Brasília, recebe sócios e visitantes de baixo nível de escolaridade, mas a maioria é
classe média não raro da parcela afluente, como médicos, jornalistas, advogados,
procuradores, professores universitários. Nos centros urbanos como São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília e mesmo em cidades menores como João Pessoa, os núcleos estão
localizados fora do perímetro urbano, ao contrário do que acontece em Porto Velho.
As localizações, são, em geral, mal atendidas por transporte público, o que impõe
certas dificuldades de acesso aos mais pobres.
A UDV possui “Departamentos” compostos em regime de trabalho voluntário
de sócios que se ocupam de tarefas institucionais específicas. Departamento da
Memória e Documentação, Departamento do Plantio, Departamento Jurídico,
Departamento da Beneficiência e Departamento Médico-Científico (DEMEC). Essa
divisão monitora assuntos relacionados ao consumo do chá, subdivide-se em três
grupos: Comissão Científica, Comissão Clínica e Comissão de Saúde Mental.
As funções administrativas da unidade ficam a cargo da Diretoria, escolhida a
cada triênio por voto em reunião e composta por Presidente, Vice-presidente, primeiro
e segundo Secretário, primeiro e segundo Tesoureiro, Orador Oficial e Presidente do
Conselho Fiscal. O Presidente da Diretoria tem “grau” de mestre, e os demais cargos
não são exercidos por membros do quadro de sócios.
O trabalho de “escala” no núcleo pesquisado adotou modelo de rotatividade
bimestral para as equipes responsáveis das atividades que mantêm o funcionamento
do núcleo. O mestre Assistente coordena uma equipe da auxiliares do sexo masculino
e a Ogã, necessariamente uma conselheira
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, é auxiliada por regente (CDC, CI ou
QS), e equipe (CI e QS), onde cabem membros do sexo masculino. Faz parte da
“escala” funções relacionadas ao “plantio” dos vegetais que compõem o chá, seu
preparo (a participação no preparo é masculina) atenção ao berçario, à limpeza e à
alimentação, antes e depois do rito. Dos serviços geridos pela ogã, o “oganato”, estão
isentos QM, diretoria e maiores de 60 anos.
O desempenho da atividade de zeladoria é reconhecido como parte do
empenho do discípulo que busca evoluir no “grau”. A proximidade com a
excrescências não polui, ao contrário, os recém chegados costumam ouvir dos mais
experientes o valor da atividade de zeladoria junto ao “trabalho do Mestre”. Essa,
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Em reunião de diretoria uma sócia contou que tal determinação de apenas a conselheira ser
ogã foi executada por um mestre da origem, para quem a ordem de uma “irmã” não seria
acatada pelas demais. “Irmã”, nesse caso, refere-se ao QS e CI.