio, em espaços menores”.
No mercado imobiliário explosivo de São Paulo nos anos 50 ocorria uma
valorização da área do centro novo não apenas para o uso habitacional e
comercial, mas também como espaço cultural e intelectual (Frúgoli Júnior,
2000). No pavimento térreo de alguns edifícios, projetados nesta época,
funcionavam galerias que abrigavam lojas de alto luxo, bares e restaurantes da
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18
moda e eram pontos de encontro de intelectuais, artistas e boêmios (Vargas,
2001). Diferentemente do ocorrido na Europa, onde as galerias serviram como
resposta aos problemas de um centro desestruturado, ou mesmo dos EUA com
seus shoppings centers sendo solução ao congestionamento das regiões
centrais, as galerias paulistanas respondiam a demanda de comércio e de
serviços condizentes com a elite paulistana que passava a ocupar a região do
centro novo (Aleixo, 2005).
Podem-se classificar quatro tipologias de galerias no centro da cidade de
São Paulo (Vargas, 2001):
1. O edifício-conjunto - congregando num mesmo espaço múltiplas
atividades (comércio, restaurantes, escritórios, cinemas, garagens ruas
internas e residências).
2. O edifício galeria com lojas no andar térreo adotando características de
rua e permitindo a passagem de pedestres através dela.
3. O edifício comercial com todos os andares voltados ao uso comercial e
de serviços.
4. Passagem caminho estreito cruzando quadras com lojas de um ou dois
lados.
Mesmo durante os momentos de apogeu, a possibilidade de declínio da
região central havia sido indicada pelo padre Louis Joseph Lebret,
contratado por Vladimir de Toledo Piza, Prefeito de São Paulo de 1956 a 1957,
para realizar um estudo urbanístico na cidade. Em relatório para a Sagmacs
8
Lebret apontou, dentre outras constatações, que o centro já havia atingido o
máximo econômico e físico de saturação. Para Lebret o centro não suportava
mais a carga de crescimento demográfico, devendo mudar seu papel e sua
qualidade, pois os congestionamentos e a insuficiência de infra-estrutura o
levariam a uma desvalorização imobiliária (Lamparelli, 1995).
8
Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Estudos Sociais. Entidade coordenada por Lebret para
realizar uma análise da estrutura fundamental da aglomeração paulistana compreendendo em particular pesquisas
sobre a expansão urbana e suas tendências, a população e seu crescimento, os equipamentos públicos e de vida
coletiva, a estrutura social e a vida social da aglomeração paulistana (Lamparelli, 1995).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
19
As constatações de Lebret para o centro de São Paulo confirmaram-se
nos anos 60. Segundo Vargas (2001, p. 283):
“Na década de 60 a necessidade de espaços para estacionamentos crescia
proporcionalmente à quantidade de automóveis. Os comerciantes começaram a
descobrir as vantagens de se estabelecerem fora do centro”.
Seguindo uma tendência que havia ocorrido nos anos 40, quando o
centro histórico da cidade perdeu interesses econômicos e sociais para o
centro novo, a partir dos anos 60 os investimentos diminuíram na região e o
comércio sofisticado migrou para a Rua Augusta, Avenida Paulista e, mais
tarde, para os shopping centers. O centro novo deixa, então, de ser o pólo
cultural freqüentado pela classe alta e as galerias passam a ser abandonadas
por usuários e comerciantes, acompanhando um contínuo processo de
degradação do local (Aleixo, 2005).
Segundo Frúgoli Júnior (2000, p. 58):
“O centro passou a receber um contingente cada vez maior de classes
populares. Nos espaços públicos das áreas centrais da cidade... distintos grupos
sociais formaram variadas redes de relações voltadas à sobrevivência como
camelôs, engraxates, desempregados, batedores de carteira, prostitutas, travestis,
trapaceiros e muitos outros...”.
Algumas das galerias da região, criadas tardiamente, não chegaram a
experimentar o momento de glamour dos anos 50 (Vargas, 1998), o que pode
ser o caso da galeria do edifício COPAN, visto que o prédio começou a ser
habitado em 1963 e as primeiras lojas surgiram no final dos anos 60.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
20
3
33
3-
--
-
OBJETO DE ESTUDO.
OBJETO DE ESTUDO.OBJETO DE ESTUDO.
OBJETO DE ESTUDO.
Foto 12 – obras do COPAN em 1956. Fonte administração do edifício COPAN
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21
Foto 13 – Edifício COPAN. Fonte SMBP_projects/Eduardo Aquino
Figura 03 – Anuncio no Jornal Folha da Manhã de
1952. Fonte acervo do Condomínio COPAN.
3.1 HISTÓRICO.
A Companhia Pan-América Hotéis e Turismo foi criada pelo Banco
Nacional Imobiliário (BNI) para administrar o “maciço COPAN”. Como foi
citado anteriormente, havia o interesse de buscar investimentos para o
aquecido mercado imobiliário paulistano da década de 50 . O estudo feito
pelos arquitetos americanos Holabird, Root e Burgee (L’architecture d’au
jourd’hui, 1952, p. 41), foi
elaborado em associação
com o arquiteto brasileiro
Henrique Mindlin
9
.
Em 1952 vendo que o
aguardado capital dos EUA
não viria o BNI abandonou
o estudo dos arquitetos
norte americanos e
chamou Oscar Niemeyer
para desenvolver o projeto,
que havia montado filial de seu escritório na capital paulistana, sob a
coordenação do arquiteto Carlos Alberto Cerqueira Lemos.
O programa era ambicioso. O
“maciço COPAN” ocuparia terreno
de 10.572m² e seria composto de
dois edifícios: um residencial de 32
andares e outro que abrigaria um
hotel com 600 apartamentos. Os
dois edifícios deveriam ser ligados
por área comum no térreo com
praças internas, teriam acesso para
teatro de 638 lugares existente no
9
Prancha dos desenhos originais dos projetos de arquitetura do edifício COPAN existentes em acervo da Biblioteca da
FAUUSP, mostra o nome de Henrique Mindlin ao lado dos nomes dos arquitetos americanos.
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22
Figura 04 – Imagem de estudo inicial do “Conjunto COPAN”. Fonte
revista L´architecture d´au jourd’hui.
Figura 05 – Imagem de estudo inicial do
“Conjunto COPAN”. Fonte revista architecture
d´au jourd’hui.
Figura 06 – Estudo final para o “Conjunto COPAN”.
Fonte revista L´architecture d´au jourd’hui.
subsolo, bem como comércio. Acima do térreo existiria um pavimento chamado
de foyer
10
, que seria o acesso para o cinema de 1628 lugares e entre este
pavimento e as torres existiria um terraço com lojas.
Em 1952 Oscar Niemeyer publicou na revista L´architecture d’au jourd’hui
um primeiro estudo do conjunto. Em artigo denominado “Hotel Imperador” as
imagens mostravam o edifício de apartamentos menor que o hotel e sem os
brise-soleil (figuras 04 e 05). No final da revista era apresentado, em nota de
última hora, o prédio de
apartamentos com aparência
muito semelhante ao que
efetivamente foi construído
(figura 06).
A obra ficou a cargo da
Companhia Nacional de
Indústria e Construção (CNI)
e foi iniciada em 1952, mas somente em 1953 o alvará de construção foi obtido
10
Do francês “local do teatro para se fumar e beber”.
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23
CORPO 2
BLOCO C
BLOCO A
BLOCO B
CORPO 1
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
CORPO 2
BLOCO D
CORPO 4
BLOCO F
BLOCO E
CORPO 3
ESCALA GRÁFICA (metros)
CORPO 3
0 10 20 30
e os serviços de terraplanagem começaram. Devido a alguns problemas
financeiros, como a intervenção federal no Banco Nacional Imobiliário e a
falência da investidora Roxo Loureiro S.A., primeiros incorporadores do
empreendimento, a obra foi interrompida várias vezes. Em 1957 o Banco
BRADESCO
11
comprou os direitos de construção e em 1961 as partes de
alvenaria e concreto armado foram concluídas (www.copansp.com.br).
O prédio residencial é composto de seis blocos, que vão do bloco A ao
bloco F, e quatro partes definidas pelas juntas de dilatação. Nos projetos estas
partes o denominadas “corpos” (figura 07). O corpo 1 compreende o bloco A
e parte do Bloco B, o restante do Bloco B constitui o corpo 2, o corpo 3 os
Blocos C e D e o corpo 4 os Blocos E e F.
O projeto de estrutura foi elaborado pelos engenheiros Oswaldo de Moura
Abreu, Waldemar Tietz e Nelson de Barros Camargo
12
. No final dos anos 50
13
o edifício sofreu um considerável recalque nos corpos 1 e 2. Havia-se adotado
11
Banco Brasileiro de Descontos S.A.
12
Informações obtidas nos desenhos originais de projeto de estrutura do edifício COPAN, constantes em acervo da
biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Oswaldo de Moura Abreu e Nelson
de Barros Camargo eram engenheiros calculistas paulistanos, sendo que o último chegou a ser prefeito da cidade de
Limeira em 1947. Waldemar Tietz era engenheiro russo radicado em o Paulo que morreu em 1978. O escritório de
cálculo estrutural dos três engenheiros elaborou o projeto estrutural de vários edifícios na capital paulistana nos anos
50 e 60, dentre estes, além do edifício COPAN, o edifício do Terraço Itália (www.dicionarioderuas.com.br) e
(www.rotary.com.br).
13
Os primeiros documentos relatando este fato, constantes do acervo do condomínio do COPAN, datam de 1959.
Figura 07 – Planta do pavimento
tipo do edifício COPAN.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
24
fundações diretas, contrapondo-se à tendência da época que era a utilização
de estacas Franklin. Segundo Milton Vargas (entrevista concedida em
novembro de 2004):
“O IPT
14
tinha feito sondagens naquele terreno, que é um terreno de areia
fofa... do lado onde a areia era mais fofa... os recalques foram muito maiores”.
Inicialmente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), sediado
em Lisboa/Portugal, prestou consultorias na busca da melhor solução para o
problema, mas as consultorias finais sobre o assunto ficaram sob a
responsabilidade do IPT
15
, principalmente na figura do engenheiro Milton
Vargas. Os desenhos da solução final foram feitos no escritório do engenheiro
Paulo Franco Rocha
16
. O IPT, porém, continua realizando monitoramentos
periódicos do recalque até os dias de hoje.
Modificações significativas ocorreram desde a concepção inicial do
“maciço COPAN”. Apenas o edifício residencial foi construído por exigência do
BRADESCO. O teatro não foi executado e, inicialmente, o edifício residencial
deveria ter 900 apartamentos, mas os blocos E e F, que teriam amplos
apartamentos de 4 dormitórios, foram redesenhados para kitchenettes e
apartamentos de 1 dormitório (figuras 08 e 09).
14
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
15
Conforme atestam documentos existentes no acervo do condomínio COPAN.
16
Informações obtidas nos desenhos originais de projeto de fundações do edifício COPAN, constantes em acervo da
biblioteca da FAUUSP.
kitch.
PLANTA - Blocos E e F (construído)
kitch.
kitch.
kitch.
kitch.
sala
kitch.
dorm.
dorm.
kitch.
kitch.
kitch.
kitch.
N
O
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G
N
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T
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C
O
terraço
dorm.
a.s.
dorm.
dorm.
dorm.
cozinha
corredor
emp.
dorm.
terraço
terraço
living
living
dorm.
dorm.
dorm.
cozinha
terraço
dorm.
corredor
dorm.
emp.
a.s.
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O
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N
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T
I
C
O
PLANTA - Blocos E e F (original)
Figura 08 – Planta dos blocos E e F construída. Sem escala
Figura 09 – Planta dos blocos E e
F conforme estudo inicial de
Niemeyer. Sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
25
Hoje o edifício COPAN ocupa terreno de 6.006,35 m², tem 1.160
apartamentos distribuídos em 6 blocos e área comercial no térreo com 73 lojas,
além de cinema. O bloco A tem 64 apartamentos de 2 dormitórios, os blocos C
e D têm 128 apartamentos de 3 dormitórios, o bloco B tem 640 kitchenettes e
apartamentos de 1 dormitório e os blocos E e F têm 328 kitchenettes e
apartamentos de 1 dormitório. O edifício possui 20 elevadores no total e 221
vagas para automóveis em dois subsolos (www.copansp.com.br).
3.2 A GALERIA COMERCIAL DO PAVIMENTO TÉRREO.
A galeria comercial no térreo sofreu sobremaneira com as modificações
ocorridas durante a obra do prédio.
A não execução do hotel e a
construção, anos depois, de edifício
comercial para uso do BRADESCO
fizeram com que a rua particular,
separando os dois edifícios, tivesse
ligação apenas com o COPAN, pois o
pavimento térreo do edifício do
BRADESCO é fechado para esta rua (foto
14).
O acesso ao teatro (não executado) a partir do pavimento térreo, dar-se-ia
por rampa em local denominado, neste trabalho, de entrada 3 (ver figura 11, p.
27); escadas rolantes, na denominada entrada 2, ligariam o térreo ao piso
imediatamente superior, chamado de foyer, que serviria de acesso ao cinema
localizado acima do teatro e que também abrigaria lojas. As escadas rolantes
não foram instaladas. O acesso ao cinema se dá apenas pelo térreo e as lojas
do foyer passaram a fazer parte dos estabelecimentos do térreo como sobre
lojas. O acesso para este pavimento ocorre somente por uma escada
secundária localizada na entrada do bloco F.
A galeria do COPAN efetivamente executada ocupa os 6.006,35 do
terreno, fazendo divisa com terrenos vizinhos nos fundos e nas laterais com a
Rua Araújo e Vila Normanda. A parte frontal alinha-se com rua interna existente
Foto 14 – Rua particular entre o COPAN e o
BRADESCO. Fonte SMPB_projects/Eduardo
Aquino.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
26
Figura 10 – Planta do pavimento térreo do edifício COPAN e entorno. Sem escala.
entre o COPAN e o edifício do BRADESCO, sendo que uma pequena parcela
tem alinhamento com a Avenida Ipiranga (figura 10).
A galeria possui atualmente 73 lojas, cinco entradas, acessos aos seis
blocos do edifício, acessos ao cinema (que hoje é ocupado por culto religioso)
e corredor de circulação com larguras variadas. O corredor de circulação é
sinuoso e, em determinado momento, dividi-se em dois circundando uma ilha
de lojas centrais.
Existe desnível na galeria que tem seu ponto mais alto no alinhamento
com a Rua Araújo e o mais baixo na Vila Normanda. Não existem, porém,
degraus para regularização do desnível nos corredores da galeria, pois seu
piso acompanha a descida do terreno em direção à Vila Normanda e as lojas
são ligeiramente escalonadas nas suas fachadas.
BRADESCO
A
V
E
N
I
D
A
I
P
I
R
A
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G
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EDIFÍCIO DO BANCO
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A
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M
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A
R
A
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J
O
Foto 15 – Vista do corredor principal.
Foto 16 – Bifurcação do corredor principal. Fonte
SMPB_projects/Eduardo Aquino.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
27
emergencia
saída de
LOJAS DESOCUPADAS - 7, 10, 27, 32, 33, 34, 37,
21
38, 41, 42, 58, 59, 60, 61 E 62
BUTIQUE - 4, 9, 13, 15, 18, 21, 29, 36, 30, 45, 46, 47, 50 E 54
CABELEIREIROS - 3, 6, 19, 22, 24, 51, 52 E 55
LAVANDERIA - 23 E 28
VIDEO LOCADORA - 20 E 35
RESTAURANTE - 11 E 12
LANCHONETE - 8 E 56
22
29
31
PRESENTES E VARIEDADES - 49 E 57
DENTISTA/IMOBILIÁRIA - 39
LOJAS DE APOIO AO RESTAURANTE - 1 E 2
RELÓGIOS - 48
PADARIA - 16
PERFUMARIA - 53
27
28
25
26
59
58
N
O
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T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
62
61
60
rampa
entrada
42
47
43
44
37
34
36
35
ENTRADA 4
39
33
38
32
sub solo
ENTRADA 5
56
57
45
46
emerg. do cin.
saída de
55
51
49
ENTRADA 3
24
40
30
41
23
50
48
cinema
54
53
52
CAFÉ - 17
3
ESCALA GRÁFICA (m)
0
12
ALFAIATE - 44
13
PRINCIPAL
ENTRADA 2
17
16
19
18
20
15
14
7
8
ENTRADA 1
11
6
5
4
30 10 20
rampa
sub solo
9
10
2
1
RESTAURANTE SELF SERVICE - 14
PET SHOP - 31
ÓTICA - 26
SAPATARIA FEMININA - 40
PIZZARIA/RESTAURANTE - 5
DESPACHANTE - 43
SUPERMERCADO - 25
do cinema
Das lojas existentes na galeria verifica-se que algumas têm faces para o
exterior e para o interior, outras o voltadas apenas para o exterior e o maior
grupo de lojas é voltado para os corredores internos. Algumas lojas do
pavimento térreo fundiram-se formando um único estabelecimento, sendo que
o número efetivo de lojas é 62. Em levantamento feito no dia 07/03/2005
constatou-se que existem oito cabeleireiros, uma pizzaria/restaurante, dois
restaurantes, um restaurante self service, quatorze butiques
17
, duas vídeos
locadoras, duas lanchonetes, uma sapataria feminina, um despachante, uma
alfaiataria, um dentista (com imobiliária no piso superior), uma perfumaria, uma
loja de relógios, duas lojas de presentes e variedades, um pet shop, duas
lavanderias, uma padaria, um super mercado, uma ótica e uma cafeteria.
Finalmente duas lojas servem de apoio a um dos restaurantes e quinze lojas
estão desocupadas (figura 11).
As cinco entradas da galeria ficam abertas de 06h30min as 22h00min.
Após as 22h00min o acesso se dá apenas pela entrada 2, que denominaremos
“principal”.
17
Considerou-se “butiques” lojas que comercializam artigos de vestuários masculino, feminino ou infantil.
Figura 11 – Localização de lojas na galeria do edifício COPAN. Levantamento feito no dia 07/03/2005.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
28
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A
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A
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D
A
AVENIDA IPIRANGA
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A
D
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A
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COPAN
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Ç
A
D
A
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B
L
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C
A
3.3 LOCALIZAÇÃO, CARACTERÍSTICAS DE CLIMA DO LOCAL, NÍVEIS DE
ILUMINÂNCIA PARA PLANOS VERTICAIS, FONTES DE RUÍDOS E
BARREIRAS ACÚSTICAS.
O edifício COPAN localiza-se no centro da
cidade de São Paulo, esquina da Rua Araújo com
Avenida Ipiranga, latitude 23º,37’S e longitude
46º,39’. A altitude média da cidade é de 802
metros acima do nível do mar (Frota e Schiffer,
1987).
O clima na capital paulistana é
tropical de altitude, cujas
temperaturas médias variam de 18ºC
à 22ºC, porém fatores como alta
densidade habitacional, verticalização
e a poluição, dentre outros, podem
causar alterações de clima.
Analisando a carta bioclimática
com estratégias indicadas para a
cidade de São Paulo (Lamberts, Dutra
e Pereira, 1997), observa-se que
27,1% das horas do ano são
confortáveis e 72,8% são
desconfortáveis, por frio (59,3%) ou
calor (13,4%).
São Paulo possui os seguintes níveis de iluminâncias em planos verticais
nas diversas orientações:
Figura 12 – Mapa do Município de
São Paulo com marcação da região
onde se encontra o COPAN. Fonte
CESAD/FAUUSP.
Figura 13 – Mapa dos arredores do edifício COPAN.
Sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
29
Tabela 01 - Níveis de iluminância em planos verticais (Klux) para a cidade de São Paulo. Céu parcialmente nublado
(Scarazzato, 1995).
Verão Equinócio Inverno
Hora
N S L O N S L O N S L O
8
11,1 20,8 48,9 7,5 16,2 9,5 39,9 5,9 13,4 4,6 17,1 3,8
9
14,3 22,3 55,3 10,3 26,5 11,8 50,6 8,9 28,6 6,8 29,7 6,6
10
16,6 21,6 50,2 13,1 35,6 13,2 47,6 11,9 41,8 8,2 32,0 9,4
11 17,9 20,4 36,7 16,0 42,0 14,0 34,9 14,8 50,4 9,0 25,6 12,1
12
18,6 20,2 18,8 18,8 44,6 14,3 17,8 17,8 53,5 9,2 14,6 14,6
13
17,9 20,4 16,0 36,7 42,0 14,0 14,8 34,9 50,4 9,0 12,1 25,6
14
16,6 21,6 13,1 50,2 35,6 13,2 11,9 47,6 41,8 8,2 9,4 32,0
15
14,3 22,3 10,3 55,3 26,5 11,8 8,9 50,6 28,6 6,8 6,6 29,7
16
11,1 20,8 7,5 48,9 16,2 9,5 5,9 39,9 13,4 4,6 3,8 17,1
17
7,3 14,9 4,7 30,2 6,9 5,8 3,0 17,1 2,8 1,4 0,9 3,9
Média 14,6 20,5 26,1 28,7 29,2 11,7 23,5 24,9 32,4 6,7 15,1 15,4
O cruzamento da Rua Araújo com a Avenida Ipiranga, onde se localiza o
edifício COPAN, tem trânsito moderado no seu entorno. Conforme relato dos
moradores, observa-se tráfego pesado das 17h00min às 19h00min na Avenida
Ipiranga, porém, os veículos não acionam buzinas com freqüência. A
predominância é de passagem de ônibus e carros de passeio; as ruas são
planas e os veículos chegam desacelerando no cruzamento da Rua Araújo
com a Avenida Ipiranga, visto que neste cruzamento existe um semáforo
18
. No
cruzamento seguinte da Avenida Ipiranga (esquina com a Rua da Consolação)
também existe semáforo, portanto os veículos aceleram moderadamente
quando o semáforo da esquina com a Rua Araújo abre para os veículos da
Avenida Ipiranga.
O COPAN tem apenas uma casa
noturna, localizada em frente à entrada
principal, no outro lado da Avenida
Ipiranga. Dois restaurantes na galeria no
pavimento térreo do edifício, porém,
realizam festas nos mezaninos nas noites
de sexta-feira e sábado.
Mesmo que o movimento de pedestres seja intenso nas ruas da
vizinhança próxima, ocorrem aglomerações no período diurno (barracas de
18
No primeiro semestre de 2006, por ocasião de obras da Companhia de trens Metropolitanos da Cidade de São Paulo
(Metrô) na região, este semáforo foi retirado e o canteiro central da Avenida Ipiranga foi fechado, impedindo a travessia
de veículos pela Rua Araújo.
Foto 17 – Vista de boite a partir de entrada
principal do edifício COPAN.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
30
camelôs) apenas em frente ao edifício do banco BRADESCO, que representa
uma considerável barreira acústica para esta fonte de ruídos.
O edifício COPAN tem barreiras acústicas próximas aos Blocos A e B,
sendo uma delas o banco BRADESCO, localizado a 30 metros de distância,
cuja altura atinge o 20° andar do COPAN. Os apartamentos de fundos, que são
voltados para a Rua da Consolação, têm uma barreira compacta de edifícios
(foto 18).
3.4 TIPOS DE APARTAMENTOS.
O programa do edifício COPAN foi apresentado para Oscar Niemeyer
pelos incorporadores do empreendimento. Para Lemos (NUTAU, 2004, p. 10):
“Eles deram o programa... pensaram em fazer um prédio com apartamentos
de dois quartos, três quartos, sala quarto e depois, numa ponta, apartamentos
maiores”.
Fica evidente, portanto, que o empreendedor pretendia atender às várias
fatias do mercado. Ainda segundo Lemos (NUTAU, 2004, p. 10):
“Isto iria atender a todos, pois não havia uma pesquisa de qual seria a
preferência maior”.
Barreira de
edifícios na
rua da
Consolação.
Edifício do
Banco
BRADESCO
Foto 18 – Vista aérea do COPAN com a identificação das principais barreiras
acústicas. Fonte SMPB_projects/Eduardo Aquino.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
31
N
M
BANHO
DORMITÓRIO 1
ESCALA GRÁFICA
0 1 2 3
HALL DOS ELEVADORES
S. ESTAR/JANTAR
EMP.
DORM.
DORMITÓRIO 2
BANHO
EMP.
COZINHA
ÁREA DE SERVIÇO
CORREDOR DE CIRCULAÇÃO
S. ESTAR/JANTAR
COZINHA
BANHO
COZINHA
MULTIFUNCIONAL
ESCALA GRÁFICA
0 1 2 3
BANHO
DORMITÓRIO
N
M
Com a modificação dos Blocos E e F os tipos dos apartamentos do
edifício COPAN efetivamente construído vão de kitchenettes até apartamentos
de 3 dormitórios. Cada um dos seis blocos do edifício tem uma ou duas
tipologias específicas de apartamento conforme se apresenta a seguir
19
:
- Bloco A (figura 14):
1- Dois apartamentos no andar tipo.
2- Total de 64 apartamentos de 2 dormitórios.
3- Apartamento com 84,13 m² de área útil
20
.
4- Apartamentos com sala de estar/jantar, 1 banheiro social, 2 dormitórios,
cozinha, área de serviço, 1 dormitório de empregada e 1 banheiro de
empregada.
5- Três entradas sendo, uma para o hall social de elevadores, uma para o hall
do elevador de serviço e uma para a escada de incêndio.
19
Estudo baseado em plantas aprovadas na Prefeitura do Município de São Paulo no ano de 1961.
20
Área útil é a soma das áreas dos pisos do imóvel sem contar as paredes, ou seja, restrita aos limites. Também é
conhecida como área de vassoura (www.imovelweb.com.br).
Figura 14 – Planta
original de
apartamento de 2
dormitórios do
bloco A..
Figura 15 – Planta
original de apto.
kitchenette e de 1
dormitório do
bloco B.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
32
Figura 16 – Planta original de apartamento
de 3 dormitórios do bloco C.
- Bloco B (figura 15).
1- Vinte apartamentos no andar tipo.
2- Total de 640 apartamentos sendo 448 kitchenettes e 192 de 1 dormitório.
3- Kitchenettes com 24,67 e apartamentos de 1 dormitório com 32,37
21
de áreas úteis.
4- As kitchenettes têm sala multifuncional, banheiro e cozinha. Os
apartamentos de 1 dormitório têm sala de estar/jantar, dormitório, cozinha e
banheiro.
- Bloco C (figura 16).
1- Dois apartamentos no andar tipo.
2- Total de 64 apartamentos de 3
dormitórios.
3- Apartamento com 122,48 de área
útil.
4- Apartamentos com sala de estar/jantar,
1 banheiro social, 3 dormitórios, cozinha,
área de serviço, 1 dormitório de
empregada e 1 banheiro de empregada.
5- Duas entradas, sendo uma para o hall
social de elevadores e uma para o hall do
elevador de serviço.
- Bloco D (figura 17).
1- Dois apartamentos no andar tipo.
2- Total de 64 apartamentos de 3 dormitórios.
21
As áreas destes apartamentos podem sofrer variações, haja vista este bloco estar localizado na parte curva do
edifício.
DORMITÓRIO 2
DORMITÓRIO 3
S. ESTAR/JANTAR
0
ESCALA GRÁFICA
1 2 3
N
M
DORMITÓRIO 1
COZINHA EMPREGADA
DORMITÓRIO
EMP.
BAN.
ÁREA DE
SERVIÇO
BANHO
DEP.LAV.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
33
Figura 17 – Planta original de apartamento de 3 dormitórios do bloco D.
3- Apartamento com 161,23 m² de área útil.
4- Apartamentos com sala de estar/jantar, 2 banheiros sociais, 3 dormitórios,
cozinha, área de serviço, 1 dormitório de empregada e 1 banheiro de
empregada.
5- Duas entradas, sendo uma para o hall social de elevadores e uma para o
hall do elevador de serviço.
- Bloco E (figuras 18 e 19).
1- Quatro apartamentos por andar do ao 12º andar e seis apartamentos por
andar do 13º ao 32º andar.
2- Total de 168 apartamentos, sendo 144 kitchenettes e 24 apartamentos de
1 dormitório.
3- Kitchenettes com 27,56 m², 28,31 m², 30,46 m², 38,31 e 38,58 de
áreas úteis e apartamentos de 1 dormitório com 59 m² e 69 m² de áreas úteis.
N
M
DORMITÓRIO 2
ESCALA GRÁFICA
0 1 2 3
S. ESTAR/JANTAR
COZINHA
HALL DOS ELEVADORES
DORMITÓRIO 1
DORMITÓRIO 3
BANHO
BANHO
EMP.
DORM.
ÁREA DE SERVIÇO
EMP.
BAN.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
34
BANHO
COZINHA
ESCALA GRÁFICA
10 2 3
ESTAR/JANTAR
SALA DE
COZINHA
DORMITÓRIO
BANHO
BANHO
ESCALA GRÁFICA
0 1 2
BANHO
COZINHA
DORMITÓRIO
SALA DE
ESTAR/JANTAR
MULTIFUNCIONAL
MULTIFUNCIONAL
BANHO
COZINHA
MULTIFUNCIONAL
COZINHA
BANHO
N
M
3
BANHO
COZINHA
COZINHA
MULTIFUNCIONAL
COZINHA
MULTIFUNCIONAL
BANHO
BANHO
MULTIFUNCIONAL
MULTIFUNCIONAL
COZINHA
COZINHA
MULTIFUNCIONAL
BANHO
N
M
Figura 18 – Planta de andar tipo (1º ao 12º andar) do
bloco E.
Figura 19 – Planta de andar tipo (13º ao 32º andar) do
bloco E.
Figura 20 – Planta de andar tipo do bloco F.
4- As kitchenettes têm sala multifuncional, banheiro e cozinha. Os
apartamentos de 1 dormitório têm sala de estar/jantar, dormitório, cozinha e
banheiro.
- Bloco F (figura 20).
1- Cinco apartamentos por
andar.
2- Total de 160 apartamentos,
sendo 96 kitchenettes e 64
apartamentos de 1 dormitório.
3- Kitchenettes com 25,98 m²,
29,85 e 36,48 de áreas
úteis e apartamentos de 1
dormitório com 54,43 e 62,15
m² de áreas úteis.
4- As kitchenettes têm sala
MULTIFUNCIONAL
COZINHA
COZINHA
2
ESCALA GRÁFICA
0 1 3
COZINHA
BANHO
S. ESTAR/JANTAR
DORMITÓRIO
BANHO
MULTIFUNCIONAL
COZINHA
BANHO
COZINHA
S. ESTAR/JANTARDORMITÓRIO
BANHO
BANHO
MULTIFUNCIONAL
N
M
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
35
Foto 19 – Caixilho de living de
apartamento do bloco D. Fonte
Maria Lúcia Padovani.
Figura 21 – Detalhe em corte do brise-
soleil. Sem escala.
multifuncional, banheiro e cozinha. Os apartamentos de 1 dormitório têm sala
de estar/jantar, dormitório, cozinha e banheiro.
3.5 DESCRIÇÃO DE JANELAS/ABERTURAS, OBSTRUÇÕES DE SOL DO
ENTORNO E TIPOLOGIA DAS ENVOLTÓRIAS.
As salas de estar/jantar e dormitórios de frente
dos Blocos A, C e D têm fachadas cortina
22
com
orientações Noroeste (Bloco A) e Norte (Blocos C e
D). A parte inferior tem vidros texturizados fixos
com 0,90m de altura a partir do piso acabado
(peitoril). Acima deste encontra-se caixilho com
1,10m de altura com quatro folhas, sendo duas
fixas e duas de correr. Por último tem-se bandeira
de vidros fixos e basculantes.
Externamente encontram-se os brises
horizontais de concreto revestidos de pastilhas com
espessura de 0,10m, afastados 0,30m da
fachada cortina e com 1,45m de
profundidade (figura 21).
Os dormitórios de fundos e cozinhas
dos apartamentos destes blocos têm janelas
e aberturas voltadas para as áreas de
serviços. O dormitório de fundos do Bloco A
tem janela com 1,40m (largura) por 1,10m
(altura) e duas folhas (uma de correr e outra
fixa), com peitoril de 1,00m. Também neste
bloco, um dos apartamentos do pavimento
tipo apresenta o dormitório de fundos e
banheiro com abertura para o exterior
(empena lateral do edifício), com 3,00m
22
Envolvente translúcida ou transparente contínua, sem função estrutural, que separa o interior do exterior de uma
edificação, permitindo a penetração lateral de luz natural ou radiação solar, visão ao exterior e normalmente não
permite a ventilação. (Projeto de norma 02:135.02-001 da ABNT).
2.80
35º
0.95 0.10
1.450.30
INTERIOR
EXTERIOR
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
36
Foto 20 – Abertura da área de
serviço de apartamento do bloco
D. Fonte Maria Lúcia Padovani.
Foto 21 – Caixilho de kitchenette do bloco B. Fonte
Maria Lúcia Padovani.
(largura) por 0,60m (altura), dividido em quatro partes iguais basculantes e
peitoril de 1,60m.
O dormitório de fundos dos Blocos C e D tem janela com 2,00m (largura)
por 1,10m (altura) e peitoril de 1,00m. A cozinha nos três blocos tem porta para
área de serviço com vidro e estrutura de ferro com 1,00m (largura) por 2,10m
(altura), integrada com janela de 0,80m (largura) por 1,00m (altura) com vidros
basculantes e peitoril de 1,10m. As áreas de serviços são orientadas para
Sudeste no Bloco A e Sul nos Blocos C e D, sendo abertas e tendo elementos
vazados em toda a sua abertura.
Os apartamentos de frente (1 dormitório) do
Bloco B, com orientações Noroeste e Norte, têm
as fachadas cortina com as mesmas
características dos ambientes de frente dos
Blocos A, C e D.
