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Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos
Mestrado em Ciência de Alimentos
Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Ciência e
Tecnologia de Alimentos: Estudo de Casos
Mestranda: Isabella Peres Gualda
Orientador: Prof. Dr. Rui Sérgio dos
Santos Ferreira da Silva
LONDRINA
2008
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ISABELLA PERES GUALDA
Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Ciência e
Tecnologia de Alimentos: Estudo de casos
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado e Doutorado em Ciência de Alimentos
como cumprimento às exigências para obtenção
do tiítulo de Mestre em Ciência de Alimentos.
Orientador: Prof. Dr. Rui Sergio dos Santos
Ferreira da Silva
LONDRINA
2008
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i
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho não é mérito individual, mas resultado da
contribuição de inúmeras pessoas que participaram direta ou indiretamente para o seu
desenvolvimento. Agradeço a todas elas e, de forma particular:
Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada.
Em especial aos meus queridos pais, Wadson e Solange pelas orações, pelo
conselho, empenho, estímulo, força para realizar este trabalho e o grande amor dado a
mim em todos os momentos bons e ruins de minha vida.
Aos meus avós Daniel e Maria Josefa que foram fundamentais na formação do
meu caráter e na pessoa que sou hoje .
A minha irmã Danielle, a “Dan”, por ser minha melhor amiga e estar sempre
disposta a ouvir meus desabafos, reclamações e me ajudar nas tomadas de decisões.
Agradeço também ao meu namorado, Bruno, que de forma especial e carinhosa
me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rui Sérgio dos Santos Ferreira da Silva, pelas
orientações, discussões enriquecedoras, paciência durante a realização deste trabalho.
Agradeço ao Evandro Bona por todo tempo e auxilio.
A Profa Dra. Sandra Cachoeira Stertz que gentilmente disponibilizou o banco de
dados utilizado.
Ao CNPQ pelo apoio financeiro durante o curso de mestrado
Aos amigos, o mais sincero agradecimento, pois sem vocês a vida vale pouco.
ii
“A maior recompensa pelo esforço de uma
pessoa não é o que ela ganha com isso, mas
o que ela se torna através dele.”
John Ruskinz
iii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS............................................................................................... i
SUMÁRIO .............................................................................................................. iii
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... v
LISTA DE TABELAS ............................................................................................ vii
LISTA DE ANEXOS............................................................................................... ix
RESUMO................................................................................................................. x
ABSTRACT............................................................................................................ xi
INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................ 12
Capítulo 1 - REDES NEURAIS ARTIFICIAIS ...................................................... 14
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 15
1.1. Inteligência Artificial..........................................................................................15
1.2. Redes Neurais Artificiais - RNAs......................................................................15
1.3. Histórico RNAs ..................................................................................................16
1.4. Cérebro Humano e o Neurônio Biológico........................................................18
1.5. Neurônio Artificial..............................................................................................19
1.6. Arquitetura das RNAS .......................................................................................25
1.7. Aprendizado RNAs ............................................................................................27
1.7.1 Algoritmo Backpropagation ........................................................................30
1.8. Redes Multilayer Perceptron – MLP.................................................................34
1.9. Função de Base Radial - RBF ...........................................................................35
1.10. Modelagem em Redes Neurais Artificiais......................................................38
Capítulo 2 - APLICAÇÕES DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS NA SALGA MISTA
COM NaCl E KCl EM QUEIJO PRATO............................................................... 43
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 44
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 45
2.1. Hipertensão Arterial e o Cloreto de Sódio.......................................................45
2.2. Queijo prato e a redução de cloreto de sódio .............................................48
2.3. Difusão............................................................................................................51
3. OBJETIVOS................................................................................................... 54
iv
3.1. Objetivo Geral ................................................................................................54
3.2. Objetivos Específicos....................................................................................54
4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 54
4.1. Queijo prato....................................................................................................54
4.2. Simulação .......................................................................................................55
4.3. Aplicativo Computacional .............................................................................57
4.4. Desenvolvimento da Rede Neural: manual de operação............................58
5. RESULTADOS e DISCUSSÃO ........................................................................ 65
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 77
CAPÍTULO 3 - UTILIZAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA
CLASSIFICAR FRUTAS E HORTALIÇAS QUANTO A SUA FORMA DE CULTIVO:
CONVENCIONAL, ORGÂNICO E HIDROPÔNICO.............................................. 78
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 79
2. REVISÃO BIBIOGRÁFICA............................................................................ 81
2.1 Agricultura Convencional
..................................................................................81
2.2. Agricultura Orgânica .........................................................................................85
2.3. Agricultura hidropônica ....................................................................................91
3. OBJETIVOS...................................................................................................... 95
3.1. Objetivo Geral ....................................................................................................95
3.2. Objetivos Específicos........................................................................................95
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 95
4.1. Banco de dados .................................................................................................95
4.2. Aplicativo Computacional .............................................................................97
4.3. Desenvolvimento das Redes Neurais: manual de operação .........................97
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 107
5.1 Morango.............................................................................................................107
5.2. Alface Crespa...................................................................................................111
5.3. Tomate cereja...................................................................................................117
6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 121
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 122
ANEXOS ............................................................................................................. 142
v
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 - Representação de um neurônio .....................................................................19
Fig. 2- Sinapse entre neurônios ..................................................................................19
Fig. 3 - Neurônio artificial projetado por McCulloch .................................................20
Fig. 4 – Modelo de um neurônio artificial...................................................................20
Fig. 5 - Função sinal (a) e sua derivada em relação à entrada interna (b)...............22
Fig. 6 - Função de ativação semi-linear (a) e sua derivada (b).................................23
Fig. 7 - Função de ativação Sigmóide (a) e sua derivada (b)...................................23
Fig. 8- Tangente hiperbólica (a) e sua derivada (b). ..................................................24
Fig. 9 - Camadas de uma Rede Neural Artificial (RNA) .............................................25
Fig. 10 - Rede Direta (Feedforward) ............................................................................26
Fig. 11 - Rede com Ciclos (Feedback) ........................................................................27
Fig. 12 - Fase de Propagação......................................................................................33
Fig. 13 - Fase de Retropropagação.............................................................................33
Fig. 14 – Etapas para o desenvolvimento de um modelo de RNA ...........................38
Fig. 15 - Convensão adotada para os eixos imaginários, com origem no centro
geométrico da amostra para identificação da simetria......................................55
Fig. 16 – Caixa de diálogo inicial do Statistica – módulo De Redes Neurais
Artificiais................................................................................................................59
Fig. 17 Caixa de diálogo do Statistica 7.1 para escolha do tipo de problema,
variáveis e tipo de análise....................................................................................60
Fig. 18 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 para escolha do tipo de rede e
quantidade de neurônios na camada escondida ...............................................61
Fig. 19 – Caixa de diálogo do Statistica 7.1 - Treinamento da Rede de Função de
Base Radial............................................................................................................62
Fig. 20 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 – Resultados.........................................62
Fig. 21 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 – Continuação de Resultados .............63
Fig. 22 - Gráfico de comparação entre os valores previsto – NACl2 (X) e os valores
obtidos – NACl2. 16 (Y) para concentração de NaCl..........................................75
vi
Fig. 23 - Gráfico de comparação entre os valores previsto – KCl2 (X) e os valores
obtidos – KCl2. 16 (Y) para concentração de KCl ..............................................76
Fig. 24 – Desempenho de vendas de agrotóxicos no Brasil em 2006 Fonte:
SINDAG, 2006 ........................................................................................................84
Fig. 25 – Área plantada de alimentos orgânicos e hectares. Fonte: YUSSEFI, 2003
................................................................................................................................88
Fig. 26 – Caixa de Diálogo inicial do Statistica - Módulo de Redes Neurais...........98
Fig. 27 – Caixa de diálogo para seleção das variáveis .............................................99
Fig. 28 – Especificação dos códigos das variáveis subset ......................................99
Fig. 29- Caixa de diálogo para escolha da rede.......................................................100
Fig. 30 – Caixa de diálogo para seleção da quantidade de camadas escondidas,
neurônios nas camadas escondidas e função do erro de classificação .......101
Fig. 31 – Caixa de diálogo de parâmetros de treinamento .....................................102
Fig. 32 – Caixa de diálogo dos resultados ...............................................................103
Fig. 33 - Continuação da caixa de diálogo de resultados......................................104
vii
LISTA DE TABELAS
Tab. 1 – Comparação nutricional entre queijo, carne e ovo (%) composição bruta
................................................................................................................................48
Tab. 2 – Proporção em massa entre os sais NaCl e KCL na salmoura ..................56
Tab. 3 - Análise de Sensibilidade das redes com eixos X, Y, Z, volume,
Concentração inicial de NaCl e KCl, e tempo de salga como variáveis de
entrada e neurônios entre 15 e 24 .......................................................................65
Tab. 4 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y
e Z...........................................................................................................................67
Tab. 5 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com o volume
................................................................................................................................68
Tab. 6 – Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y
e Z, neurônios variando de 25 a 30 e 35 e vizinhos mais próximos variando
entre 9 e 15 ............................................................................................................69
Tab. 7– Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y
e Z, com 29, 30 e 35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
................................................................................................................................71
Tab. 8- Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e
Z, com 29, 30 e 35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
................................................................................................................................72
Tab. 9- Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y
e Z, com 29, 30 e 35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
................................................................................................................................73
Tab. 10 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y
e Z, com 29 neurônios e 9 vizinhos mais próximos...........................................74
Tab. 11 – Análise estatística de uma rede RBF com 29 neurônios e 13 vizinhos
mais próximos K ...................................................................................................74
Tab. 12 – Desempenho de treinamento, validação da classificação de morangos
com 30 variaveis de entrada e variação entre 5 e 15 neurônios na camada
intermediária........................................................................................................108
viii
Tab. 13 – Análise de Sensibilidade das redes com 13 neurônios na camada
intermediária........................................................................................................109
Tab. 14 – Desempenho de treinamento, validação da classificação de morangos
com variação entre 4 e 8 neurônios na camada intermediária .......................110
Tab. 15 - Análise de sensibilidade da comparação entre alface convencional e
orgânico e com 10 neurônios na camada intermediária..................................113
Tab. 16 - Análise de sensibilidade da comparação entre alface orgânico e
hidropônico com 13 neurônios na camada intermediária...............................114
Tab. 17 - Análise de sensibilidade da comparação entre alface crespa
convencional e hidropônico com 9 neurônios na camada intermediária ......115
Tab. 18 - Análise de Sensibilidade da comparação entre tomate cereja Orgânico e
Hidropônico com 8 neurônios na camada intermediária.................................118
Tab. 19 - Análise de sensibilidade da comparação entre tomate cereja
convencional e hidropônico com 10 neurônios na camada intermediária ....119
ix
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 – Tabela com as medidas e volume dos três tamanhos de queijo.......143
ANEXO 2- Tabela formulada no statistica 7.1 para estudo do queijo prato..........144
ANEXO 3– Exemplo da tabela formulada no Statistica para o estudo da
classificação de horticolas quanto seu tipo de cultivo ...................................145
x
Gualda, Isabella Peres. Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Ciência e
Tecnologia de Alimentos: Estudo de casos. 2008. 149 p. Dissertação (Mestrado em
Ciências de Alimentos) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
RESUMO
Redes Neurais Artificiais (RNAs) são uma forma de computação não-algorítmica capaz
de resolver problemas complexos obtendo resultados melhores que os métodos
matemáticos. As RNAs têm sido aplicadas em muitas áreas da ciência e tecnologia de
alimentos, principalmente em problemas de classificação, predição, reconhecimento de
padrões e controle. Este trabalho trata dois casos. O primeiro caso simula a salga
mista de queijo prato e utilizou uma rede Função Base Radial (RBF). Essas redes são
consideradas aproximadoras universais de funções. O modelo que apresentou melhor
resultado foi o desenvolvido com 7 variáveis de entrada: as três dimensões do queijo
(X, Y e Z), tempo de salga, concentrações iniciais de NaCl e KCl na salmoura e
condição de contorno (salga estática ou agitada), 29 neurônios na camada
intermediária e 13 vizinhos mais próximos de K. O desvio na simulação foi de 5,5% para
NaCl e 4,4% para KCl. O segundo caso foi uma tentativa de classificar hortícolas
quanto à sua forma de cultivo (convencional, hidropônico e orgânico). Foram utilizadas
redes Perceptron de Múltiplas Camadas (MLP). A rede MLP é muito empregada em
classificações devido ao seu grande poder de generalização. As topologias que
apresentaram classificação (acerto de 100% no treinamento e validação) foram as
seguintes. Para o morango, rede com 12 variáveis de entrada (Mg, Al, Fe, Mn, Co, Cu,
frutose, sacarose, nitrato, lipídios e carboidratos) e 6 neurônios na camada
intermediária. Para alfaces crespas redes com 30 variáveis de entrada (composição
centesimal, açúcares, todos os minerais, soma de açúcares, soma de minerais, nitrato,
nitrito e soma nitrato+nitrito) e com 10 e 13 neurônios na camada oculta classificaram,
respectivamente, quando foram comparados os cultivos convencional X orgânico e
orgânico X hidropônico. Na comparação entre cultivos convencional e hidropônico
foram necessárias 13 variáveis de entrada (Na, Mg, Al, Fe, Mn, Se, Hg, Pb, soma de
açúcares, cinzas, lipídeos e energia) e 5 neurônios na camada escondida. No tomate
cereja, os modelos que apresentaram classificação foram os que utilizaram 15 variáveis
de entrada (Na, Mg, Al, Ca, Fe, Mn, Cd, Pb, nitrato, nitrito, soma nitrato+nitrito, cinzas,
lipídios, proteínas e energia) e 10 neurônios quando se comparou os cultivos orgânico e
hidropônico. Ainda, 11 variáveis (Na, Mg, P, Ca, Fe, Mn, Zn, Cd, nitrato, soma
nitrato+nitrito e lipídios) e 4 neurônios na camada oculta quando os cultivos
convencional e hidropônico foram comparados. Este trabalho adiciona evidências ao
potencial de aplicação das RNAs para modelar tarefas complexas no controle e
simulação de processos alimentares e na capacidade de classificação de dados na
análise de alimentos.
Palavras-chave: Redes Neurais Artificiais, simulação, salga, classificação, orgânico,
hidropônico e convencional.
xi
Gualda, Isabella Peres. Application of Artificial Neural Network in Technology and
Food Science : A study case. 2008. 149 p. Dissertation (Master in Food Science)
The State University of Londrina, Londrina.
ABSTRACT
Artificial Neural Networks (ANNs) are a non algorithm computing method capable of
solving complex problems, getting better results than mathematical methods. The
artificial neural networks has been used in many areas of technology and food science,
most of them in classification problems, prediction, pattern recognition and control. This
study approach two different situations. The first one simulates the brining of prato
Brazilian cheese and uses a radial basis function (RBF). These networks are
considerate universal function approximation. The model that have the best result was
develop with 7 input variables: Three dimensions of cheese (X, Y, and Z), time of
brining, NaCl and KCl inicial concentrations in the brining and boundary conditions
(stationary or with agitacion brine), 29 units in the hide layer and 13 K-Nearest
neighbors. The simulation deviation was about 5,5% for NaCl and 4,4% for KCl.The
second situation was an attempt to assort some horticultural based on the cultivation
(conventional, hydroponic and organic). Multi Layer Perceptron (MLP) networks have
been used to do that. The MLP has a great ability of generalization and is very used in
classification problems. The topologies that acquired classification (100% in training and
validation) was as follow: Strawberry, network with 12 input variables (Mg, Al, Fe, Mn,
Co, Cu, fructose, sucrose, nitrate, lipid e carbohydrate) and 6 units in the hide layer. For
crispleaf lettuce networks with 30 input variables (composition centesimal, sugars, all
the minerals, sugars’s sum, minerals’s sum, nitrate, nitrite e sum of nitrate+nitrite) and
with 10 and 13 units in the hide layer, was classificated when compared with
conventional cultivation X organic cultivation and organic cultivation X hydroponic
cultivation. For the comparation between conventional cultivation and hydroponic
cultivation was used 13 input entries variables (Na, Mg, Al, Fe, Mn, Se, Hg, Pb, sugars’
sum, ash, lipids e energy) and 5 units in the hide layer. Using the cherry tomato the
model that could be classified was the one that has used 15 input variables (Na, Mg, Al,
Ca, Fe, Mn, Cd, Pb, nitrate, nitrite, sum of nitrate+nitrite, ash, lipids, proteins and
energy) and 10 units when compared agaist organic and hydroponic cultivation. Yet, 11
input variables (Na, Mg, P, Ca, Fe, Mn, Zn, Cd, nitrate, sum of nitrate+nitrite e lipids)
and 4 units in the hide layer when the conventional and hydroponic cultivation where
compared each other. This study adds some evidence to the potential of the ANN
application to modeling complex tasks in the control and simulation of food process and
the capacity of data classification in food analysis.
Key words: Artificial Neural Networks, simulation, brine, classification, organic,
hydroponic and conventional.
12
INTRODUÇÃO GERAL
O estudo das redes neurais artificiais é algo fascinante e esse fascínio aumenta
à medida que se tem mais conhecimento sobre o assunto. Trata-se de um conceito de
extrema importância da computação, responsável pela solução de muitos problemas
complexos (ALECRIM, 2004).
As aplicações de RNAs são inúmeras. Podem ser utilizadas pra analisar dados e
processamento de sinais, controle de processos, robótica, análise de aroma (nariz
eletrônico) e cor, classificação de dados, etc. Com base em bancos de dados de redes
neurais específicas é possível prever novos valores, utilizando-se de um mínimo de
dados experimentais, o que pode agilizar a determinação de parâmetros desconhecidos
(VALE et al, 2000). Este procedimento computacional vem sendo utilizado em rias
áreas da ciência e tecnologia de alimentos.
No capítulo 1 foi apresentada uma revisão bibliográfica sobre as Redes Neurais
Artificiais, o que são, o histórico, principais arquiteturas formas de aprendizados, e
algumas utilizações da área de ciências e tecnologia de alimentos.
O capítulo 2 aborda sobre um grave problema na sociedade mundial, a
hipertensão arterial, que dentre as principais formas de amenizá-la esta a diminuição do
consumo de Cloreto de sódio, mais conhecido como sal de cozinha e muito utilizado na
fabricação de produtos alimentícios. Neste capítulo mostra estudos que vem sendo feito
para substituição de parte de NaCl por KCl em queijos pratos e a utilização de uma
rede do tipo RBF na determinação das concentração finais de NaCl e KCl na salga do
queijo prato.
O capítulo 3 através da revisão bibliográfica mostra a crescente preocupação dos
consumidores com relação aos temas como: segurança alimentar, meio ambiente, bem-
estar social e saúde. E que cada vez mais pessoas estão dispostas a pagar mais caro
13
por “alimentos naturais” que não contenham produtos químicos ou outras fontes de
contaminação. Visando atender as tendências do mercado e exigências dos
consumidores a ciência agrícola tem trabalhado com novas formas de cultivo de
hortícolas como a agricultura orgânica, hidropônica entre outras. Porém, poucos
estudos com controle efetivo que comparam alimentos obtidos pelos sistemas de cultivo
convencional, orgânico e hidropônico, capazes de conclusões válidas cientificamente.
Neste capítulo, foram testadas redes neurais artificiais do tipo Multilayer Perceptron
(MLP) para tentar classificar alimentos quanto sua forma de cultivo (Convencional,
Orgânica e Hidropônica).
14
Capítulo 1 - REDES NEURAIS ARTIFICIAIS
15
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1. Inteligência Artificial
O objetivo da Inteligência Artificial (IA) é o desenvolvimento de paradigmas ou
algoritmos que requeiram máquinas para realizar tarefas cognitivas, para as quais os
humanos são atualmente melhores (SAGE, 1990).
Um sistema de IA deve ser capaz de fazer três coisas: (i) armazenar
conhecimento, (ii) aplicar o conhecimento armazenado para resolver problemas e (iii)
adquirir novo conhecimento através da experiência (HAYKIN, 2001).
1.2. Redes Neurais Artificiais - RNAs
As redes neurais artificiais consistem em um método de solucionar problemas de
inteligência artificial, construindo um sistema que tenha circuitos que simulem o cérebro
humano, inclusive seu comportamento, ou seja, aprendendo, errando e fazendo
descobertas. São mais que isso são técnicas computacionais que apresentam um
modelo inspirado na estrutura neural de organismos inteligentes e que adquirem
conhecimento através da experiência. Uma grande rede neural artificial pode ter
centenas ou milhares de unidades de processamento, enquanto que o cérebro de um
mamífero pode ter muitos bilhões de neurônios (DIN, 2006). As redes neurais artificiais
tentam reproduzir as funções das redes biológicas, buscando implementar seu
comportamento básico e sua dinâmica (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
Para se definir RNAs são necessárias 3 palavras chaves: neurônio, que é a
unidade computacional básica na rede em questão; arquitetura, estrutura topológica de
como os neurônios são conectados; aprendizagem, processo que adapta a rede de
modo a computar uma função desejada ou realizar uma tarefa.
16
As RNAs são uma forma de computação não-algorítmica. Por não ser baseadas
em regras ou programas, a computação neural se constitui em uma alternativa à
computação algorítmica convencional (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
A rede neural artificial é um sistema de neurônios ligado por conexões sinápticas
e dividido em neurônios de entrada, que recebe estímulos do meio externo, neurônios
internos ou hidden (ocultos) e neurônios de saída, que se comunicam com o exterior
(DIN, 2006). As RNAs apresentam como vantagens as características de
adaptabilidade, generalização e tolerância a ruídos, dentre outras (HAYKIN, 2001).
O principal objetivo almejado com a estrutura de funcionamento de uma rede
neural artificial e com algoritmos de aprendizagem é a capacidade de generalização. A
generalização se refere ao fato de a rede neural produzir saídas adequadas para
entradas que não estavam presentes durante o treinamento (ou aprendizagem). Esta
capacidade de processar informação torna possível para as redes neurais resolver
problemas complexos, alguns intratáveis por meios convencionais (HAYKIN, 2001).
As redes neurais têm sido utilizadas com sucesso em variadas áreas, por
exemplo, indústria, negócios, finanças, medicina, etc., principalmente em problemas de
classificação, predição, reconhecimento de padrões e controle. A razão desse sucesso
está relacionada ao fato de que uma rede, composta por uma ou mais camadas ocultas
com um número adequado de neurônios, possa aproximar praticamente qualquer
função (ou relação) não-linear contínua, num dado intervalo (SUYKENS;
VANDEWALLE E DE MOOR, 1996; LIU, 1996), embora haja restrições práticas
(HAYKIN, 2001).
1.3. Histórico RNAs
O primeiro modelo artificial de um neurônio biológico foi fruto do trabalho pioneiro
do psiquiatra e neuroanatomista Warren McCulloch e do matemático Walter Pitts em
1943. Este trabalho se concentrou muito mais em descrever um modelo artificial de um
17
neurônio e apresentar suas capacidades computacionais de que apresentar técnicas de
aprendizado. Parte da discussão em RNAs gira em torno de métodos de aprendizagem
para que os nós possamos ser capazes de executar uma determinada função (BRAGA;
CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
McCulloch e Pitts, 1943, escreveram:
"A lei de tudo-ou-nada da actividade nervosa é
suficiente para assegurar que a actividade de um
neurônio pode ser denotada por uma proposição.
As relações fisiológicas que existem entre
actividades nervosas correspondem, então, às
relações entre proposições, isto é, uma rede de
conexões entre proposições simples pode originar
proposições complexas”.
O primeiro trabalho de que se tem notícia com ligação direta ao aprendizado foi
apresentado por Donald Hebb (1949). Frank Rosenblatt (1958), demonstrou, com seu
novo modelo, o perceptron, que, se fossem acrescidas de sinapses ajustáveis, as RNAs
como nós poderiam ser treinadas para classificar certos tipos de padrões.
