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UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA
PROF. DELBY FERNANDES DE MEDEIROS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS
NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS
MAURUS MARQUES DE ALMEIDA HOLANDA
ANÁLISE DO 2-OCTIL-CIANOACRILATO COMO SELANTE NAS
LESÕES DA DURA-MÁTER E PROFILAXIA DA FÍSTULA
LIQUÓRICA
JOÃO PESSOA-PB
2007
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Livros Grátis
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H722a Holanda, Maurus Marques de Almeida
Análise do 2-octil-cianoacrilato como
selante nas lesões da dura-máter e profila-
xia da fístula liqüórica / Maurus Marques
de Almeida Holanda. – João Pessoa,2007.
155p.
Orientadores: Isac Almeida de Medei
ros, Margareth de Fátima M. Diniz.
Tese (doutorado) UFPB/CCS.
1. 2-octil-cianoacrilato – Produtos far
macêuticos. 2.Toxicologia 3. Neurocirurgia
4. Dura-Máter 5. Fístula liqüórica.
UFPB/BC C.D.U: 615:665.939.6
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MAURUS MARQUES DE ALMEIDA HOLANDA
ANÁLISE DO 2-OCTIL-CIANOACRILATO COMO SELANTE NAS
LESÕES DA DURA-MÁTER E PROFILAXIA DA FÍSTULA
LIQUÓRICA
Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Produtos Naturais e
Sintéticos Bioativos do Laboratório de
Tecnologia Farmacêutica, Centro de Ciências
da Saúde, Universidade Federal da Paraíba,
em cumprimento às exigências para obtenção
do título de DOUTOR EM PRODUTOS
NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS – Área
de concentração: FARMACOLOGIA
ORIENTADOR: PROFº. DR. ISAC ALMEIDA DE MEDEIROS/ UFPB
CO-ORIENTADORA: PROFª. DRª MARGARETH DE FÁTIMA M. DINIZ/UFPB
JOÃO PESSOA-PB
2007
MAURUS MARQUES DE ALMEIDA HOLANDA
ANÁLISE DO 2-OCTIL-CIANOACRILATO COMO SELANTE NAS
LESÕES DA DURA-MÁTER E PROFILAXIA DA FÍSTULA
LIQUÓRICA
Aprovado em _____/ ______/_______
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________
Prof. Dr. Isac Almeida de Medeiros
Orientador/ UFPB
___________________________________
Profª. Drª. Margareth de Fátima M. Diniz
Co-orientadora/ UFPB
___________________________________
Prof. Dr. Reinaldo Nóbrega Almeida
Examinador/ UFPB
___________________________________
Prof. Dr. Erich Christiano Madruga de Melo
Examinador/ FAMENE
___________________________________
Prof. Dr. Valdir Filgueiras Pessoa
Examinador/ UnB
"Nossa maior fraqueza está em desistir.
O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez !"
Autor: Thomas Edison
Dedico :
À minha esposa Ivana, eterna
companheira, meus filhos Camila e
Maurus Filho pela compreensão dos
meus períodos de ausência, e aos meus
pais Ivanildo e Eliane pelo incentivo e
ensinamentos da vida.
AGRADECIMENTOS
¾ Primeiramente a Deus, pela minha existência e força nos períodos de maior dificuldade.
¾ Ao Prof
º
. Drº. Isac Almeida de Medeiros pela orientação, e relevantes ensinamentos
prestados para conclusão deste estudo, criando oportunidades para o aperfeiçoamento
de minha vida profissional.
¾ À Prof
a
. Dr
a
. Margareth de Fátima F.M. Diniz pela co-orientação, disponibilidade,
dedicação e incentivo, mesmo antes e durante a confecção deste trabalho.
¾ Ao funcionário José Crispim Duarte, pela grande ajuda e bons momentos, no
laboratório durante os procedimentos neurocirúrgicos e manutenção dos animais.
¾ Ao laboratório PROMÉDICA, em nome de Wagner Almeida pela grande colaboração e
padronização dos exames anatomo-patológicos, o que tornou possível a conclusão deste
trabalho.
¾ Aos professores do doutorado pelos ensinamentos.
¾ Aos meus colegas de turma doutorado, pelos momentos de alegrias e ansiedades.
¾ Ao Prof.º Dr. José Alberto Gonçalves da Silva pela amizade, constante estímulo e
incentivo no meu crescimento profissional e pessoal.
¾ A Tânia funcionária do deste curso de pós graduação pela colaboração.
¾ Ao Prof.º Dr. João Agnaldo, pela análise estatística.
¾ À minha amiga Raquel Regis, pela colaboração no ingresso deste doutorado e aos
estudantes Emerson Magno F. de Andrade, Wander Weyden, Luiz Márcio de Brito
Marinho Segundo e Paulo Emílio M. Neto pela ajuda na aquisição da bibliografia.
¾ À Farmácia Prescrita e Laboratórios Eurofarma, Biossintética e Roche que doaram
materiais para cirurgia para realização deste trabalho.
HOLANDA , Maurus Marques de Almeida Holanda. Análise do 2-octil-cianoacrilato como
selante nas lesões da dura-máter e profilaxia da fístula liqüórica. 2007. Tese (Doutorado em
Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos – Farmacologia)- Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
RESUMO
Fístula liqüórica é uma das complicações do pós-operatório das cirurgias neurológicas e o
trauma é responsável por grande parte destas complicações. Como o principal selante da
dura-máter é biológico e com elevado valor comercial, procuramos introduzir um material
sintético que além de reduzir custos, colabore de forma rotineira, como selante na correção
das lesões durais atuando no tratamento e profilaxia da fístula liqüórica. O objetivo do
presente estudo foi avaliar o efeito da cola, nos tecidos durante o processo cicatricial do
fechamento da dura-máter em coelhos. O estudo foi realizado para investigar o
comportamento histológico do reparo dural usando técnicas de sutura padrão e sutura
complementada com o adesivo de tecido. Métodos: Avaliamos um total de 66 coelhos,
divididos em 11 grupos de 6, cada um. Uma craniectomia fronto-temporo-parietal de 1cm
foi realizada, e a dura-máter foi seccionada 0,5cm. No grupo controle, a dura-máter foi
suturada com sutura interrompida com fio mononylon 6-0. No grupo de cola, a dura-máter
foi suturada e reforçada usando cola de fibrina (grupo B) e o outro grupo usando 2 octil-
cianoacrilato(alta viscosidade)(grupo A). No grupo D, os cérebros foram cobertos por 2-
octil-cianoacrilato (alta viscosidade), antes de suturar a dura com mononylon 6-0 e no
grupo E, diferentemente ao procedimento do grupo A, os animais usaram antiinflamatório
oral. Os coelhos foram sacrificados dia 7, 30 e 60 depois da operação. A integridade das
suturas, a existência do abscesso, infecção da ferida e a formação de adesão foram
registradas. As cabeças foram retiradas inclusive o sítio da operação e depois os espécimes
foram mandados para exame histológico. Resultados: os pesos médios de cada grupo do
estudo aumentaram. O processo de cicatrização da dura-máter, como avaliado pela
atividade fibroblástica e infiltração de célula inflamatória não se diferenciou
estatisticamente entre os três grupos (p> 0.05). Só a neovascularização mostrou-se
aumentada no grupo controle. . A avaliação histopatológicas dos cérebros tratados com a
cola sintética revelou 50% de resposta inflamatória com necrose focal no córtex. Só um
coelho teve o cérebro normal. Conclusões: As seções histológicas obtidas da dura tratadas
com o polímero 2-octil-cianoacrilato demonstraram uma resposta inflamatória mínima
semelhante ao tratado com o selante de fibrina. Os resultados, em condições experimentais,
indicam que esta nova substância, 2-octil-cianoacrilato, parece ter aplicações como um
método complementar no fechamento dural, mas não pode ser considerado como um
material de suporte seguro para procedimentos intradurais diretamente envolvendo o tecido
cerebral.
PALAVRAS-CHAVE: dura-máter, polímero cianoacrilato, adesivo selante de fibrina,
histotoxicidade.
HOLANDA, Maurus Marques de Almeida Holanda. Analysis of the 2-octyl-cyanoacrylate
as selant of the dura- mater injuries and liquor leakage prophylaxis. 2007. Thesis (Doctor's
degree in Natural Products and Bioactivs Synthetics – Pharmacology) - Center of Health
Sciences, Federal University of Paraíba, João Pessoa.
ABSTRACT
Cerebrospinal fluid (CSF) leakage, one of the posoperatory complications of neurosurgery
operations, is commonly a result of trauma. Since the principal selante of the dura-mater is
biological and with elevated commercial value, we try to introduce a synthetic material,
which, besides reducing costs, is an alternative method of repair and reinforcement of dural
suture, and acts as treatment and prophylaxis, preventing CSF leakage. Objective: The aim
of the present study was to evaluate the effect of glue tissue on the healing of the dura-
mater closure in rabbits. The study was undertaken to investigate the histological behavior
of dural repair using standard suture techniques and suture supplemented with tissue
adhesive. Methods: We evaluate a total of 66 animals, divided in 11 groups of 6 rabbits
each. Following fronto-temporo-parietal craniectomy, 1 cm of the cranium was removed
and 0,5 cm of the dura-mater was sectioned. In the control group, the dura-mater was
sutured with 6–0 mononylon interrupted sutures. In the glue group, the dura-mater was
sutured and either reinforced by using fibrin glue (group B) or using 2 octyl-cyanoacrylate
(high viscosity) (group A). In the group D, the brains were covered by 2-octyl-
cyanoacrylate (high viscosity), before closure with 6-0 mononylon suture and in the group
E, different to the group A, the animals used oral antinflamatory. Rabbits were sacrificed
on day 7, 30 and 60 following operation. Integrity of the sutures, existence of abscess,
wound infection, and adhesion formation were recorded. The heads were removed
including the site of operation and then, the specimens were sent for histological
examination. Results: Mean weights of each study group increased. The dura-mater healing
process, as assessed by fibroblast activity and inflammatory cell infiltration did not differ
statistically between the three groups (p>0.05). Only blood vessel neodevelopment
increased in control group. The histopathological evaluation of the brains treated with the
synthetic glue revealed 50% of inflammatory response with focal necrosis in the cortex.
Only one rabbit had a normal brain. Conclusions: Histologic sections obtained from dura
treated with 2-octyl-cyanoacrylate polymer demonstrated minimal inflammatory response,
similar to that treated with fibrin adhesive sealant. Results, under experimental conditions,
indicate that this new substance, 2-octyl-cyanoacrylate, appears to have applications as an
adjunctive means of effecting dural closure, but can not be considered as safe supportive
material for intradural procedures directly involving the brain tissue.
KEY WORDS: dura-mater, cyanoacrylate polymer, fibrin adhesive sealant, histotoxicity
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Medidas descritivas da temperatura (ºC) por dia e por grupo(A,B,C)........ ....91
Tabela 2 - Medidas descritivas da temperatura por dia e por grupo (D eE)................... ..91
Tabela 3 - Medidas descritivas da temperatura por grupo................................................93
Tabela 4 - Medidas descritivas da temperatura por grupo.................................................94
Tabela 5 - Medidas descritivas do peso por grupo........................................................... 96
Tabela 6 - Medidas descritivas do peso por grupo.............................................................98
Tabela 7 - Medidas descritivas do peso por grupo............................................................99
Tabela 8-As medidas descritivas, média, desvio padrão (DP)...........................................100
Tabela 9- Medidas descritivas da alteração histológica por dia e por grupo.....................102
Tabela 10- Comparação das variáveis histopatológicas nos grupos A e E
utilizando o teste Mann- Whitney....................................................... ..........111
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Selante de fibrina ................................................................................................79
Figura 2-Selante de cianoacrilato .......................................................................................80
Figura 3. Animal posicionado numa caixa de contenção ................................................ .82
Figura 4. Craniótomo manual .............................................................................................83
Figura 5. Trepanação frontal com craniectomia com 1cm de diâmetro..............................83
Figura 6. Lesão dural de 0,5 mm ........................................................................................84
Figura 7. Sutura contínua, em bloco com fio Mononylon 4-0............................................84
Figura8.Gaiolas individuais no biotério...............................................................................86
Figura 9. Peça fixada em formol a 10%..............................................................................86
Figura 10a. Fotomicrografias . Proliferação fibroblástica(++) no grupo A....................108
Figura 10b. Fotomicrografia. Proliferação Fibroblastica (++) no grupo B ......................108
Figura 10c. Fotomicrografias. RIA(+) no grupo A( aniamal-A3).....................................108
Figura 10d. Fotomicrografias. RIA(+) no grupo B (animal B3).......................................108
Figura 11a. Fotomicrografia. Cérebro Normal ( animal D1)............................................109
Figura11b. Fotomicrografia. A presença de necrose focal no córtex dos animais............109
Figura 12. Fotomicrografia. A presença de necrose focal no córtex dos animais com
infiltração mononuclear (animal D6)...............................................................110
Figura 13. Fotomicrografia. Astrocitose ( animal D5)......................................................110
Figura 14. Fotomicrografia. Proliferação fibroblástica meníngea ( animal D3)..............111
Figura 15. Fotomicrografia. Hemorragia(++) ( animal E4)............................................112
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Temperatura média por grupo e por dia...........................................................92
Gráfico 2 - Temperatura média por grupo........................................................................ .93
Gráfico 3 - Variação do peso (g) iniciale peso final médio para os dias 7, 30 e 60...........96
Gráfico 4 - Peso médio inicial e final por grupo................................................................99
Gráfico 5 - Pesos Médios Inicial e Final dos grupo D e Controle............................... ....101
Gráfico 6- Peso médio inicial e final dos grupos A e E.....................................................101
Gráfico 7 - Diagrama de caixa (Box Plot) para as variáveis histológicas........................104
Gráfico 8 - Variáveis histológicas por dia 7, por grupo. ...................................................105
Gráfico 9 - Variáveis histológicas por dia 30, por grupo. .................................................106
Gráfico 10- Variáveis histológicas por dia 60, por grupo. ................................................107
LISTA DE ABREVIATURAS
2-OCA- 2-octil cianoacrilato
AAS- Ácido acetil-salicílico
CEPA_ Comitê de Ética Animal
DP- desvio padrão
FDA- Food and Drug Administration
FL – Fístula liqüórica
H e E- Hematoxilina e Eosina
LCR- Líquido cérebro-raquidiano
LTF- Laboratório de Tecnologia Farmacêutica
MAV- Malformação arteriovenosa
NBCA- n-butil-2-cianoacrilato
RIA- Reação inflamatória aguda
TCE- Traumatismo cranioencefálico
UFPB- Universidade Federal da Paraíba
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................16
2. REVISAO DA LITERATURA................................................................................23
2.1 Fístula Liqüórica ......................................................................................................23
2.2 Selante de Fibrina ...............................................................................................26
2.2.1 Aplicações do selante de fibrina...........................................................................30
2.2.2 Reações indesejáveis............................................................................................40
2.2.3 Medidas preventivas de contaminação..................................................................41
2.2.3 Valor do produto .................................................................................................43
2.3 Cianoacrilatos...........................................................................................................43
2.3.1 Aplicações dos cianoacrilatos................................................................................46
2.3.2 Toxicidade..............................................................................................................64
2.4 Valor do produto.......................................................................................................74
3. OBJETIVOS.............................................................................................................76
3.1 Objetivos Gerais......................................................................................................76
3.2 Objetivos Específicos..............................................................................................76
4. MATERIAL E MÉTODO..........................................................................................78
4.1 Local da Pesquisa.....................................................................................................78
4.2 Animais ...................................................................................................................78
4.3 Material selante utilizado.........................................................................................79
4.3.1 Selante de fibrina....................................................................................................79
4.3.2 Selante de cianoacrilato..........................................................................................80
4.4 Estudo da toxicidade dermal.....................................................................................81
4.5. Análise da temperatura corporal.............................................................................81
4.6 Evolução ponderal...................................................................................................81
4.7 Protocolo experimental............................................................................................82
4.7.1 Divisão dos grupos.......................................................................................... .....85
4.7.2 Manutenção dos animais no pós-operatório e colheita de material.......................85
4.7.3 Preparação do material para exame histológico.....................................................87
4.7.4 Parâmetros histológicos analisados.......................................................................87
4.8 Análise estatística .....................................................................................................88
5 RESULTADOS............................................................................................................90
6 DISCUSSÃO..............................................................................................................114
7 CONCLUSÕES..........................................................................................................130
8 PERSPECTIVAS.......................................................................................................131
REFERÊNCIAS............................................................................................................133
INTRODUÇÃO
16
1 INTRODUÇÃO
A dura-máter é uma membrana derivada do mesênquima, folheto que surge na
evolução embrionária como cobertura do tubo neural e que se diferencia, formando couro
cabeludo, ossos, dura-máter, aracnóide e pia-máter. A dura-máter que envolve o cérebro é
uma membrana densa e fibrosa, constituída macroscopicamente por duas camadas, a saber:
a camada externa, mais densa, aderente ao osso, com predomínio de fibras colágenas e a
camada interna, mais frouxa, formada por fibras colágenas e elásticas. A célula dural
característica é o fibroblasto, podendo haver histiócitos e células plasmáticas (GLASER,
THIENES, 1938). A dura-máter é um tecido fibroso típico, semelhante a esclera ou a
própria derme da pele. Microscopicamente, a dura-máter contem cinco camadas: a camada
integumentária externa, a rede elastina externa, a camada colágena, a rede elastina interna
e a camada de endotélio integumentária interna ( ZYABLOV et al., 1982).