Os apartamentos de fundos (kitchenettes),
por sua vez, com orientações Sudeste e Sul, têm
fachadas cortina com as mesmas características
dos apartamentos de frente, porém sem brises
(foto 21).
Os apartamentos de frente dos Blocos E e F
(kitchenettes e 1 dormitório), com orientação Noroeste, têm fachadas cortina
com as mesmas características dos ambientes de frente dos Blocos A, C e D.
Uma kitchenette do Bloco F tem
aberturas para o exterior (empena
lateral) na cozinha (1,55m de largura,
0,60m de altura e 1,60m de peitoril) e
banheiro (1,90m de largura, 0,60m de
altura e 1,60m de peitoril).
Os apartamentos de fundos
(kitchenettes e 1 dormitório), com
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
37
orientação Sudeste e Sul, têm janelas com largura variável, compatível à
largura do ambiente, altura de 1,10m e peitoril de 1,00m. Estas janelas têm
elementos vazados, afastados 0,30m da fachada, preenchendo todo o o das
janelas.
Os banheiros da maioria dos apartamentos do edifício não têm janelas,
possuindo grelhas de exaustão mecânica com 0,20m de comprimento por
0,20m de altura. Existe mecanismo central para a exaustão mecânica, porém,
em todos os blocos, este equipamento está desativado faz alguns anos.
Os apartamentos de frente nos 15° e 23° andares, não têm os brises
intermediários, tendo apenas os brises superior e inferior.
As paredes internas são de alvenaria de tijolo cerâmico maciço rebocado
em ambas as faces, com uma espessura final de 15 centímetros, com RW
23
de
45 decibéis (Silva, 2002). As lajes divisórias entre os pavimentos são do tipo
“caixão perdido”, com duas lajes maciças de concreto com 0,10m de espessura
e vão entre as duas de 0,18m. No espaço interno localiza-se grelha de vigotas
de 0,10m de espessura. Este tipo de laje representa um bom isolamento para
ruídos aéreos - 68 dB para lajes de 0,10m de espessura (Silva, 2002), bem
como para ruídos de impacto, visto que a laje inferior serve como barreira
acústica para os sons oriundo de impactos de objetos com a laje superior.
O edifício COPAN tem obstruções de sol próximas aos Blocos A e B,
sendo uma delas o edifício do banco BRADESCO localizado a 30 metros de
distância, cuja altura atinge o 20° andar do COPAN. Outras obstruções
significativas são o edifício do hotel Hilton e os prédios que estão na Avenida
São Luiz, com 16 e 17 andares. O Hilton, mesmo sendo menor que o COPAN,
obstrui grande parte dos Blocos D, E e F e os prédios da Rua da Consolação
obstruem as kitchenettes do Bloco B, até o 16º andar.
23
Índice de redução sonora ponderada.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
38
Rua
Araújo
Edifício
Hilton.
Edifícios da Rua da Consolação
Edifício
COPAN
BRADESCO
Avenida
Ipiranga
Foto 22 – Localização e obstruções do entorno do COPAN. Fonte CESAD/FAUUSP.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
39
4
44
4-
--
-
MÉTODOS
MÉTODOSMÉTODOS
MÉTODOS E TÉCNICAS
E TÉCNICAS E TÉCNICAS
E TÉCNICAS.
..
.
Foto 23 – obras do COPAN em 1957. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
40
METODOLOGIA DA APO
RECOMENDAÇÕES PARA O
ESTUDO DE CASO EM ANÁLISE
AVALIAÇÃO DOS USUÁRIOS
DIAGNÓSTICO
RECOMENDAÇÕES PARA
FUTUROS PROJETOS
SEMELHANTES
AVALIAÇÃO DOS TÉCNICOS
Figura 22 – Fluxograma do método de Avaliação Pós-Ocupação. Fonte Roméro
in Andrade 2001, p. 124.
4.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
Neste trabalho foram utilizados os princípios de Avaliação Pós-Ocupação
(APO), definida com um conjunto de métodos e técnicas que buscam identificar
se os ambientes construídos estão atendendo as expectativas dos usuários
(Bechtel, Marans e Michelson, 1987). Neste sentido a APO distingue-se de
outras avaliações “tradicionais”, pois leva em conta, além do parecer de
técnicos, o nível de satisfação dos usuários (Roméro e Ornstein, 2003).
Seus diagnósticos baseiam-se no cruzamento das opiniões dos usuários
com os laudos de especialistas/avaliadores. Se por um lado a investigação da
opinião dos usuários é importante, pois são os destinatários das considerações
feitas pelos projetistas e construtores, não se deve desprezar, por outro lado, a
importância dos pareceres dos técnicos na interpretação das respostas para
apontar as causas das deficiências citadas (Serra, 1989). Roméro (in Andrade,
2000 p. 123) cita:
“O grande trunfo da APO foi propor a inserção dos usuários nos processos
tradicionais de avaliação, sem, entretanto, reduzir o papel da avaliação técnica e
da bagagem teórica de seus avaliadores”.
Esta metodologia tem como objetivo detectar pontos positivos e negativos
nos edifícios e espaços urbanos, propor soluções para patologias, sistematizar
os acertos no caso avaliado e realimentar futuros projetos semelhantes (Del
Carlo, 1989). A APO serve, portanto, como importante fonte de consulta para
arquitetos, engenheiros, empreiteiros e outros profissionais ligados ao projeto,
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
41
REVISÃO
DO PROGRAMA
VENDAS
ANÁLISE DAS
NECESSIDADES
DO MERCADO
AVALIAÇÃO
PÓS
OCUPAÇÃO
REVISÃO
DO PROJETO
REVISÃO DA
EFICÁCIA
R
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P
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O
J
E
T
O
REVISÃO DE
ESPECIALISTAS
E OPERADORES
REQUALIFICAÇÃO
OCUPAÇÃO
CONSTRUÇÃO
AVALIAÇÃO
PLANEJAMENTO
PROJETO
Figura 23 – Estrutura da
Avaliação de Desempenho dos
Edifícios (ADE). Fonte Preiser
e Vischer, 2005 p. 41.
Tradução do autor desta
dissertação.
construção e gerenciamento dos ambientes construídos. Segundo Melhado
(2005, p. 46):
“O conteúdo coletado (na APO) fornece dados para uma análise do
desempenho do edifício em seus diversos aspectos, inclusive nas soluções
apresentadas no processo de projeto. Dessa análise resultam diagnósticos
relativos aos aspectos técnico-construtivos, funcionais, econômicos, financeiros,
estéticos, etc., relevando os aspectos positivos e negativos do projeto e
embasando recomendações para soluções adotadas no empreendimento
estudado ou para futuros projetos”.
Pesquisas recentes acrescentam a evolução das APO’s no caminho da
Avaliação de Desempenho dos Edifícios (ADE), da qual os conhecimentos
adquiridos em APO’s fazem parte. Na verdade a evolução oriunda da ADE é a
ampliação dos horizontes da APO até outros agentes, tais como investidores e
gerenciadores. Portanto ADE inclui também fases anteriores e posteriores aos
processos de projeto, uso e manutenção, tais como planejamento estratégico,
programação e possibilidades de requalificação, em avaliações contínuas que
contribuem para a melhoria na tomada de decisões em todas as fases do ciclo
de vida útil dos ambientes construídos (Preiser e Vischer, 2005). Não se trata
de uma mudança de denominação, muito menos dos caminhos seguidos, pois
a APO continua sendo uma importante ferramenta na estrutura funcional da
ADE (ver figura 23).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
42
Em geral pesquisas de APO se iniciam com o levantamento da “memória
das edificações”, ou seja, com um levantamento minucioso para se verificar
todos os processos para a sua execução: projeto, construção, uso inicial e
modificações ocorridas (Ornstein e Roméro, 1992). No edifício COPAN foram
feitas, primeiramente, entrevistas semi-estruturadas com o arquiteto Carlos
Alberto Cerqueira Lemos (junho de 2003)
24
, com o engenheiro Milton Vargas
(novembro de 2003)
25
, e ainda com quatro moradores mais antigos do edifício
(maio a julho de 2002). Também foram feitas, a partir do ano de 2001,
consultas constantes ao síndico do edifício, zelador, chefe da equipe de
manutenção de instalações elétricas, chefe de equipe de manutenção de
instalações hidráulicas e chefe da brigada de combate a incêndios do edifício.
Realizaram-se análises sistemáticas em material gráfico existente na
biblioteca da FAUUSP. Trata-se dos projetos executivo de arquitetura, projeto
para aprovação na Prefeitura do Município de São Paulo, projeto de estrutura e
desenhos complementares como aqueles promocionais utilizados pelos
corretores para vendas, plantas de personalização de apartamentos e lojas,
dentre outros. O acervo totaliza mais de 1000 pranchas que foram obtidas do
banco BRADESCO - um dos empreendedores do edifício - pelo síndico do
edifício COPAN no ano de 2002. No ano de 2003, esse material foi doado à
FAUUSP. As observações ainda estão sendo feitas paralelamente ao processo
de classificação do material, a partir de maio de 2004, mediante identificação
de cada peça gráfica em ficha, contendo: assunto geral, assunto específico da
prancha, data, escala, autor do projeto, estado de conservação, tamanho (em
centímetros), tipo de papel/desenho e número da prancha (ver anexo 1).
O material doado à biblioteca da FAUUSP estava distribuído em vinte e
três tubos de papelão, medindo 120 cm por 15cm de diâmetro cada.
Nas observações preliminares se verificou que dezessete tubos
continham pranchas de projetos de estrutura e cinco tubos possuíam desenhos
do projeto de arquitetura e assuntos diversos, como plantas promocionais,
24
Oscar Niemeyer montou filial de seu escritório na cidade de São Paulo na década de 50 sob coordenação de Carlos
A. C. Lemos (ver página 21).
25
O engenheiro Milton Vargas foi consultor, na época da construção do COPAN, em questões ligadas às fundações do
edifício (ver página 24).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
43
detalhes de fornecimento de elevadores, etc. Um dos tubos tem desenhos
específicos para aprovação na Prefeitura do Município de São Paulo. Pelo fato
desse tubo ser insuficiente para guardar todas as pranchas e o material estar
acondicionado de maneira inadequada, parte dele foi colocada em outro tubo.
O acervo, portanto, passou a ter vinte e quatro tubos.
Foram classificados, até o momento (20/12/2006), nove tubos, contendo
quatrocentos e sessenta pranchas. Os tubos 01, 03,05 e 06 têm 194 pranchas
dos projetos de estrutura e os tubos 02, 04, 07, 08 e 09 têm 266 pranchas do
projeto de arquitetura e diversos (ver, no anexo 1, exemplo de fichas
preenchidas e CD Rom contemplando as fichas descritivas de desenhos dos
projetos originais de arquitetura devidamente preenchidas até o momento).
Finalmente foram feitas análises de cópias heliográficas de projetos de
prefeitura e de arquitetura existentes na administração do condomínio, bem
como vistorias do tipo walkthrough” para verificar a compatibilização dos
desenhos observados com o que foi efetivamente foi executado.
A pesquisa se dividiu em duas partes: avaliação física e avaliação
comportamental (galeria comercial do térreo) /nível de satisfação dos usuários
(torres de apartamentos). Os critérios de desempenho, bem como as
ferramentas adotadas junto aos usuários serão explicitados a seguir. Antes,
porém, será apresentado o levantamento da memória de projeto com os
conteúdos dos tubos do material gráfico dos projetos de arquitetura e
complementares existentes na biblioteca da FAUUSP e cópias de projetos de
Prefeitura existentes na administração do condomínio do edifício COPAN.
4.2 LEVANTAMENTO DA MEMÓRIA DO PROJETO.
4.2.1 PROJETO PARA APROVAÇÃO NA PREFEITURA DO MUNICÍPIO E
SÃO PAULO.
A principal intenção de Niemeyer ao montar filial de seu escritório em São
Paulo era agilizar as respostas gráficas e documentais à Prefeitura da cidade,
no decorrer do processo de regularização dos processos (NUTAU 2004). Este
recurso - de montar filial de escritório em São Paulo - possivelmente tenha sido
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
44
Figura 24 – Carimbo de cópia heliográfica de projeto aprovado na
PMSP em 1961. Fonte acervo do condomínio do edifício COPAN.
utilizado pelos arquitetos Holabird, Root e Burgee, visto que foi classificada
uma prancha de projeto elaborado para o maciço COPAN com data de agosto
de 1952, na qual consta, além dos nomes dos três arquitetos norte americanos,
o nome do arquiteto paulistano Henrique Mindlin. Medindo 62x85cm o desenho
foi feito com lápis em papel vegetal.
Foram observadas, na administração do edifício COPAN, pias
heliográficas referentes a duas etapas para aprovação na PMSP. A primeira
etapa mostra o pavimento térreo com lojas, na mesma configuração do que foi
executado, porém com
escadas rolantes de acesso
ao foyer (não instaladas) e
rampa de acesso ao teatro,
no piso superior, não
executada. O terreno engloba
o local onde estaria o edifício
do hotel, porém foi feita a
aprovação apenas do prédio
residencial. Este fato é
confirmado por prancha com
implantação na escala 1:200.
Não consta nesta implantação
a rua interna entre o COPAN
e o edifício do BRADESCO
que foi executado no local
onde estaria o hotel.
O piso do foyer tem este
nome, pois seria a entrada do
cinema de 1628 lugares, com
passeios, sete lojas e um enorme american bar. O acesso para este piso seria
por rampa. Outra rampa, grande e circular, daria acesso do foyer ao piso
superior, denominado terraço, onde haveria lojas. A planta do pavimento tipo
ainda apresenta os blocos E e F com 64 apartamentos de 4 dormitórios.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
45
As cópias heliográficas desta etapa têm carimbos de aprovação na
Prefeitura do ano de 1961 e processo iniciado em 1958, porém, como
substituição de processo de 1952 e alvará de 1953
26
. As cópias são assinadas
por Oscar Niemeyer (representado por procuração pelo arquiteto Carlos
Lemos) e pelos representantes da Companhia Pan-América Hotéis e Turismo
(proprietário) e da CNI (responsável técnico pela obra).
Foram classificadas, no acervo da FAUUSP, duas pranchas desenhadas
com canetas nanquim em papel vegetal, mas com os escritos à mão. Estas
pranchas o citadas como substitutivas deste processo de 1961 e
basicamente referem-se aos blocos E e F, com a substituição dos 64
apartamentos de 4 dormitórios por 348 kitchenettes e apartamentos de 1
dormitório. Não foram encontradas cópias heliográficas destas pranchas com a
aprovação na PMSP. Os desenhos estão na escala 1:50, apesar de ser
informado no carimbo que a escala do desenho é 1:100.
Provavelmente estas pranchas nunca tenham sido utilizadas, visto que
consta no acervo do Condomínio do Edifício COPAN, um jogo de cópias
heliográficas de projeto modificativo do processo aprovado em 1961, com
desenhos muito parecidos com os da primeira etapa citada anteriormente, mas
com as modificações dos blocos E e F para kitchenettes e apartamentos de 1
dormitório. Estes desenhos foram aprovados em 1972 e no local do nome do
proprietário surge um papel comum colado sobre os carimbos com a
denominação da Companhia Nacional da Indústria da Construção (CNI)
substituindo a Companhia Pan-América Hotéis e Turismo. Vale ressaltar que
após o BRADESCO assumir os negócios do BNI, a CNI foi mantida até a
finalização do edifício COPAN.
Também foram classificadas quatro pranchas de desenhos para projeto
de aprovação na PMSP. Estas pranchas provavelmente não tenham sido
utilizadas, pois estão inacabadas. Todas foram desenhadas com canetas
nanquim em papel vegetal e se referem ao pavimento térreo (110x163cm),
subsolo (80x90cm), 2º subsolo (80x90cm), e corte esquemático (74x111cm).
26
As pranchas constantes neste primeiro processo não foram encontradas.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
46
4.2.2 PROJETO EXECUTIVO DE ARQUITETURA.
Foram analisadas e classificadas setenta pranchas do projeto executivo
de arquitetura, que têm como data mais antiga o ano de 1954; esse
procedimento prolongou-se por mais de 10 anos, visto que foram verificadas
pranchas do ano de 1968. No ano de 1954 o autor do projeto era identificado
apenas por “Oscar Niemeyer Filho Arquiteto”. No ano de 1958 os autores
passam a ser “Oscar Niemeyer Filho e Carlos Lemos Arquitetos” e a partir de
1963 surge apenas o nome de “Carlos Alberto Cerqueira Lemos Arquiteto”.
Segundo Lemos (NUTAU, 2004), houve um momento em que Oscar
Niemeyer precisava se dedicar totalmente ao projeto dos edifícios de Brasília,
cujo processo de construção estava se iniciando, e o escritório foi repassado a
Carlos Lemos. de-se verificar, no entanto, que este processo ocorreu em
duas etapas: uma pautada na sociedade com Carlos Lemos e outra, de
transmissão total da responsabilidade a Lemos.
A divisão definida nas juntas de dilatação foi utilizada nos desenhos dos
projetos de arquitetura e estrutura, onde as partes eram chamadas de “corpos”.
Os desenhos do projeto executivo de arquitetura eram feitos em papel
vegetal, com a utilização de canetas com tinta nanquim. As plantas estão na
escala 1:50, porém, nos detalhes, foram utilizadas escalas 1:2, 1:5, 1:10, 1:20 e
1:25.
O carimbo padrão localiza-se no canto inferior direito da prancha. Não
existe um espaço específico para anotações de revisões, nem para
especificações de padrões de acabamentos (figura 25). As datas de revisão
foram colocadas sobre o carimbo. Não é seguida uma modulação padrão para
definir o tamanho das pranchas que variam de 58x81 cm, 80x96 cm, 77x108
cm, 66x130 cm (Altura x Largura), dentre outros.
Foram classificadas quatro pranchas do projeto executivo de arquitetura,
três para o subsolo e uma para o segundo subsolo. Faltam pedaços que
comprometem a leitura do carimbo destas pranchas; provavelmente são da
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
47
E D I F I C I O
C O P A N
S Ã O P A U L O
O S C A R N I E M E Y E R F I L H O E C A R L O S L E M O S - A R Q U I T E T O S
CASA DE MÁQUINAS E CAIXA D'ÁGUA - CORPO 425 - 9 - 58 ESC. 1 : 5 0
EC 1-40
ESPAÇO ONDE SÃO ANOTADAS AS DATAS DAS MODIFICAÇÕES REALIZADAS NA PRANCHA
P R O J E T O
5 5 40
60 110
35555
170
Figura 25 – Carimbo padrão utilizado no projeto executivo de arquitetura. Medidas em milímetros.
primeira fase do projeto executivo (1954), pois o autor é identificado apenas
como “Oscar Niemeyer Arquiteto”.
No pavimento térreo foram verificadas quatro pranchas do projeto
executivo de arquitetura (corpos 2 e 3) com data de 1954 que apresentam
configuração próxima do que foi executado. Estas pranchas têm anotações de
modificações feitas no ano de 1958.
O foyer apresenta três pranchas, sendo que uma, desenhada no ano de
1968 e com carimbo de “Oscar Niemeyer e Carlos Lemos arquitetos”, tem
layout similar ao executado com grandes corredores de circulação, aberturas
para o exterior e pisos superiores das lojas do pavimento térreo. Algumas
modificações foram feitas, como a não instalação de escadas rolantes de
acesso, porém os vãos na laje para a passagem destas escadas foram
realizados o que demonstra que esta decisão foi tomada no decorrer da obra.
Existem oito pranchas do projeto executivo para o terraço dos anos de
1954 - com anotações de modificações de 1958 - 1963 e 1967. Em todas as
pranchas este pavimento conta com lojas. Todo ele foi vendido para a
companhia TELESP
27
na década de 70 para abrigar escritório desta empresa.
Foram feitas modificações que não constam no acervo doado à FAUUSP. Não
27
Companhia Telefônica de São Paulo S.A.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
48
Figura 26
Planta do pavto. tipo no Corpo 4 (ap
artamentos de 4 dormitórios
). Fonte a
cervo da biblioteca da FAUUSP.
foi possível o acesso ao terraço para conferências de modificações feitas,
porém verifica-se que todo o pavimento foi fechado com caixilhos de vidros
fumê.
Também foram verificadas dezesseis pranchas para este pavimento -
terraço (não consideradas como parte integrante do acervo de projeto
executivo de arquitetura), sendo sete com carimbos da CNI ou do
departamento de engenharia do BRADESCO e nove sem identificação de
autoria. Todas estas pranchas têm configurações diferentes do espaço
executado. As pranchas com carimbos do departamento de engenharia da CNI
ou do BRADESCO foram feitas nos anos de 1968 e 1973 e, das pranchas não
identificadas, apenas uma é datada de 1961. As restantes não apresentam a
data em que foram desenhadas.
Foram classificadas e observadas quatro pranchas do pavimento tipo no
projeto executivo, dos anos 1954 e 1958. Estas pranchas dos corpos 1, 2, 3 e
4, apresentam o que foi definido pelo projeto inicial de Oscar Niemeyer, ou
seja, apartamentos de 4 dormitórios nos blocos E e F (figura 26).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
49
Foram verificadas seis pranchas (não consideradas como parte integrante
do acervo de projeto executivo de arquitetura), com quatro alternativas para a
modificação dos blocos E e F, que eram apresentadas em pranchas de 58x60
cm sem especificação da data do desenho e do autor do projeto. Os desenhos
eram feitos na escala 1:30, em papel vegetal e canetas com tinta nanquim. São
cotados os interiores dos cômodos, de parede a parede. Algumas pranchas
apresentam o visto, com caneta esferográfica comum, de “Tadeu” sempre
datada de 1965. Segundo Lemos (NUTAU, 2004) Tadeu Starzinsk, engenheiro
responsável pela obra do COPAN, incumbiu-se das modificações dos blocos E
e F, inclusive dos desenhos de arquitetura. Ainda, segundo Lemos, a anotação
à caneta na verdade não é uma rubrica de Tadeu Starzinsk, mas um
encaminhamento interno da CNI. Vale ressaltar que nas propostas de
modificações dos blocos E e F, foram mantidos o local dos elevadores,
escadas de incêndio e os banheiros. Foram criados, porém, outros banheiros
(figura 27).
Figura 27 – Proposta de modificação do bloco E. Fonte acervo da biblioteca da FAUUSP.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
50
Dezessete pranchas do projeto executivo de arquitetura, com datas de
1954, 1958 e 1962, mostram plantas de outros pavimentos, como subsolo,
casa de máquinas e cobertura do terraço. Duas pranchas, também do projeto
executivo de arquitetura e desenhadas em 1962, mostram a rua interna que
separa o COPAN do prédio do BRADESCO.
Foram classificadas setenta e oito pranchas (não consideradas como
parte integrante do acervo de projeto executivo de arquitetura) de
personalização de apartamentos e lojas. As pranchas dos apartamentos não
identificam a data e são apresentadas em papel vegetal com desenho feito a
lápis. Sempre exibem planta na escala 1:50, com as devidas modificações de
alvenarias a serem executadas e algumas identificam o proprietário do
apartamento. Os desenhos das lojas são elaborados em escalas 1:50, 1:25 ou
1:20 e sempre apresentam planta de distribuição de mobiliário. Grande parte
destas lojas destinava-se ao BRADESCO ou a alguma de suas empresas e
eram desenvolvidas, ora pela CNI ora pelo departamento de engenharia do
banco. Todas as pranchas das lojas são das décadas de 60 e 70. Nenhuma
dessas lojas existe, nos dias de hoje, segundo esses projetos personalizados.
Existe uma prancha, com data de 03/08/1959 e carimbo do departamento
de engenharia da CNI, que apresenta o contorno do edifício na escala 1:200 e
apenas o bloco B tem a definição das paredes divisórias internas. Como
assunto é citado “pavimento tipo – 1° ao 32° - estudo para o hotel”, pode indicar
que, mesmo desistindo da construção do edifício do hotel, o banco
BRADESCO não descartou imediatamente a inserção de uso do hotel no
empreendimento.
As trinta pranchas restantes do projeto executivo de arquitetura possuem
os mais diversos detalhes: escadas, rua interna entre o COPAN e a área do
prédio do BRADESCO, elevações parciais de lojas, caixilhos, portas,
esquadrias de madeira, dentre outros.
Existem também, no acervo, três pranchas do projeto de eletricidade com
tomadas, pontos de luz e telefones para o pavimento tipo dos bloco E e F (com
kitchenettes e apartamentos de 1 dormitório). Estes desenhos foram feitos com
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
51
0.08
1.05
0.10
0.10
0.43 0.20
0.35
0.05
1.450.30
0.24
0.10
3.15
Figura 28 – Corte esquemático - Lajes do pavimento
tipo e brise soleils. Sem escala. Medidas em metros.
canetas de tinta nanquim sobre cópias ozalite de plantas do projeto executivo
de arquitetura. Uma dessas pranchas apresenta o carimbo de “PROENGE
Sociedade de Projetos e Engenharia”.
4.2.3 PROJETO DE ESTRUTURA E FUNDAÇÕES.
Foram analisadas e classificadas cento e trinta e nove pranchas do
projeto estrutural inicial, desenvolvido nos anos de 1954 a 1957 e 1959. Estas
pranchas foram desenhadas com canetas nanquim em papel vegetal, porém as
anotações foram feitas a lápis e não existe uma modulação padrão de
tamanho, pois foram verificados várias medidas de comprimento e largura.
Algumas destas pranchas apresentam um carimbo secundário de “Construtora
Ferreira Barreto”.
Os pavimentos térreo, foyer e terraço, bem como os dois subsolos,
possuem duas fileiras de pilares de 60 cm de espessura, 2.40 m de
comprimento e extremidades curvas. Estes pilares servem de sustentação para
a torre de apartamentos, visto que as fileiras têm o mesmo alinhamento da
torre. Estes pavimentos têm lajes com malha treliçada e modulação irregular de
vigotas, sendo que a laje de piso tem 8 cm de espessura e as vigotas 42 cm de
altura. As vigotas também têm 8 cm de
espessura afastadas 45 cm umas das
outras. As vigotas são limitadas por
grandes vigas, com 50 cm de altura e
chegam a ter 1.04 m de largura.
O pavimento tipo da torre
residencial também tem lajes com malha
treliçada e modulação irregular de
vigotas, porém com altura final de 28 cm.
A distância entre as pisadas brutas de
pavimento a pavimento é de 3.15 m. Os
brise-soleil são de concreto armado,
têm 1,45 m de largura, 10 cm de altura,
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
52
Foto 24 – Vista de pilar do segundo subsolo sem
reforço na sua base.
Foto 25 – Vista de pilar do segundo subsolo com
reforço na sua base.
sendo distantes 1,05 m entre suas faces superiores e com ligeira inclinação na
sua extremidade (figura 28). Na obra decidiu-se executar os brises retos, sem a
inclinação na extremidade.
Foram analisadas e classificadas vinte e oito pranchas do escritório
técnico Franco Rocha”, de propriedade do engenheiro Paulo Franco Rocha. As
pranchas são datadas dos anos de 1961 a 1965, 1967 e 1968 e cinco delas
(1961, 1962, 1965 e 1968) dizem respeito ao reforço das fundações que
recalcaram. A solução adotada foi a utilização de macacos hidráulicos para
reestabilizar a parte que recalcou e uma das pranchas analisadas mostra o
detalhe de colocação do macaco hidráulico. Duas das pranchas referentes à
solução do recalque apresentam anotação “Milton Vargas”, acompanhada de
data. Este fato comprova a participação de Milton Vargas na solução adotada.
As outras vinte e três pranchas do escritório técnico Franco Rocha
analisadas referem-se a alguns serviços complementares no edifício, como o
cálculo de algumas novas lajes e o cálculo estrutural para o cinema.
Foram analisadas vinte e seis pranchas elaboradas pela empresa
“Civilhidro”. Tratam-se de cópias ozalite dos projetos dos caixões de fundações
e os carimbos mostram que foram desenhadas nos anos de 1953, 1954 e
1958. No local de identificação do cliente nos carimbos das pranchas de 1953
surge o nome da “Construtora Harding”. Nas pranchas dos anos de 1954 e
1958 o cliente já é a CNI.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
53
Finalmente foi verificada uma prancha elaborada pelo “engenheiro José
Codato” e é identificada apenas como “forma e armação de escada de
ampliação”, sem informações mais detalhadas, como a localização da escada
no prédio. Esta prancha foi desenhada com canetas nanquim em papel vegetal.
4.2.4 DESENHOS COMPLEMENTARES.
Foi classificada uma prancha do terreno onde seria implantado o maciço
COPAN” (hotel e edifício residencial). Desenhada com pis em papel vegetal
na escala 1:250 e medindo 73x85cm, apresenta nota informando que o terreno
foi “... adquirido pela COPAN do conde Silvio Álvares Penteado”.
Para os pavimentos térreo, foyer e terraço foram verificadas quatro
pequenas pranchas (22x31cm) desenhadas com canetas nanquim em papel
vegetal na escala 1:500; nelas, apenas o térreo tem layout próximo ao que foi
executado. Não identificação da data nessas pranchas. O foyer e o terraço
apresentam lojas e o acesso para estes pavimentos é feito por rampa circular
externa. Segundo Lemos (2004) esta rampa, proposta inicialmente por
Niemeyer, foi substituída por escada, haja vista a grande dificuldade na sua
execução. Também foram analisadas três pranchas destes pavimentos,
desenhadas com canetas nanquim em papel vegetal, medindo 63x103cm e
apresentando a seguinte nota: “planta para levantamento”.
Ainda a propósito do térreo, foyer e terraço foram classificadas vinte e
duas pranchas duas do térreo, treze do foyer e duas do terraço sempre
desenhadas com canetas nanquim em papel vegetal com apresentação das
plantas dos pavimentos em sua totalidade ou de forma parcial e contemplando
várias propostas de modificação feitas para estes pavimentos, visto que grande
parte dos desenhos destas pranchas não correspondem ao que efetivamente
foi construído. Doze destas pranchas apresentam carimbos da CNI, uma tem
carimbo do departamento de engenharia do BRADESCO e as outras não têm
identificação de autoria. As que apresentam carimbo foram executadas nos
anos de 1959, 1961, 1966, 1973 e 1981.
O pavimento tipo apresenta vinte e cinco pranchas que claramente eram
utilizadas pela equipe de vendas do edifício. Sempre desenhadas com canetas
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
54
nanquim em papel vegetal na escala 1:50, sete destas pranchas mostram os
diversos tipos de apartamentos existentes no prédio (blocos E e F com
apartamentos de 4 dormitórios), com proposta de distribuição de móveis,
acompanhada de pequena planta sem escala do edifício com a devida
localização do apartamento (figura 29). Nessa planta esquemática do prédio
aparecia o hotel que não foi construído; tanto o valor do apartamento (em
cruzeiros) quanto as formas de pagamento eram datilografados. Dezoito
pranchas deste conjunto apresentam os novos tipos de apartamentos dos
blocos E e F (kitchenettes e 1 dormitório), têm símbolo da CNI e não informam
os valores a serem pagos.
Figura 29 – Planta promocional de apartamento do bloco A. Fonte acervo da biblioteca da FAUUSP.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
55
Foram classificadas mais sete pranchas sobre o material/acessório de
vendas dos apartamentos. Uma prancha, medindo 31x23cm, apresenta planta
esquemática (escala 1:500) do edifício com áreas dos apartamentos. Uma
prancha mostra corte esquemático (sem escala) identificando os apartamentos
vendidos e outra tabela de vendas dos apartamentos do bloco C. Ambas as
pranchas medem 26x20cm. Uma prancha mostra a posição de vendas dos
apartamentos do bloco B, outra tem tabela com posição de venda das lojas e
uma terceira o organograma da obra de 1958 a 1961. Todas estas pranchas
foram desenhadas com canetas nanquim em papel vegetal. Finalmente uma
prancha corresponde ao detalhamento executivo do stand de vendas do prédio.
Desenhada a lápis em papel vegetal, esta prancha mede 36x100cm e as
escalas adotadas foram 1:25 e 1:50.
Foram classificadas sete pranchas de estudos para banheiros masculinos
e femininos localizados nos pavimentos subsolo, térreo, sobreloja e terraço.
São pequenas pranchas (25x30cm) desenhadas com canetas nanquim em
papel vegetal na escala 1:50. Não são identificadas, nestas pranchas, o autor e
a data em que foram elaboradas.
Duas pranchas observadas são de proposta de fornecimento de
elevadores, uma substitutiva da outra. Nestas pranchas, que medem 30x25cm
e foram desenhadas com canetas nanquim em papel vegetal, a população
estimada do edifício (com apartamentos de 4 dormitórios nos blocos E e F) é
de 2806 moradores. Também foi classificada uma prancha (83x130cm) do
estudo para escadas rolantes, feita a lápis em papel vegetal e na escala 1:10.
As três pranchas não informam o ano em que foram desenhadas.
Três plantas analisadas apresentam curiosidades, como o detalhe de
caçamba da obra (30x25cm desenhada com lápis em papel vegetal), a rede de
esgotos da Avenida Ipiranga e entorno (30x40cm desenhada com lápis em
papel vegetal) ou a planta do terreno onde foi implantado o COPAN (escala
1:250 com 73x85cm e desenhada a lápis em papel vegetal.).
Sete pranchas classificadas dizem respeito a detalhes do edifício como o
heliponto na cobertura (sem escala), tubos de coleta de águas pluviais,
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
56
subsolo com locação de vagas, local de cabine de barramentos e câmaras dos
transformadores, alizares (guarnições) das portas de entrada ou o sistema de
exaustão dos banheiros. Destas pranchas apenas as duas últimas informam a
data em que foram desenhadas: 1962 e 1961 respectivamente.