Minsky e Papert (1969), chamaram a atenção para algumas tarefas que o
perceptron não era capaz de executar, que este resolve problemas linearmente
separáveis, ou seja, problemas cuja solução pode ser obtida dividindo-se o espaço de
entrada em duas regiões através de uma reta.
Nos anos 70, a abordagem conexionista ficou adormecida, principalmente por
causa da repercussão do trabalho de Misnky e Papert (BRAGA; CARVALHO e
LUDEMIR, 2000).
Em meados dos anos 80, o avanço da tecnologia, principalmente a
microeletrônica, alavancou uma explosão nestes estudos: Jonh Hopfield (1982)
publicou um artigo que chamou a atenção para as propriedades associativas das RNAs.
Quatro anos depois Rumelhart, Hinton e Williams descreveram um algorítmico de
18
treinamento, o backpropagation (retropropagação), mostrando que a visão de Minsky e
Papert era pessimista. As Redes Neurais de múltiplas camadas são sem duvida
capazes de resolver “problemas difíceis de aprender” (BRAGA; CARVALHO e
LUDEMIR, 2000).
A origem das Redes Neurais remonta aos modelos matemáticos e aos modelos
de engenharia de neurônios biológicos (KOVÁCS, 1996). As RNAs foram criadas, não
para imitar o funcionamento do cérebro, mas como um modelo de resolução de
problemas não algorítmicos inspirado no funcionamento do cérebro humano.
1.4. Cérebro Humano e o Neurônio Biológico
O cérebro humano é responsável pelo que se chama de emoção, pensamento,
percepção e cognição, assim como pela execução de funções sensoriomotoras e
autônomas. Além disso, tem a capacidade de reconhecer padrões e relacioná-los, usar
e armazenar conhecimento por experiência, além de interpretar observações (BRAGA;
CARVALHO e LUDEMIR, 2000). O cérebro humano pesa cerca de 1,5 kg e tem cerca
de 100 bilhões de neurônios e usa de 20% a 25% de toda a energia do corpo humano.
O neurônio pode ser considerado a unidade básica da estrutura do cérebro e do
sistema nervoso. O neurônio é constituído por uma célula principal, por dendritos, por
um axônio e na sua extremidade existem estruturas designadas por sinapses (Fig.1)
(VILELA, 2006).
19
Fig. 1 - Representação de um neurônio
Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz
contato com o dendrito de outro neurônio ou tipo celular (Fig. 2). As sinapses podem
ser elétricas ou químicas (maioria). Os neurônios recebem continuamente impulsos nas
sinapses de seus dendritos vindos de milhares de outras células. Os impulsos geram
ondas de corrente elétrica (excitatória ou inibitória; cada uma num sentido diferente). O
impulso nervoso constitui a informação que o neurônio processara, esse impulso passa
pela sinapse através de neurotransmissores, que promovem a entrada de sódio no
neurônio, provocando a inversão de cargas elétricas e a condução de um impulso
nervoso no neurônio estimulado (VILELA, 2006).
Fig. 2- Sinapse entre neurônios
1.5. Neurônio Artificial
O primeiro modelo de neurônio artificial proposto por McCulloch e Pitts em 1943
(Fig.3) é uma simplificação do que se sabia então, de um neurônio biológico. Eles
interpretaram o funcionamento do neurônio biológico como sendo um circuito de
entradas binárias combinadas por uma soma ponderada (com pesos) produzindo uma
entrada efetiva (DIN, 2006):
20
Fig. 3 - Neurônio artificial projetado por McCulloch
Fig. 4 – Modelo de um neurônio artificial
A operação de um neurônio artificial se resume em (LACERDA, 2006):
Sinais são apresentados à entrada (x
1
à x
m
);
Cada sinal é multiplicado por um peso que indica sua influência na saída da
unidade (w
k
);
É feita a soma ponderada dos sinais que produz um nível de atividade (u
k
);
A função de ativação f(u
k
) tem a função de limitar a saída e introduzir não-
linearidade ao modelo.
w
k1
w
k2
w
km
Σ f(u
k
)
x
1
x
2
x
m
u
k
w
k0
=b
k
y
k
sinais
de
entrada
pesos
sinápticos
junção
aditiva
(bias)
função
de ativação
saída
w
k0
x
0
=+1
entrada fixa
Função
degrau
21
O bias (viés) b
k
tem o papel de aumentar ou diminuir a influência do valor das
entradas.
É possível considerar o bias como uma entrada de valor constante 1,
multiplicado por um peso igual à b
k
.
Matematicamente a saída pode ser expressa por:
(1)
ou considerando o bias como entrada de valor x0=1 e peso wk0=bk,
(2)
A função f é chamada de função de ativação e pode assumir várias formas,
geralmente não-lineares. As quatro funções de ativação mais utilizadas são linear,
rampa, degrau e sigmoidal (logística) (KARRER; CAMEIRA E VASQUES, 2005).
A seguir, as funções e derivadas das funções de ativação linear, semilinear,
sigmoidal e tangente hiperbólica (VON ZUBEN, 2006):
Função de ativação linear:
0 se u
i
< 0
a
i
(u
i
) = [0,1] se u
i
= 0
1 se u
i
> 0 (3)
+==
=
m
j
kjkjkk
bxwfufy
1
)(
==
=
m
j
jkjkk
xwfufy
0
)(
22
Fig. 5 - Função sinal (a) e sua derivada em relação à entrada interna (b)
Função de ativação: semi-linear
1 se pu
i
0
a
i
(u
i
) = pu
i
se 0 , pui < 1
0 se pu
i
0 (4)
com p constante e positivo
23
Fig. 6 - Função de ativação semi-linear (a) e sua derivada (b).
Função de ativação logística (sigmóide)
ai (ui) = e
pui
= 1___
a
i
_ = pa
i
(1 – a
i
) > 0
e
pui
+ 1 1 + e
– pui
u
i
(5 e 6)
Fig. 7 - Função de ativação Sigmóide (a) e sua derivada (b).
24
Função de ativação tangente hiperbólica
a
i
(u
i
) = tanh (pu
i
) = e
pui
– e
–pui
a
i
= p (1 – a
i
2
) > 0
e
pui
+ e
- pui
u
i
(7 e 8)
Fig. 8- Tangente hiperbólica (a) e sua derivada (b).
De forma geral, a operação de uma célula da rede se resume em (FERNANDES,
2003):
Sinais são apresentados à entrada;
Cada sinal é multiplicado por um peso que indica sua influência na saída da
unidade;
É feita a soma ponderada dos sinais que produz um nível de atividade;
Se este nível excede um limite (threshold), a unidade produz uma saída;
25
1.6. Arquitetura das RNAS
Arquiteturas de redes neurais são tipicamente organizadas em camadas, com
unidades que podem estar conectadas às unidades da camada posterior como na
figura 9 (FERNANDES, 2003).
Fig. 9 - Camadas de uma Rede Neural Artificial (RNA)
Usualmente as camadas são classificadas em três grupos:
Camada de entrada: onde os padrões são apresentados à rede;
Camadas intermediárias ou ocultas: onde é feita a maior parte do
processamento, através das conexões ponderadas; podem ser consideradas
como extratoras de características;
Camada de saída: onde o resultado final é concluído e apresentado.
A definição da arquitetura de uma RNA é um parâmetro importante na sua
concepção, uma vez que ela restringe o tipo de problema que pode ser tratado pela
rede. Uma Rede Neural artificial é especificada, principalmente pela sua topologia,
características de seus nós, regras de treinamento e tipos de modelos (BRAGA;
CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
26
As Redes Neurais podem ser distinguidas com base na direção na qual o sinal
flui. Basicamente há dois tipos de Redes Neurais Artificiais (FERNANDES, 2003):
Redes diretas, acíclicas ou alimentadas para frente (feedforward): são RNA cuja
representação gráfica não possui ciclos e cujos neurônios estão organizados em
camadas (Fig.10). A RNA direta não, necessariamente, possui camadas intermediárias,
as quais também são conhecidas como camadas escondidas ou ocultas (hidden
layers). Entretanto, o uso de camadas ocultas permite a extração de estatísticas de
ordem elevada e a aproximação da RNA por uma função não-linear. Normalmente, para
este tipo de redes, utiliza-se o algoritmo de treinamento de retropropagação
(backpropagation) (RAMÍREZ, 2005). São exemplos deste tipo de rede aquelas
“alimentadas adiante”, como os Perceptrons de Múltiplas Camadas - Multi-Layer
Perceptron-MLP (RUMELHART e MCCLEAND., 1986) e as redes de função de base
radial - Radial Basis Function-RBF (BISHOP, 1995). Essas redes são usadas como
identificadores e classificadores de padrões, controle, avaliação de dados de entrada
etc. (KOHONEN, 2001).
Fig. 10 - Rede Direta (Feedforward)
Redes com ciclos (retroação, retroalimentação ou feedback): correspondem a
uma grande família de RNA cuja representação gráfica possui pelo menos um ciclo
(Fig.11). Quando são compostas por neurônios dinâmicos com retardo são chamadas
de redes recorrentes (RAMÍREZ, 2005). São exemplos deste tipo de rede, as redes de
27
Hopfield (FAUSETT, 1994) e a máquina de Boltzman (HAYKIN, 2001). As principais
aplicações destas redes são: como função de memória associativa e em problemas de
otimização, embora também sejam usadas no reconhecimento de padrões.
Fig. 11 - Rede com Ciclos (Feedback)
1.7. Aprendizado RNAs
A maioria dos modelos neurais possui alguma regra de treinamento, onde os
pesos de suas conexões são ajustados de acordo com os padrões apresentados. Em
outras palavras, elas aprendem através de exemplos (FERNANDES, 2003).
Aprendizagem é um processo pelo quais os parâmetros livres de uma rede
neural são adaptados através de um processo de estimulação pelo ambiente no qual a
rede está inserida. O tipo de aprendizagem é determinado pela maneira pela qual a
modificação dos parâmetros ocorre (HAYKIN, 2001).
Esta definição do processo de aprendizagem implica a seguinte seqüência de
eventos (HAYKIN, 2001):
A Rede Neural é estimulada por um ambiente.
28
A Rede Neural sofre modificações nos seus parâmetros livres como
resultado desta estimulação.
A Rede Neural responde de uma maneira nova ao ambiente, devido às
modificações ocorridas na sua estrutura interna. (HAYKIN, 2001).
Um conjunto preestabelecido de regras bem definidas para a solução de um
problema de aprendizagem é denominado um algoritmo de aprendizagem. Como se
pode esperar, o há um algoritmo único de aprendizagem para o projeto de redes
neurais. Em vez disso, temos um conjunto de ferramentas representado por uma
variedade de algoritmos de aprendizagem cada qual oferecendo vantagens específicas.
Basicamente, os algoritmos de aprendizagem diferem entre si pela forma como é
formulado o ajuste de um peso sináptico de um neurônio (HAYKIN, 2001).
A aplicação do algoritmo de aprendizagem poderá ser seqüencial ou por lote. No
treinamento seqüencial, a correção dos pesos sinápticos é aplicada toda vez que é
apresentado um exemplo à RNA. no treinamento por lote esta correção somente
será feita após a apresentação completa de uma época, que consiste em todos os
exemplos da amostra de treinamento (RAMÍREZ, 2005).
Como foi dito anteriormente, é importante à maneira pela qual uma rede neural
se relaciona com o ambiente. Neste contexto, existem os seguintes paradigmas de
aprendizado (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000):
Aprendizado Supervisionado: Este método é o mais comum no
treinamento das RNAs, tanto de neurônios com pesos como com neurônios sem peso.
É chamado supervisionado porque a entrada e a saída desejada para a rede são
fornecidas por um supervisor (professor) externo. O objetivo da aprendizagem será
minimizar o erro entre a resposta desejada e a resposta real da RNA. Normalmente,
esta abordagem é utilizada para classificação de padrões e aproximação de funções. A
desvantagem do aprendizado supervisionado é que, na ausência do professor, a rede
não conseguirá aprender novas estratégias para situações não cobertas pelos
29
exemplos do treinamento da rede. Os exemplos mais conhecidos de algoritmos para
aprendizado supervisionado são a regra delta e o algoritmo backpropagation
(retropropagação). A regra delta usa apenas informação local da sinapse para o
aprendizado. Além disso, ela é útil quando se deseja minimizar o erro médio quadrático
durante o treinamento de uma RNA. Entretanto, o uso da regra delta é limitado a RNA
com duas camadas de neurônios (uma camada de entrada e uma camada de saída).
Quando a regra delta é aplicada a neurônios lineares pode ser chamada de algoritmo
do mínimo quadrado médio, ou LMS (Least Mean Squares). O algoritmo de
backpropagation ou retropropagação é considerado uma generalização da regra delta
para redes diretas com mais de duas camadas, ou seja, que possuem pelo menos uma
camada oculta. Para isso, na correção dos pesos sinápticos são levados em conta os
gradientes locais da rede (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
Aprendizado não-supervisionado: não um supervisor (professor) para
acompanhar o processo de aprendizagem para este algoritmo. Somente os padrões de
entrada estão disponíveis para rede e não exemplos rotulados da função a ser
aprendida pela rede. No aprendizado não-supervisionado a rede “analisa” os conjuntos
de dados apresentados a ela, determina algumas propriedades dos conjunto de dados
e “aprende” a refletir estas propriedades na sua saída. A rede utiliza padrões,
regularidades e correlações para agrupar os conjuntos de dados em classes. As
propriedades que a rede vai “aprender” sobre os dados pode variar em função do tipo
de arquitetura utilizada e da lei de aprendizagem. Por exemplo, Mapa Auto-Organizavél
de Kohonen, Redes de Hopfield e Memória Associativa Bidirecional, são algumas
métodos de aprendizado não supervisionado (MEDEIROS,1999).
Reforço: este conceito é usado em algumas redes neurais para indicar
quando as conexões seriam adaptadas. Aprendizado por reforço é um mecanismo de
aprendizado no qual apenas uma medida da adequação dos resultados obtidos é
fornecida como um parâmetro externo. Este tipo de reforço ocorre quando dois eventos
acontecem juntos e devem ser associados um ao outro. A associação é formada
porque as conexões que são ativas são adaptadas ou ficam mais fortes ao mesmo
30
tempo, isto estabelece que a rede responde quando um dos dois eventos originais é
ativo (FERNANDES, 2003).
1.7.1 Algoritmo Backpropagation
O algoritmo backpropagation foi criado por Rumelhard, Hinton e Williams em
1986 (ZURADA, 1992; HAYKIN, 1994), a partir da generalização da regra de
aprendizado Widrow-Hoff”, que fora introduzido em 1960 - 1962 para redes do tipo
“feedforward perceptron”. A regra de aprendizado Widrow-Hoff”, também conhecida
como “Regra Delta” LMS (minimização do erro médio quadrático) que ajusta os
pesos das conexões entre os neurônios da rede de acordo com o erro.
O algoritmo backpropagation é o principal algoritmo de treinamento de rede
utilizado e é, freqüentemente, usado como o algoritmo de aprendizado em redes
neurais estruturadas em camadas, isto devido à sua eficiência (HIROSE; YAMASHITA
E HIJIYA, 1991).
O algoritmo backpropagation ajusta os pesos das unidades das camadas
intermediárias a partir dos erros das unidades da camada de saída. A aplicação do
algoritmo backpropagation requer a escolha de um conjunto de parâmetros (número de
iterações do algoritmo, critério de parada, pesos iniciais, taxa de aprendizado), cuja
influência pode ser decisiva para a capacidade de generalização da rede (CALÔBA,
1995).
O critério de parada do treinamento exige considerar a capacidade de
generalização da rede. Um treinamento prolongado demais pode levar a um
sobreajuste da rede, especialmente no caso de dispormos de poucos pares de entrada
e saída para o conjunto de treinamento, o que pode piorar o desempenho da rede
quando o conjunto de teste lhe for apresentado
(CALÔBA, 1995).
31
A escolha da taxa de aprendizado α depende da função a aproximar. Valores
muito pequenos de α tornam o treinamento lento, enquanto valores muito grandes
podem provocar divergência do processo de treinamento
(KLEIBAUM, 1994).
A aplicação do algoritmo backpropagation envolve um deslocamento para frente,
através da rede, para calcular as saídas de cada elemento neural da camada de saída
e o seu respectivo erro. A segunda fase envolve um deslocamento no sentido contrário,
durante o qual o sinal de erro é passado para cada elemento e as mudanças nos pesos
são efetuadas. A rede é treinada através da apresentação de todos os dados de
treinamento repetidas vezes. Em cada iteração, a diferença entre o valor da saída e o
valor esperado, determina a correção que deverá ser feita nos valores dos pesos e dos
limiares. Os valores dos pesos são ajustados após cada etapa de treinamento, até que
a função erro seja reduzida a um valor tido como aceitável (FARACO et al,1998).
O algoritmo de retropropagação envolve a execução de dois passos distintos de
computação: o processamento direto (forward) e o processamento reverso (backward).
O procedimento direto é executado no sentido, entrada saída da rede. Neste caso,
um exemplo de treinamento é apresentado à rede e as saídas de todos os neurônios
são computadas, usando as equações (9) e (10).
p
v j (n) =
w ji (n) yi (n) (9)
i =0
onde,
y
j
(n) = f
j
(v
j
(n)) (10)
Comparamos então as saídas da rede com as saídas desejadas e calculamos o
erro, usando as equações (11) e (12).
e
j
(n) = s
j
(n) – y
j
(n),
(11)
32
ε
(n) = ½
e
j
2
(n), (12)
jєC
O processamento reverso é executado no sentido, saída entrada. Neste caso,
os sinais de erro são propagados da saída para a entrada, camada a camada, através
dos cálculos dos
δ
’s (gradientes locais) para cada neurônio da rede. Para os neurônios
de saída, d é calculado usando a Equação (13) e os respectivos pesos são ajustados
usando a Equação (14).
δ ϕ (ν) = ∂ ε (
n)
e
j
(n)
y
i
(n) = e
j
(n) f
j
’(v
j
(n))
(13)
e
j
(n)
y
i
(n)
v
j
(n)
w
ji
(n + 1) = w
ji
(n) – η (n)
∂ ε
(n) ,
w
ji
(n)
(14)
Com os
δ
’s da camada de saída calculados, usamos a Equação (15) para
calcular os
δ
’s dos neurônios localizados na camada imediatamente anterior à camada
de saída; os pesos destes neurônios são então atualizados segundo a Equação (14).
Continuamos este procedimento camada a camada, até que a camada de entrada seja
alcançada (IYODA, 2000).
δ
j
(n) = f
j
(v
j
(n))
δ
k
(n) w
kj
(n)
(15)
As seguir ilustração da fase de propagação (Fig.12) e retropropagação (Fig. 13).
33
Fig. 12 - Fase de Propagação
Fig. 13 - Fase de Retropropagação
A rede neural baseia-se nos dados a ela exibidos para extrair o modelo
desejado. Portanto, a fase de treinamento deve ser rigorosa e verdadeira, a fim de
serem evitados modelos espúrios (SANTOS, et al, 2005).
Segundo Hair Jr. et al. (1998), existem três modelos básicos de redes neurais:
perceptron multicamadas, função de base radial e redes de Kohonen. As redes de base
radial são mais recentes e são utilizadas, segundo os autores, para os mesmos tipos de
aplicação que as multicamadas. as redes de Kohonen são mais apropriadas para
agrupamentos (clustering). A seguir, expõem-se mais detalhadamente a rede
34
Multicamadas (MLP) e a Função de Base Radial (RBF), por serem as utilizadas neste
trabalho.
1.8. Redes Multilayer Perceptron – MLP
De acordo com Rummelhart (1986) as redes com duas camadas (entrada e
saída) apresentam desempenho muito limitado, a adição de uma camada intermediária
faz-se necessária. Neste tipo de configuração, cada neurônio está ligado com todos os
outros das camadas vizinhas, mas neurônios da mesma camada não se comunicam,
além da comunicação ser unidirecional, apresentando assim um comportamento
estático.
As redes MLP apresentam um poder computacional muito maior que aquele
apresentado pelas redes sem camadas intermediárias (BRAGA; CARVALHO e
LUDEMIR, 2000). A MLP é uma das RNAs mais importantes existentes atualmente. Ela
permite a solução de problemas onde as classes são não-linearmente separáveis, pois,
pode-se adicionar camadas ocultas para o processamento e usar uma função de
ativação não linear, geralmente a sigmoid function, apresentada na eq. (16) (FERRARI
et al., 2006).
S (T) = 1___
1 + e
-t
(16)
Seu treinamento é do tipo supervisionado e utiliza um algoritmo muito popular
chamado retropropagação do erro (error backpropagation). Este algoritmo é baseado
numa regra de aprendizagem que “corrige” o erro durante o treinamento (HAYKIN,
1994).
35
Hornik et al. (1989) provaram que uma rede com apenas uma camada
intermediária, portanto, uma rede com três camadas, é suficiente para representar
qualquer função ou problema de classificação.
Hair, Jr. et al. (1998) apresenta três elementos básicos das redes multicamadas:
Neurônios (Nós): É o elemento básico das redes neurais, um elemento
de processamento que atua em paralelo com os outros nós da rede.
Rede: Uma rede neural é um arranjo seqüencial de três tipos básicos de
nós ou camadas: nós (ou neurônios) de entrada, nós intermediários e nós de saída. Os
nós de entrada recebem os dados iniciais e transmitem para a rede.
Aprendizado: Segundo Hair Jr. et al. (1998), o que realmente diferencia
uma rede neural de outras técnicas multivariadas é sua capacidade de aprendizado. Os
valores são propagados pela rede através de pesos de conexão entre os nós. Os pesos
de conexão são ajustados através de um método de aprendizado. O modelo mais
freqüentemente utilizado é o método de retropropagação que se baseia nos modelos de
processamento distribuído paralelo propostos por Rumelhart e Mccleand. (1986).
1.9. Função de Base Radial - RBF
Recentemente as redes de funções radiais de base vêm ganhando bastante
atenção no domínio das RNA (BORS, 2001).
Consideradas como aproximadores universais de funções, as redes neurais
ativadas por função de base radial (RBF) produzem um mapeamento global dos dados
de treinamento a partir de contribuições locais, ou seja, da soma das ativações de cada
um de seus neurônios (HAYKIN, 1994 e CHEN e CHEN, 1994). Esta característica
torna sua aplicação rápida, didaticamente interessante, principalmente em problemas
36
que envolvem mais de duas variáveis, dado que sua eficiência pode ser constatada em
numerosos trabalhos internacionais (NIYOG e GIROSI, 1994).
As RBFs podem ser usadas em problemas de aproximação de funções, predição
e classificação (FERNANDES; NETO & BEZERRA, 1999) .
São redes alimentadas adiantes (feedforward), basicamente envolve 3 camadas
diferentes: a camada de entrada, a camada oculta e a camada de saída (LEKUTAI,
1997). A primeira camada implementa uma conexão direta do espaço vetorial de
entrada para a segunda camada ou camada escondida
As redes neurais com funções de ativação de base radial (RBF) apresentam três
diferenças principais em relação às redes tipo perceptron multicamadas (MLP) (VON
ZUBEN & CASTRO, 2005):
Elas sempre apresentam uma única camada intermediária;
Neurônios de saída são sempre lineares;
Os neurônios da camada intermediária têm apenas funções de base radial como
função de ativação, ao invés de funções sigmoidais ou outras.
As funções de base radial (RBF’s) são uma classe especial de funções cuja
característica principal é o fato de seus valores crescerem (ou decrescerem)
monotonicamente à medida que aumenta a distância a um ponto central, chamado de
centro da função. Alguns exemplos desse tipo de função são dados abaixo (BRAGA;
CARVALHO e LUDEMIR, 2000):
função gaussiana: f(u)= exp (- v
2
/ 2σ
2
)
(17)
função multiquadrática: f(u)= ( v
2
+ σ
2
) (18)
função multiquadrática inversa: f(u)= v
2
log (v) (19)
37
onde v= || x - µ ||, que é dado geralmente pela distância euclidiana, x é o vetor de
entrada, e µ e σ representam o centro e a largura da função radial, respectivamente.
