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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE ALIMENTOS
DISSERTAÇÃO
Avaliação da Presença de Resíduos de Antimicrobianos em Leite e Bebida
Láctea UHT por Teste de Inibição Microbiana Comercial
Aline da Silva Costa
2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE ALIMENTOS
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE RESÍDUOS DE
ANTIMICROBIANOS EM LEITE E BEBIDA LÁCTEA UHT POR
TESTE DE INIBIÇÃO MICROBIANA COMERCIAL
ALINE DA SILVA COSTA
Sob a orientação da Professora:
Verônica Lobato
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, no Programa de Pós-
Graduação Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Área de Concentração em
Ciência do Alimento.
Seropédica, RJ
Março, 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
ALINE DA SILVA COSTA
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência e
Tecnologia de Alimentos, no Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Área de Concentração em Ciência do Alimento.
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 30/03/2009
___________________________________________
Verônica Lobato. Dra. UFRuralRJ.
(Orientadora)
___________________________________________
Rosa Helena Luchese. Dra. UFRuralRJ.
___________________________________________
Robson Maia Franco. Dr. UFF.
iv
636.08842
C837a
T
Costa, Aline da Silva, 1981-
Avaliação da presença de resíduos de
antimicrobianos em leite e bebida láctea
UHT por teste de inibição microbiana
comercial / Aline da Silva Costa – 2009.
73 f. : il.
Orientador: Verônica Lobato, 1961-
Dissertação (mestrado) Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa
de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos.
Bibliografia: f. 44-55
1. Leite - Microbiologia Teses. 2.
Agentes antiinfecciosos - Teses. 3. Leite
- Qualidade Teses. 4. Mastite - Teses.
I. Lobato, Verônica, 1961-. II.
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro. Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Alimentos. III.
Título.
v
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente À
Deus, à minha família (Mãe, Mandy)
e ao amor da minha vida, Bê,
principalmente pelo suporte que todos
vocês me deram, a palavra amiga e
por não me deixar desistir diante dos
obstáculos. Muito Obrigada por
confiarem e acreditarem em mim.
vi
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do
céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher
o que plantou.”
Eclesiastes 3, 1:2
vii
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita! É bonita! E é bonita! ”
viii
AGRADECIMENTOS
À Deus, em primeiro lugar por sempre estar comigo, me iluminando e concedendo
bênçãos por cada dia de vida.
À minha família, mãe e irmã e ao meu pai, que esteja onde estiver sei que olha por
mim. Vocês são os responsáveis por eu ser o que sou e ter conseguido chegar até aqui, por ter
me dado forças e aquele colo nas horas de tristeza. Amo vocês!
Ao amor da minha vida, Bê, obrigada pelo seu amor, por fazer parte da minha vida tão
intensamente, ser minha fortaleza, ter a palavra de carinho e me dar forças quando não as
tinha mais, você também é parte desta minha vitória.
À minha irmã de coração (Neide) e aos meus queridos sobrinhos (Lipe, Nanan,e
Teteus) beijos e abraços apertados!
À minha orientadora Dra. Verônica Lobato, pela paciência, serenidade, confiança, e
ensinamentos, vamos em direção a mais uma etapa!
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, todos os
professores e técnicos que me ajudaram a concluir este trabalho, pela compreensão e
colaboração, muito obrigada de coração!
À Lane que me ajudou incansavelmente nas análises, tão prestativa, a ponto de
trabalharmos aos finais de semana!
À prefeitura Municipal de Seropédica, em especial a Secretaria Municipal de Saúde
por ter me dado a oportunidade de me capacitar e permitir que eu cursasse este caminho tão
sonhado.
Aos proprietários dos estabelecimentos que liberaram as amostras para análise, sempre
receptivos, cordiais e compreensivos.
Aos funcionários do MAPA que gentilmente me cederam informações, orientações,
colaboraram imensamente para esta pesquisa, e para perspectivas futuras.
À FAPERJ pelo financiamento do projeto, custeando os materiais utilizados na
realização das análises.
E a todos aqueles que direta ou indiretamente vivenciaram estes momentos comigo
(amigos, tios e tias emprestados!), torceram por mim, acreditam em mim. Dedico esta vitória
a vocês!
ix
RESUMO
COSTA, Aline da Silva. Avaliação da Presença de Resíduos de Antimicrobianos em
Leite e Bebida Láctea UHT por Teste de Inibição Microbiana Comercial.Dissertação
(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos). Instituto de Tecnologia, Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2009.
A ocorrência de resíduos de antimicrobianos no leite tem sido objeto de preocupação
constante por parte das autoridades sanitárias constituindo um sério problema na saúde
coletiva, devido aos efeitos tóxicos destes compostos ocasionando alergias, e até mesmo
alguns tipos de câncer, além da possibilidade de favorecer o desenvolvimento de
microrganismos patogênicos e alterar a constituição da microbiota do trato gastrintestinal. A
presença de resíduos de antimicrobianos no leite representa o principal ponto crítico de
controle de contaminação química do leite, devendo ser observada na recepção da matéria
prima nas plataformas das indústrias de laticínios. P
ara fiscalização e monitoramento
eficientes dos níveis de resíduos de antimicrobianos em produtos de origem animal, são
necessários métodos analíticos validados que garantam a segurança e confiabilidade dos
resultados gerados. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a incidência de resíduos de
antimicrobianos leite UHT comercializado em Seropédica, Rio de Janeiro e avaliar o método
de análise por kits comerciais de acordo com a sensibilidade. Para o teste de resíduo
antimicrobiano foram obtidos leites esterilizados pelo processo UHT, coletados em
supermercados locais, entre Março de 2007 a Julho de 2008 sendo estes armazenados sob
congelamento. As análises das 175 amostras foram realizadas com teste microbiológico
comercial Delvotest®SP-NT com G. steraothermophilus var. calidolactis, em meio ágar com
indicador. Do total de amostras analisadas , 2 (duas) foram positivas perfazendo um total de
1,1% de incidência em leite processado e ofertado ao consumo. Os kits foram testados
quanto a sua eficácia, confrontando doses de alguns fármacos que compõem o “pool” de
sensibilidade do kit. Foram realizadas diluições dos seguintes antimicrobianos: Amoxilina,
Ampicilina, Gentamicina, Eritromicina, e Trimetoprima em doses diferentes à sensibilidade
indicada pelo fabricante, uma inferior, uma intermediária e outra superior ao limite de
detecção do método e todas foram confirmadas pelo kit testado. Uma estratégia de controle
voltada à correção do problema, com orientação zootécnica, extensão rural, noções higiênico-
sanitárias, promoção de ações educativas pelos órgãos fiscalizadores é uma proposta diante
dos resultados obtidos neste estudo, visto que a mastite é grande colaboradora para ocorrência
destes antimicrobianos no leite. É de fundamental importância prevenir a presença de resíduos
de antimicrobianos no leite para reduzir problemas técnicos no processamento de produtos
lácteos e a possibilidade da transmissão desses resíduos ao consumidor, o que pode acarretar
problemas de saúde coletiva. A presença de inibidores bacterianos encontrados nas amostras
analisadas, contrariando a legislação em vigor, torna enfática a necessidade da atuação dos
órgãos de saúde coletiva quer seja através da inspeção, quer seja através de amplos programas
educativos junto à população envolvida na cadeia de produção.
Palavras-chave: Leite. Resíduos de antimicrobianos. Teste de inibição microbiana.
x
ABSTRACT
COSTA, Aline da Silva. Evaluation of the presence of antimicrobials residues in Milky
Drink and UHT Milk by Microbial Inhibition Commercial Test. Dissertation (Master
Science in Food Science and Technology, Food Science). Instituto de Tecnologia, Programa
de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, Seropédica, RJ, 2009.
The occurrence of antimicrobials residues in milk has been the object of concern by the health
authorities, it´s a serious problem in public health due to toxic effects of these compounds,
allergies and even some types of cancer, and the opportunity to promote the development of
pathogenic microorganisms and change the constitution of the microbiota of the
gastrointestinal tract. The presence of antimicrobials residues in milk is the most critical point
control of chemical milk contamination, should be observed in receipt of raw material on the
platforms of the dairy industry. For efficient supervision and levels monitoring of antibiotics
residues in animal products, validated analytical methods are needed to ensure the safety and
reliability of the results generated. The objectives of this study were: to evaluate the incidence
of antibiotic residues in milk marketed in Seropédica, Rio de Janeiro and evaluate the method
of analysis by commercial kits according to sensitivity. To test for antimicrobial residues were
obtained by the process UHT sterilized milk, collected from local supermarkets, from March
2007 to July 2008 which are stored under freezing. The analysis of 175 samples were taken
with microbiological test commercial Delvotest ® SP-NT with G. steraothermophilus var.
calidolactis in agar medium with indicator. Of the total samples analyzed, 2 (two) were
positive for a total of 1.1% in incidence of milk already processed and offered for
consumption. The kits were tested for their effectiveness, comparing doses of some drugs that
make up the pool of sensitivity of the kit. Dilutions were made of the following
antimicrobials: Amoxilina, Ampicillin, Gentamicin, Erythromycin and Trimethoprim in
different doses to the sensitivity shown by the manufacturer, one less, one intermediate and
one above the detection limit of the method and all were confirmed by the test kit. A control
strategy aimed at correcting the problem, with guidance livestock, rural extension, sanitary-
hygienic concepts, promotion of educational activities by enforcement bodies is a proposal
before the results of this study, since mastitis is a major contributor to the occurrence of
antimicrobial in milk. It is vital to prevent the presence of antimicrobials residues in milk to
reduce technical problems in processing of dairy products and the possibility of transmission
of such waste to the consumer, which may cause public health problems. The presence of
bacterial inhibitors found in the samples, contrary to existing legislation, it emphatically the
need for action of the organs of Public Health, either through the inspection, either through
extensive educational programs among the people involved in the production chain.
Keywords: Milk. Residues of antimicrobial drugs. Microbial inhibition test.
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limite máximo permitido de resíduos de antimicrobianos no leite
g/Kg), de acordo
com a Comissão do Codex Alimentarius (CODEX), “Food and Drug Administration” (EUA), União
Européia e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
13
Tabela 2 Kits para detecção de resíduos de antimicrobianos no leite disponíveis no mercado
31
Tabela 3 Kits para detecção de resíduos de antimicrobianos no leite e especificações 32
Tabela 4 Limite de sensibilidade g/Kg) de diferentes testes de inibição do crescimento
microbiano para diferentes antimicrobianos 33
Tabela 5 Quantidade e marcas das amostras analisadas 35
Tabela 6 Antimicrobianos e diluições utilizadas para o teste de sensibilidade do Kit
Delvotest®SP-NT 38
Tabela 7 Resultado das análises 39
Tabela 8 Resultado das análises do teste de sensibilidade do Kit Delvotest®SP-NT 40
xii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Estrutura química das quinolonas 16
Quadro 2 Estrutura química das sulfonamidas 17
Quadro 3. Principais causas de ocorrência de resíduos de antimicrobianos no leite 42
Quadro 4. Cuidados a serem observados ao tratar os animais 43
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura1 Aplicação de antimicrobiano para o tratamento da mastite pela via intra-
mamária
12
Figura 2 Delvotest SP-NT 29
Figura 3 Distribuição das amostras coletadas em frascos de 300 mL para posterior
congelamento 35
Figura 4. Distribuição das amostras analisadas segundo a classificação pelo teor de gordura
36
Figuras 5 e 6 Incubação das amostras nas ampolas do Delvotest®SP-NT em banho-maria a
64ºC por 3 horas 36
Figuras 7 e 8 Coloração indicativa dos resultados das amostras analisadas 37
Figuras 9 e 10 Realização do teste do formaldeído 37
xiv
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIMBOLOS
AOAC “association of official analytical chemist”
ANVISA agência nacional de vigilância sanitária
APPCC análise de perigos e pontos críticos de controle
BPA boas práticas agropecuárias
BPF boas práticas de fabricação
CCS contagem de células somáticas
CLA “conjugated linoleic acid”
CLAE cromatografia liquida de alta eficiência
CMT “california mastitis test”
DVA doenças veiculadas por alimentos
EPI equipamento de proteção individual
FAO “food and agricultural organization of the united nations”
FDA food and drug administration
HPLC “high performance liquid cromatrography”
IDA ingestão diária aceitável
IN instrução normativa
ISO “international standart organization”
Kg quilogramas
LMR limite máximo de resíduo
MAPA ministério da agricultura pecuária e abastecimento
mg/Kg miligramas por quilograma
OMS organização mundial da saúde
PCRL programa de controle de resíduos no leite
PNQL programa nacional de melhoria da qualidade do leite
POP procedimento operacional padrão
RDC resolução da diretoria colegiada
RIISPOA regulamento de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal
WMT “wisconsin mastitis test”
µg/Kg microgramas por quilograma
xv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVOS 3
3 JUSTIFICATIVA 4
4 REVISÃO DE LITERATURA 5
4.1 Leite 5
4.2 Mastite 8
4.3 Antimicrobianos 10
4.4 Tratamento da Mastite Bovina 11
4.5 Aminoglicosídeos no Tratamento da Mastite Bovina 12
4.6 Betalactâmicos no Tratamento da Mastite Bovina 14
4.7 Cloranfenicol 15
4.8 Quiolonas 15
4.9 Tetraciclinas 15
4.10 Sulfonamidas 16
4.11 Qualidade do Leite 18
4.12 Legislação Brasileira Direcionada à Qualidade do Leite 20
4.13 Resíduos de Antimicrobianos 22
5 MATERIAL E MÉTODODOS 35
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 39
7 CONCLUSÕES 41
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44
10 ANEXO 56
ANEXO A Produtos de uso veterinário empregados no tratamento da mastite 56
1
1 INTRODUÇÃO
A alimentação influencia, decisivamente, na saúde do homem, por relacionar-se com a
nutrição, sobrevivência, desempenho na vida e conservação da espécie, além de ser,
recentemente apontada, como um dos fatores mais importantes para a longevidade com
qualidade de vida.
O leite é um alimento único pelo seu valor nutritivo e pela sua composição, sendo,
portanto, um constituinte essencial da dieta dos recém-nascidos para todas as espécies de
mamíferos, em particular para a espécie humana, sendo também indicado em todas as idades.
Por isso é extremamente importante apresentar-se com qualidade.
Em relação à produção de lácteos no Brasil também tem sido observado um
crescimento quantitativo. Porém, aliado a esse crescimento, iniciativas para a modernização
do setor foram incrementadas, não pelo valor dos técnicos e pesquisadores no campo
do melhoramento genético dos plantéis, aprimoramento da alimentação fornecida,
controle da saúde dos animais, como também, pelo estabelecimento de padrões de qualidade
e segurança a fim de poder competir com a invasão de lácteos importados e
acompanhar as regulamentações, fixando padrões de qualidade e identidade aos produtos
lácteos de maior interesse no mercado. A partir dos anos 90, foram realizados trabalhos
importantes visando a modificação de um modelo ultrapassado de produção de leite para mais
modernos conceitos nessa atividade econômica primária, trazendo ganhos de produtividade,
maior competitividade no setor, com pesquisas e trabalhos científicos da maior expressão,
ampliando a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores (PROGRAMA
ALIMENTO SEGURO SEGMENTO CAMPO, 2005).
Entretanto, mesmo com os avanços tecnológicos ocorridos ao longo dos últimos anos,
a qualidade do leite produzido no Brasil ainda está muito além do tecnicamente
recomendado, ficando comprometidas a inocuidade dos alimentos lácteos ofertados à
população e também as possibilidades do país de se estabelecer como um forte competidor
no mercado internacional. A baixa qualidade da matéria-prima aqui produzida limita a
transformação industrial desse leite a produtos de baixo valor agregado e sem um padrão de
mercado (DÜRR, 2005)
Assim como outros alimentos de origem animal, o leite, durante o seu processo de
produção primária, processamento, transporte e comercialização, pode ser contaminado por
micro-organismos patogênicos, ou mesmo por outras substâncias tóxicas, que impliquem em
riscos à saúde do consumidor (CERQUEIRA, 1995).