Finalmente foram analisadas duas pranchas que apresentam gráficos dos
recalques das colunas de 1956 a 1960 (42x46cm desenhadas com lápis em
papel vegetal) e uma que apresentava um estudo para logotipo da empresa
“Turismo BRADESCO”.
Quatro pranchas constantes nestes tubos não têm identificação e não foi
possível transparecer os desenhos nelas contidos; uma prancha era o cálculo
de ferragens de laje e nervuras de uma pequena loja. Esse desenho (pranchas
de 51x100cm feitas com canetas nanquim em papel vegetal) foi feito em 1971
e o responsável está identificado como o departamento de engenharia da CNI.
4.3 AVALIAÇÃO FÍSICA.
Essa etapa é definida visando o reconhecimento especializado do estudo
de caso nos itens pesquisados (Ornstein e Roméro, 1992). Essa parte da
pesquisa definiu as observações realizadas à luz de legislações, normatizações
ou critérios adotados em outros trabalhos científicos e com validade
reconhecida. Foram as seguintes medidas adotadas para cada item
pesquisado:
4.3.1 CONFORTO AMBIENTAL.
A avaliação sica de conforto ambiental se baseou em vistorias tipo
“walkthrough”, ou seja, observações a olho nu realizada pelo avaliador,
simulações nos softwares ARQUITROP e Luz do sol, de autoria do Prof. Dr.
Mauricio Roriz – UFSCar
28
e Relux (Relux Informatik AG – Suíça)
29
.
Foram feitas medições no interior dos ambientes de temperatura do ar
com termógrafos e luxímetro digital marca MINIPA modelo MLM 1332.
28
Universidade Federal de São Carlos, São Paulo.
29
O software ARQUITROP simula as temperaturas internas dos ambientes, de acordo com as condições externas de
clima do local onde se encontra a edificação. Os softwares Luz do sol e Relux demonstram a incidência de sol direto
nos ambientes e as iluminâncias internas, respectivamente.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
57
2º andar
bloco A
Termógrafo
Medição
living do
bloco C
Arquitrop
Simulação
30º andar
dormitório do
Arquitrop
Simulação
living do
30º andar
bloco A
Arquitrop
Simulação
30º andar
bloco B
kitchenette do
Medição
Termógrafo
27º andar
bloco D
living do
NM
NV
20º
Figura 30 – Ambientes medidos com
termógrafos ou simulados no ARQUITROP.
Sem escala.
Também foram feitas medições estatísticas em dB(A), utilizando decibelímetro
marca LUTRON SL-4001.
Os ambientes foram simulados no ARQUITROP para os dias 22 de junho
e 22 de janeiro. Considerou-se uma ocupação de duas pessoas das 20h00min
até 04h00min, acendendo uma lâmpada de 100 Watts de potência das
20h00min até 22h00min. As janelas foram consideradas abertas das 20h00min
até 06h00min. Foi adotado 20º
30
como ângulo de declinação magnética
31
. Nos
ambientes de frente para a Avenida Ipiranga os vidros foram protegidos por
venezianas, pois o ARQUITROP não permite a criação de brises externos.
Foram colocados termógrafos em salas de estar/jantar de apartamentos
dos blocos A e D. Os aparelhos foram colocados no centro dos ambientes
distantes 0,80m do piso. O apartamento do bloco A tem dois moradores que
saem 8h00min para trabalhar e retornam 18h00min. A sala de estar/jantar é
30
Segundo a fórmula D=Cig I (A+Fa)CipI onde D=declinação magnética - Cig=curva isogônica, A= ano de observação,
Fa= Fração do ano e Cip=curva isopórica – foram obtidos os seguintes valores: D=20º02’ em 22 dez e D=19º56’ 22 jan.
(Frota, 2004).
31
Desvio entre o Norte Magnético e o Norte Verdadeiro. (Harkness, 1978).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
58
Luxímetro
Medição
23º andar
16:45 hs.
28/05/2004
22 de jun
Simulação
Luz do sol
25º andar
15:50 hs.
28/05/2004
Medição
Luxímetro
17:00 hs.
28/05/2004
23º andar
Medição
Luxímetro
9º andar
Medição
Luxímetro
16:25 hs.
28/05/2004
15:25 hs.
28/05/2004
16:00 hs.
Luxímetro
Medição
25º andar
Simulação
22 de jun
Relux
27º andar
Medição
Luxímetro
NM
NV
20º
28/05/2004
Figura 31 Ambientes medidos com Luxímetros ou simulados no Relux e Luz do sol. No dia de medições
(28/05/04) o céu estava parcialmente nublado. Sem escala.
freqüentada das 20h00min até 22h00min, pois possui a única televisão do
apartamento. Neste ambiente foi executado peitoril de alvenaria com 1,00m de
altura. O apartamento do bloco D tem um morador sem regularidade de
horários, tanto na permanência no apartamento, como na freqüência de uso da
sala de estar/jantar. Os dados foram comparados com os de temperatura
externa do ar para os mesmos dias, fornecidos pelo IAG/USP
32
que possui
estação meteorológica na Cidade Universitária, no bairro do Butantã em São
Paulo.
Para iluminação natural os critérios de desempenho adotados foram:
Níveis de iluminância para ambientes residenciais segundo a NBR 5413/1992
(150 lux) e ofuscamento
33
.
As medições de iluminação natural foram feitas no dia 28 de maio de
2004, das 15h25min às 17h00min, em apartamentos de diferentes orientações.
Foram feitas doze medições por ambiente, com quatro fileiras de três pontos no
32
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.
33
Falta de adaptação do olho humano provocada por contrastes excessivos. Pode ser perturbador ou inibilitador
(Vianna e Gonçalves, 2001).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
59
A
B
10% de A
30% de A
50% de A
90% de A
20% de B 20% de B
50% de B
JANELA
Figura 32 – Critérios de localização dos pontos
de medição nos ambientes. Sem escala.
Foto 26 – Vista do local das três primeiras medições
com decibelímetro no dia 29/09/2004.
sentido transversal e três fileiras de quatro pontos no sentido longitudinal
(figura 32). Todos os pontos estavam a 0,80m do piso.
Os ambientes foram simulados nos
softwares Relux e Luz do sol para os dias 22
de junho com céu claro no Relux e
parcialmente nublado no Luz do sol. O
software Luz do sol não permite a construção
de brises intermediários. Utilizou-se somente
o brise superior, porém seu dimensionamento
foi feito de acordo com o ângulo de abertura
dos brises do COPAN que é de 35º.
Em entrevistas livres de caráter preliminar, o síndico e o zelador do
edifício COPAN informaram que o momento de maior movimento noturno nas
redondezas do prédio ocorre nas madrugadas de sábado para domingo. Foram
feitas quatro (4) medições estatísticas em dB (A) de 15 minutos, no dia 29 de
agosto de 2004 (domingo) de 2h00min às 4h00min, no foyer, que é o piso
imediatamente acima do pavimento térreo. O decibelímetro foi posicionado a
1,20m do piso. Adotou-se um intervalo de 15 minutos entre uma medição e
outra, quando foi observado o fluxo de veículos nas esquinas da Rua Araújo
com a Avenida Ipiranga e feitas anotações das principais fontes de ruídos. Nas
medições anotaram-se as ocorrências em intervalos de 10 segundos. As três
primeiras medições foram feitas com o decibelímetro voltado para a Avenida
Ipiranga. A última medição foi feita em vão do foyer entre os mezaninos de dois
restaurantes do térreo do COPAN, identificados como as maiores fontes de
ruídos naquele momento (fotos 26 e 27).
Finalmente foi feita
medição estatística em dB
(A) para se verificar o
desempenho acústico
sumário do caixilho padrão
(survey) e o ruído do trânsito
no entorno do edifício em dia
Local das
três primeiras
medições do
dia
29/08/2004
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
60
Foto 27 – Vista do local da última
medição com decibelímetro no dia
29/09/2004. Fonte smpb_projects
Eduardo Aquino.
útil da semana. O dia de medição foi
05 de outubro de 2004 (terça-feira) às
15h00min. Os critérios de medição
foram os mesmos descritos
anteriormente utilizando-se dois
decibelímetros, um posicionado no
interior do apartamento a dois metros
do caixilho fechado e o outro na parte
exterior apoiado no brise soleil. Foram
anotados os valores internos e
externos simultaneamente.
Os dados obtidos nas medições foram tabulados utilizando-se planilha do
software Excel, fornecida em 2004 pelo Prof. Dr. João Gualberto de Azevedo
Baring (FAUUSP), obtendo-se os valores de L10
34
, L90
35
e Leq
36
, que foram
comparados com os dados da Lei municipal 11.840 (PMSP) e NBR
10.151/1987.
4.3.2 TÉCNICO FUNCIONAL.
Foram feitas medições do mobiliário e dos arranjos espaciais (layout) de
dezessete apartamentos de variados blocos e tipologias, sendo dois
apartamentos do bloco A, sete do bloco B (dois apartamentos de 1 dormitório e
cinco kitchenettes), dois do bloco C, dois do bloco D e quatro dos blocos E e F
(dois apartamentos de 1 dormitório e duas kitchenettes) anexo 5. As visitas
foram feitas nos meses de janeiro e fevereiro de 2006 em apartamentos
indicados pelo síndico do edifício e acompanhadas do zelador. Dava-se
preferência a apartamentos que mantiveram as configurações do projeto
original e a quantidade de moradores similares às médias de moradores por
apartamento, observadas nas tabulações dos questionários aplicados aos
usuários/moradores. Com base nas medições foram elaboradas plantas
mobiliadas utilizando-se do software AutoCAD 2000.
34
Nível de pressão sonora excedido em 10% do tempo total de medição.
35
Nível de pressão sonora excedido em 90% do tempo total de medição.
36
Nível de pressão sonora equivalente.
Local da última
medição do dia
29/08/2004
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
61
medidos
apartamentos
Dois
NM
NV
20º
medidos
apartamentos
Dois
medidos
apartamentos
Dois
medidos
apartamentos
Dois
medidos
apartamentos
Cinco
medidos
apartamentos
Quatro
Os critérios de desempenho adotados foram: Áreas úteis dos cômodos,
área útil/morador, congestionamento
37
e Índices de Obstruções (IO)
38
. As
análises foram separadas, considerando-se um grupo de apartamentos dos
blocos A, C e D, o segundo grupo de apartamentos do bloco B e um último
grupo de apartamentos dos blocos E e F. Desta forma adotou-se os mesmos
agrupamentos utilizados para a distribuição dos questionários, conforme
veremos a seguir.
Os dados obtidos nos apartamentos visitados foram comparados com os
valores de Boueri Filho (1989), Blachère (1966), IPT, Roméro e Ornstein
(2003), Imai (2000), Código de edificações do Município de São Paulo e Código
Sanitário do Estado de São Paulo.
37
Quantidade de morador por cômodo habitável, excluindo-se banheiros, cozinhas, área de circulação e serviços
(Boueri Filho, 1989). Para o edifício COPAN as dependências de empregada foram consideradas áreas de serviço com
relação ao cálculo deste índice, pois em todos os apartamentos observados estes espaços eram utilizados como
depósitos.
38
Percentual de área ocupada por mobiliário e equipamentos em relação à área para a utilização dos mesmos e
circulação (Roméro e Ornstein, 2003).
Figura 33 – Medições de mobiliário e layout realizadas nos
apartamentos. Sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
62
4.3.3 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DIFICULDADES DE
LOCOMOÇÃO E VISÃO.
Segundo Cambiaghi (2004, p. 10):
“a heterogeneidade de limitações físicas é uma das principais dificuldades
para poder determinar os parâmetros válidos no campo da supressão de barreiras
arquitetônicas”.
Para o relatório foram elencados dois grupos de usuários: Usuários de
cadeiras de rodas e pessoas com deficiência visual ou baixa acuidade visual.
Em vistoria do tipo walkthrough realizada no dia 25/05/2006 as
observações dividiram-se em duas categorias:
1- Áreas externas e de uso comum do edifício observando a
possibilidade de acesso aos apartamentos, a partir da rua, por pessoas com
dificuldades de locomoção e visão no entorno próximo do edifício e áreas
comuns, tais como a galeria comercial existente no pavimento térreo e
circulações do pavimento tipo da torre residencial.
2- Unidades autônomas residenciais analisando a possibilidade de
adequação dos apartamentos ao uso de pessoas com dificuldade de
locomoção e de visão.
As observações basearam-se nos dados técnicos fornecidos pela NBR
9050 (2004). Vale acrescentar que recentemente a Prefeitura do Município de
São Paulo lançou o Selo de Habitação que qualifica imóveis acessíveis”, no
intuito de certificar os imóveis existentes - ou a construir - que permitem o
acesso total ou parcial às pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida
(www.capital.sp.gov.br), o que demonstra sua preocupação com o incentivo e
promoção da acessibilidade na cidade.
4.3.4 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.
Foi feito acompanhamento junto à equipe de Pós Graduandos da Profa.
Dra. Rosaria Ono (FAUUSP) em visita técnica realizada no dia 04 de maio de
2005. Posteriormente foi tomado depoimento da referida especialista no dia 20
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
63
de abril de 2006 para direcionamento dos quesitos a serem verificados no
edifício, por ocasião de vistoria do tipo walkthrough realizada nos dias 26, 27 e
28 de abril de 2006. Esta vistoria foi acompanhada do chefe da brigada de
incêndio do edifício e os critérios de desempenho adotados foram os dados
técnicos fornecidos pela Lei do Município de São Paulo 11.228/92, Decreto
Municipal 32.329/92 e Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do
Estado de São Paulo (CBESP).
4.4 AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS
USUÁRIOS.
São várias as ferramentas de avaliação que podem ser utilizadas em
pesquisas de APO para se obter as informações junto aos usuários, tanto
isoladamente, como (e preferencialmente) combinadas. A escolha da(s)
melhor(es) ferramenta(s) adotada(s) deve(m) levar em conta questões como as
especificidades do edifício estudado - tais como uso, técnica construtiva,
climatologia do entorno, etc. -, o rigor da APO, o tempo disponível para a
pesquisa ou as características dos usuários (Preiser, 1989). Neste trabalho
foram adotadas as ferramentas de aplicação de questionários e mapas
comportamentais.
4.4.1 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS.
O questionário tem como objetivo aferir qual a impressão dos
usuários/consumidores sobre um determinado produto. No caso dos ambientes
construídos os questionários verificam suas relações com os usuários. Em
pesquisas de APO os questionários podem ainda informar os atributos, ou seja,
o perfil do usuário/morador, bem como seu comportamento, crenças, dentre
outros (Ornstein e Roméro, 1992).
Entrevistas abertas balizam o roteiro de hipóteses a serem testadas nos
questionários do tipo estruturados” (Fucci in Ornstein, Bruna e Roméro, 1995).
Estes, por sua vez, possibilitam a quantificação das respostas através da
utilização de escalas de valores, minimizando prováveis interpretações
inadequadas de algumas hipóteses. (Ornstein e Roméro, 1992).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
64
Por ter custos relativamente reduzidos, no Brasil a aplicação de
questionários é muito comum como medida de verificação da satisfação dos
usuários em APO’s de empreendimentos residenciais dos mais variados níveis
sociais.
Nesta pesquisa foi adotado o roteiro proposto por Ornstein e Roméro
(1992):
1- Decidir qual o questionário adotado.
2- Elaborar o questionário pré-teste.
3- Rever e aferir questões, se necessário.
4- Editar questionário definitivo.
5- Especificar procedimentos de aplicação do questionário definitivo.
6- Aplicar questionário definitivo.
Antes da escolha do questionário a ser testado, foram realizadas sete
entrevistas livres, não estruturadas, com moradores e responsáveis pela
manutenção do edifício. Foram entrevistados quatro moradores dos blocos B,
D e E, com tempo de moradia no COPAN variando entre 15 e 18 anos.
Também foram entrevistados o zelador, o chefe da equipe de manutenção e o
síndico.
4.4.1.1 ESCOLHA DO QUESTIONÁRIO ADOTADO.
Foi utilizado como modelo um formulário contemplando 35 questões (ver
anexo 02), aplicado em APO de edifício residencial na cidade de o Paulo
(Galvão e Arakaki, 2002). Neste questionário as seis primeiras questões foram
de identificação do perfil do usuário morador. As questões 7, 8 e 9, sobre
aspectos específicos da pesquisa em questão, foram eliminadas, bem como as
questões 18 e 20, relativas à qualidade de portas, metais e louças sanitárias,
prevendo-se que, para um edifício o antigo como o COPAN, muitos destes
itens já foram substituídos.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
65
Da questão 10 a 31, foram utilizadas escalas de avaliação verbal
39
, com
quatro variáveis indo do “péssimo” ao ótimo”, passando por “ruim e “bom”,
acompanhados do “não se aplica”. A questão 32 dizia respeito às vagas na
garagem e nas questões 33 e 34 o entrevistado tinha a opção de responder ou
não. A última questão era de múltipla escolha concluindo itens sobre possíveis
problemas no edifício ou no apartamento. As questões 10 a 21 eram sobre o
apartamento e das questões 22 a 31 sobre o edifício. Foram acrescentadas
quatro questões, de resposta dissertativa, sobre a área comercial do térreo e
vizinhança do edifício.
Optou-se pela aplicação de treze pré-testes, que correspondem a 12,14%
da amostra. Dos treze pré-testes, onze foram aplicados em usuários do
COPAN e dois em usuários de edifícios residenciais do centro da cidade de
São Paulo. Após a aplicação dos primeiros cinco pré-testes decidiu-se, por
sugestão do síndico, colocar a questão sobre a propriedade ou não do
apartamento em primeiro lugar. Na questão 28, que avaliava a aparência
externa do edifício, muitos avaliavam o estado de conservação e estética,
simultaneamente. A questão, então, foi dividida em duas, uma para aparência e
a outra para estado de conservação. Decidiu-se, também, dividir a questão
sobre o número de moradores no apartamento em duas questões, uma sobre o
número de pessoas do sexo feminino e outra sobre o número de pessoas do
sexo masculino. O tamanho da fonte foi aumentado de 9 para 11, pois muitos
moradores são idosos e sentiram dificuldade na leitura. Estas mudanças não
causaram transtornos nos pré-testes seguintes.
4.4.1.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA E CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DOS
QUESTIONÁRIOS.
Inicialmente pensou-se na aplicação de 92 questionários. Esta amostra,
que representa 7,75% do universo do COPAN, garantiria uma margem de erro
de 10% nos resultados (Ornstein e Roméro, 1992). Na distribuição dos
questionários seria adotado o critério de amostra por cotas”, feita em função
39
Compreende a apresentação das opções de respostas às pessoas, desde o extremo mais favorável até o extremo
mais desfavorável, pela identificação e ordenação das categorias através de expressões verbais (Mattar, 2001).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
66
da proporção que cada tipo de apartamento representa no universo, conforme
tabela a seguir:
Tabela 02 - Amostra de apartamentos por tipo (versão preliminar).
Tipologia do
apartamento
Quantidade de
apartamentos
Percentual do Universo
(%)
Número da
Amostra
3 dormitórios 128 11.05 10
2 dormitórios 64 5.51 7
1 dormitório 288 24.82 22
kitchenettes 680 58.62 53
TOTAL 1160 100.00 92
Este tipo de amostragem é impróprio, pois outros fatores, além dos
fixados pelas cotas, podem influenciar nos resultados (Levin e Fox, 2004). Nas
entrevistas livres preliminares, por exemplo, ficou evidente que o perfil dos
usuários do edifício pode ser bem diferente. O perfil sócio-econômico de um
morador de apartamento do bloco D pode ser muito diferente de morador de
kitchenette do bloco B. Considerar-se o COPAN como um universo único
poderia, portanto, comprometer a veracidade dos resultados.
Decidiu-se, então, considerar cinco universos distintos dentro do COPAN.
Os universos deveriam ser:
- Bloco A
- Bloco B
- Blocos C e D
- Bloco E
- Bloco F
O bloco A é o único que possui apartamentos de 2 dormitórios. O bloco B,
apesar de não ser o único a ter apartamentos de 1 dormitório e kitchenettes, foi
projetado assim desde o estudo inicial do edifício. Os blocos C e D têm perfis
muito parecidos de usuários e de tipologia de apartamentos (3 dormitórios). Os
blocos E e F têm apartamentos de 1 dormitório e kitchenettes, como o bloco B,
mas foram adaptados para isto, pois, no projeto original, teriam apartamentos
de 4 dormitórios.
A nova distribuição de questionários seria a seguinte:
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
67
Tabela 03 - amostra de apartamentos por tipo (segunda versão).
Bloco Quantidade de
apartamentos
Percentual do Universo
(%)
Número da
Amostra
A 64 5.51 30
B 640 55.17 49
C e D 128 11.03 30
E 168 14.48 30
F 160 13.81 30
TOTAL 1160 100.00 169
Para os blocos A, C/D, E e F, optou-se em utilizar o número de 30
questionários, o que é um número mínimo para dar confiabilidade nos
resultados (Ornstein e Roméro, 1992). Seriam aplicados 15 questionários no
bloco C e 15 no bloco D. Dos 30 questionários aplicados no bloco E, 10 seriam
em apartamentos de 1 dormitório e 20 em kitchenettes. No bloco F a
quantidade de questionários para 1 dormitórios e kitchenettes seria igual, ou
seja, 15 para cada. No bloco B os 49 questionários, que representariam a
mesma proporção que o número total de seus apartamentos representam no
universo total do COPAN, seriam aplicados 15 questionários em apartamentos
de 1 dormitório e 34 em apartamentos tipo kitchenette.
Para todos os blocos optou-se por uma amostra aleatória estratificada,
que envolve a divisão da população em subgrupos ou estratos mais
homogêneos, dos quais se extraem então amostras aleatórias simples (Levin e
Fox, 2004). Neste sentido, metade dos questionários foi aplicada em
apartamentos do ao 15º e a outra metade acima do 15º andar. Os
questionários deveriam ser aplicados em usuários que morassem a, pelo
menos, um ano no apartamento (Ornstein e Roméro, 1992).
Representando 14,56% do universo do COPAN, vale acrescentar que os
169 questionários deveriam proporcionar uma margem de erro de 7% nos
resultados.
Por sugestão do síndico do edifício, os questionários foram entregues na
administração para que fossem distribuídos entre os moradores, respeitando-
se, porém, os critérios citados. Os questionários eram acompanhados de
carta explicativa da pesquisa. Este procedimento, pouco ortodoxo para a coleta
de dados, pode inviabilizar as generalizações estatísticas dos resultados
obtidos na amostra para o universo, porém não compromete o contexto da
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
68
dissertação que consiste na fundamentação científica de hipóteses através de
generalizações analíticas. Yin (2005, p. 53 e 54) acrescenta:
“Na generalização estatística faz-se uma inferência sobre uma população
(ou um universo determinado) com base nos dados empíricos coletados de uma
amostra... essa é a maneira mais comum de se generalizar ao se realizarem
levantamentos... Generalização analítica, no qual se utiliza uma teoria previamente
desenvolvida como modelo com o qual se devem comparar os resultados
empíricos do estudo de caso”.
Nesse sentido nas generalizações analíticas não se deve pensar em
expressões como “margem de erro” ou “intervalo de confiança”, visto que neste
tipo de generalização o objetivo não é enumerar freqüências, como nas
generalizações estatísticas (Yin, 2005).
Em novembro de 2002 foram entregues 35 questionários no bloco A, com
o retorno de 16 questionários preenchidos, dos quais 15 válidos. Em janeiro de
2003 foram distribuídos 55 questionários no bloco B, com retorno de 50
questionários preenchidos e 44 questionários válidos. Em abril de 2003 foram
entregues 20 questionários no bloco C e 20 no bloco D, com retorno de 10
questionários de cada bloco, com nove válidos para ambos. Em setembro de
2003 foram entregues 20 questionários para o bloco E e 20 para o bloco F,
com retorno de nove questionários somente do bloco F dos quais apenas sete
questionários eram válidos. Em fevereiro de 2004 foram entregues mais 25
questionários para o bloco E e 11 questionários para o bloco F, retornando 13
questionários do bloco E e seis do bloco F, todos válidos. Todos os
questionários não validados foram descartados porque os usuários que os
preencheram moravam a menos de um ano no apartamento.
Em vista do baixo retorno dos questionários optou-se por uma nova
ordenação da amostra. Os universos amostrais passaram a ser os seguintes:
- Blocos A, C e D.
- Bloco B
- Blocos E e F
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69
A distribuição final dos questionários foi a seguinte:
Tabela 04 - Amostra de apartamentos por tipo (versão final).
Bloco Quantidade de
apartamentos
Percentual do Universo
(%)
Número da
Amostra
A, C e D 192 16,54 33
B 640 55,17 44
E e F 328 28,29 30
TOTAL 1160 100,00 107
Dos 15 questionários aplicados no bloco A, oito ou 53,3% da amostra
foram aplicados do 16º andar para cima e sete ou 46,7%, foram aplicados do 1º
ao 15º andar. Nos 44 questionários válidos para o bloco B, 14 ou 31,8% foram
aplicados em apartamentos de 1 dormitório e 29 (68,2%) em kitchenettes.
Para este bloco, 54,5% dos questionários foram aplicados do 16º andar para
cima e 45,5% do 1º ao 15º andar. No bloco C, onde se obtiveram nove
questionários válidos, seis (67%) foram aplicados do 16º andar para cima e três
(33%) foram aplicados do ao 15º andar. O bloco D, com o mesmo número
de questionários válidos do bloco C, teve quatro (44%) aplicados do 16º andar
para cima e cinco (56%) do ao 1andar. No Bloco E, dos 13 questionários
válidos, 10 ou 77% foram aplicados do 16º andar para cima e três (23%) do
ao 15º andar. No bloco F, dos 13 questionários válidos, nove ou 69% foram
aplicados do 16º andar para cima e quatro (31%) do 1º ao 15º andar.
As questões 09 a 29 foram tabuladas utilizando-se planilha de software
Excel, com modelo padrão de 4 variáveis fornecido pelo Prof. Dr. Marcelo de
Andrade Roméro (FAUUSP) no ano de 2001. Para formulação do diagrama de
Paretto
40
os valores numéricos foram de 1” para péssimo, 2” para ruim, “3”
para bom e 4” para ótimo. O “não se aplica” correspondeu ao “0” e não foi
tabulado. A mínima média aceitável adotada foi de “2.5”, ou seja, acima desta
média tem-se tendência positiva nas respostas e abaixo a tendência é
negativa. O desvio padrão
41
máximo, para confirmação dos resultados, foi de
“1,12”.
40
Diagrama de barras horizontais utilizado em APO’s para a síntese de aspectos positivos e negativos dos ambientes
construídos. Para sua confecção as barras são colocadas em ordem ascendente de importância, de acordo com as
médias das notas atribuídas, com os principais problemas colocados na parte superior do diagrama e os aspectos
positivos na parte inferior (Ornstein e Roméro, 1992).
41
Medida de variabilidade que verifica como os valores se distribuem em torno da média aritmética (Ornstein e
Roméro, 1992).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
70
4.4.2 MAPA COMPORTAMENTAL.
Mapas comportamentais são técnicas de observação que têm como
objetivo identificar atividades e comportamentos padrão, ou seja, que se
repetem no tempo e no espaço (Ornstein, Bruna e Roméro, 1995). As
observações buscam determinar, portanto, o comportamento informal das
pessoas, em determinado ambiente e num tempo específico, com o observador
apenas narrando o que vê, até os procedimentos mais estruturados, em que as
ações dos usuários são anotadas, fotografadas e/ou filmadas (Bell, Greene,
Fisher e Baum, 1996).
No caso da galeria de lojas existentes no térreo do edifício COPAN,
deseja-se aferir o fluxo de pessoas nas cinco entradas da galeria comercial,
durante o horário comercial diurno, nos dias úteis típicos de uma semana
padrão segunda à sexta feira e o comportamento dos usuários nas
imediações internas das entradas da galeria. Para tal, foram adotados os
passos preconizados por Ittelson, Proshansky e Rivlin (1974) para formulação
de mapas comportamentais, tais como:
1- Identificação das categorias de observações. Feitas por meio de
narrativas informais dos usuários e observação contínua.
2- Identificação da área a ser mapeada: no caso as cinco entradas da
galeria comercial do edifício e seu entorno próximo (área interna da galeria).
3- Preparação das formas e maneiras de observação, permitindo uma fácil,
rápida, eficiente e correta coleta de dados.
4- Preparação dos horários de observação.
Foram feitas observações nas cinco entradas do dia 08/03/2005 (terça
feira) ao dia 14/03/2005 (segunda feira), excluindo-se o sábado (12/03/2005) e
o domingo (13/03/2005). O sábado foi excluído, pois neste dia os escritórios do
entorno do edifício, bem como algumas lojas da galeria, estão fechados. O
domingo foi excluído, pois, nesse dia, todas as lojas da galeria estão fechadas.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
71
A cada dia era observada uma entrada. Os dias escolhidos tinham u
parcialmente nublado, porém sem chuvas. As temperaturas do ar eram
medidas sempre às 8h00min e às 18h00min em todos os dias de observação,
variando entre 21ºC mínima e 25,5ºC máxima. Vale ressaltar que o mês de
março é período regular de trabalho e não ocorrem férias escolares na cidade
de São Paulo.
As anotações aconteceram hora a hora, das 8h00min às 18h00min. Nos
primeiros 15 minutos anotou-se o número de pessoas que entravam e saiam. A
seguir verificou-se, também durante 15 minutos, para onde as pessoas que
acessavam a entrada observada se encaminhavam: ou passavam diretamente
para a galeria, ou acessavam as lojas próximas à entrada, ou os blocos de
apartamentos próximos. Finalmente eram feitas as anotações sobre as
aglomerações e as observações gerais das imediações da entrada (ambiente
calmo, movimentado, etc.). O último quarto de hora era reservado para
descanso do pesquisador ou organização dos dados coletados. As anotações
eram feitas em formulário (ver anexo 03) e eram também realizados, a cada
hora, registros fotográficos da entrada observada e suas imediações.
ENTRADA 04
ENTRADA 02
PRINCIPAL
ENTRADA 03
ENTRADA 05
ENTRADA 01
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
ESCALA GRÁFICA (metros)
20 0 10 30
DE BLOCOS OU PASSAGEM DIRETA PARA
O INTERIOR DA GALERIA.
OS CIRCULOS CORRESPONDEM
OS PRINCIPAIS ITENS OBSERVADOS
1- FLUXOS DE ENTRADA E SAÍDA
2- ACESSO ÀS LOJAS PRÓXIMAS, ENTRADAS
ÀS ÁREAS DE OBSERVAÇÃO.
FORAM:
3- AGLOMERAÇÕES.(critério adotado nas observações
reunião de três ou mais pessoas).
Figura 34 Locais de observação
do mapa comportamental realizado
na galeria do pavimento térreo.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
72
N
M
ÁREA DE APLICAÇÃO DOS
QUESTIONÁRIOS NA PRIMEIRA
MEIA HORA
ÁREA DE APLICAÇÃO DOS
QUESTIONÁRIOS NA SEGUNDA
MEIA HORA
Mesmo que o procedimento tenha contado com total apoio da
administração do Condomínio COPAN, os lojistas demonstravam alguma
desconfiança, sempre abordando o pesquisador e questionando-o sobre seu
trabalho.
Não foi adotada técnica de “observação participante”, como a
desenvolvida por Medvedovski (1998), que coloca o(s) observadore(s) na
posição de usuário(s); as observações são acompanhadas de algumas
abordagens para entrevistas o estruturadas (Sanoff, 1991). Este
procedimento pode proporcionar maior clareza nos resultados, mas no caso do
trabalho realizado no edifício COPAN as observações eram feitas apenas por
um pesquisador e o prazo para sua realização foi extremamente curto.
Retornou-se, entretanto, do dia 08/05/2006 (segunda feira) ao dia
12/05/2006 (sexta feira), para a aplicação de um pequeno questionário (ver
anexo 04), composto de duas perguntas pertinentes à utilização ou o da
galeria e as lojas de preferência. Este pequeno formulário, aplicado de 8h00min
às 9h00min, 12h00min às 13h00min e 17h00min às 18h00min (figura 35),
tinha como objetivo pesquisar a principal intenção dos usuários que entram na
galeria e a relação entre entrantes moradores e não moradores.
Figura 35 – Locais de aplicação do
questionário na galeria do pavto.
térreo. Sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
73
Nas observações realizadas, esses foram os períodos mais significativos
dos fluxos de entradas e saídas da galeria; foi adotada a amostra aleatória
simples, respeitados os princípios da generalização analítica citada
anteriormente, sendo que 299 usuários (total dos cinco dias) responderam as
perguntas. Na primeira meia hora, os questionários eram aplicados em área
próxima às entradas 1 e 2 e, na última meia hora, na área próxima às entradas
4 e 5.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
74
5
55
5-
--
-
RESULTADOS
RESULTADOSRESULTADOS
RESULTADOS.
..
.
Foto 28 – obras do COPAN em 1957. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
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75
5.1 PERFIL DOS USUÁRIOS/MORADORES DA AMOSTRA.
5.1.1 BLOCOS A, C e D.
- 70% dos moradores são proprietários de seus apartamentos e 30% são
locatários
- Os apartamentos têm média de dois moradores (2,18): 42% dos
apartamentos têm dois moradores, 33% m um morador e 25% têm mais de
dois moradores.
- 43% dos moradores são mulheres e 57% são homens.
- 50% dos moradores estão na faixa etária acima de 50 anos; 10% têm de 41
a 50 anos; 9%, de 31 a 40 anos; 16%, de 21 a 30 anos; 4,5%, de 11 a 20 anos;
4,5%, menos de 11 anos e 2% da amostra não informou a idade.