A função radial de base mais utilizada é a função de Gauss. Sua saída é
determinada pela distância Euclidiana entre o centro e o vetor de entrada. Cada função
requer um parâmetro vetorial - o centro, e um parâmetro escalar que define a largura da
função radial. A última camada (camada de saída) transforma o espaço vetorial interno,
implementando uma soma ponderada (processo linear) dos neurônios escondidos
(BORS, 2001).
Vários métodos têm sido propostos para o treinamento de redes RBF. Na maioria
destes métodos, o treinamento é classificado como híbrido, uma vez que é dividido em
dois estágios (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000). Na primeira fase, os
parâmetros da função radial utilizada (os centros e a largura) são determinados por
métodos o supervisionados. Durante a segunda fase é realizado o ajuste dos pesos
dos neurônios de saída, correspondendo a um problema linear, de processamento mais
simples (HAYKIN, 1994).
Os dois métodos usualmente utilizados para seleção dos centros são a sub
amostragem (sub sampling) e o algoritmo K-médias (K-means). Após a seleção dos
centros, deve-se determinar o fator de largura da função. Os algoritmos mais utilizados
para essa operação são o isotrópico e o algoritmo dos vizinhos mais próximos de K (K-
nearest neighbors). Após essa primeira fase, o passo seguinte corresponde à
otimização da camada de saída, que pode ser feita empregando-se uma técnica padrão
para otimização linear: pseudo-inversa. (HAYKIN, 1994; BISHOP, 1995).
Este modelo de rede é apropriado para desempenhar diversas tarefas, dentre as
quais se inclui a aproximação de funções. Uma camada intermediária, segundo Bishop
(1995), é o suficiente para a aproximação de qualquer função.
38
O algoritmo K-médias particiona o espaço de padrões em K regiões ou grupos.
Esta partição é realizada da seguinte maneira: inicialmente são escolhidos
aleatoriamente K vetores de entrada para serem os centros de K grupos de padrões.
Os outros vetores de entrada são atribuídos ao grupo que tiver o centro mais próximo.
Para isso geralmente é utilizada a distância euclidiana. Após esta fase, os centros são
recalculados para que sejam os vetores médios do seu grupo, ou seja, a média dos
vetores pertencentes ao grupo. Novamente os vetores de entrada o apresentados e
associados ao centro mais próximo. Estes processos de redefinição de centros e dos
vetores associados a cada centro é repetido até que o algoritmo convergir, isto é, até os
centros não precisarem ser modificados (BRAGA; CARVALHO e LUDEMIR, 2000).
Pseudo-inversa é usada para aperfeiçoar a saída linear na atribuição do desvio. Depois
de calculado o erro, este é minimizado pela matriz pseudo-inversa (STATISTICA, 2006).
1.10. Modelagem em Redes Neurais Artificiais
Para o desenvolvimento de um modelo ou projeto baseado em redes neurais
artificiais são necessárias
diversas etapas (Fig. 14), descritas conforme Caudill (1991):
Fig. 14 – Etapas para o desenvolvimento de um modelo de RNA
Definição do
Problema
Coleta de dados
treinamento,
validação e teste
Projeto da
RNA
Treinamento da
RNA
Teste/ Validação da
RNA
39
Os dois primeiros passos do processo de desenvolvimento de redes neurais
artificiais são a definição do problema e a coleta de dados relativos ao problema e a sua
separação em um conjunto de treinamento e um conjunto de testes (CLAUDILL, 1991).
O conjunto de treinamento é utilizado para o treinamento da rede e ajuste dos
parâmetros da rede, devendo conter um número estatisticamente significativo de casos
em estudo, de modo a constituir uma amostra representativa do problema que se
pretende estudar (KLIMASAUKAS,1991 ; HERTZ; KROGH E PALMER,1991
)
.
O conjunto de teste é utilizado para verificar a capacidade de generalização da
rede sob condições reais de utilização. Os dados do conjunto de teste não devem ser
usados para ajuste dos parâmetros da rede. A habilidade de generalização da rede se
refere a seu desempenho ao classificar padrões do conjunto de teste. Deficiências na
capacidade de generalização da rede podem ser atribuídas ao problema de sobreajuste
(overfitting). Esse problema ocorre quando, após um certo período de treinamento, a
rede se especializa no conjunto de treinamento e perde a capacidade de generalização.
Diz-se então que a rede memorizou os padrões de treinamento, gravando suas
peculiaridades e ruídos, proporcionando perdas na capacidade de generalização
quando essa é utilizada para classificar os padrões pertencentes ao conjunto de teste
(KLIMASAUKAS,1991 ; HERTZ; KROGH E PALMER,1991
)
.
Para evitarmos o problema de sobreajuste, pode-se usar também uma
subdivisão do conjunto de treinamento, criando um conjunto de validação, cuja
finalidade é verificar a eficiência da rede quanto a sua capacidade de generalização
durante o processo de treinamento, também podendo ser empregado como critério de
parada do treinamento da rede (KLIMASAUKAS,1991 ; HERTZ; KROGH E
PALMER,1991).
O terceiro passo é a definição da configuração da rede, que pode ser dividido em
três etapas: (i) seleção do paradigma neural apropriado à aplicação; (ii) determinação
da topologia da rede a ser utilizados - o número de camadas, o número de unidades em
40
cada camada, etc. (iii) determinação de parâmetros do algoritmo de treinamento e
funções de ativação. Este passo tem um grande impacto no desempenho do sistema
resultante (DIN, 2006).
O quarto passo é o treinamento da rede. Nesta fase, seguindo o algoritmo de
treinamento escolhido, são ajustados os pesos das conexões. É importante considerar,
nesta fase, alguns aspectos tais como a inicialização da rede, o modo de treinamento e
o tempo de treinamento. O quinto passo é o teste da rede. Durante esta fase o conjunto
de teste é utilizado para determinar o desempenho da rede com dados que não foram
previamente utilizados. O desempenho da rede, medida nesta fase, é uma boa
indicação de seu desempenho real (DIN, 2006).
Não existem regras claras para se definir quantas unidades devem existir nas
camadas intermediárias, quantas camadas, ou como devem ser as conexões entre
essas unidades.
Em geral, redes neurais com poucos neurônios escondidos são preferidas, visto
que elas tendem a possuir um melhor poder de generalização, reduzindo o problema de
sobreajuste (overfitting). Entretanto, redes com poucos neurônios escondidos podem
não possuir a habilidade suficiente para modelar e aprender os dados em problemas
complexos podendo ocorrer underfitting, ou seja, a rede não converge durante o
treinamento
(PEREIRA, 1999).
O aumento do número de camadas implica num aumento da complexibilidade e
conseqüentemente do tempo de processamento. um pequeno número de camadas
pode fazer com que a RNA não tenha flexibilidade necessária para generalização; por
outro lado, um número excessivo pode fazer com que a RNA “decore” os dados ao
invés de generalizá-los (DINIZ, 1997).
A implementação de um modelo ou projeto que utilize as RNA poderá ser
realizada de diversas formas. Caso o interessado possua bom conhecimento em
desenvolvimento de software poderá desenvolver seu próprio código, específico para o
41
problema. Caso contrário, poderá utilizar os pacotes de sistemas simuladores de redes
neurais comerciais ou de domínio público. Também poderá projetar e construir um
hardware utilizando chips de redes neurais disponíveis no mercado. (MEDEIROS,1999).
Embora as redes neurais artificiais demonstrem uma grande capacidade de
previsão, apresentam também algumas limitações, dentre as quais se destaca que
todos os processos de interconexões entre neurônios e camadas, correção do erro e
previsão do valor desejado são efetuados de maneira que não há uma inferência direta.
Além disso, deve-se ter cuidado para evitar a saturação da rede ou overtraining, o que
faz com que, se o treinamento se estender por períodos muito longos, a rede tome
decisões arbitrárias, especializando-se no grupo de variáveis utilizado no treinamento e
perdendo sua capacidade de generalização (JANSSON, 1991).
As aplicações de RNAs são inúmeras. Podem ser utilizadas pra analisar dados e
processamento de sinais, controle de processos, robótica, análise de aroma (nariz
eletrônico) e cor, classificação de dados, etc. Com base em bancos de dados de redes
neurais específicas é possível prever novos valores, utilizando-se de um mínimo de
dados experimentais, o que pode agilizar a determinação de parâmetros desconhecidos
(VALE et al, 2000). Este procedimento computacional vem sendo utilizado em rias
áreas da Ciência e Tecnologia de Alimentos.
As redes neurais artificiais (RNAs) foram aplicadas em praticamente
todas as áreas da ciência de alimentos . As RNAs são ferramentas úteis para as
análises de qualidade e segurança alimentar, que incluem a modelagem do
crescimento microbiano, a interpretação de dados espectroscópicos, e a
previsão de propriedades funcionais e sensoriais de vários alimentos durante o
processamento e a distribuição. Uma promessa das RNAs é modelar tarefas
complexas no controle e na simulação do processo e nas aplicações das
previsões (HUANG; KANGAS & RASCO, 2007).
42
Na área de alimentos algumas redes já foram utilizadas com sucesso. Vale e
Zambiazi (2000), confirmaram a viabilidade de previsão da estabilidade de óleos
vegetais pela rede neural, a partir de dados de sua composição química, utilizando
como parâmetro de estabilidade o índice de peróxido. Horinomoto et al (1995), usaram
diferentes variáveis de processo e de composição do trigo para prever o volume da
massa de pães elaborados de diferentes cultivares de trigo através de uma rede neural
(Brainmaker software). Arteaga & Nakai (1993), desenvolveram uma rede neural
usando propriedades físico-químicas de proteínas para prever sua estabilidade e
capacidade de formação de espuma, destacando que a habilidade de previsão por
parte da rede foi superior ao encontrado pela utilização da análise dos componentes
principais.
Ramos (2003), através das redes neurais, formulou um modelo artificial de
classificação de frutos que considerou simultaneamente vários atributos de propriedade
físicas, procurando simular o mais próximo possível o grau de maturidade desejado
pelos compradores de tomates. O’farrell et al. (2005), procuraram projetar uma única
rede neural que verificasse a tendência, projetando uma escala de cor geral que
classificasse diferentes cortes de frangos (filé, asa), com e sem pele, submetidos a
diferentes tratamentos (cozido, grelhado e assado).
O campo de redes neurais artificiais é acima de tudo extremamente vasto e
promissor. Por ser um assunto que surgiu muito tempo atrás ganhou muita
credibilidade, e devido á novas descobertas relacionadas a ela a cada instante, tornou-
se bastante atrativo para profissionais de domínios distintos, tornando-se um assunto
interdisciplinar. Os conhecimentos obtidos até hoje atraem o interesse de profissionais
tais como psicólogos, neurofisiologistas, engenheiros, cientistas cognitivos, e cientistas
da computação, que buscam cada um em sua área, novos caminhos através da
computação neural (DIN, 2006).
43
Capítulo 2 - APLICAÇÕES DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS NA SALGA MISTA
COM NaCl E KCl EM QUEIJO PRATO
44
1. INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é uma doença muito comum em todo o mundo e atinge
jovens, adultos e idosos, pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de qualquer
padrão social. Na maioria dos casos a hipertensão parece estar ligada à herança
familiar e a hábitos alimentares. A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas
pode-se, através de tratamento, manter controlados os níveis da pressão arterial
(COREN, 2007).
O alimento mais relacionado com a hipertensão arterial é o cloreto de sódio, mas
conhecido como sal de cozinha (ICRG, 1988). O cloreto de sódio está presente também
em vários produtos industrializados que consumimos diariamente, como pães, queijos,
cereais, bolachas, enlatados. Em muitos casos, a redução do sódio na dieta é suficiente
para baixar a pressão sanguínea (PEDRINOLA, 2007).
Com isso, hoje se faz necessário à produção de alimentos com teor reduzido de
sódio. Por isso, estudos vêm sendo realizados para substituir uma parte de cloreto de
sódio por cloreto de potássio (BORSATO et al, 2007). Uma substituição completa não é
recomendada, pois apesar de ter características semelhantes ao do cloreto de sódio, o
cloreto de potássio apresenta sabor amargo quando utilizado em grandes quantidades
(FITZGERALD et al, 1985; LINDSAY et al, 1982 e RAPACCI, 1989).
O queijo é um exemplo de alimento muito apreciado, mas com grande
quantidade de sal. Um dos queijos mais consumidos no Brasil é o queijo prato
(SILVEIRA e ABREU, 2003), por isso estudos envolvendo a difusão do cloreto de sódio,
na presença de um substituto (KCl), são fundamentais na estimativas de parâmetros
como as concentrações finais desses sais no queijo e o tempo de salga necessário
para alcançar essas concentrações.
45
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Hipertensão Arterial e o Cloreto de Sódio
Segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE, 2004) atualmente 35% da população brasileira acima de 40 anos são
hipertensos, isso representa em números absolutos um total de 17 milhões de
portadores da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). O termo hipertensão arterial,
denominado comumente de hipertensão ou pressão alta, significa a perda de
elasticidade das artérias, acompanhado da elevação da pressão arterial para além de
140 x 90 mmHg (CECIL, 2005). Esta elevação anormal pode causar lesões em
diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos
(VARELLA, 2006).
Hipertensão é a causa de 60% dos ataques cardíacos e 80% dos derrames
cerebrais. Mas o que pouca gente sabe é que a pressão alta também provoca
sofrimento dos rins, levando à insuficiência renal. Grande parte dos doentes que
precisam ser submetidos à diálise enquanto aguardam o transplante de rim chegaram a
esse estágio por causa da pressão alta (VARELLA, 2006).
No cérebro, podem acontecer dois tipos de acidentes vasculares, conhecidos
como derrames cerebrais. O isquêmico ocorre quando a artéria é obstruída, e o
hemorrágico, quando a artéria rompe, provocando sangramento. (VARELLA, 2006).
No coração, a hipertensão pode contribuir para a obstrução das coronárias,
artérias que nutrem o músculo cardíaco, levando ao infarto do miocárdio. (VARELLA,
2006).
Nos rins, o aumento da pressão conduz à dificuldade de filtrar o sangue, à
retenção de quido e à insuficiência renal, que pode exigir diálise e transplante de rim.
(VARELLA, 2006).
46
O sal ajuda a reter no organismo os líquidos que ingerimos. Para cada nove
gramas de sal que a pessoa ingere, o organismo retém um litro de água. Um litro de
água a mais no volume circulante obriga o coração a fazer mais força para trabalhar.
(VARELLA, 2006).
Dentre os fatores nutricionais estudados e que se associam à alta prevalência de
hipertensão arterial estão o elevado consumo de álcool e sódio e excesso de peso
(ICRG, 1988).
Populações ocidentais e com alto consumo de sal apareceram como tendo os
maiores percentuais de hipertensão, enquanto as populações rurais ou primitivas que
não faziam uso de sal de adição apresentaram menores prevalências ou nenhum caso
de hipertensão arterial (ICRG, 1988).
As medidas de maior eficácia do tratamento da hipertensão arterial são:
Redução do peso corporal e manutenção do peso ideal - índice de massa
corpórea (peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros)
entre 20 e 25 kg/m
2
porque existe relação direta entre peso corpóreo e pressão
arterial
(SACKS et al, 2001).
Redução da ingestão de sódio - é saudável ingerir até 6 g/dia de sal
correspondente a 4 colheres de café rasas de sal, 4g, e 2g de sal presente nos
alimentos naturais, reduzindo o sal adicionado aos alimentos, evitando o saleiro
à mesa e alimentos industrializados. A dieta habitual contém 10 a 12 g/dia de sal
(SACKS et al, 2001).
Maior ingestão de potássio - dieta rica em vegetais e frutas contém 2 a 4g de
potássio/dia e pode ser útil na redução da pressão e prevenção da hipertensão
arterial
(WHELTON et al, 1997). Os substitutos do sal contendo cloreto de
47
potássio e menos cloreto de sódio (30% a 50%) são úteis para reduzir a ingestão
de sódio e aumentar a de potássio.
Redução do consumo de bebidas alcoólicas (MACMAHON, 1987; KRAUSS et al,
2000, PUDDEY ET AL, 1985 e PUDDEY; BEILIN E VANDONGEN, 1987) para os
consumidores de álcool, a ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30g
álcool/dia contidas em 600 ml de cerveja (5% de álcool) ou 250 ml de vinho (12%
de álcool) ou 60ml de destilados (whisky, vodka, aguardente - 50% de álcool).
Este limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres,
indivíduos com sobrepeso e/ou triglicérides elevados.
Exercícios físicos regulares (BERLIN e COLDITZ, 1990 e PAFFENBARGER,
1988) - relação inversa entre grau de atividade física e incidência de
hipertensão; exercício físico regular reduz a pressão.
Neil (2006) anunciou os resultados de um estudo duplo-cego com 608 indivíduos
que foram randomizados para receber um substituto de sal (65% de cloreto de sódio,
25% de cloreto de potássio e 10% de sulfato de magnésio) ou sal comum (cloreto de
sódio a 100%). O estudo teve duração de um ano. A escolha da composição do
substituto foi realizada para que não houvesse o gosto residual amargo normalmente
reportado pelos substitutos padrões que contém com maior quantidade de cloreto de
potássio.
No início do estudo, a pressão arterial média aferida foi de 159/93 mmHg. Após
12 meses, a pressão sistólica era 5,4 mmHg menor entre aqueles que utilizaram o
substituto do sal quando comparados ao grupo controle, com alta significância
estatística (NEIL, 2006).
48
A indicação redução da ingestão de sal e aumento da ingestão de potássio se
justifica pela possibilidade de o potássio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ação
protetora contra danos cardiovasculares, e servir como medida auxiliar em pacientes
submetidos à terapia com diuréticos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2001).
Em muitos casos, a redução do sódio na dieta é suficiente para baixar a pressão
sanguínea, mas o sal de mesa não é a nossa única fonte de sódio . Sabe-se que o sal
de mesa tem 40% de sódio, mas ele está presente também em vários produtos
industrializados que consumimos diariamente, como pães, queijos, cereais, bolachas,
enlatados, etc. (PEDRINOLA, 2007).
2.2. Queijo prato e a redução de cloreto de sódio
A importância do queijo como alimento está no fato de ser um produto rico em
proteínas, gordura, sais minerais (cálcio e fósforo) e vitaminas. Portanto, indivíduos que
não apreciam o leite, encontram no queijo um alimento substitutivo, uma vez que uma
pequena porção de queijo (40g.) contém proteína e cálcio em quantidades suficientes
para substituir um copo de leite (200 ml) (CCA, 2001).
Incontestavelmente o queijo ocupa um lugar de grande destaque, pelo seu valor
nutritivo, entre os alimentos chamados completos, mas que contém uma grande
quantidade de sal, que pode ser constatado pela sua composição bruta, comparada
com a carne de vaca e o ovo (Tab. 1) (CCA, 2001).
Tab. 1 – Comparação nutricional entre queijo, carne e ovo (%) composição bruta
COMPONENTES QUEIJO CARNE OVO
Água 34,2 61,9 33,7
Gordura 33,7 18,5 10,5
Proteínas 25,9 18,6 14,8
Carboidratos 2,4 0,0 0,0
Sais 3,8 1,0 1,0
Calorias por libra 1885 1090 6,0
49
No Brasil, um dos queijos de maior destaque é o queijo prato. Este tipo de queijo
foi introduzido no Brasil por imigrantes dinamarqueses, e originou-se dos queijos tybo e
danbo, dinamarqueses, e do gouda, holandês. Possui grande importância no meio
comercial, ocupando o segundo lugar em produção no Brasil. Esse tipo de queijo
caracteriza-se por ter sabor suave, consistência macia, fácil fatiabilidade e melhor
padronização tecnológica, sendo, portanto, mais bem caracterizado comercialmente
(SILVEIRA e ABREU, 2003).
O teor de cloreto de sódio tem levado os consumidores conscientes a optarem
por queijos ou derivados menos salgados, devido à associação entre o consumo de sal
e a hipertensão arterial. Uma alternativa para reduzir o teor salino em queijos é a
substituição parcial do NaCl pelo KCl, desde que não se altere sua qualidade final
(BORSATO et al, 2007)
Rappaci (1989), fez um estudo que substitui uma parte de cloreto de sódio por
cloreto de potássio. O cloreto de potássio pode ser utilizado como substituto, pois,
possui características semelhantes ao cloreto de sódio. A substituição completa do
NaCl pelo KCl não é recomendada, devido ao sabor amargo conferido ao produto, o
que o torna pouco aceitável (FITZGERALD et al, 1985; LINDSAY et al, 1982 e
RAPACCI, 1989). Contudo, a substituição de até 30% do cloreto de sódio pelo cloreto
de potássio não apresentou diferenças sensoriais, sico-químicas ou microbiológicas
significativas (p < 0,05) em relação ao queijo prato salgado apenas com cloreto de
sódio (RAPACCI, 1989).
A salga é uma etapa muito importante na fabricação de queijo. A salga melhora o
sabor do queijo, ajuda a mascarar algum tipo de sabor indesejável que esteja com
baixa intensidade e inicia a formação da casca do queijo. Quando o queijo absorve o
sal, ocorre liberação de soro, levando a uma perda de peso de aproximadamente 2%
no queijo Prato. Esse sal absorvido auxilia na inibição do desenvolvimento de alguns
microrganismos, pois contribui de forma considerável na atividade de água (aw) do
50
queijo, além de controlar a velocidade e intensidade da maturação. O queijo é
salgado quando atinge uma fermentação adequada, pois caso contrário, inibição do
fermento, levando ao aparecimento de problemas, principalmente na superfície do
queijo, como manchas e fermentação indesejada (LATICÍNIO. NET, 2004). O conteúdo
do sal determina também muitas características nos queijos, tais como, fragmentação,
fatiabilidade, esticabilidade e derretibilidade. Quanto às formas de salga, existem
quatro. São elas: no leite, na massa, a seco e em salmoura (LATICÍNIO. NET, 2004).
Dentre os diferentes tipos de salga dos queijos, destaca-se a salga por submersão,
onde o produto é mantido em salmoura por tempo variável (BORSATO et al, 2007).
A salga em salmoura ou salga úmida, é realizada normalmente em tanques de
salmoura, onde os queijos são mergulhados após a prensagem. A quantidade de sal
retida pelo queijo depende da concentração e temperatura da salmoura, e do tempo de
salga. Geralmente utilizam-se salmouras com concentração de sal de 20 a 24% e uma
temperatura entre 10 e 15°C, para evitar o crescimento de microrganismos
indesejáveis. O tempo de salga é determinado em função do teor de umidade,
tamanho, formato do queijo em questão e do teor de sal desejado. Um queijo prato,
variedade lanche de 1kg, necessita permanecer aproximadamente 24 horas em uma
salmoura com 20% sal em uma temperatura de 1C. A salmoura deve obedecer a um
rigoroso controle quanto à concentração do sal e condições adequadas de higiene
(SHEGDONI; RETTI e SOUZA, 1979).
O sal exerce um papel preponderantemente nos fenômenos físico-químicos,
bioquímicos e microbiológicos que ocorrem durante a maturação (HOHENDORFF e
SANTOS, 2006).
Quando o queijo é colocado na salmoura ocorrem simultaneamente, a entrada
de sal (difusão) e saída de água (osmose). O sistema NaCl/água, portanto pode ser
classificado como binário (GERLA e RUBIOLO, 2003).
51
No caso da utilização de uma parte de cloreto de potássio na salga do queijo,
passa a ser um sistema ternário (NAUMAN e SAVOCA, 2001). Para estudar a difusão
nesse sistema é necessário levar em conta o fluxo do cloreto de potássio, bem como
sua influência no fluxo de cloreto de potássio. Para isso Bona (2004), utilizou uma
modelagem matemática mais ampla para a simulação do sistema de difusão que ocorre
neste sistema multicomponente.