O termo fibroblasto significa aquela célula que produz fibras e os fibrócitos são
considerados fibroblastos inativos. Os fibroblastos são ativados por mediadores químicos
no processo de cicatrização (RAISER, 2001).
Keener (1959), citado por Mello et al. (1996) revisou os conceitos de regeneração
de defeitos durais e, baseado em seus experimentos, concluiu que: os fibroblastos e o tecido
conjuntivo que regeneram a dura-máter não são provenientes dos bordos da dura-máter
cortada, mas dos tecidos adjacentes (espaço epidural, fáscia, músculo e tecido celular
subcutâneo). Assim, a regeneração dural é inadequada quando o defeito é adjacente ao
17
osso, não importando se se trata de fragmento ósseo solto ou craniotomia osteoplástica,
sendo a regeneração dural adequada se a lesão dural for adjacente a tecidos moles.
É comum o neurocirurgião se deparar com situações em que há dificuldade do
fechamento da dura-máter, tanto craniana como raquiana. Laceração dural é frequente após
traumatismos cranioencefálicos, cirurgias de tumores da dura-máter (e.g., como
meningiomas), cirurgias em pacientes idosos, em que a dura-máter é mais aderida ao osso,
e também em casos particulares quando os defeitos durais são envoltos por uma dura-máter
friável em áreas relativamente inacessíveis como a laceração da bainha da axila da raiz
raquiana ou no forâmen neural, como complicações de cirurgias da coluna vertebral
(BANHAWY et al. 2004, CAIN et al., 1988). As conseqüências, como seqüela da lacereção
dural incluem nas cirurgias cranianas, fístula dural cutânea, aracnoidite, meningite, e
pseudomeningocele nas cirurgias espinhais (MARTINOWITZ et al., 1993).
A fístula liqüórica (FL) ocorre quando defeitos na dura-máter permitem que o
líquido cérebro-espinhal saia do espaço subaracnóideo. A etiologia mais comum da FL é o
trauma. Estes podem causar perfuração da aracnóide e dura-máter em qualquer lugar ao
longo do eixo cérebro-espinhal. As lesões da base do crânio são as mais freqüentes, tendo
em vista que o assoalho da fossa anterior é fina e susceptível a fraturas. Lá se encontra a
lâmina cribiforme que é vulnerável e, a dura-máter, delgada e aderente ao osso
(SPETZLER; ZAMBRANSKI, 1986).
A fístula pós-traumática ocorre aproximadamente em 2 a 3 % dos traumatismos
cranioencefálicos (MINCY, 1966). A FL que resulta de lesões diretas do couro cabeludo,
crânio e dura-máter requere rotineiramente desbridamento e fechamento das suas camadas.
Nestas condições, a saída do líquor pelo couro cabeludo pode se dar por aumento da
18
pressão intracraniana, como hidrocefalias, o ato da tosse, espirro, ou mesmo, pulsações
arteriais com saída do líquido pelo pertúito. Em um paciente com fístula liquórica, o ato de
espirrar ou tossir pode forçar o ar a entrar pelo pertúito da fístula, resultando em
pneumoencéfalo (BLACK et al.,1979). Porém a mais grave complicação reportada por
muitos autores é a meningite, que chega a variar de 3 a 50 % na sua incidência ao longo dos
7 primeiros dias do trauma, sendo responsável pelo risco de mortalidade (WHITECAR;
REDDIN; SPINK,1966; ROBINSON, 1970; GREENBERG, 1994).
Esta condição é manifestada comumente como rinorréia e otorréia e pode se
apresentar como vazamento direto de líquido em feridas ou incisões cirúrgicas em qualquer
lugar ao longo do trajeto da circulação do líquido (NAIDICH; MORAN, 1980). Uma outra
etiologia da FL é por ferimento de arma de fogo (MEIROWSKY et al., 1981).
O princípio do fechamento dos defeitos durais foi primeiro proposto por Grant em
1923, quando ele reportou um caso de um homem de 19 anos de idade que foi vítima de
acidente automobilístico. O paciente apresentava fraturas frontais e fístula rinoliquórica. O
primeiro caso do fechamento de uma fístula com sucesso, reportado na literatura foi em
1926, descrito por Dandy que fechou uma lesão dural traumática após fratura frontal com
músculo e enxerto de fáscia lata. Os objetivos principais do fechamento de tais falhas da
meninge é impedir a fístula liquórica, propagação de infecção, aderências e hérnias externas
do tecido nervoso (MARTINOWITZ et al.,1993; MARKOFF,1986)
Após isto, intervenções operatórias foram a estratégia terapêutica primordial para o
tratamento de fístulas liquóricas persistentes em que há um alto índice de infecção, entre
a maior delas, quadros de meningites. O tratamento operatório moderno para fístula,
continua o mesmo que os abordados por Grant e Dandy, mas sua aparente solução pode
19
ser enganosa. Por isso há preocupação de encontrar um método satisfatório e seguro de
reparar esses defeitos da dura-máter em que muitas vezes, isso só é possível com o
auxílio de implantes durais e selantes, biológicos ou sintéticos.
Já se notava preocupação com o material substituto da dura-máter desde os relatos
de Pudenz et al. (1942),também citado por Pereira (1982), em que nada difere para as
exigências com o uso dos selantes para correção dural. Estes materiais devem apresentar as
seguintes propriedades:
1-ser inerte, provocando mínimas reações nos tecidos adjacentes;
2-ser inabsorvível ou ter absorção demorada, permitindo crescimento fibroso de
tecidos vizinhos;
3-ser de fácil esterilização e estocagem;
4-ser de fácil obtenção;
O adesivo de tecido pode ser largamente definido como qualquer substância com
características que levam em conta a polimerização. Esta polimerização deve manter
tecidos juntos ou servir de barreira a vazamentos ou fístulas. Algumas fontes chamam de
colas de tecido, mas a palavra cola confere expectativas que os adesivos de tecido, como
um grupo, não são projetados para tanto (REECE; MAXEY; KRON, 2001). De acordo
com Papatheifanis e Barmada, 1993, um adesivo ou selante é definido como uma
substância ou material que quando aplicado na superfície de outro material junta-se com ele
e resiste a separação por causa da sua superfície aderida. Outras propriedades aplicadas que
20
caracterizam os adesivos ou selantes, incluem a sua forma física, forma química, tipo de
material colado e condições de aplicação do adesivo, que estão relacionadas com a
substância adesiva em particular.
A utilização de adesivos de tecido pode ser dividida em três categorias, segundo
Reece et al., 2001. O primeiro uso é a hemostasia. O conceito do uso dos adesivos de tecido
desenvolvidos para hemostasia, foi concebido através da melhora de coagulação focal.
Muitos dos agentes atuam, de fato, paralelo aos mecanismos in vivo dos sistemas de
coagulação. Alguns adesivos aumentam a hemostasia local do paciente; outros realizam
hemostasia como uma função de adesão de tecido geral, sem relações a mecanismos de
coagulação dos pacientes. O segundo uso dos adesivos de tecido é para o selamento de
tecido. A adesão previne vazamento de várias substâncias, como os fluidos linfáticos. Este
uso necessita mais do que um simples aumento do sistema de coagulação existente. O
adesivo deve selar sem ajuda do paciente. O terceiro uso geral dos adesivos de tecido é a
liberação local de substâncias exógenas. Os sistemas de liberação propostos neste tempo
incluem medicações, fatores de crescimento, e linhas de célula. Apesar da pequena
aplicação, na atualidade, pode ter um maior potencial de aplicação futura. Com essas
categorias, as qualidades específicas e cada indicação do adesivo definem a sua aplicação
na prática. Os adesivos de tecido disponíveis nos Estados Unidos estão em várias
categorias, baseadas na sua constituição química: selantes de fibrina, compostos à base de
albumina, cianoacrilatos, hidrogéis, e compostos de colágeno. Algumas outras categorias
existem, mas não são atualmente usadas em seres humanos.
21
Hoje dispomos de um arsenal de materiais sintéticos e biológicos para substituir a
dura-máter, porém não há, no momento, um material sintético que colabore, de forma
rotineira, como selante na correção das lesões durais, atuando na profilaxia da fístula
liqüórica.
Tendo em vista estes critérios citados para produtos de substituição dural, podendo
ser empregados da mesma forma para quaisquer produtos com fins de correção dos defeitos
da dura-máter, procuramos descrever os achados na literatura, a respeito de diversos
selantes, sejam biológicos ou sintéticos, estudados com este propósito.
22
REVISÃO DA LITERATURA
23
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Fistula Liqüórica
Fistula liqüórica é a saída de líquido cefalorraquidiano por um pertúito que
comunica o espaço subaracnóideo com o extradural, ao longo do neuroeixo, e apresenta
duas origens. A mais comum é secundária ao traumatismo cranioencefálico, podendo
chegar a 77 % das fistulas liqüóricas. A segunda tem sua origem espontânea, também
chamada fistula não traumática. Sendo mais rara, surge em conseqüência à agenesia do
assoalho da fossa anterior, presença de tumores, síndrome da sela vazia, infecção crônicas
dos seios paranasais e aumento da pressão intracraniana (NUTKIEWICZ et al.,1980).
As fístulas transcranianas são classificadas em 2 categorias maiores: traumáticas e
não traumáticas ou espontâneas. A primeira pode ser subdividida em agudas, quando
ocorrem até 1 semana após o trauma, ou tardias, quando a fístula surge 1 semana, meses ou
anos após. As fístulas que ocorrem em pós operatórios são incluídas neste grupo. As não
traumáticas podem estar associadas a alterações congênitas da base do crânio, lesões
intracranianas, com osteomielite ou outras causas de erosão do osso. As fistulas liqüóricas
raquianas são classificadas igualmente às transcranianas e também ocorre alteração da
dinâmica liqüórica, como nos casos de crianças com disrafismo espinhal ou outras
anomalias, em que a fístula é a primeira expressão de hidrocefalia (DAGI, GEORGE, 1995)
Fistulas traumáticas ocorrem em 2 a 3 % dos traumas cranianos, 60 % ocorre nos
primeiros dias do trauma e 95 % dentro de 3 meses (SPETZLER, ZAMBRANSKI, 1986).
Janecka et al. (1994) reportaram uma incidência de 3,6% de fístula liqüórica em estudo
prospectivo de 30 meses, entre 183 casos seguidos de cirurgias de base de crânio.
24
Observações são feitas, em que muitos autores subestimaram a incidência de fístula
liqüórica porque muitas delas ocorriam a nível subclínico como coleções subgaleais e
subcutâneas e que muitas vezes não requeriam nenhuma intervenção (DAGI, GEORGE,
1995).
É rara em crianças principalmente abaixo de 2 anos de idade, sendo encontrada mais
frequentemente em adultos. A sintomatologia de anosmia é comum em 78% dos pacientes
após o trauma, sendo rara nas fístulas espontâneas (MANELFE et al., 1982). A história de
traumatismo cranioencefálico e a presença do sinal de rinorréia e otorréia são indícios
fortes da presença de fistula liqüórica, assim como é muito sugestivo da presença de fístula,
um paciente com história de trauma craniano, apresentando quadro de meningite de
repetição (MANELFE et al., 1982).
Diante de uma fístula liqüórica, seja no pós-operatório ou pós-traumática, pode-se
optar, inicialmente pelo tratamento conservador. As fístulas pós-traumáticas, com
rinoliqüoréia, podem regredir em 70% dos casos, em 1 semana e, sendo otoliquórica
tendem a fechar em 5 a 10 dias, em 80 a 85% dos casos(STENZEL et al., 2005; SAVVA et
al., 2003; RAO et al., 2005). As fistulas espontâneas (não traumáticas) cessam em
aproximadamente 33% dos casos (MANELFE et al.,
1982). A fistula liqüórica, no pós-
operatório, através da ferida operatória, envolve normalmente a combinação de vários
procedimentos como cabeceira elevada, curativo compressivo, sutura e repouso no leito
(MAGLIULO et al., 1998).
Em se tratando de vazamento persistente, requerem nova intervenção cirúrgica com
o objetivo de fechar a fístula liqüórica primária associada ou não a drenagem lombar
contínua (FISHMAN et al. , 1996, NUTIK , KOROL, 1995). Isto obriga o paciente à longa
25
permanência no leito e complicações inerentes, como trombose venosa profunda e, ainda, o
risco de meningite (ROLAND et al.1992).
A conseqüência principal associada com a fístula líquorica é a meningite. Esta
complicação acontece aproximadamente em 25% dos vazamentos de líquor de todos os
tipos traumáticos, incluindo 20% de vazamentos pós-operatórios agudos e 57% de
vazamentos pós-traumáticos tardios (DAGI, GEORGE, 1995). A incidência de meningite
associada a fistula pós-traumática aumenta com o período de persistência da fistula,
correspondendo a aproximadamente 10% dos casos. São mais comuns em pacientes com
fístulas espontâneas (NAIDICH, MORAN, 1980)
Meirowski et al., (1981) descreveram, em 101 casos de trauma por ferimento de
arma de fogo, a ocorrência de 8,9% de fistula liqüórica, sendo que sucedeu uma taxa de
infecção maior nos pacientes que não apresentaram fístula.
. A presença de uma incidência relativamente baixa de fístula liqüórica, que ainda
varia em aproximadamente 3,6 %, na era atual de cirurgia de base de crânio, pode ser
significante diante da conseqüência devastadora que pode acontecer, tanto devido a
vazamento, como também aos custos associados com o tratamento adequado (JANECKA et
al., 1994). Felizmente, na maioria dos centros com experiência em cirurgia de base de
crânio, as fístulas liqüórica raramente levam à meningite, em função de serem descobertas
cedo, por causa de um nível alto de vigilância. Porém, diante de uma visão econômica, uma
baixa incidência pode provar ainda ser de significação clínica. A maioria dos vazamentos
de líquor na cirurgia de base de crânio, responderá a uma medida conservadora diferente da
reabordagem, tais como a drenagem lombar, repouso na cama, elevação da cabeceira ou
26
compressão local da ferida operatória. Porém, estas manobras resultam em um período
prolongado de permanência e custos ao sistema (DAGI; GEORGE, 1995).
A meningite pode provocar alterações inflamatórias no sítio da fístula, com
conseqüente fechamento do pertúito fistuloso e cessação de saída do líquor (DAGI,
GEORGE, 1995; GREENBERG, 1994).