- 48% dos usuários moram no apartamento a mais de cinco anos; 9%, de
quatro a cinco anos; 3%, de três a quatro anos; 15%, de dois a três anos; 22%,
de um a dois anos e 3% o informaram quanto tempo moram no
apartamento.
- 45,5% das famílias têm renda mensal maior que R$ 3.000,00; 15%, de R$
2.001,00 a R$ 3.000,00; 18%, de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00; 3%, de R$
501,00 a R$ 1.000,00; 9%, têm renda menor que R$ 500,00 e 9,5% não
informou sua renda. O valor do salário mínimo, na época da aplicação dos
questionários nestes blocos (ver página 68), oscilou entre R$ 200,00 e R$
240,00.
5.1.2 BLOCO B.
- 59% dos moradores são proprietários de seus apartamentos e 41% são
locatários.
- 56,6% das kitchenettes pertencem aos moradores e 43,8% são alugados.
- 64% dos apartamentos de 1 dormitório pertencem aos moradores e 36%
são alugados.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
76
- Os apartamentos têm média de um morador (1,59): 52% dos apartamentos
têm um morador; 36%, dois moradores e 12%, mais de dois moradores.
- 44,28% dos moradores são mulheres e 55,72% são homens.
- 17% dos moradores estão na faixa etária acima de 50 anos; 13% têm de 41
a 50 anos; 20%; de 31 a 40 anos; 28,5%, de 21 a 30 anos; 6%, de 11 a 20
anos; 2,5% têm menos de 11 anos e 13% da amostra não informou a idade.
- 31,9% dos usuários moram no apartamento a mais de cinco anos; 16%, de
quatro a cinco anos; 4,5%, de três a quatro anos; 13,6%, de dois a três anos e
34%, de um a dois anos.
- 16% das famílias têm renda mensal maior que R$ 3.000,00; 13,6%, de R$
2.001,00 a R$ 3.000,00; 36%, de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00; 18%, de R$ 501,
a R$ 1.000,00; 7% m renda menor que R$ 500,00 e 3% não informou sua
renda. O valor do salário mínimo, na época da aplicação dos questionários
neste bloco (ver página 68), era de R$ 200,00.
5.1.3 BLOCOS E e F.
- 42% dos moradores são proprietários de seus apartamentos e 58% são
locatários.
- 45% das kitchenettes pertencem aos moradores e 55% são alugados.
- 45% dos apartamentos de 1 dormitório pertencem aos moradores e 55%
são alugados.
- Os apartamentos têm média de dois moradores (1,84): 46% dos
apartamentos têm um morador; 35%, dois moradores e 19%, mais de dois
moradores.
- 50% dos moradores são mulheres e 50% são homens.
- 29% dos moradores estão na faixa etária acima de 50 anos; 12% têm de 41
a 50 anos; 19%, de 31 a 40 anos; 14%, de 21 a 30 anos; 10%, de 11 a 20
anos; 6% têm menos de 11 anos e 10% da amostra não informaram a idade.
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77
- 31% dos usuários moram no apartamento a mais de cinco anos; 23%, de
três a quatro anos; 12%, de dois a três anos e 34%, de um a dois anos.
- 15% das famílias têm renda mensal maior que R$ 3.000,00; 8%, de R$
2.001,00 a R$ 3.000,00; 38%, de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00; 31%, de R$ 501,
a R$ 1.000,00; 4% têm renda menor que R$ 500,00 e 4% não informaram sua
renda. O valor do salário mínimo, na época da aplicação dos questionários
nestes blocos (ver página 68), era de R$240,00.
5.2 NÍVEL DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO/MORADOR DA AMOSTRA COM
O APARTAMENTO, O EDIFÍCIO E O CENTRO DE SÃO PAULO.
- 52% dos moradores dos Blocos A, C e D avaliam seu apartamento como
bom e 48% como ótimo.
- 75% dos moradores do Bloco B avaliam seu apartamento como bom, 11%
como ruim, 9% como ótimo e 3% como péssimo.
- 77% dos moradores dos Blocos E e F avaliam seu apartamento como bom,
15% como ótimo, 4% como ruim e 4% não respondeu.
- O ponto negativo mais citado pelos usuários/moradores dos blocos A, C e D
foi o barulho da rua (21%); 21% deles informaram que não existe nada de
negativo no lugar em que residem. O ponto positivo mais citado foi a
localização (21%).
- As principais vantagens de morar no centro, para os usuários dos blocos A,
C e D foram as facilidades de acesso e de locomoção para os vários pontos da
cidade (61%) e a existência de uma infra-estrutura de lazer, comércio, dentre
outros, nas proximidades (41%). A principal desvantagem foram problemas
com barulho, violência e sujeira (52%), sendo que 33% não vêem nenhuma
desvantagem em morar no centro de São Paulo.
- O ponto negativo mais citado pelos usuários/moradores do bloco B foi a
falta de interfones (11%); 15% deles informaram que não existe nada de
negativo no lugar em que residem. O ponto positivo mais citado foi a
localização (50%).
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78
- As principais vantagens de morar no centro da cidade para os usuários do
bloco B foram as facilidades de acesso e locomoção para os vários pontos da
cidade (52%) e a existência de uma infra-estrutura de lazer, comércio, dentre
outros, nas proximidades (54%). A principal desvantagem foram problemas
com barulho, violência e sujeira (52%).
- Os pontos negativos mais citados pelos usuários/moradores dos blocos E e
F foram o tempo de espera nos elevadores (38%) e a falta de interfones (27%).
O ponto positivo mais citado foi a localização (34%).
- As principais vantagens de morar no centro da cidade para os usuários dos
blocos E e F foram as facilidades de acesso e locomoção para os vários pontos
da cidade (53%) e a existência de uma infra-estrutura de lazer, comércio,
dentre outros, nas proximidades (46%). A principal desvantagem foram
problemas com barulho, violência e sujeira (46%), sendo que 23% não vêem
nenhuma desvantagem em morar no centro de São Paulo.
5.3 CONFORTO AMBIENTAL.
5.3.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
5.3.1.1 DESEMPENHO TÉRMICO E VENTILAÇÃO
Os brise-soleil do edifício COPAN impedem grande parte da incidência
direta de sol nos ambientes, tanto nos equinócios como no solstício de inverno
(figuras 36 e 37).
12:00hs.(EQUINÓCIOS)
12:00hs.(EQUINÓCIOS)
Figura 36 – Desempenho dos brises para os equinócios.
Esquema sem escala.
Foto 29 – Foto tirada às 10h45min do dia 27 de junho de
2004 da janela da sala de estar de apartamento do
bloco C. Fonte Chrysthian Almeida.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
79
Analisando as máscaras de
obstruções externas para os blocos C e
D, somente com os brises, pode-se
verificar que o sol incide diretamente
nos ambientes no solstício de inverno
das 7h00min até 9h30min no bloco D e
de 7h00min as 08h30min e 15h30min
até 17h00min no bloco C (figuras 38 e
39).
30 dos 64 apartamentos do bloco
A, bem como 90 dos 192 apartamentos
de frente para a Avenida Ipiranga do bloco B (1º ao 15º andar) têm, além da
obstrução dos brises, o edifício do banco BRADESCO que impede a incidência
de sol diretamente nestes ambientes.
Esse fato faz com que a temperatura interna nos cômodos destes
apartamentos de frente para a Avenida Ipiranga não aumente com a mesma
intensidade que a temperatura externa, o que fica evidenciado nos resultados
das medições para ambos os apartamentos (gráficos 01 a 06). Nota-se que a
temperatura interna mantém-se regular, sem grandes e rápidas oscilações,
pois a perda de calor também não ocorre tão depressa quanto no exterior.
Mesmo perdendo calor pela fachada envidraçada (gráficos 07 e 08) os
12:00hs.(SOLSTÍCIO DE INVERNO)
12:00hs.(SOLSTÍCIO DE INVERNO)
Figura 37 – Desempenho dos brises para o solstício de
inverno. Esquema sem escala.
N
V
O
L
S
1
8
1
7
1
6
1
5
1
4
1
3
1
2
1
1
1
0
9
8
7
6
2
2
D
E
Z
2
2
J
U
N
2
4
S
E
T
2
1
M
A
R
INTERIOR
EXTERIOR
N
V
O
L
S
1
8
1
7
1
6
1
5
1
4
1
3
1
2
1
1
1
0
9
8
7
6
2
2
D
E
Z
2
2
J
U
N
2
4
S
E
T
2
1
M
A
R
INTERIOR
EXTERIOR
Figura 38 – Máscara de obstruções
externas para dormitório de frente do bloco
D (apenas os brises).
Figura 39 – Máscara de obstruções
externas para dormitório de frente do bloco
C (apenas os brises).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
80
ambientes têm fator de inércia dio, graças às características das envoltórias
(ver p. 37). Vale destacar que no apartamento do bloco A, onde a temperatura
interna cai menos intensamente, os moradores costumam freqüentar o
ambiente medido a partir das 17h00min, com televisão ligada e lâmpada de
100 Watts acesa, por pelo menos, 03h00min.
19º
20º
21º
22º
23º
24º
25º
26º
27º
1 2 43 5 6 7 8 169 10 11 15141312 2417 18 19 23222120
LEGENDA
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
TEMPERATURA ºC
HORAS
Gráfico 01 – Medições feitas no dia 04 de novembro de 2004. Dados para temperatura externa do mesmo dia.
20º
19º
8
26º
21º
22º
23º
24º
25º
321
27º
7654 161210 119 151413 20191817 24232221
18º
LEGENDA
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
TEMPERATURA ºC
HORAS
Gráfico 02 – Medições feitas no dia 05 de novembro de 2004. Dados para temperatura externa do mesmo dia.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
81
20º
19º
8
26º
21º
22º
23º
24º
25º
321
27º
7654 161210 119 151413 20191817 24232221
18º
17º
16º
15º
14º
LEGENDA
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
TEMPERATURA ºC
HORAS
Gráfico 03 – Medições feitas no dia 06 de novembro de 2004. Dados para temperatura externa do mesmo dia.
8
20º
19º
26º
24º
25º
21º
22º
23º
321
27º
7654 161210 119 151413 20191817 24232221
18º
16º
17º
15º
HORAS
TEMPERATURA ºC
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
LEGENDA
Gráfico 04 – Medições feitas no dia 07 de novembro de 2004. Dados para temperatura externa do mesmo dia.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
82
20º
19º
26º
25º
24º
23º
22º
21º
27º
1 2 4 5 63 9 107 8 191513 1411 12 17 1816 2321 2220 24
18º
17º
16º
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
LEGENDA
TEMPERATURA ºC
HORAS
Gráfico 05
Medições feitas no dia 08 de novembro de 2004. Dados para
temperatura externa do mesmo dia
.
19º
20º
23º
22º
21º
25º
24º
26º
27º
1 2 4 5 63 9 107 8 191513 1411 12 17 1816 2321 2220 24
18º
28º
29º
30º
TEMPERATURA DO AR EXTERNA
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO A
TEMPERATURA SALA DE ESTAR BLOCO D
LEGENDA
TEMPERATURA ºC
HORAS
Gráfico 06 – Medições feitas no dia 09 de novembro de 2004. Dados para temperatura externa do mesmo dia.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
83
Os apartamentos de fundos do bloco B têm orientação Sul e Sudeste,
possuindo as mesmas fachadas cortina dos apartamentos de frente, porém
sem a proteção dos brises. A simulação demonstra que, em dia típico de verão,
ocorre aumento da temperatura ambiental interna
42
, que chega a ultrapassar a
42
Segundo o manual do software ARQUITROP Temperatura ambiental é o efeito combinado entre as temperaturas do
ar e superficiais.
Gráfico 07 – Variação da temperatura em dia típico de inverno - dormitório de apartamento do bloco C (ARQUITROP).
Gráfico 08 – Ganhos e perdas de calor - dormitório de apartamento do bloco C (ARQUITROP)
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
84
temperatura externa
43
(gráficos 09 e 10), nos apartamentos que recebem sol
direto das 06h00min às 18h00min.
43
Note-se que, na simulação, foi considerada a janela fechada no período da manhã, anulando o efeito da ventilação.
Gráfico 09 – Variação da temperatura em dia típico de verãokitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP)
Gráfico 10 – Ganhos e perdas de calor – kitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP)
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
85
Os apartamentos de fundos dos blocos B têm, portanto, desempenho ruim
tanto no verão como no inverno, visto que, por sua orientação, não recebem sol
direto no solstício de inverno, quando o ambiente perde calor pelo envidraçado
e não ganha calor com a mesma intensidade (gráficos 11 e 12).
Gráfico 11 – Variação da temperatura em dia típico de inverno – kitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP).
Gráfico 12 – Ganhos e perdas de calor – kitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
86
Os apartamentos dos blocos A, C e D têm boas condições de ventilação,
pois o de um extremo ao outro no sentido transversal do edifício, facilitando
assim a ventilação cruzada. Em visitas feitas (outubro e novembro de 2004)
nestes apartamentos foi verificado que o fluxo de vento predominante ocorre da
fachada de fundos para a da frente, onde se encontram os brises (figura 40).
Este fato foi confirmado pelos usuários em entrevistas livres realizadas no
mesmo período das visitas.
Nos blocos B, E e F, onde se encontram as kitchenettes e apartamentos
de 1 dormitório, as unidades não cruzam o edifício comprometendo as
condições de ventilação (figura 41).
Em vistoria realizada no final de semana (11 e 12 de dezembro de 2004)
foram observadas várias kitchenettes do bloco B (fundos) com a porta de
entrada aberta, na tentativa de melhorar as condições de ventilação nestes
apartamentos.
NV
ESCALA GRÁFICA
10 2 3
S. ESTAR/JANTAR
HALL DOS ELEVADORES
DORMITÓRIO 1
BANHO
ÁREA DE SERVIÇO
COZINHA
EMP.
BANHO
DORMITÓRIO 2
DORM.
EMP.
ESCALA GRÁFICA
10 2 3
DORMITÓRIO ESTAR/JANTAR
NV
CIRCULAÇÃO
BANHO
COZINHA
COZINHA
BANHO
COZINHA
BANHO
ESTAR/JANTAR
DORMITÓRIO DORMITÓRIO
ESTAR/JANTAR
Figura 40 Planta do bloco A e fluxo predominante de ventos.
Sem escala.
Figura 41 – Planta parcial do bloco B
Sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
87
Outro fato observado foi a baixa qualidade dos caixilhos que, quando
fechados, apresentam várias frestas. Isto permite a livre circulação do ar nos
ambientes, piorando o desempenho dos apartamentos dos blocos A, C e D no
inverno.
5.3.1.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
A maioria dos apartamentos do edifício COPAN é orientada para Norte e
Noroeste (frente para Avenida Ipiranga). Estas condições fazem com que estas
faces tenham boas contribuições externas de iluminâncias em planos verticais
(ver tabela 01- p. 29). Alguns apartamentos, porém, como as kitchenettes do
bloco B (fundos), são orientados para Sul e Sudeste o que faz com que não
tenham as mesmas condições das fachadas Norte e Noroeste.
Quantitativamente os ambientes dos apartamentos de frente, onde se
encontram os brise soleil, bem como os de fundos, sem brises (bloco B) ou
com elementos vazados (blocos E e F), têm níveis de iluminância média acima
dos 150 lux adotados pela NBR 5413/1992 (figuras 42, 43 e 44). Porém os
apartamentos dos blocos A (2 dormitórios), C e D (3 dormitórios) têm sempre
um dormitório com a janela voltada para a área de serviço onde foram
verificados níveis muito abaixo do que recomenda a NBR 5413/1992 (figura
45). O problema também se repete nas cozinhas destes apartamentos.
880 960 900
460 550 500
360 320 300
150 180 160
iluminância média 480 lux
fator de uniformidade 30%
teto - branco
paredes - brancas
piso - madeira
N
M
200 255 170
150 180 140
120 100 100
80 70 70
iluminância média 140 lux
fator de uniformidade 30%
teto - branco
paredes - brancas
piso - madeira
N
M
elemento vazado
vazio
550 620 670
320 370 470
220 270 300
160 170 170
iluminância média 370 lux
fator de uniformidade 43%
teto - branco
paredes - brancas
piso - carpete azul escuro
N
M
15
20
25
10
teto - branco
paredes - brancas
piso - carpete azul escuro
Figura 42 – Resultado de
medições de kitchenette
de fundos do bloco B.
Sem escala.
Figura 43 – Resultado de
medições de kitchenette de
fundos do bloco F. Sem
escala.
Figura 44 – resultado de
medições de dormitório de
apartamento do bloco C.
Sem escala.
Figura 45 – Resultado de
medições de dormitório
fundos do bloco A.. Sem
escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
88
Os banheiros de todos os apartamentos não têm aberturas para o
exterior, apresentando somente grelhas de ventilação mecânica de 20x20cm.
Para se utilizar estes ambientes é necessário
a utilização de luz artificial mesmo durante o
dia (foto 30). Vale acrescentar que o COPAN
foi o primeiro edifício a utilizar este recurso, já
aproveitando a mudança de legislação, pois,
anteriormente, isso não era permitido para
prédios residenciais na cidade de São Paulo.
Os edifícios de apartamentos com banheiro
deste tipo eram aprovados na PMSP para o
uso de hotel e, posteriormente, modificado
para o uso residencial (Mendonça, 1989).
Os elementos vazados dos apartamentos de fundos dos blocos E e F
prejudicam a visibilidade para o exterior.
Todos os apartamentos têm as janelas de dormitórios sem elementos de
controle
44
de luminosidade, como venezianas
45
por exemplo. Isto faz com que
os níveis de iluminância cheguem a até 100 lux, a partir das primeiras horas de
sol (figuras 46 e 47), causando problemas de ofuscamento perturbador e
prejudicando o sono das pessoas que queiram prolongá-lo por mais algumas
horas além do raiar do sol.
44
Dispositivo especialmente projetado para regular a admissão de luz através de um componente de passagem.
Projeto de norma 02:135.02-001 da ABNT.
Foto 30 – Banheiro de apartamento do
bloco C. Fonte Maria Lúcia Padovani.
Figura 46 -
Simulação de
dormitório de
apartamento de
frente (orientação
NW) do bloco F. Dia
22 de junho às
7h00min com céu
claro
representação das
curvas
Isolux/iluminâncias
(software Relux). O
software RELUX
considera o Norte
Verdadeiro.
janela Parede de fundos
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
89
Os brises do edifício barram a incidência de sol direto nos ambientes não
apenas nos dias de equinócio, como, também, no solstício de inverno. Note-se,
na simulação no software luz do sol para dormitório do bloco C, que o sol incide
diretamente no recinto de 7h00min até 8h00min, voltando a aquecer o
ambiente apenas a partir das16h00min (figura 48).
45
Elemento de controle constituído por uma série de lâminas - fixas ou móveis - externamente dispostas as quais
cobrem totalmente o lado externo de uma abertura. Projeto de norma 02:135.02-001 da ABNT.
janela
Parede de
fundos
Figura 47 – Simulação de dormitório de apartamento de frente (orientação Noroeste) do bloco F. Dia 22 de
junho às 7h00min com céu claro – representação 3D de distribuição de luz (software Relux).
Pare
de
lateral
Parede
lateral
Piso
Parede de
fundos
Exterior
Relação dos
horários que
o sol incide
diretamente
no recinto.
Figura 48
Simulação de
dormitório de
apartamento do
bloco C. Dia 22
de junho –
representação
(épura) de
incidência
direta de luz do
sol no ambiente
(software luz do
sol).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
90
5.3.1.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
As três primeiras medições, feitas na madrugada do dia 28 para o dia 29
de agosto de 2004 no foyer, resultaram nos seguintes valores:
Tabela 05 – L10, L90 e Leq nas três primeiras medições feitas no dia 29 de agosto de 2004.
Horário de medição L10 em dB (A) L90 em dB (A) Leq em dB (A)
2:00 – 2:15 64 60 63
2:30 – 2:45 64 59 63
3:00 – 3:15 63 59 62
Nos três casos o Leq ficou muito acima do que estipula a Lei Municipal
(PMSP) 11.804
46
para “área mista com vocação comercial e administrativa”,
que é de 60 dB(A) no período diurno e de 55 dB(A) noturno. Neste momento foi
observado que o trânsito nas ruas do entorno era calmo, com predominância
para veículos de passeio e havia aglomeração de pessoas na entrada da
boate, porém as maiores fontes de ruídos eram os dois restaurantes
localizados no pavimento térreo do COPAN.
Na última medição, feita em vão do foyer, entre os dois restaurantes, os
resultados foram os seguintes:
Tabela 06 – L10, L90 e Leq na última medição feita no dia 29 de agosto de 2004.
Horário de medição L10 em dB (A) L90 em dB(A) Leq em dB(A)
3:30 – 3:45 73 69 71
Estes valores comprovam a observação que as maiores fontes de ruídos
noturnos são os dois restaurantes que, mesmo fazendo parte da galeria do
edifício COPAN, são voltados para o exterior e são os poucos
47
estabelecimentos da galeria que ficam abertos após as 23h00min.
Em vistoria realizada pouco antes das medições do dia 05 de outubro,
verificou-se que os caixilhos têm baixa capacidade de vedação, pois vibravam
no momento das medições e apresentavam frestas.
Nas medições feitas para verificação de desempenho do caixilho padrão
dos apartamentos, obteve-se os seguintes valores:
46
Dispõe sobre avaliação da aceitabilidade de ruídos na Cidade de São Paulo visando o conforto da comunidade
(www.prefeitura.sp.gov.br).
47
A cafeteria também fica aberta após as 23h00min.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
91
Tabela 07 – L10, L90 e Leq na medição feita no dia 05 de outubro de 2004 (interior do ambiente).
Horário de medição L10 em dB(A) L90 em dB(A) Leq em dB(A)
15:00 – 15:15 56 52 55
Tabela 08 – L10, L90 e Leq na medição feita no dia 05 de outubro de 2004 (exterior do ambiente).
Horário de medição L10 em dB(A) L90 em dB(A) Leq em dB(A)
15:00 – 15:15 67 63 66
Estes valores demonstram que o caixilho padrão dos apartamentos de
frente (Avenida Ipiranga) tem capacidade de isolamento, nestas condições, de
11db(A) do ruído do trânsito. A NBR 10.151/1987 recomenda como capacidade
de isolamento dos caixilhos, 15 dB(A)
48
. O caixilho padrão dos apartamentos
de frente do edifício COPAN tem, portanto, baixa capacidade de isolamento,
visto que o valor observado nas medições - 11 dB(A) - ficou abaixo do que
recomenda a NBR 10.151/1987.
Quanto aos ruídos gerados no interior dos apartamentos, conclui-se que
as envoltórias entre ambientes proporcionam bom isolamento tanto para ruídos
aéreos como para ruídos de impacto. Os dutos de ventilação nos banheiros,
porém, transmitem diretamente o som de um apartamento para o outro. Este
problema é agravado nas kitchenettes, onde os banheiros ligam-se diretamente
ao local de descanso.
5.3.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
Segundo os diagramas de Paretto, nos universos dos blocos A, C e D e
dos blocos E e F a média ficou acima da mínima média aceitável (gráficos 13,
14 e 15) nos itens “temperatura no inverno” e temperatura no verão”. No
universo do bloco B, porém, o item “temperatura no verão” ficou abaixo da
mínima média aceitável.
Em todos os universos amostrais o item “ventilação nos apartamentos”
teve sua média acima da mínima média aceitável, sendo que nos blocos A, C e
D obteve-se a maior média.
48
Resultado da diferença entre os valores externos e internos de janela fechada: Áreas mistas com vocação comercial
e administrativa – Nível externo diurno 60 db(A) e Nível interno nos ambientes diurno de janela fechada 45 db(A).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
92
Nos itens “contribuição de luz natural nos ambientes” e “interferências de
ruídos da rua e dos vizinhos” em todos os universos amostrais considerados a
média ficou acima da mínima média aceitável.
APO COPAN (BLOCOS A, C E D) - DIAGRAMA DE PARETTO
ÓTIMO(4)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3.48)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (3.70)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3.52) - desv. padrão(0.57)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.30) - desv. padrão(0.59)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.33)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.39)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.16)
TEMPERATURA NO VERÃO (3.27) - desv. padrão(0.83)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3.19)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.26)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.25)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (3.61)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.29)
TEMPERATURA NO INVERNO (2.74) - desv. padrão(0.58)
ACESSO DE VEÍCULOS À GARAGEM (3.15)
QUALIDADE DAS JANELAS (3.09)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (3.28) - desv. padrão(0.83)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2.80)
INT. DE RUÍDOS DA RUA (2.55) - desv. padrão(0.83)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.22)
QUANT. DE VAGAS NA GARAGEM (2.52)
PÉSSIMO(1) RUIM(2) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
Gráfico 13 – Diagrama de Paretto para os blocos A, C e D.
APO COPAN (BLOCO B) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (2.89)
TEMPERATURA NO INVERNO (3.00) - desv. padrão(0.81)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.13) - desv. padrão(0.72)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.43)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (3.22)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.14)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.12)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.14)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (2.93)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.17)
ÓTIMO(4)
INT. RUÍDOS DA RUA (2.68) - desv. padrão(0.74)
TEMPERATURA NO VERÃO (2.45) - desv. padrão(0.90)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2.63) - desv. padrão(0.79)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (2.60) - desv. padrão(0.95)
QUALIDADE DAS JANELAS (2.61)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.67)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2.63)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2.72)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.28)
Gráfico 14 – Diagrama de Paretto para o bloco B.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
93
BOM 42%
ÓTIMO 55%
RUIM 3%
Em todos os casos o desvio padrão confirma os resultados em torno das
médias e a moda
49
foi “bom”, exceto no item “ventilação” na amostra dos
blocos A, C e D, onde a moda foi “ótimo” (gráfico 16).
No universo do bloco B, 2% dos
usuários/moradores citaram a
“necessidade de mais ventilação nos
corredores” e 2%,
“temperatura/ventilação”, quando se
referem à insatisfação no lugar em que
residem (questão 30). Também, nessa
questão, 3% dos usuários/moradores dos
blocos E e F citaram que “o apartamento
não tem ventilação nenhuma”.
49
Valor mais freqüente, mais típico ou mais comum na resposta (Levin e Fox, 2004).
APO COPAN (BLOCOS E e F) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2,97) - desv. padrão(0.81)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3,27) - desv. padrão(0.78)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3,00) - desv. padrão(0.83)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3,40)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3,43)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3,37)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3,30)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3,15)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3,30)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3,10)
ÓTIMO(4)
TEMPERATURA NO INVERNO (2,90) - desv. padrão(0.76)
TEMPERATURA NO VERÃO (2,87) - desv. padrão(0.68)
INT. RUÍDOS DA RUA (2,79) - desv. padrão(0.90)
QUALIDADE DAS JANELAS (2,83)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2,93)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2,79)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2,43)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2,87)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (1,93)
Gráfico 15 – Diagrama de Paretto para os blocos E e F.
Gráfico 16 – Percentuais de respostas para a
questão 11 do questionário – Ventilação. Blocos
A, C e D.
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94
Na questão 31, sobre satisfação no lugar que moram, 3% dos
usuários/moradores dos blocos A, C e D citaram “boa qualidade da ventilação
no calor”.
Na questão 32, sobre pontos problemáticos no apartamento, 27% dos
usuários moradores dos blocos A, C e D, 11% do bloco B e 17% dos blocos E
e F assinalaram “temperatura no Inverno”. Também nesta questão, 9% dos
usuários/moradores dos blocos A, C e D, 48% do bloco B e 20% dos blocos E
e F assinalaram “temperatura no verão”.
No universo dos blocos A, C e D, 3% citaram que a “luminosidade” é um
dos itens que mais agrada no lugar que moram (questão 31). Também neste
universo, 3% acrescentaram “luz natural” como um dos itens de maior
satisfação no lugar que mora.
Nos blocos E e F, 3% falaram sobre insatisfação no lugar em que moram
(questão 32), “... moramos em apartamento de fundos sem iluminação natural”,
e, nos comentários finais, outros 3% acrescentaram a “claridade” como ponto
positivo dos apartamentos.
No universo dos blocos A, C e D, 8,5% citaram, como os itens de maior
insatisfação no lugar em que residem (questão 30), a “boate”;17%
acrescentaram “barulho externo ou da rua”e 3% assinalaram “ruídos do
vizinho”. Na questão 32, 51,5% assinalaram, como ponto problemático, “ruídos
da rua e área externa” e 15% “interferências de ruídos dos vizinhos”. Também,
nesse universo, 6% citaram “barulho externo ou da rua” como desvantagem de
se morar no centro de São Paulo (questão 34).
No universo do bloco B, 4,5% citaram, como item de maior insatisfação no
lugar onde residem (questão 30), o “barulho externo ou da rua”; 2%, o “barulho
da casa de máquinas dos elevadores”; 2%, o “barulho até às 4 da manhã do
andar de cima” e 2%, os “vizinhos que mantêm porta aberta, com barulho. Na
questão 32, 34% assinalaram “ruídos da rua e área externa” e 38,6%,
“interferências de ruídos dos vizinhos”, como ponto problemático no local onde
moram. Também, nesse universo, 16% citaram “barulho, ruídos da rua,
poluição sonora ou barulho da rua” como desvantagens de morar no centro de
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
95
São Paulo (questão 34), sendo que 4,5% relacionaram o problema a “casas
noturnas”.
No universo dos blocos E e F, 9% citaram, como ponto problemático no
local onde residem (questão 30), “barulho da noite” e 3% citaram “latido de
cachorro” Na questão 32, 33% assinalaram, como ponto problemático, “ruídos
da rua e área externa” e 20% assinalaram “interferências dos ruídos dos
vizinhos”. Também, nesse universo, 17% citaram “barulho, poluição sonora ou
barulho noturno” como desvantagens de se morar no centro de São Paulo
(questão 34).
Verifica-se, portanto, que nos quesitos “temperaturas no inverno e no
verão nos apartamentos” a avaliação da opinião dos usuários é positiva nos
blocos A, C, D, E e F. No bloco B o item “temperatura no verão nos
apartamentos” tem média de respostas abaixo da mínima média aceitável,
porém a moda nas respostas é “bom” e, neste mesmo bloco, a avaliação no
item “temperatura no inverno nos apartamentos” é positiva.
Em todos os universos amostrais os itens “ventilação nos apartamentos” e
“contribuição de luz natural nos cômodos dos apartamentos” têm avaliação
positiva na opinião dos usuários.
Verifica-se que no quesito “interferência dos ruídos da rua e área externa”,
mesmo com as médias acima das mínimas médias aceitáveis, esse item é
sempre citado como ponto problemático nas questões de respostas
dissertativas. Conclui-se, assim, que a avaliação dos usuários é negativa. O
item “interferências dos ruídos dos vizinhos”, porém, têm avaliação positiva na
opinião dos usuários.
5.3.3 DIAGNÓSTICO.
5.3.3.1 DESEMPENHO TÉRMICO E VENTILAÇÃO.
Os técnicos observaram que, durante o inverno, há um fraco desempenho
dos ambientes de frente para a Avenida Ipiranga, o que também foi detectado
pelos usuários, ainda que, na média, essa opinião seja positiva. Mesmo que no
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
96
universo dos blocos A, C e D, onde se
encontra a maioria dos apartamentos de
frente, a média tenha ficado acima da mínima
média aceitável no item “temperatura no
inverno”, 21% dos usuários/moradores da
amostra marcaram ruim” ou péssimo”
(gráfico 17).
Vale salientar que os questionários
foram aplicados nos meses mais quentes do
ano
50
. Também, na questão 32, sobre pontos
problemáticos no apartamento, 27%
assinalaram “temperatura no inverno”.
Técnicos e usuários concordam quanto
ao fraco desempenho, no verão, dos
apartamentos de fundos do bloco B. Mesmo
que neste bloco os questionários tenham sido
aplicados durante o verão (mês de janeiro),
18% dos usuários/moradores marcaram
“ruim” ou “péssimo” no item “temperatura no
inverno nos apartamentos” (gráfico 18).
Também 11% citaram “temperatura no
inverno” como ponto problemático no local
onde moram, o que reforça o parecer dos
técnicos quanto ao fraco desempenho dos
apartamentos de fundos também no inverno.
Apesar de, nos diagramas de Paretto, as
médias em todos os universos, no item
“ventilação nos apartamentos”, terem ficado
acima da mínima média aceitável, pode-se
50
As médias de temperatura no ano de 2004 na cidade de São Paulo foram: jan 23ºC, fev 24ºC, mar 23ºC, abr 21ºC,
mai 19ºC, jun 18ºC, jul 17ºC, ago 18ºC, set 18ºC, out 21ºC, nov 22ºC e dez 22ºC (http//br.weather.com). Nos blocos A,
C e D os questionários foram aplicados de novembro à abril.
BOM(70%)
ÓTIMO (3%)
NSA (6%)
PÉSSIMO (3%)
RUIM (18%)
Gráfico 17 – Percentuais de respostas para a
questão 14 do questionário – Temperatura no
Inverno. Blocos A, C e D.
BOM(57%)
ÓTIMO (25%)
PÉSSIMO (7%)
RUIM (11%)
Gráfico 18 – Percentuais de respostas para a
questão 14 do questionário – Temperatura no
Inverno. Bloco B.
BOM(53%)
ÓTIMO (27%)
PÉSSIMO (7%)
RUIM (13%)
Gráfico 19 – Percentuais de respostas para a
questão 11 do questionário – Ventilação.
Blocos E e F.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
97
observar que, no bloco B, esse item figura entre os três de pior avaliação
segundo os usuários. Mesmo nos blocos E e F, 20% dos usuários/moradores
assinalaram “ruim” ou “péssimo” neste quesito (gráfico 19).
nos blocos A, C e D o item “ventilação nos apartamentos” figura entre
os três de melhor avaliação na opinião dos usuários. Este fato reforça o
parecer dos técnicos que assinalam que os apartamentos dos blocos A, C e D
possuem boa qualidade de ventilação contrariamente aos blocos B, E e F que
por não terem a possibilidade de ventilação cruzada, apresentam um mau
desempenho nesse quesito.