2.3. Difusão
A difusão representa um fenômeno de transferência de massa que surge devido
a uma diferença de potencial, provocada graças a uma diferença de concentração
puntual. Este fenômeno é o responsável por muitas das operações unitárias existentes
no campo da Engenharia Química e da Engenharia de Alimentos. A grandeza que
mede a condutividade da transferência de massa, no fenômeno da difusão, é a
difusividade mássica ou coeficiente de difusão. Dos três estados da matéria, os gases
são os mais fáceis de serem tratados matematicamente em relação difusão, pelo fato
de suas moléculas estarem distantes uma das outras e as forças moleculares poderem
ser descartadas ou consideradas apenas nas colisões. os líquidos, que têm sido
tratados como “gases densos”, estão num grupo intermediário e existem atualmente
modelos razoáveis para a predição do coeficiente de difusão de determinados pares
(WELTY, WICKS e WILSON, 1986).
A difusão pode ser vista como um processo no qual a concentração tende a se
igualar em todos os pontos do sistema com o passar do tempo, ou seja, a difusão é um
processo no qual a diferença de concentração é reduzida através de um fluxo
espontâneo da matéria (NETZ E GONZALEZ, 2002).
A expressão que descreve o processo de difusão mássica é a conhecida lei de
Fick.
j
A
= - ρ D
AB
m
A
52
(20)
onde, ρ é a densidade mássica: ρ= ρ
A
+ρ
B
;
m
A
é a fracção de massa: m
A
= ρ
A
/ρ
ou
j
*
A
= - C D
AB
x
A
(21)
onde, C é a concentração molar: C = C
A
+ C
B
;
x
A
é a fracção molar: x
A
= C
A
/C
A lei de Fick estabelece que o fluxo de matéria é proporcional à diminuição da
concentração e inversamente proporcional à distância (dx) (NETZ E GONZALEZ, 2002).
A segunda lei de Fick representa a velocidade de alteração da concentração de
soluto em função do tempo e o deslocamento, ou seja, dois fatores importantes na
determinação do coeficiente de difusão de qualquer soluto em diferentes sistemas
(NETZ E GONZALEZ, 2002).
A difusão mássica em um sólido é um fenômeno geralmente lento e pode ser
satisfatoriamente modelado pela lei Fick (CRANK, 1975). Quando dois solutos estão
presentes (difusão multicomponente), um sistema de equações formado a partir da
segunda lei de Fick pode ser empregado no estudo quantitativo do fenômeno
(CUSSLER,1976). Ao sistema estão associados coeficientes de difusão referentes ao
fluxo dos solutos em relação ao próprio gradiente de concentração (coeficiente de
difusão principal) e coeficientes de difusão cruzados que correlacionam a interação
existente entre os solutos à variação da concentração (ZORRILA e RUBIOLO, 1998).
53
A utilização de modelos que simulam a difusão multicomponente, como a lei
de Fick generalizada, durante a salga e maturação de queijos é importante para o
controle do processo e da qualidade do produto (BORSATO et al, 2007).
Bona (2004), modelou e simulou a difusão multicomponete que ocorre durante a
salga mista (NaCl e KCl) de queijo prato em salmoura estática. Para este estudo utilizou
o Método de Elementos Finitos (MEF) e um método analítico (MA). O desvio em relação
aos dados experimentais do NaCl foi de 2,7% para o MA e 2,8% para o MEF, para o
KCl o MA apresentou um desvio de 6,6% e o MEF 5,5%. Bona (2007), fez o mesmo
estudo com o MEF, mas usando salga com agitação. O desvio de NaCl dos dados
experimentais da concentração foi 7.3% e 5.4% para o KCl.
Atualmente um novo programa computacional vem sendo utilizado para
simulações, as Redes Neurais Artificiais.
As Redes Neurais consistem em
algoritmos de aprendizagem podendo ser uma ferramenta poderosa para
resolver determinados tipos de problemas complexos e resultados do rendimento
melhores do que outros modelos matemáticos (HUANG; KANGAS & RASCO,
2007).
As Redes Neurais Artificiais podem ser utilizadas em todas as áreas da ciência
de alimentos, o ferramentas úteis para análises da segurança alimentar e da
qualidade, tais como a modelagem do crescimento microbiano e predição da segurança
alimentar. Podem interpretar dados espectroscópicos, e a predição do produto químico,
e propriedades funcionais de alimento durante o processamento e a distribuição. RNAs
são uma promessa para modelar tarefas complexas no controle e na simulação do
processo (HUANG; KANGAS & RASCO, 2007).
54
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Desenvolver a melhor Rede Neural Artificial para a obtenção das
concentrações finais de NaCl e KCl.
3.2. Objetivos Específicos
i. Utilizar o programa Soft Statistica 7.1, com o dulo RNA para simulação
da salga mista.
ii. Validar e verificar a confiabilidades dos resultados com a rede obtida.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Queijo prato
Os queijos pratos foram medidos em supermercado da cidade de Londrina.
Foram medidos queijos pratos de três pesos 0,5 kg marca Italac, 2,0 Kg Tirolez e 3,0 kg
Leitebom. Dez queijos foram medidos utilizando como convenção os eixos imaginários
(x,y,z) com origem no centro geométrico (Fig.15) .
55
Fig. 15 - Convensão adotada para os eixos imaginários, com origem no centro geométrico da
amostra para identificação da simetria.
Com as medidas do queijo foram calculados a média, desvio padrão e volume
(ANEXO 1).
4.2. Simulação
Com os novos valores de medidas de queijos foi feita uma simulação utilizando
um programa em linguagem FORTRAN para a criação de um banco de dados maior.
Para simulação utilizou-se o programa SIMUL 3.0 software (Bona,2004), em
linguagem Fortran. A partir da concentração inicial de NaCl e KCl da salmoura (tabela),
o tempo salga, as medidas dos eixos X,Y,Z, condição de contorno (com e sem
agitação), foi feita uma simulação para obtenção da concentração final de NaCl e KCl
no queijo prato.
56
Tab. 2 – Proporção em massa entre os sais NaCl e KCL na salmoura
NaCl (%) KCl (%)
90 10
80 20
75 25
70 30
65 35
60 40
50 50
Outros dados utilizados para a simulação:
Malha com 504 elementos: (8 no eixo X, 7 no Y e 9 no Z)
Discretização temporal: 2 x 0,05h; 3 x 0,30h; 11 x 1,00h
Pontos de integração: 3
Biot 16,577
Concentração inicial de NaCl e KCl no queijo (g/100g de água no queijo)
NaCl 0,18 e KCl 0,26
Umidade de queijo 45% (g/100g de queijo base úmida)
Matriz de coeficiente de difusão
0,242 0,019
0,039 0,254
Onde 0,242 e 0,254 são os coeficientes de difusão principais (cm
2
/dia) para NaCl
e KCl respectivamente e 0,039 e 0,019 são os coeficientes de difusão cruzados
(cm
2
/dia) para NaCl e KCl respectivamente.
57
O número de Biot (Bi) expressa a magnitude relativa das resistências externa e
interna, relaciona a velocidade de transporte de massa na camada líquida estagnada ao
redor da biopartícula com a velocidade de difusão intraparticular (FAZOLO et al, 2001)
De acordo com Bailey & Ollis (1986), se Bi for da ordem de 100 ou maior, os efeitos de
resistência externos não serão significativos. O número de Biot foi utilizado para
salga estática, onde Bi = 16,577.
No final da simulação teve um banco de dados com 504 dados, onde 240 para
treinamento, 120 para validação e 144 para teste.
.
4.3. Aplicativo Computacional
Foi utilizado o programa STATISTICA 7.1 (2006). O módulo de redes neurais
consta de:
aquisição de dados;
pré e pós- processamento;
perceptrons de multicamadas (MLP);
funções de base radial (RBF);
ferramentas estatísticas para avaliação e validação;
mapas auto-ajustáveis (SOM) ou algoritmo de Kohonen para aprendizagem não
supervisionada;
solução de problemas de classificação;
técnicas de ensemble (maquina de comitê) para melhorar o desempenho das
redes;
análise de componentes principais.
58
4.4. Desenvolvimento da Rede Neural: manual de operação
No programa Statistica 7.1 foi criada uma tabela, com as seguintes variáveis
X,Y,Z, volume, NaCl, KCl, condição de contorno, tempo de salga, NaCl
f
, KCl
f
e
amostragem. Um exemplo da tabulação dos dados encontra-se no ANEXO 2.
Onde X,Y e Z são as médias desses eixos para cada queijo e estão em cm. O
volume foi encontrado pela multiplicação dos três eixos e esta em cm
3
. NaCl e KCl são
as concentrações iniciais desses sais e estão expressos em grama por 100 de água do
queijo. A condição de contorno foi estabelecida como salga com agitação e salga sem
agitação (estática). O tempo de salga foi de 1 a 12 horas e NaCl
f
e KCl NaCl
f
são as
concentrações finais desses sais em g/100g de água no queijo. A amostragem é
utilizada para determinar quais são utilizadas para treinamento e quais utilizadas para
validação e teste. Onde 1 representa treinamento e 2 validação e 3 teste (ANEXO 2).
Os índices 1 e 2 foram selecionados aleatoriamente entre as simulações com 90 e 10,
80 e 20, 70 e 30, 60 e 40 e 50 e 50 de proporção em massa entre os sais NaCl e KCl
na salmoura. O índice três 3 foi uma simulação que considerou as proporções de 75, 25
e 65, 35 para o NaCl e KCl respectivamente (Tab. 2).
O primeiro passo é definir o tipo de problema (Fig. 16). Neste caso, será utilizada
a regressão. Em problemas de regressão, o objetivo é estimar o valor de uma variável
de saída continua e as variáveis de entrada são conhecidas. Os problemas de
regressão podem ser resolvidos utilizando vários tipos de redes como MLP (Multi Layer
Perceptron, Perceptron de Multi Camadas); RBF (Radial Basics Function ou Função de
Base Radial); GRNN (Generelized Regression Neural Network ou Rede Neural de
Regressão Generalizada) e Linear.
59
Fig. 16 – Caixa de diálogo inicial do Statistica – módulo De Redes Neurais Artificiais
A seguir, em selecione a análise (Select analysis) (Fig. 16) define-se o tipo de
análise. Pode ser utilizado tanto o Inteligent Problem Solver (Resolução Inteligente de
Problemas), onde se pode escolher mais de um tipo de rede ou o Custom Network
Designer (CND - Projetista de Rede Customizada), onde se especifica o tipo de rede
criando uma rede neural individual. Foi selecionado o CND, pois será utilizada uma
rede individual. Após a seleção do CND, seleciona-se quais serão as variáveis de
entrada (input), de saída (output), as variáveis qualitativas (Categorical Inputs), que são
empregadas quando é necessário agrupar (grupos ou classes), por exemplo, a
condição de contorno e por último a variável de subgrupos (subset), utilizada para
definir quais subgrupos serão usados no treinamento, validação e teste da rede (Fig.
17).
60
Quando se utiliza subset variável, é necessário especificar o código do variável,
qual subgrupo será utilizado para o treinamento e qual será utilizado para validação e
teste (Fig.16).
Fig. 17 Caixa de diálogo do Statistica 7.1 para escolha do tipo de problema, variáveis e tipo de
análise
Depois de definido o tipo do problema, as variáveis e os tipos de análise, clica-se
OK. Na próxima caixa de diálogo (Fig. 18) foi selecionado o tipo de rede. Para este
estudo foi empregada uma rede do tipo RBF. Essa rede tem como característica
combinar uma única camada intermediária ou escondida com uma camada de saída. A
grande vantagem da utilização da RBF está na velocidade do processo de treinamento.
As redes RBF, como descrito por Haykin (1994), são, usualmente mais rápidas no
processo de treinamento que o MLP. Nesta mesma caixa de diálogo, em Units
(unidades) escolhe-se a quantidade de neurônios da camada intermediária (escondida).
61
Fig. 18 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 para escolha do tipo de rede e quantidade de neurônios
na camada escondida
O próximo passo foi optar pelo algoritmo de treinamento da rede. Como visto
no capitulo 1, as redes do tipo RBF podem ser treinadas por vários métodos. As redes
RBF usam um processo de treinamento de 2 estágios:
1. Atribuição dos centros do radial e os seus desvios;
2. Otimização da camada de saída.
Na caixa de diálogo de treinamento (Fig. 19) escolhe-se entre Sample training
cases (treinamento de amostras) e K-means (K-médias). Foi utilizado o K-means, que é
um dos mais simples algoritmos de aprendizagem não supervisionado (MOORE, 2001).
Depois deve-se escolher a propagação do radial (radial spread). Seleciona-se o K-
Nearest neighbors ou vizinho mais próximo de K ou centro mais próximo de K e defini-
se a quantidade de K-Nearest neighbors a ser utilizada.
62
Fig. 19 – Caixa de diálogo do Statistica 7.1 - Treinamento da Rede de Função de Base Radial
Após escolher os meros de vizinhos mais próximos de K clica-se em OK e o
programa calcula os desempenhos e os erros (Fig. 20 e 21).
Fig. 20 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 – Resultados
63
Fig. 21 - Caixa de diálogo do Statistica 7.1 – Continuação de Resultados
Na coluna Profile perfil (Fig. 20) está a topologia da rede. Por exemplo, RBF
7:7-29-2:2, significa: RBF é o tipo de rede, 7 é o número de variáveis de entrada, 7
número de neurônios de entrada, 29 número de neurônios na camada intermediária, 2 o
número de neurônios de saída e 2 o número de variáveis de saída (as variáveis de
entrada e saída são especificadas a frente (item 5.) O Train perf/ Select perf/ Test perf
referem-se à performance da rede no treinamento, validação e teste, respectivamente
e são o valor do desvio entre os valores obtidos paras as concentrações finais de NaCl
e KCl pela rede neural e o valores previstos, durante o treinamento, validação e teste.
Train. Error; Select Error e Test Error indicam o erro da rede nos subconjuntos usados
durante o treinamento, validação e teste respectivamente.
A coluna Training/Members (Fig. 21), apresenta um breve resumo dos
algoritmos usados no treinamento para aperfeiçoar a rede neural KM- K-means; KN- K-
Nearest Neighbors e PI– Pseudo Inversa.
64
Na aba Advanced (Fig.21), se tem à geração especializada dos resultados,
onde se pode fazer gráficos e ilustração das redes neurais. A aba Predictions (Fig. 21),
não esta disponível para todos modelos de rede, gera a previsão padrão da rede; isto é,
um valor previsto para as variáveis de saída do modelo. A aba Residual (Fig. 21)
funciona apenas em problemas de regressão e calcula os erros gerados por essas
redes. Pode-se escolher entre os tipos de resíduos como, por exemplo, o Raw (valor
observado previsto); Squared (Raw)
2
; Standart (erro padrão) e Absolute (|Observado-
Previsto|).
Na aba Sensitivy (Fig.21), avalia-se a sensibilidade das variáveis de entrada e
sua importância. As relações abaixo de 1.0 são irrelevantes e essas variáveis podem
ser desconsideradas (STATISTICA 7.1, 2006).
A aba Plot (Fig. 21) está somente disponível para redes de regressão. As opções
nesta aba são usadas para produzir uma variedade de gráficos X versus Y, por
exemplo valor previsto versus observado e histogramas. A aba Descriptive Statistics
(Fig.21), gera estatísticas do desempenho da regressão. As estatísticas da regressão
incluem:
Data Mean: valor médio da variável de saída (observada).
Data S.D.: desvio padrão da variável de saída (observada).
Error Mean. erro médio (resíduo entre os valores de saída observados e previstos) das
variáveis de saída.
Abs. E. Mean: erro médio absoluto (diferença entre os valores de saída observados e
previstos) das variáveis de saída.
Error S.D. : desvio padrão dos erros das variáveis de saída.
S.D. Ratio: relação do desvio padrão.
65
Correlation: coeficiente de correlação entre os valores previstos e observados dos
valores de saída.
Essas etapas são repetidas várias vezes alterando a quantidade de neurônios da
camada intermediária e do número de vizinhos mais próximos. Também se pode
modificar as variáveis de entrada.
5. RESULTADOS e DISCUSSÃO
Antes de iniciar o estudo para desenvolver a melhor rede capaz de prever as
concentrações finais de NaCl e KCl , verificou-se o que seria mais relevante, o uso do
volume ou dos eixos X, Y e Z como variáveis de entrada ao problema em estudo. Para
isso foi realizada uma análise de sensibilidade (aba Sensitivy Fig. 21) das redes quando
essas foram simuladas utilizando os eixos X; Y; Z; volume; concentração inicial NaCl e
KCl (g/100 g de água no queijo) e tempo de salga como variáveis de entrada. Como
variáveis de saída foram definidas; concentração final de KCl (KClf) e NaCl (NaClf)
(g/100 g de água no queijo). A variável qualitativa é a condição de contorno (contorno) e
subset, a amostragem. A quantidade de neurônios variou entre 15 e 24
.
Tab. 3 - Análise de Sensibilidade das redes com eixos X, Y, Z, volume, Concentração inicial de
NaCl e KCl, e tempo de salga como variáveis de entrada e neurônios entre 15 e 24
X
Y
Z
volume
NaCl
KCl
Contorno
Tempo
Rank.1
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
4,000000
3,000000
2,000000
1,000000
Rank.2
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
4,000000
3,000000
2,000000
1,000000
Rank.3
3,000000
8,000000
7,000000
6,000000
5,000000
4,000000
2,000000
1,000000
Rank.4
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
3,000000
4,000000
2,000000
1,000000
Rank.5
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
4,000000
3,000000
2,000000
1,000000
Rank.6
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
4,000000
3,000000
2,000000
1,000000
Rank.7
3,000000
8,000000
7,000000
6,000000
5,000000
4,000000
2,000000
1,000000
Rank.8
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
4,000000
3,000000
2,000000
1,000000
Rank.9
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
3,000000
4,000000
2,000000
1,000000
Rank.10
5,000000
8,000000
7,000000
6,000000
3,000000
4,000000
2,000000
1,000000
66
Observa-se na tabela 3 que o tempo e o contorno são as duas variáveis mais
relevantes (1º e lugares na classificação), seguidas pela concentração de cloreto de
sódio e cloreto de potássio e o eixo x que variaram sua posição. as que apresentaram
menor relevância foram o volume, o eixo Z e por ultimo o Y. Como, ao mesmo tempo
em que o eixo X teve maior importância que o volume, e esse teve mais relevância que
os eixos Y e Z, não se pode definir, a princípio, se seria mais conveniente usar o
volume ou os três eixos como variáveis de entrada.
Por isso, foram simuladas redes separadas. Primeiramente foram simuladas
redes utilizando os eixos X, Y e Z e depois usando o volume. Em ambas simulações
foram empregadas ainda como variáveis de entrada o tempo de salga e as
concentrações iniciais de cloreto de sódio e cloreto de potássio. O contorno foi utilizado
como variável qualitativa e a amostragem como variável subset. A quantidade de
neurônios variou entre 20 e 30 e ainda 35, 40, 45 e 50 e o número de vizinhos na
camada mais próxima (neighbors) foi mantido em 9 para começar. A seguir, as tabelas
com as duas simulações (Tab. 4 e 5).
67
Tab. 4 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z.
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do
treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento
Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-20-2:2
0,107770
0,117855
0,106309
KM,KN,PI
20
9
RBF 7:7-21-2:2
0,086933
0,099244
0,092957
KM,KN,PI
21
9
RBF 7:7-22-2:2
0,083301
0,101780
0,092370
KM,KN,PI
22
9
RBF 7:7-23-2:2
0,092711
0,102323
0,098442
KM,KN,PI
23
9
RBF 7:7-24-2:2
0,099812
0,106457
0,103683
KM,KN,PI
24
9
RBF 7:7-25-2:2
0,082863
0,096504
0,083615
KM,KN,PI
25
9
RBF 7:7-26-2:2
0,088723
0,107881
0,104375
KM,KN,PI
26
9
RBF 7:7-27-2:2
0,065904
0,085896
0,076949
KM,KN,PI
27
9
RBF 7:7-28-2:2
0,102320
0,113431
0,110844
KM,KN,PI
28
9
RBF 7:7-29-2:2
0,076123
0,095798
0,082393
KM,KN,PI
29
9
RBF 7:7-30-2:2
0,074084
0,097427
0,085472
KM,KN,PI
30
9
RBF 7:7-31-2:2
0,064314
0,078239
0,073401
KM,KN,PI
31
9
RBF 7:7-32-2:2
0,073986
0,098833
0,076202
KM,KN,PI
32
9
RBF 7:7-33-2:2
0,068150
0,086885
0,073677
KM,KN,PI
33
9
RBF 7:7-34-2:2
0,070508
0,088503
0,075168
KM,KN,PI
34
9
RBF 7:7-35-2:2
0,063346
0,091665
0,071887
KM,KN,PI
35
9
RBF 7:7-40-2:2
0,060539
0,076687
0,065464
KM,KN,PI
40
9
RBF 7:7-45-2:2
0,050449
0,076382
0,060514
KM,KN,PI
45
9
RBF 7:7-50-2:2
0,056831
0,081001
0,069868
KM,KN,PI
50
9
68
Tab. 5 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com o volume
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf
Desempenho
do teste
Treinamento
Hidden(1)
neighbors
RBF 5:5-20-2:2
0,122783
0,132714
0,114887
KM,KN,PI
20
9
RBF 5:5-21-2:2
0,115517
0,121144
0,124894
KM,KN,PI
21
9
RBF 5:5-22-2:2
0,104706
0,108739
0,111933
KM,KN,PI
22
9
RBF 5:5-23-2:2
0,106030
0,136535
0,095386
KM,KN,PI
23
9
RBF 5:5-24-2:2
0,113978
0,127395
0,121648
KM,KN,PI
24
9
RBF 5:5-25-2:2
0,121473
0,130031
0,125063
KM,KN,PI
25
9
RBF 5:5-26-2:2
0,100737
0,109901
0,110468
KM,KN,PI
26
9
RBF 5:5-27-2:2
0,118605
0,139940
0,122099
KM,KN,PI
27
9
RBF 5:5-28-2:2
0,112963
0,120206
0,116850
KM,KN,PI
28
9
RBF 5:5-29-2:2
0,086126
0,099001
0,088569
KM,KN,PI
29
9
RBF 5:5-30-2:2
0,099088
0,109980
0,096301
KM,KN,PI
30
9
RBF 5:5-31-2:2
0,096591
0,109053
0,113657
KM,KN,PI
31
9
RBF 5:5-32-2:2
0,077053
0,091115
0,073940
KM,KN,PI
32
9
RBF 5:5-33-2:2
0,080536
0,101962
0,078642
KM,KN,PI
33
9
RBF 5:5-34-2:2
0,086315
0,099472
0,089832
KM,KN,PI
34
9
RBF 5:5-35-2:2
0,071096
0,096239
0,070983
KM,KN,PI
35
9
RBF 5:5-40-2:2
0,080685
0,101483
0,084152
KM,KN,PI
40
9
RBF 5:5-45-2:2
0,077862
0,091494
0,073139
KM,KN,PI
45
9
RBF 5:5-50-2:2
0,071124
0,099028
0,083920
KM,KN,PI
50
9
Como pode ser observado, as redes que utilizaram os eixos X, Y e Z como
variáveis de entrada tiveram valores menores de train perf., select perf., test perf. Por
isso para o estudo foi decidido utilizar os eixos X, Y e Z.
Nos próximos testes, foram definidas como variáveis de entrada os eixos X, Y e Z;
concentração inicial NaCl e KCl no queijo e tempo de salga. Como variáveis de saída
KCl
f
e NaCl
f
. A variável qualitativa é o contorno e subset à amostragem.
