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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DE
CULTIVARES DO CAPIM BUFFEL EM
DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO
SUBMETIDOS À ADUBAÇÃO
NITROGENADA
ISABELLA COUTINHO DE BARROS
2010
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ISABELLA COUTINHO DE BARROS
COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DE CULTIVARES DO
CAPIM BUFFEL EM DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO
SUBMETIDOS À ADUBAÇÃO NITROGENADA
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Montes Claros, como parte
das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, área de
concentração em Produção Animal, para
obtenção do título de “Mestre”.
Orientador
Prof. DSc. Dorismar David Alves
UNIMONTES
MINAS GERAIS-BRASIL
2010
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Catalogação: Biblioteca Setorial Campus de Janaúba
Barros, Isabella Coutinho.
B277c Composição bromatológica de cultivares de capim
Buffel em diferentes estações do ano submetidos à
adubação nitrogenada [manuscrito] / Isabella Coutinho
Barros. – 2010.
63 p.
Dissertação (mestrado)-Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, Universidade Estadual de Montes Claros-
Unimontes, 2010.
Orientador: Prof. DSc. Dorismar David Alves
1. Adubação nitrogenada. 2. Capim Buffel. I. Alves,
Dorismar David. II. Universidade Estadual de Montes
ISABELLA COUTINHO DE BARROS
COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DE CULTIVARES DO
CAPIM BUFFEL EM DIFERENTES ESTAÇÕES DO ANO
SUBMETIDOS À ADUBAÇÃO NITROGENADA
APROVADA em 30/08/2010.
_____________________________
Prof. DSc. Dorismar David Alves
(Orientador)
_____________________________
Profª.DSc. Eleuza Clarete Junqueira
de Sales
(Coorientadora)
_____________________________
Prof. DSc. Luiz Henrique Arimura
Figueiredo
_____________________________
Prof. DSc. Cláudio Manoel Teixeira
Vitor
UNIMONTES
MINAS GERAIS-BRASIL
2010
DEDICO
À minha mãe, Maria Elza Coutinho, pelo amor incondicional,
pela presença constante, e exemplo de amor e fé,
e pela dedicação de todos os dias de minha vida;
A meu irmão, Frederick Coutinho de Barros,
pelo amor e carinho dedicados a mim.
OFEREÇO
A Saulo de Matos Silva, pelo apoio, incentivo,
companheirismo e por acreditar em minha jornada.
É o amor de toda uma vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, força maior em minha vida, à Nossa Senhora Aparecida, luz
de mãe.
Ao professor Dorismar David, pela paciência, e pela oportunidade,
orientação, acolhida e confiança na realização do meu trabalho.
À Universidade Estadual de Montes Claros, através do departamento
de pós-graduação em Zootecnia, pela oportunidade de realização do
mestrado.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo e apoio institucional.
À professora Eleuza Clarete Junqueira de Sales, pela atenção,
amizade e ajuda sempre.
Ao professor Vicente Ribeiro Rocha Júnior, pelos ensinamentos e
auxilio no laboratório.
Ao professor Luiz Henrique pela atenção
A todos os professores que por minha vida escolar passaram e com
certeza deixaram em mim um ensinamento.
Aos funcionários da UNIMONTES, meu sincero agradecimento.
Ao Claudio Manoel Teixeira Vitor por ter cedido o material
experimental, juntamente com o Edson Marcos Viana Porto.
À colega de mestrado, Susi Cristina, pela companhia em incansáveis
viagens a Janaúba.
Ao colega André, por ter me ensinando os “segredos do laboratório”
e pela grande amizade.
Aos Colegas de mestrado, Poliana, Bruno Denucci, Luciano Macena,
Ramon, Ariomar, pela ajuda.
Aos estagiários, Célio, Cézar, Ana Cássia, Luiz, Weiber, Marquinhos
e, em especial, a Renata, pelo apoio e ajuda.
À colega, Jussara Barros, pela amizade e por tornar esta caminhada
mais divertida.
A Jamaika, Alberto, Luiza e João Alberto, por me acolherem tão
afetuosamente em sua casa.
A minha mãe sempre, pelo incentivo; a meu irmã,o pelo apoio.
A toda a família, tios, tias, primos e primas que rezam sempre por
mim.
A Saulo, por sempre estar ao meu lado, apoiando e escutando todas
as vezes em que precisei.
A todas as pessoas não mencionadas, mas que sempre estiveram ao
meu lado nos grandes ou pequenos momentos, ajudando de alguma
forma na conclusão deste trabalho. Eu não os esqueci;
Sintam-se todos vitoriosos.
Muito obrigada.
BIOGRAFIA
ISABELLA COUTINHO DE BARROS, filha de Nilson dos Santos
Barros e Maria Elza Coutinho, nasceu em Salinas, Minas Gerais, em 27 de
março de 1985.
Em dezembro de 2002 concluiu o curso técnico Agrícola com
habilitação em Zootecnia, na Escola Agrotécnica Federal de Salinas, Minas
Gerais.
Em dezembro de 2007, graduou-se em Zootecnia pela Universidade
Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Janaúba, Minas Gerais.
Em março de 2008, ingressou no programa de Pós-graduação em
Produção Animal no Semiárido da UNIMONTES, na área de Nutrição
Animal e, em agosto de 2010, defendeu sua dissertação.
Em abril de 2010, ingressou no Instituto Mineiro de Agropecuária,
como fiscal assistente de Inspeção.
SUMÁRIO
Lista de Tabelas.............................................................. i
Lista de Figuras.............................................................. iii
Lista de Abreviaturas..................................................... iv
Resumo............................................................................ v
Abstract........................................................................... vi
1- INTRODUÇÃO.......................................................... 1
2-REVISÃO DE LITERATURA.................................. 4
2.1
- Capim Buffel (Cenchrus ciliares L.)
.......................
.
4
2.2
- Composição Bromatológica.
................
......
.....
7
2.3
-Adubação Nitrogenada
............................................
...
10
3-MATERIAL E MÉTODOS........................................ 16
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO................................ 22
4.1- Período de Verão
...............................................
......
22
4.2- Período de Outono.....................................................
32
5-CONCLUSÕES........................................................... 38
6-REFERÊNCIAS......................................................... 39
i
LISTA DE TABELAS
TABELA 1.
Caracterização físico-química de amostra de solo
coletada na área experimental (0-20 cm), Nova
Porteirinha,2008..........................................................
18
TABELA
2
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) e
equações de regressão (ER) ajustadas com os
respectivos coeficientes de determinação (R
2
) de
proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em
detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA) cinzas, e extrato etéreo
(EE) da planta inteira de cultivares do capim Buffel
no período do verão, em função das doses de
nitrogênio aplicadas.....................................................
22
TABELA
3
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) e
equações de regressão (ER) ajustadas com os
respectivos coeficientes de determinação (R
2
) da
fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais
(CHOT) da planta inteira de cultivares do capim
Buffel no período do verão, em função das doses de
nitrogênio aplicadas.....................................................
26
TABELA 4
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) de
proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em
detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA), cinzas e extrato etéreo
(EE), com respectivos coeficientes de variação (CV),
da planta inteira de três cultivares do capim Buffel,
no período de verão......................................................
28
TABE
LA 5
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) de fibra
em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), lignina e carboidratos totais (CHOT),
com respectivos coeficientes de variação (CV), da
planta inteira de três cultivares do capim Buffel, no
período de verão..........................................................
31
ii
TABELA 7
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) e
equações de regressão (ER) ajustadas com os
respectivos coeficientes de determinação (R
2
) da
fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais
(CHOT) da planta inteira de cultivares do capim
Buffel no período do outono, em função das doses de
nitrogênio aplicadas.....................................................
34
TABELA 8
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) de
proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em
detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA), cinzas e extrato etéreo
(EE), com respectivos coeficientes de variação (CV),
da planta inteira de três cultivares do capim Buffel,
no período de outono...................................................
35
TABELA 9
.
Teores médios (porcentagem na matéria seca) de fibra
em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), lignina e carboidratos totais (CHOT),
com respectivos coeficientes de variação (CV), da
planta inteira de três cultivares do capim Buffel, no
período de outono.......................................................
36
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.
Médias mensais de temperatura do período experimental
comparadas com a média dos últimos 20 anos (1987 a
2007).................................................................................
17
FIGURA 2.
Totais mensais de precipitação durante o período
experimental comparados com a média dos últimos 20
anos (1987 a 2007)...........................................................
17
FIGURA 3.
Vista parcial da área experimental
............................
..
....
..
19
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
PB Proteína Bruta
FDN Fibra em detergente neutro
FDA Fibra em detergente ácido
LIG Lignina
CNZ Cinzas
NIDN Nitrogênio insolúvel em detergente neutro
NIDA Nitrogênio insolúvel em detergente ácido
EE Extrato etéreo
MS Matéria seca
CEL Celulose
HEM Hemicelulose
CHOT Carboidratos Totais
N Nitrogênio
v
RESUMO GERAL
BARROS, Isabella Coutinho. Composição bromatológica de cultivares
de capim Buffel em diferentes estações do ano submetidos à adubação
nitrogenada. 2010. 63p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)
Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG.