É de fundamental importância prevenir a presença de resíduos de antimicrobianos no
leite para reduzir problemas técnicos no processamento de produtos lácteos e a possibilidade
da transmissão desses resíduos ao consumidor, o que pode acarretar problemas de saúde
coletiva.
Os resíduos de antimicrobianos no leite podem apresentar rias conseqüências
toxicológicas e técnicas. A presença destes no leite retarda ou mesmo impede os processos
microbiológicos utilizados na manufatura de determinados produtos lácteos (BRADY &
KATZ, 1998;DEWDNEY et al.,1991;CURRIE et al., 1998; PORTUGAL, 2001)
2
A terapia antibacteriana em bovinos tem sido incriminada como um fator catalisador
de resistência em bactérias isoladas de animais tratados, de outros animais na propriedade e de
alimentos derivados destes animais (BERGHASH et al., 1983; GRIGGS et. al. 1994;
PIDDOCK., 1996), sendo a mastite, processo inflamatório da glândula mamária, a causa mais
frequente para uso de antibacterianos em bovinos produtores de leite (McEWEN et al.,1991,
COSTA et al.,2000; MOLINA et al.,2003)
Devido a relevância da presença de resíduos de antimicrobianos no leite sob o ponto
de vista de saúde coletiva, por contribuir para a seleção de amostras resistentes e como fator
econômico relacionado na interferência na produção de derivados, têm sido realizadas
pesquisas para elucidar alguns aspectos que influenciam na persistência de resíduos no leite.
Entre os fatores de risco estudados por Raia (2001), está a intensidade da mastite, na
persistência de resíduo de antimicrobianos em animais tratados.
A comissão constituída para o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Leite
(PNQL), implantado em 2005 recomenda maior rigor na avaliação da presença de resíduos de
antimicrobianos no leite. Para tanto, são necessários estudos sobre o assunto pra fornecer
subsídios aos produtores, médicos veterinários e técnicos, no sentido de melhor orientar o uso
destes e prevenir resíduos.
3
2 OBJETIVOS
Avaliar a incidência de resíduos de antimicrobianos no leite UHT comercializado no
município de Seropédica, Rio de Janeiro;
Avaliar o método de análise por kits comerciais de acordo com a sensibilidade.
4
3 JUSTIFICATIVA
A ocorrência de resíduos de antimicrobianos no leite tem sido objeto de preocupação
constante por parte das autoridades sanitárias constituindo um sério problema na saúde
coletiva, devido aos efeitos tóxicos destes compostos, alergias, e até mesmo alguns tipos de
câncer, além da possibilidade de favorecer o desenvolvimento de micro-organismos
patogênicos e alterar a constituição da microbiota do trato gastrintestinal.
A presença de resíduos de antimicrobianos no leite representa o principal ponto
crítico de controle de contaminação química do leite, devendo ser observada na recepção da
matéria prima nas plataformas das indústrias de laticínios (FOLLY & MACHADO, 2001).
Por este motivo, recomenda-se o monitoramento frequente de resíduos de
medicamentos e seus derivados metabólicos no leite, adotando-se, como referência, os limites
estabelecidos através de agências internacionais. Historicamente, a principal referência
mundial para esse assunto é o Codex Alimentarius (FAO/OMS), que fornece subsídios
técnicos e serve de referência para vários países do mundo. De acordo com o mesmo, o limite
máximo de resíduo de antimicrobiano para o leite é um décimo do limite máximo para a
carne, pois o leite é alimento essencial para crianças e recém nascido (FONSECA, 2001). No
Brasil, o Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal (PNCRB)
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o PAMvet (ANVISA)
regulamentam o assunto.
O conhecimento da dimensão da exposição da população aos antimicrobianos é de
fundamental importância para nortear as ações de controle visando a proteção à saúde do
consumidor.
Em função desta realidade, o monitoramento do que vem sido consumido pela
população faz-se necessário. Através dos resultados encontrados, será desencadeada uma
estratégia de controle voltada à correção do problema, com orientação zootécnica, extensão
rural, noções higiênico-sanitárias, promoção de ações educativas pelos órgãos fiscalizadores.
5
4 REVISÃO DE LITERATURA
A mastite é um dos problemas mais importantes nas propriedades leiteiras e a maior
fonte de resíduos encontrados no leite (McEWEN et al.,1991, MOLINA et al.,2003).
O tratamento da mastite é um dos fatores de impacto econômico na produção leiteira,
representado pelo custo com os medicamentos, mão-de-obra e descarte do leite. Na prática, a
administração do medicamento é realizada por via sistêmica ou por via intramamária ou,
ainda, pelas duas vias concomitantemente. A via intramamária é a mais utilizada por
apresentar menores efeitos colaterais, maior facilidade de aplicação e menor custo.
Os medicamentos disponíveis para o tratamento de mastite, de animais em lactação,
apresentam formulações com diferentes princípios ativos. Os antimicrobianos betalactâmicos
estão entre os mais usados internacionalmente em medicina humana e veterinária (SHITANDI
& GATHONI, 2004).
Na atualidade tem sido observado um predomínio de aminogligosídeos e
betalactâmicos na formulação dos medicamentos para mastite disponíveis no mercado
brasileiro.
A situação brasileira se diferencia da observada no estrangeiro onde predominam
betalactâmicos para o tratamento de mastite, sendo que em alguns países o tratamento desta
afecção é restrito ao uso destes antimicrobianos (SHITANDI & GATHONI, 2004). Esta
peculiaridade na utilização de diferentes grupos farmacológicos no tratamento da mastite no
Brasil motivou a realização de pesquisas no sentido de conhecer melhor os fatores que
interferem na presença de resíduos de antimicronianos no leite de vacas tratadas.
4.1 Leite
Segundo o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal (RIISPOA) de 1952, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha
completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas. O leite de outros animais deve denominar-se segundo a espécie de que
proceda (BRASIL, 1952).
O leite como alimento balanceado foi sempre considerado como um dos melhores, e
que possui tudo o que se pode esperar em um alimento: acessibilidade, preço, qualidade
nutricional e características sensoriais de grande aceitação pela população (MARTÍNEZ,
2006).
O consumidor percebe o leite como um alimento especial, por ser um componente
importante na dieta de recém-nascidos, crianças em fase de crescimento, adultos jovens e
idosos. Assim, o conceito nutricional do leite está próximo do alimento completo, além da
impressão de pureza associada à cor branca (BRADY& KATZ, 1998; COSTA,1998;1999).
O leite e seus derivados ocupam um papel importante na nutrição do homem. Um litro
por dia supre todas as necessidades de proteína de crianças até seis anos de idade, mais de
6
60% das necessidades protéicas dos adolescentes e 50% das necessidades protéicas dos
adultos. Em relação ao cálcio, o consumo de um litro diário supre cerca de 100% das
necessidades (COSTA,1999).
Pode ser considerado um produto fonte de mais de vinte diferentes nutrientes
essenciais, atendendo, proporcionalmente, às exigências nutricionais de cálcio e proteínas,
consideradas de alto valor biológico, além de fornecer vitaminas (A, B2, B12 e D) e
minerais (cálcio, fósforo e magnésio). O cálcio é um nutriente essencial para o
funcionamento normal do metabolismo de todas as células, participando de inúmeras
funções vitais (SANTOS et al., 2004).
As propriedades do leite são determinadas por seus constituintes e por qualquer
processo ou operação que, alterando estes constituintes, possa interferi-las. O leite fresco
normal tem um sabor ligeiramente adocicado, devido principalmente ao seu alto conteúdo de
lactose. Entretanto, todos os elementos do leite, inclusive as proteínas participam de forma
direta ou indireta na sensação de sabor. Já o odor do leite recém-ordenhado está relacionado
com o ambiente de ordenha, porém este odor logo desaparece, tendo que se apresentar,
preferencialmente, isento de odores estranhos. Os principais elementos que influenciam
o odor do leite são provenientes do meio ambiente, de utensílios, outros alimentos e pela
presença de microorganismos (BRITO e BRITO, 1998).
Sua perenidade na mesa dos consumidores de toda idade também está baseada na
característica de satisfazer às exigências de bem estar e saúde e na habilidade de produzir
efeitos medicinais positivos (MONARDES, 2004).
Segundo Monardes (2004) outros componentes do leite possuem efeitos benéficos
sobre a saúde. O ácido butírico, assim como os esfingolipídios, na redução do câncer de
cólon, os polipeptídios e proteínas do leite, na diminuição do risco de hipertensão; o ácido
linoléico conjugado ( em inglês: “Conjugated Linoleic Acid”, CLA) na função imunológica
na diminuição do risco de certos tipos de câncer; o ácido esteárico, no controle dos lipídios
sanguíneos; a fermentação com probióticos, na absorção de lactose e outros nutrientes, na
melhoria da imunidade e na diminuição de certas doenças infecciosas.
Especificamente, no mercado de leite fluido observou-se nos últimos anos, um
crescimento explosivo do consumo de leite tipo UHT, tornando tecnologicamente possível o
fornecimento de leite vindo de regiões distantes dos centros consumidores a preços baixos
(SANTOS & FONSECA, 2003).
O sexto produto agropecuário brasileiro é o leite, com produção de vinte e sete bilhões
de litros em 2008 (EMBRAPA,2009). O Brasil é, o sexto maior produtor mundial de leite,
responsável por cerca de 48% do volume produzido pelos países que compõem o
MERCOSUL.
O Brasil apresenta baixo consumo de leite, per capita, cerca de 123 kg hab-1 ano-1, a
partir de 2003 o consumo vem aumentando, com taxas de 4,3% ao ano. Esse valor está bem
acima do crescimento econômico verificado no setor industrial e de serviços, bem como do
crescimento econômico nacional. (BALBASSIN JR., 2006). Contudo, o consumo está abaixo
do recomendado pela FAO que é 224kg hab-1ano-1 (CALIL, 2006).
7
Santos & Fonseca (2002) destacaram que, em termos mundiais, as normas utilizadas
para o comércio internacional são definidas pelo Codex Alimentarius, que é um fórum
internacional de normalização de alimentos, estabelecido pela Organização das Nações
Unidas através da Food and Agriculture Organization” (FAO) e Organização Mundial da
Saúde (OMS). As normas Codex abrangem os principais alimentos, sejam processados,
semiprocessados ou crus. Também abrange substância/produtos que sejam usadas para a
elaboração dos alimentos, na medida em que seja necessário alcançar os principais objetivos
do Codex. As diretrizes Codex referem-se aos aspectos de higiene e propriedades nutricionais
dos alimentos, abrangendo código de prática e normas de: aditivos alimentares, pesticidas e
resíduos de medicamentos veterinários, substâncias contaminantes, rotulagem, classificação,
métodos de amostragem e análise de riscos. Desde sua criação, o Codex gerou investigações
científicas sobre os alimentos e contribuiu para que aumentasse, consideravelmente, a
consciência da comunidade internacional acerca de temas fundamentais, como a qualidade e
inocuidade dos alimentos e a saúde coletiva.
No final do ano de 1996, foi criado o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do
Leite (PNMQL). O PNMQL faz parte do Programa de Modernização do Setor Lácteo no
Brasil. Este programa vinha sendo discutido desde 1992 quando chegou ao fim o tabelamento
do preço do leite pelo Governo. Tal fato, acrescido de outros como criação do MERCOSUL,
causou grandes modificações no setor, que procurou se adequar a nova realidade. O conceito
de qualidade do leite até então pouco considerado no país, mas exigido nos paises
desenvolvidos e de tradicional produção leiteira, por ser essencial inclusive para exportação,
passou a merecer destaque.
O objetivo do PNMQL é melhorar a qualidade do leite, para que a população possa
consumir produtos lácteos mais seguros, mais nutritivos e mais saborosos, proporcionando
aumento dos rendimentos dos produtores. Assim, torna-se importante produzir leite com
qualidade. A higiene do animal, do ordenhador e das instalações são ações necessárias para
atingir esse objetivo. A produção de leite de qualidade beneficia os produtores à medida que
se reduz a existência de doenças, resultando em maior produção de leite e custos menores
(DÜRR, 2005)
Com este objetivo o governo brasileiro, sob orientação e coordenação do MAPA
aprovou regulamentação para o controle e a melhoria da qualidade do leite. Foram formuladas
a Instrução Normativa 51 de 18 de Setembro de 2002 e a Portaria 78 de 3 de Junho de
1998 que regulamentou os programas de qualidade e o controle de resíduos em leite.
A qualidade do leite depende da genética, da alimentação e principalmente do estado
de saúde dos animais. Diversos autores demonstraram que a inflamação da glândula mamária
(mastite) é responsável por alterações na composição do leite, muitas vezes tornando o
produto impróprio para consumo (SANTOS,2003). Além disso, o uso de medicamentos no
tratamento da mastite favorece a presença de resíduos de medicamentos (COSTA et
al.,1999;RAIA, 2001).
Conforme Santos & Fonseca (2002), para que o leite seja considerado de boa
qualidade, necessidade de atender, pelo menos quatro critérios: ausência de agentes
patogênicos e contaminantes (resíduos de antimicrobianos, pesticidas e substâncias estranhas
ao leite); baixa carga microbiana; sabor agradável e alto valor nutritivo.
8
Ainda, que nas décadas de 40-50 teve início o uso de antimicrobianos, na produção
leiteira, com o objetivo principal de tratamento e prevenção da mastite bovina. Desde então,
um dos principais problemas, encontrados na indústria de laticínios, é a presença de resíduos
de antimicrobianos no leite, o que resulta, além de potenciais riscos à saúde do consumidor,
em efeito inibitório sobre o crescimento de culturas lácteas empregadas na fabricação de
queijos e outros produtos fermentados. Para evitar esses problemas basta, respeitar o prazo
mínimo de carência estabelecido pelo fabricante do medicamento, que vem descrito na bula.
Esse prazo depende do tipo de medicamento utilizado e o regime de tratamento adotado.
4.2 Mastite
A mastite é o processo inflamatório da glândula mamária que afeta, qualitativa e
quantitativamente, a produção de leite. Observa-se um menor teor de lactose, caseína,
gordura, cálcio e fósforo e um aumento nas células somáticas, imunoglobulinas, cloretos e
lípases. Com estas alterações, o leite torna-se inadequado para o consumo e para a produção
de derivados (COSTA,1998;SANTOS,2003).
A doença geralmente é classificada em duas formas: clínica na qual o diagnóstico
pode ser feito pela detecção de alterações visíveis ou palpação da glândula e subclínica
quando é essencialmente diagnosticada pela determinação das células somáticas e/ou cultura
bacteriana. (SHITANDI; GATHONI,2004).
Na mastite clínica os sinais da doença são evidentes nos tetos e no úbere
(inchaço, aumento de temperatura, endurecimento, dor) ou no leite (presença de coágulos,
grumos, flocos, aspecto aguado, com ou sem presença de sangue ou pus). Essas alterações são
detectadas quando se ordenha os primeiros jatos de leite de cada quarto mamário sobre uma
caneca de fundo telado ou escuro (LEITE DPA, 2005).
A mastite subclínica causa alterações no leite que não são visíveis a olho nu como o
aumento na Contagem de Células Somáticas, aumento nos teores de cloro, sódio e
proteínas séricas, e diminuição nos teores de caseína, lactose e gordura do leite. Essas
características só podem ser avaliadas por meio de testes auxiliares como o “California
Mastitis Test” (CMT), o “Wisconsin Mastitis Test” (WMT) e a Contagem de Células
Somáticas (CCS) (LEITE DPA, 2005).
Os testes de triagem de mastite são utilizados como guia auxiliar na decisão de
tratamento (SHITANDI; GATHONI,2004).
Em levantamento realizado nos estados de São Paulo e Minas Gerais, o índice de
prevalência de mastite clínica foi de 17,45% e de 46% para a mastite subclínica. De todos os
animais examinados, 72% apresentaram pelo menos um quarto afetado (COSTA et al., 1995).