Variou-se os números de neurônios (25 a 30 e 35) e dos vizinhos mais próximos
de K (9 a 15) (Tab. 6).
69
Tab. 6 Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z, neurônios
variando de 25 a 30 e 35 e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do treinamento
Select perf –
Desempenho da
Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-25-2:2 0,083980 0,095612 0,092027 KM,KN,PI 25
9
RBF 7:7-25-2:2 0,066095 0,075775 0,075305 KM,KN,PI 25
10
RBF 7:7-25-2:2 0,099372 0,106873 0,091414 KM,KN,PI 25
11
RBF 7:7-25-2:2 0,072556 0,082566 0,077342 KM,KN,PI 25
12
RBF 7:7-25-2:2 0,058700 0,078415 0,065876 KM,KN,PI 25
13
RBF 7:7-25-2:2 0,061223 0,069016 0,065517 KM,KN,PI 25
14
RBF 7:7-25-2:2 0,064748 0,073525 0,067803 KM,KN,PI 25
15
RBF 7:7-26-2:2 0,076689 0,093108 0,084446 KM,KN,PI 26
9
RBF 7:7-26-2:2 0,084083 0,102669 0,092879 KM,KN,PI 26
10
RBF 7:7-26-2:2 0,063758 0,080863 0,074279 KM,KN,PI 26
11
RBF 7:7-26-2:2 0,077002 0,096408 0,083217 KM,KN,PI 26
12
RBF 7:7-26-2:2 0,065398 0,078628 0,073526 KM,KN,PI 26
13
RBF 7:7-26-2:2 0,084522 0,099175 0,089385 KM,KN,PI 26
14
RBF 7:7-26-2:2 0,056426 0,073218 0,067158 KM,KN,PI 26
15
RBF 7:7-27-2:2 0,108335 0,137320 0,108254 KM,KN,PI 27
9
RBF 7:7-27-2:2 0,082931 0,099868 0,089946 KM,KN,PI 27
10
RBF 7:7-27-2:2 0,065591 0,076236 0,067678 KM,KN,PI 27
11
RBF 7:7-27-2:2 0,067728 0,084246 0,074867 KM,KN,PI 27
12
RBF 7:7-27-2:2 0,078528 0,092291 0,084271 KM,KN,PI 27
13
RBF 7:7-27-2:2 0,076579 0,082090 0,078521 KM,KN,PI 27
14
RBF 7:7-27-2:2 0,063101 0,079355 0,069753 KM,KN,PI 27
15
RBF 7:7-28-2:2 0,065899 0,081613 0,072790 KM,KN,PI 28
9
RBF 7:7-28-2:2 0,086146 0,097400 0,092155 KM,KN,PI 28
10
RBF 7:7-28-2:2 0,064317 0,086879 0,066781 KM,KN,PI 28
11
RBF 7:7-28-2:2 0,086221 0,097681 0,092122 KM,KN,PI 28
12
RBF 7:7-28-2:2 0,077224 0,096844 0,088002 KM,KN,PI 28
13
RBF 7:7-28-2:2 0,065132 0,077784 0,069012 KM,KN,PI 28
14
RBF 7:7-28-2:2 0,063046 0,089876 0,069456 KM,KN,PI 28
15
RBF 7:7-29-2:2 0,064377 0,080859 0,069189 KM,KN,PI 29
9
RBF 7:7-29-2:2 0,086451 0,096079 0,090754 KM,KN,PI 29
10
RBF 7:7-29-2:2 0,064730 0,084119 0,073101 KM,KN,PI 29
11
RBF 7:7-29-2:2 0,073305 0,088569 0,076756 KM,KN,PI 29
12
70
Continuação (Tab .6)
RBF 7:7-29-2:2 0,053029 0,070589 0,059862
KM,KN,PI 29
13
RBF 7:7-29-2:2 0,053162 0,071421 0,059039
KM,KN,PI 29
14
RBF 7:7-29-2:2 0,063878 0,080559 0,070290
KM,KN,PI 29
15
RBF 7:7-30-2:2 0,073264 0,090816 0,080162
KM,KN,PI 30
9
RBF 7:7-30-2:2 0,069357 0,084688 0,076286
KM,KN,PI 30
10
RBF 7:7-30-2:2 0,063208 0,081224 0,061674
KM,KN,PI 30
11
RBF 7:7-30-2:2 0,061136 0,070191 0,063257
KM,KN,PI 30
12
RBF 7:7-30-2:2 0,072770 0,087628 0,076988
KM,KN,PI 30
13
RBF 7:7-30-2:2 0,063428 0,085312 0,069597
KM,KN,PI 30
14
RBF 7:7-30-2:2 0,053312 0,069952 0,065713
KM,KN,PI 30
15
RBF 7:7-35-2:2 0,057539 0,079771 0,063190
KM,KN,PI 35
9
RBF 7:7-35-2:2 0,051736 0,077086 0,059307
KM,KN,PI 35
10
RBF 7:7-35-2:2 0,063195 0,082196 0,064907
KM,KN,PI 35
11
RBF 7:7-35-2:2 0,059989 0,079797 0,069748
KM,KN,PI 35
12
RBF 7:7-35-2:2 0,065402 0,081131 0,066372
KM,KN,PI 35
13
RBF 7:7-35-2:2 0,053398 0,067033 0,059816
KM,KN,PI 35
14
RBF 7:7-35-2:2 0,046364 0,065822 0,054147
KM,KN,PI 35
15
O próximo passo foi selecionar e repetir os testes que tiveram valor de train perf.
6x10
-2
, ou seja, um desvio menor ou igual a 6% do valor obtido em relação ao valor
previsto. As redes que tiveram menor desvio foram as que utilizaram 29, 30 e 35
neurônios. Nesta etapa, todas as variáveis e variação dos vizinhos mais próximos foram
mantidas. Essa etapa foi repetida três vezes para verificar repetibilidade dos resultados
(Tab. 7, 8 e 9).
71
Tab. 7– Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z, com 29, 30 e
35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-29-2:2
0,080319
0,102855
0,089044
KM,KN,PI
29
9
RBF 7:7-29-2:2
0,081180
0,092752
0,082036
KM,KN,PI
29
10
RBF 7:7-29-2:2
0,057666
0,080267
0,063527
KM,KN,PI
29
11
RBF 7:7-29-2:2
0,069823
0,086167
0,075817
KM,KN,PI
29
12
RBF 7:7-29-2:2
0,056781
0,068766
0,067647
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,063179
0,081494
0,073252
KM,KN,PI
29
14
RBF 7:7-29-2:2
0,096217
0,097666
0,100857
KM,KN,PI
29
15
RBF 7:7-30-2:2
0,061036
0,081536
0,074665
KM,KN,PI
30
9
RBF 7:7-30-2:2
0,084781
0,098902
0,097052
KM,KN,PI
30
10
RBF 7:7-30-2:2
0,081283
0,095101
0,081248
KM,KN,PI
30
11
RBF 7:7-30-2:2
0,062467
0,082563
0,064781
KM,KN,PI
30
12
RBF 7:7-30-2:2
0,065981
0,084082
0,075298
KM,KN,PI
30
13
RBF 7:7-30-2:2
0,054538
0,071585
0,059840
KM,KN,PI
30
14
RBF 7:7-30-2:2
0,053652
0,070973
0,062172
KM,KN,PI
30
15
RBF 7:7-35-2:2
0,071905
0,096912
0,078030
KM,KN,PI
35
9
RBF 7:7-35-2:2
0,060476
0,085579
0,061847
KM,KN,PI
35
10
RBF 7:7-35-2:2
0,059863
0,075128
0,067684
KM,KN,PI
35
11
RBF 7:7-35-2:2
0,070168
0,093155
0,075632
KM,KN,PI
35
12
RBF 7:7-35-2:2
0,054956
0,073161
0,063854
KM,KN,PI
35
13
RBF 7:7-35-2:2
0,049573
0,075225
0,057763
KM,KN,PI
35
14
RBF 7:7-35-2:2
0,050434
0,064151
0,060169
KM,KN,PI
35
15
72
Tab. 8- Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z, com 29, 30 e
35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-29-2:2
0,064799
0,082739
0,089044
KM,KN,PI
29
9
RBF 7:7-29-2:2
0,078160
0,102941
0,082036
KM,KN,PI
29
10
RBF 7:7-29-2:2
0,067158
0,089563
0,063527
KM,KN,PI
29
11
RBF 7:7-29-2:2
0,071172
0,090327
0,075817
KM,KN,PI
29
12
RBF 7:7-29-2:2
0,059437
0,074555
0,067647
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,048186
0,064731
0,073252
KM,KN,PI
29
14
RBF 7:7-29-2:2
0,062207
0,074962
0,100857
KM,KN,PI
29
15
RBF 7:7-30-2:2
0,079264
0,091808
0,074665
KM,KN,PI
30
9
RBF 7:7-30-2:2
0,084049
0,102861
0,097052
KM,KN,PI
30
10
RBF 7:7-30-2:2
0,058121
0,071083
0,081248
KM,KN,PI
30
11
RBF 7:7-30-2:2
0,060853
0,077444
0,064781
KM,KN,PI
30
12
RBF 7:7-30-2:2
0,071348
0,087308
0,075298
KM,KN,PI
30
13
RBF 7:7-30-2:2
0,057445
0,077402
0,059840
KM,KN,PI
30
14
RBF 7:7-30-2:2
0,061636
0,069814
0,062172
KM,KN,PI
30
15
RBF 7:7-35-2:2
0,068438
0,091469
0,078030
KM,KN,PI
35
9
RBF 7:7-35-2:2
0,054565
0,080184
0,061847
KM,KN,PI
35
10
RBF 7:7-35-2:2
0,054569
0,075462
0,067684
KM,KN,PI
35
11
RBF 7:7-35-2:2
0,054620
0,071671
0,075632
KM,KN,PI
35
12
RBF 7:7-35-2:2
0,052717
0,073037
0,063854
KM,KN,PI
35
13
RBF 7:7-35-2:2
0,066339
0,090071
0,057763
KM,KN,PI
35
14
RBF 7:7-35-2:2
0,051039
0,076381
0,060169
KM,KN,PI
35
15
73
Tab. 9- Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z, com 29, 30 e
35 neurônios e vizinhos mais próximos variando entre 9 e 15
Profile
Train Perf. -
Desempenho
do treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-29-2:2
0,086524
0,107116
0,096808
KM,KN,PI
29
9
RBF 7:7-29-2:2
0,070256
0,084517
0,071901
KM,KN,PI
29
10
RBF 7:7-29-2:2
0,069407
0,089326
0,078530
KM,KN,PI
29
11
RBF 7:7-29-2:2
0,065177
0,078801
0,074221
KM,KN,PI
29
12
RBF 7:7-29-2:2
0,054043
0,076782
0,062782
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,057839
0,076925
0,066990
KM,KN,PI
29
14
RBF 7:7-29-2:2
0,071448
0,084141
0,071239
KM,KN,PI
29
15
RBF 7:7-30-2:2
0,065927
0,083805
0,075764
KM,KN,PI
30
9
RBF 7:7-30-2:2
0,071391
0,088042
0,080670
KM,KN,PI
30
10
RBF 7:7-30-2:2
0,071833
0,089558
0,079876
KM,KN,PI
30
11
RBF 7:7-30-2:2
0,055551
0,073980
0,061274
KM,KN,PI
30
12
RBF 7:7-30-2:2
0,055918
0,070517
0,063007
KM,KN,PI
30
13
RBF 7:7-30-2:2
0,068944
0,095658
0,077683
KM,KN,PI
30
14
RBF 7:7-30-2:2
0,063980
0,082409
0,072786
KM,KN,PI
30
15
RBF 7:7-35-2:2
0,057943
0,071644
0,067628
KM,KN,PI
35
9
RBF 7:7-35-2:2
0,063497
0,089077
0,065656
KM,KN,PI
35
10
RBF 7:7-35-2:2
0,056340
0,074005
0,063937
KM,KN,PI
35
11
RBF 7:7-35-2:2
0,055796
0,070763
0,062476
KM,KN,PI
35
12
RBF 7:7-35-2:2
0,059777
0,080340
0,070000
KM,KN,PI
35
13
RBF 7:7-35-2:2
0,056321
0,077234
0,062972
KM,KN,PI
35
14
RBF 7:7-35-2:2
0,055945
0,079448
0,060213
KM,KN,PI
35
15
O exame das tabelas 7, 8 e 9 mostrou que a melhor rede (assinaladas em azul) foi
a que utilizou 29 neurônios na camada intermediária e 13 vizinhos mais próximos de K.
Essa rede foi escolhida pois, de acordo com Pereira (1999), é melhor utilizar o menor
número de neurônios possíveis. O resultado também deve ser constante, não deve
apresentar desvios de treinamento superiores ao arbitrado ( 6x10
-2
).
Para confirmar a repetibilidade dos resultados da rede com 29 neurônios e 13
vizinhos mais próximos de K, testou-se essa rede mais algumas vezes.
74
Tab. 10 - Desempenho de treinamento, validação e teste das redes com eixos X, Y e Z, com 29
neurônios e 9 vizinhos mais próximos
Profile
Train Perf. -
Desempenho do
treinamento
Select perf –
Desempenho
da Validação
Test Perf –
Desempenho
do teste
Treinamento Hidden(1)
neighbors
RBF 7:7-29-2:2
0,059653
0,069897
0,068310
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,057811
0,063827
0,055980
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,056748
0,077837
0,062240
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,059148
0,077134
0,069180
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,057128
0,073359
0,061726
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,056782
0,074221
0,067572
KM,KN,PI
29
13
RBF 7:7-29-2:2
0,049962
0,067026
0,060387
KM,KN,PI
29
13
Depois dos realizados, foi escolhida a rede que utiliza como variáveis de entrada
os eixos X, Y e Z; concentração inicial NaCl e KCl e tempo de salga. Como variáveis de
saída concentração final de KCl e NaCl. A variável qualitativa é o contorno e subset à
amostragem. Com 29 neurônios na camada intermediária e 13 vizinhos mais próximos
de K. Pode-se observar que os valores de treinamento, validação e teste são próximos.
Para avaliar melhor o resultado, não se deve levar em consideração apenas os
desvios do treinamento. Pode usar outros resultados como resíduos, predições e
análises estatística e gráficos. Na tabela 11 tem-se as análises estatísticas pra uma
rede que foi definida como a melhor rede (RBF 7:7-29-2:2, com 13 neurônios na
camada intermediária).
Tab. 11 – Análise estatística de uma rede RBF com 29 neurônios e 13 vizinhos mais próximos K
NaCl
f
KCl
f
Data S.D.
0,951791
0,587280
Error S.D.
0,054958
0,043711
S.D. Ratio
0,057742
0,074429
Correlation
0,998334
0,997235
Um valor de S. D. Ratio de 0,1 ou menor indica um desempenho muito bom da
regressão (STATISTICA, 2006). Pode-se observar que os valores de S. D. Ratio foram
75
menores que 0,1 (Tab. 11) tanto pro NaCl (0,058) como KCl (0,074) observados,
comprovando que a rede selecionada foi capaz de uma boa aproximação com os
valores finais da concentração de NaCl e KCl previstos e que pode ser utilizada para
definir essa concentração final.
Com os valores de previsão foram construídos dois gráficos (Fig. 22 e 23)
comparando os valores esperados (x) com os valores obtidos (y), tanto para
concentração de NaCl e KCl. Pode-se observar que o grau de correlação é um valor
bem próximo a 1 (0,9988) para NaCl e (0,9903) para KCl, o que demonstra que os
valores foram bem próximos e que a rede conseguiu uma boa aproximação com a
função desejada.
Scatterplot (Prediction (16 ) (Isabella) 4v*504c)
NaCl2.16 = -0,0042+0,9988*x
0 1 2 3 4 5 6 7
NaCl2
0
1
2
3
4
5
6
7
NaCl2.16
Fig. 22 - Gráfico de comparação entre os valores previsto n (X) e os valores obtidos n. 16 (Y)
para concentração de NaCl
76
Scatterplot (Prediction (16 ) (Isabella) 4v*504c)
KCl2.16 = 0,0084+0,9903*x
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
KCl2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
KCl2.16
Fig. 23 - Gráfico de comparação entre os valores previsto k (X) e os valores obtidos k. 16 (Y)
para concentração de KCl
77
6. CONCLUSÃO
As concentrações finais de NaCl e KCl podem ser previstas com sucesso
aplicando o programa de Redes Neurais Artificiais, quando utiliza-se as medidas do
queijo, as concentrações iniciais, o tempo de salga e a condição de contorno como
parâmetros.
A rede conseguiu uma boa aproximação com os valores utilizados, apresentando
um desvio padrão médio percentual de 5,5% para NACl e 4,4% KCl.
As Redes neurais mostraram-se tão eficiente quanto os métodos analíticos
(desvio de 2,7% para NaCl e 6,6% para KCl) e métodos de elementos finitos (desvio de
2,8% para NaCl e 5,5% para KCl) (BONA, 2004) na modelagem das concentrações
finais de NaCl e KCl, podendo ser utilizadas para simular a salga mista do queijo prato.
Os valores um pouco maiores do desvio podem ser explicados pela utilização da
salga agitada. Quando Bona (2007), estudou a salga agitada pelos métodos de
elementos finitos os erros foram: 7.3%para NaCl e 5.4% para o KCl.
Os valores do desvio durante a validação e o teste da rede, são comparáveis
entre si e próximos do treinamento comprovando que a rede foi bem treinada.
78
CAPÍTULOS 3 - UTILIZAÇÃO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA CLASSIFICAR
FRUTAS E HORTALIÇAS QUANTO A SUA FORMA DE CULTIVO: CONVENCIONAL,
ORGÂNICO E HIDROPÔNICO
79
1. INTRODUÇÃO
Durante as últimas décadas a agricultura mudou sua característica através do
desenvolvimento de novas tecnologias, máquinas agrícolas e indústria química. Embora
isto tenha impulsionado a produção de alimentos, também produziu efeitos colaterais.
A degradação ambiental na atualidade é muito grande especialmente no tocante
ao solo, devido à erosão que reduz a oferta do ambiente agricultável em cerca de seis
milhões de atar, além da salinização, desvios de águas impróprias para a irrigação,
destruição dos lençóis de água, entre outros (MELO FILHO, 1999, CORSON, 1997),
sendo que de 1945 para cá, dois bilhões de hectares de terra dos quais 1,5 bilhão em
países em desenvolvimento (75% do total), quase o dobro da área do Brasil, foram
degradadas por intervenções do homem (CONWAY, 1998). Somente de agrotóxicos ou
pesticidas mais de três milhões de toneladas são utilizadas no mundo por ano com
problemas sérios de contaminação, intoxicações, doenças agudas e crônicas e
incremento da resistência das pragas (insetos, ácaros) e das plantas daninhas, com
nove casos de resistência relatados por ano desde 1978 (GARCIA, 1997 a, b e c,
VARGAS et al. 1999 e GUEDES, 2001).
O uso indiscriminado de agrotóxicos na produção de alimentos vem causando
preocupação em diversas partes do mundo. A crítica ao modelo de agricultura vigente
cresce à medida que estudos comprovam que os agrotóxicos contaminam os alimentos
e o meio ambiente, causando danos à saúde (ARCHANJO; BRITO E SAURBECK et al,
2001).
Um número crescente de consumidores tem se preocupado cada vez mais com
temas como: segurança alimentar, meio ambiente, bem-estar social e saúde,
mostrando-se dispostos apagar mais caro por “alimentos naturais” que não contenham
produtos químicos ou outras fontes de contaminação (REGMI, 2001; UNCTAD, 1999).
80
Visando atender as tendências do mercado e exigências dos consumidores a
ciência agrícola tem trabalhado com novas formas de cultivo de hortícolas como a
agricultura orgânica, hidropônica entre outras (SEVERINO, 2000).
A crescente preocupação quanto aos aspectos toxicológicos dos agrotóxicos e a
possibilidade de contaminação dos produtos agrícolas têm levado muitos países a
estabelecer programas de vigilância ou de monitoramento, com a execução de análises
freqüentes e programadas. Preocupação esta que se estende também à qualidade
nutricional, microbiológica e sensorial dos alimentos, alterada em função do sistema de
cultivo (convencional, hidropônico, orgânico, etc.) de determinadas culturas (CALDAS,
1999).
Um grande número de fatores tem sido investigado em estudos que comparam
alimentos produzidos pelos sistemas de cultivo orgânico e convencional, incluindo os de
ordem econômica e social, agronômica (propriedades químicas, físicas e
microbiológicas do solo, pragas e doenças), produtividade, sistema de administração da
propriedade, qualidade do produto (valor nutricional, sensorial, vida de prateleira),
impactos ambientais, biodiversidade, entrada de nutrientes, comércio e políticas
associadas com a produção de alimentos (FINESILVER, JOHNS, HILL, 1989;
LAMPKIN, 1990). Entretanto pouco se tem estudado, em termos de comparação, sobre
o sistema de cultivo hidropônico (MIYAZAWA; KHAUTOUNIAN e ODENATH-PENHA.,
2001; CARMO JR., 2002).
81
2. REVISÃO BIBIOGRÁFICA
2.1 Agricultura Convencional
A agricultura convencional vem demonstrando sérios problemas sociais,
ambientais e econômicos. Nas questões ambientais pode-se citar a utilização
inadequada de recursos naturais não renováveis bem como os renováveis. O meio
ambiente está dando vários “gritos de socorro”, o empobrecimento dos solos, erosão,
rios contaminados, desequilíbrios da fauna e flora, entre tantas outras demonstrações
que a natureza vem tornando visível para o homem. (QUADROS & KOSKUSCA, 2007).
A agricultura moderna teve sua origem ligada às descobertas do século XIX, a
partir de estudos dos cientistas Saussure (1797-1845), Boussingault (1802-1887) e
Liebig (1803-1873), que derrubaram a teoria do húmus, segundo a qual as plantas
obtinham seu carbono a partir da matéria-orgânica do solo (PLANETA ORGÂNICO,
2004).
Liebig difundiu a idéia de que o aumento da produção agrícola seria diretamente
proporcional à quantidade de substâncias químicas incorporadas ao solo. Toda a
credibilidade atribuída às descobertas de Liebig deu-se ao fato de estarem apoiadas em
comprovações científicas. Junto com Jean-Baptite Boussingault, que estudou a fixação
de nitrogênio atmosférico pelas plantas leguminosas, Liebig é considerado o maior
precursor da "agroquímica" (EHLERS, 1996). As descobertas de todos esses cientistas,
segundo Ehlers (1996), marcam o fim de uma longa data, da Antiguidade até o século
XIX, na qual o conhecimento agronômico era essencialmente empírico. A nova fase foi
caracterizada por um período de rápidos progressos científicos e tecnológicos.
No início do século XX, Louis Pasteur (1822-1895), Serge Winogradsky (1856-
1953) e Martinus Beijerinck (1851-1931), precursores da microbiologia dos solos,
dentre outros, contribuíram com mais fundamentos científicos que fizeram uma
82
contraposição às teorias de Liebig, ao provarem a importância da matéria orgânica nos
processos produtivos agrícolas (EHELRS, 1996).
Contudo, mesmo com o surgimento de comprovações científicas a respeito dos
equívocos de Liebig, os impactos de suas descobertas haviam extrapolado o meio
científico e ganhado força nos setores produtivo, industrial e agrícola, abrindo um
amplo e promissor mercado: o de fertilizantes "artificiais" (FRADE, 2000).
Na medida em que certos componentes da produção agrícola passaram a serem
produzidos pelo setor industrial, ampliaram-se as condições para o abandono dos
sistemas de rotação de culturas e da integração da produção animal à vegetal; que
passaram a ser realizadas separadamente. Tais fatos deram início a uma nova fase da
história da agricultura, que ficou conhecida como "Segunda Revolução Agrícola". São
também parte desse processo o desenvolvimento de motores de combustão interna e a
seleção e produção de sementes como os outros itens apropriados pelo setor industrial.