1
Este trabalho foi realizado com o intuito de avaliar a composição
bromatológica de cultivares de capim Buffel em diferentes estações do ano,
submetidos à adubação nitrogenada. A pesquisa foi conduzida na Fazenda
Experimental da EPAMIG, na cidade de Nova Porteirinha - MG, no período
de novembro de 2008 a maio de 2009, para avaliar o efeito da adubação
nitrogenada na composição bromatológica de três cultivares de capim Buffel
e o efeito das estações do ano sobre a mesma. O delineamento experimental
utilizado foi em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 3 x 4( três
cultivares do capim Buffel - Cenchrus ciliaris cv. Grass, C. ciliaris cv. PI
295658 e C. ciliaris cv. Áridus e quatro doses de nitrogênio ( 0, 75, 150 e
225 kg/ha de nitrogênio) respectivamente, com três repetições, totalizando
36 unidades experimentais. A adubação nitrogenada foi parcelada em três
aplicações (1/3 da dose total) durante o período chuvoso, após o corte de
uniformização, utilizando-se como fonte de nitrogênio o sulfato de amônio e
aplicado a lanço. Para efeito das análises estatísticas, foram utilizados os
valores médios relativos a dezembro/2008, janeiro/2009, fevereiro/2009
caracterizando o verão e março/2009, abril/2009 e maio/2009 caracterizando
o outono. Não houve efeito da interação entre os fatores dose de nitrogênio e
cultivar. A aplicação da adubação nitrogenada, no período de verão,
propiciou um aumento de 30% nos teores de proteína bruta, atingido teor
máximo de 10,90% na dosagem de 144,12kg N/ha. A cultivar PI295658, no
verão, apresentou menor teor de proteína bruta, nitrogênio insolúvel em
detergente neutro e maior teores de carboidratos totais que as cultivares
Grass e Áridus. No outono, os teores de proteína bruta foram influenciados
pela adubação nitrogenada, atingindo maior valor com a dosagem de 225kg
N/ha. A cultivares Áridus e PI295658 apresentaram maiores valores de
nitrogênio insolúvel em detergente neutro do que a cultivar Grass.
Palavras-chave: capim Buffel, semiárido, Cenchrus ciliaris, composição
bromatológica.
1
Comitê Orientador: Dorismar David Alves – UNIMONTES (Orientador),
Eleuza Clarete Junqueira Sales - UNIMONTES (Coorientadora), Cláudio
Manoel Teixeira Vitor - UFSJ, Luiz Henrique Arimura Figueiredo–
UNIMONTES.
vi
GENERAL ABSTRACT
BARROS, Isabella Coutinho. Bromatological composition of Buffel grass
cultivars in different seasons subjected to nitrogen fertilization. 2010. 63
p. Dissertation (Master’s degree in Animal Science) - Universidade Estadual
de Montes Claros, Janaúba, MG.
1
This work aimed to evaluate the bromatological composition of Buffel grass
cultivars in different seasons, subjected to nitrogen fertilization. The research
was carried out at Experimental Farm EPAMIG in Nova Porteirinha-MG,
from November 2008 to May 2009, in order to evaluate the effect of
nitrogen fertilization on the bromatological composition of three cultivars of
Buffel grass, and the effect of the seasons on them. The experimental design
was in randomized blocks (RBD) in a factorial scheme 3 x 4 (three cultivars
of Buffel Grass - Cenchrus ciliaris cv. Grass, C. ciliaris cv. PI 295 658 and
C. ciliaris cv. Áridus, and four doses of nitrogen (0, 75, 150 and 225 kg/ ha)
with three replications, totaling 36 experimental units.. Nitrogen fertilization
was split in three applications (one third of the total dose) during the rainy
season, after cutting of standardization, using as source of nitrogen fertilizer
ammonium sulphate and applied at throw. For purposes of statistical
analysis, the mean value of December/2008, January/2009, February/2009
we used characterizing the summer and March/2009, April/2009 and
May/2009 characterizing the autumn. There was no effect of the interaction
between the factors doses of nitrogen and cultivar. The application of
Nitrogen fertilization, in the summer, provided a 30% increase in Crude
Protein content, reaching maximum content of 10.90% in the dosage of
144.12 kg N/ha. The PI295658 cultivar, in the summer showed lower Crude
Protein, neutral detergent insoluble nitrogen and higher contents of total
carbohydrates than the Grass and Áridus cultivars. In the autumn, crude
protein content was influenced by nitrogen fertilization,, reaching the highest
value in the dosage of 225kg N/ha. The cultivars Áridus and PI295658
showed higher values of neutral detergent insoluble nitrogen than Grass
cultivar.
Key-words: Buffel Grass, semi arid, Cenchrus ciliaris, bromatological
composition.
1
Guidance Committee: Dorismar David Alves UNIMONTES (Advisor),
Eleuza Clarete Junqueira Sales - UNIMONTES (Co-advisor), Cláudio
Manoel Teixeira Vitor - UFSJ, Luiz Henrique Arimura Figueiredo–
UNIMONTES.
1
1 - INTRODUÇÃO
O Brasil tem lugar de destaque na pecuária mundial, possuindo o
maior rebanho comercial de bovinos, além de ser o maior exportador de
carne do mundo (ANUALPEC, 2008). Essa produção em sua maior parte é
extensiva e semi-intensiva, em que a alimentação se baseia na exploração de
pastagens, devido à capacidade destes animais em ingerir e digerir alimentos
fibrosos. Por essa razão, a avaliação nutricional de alimentos para
ruminantes é de suma importância para adequação dos dados dos sistemas de
formulação de dietas a regiões de clima semiárido. Esses ajustes visam a
maior eficiência do sistema de produção, diminuindo custos e minimizando
excreção de resíduos para o ambiente.
A escassez de informações sobre o valor nutritivo dos alimentos
utilizados para animais no Brasil, e principalmente na região do semiárido,
indica a necessidade de mais pesquisas, em virtude de sua grande
importância na nutrição dos rebanhos. Isso permite identificar as principais
causas limitantes do nível de produção, possibilitando deduzir estratégias de
manejo que resultem em aumento na produção animal.
A região Norte de Minas Gerais possui grande potencial para
exploração agropecuária, apresentando sua produção de carne e leite baseada
na utilização de ovinos, bovinos e caprinos. Nessa região, no entanto, a baixa
precipitação pluviométrica, bem como sua distribuição irregular ao longo do
ano, constitui fatores limitantes à obtenção de indicadores zootécnicos
satisfatórios. Existem duas estações bem definidas, uma desfavorável ao
crescimento das plantas forrageiras (período seco) e outra favorável (período
das águas).
O baixo nível nutricional das pastagens no período seco pode ser
atribuído ao deficit no balanço hídrico, ao fotoperíodo mais curto e às baixas
temperaturas noturnas no inverno, que impõe limitações à taxa de expansão
2
de folhas, ao número de folhas por perfilho e ao número de perfilhos,
limitando assim o crescimento das plantas.
Na tentativa de estabelecer pastagens que possam efetivamente
aumentar a exploração pecuária dessa região, inúmeras gramíneas vêm
sendo utilizadas, e entre elas destaca-se o capim Buffel (Cenchrus ciliaris
L.). O capim Buffel é uma gramínea com características de adaptação
favoráveis às condições edafoclimáticas do semiárido.
A adaptabilidade do capim Buffel às condições de clima semiárido é
devida, principalmente, às suas características botânicas, como enraizamento
profundo e presença de rizomas, que lhe permitem maior resistência a
períodos de estiagem.
As plantas forrageiras, de maneira geral, não recebem nenhum tipo
de adubação no Brasil; o que, no decorrer dos anos, provoca a diminuição do
seu potencial produtivo, reduzindo a produtividade e a qualidade da
forragem.
O nitrogênio é o nutriente que se encontra em menor quantidade no
solo, e o mais importante quantitativamente para maximizar a produtividade
de matéria seca das gramíneas forrageiras, que provoca expressivo
aumento no fluxo de tecidos e provoca aumento no perfilhamento e na
produção das plantas.
É sabido que a qualidade de uma gramínea forrageira é dada pela
associação da composição bromatológica, digestibilidade. A determinação
da composição bromatológica é de fundamental importância para os estudos
da nutrição animal, para que com o conhecimento real da composição das
pastagens, seja possível balancear adequadamente as dietas. Deve-se
ressaltar, no entanto, que a composição bromatológica das forrageiras varia
de acordo com a parte da planta, fertilidade do solo, adubação, idade da
planta e estações do ano, dentre outros fatores.
Nesse sentido, a introdução de adubação nitrogenada nas pastagens é
uma forma de se buscar maior economicidade na produção de forragem para
os animais criados em condições de campo, quando comparada ao uso de
3
pastagens sem adubação. A principal expectativa do seu uso em pastagem é
a melhoria da composição bromatológica da dieta do animal, assim como o
aumento da massa de forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema, por
intermédio de sua reciclagem.
Diante desse contexto, torna-se necessária a obtenção de um maior
volume de informações sobre a composição bromatológica das gramíneas
forrageiras utilizadas na região semiárida, assim como sua resposta à
adubação nitrogenada, visando a obter subsídios para um manejo sustentável
da produção a pasto.
É de grande importância conhecer o teor de proteína bruta (PB),
valores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido
(FDA), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio
insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE), lignina,
carboidratos totais (CHOT) e cinzas.
Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar a composição
bromatológica das cultivares de capim Buffel em diferentes estações do ano
submetidas à adubação nitrogenada.
4
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Capim Buffel
O Cenchrus ciliaris L.(capim Buffel) pertence à família Poaceae, e
tem sua origem na África, Indonésia e Índia. Foi introduzido primeiramente
na Austrália, nos anos de 1870 e 1880, de onde se espalhou para outras
regiões do mundo. No Brasil, existem referências que indicam a entrada do
capim Buffel no estado de São Paulo no ano de 1953 (FILHO, 1995), de
onde foi trazido para o nordeste e, após passar por algumas avaliações
iniciais, demonstrou possuir várias características consideradas de
importância fundamental para essa região. Possui boa capacidade produtiva,
resistência a longos períodos de estiagem e a baixos índices pluviométricos
(<100 mm anuais), além da capacidade de permanecer no campo, como
"feno em pé" por um longo período, sem se decompor, como acontece com
as espécies nativas.
O capim Buffel é uma espécie perene, com hábito de crescimento
muito variável, que pode alcançar até 1,5 m de altura, dependendo da
variedade ou cultivar; com colmos finos, mas com bases inchadas, onde
acumulam mais carboidratos que outras espécies (HUMPHREYS, 1981).