O tratamento cirúrgico está indicado em fístulas que persistem por mais de 2
semanas, apesar do tratamento convencional. As técnicas de abordagem variam entre extra-
durais ou intra-durais cobertas com pericrânio, fáscia lata, enxertos de dura-máter, gordura,
músculo, cartilagem ou osso, associados aos selantes (BANHAWY et al., 2004; DAGI e
GEORGE, 1995; GREENBERG, 1994; DANDY, 1926). Os selantes ou adesivos usados
em procedimentos cirúrgicos podem ser biológicos ou sintéticos, cada um com as suas
vantagens e desvantagens.
2.2 Selante de Fibrina
Selantes de fibrinas ou colas tem sido um importante instrumento terapêutico no
tratamento de diversas patologias cirúrgicas (DUNN, GOE , 1999). O efeito selante do
adesivo fibrínico é baseado no estágio final da cascata da coagulação, onde os seus
principais componentes, o fibrinogênio e a trombina, levam a formação de um coágulo de
fibrina estável na presença de Fator XIII e cálcio. Os mais modernos adesivos selantes de
fibrina, além de conterem compostos como fibrinogênio humano, concentrado e
27
pasteurizado, fator XIII e trombina humana, são reconstituídos em solução com agente
antifibrinolítico, aprotinina e solução de cloreto de cálcio.
Os adesivos têm sido utilizados entre inúmeras indicações como importante auxiliar
em hemostasia, cicatrização de feridas cirúrgicas, e ajuda na adesão tecidual e para
liberação de drogas. Inicialmente, os selantes fibrínicos eram confeccionados
artesanalmente em salas de cirurgia pelos próprios cirurgiões, porém hoje, os preparados já
são comercializados e disponíveis em todo mundo. Entre inúmeros selantes temos o Tissel
VH (Baxter Healthcare Corp, Deerfield, IL), Beriplast P (Aventis Behring, Marburg,
Germany), Bolheal (Fujisawa, Osaka, Japan), Hemaseel APR (Haemacure Corporation,
Sarasota, FL, USA), e Quixil (Omrix, Brussels, Belgium) (SPOTRITZ, 2001).
Na década de 80, iniciou-se na Europa, a utilização dos selantes de
fibrina (MACGILLIVRAY, 2003). Por tratar-se de um produto obtido de plasma humano,
a introdução do selante de fibrina da Aventis Behring®, à comunidade européia, só ocorreu
em 1983, após o desenvolvimento de um produto com garantia de segurança viral
adequada. Nesta mesma ocasião, o produto foi introduzido no Japão. A partir de então, o
selante de fibrina Beriplast P tem sido utilizado em todas as especialidades cirúrgicas e em
medicina interna. Hoje o produto está disponível na França, Itália, Portugal e em alguns
países da América Latina. Em 1998, o FDA aprovou a utilização de selantes de fibrinas
industrializados. O produto ficou disponível nos Estados Unidos a partir de 2001. No
Brasil, obteve-se o registro do Ministério da Saúde para comercialização no ano de 1998,
porém foi oficialmente lançado em 1999 ( www.aventisbehring.com.br, 2002).
O selante de fibrina funciona como um adesivo ou uma cola. A sua função básica é
promover a hemostasia, adesão e selagem de cavidades. Quando se utiliza o selante de
28
fibrina, está se reproduzindo de maneira controlada o último estágio da cascata de
coagulação, observando-se a vantagem de promover a hemostasia de maneira fisiológica e
rápida (MACGILLIVRAY, 2003).
Em relação ao tratamento e associação dos elementos contidos nos produtos selantes
fibrínicos, que são compostos por fibrinogênio humano altamente purificado, concentrado e
pasteurizado ou submetido a aquecimento a vapor em duas fases como método de
inativação viral. O fator XIII e trombina humanos são reconstituídos em solução com
agente antifibrinolítico aprotinina e solução de cloreto de cálcio, respectivamente
(BURNOUF-RADOSEVICH; BURNOUF; HUART, 1990; BURNOUF-RADOSEVICH et
al., 1994; KHEIRABADI et al., 2002).
Os elementos dos produtos selantes fibrínicos são:
Fibrinogênio – é uma globulina com peso molecular aproximado de 340 KD, cuja
função básica é formar a rede de sustentação do coágulo.
Fator XIII – O fator XIII de coagulação do plasma humano é uma pró-enzima, que
quando ativada pela trombina, é um catalisador da formação de ligações cruzadas das
proteínas do plasma, que possibilitando a polimerização da rede de fibrina, tornando o
coágulo estável e insolúvel.
Aprotinina – A aprotinina de tecido pulmonar bovino é um diluente dos produtos.
Trata-se de inibidor polivalente de proteases. O efeito anti-fibrinolítico é obtido pela forte
inibição das plasminas, assim como das calicreínas. A aprotinina tem como função impedir
a fibrinólise excessivamente rápida do coágulo de fibrina pela plasmina endógena.
29
Trombina – A trombina é de origem humana. É uma enzima de múltiplas funções,
dentre as quais a de converter o fibrinogênio em fibrina e ativar o fator XIII plasmático na
presença de cálcio.
Cloreto de cálcio – é um diluente dos produtos – Os íons de cálcio são necessários
para a ativação do fator XIII. Estes íons, também influenciam muitas das propriedades do
fibrinogênio e as características da manutenção do coágulo, incluindo polimerização e
estabilização da fibrina através das ligações cruzadas. (MOSESSON, 1990; HERMANS,
MACDONAGH, 1982; TAMAKI, AOKI, 1982; BECK; DUCKERT; ERNST, 1961;
BOCKENSTEDT, MACDONAGH, HARDIN, 1986, KHEIRABADI et al., 2002).
A fase final da cascata de coagulação sangüínea envolve três componentes básicos:
o fibrinogênio, a trombina e o fator XIII. A trombina cliva o fibrinogênio em moléculas de
fibrina solúveis e instáveis. Além do mais, ativa o fator XIII, que estabilizará a rede de
fibrina, tornando-a insolúvel e estável (MOSESSON , 1990; HERMANS, MACDONAGH,
1982).
Nos mais modernos selantes de fibrina um quarto componente está presente, que é a
aprotinina, que potencializará a estabilização da rede de fibrina devido ao seu efeito anti-
fibrinolítico (MARTINOWITZ et al,1993). Assim, os selantes de fibrina reproduzem os
últimos passos da cascata da coagulação fisiológica, onde são formados os coágulos de
fibrina.
30
O fibrinogênio é transformado em monômeros de fibrina pela ação da trombina. Em
seguida, os monômeros de fibrina formam ligações cruzadas entre si pela ação do fator XIII
e cálcio, formando coágulos estáveis e insolúveis. À medida que a cicatrização progride,
aumenta a atividade fibrinolítica, induzida pela plasmina e a conseqüente decomposição da
fibrina é iniciada. A degradação proteolítica da fibrina é minimizada pela ação da
aprotinina e do fator XIII. Desta maneira, o coágulo formado com o selante de fibrina é
estável e insolúvel.
(MOSESSON, 1990; HERMANS, MACDONAGH, 1982;
MARTINOWITZ et al, 1993; RADOSEVICH, 1997).
Algumas horas após a aplicação do produto, iniciam-se a proliferação de
fibroblastos e há uma migração de granulócitos e macrófagos para a região da lesão. Após
três dias, inicia-se a formação de tecido de granulação rico em células e ocorre a infiltração
de granulócitos. Há uma nítida reabsorção do coágulo pelos macrófagos e inicia-se a
neovascularização do tecido. Entre 4 a 7 dias após a aplicação, há uma proliferação de
fibras de colágeno. Ao término de 2 semanas, o tecido cicatricial encontra-se totalmente
organizado ( SIERRA, 1993).
2.2.1 Aplicações do selante de fibrina
Atualmente são utilizadas várias técnicas e diversos dispositivos para auxiliar a
hemostasia, selagem e adesão de tecidos, até que os mecanismos fisiológicos de
cicatrização tornem-se eficazes. Algumas técnicas implicam em destruição inicial do tecido
ou, ainda, a utilização de materiais artificiais. Por tratar-se de um produto constituído por
31
componentes fisiológicos humanos, o selante de fibrina representa um mecanismo mais
fisiológico para a obtenção de adesão tecidual, hemostasia ou ainda a selagem de cavidades
corporais. É indicado em situações como agente hemostático, coaptação de tecidos,
barreira a líquidos e matriz para preenchimento de espaços de tumores. Há numerosas
publicações clínicas e experimentais nas quais se examinam as aplicações dos adesivos
fibrínicos:
A hemostasia pode ser obtida rapidamente em cirurgias que envolvam a
manipulação de órgãos parenquimatosos como, por exemplo, na hepatectomias e na
reconstrução do baço. Pode ser utilizado no sangramento da superfície cerebral, na
excisão de tumores cerebrais ou até mesmo nas extrações dentárias de pacientes
com tendência a sangramento (NOUN et al., 1996; SONG et al., 1997;
TAYAPONGSAK et al.; 1994; PUSATERI et al., 2006).
Com função de adesão de tecidos, poderão ser utilizados em diversas situações
como, por exemplo, na fixação de vasos em cirurgias de revascularização e em
intervenções cardíacas, sendo aplicados ao longo de suturas vasculares e
anastomoses, correspondendo, a uma média de 30 a 40 % das principais cirurgias na
Europa em uso de adesivos fibrínicos. São também úteis em pacientes
heparinizados, submetidos à circulação extracorpórea, ou com coagulopatias que se
submetem a cirurgias (RADOSEVICH, 1997; SEGUIN et al., 1994; GLIMAKER et
al., 1993). É utilizado também nas anastomoses em cirurgias vasculares, selando
estas estruturas e prevenindo o sangramento. (PELAYO, 2002; SEGUIN et
32
al.,1994; GLIMAKER et al., 1993), como também em anastomoses vasculares
arteriais como na artéria femural (STEPHENS et al., 2003)
Poderá ser utilizado também na selagem de cavidades corporais, como na selagem
de fístulas pulmonares, após remoção de tumores ou ainda na adesão pleural em
pneumotórax espontâneo. Outra indicação é a selagem de suturas brônquicas e
traqueais (KACKER, HUO; 2001; SARKAR; HUSSAIN; HERSON, 2003;
GAGARINE et al., 2003; BREGA et al., 2003).
Como suporte de suturas, é amplamente empregado nas anastomoses difíceis do
tubo gastrintestinal, como reforço da sutura e no selamento de fistulas peritoniais
em diálise peritonial. É usado também na correção de varizes de esôfago por via
endoscópica e tratamento de úlceras pépticas sangrantes, fistulas gastrocólicas
anais, reforço de suturas ano-retais, e nas ressecções de tumores retais. (CAPITAN
et al. 2000; KANELLOS et al., 2004; LINDSEY et al.; 2002; RUSTHOVEN et al.,
2004; SONG et al., 1997; SHAND et al., 1997, SOWEID; PRESTI; SAEED, 1997;
SOJO et al., 2004).
Os selantes de fibrina poderão ser utilizados como adjuvantes no tratamento de
ferimentos como a selagem de grandes queimaduras com ou sem combinações com
enxertos. Esta proteção em pacientes com queimaduras elimina a necessidade de
transfusão, albumina, e trombina tópica bovina, além de reduzir o custo, quando
comparado a outros procedimentos convencionais (McGILL el al., 1997). Também
foram usados no tratamento de seromas, com a instilação do selante de fibrina neste
33
espaço, obtendo-se bons resultados em 100% dos casos, quando comparados com
25% do controle (BUTLER, 2006).
Em urologia, o emprego do selante de fibrina tem sido usado no intuito de reduzir
sangramentos durante prostatectomia por via transuretral, fazendo-se para isso
instilação do selante (YAXLEY, 1988). O mesmo ocorre nas reconstruções
oncológicas complexas e procedimentos urinários laparoscópicos (EVANS,
MOREY, 2006, SHEKARRIZ , STOLLER, 2002). Experimentalmente foi usado
para realização sem suturas, de pieloplastias em porcos e cirurgia peniana em
coelhos (BARRIERAS et al., 2001; HAFEZ; ASSMY; HAMID, 2004).
Em ortopedia, o uso de adesivo fibrínico compreende a aplicação como adjunto em
microcirurgia e artroscopia, especialmente em baixas condições de esforço
mecânico, no preenchimento de cavidades com fragmentos de osso, na reconstrução
de fragmentos osteocondrais, no reposicionamento de fragmentos de ossos ou
fraturas digitais, na reparação de tendões como complemento de suturas
(MARLOVITS, 2005), e no preenchimento de cavidades em ortopedia e cirurgia
buco-maxilo. Em todos estes casos, o adesivo é misturado com fosfato de cálcio ou
hidroxiapatita, por causa de suas propriedades oesteocondutivas (NIHOUANNEN
et al., 2007, HALLMAN, NORDIN, 2004). E também como veículo de células
tronco para regeneração do osso (YAMADA et al., 2003).
Em oftalmologia, há descrição de diversas aplicações: adesão de perfurações de
lente, cirurgia nas pálpebras, reparação lacrimal e conjuntival, fechamento de
úlceras corneanas perfuradas e preperfuradas com redução da necessidade de
34
enxertos de córnea, fixação em pontos múltiplos da retina descolada e cirurgia de
estrabismo. (LAGOUTTE; GAUTHIER; COMTE, 1981; DADEYA, 2001;
IBRAHIM-ELZEMBELY et al., 2003).
Em otorrinolaringologia, os selantes de fibrina são usados como hemostáticos em
epistaxes e correções de membrana timpânica, assim como após adenoidectomia e
tonsilectomia, pois o sangramento é difícil de controlar com os métodos usuais de
hemostasia. (VAIMAN et al., 2003; VAIMAN et al., 2002). Este selante também é
utilizado em cirurgias de septo nasal (DANESHRAD et al., 2003).Por via
endoscópica nasal pode-se corrigir as fístulas nasais (BANHAWY et al., 2004)
A aplicação do adesivo fibrínico em neurocirurgia é ampla, podendo ser aplicado na
reconstrução e selagem da dura-máter e no reparo dural, tanto para evitar
pneumoencéfalo como fístula liqüórica, evitando-se a perda do líquido
cefalorraquidiano (ROCCHI, 2005; SHAFFREEY et al.,1990, MARTINOWITZ et
al.,1993; VANDEARK , PITKETHLY , DUCKER , KEMPE ,1970).
SHAFFREEY et al., (1990), realizou estudo e verificou que em 134 pacientes
submetidos a uma variedade de procedimentos neurocirúrgicos, o selante de fibrina
utilizado no fechamento dural, preveniu a drenagem de líquido cefalorraquidiano
em 90 % dos casos. Entretanto, em pacientes considerados de alto risco para a
formação de fístula liquórica no intra-operatório, mas sem fístula pré-estabelecida, a
taxa de sucesso foi um pouco maior (93 %). Em outro grupo de 15 pacientes com
fístula liqüórica preestabelecida e que havia dificuldade técnica para correção, o
selante de fibrina foi efetivo em 6/10 (60 %) dos casos de rinorréia e 4/5 (80 % dos
35
casos de fístula liqüórica raquiana). Em pacientes deste grupo, com fístula já
estabelecida, o sucesso foi menor (67 %). Assim, o selante de fibrina preveniu com
sucesso a formação de fístula liqüórica após o fechamento de dura-máter em vários
procedimentos neurocirúrgicos.
No traumatismo craniano, onde o cirurgião freqüentemente se depara com
grandes lesões da dura-máter, Reddy et al., 2002 estudaram uma forma de reforçar e
reparar a dura-máter com cola de fibrina.
No estudo de Lee et al.,1991, as indicações para o uso de selante de fibrina
foram: hemostasia local, correção de fístula liquórica e proteção da parede vascular.
Estes procedimentos foram utilizados em diagnósticos como malformações
arteriovenosas, suporte para clipagem aneurismática, meningiomas,
oligodendrogliomas, astrocitoma, tumores de hipófise, metastáticos,
lipomeningocele e tumores orbitários. O selante de fibrina foi efetivo na maior parte
das indicações (85 %), com exceção de dois casos no qual o selante de fibrina não
preveniu a formação de fístula liquórica e em um caso onde somente reduziu a
drenagem de líquido cefalorraquidiano.