Segundo Costa (1991), a mastite pode ter origem fisiológica, traumática, alérgica,
metabólica ou infecciosa. Assume maior importância a mastite de origem infecciosa, que, em
muitos casos, pode acarretar perda da atividade funcional da glândula, quando não forem
instituídas medidas de controle e tratamento imediato, além de representar importante
problema de saúde coletiva.
Diversos micro-organismos podem ser considerados agentes etiológicos de mastite,
tais como as bactérias, os protozoários, os rus, os fungos filamentosos, as leveduras e as
algas. Fatores anatômicos, fisiológicos, metabólicos, ambientais e de manejo podem também
9
interferir, dificultando com issso, o tratamento e controle. Dentre os agentes etiológicos, as
bactérias ocorrem com maior frequência, constituindo cerca de 80 a 90% dos casos, dentre as
quais as mais comuns são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus ssp, Staphylococcus
agalactiae, Streptococcus dysgalactiae e Streptococcus uberis, Corynebacterium spp.,
Escherichia coli, Nocardis ssp, Protoheca zopfii, entre outras (COSTA et al.,1997;
COSTA,1998; COSTA et al. 2000). Dentre estas, destacam-se as espécies do gênero
Staphylococcus.
No Brasil, Brabes et al.(1999), caracterizaram as espécies bacterianas isoladas de
mastite. Foram estudadas estirpes provenientes de amostras de leite de animais com mastite
clínica e subclínica nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Das 127 estirpes estudadas, as
espécies mais encontradas foram Staphylococcus aureus (39%), S. chromogenes (11%), S.
scuri (9%), S. simulans (7%), S. hyicus (6%), S. xylosus (5%), S. warneri (2%), S
.epidermidis (0,78%), S. hominis (0,78%), S. caprae (0,78%), S. saprophyticus (0,78%),
sendo que destas, 16 apresentaram produção de enterotoxinas. A capacidade destas de
sintetizar enterotoxinas representa na atualidade um sério problema à saúde coletiva.
Mc Ewen et al. (1991) obtiveram que a ocorrência de resíduo no leite, estava
associada com um aumento na frequência de tratamento de vacas em lactação, com
antimicrobianos por via intramamária, indicando que proprietários devem ter um cuidado
extra, quando tratar as vacas por esta via. Muitos proprietários, segundo os autores no estudo
referido, usavam antimicrobiano intramamário, quando achavam necessário, sem nenhuma
orientação direta do veterinário.
Raia & Costa (2001) avaliaram 60 amostras de tanques resfriadores de diferentes
propriedades leiteiras, as amostras que apresentaram alta percentagem de mastite clínica
foram relacionadas com a detecção de resíduo de antimicrobianos no leite,reforçando ser a
ocorrência de mastite clínica um fator predisponente importante para a presença de resíduos
no leite de tanques resfriadores das propriedades.
Se a mastite é um problema, o seu controle através do uso de antimicrobianos impõe
outro desafio para a manutenção da qualidade do leite: o resíduo de antimicrobianos
no produto. A contaminação do leite e, conseqüentemente, dos produtos lácteos por
antimicrobianos, deve-se principalmente ao tratamento de vacas em lactação com
problemas de mastite ou ao tratamento durante o período seco, para controlar a mastite
(GIGANTE, 2004).
A presença de resíduo do antimicrobiano no leite constitui um problema por duas
razões principais: primeiro, porque é um problema de saúde pública; segundo, porque
mesmo em baixos níveis pode afetar o comportamento e atividade das culturas
lácticas, causando perdas consideráveis para a qualidade dos produtos e para a indústria
laticinista (GIGANTE, 2004).
Uma vez que o leite contaminado com resíduo de antimicrobiano entrada na
indústria, praticamente nada pode ser feito para evitar sua presença no leite fluido ou nos
produtos lácteos. Os tratamentos usuais aos quais o leite é submetido, como filtração,
resfriamento e tratamento térmico na faixa de 72-75°C por 15 a 20 segundos, têm
pouca ou nenhuma influência sobre o conteúdo de antimicrobianos. Mesmo o tratamento
UHT a 130-140°C por 2 a 4 segundos não é suficiente para destruir 100% dos
antimicrobianos (GIGANTE, 2004).
10
Dessa forma, através do consumo de leite fluido, o resíduo de antimicrobiano chega à
mesa do consumidor e constitui um problema de saúde pública, cujos aspectos
toxicológicos, microbiológicos e de desenvolvimento de reações de hipersensibilidade são de
grande importância (GIGANTE, 2004).
4.3 Antimicrobianos
Os antimicrobianos são substâncias químicas inespecíficas ou específicas que atuam
sobre os micro-organismos em geral, quer sejam eles patogênicos ou não. Pertencem ao
primeiro grupo os desinfetantes e anti-sépticos, ao segundo, os quimioterápicos e
antimicrobianos (SPINOSA, 2002).
Os quimioterápicos são substâncias sintetizadas em laboratório e, antimicrobianos são
substâncias produzidas parcial ou totalmente por seres vivos, em sua maioria fungos do
gênero Streptomyces e alguns do gênero Penicillium e Cephalosporium (ALTERTHUM,
1999). Porém, na prática, esta distinção nem sempre é observada (TORTORRA et al., 2000).
Os antimicrobianos possuem ação bacteriostática ou bactericida, fungiostática ou
fungicida (ENGLERT,1982; BRASIL, 1999) e são importantes fármacos utilizados em
animais destinados à produção de alimentos, com a finalidade terapêutica, profilática ou como
promotores de crescimento (CANABRAVA et al., 2002; STILWELL & GONÇALVES,
2002).
O uso de antimicrobianos em animais sempre acompanhou o desenvolvimento e a
utilização destes em medicina humana. Na década de 50, descobriu-se seu uso como aditivo
alimentar, aumentando o crescimento animal e a eficiência produtiva (MITCHELL et al.,
1998). nos Estados Unidos, quase uma centena de quimioterápicos, com predomínio de
antimicrobianos, são utilizados na produção animal, principalmente em aves. No Brasil esse
número não é muito menor (MÍDIO, 2000).
Os antimicrobianos mais comumente utilizados em animais de produção podem ser
divididos em cinco classes incluindo os β-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas), as
tetraciclinas (oxitetraciclina, tetraciclina e clortetraciclina), os aminoglicosídeos
(estreptomicina, neomicina e gentamicina), os macrolídeos (eritromicina) e as sulfonamidas
(sulfametazina) (MITCHELL et al., 1998).
Em relação às estirpes multi-resistentes desenvolvidas no Brasil, tem-se observado
uma preocupação com o uso indiscriminado e indevido de antimicrobianos na terapia de
infecções intramamárias bovinas, causadas por coliformes e outros agentes (COSTA et
al.,2000; GARINO Jr et al.,2000)
Um agravante destacado por Garino Jr. et al (2000) é que os sorogrupos de EPEC,
com resistência múltipla elevada a antimicrobianos, foram isolados de mastites subclínicas, o
que representa risco à saúde coletiva, pois o leite de casos subclínicos de mastite, por não
apresentar alterações visíveis, é muitas vezes comercializado para consumo humano,
principalmente pela venda informal.
Sob ponto de vista de alimento seguro e o Programa da FAO, é importante
salientar que, para determinados antimicrobianos, a ingestão diária admissível (IDA) é
relativamente elevada, de maneira que a concentração encontrada em produtos de origem
11
animal, na maioria dos casos, está abaixo da concentração estabelecida. Portanto, a
toxicidade destes resíduos é relativa, sendo mais importante os problemas
microbiológicos que podem ocasionar. Quanto aos antimicrobianos, que podem causar
efeitos tóxicos graves na população, como nitrofuranos, possíveis mutagênicos, ou o
cloranfenicol, causador de anemias graves, e que tem seu uso proibido em animais destinados
à produção de alimentos, inclusive no Brasil (Portaria Ministerial n.º 448, de 10/09/1998) e
seus resíduos, são inaceitáveis sob o ponto de vista toxicológicos (TETZNER &
BENEDETTI, 2005)
4.4 Tratamento da Mastite Bovina
Antimicrobianos são largamente utilizados no manejo do gado leiteiro para o
tratamento de doenças e como suplementos alimentares. Eles podem ser administrados
oralmente como aditivos alimentares ou diretamente por injeção. O uso de antimicrobianos
pode resultar em resíduos desses fármacos no leite, especialmente se eles não são usados de
acordo com as instruções do fabricante.
Cerca de 87% do emprego dos antimicrobianos em medicina veterinária, são para fins
de tratamento, controle e prevenção. Outros 13% são usados para o aumento da eficácia
nutricional, com o ganho de peso como indicador de resposta ao uso do antimicrobiano. Essa
prática é proibida no Brasil e em muitos outros países.(GRANJA,2004)
Dos antimicrobianos empregados na produção animal, 47% são de uso exclusivo em
medicina veterinária e somente poderão ser usados depois de aprovados por órgãos oficiais. A
aprovação depende da apresentação de resultados de estudos quanto à dose, duração e
carência do tratamento na espécie de interesse.(GRANJA,2004)
Ao se abordar a questão da presença de resíduos no leite, é importante que se
diferencie corretamente os termos “antimicrobianos” e “resíduos de antimicrobianos”.
Spinosa et al. (1999) definiram antimicrobianos, sob o aspecto farmacológico, como
substâncias químicas (medicamentos) produzidas por alguns micro-organismos ou seus
equivalentes sintéticos capazes de, em pequenas doses, inibir o crescimento (bacteriostásticos,
fungistáticos etc.) ou destruir (bactericidas, fungicidas) micro-organismos causadores de
doenças. Brandão (2002) e Alvim (2005) propuseram definir antimicrobianos como inibidores
específicos de sistemas enzimáticos de estruturas celulares vitais para a sobrevivência de
micro-organismos, enquanto “resíduos de antimicrobianos” como compostos bioativos que
restam nos animais devido ao seu uso terapêutico, podendo causar ações biológicas nos seres
humanos consumidores de produtos de origem animal.
A quantidade de resíduo de antimicrobiano excretada no leite varia entre os diferentes
indivíduos, consoante à quantidade de leite que a vaca produz e o excipiente de preparação
utilizado. A administração de doses elevadas e a produção de quantidades escassas de leite
determinam largas permanências de antimicrobianos no úbere (GRANJA,2004).
Em um programa básico de controle da mastite, recomenda-se que vacas que
apresentem mastite clínica devem ser tratadas imediatamente, e que todas as vacas devem ser
tratadas durante o período seco. Nesse caso, com o uso de antimicrobiano, o leite do animal
tratado somente poderá ser destinado à alimentação humana após o prazo mínimo de carência
estabelecido pelo fabricante na bula. Esse prazo depende do tipo de medicamento utilizado e
regime de tratamento adotado (FONSECA & SANTOS, 2000).
12
Em relação à utilização de associações no tratamento de mastite bovina posições
conflitantes. Assim, apesar da base teórica para o uso destas ser a ampliação de espectro e a
ação sinérgica contra certos micro-organismos, alguns autores argumentam que, não foi
devidamente comprovada em protocolos clínicos de tratamento de mastite bovina, a
superioridade da formulação betalactâmicos associados aos aminiglicosídeos (TAPONEN et
al.,2003). Nos Estados Unidos as associações deste tipo foram retiradas do mercado há alguns
anos, devido às restrições impostas pela “Food and Drug Administration”. Entretanto, na
União Européia e em vários países as associações são amplamente utilizadas no tratamento de
mastite.
O processo inflamatório da glândula mamária aumenta o risco da presença de resíduos
de antimicrobianos no leite, podendo inclusive, determinar períodos de eliminação além
daqueles estabelecidos nas bulas dos medicamentos (RAIA et al., 1999; RAIA et al., 2003).
É imprescindível, então, descartar o leite durante o tratamento das vacas em
lactação, seguindo rigorosamente os prazos prescritos nas bulas de cada medicamento
(LEITE DPA, 2005).
Figura1. Aplicação de antimicrobiano para o tratamento da mastite pela via intra-mamária.
4.5 Aminoglicosídeos no Tratamento da Mastite Bovina
Na medicina veterinária, os aminoglicosídeos são amplamente utilizados no
tratamento de infecções bacterianas, como nas enterites e mastites. Os mais comumente
usados como agentes terapêuticos são: gentamicina, neomicina, diidroestrepomicina e
estreptomicina (TAPONEN et al.,2003).
Os aminoglicosídeos estão entre os medicamentos mais utilizados para o tratamento de
mastite, sendo também encontrados associados aos betalactâmicos na composição de muitos
dos medicamentos disponíveis no comércio. Vários trabalhos avaliaram a utilização dos
aminoglicosídeos no tratamento de mastite bovina (LANGONI et al. 2000;).
Entre os aminoglicosídeos utilizados no tratamento da mastite destaca-se a
gentamicina. Como se verifica pelos dados apresentados na Tabela 1, o limite máximo para
este aminoglicosídeo no leite varia acentuadamente, sendo para União Européia (EU) o FDA
admite o máximo de 100 ppb, para os Estados Unidos o FDA admite o máximo de 30 ppb e
no Brasil não informação, com relação a diidroestrepomicina e neomicina, os limites são
de 125 e 150 ppb respectivamente.
13
Tabela 1. Limite máximo permitido de resíduos de antimicrobianos no leite g/Kg), de acordo com a Comissão
do Codex Alimentarius (CODEX), “Food and Drug Administration” (EUA), União Européia e Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Substância
Codex
LMR
g/Kg)
EUA/FDA
Tolerância
g/Kg)
EU LMR
g/Kg)
Brasil
1
LMR
g/Kg)
Penicilina G 4 5 4 4
Ampicilina - 10 4 4
Amoxilina - 10 4 4
Oxacilina - - 30 -
Cloxacilina - 10 30 -
Diocloxacilina - - 30 -
Penetamato - - 4 -
Ceftiofur 100 50 100 100
Cefquinone - - 20 -
Cefapirina - 20 - -
Etraciclina 100 80 100 100
Clortetraciclina 100 30 100 100
Oxitetraciclina 100 30 100 100
Espiramicina - - 200 200
Tylosina - 50 50 -
Eritromicina - 50 40 40
Espectinomicina 200 30 200 -
DH/Estreptomicina 200 150 200 -
Gentamicina 200 30 100 -
Neomicina 500 150 500 500
Sulfonamidas - - 100 -
Sulfadimidina 25 10 - -
Sulfadimetoxina - 10 - 100
Sulfametazina - 10 - -
Sulfatiazol - 10 - 100
Sulfadiazina - 10 - -
Trimetoprim - - 50 -
Furazolidona - - - -
Ronidazol - - - -
Cloranfenicol 0 0 0 -
Novobiocina - 100 - -
1
Programa de Controle de Resíduos em Leite; PCRL/2000, Instrução Normativa nº 42 de 20 de Dezembro de
1999.
Fonte: BRITO,2003.
Costa et al.(1996), avaliaram,em protocolo de campo, que englobou 154 vacas com
mastite, num total de 214 quartos, a utilização de gentamicina por via intramamária obtendo-
se cura de 83,9%.Neste mesmo trabalho foram avaliados tratamentos com cefacetril
(betalactâmico) com 80,8% de cura, também foi realizado o tratamento a base de enzimas sem
a inclusão de antimicrobianos, com resultados de 68% de cura.
Apesar da ciência terapêutica comprovada, alguns aminoglicosídeos podem
determinar persistência prolongada de resíduos em animais tratados (ZIV,1980).
uma preocupação sobre resíduos de aminoglicosídeos desde que estes foram
apontados como causadores de dano aos rins e aos nervos cranianos, levando a uma perda de
audição.
14
4.6 Betalactâmicos no Tratamento da Mastite Bovina
Os antimicrobianos β-lactâmicos são representados pelas penicilinas e cefalosporinas.