Suas folhas são planas e lineares, medindo de três a dez milímetros de
largura quando estendidas, podem chegar a até trinta centímetros de
comprimento.
As inflorescências são espiciformes, com a aparência de rabo de
raposa e as sementes são fechadas em finas cerdas. O sistema radicular é
bastante desenvolvido e profundo, podendo atingir até 1,5 m e, dependendo
da variedade, pode também apresentar rizomas mais ou menos
desenvolvidos (AYERSA, 1981), que permitem o adiamento da desidratação
e a manutenção do turgor devido a sua capacidade de explorar água do solo
(RODRIGUES et al., 1993). Apresenta melhor crescimento em solos leves e
profundos, podendo também crescer satisfatoriamente em solos argilosos
5
com boa drenagem, o suportando encharcamento. Com relação à
fertilidade do solo, é medianamente exigente em termos nutricionais e
moderadamente tolerante à salinidade (SILVA, 1986), com melhor
desenvolvimento em pH básico.
O capim Buffel é uma planta forrageira tropical, absorve CO
2
do ar
atmosférico pela via do ciclo C
4
, é uma via extremamente eficiente no
processo fotossintético, e possibilita à planta acumular grandes quantidades
de biomassa, de forma rápida. Segundo Van Soest (1994), no entanto,
forrageiras do ciclo C
4
com o avanço da idade fisiológica perdem valor
nutritivo mais rapidamente, quando comparadas às plantas que predominam
em países de clima temperado, que possuem o sistema de absorção do CO
2
pelo ciclo C
3
.
O capim Buffel tem se mostrado adaptado às condições semiáridas
devido, principalmente, à associação entre rápida germinação e
estabelecimento, precocidade na produção de sementes e capacidade de
entrar em dormência na época seca (ARAÚJO FILHO et al., 1998). Bovey et
al. (1980) observaram que, apesar da alta resistência à seca, o capim Buffel
apresenta alta potencialidade produtiva onde maiores níveis de umidade
do solo, desde que as condições naturais de crescimento sejam favoráveis.
Seu valor nutritivo é alto, com alta digestibilidade da matéria seca e
da proteína bruta, e possui boa palatabilidade. A produtividade de diversas
cultivares do capim Buffel varia de acordo as condições locais, com a maior
ou menor adaptação, com produtividade entre 4 e 12 toneladas de matéria
seca MS/ha (OLIVEIRA, 1993).
Segundo Silva et al. (1987), numerosas cultivares foram selecionadas
na Austrália, e a partir da década de 50, algumas foram trazidas para o
Brasil, entre elas: Biloela (originária da Tanzânia), Molopo (da África do
sul), Numbank (de Unganda), Gayndah (do Quênia) e Americano (da
Geórgia, EUA). As cultivares Molopo e Numbank são mais rizomatosas,
com pouco perfilhamento e sementes de cor palha.
6
A cultivar CPATSA 131 (PI 295658) foi melhorada na EMBRAPA-
Semiárido em Pernambuco, é representativa do tipo alto e vigoroso, com até
1,50 m de altura, é mais rizomatosa, e com pouco perfilhamento (PORTO,
2009).
Segundo Oliveira (2005), outra cultivar que vem se destacando,
desde o início da década de 90, é o Áridus, que foi lançada pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), demonstrando boa
adaptabilidade às condições edafoclimáticas da região Norte do estado de
Minas Gerais, onde tem sido cultivada com muito sucesso. É classificada
como cultivar de médio porte, atingido ate 1,00 m de altura, tende a ser
prostrada, com grande perfilhamento, não rizomatosa, com sistema radicular
menos desenvolvido que as cultivares de porte alto.
A cultivar Grass é possivelmente a mais cultivada no Nordeste,
apresentando cor de caule roxo, diâmetro de caule 2,08 mm e cor de semente
roxa (OLIVEIRA, 1993). É classificada como cultivar de médio porte,
atingido de 0,75 a 1,00 m de altura, possui colmos mais finos e folhagem
mais densa do que as cultivares de porte alto, não é rizomatosa, apresenta
grande perfilhamento e tende a ser prostrada.
Grass As cultivares Áridus e Grass têm seu florescimento mais
precoce, fazendo o seu valor nutritivo diminuir mais rapidamente no seu
ciclo de desenvolvimento, por possuírem o sistema radicular menos
desenvolvido do que as plantas de porte alto, são também menos resistentes
à seca do que elas.
A Fazenda Colonial no Norte de Minas Gerais conta com quase 10
mil ha de capim Buffel das cultivares Áridus, Biloela e Grass, tendo obtido
capacidades de lotações de 1,0 a 2,0 UA/ha e ganhos de peso entre 100 e 130
kg/PV/ha anuais, citados por Porto (2009).
Porto (2009), avaliando três cultivares de capim Buffel, na região
Norte de Minas Gerais, obteve um maior rendimento forrageiro da cultivar
PI 295658, apresentando uma superioridade de 8,85% e 24,39% sobre as
cultivares Áridus e Grass, respectivamente. Esse resultado pode ser
7
explicado pelo maior desenvolvimento de pseudocolmo e maior quantidade
de folhas vivas mantidas por perfilho para a cultivar PI 295658 em relação às
outras.
Bernadino et al. (2002), estudando o potencial forrageiro e a
qualidade nutritiva de 10 cultivares de capim Buffel, no Norte de Minas
Gerais, em diferentes idades de corte (3, 6, 9 e 12 semanas), observaram que
a idade entre 42 e 63 dias apresentou melhor associação entre
produtividade/área e valor nutritivo das plantas. Registraram uma
produtividade de 7768,3 e 10324,1 kg/ha de MS para a cultivar 131
(Cenchrus ciliaris cv. PI 295658) que se destacou das demais, demonstrando
uma melhor adaptabilidade às condições de semiárido. Valores inferiores
foram observados por Dantas Neto et al. (2000) que, estudando o efeito da
influência da precipitação e da idade de corte sobre a produção de Cenchrus
ciliaris cv. Gayndah, observaram um máximo rendimento de MS de 5,191
kg/ha, e com idade de corte de 80 dias após uniformização.
Moreira et al. (2007), trabalhando com capim Buffel, como pastagem
diferida, encontraram teores de MS de 72,82% no mês de setembro, valor
semelhante ao encontrado por Oliveira (2005) para a cultivar Biloela de
71,87%. Esse alto teor de matéria seca é devido à avançada idade fisiológica
do capim, que culmina na diminuição dos nutrientes potencialmente
digestíveis, e progressivo aumento das porções fibrosas.
2.2. Composição Bromatológica
Conhecer a composição bromatológica das plantas forrageiras
utilizadas na alimentação animal e seu valor alimentício é fundamental, pois
são os primeiros limitantes para a produção de carne, leite e lã. A
determinação do valor nutritivo das plantas forrageiras é de grande
importância prática, seja para fornecer subsídios para melhorar a qualidade
das pastagens ofertadas aos animais seja para permitir adequada
suplementação de dietas à base de volumosos (DUPAS, 2008).
8
Portanto, forragens de alta qualidade devem fornecer energia,
proteína, minerais e vitaminas para atender às exigências dos animais em
pastejo. A composição química pode ser utilizada como característica de
qualidade das espécies forrageiras, porém depende de aspectos de natureza
genética e ambiental; além disso, não deve ser utilizada como o único
determinante da qualidade de um pasto. A composição química e a
digestibilidade variam, entre outros fatores, com a espécie, o estádio de
maturidade, os fatores climáticos e o nível de inserção da folha no perfilho
(GERDES et al., 2000; PACIULLO et al., 2001; QUEIROZ et al., 2000). Os
componentes químicos das plantas também variam conforme os diferentes
tecidos e órgãos, em razão de especificidade da organização física das
células vegetais.
De modo geral, os principais constituintes químicos das plantas
forrageiras podem ser divididos em duas grandes categorias: os que
compõem a estrutura da parede celular, que são de mais baixa
disponibilidade no processo de digestão, e aqueles contidos no conteúdo
celular, de maior disponibilidade. Os componentes do conteúdo celular
envolvem substâncias solúveis em água ou levemente solúveis em água:
amido, lipídios e algumas proteínas que são digeridas tanto por enzimas de
micro-organismos quanto por aquelas secretadas pelo aparelho digestivo dos
animais. Os componentes da estrutura da parede celular incluem, em sua
maior parte, carboidratos e outras substâncias como a lignina, cuja digestão é
totalmente dependente da atividade enzimática dos micro-organismos do
trato gastrointestinal dos ruminantes (VAN SOEST, 1994).
Os fatores de natureza climática que mais afetam a composição
bromatológica das forrageiras são: a temperatura, a luminosidade e a
umidade. Segundo Van Soest (1994), elevadas temperaturas, que são
características marcantes das condições tropicais, promovem rápida
lignificação da parede celular, acelerando a atividade metabólica das células,
o que resulta em decréscimo de metabólitos no conteúdo celular, além de
9
promover a rápida conversão dos produtos fotossintéticos em componentes
da parede celular.
À medida que avança a idade fisiológica da planta, ocorre aumento
das porcentagens de celulose, hemicelulose e lignina reduzindo, assim, a
proporção de nutrientes potencialmente digestíveis (carboidratos solúveis,
proteínas, minerais e vitaminas), que representa uma queda acentuada na
digestibilidade (REIS et al., 2005).
A fibra na nutrição de ruminantes tem duas funções importantes: o
estímulo à salivação e a ruminação, promovendo a formação de um ambiente
ruminal favorável aos micro-organismos, fazendo também uma filtragem,
evitando a rápida passagem dos alimentos pelo rúmen.
A concentração de fibra varia bastante entre espécies, dentro da
mesma espécie, até mesmo entre as partes de uma mesma planta, estando em
maior concentração nas hastes do que nas folhas. Com o aumento da idade
das plantas forrageiras, além do aumento natural de fibras, ocorre
diminuição da relação folha/haste, o que prejudica a digestibilidade da
matéria seca.