Estas inovações foram responsáveis por sensíveis aumentos nos rendimentos das
culturas (FRADE, 2000).
Entretanto, esse modelo de agricultura a partir da década de 60 começava a dar
sinais de sua exaustão: desflorestamento, diminuição da biodiversidade, erosão e perda
da fertilidade dos solos, contaminação da água, dos animais silvestres e dos
agricultores por agrotóxicos passaram a ser decorrências quase inerentes à produção
agrícola (EHLERS, 1993).
Rachel Carson (1962) lançou o livro “Primavera Silenciosa”, onde detalhava os
efeitos da utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéticos no meio ambiente e
na saúde humana. A obra ganhou relevância internacional, pois iniciou o debate sobre
o custo ambiental dessa contaminação para o homem. A autora alertou para os
prejuízos do uso de produtos químicos no controle de pragas e doenças, advertindo
que estavam interferindo nas defesas naturais do próprio ambiente (CARSON, 1964).
83
Na prática, porém, o que se viu nos anos seguintes foi à continuação do avanço
da agricultura convencional, particularmente nos países em desenvolvimento, com o
agravamento dos danos ambientais. (PLANETA ORGÂNICO, 2004)
O crescimento da produção agrícola no Brasil se dava, basicamente, até a
década de 50, por conta da expansão da área cultivada. A partir da década de 60, o
uso de máquinas, adubos e defensivos químicos, passaram a ter, também, importância
no aumento da produção agrícola. De acordo com os parâmetros da “Revolução
Verde”, incorporou-se um pacote tecnológico à agricultura, tendo a mudança da base
técnica resultante passada a ser conhecida como modernização da agricultura
brasileira (SANTOS, 1986).
O processo de modernização intensificou-se a partir dos anos 70. Os modelos de
desenvolvimento agrícola difundidos na década de 70 e predominantes na década de
80 caracterizaram-se por utilizar sistemas de produção intensivos em tecnologias
mecânicas e químicas, que utilizavam grandes quantidades de capital e energia. Esses
sistemas produtivistas aumentaram a eficiência econômica das empresas agrícolas
isoladamente, devido ao crédito barato e aos ganhos de produtividade imediatos. Por
outro lado, reduziam a necessidade de utilização de mão-de-obra e aumentavam os
danos ao meio-ambiente, causando graves prejuízos para o conjunto da sociedade. “O
modelo imperante, agroquímico, é fortemente negativo em relação à estabilidade sócio
econômica do homem do campo, pois conduz ao desemprego rural devido à
necessidade de se concentrar áreas e rendas. Com efeito, o uso dos modernos
insumos agroquímicos e das sofisticadas maquinarias agrícolas paradigmas desse
modelo - exige pesados investimentos de capital, concentrando, portanto, as áreas
produtivas” (BONNILA, 1992).
O uso de fertilizantes artificiais e agrotóxicos também se acentuou a partir da
década de 1960, com índices bastante elevados. Segundo Graziano Neto (1985), entre
1965 e 1975 o consumo de fertilizantes cresceu a taxa média de 60% ao ano, enquanto
que os agrotóxicos cresceram numa média anual de 25%.
84
As expectativas atuais são mais otimistas que o desempenho observado em
2006, quando as vendas de defensivos agrícolas no Brasil totalizaram US$ 3,920
bilhões. o Paulo se destacou como o maior Estado consumidor em 2006,
representando 21,7% das vendas nacionais em termos de produto comercial e 20,6%
em valor, ou seja, US$ 808,2 milhões; seguido de Mato Grosso (17,9%), Paraná
(13,4%), Rio Grande do Sul (10,4%), Minas Gerais (9,0%), Goiás (8,8%), Bahia (6,0%)
e Mato Grosso do Sul (4,7%). As demais Unidades da Federação, juntas, responderam
por 9,2%. (SINDAG, 2006).
Vendas-Estados-2.006-US$ 1000
GO
344.445
(8,8%)
Demais
Estados
277.424
( 7,1%)
MS
185.087
(4,7%)
BA
236.358
(6,0%)
SC
82.678
(2,1%)
MG
351.104
(9,0%)
RS
405.840
(10,4%)
PR
526.463
(13,4%)
MT
702.198
(17,9%)
SP
808.244
(20,6%)
Fig. 24 – Desempenho de vendas de agrotóxicos no Brasil em 2006 Fonte: SINDAG, 2006
.
Entre os prejuízos ambientais, pode-se citar o aumento do número de pragas
resistentes, o transporte de produtos químicos pela atmosfera e a contaminação das
águas subterrâneas, do solo; degradação do solo, devido compactações e erosões,
redução da biodiversidade e dos processos microbianos do solo, presença de resíduos
químicos em alimentos causando riscos à saúde dos consumidores e intoxicações dos
trabalhadores que manuseiam os pesticidas. Os prejuízos sociais podem ser
representados pelo êxodo rural e o inchaço urbano que ocorre a partir da década de 70
(MEURER; BISSANI E SELBACH, 2000; REGANOLD; GLOVER e ANDREWS., 2000).
Devido a esses e outros problemas, o paradigma agrícola produtivista vem sendo
contestado pela sociedade, que cobra dos empreendimentos agrícolas intensivos os
85
custos ambientais e sociais de suas atividades, seja através de um maior controle por
parte do governo, seja através de uma mudança nos hábitos do consumidor, que
privilegia as empresas responsáveis socialmente e ecologicamente. Um dos reflexos
desta mudança de mentalidade por parte dos consumidores é crescimento do consumo
dos produtos orgânicos (TEIXEIRA, 2005).
Nesta nova fase, são contemplados aspectos ligados às características
organolépticas, à segurança alimentar e à proteção ao ambiente. Isso contrasta com o
sistema de produção praticado nos últimos tempos, com excesso no uso de insumos e
pouca preocupação com o impacto ambiental (MARTINS et al, 2001).
2.2. Agricultura Orgânica
Agricultura orgânica é um conjunto de processos de produção agrícola que parte
do pressuposto básico de que a fertilidade é função direta da matéria orgânica contida
no solo. A ação de microorganismos presentes nos compostos biodegradáveis
existentes ou colocados no solo possibilita o suprimento de elementos minerais e
químicos necessários ao desenvolvimento dos vegetais cultivados.
Complementarmente, a existência de uma abundante fauna microbiana diminui os
desequilíbrios resultantes da intervenção humana na natureza. Alimentação adequada
e ambiente saudável resultam em plantas mais vigorosas e mais resistentes a pragas e
doenças (ORMOND et al, 2002).
A agricultura orgânica tem por princípio estabelecer sistemas de produção com
base em tecnologias de processos, ou seja, um conjunto de procedimentos que
envolvam a planta, o solo e as condições climáticas, produzindo um alimento sadio e
com suas características e sabor originais, que atenda às expectativas do consumidor
(PENTEADO, 2000).
Em outras palavras, sistemas de produção que se limitam a evitar, ou excluir
amplamente, o uso de fertilizantes sintéticos, pesticidas, reguladores de crescimento e
86
aditivos para a alimentação animal, na medida em que esta é a demanda do mercado a
ser atendido (ASSIS; ROMEIRO, 2002).
A agricultura orgânica tem diversas vantagens com relação ao plantio
convencional, tais como: preservação de solos produtivos, com potencial para melhorá-
los, preservação e recuperação dos recursos hídricos, proteção da biodiversidade,
redução no uso de combustíveis fósseis e outros. Para desenvolver a agricultura
sustentável há necessidade de se reduzir ao máximo à erosão do solo, reduzir a
dependência ou eliminá-la, em termos de fertilizantes químicos, pesticidas e outros
insumos modernos, reduzir o uso de combustível fóssil e reduzir as perdas dos
produtos agrícolas. (SATURNINO, 1997 e SEGUY; BOUZINAC e MARONEZZI. 1999)
De acordo com a Lei Federal no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, considera-
se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que são adotadas
técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e
socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades
rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade ecológica e econômica, a maximização dos
benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável,
empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em
contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos
geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de
produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a
proteção do meio ambiente (BRASIL, 2003).
De acordo com Torjusen et al (2001) a agricultura orgânica tem sido praticada
desde a década de 20, inicialmente como uma resposta ao processo de industrialização
da agricultura, marcado pela tecnificação. De acordo com Coelho (2001), o sistema de
cultivo orgânico no Brasil, em bases tecnológicas, teve início no final da década de
setenta, em pequena escala e começou a se expandir após a criação do Instituto
Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD) em 1990, sendo que de 1994 até 2000, as
vendas totais de produtos orgânicos cresceram mais de 16 vezes.
87
A busca da qualidade alimentar está se tornando uma das principais
preocupações dos consumidores conscientes. Atualmente, as motivações para o
consumo de alimentos orgânicos variam em função do país, da cultura e dos produtos
que se analisa (DAROLT, 2001).
De acordo com Yussefi (2003), atualmente no mundo cerca de 23 milhões de
hectares são manejados organicamente em aproximadamente 400.000 propriedades
orgânicas, o que representa pouco menos de 1% do total das terras agrícolas do
mundo. A maior parte destas áreas está localizada na Austrália (10,5 milhões de
hectares), Argentina (3,2 milhões de hectares) e Itália (cerca de 1,2 milhão de
hectares). Conforme mostra a fig. 25
a Oceania tem aproximadamente 46% da terra
orgânica do mundo, seguida pela Europa (23%) e América Latina (21%). É importante
destacar que os países que têm o maior percentual de área sob manejo orgânico em
relação à área total destinada à agricultura, computam a área de pastagem. Assim, por
exemplo, em países como a Austrália e Argentina mais de 90% da área de produção
orgânica correspondem a áreas de pastagem. O mesmo acontece nos países da
Europa: na Áustria 80% da área orgânica refere-se à pastagem; na Holanda, 56%; na
Itália, 47%, e no Reino Unido 79%.
88
Fig. 25 – Área plantada de alimentos orgânicos e hectares. Fonte: YUSSEFI, 2003
Segundo Archanjo et al (2001), o crescimento do consumo não está diretamente
relacionado com o valor nutricional dos alimentos, mas aos diversos significados que
lhes são atribuídos pelos consumidores. Tais significados variam desde a busca por
uma alimentação mais saudável, de melhor qualidade e sabor, até a preocupação
ecológica de preservar o meio ambiente.
Para Hall, Baker e Franco (1989), o crescimento do consumo é atribuído a maior
preocupação com a saúde familiar e também com o meio ambiente. De acordo com
Assis (1993); Junqueira & Luengo (2000), o consumo de produtos da agricultura
orgânica tem se caracterizado como um segmento diferenciado de mercado, no qual a
segurança alimentar, aliado ao não uso de agrotóxicos é decisiva na opção de
consumo.
Observando países como Alemanha e Inglaterra (WOODWARD & MEIER-
PLOEGER, 1999), Austrália (PEARSON,1999), Estados Unidos (HENDERSON, 1999),
89
França (SYLVANDER, 1998), Dinamarca e Noruega (DUBGAARD & HOLST, 1994;
SOGN; PERSILLET e SYLVANDER, 2002), Polônia (ZAKOWSKA-BIEMANS, 2002) e
Costa Rica (AGUIRRE & TUMLTY, 2002) percebe-se que existe uma tendência de o
consumidor orgânico privilegiar, em primeiro lugar, aspectos relacionados à saúde e
sua ligação com os alimentos, em seguida ao meio ambiente e, por último, à questão
do sabor e frescor dos alimentos orgânicos.
No Brasil, a principal motivação para compra de alimentos orgânicos também
está ligada à preocupação com a saúde. Uma pesquisa encomendada pelo SEBRAE-
PR e realizada pelo DATACENSO (2002) nos estados do Sul e Sudeste do Brasil
mostrou que os principais motivos que levaram a consumir os alimentos orgânicos
foram: em 1
o
lugar e 2
o
lugar, faz bem a saúde/saudável; em 3
o
lugar, sem agrotóxicos,
em 4
o
lugar, mais sabor; e em 5
o
lugar, natural e qualidade do produto.
A expansão do comércio e consumo de produtos da agricultura orgânica tem
limitações, tanto em nível de cultivo como de canais de comercialização. Os aspectos
de baixa qualidade visual, preços sobre valorizados em relação aos convencionais,
aliado ao fato da irregularidade de sua oferta, são grandes empecilhos a este segmento
de mercado (ASSIS, 1993; VÍGLIO, 1996; JUNQUEIRA & LUENGO, 2000).
Em média, os produtos orgânicos in natura têm um sobre-preço de 40%, quando
comparados aos produtos convencionais, porém, alguns produtos, como o trigo e o
açúcar, chegam a custar (venda ao atacado), respectivamente, 200% e 170% acima do
convencional (SOUZA & ALCÂNTARA, 2003).
Os produtos comercializados in natura, sobretudo as hortaliças, são os mais
expressivos na produção orgânica nacional (ORMOND et al, 2002). Entre os produtos
orgânicos destinados à exportação, merecem destaque à soja, café, cacau, úcar
mascavo, erva-mate, suco de laranja, mel, frutas secas, castanhas de caju, óleos
essenciais, óleo de palma, frutas tropicais, palmito, guaraná e arroz.
90
De acordo com a AAO (Associação de Agricultura Orgânica) a produção
brasileira de alimentos orgânicos concentra-se nos estados de São Paulo, Minas
Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Brasil, apesar dos
consumidores (62,7%) considerarem os produtos orgânicos mais caros do que os
convencionais, o mercado é crescente e firme (BELTRÃO, 2003).
Os pequenos produtores por necessitarem de diversificação da produção, têm
maior facilidade de adaptação aos princípios da agricultura orgânica, que segundo
Harkaly (1999), são: diversificação, integração da propriedade, indução do equilíbrio
ecológico, reciclagem de nutrientes, insumos caseiros, conservação do solo e o controle
de pragas e doenças na maneira ecológica.
.
Para Campanhola & Valarini (2001), a agricultura orgânica para o pequeno
produtor, oferece diversas vantagens, destacando-se: viabilidade em pequenas áreas
favorece a diversificação produtiva no estabelecimento, gera mais empregos do que a
convencional tem menor dependência dos insumos externos, elimina o uso de
agrotóxicos, os produtos são mais valorizados e a adoção é mais fácil. Como problemas
deste tipo de exploração agrícola tem-se: produção em pequena escala, escassez de
pesquisas, deficiência ou falta de assistência técnica, dificuldades ao acesso ao crédito,
elevados custos da certificação e a possibilidade de alguns impactos negativos ao
ambiente, devido ao uso inadequado de alguns insumos, em especial o esterco.
De acordo com Souza (2003), quanto menos direta for à relação entre produtores
e consumidores, maior sea necessidade de instrumentos formais de certificação da
produção. Isso ocorre devido à maior distância entre os agentes e à dificuldade para a
comprovação das características inerentes a esses produtos. Para Campanhola &
Valarini (2001) a certificação fornece maior credibilidade aos produtos e tranqüiliza os
consumidores.
O processo de certificação de alimentos orgânicos visa assegurar aos
consumidores a oferta de um alimento que foi produzido segundo os princípios da
91
agricultura orgânica (BRASIL, 2004), capaz de assegurar qualidade do ambiente
natural, qualidade nutricional e biológica dos alimentos e qualidade de vida para quem
os produz e para quem os consome.
Souza (2003), afirmou que “A regulamentação é necessária não para manter
os padrões éticos do movimento orgânico como também para fortalecer a confiança do
consumidor nesses produtos”.
Desde 29 de dezembro de 2007, a agricultura orgânica no Brasil passou a ter
critérios para o funcionamento de todo o seu sistema de produção, desde a propriedade
rural ao ponto de venda. Estas regras estão expressas no Decreto 6323 publicado
nesta data, no Diário Oficial da União. A legislação, que regulamenta a Lei
10.831/2003, inclui a produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação,
comercialização e fiscalização dos produtos (BRASIL, 2007).
2.3. Agricultura hidropônica
A hidroponia, ou seja, o cultivo de plantas em meio líquido, é uma técnica
bastante antiga. Resh (1997) cita o caso dos jardins suspensos da Babilônia e os
jardins flutuantes dos Astecas e da China, como exemplos.
A hidroponia é caracterizada como o cultivo de plantas em meio líquido,
associado ou não a substratos não orgânicos naturais, ao qual é adicionada uma
solução nutritiva necessária ao desenvolvimento da cultura (CASTELLANE & ARAÚJO,
1994).
Na hidroponia as soluções nutritivas provenientes de fertilizantes químicos
industriais, de custo elevado, determinam a exclusão da utilização da técnica por parte
dos produtores, principalmente dos que utilizam sistemas que visam o desenvolvimento
agrícola sustentável (NICOLA, 2002).
92
Este tipo de cultivo vem se tornando uma alternativa bastante interessante em
relação ao cultivo tradicional feito no solo, podendo ser utilizada em regiões onde
pouca disponibilidade de terras agricultáveis e em locais onde ocorreu uso excessivo do
solo, problema freqüente em solos sob estufa plástica, porém vem se destacando pela
alta produtividade e qualidade dos produtos obtidos (SANTOS et al, 2000).
Um dos sistemas hidropônicos mais utilizados é o NFT (Nutrient Film Technique),
onde a absorção de nutrientes pela planta é através de um filme de água que passa por
suas raízes (CASTELLANE & ARAÚJO, 1995; MARTINEZ, 2002). Porém, este tipo de
sistema apresenta como desvantagem um alto consumo de energia, aumentando assim
os custos de produção.
O cultivo em solução nutritiva é utilizado tanto em estudos sobre nutrição de
plantas quanto na área comercial. A solução nutritiva é um dos pontos mais importantes
em todo o sistema de cultivo hidropônico, no qual, seu mau uso poderá acarretar em
sérios prejuízos para as plantas (MARTINEZ, 2002).
Esse sistema de cultivo tem sido utilizado com sucesso em plantios de hortaliças
como, por exemplo, à alface, pois possibilita elevar a produtividade, aumentar o número
de colheitas por ano, prescindido da rotação da cultura, reduzir os gastos com
defensivos agrícolas, obter um produto comercial de melhor aspecto, além de ocupar
um menor espaço físico para o cultivo (MOREIRA; FONTES e CAMARGO, 2001). A
hortaliça fica protegida de geadas, chuvas intensas, granizo e ventos fortes, com ganho
na produtividade e qualidade, fatores que contribuem para o fornecimento constante
aos pontos de venda. Contudo, é necessário acompanhamento técnico especializado,
para que se tenha uma solução nutritiva balanceada que forneça nutrição adequada às
plantas e evite, dentre outros problemas, o acúmulo excessivo de nitrato (FERNANDES;
MARTINEZ E PEREIRA, 2002). Além disso, esse sistema exige um investimento inicial
maior e gasto com energia elétrica.
93
O nitrato é indispensável ao crescimento de vegetais e por isso os fertilizantes
nitrogenados têm sido usados em doses cada vez maiores para aumentar a produção
(RUSCHEL, 1998). Além de ser originado do fertilizante, o nitrato presente nos vegetais
pode ser formado no substrato, pela mineralização ou nitrificação (MAYNARD et al.,
1976).
Quando o nitrato (NO
3
-
) é absorvido em grande quantidade, a planta não
consegue metabolizá-lo totalmente, o que provoca o acúmulo nos tecidos. Quando
ingerido, no trato digestivo pode ser reduzido a nitrito (NO
2
-
), que entrando na corrente
sangüínea oxida o ferro (Fe
++
==> Fe
+++
) da hemoglobina, produzindo a
metahemoglobina. Esta forma de hemoglobina é incapaz de transportar o O
2
para a
respiração normal das células dos tecidos causando a chamada metahemoglobinemia.
Outro problema é que parte do nitrito pode acabar combinando com as aminas
formando nitrosaminas, as quais são cancerígenas e mutagênicas (OHSE, 1999).
Trabalhos mais recentes mostram que o nitrato pode ser benéfico à saúde em doses
comumente ingeridas nos alimentos (GOLDEN e LEIFERT, 1999; BOINK E SPEIJERS,
2001; ARCHER, 2002). Portanto, controvérsias a respeito do efeito do nitrato na
saúde humana.
Apesar de alguns cientistas defenderem que os teores de nitrato em plantas
cultivadas no sistema convencional e hidropônico, ainda permanecem dentro do limite
permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é preciso orientação mais
adequada aos produtores sobre o manejo do nitrogênio, sobretudo, em sistemas
hidropônicos, além de informação aos consumidores de como os alimentos são
produzidos em cada sistema, permitindo uma escolha de produtos mais saudáveis
(DAROLT, 2003).
Os custos iniciais elevados na implementação, a necessidade de prevenção
contra falta de energia elétrica, conhecimentos técnicos e de fisiologia vegetal
indispensáveis, requerimento de acompanhamento freqüente do funcionamento do
sistema e da solução nutritiva, além de uma planta doente poder contaminar toda a
94
produção, são algumas desvantagens apontadas por Penningsfeld e Kurzmann (1983),
Hamerschimidt (1997) e Carmo Jr. (2002).
Atualmente, o desenvolvimento de processos de produção agrícola alternativos
aos tradicionais têm merecido a atenção de pesquisadores, no sentido de minimizar a
intensa utilização de fertilizantes e defensivos sintéticos (agrotóxicos), e reduzir as
influências ambientais. A agricultura orgânica e a hidroponia são técnicas de produção
agrícola alternativas, mas, enquanto as motivações para a agricultura orgânica se
remetem às tradições culturais mais integradas com a natureza, as motivações para a
hidroponia são de outra ordem: ausência de solo e/ou clima adequados à agricultura
(GRAF & FIGUEIREDO, 1999).
Estudos que comparam alimentos obtidos pelos sistemas de cultivo
convencional, orgânico e hidropônico em relação ao seu valor nutricional, qualidade
sensorial e segurança alimentar têm sido realizados, porém, poucos estudos com
controle efetivo capazes de conclusões válidas cientificamente. Em relação à qualidade
nutricional, de forma geral, para a maioria dos nutrientes ainda não existe um consenso
sobre a superioridade dos orgânicos. Com exceção do conteúdo de nitrato, matéria
seca e vitamina C, não evidências fortes de que alimentos orgânicos, convencionais
e hidropônicos diferem em suas concentrações de nutrientes (LECLERC et al., 1991;
MIYAZAWA; KHAUTOUNIAN e ODENATH-PENHA., 2001; BOURN e PRESCOT, 2002;
AFSSA, 2003).
Há um mercado potencial para os produtos orgânicos, uma vez que existe
resistência de uma parcela da população em manter a aquisição e consumo de alguns
alimentos convencionais, como tomate, morango e batata, cujo cultivo
reconhecidamente envolve o emprego de substanciais quantidades de adubos
sintéticos e pesticidas (PENTEADO, 2000).
No entanto, existem controvérsias sobre os alimentos orgânicos, principalmente,
quando são classificados como mais nutritivos e seguros (PASCHOAL, 1994) devido à
95
escassez de dados científicos que assegurem tais vantagens em relação ao alimento
convencional.
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Verificar através das redes neurais artificiais a existência de diferenças entre
hortícolas obtidas pelos sistemas de cultivo convencional, orgânico e hidropônico em
relação à composição centesimal, açucares e minerais.
3.2. Objetivos Específicos
i. Desenvolver a melhor Rede Neural Artificial para a classificação de
hortícolas quanto ao seu cultivo.
ii. Validar a confiabilidades dos resultados com a rede obtida.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Banco de dados
Para este estudo foi utilizado um banco de dados cedido pela professora Doutora
Sônia Cachoeira Stertz. Deste banco que contém informações de análises físico-
químicos de hortícolas/culturas cultivadas em três sistemas: convencional, orgânico e
hidropônico, foram retirados dados para o presente estudo. o eles:para a alface
crespa, cv. Verônica (Lactuca sativa L., Compositaceae, morango, cv. Tundlas e
Camarosa (Fragaria ananassa Duch, Rosaceae), tomate cereja, cv. Cindy
(Lycopersicum esculentum var. cerasiforme (Duval) A. Gray., Solanaceae. Para cada
cultura foram coletadas as mesmas variedades nos diferentes sistemas.