Apresentam estrutura β-lactâmico condensada, grupo carboxílico livre e um ou mais grupo
amino substituído na cadeia lateral. São os antimicrobianos mais utilizados em veterinária e
de grande emprego na quimioterapia humana (MÍDIO, 2000).
Uma grande variedade de betalactâmicos é utilizada em vacas leiteiras. Os mais
empregados no tratamento de doenças em vacas em lactação são: penicilinas, ceftiofur,
cloxacilina, cefapirina, cefacetril, amoxilina e ampicilina (COSTA 2002).
Muito embora, como se observa pelos dados da literatura, os betalactâmicos
constituem importante ferramenta, o uso inadequado pode causar resíduo no leite,
aumentando o risco de seleção de estirpes resistentes. A prevalência de resistência para
cefalosporinas em estirpes patogênicas de Escherichia coli, foi descrita por Garino Jr et al.
(2000).
Os antimicrobianos do grupo beta lactâmicos (penicilinas) são os antimicrobianos
mais administrados às vacas de leite. Estima-se que aproximadamente 10% das pessoas são
alérgicas às penicilinas e aos seus metabólitos (WEAVER, 1992).
Considerando-se a alta porcentagem de pessoas alérgicas à penicilina e seu amplo uso
nas propriedades leiteiras, os resíduos de penicilina constituem a maior preocupação, com
relação aos riscos oferecidos aos humanos (LARANJA & MACHADO, 1994).
Em relação ao uso de associações, vários estudos foram conduzidos em protocolos de
campo com penicilinas no tratamento de mastite clínica e subclínica, comparando com
associação de penicilinas e aminoglicosídeos, nenhum desses estudos demonstrou qualquer
vantagem da associação sobre o uso do betalactâmico isoladamente (TAPONEN et al.,2003).
Taponen et al. (2003) concluíram que nesses casos dever-se-ia evitar a utilização da
associação, reduzindo o risco de resistência a ambos grupos de antimicrobianos.
Autores como Whittem & Hanlon (1997) e Osteras et al.(1999) ressaltaram que o uso
desnecessário de associação de antimicrobianos pode contribuir para o aumento da pressão
seletiva de estirpes resistentes e, portanto, deve ser sempre avaliado criteriosamente.
Taponen et al. (2003) realizaram um estudo de campo para comparar a estatística do
tratamento intramamário somente com penicilina G ou uma combinação de penicilina G e
neomicina em mastite clínica bovina causada por bactéria Gram positiva. Estes pesquisadores
sugerem evitar o uso da associação de betalactâmico com aminoglicosídeos para diminuir o
risco de resíduo no leite, pois os aminoglicosídeos se ligam aos tecidos e favorecem a
persistência de resíduos por longos períodos
Na mastite a absorção do medicamento pode ser aumentada devido à alteração na
integridade da barreira entre o sangue e o leite e a persistência do fármaco pode ser
prolongada. Resíduos de aminoglicosídeos foram encontrados nos rins de vacas com mastite
até 60 horas após aplicação intramamária (ZIV, 1980).
15
4.7 Cloranfenicol
É um antimicrobiano de amplo espectro utilizado para o tratamento de uma variedade
de organismos patogênicos.
O cloranfenicol é responsável por causar anemia aplástica em um pequeno percentual
de pessoas expostas a esta fármaco, não possuindo assim o uso aprovado pelo FDA para
produtos de origem animal.
4.8 Tetraciclinas
As tetraciclinas são largamente utilizadas para o tratamento da mastite bovina e tem
seu uso também na alimentação do rebanho, em doses subterapêuticas, como profilaxia.
O FDA determinou os níveis para resíduos de clortetraciclina, oxitetraciclina e
tetraciclina como 30,30 e 80 ng/mL.
4.9 Quiolonas
Estes compostos são altamente ativos contra bactérias Gram positivas, Gram negativas
e micobactérias (SCHROEDER, 1989, USP, 2000), embora cada vez mais estejam
aparecendo estirpes bacterianas resistentes.
As quiolonas são compostos amplamente utilizados na medicina humana, e em
veterinária. Em medicina veterinária, são comumente utilizadas para tratar e/ou evitar
infecções respiratórias, do trato urinário e gastrointestinal.
A utilização de quiolonas tem sido associada ao aparecimento de estirpes
bacterianas de Salmonella sp. e Campylobacter sp. resistentes (LOVINE & BLASER 2004).
Devido ao alto metabolismo da enrofloxacina à ciprofloxacina em algumas espécies
animais, o LMR para o enrofloxacina é definido como a soma de ambos os compostos
(enrofloxacina + ciprofloxacina) e ela está entre 100 e 300 mg / kg, dependendo do tecido
alvo (muscular,tecido adiposo, fígado, rim e leite) e de espécies animais (Anexo I do
Regulamento 2377/90/CE, Regulamento 1181/2002/CE).
16
Quadro1. Estrutura química das quinolonas.
4.10 Sulfonamidas
Em medicina veterinárias são amplamente utilizadas. As sulfonamidas são comumente
utilizadas para tratar e/ou evitar Actinobacilose como infecções agudas, coccidiose, mastites,
metrites, infecções respiratório e toxoplasmose.
O LMR fixado em 100 mg/kg, para todas as substâncias pertencentes a este grupo
compostos em diferentes tecidos-alvo (músculo, tecido adiposo, fígado, rim e leite)
(Anexo I do Regulamento 2377/90/CE e Regulamento 508/1999/CE).
Apesar dos controles efetuados, as sulfonamidas têm sido ainda utilizadas com
frequência, mesmo sem cumprir o período de retirada (aproximadamente 28 dias na carne).
Prova disso são os resultados do Plano Nacional de Resíduos de 2002, na qual
26 notificações de LMR superação acima de 50% foram devidos a
presença de substâncias pertencentes a essa família de compostos (COMISSÃO EUROPEIA,
2002).
As sulfonamidas estão ativas contra um amplo espectro de bactérias, embora
atualmente muitas estirpes bacterianas desenvolveram mecanismos de resistência, como
Nome da quinolona
17
resultado de mais de cinqüenta anos de uso. Estes compostos atuam preferencialmente sobre
Gram negativas e têm um efeito significativo contra alguns patógenos anaeróbios
como Clostridium spp., mas também mostram um ligeiro efeito sobre alguns
protozoários como o Plasmodium spp. e Toxoplasma spp. e em algumas
Chlamydia e Micobactérias (FLÓREZ, 1997).
Quadro 2. Estrutura química das sulfonamidas.
Nome Nome químico
18
4.11 Qualidade do Leite
O controle de qualidade é a manutenção dos produtos e serviços dentro dos níveis de
tolerância aceitáveis para o consumidor, ou comprador. Desse modo, para avaliar a qualidade
de um produto alimentar, deve ser mensurado o grau em que o produto satisfaz os requisitos
específicos, sendo que esses níveis de tolerância e requisitos expressam-se por meio de
normas, padrões e especificações (COSBY, 1990).
Tradicionalmente, é atribuída à inspeção sanitária a prevenção e controle de Doenças
Veiculadas por Alimentos (DVA). As inspeções, porém, nem sempre podem ser realizadas
com a frequência e com o cuidado suficientes para garantirem um grau satisfatório de
segurança sanitária do alimento (IAMFES, 1997).
Um dos requerimentos atuais da sociedade é a disponibilidade de alimentos seguros,
saudáveis e nutritivos de todos os segmentos das redes de empresas, dos estabelecimentos
produtores, das organizações, dos aparelhos reguladores do Estado e instituições que
constituem a cadeia produtiva do leite. O direcionamento da pesquisa e da transferência de
tecnologias para que tais demandas sejam atendidas é compromisso institucional e social
inquestionável (BRESSAN & MARTINS, 2004).
Pela necessidade de aperfeiçoar processos específicos, tem-se buscado novos sistemas
de gerenciamento que permitam produzir alimentos mais seguros, e, conseqüentemente, de
melhor qualidade. Os mecanismos utilizados são os programas de qualidade, os quais
mostram ser possível melhorar os seus produtos e aumentar a produtividade, e as cnicas
utilizadas são de cil assimilação. Porém, não se consegue resultados duradouros se não
houver verdadeiro comprometimento dos envolvidos no processo. A necessidade de melhorar,
sempre, deve ser cultural (BORGES et al., 1998).
Para garantir a qualidade dos produtos, necessidade de um sistema de melhoria
contínua que precisa de mecanismos de controle efetivo que a garanta (VIALTA, 2002).O
grande objetivo dos programas de qualidade e produtividade é a melhoria contínua que, é a
transição para um melhor estado ou condição, normalmente, gerando vantagens. A melhoria
contínua deve ser um procedimento normal e enraizado na cultura organizacional, de forma
que isso não seja uma exceção, mas sim, uma forma rotineira e integrada a qualquer processo
(WEBSTER, 2001).
Destaca-se então a atuação da tecnologia de alimentos, que cada vez mais tem
adaptado o leite de outras espécies às necessidades do ser humano, criando produtos para cada
idade e para cada fase da vida. A única exceção fica por conta do leite materno, que não
necessita de nenhuma tecnologia ou ciência para ser o melhor leite para a criança nos dois
primeiros anos de vida (CTENA & PIROLI, 1999).
Melhorar continuamente um processo significa reestruturar continuamente seus
padrões. Cada melhoria corresponde ao estabelecimento de um novo nível de controle que é a
fase de replanejamento e reprogramação de novas atividades a partir dos resultados
alcançados pelo atual patamar de padronização da organização (TACHIZAWA & SCAICO,
1997).
A indústria de alimentos tem grande preocupação com a qualidade, pois esta é uma
exigência crescente no mercado consumidor. A qualidade na indústria de alimentos,está
19
diretamente ligada ao sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APPCC
(TRONCO,1997).
O conceito do sistema APPCC teve origem na década de 50, em setores relacionados à
indústria química da Grã-Bretanha. Nas décadas de 50,60 e 70 foi utilizado pela Comissão
Americana de Energia Atômica. Ao final dos anos 60, a “National Aeronautics and Space
Administration” (NASA) sugeriu que o sistema APPCC fosse utilizado para a produção de
alimentos seguros, diminuindo a probabilidade de ocorrência de doenças de origem alimentar
nos tripulantes dos vôos espaciais (BRYAN,1981). Assim, utilizando conceito que analisa
simultaneamente princípios de microbiologia dos alimentos, controle de qualidade e a
avaliação de risco para obtenção de um alimento seguro, desenvolveu-se o Sistema APPCC,
aplicado à qualidade do leite (BRYAN,1981)
A qualidade do leite é um compromisso ético da cadeia produtiva com os
consumidores de lácteos, sendo uma necessidade real e não mais uma opção, diante do
mercado globalizado. Se o setor perceber a oportunidade que tem nas mãos (IN 51) pode dar
um salto na melhoria da qualidade do leite semelhante ao que ocorrer com a produção, pois o
efetivo uso de informações sobre o negócio permite a otimização do uso de recursos e a
definição de metas e indicadores de desempenhos compatíveis com o momento vivido pela
cadeia produtiva (DÜRR, 2005).
Em relação a qualidade do leite, alguns fatores que levam a alteração na sua
composição química tais como raça, idade e alimentação do animal, estágio de lactação,
variações climáticas, ou ainda infecções do úbere da vaca (OLIVEIRA & CARUSO, 1984).
As infecções no úbere, mesmo que subclínicas, influenciam grandemente a
composição do leite, sendo que o principal efeito é o abaixamento da concentração de
gordura, lactose e caseína, e aumento no conteúdo de proteínas do soro e cloretos. Estados
mais avançados de infecção resultam em um leite com composição química diferente da
normal. A mastite bovina é uma doença multifatorial, de etiologia complexa e variada, e se
encontra disseminada em todas as regiões produtoras de leite. A maioria das infecções tem
origem bacteriana, predominando o Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae
(PELCZAR et al., 1996).
Em função dessas infecções, os antimicrobianos têm sido bastante utilizados nos
estabelecimentos produtores e até em muitos casos, de maneira indiscriminada, seja para fins
terapêuticos, principalmente visando a cura de mamites, ou ainda incorporados à alimentação
animal como suplemento dietético, atuando de forma preventiva. Tais procedimentos
conduzem à presença de resíduos de antimicrobianos, representando um risco ao consumidor
e sendo portanto, um sério problema na área econômica e de saúde coletiva. A presença de
resíduos de antimicrobianos como conseqüência de tratamentos terapêuticos aplicados no
animal em lactação, principalmente no combate às doenças infecciosas da glândula mamária é
portanto, uma fonte indireta de contaminação do produto. A contaminação direta ocorre
quando adulteração com objetivo de prolongar o tempo de vida útil do leite O abuso de
medicamentos veterinários, especialmente nos países onde o seu emprego não é controlado
rigorosamente, poderia ser corrigido através de orientações aos manipuladores, informações
suficientes e exatas aos usuários, veiculadas por cooperativas e centros de apoio técnico
governamentais. A difusão de boas práticas veterinárias e agrícolas levaria a uma redução dos
níveis destas substâncias, deixando de ser motivo de preocupação pública. No Brasil, não
uma política de longo prazo de organizar, e principalmente, manter a estrutura adequada para
20
o controle do uso de medicamentos veterinários (MINIUSSI, 1992). Segundo Brito et al.
(1997), o sucesso desses programas depende de mudanças de atitude e de manejo, em que o
produtor e os funcionários desempenham um papel primordial.
Segundo Benedetti & Pedroso (1996) a obtenção higiênica do leite preservando a
saúde do úbere, ainda constitui um sério problema na maioria das granjas leiteiras. A adoção
de novas ordenhadeiras, modernos estábulos e/ou salas de ordenha, alimentação diversificada,
podem ter alterado o quadro etiológico responsável pelas mastites, como também pelos
mecanismos biológicos inerentes ao animal. Estes mesmos autores citaram que o tipo de
construção mostrou-se significativo no aumento da mastite, como também a variável cria ao
(lactente direto na mãe), pois levaram a um maior tempo de ordenha. Maiores relações
homem/vaca/hora, rebanhos mais especializados para obtenção de leite e instalações mais
adequadas, favoreceram menores índices de mastite.
Segundo Brito & Charles (1995) o emprego de antimicrobianos para tratamento de
mastite no Brasil resultou na seleção e proliferação de amostras resistentes, à semelhança do
que aconteceu em outros países. Do ponto de vista tecnológico, o problema é relacionado à
extrema sensibilidade aos antimicrobianos dos micro-organismos usados para a obtenção dos
derivados do leite. O leite que contém resíduos de antimicrobianos impede o desenvolvimento
desses micro-organismos e, conseqüentemente, a produção desses derivados é prejudicada.
As pesquisas realizadas por Costa et al. (1999), Raia et al.(1999) e Raia, (2001)
constataram a presença de resíduos de medicamentos veterinários em período superior ao
recomendado pela indústria farmacêutica para o descarte do leite após tratamento do quarto da
glândula mamária ou do animal. Alguns fatores que podem contribuir para uma maior
persistência dests resíduos no leite têm sido avaliados por pesquisadores nacionais e
estrangeiros (MITCHELL et al.,1998; COSTA,2002).
Coelho (2003) constatou que antimicrobianos de quartos mamários não tratados de
disposição anatômica diagonal, ipso, contra-laterais aos quartos com mastite tratados por via
intramamária ou melhor, após tratamento de um dos quartos detectou-se resíduo em quartos
não tratados de um mesmo animal.
4.12 Legislação Brasileira Direcionada à Qualidade do Leite
A legislação de alimentos teve início com as primeiras civilizações e incluía a
proibição de consumo da carne de animais que morriam de outras causas que não o seu abate.
Existem vários regulamentos alimentares que recomendam a utilização dos alimentos através
da história, desde a Idade Média e Revolução Industrial até os séculos XIX e XX. Com o
estabelecimento das legislações modernas nas nações desenvolvidas geralmente com
implicações internacionais os regulamentos para a produção e transformação do leite
tornaram-se mais rigorosos (ICMSF, 1997).