O conhecimento da composição químico-bromatológica é
tradicionalmente avaliado com análises proximais de Weende, desenvolvidas
e amplamente utilizadas mais de um século, apesar das limitações
inerentes (MOULD, 2002). As análises comumente realizadas para avaliar
os alimentos são matéria natural, matéria seca, extrato etéreo e proteína
bruta, usando técnicas descritas e padronizadas pela Association of Official
Analytical Chemists - AOAC (1990).
A fração fibrosa é analisada usando-se um sistema de detergentes, no
qual a separação do conteúdo citoplasmático e da parede celular (VAN
SOEST et al., 1991), em que se determina fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA) e, consequentemente, lignina, sílica e
hemicelulose.
Quanto à composição bromatológica, Oliveira (2005), avaliando
cinco cultivares de capim Buffel, CPATSA 302 (IRÃ), CPATSA 541
10
(Buchuma conosite), CPATSA 198 (Tanzânia), CPATSA 119 (Pusa giant),
CPATSA 02 (Biloela), não encontrou diferença nos teores de proteína bruta
no período de seca.
Nascimento Júnior (1975) avaliou a composição bromatológica do
capim Buffel da parte aérea com e sem floração, observou valores de
proteína bruta (PB) de 2,3 e 2,7%, respectivamente. Os teores de proteína
encontrados foram bem inferiores ao considerado mínimo para manutenção
de ambiente ruminal favorável aos micro-organismos do rúmen.
Em contrapartida, Dessommes et al. (2003), avaliando cultivares de
capim Buffel, observaram que as cultivares PI409375 e PI409443
produziram, em média, 45 e 42% a mais de matéria seca e proteína bruta,
respectivamente, que o híbrido Nueces.
Os teores de PB, matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), FDN,
FDA e lignina observados por Nunes (2004), avaliando capim Buffel em
duas estações do ano, variaram entre as estações seca e chuvosa,
respectivamente, de 5,96 a 6,5%; 7,03 a 8,98%; 3,02 a 2,94%; 79,09 a
75,81%, 51,79 a 47,86% e 12,46 a 9,44%. Conforme o autor, o capim Buffel,
como uma gramínea tropical, apresenta perda significativa de nutrientes
entre as estações do ano, devido ao processo de lignificação e diminuição da
relação folha/haste.
2.3. Adubação Nitrogenada
A necessidade de aumentar a produtividade das pastagens requer a
aplicação de fertilizantes, a fim de permitir uma exploração animal mais
intensiva, capaz de competir com outras formas de exploração dentro da
atividade agrícola. A adubação nitrogenada é extremamente importante para
a intensificação do uso das pastagens nas regiões de semiárido, desde que
outros nutrientes não sejam limitantes, proporcionando elevada
produtividade das forrageiras.
11
Dessa forma, a reposição dos componentes do solo, visando à
manutenção da fertilidade do solo é imprescindível à longevidade e à
produtividade das pastagens. A determinação de níveis críticos e das doses
recomendáveis de nutrientes a serem adicionadas ao solo é de vital
importância para uso racional de fertilizantes.
De todos os nutrientes, o nitrogênio é quantitativamente o mais
importante para o crescimento das plantas (ENGELS e MARSCHNER,
1995), mas sua absorção está na dependência do equilíbrio dos outros
nutrientes no solo. Nesse sentido, Lopes (1998) cita que teores adequados de
potássio e fósforo aumentam a capacidade das plantas de utilizarem altas
doses de nitrogênio para produzir mais proteína e melhorar a qualidade da
forragem.
O nitrogênio (N) é um dos principais nutrientes para manutenção da
produtividade das gramíneas forrageiras ao longo dos anos, pois é
constituinte essencial dos aminoácidos, proteínas, hormônios e clorofila,
além de ser um dos nutrientes mais extraídos pelas plantas (LAVRES, 2001)
e participa diretamente no processo fotossintético, por meio de sua
composição na molécula de clorofila. Portanto, sua baixa disponibilidade
para a forrageira acarreta redução na produção de forragem, iniciando o
processo de degradação (WERNER, 1994).
Apesar de sua importância, o nitrogênio é um dos nutrientes menos
abundante no solo e, segundo Santos et al. (2005), apresenta uma dinâmica
muito complexa e cheia de características particulares, tais quais: possui
grande mobilidade no solo; sofre inúmeras transformações mediadas por
micro-organismos; tem alta movimentação em profundidade; transforma-se
em formas gasosas e se perde por volatilização; tem baixo efeito residual;
não é fornecido pelas rochas de origem dos solos, sendo a principal fonte
para as plantas o gás de N
2
que compõe 78% do ar atmosférico, mas não
pode ser absorvido dessa forma. Pode-se apresentar nas formas de nitrato,
nitrito e amônio no solo, sendo que cerca de 98% desse está associado à
matéria orgânica.
12
A utilização de adubos em pastagens, particularmente os
nitrogenados, é fundamental quando se pretende aumentar a produtividade
de matéria seca, visto que o nitrogênio presente no solo, proveniente da
mineralização da matéria orgânica derivada do complexo solo-planta-animal,
não é suficiente para as gramíneas de alta produção expressarem o seu
potencial (GUILHERME et al., 1995). A adubação nitrogenada, em alguns
casos, também pode influenciar a qualidade do pasto, principalmente pelo
aumento do teor de proteína na forrageira (MOREIRA et al., 2003).
O nitrogênio em elevadas concentrações confere cor verde-escura às
folhas, devido à elevada quantidade de clorofila. Corsi (1994) relatou que o
nitrogênio promove diversas alterações fisiológicas em gramíneas
forrageiras, como o número, tamanho, massa e taxa de aparecimento de
perfilhos e folhas, e alongamento do colmo, que são fatores importantes na
produção de massa seca e valor nutritivo da planta forrageira, resultando na
elevação de índices zootécnicos.
Duru e Ducrocq (2000) também afirmam que a produção forrageira,
como resultado dos processos de crescimento e desenvolvimento, pode ter
sua eficiência substancialmente melhorada pelo aumento do uso de
fertilizantes, principalmente nitrogênio, por meio do expressivo aumento no
fluxo de tecidos.
Para que ocorra assimilação eficiente do nitrogênio, são necessários
cuidados com o manejo, de tal forma que se possa aproveitar a forragem
disponível, convertendo-a em produto animal (SOUZA, 2003).
A adubação nitrogenada melhora a composição bromatológica das
forrageiras. Como observado por Alvim et al. (1998), avaliando o capim
coast-cross sobre influência de quatro doses de nitrogênio (0, 250, 500, 750
Kg/ha/ano) em diferentes intervalos de corte, houve um aumento nos teores
de proteína bruta (PB), sendo mais elevados no período das chuvas do que
no período de seca, apresentando oscilações de 10,9 a 23,4% naquela época,
e de 10,3 a 18% nesta. Nos dois períodos avaliados, os teores de proteína
bruta foram influenciados positivamente pelas doses de nitrogênio aplicadas
13
possivelmente porque teores de proteína bruta na matéria seca produzida
pelo coast-cross são muito variáveis, dependendo do manejo ao qual essa
forrageira é submetida.
Mesma tendência foi registrada por Moreira et al. (2009) trabalhando
com Brachiaria decumbens submetido à adubação nitrogenada (75, 150,
225, 300 Kg/ha/ano de N) em que ocorrem respostas lineares positivas sobre
os teores de proteína bruta (PB), variando de 5,08 a 11,34%. Os maiores
valores foram obtidos no mês de fevereiro, possivelmente, por causa das
melhores condições de ambiente, principalmente precipitação; o que pode ter
contribuído para maiores disponibilidades de nitrogênio, aumentando sua
absorção e concentração na parte aérea das plantas.
Segundo Ribeiro et al. (1999), dentre os fatores que influenciam o
valor nutritivo da planta forrageira, destaca-se a disponibilidade dos
nutrientes no solo e suas interações.
Quanto às características morfogênicas, também podem ser
verificadas mudanças com a adubação nitrogenada como relatado por
Mesquita et al. (2008) avaliando as características morfogênicas das
cultivares de Panicum maximum em função de doses crescentes de N. Esses
autores observaram que as taxas de alongamento, aparecimento de folhas e o
comprimento das folhas aumentaram até atingirem valores máximos com a
disponibilidade do nutriente. Martuscello et al. (2006), analisando capim-
massai submetido a quatro doses de adubação nitrogenada (0, 40, 80 e 120
mg/dm
3
), constataram efeito positivo nas taxas de alongamento e no
aparecimento foliar, e aumento da produção de matéria seca à medida que se
incrementou a adubação nitrogenada e se elevou o número de folhas
expandidas.
A adubação nitrogenada promove um incremento substancial na
produção de matéria seca das forrageiras. Mota et al. (2010), trabalhando
com capim-elefante no período seco, na região Norte de Minas, obtiveram
resposta linear para produção de matéria seca (MS), atingido o valor
máximo de 6.445,72 kg. Isso foi facilmente explicado por Fagundes et al.
14
(2006) quando afirmaram que o aumento de produtividade do capim-elefante
é decorrente, dentre outros fatores, do aumento da fertilidade do solo, e que
o nitrogênio é elemento essencial na modulação das respostas às adubações.
De acordo com Prado (2005), quando as quantidades de nitrogênio
são insuficientes, a planta tem o crescimento retardado em decorrência da
mobilização desse elemento das folhas mais velhas para as partes em
crescimento, ocasionando clorose e senescência das folhas mais velhas.
Costa (1995), estudando a produção do capim-elefante fertilizado
com doses de nitrogênio de 0, 50 e 100 kg/ha/ano, encontrou produções de
matéria seca (MS) de 20,62; 25,49 e 29,62 t/ha. Andrade et al. (2000)
avaliaram sete doses de nitrogênio (20, 50, 100, 200, 300, 350 e 380 kg/ha) e
observaram efeito significativo sobre a produção de matéria seca( MS) do
capim-elefante cv. Napier, que variou de 2.549 a 4.731 kg/ha e ocasionou
aumento de 85,6% na produtividade. O nitrogênio, entre os nutrientes, é o
principal responsável pelo aumento da produção de forragem (SARMENTO
et al., 2008).