96
Foram coletadas com rastreabilidade 46 amostras sendo 18 amostras de culturas
orgânicas (de sistemas certificados ou em conversão), 19 amostras de culturas
convencionais e 9 amostras de culturas hidropônicas. A razão da menor quantidade de
variedades e amostras hidropônicas é porque existe um menor número de produtores
que dão preferência para culturas mais facilmente comercializáveis e com retorno
econômico mais significativo, como é o caso do agrião, da alface, da cula, do tomate
cereja e salada (STERTZ, 2004).
A rastreabilidade permite identificar os fornecedores que abastecem o comércio
varejista ou atacadista, sendo considerados certificação, variedade, data e condições
de colheita, condições da cadeia de distribuição, armazenamento no varejo, etc. Deste
modo, algumas variáveis podem ser controladas, diminuindo as diferenças na
composição nutricional do produto adquirido no varejo (BOURN e PRESCOTT, 2002).
As amostras empregadas foram analisadas quanto à composição centesimal:
proteínas, lipídeos, cinzas, fibra alimentar, energia total metabolizável, carboidratos. Os
açucares, glicose, sacarose, maltose e frutose. Em relação aos minerais
,
foram
determinados os teores de alumínio (Al), cálcio (Ca), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobalto
(Co), cobre (Cu), ferro (Fe), fósforo (P), magnésio (Mg), manganês (Mn), mercúrio (Hg),
potássio (K), sódio (Na), selênio (Se) e zinco (Zn). Foram determinados também os
teores de nitrato e nitrito (STERTZ, 2004).
Com exceção de energia total cuja unidade é kcal as outras análises da
composição centesimal encontram-se em gramas. Os açucares também foram
apresentados em gramas. Cobalto, selênio, cadmo, mercúrio e chumbo estão
demonstrados em µg os demais minerais estão em mg. Todas os resultados
encontram-se em base úmida.
97
4.2. Aplicativo Computacional
O hardware utilizado consistiu de um microcomputador PC, com processador
Pentium III de 900 Mhz e 256 RAM. Foi utilizado o programa STATISTICA 7.1 (2006)
adquirido com recursos da Fundação Araucária (PR).
O módulo de redes neurais apresenta os seguintes recursos:
aquisição de dados;
pré e pós- processamento;
perceptrons de multicamadas (MLP);
funções de base radial (RBF);
ferramentas estatísticas para avaliação e validação;
mapas auto-ajustáveis (SOM) ou algoritmo de Kohonen para aprendizagem não
supervisionada;
solução de problemas de classificação;
técnicas de ensemble (maquina de comitê) para melhorar o desempenho das
redes;
análise de componentes principais.
4.3. Desenvolvimento das Redes Neurais: manual de operação
No programa Statistica 7.1, no módulo de redes neurais “Neural Networks” foram
criadas tabelas para cada tipo de hortaliça, esta tabela continha todas as análises
físico-químicas, a soma de todos os minerais, soma de açucares, soma nitrato e nitrito.
Nesta tabela foi acrescentada uma coluna identificando as amostras quanto ao seu tipo
de cultivo: convencional, orgânico e hidropônico e uma outra coluna que identificava se
os dados da amostras seriam usados no treinamento ou validação da rede. A tabela
encontra-se no ANEXO 3.
Na caixa de diálogo inicial do módulo (Fig. 26), o primeiro passo é definir o tipo
de problema; neste caso será utilizada a classificação. Em problemas de classificação,
a finalidade da rede é atribuir a cada caso um número de classes, ou mais
98
genericamente, estimar a probabilidade do caso pertencer a uma cada classe. Os
problemas de classificação podem ser resolvidos utilizando vários tipos de redes como
MLP (Multi Layer Perceptron, Perceptron de Multi Camadas); RBF (Radial Basics
Function ou Função de Base Radial); PNN (Probabilistic Neural Network, Probabilidade
de Redes Neurais); SOFM (Self Organizing Feature Map ou Mapa auto-organizável);
Linear e Clustering Network (Redes de conjuntos).
O próximo passo é definir qual o tipo de análise. Para isto pode ser utilizado
tanto o Inteligent Problem Solver (Resolução Inteligente de Problemas), onde se pode
escolher mais de um tipo de rede ou o Custom Network Designer (CND - Projetista de
Rede Customizada), onde se pode especificar o tipo de rede, criando uma rede neural
individual. Foi selecionado o CND, pois será utilizada uma rede individual (Fig. 26).
Fig. 26 – Caixa de Diálogo inicial do Statistica - Módulo de Redes Neurais
99
Após a seleção do CND, seleciona-se quais serão as variáveis contínuas de
entrada (Continuous inputs), as variáveis qualitativas de saída (Categorical Outputs),
que são os grupos ou classes que se espera classificar, por exemplo, os tipos de cultivo
(convencional, orgânico e hidropônico) e, por último, a variável de subgrupos (subset),
utilizada para definir os subgrupos que serão empregados no treinamento, validação e
teste etc. da rede (Fig. 27).
Fig. 27 – Caixa de diálogo para seleção das variáveis
Quando se utiliza subset variável, é necessário especificar o código da variável,
isto é, qual subgrupo será utilizado para o treinamento e qual será utilizado para
validação e teste (Fig. 28).
Fig. 28 – Especificação dos códigos das variáveis subset
100
Depois de definido o tipo de problema, as variáveis e os tipos de análise, clica-se
OK para continuar, então define-se o tipo de rede (Fig. 29). Para este estudo foi
utilizada uma rede do tipo MLP, que permite a solução de problemas onde as classes
são não-linearmente separáveis, que vem sendo muito utilizada para tarefas como
classificação de padrões, controle e processamento de sinais. Nas redes MLP pode-se
especificar o número de camadas escondidas e o número de neurônios nestas
camadas, modelando assim a complexidade da rede.
Fig. 29- Caixa de diálogo para escolha da rede
Nesta mesma caixa de diálogo (Fig. 30), na aba Units (unidades) deve-se
escolher o número de camadas ocultas e a quantidade de neurônios em cada uma
dessas camadas. Também se seleciona a função de erro da classificação. A função de
erro da classificação é utilizada para a interpretação da saída; aplicável aos problemas
com variáveis de saída qualitativas.
101
Fig. 30 Caixa de diálogo para seleção da quantidade de camadas escondidas, neurônios nas
camadas escondidas e função do erro de classificação
Na caixa de diálogo seguinte (Fig. 31), na aba quick, define-se o algoritmo de
treinamento que será usado na rede, a quantidade de épocas, que é a quantidade de
iterações, e a taxa de aprendizagem de cada fase. O treinamento pode ser feito em
uma ou duas fases. Neste estudo foram utilizadas duas fases.
fase: definiu-se o algoritmo backpropagation (retropropagação), um dos
métodos de aprendizagem mais aplicado atualmente. Ele funciona da seguinte maneira:
primeiramente apresenta-se um padrão à camada de entrada da rede. Esse padrão é
processado camada por camada até que a camada de saída forneça a resposta
processada. Essa resposta é comparada com a resposta desejada e se estiver errada,
o erro é calculado. Ele é retropropagado e o processamento é realizado novamente, até
que se obtenha um erro mínimo.
Foram utilizadas 100 épocas (número de iterações) e uma taxa de aprendizagem
de 0,01.
102
fase: aplica-se a fase dois do procedimento bifásico do treinamento o
Conjugate gradient descent (CG).
O gradiente descendente conjugado é um método avançado de treinamento para o
multilayer perceptrons (MLP). Esse treinamento geralmente produz resultados
significantemente melhores que os de backpropagation, e pode ser usado em situações
análogas.
O gradiente descendente conjugado é um algoritmo melhorado: o
backpropagation ajusta os pesos da rede após cada caso, enquanto o gradiente
descendente conjugado utiliza a média gradiente do erro da superfície de todos os
casos antes de atualizar no final da época. Não é necessário selecionar taxas de
aprendizagem para o método do gradiente descendente conjugado. Portanto ele pode
ser muito mais simples de ser utilizado do que o backpropagation (STATISTICA 7.1,
2006).
Definiu-se 500 épocas (número de iterações) para fase dois e não taxa de
aprendizado.
Fig. 31 – Caixa de diálogo de parâmetros de treinamento
103
Clica-se em OK para se ter os resultados da classificação (Fig. 32 e 33).
A caixa de diálogo dos resultados (Fig. 32) é usada para gerar as saídas,
incluindo estatísticas descritivas, predições, resíduos, gráficos, superfícies de resposta
e outros formulários da saída, executando modelos.
Fig. 32 – Caixa de diálogo dos resultados
Na coluna Profile (Fig. 32), tem-se a topologia da rede. Assim, MLP 30:30-7-1:1,
onde MLP é a abreviatura de Multi Layer Perceptron, que foi o tipo de rede utilizado, os
números significam, respectivamente, o número de variáveis de entrada, o número de
neurônios de entrada, a quantidade de neurônios na camada intermediária, o número
de neurônios de saída e o número de variáveis de saída.
104
O Train. Perf; Select Perf. e Test Perf. (Fig. 32) referem-se à medida de
desempenho. É a proporção de casos classificados corretamente no treinamento,
validação e teste respectivamente.
Train. Error; Select Error e Test Error (Fig. 32 e 33) referem-se ao erro da rede
nos subconjuntos usados durante o treinamento, validação e teste, respectivamente.
Fig. 33 - Continuação da caixa de diálogo de resultados
A coluna Training/Members (Fig. 33) apresenta um breve resumo dos algoritmos
usados no treinamento para aperfeiçoar a rede neural. Contém um número de códigos,
que são seguidos pelo número de épocas que funcionou o algoritmo, e um código
terminal que indica como a rede final foi selecionada. Por exemplo, o código: BP200
CG102b, que significa “duzentas épocas da retropropagação, seguidas por cento e
duas épocas do gradiente conjugado, e que a melhor rede durante esse funcionamento
foi selecionada (para o " b" leia o " o menor erro” da seleção)”.
105
Os códigos são:
BP - Backpropagation;
CG - Gradiente conjugado;
“b" - A melhor rede (a rede com o menor erro da seleção no procedimento foi
restaurada).
“s" - Condição de parada (o processo de treinamento foi interrompido antes que o
número total de épocas decorresse; uma condição da parada foi satisfeita).
“c" - Convergência (o algoritmo interrompido cedo porque convergiu; isto é, foi
alcançado e detectado um mínimo local ou global).
Na aba Advanced (Fig. 33), tem-se a geração especializada dos resultados, onde
se pode produzir gráficos e ilustrações das redes neurais. A aba Predictions (Fig. 33) é
somente para problemas de classificação e regressão. Seleciona-se o Confidence
levels, que indica os veis de confiança da rede nas várias classes possíveis, que são
representadas pelos níveis da ativação dos neurônios de saída, que correspondem à
variável de saída.
Na aba Sensitivy (Fig.33), avalia-se a sensibilidade das variáveis de entrada e
sua importância. As relações abaixo de 1.0 são irrelevantes e essas variáveis podem
ser desconsideradas (STATISTICA, 2006).
Na aba Descriptive Statistics (Fig. 33), pode-se gerar estatísticas totais do
desempenho da classificação e uma matriz de confundimento. As estatísticas de
classificação incluem, para cada classe:
106
Total:
Número de casos dessa classe.
Correct
: O número de casos classificados corretamente.
Wrong
: Número de casos atribuídos erroneamente a uma outra classe.
Unknown:
Número de casos que não poderiam ser classificados de forma correta.
Correct (%):
A porcentagem dos casos classificados corretamente.
Wrong (%):
A porcentagem dos casos classificados errado.
Unknown (%):
A Porcentagem dos casos classificados como o desconhecido
Uma matriz de confundimento uma avaliação detalhada dos erros de
classificação.
Estas etapas foram repetidas várias vezes para todas hortícolas alterando o
número de neurônios da camada intermediária e as variáveis de entrada. A variável
qualitativa de saída e a variável subset não foram alteradas. O erro da função de
classificação, os algoritmos de aprendizagem nas duas fases, assim como a taxa de
aprendizagem e a quantidade de épocas permaneceram as mesmas.
107
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Morango
Para estudar a existência de diferenças entre morangos cultivados de forma
convencional e orgânica foram utilizadas 7 amostras convencionais e 6 amostras
orgânicas, onde 4 e 5 respectivamente foram selecionadas para o treinamento da rede
e duas para a validação da mesma.
Foram testadas redes onde a quantidade de neurônios na camada escondida
variou entre 5 e 15 quando se utilizou à composição centesimal, açucares e minerais
como variáveis de entrada e 5 e 10 neurônios quando foram utilizados Mg, Al, Fe, Mn,
Co, Cu, Zn, Cd, frutose, sacarose, maltose, nitrato, lipídios, proteínas e carboidratos
como variáveis de entrada.
considerou-se que a rede foi capaz de classificar o sistema de cultivo quando
o resultado foi 100% de acerto, ou seja, os valores de Train Perf. (desempenho de
treinamento) e Select Perf. (desempenho de validação) foram igual a 1; isso porque
mesmo que se apenas uma amostra fosse classificada de forma errônea, como existem
poucas amostras, isso resulta num erro superior a 5%.
Das redes testadas com 30 variáveis na camada de entrada, a arquitetura que
classificou os morangos quanto ao cultivo foi à que utilizou 13 neurônios na camada
oculta. Os modelos com 8 e 9 neurônios na camada oculta também classificaram os
morangos, mas não foi possível repetibilidade. Como pode-se analisar na tabela 12
(redes assinaladas em amarelo).
108
Tab. 12 – Desempenho de treinamento, validação da classificação de morangos com 30 variáveis
de entrada e variação entre 5 e 15 neurônios na camada intermediária
Profile
Desempenho
de treinamento
Desempenho
da validação
Training
1 MLP 30:30-5-1:1 0,777778 0,500000 BP100b
2 MLP 30:30-6-1:1 1,000000 0,500000 BP100,CG1b
3 MLP 30:30-7-1:1 1,000000 0,500000 BP100,CG1b
4 MLP 30:30-8-1:1 1,000000 1,000000 BP100,CG1b
5 MLP 30:30-9-1:1 1,000000 1,000000 BP100,CG1b
6 MLP 30:30-10-1:1 0,888889 0,250000 BP100b
7 MLP 30:30-11-1:1 0,888889 0,750000 BP100b
8 MLP 30:30-12-1:1 0,777778 1,000000 BP99b
9 MLP 30:30-13-1:1 1,000000 1,000000 BP100,CG4b
10
MLP 30:30-14-1:1 0,888889 0,750000 BP81b
11
MLP 30:30-15-1:1 1,000000 0,500000 BP99b
12
MLP 30:30-9-1:1 0,888889 0,750000 BP100,CG2b
13
MLP 30:30-13-1:1 1,000000 1,000000 BP100,CG3b
14
MLP 30:30-8-1:1 0,888889 0,750000 BP100b
15
MLP 30:30-13-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG9b
16
MLP 30:30-13-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG1b
Como foi possível classificar o morango utilizando as trinta variáveis citadas
anteriormente, tentou-se diminuir a quantidade de variáveis de entrada. Para isso, fez-
se uma análise de sensibilidade. Essa análise é feita pelo programa na aba sensitivy na
caixa de diálogo (Fig. 33) e é utilizada para saber quais as variáveis de entrada foram
mais importantes na classificação. A análise de sensibilidade foi feita na rede que
obteve melhor resultado de classificação ou seja a rede com 13 neurônios na camada
intermediária (Tab. 13). Foram selecionadas as variáveis que ficaram “melhor
posicionadas” no rank (assinaladas em azul) 3 e 4 vezes.
109
Tab. 13 – Análise de Sensibilidade das redes com 13 neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.9
23,00000
12,00000
30,00000
24,00000
10,00000
6,00000
2,00000
14,00000
4,00000
8,00000
Rank.13
29,00000
22,00000
5,00000
19,00000
30,00000
20,00000
7,00000
14,00000
9,00000
15,00000
Rank.15
28,00000
9,00000
11,00000
6,00000
16,00000
24,00000
7,00000
13,00000
29,00000
10,00000
Rank.16
23,00000
4,000000
3,000000
12,00000
28,000000
26,00000
17,00000
19,00000
9,00000
30,00000
N 0 3 3 2 2 1 3 3 3 3
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.9
20,00000
3,00000
28,00000
27,00000
5,00000
29,00000
17,00000
25,00000
7,00000
19,00000
Rank.13
10,00000
17,00000
12,00000
27,00000
25,00000
28,00000
6,00000
23,00000
3,00000
13,00000
Rank.15
15,00000
25,00000
26,00000
17,00000
8,000000
4,00000
14,00000
18,00000
5,00000
20,00000
Rank.16
16,00000
10,00000
29,00000
7,000000
11,00000
1,000000
6,000000
15,00000
18,00000
25,00000
N 2 2 1 1 3 2 3 1 3 1
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.9
22,00000
16,00000
1,00000
26,00000
21,00000
18,00000
15,00000
9,000000
11,00000
13,00000
Rank.13
16,00000
18,00000
1,00000
21,00000
26,00000
11,00000
8,00000
4,000000
2,00000
24,00000
Rank.15
27,00000
22,00000
1,000000
30,00000
2,00000
21,00000
3,000000
19,00000
12,00000
23,00000
Rank.16
8,000000
24,00000
5,000000
2,000000
14,00000
22,00000
13,00000
21,00000
27,00000
20,00000
N 1 0 4 1 2 1 4 2 3 1
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
As variáveis de entrada que tiveram maior importância e que foram utilizadas nos
novos testes (assinaladas em amarelo) foram: Mg, Al, Fe, Zn, Mn, Co, Cu, frutose,
sacarose, nitrato, lipídios e carboidratos.
Nas redes que utilizaram 12 variáveis na camada de entrada foi possível
classificação com 6 neurônios na camada intermediária. Quando utilizou-se 9 neurônios
na camada intermediária não houve repetibilidade (redes assinaladas em amarelo, Tab.
14).
110
Tab. 14 – Desempenho de treinamento, validação da classificação de morangos com variação
entre 4 e 8 neurônios na camada intermediária
Profile
Desempenho
de treinamento
Desempenho
da validação
Training
1 MLP 12:12-4-1:1
0,888889
0,750000
BP100,CG7b
2 MLP 12:12-5-1:1
0,888889
0,750000
BP100,CG1b
3 MLP 12:12-6-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG2b
4 MLP 12:12-7-1:1
0,888889
0,250000
BP54b
5 MLP 12:12-8-1:1
0,555556
0,000000
BP0b
6 MLP 12:12-9-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG4b
7 MLP 12:12-6-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG6b
8 MLP 12:12-6-1:1
1,000000
1,000000
BP100,CG2b
9 MLP 12:12-9-1:1
0,777778
1,000000
BP13b
10
MLP 12:12-6-1:1
1,000000
1,000000
BP100b
Neste trabalho, Mg, Al, Fe, Cu, Zn, Mn e Co foram os elementos que
demonstraram maior importância na classificação, ou seja, foram elementos que
demonstraram níveis diferentes entre os cultivos.
Stertz (2004) obteve níveis mais altos de: K (79,67%), Mg (183,16%), Na
(858,49%), P (63,06%), Co (399,53%), Cu (198,74%), Fe, (342,39%), Zn (134,13), Al
(363,15%) e Pb (75,31%) nas amostras cultivada pelo sistema orgânico, quando
comparado com o sistema convencional, compatíveis parcialmente (Mg, Al, Fe, Cu e
Zn) com os dados obtidos no presente estudo. O sódio só foi detectado em apenas uma
amostra de morango convencional podendo ser o provável motivo para o programa não
ter destacado o Na na classificação.
Frutose e sacarose também estão entre as análises que foram importantes para
diferenciar os morangos produzidos de forma orgânica e convencional, convergindo em
parte com o trabalho de Cayuela et al (1997). Esses autores fizeram um estudo onde
compararam morangos cultivados de forma convencional e orgânica quanto ao teor de
acidez, açucares, matéria seca, cinzas, vitamina C, Ca, Mg, Fe, Mn Zn e Cu. Obtiveram
diferenças somente no teor de açucares e matéria seca, sendo esses maiores nos
morangos cultivados organicamente.
111
Quanto à composição centesimal, nitrato, lipídios e proteínas foram os que
demonstraram maior importância na classificação. Estudos comprovam que alimentos
produzidos de forma convencional apresentam maiores níveis de nitrato em
comparação aos alimentos orgânicos. A aplicação de fertilizantes nitrogenados no solo,
prática comum na agricultura convencional, associada à irrigação, faz elevar os teores
de nitrato nos alimentos (DAROLT, 2003).
5.2. Alface Crespa
No item anterior, referente ao morango, foi apresentado o desenvolvimento
passo-a-passo para melhor topologia de rede para classificação. A partir de agora,
devido à similaridade de procedimentos, os resultados estão limitados às melhores
redes escolhidas para classificação.
Foram coletadas amostras de alface dos três sistemas de cultivo. Na tentativa de
classificar a alface crespa conforme seu cultivo e assim comprovar se existem
diferenças entre esses sistemas, foram desenvolvidas várias redes. Primeiramente,
foram testadas redes utilizando os dados dos três tipos de cultivos (convencional,
orgânico e hidropônico), em seguida foram testadas redes comparando os cultivos
convencional e orgânico, orgânico e hidropônico e por último foram comparados os
sistemas convencional e hidropônico para ver se as redes desenvolvidas conseguiam
fazer a classificação e identificar diferenças entre alfaces crespas cultivados nestes
sistemas. Havia seis amostras de cada cultivo, dessas, 4 foram utilizadas para
treinamento e 2 para validação. A quantidade de neurônio variou entre 5 e 15.
A seguir, foram refeitos os teste com a mesma comparação entre os cultivos,
mas desta vez as variáveis de entrada utilizadas foram: todos os minerais, soma de
açucares, nitrato, nitrito, soma nitrato+nitrito e cinzas. E a quantidade de neurônios
variou entre 5 e 10.
112
As primeiras redes testadas compararam os três tipos de cultivos
simultaneamente e com 30 variáveis de entrada (todos os minerais, composição
centesimal, nitrato, nitrito, frutose, glicose, sacarose, maltose, soma de minerais, soma
de açucares e soma nitrato+nitrito), Como não se observou classificação, foram feitas
análises separadamente dos cultivos dois a dois: convencional X orgânico, onde com
10 neurônios na camada oculta, houve classificação; orgânico X hidropônico, neste
caso foram necessários 13 neurônios e convencional X hidropônico, quando ocorreu
classificação com 9 e 13 neurônios na camada escondida. Mas, considerou-se que a
melhor classificação aconteceu quando foram utilizados 9 neurônios na camada oculta
por ser uma rede mais simples e que apresenta os mesmos resultados (PEREIRA,
1999).
Fez-se, então, uma análise de sensibilidade de cada rede que obteve
classificação na comparação entre os cultivos (de 10, 13 e 9 neurônios) para selecionar
quais variáveis havia sido mais importante para classificação (Tab. 15, 16 e 17,
assinaladas em amarelo). Foram consideradas as variáveis mais importantes aquelas
que tiveram N 3 (N= Número de vezes que a variável foi ranqueada entre 1 e 15).
Com as variáveis selecionadas foram feitos novos testes para saber se alguma rede
seria capaz de classificar com uma menor quantidade de variáveis.