Após procedimentos envolvendo a base do crânio, um dos maiores objetivos
para reduzir a morbidade e mortalidade, envolve não só a reparação hermética da
dura-máter à água, mas também para o ar. A fístula liqüórica e o pneumoencéfalo
representam as 2 complicações mais comuns que ocorrem após uma cirurgia de base
do crânio e que podem levar a uma morbidade e mortalidade significativas. O
objetivo de fechamento envolvido na reparação da dura-máter após tais
procedimentos, algumas vezes, tornam-se difícil de realizar, como a realização de
36
suturas convencionais. É o caso de cirurgias minimamente invasivas realizadas com
endoscópio. Nestes casos, a sutura frequentemente pode ser impossível. Então, se
lança mão da cola biológica associada a barreiras biológicas com músculo, gordura
e fáscia, sendo extensamente úteis na prevenção de complicações. Nesta aplicação,
a cola de fibrina serve como um tampão, até que os implantes biológicos tenham a
oportunidade de se integrar aos tecidos, levando a uma cicatriz permanente, que
serve como selamento definitivo (RAO et al., 2005; ROCCHI et al., 2005). É o caso
das células mastóides, que podem ser uma comunicação problemática com a tuba
auditiva, levando a uma rinorréia paradoxal. O reparo depende do grau de área
removida com o drill e exposta. Em casos onde só a mastóide é removida com o
drill, como no acesso retromastoideo isolado, cera para osso seria suficiente, porém,
se uma exposição mais agressiva é requerida, então será necessário um reforço com
implante biológico, como o músculo reforçado e seguro com a cola de fibrina, tal
como descrito por Samii et al.,2000, que descreveu 12 pacientes com esta técnica,
sem nenhuma observação de fistula liqüórica pós-operatória.
A ocorrência de fistula liqüórica no pós-operatório de cirurgias de base de
crânio que envolve o seio frontal não é rara. As técnicas extra cerebrais para reparar
são frequentemente usadas, especialmente para evitar a entrada de ar. Fraioli et al.,
(2005) descreveram uma técnica percutânea com agulha e cola de fibrina, usando
tomografia computadorizada para guiar, e resolveram o problema em 3 pacientes
que apresentavam pequenas fistulas de seio frontal, que ocorreram após cirurgia de
base de crânio do andar anterior. Pode-se ocluir o seio frontal com osso autólogo e
37
cola de fibrina, para evitar fistulas em cirurgia de tumores, aneurismas e hematomas
intracranianos, que exponham o seio frontal (ITO et al., 2003).
São realizadas também anastomoses de nervos periféricos em procedimentos
após excisão de tumores e após traumatismos. Uma vantagem importante do
adesivo, em comparação a micro-sutura, reside no fato de que o posicionamento
esperado do nervo pode ser fixado ao local sem migração significativa, facilitando
assim a realização do procedimento, reduzindo o uso de suturas e diminuindo o
tempo da intervenção cirúrgica. Contudo, uma das complicações do contato do
adesivo com os tecidos circunvizinhos ao nervo é a formação de adesão,
interferindo na anastomose (BECKER et al., 1984; SMAHEL et al., 1987;
NARAKAS, 1988; MOY et al., 1988; PALAZZI et al, 1995). Nas anastomoses de
nervos periféricos e cranianos, como mostram vários trabalhos, tem-se obtido êxito.
Igualmente, na anastomose termino-terminal ou termino-lateral, o adesivo auxilia
mesmo quando associadas às suturas como somente a cola de fibrina.
Nas anastomoses neurais, as principais vantagens da utilização do selante de
fibrina são a diminuição do tempo cirúrgico e melhora na função neural, quando
comparado à sutura convencional. (SURI, 2002; TEMPLE, 2004; MARTINS et
al.,2005; JUNIOR et al., 2004). Nos casos de Bento e Miniti (1993), que
acompanharam 23 pacientes com trauma de nervo facial, usando avaliação clínica e
eletrofisiológica, onde 3 traumas ocorreram por tiro de espingarda, e os pacientes
foram submetidos a reparo da porção intra-temporal com aplicação direta do
adesivo fibrínico. Foram feitos enxertos de nervo em 10 pacientes e anastomose
termino-terminal em 13. Os cotos de nervo foram cobertos e estabilizaram com
38
cola de fibrina, que provou ser altamente efetiva nesta região, já que as anastomoses
com microsuturas, nesta região, mostram ser extremamente difíceis devido a
exposição e ao acesso cirúrgico limitado. Nenhum paciente teve complicações pós-
operatórias infecciosas. Estabilizando as anastomoses de nervos faciais, o
tratamento com a cola de fibrina promoveu crescimento axonal e reinervação para
os músculos faciais.
Para promover proteção dos nervos cranianos e minimizar o efeito da
exposição durante o o trauma cirúrgico , de Vries et al.(1998) usaram uma camada
fina de cola de fibrina, cobrindo os nervos cranianos dos 20 pacientes submetidos à
cirurgia de base de crânio para extirpação de uma série de lesões que incluíam
reparação de aneurisma da artéria basilar, meningioma petroclival e cistos
epidermoides. A camada de fibrina serviu também como hemostático do leito
cirúrgico.
Os adesivos são usados também em reforço de anastomoses vasculares
extras e intracranianas e nas embolizações de malformações vasculares e
aneurismas cerebrais (JELLEMA et al., 2005; ZANCHETTA et al., 2005).
Entre 1650 casos de procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral, com
selagem de dura-máter, como prevenção da formação de fístulas liquóricas, uma
técnica de gordura do subcutâneo colada com adesivo de fibrina resultou em
reparação com sucessos, com exceção de uma entre 27 lesões durais (BLACK,
2002). Nakamura et al.( 2005) também teve ótimos resultados com adesivo de
fibrina autólogo, comparando com o adesivo comercial e sem adesivo.
39
Selantes de fibrina podem ser utilizados para fechamento da dura-máter em
pacientes submetidos a procedimentos transcorticais intraventricular e
paraventriculares. Neste estudo, a tomografia computadorizada foi utilizada para
avaliar o acúmulo de fluido subdural. Houve uma diminuição significativa na
drenagem de LCR nos pacientes que receberam selante de fibrina, comparado com
os pacientes que não receberam , demonstrando que o selante de fibrina é uma
ferramenta eficaz para a prevenção da formação de coleções subdurais. (AL
YAMANY, DEL MAESTRO, 2002).
Uma das mais novas indicações do selante de fibrina é o seu uso como
veículo de fatores de crescimento, já sendo usado com excelente resultados em
cirurgias de nervos periféricos (ROBINSON, MADISON, 2000) e,
experimentalmente, em regeneração de lesão medular e crescimento de neurônios
dopaminérgicos na substância nigra, na doença de Parkinson (IWAYA et al., 1999,
CHENG et al., 1995; CHENG , OLSON,1995). Cheng et al. (1995) usaram cola de
fibrina como “bola de cola”, para introduzir fatores neurotróficos derivados de
células gliais e mesencéfalo ventral fetal, transplantando-a em ratos adultos com
doença de Parkinson experimental.
Nas investigações de Robinson e Madison (2000) a cola de fibrina mostrou-
se superior à sutura, no caso de junção de nervos periféricos e em nervo óptico de
ratos adultos. Usando células ganglionares retinianas vivas, com crescimento de
axônios, reportaram que o total da população de células no subgrupo da cola de
fibrina foi aproximadamente 7 vezes maior que o subgrupo onde foram só
40
suturados. A cola de fibrina também promove crescimento axonal e serve como
reservatório para difusão de fatores de crescimento para dentro e ao redor do sítio
do enxerto.
2.2.2 Reações indesejáveis e toxicidade
Entre as desvantagens do uso da cola de fibrina, em preparações de trombina de
origem bovina, está o risco de transmissão de doenças virais, como hepatite, síndrome
da imunodeficiência adquirida e inclusive aqueles agentes que causam a encefalite
espongiforme bovina (classificados entre os prions) a seres humanos (JOCH, 2003). Já
que este produto, muitas vezes, aplica trombina de origem animal, corre o risco de
sensibilização com desenvolvimento de anticorpos à proteína bovina após a primeira
exposição, ainda contendo proteínas adicionais como o fator V. As conseqüências de um
segundo contato com estes pacientes que desenvolveram anticorpos contra fator V são
problemas hemorrágicos graves, agravados pelos anticorpos contra trombina bovina que
podem causar trombose (RADOSEVICH et al., 1997). Bänninger et al. (1993)
descreveram 1 caso de um paciente submetido a cirurgia cardiovascular, que
desenvolveu, no pos operatório, anticorpos à trombina bovina e fator V, imediatamente
após a exposição a um adesivo fibrínico, conduzindo à grave diminuição da atividade
do fator V. Foram também observados uma correlação entre a dose ou o número de
exposições à trombina bovina e a gravidade das anormalidades da coagulação. Situação
semelhante foi publicada por Zehnder e Leung (1990) com uso tópico de trombina
41
bovina, resultando no desenvolvimento de anticorpos para trombina e fator V e
conseqüente sangramento.
Outra reação descrita é a exposição à aprotinina e conseqüente reação anafilática
(MARTINELLI et al,1996; BEIERLEIN et al., 2000). Na prática, a incidência de
hipersensibilidade e anafilaxia (resposta IgE) é baixa( COHEN et al.,1999). Somente
cinco casos foram reportados, de reações alérgicas após 1 milhão de exposições à cola
de fibrina foram relatados, de 1090 a 1998 (BEIERLEIN et al. , 2000).
A trombina também tem sido responsável por edema cerebral, após hemorragia
cerebral, por toxicidade direta à célula cerebral e aumentando a atividade elétrica do
cérebro, podendo provocar crises convulsivas ( LEE et al., 1996; LEE et al., 1997).
Apesar da pasteurização do plasma ser ainda insuficiente para remover o
parvovirus
humano (HPV) B19 dos produtos derivados do mesmo,
a freqüência de infecção pelo
HPV B19, transmitida pelo seu uso, foi estudada por Kawamura et al (2002) mostrando
evidências epidemiológicas que sugerem que mais de 20 % pessoas não infectadas
foram posteriormente infectadas com HPV B19 pelo uso do selante de fibrina, durante a
cirurgia.
2.2.3 Medidas preventivas de contaminação
Os principais componentes das colas de fibrina, isto é, o fibrinogênio, o fator XIII e a
trombina, são isolados do plasma humano. Portanto, é extremamente importante a tomada
de medidas para prevenir e reduzir potenciais contaminações, dentre elas:
42
Controlar o plasma doado e os doadores de plasma. Os doadores são triados de
acordo com padrões internacionais e são submetidos a testes para hepatite B e C,
HIV 1 e 2. Testes para verificação dos níveis séricos de ALT (alanina transferase)
são realizados e, caso necessário, o plasma será descartado. Além do mais, todo o
plasma é submetido a um período de quarentena e liberado somente após a segunda
doação. Para reduzir a possibilidade de transmissão viral, as colas passaram a ser
fabricadas exclusivamente com plasma liberado após triagem por PCR para HIV,
HBV, HCV, HAV e Parvo B19 (JOCH, 2003, BURNOUF, RADOSEVICH, 2000;
MACGILLIVRAY, 2003).
.O processo de fabricação das colas de fibrina foi submetido a estudos laboratoriais
com a finalidade de verificar a capacidade e a eficácia na eliminação e inativação de
vírus humanos. Os resultados demonstram que o processo de pasteurização e
aquecimento por vapor em duas fases, bem como as etapas individuais do processo
produtivo proporcionam a inativação e/ou eliminação dos vírus patogênicos ao
homem, resultando em uma altíssima margem de segurança do produto (JOCH,
2003; JACKSON,2001).
Além disso, até hoje tem-se mais de 5 milhões de pacientes tratados com a cola de
fibrina em todo o mundo, não existindo casos conhecidos, tanto de estudos clínicos
como de relatos espontâneos de transmissão de doenças (MACGILLIVRAY, 2003).
43
2.2.4 Valor do produto
Outro problema é o elevado valor comercial da cola de fibrina, o que inviabiliza a
sua utilização de forma rotineira na maioria dos hospitais brasileiros. MacGillivray (2003)
faz um comentário quanto ao valor de um dos produtos selantes à base de fibrina que
depende dos constituintes individuais. O valor, em dólar americano, varia de $ 132,00 por
mL de fibrinogênio. Cada 1 mL de fibrinogênio/apoproteína é misturado com igual volume
de trombina/cloreto de cálcio, resultando em 2 mL do produto. Apesar de 4 mL do produto
custar aproximadamente $ 264,00 e 10 mL custar aproximadamente $ 660,00, este produto
sai para nós com um valor elevado, não sendo disponibilizado, de rotina, para pacientes do
Sitema Único de Saúde (SUS) por este alto valor.
Garcia –Aguado et al. (2000) reporta que a cola de fibrina recebeu a aprovação no
Canadá tendo um custo de Can$575,00 pelo kit de 5 mL e Can$230,00 pelo kit de 2mL .
Nakamura et al.(2005) usou adesivo de fibrina autólogo comparando com o adesivo
comercial e informou nítida queda do custo no valor final da cirurgia.
2.3 Cianoacrilatos
A cola de cianoacrilato foi inventada por Ardis, em 1949, e primeiro usada na
cirurgia, em 1959, por Coover (COOVER et al., 1959).
Cianoacrilatos são adesivos sintéticos. São monômeros de éster de alquila líquidos
que polimeriza em uma camada quando na presença de íons hidroxila na água e sangue.
44
São capazes de unir as bordas, juntando a camada epitelial de uma ferida (BURNS;
WORTHINGTON, 2000). Uma propriedade dos cianoacrilatos é que o monômero líquido
polimerizam diretamente na superfície em que o mesmo é aplicado, criando uma camada de
alta qualidade e mais tenaz (HEROD, 1990). Isto é diferente de outros adesivos comuns,
que são realmente polímeros liquefeitos e secam quando colocados em uma superfície,
formando uma camada de menor qualidade e menos tenaz. (BHASKAR et al., 1966,
HEROD, 1990).
Dependendo do comprimento crescente de grupos alquila do polímero cianoacrilato
e do seu peso molecular, o efeito tecidual e a própria tolerância nos tecidos influenciam sua
toxicidade. Aqui seguem os adesivos teciduais sintéticos mais comumente usados na ordem
crescente de toxicidade: n-decil, n-octil, n-heptil, n-butil, isobutil, etila e metila, sendo os
últimos de menor tolerabilidade, ou seja, maior histotoxicidade (TORIUMI et al., 1990,
TORIUMI et al., 1991, TSENG et al., 1990).
Em razão das cadeias moleculares alquila menores (metil, etil) serem mais reativas,
estes adesivos possuem toxicidade maior e junção tecidual mais fraca que os
cianoanoacrilatos de cadeias moleculares alquila mais longas. Estes últimos são menos
tóxicos e apresentam uma junção tecidual mais forte, como é o caso do n-butil-cianoacrilato
e 2-octil-cianoacrilato, embora seja descrita, no n-butil-cianoacrilato, a presença de uma
resposta inflamatória e reação de corpo estranho caracterizada por células gigantes no local
de aplicação (HOLLANDER; SINGER, 1999). Estes dois últimos tipos de cianoacrilatos
apresentam uma variedade de aplicações destes materiais in vivo e in vitro, com grande
percentagem de êxito na área médica e odontológica (BLANCO, 1994, BHASKAR et al.,
1966, BHASKAR et al., 1968, BHASKAR et al., 1967, HEROD, 1990).