Outros trabalhos comprovam que as gramíneas forrageiras
respondem linearmente à aplicação de nitrogênio para produção de matéria
seca (FAGUNDES et al., 2006; MOREIRA et al., 2005; VITOR et al.,
2009) devido, principalmente, ao aumento da fertilidade do solo que o
nitrogênio é elemento principal responsável pela resposta na produção de
matéria seca.
Porto (2009), avaliando três cultivares de capim Buffel, no Norte de
Minas Gerais, observou um incremento da produção de matéria seca
promovido pela adubação nitrogenada. O valor máximo registrado foi de
5900 kg/ha de matéria seca (MS) para a dose de 225 kg de N/ha, sendo
verificado um aumento de 38,76% no rendimento forrageiro, da ausência de
adubação nitrogenada para maior dose 225 Kg/ha.
O aumento da disponibilidade de forragem com adubação
nitrogenada pode ser atribuído aos efeitos do nitrogênio (N) sobre
velocidade de formação e crescimento de novas folhas, melhorando o vigor
15
de rebrota, incrementando a sua recuperação após o corte, resultando em
maior produção e capacidade de suporte das pastagens (CECATO et al.,
1996).
16
3 - MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido na Fazenda Experimental da Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), na cidade de Nova
Porteirinha, MG, durante o período de novembro de 2008 a maio de 2009. O
município de Nova Porteirinha está localizado na região Norte de Minas
Gerais, a 15º 47' de latitude Sul, 43º 18' de longitude Oeste e 516 m de
altitude. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948), é do
tipo BSwh (clima quente de caatinga), com chuvas de verão e períodos secos
bem definidos no inverno. A precipitação média anual é de 877 mm. As
condições de ambiente foram registradas durante todo o período
experimental em estação meteorológica localizada dentro da Fazenda
Experimental de Gorutuba, situada a 0,5 km da área onde foi conduzido o
experimento. As médias mensais de temperatura e precipitação pluvial dos
últimos 20 anos (1987 a 2007) e as referentes ao período experimental
constam nas figuras 1 e 2, respectivamente.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados
(DBC) em esquema fatorial 3 x 4 (três cultivares do capim Buffel - Cenchrus
ciliaris L. cv. Grass, C. ciliaris cv. PI295658 e C. ciliaris cv. Áridus e quatro
doses de nitrogênio (0, 75, 150 e 225 kg/ha de N)), com três repetições,
totalizando 36 unidades experimentais.
17
O solo da área experimental foi classificado como neossolo
flúvico eutrófico, com textura média. As amostras de solo foram
retiradas em setembro do ano de 2008, na camada de 0 a 20 cm de
profundidade, e levadas ao laboratório de análise de solos da Empresa
de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) para avaliação
de suas características químicas (Tabela 1). Em função do resultado da
análise, não houve necessidade de correção do solo, visto que este se
encontrava em condições favoráveis para implantação das gramíneas,
segundo recomendações da Comissão de Fertilidade de Solo do
Estado de Minas Gerais - CFSEMG (1999).
FIGURA 1- Médias mensais de temperatura do período experimental
comparada com a média dos últimos 20 anos (1987 a 2007).
22
23
24
25
26
27
28
Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abril Maio
s
Temperatura (Cº)
dia (20 anos) 2008-09
18
0
50
100
150
200
250
300
Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abril Maio
Mês
Precipitação Mensal (mm)
Média (20 anos) 2008-09
FIGURA 2 - Totais mensais de precipitação durante o período experimental
comparados com a média dos últimos 20 anos (1987 a 2007).
19
TABELA 1 - Caracterização físico-química de amostra de solo coletada na
área experimental (0-20 cm). Nova Porteirinha, 2008.
Atributos Valores
Classe de
interpretação
pH¹ 6,4 Acidez fraca
Mat. Orgânica² (dag/kg) 1,2 Baixo
P³(mg/dm³) 72,4 Muito bom
K³ (mg/dm³) 285 Muito bom
Ca
4
(cmol/dm³) 2,9 Bom
Mg
4
(cmol/dm³) 1,5 Bom
Al
4
(cmol/dm³) 0,0 Muito baixo
H+Al
5
(cmol/dm³) 1,0 Muito baixo
SB (cmol/dm³) 5,2 Bom
t (cmol/dm³) 5,2 Bom
T (cmol/dm³) 6,2 Médio
V (%) 84 Muito bom
m (%) 0 Muito baixo
B
6
(mg/dm³) 0,2 Baixo
Cu³ (mg/dm³) 0,8 Médio
Fe³ (mg/dm³) 92,6 Alto
Mn³ (mg/dm³) 67,9 Alto
Zn³ (mg/dm³) 5,9 Alto
Areia (dag/kg) 74 ---
Silte (dag/kg) 6 ---
Argila (dag/kg) 20 Textura média
1
pH em água;
2
Colorimetria;
3
Extrator: Mehlich-1;
4
Extrator: KCl 1mol/L;
5
pH SMP;
6
/Extrator: BaCl
2
. SB, Soma de bases; t, CTC efetiva; T, CTC a pH 7,0; V, saturação por
alumínio; m, Saturação por alumínio. dag/kg = %; mg/dm³ = ppm; cmol
c
/dm³ = meq/100 cm³
A implantação das parcelas experimentais foi feita em fevereiro de
2008, mas devido à baixa precipitação, o período experimental teve seu
inicio em dezembro de 2008. Foi utilizado um preparo convencional do solo
(uma aração e duas gradagens) para limpeza e preparação da área para o
plantio.
20
Posteriormente, toda a área foi demarcada de acordo com as
dimensões de cada unidade experimental que era de 16 (4 x 4 metros).
Foi utilizada uma quantidade de 10 kg de sementes/ha para cada cultivar,
sendo feito o plantio a lanço, com cobertura das sementes com uma camada
de 1 cm de solo, de acordo com o sorteio aleatório dos tratamentos. As
sementes utilizadas neste estudo foram provenientes da coleção de
introduções mantidas pela Colonial Agropecuária Ltda., região Norte de
Minas Gerais.
Cada parcela apresentava a dimensão de 16,0 m
2
(4,0 x 4,0 m), onde
o espaçamento era de 1,0 m entre parcelas e de 2,0 metros entre blocos. A
adubação nitrogenada, nas dosagens (0, 75, 150, 225 kg/ha) foi parcelada em
três aplicações, durante o período chuvoso, iniciando após o corte de
uniformização, utilizando-se como fonte de adubo nitrogenado o sulfato de
amônio aplicado a lanço. Na figura 3 é apresentada uma vista parcial da área
experimental.
FIGURA 3 - Vista parcial da área experimental
21
Após o corte de uniformização, dia 10/12/2008, foi iniciado o
período experimental e estendeu-se até 8/05/2009, totalizando 140 dias
experimentais. Os cortes foram feitos com um intervalo de 35 dias, num total
de quatro cortes avaliativos. Para efeito das análises estatísticas, foram
utilizados os valores médios relativos a dezembro/2008, janeiro/2009 e
fevereiro/2009, caracterizando o verão; e março/2009, abril/2009 e
maio/2009, caracterizando o outono.
Foi alocado um quadro de amostragem de 0,5 (1 x 0,5 m)
disposto em um ponto representativo da altura média da parcela. Todo o
material vegetal contido na área delimitada pelo quadro de amostragem foi
coletado à altura de 20 cm do solo, de maneira que restasse uma área foliar
adequada para rebrotação.
As análises laboratoriais foram conduzidas no Laboratório de
Analise de Alimentos, no Departamento de Ciências Agrárias da
Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Campus Janaúba
- MG.
A forragem amostrada foi pesada e subdividida em duas subamostras
que foram acondicionadas em sacos de papel, pesadas e levadas à estufa de
ar forçado a 65 ºC até peso constante. Em seguida, as amostras foram
colocadas em estufa de circulação de ar forçada, com temperatura a 65 °C
por 72 horas determinando a matéria seca. Após a moagem em moinho tipo
Willey equipado com peneira de malha com abertura de 1 mm, foram
amostrados 2 g de massa seca e levados à estufa a 105 ºC por 12 horas para
se quantificar a segunda matéria seca. Do material moído, foram retiradas
amostras para avaliações quanto aos conteúdos de cinzas, extrato etéreo
(EE), proteína bruta (PB), segundo recomendações de Silva e Queiroz
(2002).
A proteína bruta (PB) foi determinada pelo método de Kjedhal; o
nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e o nitrogênio insolúvel
em detergente ácido (NIDA) foram determinados utilizando-se os resíduos
22
da FDN e FDA, respectivamente, repetindo o processo de determinação de
proteína bruta, segundo Silva e Queiroz (2002).
Os teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), hemicelulose e lignina foram determinados pelo método
sequencial proposto por Van Soest (1994).
Os carboidratos totais (CHOT) foram calculados de acordo com
Sniffen et al. (1992), como: CHOT (%MS) = 100 - [PB (%MS) + EE (%MS)
+ Cinzas (%MS)]; em que PB é proteína bruta e EE é extrato etéreo e cinzas.
Utilizou-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, 2000) para avaliação dos
resultados, que foram submetidos à análise de variância e regressão em nível
de 5% pelo teste “F”, pelo teste SNK. As estimativas dos parâmetros da
regressão foram avaliadas pelo teste “t” em nível de 5% de significância
23
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1- Período de Verão
Para todas as características avaliadas, não foi observado efeito da
interação (P>0,05) entre os fatores dose de nitrogênio e cultivares.
