
de Santo Agostinho
14
, com forte conotação religiosa, numa
apropriação da Arte da Memória no contexto do
cristianismo. No século XIII, Alberto Magno
15
e Tomás de
Aquino
16
, escrevem seus estudos a partir das colocações de
Santo Agostinho, acrescentando a referência explícita ao
Tratado de Aristóteles De memoria et reminiscentia, um
tratado que remonta à antiguidade clássica como os – De
Oratore, Instituto Oratoria e Ad Herennium – mas que
apresenta uma abordagem distinta da memória artificial,
não a partir da mnemotécnica, ou uma técnica para
14
Santo Agostinho: Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família
burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco
antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o
filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos,
começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo
ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e
intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial
tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do
mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma
escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se
definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda,
por razões de ordem espiritual. Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o
maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a
negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386.
Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma
fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386.
Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns
meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e de alguns discípulos,
perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com
o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio,
cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de
idade. Depois da conversão, Agostinho abandona Milão, e, falecida a mãe em Óstia, volta para
Tagasta. Aí vendeu todos os haveres e, distribuído o dinheiro entre os pobres, funda um
mosteiro numa das suas propriedades alienadas. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em
395, governou a igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o assédio da cidade pelos
vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e cinco anos de idade. Santo Agostinho.
Disponível em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/agostinho.htm>. Acesso em 13 dez. 2006.
15
Alberto Magno (Lauingen, c. 1193-Colonia, 1280) Filósofo e teólogo alemão. Descendendo talvez
dos condes de Bollstädt, estudou filosofia, matemática e medicina em Paris e em Pádua e cursou
teologia em Bolonha. Foi professor em Colônia e outros lugares. Reitor da Universidade de
Colônia (1249), bispo de Ratisbona (1260), renunciou ao episcopado; em 1274 pregou na Alemanha
e em Boêmia a cruzada de Gregório X e assistiu ao Concílio de Lyon. Sem sua contribuição
enciclopédica (servindo os filósofos, teólogos, matemáticos e médicos muçulmanos e judeus), a
síntese de seu discípulo Tomás de Aquino teria sido impossível. Distinguiu e exigiu delimitar os
âmbitos da fé e da razão, se dedicou a estudos experimentais e foi um grande investigador
(sobretudo em química, campo no qual realizou descobertas). Conhecido como Doutor universalis,
e doutor da Igreja e foi canonizado em 1931. Disponível em:
<http://www.biografiasyvidas.com/biografia/a/alberto.htm> Acesso em 23 nov. 2004.
38
16
Tomás de Aquino: Nasceu Tomás em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família
feudal dos condes de Aquino. Era unido pelos laços de sangue à família imperial e às famílias
reais de França, Sicília e Aragão. Recebeu a primeira educação no grande mosteiro de
Montecassino, passando a mocidade em Nápoles como aluno daquela universidade. Depois de ter
estudado as artes liberais, entrou na ordem dominicana, renunciando a tudo, salvo à ciência. Tal
acontecimento determinou uma forte reação por parte de sua família; entretanto, Tomás
triunfou da oposição e se dedicou ao estudo assíduo da teologia, tendo como mestre Alberto
Magno, primeiro na universidade de Paris (1245-1248) e depois em Colônia. Em 1252 Tomás voltou
para a universidade de Paris, onde ensinou até 1269, quando regressou à Itália, chamado à corte
papal. Em 1269 foi de novo à universidade de Paris, onde lutou contra o averroísmo de Siger de
Brabante; em 1272, voltou a Nápoles, onde lecionou teologia. Dois anos depois, em 1274, viajando
para tomar parte no Concílio de Lião, por ordem de Gregório X, faleceu no mosteiro de
Fossanova, entre Nápoles e Roma. Tinha apenas quarenta e nove anos de idade. Tomás de
Aquino. Disponível em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm>. Acesso em 13 nov.
2006.