45
O 2-octil cianoacrilato (2-OCA) é um tipo de cianoacrilato contendo uma longa
cadeia de oito carbonos. Outros cianoacrilatos usados na indústria têm uma cadeia menor,
como o etil- e metil-cianoacrilato. Quando aplicados sobre uma superfície, a longa cadeia
do 2-OCA forma uma camada com propriedades usadas em tratamento médico, com uma
excelente propriedade adesivo tissular. A camada formada pelo 2-OCA é biocompatível,
flexível e forma uma excelente barreira antimicrobiana. A camada formada por outros
cianoacrilatos com cadeia curta é frágil e quebra com facilidade, proporcionando
penetração bacteriana e maior reação tecidual (BLANCO, 1994, BHASKAR et al., 1966,
BHASKAR et al., 1968, BHASKAR et al., 1967, BHASKAR et al., 1967, FRISCH et al.,
1967, HEROD, 1990, EKLUND et al., 1974, OSMOND et al., 1995, GIRAY et al., 1997).
O 2-octil-cianoacrilato por ser ainda mais estável e apresentar grande flexibilidade,
mantém uma grande adesão. Tem uma degradação muito mais lenta que os butil-
cianoacrilatos e são considerados atóxicos, justamente por sua baixa degrabilidade
(HOLLANDER, SINGER, 1999), não havendo relatos na literatura de toxicidade sistêmica,
associada com o uso tópico do 2-octil-cianoacrilato (MAW et al., 2000). Estudos têm
reportado que os cianoacrilatos têm propriedades antimicrobianas contra organismos Gram-
positivo, sendo que em alguns pacientes os cianoacrilatos podem formar uma forte barreira,
quando o adesivo é usado em combinação com suturas e, para isso, a sutura deve ser
realizada primeiro (MAW et al., 2000;
EIFERMAN, SNYDER, 1983; DE ALMEIDA
MANZANO et al., 2006).
O recente cianoacrilato de cadeia longa, 2-octil-cianoacrilato, foi o primeiro a
receber aprovação pelo FDA, para seu uso nos Estados Unidos, como um adjuvante no
fechamento de feridas. Pode alcançar um máximo de força de ligação em minutos, e é
46
equivalente à força do tecido curado em sete dias de pós-operatório. A sua aplicação com
um aplicador plástico é rápido e sem dor (BURNS, WORTHINGTON, 2000), podendo ser
pulverizado na pele, nos casos de abrasões traumáticas, em forma de spray externo, sendo
bem tolerado e não mostrando nenhum sinal de histotoxicidade ou efeito adverso na
cicatrização da ferida (QUINN et al., 2000).
Os adesivos butil-cianoacrilatos já estão em uso na área cirúrgica, no Canadá e na
Europa, por mais de 20 anos e foram usados anteriormente em casos especiais para adesão
de tecido ou reparo, embolização, escleroterapia, hemostasia, e como selante nos Estados
Unidos (REFOJO et al., 1971; SEEWALD et al., 2002). Profissionais qualificados foram
permitidos, pelo FDA, a usar esta cola cianoacrilato, só para uso investigador ou em caso
de situações específicas, no qual o médico acreditou que o uso de cianoacrilato foi essencial
no tratamento de problemas de ameaça de vida clínica (SEEWALD et al., 2002).
2.3.1 Aplicações dos cianoacrilatos
Os selantes a base de cianoacrilatos já são largamente utilizados em diversas
especialidades cirúrgicas, seja em humanos, seja em animais experimentais.
Sua consagração foi obtida, por serem muito utilizadas, em cirurgias de superfície
cutânea. Estes cianoacrilatos de cadeia curta e longa, durante anos, foram usados,
para fechamento de ferimentos locais. (MORTON et al., 1988, OSMOND et al.,
1995, QUINN et al, 1993). Um grande estudo, realizado por Singer et al. (1998)
prospectivo e randomizado, com intuito de comparar 63 casos em que foi fechada a
ferida cutânea com o uso do 2-octil-cianoacrilato, com 61 casos em que foi usada a
47
técnica de sutura convencional, revelou que as feridas tratadas com 2-octil-
cianoacrilato e as técnicas padrão de fechamento tinham uma aparência cosmética
semelhante, depois de três meses de observação. O 2-butil-cianoacrilato, quando
usado em feridas faciais, também não mostrou mais histotoxicidade do que as
suturas. Os outros autores concluíram que o 2-butil-cianoacrilato pode fornecer uma
alternativa, sendo um método superior, passível de uso em incisões na cirurgia
facial e plástica. Além do mais, o 2-butil-cianoacrilato tem as vantagens da
facilidade de aplicação, hemostasia imediata, e resultados cosméticos excelentes
(DONER, SARI, 2003).
Nitsch et al., em 2005, compararam o 2-octil-cianoacrilato com o etil e butil-
cianoacrilato e observaram que a quebra de força na pele foi 30 % menor em 28 dias
após a operação, comparados com suturas na pele. Para cirurgia plástica, esse
adesivo sintético é uma alternativa real, com resultados atrativos, quando
comparados com sutura convencional. Para complementar este estudo, a avaliação
em microscopia eletrônica do 2-octil-cianoacrilato não mostrou desvantagens
quanto à regeneração de tecidos e nenhuma histotoxicidade (NITSCH et al., 2005).
Em cirurgia cardiovascular, na fixação esternal, foi usado cianoacrilato para
determinar sua estabilidade, histocompatibilidade e propriedades antibacterianas
usando para a fixação esternal. Em um estudo clínico, com 17 casos de mediastinite,
depois de reaberto e realizado debridamento do esterno, foi aplicado tratamento
convencional (Grupo I) e comparando-se, a terapêutica cconvencional com dezoito
casos de mediastinite, em que os esternos foram tratados e colados com acréscimo
do cianoacrilato ao mesmo método (Grupo II). O cianoacrilato mostrou ser eficaz na
48
diminuição da mediastinite e complicações das feridas esternais (OGUS et al.,
2002).
Bastiaanse et al (2000), estudando fechamento de arteriostomias nas carótidas de
porcos, comparou a sutura convencional com uso de patch pericárdico reforçada
com iso-butil-cianoacrilato e concluiu que o fechamento da arteriotomia pelo patch
colado foi simples, rápido, confiável, e sem os sinais do histotoxicidade. Os autores
concluíram que os adesivos merecem ser reconsiderados como uma alternativa de
suturar artérias coronárias, considerando o coração em batimento.
Lemaire et al. (2000) tiveram bons resultados em artérias carótidas de ratos, usando
stent e reforço com butil-2-cianoacrilato. Apesar do processo inflamatório
observado, comentou que o cianoacrilato, com menos reação, seria ideal para este
propósito. Já os resultados histopatológicos em defeitos de artéria carótidas, usando
veia jugular coladas com iso-butil-2-cianoacrilato, segundo Celik et al. (1991)
mostraram que as modificações responsáveis são principalmente inflamatórias não
havendo nenhum tecido necrótico em qualquer momento do processo de
cicatrização, nem se observando nenhuma diferença significativa no enxerto
comparado com a veia. Assim, o cianoacrilato foi considerado, por este autor, um
material adesivo útil e seguro no reparo sem sutura vascular.
Takenaka et al., 1992, em estudo experimental, com próteses de
politetrafluoroetileno, implantada em aorta de cachorros, ao comparar sutura e uso
do cianoacrilato, concluiu que, como houve casos de patência até depois de 12
meses, com uma espessura do local muito pequena, a anastomose sem suturas, ou
49
seja, com o adesivo, pode ser considerado um método útil de prevenir hiperplasia
intimal no local da anastomose. Buijsrogge et al. (2002) usando o 2-octil-
cianoacrilato em artérias coronárias de porco, também chegaram à conclusão
semelhante a Bastiaanse et al. (2000), mostrando uma diminuição do tempo
cirúrgico da anastomose convencional com sutura, que normalmente dura 8,5
minutos, e não interferindo no tamanho do diâmetro do vaso.
O cianoacrilato foi também usado como uma alternativa adicional à linha de sutura
no reparo de aneurismas dissecante tipo A (DEPAULIS et al., 1999).
Uma fistula aérea pulmonar grande, secundária à ruptura de uma bolha em um
paciente com enfisema, apesar de ser incontrolável pelos métodos habituais, foi
corrigida com uma combinação de cola de cianoacrilato, pericárdio bovino e cola de
fibrina. (HORSLEY, MILLER, 1997)
Aburano et al. (2006) apresentaram um caso de aneurisma da artéria brônquica
assintomática que formou uma fístula com a artéria pulmonar. Os autores foram
capazes de cateterizar o sítio da nutrição, mas não conseguiram chegar ao
aneurisma. Então, injetaram uma mistura de n-butil-2-cianoacrilato (NBCA) e óleo
iodado (Lipiodol) no sítio de nutrição. A fístula, aneurisma, e ramo nutridor foram
quase totalmente fechados. Depois da embolização, o paciente tossiu um pouco, não
havendo nenhuma outra complicação. Após três meses, a tomografia de tórax
mostrou hiperatenuação pela presença do NBCA-Lipiodol embolizado, e o
aneurisma foi quase completamente ocupado. Os autores comentaram que só é
possível embolizar um aneurisma, ramos nutridores, e ramos eferentes, com o n-
50
butil-cianoacrilato, porque é um material líquido para embolização cujo tempo da
coagulação, depois da injeção, pode ser controlada, diluindo-se com Lipiodol.
Em intervenções oftalmológicas, Veloudios et al. (1996) analizaram em seu artigo
os resultados de um estudo, em animais, que pretendia avaliar a utilidade do butil-2-
cianoacrilato no fechamento de pele (blefaroplastia). As incisões de pele foram
feitas em sete porcos, sendo a blefaroplastia bilateral, tanto superior como mais
baixa. Compararam as feridas fechadas com nylon 6.0 com as da cola sintética em
1, 2, 4, e nove semanas no pós-operatório. A força elástica das incisões "coladas"
foi significativamente maior do que aquela das incisões suturadas só no intervalo
pós-operatório de 9 semanas (p <0.05). Não houve diferença das feridas tratadas
com a cola e suturadas, e não houve também efeitos deletérios nos da cicatrização
das feridas fechadas com n-butil-cianoacrilato.
Duffy et al. (2005) também estudaram o uso de n-butil-cianoacrilato, mostrando que
este também pode ser aplicável a outras categorias da cirurgia oftálmica, como um
substituto por suturas. Este adesivo sintético n-butil-cianoacrilato e a sutura com fio
poliglactina 910 foram aplicados em córneas perfuradas, de forma linear, em
coelhos. Os adesivos estabilizam o conteúdo intraocular sem apresentar deiscência
das rafias. O processo de cicatrização da córnea em coelhos ocorreu mais
rapidamente nas perfurações lineares obliteradas com o adesivo sintético n-butil
cianoacrilato, quando comparado às perfurações lineares aproximadas com fio
poliglactina 910. Estudo semelhante, em coelhos, mostrando as vantagens do
mesmo cianoacrilato já tinha sido publicado por Mota et al., em 2003. Mesmo
51
sendo de cadeia curta, como o etil-cianoacrilato, a ação bactericida e bacteriostática
dos cianoacrilatos em oftalmologia foi mostrado por Eiferman e Snyder, em 1983, e
analizado in vitro por Manzano et al., em 2006, que relatou inibição do crescimento
bacteriano em cerca de 70 % de bactérias gram positivas.
O uso experimental do 2- octil-cianoacrilato em oftalmologia foi realizado por
Ricci et al. (2000) experimentalmente em coelhos, evitando-se sutura, com risco de
lesão da esclera, para correção de estrabismo, mostrando-se muito superior aos
cianoacrilatos de cadeia curta e sendo um adesivo promissor, pelo baixo potencial
inflamatório, para uso nas cirurgias em humanos. Com outra finalidade, Kim e
Gupta, em 2003, fizeram uso deste mesmo produto de cadeia longa, para
fechamento da conjuntiva, usando 10 coelhos da raça Nova Zelândia, chegando a
conclusão que este produto, por ter provocado mínimas reações infamatórias locais,
pode ser usado como adesivo no fechamento de ferimentos conjuntivais.
Em otorrinolaringologia, o reparo da estrutura nasal, devolvendo a sua
conformação, é uma técnica comum, sobretudo quando existem muitos fragmentos
que podem ser juntados e colados no leito nasal por meio do adesivo de tecido 2-
octil-cianoacrilato. Esta nova formulação pode apressar esta manobra, e não
mostrou nenhum sinal de histotoxicidade ou efeito adverso na regeneração da
estrutura do nariz (HALLOCK, LUTZ DA; 2000). Os mesmos resultados foram
obtidos por Dadd et al. (2001) usando o 2-octil- cianoacrilato para colar um enxerto
pré-fabricado de cartilagem nasal. Também não houve evidência de que o 2-octil-
cianoacrilato tenha produzido inflamação, eritema, ou fibrose. A análise do butil-2-
52
cianoacrilato, comparado com etil-2-cianoacrilato, revelou o mínimo de inflamação
quando pouca cola foi usada na região entre enxerto ósseo de seio maxilar e a
cartilagem em orelhas de coelhos. Já o etil-cianoacrilato, teve reação tecidual muito
maior com seroma, necrose tissular, reações histológicas de processo inflamatório e
presença de reação crônica de corpo estranho, com a presença de células gigantes.
Neste mesmo trabalho, foi observado que o etil-2-cianoacrilato foi completamente
degradado dentro de 12 meses, enquanto o butil 2-cianoanoacrilato ainda estava
presente com 1 ano de avaliação histopatológica (TORIUMI et al., 1990).
Os resultados do estudo de Singer et al. (2004) sugerem que o 2 - octil-
cianoacrilato usado é altamente eficaz como um agente hemostático, como
evidenciado em modelo de epistaxe em porcos, sendo rápido e completo nestas
epistaxes tratadas até mesmo depois de heparinização, sendo no máximo necessário
3 aplicações. Outra vantagem de usar OCA para tratar epistaxes é que este agente
polimeriza em contato com a mucosa lesada e forma tampão oclusivo para
cicatrização. Além disso, este revestimento oclusivo protege a mucosa para formar
uma barreira anti-microbiana. Vinters et al. (1985) e Doner e Sari (2003) também
citam os cianoacrilatos como hemostático médico e odontológico.
O estudo de Turkaslan et al. (2005) mostra o butil-2-cianoacrilato como um
material adjuvante e útil para fixar as difíceis bordas mucoperiosteal do palato. Para
isso, contou com quinze pacientes com fendas palatinas difíceis de aproximar e
contou com o uso deste adesivo sintético. As idades no reparo foram de 11 meses a
17 anos, com uma média de 2.4 anos. O tempo posterior de observação foi de 14
53
meses a 24 meses. Nenhuma complicação foi encontrada. As vantagens de usar este
cianoacrilato foram o tempo cirúrgico mais curto, mais ganho de peso, melhor
hemostasia, a alimentação foi liberada mais cedo e bem tolerada, fechamento sem
tensão, e melhor conforto do paciente.
Cooper e Paige, em 2006, fizeram uma revisão retrospectiva para examinar o
método e os resultados para a aplicação de octil-2-cianoacrilato nos reparos
preliminares da fissura congênita do lábio superior em pacientes pediátricos e
adultos. Foram incluídas dezoito crianças e adultos, que se submeteram a reparos de
fissura congênita do lábio superior, usando este adesivo de tecido, executado por um
único cirurgião, entre 1999 e 2003. Doze pacientes submeteram-se ao reparo
preliminar e seis pacientes submeteram-se ao reparo de revisão. Dezessete dos
dezoito pacientes tiveram resultados estéticos excelentes. Um paciente teve pequena
necrose na ponta do retalho. Nenhuma reação alérgica, infecção da ferida, ou
deiscências ocorreram. Os autores chegaram a conclusão que o uso do octil-2-
cianoacrilato, para o fechamento da pele de reparos preliminares e da revisão
cirúrgicas de fissura congênita do lábio superior em crianças e em adultos, resultou
em resultados estéticos excelentes. Ademais, a não remoção da sutura na população
pediátrica e o tempo cirúrgico diminuído são benefícios adicionais.