Na Tabela 2 constam os teores de proteína bruta (PB), nitrogênio
insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente
ácido (NIDA), cinzas e extrato etéreo (EE) da planta inteira de cultivares do
capim Buffel no período do verão, em função das doses de nitrogênio
aplicadas.
TABELA 2: Teores médios (porcentagem na matéria seca) e equações de
regressão (ER) ajustadas com os respectivos coeficientes de
determinação (R
2
) de proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel
em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA) cinzas, e extrato etéreo (EE) da
planta inteira de cultivares do capim Buffel no período do
verão, em função das doses de nitrogênio aplicadas
Variável
Dose de nitrogênio (kg/ha)
ER R
2
CV
(%)
0
75
150 225
PB (%) 8,48 10,13 11,09 10,05 1 0,98 14,51
NIDN (%) 0,55 0,50 0,67 0,58 y=0,57 --- 26,17
NIDA (%) 0,17 0,21 0,21 0,21 y= 0,2 --- 30,45
Cinzas (%) 12,45 13,19 13,48 11,65 y=12,6 --- 14,66
EE (%) 6,60 6,04 5,28 7,05 y=6,24 --- 36,14
Equação de Regressão 1: ŷ = 8,4145
+ 0,0345
**
N - 0,0001
**
N²; onde N = dose de nitrogênio
aplicada (kg/ha); ** significativo a 5% pelo teste “t”.
Os teores de proteína bruta (PB) foram influenciados (P<0,05) pelas
doses de nitrogênio, visto que o teor inicial de 8,41% na ausência da
adubação nitrogenada atingiu teor máximo de 10,90% de proteína bruta (PB)
na dosagem de 144,12 kg de nitrogênio/ha, declinando a partir dessa dose.
24
Houve um incremento de aproximadamente 30% no teor de proteína bruta na
dose de 144,12 kg de N/ha em relação à ausência de adubação nitrogenada,
sendo observado um efeito crescente para os teores de proteína bruta.
De fato, a adubação nitrogenada em pastagens tropicais eleva o teor
de proteína bruta da matéria seca disponível, principalmente em virtude do
aumento na quantidade de nitrogênio solúvel nas formas orgânica e
inorgânica no solo (MORRISON, 1987). O declínio no teor de proteína bruta
a partir da dose de 144,12 kg de N/ha possivelmente poderia ser explicado
pela proposição de Lana et al. (2005) que concluíram que, com o aumento
do fornecimento de nutrientes, decréscimo crescente na resposta
produtiva das forrageiras, até atingir um limite em que a resposta deixa de
ser positiva, causando inibição por toxidez.
Os resultados quanto ao teor de proteína bruta indicam que no verão,
independente da adubação nitrogenada, o capim Buffel apresenta teores de
proteína bruta (PB) que não limitariam a atividade microbiana no rúmen.
Nesse sentido, segundo Van Soest (1994), com teores de proteína bruta (PB)
da dieta inferiores a 7% ocorre redução na digestão devido ao suprimento
inadequado de nitrogênio para os micro-organismos do rúmen, diminuindo
sua população, e consequentemente reduzindo a digestibilidade e a ingestão
da massa seca.
Na avaliação do efeito da adubação nitrogenada sobre a planta inteira
de capim-elefante (Pennisetum purpureum), Mistura et al.(2007) observaram
que no período chuvoso houve um efeito linear crescente, em função das
doses de nitrogênio, para os teores de proteína bruta (PB) de 10,30 a 13,32%.
Entretanto, para o período seco, com as doses de nitrogênio aplicadas no
período das águas, os valores de proteína bruta foram inferiores, o autor
explica que isso pode ter ocorrido pelo maior crescimento das plantas, que
resultou em acúmulo de colmos nos resíduos das plantas.
Benett (2007), avaliando Brachiaria brizantha, em função de
diferentes doses de nitrogênio aplicadas, observou que os teores de proteína
bruta foram influenciados devido ao aumento das doses de nitrogênio, tendo
25
obtido teores de proteína bruta variando de 10,65% para a dosagem zero, a
17,67%, para maior dose aplicada de 200 Kg/ha.
Resultado semelhante foi obtido por Santos et al. (2009) que,
avaliando pasto diferido de Brachiaria decumbens cv. Basilisk, registraram
incremento nos teores de proteína bruta com o aumento das doses de
nitrogênio. Possivelmente, a maior disponibilidade de nitrogênio no solo fez
com que sua absorção pelas plantas aumentasse, ocasionando maior teor de
nitrogênio nos tecidos vegetais.
Moreira et al. (2009) obtiveram resposta linear positiva, com relação
aos efeitos do nitrogênio no teor de proteína bruta (PB) no capim-braquiária,
variando entre 0,007 e 0,016 unidade percentual de PB/kg de N aplicado.
Dupas (2008) também, avaliando o capim-marandu, constatou máximo teor
de proteína bruta, 12,75%, com a dose de nitrogênio de 244 kg/ha.
O nitrogênio componente de muitos compostos essenciais aos
processos de crescimento vegetal, como os aminoácidos e as proteínas
(TAIZ; ZEIGER, 2004), isso pode explicar a resposta linear positiva ao
incremento de doses de nitrogênio.
As doses de nitrogênio não influenciaram (P>0,05) os teores de
NIDN e NIDA do capim Buffel, sendo observados teores médios de 0,58% e
0,20%, respectivamente. Dessommes et al. (2003) encontraram teores de
NIDN e NIDA em capim Buffel semelhantes aos verificados neste trabalho,
0,44 e 0,31%, respectivamente.
As doses de nitrogênio não influenciaram os teores de cinzas
(P>0,05) do capim Buffel, sendo observado um valor médio de 12,69%.
Nunes (2004), avaliando os teores de cinzas em capim Buffel, relatou teores
médios de 8,41 na estação chuvosa.
Acréscimos nos teores de cinzas em forrageiras adubadas com
nitrogênio são dependentes da magnitude de resposta da planta em aumentar
o sistema radicular e, consequentemente, a absorção de minerais. Shen et al.
(1998) ressaltaram que as altas temperaturas observadas na estação chuvosa
estimulam a respiração das plantas, o que, aliado à maior disponibilidade de
26
água no solo, provoca um aumento na absorção de silicatos e sua deposição
nas células, contribuindo, desse modo, para eventuais aumentos nos teores
de cinzas da planta.
Os teores de extrato etéreo não foram influenciados pelas doses de
nitrogênio aplicadas (P>0,05). Resultados similares foram obtidos por
Santos et al. (2005), que não encontraram diferenças nos teores de extrato
etéreo em capim Buffel ao longo dos meses de setembro a dezembro. De
maneira semelhante, Nunes (2004) não observou efeito da estação nos teores
de extrato etéreo do capim Buffel. Efeitos da aplicação de N nos teores de
extrato etéreo podem ser explicados parcialmente pelo aumento na
quantidade de pigmentos na planta, em especial clorofila, haja vista no
procedimento para determinação do extrato etéreo haver contaminação com
pigmentos.
Na Tabela 3 constam os teores de fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais (CHOT) da
planta inteira das cultivares de capim Buffel no período do verão, em função
das doses de nitrogênio aplicadas.
Não foi observado efeito da adubação nitrogenada sobre os teores de
FDN do capim Buffel, apresentando valor médio de 73,56%. De fato, nos
trabalhos, em geral, tem ocorrido ausência ou pequena influência da
adubação nitrogenada sobre os teores de FDN e FDA na forragem. Vitor et
al. (2008) não observaram variação nos teores de FDN em função da
adubação nitrogenada na pastagem de capim-braquiária (Brachiaria
decumbens, Stapf.). Ribeiro et al. (1999), avaliando a adubação nitrogenada
em capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum) não verificaram
diferenças nos teores de FDN em resposta à adubação nitrogenada. De
maneira contrária, Corrêa et al. (2007) encontraram efeito da aplicação de
nitrogênio sobre os teores FDN do capim coastcross, em que ocorreu
diminuição da FDN possivelmente, segundo Black (1968), em decorrência
de o nitrogênio disponível estimular o crescimento das plantas e aumentar a
utilização dos carboidratos disponíveis para formação de células e de
27
protoplasma, em vez de provocar o espessamento das paredes das células
pelo acúmulo desses carboidratos, como celulose hemicelulose. As células,
nessas condições, tendem a ser grandes e de pouca espessura. Consoante
Bailey (1973), a parede celular contém o mais baixo teor de água, enquanto
o protoplasma pode conter até 95% de água.
TABELA 3: Teores médios (porcentagem na matéria seca) e equações de
regressão (ER) ajustadas com os respectivos coeficientes de
determinação (R
2
) da fibra em detergente neutro (FDN), fibra
em detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais
(CHOT) da planta inteira de cultivares do capim Buffel no
período do verão, em função das doses de nitrogênio
aplicadas.
Variável
Dose de nitrogênio (kg/ha)
ER R
2
CV
(%)
0
75
150 225
FDN (%) 73,94 73,47 73,00 73,83 y=73,56 --- 4,95
FDA (%) 45,99 46,18 46,29 46,11 y=46,14 --- 9,85
Lignina (%) 8,31 8,20 9,77 7,21 y=8,37 --- 34,13
CHOT (%) 72,48 70,66 70,15 71,24 y=71,13 --- 4,89
Equação de Regressão 1: ŷ = 8,4145
+ 0,0345
**
N + (-0,0001)
**
N²; onde N = dose de
nitrogênio aplicada (kg/ha); ** significativo ao nível de 5% pelo teste “t”.
Considerando a proposição de Mertens (1994) de que uma
limitação física de consumo de FDN por bovinos, equivalente a 1,2% do
peso vivo animal, e utilizando o teor médio de FDN obtido nos tratamentos
do presente experimento, 73,56, obtém-se o consumo potencial de matéria
seca de capim Buffel de 1,6% do peso vivo animal no verão, nas condições
experimentais.