Em relação ao controle de resíduos biológicos, o Ministério da Agricultura, através da
Portaria nº51, de 06 de Fevereiro de 1986, Instituiu o Plano Nacional de Controle de Resíduos
Biológicos em Produtos de Origem Animal PNCRB, com a finalidade de sistematizar os
meios de controle da contaminação desses produtos por resíduos de compostos de uso na
agropecuária, bem como de poluentes ambientais. Posteriormente, pela Portaria Ministerial
nº527, de 15 de Agosto de 1995, procedeu-se a definição deste Plano prevendo a adoção de
21
programas setoriais de acordo com as Portarias nº110 para carne nº71 para mel, nº72 para
leite e nº73 para pescado. (BRASIL,1998).
O PNMQL, foi criado com o objetivo de possibilitar avanços no setor lácteo brasileiro
o que envolve pontos críticos de ordem social e econômica. O programa está baseado nos
seguintes parâmetros: implantação do resfriamento/granelização no estabelecimento e de
limites gradativa da contaminação do leite por micro-organismos, redução do número de
células somáticas por mililitro de leite e ausência de resíduos de antimicrobianos. A
globalização exige que sejam adotadas, de imediato, medidas que permitam inserir a produção
leiteira brasileira no mercado internacional. Por outro lado, o impacto da implementação
destas medidas provoca muita preocupação. É uma situação polêmica que envolve muitos
interesses, muitas vezes, conflitantes que deverão ser harmonizadas. A melhoria do setor
lácteo permitirá alcançar a modernização do agro-negócio leite e obtenção de produtos de
qualidade internacional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) juntamente com vários atores
do governo e da sociedade civil, em 2002, instituiu o Programa de Análise de Resíduos de
Medicamentos Veterinários em Alimentos de Origem Animal (PAMVet), no qual critérios
foram estabelecidos e o leite bovino foi selecionado como a primeira matriz de análise para a
pesquisa de resíduos de medicamentos veterinários (BRASIL, 2005).
No exterior, uma ampla disponibilidade de medicamentos aprovados para uso em
vacas leiteiras com betalactâmicos. Os mais utilizados com esta finalidade são penicilina,
ceftiofur, cloxacilina, cefapirina, cefacetril, amoxilina e ampicilina. (PRESCOTT, et
al.,1988). No Brasil esta situação é um pouco diferente, entre os produtos registrados no
Ministério da Agricultura, para o tratamento de vacas leiteiras por via intramamária há grande
ocorrência de aminoglicosídios e associações
Na ausência de programas de controle, como no caso de muitos países de baixa renda,
o uso de antimicrobianos em animais leiteiros leva a resíduos indesejáveis no leite com
conseqüentes problemas para saúde coletiva e indústria leiteira (SHITANDI,
GATHONI,2004).
A eliminação dos riscos e o conseqüente controle das doenças veiculadas por
alimentos de origem animal requerem a colaboração entre diversos setores, como saúde,
serviços de inspeção, setor da educação, agroindústrias, comerciantes, consumidores, meios
de comunicação e setores políticos. A justificativa é sua importância em saúde coletiva, já que
as infecções, intoxicações alimentares e outras doenças, agudas ou crônicas, além de
reduzirem grandemente a qualidade de vida, apresentam ônus econômico, ainda que não
facilmente mensurável. Os prejuízos podem ser estimados levando-se em consideração o
decréscimo da produtividade, o absenteísmo, assim como os custos diretos ou indiretos de
tratamentos médicos, não raramente, com necessidade de hospitalização, além das perdas no
setor de produção pecuária. As denúncias de contaminação e a baixa qualidade de muitos
produtos preocupam os consumidores, de modo que inspecionar alimentos precisa ser sempre
prioridade para as autoridades sanitárias. (MOURA et al.,2001)
22
4.13 Resíduos de Antimicrobianos
A presença de resíduos de medicamentos veterinários em alimentos é uma
preocupação mundial. Resíduos de antimicrobianos no leite decorrem principalmente do uso
abusivo destes medicamentos ou da sua utilização de maneira inadequada: uso de
medicamentos não recomendados e com farmacocinética não perfeitamente estabelecida, uso
de doses excessivas e não obediência ao período de carência do leite de animais que
apresentam uma prolongada retenção do medicamento e em casos em que ocorre a
antecipação do parto (COSTA,1999;COSTA et al.,2000).
Resíduos são motivo de preocupação devido aos seus possíveis efeitos adversos em
pessoas alérgicas aos antimicrobianos, o potencial de acúmulo de organismos resistentes aos
antimicrobianos nos seres humanos, e inibição de arranque em culturas utilizadas para
produzir produtos lácteos tais como iogurtes e queijos (MERCER, 1975; LINDEMAYR et al.,
1981; JONES & SEYMOUR,1988).
Embora os resíduos antimicrobianos não possam reduzir significativamente as vendas
do leite, custo e esforço consideráveis são necessários a partir de grupos públicos e produtores
de leite para assegurar uma produto seguro. De acordo com inquéritos realizados pelo FDA, o
uso inadequado de antimicrobianos para controlar a mastite bovina é em grande parte
responsável pela adulteração do leite ofertado (OUDERKIRK,1979). Um rigoroso programa
de evasão de resíduo é essencial para prevenção destes no leite.
Kang´ethe et al.(2005) testaram 854 amostras de leite cru e 110 amostras de leite
pasteurizado colhidos de diferentes locais, entre 1999 e 2000. Utilizaram testes de triagem
específicos para betalacâmicos e tetraciclinas e verificaram que as amostras de áreas rurais
apresentaram uma proporção muito maior de resíduos de que as amostras colhidas em áreas
urbanas, provavelmente pela diluição resultante da mistura do leite nos laticínios.
Barros et al. (2001) analisaram 26 amostras de leite pasteurizado tipo C, para laticínio
de Minas Gerais. Um total de 11% das amostras continha níveis detectáveis de oxitetraciclina.
Rosário (2002) avaliou a ocorrência de resíduos de betalactâmicos e tetraciclinas nos
diferentes tipos de leite (A,C e UHT) comercializados no município de Pirassununga, SP. As
amostras foram analisadas por testes analíticos qualitativos do tipo enzimático (IDEXX SNAP
Test). Resíduos de tetraciclinas foram encontrados em 6,25% a 8,69% e de betalactâmicos em
2,08% a 2,17% nos diferentes tipos de leite coletados.
Medeiros et al., (2004) avaliaram 30 amostras de leite in natura consumido no
município de Patos (Paraíba), quanto a presença de resíduo de antimicrobianos. Foram
utilizados testes imunoenzimáticos para betalactâmicos, tetracilclinas e sulfonamidas e
detectados resíduos em 43% das amostras.
Os resultados de Barros et al.,(2001), Denobilie (2002), Rosário (2002) e Medeiros et
al. (2004) reforçam a importância de se orientar o produtor e técnicos sobre os principais
fatores de risco, que podem contribuir para a ocorrência de resíduos no leite para consumo,
pois em relação à presença destes, a existência de regulamentação não basta, é importante
orientar o produtor, que deverá ser informado dos procedimentos para evitar que leite
apresentando resíduos de antimicrobianos chega à indústria e ao consumidor.
23
Um dos procedimentos para que seja evitada a presença de resíduos de
antimicrobianos é a adoção de testes de triagem confiáveis, rápidos e práticos. Além disso, a
fiscalização deverá dispor de meios e subsídios técnicos para avaliar a qualidade do leite.
(COSTA et al., 1999; COSTA et al., 2000; RAIA, 2001; GIBONS-BURGENER et al., 2001;
COELHO, 2003; FAGUNDES, 2004).
É grande o risco de ocorrência de resíduo além do período de carência após o
tratamento sistêmico. Raia (2001) também detectou resíduos em amostras de leite de animais
tratados por via intramamária, que ultrapassaram o período de carência recomendado em bula.
Após o tratamento intramamário, muitos fatores podem contribuir para a presença de
resíduos de antimicrobianos no leite. Com a intenção de diminuir os prejuízos econômicos
causados pelo tratamento de mastite, ainda é comum observar na prática, o descarte do leite
apenas da glândula tratada por via intramamária. No entanto, também foi verificada a
presença de resíduo nos quartos não tratados de animais por esta via (COSTA et al. 2000;
COELHO,2003)
Raia (2001) verificou que influência do processo inflamatório no período de
eliminação do antimicrobiano no leite. Observou, no mesmo estudo, que havia alta correlação
(r = 1) entre o nível de ocorrência de mastite clínica e a presença de resíduo no leite
armazenado em tanques resfriadores de propriedades leiteiras nos Estados de São Paulo e
Minas Gerais. O autor referiu que somente a informação do fabricante do medicamento
quanto ao período de carência, algumas vezes, não é suficiente para garantir um leite livre de
resíduo, sendo, portanto, importante à orientação aos produtores e veterinários sobre os
procedimentos para evitar resíduos de antimicrobianos no leite.
Coelho (2003) verificou que do total de animais avaliados, 397 quartos de glândulas
mamárias de 139 vacas holandesas em lactação, de cinco rebanhos brasileiros, 14,3% das
amostras de leite de quartos não tratados apresentaram resíduos de
antimicrobiano,independente do medicamento utilizado por via intramamária na glândula com
mastite (betalactâmicos, aminoglicosídeos e associações de antimicrobianos). Deve-se referir
ainda, que no mesmo estudo Coelho (2003) verificou resíduo em 7,5% dos 139 animais
pesquisados nas três glândulas não tratadas, adjacentes à tratadas por via intramamária,
utilizando teste microbiológico comercial (Delvotest). Este resultado é altamente significante,
uma vez que quanto maior o número de quartos resíduo-positivos, maior é o volume de leite
contaminado e conseqüentemente mais elevado será o risco de comprometimento do leite da
mistura do tanque de resfriamento.
No exterior, o denominado tratamento da vaca seca ou “dry cow therapy”, isto é, o uso
de antimicrobianos por via intramamária, na última ordenha anterior ao período seco tem sido
muito empregado no controle de mastite. Este período entre as lactações constitui fase de alto
risco em relação à prevalência de mastite (NATZKE,1975; THIERS,1999).
O período seco corresponde a um estágio de involução da glândula mamária
extremamente importante para lactação subseqüente e deve ter, no mínimo, 50 a 60 dias de
duração (OLIVER,SORDILLO,1988). Durante este período, a glândula mamária é altamente
susceptível a novas infecções (OLIVER,SORDILLO,1988; NICKERSON,1989).
24
Segundo estudos realizados por Nickerson (1989) a infecção do quarto durante o
período seco poderá determinar uma diminuição de até 35% da produção deste durante a
lactação seguinte.
Um leite de alta qualidade apresenta como características: sabor agradável, alto valor
nutritivo, ausência de patógenos e contaminantes, reduzida carga microbiana, baixa Contagem
de Células Somáticas (CCS) e ausência de resíduos de antimicrobianos.
Determinantes são múltiplos fatores que contribuem para ocorrência de um evento. O
conhecimento dos determinantes facilita a identificação das situações sujeitas à ocorrência
deste, bem como as populações mais susceptíveis. O conhecimento dos fatores determinantes
de um evento, é portanto, um pré-requisito para prevenção e controle, constituindo um
elemento auxiliar no diagnóstico de situação (THRUSFIELD,2004).
Os determinantes são classificados em primários ou secundários, intrínsecos ou
extrínsecos. Os determinantes primários são aquelas variações que exercem um maior efeito
na indução do evento, freqüentemente, são suficientes para que ocorra o evento, mas
contribuem de forma decisiva para uma maior probabilidade da ocorrência do mesmo.
(THRUSFIELD,2004).
Analisando desta forma, indubitavelmente a administração de antimicrobianos
constitui o determinante primário para presença de resíduos, é um determinante primário
extrínseco ou exógeno. Os determinantes secundários não exercem efeito isoladamente, mas
interagem para induzir o fenômeno. A interação entre os fatores pode ser aditiva, sinérgica ou
não. Dois ou mais fatores podem interagir e produzir um efeito maior que o esperado quando
atuam isoladamente, isto é, sinergismo. (THRUSFIELD,2004).
Segundo Borges et al, 2000 não se descarta a possibilidade a adição proposital de
antimicrobianos com a finalidade de mascarar uma deficiência na qualidade higiênica do leite
e, conseqüentemente, aumentar sua vida útil.
De acordo com PYÖRÃLÃ (2002) para uma grande parte dos antimicrobianos
utilizados no tratamento de mastite foram realizados estudos farmacocinéticos bem
planejados, conduzidos para definir o período de descarte apropriado do leite, enquanto que,
para outros as recomendações foram formuladas com base em dados limitados. Portanto, para
se garantira segurança alimentar e evitar resíduos de antimicrobianos é extremamente
importante que veterinários e fazendeiros mantenham registros confiáveis de todos os animais
tratados no rebanho, o apenas dos casos de mastite e que sejam obedecidos os períodos
recomendados de descarte do leite. Os autores citados também preconizam, que os
fazendeiros sejam orientados e treinados para realizar testes de detecção de resíduos na
propriedade.
Segundo Fonseca (2001) citado por Tetzner & Benedetti (2005) recomenda-se o
monitoramento freqüente de resíduos de medicamentos e seus derivados metabólicos no
leite, adotando-se como referência, os limites estabelecidos através de agências
internacionais. Historicamente, a principal referência mundial para esse assunto é o Codex
Alimentarius (FAO/OMS), que fornece subsídios técnicos e serve de referência para vários
países do mundo. De acordo com o mesmo, o limite máximo de resíduo de antimicrobiano
para o leite é um décimo da carne, pois o leite é alimento essencial para crianças e
recém-nascidos.
25
Moura et.al, (2001) afirma que o controle apropriado, na origem, implica sempre
menor vel de contaminação, bem como apresentação de forma adequada à legislação, com
respeito, por exemplo, à rotulagem e embalagem. Isso exige das autoridades sanitárias uma
fiscalização rigorosa, muito mais intensa e cuidadosa, a fim de manter o controle sobre os
estabelecimentos, com fomento às boas práticas de fabricação e obtenção de melhor qualidade
de tais produtos.
De acordo com Heescher & Suhren (1993), a avaliação toxicológica dos resíduos de
antimicrobianos em alimentos segue os princípios elaborados cerca de trinta anos pela
OMS dentro do programa Codex alimentarius. Os riscos para a saúde incluem os
toxicológicos-farmacológicos, microbiológicos e imunopatológicos. A maioria dos testes
disponíveis para essas análises, leva em conta geralmente, a segurança do processo
tecnológico que envolve o uso de leite (produção de derivados), mas não enfatiza a
toxicologia. A persistência de resíduos de antimicrobianos no leite varia com o produto e
depende de vários fatores, como por exemplo, dose e via de administração, excipiente
utilizado e a solubilidade, entre outros. Sob o ponto de vista de segurança alimentar, é
importante salientar que para determinados antimicrobianos, o nível de Ingestão Diária
Admissível (IDA) estabelecido pelos órgãos reguladores é relativamente elevado, de maneira
que a concentração real encontrada em produtos de origem animal e ingerida pela população,
na maioria dos casos, está abaixo do limite. Portanto, a toxidade destes resíduos é relativa
uma vez que a ingestão é inferior ao limite tóxico, assim são mais preocupantes os problemas
microbiológicos que podem ser produzidos pela ingestão residual freqüente. Segundo Costa
(1996) e Albuquerque et al. (1996), a presença desses resíduos no leite pode ocasionar uma
série de problemas:
1. Seleção de estirpes bacterianas resistentes no ambiente. É comum o aumento
gradativo das dosagens de antimicrobianos utilizadas na terapia de animais, uma vez que o
emprego dessas fármacos, possibilita a seleção de bactérias resistentes, principalmente
quando seu uso é indiscriminado. A ingestão de resíduos de antimicrobianos presentes nos
alimentos supõe risco para a saúde humana, seja exercendo pressão seletiva sobre a
microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de microorganismos com resistência natural
ou adquirida, ou dando lugar, direta ou indiretamente, para o aparecimento de resistência em
bactérias enteropatogênicas.