Camacho et al. (2005), em experimento com trauma lingual de ratos, concluiu que o
n-butil-2-cianoacrilato é um bom hemostático para tratar feridas na mucosa oral. As
feridas em que o n-butil-2-cianoacrilato foi aplicado não mostraram nenhuma
54
hemorragia, sendo mais rápida a reepitelização e a resolução da resposta
inflamatória, além do ganho de peso mais rápido dos animais tratados.
Em urologia, Ayyildiz et al. (2006), em estudo experimental em ratos, mostraram
que embora a cicatrização seja perfeita nos tecidos uretrais e esponjoso, apoiando
sua aplicação clínica, isto não aconteceu com uso de cianoacrilatos nos testículos
dos ratos. Na experiência de Muto et al. (2005) esta cola sintética é conveniente
para uso endoscópico, percutâneo e endovaginal. Na sua avaliação, o uso do selante
de cianoacrilato curou com sucesso 11 de 13 (ou seja, 85 %) fístulas urinárias de
diferentes sítios e etiologia do trato urinário mais baixo e superiores. O tempo de
permanência hospitalar e a recuperação também foram favoravelmente diminuídos.
A terapia de oclusão mostrou-se segura e minimamente invasiva, sendo superior à
aproximação que poderia ser oferecida como uma primeira opção para o tratamento
de fístulas urinárias, especialmente das estreitas (largura meno do que 1 cm) e de
trajetos longos. As fístulas de trajetos largos e curtos também poderiam ser tratadas,
mas levando em consideração que essa terapia de oclusão dos casos é altamente
propensa ao fracasso, sua aplicação não afetaria a reparação cirúrgica subseqüente.
Bardari et al. (2001) já havia descrito o tratamento conservador de fístulas urinárias
iatrogênicas sendo usado a cola de cianoanacrilato para se evitar uma intervenção.
O n-butil-cianoacrilato foi citado por Tekin et al. (2001), na correção de fístulas
depois de nefrectomia parcial, por Kim et al. (2003), na correção de rim policístico,
que é uma doença autossômica dominante, sendo aplicado neste caso, nos cistos
renais, este cianoacrilato com a mistura de óleo iodado, e por Lapointe et al. (2002),
na correção de fístulas, depois das cirurgias de hipospadias. Merimsky e Baratz
55
(1981) executaram com sucesso anastomose pelas extremidades uretral, sem
suturas, em cães. Eles informaram que nenhuma reação se desenvolveu e resultados
foram excelentes.
O primeiro caso relatado de uma criança com uma derivação ventrículo-peritoneal
que depois de uma correção de hidrocele desenvolveu uma fístula liqüórica pela
incisão na região inguinal, foi descrito por Shurtleff et al., em 2002. O tratamento
incluiu a colocação da criança na posição de Trendelenburg e o fechamento da
fistula com adesivo de tecido cianoacrilato.
Em ortopedia e cirurgia buco-maxilo, somente após modificações dos cianoacrilatos
com o aumento da cadeia e o surgimento do butil-2-cianoacrilato, considerada uma
forma de cianoacrilato pouco tóxica, é que foi desenvolvida a técnica dos adesivos,
com fortes propriedades de junção dos tecidos, até em ambientes úmidos. O seu uso
na fixação de fraturas e osteotomias foi objetivo de investigação e tem indicação
promissora no tratamento de trauma craniofacial e mandibular. Foi fixada uma
fratura talar osteocondral com cianoacrilato. Depois de 3 meses, a visualização de
ressonância magnética mostrou uma superfície condral anatomicamente reduzida e
intacta. O resultado clínico foi excelente. Estes autores acreditam que a cola de
cianoacrilato pode formar um meio alternativo da fixação osteocondral e,
possivelmente, de fratura condral (YILMAZ, KUYURTAR, 2005) .
Observando o efeito do octil-a-cianoacrilato sobre a cicatrização do osso e a sua
degradação in vitro, depois da fratura transversal tibial em coelhos, Lu et al. (2005)
concluíram que este tratamento é da mais alta eficácia com a aplicação da cola.
56
Duas semanas depois da fixação da fratura tibial em coelhos, o octil-a-cianoacrilato
começou a sua degradação in vivo. Os condrócitos e fibrócitos gradualmente
surgiram na área de degradação e rodearam o material adesivo, que se degradou em
8 semanas. A degradação completa e o desaparecimento do material adesivo
estiveram presentes entre 10 e 12 semanas. Nenhum efeito que impeça a
cicatrização da fratura foi observado.
Caroli at al. (1997) estudaram o comportamento do etil-2-alfa-cianoacrilato em 15
frangos adultos, sacrificados e divididos em 5 grupos de 3 frangos cada um. Em
cada frango, um fragmento de osso retangular do terço proximal-meio da tíbia foi
preparado, fraturando a tíbia, completamente separado, e logo posteriormente
reposicionado e fixado com este adesivo e colágeno. Os resultados obtidos
mostraram boa estabilidade do fragmento de osso, boa consolidação do osso e
ausência de reações de corpo estranho. A natureza positiva desses resultados levou
os autores a propor o uso deste adesivo na cirurgia da mão. Khan et al. (2006)
realizaram uma experimentação onde comparou 2-octil-cianoacrilato, a sutura
subcuticular (monocryl) e os grampos da pele para o fechamento da pele que segue
a cirurgias do joelho, do quadril e nas artroplastias. Os casos em que foi utilizado o
2-octil-cianoacrilato foram associados com menos descarga da ferida cirúrgica, nas
primeiras 24 horas, para o quadril e o joelho. Entretanto, com recolocação total do
joelho, havia uma tendência para uma descarga mais prolongada da ferida com
OCA. Com recolocação total do quadril, não houve nenhuma diferença significativa
entre os grupos para complicações precoces ou tardias. O fechamento da ferida com
grampos da pele foi significativamente mais rápido do que com OCA ou sutura.
57
Não houve nenhuma diferença significativa no comprimento da estada no hospital,
ou a satisfação dos pacientes, entre os grupos, em seis semanas. Bonutti et al.
(1988) testou o isobutil cianoacrilato usando tendões de coelho lesados e observou
uma razoável cicatrização com teste de estiramento, usando somente este produto.
Porém, quando em combinação com a sutura do tendão lesado, o resultado inicial
foi bem melhor.
Em gastroenterologia, entre uma das complicações conhecidas da paracentese é a
fístula persistente de fluido ascítico. Esta é uma retirada de líquido abdominal
executada costumeiramente em pacientes internados ou externos, para aliviar
sintomas como dispnéia e grande distensão abdominal.
Hale e Girzadas, em 2001,
descreveram um caso de uma fístula persistente de líquido ascítico que foi
controlada com sucesso com a aplicação de 2-octil-cianoacrilato, numa mulher de
43 anos, alcoólatra, com uma história de cirrose e ascite. Dalton e Woods, em 2000,
relataram um caso de tratamento de fistula enterocutânea com uso de butil-2-
cianoacrilato, com ótima evolução. Sarin et al. (2002), em seu estudo comparou a
eficácia e a segurança de escleroterapia nas varises de esôfago com a utilização de
álcool e uso de cola de cianoacrilato, sendo usado o butil-cianoacrilato com lipiodol.
Os resultados mostraram que o cianoacrilato é mais eficaz para realizar a obstrução
mais rápida do que a injeção para escleroterapia com álcool. Também parece ser
mais útil em controle de hemorragia aguda de varizes gástricas, com menos
necessidade de cirurgia de urgência. Em estudo realizado em coelhos, Nguyen et al.
(2002) comparou o uso do 2-octil- cianoacrilato com o butil-2-cianoacrilato
associados ao Ethiodol e injetados na veia auricular do animal. Ambas as colas
58
levaram à oclusão, porém o 2-octil-cianoacrilato mostrou ser útil na oclusão de
varises de esôfago, embora ainda precise de melhores estudos quanto à sua dose, em
animais e humanos. Rengstorff e Binmoeller (2004) também obtiveram sucesso,
em hemostasia, usando ligadura das varises gástricas em combinação com
escleroterapia com estes cianoacrilatos, em estudo piloto com 25 pacientes. Barillari
et al. (2006) obteve 71,4 % de sucesso no primeiro tratamento da fistula ano-retal,
usando cianoacrilato, mesmo em fistulas mais complexas, chegando a 90,1 %,
considerando as recidivas. Não houve sinais de recorrência após 18 meses de
acompanhamento.
Tabala et al. (1995) analisou anastomose do colon de ratos com riscos de
deiscêincia e observaram que o 2-butil-cianoacrilato era um cianoacrilato promissor
para este fim. Kanellos et al.(2002), em condições experimentais, mostrou uma
cicatrização semelhante a suturas nas anastomoses de colon de rato e a evolução
podendo diferir, na dependencia da situação clínica. A mesma situtação é mostrada
no trabalho experimental de Nursal et al. (2004), em anastomose de colon de rato,
em que o 2-octil-cianoacrilato, que é um adesivo tópico, foi avaliado em ratos com
alto risco de deiscência, mostrando que uma anastomose sem suturas tem a
cicatrização dificultada, com risco de deiscência, atribuindo isto às reações
inflamatórias.
Em odontologia, o isobutil cianoacrilato tem sido aplicado com diferentes
propósitos, até mesmo como adesivo tissular que polimeriza instantaneamente em
contato com soluções iônicas (BHASKAR, JACOWAY, 1966; BHASKAR,
59
COLOND 1968; FRISCH, BHASKAR, 1967), em suturas após extrações, como
hemostático (BHASKAR, 1967; EKLUND, SNYDER, 1974; BHASKAR,
COLOND, 1968; BESSERMAN, 1977; HEROLD, 1990) e até mesmo em pacientes
fazendo uso de anti-coagulante. Al-Belasy e Amer, em 2003, mostraram o efeito
hemostático local de n-butil-2-cianoacrilate, concluindo que múltiplas extrações
podem ser executadas em pacientes que tomam terapia de anticoagulação oral, e
sem uma modificação no seu nível da anticoagulação, até que uma medida com o
hemostático local, a base de cianoacrilato, seja instituído. E, neste sentido, a cola de
n-butil-cianoacrilato, usada como um adesivo atual sobre a ferida aproximando
bordas, é um hemostático local eficaz e facilmente aplicável na cirurgia oral em tais
pacientes.
Os cianoacrilatos também podem ter algumas aplicações clínicas úteis em
periodontia e cirurgia oral (KEW et al., 1971; KIM, 1997). Eles são adesivos de
tecido muito eficazes e o seu uso como um material que não necessita de sutura
fornece muitas vantagens (JAVELET et al., 1985; HEROLD, 1990).
São usados
também como material de proteção pulpar (CVEK et al., 1987, HEROD, 1990) e
hiperestesia dentária (JAVID et al., 1987). Hile e Linklater (2006) publicaram um
caso de odontalgia em associação com um dente agudamente fraturado que é uma
razão freqüente de apresentação no departamento de emergência odontológica. Este
caso se apresentou com um dente molar fraturado e muito doloroso e foi tratado
com a aplicação do atual adesivo de tecido 2-octil-cianoacrilato, resultando no
pronto alívio do seu desconforto e um bom resultado funcional e estético
temporário. Eles mostraram que este produto pode ser útil no tratamento de
60
emergência dentária, quando o acesso ao cuidado dental de emergência não é
disponível.
Mickey e Samson (1981) comentaram, em seu artigo, que os adesivos à base de
cianoacrilatos são substâncias potencialmente valiosas ao armamentário
neurocirúrgico, sendo um grupo biologicamente heterogêneo, Os cianoacrilatos
comercialmente disponíveis normalmente contêm monômeros de metila e etilo mais
tóxicos. O monômero butil, isobutil 2-cianoacrilato, foi aprovado nos Estados
Unidos pela FDA só para uso de pesquisa. O isobutil 2-cianoacrilato pôde
comprovar ser útil para o reforço extravascular de aneurismas intracranianos e para
a oclusão intravascular de fistula carótido-cavernosa , sendo alternativas seguras e
eficazes existentes para o tratamento desses dois problemas. A correção da fistula
liqüórica e a oclusão intravascular de certas malformações arteriovenosas pode ser
mais eficiente com isobutil 2-cianoacrilato do que com outras técnicas atualmente
disponíveis.
O papel definitivo do uso de cianoacrilatos na neurocirurgia, como ainda não tinha
sido testado, permanecia ainda indeterminado. Tanto Zhao et al. (1999), como Pelz
et al. (1995) mostraram a eficácia do isobutil para oclusão intravascular de
malformações arteriovenosas cerebrais. Markoff et al. (1986) usando este mesmo
material, também mostrou que o mesmo tem sido utilizado para embolização de
malformações vasculares uterinas, enquanto Niimi et al. (1997) mostrou sua
eficácia em fístulas durais medulares. Os agentes líquidos embólicos, como os
61
cianoacrilatos, estão ganhando cada vez mais importância na embolização de
malformações arteriovenosas cerebrais (MAV).
Atualmente, o agente mais comumente usado é o N-butil 2-cianoacrilato. Lieber et
al. (2005) investigaram o efeito de misturas de acrilato com lipiodol diferentes e a
adição de ácido acético glacial na injeção, dispersão, e força de injeção de N-butil-
2-cianoacrilato. Várias misturas de N-butil 2-cianoacrilato, sob hipotensão arterial, e
na manobra de Valsalva (aumento da pressão expiratória final), durante a injeção do
acrilato foram usadas para controlar a hemodinâmica e variações arquitetônicas de
uma MAV; contudo, os exatos processos de polimerização in vivo, distribuição, e
cinética de misturas deste cianoacrilato ainda são desconhecidos.
Foram usados porcos com modelo de MAV para embolização. Sendo a viscosidade
do líquido agente embolizado e usado, um fator restritivo importante na
embolização de uma MAV, a redução do montante de lipiodol melhora a penetração
no nidus e a polimerização mais rápida pôde ser retardada acrescentando ácido
acético glacial, que reduz o pH da mistura, conseguindo maior penetração no nidus
da MAV. O n-butil-cianoacrilato aniônico, em comparação ao polímero radical de
n- butil-cianoacrilato (n-butil-cianoacrilato +metacriloxisulfolane) nas embolizações
testadas em porcos, foram idênticos quanto à taxa de oclusão; ao passo que o
caminho radical do polímero com cianoacrilatos diminuiu a histotoxicidade, com
uma adesividade menos segura contra paredes vasculares (LEVRIER et al., 2003).
Um caso de embolização de aneurisma foi descrito por Misser et al. (2005), em que
um aneurisma micótico intracraniano secundário a endocardite infecciosa foi
62
embolizado com sucesso com uso de N-butil-cianoacrilato. George et al. (1994)
descreveram a embolização em tumores craniofaciais hipervascularizados, como
angiofibroma, hemangiopericitoma ou paraganglioma, usando n-butil-cianoacrilate
em 21 pacientes, com punção direta, obtendo ótimos resultados em termos de
desvascularização.
Gonzalez et al. (2000) avaliou a eficácia e a segurança do etil-cianoacrilato como
um adesivo para fixação do "flap" ósseo das craniotomias. Este estudo contou com
uma centena de craniotomias consecutivas em pacientes com idades superiores a 16
anos, em que o "flap" de osso foi fixado com etil-2-cianoacrilato. A osteosíntese e
qualquer complicação, em todos os casos, foram seguidas clinicamente e
radiologicamente durante 3 meses. A observação clínica e radiográfica demonstrou
que a osteosíntese foi produzida em 100 % dos casos sem complicações
relacionadas a este procedimento. Esta técnica comprovou, pelo seu estudo, estar
segura, rápida, e fácil realizar, com a estabilidade imediata do osso implantado no
local da craniotomia e obtendo resultado estético excelente.