5.3.3.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
Técnicos e usuários concordam que a maioria dos cômodos dos
apartamentos de 2 e 3 dormitórios, bem como as kitchenettes e apartamentos
de 1 dormitório são bem iluminados com luz natural. Nas cozinhas e
dormitórios de fundos dos blocos A, C e D, no entanto, confirma-se o parecer
dos técnicos para níveis de iluminância abaixo da norma NBR 5413/1992. Esse
fato não foi detectado pelos usuários, que avaliavam os apartamentos como
um todo e não em cômodos isolados.
O problema dos banheiros sem janelas, detectados pelos técnicos, pode
contribuir para o surgimento de mofo e fungos nestes ambientes, visto que
sobrevivem em locais úmidos, com ausência de ventilação e, principalmente,
de luz natural (www.ipibrasil.com.br).
A evolução na tecnologia das fontes artificiais de luz fez com que
ocorressem alterações no ciclo circadiano
51
do homem urbano contemporâneo.
Sua jornada de trabalho e entretenimento se prolonga para muito além do pôr
do sol, havendo a necessidade também de descanso para algumas horas após
o amanhecer (Velloso, 1998). Este fato confirma o parecer dos técnicos quanto
ao desconforto causado às pessoas que queiram prolongar seu período de
descanso para depois do amanhecer, visto que a luz excessiva é uma das
causadoras de distúrbios do sono (Velloso, 1998).
51
(do Latim Circa – em torno de; dies – um dia) referente ao ciclo biológico do homem em 24 horas (Velloso, 1998).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
98
5.3.3.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
Técnicos e usuários concordam que os caixilhos do edifício COPAN têm
desempenho acústico fraco. No período noturno as principais interferências, no
entanto, são geradas por estabelecimentos que funcionam no térreo do próprio
edifício. Foi observado que a única casa noturna das proximidades não
representa uma fonte de ruídos considerável, embora houvesse, no momento
da vistoria, considerável aglomeração de pessoas na sua entrada.
Embora a referida casa noturna tenha sido citada no universo amostral
dos blocos A, C e D como principal fonte de ruídos noturnos, essa queixa
ocorre muito mais devido ao incômodo moral causado pela proximidade a esse
estabelecimento do que pela emissão de ruídos do mesmo. Vale ressaltar que
os blocos A, C e D são os que possuem maiores apartamentos (2 e 3
dormitórios), habitados por usuários de maior poder aquisitivo.
Mesmo que para os usuários, no item “interferência de ruídos dos
vizinhos” a média tenha ficado acima da mínima média aceitável em todos os
universos amostrais, os dutos para ventilação dos banheiros representam uma
fonte significativa de transmissão de ruídos de um apartamento para outro. No
universo do bloco B, onde se encontram a maioria das kitchenettes do COPAN,
este item obteve a pior média (2,63); ainda nesse universo, 38,6% dos
usuários/moradores assinalaram, na questão 32 (ponto problemático do local
onde mora), a interferência dos ruídos dos vizinhos. Nas kitchenettes existem
menos barreiras acústicas entre os banheiros e o local de dormir que nos
apartamentos de 2 ou 3 dormitórios.
No entanto, o edifício COPAN pela qualidade de materiais divisórios entre
ambientes e pavimentos, tem melhor desempenho acústico para ruídos
gerados no interior dos apartamentos, se comparado com edifício residencial
construído no final da década de 90, apresentado por Galvão e Arakaki (2002).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
99
5.4 TÉCNICO FUNCIONAL.
5.4.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
Os apartamentos do bloco A (2 dormitórios), têm 84,13m² de área útil e os
apartamentos dos blocos C e D (3 dormitórios) têm 122,48m² e 161,23m² de
áreas úteis respectivamente. Nos apartamentos do bloco A, 8,70% (7,35m²) da
área útil constitui-se em corredores de circulação e 7% (5,90m²) em
dependências da empregada (dormitório e banheiro). No bloco C estes dados
correspondem a 10,60% (14,13m²) e 10,10% (13,53 m²) e no bloco D, a 3,70%
(6,35m²) e 6,10% (10,53m²).
Analisando-se a média de 2,18 moradores por apartamento no universo
amostral dos blocos A, C e D, conclui-se que as médias de área útil/morador
são de 38,60 (bloco A), 56,18 (bloco C) e 73,95 (bloco D). Não
considerando as dependências de empregada, os valores caem para 35,88 m²,
50,00 m² e 69,12 m². Considerando-se que Boueri Filho (1989) preconiza 17,86
m²/morador como ideal nas habitações e Blachère (1966) acrescenta que,
acima de 22 m²/morador a habitação é considerada de nível superior, os
valores observados nos apartamentos dos blocos A, C e D estão acima de
ambos os valores citados.
As áreas úteis dos apartamentos destes blocos estão acima do que
Boueri Filho (1989) recomenda como áreas úteis de apartamentos de 2 e 3
dormitórios 57,80m² e 65,80m² respectivamente, ou mesmo o IPT com valores
de 43,00m² e 51,00m², bem como as Legislações do Município (Código de
Obras) e do Estado de São Paulo (Código Sanitário). Vale ressaltar que
segundo a Lei Municipal 8.266/75 os ambientes de 4,00 de área útil devem
permitir um círculo de 1,50 m de diâmetro no plano do piso.
Nota-se, no entanto, que esta generosidade em áreas úteis deve-se ao
fato de as dimensões dos cômodos estarem além dos dados recomendados,
exceto as salas dos apartamentos dos blocos A e C, que tem áreas úteis
abaixo dos valores de Pedro (2001) (ver tabela 09).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
100
Tabela 09 – Áreas úteis mínimas recomendadas e áreas úteis por cômodo encontradas no COPAN (m²).
FONTE 1º DORM.
2º DORM.
3º DORM.
SALA COZINHA
BANHO A.S.
Boueri Filho
(1989)
15,00 12,00 10,00 15,00 7,40 4,20 5,00
IPT
9,00 8,00 8,00 12,00 10,00 2,50 1,50
Pedro (2001)
12,00 11,00 6,50 20,48
52
7,00 5,00 3,90
53
Legislação
Municipal de
São Paulo
4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 2,00 1,50
Legislação
Estadual de
São Paulo
12,00 10,00 8,00 8,00 4,00 2,50 -
COPAN – A
16,56 12,60 - 15,45 8,85 5,27 12,15
COPAN – C
17,70 17,00 14,70 20,40 10,78 6,25 7,99
COPAN – D
22,42 20,03 13,11 50,61 13,50 7,62 15,45
Considerando-se o critério de congestionamento os apartamentos do
bloco A têm 0.72 morador/cômodo e os dos blocos C e D têm 0.55
morador/cômodo. Tanto para o padrão norte-americano (in Boueri Filho, 1989,
p. 1.13) maior ou igual que 1,5 morador/cômodo considerado “super
congestionado” como o adotado por Chombart de Lauwe (in Boueri Filho,
1989, p. 1.13) 2 moradores/cômodo considerado admissível comprovam
que os apartamentos destes blocos não são congestionados.
Quanto aos Índices de Obstrução (IO), comparados aos IO’s médios
verificados por Roméro e Ornstein (2003) ou Imai (2000), podemos verificar
que, no 1º dormitório dos blocos A e C, os valores ficam abaixo dos valores de
ambos os autores. as salas e banheiros destes blocos têm valores acima
das pesquisas apresentadas. Para o dormitório do bloco A, o valor fica
acima dos dados obtidos nas pesquisas citadas e na cozinha o valor é menor
que o valor de Roméro e Ornstein, porém é maior que os resultados de Imai.
Quase todos os valores verificados no bloco D ficam abaixo das pesquisas
apresentadas, exceto banheiro e área de serviço, que ficam abaixo dos dados
de Romero e Ornstein, porém acima dos valores de Imai (ver tabela 10).
52
Corresponde à maior área (padrão ótimo) de salas de estar/jantar para 4 usuários.
53
Valor recomendado como ótimo para habitações de 1 a 6 usuários.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
101
Tabela 10 – Índices de Obstruções (IO) para os apartamentos visitados dos blocos A, C e D (em azul).
1º DORM.% 2º DORM.% 3º DORM.% SALA% COZINHA %
BANHO% A.S.%
Apto. 1 – A
36,60 44,04 - 53,85 28,50 34,15 7,81
Apto. 2 – A
25,70 46,11 - 53,78 28,36 12,90 32,59
Apto. 1 – C
22,60
54
35,90 47,34 31,00 35,25 10,90 12,26
Apto. 2 – C
22,90 45,58 36,80 59,00 28,29 29,96 8,00
Apto. 1 – D
34,56 34,05 38,70 28,80 22,81 25,45 30,35
Apto. 2 – D
36,84 36,95 37,75 28,47 23,40 5,77 13,85
Média – A
31,15 45,07 - 53,81 28,43 23,52 20,20
Média – C
22,75 40,74 42,07 45,00 31,80 20,43 10,13
Média – D
34,00 35,50 38,22 28,63 23,10 15,61 22,10
Romero e
Ornstein
(2003)
51,00 44,00 - 34,00 39,00 14,00 48,00
Imai (2001)
41,50 37,21 - 33,30 28,03 12,83 13,12
Vale acrescentar que alguns apartamentos mantiveram as banheiras
constantes no projeto original do edifício (ou ganharam banheiras mais
modernas) e que, no bloco C, o dormitório, com maior área útil, não era
utilizado como o dormitório principal (do casal), em ambos os apartamentos
visitados. Por esses motivos, os IO’s dos banheiros e do dormitório dos
blocos A e C ficaram acima dos valores das pesquisas citadas.
As kitchenettes do bloco B têm 24,67m² de área útil e os apartamentos de
1 dormitório, 32,37m². Nas kitchenettes, 14,60% (3,60m²) da área útil constitui-
se em corredores de circulação e, nos apartamentos de 1 dormitório, este valor
corresponde a 7,63% (2,47m²). Vale salientar que três das cinco kitchenettes
visitadas utilizam o corredor de circulação para colocação de móveis, sendo
que o acesso ao banheiro nessas kitchenettes, acontece pela cozinha, criando-
se circulação em um espaço que já tem dimensões reduzidas (1,85 ). No
código sanitário de 1951 a única restrição era que as cozinhas não deveriam
ter comunicação com os dormitórios. Apenas no digo de 1970 passa a ser
recomendado que as cozinhas não deveriam ter ligação com dormitórios e
latrinas.
A área útil do espaço multifuncional (sala/quarto) das kitchenettes tem
15,51 m², o que fica aquém dos 16,00 m² indicados pelo atual Código de Obras
54
Neste apartamento o 1º dormitório foi utilizado como sala de jantar.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
102
do Município de São Paulo como área
mínima para estes ambientes.
Com média de 1,59 morador por
apartamento, as kitchenettes deste bloco
têm 15,51 m²/morador, ficando abaixo dos
valores indicados por Boueri Filho e são
consideradas habitação de padrão
“modesto” por Blachère
55
.
Os apartamentos de 1 dormitório têm
20,35 m²/morador, o que está acima do
recomendado por Boueri Filho e
considerados habitação de padrão “médio”
por Blachère.
Para o critério de congestionamento as kitchenettes têm 1,59
morador/cômodo, consideradas “super congestionadas” para o padrão norte-
americano e admissível para Chombart e Lauwe. Nota-se que em três das
55
Para Blachère:
1- Acima de 22 m²/morador considera-se padrão superior;
2- De 18 a 22 m²/morador considera-se padrão médio;
3- De 14 a 18 m²/morador considera-se padrão modesto.
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
KITCHENETTE BLOCO B (1)
0 1
1 MORADOR
2 3
Figura 49 – Kitchenette do bloco B. Note-se a
separação entre o espaço de dormir e a área
social.
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 DORMITÓRIO BLOCO B (2)
10
4 MORADORES
N
M
2 3
Figura 50 – Apartamento de 1 dormitório do bloco B com 4 moradores
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
103
cinco kitchenettes visitadas separa-se, no espaço multifuncional, a área de
dormir da de estar. O IO destes espaços varia de 34,64% à 39,32%
56
.
Nos banheiros e cozinhas os IO’s são de 24,54% e 31,70%
respectivamente (ver tabela 03, anterior).
Os apartamentos de 1 dormitório têm 0.79 morador/cômodo, o sendo
considerados congestionados por ambos os autores citados. Os IO’s
57
de
sala/quarto ficaram em 51,41% e 37,60% para os dois apartamentos visitados.
Ressalta-se que o primeiro apartamento possui quatro moradores e o
segundo apenas um, sendo que todos os moradores são adultos. A cozinha do
primeiro apartamento tem IO de 62,80% e no segundo apartamento o IO da
cozinha passa a ser de 52,20%. Os banheiros desses apartamentos têm IO de
67,10%. Ambos os apartamentos visitados não haviam retirado as banheiras
constantes originalmente nos banheiros. Sem as banheiras, o IO dos banheiros
seria de 19,70%.
As kitchenettes do bloco E têm 30,46m², 38,58m², 38,31m², 27,56m² e
28,31m² de área útil e os apartamentos de 1 dormitório, 66,40m² e 57,03m² de
área útil. Nas kitchenettes, 12,50% (3,81m²), 3,60% (1,39m²), 15,29% (5,86m²),
4,50% (1,24m²) e 12,11% (3,43m²) da área útil constitui-se em corredores de
circulação, e nos apartamentos de 1 dormitório esse valor corresponde a
6,91% (4,59m²) e 3,57% (2,04m²).
Tabela 11 – Índices de Obstrução (IO) para os apartamentos visitados do bloco B.
APTO. 1
(kitchenette)
%
APTO. 2
(kitchenette)
%
APTO. 3
(kitchenette)
%
APTO. 4
(kitchenette)
%
APTO 5
(kitchenette)
%
APTO. 6
(1dormitório)
%
APTO. 7
(1dormitório)
%
Multiuso
37,56 36,55 39,32 34,64 39,02 - -
Sala/dorm.
- - - - - 51,41 37,60
Banheiro
24,54 24,54 24,54 24,54 24,54 67,10 67,10
Cozinha
31,70 31,70 31,70 31,70 31,70 62,80 52,20
56
A área do corredor de entrada foi agregada ao espaço multifuncional para o cálculo do IO.
57
Para o cálculo de IO nestes apartamentos considerou-se a sala e o quarto um ambiente único, pois eles são
separados por armário embutido,
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
104
As kitchenettes do bloco F têm 36,48m², 29,85m² e 25,98m² de área útil e
os apartamentos de 1 dormitório, 54,43m² e 62,15m² de área útil. Nas
kitchenettes 3,83% (1,40m²), 16,00% (4,77m²) e 9,70% (2,52m²) da área útil
constitui-se em corredores de circulação; nos apartamentos de 1 dormitório
esse valor corresponde a 3,95% (2,15m²) e 4,26% (2,65m²).
Uma tipologia de kitchenette do bloco E e outra do bloco F têm áreas úteis
do espaço multifuncional (14,98m² e 14,11m² respectivamente) abaixo dos
16,00m² regulamentados pelo atual Código de Obras do Município de São
Paulo.
Com média de 1,84 morador por apartamento para ambos os blocos, as
kitchenettes do bloco E têm 16,62 m²/morador, 20,96 m²/morador, 20,82
m²/morador e 14,98 m²/morador e as do bloco F têm 19,82 m²/morador, 16,22
m²/morador e 14,11 m²/morador. Nota-se que, em dois tipos de kitchenettes do
bloco E e do Bloco F, os valores ficam abaixo do valor indicado por Boueri
Filho; essas kitchenettes são consideradas habitação de padrão “modesto” por
Blachère. Os apartamentos de 1 dormitório do bloco E têm 36,08 m²/morador e
30,99 m²/morador. No bloco F os valores são 29,58 m²/morador e 33,77
m²/morador. Portanto em todos os apartamentos de 1 dormitório dos blocos E e
F os valores estão acima do recomendado por Boueri Filho e são considerados
habitação de padrão “superior” por Blachère.
Para o critério de congestionamento as kitchenettes são consideradas
“super congestionadas” para o padrão norte-americano e admissíveis segundo
Chombart e Lauwe. Nota-se, como nas kitchenettes do bloco B, que em uma
das duas kitchenettes visitadas separa-se, no espaço multifuncional, a área de
dormir da de estar. Os Índices de Obstrução (IO) desses espaços o de
34,10% (bloco E) e de 51% (bloco F). A cozinha da kitchenette do bloco E tem
41,10% de IO e a do bloco F, 27,90% de IO. Os banheiros têm 17,90% (bloco
E) e 21,90% (bloco F).
Nos apartamentos de 1 dormitório o IO para as salas foi de 32,88% e
37,33%. para os dormitórios os IO’s foram de 40% e 42,50%,
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
105
respectivamente. Nas cozinhas os IO’s foram de 41% e 47,50% e nos
banheiros o IO foi de 15,80% nos dois casos.
Tabela 12 – Índices de Obstrução (IO) para os apartamentos visitados dos blocos E e F.
APTO. 1
(kitchenette)
%
APTO. 2
(kitchenette)
%
APTO. 3
(1dormitório)
%
APTO. 4
(1dormitório)
%
Multiuso
34,10 51 - -
Sala
- - 32,88 37,33
dormitório
- - 40 42,50
Banheiro
17,90 21,90 15,80 15,80
Cozinha
41,10 27,90 41 47,50
5.4.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
Analisando-se o diagrama de Paretto em todos os universos amostrais a
média, para os itens “quantidade de cômodos” e “dimensões dos cômodos”,
ficou acima da mínima média aceitável.
QUANT. DE VAGAS NA GARAGEM (2.52)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.22)
INT. DE RUÍDOS DA RUA (2.55)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2.80)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (3.28)
QUALIDADE DAS JANELAS (3.09)
ACESSO DE VEÍCULOS À GARAGEM (3.15)
TEMPERATURA NO INVERNO (2.74)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.29)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (3.61) - desv. padrão(0.56)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.25)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.26)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3.19)
TEMPERATURA NO VERÃO (3.27)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.16)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.39)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.33)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.30)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3.52)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (3.70) - desv. padrão(0.47)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3.48)
ÓTIMO(4)
APO COPAN (BLOCOS A, C E D) - DIAGRAMA DE PARETTO
PÉSSIMO(1) RUIM(2) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
Gráfico 20 – Diagrama de Paretto dos blocos A, C e D.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
106
No universo amostral dos blocos A, C e D (apartamentos de 2 e 3
dormitórios) estes itens foram os melhores avaliados pelos usuários, com
médias de 3.61 e 3.70. Para os blocos B, E e F (kitchenettes e apartamentos
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
APO COPAN (BLOCO B) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (2.89)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (3.22)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.43)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.17)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (2.93)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.14)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.12)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.14)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.13)
TEMPERATURA NO INVERNO (3.00)
ÓTIMO(4)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2.72) - desv. padrão(0.76)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2.63) - desv. padrão(0.81)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.28)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.67)
QUALIDADE DAS JANELAS (2.61)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (2.60)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2.63)
TEMPERATURA NO VERÃO (2.45)
INT. RUÍDOS DA RUA (2.68)
Gráfico 21 – Diagrama de Paretto do bloco B.
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
APO COPAN (BLOCOS E e F) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2,97)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3,10)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3,30)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3,15)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3,30)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3,37)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3,43)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3,40)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3,00)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3,27)
ÓTIMO(4)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2,87) - desv. padrão(0.51)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2,93) - desv. padrão(0.70)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (1,93)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2,43)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2,79)
QUALIDADE DAS JANELAS (2,83)
INT. RUÍDOS DA RUA (2,79)
TEMPERATURA NO VERÃO (2,87)
TEMPERATURA NO INVERNO (2,90)
Gráfico 22 – Diagrama de Paretto dos blocos E e F.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
107
de 1 dormitório) estas médias reduziram consideravelmente, sendo 2.87 e 2.93
nos blocos E e F e 2.63 e 2.64 no bloco B (gráficos 20, 21 e 22).
Em todos os casos o desvio padrão confirma os resultados em torno das
médias.
A moda nas respostas foi “bom” em todos os blocos, sendo que, tanto nas
dimensões, bem como na quantidade de cômodos, 100% dos usuários dos
blocos A, C e D responderam “bom” ou “ótimo”. Nos blocos E e F a
predominância de respostas foi de “bom” e “ótimo” para ambos os itens, sendo
77% para a dimensão dos cômodos” e 87% para “quantidade de cômodos”.
No bloco B, por sua vez, no quesito “dimensão dos cômodos”, 58% dos
usuários avaliaram como “bom” ou “ótimo”. No item “quantidade de cômodos”,
porém, 64% dos usuários marcaram “não se aplica” como resposta.
ÓTIMO 61%
BOM 39%
ÓTIMO 70%
BOM 30%
Gráfico 23 – Percentuais de respostas para a
questão 10 do questionário – Dimensões dos
cômodos. Blocos A, C e D.
Gráfico 24 – Percentuais de respostas para a
questão 09 do questionário – Quantidade de
cômodos. Blocos A, C e D.
BOM 49%
RUIM 30%
ÓTIMO 9%
PÉSSIMO 7%
NSA 5%
BOM 14%
NSA 64%
RUIM 11%
PÉSSIMO 9%
ÓTIMO 2%
Gráfico 25 – Percentuais de respostas para a
questão 10 do questionário – Dimensões dos
cômodos. Bloco B.
Gráfico 26 – Percentuais de respostas para a
questão 09 do questionário – Quantidade de
cômodos. Bloco B.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
108
Portanto, os usuários dos blocos A, C, D, E e F avaliam positivamente
seus apartamentos nos quesitos dimensão dos cômodos” e “quantidade de
cômodos”. No bloco B, o quesito “dimensão dos cômodos” foi bem avaliado,
porém houve uma indefinição em “quantidade de cômodos”, haja vista a grande
quantidade de respostas “não se aplica”.
5.4.3 DIAGNÓSTICO.
Técnicos e usuários concordam quanto às dimensões adequadas dos
cômodos dos apartamentos dos blocos A, C e D e consideram que a
quantidade de cômodos habitáveis por morador está acima do necessário para
a boa qualidade de desempenho funcional.
As kitchenettes têm quantidade de cômodos insuficientes para os
usuários e, em todas as kitchenettes do bloco B e na maior parte de
kitchenettes dos blocos E e F, as áreas úteis/morador estão abaixo dos
padrões de boa qualidade de desempenho funcional. As portas dos banheiros
voltadas para as cozinhas dificultam sua utilização, pois criam uma circulação
no centro do ambiente.
Os apartamentos de 1 dormitório do bloco B são, na verdade, kitchenettes
com divisão do espaço multifuncional por armário embutido. Essa divisão,
ÓTIMO 17%
BOM 60%
RUIM 17%
PÉSSIMO 3%
NSA 3%
BOM 84%
RUIM 10%
PÉSSIMO 3%
ÓTIMO 3%
Gráfico 27 – Percentuais de respostas para a
questão 10 do questionário – Dimensões dos
cômodos. Blocos E e F.
Gráfico 28 – Percentuais de respostas para a
questão 09 do questionário – Quantidade de
cômodos. Blocos E e F.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
109
porém, faz com que os apartamentos não sejam considerados congestionados,
e a área útil por morador tem padrão regular de desempenho funcional.
os apartamentos de 1 dormitório dos blocos E e F têm áreas
úteis/morador compatíveis com o bom padrão de qualidade espacial e não são
considerados congestionados.
5.5 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DIFICULDADES DE
LOCOMOÇÃO E VISÃO.
5.5.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
5.5.1.1 POSSIBILIDADE DE ACESSO AOS APARTAMENTOS, A PARTIR DA
RUA, POR PESSOAS COM DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO E VISÃO.
A galeria comercial do térreo do
edifício COPAN tem rebaixamentos na
calçada para passagem de cadeiras de
rodas apenas nas proximidades das
entradas 2 (principal) e 5. Esses
rebaixamentos, no entanto, não atendem à
NBR 9050/2004, pois sua largura, de
0,90m, está abaixo do que preconiza a
referida norma, ou seja, 1,20 metros. Os
rebaixamentos não têm sinalização tátil de
piso
58
, sua inclinação é de 20%, muito
acima dos 8,33% indicados na NBR
9050/2004 e possuem desnível de 1cm na
sua extremidade junto ao meio fio,
prejudicando sua utilização por pessoas
com cadeiras de roda.
A circulação do hall de entrada dos
blocos A, C, D, E e F fica comprometida
58
Conjunto de relevos tronco-cônicos que têm como objetivo sinalizar situações que envolvam risco de segurança
(NBR 9050/2004).
Foto 31 – Rebaixamento de piso nas proximidades
da entrada 2.
Foto 32 – Rebaixamento de piso nas proximidades
da entrada 5.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
110
pela disposição do layout das mesas destinadas aos porteiros, prejudicando a
área de manobra de pessoas em cadeira de rodas.
As áreas comuns de circulação dos
corredores da galeria comercial, bem como as
áreas comuns de circulação dos seis blocos
do edifício, o possuem obstáculos à
mobilidade de pessoas com limitações físicas,
como degraus e dimensões de passagens
incompatíveis com áreas de manobra de
cadeiras de roda. No entanto, para pessoas
com dificuldade de visão (ou deficiência
visual), o edifício apresenta alguns obstáculos
apresentados a seguir:
1- Os acessos aos blocos, corredores da galeria, portas de elevadores,
escadas, rampas não têm sinalização tátil de piso nem direcional
59
.
2- Os elevadores do bloco A e B não têm orientações em braile nem
sinais sonoros de paradas, porém nos blocos C, D, E e F os elevadores foram
modernizados nos anos de 2004 e 2005 e os novos equipamentos possuem
painéis de comando com sinalização tátil em relevo e em braile, com botoeiras
retro iluminadas e alertas sonoros. Estes equipamentos, porém, não têm barras
de apoio, contrariando o previsto na NBR 13994/2000.
O hall social dos blocos A, C e D têm acesso direto aos apartamentos.
No bloco B, o acesso dos elevadores ao corredor dos apartamentos se por
meio de rampas que não têm sinalização tátil de alerta de piso no seu início e
término, e sua inclinação (14,8%) a torna inacessível, acima do que determina
a NBR 9050/2004 (8,33%)
60
.
O corredor de acesso aos apartamentos nos pavimentos do bloco B tem
2,00m de largura, o que está além do espaço mínimo para a passagem de
duas pessoas em cadeiras de roda. Nos blocos E e F, o referido corredor de
59
Utilizados quando existe descontinuidade de linha guia identificável (NBR 9050/2004).
60
A NBR 9050/2004 cita que nas adaptações de edificações existentes aceita-se inclinação de até 12% nas rampas.
Foto 33 – Hall social de entrada do bloco D.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
111
circulação tem 1,20 metros de largura, suficiente para a passagem de uma
pessoa em cadeira de rodas e uma pessoa em pé. Essa medida permite,
também, manobras de 90º para se acessar as portas dos elevadores e das
unidades habitacionais, porém impossibilita manobras de 180º.
5.5.1.2 ADEQUAÇÃO DOS APARTAMENTOS AO USO DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA, VISUAL OU MOBILIDADE REDUZIDA.
Todos os apartamentos do edifício COPAN têm portas de entrada com
vão de passagem de 0,80m, o suficiente para a entrada de pessoas em
cadeiras de rodas. As portas internas, porém têm 0,70m de vão de passagem.
Os puxadores originais das portas são do tipo “alavanca” e encontram-se a
1,35m de altura do piso, acima do que recomenda a NBR 9050/2004 – 0,80m a
1,00m.
Os interruptores localizam-se a 1,35m do piso, o que está acima da
faixa de alturas para interruptores recomendada pela NBR 9050/2004 0.80m
a 1.00m. As tomadas, no entanto, têm altura abaixo dos 0.40m recomendados
na mesma norma, pois se localizam a 0.35m do piso.
Os corredores internos dos apartamentos dos blocos C e D têm largura
de 1.50m, o que é adequado à circulação e à manobra de pessoas usuárias de
cadeiras de rodas.
Fotos 34, 35 e 36 – corredor de acesso aos apartamentos em pavimento tipo do bloco F.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
112
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1.00m 2.00m0.50m
CÍRCULO COM DIÂMETRO
DE 1.50m - MANOBRA
DE CADEIRA DE RODA
0.80
Os apartamentos dos blocos A,
C e D têm banheiros com dimensões
que permitem a adaptação para
usuários de cadeira de rodas ou
pessoas com dificuldade de
locomoção.
É difícil o acesso de cadeiras de
rodas aos banheiros das kitchenettes
do bloco B, por estar a porta dos
mesmos voltada para a cozinha que,
por sua vez, é voltada para o corredor
de passagem de 0,90m de largura. Os
problemas de acesso e circulação por
corredores estreitos se repete nas
kitchenettes e apartamentos de 1
dormitório dos blocos E e F. Nos
apartamentos de 1 dormitório do bloco
B este fato não acontece, pois o
corredor de entrada tem 1,15m de
largura e não existe corredor interno de
circulação.
5.5.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
Analisando os diagramas de Paretto, para os três universos amostrais,
verifica-se que, em todos eles, são consideradas satisfatórias as condições de
acessibilidade do edifício por seus usuários no quesito “adaptação do edifício
ao uso por deficientes físicos”, haja vista as médias das tabulações ficarem
sempre acima da mínima média aceitável. No bloco B obteve-se a maior média
(3.22) e nos blocos E e F, com média de 2.79, verificou-se a pior avaliação (ver
gráficos 29, 30 e 31). Em todos os casos o desvio padrão confirma os
resultados em torno das médias.
Figura 51 Proposta de adaptação de
banheiro de apartamento do bloco C para
uso por pessoas com dificuldades de
locomoção.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
113
APO COPAN (BLOCO B) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (2.89)
TEMPERATURA NO INVERNO (3.00)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.13)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.43)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (3.22) - desv. padrão(0.52)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.14)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.12)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.14)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (2.93)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.17)
ÓTIMO(4)
INT. RUÍDOS DA RUA (2.68)
TEMPERATURA NO VERÃO (2.45)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2.63)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (2.60)
QUALIDADE DAS JANELAS (2.61)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.67)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2.63)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2.72)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.28)
APO COPAN (BLOCOS A, C E D) - DIAGRAMA DE PARETTO
ÓTIMO(4)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3.48)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (3.70)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3.52)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.30)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.33)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.39)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3.16)
TEMPERATURA NO VERÃO (3.27)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3.19)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.26)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.25)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (3.61)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.29)
TEMPERATURA NO INVERNO (2.74)
ACESSO DE VEÍCULOS À GARAGEM (3.15)
QUALIDADE DAS JANELAS (3.09)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (3.28)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2.80) - desv. padrão(0.65)
INT. DE RUÍDOS DA RUA (2.55)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.22)
QUANT. DE VAGAS NA GARAGEM (2.52)
PÉSSIMO(1) RUIM(2) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
Gráfico 29 – Diagrama de Paretto dos blocos A, C e D.
Gráfico 30 – Diagrama de Paretto do bloco B.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
114
APO COPAN (BLOCOS E e F) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2,97)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3,27)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3,00)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3,40)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3,43)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3,37)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3,30)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3,15)
PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES (3,30)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3,10)
ÓTIMO(4)
TEMPERATURA NO INVERNO (2,90)
TEMPERATURA NO VERÃO (2,87)
INT. RUÍDOS DA RUA (2,79)
QUALIDADE DAS JANELAS (2,83)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2,93)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2,79) - desv. padrão(0.70)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2,43)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2,87)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (1,93)
BOM 43%
ÓTIMO 9%
NSA 24%
RUIM 24%
PÉSSIMO 5%
BOM 63%
NSA 7%
ÓTIMO 25%
PÉSSIMO 3%
BOM 54%
NSA 10%
ÓTIMO 10%
RUIM 23%
A moda nas respostas foi “bom” em todos os blocos, sendo que, no bloco
B, 88% dos usuários responderam “ótimo” ou “bom” na questão 22 do
questionário aplicado.
Gráfico 31 – Diagrama de Paretto dos blocos E e F.
Gráfico 32 – Percentuais de
respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilidade.
Blocos A, C e D.
Gráfico 33 – Percentuais de
respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilidade.
Bloco B.
Gráfico 34 – Percentuais de
respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilidade.
Blocos E e F.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
115
5.5.3 DIAGNÓSTICO.
Mesmo não existindo barreiras arquitetônicas na galeria comercial do
pavimento térreo, os rebaixamentos de guias em desacordo com as dimensões
preconizadas pela NBR 9050/2004 e a falta de sinalização tátil direcional de
piso comprometem o acesso com cadeiras de rodas e a locomoção de pessoas
com dificuldades de visão. As rampas de acesso aos corredores dos
apartamentos do bloco B, bem como os corredores dos blocos E e F dificultam
a circulação e a manobra de pessoas em cadeiras de rodas.
Os apartamentos dos blocos A, C, D e apartamentos de 1 dormitório do
bloco B são facilmente adaptáveis às pessoas com dificuldades de locomoção
e visão. Nas kitchenettes e nos apartamentos de 1 dormitório dos blocos B, E e
F, porém, têm-se grandes dificuldades nesta adaptação, haja vista os estreitos
corredores internos terem pilares estruturais ou prumadas principais de
instalações hidráulicas nas suas paredes limítrofes.
5.6 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.