Os teores de FDA não foram influenciados pela aplicação de
nitrogênio, sendo observado valor médio de 46,14%. De forma semelhante,
Rocha et al. (2001), quando trabalharam com gramíneas do gênero Cynodon,
relataram que o aumento da adubação nitrogenada (0,100,200,400 Kg N /ha)
não influenciou os teores de FDA.
28
Dessommes et al. (2003), avaliando cinco variedades de capim
Buffel obtiveram valores de FDA entre 46 e 48%. Por outro lado, Santos et
al. (2005), analisando capim Buffel diferido no Estado de Pernambuco,
encontraram teores de FDA entre 53,02 a 57,47%, superiores aos relatados
em outros trabalhos na literatura. Nesse sentido, deve-se ressaltar que a FDA
é constituída de celulose e lignina, que estão diretamente relacionadas com
os tecidos de sustentação da planta e que tendem a aumentar conforme a
maturidade da planta.
Comportamento semelhante aos teores de FDA foi observado nos
teores de lignina, que não foram influenciados pela aplicação de nitrogênio,
tendo sido o valor médio de 8,37%. Esses resultados estão em consonância
com Rocha et al. (2001), que não observaram influência das doses de
nitrogênio nos teores de lignina.
As diferentes doses de nitrogênio utilizadas não influenciaram
(P>0,05) os valores de CHOT do capim Buffel, tendo sido encontrado um
teor médio de 71,13%. Santos et al. (2005), estudando capim Buffel diferido
nos meses de seca, registraram valores médios de CHOT de 87,36%,
superiores ao encontrados neste trabalho, possivelmente pela avançada idade
do capim avaliado.
Na Tabela 4 constam os teores médios de proteína bruta, nitrogênio
insolúvel em detergente neutro, nitrogênio insolúvel em detergente ácido,
cinzas e extrato etéreo, com os respectivos coeficientes de variação, da
planta inteira de três cultivares de capim Buffel no período de verão.
29
TABELA 4: Teores médios (porcentagem na matéria seca) de proteína
bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN),
nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), cinzas e
extrato etéreo (EE), com respectivos coeficientes de variação
(CV), da planta inteira de três cultivares do capim Buffel no
período de verão.
Variável
Cultivar
CV (%)
Áridus Grass PI295658
PB (%) 10,86a 10,19a 8,75b 14,51
NIDN (%) 0,65a 0,58ab 0,49b 26,17
NIDA (%) 0,20a 0,22a 0,18ª 30,45
Cinzas (%) 13,25a 12,53a 12,29ª 14,66
EE (%) 6,40a 6,52a 5,80ª 36,14
Médias com letras iguais, na linha, não diferem pelo teste SNK, ao nível de 5%.
Os teores de PB e NIDN foram influenciados (P<0,05) pelas
cultivares de capim Buffel. A cultivar PI295658 apresentou menor teor de
proteína bruta comparativamente às cultivares Áridus e Grass, que não
diferiram entre si. Possivelmente a maior porcentagem de pseudocolmo na
cultivar PI295658 (PORTO, 2009) em relação às cultivares Áridus e Grass
possa fundamentar esse resultado. Apesar disto, o cv. PI295658 apresentou
menores teores de nitrogênio insolúvel em detergente neutro,
comparativamente ao cv. Áridus, sendo que a cv. Grass apresentou valores
intermediários, denotando que possivelmente a cv. PI295658 apresenta um
pseudocolmo com melhor disponibilidade de nitrogênio.
Oliveira (2005), pesquisando cinco cultivares de capim Buffel,
CPATSA 302 (Irã), CPATSA 541 (Buchuma conosite); CPATSA 198
(Tanzãnia); CPATSA 119 (Pusa giant); CPATSA 02 (Biloela), no mês de
maio de 1997, obteve respectivamente teores de proteína bruta de 4,90; 5,78;
6,04; 6,13; 6,48%. Houve uma ligeira superioridade da variedade
Biloela,sobre as outras cultivares avaliadas.
Os teores de proteína bruta encontrados nas variedades Áridus, Grass
e PI295658 atendem a necessidade da microflora ruminal, posto que os
bovinos precisam de, no mínimo, 7,0% de proteína bruta para que possam
30
alcançar níveis de consumo e digestibilidade suficientes para sua
manutenção (VAN SOEST, 1994).
Para os teores de NIDA, cinzas e EE não se observaram diferenças
entre as cultivares (P>0,05). O baixo valor nutritivo das forrageiras tropicais
é frequentemente mencionado na literatura e está associado ao reduzido teor
de proteína bruta (PB) e de minerais e ao alto conteúdo de fibras. Com o
amadurecimento da planta, a produção de componentes potencialmente
digeríveis carboidratos solúveis, proteínas, minerais e outros conteúdos
celulares – tende a decrescer. Ao mesmo tempo, as frações menos digeríveis,
como lignina, celulose, hemicelulose protegida, cutícula e sílica aumentam,
promovendo decréscimos na digestibilidade (EUCLIDES, 1995).
Dessommes et al. (2003), avaliando cinco variedades de capim
Buffel no México, registraram valores de NIDA de 0,34; 0,26; 0,33; 0,28;
0,26% para as cultivares PI307622; PI409252; PI409375; PI409443;
PI409460, respectivamente.
Para os teores de cinzas, Nunes (2004) encontrou valor médio de
8,00% no capim Buffel cultivar Biloela, que foi avaliado na Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária-CPATSA, em Pernambuco.
Diferentemente desses resultados, Moreira et al. (2007) observaram valores
de cinzas decrescentes ao longo dos meses de setembro a dezembro
respectivamente, 10,64; 8,68; 7,66; 7,32%. De maneira contrária, Ribaski
(2000) relata o aumento no teor de macrominerais no capim Buffel na
estação chuvosa. Variações nos teores de cinzas entre experimentos, dentre
vários fatores, podem ser explicadas a partir da metodologia de colheita da
planta, ou seja, se a mesma foi obtida a partir de amostras de extrusa, pastejo
simulado ou altura de corte da planta inteira, conforme ressaltaram Alves et
al. (2008).
Nunes (2004), avaliando o capim Buffel cultivar Biloela, em
Pernambuco, obteve valores de EE 2,94% na estação chuvosa. Moreira et
al. (2007), analisando capim Buffel diferido do mês de setembro a dezembro,
constataram valores de 1,84; 1,32; 1,42 e 1,55 % EE; resultados bem
31
inferiores ao observados para as três cultivares de capim Buffel avaliadas
neste trabalho.
Esses dados demonstram que existem diferenças entre genótipos e
dentro da mesma espécie, de maneira que deve-se ressaltar a importância de
estudos comparativos, com novas cultivares nas regiões onde serão inseridas,
pois a interação genótipo/ambiente pode influenciar e determinar a
adaptação e a perenidade das espécies forrageiras em determinadas
condições edafoclimáticas.
Os valores de FDN, FDA e lignina foram semelhantes entre as
cultivares avaliadas, Tabela 5. Esses resultados estão em consonância com
outros relatos da literatura apesar de existirem diferenças oriundas da
genética e das condições do ambiente onde foram avaliados. Nunes (2004),
pesquisando o capim Buffel na estação chuvosa, encontrou valores de FDN,
FDA e lignina de 79,09; 51,79; e 9,44%.
De acordo com Van Soest (1994), o teor de FDN é o fator mais
limitante do consumo de volumosos, sendo que teores dos constituintes da
parede celular entre 55 e 60% na matéria seca correlacionam-se de forma
negativa com o consumo de forragem. Assim, a concentração de FDN é o
componente da forragem mais consistentemente associado ao consumo. O
capim Buffel nos dois períodos avaliados neste trabalho apresentou valores
sempre superiores a 60%, o que pode influir negativamente no seu consumo
pelos animais.
Considerando os teores de PB de 10,86; 10,19 e 8,75% e de FDN de
73,70; 73,62 e 73,34%, para as cultivares Áridus, Grass e PI295658,
respectivamente, bem como o limite de consumo de FDN de 1,2% do peso
vivo animal (MERTENS, 1994), obtém-se um consumo potencial de
proteína bruta de 0,18; 0,17 e 0,14% do peso vivo animal para as cultivares
Áridus, Grass e PI295658, respectivamente.
Os teores de CHOT foram influenciados pelas cultivares estudadas
(P>0,05), em que a cv. PI295658 apresentou maiores teores de CHOT,
comparativamente ao cv. Áridus; e a cv. Grass apresentou valores
32
intermediários. Possivelmente, o menor teor de PB encontrado para a
cultivar PI295658 possa explicar esse resultado.
TABELA 5: Teores médios (porcentagem na matéria seca) de fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),
lignina e carboidratos totais (CHOT), com respectivos
coeficientes de variação (CV), da planta inteira de três
cultivares do capim Buffel no período de verão.
Variável
Cultivar
CV (%)
Áridus Grass PI295658
FDN (%) 73,70a 73,62a 73,34ª 4,95
FDA (%) 45,49a 46,18a 47,06ª 9,85
Lignina (%) 9,04a 8,22a 7,85ª 34,13
CHOT (%) 69,48b 70,75ab 73,17ª 4,89
Médias com letras iguais, na linha, não diferem pelo teste SNK, ao nível de 5% de
significância.
4.2 – Período de Outono
Em relação ao período de outono, os teores de PB foram
influenciados (P<0,05) pelas doses de nitrogênio ( Tabela 6), visto que o teor
inicial de 8,25% de PB na ausência da adubação nitrogenada atingiu teor
máximo de 10,57% de PB na dosagem de 225 kg de nitrogênio/ha. Os teores
de proteína bruta do capim Buffel, no período de verão, apresentaram
resposta quadrática à adubação nitrogenada, e, no outono, houve resposta
crescente, denotando que no verão, possivelmente, condições de maior
disponibilidade e/ou absorção de nitrogênio pelas plantas até um certo limite,
a partir do qual saturação por nutrientes (LANA, 2005). No outono, a
disponibilidade e/ou absorção de nitrogênio pelas plantas se encontra
restringida, razão pela qual há uma resposta crescente nos níveis de proteína
bruta em relação à adubação nitrogenada.