Em experimentos com nervo periférico, Choi et al. (2004) usaram ciático de ratos
para anastomoses termino-terminal, comparando o uso de cianoacrilato com junção
epineural em suturas com nylon 10-0. Observaram diferenças significativas na
regeneração entre os dois grupos, considerando o cianoacrilato como alternativa
para técnica de sutura em anastomose micro neural. Pineros-Fernandez et al. (2005)
analisou histologicamente 2 grupos de ratos em que os nervos peroneus foram, em
um primeiro grupo, seccionados e fixados com 2-octil-cianoacrilato e em outro
63
grupo, realizado sutura com nylon. O primeiro grupo mostrou uma maior
regeneração axonal em relação ao segundo e nenhuma manifestação de toxicidade
de tecido neste grupo. Nenhuma deiscência ocorreu durante o estudo de 6 meses. O
uso do adesivo encurtou o tempo de anastomose de 12 minutos para 4 minutos. Seus
resultados indicaram superioridade com o uso do adesivo 2-octil-cianoacrilato nas
anastomoses de nervo, sendo seguro e eficaz, quando comparados com o uso de
suturas.
Em cirurgia experimental, o adesivo de ester de cianoacrilato é útil na cirurgia
experimental em fechamento de incisões de músculo e pele em roedores e em
outros animais, segurando cânula em seu lugar, e fixando acrílico dental ao osso.
Stickrod et al. (1984) comenta sobre a grande utilidade nos laboratórios,
informando que, encontraram também importância, independentemente da técnica
da aplicação, na utilização do cianoacrilato nos fechamentos das feridas .
Apesar dos selantes apresentarem indicações em neurocirurgia com finalidade de
reparos nas craniotomias, defeitos nas trepanações e cranioplastias (HEISS et al., 2006),
nenhum estudo com cianoacrilatos relatando a sua eficácia e segurança da utilização em
falha dural foi encontrada na literatura.
O propósito desta investigação experimental, sobre o uso de cianoacrilatos, é
introduzir na prática neurocirúrgica, um método alternativo de reparo e reforço de sutura
dural, atuando como tratamento e profilaxia da fístula liquórica, situação esta, com risco de
mortalidade.
64
2.3.2 Toxicidade
Os derivados do cianoacrilato foram usados como adesivos cirúrgicos por muitos
anos. Os derivados de cadeia mais curta (metil- e etil-cianoacrilato) comprovaram ser
histotóxicos. Os derivados de cadeia mais longa (butil-e isobutil- cianoacrilato) são muito
menos histotóxicos. Muitos cirurgiões continuam usando etil-2-cianoacrilato apesar da
disponibilidade de derivados menos tóxicos, tal como butil-2-cianoacrilato (TORIUMI et
al., 1990; VINTERS et al., 1985).
No estudo de Toriumi et al. (1990), foi realizada uma avaliação comparativa de
histotoxicidade entre o etil cianoacrilato e o butil-2cianoacrilato, usando-se, como modelos
os enxertos de osso colhidos da parede anterior do seio maxilar que foram colocados em
uma abertura no subcutâneo e colados à cartilagem auricular no coelho. A colas foram
usadas em orelhas opostas, e os animais sacrificados em 1, 2, 4, 12, 24, e 48 semanas. A
análise do butil-2-cianoacrilato, comparado com etil-2-cianoacrilato, revelou o mínimo de
inflamação quando esta cola foi usada na região entre enxerto ósseo de seio maxilar e a
cartilagem, nas orelhas de coelhos . Já o etil-cianoacrilato teve uma reação tecidual muito
maior, com seroma, necrose tissular, reações histológicas de processo inflamatório e
presença de reação crônica de corpo estranho, com a presença de células gigantes. Neste
mesmo trabalho, foi observado que o etil-2-cianoacrilato foi completamente degradado
dentro de 12 meses, enquanto o butil 2-cianoanoacrilato ainda estava presente com 1 ano de
avaliação histopatológica. (TORIUMI et al., 1990). A análise histológica revelou ainda, em
outro trabalho dos mesmos autores, que havia o mínimo de inflamação quando foram
usados a cola butil-2-cianoacrilato numa região pouco vascularizada, entre enxerto de osso
65
e cartilagem, diferentemente de regiões vascularizadas como o tecido celular subcutâneo
(TORIUMI et al .,1991).
Os cianoacrilatos e os seus homólogos têm várias aplicações médicas, dentais e
comerciais como adesivos. O uso crescente destes selantes sintéticos na odontologia, em
particular como um adesivo ou cola, causou a inquietação quanto à sua toxicidade potencial
em seres humanos. A toxicidade informada dos cianoacrilatos é rara no local de trabalho
dental, mas pode manifestar-se, de acordo com Leggat et al.(2003, 2004) através de
condições como urticária, dermatite de contato e outras dermatoses. Os autores advertem ao
pessoal que usa adesivos à base de cianoacrilatos que se deve evitar o contato direto com
estes selantes e o uso apropriado de medidas protetoras pessoais. É necessária a
manutenção dos mais altos níveis da umidade, e a otimização da ventilação da sala, usando
ar condicionado no ambiente de trabalho, que pode ser útil na redução, ao mínimo da
toxicidade destes adesivos de cianoacrilatos voláteis. Na verdade existe um caso relatado na
literatura de crise asmática associada ao uso de cianoacrilatos (YACOUB et al., 2005).
Gagnaire et al. (2003) avaliaram, durante um período de 60 minutos, em ratos, a
presença de bradipnéia expiratória, indicativa da irritação das vias aéreas superiores durante
a exposição nasal ao metil-2-cianoacrilato, etil-2-cianoacrilato, isopropil-2-cianoacrilato e
vapores de 2-metoxietil-2-cianoacrilato. A irritação do trato respiratório superior causou
uma redução dependente de concentração na função respiratória. No mesmo artigo, os
autores comentaram a presença de irritação ocular, com lacrimejamento, em humanos
expostos ao metil e etil-2-cianoacrilato.
66
Wang e Martin (2003) apresentaram o caso de uma mulher de 39 anos que aplicou a
cola de cianoacrilato de cadeia curta e de uso comercial à sua ponta do dedo, como um
tratamento de pele seca. Ela desenvolveu uma necrose de espessura da pele do polegar que
foi complicada por uma grande infecção secundária. Esta necrose resultou da degradação
do polímero cianoacrilato, segundo o autor, com liberação do formaldeído, durante esta
degradação, causando histotoxicidade local. Este dano exigiu uma cobertura local com
enxerto, que cicatrizou lentamente, sem causar maiores seqüelas. Este mesmo caso foi
comentado por DaCruz (2004), chamando a atenção para se evitar o uso de cianoacrilato de
cadeia curta, que é de uso industrial, em uso médico.
Duvvi et al., em 2005, descreveram um caso de um homem de 47 anos, que fazia
tratamento de polipose nasal, com uso nasal de esteróide. Acidentalmente, confundindo
com a sua medicação nasal, instilou cianoacrilato comercial, em ambas as narinas. Ele deu
entrada na emergência, apresentando dor severa e completa obstrução nasal bilateral. Os
autores conseguiram a remoção da cola das cavidades e descreveram métodos da retirada
de cola na superfície de pele, que geralmente implicam na aplicação de solventes
específicos como gamabutirolacetona, acetona para remover esmalte de unha, acetona pura,
tricloroetano, tolueno, xileno, nitrometano, e cloreto de metila. O paciente não teve
nenhuma seqüela.
Yýlmaz e Yýlmaz (2005) reportaram o primeiro caso de ingestão de
cianoacrilato de cadeia curta, de uso comercial, em criança na literatura inglesa. Até então,
não se sabia as conseqüências sobre a boca, laringe, faringe, esôfago e o resto do trato
gastro intestinal. A criança evoluiu muito bem, sem nenhuma seqüela, apesar do risco de
67
obstrução das vias aéreas superiores, sendo acompanhada até 6 meses. As observações
feitas pelos autores, na emergência, foram:
1. permeabilidade das vias aéreas, retirando partes de cola é o primeiro passo.
2. O vômito não é contra-indicado depois da ingestão de cianoacrilato.
3. O cianoacrilato não leva a queimadura ou perfuração da mucosa; mesmo se
acontecer, é branda.
4. A cola endurecida que cobre a mucosa pode ser retirada, levantando-a com uma
espátula.
Porém, Thumwanit e Kedjarune (1999) comentaram que a reparação feita por
pacientes em suas próprias próteses acrílicas, quando usam um adesivo de cianoacrilato de
cadeia curta, seja etil ou metil-cianoacrilatos, são expostas a substâncias tóxicas lançadas da
cola e que são tóxicos a fibroblastos orais humanos. Este lançamento de substâncias pode
persistir durante, pelo menos, duas semanas. Giray et al., (1993) estudaram a citotoxicidade
do adesivo n-butil-2-cyanoacriato em procedimentos cirúrgicos orais, e encontraram efeito
antibacteriano nas bactérias do local da aplicação, produzindo efeitos citotóxicos e
citopáticos nas culturas de célula.
Ciapetti et al. (1994) investigaram a citotoxicidade de três cianoacrilatos
comercialmente disponíveis quanto à morfologia de célula, crescimento de célula e inibição
de crescimento bacteriano (S. aureus), e concluiu que todos os adesivos de cianoacrilato
testados foram citotóxicos e inibiram a proliferação das células. Nesta pesquisa de
biocompatibilidade foram usados produtos comerciais com ésteres de alquila-2-
cianoacrilatos. Este mesmo grupo estudou a citotoxicidade do N-butil-cianoacrilato e
informaram que foi severa a citotoxicidade quando as colas não estavam diluídas, mas
68
aceitável quando as colas foram diluídas. Ao contrário, a compatibilidade no sangue foi
aceitável para o uso intravascular das colas (MONTANARO et al., 2001).
Evans et al. (1999) estudando, in vitro, citotoxicidade de quatro adesivos
cianoacrilatos em culturas de células derivadas de tendões humanos, concluiram que todos
os quatro são citotóxicos, até em concentrações tão baixas como 1.7 %, junto ao período
experimental de até 18 semanas. Eles também concluíram que tais adesivos não poderiam
ser convenientes para unir tendões cortados por causa de sua toxicidade inicial e de longo
prazo, podendo impedir o processo lento de cura dos tendões.
Fernandez-Urrusuno et al. (1995) determinou que a administração intravenosa
crônica de nanopartículas de polialquilcianoacrilato carregada de droga levou à
hepatotoxicidade, que foi reversível quando o tratamento foi suspenso. Shermak et al.
(1998) determinou que a cola de butil-2-cianoacrilato, para fixação em cirurgia
craniofacial, foi comparável à fixação com placas e parafusos quanto à cicatrização de osso
e inflamação dos tecidos moles sem uma resposta inflamatória marcada ao polímero.
Maw et al. (2000) afirmaram que uma grande quantidade de octil-cianoacrilato
colocado no ouvido médio de uma cobaia não causou nenhuma alteração morfológica ou
evidência funcional de toxicidade no interior do ouvido médio. Contudo, a análise
histopatológica da mucosa do ouvido médio demonstrou uma variável branda a moderada
reação de corpo estranho, sem evidência de ulceração da mucosa ou necrose. Os outros
cianoacrilatos, entretanto, mais do que octil-cianoacrilato causaram uma variável
ototoxicidade. Eles, além disso, concluíram que este novo adesivo é um instrumento
promissor na cirurgia otológica. Contudo, Zikk et al. (1990) investigou o efeito ototóxico
69
do adesivo butil-2-cianoacrilato no ouvido médio, e concluiu que ele foi um material
ototóxico no implante e não deve ser usado na cirurgia reconstrutiva de ouvido médio.
A citotoxicidade presente com o uso cirúrgico do alquil-2-cianoacrilatos pode ser
mediada por aumento local da produção de tromboxane, levando a agregação plaquetária
(PAPATHEOFANIS, 1989). Já o mecanismo de citotoxicidade dos adesivos metil e os
isobutil-2-cianoacrilatos pode ser pela origem de hidroperóxidos de lipídios que ativam a
prostaglandina e a biossíntese de tromboxano que participam na oxidação e lise da
membrana celular. Tal mecanismo pode contribuir para compreensão dos eventos
trombóticos, associando-se com a necrose observada na aplicação desses adesivos nos
tecidos in vivo (PAPATHEOFANIS, 1989).
Em estudo experimental em ratos, Ayyildiz et al. (2006) mostraram danos
produzidos por adesivos aos túbulos seminíferos testiculares limitando a espermatogênese
em seu uso neste local. Irregularidade da túnica albugínea em um quarto dos testículos e
calcificação em 1 testículo também foi observada, apesar da cicatrização perfeita nos
tecidos uretrais e esponjoso, onde pode ser prescrito sua aplicação clínica.
Os adesivos que contêm cianoacrilato são usados em muitos procedimentos
cirúrgicos, inclusive fechamento de feridas cirúrgicas de pele e reforço de reparos de
aneurismas intracranianos (MICKEY, SAMSON , 1981; MISSER et al., 2005). Kitoh et al.
(2002) relataram em uma mulher de 61 anos, que desenvolveu febre de 38.7º, rigidez de
nuca e eosinofilia no líquido cerebroespinal com leucograma normal, depois de uma
cirurgia de aneurisma intracraniano. Como a paciente apresentava defeito dural durante o
fechamento, pela aderência ao osso durante a abertura, foram usados substituto da dura-
máter, cianoacrilato, fio de sutura de nylon e clips de aneurisma como substâncias com
70
potenciais alergênicos. Suspeitaram de meningite alérgica devido ao uso de uma substância
estranha. Foi observada a reação positiva ao metil-2-cianoacrilato, num teste alérgico, o
ingrediente principal do produto adesivo de tecido, contendo cianoacrilato usado naquela
cirurgia. Esta substância pode ter causado a meningite alérgica posoperatória. Foi
administrada à paciente, prednisolona em uma dose oral inicial de 60 mg/dia. Logo depois
do início deste tratamento, as dores de cabeça e a febre desapareceram. A dose foi então
gradualmente reduzida, e a febre desapareceu.
Mesmo os estudos mais preliminares, que usaram derivados mais tóxicos do adesivo
de cianoacrilato, mostraram uma intensa reação inflamatória e histotoxicidade (HALE ,
ELLIS 1968; GENNARO , MOREIRA, 1976; KIRKEGAARD et al., 1980). Esta reação é
devida ao resíduo de cianeto e ao calor lançado quando ocorre a polimerização do
monômero (AGARWAL et al., 1998). Manzano et al. (2007) analisando as alterações em
porcos, com a ingesta de dieta rica em cianeto em diferentes doses(0.2, 4.0 e 6.0mg /Kg de
peso/dia) observou, em 70 dias, efeitos hepatotóxicos, nefrotóxicos , neurotóxicos e
também sobre o pâncreas e tireóide.
Outra atribuição da histotoxicidade local dos polímeros de cianoacrilatos seria a
produção de formaldeído como o subproduto da degradação hidrolítica, a menos que o
nível acumulado na área tratada seja abaixo do limiar tóxico. A taxa de produção de
formaldeído é reduzida proporcionalmente ao comprimento de grupos alquila e ao peso
molecular do polímero cianoacrilato. Como podemos observar, os adesivos de tecido
sintéticos usados são, como se segue, na ordem crescente : metil, etil, n-butil e isobutil, n-
heptil n-octil e n-decil, sendo estes últimos mais bem tolerados (TORIUMI et al., 1990,
TORIUMI et al., 1991, TSENG et al., 1990, REFOJO et al., 1971).
71
O uso intravascular não está isente de riscos, Kutlu et al. (2004) relataram um caso
de um paciente que apresentou embolia pulmonar depois de uma aplicação de n-butil-
cianoacrilato a uma mistura de lipiodol, na veia dorsal profunda do pênis e Pelz et al.