5.6.1 AVALIAÇÃO FÍSICA.
Segundo Berto (in Venezia 2004, p. 53) existem oito requisitos
funcionais a serem atendidos no considerado “edifício seguro contra incêndios”,
a saber: Precaução contra o início do incêndio, limitação do crescimento do
incêndio, extinção inicial do incêndio, limitação da propagação do incêndio,
evacuação segura do edifício, precaução contra a propagação de incêndio
entre edifícios, precaução contra o colapso estrutural e rapidez das operações
de combate e resgate. o Building Code of Austrália (1996), no capítulo Fire
Engineering Guidelines, divide a segurança contra incêndios em seis
subsistemas: Início e crescimento de incêndios; propagação de fumaça;
propagação de incêndio; detecção e extinção; saídas das pessoas e
intervenção do corpo de bombeiros (Teive, Braz, Barbi, Fascin e Coelho, 2000).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
116
Para o processo de análise do edifício COPAN, segundo orientações da
Profa. Dra. Rosaria Ono
61
, esses requisitos foram agrupados, definindo-se os
cinco itens a seguir, com suas devidas observações para o estudo de caso:
a) Possibilidades de início do incêndio nas unidades habitacionais.
Durante toda a década de 90, todos os apartamentos tiveram os
quadros de madeira para distribuição de energia elétrica com fusíveis
substituídos por quadros metálicos com disjuntores.
Foram substituídos, recentemente, os botijões de GLP (Gás Liquefeito
de Petróleo) por sistema de distribuição com gás natural encanado, diminuindo-
se os riscos de explosões nos apartamentos. Vale ressaltar que não existia um
compartimento específico para os botijões, que ficavam nas cozinhas, próximos
aos fogões e sem ventilação
62
.
Para Mitidieri (2000) “devem ser evitados (nas envoltórias das
edificacões) materiais que se ignizem com facilidade e possuam capacidade de
sustentar a combustão”. No edifício COPAN as envoltórias dos apartamentos
são constituídas de alvenaria de tijolos cerâmicos maciços rebocada, com
espessura final de 15 cm e lajes tipo “caixão perdido”, com duas lajes de 8 cm
de espessura e vão interno de 10 cm entre os pavimentos, não representando
riscos de propagação de incêndios
63
.
O edifício possui sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
O edifício COPAN possui rondas constantes de funcionários por todo o
prédio e está sendo instalada central de monitoramento
64
por câmeras para as
áreas comuns, o que inibe atos incendiários e de vandalismo.
61
Depoimento concedido em 20 de abril de 2006.
62
O Decreto Municipal 24.714 de 07/10/1987 e Lei 11.228 PMSP obrigam prédios localizados em vias que possuam
rede pública de gás natural, mantida pela Companhia de Gás de São Paulo (COMGÁS) a utilizar o sistema
(www.prefeitura.sp.gov.br).
63
Conforme ensaios realizados pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBESP) a alvenaria de tijolos
cerâmicos furados com reboco teve o tempo de resistência ao fogo quatro vezes maior que o indicado pela Instrução
Técnica nº 8 do CBESP (Venezia, 2004).
64
O sistema foi instalado durante o primeiro semestre de 2006 e já está em funcionamento.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
117
O perfil dos moradores, extraídos da amostra de questionários
aplicados, demonstra que existem poucas crianças nos apartamentos, o que
diminui a possibilidade de início de incêndios por brincadeiras infantis.
b) Controles de propagação do fogo e fumaça.
Conforme citado no item anterior, os apartamentos não têm envoltórias
(lajes e alvenarias) que facilitem a propagação de incêndio de uma unidade
para outra (propagação horizontal).
Os dutos de ventilação dos banheiros e cozinhas não têm um sistema
de lacre, o que facilita a propagação de fumaça.
No bloco B o espaço das rampas que liga
a área dos elevadores com dois pavimentos, é
totalmente aberto, o que facilita tanto a
propagação de fogo, bem como de fumaça de
um pavimento para o outro.
As fachadas têm apenas a espessura da
laje entre os pavimentos o que facilita a
propagação vertical de incêndio de um
pavimento para o outro. Os brises não melhoram
esta situação, pois estão afastados da fachada
30cm.
c) Rotas de fuga.
As escadas de segurança dos blocos A, E e F
são abertas e apresentam degraus em leque (foto 39).
Nos blocos B, C e D as escadas são fechadas, porém
também apresentam degraus em leque (foto 40).
Nenhuma das escadas possui antecâmara e apenas a
escada do bloco B é separada do pavimento por porta
corta fogo.
Foto 37 – Rampas de ligação dos
pavimentos com a área dos elevadores no
bloco B.
Foto 38 – Escada de segurança
do bloco A.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
118
Todas as escadas têm corrimãos de acordo
com a Lei Municipal 11.228, de 25 de junho de
1992, e o Decreto Municipal 32.329 da PMSP, de
setembro de 1992. Para a Instrução Técnica 11
do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo
estas escadas deveriam ser usadas apenas como
circulação secundária, visto que possuem degraus
em leque.
No bloco B a distância de alguns apartamentos
até a caixa de escada do bloco está acima do que preconiza a Lei Municipal nº
11.228 e o Decreto Municipal 32.329 da PMSP (25 metros), pois uma única
escada atende aos 20 apartamentos do andar. A distância entre os últimos
apartamentos e a escada de segurança é de 60 metros (figura 52).
Apenas as escadas dos blocos A e B saem diretamente no pavimento
térreo. As escadas dos outros blocos terminam na laje de cobertura do terraço,
ou seja, na cobertura do quarto piso do edifício. A ligação desta laje ao
pavimento térreo dá-se por escada localizada numa das extremidades, e o
caminho entre as caixas de escada e esta saída tem diversas obstruções,
Foto 39 – degraus em leque de
escada do bloco E.
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
Figura 52 – Rota de fuga possível no bloco B.
Sem escala
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
119
desde desníveis e soleiras, até estreitamento
de passagem. A escada do bloco A é
completamente aberta na passagem por esta
laje de cobertura, criando a falsa impressão
de que se chegou à rota natural de fuga.
Em todos os blocos existem
indicadores da localização da rota de fuga
possível – escadas de segurança.
O prédio possui sistema de iluminação de emergência para áreas
comuns, escadas e elevadores, alimentados por gerador de 330 KVA
localizado no 1º subsolo.
d) Acesso de bombeiros ao edifício e às unidades habitacionais.
Mesmo localizando-se em área adensada, como o centro da cidade de São
Paulo, o edifício COPAN tem possibilidades de aproximação de veículos de
bombeiros ao prédio. Os apartamentos de fundos do bloco B, porém, não têm
possibilidade de aproximação de veículo com escada do tipo Magirus.
O COPAN tem heliponto na sua cobertura.
Os brise soleil prejudicam o acesso às unidades habitacionais pelas janelas.
Têm distância de 30 cm da fachada do prédio, o que pode causar acidentes no
seu acesso, a partir dos apartamentos.
O edifício COPAN tem seis blocos de apartamentos que se ligam pelos
subsolos, pavimento térreo e cobertura. É necessário que esse fato seja de
conhecimento prévio das equipes de atendimento ao prédio para evitar que, em
caso de incêndios de grandes proporções, os bombeiros não criem a convicção
de que estão atendendo ao edifício na sua totalidade quando acessam o bloco
B, que possui 640 apartamentos.
e) Sistemas internos de combate a incêndio.
Foto 40 – Chegada da escada do bloco F na
laje de cobertura do terraço. A porta à
esquerda liga esta área ao pavimento térreo.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
120
Todos os pavimentos de todos os blocos têm
extintores para incêndio de classe A (água
pressurizada) e para incêndio de classes B e C
65
(pó
químico), bem como hidrantes. No momento da
vistoria, os extintores estavam com vistorias e
revisões de acordo com a NBR 12962/1998 e NBR
13485/1995. A colocação dos extintores (distância
do piso à parte superior do extintor) está acima do
que recomenda a NR 23/1978 do Ministério do
Trabalho (1,60 m). Não foi encontrado, no momento
da vistoria, nenhum extintor que tenha sofrido danos
por vandalismo.
Todos os pavimentos de todos os blocos
possuem alarme sonoro com acionamento
manual.
Todos os pavimentos de todos os blocos
possuem hidrantes e suas mangueiras têm
vistorias preventivas.
O edifício possui brigada de incêndio
composta de 22 brigadistas, com turnos diurno
(12 brigadistas) e noturno (8 brigadistas), além
de 60 funcionários treinados para atuar em
situações de emergência.
O pavimento térreo do edifício COPAN,
ocupado por galeria de lojas, possui sistema de
chuveiros automáticos (sprinklers) nos
corredores de circulação. As lojas, no entanto,
não são atendidas por este sistema, porém
possuem detectores de fumaça. Segundo
Mendonça (2005), esse sistema de sprinklers,
65
Segundo a NR 23/1978 extintores de incêndios de classe A são utilizados em aparas de papel e madeira e os de
classes B e C são para líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
Foto 41 – Jogo de extintores de
pavimento do bloco B.
Foto 42 – Rede de sprinklers na galeria
comercial do pavimento térreo.
Foto 43 – Detector de fumaça em loja
da galeria do pavimento térreo.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
121
mesmo não atendendo nenhuma legislação, possui ótima manutenção,
inclusive com controle de pureza da água que circula nas tubulações.
5.6.2 AVALIAÇÃO DA OPINIÃO DOS USUÁRIOS.
Mesmo que alguns usuários tenham marcado, no questionário, a opção
“Não se aplica” e informado que “...não tem condições técnicas para opinar
sobre o assunto”, os itens prevenção de acidentes” e “segurança contra
incêndios” foram bem avaliados em todos os universos amostrais. Nos gráficos
de Paretto as médias sempre ficaram acima da mínima média aceitável.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES (3.16) - desv. padrão(0.58)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.26) - desv. padrão(0.63)
QUANT. DE VAGAS NA GARAGEM (2.52)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.22)
INT. DE RUÍDOS DA RUA (2.55)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2.80)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (3.28)
QUALIDADE DAS JANELAS (3.09)
ACESSO DE VEÍCULOS À GARAGEM (3.15)
TEMPERATURA NO INVERNO (2.74)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.29)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (3.61)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.25)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3.19)
TEMPERATURA NO VERÃO (3.27)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.39)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.33)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.30)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3.52)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (3.70)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3.48)
ÓTIMO(4)
APO COPAN (BLOCOS A, C E D) - DIAGRAMA DE PARETTO
PÉSSIMO(1) RUIM(2) BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
APO COPAN (BLOCO B) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)PÉSSIMO(1) BOM(3)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (2.89)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3.17) - desv. padrão(0.54)
PREVENÇÃO DE ACIDENTES (3.14) - desv. padrão(0.73)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3.14)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (2.93)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3.12)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (3.22)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3.43)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3.13)
TEMPERATURA NO INVERNO (3.00)
ÓTIMO(4)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2.28)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2.72)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2.63)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (2.67)
QUALIDADE DAS JANELAS (2.61)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (2.60)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2.63)
TEMPERATURA NO VERÃO (2.45)
INT. RUÍDOS DA RUA (2.68)
Gráfico 35 – Diagrama de Paretto dos blocos A, C e D.
Gráfico 36 – Diagrama de Paretto do bloco B.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
122
Em todos os casos o desvio padrão confirma os resultados em torno das
médias. A moda nas respostas foi “bom” em todos os blocos. Note-se que a
melhor avaliação ocorreu nos blocos B, E e F, sendo que nos blocos E e F
100% da amostra assinalou “ótimo” ou “bom no quesito “segurança contra
incêndios” (gráficos 38, 39 e 40).
Conclui-se, assim, que o edifício COPAN é bem avaliado pelos usuários
nos itens “segurança de acidentes” e “segurança contra incêndios”.
5.6.3 DIAGNÓSTICO.
Comparado com a atual legislação vigente na cidade de São Paulo o
edifício COPAN possui uma grande variedade de irregularidades na sua
estrutura física, entretanto apresenta sistemas de segurança contra incêndios
em boas condições de conservação e manutenção. Este fato pode minorar
APO COPAN (BLOCOS E e F) - DIAGRAMA DE PARETTO -
RUIM(2)
PÉSSIMO(1)
BOM(3)
MÉDIA MÍNIMA ACEITÁVEL(2.5)
INT. RUÍDOS DOS VIZINHOS (2,97)
PREVENÇÃO DE ACIDENTES (3,30) - desv. padrão(0.60)
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO (3,30) - desv. padrão(0.40)
SATISFAÇÃO COM O APARTAMENTO (3,10)
ACESSO DE PEDESTRES AO EDIFÍCIO (3,15)
LIMPEZA DE ÁREAS COMUNS (3,37)
ESTÉTICA DO EDIFÍCIO (3,43)
SEGURANÇA NO EDIFÍCIO (3,40)
VENTILAÇÃO NO APARTAMENTO (3,00)
CONTRIBUIÇÃO DE LUZ NATURAL (3,27)
ÓTIMO(4)
TEMPO DE ESPERA DOS ELEVADORES (1,93)
QUANTIDADE DOS CÔMODOS (2,87)
ESTADO DE CONSERVAÇÃO EXTERNO (2,43)
ADAP. PARA DEFICIENTES FÍSICOS (2,79)
DIMENSÕES DOS CÔMODOS (2,93)
QUALIDADE DAS JANELAS (2,83)
INT. RUÍDOS DA RUA (2,79)
TEMPERATURA NO VERÃO (2,87)
TEMPERATURA NO INVERNO (2,90)
Gráfico 37 – Diagrama de Paretto dos blocos E e F.
BOM 52%
ÓTIMO 33%
NSA 6%
RUIM 9%
ÓTIMO 23%
BOM 63%
NSA 7%
RUIM 7%
BOM 70%
ÓTIMO 30%
Gráfico 38 – Percentuais de
respostas para a questão 12 do
questionário – segurança contra
incêndios. Blocos A, C e D.
Gráfico 39 – Percentuais de
respostas para a questão 12
do questionário – segurança
contra incêndios. Bloco B.
Gráfico 40 – Percentuais de
respostas para a questão 12
do questionário – segurança
contra incêndios. Blocos E e F.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
123
eventuais transtornos gerados por problemas ligados à má concepção projetual
inicial dos sistemas de controle e combate a incêndio, haja vista inexistirem, na
época de seu projeto, regulamentações sobre o assunto.
5.7 MAPA COMPORTAMENTAL.
5.7.1 DESCRIÇÃO DAS ENTRADAS OBSERVADAS.
5.7.1.1 ENTRADA 1 (observações - dia 08/03/2005 terça feira).
Essa entrada tem acesso direto pela Rua
Araújo. As portarias mais próximas são as dos
blocos E e F, onde também se encontra o
acesso à administração do condomínio. Dentre
as lojas consideradas nas observações e
localizadas nas proximidades existem uma
lanchonete, uma cafeteria, dois cabeleireiros
femininos, uma pizzaria/restaurante e uma boutique feminina. Uma das lojas
está em reforma e sete servem como apoio para dois restaurantes que têm
como entrada principal a área externa da galeria (figura 54).
RESTAURANTE
CABELEIREIRO
RESTAURANTE 02
RESTAURANTE 01
RESTAURANTE 02
LANCHONETE
ENTRADA DE SERVIÇO
RESTAURANTE
APOIO
02
APOIO
DO BLOCO D
CABELEIREIRO
DO BLOCO E
ENTRADA SOCIAL
REFORMA
TELEFONE PÚBLICO
RESTAURANTE
ENTRADA DE SERVIÇO
DO BLOCO E
APOIO
01
01
APOIO
PIZZARIA
R
U
A
A
R
A
U
J
O
ENTRADA SOCIAL
DO BLOCO F
DO BLOCO F
ENTRADA DE SERVIÇO
AO SUBSOLO
RAMPA DE ACESSO
RESTAUR. 1
ESCRITÓRIO
BOUTIQUE
ESCRITÓRIO
RESTAUR. 1
01
02
CAFÉ
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
N
M
ENTRADA 1
Figura 53 – Localização
da entrada 1. Sem escala.
Figura 54 – Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 1 – sem escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
124
5.7.1.2 ENTRADA 2 (observações - dia 09/03/2005 quarta feira).
Essa entrada tem acesso direto pela
Avenida Ipiranga. Pode-se, também, utilizar
a rua particular entre o prédio do
BRADESCO e o COPAN. As portarias mais
próximas são as dos blocos C e D; dentre
as lojas consideradas nas observações e
localizadas nas proximidades, existem uma
lanchonete, uma cafeteria, dois
cabeleireiros femininos, uma lavanderia,
uma padaria, um restaurante e quatro
butiques femininas (figura 56).
Foto 44 – vista externa da entrada 1.
Foto 45 – Corredor que segue para galeria – entrada 1.
Foto 46 – Corredor que segue para final da galeria
entrada 1.
N
M
ENTRADA 2
Figura 55 –
Localização da entrada
2. Sem escala
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
125
LOCADORA
CABELEIREIRO
LAVANDERIA
BOUTIQUE 04
VÍDEO
ENTRADA
DO BLOCO B
ENTRADA SOCIAL
DO BLOCO C
DO BLOCO D
ENTRADA SOCIAL
CAFÉ
DO BLOCO D
ENTRADA DE SERVIÇO
RESTAURANTE
BOUTIQUE 02
PADARIA
CABELEIREIRO
BOUTIQUE 03
DO BLOCO C
ENTRADA DE SERVIÇO
LANCHONETE
BOUTIQUE 01
02
01
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
Figura 56 – Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 2 – sem escala.
Foto 47 – Vista externa da entrada 2 (principal). Fonte
Eduardo Aquino SMPB/Projects.
Foto 48 – Vista interna da entrada 2 (principal).
Foto 49 – Corredor que segue para galeria – entrada 2.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
126
5.7.1.3 ENTRADA 3 (observações - dia 10/03/2005 quinta feira).
Essa entrada tem acesso pela rua particular. A portaria mais próxima é a
do bloco B; dentre as lojas consideradas nas observações e localizadas nas
proximidades, existem uma lavanderia, duas butiques de adultos, quatro
cabeleireiros, uma loja de presentes e variedades, uma sapataria feminina,
uma butique infantil, um consultório dentário (com imobiliária no piso superior)
e uma perfumaria. Ao lado da entrada do bloco B existe um telefone público e
acesso aos vestiários de funcionários das lojas. Existe outro telefone público no
pilar central da entrada. O corredor principal bifurca-se em dois que, para efeito
das observações, foram denominados corredor 01 e corredor 02 (figura 58).
N
M
ENTRADA 3
Foto 50 – Vista externa da entrada 3.
Figura 57
– Localização
da entrada 3. Sem escala.
DO BLOCO B
CABELEIREIRO
BOUTIQUE
CABELEIREIRO
INFANTIL
BOUTIQUE
CABELEIREIRO
CORREDOR 02
FEMININA
SAPATARIA
BOUTIQUE
01
CORREDOR 01
PRESENTES
LOJA DE
02
02
PERFUMARIA
04
CORREDOR PRINCIPAL
CABELEIREIRO
01
LAVANDERIA
03
ENTRADA
DO CINEMA/IGREJA
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
PÚBLICO
TELEFONE
ENTRADA DOS VESTIÁRIOS
DENTISTAS E
IMOBILIÁRIA
TELEFONE
PÚBLICO
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
Figura 58 – Planta
das proximidades
(interior da
galeria) da
entrada 3 – sem
escala.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
127
5.7.1.4 ENTRADA 4 (observações - dia 11/03/2005 sexta feira).
Essa entrada tem acesso pela rua
particular existente entre o edifício do
BRADESCO e o COPAN e pela Vila
Normanda. A portaria mais próxima é a do
bloco A; dentre as lojas consideradas nas
observações e localizadas nas
proximidades, existem uma vídeo-locadora,
duas butiques, um despachante e um alfaiate. Sete lojas das proximidades
estão desocupadas. O corredor interno bifurca-se e, para efeito de observação,
são utilizadas as mesmas denominações da entrada anterior, ou seja, corredor
01 e corredor 02.
Foto 51
Corredor interno e ilha de
lojas nas
proximidades da entrada 3.
Foto 52 – Vista interna da entrada 3.
N
M
ENTRADA 4
Foto 53 – Vista externa da entrada 4.
Foto 54
Corredor interno nas proximidades
da entrada 4.
Foto 55 – Vista interna da entrada 4.
Figura 59
Localização da entrada
5. Sem escala
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
128
5.7.1.5 ENTRADA 5 (observações feitas no dia 14/03/2005 – segunda feira).
Essa entrada tem acesso pela Vila Normanda. Pode-se acessar, a partir
desta, a Avenida São Luiz por uma passagem existente entre os prédios
vizinhos ao COPAN. Existem duas entradas para o cinema/igreja; há, também,
três butiques, um alfaiate, uma lanchonete, uma loja de relógios, uma loja de
presentes e variedades e um cabeleireiro. Cinco lojas das proximidades estão
desocupadas. O corredor interno bifurca-se e, para efeito de observação, são
utilizadas as mesmas denominações da entrada anterior, ou seja, corredor 01 e
corredor 02.
N
M
ENTRADA 5
Foto 56 – Vista externa da entrada 5.
Figura 61
Localização da entrada
5. Sem escala
Figura 60 –
Planta das
proximidades
(interior da
galeria) da
entrada 4 –
sem escala.
R
U
A
P
A
R
T
I
C
U
L
A
R
LOCADORA
VILA NORMANDA
DO BLOCO A
ENTRADA SERVIÇO
DO BLOCO A
ENTRADA SOCIAL
VIDEO
BOUTIQUE 01
DENTISTA/
IMOBILIARIA
PRESENTES E VARIEDADES
LOJA DE
BOUTIQUE 02
ALFAIATE
DESPACHANTE
CORREDOR 01
CORREDOR 02
ENTRADA 5
LOJA DESOCUPADA
LOJA DESOCUPADA
LOJA DESOCUPADA
LOJA DESOCUPADA
LOJA DESOCUPADA
DESOCUPADA
LOJA
DESOCUPADA
LOJA
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
129
5.7.2 OBSERVAÇÕES REALIZADAS.
Em termos de fluxos de entradas e saídas, destacam-se as entradas 1, 2
e 5 como as mais movimentadas, onde ocorreram grandes oscilações nos
fluxos, com picos às 12h00min, 13h00min e 14h00min, horários de almoço. As
entradas 1 e 2 têm a maior quantidade de lanchonetes e restaurantes nas suas
proximidades. Nas entradas 3 e 4, as oscilações nos fluxos de entradas e
saídas foram menores, com destaque para o pico de entradas às 12h00min na
entrada 4 (gráfico 41).
VILA NORMANDA
CORREDOR 02
BOUTIQUE 01
BOUTIQUE 03
CINEMA/IGREJA
ENTRADA DO
ALFAIATE
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
DO CINEMA/IGREJA
PRESENTES E VARIEDADES
LOJA DE
RAMPA DE ACESSO
AO SUB SOLO
LANCHONETE
BOUTIQUE 02
CORREDOR 01
CABELEIREIRO
RELÓGIOS
BOUTIQUE 04
N
O
R
T
E
M
A
G
N
É
T
I
C
O
Figura 62
– Planta
das
proximidad
es (interior
da galeria)
da entrada
5 – sem
escala.
Foto
57
Corredor interno nas proximidades da
entrada 5.
Foto 58 – Vista interna da entrada 5.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
130
ENTRADA 2
80
ENTRADA 3
ENTRADA 5
ENTRADA 4
20
(PESSOAS)
10
0
70
60
50
40
30
LEGENDA
ENTRADA 1
ENTRADA
SAÍDA
140
90
100
110
120
130
150
8 10 11 12 1413 1715 16 18 (HORA)9
Na entrada 1 ocorreu o maior pico de entradas, com o acesso de 129
pessoas
66
entre 13h00min e 13h15min (tabela 13). A entrada 1 também teve o
maior número de horas como o principal fluxo de entradas, pois, das onze
horas observadas, apenas em dois períodos (16h00min e 17h00min) ela foi
ultrapassada pelas entradas 2 e 5.
A entrada 2 ficou em segundo lugar em número de acessos à galeria às
10h00min, 11h00min, 15h00min e 17h00min e, às 16h00min, assumiu o
primeiro lugar. A entrada 5 foi a segunda em fluxos de entradas às 8h00min,
12h00min, 13h00min, 14h00min e 18h00min, porém seu pico de acessos (das
13h00min às 13h15min), com a movimentação de 122 pessoas, foi
ultrapassado apenas pelo pico da entrada 1.
66
Número de pessoas que entraram na galeria no horário informado no dia 08/03/2005 (segunda feira) quando foram
feitas as observações na entrada 1.
Gráfico 41 Fluxo de entradas e saídas nos horários observados.
ENTRADAS
SAÍDAS
MINIMO MÁXIMO MÍNIMO MÁXIMO
ENTRADA 1
26 (17:00 h)
129 (13:00 h)
33 (11:00 h) 96 (14:00 h)
ENTRADA 2
22 (09:00 h) 102 (13:00 h) 24 (08:00 h) 96 (13:00 h)
ENTRADA 3
8 (08:00 h)
28 (13:00 h)
7 (11:00 h)
21 (13:00 h)
ENTRADA 4
15 (18:00 h) 44 (12:00 h)
7 (18:00 h)
27 (13:00 h)
ENTRADA 5
20 (08:00 h) 122 (13:00 h) 37 (11:00 h)
120 (13:00 h)
Tabela 13
Números máximo e nimo de pessoas que entraram e saíram da
galeria nos horários observados (por entrada). Ressalta-se que as contagens foram
feitas apenas no primeiro quarto de cada hora, de 8h00min às 18h00min em apenas
1 dia da semana.
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131
A entrada 4 ficou a maior parte do tempo como quarta opção de fluxo de
entradas, sendo ultrapassada pela entrada 3 somente às 13h00min e
18h00min.
Finalmente, a entrada 3, mesmo sendo a mais próxima da portaria do
bloco com maior número de apartamentos do COPAN (bloco B), ficou a maior
parte do tempo como última escolha de acesso à galeria por parte dos
usuários. Ocorreram pequenas oscilações no número de pessoas que
acessavam a galeria pela entrada 2, nos horários observados.
O maior pico no fluxo de saídas, por sua vez, ocorreu na entrada 5, que
chegou a registrar 120 pessoas saindo de 13h00min às 13h15min. A entrada 1,
no entanto, ficou, na maioria das horas observadas, como a primeira em
número de saídas, liderando a contagem às 8h00min, 9h00min, 14h00min,
15h00min e 17h00min.
Mesmo apresentando o maior pico em número de pessoas saindo, a
entrada 5 lidera a contagem das saídas apenas às 10h00min, 11h00min,
13h00min e 18h00min. A entrada 2 aparece na liderança da contagem de
número de pessoas que saem da galeria às 12h00min e 16h00min.
As entradas 3 e 4 foram as menos movimentadas no fluxo de saídas,
sendo que ocorrem poucas oscilações no número de pessoas que por elas
saem da galeria nos horários observados.
Nas médias de contagem do número de
pessoas que entraram e saíram, pode-se
notar que a entrada 1 liderou, tanto no
número de usuários que entraram, como dos
que saíram. A entrada 2 aparece em segundo
lugar na média de pessoas que entraram na
galeria, porém a entrada 5 assume o segundo
lugar na média de pessoas que dela saíram. As entradas 4 e 3 aparecem como
o quarto e quinto lugares, respectivamente, em médias de entradas e saídas
(tabela 14).
ENTRADAS
SAÍDAS
ENTRADA 1
63 57
ENTRADA 2
52 50
ENTRADA 3
15 13
ENTRADA 4 22 15
ENTRADA 5
51 54
Tabela 14
Médias do número de pessoas
que entraram e saíram da galeria nos horários
observados para 1 dia típico da semana.
Ressalta-se que as contagens eram feitas
apenas no primeiro quarto de cada hora.
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132
Na entrada 1, em todos os horários observados, as pessoas que
acessavam a galeria dirigiam-se, em sua maioria, para o lado direito da
entrada; seu principal objetivo era entrar diretamente na galeria sem
freqüentar as lojas nas proximidades.
Às 12h00min, diminui o percentual dos usuários que acessam a entrada 1
apenas para entrar na galeria e aumentou o número dos que freqüentavam as
lojas das proximidades, principalmente os estabelecimentos ligados ao
comércio de alimentação. Às 13h00min, a loja mais acessada foi a
pizzaria/restaurante e, às 14h00min, a lanchonete. Esse fato já era esperado,
visto que esses horários são, predominantemente, reservados para o almoço.
O balcão da cafeteria é muito freqüentado, e sempre pessoas
sentadas em um desnível existente na loja localizada em frente ao cabeleireiro
01. Entre 12h00min e 14h00min, ocorrem aglomerações em frente à
pizzaria/restaurante e à lanchonete, assim como no balcão da cafeteria.
A entrada 2 é considerada a principal entrada do edifício COPAN por
possuir as maiores dimensões. Em todos os horários observados, a maioria
dos usuários que dela se utilizaram dirigiram-se para o lado direito, rumo às
entradas 3, 4 e 5.
Diferentemente da entrada 1, os objetivos da maioria dos usuários que
acessam a galeria pela entrada 2 são diversos: em quatro dos horários
observados (8h00min, 9h00min, 12h00min e 13h00min), a maioria deles
passou pela galeria sem se utilizar das lojas nas proximidades; às 10h00min,
11h00min, 17h00min e 18h00min, acessam os blocos B, C e D. Às 14h00min,
15h00min e 16h00min, freqüentam as lojas próximas.
Todas as lojas das proximidades foram acessadas em mais de um dos
horários observados, com destaque para a cafeteria, que não teve movimento
somente às 18h00min.
O trânsito de pessoas no corredor interno é intenso e constantemente
existem aglomerações nas proximidades da entrada 2 nos mais variados
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133
locais. Da mesma forma que na entrada 1, algumas pessoas utilizam o
desnível existente na porta do café para sentar-se.
A entrada 3 é, em número de pessoas que entram e saem, a menos
movimentada da galeria do edifício COPAN; existem poucas oscilações no
número de pessoas que entraram e saíram nos horários observados. Próximo
a essa entrada existe uma bifurcação do corredor central. O caminho seguido
pela maioria dos usuários que acessa a galeria por esta entrada é variado, pois
às 10h00min, 13h00min e 17h00min utiliza-se mais o corredor principal, às
8h00min e 12h00min o corredor 02, às 11h00min e 14h00min, as lojas e
telefone público existente na entrada e, às 15h00min, o corredor 01.
O objetivo da maioria dos usuários que acessa a galeria pela entrada 3
não é tão somente passar direto pela galeria (8h00min, 12h00min, 13h00min,
15h00min e 16h00min), é também entrar nas lojas próximas (9h00min,
10h00min, 14h00min, 17h00min e 18h00min).
Com exceção do cabeleireiro 04, da boutique 02 e do consultório
dentário, todas as lojas das proximidades da entrada 3 foram acessadas pelos
usuários que entraram na galeria por pelo menos duas das onze horas
observadas. Destaca-se a butique infantil que foi acessada em oito horas,
sendo que às 11h00min, 12h00min, 14h00min, 16h00min e 17h00min foi a loja
mais freqüentada nas proximidades da entrada 3.
Da mesma forma que na entrada 2, ocorria um fluxo intenso de pessoas
nos corredores internos próximos à entrada 3. Este fluxo foi gradativamente
aumentando até 13h00min. Às 13h00min, 14h00min e 15h00min as pessoas
caminhavam devagar, observando vitrines e lojas e às 17h00min e 18h00min
as pessoas passaram a caminhar mais rapidamente, diminuindo o número de
usuários que observavam lojas e vitrines. Das 11h00min às 14h00min
ocorreram pequenas aglomerações nos corredores e no espaço à frente da
entrada do cinema/igreja.
Também na entrada 4 ocorreram, nos horários observados, poucas
oscilações no número de pessoas que por ela entraram e saíram, com exceção
do horário das 12h00min, quando ocorreu o pico de entradas. Os usuários que
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134
acessaram a galeria por esta entrada seguiram, na sua maior parte, para o
corredor 02 às 8h00min, 10h00min, 11h00min, 12h00min, 13h00min, 17h00min
e 18h00min. às 9h00min, 14h00min, 15h00min e 16h00min, a maioria dos
usuários acessou a entrada social do bloco A ou utilizou a vídeo locadora,
ambas localizados no corredor da entrada 4.
Existem várias lojas desocupadas nas proximidades da entrada 4, porém
aquelas em funcionamento foram acessadas em, pelo menos, um dos horários
observados. Destaca-se a vídeo-locadora, que foi a loja mais acessada às
9h00min, 10h00min, 11h00min, 14h00min, 15h00min, 16h00min e 17h00min.
Na maioria dos horários observados a movimentação nas proximidades
da entrada 4 permaneceu muito calma e ocorreram poucas aglomerações. Às
12h00min e 13h00min aumentou a movimentação, porém as pessoas, apesar
de entrar rapidamente da galeria, saíam lentamente observando vitrines.
Os usuários que acessaram a galeria pela entrada 5 dirigiram-se, em sua
maioria, para o corredor 01 e seguiram diretamente para a galeria em todos os
horários observados.
Mesmo não sendo o principal objetivo dos usuários que acessam a galeria
pela entrada 5, todas as lojas das proximidades foram visitadas em pelo menos
dois horários. A loja de presentes e variedades teve movimento em seis
horários, porém em nenhum deles foi a mais procurada. A lanchonete e a
butique 02 foram acessadas em cinco horários, sendo que a lanchonete liderou
o número de freqüência em dois destes (13h00min e 15h00min) e a butique 02
liderou às 12h00min e 14h00min.
Finalmente acrescenta-se que, em número absoluto de pessoas, as lojas
que se destacaram como as mais procuradas foram a cafeteria, por 42
pessoas, a vídeo-locadora (entrada 4), por 42 pessoas, a padaria, por 23
pessoas, a lanchonete (entrada 1), por 20 pessoas e a butique infantil, por 17
pessoas
67
.
