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neste estudo, a PIO manteve-se dentro dos limites de normalidade para a espécie
em todos os grupos e momentos de avaliação, apesar de terem sido observadas
diferenças entre olhos bloqueados e não bloqueados em alguns grupos. Ainda, com
o volume utilizado houve bloqueio anestésico pelo tempo esperado para cada
anestésico, além de ter sido observada boa exposição do bulbo do olho e de forma
semelhante em todos os grupos.
A escolha dos anestésicos fundamentou-se pela ampla utilização dos
mesmos em anestesias regionais oculares em humanos (JACOBI; DIETLEIN;
JACOBI, 2000; MAGALHÃES, GOVÊIA, OLIVEIRA, 2004; AKSU et al., 2009) e,
embora, muitas vezes, estes sejam citados em associações, optou-se pela utilização
individual dada a ausência de dados pertinentes a cada um deles em bloqueios
retrobulbares em cães.
No grupo lidocaína, olhos não bloqueados e na comparação entre
grupos, houve diferença no momento T30. Este momento correspondia ao retorno
anestésico e muitos animais apresentaram contrações musculares e agitação, o que
provavelmente contribuiu com o aumento da pressão intraocular (MURPHY, 1985).
No mesmo grupo, olhos bloqueados, houve diferença no momento T45, período em
que foi verificada menor agitação dos animais e o maior valor na PIO. Após esse
momento, a PIO tendeu ao equilíbrio com valores menores. Nesse caso, pode ser
que a midríase instalada tenha contribuído com a PIO mais elevada, uma vez que
com a dilatação pupilar estreita o ângulo iridocorneano, consequentemente, há
diminuição da drenagem de humor aquoso e aumento da PIO. Posteriormente,
mecanismos de autorregulação promovem o seu restabelecimento (GUM; GELATT;
ESSON, 2007).
A ropivacaína é um anestésico local mais potente que a lidocaína e de
estrutura similar à da bupivacaína, porém, o bloqueio motor promovido é menos
intenso que o da bupivacaína, assim como menos pronunciado e de menor duração
(FANTONI; CORTOPASSI; BERNARDI, 2006). Sabe-se que a pressão externa
sobre o bulbo do olho influência a PIO (MURPHY, 1985; SLATTER, 2005). Com
isso, o relaxamento dos músculos extraoculares, diminuindo a pressão externa
sobre o bulbo do olho, contribui com a diminuição da PIO (MURPHY, 1985;
SLATTER, 2005; GUM; GELATT, ESSON, 2007) o que pôde ser constatado ao
compararem-se, no grupo ropivacaína, nos quais os olhos bloqueados e não
bloqueados, pela diferença significativa nos momentos T15, T30, T45, T60, T120,