O problema crescente da resistência microbiana a fármacos em bactérias patogênicas
humanas tem sido extensivamente discutido (COHEN, 1992; NEU, 1992; WEY, 1996) e esta
resistência é principalmente causada pelo uso inadequado e freqüentemente indiscriminado de
antimicrobianos. Como conseqüência, tanto as fármacos consideradas clássicas no arsenal
terapêutico, como aquelas de introdução recente no comércio, vem se tornando ineficientes.
Neste sentido, este quadro tende a se agravar, principalmente nos casos de patógenos, que
tanto infectam animais como humanos. Mesmo quando estes não são coincidentes, sempre
possibilidade de transferência dessa resistência entre bactérias, inclusive em espécies
diferentes.
26
2. Hipersensibilidade e possível choque anafilático em indivíduos mais sensíveis
(DAYAN, 1993). Lederer (1991), relata casos de reações de hipersensibilidade (tipo asmático,
digestivas e cutâneas) após consumo de leite, em pessoas que apresentaram testes cutâneos
positivos à penicilina e negativos ao leite. O autor enfatiza que para provocar estas reações,
não é relevante a quantidade destas fármacos em alimentos, ou seja, pequenas quantidades
são suficientes para desencadear o processo. Dewdney et al. (1991) e Woodard (1991), porém,
ressaltam que os mecanismos que levam a hipersensibilidade com relação ao uso terapêutico
dos antimicrobianos, principalmente beta lactâmicos, já são bem conhecidos, afirmando que é
muito raro ocorrer por ingestão de alimentos contendo antimicrobianos. Segundo estes
autores, efeitos provocados pelos macrolídeos em leite são ainda mais incomuns. Estudando
50 pessoas com urticária crônica, os autores observaram que somente em alguns poucos
casos, houve alguma associação deste problema com a ingestão de resíduos de
antimicrobianos em alimentos.
3. Alterações no processo fermentativo (produção de queijos e iogurtes). As bactérias
láticas são mais sensíveis aos antimicrobianos, impedindo que a fermentação ocorra
satisfatoriamente - inviabilizam o processamento lácteo na indústria, para a obtenção de
iogurtes, bebida fermentada, queijos e outros produtos (BRITO, 1998). A presença do
antimicrobiano poderá inibir as bactérias lactofermentadoras, e não afetar a maioria das
bactérias indesejáveis, como colibacilos entre outros, dificultando o seu pleno aproveitamento
industrial.
Os principais problemas que ocorrem em queijos oriundos de leites com resíduos de
antimicrobianos incluem uma dessoragem da coalhada, fermentação indesejável, com
produção de gás e uma maturação irregular, isto acontece devido à interferência dos
antimicrobianos sobre os fermentos utilizados para fabricação de queijos. Considerando que a
cultura tica utilizada na fabricação de iogurte é uma das mais sensíveis à ão dos
antimicrobianos, a triagem do leite a ser utilizado no seu processamento deve ser a mais
rigorosa possível, para se evitar prejuízos para a indústria e saúde dos consumidores
(SBAMPATO, 2000).
4. Modificação dos resultados de análises laboratoriais. Induzindo a uma falsa idéia da
boa qualidade do produto, principalmente nos testes do tempo de redutase e de contagem
microbiana, devido ao efeito antimicrobiano destes medicamentos no leite.
5. Desequilíbrio da microbiota intestinal. Isto pode ocorrer principalmente em crianças
abaixo de um ano de idade, que ainda encontram-se em formação. alguns anos,
pesquisadores vêm mostrando interesse no estudo dos possíveis efeitos de resíduos de
fármacos microbiologicamente ativas sobre a microbiota intestinal humana. Os efeitos
adversos dos antimicrobianos sobre a microbiota intestinal são preocupantes devido ao
importante papel que desempenham na manutenção da saúde dos indivíduos. Além disso,
perturbações na microbiota intestinal podem comprometer a eficácia de outras substâncias
terapêuticas e, deste modo, afetar negativamente a saúde coletiva (PAIGE, 1998).
6. Discrasias sangüíneas associadas ao cloranfenicol.
7. Efeito teratogênico. O risco do consumo de antimicrobianos (metronidazol,
rifampicina, trimetropim, estreptomicina e tetraciclina), por gestantes, se deve ao potencial
teratogênico destes que podem causar otoxidade e alteração no desenvolvimento ósseo fetal.
27
Em virtude da preocupação em associar resistência bacteriana e saúde infantil, a
atenção com a qualidade química de alimentos para bebês e crianças é fundamental, não
devendo ocorrer acúmulo ou concentração indesejável (ALVIM, 2005). Além disso, a
preocupação com as gestantes deve ser considerada, pois, não apenas os nutrientes
consumidos por elas, mas, também, resíduos e contaminantes presentes nos alimentos
ingeridos podem ser passados para o bebê via amamentação, podendo causar efeitos
teratogênicos. Em estudo com mulheres lactantes observaram a ocorrência de diarréia em
crianças alimentadas com leite materno de mães que haviam recebido antimicrobianoterapia
durante esta fase; mesmo em doses terapêuticas, as diarréias neonatais atribuídas a
antimicrobianoterapia materna foram da ordem de 13%. (TADDIO, 1994).
Quanto aos antimicrobianos, que podem causar efeitos tóxicos graves na população,
como nitrofuranos, possíveis mutagênicos ou o cloranfenicol, causador de anemias graves, e
que tem seu uso proibido em animais destinados à produção de alimentos, inclusive no Brasil
(BRASIL,1998) e seus resíduos, são inaceitáveis sob o ponto de vista toxicológico
(CANABRAVA, 2002).
A maioria dos países estabelece, em suas legislações sanitárias, regulamentação para o
uso de antimicrobianos na pecuária, definindo os Limites Máximos de Resíduos (LMR) nos
alimentos de origem animal. Estes limites são instituídos de acordo com as recomendações do
Codex Alimentarius, podendo ser inferiores aos recomendados se houver justificativa para tal
decisão (FAURE, 1998).
O LMR é baseado na Ingestão Diária Aceitável (IDA) para um determinado composto,
que é a quantidade de uma substância que pode ser ingerido diariamente durante uma vida
inteira sem risco considerável para a saúde. Os LMR são fixados com base nos dados
toxicológicos pertinentes, incluindo informações sobre a absorção, distribuição, metabolismo
e excreção (ANADON & MARTINEZ, 1999).
As organizações internacionais envolvidas com a saúde coletiva, como o JECFA -
Comitê para Aditivos Alimentares da FAO/WHO e o FDA dos Estados Unidos, estabelecem
as diretrizes para o Limite Máximo de Resíduo ou Limite de Tolerância definidos como a
concentração máxima de resíduo resultante do uso de um medicamento veterinário, expresso
em parte por milhão (ppm) ou parte por bilhão (ppb), que é legalmente permitido, ou
reconhecido, como aceitável no alimento e é estabelecido para cada antimicrobiano e
sulfonamida aprovados para uso em animal produtor de alimento, sendo o valor de limite
máximo de resíduo correlacionável à Ingestão Diária Aceitável obtida a partir de ensaios de
experimentação animal avaliando-se a toxicidade, teratogenicidade, e carcinogenicidade
desses aditivos não intencionais (KISER, 1984; MITCHELL et al., 1998).
No Brasil, foram estabelecidos pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos em
Produtos de Origem Animal (PNCRB) do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA,1999) níveis máximos com a finalidade de sistematizar os meios de
controle da contaminação desses produtos por resíduos de compostos de uso na agropecuária,
bem como de poluentes ambientais (BRASIL, 2001), conforme os limites determinados pelo
Codex Alimentarius (Tabela 1). Entretanto, para fiscalização e monitoramento eficientes dos
níveis de resíduos de antimicrobianos em produtos de origem animal, são necessários métodos
analíticos validados que garantam a segurança e confiabilidade dos resultados gerados
(EURACHEM, 1998; PETZ, 1996).
28
Os métodos para detecção de resíduos de antimicrobianos em alimentos baseiam-se
em três princípios básicos: o efeito direto em um micro-organismo teste; o reconhecimento da
forma tridimensional molecular, utilizado em técnicas imunológicas e o uso das
características físico-químicas dos antimicrobianos, que fundamentam técnicas
cromatográficas e/ou espectrométricas (PETZ, 1996).
Dentre as desvantagens das técnicas microbiológicas, destacam-se: baixa seletividade
na identificação do antimicrobiano; restritos limites de detecção para muitos compostos;
demora na obtenção dos resultados e incidência de resultados falsos positivos (MARTIN &
MORAGA, 1996; NEUBAUER, 1998; MCINTOSH & SHELDON, 2002). as técnicas
imunológicas não são seletivas o bastante para a identificação inequívoca de um composto,
necessitando métodos físico-químicos de confirmação. Entretanto, permitem que muitas
amostras sejam analisadas em pouco tempo (PETZ, 1996; THACKER et al., 1996).
Estas técnicas encontram-se disponíveis no mercado sob a forma de conjuntos de
reativos prontos para uso em condições de campo. Os conjuntos foram inicialmente
desenvolvidos para utilização em plataformas de recebimento de leite nas usinas, porém têm
sido aplicados, também, em propriedades rurais, para verificar a presença de resíduos no leite
armazenado nos tanques ou proveniente de vacas mantidas sob tratamento com
antimicrobianos (ANDREW, 1997).
A partir dos anos 50, o método de ensaio de disco com Bacillus subtilis e suas
modificações foram usados para detectar resíduos de antimicrobianos no leite. Durante os
anos 70 e 80 ocorreu o desenvolvimento de técnicas radioimunológicas e enzimáticas para
determinar a presença de betalactâmicos e outros antimicrobianos, tais como tetraciclinas,
estreptomicina, eritromicina, novobiocina e sulfonamidas. Finalmente, durante os anos 80
foram introduzidos testes utilizando anticorpos para resíduos específicos (BISHOP et al,1992;
RAIA,2001).
Os conjuntos mais antigos apresentam como princípio, a inibição do crescimento de
espécies de bactérias sensíveis, o que possibilita a sua aplicação em diferentes tipos de
amostras, como urina e soro vários tecidos. A análise é executada em placas, utilizando-se um
disco ou suabe estéril posto em contato com o fluido ou tecido suspeito de conter resíduos. O
suabe é, então posicionado na placa de ágar contendo a bactéria sensível ao antimicrobiano, é
incubado por 8 a 12 horas, dependendo do conjunto utilizado. A zona de inibição de
crescimento bacteriano circundante ao suabe indica a presença de antimicrobianos na amostra.
Na atualidade, estes conjuntos são utilizados, principalmente, para a detecção de resíduos de
fármacos antimicrobianas em carcaças de animais de abate (BISHOP et al,1992; RAIA,2001).
A inibição do crescimento microbiano pode ser avaliada, também através de
indicadores colorimétricos. Os sistemas que empregam esta técnica são conhecidos pela sigla
BsDA (“Geobacillus stearothermophilus Disk Assay”), considerados oficiais para a detecção
de resíduos de antimicrobianos β-lactâmicos no leite (KATZ & SIEWIERSKI, 1995).
Diferentemente dos testes de placa, inibição microbiana é constatada usando-se um indicador
de pH, cuja cor é alterada na presença de compostos ácidos produzidos pelo Geobacillus
stearothermophilus. Deste modo, se a amostra contém resíduos, o crescimento bacteriano é
inibido e a mudança de cor não ocorre.
O método de inibição microbiana pela presença de resíduos de antimicrobianos no
leite é o mais utilizado em virtude do custo e da capacidade de evidenciar uma ampla gama de
29
antimicrobianos e quimioterápicos (BARBERIO; SIGNORINI,1996).Este método utiliza uma
cultura de microorganismo teste, geralmente Geobacillus stearothermophilus, Bacillus
subtilis, Bacillus cereus, Micrococcus luteus, Escherichia coli, Bacillus megaterium ou
Streptococcus thermophilus, semeada em meio de crescimento agar ou líquido
(MITCHELL,et al.,1998; RAIA,2001).
Entre os usados como triagem, destacam-se os microbiológicos por inibição de
Geobacillus stearothermophilus var. calidolactis, tais como BRTAiM® (Brillant Black
Reduction Test), Delvotest® e CH®-ATK Microplate P&S. Estes foram principalmente
desenvolvidos e testados para leite bovino(SEYMOUR et al.,1988; SISCHO; BURNS 1993;
ANDREW et al.,1997). Alguns testes, tais como Delvotest® e BRTAiM® foram também
avaliados para leite de ovinos frente a diferentes antimicrobianos, com base nos limites
máximos de resíduos permitidos nos Estados Unidos e União Européia (ALTHAUS et
al.,2001; MOLINA et al.,2003).
Figura 2. Delvotest SP-NT.
Fonte: www.dairyreporter.com/pubNL.asp?id=joiwzxcjip acesso em 22/02/2008.
Diversos trabalhos indicam que os produtores de leite que utilizam testes seletivos
para avaliação de antimicrobianos no leite possuem menor incidência de resíduos em seus
produtos. Deve-se ressaltar, contudo, que o desempenho dos conjuntos pode variar
amplamente quando utilizado no leite de diferentes animais, afetando, principalmente, a
capacidade do teste em detectar resíduos em amostras comprovadamente positivas. Com
relação aos antimicrobianos β-lactâmicos, alguns trabalhos demonstram que a especificidade é
menor quando realizado no leite de animais acometidos de mastite clínica (CORASSIN &
OLIVEIRA, 2000).
Raia et al. (2003) evidenciaram a influência de inibidores naturais (como por exemplo,
lactoferrina e peroxidadse) oriundos do processo inflamatório nos testes microbiológicos de
detcção de resíduos. Deste modo, para impedir a ocorrência de falso-positivos por inibidores
naturais, padronizaram o tratamento térmico prévio das amostras prévio das amostras de leite
como preconizado anteriormente por alguns autores estrangeiros (AERTS et al., 1995).
Outro método muito utilizado para detecção de resíduos de antimicrobianos no leite é
o imunoenzimático, conhecido como “Enzyme Linked Immunoadsorbant Assay” (ELISA).
Os conjuntos que empregam princípios imunológicos baseiam-se na competição por sítios de
ligação em receptores de células bacterianas que são específicos para várias classes de
antimicrobianos. Os receptores bacterianos são adicionados à amostra de leite, juntamente
com antimicrobianos conjugados com isótopos radioativos (radioimunoensaio) ou enzimas
(ELISA). A concentração de resíduos na amostra pode ser avaliada através de radiometria ou
colorimetria, sendo diretamente proporcional ao número de sítios receptores ocupados pelo
antimicrobiano não marcado (SEYMOUR et al., 1998) .
30
Indiferente do objetivo da análise, todos os testes ELISA envolvem duas etapas
básicas. Na primeira etapa, um antígeno e um anticorpo, um conhecido e outro proveniente da
amostra a ser testada, são unidos para reagir, com a formação de imunocomplexos. Na
segunda etapa, a detecção da reação é realizada pela adição de uma enzima conjugada. O
conjunto é um antígeno ou um anticorpo quimicamente unido a uma enzima, como exemplo,
a fosfatase alcalina. O conjugado ao reagir com o imunocomplexo forma um produto
colorido. A intensidade de cor determina a presença ou ausência do antígeno ou anticorpo
primariamente desconhecido e permite a sua identificação (MITCHELL et al.,1998)
A escolha do tipo de conjunto deve levar em consideração a sensibilidade desejada
para o antimicrobiano pesquisado. Isto possibilita ao produtor a detecção de fármacos
específicos usadas no tratamento do animal, o que conseqüentemente aumenta a precisão
analítica para tais substâncias.