67
Estes números referem-se apenas às pessoas que acessaram as lojas a partir da entrada mais próxima.
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135
5.7.3 QUESTIONÁRIOS APLICADOS NAS PESSOAS QUE ENTRARAM NA
GALERIA DO 08/05/2006 AO DIA 12/05/2006.
Dos 299 usuários entrevistados, que entraram na galeria das 8h00min as
9h00min, 12% eram moradores do COPAN e 88%, não. Para 44,5% o principal
objetivo era passar direto pela galeria, 25% utilizariam alguma loja, 17% iriam
para algum apartamento do COPAN e 13,5% tinham objetivos diferentes dos
citados anteriormente.
Das 12h00min as 13h00min 12% dos entrevistados eram moradores do
COPAN e 88%, não, sendo que para 37% o principal objetivo era passar direto
pela galeria; 40% utilizariam alguma loja; 12% iriam para algum apartamento
do COPAN e 11% tinham objetivos diferentes dos citados anteriormente.
Dos usuários entrevistados, que entraram na galeria das 17h00min as
18h00min, 31% eram moradores do COPAN e 69% não. Para 45%, o principal
objetivo era passar direto pela galeria; 23% utilizariam alguma loja; 22% iriam
QUANTIDADE DE
LOJAS DESOCUPADAS
ENTRADA
MENOS
ÁREA COM GRANDE
N
M
ACESSADA
ENTRADA MAIS
E CONSTANTE
FLUXO INTENSO
ACESSADA
CAFETERIA QUE TEM
O BALCÃO COM
FREQÜENCIA
CONSTANTE
Figura 63
Principais considerações
das observações na galeria do
pavimento térreo do edifício COPAN.
Planta sem escala.
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136
8:00 - 9:00 12:00 - 13:00 GERAL17:00 - 18:00
44,5%
25%
17%
13,5%
17%
37%
40%
12%
11% 11%
30%
42%
10%
22%
23%
45%
PASSAR DIRETO
UTILIZAR ALGUMA LOJA
IR PARA ALGUM APTO.
OUTROS.
para algum apartamento do COPAN e 10% tinham objetivos diferentes dos
citados anteriormente.
Considerando os três horários, 22% dos entrevistados eram moradores do
COPAN e 78%, não, sendo que 42% passariam direto pela galeria; 30%
utilizariam alguma loja; 17% iriam para algum apartamento do COPAN e 11%
tinham outros objetivos diferentes dos citados anteriormente.
12%
88%
12%
88%
31%
69%
22%
78%
8:00 - 9:00 12:00 - 13:00 GERAL17:00 - 18:00
MORADOR
NÃO MORADOR
Gráfico 42 – Fluxo de entradas de moradores e não moradores na galeria nos horários de
aplicação dos questionários e resultado geral dos três períodos (8h00min às 9h00min, 12h00min às
13h00min e 17h00min às 18h00min).
Gráfico 43 – Principal objetivo dos usuários da galeria nos períodos de aplicação dos
questionários e resultado geral dos três períodos (8h00min às 9h00min, 12h00min às 13h00min
e 17h00min às 18h00min).
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
137
6
66
6-
--
-
CONCLUSÕES
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
CONCLUSÕES.
..
.
Foto 59 – obras do COPAN em 1958. Fonte administração do edifício COPAN
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138
6.1 PROCEDIMENTOS DE APO.
6.1.1 QUESTIONÁRIOS.
a) Principais problemas verificados na aplicação dos questionários.
Os moradores, em sua maioria, demonstraram uma grande resistência ao
preenchimento dos questionários. Dos seis blocos, apenas os usuários do
bloco B mostraram-se receptivos e devolveram maciçamente os questionários
preenchidos nos prazos determinados, sem necessidade de insistência por
parte da administração do condomínio. Esse fato já havia sido citado por Imai e
Favoreto (2002), bem como por Vieira, Perdigão e Santos (2002).
Os moradores reclamaram principalmente das questões sobre o perfil do
usuário/morador”. Nos questionários válidos dos blocos A, C e D, 9,5% da
amostra deixou em branco a questão 5, à respeito da renda familiar (ver
modelo anexo 02).
Um único modelo de questionário foi aplicado para todo o edifício. Este
fato não representou um grande problema, pois nas questões sobre as
garagens, por exemplo, 95% dos moradores dos blocos B, E e F, que não
possuem garagens no prédio assinalaram o “não se aplica” , confirmando a
tendência de exclusão natural verificada nos pré-testes.
Uma parcela considerável da amostra respondeu “não se aplica” nas
questões sobre adaptação das pessoas com dificuldade de locomoção e de
segurança contra incêndio. Em dois questionários, os usuários escreveram que
não tinham conhecimento para julgar o assunto.
Apesar dos critérios de aplicação serem previamente definidos junto ao
condomínio, alguns questionários foram entregues a usuários que não se
enquadravam nestes critérios, particularmente no que se refere ao tempo
mínimo (12 meses) de moradia no apartamento, e tiveram de ser descartados.
Nos questionários aplicados na galeria comercial, observou-se que os
usuários também demonstraram resistência nas abordagens. Muitos alegavam
“estar com muita pressa” para não responder às perguntas, ou simplesmente
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139
diziam que não iriam responder. Após o primeiro dia de trabalho, foi resolvido
abolir as explicações preliminares, o que proporcionou maior agilidade nas
abordagens. Esse procedimento, no entanto, fez com que algumas pessoas
demonstrassem desconfiança com as perguntas ou mesmo receio do
pesquisador.
b) Recomendações.
Mesmo que em edifícios de variadas tipologias de apartamentos, como o
COPAN, os resultados não constituam um problema e não se invibializem, o
ideal é que se apliquem questionários diferentes, adaptados para cada
realidade. A adoção de universos particulares, e não um único universo,
também contribui para a obtenção de resultados mais precisos.
Deve-se dar atenção especial aos pré-testes, pois estes definem aspectos
como entendimento da linguagem adotada, necessidade de alteração ou
eliminação de algumas perguntas, dentre outros. Segundo Mattar (2001,
p.118):
“O pré-teste é tão importante para o aprimoramento de um instrumento de
coleta de dados que nenhuma pesquisa deveria iniciar sem que o instrumento
tivesse sido convenientemente testado”.
É primordial que a aplicação dos questionários pré-teste seja feito com a
presença do pesquisador, pois as dúvidas e dificuldades devem ser logo
informadas a ele.
O envolvimento preliminar com a administração é muito importante para o
sucesso na distribuição e recolhimento dos formulários (Roméro, Ornstein,
2001). A pesquisa deve ser totalmente explicitada ao síndico ou administrador
e a decisão da forma de aplicação dos questionários tem que ser de comum
acordo com ele. Porém deve-se tomar o cuidado para que as questões sempre
atendam aos objetivos da pesquisa e não haja indução na aplicação.
As questões sobre o perfil do usuário morador devem estar
preferencialmente no final do formulário, acompanhadas de texto explicativo
dos motivos das perguntas elaborar perfil do morador padrão e a capacidade
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140
de investimentos que ele tem para aplicar em soluções propostas – informando
que os dados serão confidenciais. Mesmo com este texto informativo, é
conveniente colocar o preenchimento destas questões como opcional.
Em ambientes públicos de passagem, tal qual a galeria comercial do
edifício COPAN, é recomendável dar preferência a questionários com poucas
perguntas e de respostas pidas e objetivas, com escalas nominais
68
,
principalmente quando o número de pesquisadores é pequeno e o tempo para
obtenção da amostra é exíguo. As explicações preliminares devem ser muito
rápidas e o entrevistador deve estar com a identificação da entidade
responsável pela pesquisa à mostra.
6.1.2 MAPAS COMPORTAMENTAIS.
Mesmo não sendo a ferramenta preferencial em pesquisas ambiente-
comportamento, pois requer disponibilidade maior de tempo e recursos,
quando utilizadas as observações diretas, os mapas comportamentais
apresentam resultados bastante satisfatórios (Proshansky, Ittelson e Rivlin,
1976). As observações feitas na galeria do edifício COPAN reforçam a
importância desta ferramenta em espaços comerciais, onde as relações
usuários/ambientes são curtas e transitórias. A aplicação de questionários ou a
simples abordagem para entrevistas podem proporcionar informações
distorcidas da realidade, haja vista o pouco envolvimento dos usuários com
estes espaços. As observações, no entanto, devem ser sistemáticas e respeitar
um espaço de tempo pré-determinado, pois observações momentâneas podem
fazer com que o pesquisador uma interpretação errada aos fatos
observados (Sanoff, 1991).
Por fim, vale destacar a importância da utilização de registros como
anotações, fotos, vídeos, gravações, dentre outros, no intuito de reforçar
hipóteses e preservar as informações para referências futuras.
68
“Compreendem números que são associados às respostas com o único objetivo de identificar as categorias das
respostas para facilitar a digitação, o processamento e a análise dos dados. Nestas escalas as respostas das pessoas
são classificadas em duas ou mais categorias. É a mais simples das escalas” (Mattar, 2001, p. 93).
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141
6.2 RECOMENDAÇÕES.
6.2.1 CONFORTO AMBIENTAL.
6.2.1.1 DESEMPENHO TÉRMICO
- Para o edifício COPAN
Criação de peitoris, com 1,00m de altura e bandeiras
69
, ambos em
alvenaria de tijolos cerâmicos furados, revestidos nas duas faces (espessura
final de 0,15m), ficando o caixilho com 1,10m de altura e largura, igual ao dos
ambientes com venezianas externas do tipo guilhotina nos dormitórios de frente
e kitchenettes do bloco B (figura 64).
Essa proposta melhoraria o
desempenho térmico nestes ambientes
de frente, protegidos pelos brises, pois
diminuiria a área de envidraçados, onde
as perdas são maiores. Esse fato foi
observado durante a medição com
termógrafo no apartamento do bloco A,
que possuía peitoril de alvenaria.
Nas kitchenettes de fundos do bloco
B, as venezianas serviriam como proteção externa da incidência direta de sol.
Conforme simulação feita no software ARQUITROP, pode-se verificar que,
para o dia típico de verão, o ganho de calor pelo envidraçado diminui, e o
apartamento passa a ter amortecimento de 1ºC (gráficos 44 e 45).
A proposta é feita apenas para os dormitórios, já que esses são os
ambientes de freqüência mais prolongada nas residências brasileiras
70
. As
salas de estar/jantar poderiam continuar com as fachadas cortina, porém com a
utilização de cortinas ou persianas internas.
69
Estes peitoris e bandeiras também podem ser executados com tijolo cerâmico furado ou blocos de concreto de 0,14
m de espessura, revestidos em ambas as faces, dependendo da melhor opção para não sobrecarregar a estrutura
70
Segundo a primeira e-pesquisa Nomads de comportamentos e espaços de morar, realizada nos meses de outubro e
novembro de 2001 (www.eesc.usp.br/nomads), o dormitório é o local preferido para isolamento.
1.101.00
PEITORIL
VENEZIANA
VENEZIANA
BANDEIRA
Figura 64 – Proposta para dormitórios dos
apartamentos de frente (brises) e kitchenettes de
fundos do bloco B.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
142
Essa alteração na fachada não teria grande impacto, visto que, pela
dimensão dos brises, somente à grande distância ela poderia ser notada.
- Para futuros projetos
No âmbito do desempenho térmico das habitações, os problemas ou
virtudes começam na fase de estudo preliminar do projeto de arquitetura com a
correta orientação dos ambientes, de acordo com as especificidades do clima
local (Bragança, Almeida, Silva e Silva, 2001).
Gráfico 44 – Variação da temperatura em dia típico de inverno –kitchenette de fundos do bloco B
(ARQUITROP). Proposta com execução de peitoril e bandeira de alvenaria.
Gráfico 45 – Ganhos e perdas de calor proposta – kitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP) – proposta
com execução de peitoril e bandeira de alvenaria
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
143
Na cidade de São Paulo,
dormitórios e áreas sociais devem estar
primordialmente voltados para Norte,
Nordeste ou Noroeste. Dessa forma,
estes ambientes terão incidência solar
direta durante grande parte do ano
(figura 65), principalmente nos
momentos mais frios que vão de maio
a setembro.
Quando os mecanismos de proteção solar, como o brise soleil, forem
utilizados, devem ser corretamente dimensionados para evitar que prejudiquem
o desempenho térmico da habitação no inverno e a visibilidade para o exterior.
Segundo Frota e Schiffer (1987, p. 44)
“... a proteção solar é projetada conforme a especificidade de cada edifício,
de acordo com sua localização, função e orientação”.
A utilização de elementos de controle de luminosidade externos
(venezianas) é imprescindível em dormitórios, pois tanto servem como
proteção solar bem como melhoram a qualidade do repouso diurno.
O sistema de ventilação deve ter uma entrada e uma saída de ar
cruzando os ambientes, de preferência no sentido das áreas de estar e
dormitórios para a cozinha e área de serviço (Mascaró in Adam, 2001). Porém,
no caso da cidade de São Paulo, que possui um clima temperado, é
aconselhável que se crie um mecanismo de controle desta ventilação, de modo
que ela possa ser intensa no verão e hermeticamente fechada no inverno
(Frota e Schiffer, 1987).
6.2.1.2 DESEMPENHO LUMÍNICO.
- Para o edifício COPAN.
Colocação de cortinas com tecido grosso (tergal verão ou similar) nos
dormitórios de frente amenizariam os efeitos dos elevados níveis de
iluminância que incomodam o descanso dos usuários. Persianas do tipo black
NV
O
L
S
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
22 DEZ
22 JUN
24 SET 21 MAR
Figura 65 – Carta solar para a cidade de São
Paulo – latitude 23º35´.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
144
out seria a melhor opção, mas, devido às dimensões das fachadas cortina, o
custo ficaria duas vezes maior que a opção por tecido grosso comum
71
.
As venezianas propostas para melhoria do desempenho térmico nos
dormitórios também serviriam como eficiente mecanismo de controle de
luminosidade e melhorariam a qualidade do descanso diurno.
A colocação de pequenos exaustores individuais nos banheiros, para fins
de exaustão mecânica, ajudaria a retirar odores e a umidade gerada por
vapores. Essa solução é melhor que a reativação dos aparelhos centrais de
ventilação mecânica, visto que a individualização do uso diminuiria o consumo
de energia elétrica.
Recomenda-se, também, a especificação preferencial de lâmpadas com
boa eficiência luminosa, como as fluorescentes compactas, nos banheiros.
- Para futuros projetos.
A utilização de elementos de controle de luminosidade externos
(venezianas) são elementos imprescindíveis em dormitórios.
Áreas social e íntima devem ser orientadas para Norte, Nordeste e/ou
Noroeste, e dormitórios devem sempre ter janelas voltadas diretamente para o
exterior.
Banheiros devem ter aberturas para o exterior. Lavabos podem ter
apenas grelhas de ventilação, porém com a utilização de exaustores de
ventilação mecânica.
6.2.1.3 DESEMPENHO ACÚSTICO.
- Para o edifício COPAN.
Substituir as atuais esquadrias por caixilhos de melhor qualidade para
isolamento de ruídos aéreos. A criação de peitoris e bandeiras em alvenaria,
proposta anteriormente (desempenho térmico) também melhoraria o
71
Orçamento feito em 13/07/2004 pela empresa Arthur decorações Ltda. - R$ 1.448,00 - dormitório do bloco C.
Persiana marca Luxaflex. A média de orçamentos de 3 tapeceiros para executar cortina em tergal verão (13/07/2004)
ficou em R$ 500,00.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
145
desempenho acústico, pois diminuiria a área dos caixilhos, reduzindo,
conseqüentemente, o custo de execução das novas esquadrias. Busca-se,
portanto, um RW
72
para os peitoris e bandeiras de, pelo menos, 45 decibéis.
Segundo o projeto de norma 02:136.01.004 (2004), esses materiais se
enquadrariam em padrão superior de desempenho.
Solicitar a melhoria do isolamento acústico nos mezaninos dos
restaurantes do térreo do COPAN, onde são realizadas festas noturnas,
conforme lei municipal 11.501/1987 (PMSP) onde, no seu artigo 3º cita:
“Os estabelecimentos, instalações ou espaços, inclusive aqueles destinados
ao lazer, cultura e hospedagem, e institucionais de toda espécie, devem adequar-
se aos mesmos padrões especiais fixados para os níveis de ruído e vibrações e
estão obrigados a dispor de tratamento acústico que limite a passagem de som
para o exterior, caso suas atividades utilizem fonte sonora com transmissão ao
vivo ou qualquer sistema de amplificação”.
- Para futuros projetos.
Em projetos que utilizem “fachadas cortina”, devem ser propostos
caixilhos tipo Maxi-ar nas partes móveis para se evitar vibrações do conjunto, e
vedação de frestas. As partes fixas devem ser compostas de vidros de
espessura mínima de 6 mm. Se possível utilizar vidros duplos, com camada de
polivinyl butiral entre eles, o que melhora a qualidade de isolamento acústico
do conjunto.
Para vedações externas, deve-se dar preferência por materiais que
possuam RW mínimo de 40 decibéis. Janelas e portas devem possuir
borrachas nas vedações, com pressão para o fechamento (Mehta, Johnson e
Rocafort, 1999).
As paredes entre ambientes devem ter RW entre 35 e 39 decibéis
(Padrão intermediário segundo o projeto de Norma 02:136.01.004). Nas lajes
divisórias entre pavimentos, mesmo atendendo à espessura mínima exigida
pela NBR 6118/2002, que é 0,07m, devem ser aplicados materiais atenuantes
72
Índice de Redução Sonora Ponderado.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
146
de ruídos de impacto, como mantas de polietileno expandido sob proteção
mecânica para receber o piso final.
Em ambientes onde houver a necessidade de utilização de dutos para
ventilação, estes devem ter revestimento interno de materiais absorventes
acústicos como lã de rocha ou lã de vidro, com proteção para se evitar acúmulo
de poeira (Mehta, Johnson e Rocafort, 1999). Ainda nas áreas molhadas, como
banheiros, devem ser aplicados forros de gesso acartonado duplo, e as
tubulações hidráulicas devem ser revestidas com materiais absorventes
acústicos.
Finalmente os equipamentos como bombas e casa de máquinas dos
elevadores devem ter seus compartimentos revestidos com materiais isolantes
combinados com materiais absorventes e devem ser colocados em pisos
flutuantes com amortecedores, para evitar que transmitam vibrações na
estrutura da edificação (Mehta, Johnson e Rocafort, 1999).
6.2.2 TÉCNICO FUNCIONAL.
- Para o edifício COPAN.
Quando houver a intenção de divisão do espaço multifuncional das
kitchenettes, para ambientes de living e dormitório, utilizar divisórias leves e
esbeltas, tais como madeira ou gesso acartonado. Isto pouco sobrecarrega a
estrutura do edifício e não compromete a já exígua área útil destes espaços.
- Para futuros projetos.
Nas habitações brasileiras as preocupações com a privacidade das áreas
íntimas (dormitórios) é tão antiga quanto a chegada dos colonizadores no
nosso país. Lemos (2006) cita:
“O português, quando veio fazer sua primeira casa aqui, veio com a
roupa do corpo. Ia fazer como? Tinha que usar a técnica indígena. Agora, quando
ele foi fazer sua casa, não a fez a oca, que era promíscua, multifamiliar. Ele foi
fazer sua casa unifamiliar. Em vez de fazer sua casa com um espaço único, ele a
dividiu em funções: um lugar de cozinhar, um lugar de dormir, a moral cristã
sugeria essas coisas.”
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
147
A Legislação municipal paulistana é leniente com as questões de
dimensionamento dos ambientes residenciais, principalmente em dormitórios e
salas. A Legislação estadual é muito mais adequada, pois tem números mais
próximos dos preconizados por Boueri Filho (1989), IPT, ou mesmo Pedro
(2001), padrões considerados aceitáveis neste trabalho.
6.2.3 ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DIFICULDADES DE
LOCOMOÇÃO E VISÃO.
- Para o edifício COPAN.
Os rebaixamentos de guia para acesso da galeria comercial do térreo
devem ser melhorados, com a retirada do desnível no início da subida e seu
alargamento. Devem ser feitos, também, outros rebaixamentos próximos às
entradas 1, 3 e 4.
Devem ser previstas as trocas dos elevadores dos blocos A e B, com os
novos equipamentos contendo barras de apoio, orientações em braile e sinais
sonoros de paradas.
A colocação das mesas dos porteiros nas entradas sociais dos blocos A,
C, D, E e F não deve dificultar o acesso aos elevadores por usuários de
cadeiras de roda.
- Para futuros projetos.
O “projeto adaptável” deve levar em consideração a vida dos usuários, tanto no
momento presente como no futuro (Frechette, 1996). Neste sentido os projetos
devem facilitar sua adaptabilidade aos princípios do desenho universal, tais
como: Alargamento de portas, larguras de corredores que possibilitem o
deslocamento e manobras com cadeiras de rodas, equipamentos elétricos e
hidráulicos em alturas compatíveis com o preconizado pela NBR 9050/2004 e
um banheiro com possibilidade de adaptações para uso de pessoas com
mobilidade reduzida.
Nas áreas comuns também as recomendações da NBR 9050/2004 devem ser
atendidas.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
148
6.2.4 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.
- Para o edifício COPAN.
A criação de peitoris e de bandeiras de alvenaria, conforme citado
anteriormente no item 6.2.1, quesito desempenho térmico, também dificultaria a
propagação de chamas no sentido vertical, pelas fachadas do prédio.
6.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS.
Uma das principais funções do brise-soleil é a melhoria das condições
térmicas nos ambientes, visto que impede a incidência direta do sol. Esta foi a
justificativa de alguns arquitetos modernistas para a utilização deste recurso
em regiões de climas quentes (Melendo, 2004).
No caso do edifício COPAN, é pouco provável que Oscar Niemeyer tenha
escolhido essa solução com o intuito de proporcionar conforto térmico para os
usuários do edifício, pois, no primeiro estudo, o prédio não possuía os brises e
a forma destes foi mudada. O arquiteto Carlos Lemos (NUTAU, 2004) citou que
não houve um estudo prévio sobre a incidência solar nos apartamentos. Esta
afirmação do colaborador no projeto do COPAN e, como mencionado
anteriormente, o fato dos brises barrarem os raios solares diretos também no
solstício de inverno confirmam a afirmação de Valle (2000) que estes têm
função primordialmente estética.
O COPAN, no entanto, nos faz refletir sobre a real eficiência de brises em
edifícios residenciais na cidade de São Paulo. Para utilização como atenuante
dos efeitos do clima, que na capital paulistana é tropical de altitude
73
, o brise
deve ser meticulosamente calculado para que não bloqueie a entrada de sol
também nos dias frios de inverno. Também deve ser combinado com
envoltórias que proporcionem massa térmica na edificação, uma das
estratégias projetuais para São Paulo, segundo a carta bioclimática de Givoni
(Lamberts, Dutra e Pereira, 1997).
Para a ventilação nos ambientes, o princípio da ventilação cruzada, com
aberturas em paredes opostas, quando utilizado em São Paulo, deve ser
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
149
combinado com controles desta ventilação, pois nos meses frios do inverno
pode aumentar os problemas de desempenho térmico nas habitações.
No âmbito do aproveitamento de iluminação natural, ainda em edifícios
residenciais, a utilização de mecanismos de controle de luminosidade, como
cortinas ou persianas em áreas sociais e venezianas externas nos dormitórios,
são mais eficientes que a simples utilização de brises. As cortinas servem
como difusores da incidência direta dos raios solares, e as venezianas
reguláveis solucionam o problema de ofuscamento perturbador
74
gerado pela
grande luminosidade nas primeiras horas das manhãs. Em dormitórios, local de
maior permanência nas habitações, deve-se ter, portanto, cuidados especiais
ao se decidir as estratégias para proporcionar o melhor desempenho da
iluminação natural. Apesar desse espaço, hoje, ter uma grande variedade de
usos, não podemos esquecer que sua função principal é o repouso. Dessa
forma, a existência de mecanismos reguláveis para controle da iluminação
natural é tão importante quanto o correto dimensionamento das aberturas para
entrada de luz.
Segundo a primeira e-pesquisa Nomads sobre comportamentos e
espaços de morar (outubro e novembro de 2001), coordenada por Tramontano
(www.eesc.usp.br/nomads) a maioria dos brasileiros (52,34%) considera o ato
de banhar-se como um momento de relaxamento. Técnicas de hidroterapia
indicam que, para o banho de relaxamento, é primordial a utilização de água
quente (www.planetanatural.com.br), surgindo vapor que precisa ser retirado
do banheiro por ventilação, mecânica ou livre/cruzada. Quando em contato
com superfícies esses vapores condensam e umidificam o ambiente. Sem a
incidência de luz natural, essa umidade é ideal para o surgimento de fungos e
mofo, fato que acontece no edifício COPAN, principalmente nos tetos dos
banheiros que periodicamente precisam ser repintados, segundo o que foi
relatado pelo zelador do edifício em conversas informais, no ano de 2004.
Outro aspecto a ser considerado é a necessidade da utilização de luz
artificial nos banheiros do COPAN, mesmo durante o dia. Também segundo a
73
Ver página 28.
74
Falta de adaptação do olho humano provocada por contrastes excessivos. Pode ser perturbador ou inabilitador
(Vianna e Gonçalves, 2001).
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
150
pesquisa coordenada por Tramontano, mencionada anteriormente, o brasileiro
passa, em média, 10 a 30 minutos por dia no banheiro. Considerando-se que a
maioria dos apartamentos visitados tinha em seus banheiros lâmpadas
incandescentes comuns de 100W, podemos afirmar que o consumo mensal de
energia com essa iluminação é de 1,4KW/mês/pessoa. Deve-se levar em
conta, porém, que desses 30 minutos diários correspondentes à permanência
dos usuários no banheiro, uma parte ocorre no período noturno, quando
necessariamente se utiliza a luz artificial. O período diurno de permanência, no
entanto, multiplicado pelo número de moradores do COPAN, certamente
resultaria em considerável economia de energia elétrica se os banheiros
tivessem aberturas que proporcionassem iluminação natural.
O ruído excessivo é responsável por algumas doenças que afligem o
homem urbano contemporâneo, como úlcera, hipertensão arterial ou distúrbios
neurológicos (Bechtel, Marans e Michelson, 1987). Mesmo que os problemas
referentes às perturbações sonoras nas grandes cidades não sejam recentes
75
,
somente nos últimos anos, no Brasil, foram criadas leis que regulamentam
tanto emissões de ruídos, como a responsabilidade dos executores pelo bom
ou mau desempenho acústico nas edificações, de acordo com a resolução
01 do CONAMA
76
ou o Código de Defesa do Consumidor, ambos de 1990.
Ainda que surgisse o amparo jurídico, a qualidade das construções, no
que diz respeito ao conforto acústico, piorou no decorrer dos anos com a
utilização de materiais mais leves nas vedações, paredes e lajes, para aliviar
fundações e diminuir custos (Baring in Carneiro, 2004). O edifício COPAN,
construído na década de 50, exceto pelos citados problemas com caixilhos e
dutos de ventilação dos banheiros, possui bons padrões de isolamento acústico
entre ambientes e pavimentos.
alguns anos a Prefeitura do Município de São Paulo busca a
recuperação do centro da cidade. O controle da emissão de ruídos urbanos e a
aplicabilidade de Leis municipais como a 11.840, são condições
75
Em 1952 Moles já relacionava o aumento dos níveis de ruídos que o homem urbano era submetido ao crescimento
industrial nas grandes cidades.
76
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
151
imprescindíveis para que a reintrodução do uso habitacional no centro de São
Paulo ocorra de maneira eficiente e com qualidade.
Carlos Lemos, em entrevista concedida para o documento básico de visita
técnica ao edifício COPAN realizado no seminário internacional NUTAU 2004,
em resposta sobre a generosidade das áreas dos apartamentos maiores do
edifício, cita (NUTAU 2004, p. 12):
“Naquele tempo se tinha uma noção diferente de conforto... vagarosamente
os empreendedores foram diminuindo a área”.
No que diz respeito aos aspectos dimensionais, certamente, se
comparados com os apartamentos de dois e três dormitórios dos dias de hoje,
as unidades habitacionais ratificam as afirmações que os apartamentos antigos
são maiores que os atuais. A área útil média em apartamentos de três
dormitórios na cidade de São Paulo no ano de 2004 foi de 91,88
(www.estadao.com.br/topimobiliario), inferior a ambos os apartamentos de três
dormitórios do edifício COPAN.
Em contrapartida, o programa do edifício COPAN, que procurava atender
a todas as possíveis demandas do mercado imobiliário da época de seu
lançamento, tinha também pequenas unidades que se constituíam no maior
filão de vendas na década de 50 em São Paulo: as kitchenettes. Originadas
nos conceitos modernistas de unidades mínimas de habitação, esses
pequenos apartamentos eram oferecidos para pessoas solteiras ou, no
máximo, casal sem filhos (Rossetto, 2002). A verdade, porém, era que o
mercado imobiliário nos anos 50 tinha o real interesse de produzir pequenas
unidades habitacionais bem localizadas, ou seja, no centro da cidade
(Mendonça, 1989). O desconforto com as dimensões exíguas destas
kitchenettes fica claro em depoimento de uma moradora
77
(vídeo Edifício
COPAN, 2006):
“Lá em Sergipe, de onde eu vim, tem um lado bem pobre, mas dificilmente a
gente mora num espaço deste tamanho. Apesar de toda a pobreza, de todas as
dificuldades, um espaço deste tamanho normalmente é só o quarto... Na verdade
77
Moravam na kitchenette a depoente e seu filho lactente.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
152
eu ainda não me adaptei ao tamanho deste espaço. Estou tentando me adaptar,
mas está meio complicado...”.
Almeida (2001) cita a privacidade como um dos fenômenos existenciais
vitais na arquitetura, relaciona-a ao direito das pessoas de ocultar certas
atividades, objetos e espaços da visão dos outros. Sobre as kitchenettes
projetadas nos anos 50, Rossetto (2002, p. 171) acrescenta que:
“... a preocupação com o bem-estar individual pode ser encontrada em
alguns arquitetos, que procuravam pensar cada elemento e a distribuição como
forma de minimizar o desconforto do espaço único”.
Ainda segundo Rossetto (2002), em projeto de edifício com kitchenettes
para a cidade de Lindóia, Ariosto Mila e João Cacciola propõem o uso de uma
cortina como separação entre o local da cama de casal e a sala de estar. No
edifício COPAN esta necessidade de separação física entre as atividades
íntimas e coletivas, na habitação, torna-se evidente, visto que, em 57% das
kitchenettes visitadas, a tentativa desta separação acontece. Vale acrescentar
que todas as kitchenettes onde houve a separação espacial eram habitadas
por uma pessoa.
Quanto à acessibilidade, mesmo tendo sido projetado num momento em
que praticamente não existiam preocupações com aspectos ligados ao acesso
e ao uso das edificações por pessoas com mobilidade reduzida, o edifício
COPAN tem poucos problemas neste quesito, pois todas as tipologias de
plantas, com maior ou menor grau de intervenção física, oferecem a
possibilidade de serem adaptadas ao uso da pessoa com dificuldade de
locomoção ou sensorial.
Segundo a NBR 9050/2004, um edifício adaptável deve ter espaços,
mobiliário, equipamentos ou elementos cujas características possam ser
alteradas para que se torne acessível. Cambiaghi (2004) apresenta alguns
exemplos, em diversos países, de adequações de edifícios com inestimado
valor histórico e variados usos, aos princípios do desenho universal, porém
algumas dessas adaptações têm alto valor de investimento, haja vista a
complexidade tecnológica nelas envolvida. Para o edifício COPAN esses
investimentos são baixos, pois poucas e simples são as adaptações a serem
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
153
feitas para a facilitação do acesso por pessoas com deficiências físicas e
sensoriais.
São Paulo, na década de 50, iniciou um intenso processo de
verticalização, sem contar, no entanto, com Leis de prevenção, controle e
combate a incêndio. Nesta época o Código de Edificações do Município de São
Paulo, de 1930, regulamentava a construção na cidade e não possuía regras
específicas no assunto (Venezia, 2004). Somente após os grandes incêndios
ocorridos na capital paulistana, na década de 70 (Andraus e Joelma), o novo
Código de Edificações da cidade de 1975 passou a conter as primeiras
medidas de segurança contra incêndio para os novos edifícios da cidade.
No que diz respeito à segurança contra incêndio, mesmo tendo problemas
resultantes da inexistência de regulamentações específicas à prevenção e o
combate a incêndio no momento de sua concepção, o edifício COPAN iniciou,
a partir dos anos 90, um processo de revitalização dos equipamentos
existentes e a incorporação de novos sistemas que possam minorar os efeitos
de um incêndio de grandes proporções. As instalações elétricas do prédio são
constantemente verificadas e renovadas, hidrantes e extintores o vistoriados
rotineiramente e os integrantes da brigada de incêndio regularmente passam
por treinamentos e atualizações. O edifício aprovou, no final da década de 90,
o projeto de prevenção, controle e combate a incêndio no CONTRU
78
e Corpo
de Bombeiros do Estado de São Paulo, faltando apenas a vistoria de ambos os
órgãos
79
.
Estas medidas, dentre outras, são adequadas a curto prazo, visto que
modificações sicas e estruturais requerem um cuidadoso estudo de
viabilidade econômica, e devem ser meticulosamente planejados para não
causarem grandes transtornos aos moradores nem descaracterizem o conjunto
arquitetônico do edifício.
Quanto ao uso da galeria comercial e seu desempenho, apesar de 16%
dos moradores do edifício declarar que não utilizam o comércio da galeria, em
78
Departamento de Controle de Uso dos Imóveis da Prefeitura do Município de São Paulo.