33
Oliveira (2005), analisando cinco variedades de capim Buffel, no mês
de maio, obteve valor médio de PB de 4,27%, aquém do encontrado neste
trabalho. Diversos fatores podem influenciar no teor de proteína bruta da
forrageira, dentre os quais se destaca o estágio de crescimento ou maturação
da planta.
TABELA 6: Teores médios (porcentagem na matéria seca) e equações de
regressão (ER) ajustadas com os respectivos coeficientes de
determinação (R
2
) de proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel
em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA) cinzas, e extrato etéreo (EE) da
planta inteira de cultivares do capim Buffel no período do
outono, em função das doses de nitrogênio aplicadas.
Variável
Dose de nitrogênio (kg/ha)
ER R
2
CV
(%)
0
75
150 225
PB (%) 8,25 9,43 9,98 10,58 1 0,99 14,73
NIDN (%) 0,64 0,71 0,66 0,73 y=0,68 --- 19,69
NIDA (%) 0,23 0,26 0,29 0,30 y=0,27 --- 27,81
Cinzas (%) 13,17 12,82 12,80 13,03 y=12,95 --- 7,44
EE (%) 6,52 5,81 6,03 6,23 y=6,16 --- 39,24
Equação de Regressão 1: ŷ = 8,2535
+ 0,1288
**
N
0,5
+ 7,6328 e
-6**
N
2
; onde N = dose de
nitrogênio aplicada (kg/ha); ** significativo ao nível de 5% pelo teste “t”.
O nitrogênio é considerado o nutriente essencial para o
desenvolvimento da planta e, por conseguinte, para promover aumentos na
produção de forragem. No entanto, segundo Fernandez et al. (1989), a
eficiência da adubação nitrogenada está relacionada a fatores como solo,
manejo e época do ano, justificando as diferentes produções e respostas
encontradas na literatura.
Os teores de NIDN, NIDA, cinzas e EE não foram influenciados
(P>0,05) pelos níveis de nitrogênio aplicados durante o período do outono.
O comportamento de acréscimos nos teores de PB em função dos
acréscimos nas doses de nitrogênio não foi observado nos teores de NIDN e
NIDA, denotando que os incrementos nos teores de PB em função da
34
adubação nitrogenada ocorreram na forma disponível para os
microrganismos ruminais.
Nunes (2004), avaliando capim Buffel cultivar Biloela, na estação
seca, observou teores de 7,03 e 3,02% para cinzas e EE, respectivamente.
Os teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
ácido (FDA), lignina, e carboidratos totais (CHOT) não foram influenciados
(P>0,05) pela aplicação de diferentes doses de nitrogênio (Tabela 7).
Os teores médios de FDN, FDA, lignina e CHOT, em porcentagem
da matéria seca, foram de 74,15; 46,02; 8,05 e 71,33%. A ausência de efeito
da adubação nitrogenada sobre essas variáveis no outono vai ao encontro à
proposição de Gomide (1986), de que não se deve esperar alteração
substancial na composição química da forragem pela adubação nitrogenada,
em virtude do efeito mais pronunciado na produção de forragem. Esta
afirmação assume maior relevância em períodos onde limitações hídricas
e de temperaturas mais acentuadas.
TABELA 7: Teores médios (porcentagem na matéria seca) e equações de
regressão (ER) ajustadas com os respectivos coeficientes de
determinação (R
2
) da fibra em detergente neutro (FDN), fibra
em detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais
(CHOT) da planta inteira de cultivares do capim Buffel no
período do outono, em função das doses de nitrogênio
aplicadas.
Variável
Dose de nitrogênio (kg/ha)
ER R
2
CV
(%)
0
75
150 225
FDN (%) 75,34 74,77 72,01 74,47 y=74,15 -- 4,96
FDA (%) 46,37 45,66 45,67 46,38 y=46,02 -- 13,44
Lignina
(%)
8,12 7,91 8,13 8,03 y=8,05 -- 31,56
CHOT (%) 72,06 71,94 71,19 70,15 y=71,33 -- 4,45
Equação de Regressão 1: ŷ = 8,2535
+ 0,1288
**
N
0,5
+ 7,6328 e
-6**
N
2
; onde N = dose de
nitrogênio aplicada (kg/ha); ** significativo ao nível de 5% pelo teste “t”.
35
Na Tabela 8 constam os teores médios de proteína bruta (PB),
nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA), cinzas e extrato etéreo (EE) da planta inteira de
três cultivares do capim Buffel, no período de outono.
Apenas os teores de NIDN foram influenciados (P<0,05) pelas
diferentes cultivares, sendo observados menores valores para a cultivar
Grass e maiores valores para as cultivares PI295658 e Áridus, que não
diferiram entre si.
As cultivares não influenciaram (P>0,05) os teores de PB e NIDA do
capim Buffel, sendo observados valores médios de 9,56% e 0,27%,
respectivamente. Oliveira (2005), avaliando cinco cultivares de capim Buffel,
não encontrou diferenças para os teores de proteína bruta, dentro das
cultivares, constatando um teor médio de proteína bruta, para o mês de
junho, de 4,27%. Entretanto, Silva et al. (1987) observaram, na época
chuvosa, com cortes realizados em plena floração, teores de proteína sempre
superiores a 9,50 % PB, trabalhando com 13 variedades de capim Buffel.
TABELA 8: Teores médios (porcentagem na matéria seca) de proteína
bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN),
nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), cinzas e
extrato etéreo (EE), com respectivos coeficientes de variação
(CV), da planta inteira de três cultivares do capim Buffel, no
período de outono.
Variável
Cultivar
CV (%)
Áridus Grass PI295658
PB (%)
9,42a 9,52a 9,74ª 14,73
NIDN (%)
0,76a 0,56b 0,73ª 19,69
NIDA (%)
0,29a 0,27a 0,25ª 27,81
Cinzas (%)
13,13a 12,64a 13,1ª 7,44
EE (%)
6,18a 5,90a 6,37ª 39,24
Médias com letras iguais, na linha, não diferem pelo teste SNK, ao nível de 5% de
significância.
36
Os valores de cinzas e extrato etéreo, da planta inteira de capim
Buffel, não foram influenciados (P>0,05) pelas diferentes cultivares. Moraes
et al. (2009), analisando cinco genótipos (Cameroon, Gramafante, CNPGL
F06-3, CNPGL F79-2, Bag 02) de capim-elefante (Pennisetum purpureum
Schum.), não observaram diferença para os teores de cinzas para os
diferentes genótipos estudados, sendo observado descrito como valor médio
3,4%.
Os teores médios de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), lignina e carboidratos totais (CHOT), da planta
inteira de três cultivares do capim Buffel, no período de outono, não foram
influenciados pelos níveis de nitrogênio aplicados (Tabela 9).
TABELA 9: Teores médios (porcentagem na matéria seca) de fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),
lignina e carboidratos totais (CHOT), com respectivos
coeficientes de variação (CV), da planta inteira de três
cultivares do capim Buffel, no período de outono.
Variável
Cultivar
CV (%)
Áridus Grass PI295658
FDN (%) 74,48a 74,06a 73,91ª 4,96
FDA (%) 46,89a 46,64a 44,53ª 13,44
Lignina (%) 7,53a 8,16a 8,46ª 31,56
CHOT (%) 71,27a 71,94a 70,79ª 4,45
Médias com letras iguais, na linha, não diferem pelo teste SNK, ao nível de 5% de
significância.
Os teores de FDN não foram influenciados pelas cultivares avaliadas
(P>0,05). Jacobs et al. (2004), estudando duas cultivares de capim Buffel na
África do Sul, registraram valores de FDN iguais para as duas cultivares,
Molopo 68,0% e Gayndah 66,0%.
A lignina manteve-se com índices baixos em relação a outros
trabalhos observados na literatura. Nunes (2004) encontrou teores de lignina
37
de 12,46% e 9,44%, no período da seca e das águas, respectivamente. A
importância que se à presença da lignina na forragem está voltada não
somente para a questão da sua digestibilidade quase nula, mas
principalmente, à sua ligação aos outros componentes da fibra. A lignina é
um componente estrutural amorfo, que parece ter função “cimentante” nas
ligações dos compostos da parede celular; aparece impregnada na celulose e
hemicelulose formando um complexo lingnocelulósico, indisponibilizando
aqueles carboidratos à degradação pelos microrganismos.
Os teores de CHOT das cultivares de capim Buffel estão consistentes
com resultados encontrados por Nunes (2004), 84,0%, no período seco, e
81,51 %, no período chuvoso. Santos et al. (2005) obtiveram valor médio de
CHOT de 87,36% entre os meses de setembro e dezembro.
Independentemente da época, o teor de CHOT sempre inferior a 80%
mensurado para as cultivares avaliadas indica baixa proporção desses
compostos na matéria seca dos substratos, inferior ao limite superior
indicado por Van Soest (1994), para composição das forrageiras.
38
5 - CONCLUSÕES
A adubação nitrogenada em capim Buffel, em doses de até 144,12 kg
N/ha e de 225 kg N/ha, aumenta o teor de proteína bruta, nos períodos de
verão e outono, respectivamente.
A cultivar PI295658 apresenta menores teores de proteína bruta e
NIDN, e maiores valores de CHOT, no período de verão.
A cultivar Grass obteve menor valor de NIDN no período de outono.
39
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, D. D. et al. Teores de cinzas, proteína bruta, nitrogênio insolúvel
em detergente neutro e detergente ácido e extrato etéreo em amostras de
Brachiaria brizantha cv. Marandu obtidas a partir de diferentes métodos de
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ZOOTECNIA, 45., 2008, Lavras. Anais... Viçosa-MG: SBZ, 2008.
ALVIM, M.J. et al. Resposta do coast-cross (Cynodon dactylon (L.) Pers.) a
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