Os conjuntos de reativos necessitam de condições adequadas de armazenagem e
execução, pois, como material biológico, são sensíveis às variações do ambiente. Assim,
deve-se procurar mantê-los em temperatura conveniente para conservação, bem como realizar
o teste em sala apropriada para esta finalidade, evitando a ocorrência de resultados falso-
positivos.
Os métodos físico-químicos, como os que empregam a técnica de cromatografia
Líquida de Alta Eficiência (CLAE), possuem maior sensibilidade para detectar resíduos de
antimicrobianos em alimentos de origem animal (BOISON & KENG, 1998; CARSON, 1993;
FLETOURIS, et al.,1992.; MINEO & KANEKO, 1992). Métodos físico-químicos como
cromatografia gasosa e cromatografia em camada também são utilizados para detecção de
resíduos de antimicrobianos no leite (HONKANEN-BUZALSKI e REYBROEK, 1997).
Estes métodos requerem sempre algum tipo de extração e, ou, desproteinização prévia,
dependendo da matriz e resíduo a ser pesquisado, além de instrumentação complexa e pessoal
treinado (BOISON & KENG, 1998; MINEO & KANEKO, 1992). No entanto, a capacidade
desses métodos em identificar seletivamente e quantificar veis de resíduos na ordem de
ng/mL ou ng/g tem garantido seu uso, principalmente para a confirmação de amostras
positivas em métodos de triagem (MITCHELL et al., 1998; MOATS & HARIK-KHAN,
1995).
Em relação à especificidade de alguns dos testes de triagem verificou-se na literatura
estrangeira que alguns trabalhos de pesquisa estudaram este aspecto. Uma das propriedades
que caracterizam os métodos microbiológicos de triagem é a especificidade, que foi definida
por Sischo, Burns (1993) como a relação entre o número de resultados negativos no total de
amostras analisadas por um determinado método, utilizando-se leite livre de resíduos. Sischo
(1993) obteve valores de especificidade usando o Delvotest® com amostras de leite de vaca
de 98% e 95%, respectivamente.
O método de inibição microbiana pela presença de resíduos de antimicrobiano no leite
é o mais utilizado em virtude do custo e de capacidade de evidenciar uma ampla gama de
antimicrobianos e quimioterápicos. (REYBROECK, 1995). Alguns dos Kits de inibição
microbiana e imunoenzimáticos disponíveis no mercado são listados nas Tabelas 2 e 3.
31
Tabela 2. Kits para detecção de resíduos de antimicrobianos no leite disponíveis no mercado.
Teste Princípio do Teste
Disco Inibição microbiana
1
BR teste (Brillant Black Reduction Test) Inibição microbiana Geobacillus
stearothermophilus var. calidolactis
2
Charm Farm Teste Inibição microbiana Geobacillus
stearothermophilus
3
Delvotest® Inibição microbiana Geobacillus
stearothermophilus var. calidolactis
4
SnapMT(beta-lactâmicos) Imunoenzimático (ELISA)
5
SnapMT(tetraciclina) Imunoenzimático (ELISA)
6
CITE Probe®gentamicina Imunoenzimático (ELISA)
7
CITE®Sulfa-trio
(sulfametazina,sulfatiazol,sulfametoxina)
Imunoenzimático (ELISA)
8
Lactek (beta-lactâmicos); (Lactek sulfametazina);
(Lactek gentamicina);
Imunoenzimático (ELISA)
Signal gentamicina, (Signal sulfametazina); (Signal
neomicina).
Imunoenzimático (ELISA)
9
Penzyme® Enzimático
Fonte: Costa,1996
1
BRtest,(Idetek,Inc.,Sunnyvale,Calif.),
2
Chram Farm(Charm Sciences, Inc.,Malden,Md),
3
Delvotest® (Gis brocades Food
Ingreients,Inc.,Netherlands),
4,5,6,7
CITE Probe® (IDEXX,Portland,Maine),
8
Lac Tek (Idetek,Inc),
9
Penzime®(UCB
BioproductsSA,Chemin du Foriest, Belgium)
32
Tabela 3. Kits para detecção de resíduos de antimicrobianos no leite e especificações.
Teste de nome
Fabricante Antimicrobianos
Matrizes
Tipo / Princípio
analítico
SNAP ß-lactâmicos
Test Kit
IDEXX
Laboratories, Inc.
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
Tanque leite
bovino
Teste de rastreio /
inibição do
crescimento bacteriano
Delvotest SP
DSM Foods amoxicilina,
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur
Tanque leite
bovino
Teste de rastreio
Penzyme milk e
Penzyme III
UCB Biopdts /
CDH. Hansen,
Inc.
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
Tanque leite
bovino
Teste de rastreio /
Enzimático
LacTek ™ CEF &
LacTek ™ B-L
Idetek
(Sunnyvale, CA)
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
Tanque leite
bovino
Teste de rastreio /
sistema enzimático
competitivo
Parallux™
ß-Lactam Assay
System
IDEXX
Laboratories, Inc.
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
Tanque leite
bovino
Teste de rastreio /
Imunoreceptor de
fluorescência de fase
sólida
New SNAP ß -
Lactam Assay
IDEXX
Laboratories, Inc
(Westbrook, ME)
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
Todo leite
bovino cru
misturado
Teste de rastreio/
Sistema captura
Antimicrobiano-
antígeno
Charm II sequential
and Charm I
cowside
Charm Sciences,
Inc. (Malden,
MA)
ampicilina,
cefapirina,
ceftiofur,
penicilina,
amoxicilina
todo leite
bovino
misturado
Teste de rastreio /
ligação competitiva ;
deslocamento de
penicilina
Fonte: Shitandi & Gathoni (2004)
33
O Delvotest® (método de inibição microbiana) é um teste simples, sensível e
relativamente rápido, quando comparado a outros. Embora vários autores tenham relatado
enfaticamente a ocorrência de resultados falso-positivos, o Delvotest®SP-NT é amplamente
utilizado individualmente em vacas e seu uso está, inclusive, recomendado no programa de
segurança da qualidade do leite e da carne existente nos EUA (CULLOR et al., 1994). Seu
uso é aprovado pelo FDA e é reconhecido e aprovado pelo Association Official of Analytical
Chemist (AOAC) desde 1982 (BARBERIO & SIGNORINI, 1996).
A sensibilidade dos principais testes utilizados para detecção de resíduos de
antimicrobianos no leite, de acordo com Honkanen-Buzalski & Reybroeck (1997) é listada a
seguir na Tabela 4.
Tabela 4. Limite de sensibilidade g/Kg) de diferentes testes de inibição do crescimento microbiano para
diferentes antimicrobianos.
Geobacillus
stearothermophilus var.
calidolactis
Streptococcus salivarius
spp. thermophilus
Antimicrobianos
Método de Difusão em
tubo
Delvotest® SP Valiotest T101
Benzilpenicilina 3 3 5
Ampicilina 6 6 25
Amoxilina 6 6 40
Cloxacilina 25 25 200
Ceftiofur 40 50 20
Oxitetraciclina 750 1000 400
Tylosina 20 50 20
Eritromicina 10 200 75
Espectinomicina 750 3000 1500
DH/Estreptomicina 250 1500 400
Gentamicina 50 200 1500
Sulfadimidina 500 150 >5000
Dapsona 2 2 >2000
Cloranfenicol 5000 7500 1500
Fonte: Honkanen-Buzalski & Reybroeck (1997)
Um dos aspectos mais relevantes dos testes de inibição microbiológica advém do fato
destes apresentarem sensibilidade a um amplo espectro de antimicrobianos, o que evita a
necessidade do emprego simultâneo de vários testes para uma única amostra de leite, como é
o caso dos testes imunoenzimáticos que são específicos, ora para betalactâmicos, ora para os
aminoglicosídeos ou então para as tetraciclinas.
Na Portaria nº 8 de 26 de Junho de 1984 do Serviço de Inspeção Federal do Ministério
da Agricultura, publicada no Diário Oficial da União em 11 de Julho de 1984 citação de
que pelo menos uma vez por semana deve ser realizada, obrigatoriamente a pesquisa de
inibidores em amostras de leite de pequena mistura (em nível de produtor) pelo cloreto 2-3-5
trifenil tetrazólio (TCC), método de disco em placas, Delvotest® ou outro aprovado. Os
antimicrobianos podem ser administrados em doses diferentes das preconizadas na bula.
Assim, os períodos de carência podem não corresponder ao esperado, o que obriga a execução
das análises após um período maior ao recomendado para uma determinada fármaco.
Existem diversas vantagens em analisar individualmente o leite de vacas que foram
tratadas com antimicrobianos, porém, as principais estão relacionadas aos aspectos
econômicos e de qualidade do leite produzido (CORASSIN & OLIVEIRA, 2000). Na
34
abordagem tradicional de controle de resíduos de antimicrobianos no leite é preconizada a
análise de amostras colhidas nas plataformas das usinas ou no tanque de armazenagem de
leite nas propriedades rurais.
O primeiro aspecto benéfico na análise individual dos animais está relacionado ao fato
de que, se a análise do tanque for positiva para resíduos, o impacto financeiro será muito
maior que o decorrente de um resultado positivo para uma vaca. A qualidade do leite
produzido, por outro lado, também é assegurada, pois o teste individual das vacas previne a
contaminação de todo o produto ordenhado e recolhido no tanque. É importante lembrar que a
adição de leite contendo antimicrobianos, ao leite não contaminado, nem sempre consegue
diluir os resíduos no leite de mistura até os níveis de tolerância (CORASSIN & OLIVEIRA,
2000).
35
5 METODOLOGIA
Para o teste de resíduos de antimicrobianos foram obtidas amostras de leite
esterilizado, todas as embalagens continham selo de inspeção sanitária e armazenadas sob
congelamento, em recipientes plásticos (garrafinhas) de 300 mL.
Figura 3. Distribuição das amostras coletadas em frascos de 300 mL para posterior congelamento.
Foram analisadas 175 amostras de leite e bebida láctea UHT, as 16 marcas
investigadas foram codificadas como mostra a Tabela 5, com predominância das marcas D, K
e N (Figura 4). A Tabela 5 também apresenta o tipo de leite conforme a padronização do teor
de gordura sendo: I (integral), D (desnatado), SD (semi desnatado) e BL (bebida láctea).
Tabela 5. Quantidade e marcas das amostras analisadas.
Marca I D SD BL
Número
Amostras
Testadas
%
A
5 5 0 0 10 5,7
B
0 0 0 4 4 2,3
C
1 0 0 0 1 0,6
D
27 12 4 0 43 24,6
E
1 0 0 0 1 0,6
F
1 1 0 0 2 1,1
G
10 5 0 0 15 8,6
H
10 5 0 0 15 8,6
I
6 3 0 0 9 5,1
J
4 1 0 0 5 2,9
K
13 7 7 0 27 15,4
L
4 0 0 0 4 2,3
M
3 4 0 0 7 4,0
N
13 4 3 0 20 11,4
O
5 1 0 0 6 3,4
P
0 6 0 0 6 3,4
Total 103 54 14 4 175 100
36
Figura 4. Distribuição das amostras analisadas segundo a classificação pelo teor de gordura.
As análises foram realizadas com teste microbiológico comercial Delvotest SP-NT
(Cap-Lab Indústria e Comércio Ltda), com Geobacillus stearothermophilus var. calidolactis,
em meio semi-sólido com indicador, juntamente com todos os nutrientes necessários para o
crescimento bacteriano.
Os testes obedeceram a seguinte seqüência: 1- abertura das ampolas (Delvotest®SP-
NT) com retirada da tampa de alumínio, 2- foram adicionados volumes de 0,1 mL das
amostras de leite a serem analisadas nas ampolas (Delvotest®SP-NT) 3- estas ampolas
permaneceram incubadas em banho-maria a 64ºC ± 0,5ºC por 3 (três) horas (Figuras 5 e 6),
segundo a recomendação técnica, sempre acompanhadas de controle negativo. Após este
período foram realizadas as leituras e consideram-se positivos os testes que apresentaram cor
púrpura e negativo aqueles que apresentaram uma mudança da cor púrpura para amarela,
conforme ocorre no controle negativo (Figuras 7 e 8).
Figuras 5 e 6. Incubação das amostras nas ampolas do Delvotest®SP-NT em banho-maria a 64ºC por 3 horas.
37
Figuras 7 e 8. Coloração indicativa dos resultados das amostras analisadas.
Após o período de incubação, ácido suficiente é produzido pelo crescimento e
multiplicação das bactérias que utilizam a glicose. A alteração da cor do indicador de pH
(púrpura de bromocresol),indica uma amostra livre de antimicrobianos. Se, no entanto, o
crescimento e multiplicação da bactéria forem retardados ou inibidos, não ocorre a
acidificação do meio e este permanece púrpura. A coloração intermediária entre amarelo e
púrpura também é considerada positiva para resíduo de antimicrobiano.
As ampolas do teste forma mantidas sob refrigeração à temperatura de
aproximadamente 4ºC, conforme recomendação do fabricante, e no momento da utilização,
permaneceram à temperatura ambiente, apenas as ampolas que foram utilizadas.
Para descartar a presença do inibidor formol nas amostras de leite UHT, foi realizado
o teste do formaldeído conforme a Instrução Normativa nº68 (BRASIL,2006) objetivando
evidenciar a presença de resíduos de antimicrobianos nas amostras positivas com a finalidade
de verificar se a inibição do crescimento do Geobacillus stearothermophilus var. calidolactis
possa ter sido determinado por este conservador (Figuras 9 e 10).
Figuras 9 e 10. Realização do teste do formaldeído.
Os kits foram testados quanto a sua eficácia, confrontando doses de alguns dos
fármacos que compõem o “pool” de sensibilidade do kit. Realizaram-se diluições dos
seguintes antimicrobianos: Amoxilina, Ampicilina, Gentamicina, Eritromicina, e
Trimetoprima em doses diferentes à sensibilidade indicada pelo fabricante, uma inferior, uma
intermediária e outra superior ao limite de detecção do método, como mostra a Tabela 6.
38
Para Eritromicina, o limite de inferior de detecção do kit (LI) é 40ng/mL e o limite
superior de detecção (LS) de 200ng/mL, sendo também testado um valor de 20 ng/mL (abaixo
do LI). Para Amoxilina, o LI é 2ng/mL e o LS de 5ng/mL, sendo também testado um valor de
1ng/mL (abaixo do LI). Para Gentamicina, o LI é 50ng/mL e o LS de 200ng/mL, sendo
também testado um valor de 25 ng/mL (abaixo do LI). Para Ampicilina, o LI é 7ng/mL e o LS
de 200ng/mL, sendo também testado um valor de 25 ng/mL (abaixo do LI).Para
Trimetoprima, o LI é 50ng/mL e o LS de 300ng/mL, sendo também testado um valor de 25
ng/mL (abaixo do LI).
Tabela 6. Antimicrobianos e diluições utilizadas para o teste de sensibilidade do Kit Delvotest®SP-NT.
Sensibilidade do Kit Delvotest®SP-NT
Atibiótico
Nível de detecção (ng/mL) Após
o tempo de controle
Nível de detecção (ng/mL) Após
tempo de leitura 3 horas
Diluições analisadas
(ng/mL)
eritromicina 40-80 200
200
40
20
amoxicilina 2-3 3-5
5
2
1
gentamicina 50 200
200
50
25
ampicilina 4 6-7
7
4
2
trimetoprima 50-100 200-300
300
50
25
39
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre as 175 amostras de leite UHT investigadas, 02 (duas) amostras apresentaram-se
positivas no teste de detecção de resíduos de antimicrobianos (Tabela 7), revelando uma
freqüência de contaminação de 1,1%. As duas amostras positivas eram Integrais, indicando
uma tendência de veiculação pelo conteúdo lipídico. Estes resultados são similares ao
apresentado por Souza et al. (2008) que também encontraram 1% das amostras de UHT
positivas pelo mesmo método.
Tabela 7. Resultado das análises.