113
Tab. 15 - Análise de sensibilidade da comparação entre alface convencional e orgânico e com 10
neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.6
25,00000
10,00000
29,00000
18,00000
8,00000
15,00000
11,00000
13,00000
2,00000
27,00000
Rank.13
7,00000
5,00000
15,00000
14,00000
3,00000
17,00000
26,00000
13,00000
29,00000
12,00000
Rank.14
12,00000
10,00000
13,00000
7,00000
26,00000
14,00000
3,00000
4,00000
2,00000
23,00000
Rank.15
4,00000
13,00000
12,00000
21,00000
23,00000
22,00000
26,00000
18,00000
29,00000
30,00000
N 3 4 3 2 2 2 2 3 2 1
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.6
28,00000
24,00000
23,00000
1,00000
9,00000
3,00000
21,00000
6,00000
26,00000
20,00000
Rank.13
11,00000
2,00000
19,00000
9,00000
1,00000
21,00000
27,00000
28,00000
30,00000
20,00000
Rank.14
9,00000
8,00000
28,00000
30,00000
1,00000
20,00000
18,00000
29,00000
11,00000
21,00000
Rank.15
27,00000
6,00000
19,00000
1,00000
25,00000
8,00000
10,00000
3,00000
28,00000
16,00000
N
2 3 0 3 3 2 1 2 1 0
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.6
30,00000
17,00000
14,00000
16,00000
12,00000
5,00000
7,00000
19,00000
22,00000
4,00000
Rank.13
8,00000
23,00000
16,00000
24,00000
10,00000
25,00000
4,00000
22,00000
18,00000
6,00000
Rank.14
5,00000
25,00000
16,00000
15,00000
17,00000
27,00000
22,00000
24,00000
19,00000
6,00000
Rank.15
5,00000
15,00000
17,00000
20,00000
9,00000
2,00000
7,00000
24,00000
11,00000
14,00000
N 3 1 1 1 3 2 3 0 1 4
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
As variáveis mais importantes na comparação entre alfaces crespas
convencionais e orgânicas foram: Na, Mg, Al, Fe, Mn, Se, Hg, Pb, soma de açucares,
cinzas, lipídeos e energia (assinalas em amarelo na Tab. 15). Coma redução (30 para
12) das variáveis de entrada as topologias testadas não foram capazes de identificar a
diferenças entre esses cultivos, não sendo possível uma classificação.
114
Tab. 16 -
Análise de sensibilidade da comparação entre alface orgânico e hidropônico com 13
neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.9
7,00000
1,00000
9,00000
30,00000
21,00000
27,00000
3,00000
14,00000
24,00000
17,00000
Rank.16
11,00000
4,00000
24,00000
27,00000
13,00000
23,00000
17,00000
15,00000
26,00000
29,00000
Rank.25 4,00000
3,00000
13,00000
28,00000
19,00000
16,00000
29,00000
10,00000
7,00000
30,00000
Rank.28 12,00000
10,00000
15,00000
21,00000
30,00000
18,00000
23,00000
16,00000
6,00000
13,00000
N 4 4 3 0 1 0 1 3 2 1
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.9
20,00000
16,00000
6,00000
13,00000
28,00000
12,00000
2,00000
11,00000
23,00000
5,00000
Rank.16
25,00000
30,00000
18,00000
10,00000
1,00000
7,00000
3,00000
6,00000
22,00000
8,00000
Rank.25 27,00000
26,00000
6,00000
8,00000
1,00000
14,00000
18,0000
2,00000
24,00000
5,00000
Rank.28 24,00000
25,00000
4,00000
5,00000
2,00000
29,00000
1,00000
27,00000
28,00000
17,00000
N 0 0 3 3 3 3 3 3 1 3
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.9
10,00000
15,00000
8,00000
4,00000
29,00000
22,00000
18,00000
19,00000
25,00000
26,00000
Rank.16
9,00000
5,00000
20,00000
14,00000
28,00000
19,00000
16,00000
12,00000
21,00000
2,00000
Rank.25 25,00000
11,00000
12,00000
17,00000
23,00000
20,00000
22,00000
9,00000
21,00000
15,00000
Rank.28 7,00000
8,00000
9,00000
3,00000
19,00000
20,00000
22,00000
11,00000
26,00000
14,00000
N 3 4 3 3 0 0 0 3 0 3
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
Na análise de sensibilidade entre alface crespa orgânica e hidropônica (Tab. 16),
as 18 variáveis de entrada que mostraram-se mais importantes na classificação
(assinalas em amarelo na Tab. 16) foram usadas nos novos testes, são elas: Na, Mg,
Al, Mn, Cd, Hg, Pb, soma de minerais, frutose, glicose, soma de açucares, nitrato,
nitrito, soma nitrato+nitrito, fibras, proteínas e energia. Com essa redução (de 30 para
18) de variáveis o programa não conseguiu definir diferenças entre esses cultivos, não
havendo classificação.
115
Tab. 17 - Análise de sensibilidade da comparação entre alface crespa convencional e hidropônico
com 9 neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.5
13,00000
30,00000
19,00000
28,00000
16,00000
23,00000
20,00000
7,00000
29,00000
27,00000
Rank.15
25,00000
10,00000
2,00000
26,00000
28,00000
15,00000
8,00000
13,00000
22,00000
16,00000
Rank.20 29,00000
20,00000
18,00000
27,00000
28,00000
10,00000
13,00000
25,00000
22,00000
16,00000
Rank.21 15,00000
20,00000
22,00000
26,00000
19,00000
29,00000
2,00000
4,00000
9,00000
12,00000
Rank.22 8,00000
17,00000
2,00000
5,00000
20,00000
19,00000
3,00000
6,00000
21,00000
13,00000
N 3 1 2 1 0 2 3 4 1 2
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.5
24,00000
5,00000
6,00000
1,000000
22,00000
4,00000
2,00000
21,00000
8,00000
18,00000
Rank.15
19,00000
12,00000
7,00000
1,000000
17,00000
23,00000
9,00000
11,00000
20,00000
21,00000
Rank.20 24,00000
6,00000
17,00000
3,000000
5,00000
30,00000
14,00000
21,00000
15,00000
11,00000
Rank.21 10,00000
30,00000
27,00000
1,000000
8,00000
18,00000
7,00000
16,00000
24,00000
14,00000
Rank.22 9,00000
29,00000
28,00000
1,000000
27,00000
12,00000
16,00000
30,00000
24,00000
10,00000
N 2 3 2 5 2 2 4 1 2 3
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.5
11,00000
10,00000
26,00000
25,00000
17,00000
9,00000
12,00000
14,00000
3,00000
15,00000
Rank.15
14,00000
30,00000
4,00000
27,00000
24,00000
6,00000
29,00000
3,00000
18,00000
5,00000
Rank.20 19,00000
9,00000
7,00000
8,00000
26,00000
4,00000
23,00000
1,00000
2,00000
12,00000
Rank.21 5,00000
28,00000
17,00000
21,00000
6,00000
23,00000
13,00000
3,00000
11,00000
25,00000
Rank.22 4,00000
22,00000
7,00000
18,00000
11,00000
26,00000
23,00000
15,00000
14,00000
25,00000
N 4 2 3 1 2 3 2 5 4 3
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
Quando os cultivos de alface convencional e hidropônico foram comparados com
as 13 variáveis melhores ranqueadas (Na, Fe, Mn, Se, Hg, frutose, maltose, soma de
açucares, nitrato, fibras, proteínas, carboidratos e energia) que estão assinalas em
amarelo (Tab. 17), o programa identificou diferenças entre esses sistemas de cultivos,
conseguindo classificação com três topologias diferentes, isto é, 5, 6, 8 e 10 neurônios
na camada intermediária. Considerou-se o melhor resultado a topologia com 5
116
neurônios, pois é uma rede mais simples e apresenta o mesmo resultados das redes
com mais neurônios (PEREIRA, 1999), mantendo-se o critério de 100% de acerto no
treinamento e validação.
Quando foram comparadas as alfaces convencionais e hidropônicas, os minerais
que se mostraram mais importantes na classificação foram: Na, Fe, Mn, Se, Hg, não
havendo concordância, com exceção do sódio, com o estudo de Stertz (2004), que
apresentou algumas tendências positivas quando comparado o sistema de cultivo
hidropônico em relação ao convencional, com cerca de +38% de Mg, +72% de Na,
+2000% de Co e +78% de Cu.
Os minerais que se mostraram importantes em todas as análises de
sensibilidade, para os cultivos dois a dois, quando classificou-se as alfaces crespa
foram: Na, Mn e Hg. No estudo de Malavolta, Moraes e Malavolta (2003), manganês,
não apresentou diferenças estatísticas significativas (p0,05), quando comparados os
sistemas de cultivo orgânico e convencional, diferindo, porém, das amostras obtidas
pelo sistema de cultivo hidropônico.
Os mesmos autores, encontraram diferença significativa (p0,05) no nível de
chumbo nas amostras orgânicas quando comparadas os três cultivos entre si. As
amostras hidropônicas e convencionais porém não diferiram entre si significativamente.
Esse resultado converge com o presente trabalho, tendo em vista que o chumbo não foi
importante quando foram comparados os cultivos convencional e hidropônico e
destacou-se quando as alfaces foram comparadas quanto aos cultivos orgânico X
hidropônico e orgânico X convencional.
Na comparação entre os cultivos orgânico e hidropônico e convencional e
hidropônico (principalmente nesta última), os níveis de nitrato, nitrito e/ou soma
nitrato+nitrito mostraram-se importantes na classificação, o que indica que os cultivos
têm diferença desses nutrientes. Essa diferença era esperada pois, concorda com
estudos realizados pelo IAPAR com alfaces hidropônicas, orgânicas e convencionais,
que mostraram que alfaces produzidas de forma hidropônica têm uma maior quantidade
117
de nitrato que alfaces orgânicas. Pode-se explicar a superioridade dos níveis de nitrato
nas hortaliças cultivadas de forma hidropônica pois, essas crescem em soluções
nutritivas provenientes de fertilizantes químicos industriais que contêm nitratos
(MIYAZAWA; KHAUTOUNIAN e ODENATH-PENHA, 2001).
5.3. Tomate cereja
Devido à similaridade dos procedimentos computacionais, os resultados
mostrados destacam apenas as redes escolhidas para as classificações desenvolvidas.
Foram analisadas ao todo, 15 amostras de tomates cereja, 6 cultivadas de forma
convencional, 6 de forma orgânica e 3 de forma hidropônica. Foram selecionadas para
treinamento e validação, respectivamente, 4 e 2 amostras do tipo convencional, 4 e 2
para orgânico e 2 e 1 para hidropônica.
Foram testadas redes que compararam os três tipos de cultivos, utilizando a 30
variáveis de entrada: composição centesimal, açucares e minerais. Foram testadas
ainda redes com essas mesmas variáveis de entrada mas, comparando os cultivos dois
a dois: convencional X orgânico; orgânico X hidropônico e convencional X hidropônico.
Nestas redes a quantidade de neurônios na camada oculta variaram entre 5 e 15.
Quando os tomates cereja foram comparados entre os três cultivos e com 30
variáveis na camada de entrada, não foi possível uma classificação. Mas quando os
cultivos foram comparados dois a dois foi possível uma classificação mostrando
diferença entre tomate orgânico e hidropônico e convencional e hidropônico. Para
essas classificações foram utilizados 8 e 10, neurônios na camada escondida,
respectivamente.
118
Fez-se então uma análise de sensibilidade nestas duas redes e as variáveis que
ficaram entre e 1 e 15, mais vezes (3 e 4 vezes) no rank (em azul), foram selecionadas
para os próximos testes (Tab. 18 e 19).
Tab. 18 - Análise de Sensibilidade da comparação entre tomate cereja Orgânico e Hidropônico
com 8 neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.4
22,00000
25,00000
13,00000
10,00000
19,00000
2,00
12,00000
3,00
21,00000
8,00000
Rank.12 13,00000
10,00000
4,00000
27,00000
25,00000
16,00
26,00000
3,00
17,00000
18,00000
Rank.16 10,00000
14,00000
21,00000
27,00000
19,00000
3,00
20,00000
13,00
5,00000
26,00000
Rank.17 14,00000
15,00000
4,00000
22,00000
25,00000
28,00
5,00000
12,00
2,00000
20,00000
Rank.18
12,00000
10,00000
13,00000
18,00000
17,00000
1,00
3,00000
25,00
24,00000
23,00000
N 4 4 4 1 0 3 3 4 2 1
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.4
7,0000
18,00000
20,00000
9,00000
14,00000
23,00000
24,00000
11,00000
17,00000
16,00000
Rank.12 1,0000
22,00000
11,00000
19,00000
5,00000
12,00000
8,00000
20,00000
24,00000
23,00000
Rank.16 30,0000
7,00000
6,00000
22,00000
24,00000
18,00000
2,00000
29,00000
17,00000
16,00000
Rank.17 29,0000
30,00000
17,00000
9,00000
11,00000
21,00000
16,00000
13,00000
24,00000
23,00000
Rank.18
30,0000
11,00000
14,00000
16,00000
4,00000
15,00000
22,00000
26,00000
21,00000
20,00000
N 2 2 3 2 4 2 2 2 0 0
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.4
27,00000
1,0
6,0000
26,00000
5,000
29,00000
4,000
28,00000
30,00000
15,00000
Rank.12 29,00000
2,0
7,0000
15,00000
9,000
21,00000
14,000
30,00000
28,00000
6,00000
Rank.16 28,00000
4,0
11,0000
8,00000
1,000
15,00000
23,000
12,00000
25,00000
9,00000
Rank.17 26,00000
3,0
7,0000
27,00000
1,000
19,00000
6,000
10,00000
8,00000
18,00000
Rank.18
28,00000
6,0
29,0000
5,00000
8,000
27,00000
2,000
7,00000
19,00000
9,00000
N 0 5 4 3 5 1 4 3 1 4
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
119
Tab. 19 - Análise de sensibilidade da comparação entre tomate cereja convencional e hidropônico
com 10 neurônios na camada intermediária
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
Rank.6
2,00000
9,00000
4,00000
13,00000
20,00000
25,00000
3,00000
11,00000
5,00000
15,00000
Rank.15
5,00000
1,00000
16,00000
30,00000
6,00000
4,00000
2,00000
9,00000
24,00000
27,00000
Rank.18 5,00000
22,00000
3,00000
2,00000
27,00000
6,00000
1,00000
7,00000
28,00000
26,00000
Rank.22 8,00000
4,00000
20,00000
6,00000
25,00000
7,00000
5,00000
21,00000
1,00000
26,00000
N 4 3 2 3 1 3 4 3 2 1
Zn-BU
Se-BU
Cd-BU
Hg-BU
Pb-BU
Soma
Minerais
BU
Frutose
BU
Glicose
BU
Sacarose
BU
Maltose
BU
Rank.6
12,00000
29,00000
1,00000
28,00000
24,00000
23,00000
8,00000
17,00000
22,00000
21,00000
Rank.15
22,00000
29,00000
8,00000
19,00000
7,00000
18,00000
12,00000
26,00000
14,00000
15,00000
Rank.18 4,00000
30,00000
10,00000
18,00000
23,00000
25,00000
16,00000
19,00000
12,00000
13,00000
Rank.22 2,00000
15,00000
13,00000
22,00000
18,00000
29,00000
27,00000
14,00000
17,00000
16,00000
N 3 1 4 0 1 0 2 1 2 2
Soma
Açúcares
BU
Nitrito
BU
Nitrato
BU
Soma
nitrito+
nitrato
BU
Cinzas
BU
Fibras
BU
Lipídios
BU
Proteínas
BU
Carboi
dratos
BU
Energia
BU
Rank.6
16,00000
27,00000
6,00000
10,00000
30,00000
18,00000
7,00000
14,00000
19,00000
26,00000
Rank.15
17,00000
23,00000
3,00000
11,00000
28,00000
20,00000
13,00000
10,00000
21,00000
25,00000
Rank.18 21,00000
24,00000
8,00000
14,00000
20,00000
15,00000
29,00000
17,00000
9,00000
11,00000
Rank.22 10,00000
11,00000
3,00000
23,00000
30,00000
28,00000
9,00000
24,00000
19,00000
12,00000
N 1 1 4 3 0 1 3 2 1 2
N= número de vezes ranqueada entre 1 e 15
Fez-se um novo teste, agora com as 15 variáveis de entrada que apresentaram
maior importância (tab. 18, assinaladas em amarelo) quando comparou-se os tomates
cereja orgânico e hidropônico. As variáveis utilizadas foram: Na, Mg, Al, Ca, Fe, Mn, Cd,
Pb, nitrato, nitrito, soma nitrato+nitrito, cinzas, lipídios, proteínas, calorias. Com essas
variáveis foi possível uma classificação, ou seja, um treinamento e validação com 100
% de acerto, com 10 neurônios na camada oculta.
120
Na comparação entre os sistemas de cultivos convencional e hidropônico 11
variáveis mostraram-se mais importantes e foram utilizadas em um novo teste, são
elas: Na, Mg, P, Ca, Fe, Mn, Zn, Cd, nitrato, soma nitrato+nitrito e lipídios. Os testes
foram realizados variando a quantidade de neurônios na camada oculta entre 4 e 8. Foi
possível uma classificação com as topologias que utilizaram 4 e 8 neurônios na camada
intermediária, mas considera-se a melhor rede a que utilizou 4 neurônios na camada
intermediária pois, é mais simples e apresenta o mesmo resultado (PEREIRA, 1999).
O atual estudo converge em parte (Mg e Mn) com o estudo de Stertz (2004) que
constatou uma diferença significativa (p 0,05) na concentração de magnésio e
manganês nas amostras de tomate cereja hidropônico quando comparadas com
amostras de tomates cereja orgânico e convencional.
Nas três hortícolas estudadas (morango, alface crespa e tomate cereja) o nível
de nitrato mostrou-se importante na classificação mostrando que existe diferença desse
elemento nos tipos de cultivos. Esses níveis apresentaram-se menores em produtos
orgânicos e maiores nos produtos hidropônicos (DAROLT, 2003; MIYAZAWA;
KHAUTOUNIAN e ODENATH-PENHA, 2001), concluindo-se, que ser mais vantajoso o
consumo de produtos orgânicos, uma vez que a segurança do consumo de nitrato
ainda é contestada .
.
121
6. CONCLUSÃO
As redes neurais do tipo MLP mostraram-se eficazes na classificação de
morango, alface e tomate cereja quanto ao seu cultivo (orgânico, hidropônico e
convencional).
Só foi possível classificação quando os cultivos foram comparados dois a dois.
Este estudo mostrou que não é necessária a utilização de todas as análises
realizadas, pôde-se identificar um complexo de bioindicadores para cada hortícola. Isso
resulta em redução de custo, diminui-se o tempo de análises, facilitando a diferenciação
dos cultivos propondo controle para certificação.
A classificação é importante, pois, mostra que existem diferenças quando essas
hortícolas o cultivadas de forma convencional, orgânica e hidropônica, o que pode
levar o consumidor a escolhas mais prudentes em relação ao cultivo.
122
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ANEXOS
143
ANEXO 1 – Tabela com as medidas e volume dos três tamanhos de queijo
Italac 0,5 kg
Tirolez 2,0 kg
Tirolez 3,0 kg
X Y Z Volume(cm3) X Y Z
Volume
(cm3)
X Y Z
Volume
(cm3)
1,0 4,1
6,8
15,7
437,7 9,5 9,0 20,0 1710,00 8,0 11,7
24,4 2283,8
2,0 4,5
6,8
14,0
428,4 9,3 9,1 20,2 1709,53 8,0 11,6
24,3 2255,0
3,0 4,7
6,5
13,3
406,3 9,4 8,9 20,4 1706,66 7,4 12,2
23,8 2148,7
4,0 4,8
6,3
13,0
393,1 9,7 9,3 19,6 1768,12 9,1 11,2
24,0 2446,1
5,0 4,5
6,7
14,1
425,1 9,3 8,9 20,3 1680,23 7,4 11,2
23,5 1947,7
6,0 4,8
6,3
13,9
420,3 9,6 9,0 20,5 1771,20 8,1 11,8
23,7 2265,2
7,0 4,2
6,3
13,8
365,1 9,5 9,4 19,8 1768,14 9,0 11,7
23,5 2474,6
8,0 4,4
6,6
13,1
380,4 9,2 8,8 20,1 1627,30 7,4 12,8
23,2 2197,5
9,0 5,0
6,2
13,4
415,4 9,8 8,7 20,2 1722,25 9,1 11,9
24,2 2620,6
10,0 4,5
6,6
13,2
392,0 9,1 9,5 20,6 1780,87 7,3 12,9
23,3 2194,2
média 4,6
6,5
13,8
406,4 9,4 9,1 20,2 1724,4 8,1 11,9
23,8 2283,3
dp 0,3
0,2
0,8 23,2 0,2 0,3 0,3 48,7 0,7 0,6 0,4 189,8
144
ANEXO 2- Tabela formulada no statistica 7.1 para estudo do queijo prato
Amostra
X
Y
Z
volume
NaCl
KCl
Contorno
Tempo
NaClf
KClf
Amostragem
1
4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 1 1,8264 1,9048 1
2 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 2 2,056 2,1422 2
3 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 3 2,2587 2,3507 1
4
4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 4 2,4419 2,5385 1
5 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 5 2,6098 2,7103 2
6 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 6 2,7652 2,8692 1
7
4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 7 2,9103 3,0172 2
8 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 8 3,0466 3,156 1
9 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 9 3,1752 3,2869 1
10
4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 10 3,2971 3,4108 1
11 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 11 3,413 3,5287 1
12 4,6 6,5 13,8 412,12 10 10 com agitação 12 3,5237 3,641 2
.
.
.
500 9,4
9,1
20,2
1727,908
13
7
sem agitação
8
2,062
1,4486
3
501 9,4
9,1
20,2
1727,908
13
7
sem agitação
9
2,1642
1,5144
3
502 9,4
9,1
20,2
1727,908
13
7
sem agitação
10
2,2617
1,5772
3
503 9,4
9,1
20,2
1727,908
13
7
sem agitação
11
2,355
1,6373
3
504 9,4
9,1
20,2
1727,908
13
7
sem agitação
12
2,4448
1,695
3
145
ANEXO 3– Exemplo da tabela formulada no Statistica para o estudo da classificação de horticolas quanto seu tipo de cultivo
amostragem
Var1
Na-BU
Mg-BU
Al-BU
P-BU
K-BU
Ca-BU
Fe-BU
Mn-BU
Co-BU
Cu-BU
classe
trein
65
48,8405
367,0524
9,9484177
408,6916
3334,0593
1096,8792
20,0855665
3,6030029
0,0268088
0,9036562
conv
trein
69
75,7617
381,3369
20,7922071
530,061
3709,2531
1030,5939
24,222072
2,5466406
0,0260064
0,7899444
conv
trein
72
214,245
637,353
5,272911
595,953
3523,14
824,9985
9,793998
15,247206
0,0468855
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conv
trein
73
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conv
val
94
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conv
val
95
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conv
trein
151
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13,456714
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org
trein
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org
trein
63
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org
trein
64
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org
val
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org
val
132
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org
trein
3
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hidr
trein
17
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hidr
trein
32
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hidr
trein
41
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hidr
val
67
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hidr
val
146
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hidr
146
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Se-BU
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0
19,8505755
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0
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0
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0
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0
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0
2,5980012
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0
0,9127456
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0
0
147
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Nitrato BU
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2,307981
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19,704468
0,331401
2,93475
2,119341
5,054091
1,286775
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0,612234
2,803815
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13,656825
2,56059
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1,1385
2,418795
0,682065
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5,36751
30,58218
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0
1,358472
1,358472
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0,365512
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1,147902
2,121852
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0,430962
0,430962
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1,58193
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1,351476
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1,629612
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1,3179
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0,929024
1,769806
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0,644875
2,258375
0,5775
2,482375
5,62275
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0,27713
0,223951
0,784203
1,008154
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2,874662
16,183643
0,274252
10,657372
714,55296
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1,535204
3,404368
0,585948
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23,653476
0,168705
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2,22006
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0
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1,070764
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3,538717
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