79
Segundo o síndico do edifício COPAN, Sr. Affonso Celso Prazeres de Oliveira, até este projeto aprovado não existia
nenhum outro projeto de equipamentos de prevenção, controle e combate a incêndios para o edifício.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
154
29% das lojas existentes no térreo funcionam estabelecimentos principalmente
voltados ao público da torre residencial, como cabeleireiros, lavanderias,
padaria, supermercado ou vídeo locadoras.
Três das cinco lojas mais acessadas na galeria do COPAN são ligadas ao
comércio de alimentos; portanto, confirmam-se as observações de Vargas
(1998) de que “...a oferta de serviços de alimentação representa um fator de
atração (nas galerias do centro de São Paulo)”. As lojas mais acessadas da
galeria são ligadas à pequenos lanches e encontros, como a cafeteria e a
lanchonete, ou a compra de produtos para o posterior consumo como a
padaria. Nos questionários aplicados nos usuários/moradores a padaria
também aparece como a loja mais utilizada por todos os extratos amostrais de
moradores.
Outro item citado por Vargas (1998) a respeito das galerias do centro de
São Paulo, também foi confirmado nas observações feitas no térreo do edifício
COPAN, pois em oito das treze galerias estudadas por Vargas (1998), o
principal objetivo das pessoas que as acessam é a passagem de um ponto a
outro das redondezas. Este fato fica evidenciado no COPAN, visto que às
13h00min, quando ocorre o pico de acessos na entrada 1, localizada numa das
extremidades da galeria, ocorre, também, o pico de saídas na entrada 5,
localizada na outra extremidade; nos questionários aplicados, 42% dos
usuários entrevistados tinham a intenção de passar direto pela galeria. Os
usuários utilizam, portanto, o térreo do edifício COPAN como atalho entre a
Rua Araújo e a Avenida São Luiz.
Diferentemente do que foi observado por Vargas (1998) em sua pesquisa,
ao citar que nos locais de maior fluxo de pessoas a vacância de lojas é baixa, a
maioria das lojas desocupadas na galeria do edifício COPAN encontram-se
próxima à entrada 5, uma das mais movimentadas em entradas e saídas de
pessoas.
Por fim, é preciso destacar que o resultado final, ainda tenha números
fabulosos, o ambicioso projeto do edifício COPAN sucumbiu às forças do
mercado e a todas as suas vicissitudes. O que deveria ser um imenso
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
155
complexo hoteleiro e residencial, com áreas comuns interagindo com o glamour
do centro novo de São Paulo dos anos 50, não suportou a decadência da
região nas décadas subseqüentes, quando grandes empresas, bancos,
comércio de luxo, hotéis e equipamentos de lazer sairam da área (Sampaio e
Pereira, 2003). A mudança dos blocos E e F veio consagrar a fórmula adotada
pelo banco BRADESCO, ao assumir o controle do empreendimento, de
simplesmente atender às demandas do mercado imobiliário, pois kitchenettes
vendiam mais facilmente no centro de São Paulo que os grandes apartamentos
(Mendonça, 1989).
O projeto de arquitetura também sofreu neste contexto de planos
modificados e idéias inacabadas. Oscar Niemeyer pouco fala do edifício, e
Carlos Lemos concorda que algumas soluções adotadas fugiram de seu
controle (Heise e Barreto, 1997). O acervo gráfico do projeto de arquitetura,
mesmo que volumoso, em sua grande maioria foi modificado no decorrer da
demorada obra do prédio e, algumas vezes, as modificações foram
coordenadas pelos próprios construtores. Isto refletiu sobremaneira na baixa
qualidade espacial de algumas partes das áreas comuns do prédio, como os
corredores labirintados e claustofóbicos dos blocos E e F, ou alguns espaços
ociosos e de difícil aproveitamento do foyer.
A qualidade construtiva do edifício, no entanto, foi pouco afetada pelas
modificações. Carlos Lemos (NUTAU 2004, p. 10) acrescenta:
“Aquele prédio (COPAN) foi extremamente bem construído, com muitos
bons materiais”.
O edifício, porém, passou duas décadas, aproximadamente, sem
cuidados preventivos, o que fez com que ele chegasse ao final dos anos 80 em
estado de conservação preocupante. Segundo Heise e Barreto (1997) faltava
água regularmente e a fiação elétrica, corroída, ficava imersa em vazamentos
de água permanentes.
Desde os anos 90, no entanto, o prédio vive um período de revitalização
física e social, graças ao esforço da atual administração que assumiu no ano
de 1993. Foi feita uma profunda reestruturação de instalações (elétricas e
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
156
hidráulicas), os elevadores estão sendo modernizados e está sendo concluída
a instalação de gás encanado nos apartamentos. Depoimento de moradora do
bloco A do edifício (vídeo Edifício COPAN, 2006), demonstra o contentamento
dos moradores com esta nova fase do prédio:
“Eu sei que as pessoas diziam – Mas você vai morar no COPAN? Você tem
coragem? eu pensei Ih, Meu Deus... estou danada –. Hoje em dia quando
me perguntam onde eu moro e eu digo que é no COPAN elas falam que já viram o
prédio na TV, ou leram alguma matéria... Eu senti que houve esta mudança de
visão em relação ao prédio”.
Por fim vale salientar os altos índices de aprovação do chamado centro
novo da cidade de São Paulo (ver conceito de centro novo na página 13) nas
amostras de todos os blocos do COPAN, confirmando que esta é uma região
viável para o uso habitacional. Os problemas como ruído, violência e poluição,
citados pelos moradores, demonstram que basta o poder público investir na
busca de soluções destes aspectos mencionados para que o centro novo volte
a ser uma boa opção de moradia de todos os níveis sociais. Ícone de
crescimento e de prosperidade da São Paulo que surgia nos anos 50 e que
ansiava por símbolos da sua nova condição de grande metrópole, o edifício
COPAN busca ser modelo do bem morar” no centro novo da cidade, talvez
não com o mesmo glamour dos anos dourados em que foi idealizado, mas com
boa qualidade habitacional.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
157
7
77
7-
--
-
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA.
..
.
Foto 60 – obras do COPAN em 1961. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
158
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COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
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ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
171
8
88
8-
--
-
ÍNDICE REMISSIVO
ÍNDICE REMISSIVOÍNDICE REMISSIVO
ÍNDICE REMISSIVO.
..
.
Foto 61 – obras do COPAN em 1961. Fonte administração do edifício COPAN
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
172
8.1 FIGURAS.
Figura 01
Imagem promocional do edifício COPAN.
03
Figura 02
Cartaz promocional do IV Centenário da cidade de São
Paulo.
12
Figura 03
Anuncio no Jornal Folha da Manhã
de 1952.
21
Figura 04
Imagem de estudo inicial do “Conjunto C
OPAN”.
22
Figura 05
Imagem de estudo inicial do “Conjunto C
OPAN”.
22
Figura 06
Estudo final para o “Conjunt
o COPAN”.
22
Figura 07
Planta do p
avimento tipo do edifício COPAN.
23
Figura 08
Planta dos blocos E e F construída. Sem e
scala.
24
Figura 09
Planta dos blocos E e F conforme estudo inicial de
Niemeyer.
Sem escala.
24
Figura 10
Planta do pavimento térreo do edifício COPAN e entorno.
Sem escala.
26
Figura 11
Localização de lojas na galeria do edifício COPAN.
Levantamento feito no dia 07/03/2005.
27
Figura 12
Mapa do Município de São Paulo com marcação da região
onde se encontra o COPAN.
28
Figura 13
Mapa dos arredores do edifício COPAN. 28
Figura 14
Planta original de apartamento de 2
dormitórios do bloco A.
31
Figura 15
Planta original de apto. kitchenette e de 1 dormitório do
bloco B. 31
Figura 16
Planta original de apartamento de 3 dormitórios do bl
oco C.
32
Figura 17
Planta original de apartamento de 3 dormitórios do
bloco D.
33
Figura 18
Planta de andar tipo (1º ao 12º andar) do bloco E. 34
Figura 19
Planta de andar tipo (13º ao 32º andar) do bloco E. 34
Figura 20
Planta de andar tipo do bloco F. 34
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
173
Figura 21
Detalhe em corte do brise soleil. Sem escala. 35
Figura 22
Fluxograma do método de Avaliação Pós Ocupação. 40
Figura 23
Estrutura da Avaliação de Desempenho dos Edifícios
(ADE).
41
Figura 24
Carimbo de cópia heliográfica de projeto aprovado na
P
MSP em 1961.
44
Figura 25
Carimbo padrão utilizado no projeto executivo de
arquitetura. Medidas em milímetr
os.
47
Figura 26
Planta do pavto. tipo Corpo 4 (apartamentos de 4
dormitórios).
48
Figura 27
Proposta de modificação do bloco E. 49
Figura 28
Corte esquemático - Lajes do pavimento tipo e brise soleils.
Sem escala. Medidas em metros.
51
Figura 29
Planta promocional de apartamento do bloco A. 54
Figura 30
Ambientes medidos com termógrafos ou simulados no
ARQUITROP.
57
Figura 31
Ambientes medidos com Luxímetros ou simulados no Relux
e Luz do sol. No dia de medições (28/05/04) o céu estava
parcialmente nublado. 58
Figura 32
Critérios de localização dos pontos de medição nos
ambientes.
59
Figura 33
Medições de mobiliário e lay out realizadas nos
apartamentos.
61
Figura 34
Locais de observação do mapa comportamental realizado
na galeria do pavimento térreo.
71
Figura 35
Locais de aplicação do questionário na galeria do pavto.
térreo.
72
Figura 36
Desempenho dos brises para os equinócios.
78
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
174
Figura 37
Desempenho dos brises para o solstício de inverno.
79
Figura 38
Máscara de obstruções externas para dormitório de frente
do bloco D (apenas os brises).
79
Figura 39
Máscara de obstruções externas para dormitório de frente
do bloco C (apenas os brises).
79
Figura 40
Planta do bloco A e fluxo predominante de ventos.
86
Figura 41
Planta parcial do bloco B. 86
Figura 42
Resultado de medições de apartamento de fundos do bloco
B. 87
Figura 43
Resultado de medições de apartamento de fundos do bloco
F. 87
Figura 44
Resultado de medições de apartamento de fundos do bloco
B. 87
Figura 45
Resultado de medições de dormitório de fundos do bloco
A .
87
Figura 46
Simulação de dormitório de apartamento de frente
(orientação Noroeste) do bloco F. Dia 22 de junho às 7:00hs
com céu claro representação das curvas
Isolux/iluminâncias (software Relux). Sem escala. O Relux
considera o Norte verd
adeiro.
88
Figura 47
Simulação de dormitório de apartamento de frente
(orientação Noroeste) do bloco F. Dia 22 de junho às 7:00hs
com céu claro representação 3D de distribuição de luz
(software relux).
89
Figura 48
Simulação de dormitório de apartamento do bloco C. Dia 22
de junho representação de incidência direta de luz do sol
no ambiente (software luz do sol).
89
Figura 49
Kitchenette do bloco B. Note-se a separação entre o espaço
de dormir e a áre
a social.
102
Figura 50
Apartamento de 1 dormitório do bloc
o B com 4 moradores.
102
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
175
Figura 51
Proposta de adaptação de banheiro de apartamento do
bloco C para uso por pessoas com dificuldades de
locomoção. 112
Figura 52
Rota de fuga possível no bloco B. Sem escal
a.
118
Figura 53
Localização d
a entrada 1. Sem escala .
123
Figura 54
Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 1-
Sem escala .
123
Figura 55
Localização d
a entrada 2. Sem escala.
124
Figura 56
Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 2
sem escala.
125
Figura 57
Localização d
a entrada 3. Sem escala.
126
Figura 58
Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 3
sem escala.
126
Figura 59
Localização da entrada 4. Sem escala.
127
Figura 60
Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 4
sem escala.
128
Figura 61
Localização da entrada 5. Sem escala.
128
Figura 62
Planta das proximidades (interior da galeria) da entrada 5
sem escala.
129
Figura 63
Principais considerações das observações na galeria do
pavimento térreo do edifício COPAN. Pl
anta sem escala.
135
Figura 64
Proposta para dormitórios dos apartamentos de frente
(brises) e kitchenettes de fundos do bloco B.
141
Figura 65
Carta solar para a cidade de São Paulo –
latitude 23º35´.
143
8.2 FOTOS.
Foto 01
Obras do edifício COPAN em 1954.
01
Foto 02 Niemeyer e amigos tendo ao fundo a imagem do
“empreendimento COPAN” na época de seu lançamen
to.
02
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
176
Foto 03
Ferragens de viga de transição do edifício COPAN.
08
Foto 04 Cortiço de São Paulo da década de 30.
10
Foto 05
Rua São Bento no início do século XX.
10
Foto 06 Avenida São João em 1951
.
13
Foto 07 Edifício Oscar Rodrigues (1928). Construído por Monteiro,
Husbinder e Rabinovitch
.
14
Foto 08 Edifício Esther (1935) projeto de Álvaro Vital Brasil.
15
Foto 09 Edifício Japurá Projeto de Eduardo Knesse de Melo em
1940. 15
Foto 10 Edifícios Mercúrio e São Vito projeto de Zarzur & Kogan em
1954. 16
Foto 11 Galeria Olido localizada no pavimento térreo do edifício de
mesmo nome nos anos 50.
17
Foto 12
Obras do edifício COPAN em 1956.
20
Foto 13 Edifício COPAN.
21
Foto 14 Rua particular entre o COPAN o BRADESCO.
25
Foto 15 Vista do corredor principal.
26
Foto 16 Bifurcação do corredor p
rincipal.
26
Foto 17 Vista de boite a partir de entrada principal do edifício
COPAN. 29
Foto 18 Vista aérea do COPAN com a identificação das principais
barreiras acústicas.
30
Foto 19 C
aixilho do Living de apartamento do bloco D.
35
Foto 20 Abertura da área de serviço do bloco D.
36
Foto 21 Caixilho de kitchenettes do bloco B. 36
Foto 22
Localização e obstruções do entorno do COPAN.
38
Foto 23 Obras do COPAN em 1957.
39
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
177
Foto 24 Vista de pilar do segundo subsolo se
m reforço na sua base.
52
Foto 25 Vista de pilar do segundo subsolo com
reforço na sua base.
52
Foto 26 Vista do local das três primeiras medições com
decibelímetro n
o dia 29/09/2004.
59
Foto 27 Vista do local da última medição com decibelímetro no dia
29/09/2004.
60
Foto 28
Obras do COPAN em 1957.
74
Foto 29 Foto tirada às 10h45min do dia 27 de junho de 2004 da
janela da sala de estar de apartamento do bloco C. 78
Foto 30 Banheiro de apartamento do bloco C. 88
Foto 31 Rebaixamento de piso nas proximidades
da entrada 2.
109
Foto 32 Rebaixamento de piso nas proximidades da
entrada 5.
109
Foto 33 Entrada social do b
loco B.
110
Foto 34 Corredor de circulaç
ão do bloco F.
111
Foto 35 Corredor de circulação do bloco F.
111
Foto 36 Corredor de circulação
do bloco F.
111
Foto 37 Rampas de ligação dos pavimentos com a área dos
elevadores n
o bloco B.
117
Foto 38 Escada de segurança d
o bloco A.
117
Foto 39 Degraus em leque
de escada do bloco E.
118
Foto 40 Chegada da escada do bloco F na laje de cobertura do
terraço. A porta à esquerda liga esta área ao pavimento
térreo. 119
Foto 41 Jogo de extintores de pavimento do bloco B.
120
Foto 42 Rede de sprinklers na galeria comercial do pavimento
térreo. 120
Foto 43 Detector de fumaça em loja da galeri
a do pavimento térreo.
120
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
178
Foto 44
Vista externa da entrada 1.
124
Foto 45 Corredor que segue para galeria –
entrada 1.
124
Foto 46 Corredor que segue para final da galeria –
entrada 1.
124
Foto 47
Vista externa da entrada 2 (principal).
125
Foto 48
Vista interna da entrada 2 (principal).
125
Foto 49 Corredor que segue para a galeria –
entrada 2.
125
Foto 50 Vista externa da entrada 3.
126
Foto 51 Corredor interno e ilha de lojas nas proximidades da entrada
3. 127
Foto 52
Vista interna da entrada 3.
127
Foto 53 Vista externa da e
ntrada 4.
127
Foto 54
Corredor interno nas proximidades da entrada 4.
127
Foto 55
Vista interna da entrada 4.
127
Foto 56
Vista externa da entrada 5.
128
Foto 57
Corredor interno nas proximidades da entrada 5.
129
Foto 58 Vista interna da entrada 5.
129
Foto 59
Obras do COPAN em 1958.
137
Foto 60
Obras do COPAN em 1961.
157
Foto 61 Obras
do COPAN em 1961.
171
Foto 62 O edifício COPAN. 183
8.3 TABELAS.
Tabela 01 Níveis de iluminância em planos verticais (Klux) para a
cidade de São Paulo. Céu parcialmente nublado.
29
Tabela 02 Amostra de apartamentos por tipo (vers
ão preliminar).
66
Tabela 03 Amostra de apartamentos por tipo (segun
da versão).
67
Tabela 04 Amostra de apartamentos por tipo (versão fi
nal).
69
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
179
Tabela 05 L10, L90 e Leq nas três primeiras medições feitas no dia
29 de a
gosto de 2004.
90
Tabela 06 L10, L90 e Leq na última medição feita no dia 29 de
a
gosto de 2004.
90
Tabela 07 L10, L90 e Leq na medição feita no dia 05 de outubro de
2004 (interior do ambi
ente).
91
Tabela 08 L10, L90 e Leq na medição feita no dia 05 de outubro de
2004 (exterior do ambiente).
91
Tabela 09 Áreas úteis mínimas recomendadas e áreas úteis por
cômodo encont
radas no COPAN (m²).
100
Tabela 10 Índices de Obstruções (IO) para os apartamentos visitados
dos blocos A, C e D.
101
Tabela 11 Índices de Obstrução (IO) para os apartamentos visitados
do bloco B.
103
Tabela 12 Índices de Obstrução (IO) para os apartamentos visitados
dos blocos E e F.
105
Tabela 13 Números máximo e mínimo de pessoas que entraram e
saíram da galeria nos horários observados (por entrada).
Ressalta-se que as contagens foram feitas apenas no
primeiro quarto de cada hora, de 8:00 horas às 18:00
hora
s em apenas 1 dia da semana.
130
Tabela 14 Médias do número de pessoas que entraram e saíram da
galeria nos horários observados para 1 dia típico da
semana. Ressalta-se que as contagens eram feitas
apenas no primeiro quarto de cada hora.
131
8.4 GRÁFICOS.
Gráfico 01 Medições feitas no dia 04 de novembro de 2004. Dados
para temperatura externa do mesmo dia.
80
Gráfico 02 Medições feitas no dia 05 de novembro de 2004. Dados 80
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
180
para temperatura externa do mesmo dia.
Gráfico 03 Medições feitas no dia 06 de novembro de 2004. Dados
para temperatura externa do mesmo dia.
81
Gráfico 04 Medições feitas no dia 07 de novembro de 2004. Dados
para temperatura externa do mesmo dia.
81
Gráfico 05 Medições feitas no dia 09 de novembro de 2004. Dados
para temperatura externa do mesmo dia.
82
Gráfico 06 Medições feitas no dia 10 de novembro de 2004. Dados
para temperatura externa do mesmo dia.
82
Gráfico 07 Variação da temperatura em dia típico de inverno -
dormitório de apartamento do bloco C (ARQUIT
ROP).
83
Gráfico 08 Ganhos e perdas de calor - dormitório de apartamento do
bloco C (ARQUITROP).
83
Gráfico 09 Variação da temperatura em dia típico de verão
kitchenette
de fundos do bloco B (ARQUITROP).
84
Gráfico 10 Ganhos e perdas de calor – kitchenette de fundos do bloco
B (ARQ
UITROP).
84
Gráfico 11 Variação da temperatura em dia típico de inverno
kitchenette
de fundos do bloco B (ARQUITROP).
85
Gráfico 12 Ganhos e perdas de calor – kitchenette de fundos do bloco
B (ARQUITROP).
85
Gráfico 13 Diagrama de Paretto para
os blocos A, C e D.
92
Gráfico 14
Diagrama de Paretto para o bloco B.
92
Gráfico 15
Diagrama de Paretto para os blocos E e F.
93
Gráfico 16 Percentuais de respostas para a questão 11 do
questionário –
Ventilação nos blocos A, C e D.
93
Gráfico 17 Percentuais de respostas para a questão 14 do
questionário – Temperatura no Inve
rno. Blocos A, C e D.
96
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
181
Gráfico 18 Percentuais de respostas para a questão 14 do
questionário –
Temperatura no Inverno. Bloco B.
96
Gráfico 19 Percentuais de respostas para a questão 11 do
questionário – Ventilação.
Blocos E e F.
96
Gráfico 20 Diagrama de Paretto dos blocos A, C e D.
105
Gráfico 21 Diagrama de Parett
o do bloco B.
106
Gráfico 22 Diagrama de
Paretto dos blocos E e F.
106
Gráfico 23 Percentuais de respostas para a questão 10 do
questionário – Dimensões dos cômodos. Blocos
A, C e D.
107
Gráfico 24 Percentuais de respostas para a questão 09 do
questionário – Quantidade de cômodos. Blocos A
, C e D.
107
Gráfico 25 Percentuais de respostas para a questão 10 do
questionário –
Dimensões dos cômodos. Bloco B.
107
Gráfico 26 Percentuais de respostas para a questão 09 do
questionário – Quantidade de cômodos. B
loco B.
107
Gráfico 27 Percentuais de respostas para a questão 10 do
questionário – Dimensões dos cômodos. Blocos E e F. 108
Gráfico 28 Percentuais de respostas para a questão 09 do
questionário – Quantidade de cômodos. Blocos
E e F.
108
Gráfico 29 Diagrama de
Paretto dos blocos A, C e D.
113
Gráfico 30 Diagrama de Paretto do bloco B.
113
Gráfico 31 Diagrama de Pa
retto dos blocos E e F.
114
Gráfico 32 Percentuais de respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilidade. Blocos A, C e D.
114
Gráfico 33 Percentuais de respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilidade. Bloco B.
114
Gráfico 34 Percentuais de respostas para a questão 22 do
questionário – Acessibilid
ade. Blocos E e F.
114
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
182
Gráfico 35 Diagrama de Paretto do
s blocos A, C e D.
121
Gráfico 36 Diagrama de Parett
o do bloco B.
121
Gráfico 37 Diagrama de Pa
retto dos blocos E e F.
122
Gráfico 38 Percentuais de respostas para a questão 12 do
questionário segurança contra incêndios. Blocos A, C e
D. 122
Gráfico 39 Percentuais de respostas para a questão 12 do
questionário – segurança contra incêndi
os. Bloco B.
122
Gráfico 40 Percentuais de respostas para a questão 12 do
questionário – segurança contra incêndios. Blocos
E e F.
122
Gráfico 41 Fluxo de entradas e saídas nos horário
s observados.
130
Gráfico 42 Fluxo de entradas de moradores e não moradores na
galeria nos horários de aplicação dos questionários e
resultado geral dos três períodos (8h00min às 9h00min,
12h00min às 13h00min e 17h00min às 18h00min). 136
Gráfico 43 Principal objetivo dos usuários da galeria nos períodos de
aplicação dos questionários e resultado geral dos três
períodos.
136
Gráfico 44 Variação da temperatura em dia típico de inverno
kitchenette de fundos do bloco B (ARQUITROP). Proposta
com execução de peitoril e bandeira de al
venaria.
142
Gráfico 45 Ganhos e perdas de calor proposta - kitchenette de fundos
do bloco B (ARQUITROP) proposta com execução de
peitoril e bandeira de alven
aria.
142
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
183
9
99
9-
--
-
ANEXOS
ANEXOSANEXOS
ANEXOS.
..
.
Foto 62 – Edifício COPAN. Fonte Sergio O. Rehder.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
184
Anexo 1 EXEMPLO DE FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL
GRÁFICO DOS DESENHOS DOS PROJETOS DO EDIFÍCIO COPAN
DOADOS À BIBLIOTECA DA FAUUSP.
RELATÓRIO DE DESENHOS DOADOS À FAU/USP PELO CONDOMÍNIO
DO EDIFÍCIO COPAN/SP
FOLHA 442 – 12/07/2006 TUBO 09
ASSUNTO GERAL DESENHO COMPLEMENTAR.
ASSUNTO ESPECÍFICO
DA PRANCHA
PLANTA DO BAR.
DATA 14/05/1965
ESCALA(S) 1:25.
AUTOR DO PROJETO DEP. DE ENGENHARIA DA CNI.
CONSERVAÇÃO BOM – BOA VISIBILIDADE. SEM AVARIAS.
TAMANHO (cm) 42x74
TIPOS DE PAPEL E
DESENHO
NANQUIM SOBRE PAPEL VEGETAL.
NÚMERO DA FOLHA-
TOTAL
D-38
NOTAS
- Não fica claro se o projeto é para alguma área do COPAN.
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
185
Anexo 2 FORMULÁRIO DE QUESTIONÁRIO ADOTADO PARA
APLICAÇÃO NA TORRE RESIDENCIAL.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de São Paulo
Avaliação Pós Ocupação do Ambiente
Construído
Este questionário é parte integrante de uma pesquisa que
tem como objetivo detectar problemas nos ambientes
construídos e propor soluções
Apto. final _______________Bloco _____________
Andar ____________________
QUESTIONÁRIO
1. O apartamento é próprio ou
alugado?_______________
2. Qual a quantidade de pessoas do sexo
feminino que moram no apartamento?
______
3. Qual a quantidade de pessoas do sexo
masculino que moram no apartamento?
______
4. Há quanto tempo mora neste
apartamento?
______________________
5. Renda familiar.
( ) Até R$ 500,00
( ) De R$ 501,00 a R$ 1.000,00
( ) De R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00
( ) De R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00
( ) Acima de R$ 3.000,00
6. Qual a idade dos moradores de seu
apartamento?
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
7. Qual o tipo da sua habitação anterior?
( ) casa
( ) apartamento
( ) outros______________________
8. Qual o local da sua habitação anterior?
Bairro ___________________________
Cidade __________________________
Estado __________________________
Perguntas sobre o seu apartamento:
9. O que você acha de seu apartamento
quanto à quantidade de cômodos?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
10. O que você acha de seu apartamento
quanto às dimensões dos cômodos?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
11. O que você acha de seu apartamento
quanto à ventilação?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
12. O que você acha da contribuição de luz
natural nos cômodos de seu
apartamento?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
13. Quanto a temperatura no VERÃO, você
considera seu apartamento?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
14. Quanto a temperatura no INVERNO,
você considera seu apartamento?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
15. O que você acha da interferência do
ruído de vizinhos no seu apartamento?
( ) Ótimo (silencioso)
( ) Bom (pouco barulho)
( ) Ruim (muito barulho)
( ) Péssimo (insuportável)
( ) Não se aplica
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
186
16. O que você acha da interferência do
ruído da rua e área externa no seu
apartamento?
( ) Ótimo (silencioso)
( ) Bom (pouco barulho)
( ) Ruim (muito barulho)
( ) Péssimo (insuportável)
( ) Não se aplica
17. O que você acha da qualidade de
janelas no seu apartamento?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
18. Como você avalia seu apartamento em
geral?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
Perguntas referentes ao edifício:
19. O que você acha da segurança do
edifício?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
20. O que você acha da segurança do
edifício contra incêndio?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
21. O que você acha da segurança do
edifício quanto ao risco acidentes?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
22. O que você acha da adaptação do
edifício ao uso por deficientes físicos?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
23. O que você acha do tempo de espera
dos elevadores?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
24. O que você acha do estado de
conservação e limpeza das áreas
comuns do edifício?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
25. O que você acha dos acessos de
veículos ao subsolo/garagem?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
26. que você acha da quantidade de vagas
para veículos na garagem?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
27. que você acha do acesso de pedestres
ao edifício?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
28. O você acha do estado de conservação
externo do edifício?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
29. Como você avalia estéticamente o
edifício?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Ruim
( ) Péssimo
( ) Não se aplica
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
187
30. Se existe insatisfação com algum
aspecto do lugar que você mora
relacione por ordem de prioridade três
destes aspectos?
1._________________________________
2._________________________________
3._________________________________
31. Qual o(s) aspecto(s) que mais lhe
agrada(m) no lugar que você mora?
1._________________________________
2._________________________________
3._________________________________
32. Dos itens à seguir qual o que você acha
que apresenta problemas?
( ) Tamanho do apartamento
( ) Temperatura no VERÃO no
apartamento
( ) Temperatura no INVERNO no
apartamento.
( ) Qualidade das janelas
( ) Problemas com trincas e vazamentos
( ) Acessos de pedestres ao edifício.
( ) Limpeza e conservação de áreas comuns
do edifício
( ) Estrutura de lazer do edifício
( ) Tempo de espera dos elevadores
( ) Localização das garagens
( ) Quantidade de vagas na garagem.
( ) Acesso de cargas e mantimentos.
( ) Interferência de ruídos dos vizinhos
( ) Interferência de ruídos da rua
Perguntas referentes ao entorno do
edifício e área comercial do térreo:
33. Na sua opinião qual(is) a(s)
principal(ais) VANTAGEM(ENS) de
morar no centro de São Paulo?
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
34. Na sua opinião qual(ais) a(s)
principal(ais) DESVANTAGEM(ENS)
de morar no centro de São Paulo?
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
35. Você utiliza o comércio do térreo?
( ) sim ( ) não
36. Se você utiliza o comércio do térreo,
qual(is) a(s) loja(s) que mais freqüenta?
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
Comentários adicionais
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
Obrigado pela colaboração
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
188
Anexo 3 – MODELO DE FICHA DE OBSERVAÇÕES.
ENTRADA 5
FLUXO – HORÁRIO
Entrada –
Saída –
AGLOMERAÇÕES – HORÁRIO
ENTRADAS – HORÁRIO
Acesso ao bloco E:
Acesso ao bloco F:
Acesso para as lojas próximas:
Passagem para a galeria:
ANOTAÇÕES COMPLEMENTARES
R
U
A
P
A
R
T
I
C
U
L
A
R
VILA NORMANDA
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
189
Anexo 4 FORMULÁRIO DE QUESTIONÁRIO ADOTADO PARA
APLICAÇÃO NA GALERIA COMERCIAL DO PAVIMENTO TÉRREO.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO.
Mapa comportamental da Galeria comercial existente no
térreo do edifício COPAN/SP.
Entrada –
Data –
Hora –
Nº –
QUESTIONÁRIO
1- Você é morador do edifício COPAN?
( ) Sim
( ) Não
2- Sua intenção na galeria é:
( ) Passar direto.
( ) Utilizar alguma loja.
( ) Ir para algum apartamento do edifício.
( ) Outros. Qual?____________________
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
190
Anexo 5 – LAYOUT DE APARTAMENTOS VISITADOS E MEDIDOS.
Obs. Os números que acompanham as plantas correspondem à ordem de
medições e não à numeração dos apartamentos medidos no edifício.
NM
APTO. 2 DORMS. BLOCO A (2)
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1
2 MORADORES
32
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
APTO. DE 2 DORMS. BLOCO A (1)
0 1
1 MORADOR
2 3
N
M
KITCHENETTE BLOCO B (1)
2 MORADORES
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1 2 3
N
M
KITCHENETTE BLOCO B (2)
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1
1 MORADOR
2 3
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
191
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
KITCHENETTE BLOCO B (4)
0 1
1 MORADOR
2 3
N
M
KITCHENETTE BLOCO B (3)
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1
1 MORADOR
32
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
KITCHENETTE BLOCO B (5)
0 1
1 MORADOR
2 3
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
192
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 MORADOR
APTO. 1 DORM. BLOCO B (1)
0 31 2
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 DORMITÓRIO BLOCO B (2)
10
4 MORADORES
N
M
2 3
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
193
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 MORADOR
0 21 3
N
M
APTO. 3 DORMS. BLOCO C (1)
2 MORADORES
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1 2 3
APTO. 3 DORMS. BLOCO C (2)
N
M
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
194
APTO. 3 DORMS. BLOCO D (2)
1 MORADOR
N
M
ESCALA GRÁFICA (metros)
0 1 2 3
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 MORADOR
10 2
N
M
3
APTO. 3 DORMS. BLOCO D (1)
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
195
ESCALA GRÁFICA (metros)
N
M
3 MORADORES
KITCHENETTE BLOCO F (2)
0 1 2 3
APTO. 1 DORM. BLOCO F (3)
ESCALA GRÁFICA (metros)
1 MORADOR
0 1 2 3
N
M
APTO. 1 DORM. BLOCO F (1)
ESCALA GRÁFICA (metros)
2 MORADORES
0 1 2 3
N
M
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
196
1 MORADOR
KITCHENETTE BLOCO E (4)
ESCALA GRÁFICA (metros)
20 1 3
N
M
COPAN/SP: A TRAJETÓRIA DE UM MEGA EMPREENDIMENTO, DA CONCEPÇÃO AO USO.
ESTUDO COMPREENSIVO DO PROCESSO COM BASE NA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO.
197
Anexo 6 CD Rom CONTEMPLANDO AS FICHAS DESCRITIVAS DE
DESENHOS DOS PROJETOS ORIGINAIS DE ARQUITETURA
CATALOGADAS ATÉ 20/12/2006.
Obs. As fichas gravadas neste CD Rom correspondem aos tubos 02, 04, 07, 08
e 09, que contém os desenhos de arquitetura. Os tubos 01, 03, 05 e 06,
também classificados até 20/12/2006, contém os desenhos do projeto de
estrutura.
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