Marca /
Resultado
Positiva Negativa
A
0 10
B
0 4
C
0 1
D
0 43
E
0 1
F
0 2
G 1
14
H
0 15
I 1
8
J
0 5
K
0 27
L
0 4
M
0 7
N
0 20
O
0 6
P
0 6
Total 2 173
No relatório PAMVet referente aos anos 2004/2005 das 312 amostras em que foram
procedidas análises de triagem para tetraciclinas, 21 amostras (7%) apresentaram resultado
não conforme, sendo seis (2%) em leite UHT . De 306 amostras avaliadas na triagem para
cloranfenicol, 22 (7%) foram insatisfatórias, 13 (5%) de leite UHT e nove (28%) de leite em
pó. resultado este que deixa dúvidas se está havendo ou não, a utilização indevida deste
antimicrobiano que é proibido no Brasil para uso em animais produtores de alimentos;
Conforme os resultados encontrados neste trabalho, 2 (duas) amostras positivas
correspondem a centenas de produtos do mesmo lote comercializados que poderiam também
estar com veis acima do LMR permitido pela legislação, podendo assim ser consumido
justificando a necessidades deste tipo de controle fiscal com regularidade uma vez que o leite
é consumido principalmente por crianças. Deve-se atentar para o fato de que estas amostras
serem do tipo UHT, possivelmente a leite cru de origem teria níveis maiores que os
detectados.
Outros trabalhos foram realizados utilizando o princípio da inibição microbiana,
porém não na forma de kits comerciais. Borges et al. (2000), que analisaram a ocorrência de
resíduos de antimicrobianos em leite, pasteurizado integral e padronizado produzido e
40
comercializado no Estado de Goiás através do método de difusão de resíduos de antibióticos
em ágar, tendo o Bacillus subtilus e o Geobacillus stearothermophilus como
microorganismos-teste, observaram que das 533 amostras analisadas, 53 apresentaram
resíduos de antimicrobianos, representando 9,95% das amostras analisadas.
Nascimento et al. (2001), em estudo sobre a ocorrência de resíduos de antibióticos no
leite tipos A, B e C comercializado em Piracicaba, SP, utilizaram, também, o método de
difusão de resíduos de antibiótico em ágar, porém empregaram somente a cultura teste de
Geobacillus stearothermophilus, e observaram 50,0% das amostras positivas.
Dentre os resultados das diluições dos antimicrobianos testados: Amoxilina,
Ampicilina, Gentamicina, Eritromicina, e Trimetoprima em doses diferentes à sensibilidade
indicada pelo fabricante, todas que estavam dentro da faixa sensível do método foram
confirmadas pelo kit, de acordo com a Tabela 8, a seguir.
Tabela 8. Resultado das análises do teste de sensibilidade do Kit Delvotest®SP-NT
Resultados positivos
Atibiótico
Diluições analisadas
(ng/mL)
eritromicina
200
40
20
200
40
-
amoxicilina
5
2
1
5
2
-
gentamicina
200
50
25
200
50
-
ampicilina
7
4
2
7
4
-
trimetoprima
300
50
25
300
50
-
41
7 CONCLUSÕES
Diante dos resultados observados pode-se concluir que :
Todas as amostras analisadas foram provenientes de estabelecimentos com registro no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, portanto a presença de amostras
positivas significou um controle ineficaz, seja no processo de produção ou de
comercialização.
Programas de monitoramento são necessários, desde que associado a estes, campanhas
para educação dos produtores e funcionários envolvidos e, capacitação técnica, são
primordiais para fomentar as boas práticas agropecuárias e obtenção de melhor qualidade no
leite e seus derivados..
Especificamente, para o leite, a realização de análises com kits de inibição microbiana,
mostrou-se eficaz para a triagem de resíduos de antimicrobianos. Neste estudo, o kit
comercial Delvotest®SP-NT, um dos mais utilizados para este fim, teve sua sensibilidade aos
antimicrobianos testados, comprovada.
A qualidade do leite apesar de estar normatizada, deve ser implementada de fato, tanto
em atenção aos consumidores no mercado interno bem como no atendimento das exigências
internacionais.
A obtenção de um produto com qualidade – o alimento seguro - depende da integração
entre os produtores, indústria, centros de pesquisa e órgãos fiscalizadores. Além disso a figura
do consumidor é importante, fazendo valer dos seus direitos, daí a extrema relevância em
promover uma educação sanitária em toda a cadeia produtiva, do campo à mesa.
42
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Algumas situações verificadas nas condições brasileiras merecem especial atenção,
este é o caso das informações técnicas que acompanham alguns produtos veterinários, as
quais muitas vezes apresentam incongruências e mesmo incoerências. Além disso, usualmente
os procedimentos não estão descritos de forma clara. Por exemplo, em relação ao período de
descarte do leite após final do tratamento, não existe uma padronização quanto ao tipo e a
forma das informações fundamentais disponibilizadas nas bulas, que permita uma orientação
mais segura para utilização adequada do medicamento. Estas deficiências podem induzir a
erros no descarte do leite, além dos fatores fisiológicos, clínicos e farmacológicos analisados
na presente pesquisa.
O exposto revela a necessidade da adoção de medidas rigorosas pelas autoridades
responsáveis para coibir estas irregularidades que afetam direta e indiretamente os animais, os
produtores, os consumidores e comprometem a expansão do agro-negócio do setor leiteiro e
as exportações do leite e derivados.
A presença de resíduos de fármacos de uso veterinário acima dos padrões legais
interfere no processamento de leites fermentados e de queijos, com expressivos prejuízos aos
produtores e às indústrias, além de ocasionar problemas à saúde humana. Por isso o produtor
deve prestar atenção às causas mais comuns de aparecimento de resíduos no leite, como
mostra o Quadro 3.
Quadro 3. Principais causas de ocorrência de resíduos de antimicrobianos no leite.
Principais causas de ocorrência de resíduos
1. Não observação do período de carência do produto.
2. Erros na identificação dos animais tratados e na anotação dos dados do tratamento.
3. Uso de fármacos em diferentes dosagens ou diferentes esquemas de tratamento.
4. Descarte do leite apenas do quarto tratado.
5. Vacas que têm parto antecipado ou curto período seco
6. Uso de produtos de vaca seca para tratamento de vacas em lactação.
7. Ordenha acidental de vacas secas.
8. Erro durante a ordenha e mistura de leite com e sem resíduo.
Fonte: http://www.itambe.com.br/Cmi/Pagina.aspx?1814 acesso em 17/02/2008
Identificadas as principais causas, o produtor deve atuar no controle e prevenção, que
são as principais ações para evitar a veiculação de resíduos de fármacos veterinárias no leite.
São ações simples, que devem fazer parte da rotina da propriedade e que dependem de uma
boa relação entre produtor e retireiro, como está no Quadro 4.
43
Quadro 4. Cuidados a serem utilizados no tratamento de animais.
Cuidados a serem observados ao tratar os animais
1. Usar antimicrobianos e outros antimicrobianos apenas com orientação de um médico veterinário,
seguindo rigorosamente as recomendações do fabricante do produto.
2. Marcar visivelmente as vacas tratadas com colares e/ou pulseiras.
3. Observar período de carência do tratamento.
4. Anotar todos os tratamentos em um quadro na sala de ordenha com informações do número do
animal, dia do início e do término do tratamento e o período de carência do produto usado.
5. Ordenhar vacas tratadas por último ou separadas.
6. Limpar o sistema de ordenha após a ordenha de vacas tratadas.
7. Utilizar somente antimicrobianos registrados, com bula e pela via recomendada pelo fabricante.
Fonte: http://www.itambe.com.br/Cmi/Pagina.aspx?1814 acesso em 17/02/2008
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REGULAMENTO (CE) nº 508/1999 da Comissão de 4 de março de 1999 modifica os anexos
I a IV do Regulamento (CEE) nº 2377/90 que se estabelece um procedimento comunitário de
fixação dos limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de
origem animal. DO L 60 de 9.3.1999, p. 16/52.
REGULAMENTO (CE) n° 1181/2002 da Comissão, de 1 de julho de 2002, que modifica o
anexo I do Regulamento (CEE) n° 2377/90 que se estabelece um procedimento comunitário
de fixação dos limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de
origem animal. (Texto pertinente a efeitos do EEE). DO L 172 de 2.7.2002, p.13/20.
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56
ANEXO
Anexo A. Produtos de uso veterinário empregados no tratamento da mastite.
Produto Laboratório
Advocin® 180 Pfizer
Agrobiótico Solução Extemporânea Champion
Agrodel Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Agrodel Plus Com Antiinflamatório Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Agromastit* Antimastite Indústria Farmacêutica Vitalfarma Ltda
Agrosil Vansil Laboratório Veterinário
Agrothal Com Antiinflamatório Pharmalogic/Minerthal
Agrovet 5.000.000 Novartis
Agrovet Plus Novartis
Agrovet Ps Novartis
Albadry® Plus Suspensão Pfizer
Amoclox´S Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Anamastit L - 200 Univet
Anamastit S Univet
Bactrosina Bayer
Baytril Injetável 10% Bayer
Bio Pen Calbos
Biogental-La Mogivet
Biomox 20% Ps Ceva
Borgal® Intervet
Bovigam L Bayer
Bovigam Vs Bayer
Bravecilin Forte Laboratório Bravet Ltda
Calbiótico Calbos
Cefa-Lak Fort Dodge
Cefa-Dri Fort Dodge
Cefavet Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Cepravin® - Anti-Mastitico Para Vacas Secas Schering-Plough
Chemitril Injetável 10%
Chemitec
Clamoxyl® La Pfizer
Cloxacum Hertape Calier Saúde Animal S/A
Cobactan® Intervet
Cobactan® Vl Intervet
Coxulid Plus Novartis
Curinfec Provets Simões
Cyamicina*La 20% Fort Dodge
Danettril Plus Indubras
Diclopen 10 Milhões - Grande Porte J.A.
Diclopen 3 Milhões-Pequeno Porte J.A.
Diclopen 5 Milhões - Médio Porte J.A.
Diclotril J.A.
Doxiciclina Univet Solução Injetável Univet
Doxigram 10 Interchange Veterinária
Ememast® Plus Merial
Ememast® Vs Merial
Enro Flec 10% Injetável Vansil Laboratório Veterinário
Enrofloxacina 10% Tortuga Cia Zootécnica Agrária
Enrotec 50 Injetável Fatec S.A.
Estreptomax Injetável Ouro Fino
Flotril® 10% Schering-Plough
Estreptomicina Fort Dodge
Floxivet® Plus 10% Intervet
Fortlozin Vansil Laboratório Veterinário
Genta F Trajetória
57
Gentaflex Pearson Saúde Animal
Gentasil Vansil Laboratório Veterinário
Gentatec Mastite 250 Mg Chemitec
Gentatec Vaca Seca Chemitec
Gentatec® Chemitec
Gentocin® Mastite 150mg Schering-Plough
Gentocin® Mastite 250mg Schering-Plough
Gentocin® Mastite Vaca Seca Schering-Plough
Gentrin Injetável Ouro Fino
Ibatrim Injetável Laboratório Ibasa Ltda
Intramast Vallée
Kanainjecto 250 Fatec S.A.
Mamithal Com Antiinflamatório Pharmalogic/Minerthal
Mastical Calbos
Masticel Mogivet
Masticine L Plus Swissbras Chemical
Masticine S Plus Swissbras Chemical
Mastifin Ouro Fino
Mastifin Vaca Seca Ouro Fino
Mastijet® Forte Intervet
Mastijet® Vaca Seca Intervet
Mastilac Leivas Leite S/A
Mastiplus Intramamário Vl Suspensão
Antibiótica/Antifúngica
Vitafort
Mastissulfa J.A.
Mastivet Intramamário Champion
Mastizone Uzinas Chimicas Brasileiras S/A
Mastizone V.S. ( Vaca Seca ) Uzinas Chimicas Brasileiras S/A
Mastyclox - L Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Mogipen Mogivet
Nafpenzal® S Intervet
Neomastic Calbos
Newmast Pearson Saúde Animal
Norflomax Injetável Ouro Fino
Novapen 10.0000.000 U. I Trajetória
Ourotetra Ouro Fino
Ourotetra L.A. Ouro Fino
Ourotetra Plus L.A. Ouro Fino
Oxiplus La 200 Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Oxitec Calbos
Oxitetraciclina L. A. 20% Injetável Indústria Farmacêutica Vitalfarma Ltda
Oxitetraciclina L.A. Bayer Bayer
Oxitrat- La Plus Vallée
Oxitrat-La Vallée
Oxivet La Novartis
Pangram 10% Virbac Do Brasil
Partocilina Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Pathozone® Pfizer
Pencivet® Plus Forte Intervet
Pencivet® Plus Ppu Intervet
Pencivet® Plus Superforte Intervet
Penfort Ppu Ouro Fino
Penfort Reforçado Ouro Fino
Penikel L.A. Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Penjet 7.000.000 Clarion
Penjet 7.000.000 Plus Clarion
Penjet Plus Pronto Para Uso Clarion
Penjet Ps Pronto Para Uso Clarion
Pentabiótico* Veterinário Reforçado Fort Dodge
Pentabiótico*Veterinário Pequeno Porte Fort Dodge
58
Pentacilin Grande Porte Fort Dodge
Pentakel Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Pirsue® Solução Estéril Pfizer
Promastic Vila Real Saúde Animal
Pronto Pen Vallée
Pulmocilin Veterinário Pearson Saúde Animal
Pulmodrazin Plus Pearson Saúde Animal
Pulmodrazin Reforçado Pearson Saúde Animal
Pulmodrazin Veterinário Pearson Saúde Animal
Quinolon 10% Laboratório Bravet Ltda
Quinolon 2,5% Laboratório Bravet Ltda
Quinotril Vallée
Quinotril Plus Vallée
Reverin® La Plus Intervet
Rilexine 150 Injetável Virbac Do Brasil
Rilexine 200 Virbac Do Brasil
Rilexine 500 Virbac Do Brasil
Salcol Ceva
Selvitrex Injetável 10% Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Selvitrex Injetável 2,5% Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Septipen Vallée
Septipen Plus Vallée
Solutetra Endovenoso Laboratório Ibasa Ltda
Solutetra La Laboratório Ibasa Ltda
Solutetra Plus Laboratório Ibasa Ltda
Solutetra Pronto Para Uso Laboratório Ibasa Ltda
Streptomic Vallée
Sulfamax Vallée
Sulfatec Injetável Fatec S.A.
Supertrin Injetável Pearson Saúde Animal
Supra Pen Vallée
Talcin 1g Novartis
Talcin Cp Novartis
Teldrin Ap Jofadel Indústria Farmacêutica S/A
Terraflan La 200 Clarion
Terralon 20% La Virbac Do Brasil
Tetrabion Calbos
Tetraciclina La Spv® Schering-Plough
Tetra-Delta® Pfizer
Tetradur Merial
Tetralong L.A Uzinas Chimicas Brasileiras S/A
Topcef Pearson Saúde Animal
Topmast - Noxon (Gentamicina) Noxon
Tormicina 100 Tortuga Cia Zootécnica Agrária
Tormicina La Tortuga Cia Zootécnica Agrária
Treciclin Champion
Tribactan Clarion
Tribrissen® Injetável Schering-Plough
Tridiazin Injetável Vansil Laboratório Veterinário
Tridox La Laboratório Bravet Ltda
Tripen-Plus Sanphar
Trissulfin Solução Injetável Ouro Fino
Tyladen Sespo - Divisão Vetbrands Saude Animal
Tylan 200 Líquido Elanco
Tylan 50 Injetavel Elanco
Tylex 20% Injetável Indústria Farmacêutica Vitalfarma Ltda
Ungüento Intramamário Vallée
Vetimast Novartis
Vetimast Vs Novartis
Vitalpen Plus Indústria Farmacêutica Vitalfarma Ltda
59
Vivaseg La B12 Clarion
Vivatet La Clarion
Fonte: http://www.cpvs.com.br/cpvs/index.html - Compêndio de Produtos Veterinários SINDAN. acesso em
06/12/2007.
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