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mais afastado, dificilmente ocorrerá este problema. Portanto, isto explica o fato da
probabilidade de detecção, para maiores comprimentos de defeitos, ser maior para a
classe FF. Dijkstra; Raad; Bouma (1998) evidenciaram em seu trabalho que na
inspeção de raiz de soldas com ultra-som automatizado existe uma dificuldade em
diferenciar sinal proveniente da geometria do chanfro do sinal de um defeito.
Quando o ultra-som automatizado é comparado com ultra-som manual, outros
trabalhos como dos autores Dijkstra; Raad; Bouma (1998), Washer (2003),
Hoppenbrowers (2000) têm evidenciado as vantagens do ensaio por ultra-som
automatizado sobre o ultra-som manual, como por exemplo, o aumento da
velocidade de inspeção, a alta probabilidade de detecção (POD) e conseqüente
aumento da confiabilidade da inspeção, documentação do registro da inspeção,
interpretação dos resultados por meio de imagens, possibilidade de processamento
computadorizado como redes neurais artificiais (DITCHBURN; BURKE; SCALA,
1996; GUO-HUA, 2001; BETTAYEB; BENBARTAOUI; ROUAROUA, 2000), entre
muitas outras. Alguns desses sistemas, inclusive, utilizam cabeçotes operando no
modo pulso-eco e cabeçotes empregando a técnica ToFD em um mesmo
dispositivo, para aumentar a eficiência da inspeção (MORENO, 2002; ERHARD;
EWERT, 1999; STEPHENS, 2000).
Uma vez definido o componente que será inspecionado é necessário um
conhecimento prévio do tipo de descontinuidade que se espera encontrar para fazer
a escolha mais adequada da técnica de inspeção a ser utilizada.
O autor Carvalho (2006) cita em sua tese “o ensaio por ultra-som é muito mais
eficiente para detectar defeito de falta de fusão na lateral do chanfro do que o ensaio
por radiografia” e que todos esses elementos devem ser bem avaliados antes da
inspeção para que a probabilidade de detecção seja a máxima possível.
Apesar das várias modificações realizadas nos procedimentos de inspeção ao
longo do tempo, dos bons programas para certificação de operadores e do rigor nos
testes para qualificação de inspetores, medidas precisam ser tomadas para tentar
eliminar erros, além de indicar que o principal vilão da inspeção por ultra-som
manual ainda seja o inspetor, apesar de ser qualificado (CARVALHO, 2006).
No entanto, apesar das vantagens do ensaio ultra-sônico automatizado sobre o
ultra-som manual, como pôde ser comprovado por meio de vários artigos citados e
também por meio deste trabalho, muitos autores têm constatado que na maioria das
vezes o uso de ensaio automatizado não é economicamente viável. Por exemplo,