(1995) descreveram casos de embolia pulmonar sintomática, secundária à embolização de
malformação arteriovenosa cerebral com cianoacrilato líquido. Estes autores analisaram as
razões dessas complicações, descrevendo técnicas preventivas. Os registros clínicos de 182
pacientes embolizados com a cola de cianoacrilato, desde 1978, no tratamento das
malformações arteriovenosas cerebrais, foram levantados e procurados evidências de
complicações pulmonares sintomáticas. Originalmente, os iso-butil-2-cianoacrilato e mais
tardiamente, o n-butil-cianoacrilato, foram usados em todos os pacientes. Nos seus
resultados, três pacientes tiveram sintomas pulmonares dentro de 48 horas da injeção de
cola. Um paciente com uma malformação arteriovenosa frontal esquerda fez embolização
com uma mistura isobutil-2-cianoacrilato/pantopaque/ ácido acético, desenvolvendo-se,
depois, uma dor de peito pleuritica severa, após 2 dias. Outro paciente, com uma
malformação arteriovenosa temporal esquerda e ainda um outro com uma malformação
arteriovenosa cerebelar esquerda fez embolização com misturas de n-butil-2-
cianoacrilato/lipiodol. Após a injeção, tosse, dor pleurítica no peito e saliva sangrenta
desenvolveram-se em ambos os casos, dentro de 24 horas. Dois pacientes tiveram uma
baixa significante em pO
2
. Nenhuma técnica de detenção de fluxo foi usada para alguma
das injeções, nesses três pacientes. Todos os pacientes demonstraram modificações
significativas no raio x de tórax e exames tomográficos do tórax. Todos foram tratados de
modo conservador e recuperaram-se espontaneamente. Estes autores descreveram que as
complicações pulmonares sintomáticas podem ocorrer depois da injeção da cola de
72
cianoacrilato, em particular quando os sistemas de entrega, sem detenção de fluxo, são
usados em alto fluxo, em lesões cerebrais vasculares, e concluíram que as técnicas que
usam ácido acético para atrasar tempo de polimerização e técnicas “de sanduíche”, nas
quais a cola é empurrada com a dextrose são também mais suscetíveis a esta complicação.
O mais novo derivado, 2-octil-cianoacrilato, com uma cadeia mais longa, polimeriza
mais lentamente e assim, durante esta reação, aquecem pouco os tecidos e mais lentamente.
Teoricamente parece ser de muito baixa toxicidade. Contudo, como mostrado neste estudo,
não é totalmente livre das propriedades adversas inflamatórias dos produtos mais recentes.
Embora possa ser aconselhado para uso superficial, parece ser impróprio para o tratamento
em anastomoses do colon. É o que concluiu Tarik et al., 2004, mostrando que a aplicação
do 2-octil-cianoacrilato, comparado com a sutura, não é vantajoso na fase inicial da
cicatrização da anastomose colônica experimental, tanto normal como na anastomose de
alto risco, dado ao retardo da cicatrização, podendo até ser prejudicial numa fase posterior,
provavelmente devido à reação inflamatória contínua.
Nitsch et al. (2005) analisaram os efeitos tóxicos na cultura de célula do novo
adesivo tecidual, o octil-2-cianoacrilato. Este cianoacrilato de cadeia longa foi comparado
com o etil-2- cianoacrilato de cadeia curta e com o butil-2-cianoacrilato, que foram usados
por muitos anos para o fechamento de pele. Dois testes celulares foram usados in vitro. No
teste, a utilização de chapas de cobre, cobertas com os três tipos de cianoacrilatos, serviram
para avaliar a estabilidade dos adesivos de pele polimerizados. As incisões bilaterais na
pele do pescoço, em pequenos porcos, foram aproximadas em um lado com 2-octil-
cianoacrilto. Do outro lado, as suturas convencionais foram aplicadas. Depois que os
porcos foram sacrificados, as amostras de pele resultantes foram testadas para a força
73
elástica em sua estabilidade na ferida. As amostras da derme dos porcos foram
cuidadosamente colhidas e histomorfologicamente analisadas. Um exame clínico, depois do
exame da dissecção de nódulo linfático submandibular, avaliou a sua aplicação em seres
humanos. Os testes de cultura de células foram usados para mostrar os efeitos tóxicos dos
três cianoacrilatos. Em um teste de cobre, octil-2-cianoacrilato foi mais estável do que o etil
e butil-cianoacrilatos. A quebra de força na ferida foi 30 % menor, 28 dias depois da
operação, com o novo produto, do que com suturas. Na microscopia eletrônica, o octil-2-
cianoacrilato não mostrou nenhuma desvantagem quanto à regeneração de tecido e
nenhuma histotoxicidade. Para a cirurgia plástica, os autores, com seu trabalho, comentam
que este novo adesivo de pele, atualmente é uma verdadeira alternativa, com resultados
atraentes, comparando com a sutura convencional.
Aumento do uso de adesivos cianoacrilato como cola e material cirúrgico
levantaram dúvidas sobre a sua toxicidade potencial. A literatura médica é cheia de artigos
que indicam a sua segurança ou toxicidade. Contudo, geralmente, os cianoacrilatos são bem
tolerados pelas pessoas, sem efeitos adversos a longo prazo (Yýlmaz; Yýlmaz ,2005).
A introdução comercial de octil-2-cianoacrilato, como um adesivo de tecido de uso
médico, foi destinada para ser um método rápido, indolor, sem suturas no fechamento de
lacerações simples e de feridas cirúrgicas. A eficiência e por isso, a vantagem econômica
potencial deste material levou a novas investigações de outras indicações possíveis. Esta
cola foi usada agora em mais de 100 ocasiões diferentes de aplicações "fora da sua
indicação", inclusive reparo nasal, fixação de enxerto de pele, otoplastia temporária, selante
de feridas, e outras formas do fechamento de ferida. As complicações são praticamente não
existentes, e não houve nenhuma evidência de histotoxicidade. O papel deste material como
74
um instrumento reconstrutivo importante ainda não foi delineado completamente, mas
parece não ter nenhuma contra-indicação, se usado sensatamente (HALLOCK, 2001)
Valor do produto
Em comparação aos adesivos biológicos, que têm o problema do seu elevado
valor comercial, inviabilizando a sua utilização de forma rotineira na maioria dos hospitais
brasileiros, Osmond e Quinn (1995) comentaram que o custo do cianoacrilato é altamente
atraente, com uma média de preço material de 1.00 dólar por aplicador, ao contrário do
preço de tampões nasais existentes e de agentes hemostáticos, que apresentam valor
superior, chegando a centenas de dólares. Além do mais, sendo eficaz no cenário clínico, o
uso de octil-cianoacrilato atual, não necessitaria de qualquer visita clínica posterior, que
muitas vezes é necessária com os outros métodos terapêuticos aplicados em cirurgia
pediátrica. Da mesma forma Ogus, et al. (2002) observaram, no seu Grupo II, que dezoito
casos de mediastinite em que os esternos foram tratados e fixados com acréscimo do
cianoacrilato, este produto mostrou ser eficaz na diminuição da mediastinite e complicações
das feridas esternais, relacionado a baixo preço e diminuição da estadia hospitalar. Em se
tratando de valores recentes, o tubo de 2-octil-cianoacrilato, atualmente, custa em torno de
$31,00 (trinta e um dólares americanos), sendo considerado um preço significativamente
menor que o selante de fibrina (www.activeshopper.com/product/search, 2007).
75
OBJETIVOS
76
3-OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral:
1. Analisar o comportamento do selante de cianoacrilato sobre a dura-máter como
produto auxiliar do seu fechamento e como profilático de fístula liqüórica.
3.2 Objetivos Específicos
1. Testar a toxicidade dermal do selante.
2. Investigar o efeito do cianoacrilato sobre a dura-máter através de estudo
anatomopatológico em tempos diferentes.
3. Avaliar a temperatura dos animais antes e depois da aplicação dos selantes.
4. Analisar efeito histocitotóxico sobre o sistema nervoso central.
5. Investigar o efeito inflamatório e infeccioso diretamente na ferida cirúrgica com uso
interno do selante sintético, assim como, a evolução ponderal.
6. Comparar o efeito da redução da histotoxicidade tecidual com uso de
antiinflamatório não hormonal em um grupo de animais, com o grupo que também
usou o selante de cianoacrilato sem antiinflamatório.
7. Trazer uma contribuição para o armamentário neurocirúrgico, reduzindo custos.
77
MATERIAL E MÉTODOS
78
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada obedecendo as diretrizes e normas regulamentares de
pesquisa envolvendo animais e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal
(CEPA) sob o número 0108/06, em João Pessoa, no biotério Thomas George do
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) da UFPB.
4.2 Animais
Foram utilizados 66 coelhos de raça Nova-Zelândia albinos machos adultos, com
idade variando de 5 a 7 meses e pesos variando entre 2000g e 4000g (média de 2802,7 e
DP= 474,8) provenientes do Biotério Thomas George (LTF). Dois coelhos adicionais, que
morreram de overdose anestésica foram excluídos do experimento. Os animais, antes e
durante a experimentação, foram alimentados com dieta normoproteica e normocalórica
padronizada para espécie, fornecida pelo Biotério do LTF. Os animais tiveram acesso livre
a água e comida, tanto no pré como no pós-operatório.
79
4.3 Material selante utilizado
Foram utilizados dois selantes, um biológico e um sintético, para o experimento
proposto:
4.3.1 Selante de fibrina
O adesivo selante de fibrina, usado como um controle no experimento, foi o
Beriplast® P que é um composto formado por fibrinogênio humano altamente purificado,
concentrado e pasteurizado; fator XIII e trombina humana que são reconstituídos em
solução com agente antifibrinolítico aprotinina e com solução de cloreto de cálcio,
respectivamente.
A embalagem de Beriplast® P contém dois Combi-sets e o sistema de aplicação
básico denominado Pantaject ( figura 1).
Cada combi-set é um conjunto selado em condições estéreis, constituído por dois
frascos conjugados por um sistema de transferência automático. Este sistema permite que o
produto seja reconstituído sem a abertura do invólucro, preservando a esterilidade e
aumentando a vida útil do produto.
Figura 1- Selante de fibrina Beriplast P ®, mostrando os 2 combi-set a esquerda e o
pantaject a direita
. Fonte: www.gehospitalar.com.br/medicamentos.htm.
80
O combi-set 1 – azul – é constituído pelo concentrado de fibrinogênio e fator XIII e
pela solução de aprotinina como solvente.
O combi-set 2 – vermelho – é constituído pelo concentrado de trombina e pela
solução de cloreto de cálcio, como solvente.
O produto está disponível nas apresentações de 0.5ml, 1ml e 3ml.
4.3.2 Selante de cianoacrilato
O adesivo selante sintético, usado para teste no experimento, foi o 2- octil-
cianoacrilato (Dermabond-High Viscosity, Ethicon, Norderstedt), na apresentação de alta
viscosidade. É apresentado em forma líquida, com viscosidade como xarope, que
polimeriza em minutos em contato com o ar, água e sangue.
O produto é comercializado com um aplicador de uso único com 0,5 mL de octil-
cianoacrilato contido num invólucro plástico (figura 2). O aplicador foi usado como
sugerido pelo fabricante.
Figura 2-Selante de cianoacrilato, apresentando ponta e aplicadores diferentes.
. Fonte:
www.medipost.be/Disposable%20sutures.htm.
81
4.4 Estudo da toxicidade dermal
Foi testada a toxicidade aguda em duas espécies, usando o 2-octil-cianoacrilato na
superfície cutânea do pavilhão auricular de 6 coelhos e 6 cobaios, com exposição dermal
simples por 24 horas e observação por um período de duas semanas.
4.5 Análise da temperatura corporal
A análise da temperatura dos animais foi realizada antes do procedimento cirúrgico,
no 1º, 2º, 3º e 7º dias pós-cirúrgicos nos coelhos sacrificados no 7º dia e também no 30º e
60º dias , quando estes coelhos foram sacrificados nestes dias. A via retal foi a escolhida
para análise, tendo como parâmetros normais fisiológicos de temperatura corporal no
coelho, de acordo com a literatura, os valores de 38,6º a 40,1ºC ( SUTHERLAND et al.,
1958).
4.6 Evolução ponderal
Todos os animais foram pesados antes do procedimento cirúrgico, no 1º, 2º e 3º dias
de pós-operatório e antes de serem sacrificados no 7º, 30° e 60º dias.
82
4.7 Protocolo experimental
Com a finalidade de observar o comportamento do cianoacrilato como selante nas
lesões durais e profilaxia da fistula liquórica, utilizamos 66 coelhos seguindo as normas de
assepsia e anti-sepsia para um procedimento neurocirúrgico. Todo material cirúrgico,
incluindo campos operatórios, foram esterilizados em autoclaves no biotério Thomas
George.
Os animais foram submetidos a anestesia geral venosa com Tiopental 1g, diluído em
40mL de solução fisiológica 0,9%NaCl. Inicialmente foram feitos 2,5 mL da solução
anestésica intravenosa após acesso à veia marginal da orelha do coelho, segundo Ghiraldini
et al. (1998), podendo ser suplementada com doses adicionais quando necessário. Estes
coelhos anestesiados foram mantidos em ar ambiente. Os animais foram posicionados em
decúbito ventral, numa caixa de contenção, tendo a cabeça fixada (Figura 3).
Figura 3. Fotografia do coelho de raça Nova-Zelândia, albino, macho, adulto,
posicionado em decúbito ventral, numa caixa de contenção, onde são realizadas as
craniotomias.
83
Após tricotomia, assepsia e anti-sepsia com poli-vinil-pirrolidone (PVPI)
degermante e colocação dos campos operatórios estéreis, os animais foram submetidos à
incisão em ferradura com base temporal sempre a direita e realizada com craniótomo
manual (Codman®), broca de 3,5mm e limitador do tipo out-stop (Figura 4). A trepanação
frontal, com craniectomia fronto-parieto-temporal, mediu aproximadamente 1 cm de
diâmetro( Figura 5).
Figura 4. Fotografia do craniótomo manual da Codman®, com limitador na broca.
Figura 5. Fotografia evidenciando trepanação frontal direita, com craniectomia
fronto-parieto-temporal de 1 cm de diâmetro no crânio do coelho.
Em seguida à lesão dural de 0,5 mm (Figura 6), realizu-se acorreção com sutura
usando fio de Mononylon 6-0, sob magnificação de 6x de aumento com lupa Niths®. A
84
lesão foi reforçada ou não, com o selante de cianoacrilato ou selante de fibrina. O retalho
músculo-cutâneo foi fechado, sutura contínua, em bloco com fio Mononylon 4-0, não tendo
sido feita nenhuma tentativa de se reparar a falha óssea resultante da craniectomia (Figura
7).
Figura 6. Fotografia evidenciando lesão dural de 0,5 mm, na região frontal direita
da cabeça do coelho após craniectomia fronto-parieto-temporal.
Figura 7. Fotografia evidenciando sutura contínua fronto-parietal direita, em bloco
com fio Mononylon 4-0.
85
4.7.1 Divisão dos grupos
Os animais foram divididos em 6 grupos: no grupo experimental A, utilizou-se a
cola sintética 2-octil-cianoacrilato e os animais foram sacrificados com 7, 30 e 60 dias
da cirurgia, denominados de grupo A7, A30 E A60; um grupo experimental B,
utilizou-se a cola biológica, selante de fibrina e os animais foram sacrificados com 7,
30 e 60 dias da cirurgia, denominados de grupo B7, B30 e B60; o grupo experimental
C, correspondendo ao controle cirúrgico sem uso de cola, com os animais sacrificados
com 7, 30 e 60 dias da cirurgia, denominados de C7, C30 e C60; no grupo
experimental D, o selante sintético foi colocado sobre o tecido cerebral e os coelhos
foram sacrificados com 7 dias, após a cirurgia, denominado de D7 e finalmente, um
grupo experimental E, onde utilizou-se a cola sintética 2-octil-cianoacrilato e ácido
acetil-salicílico (AAS) via oral (10 mg/ kg de peso, dose segundo Baumer et al.,
2006), sendo os animais sacrificados em 7 dias pós-cirúrgicos, denominado de E7.
Todos os animais da pesquisa foram submetidos a estudo anatomopatológico.
4.7.2 Manutenção dos animais no pós-operatório e colheita de material
Após fechamento em plano único e sutura contínua com Mononylon 4-0, limpamos
o ferimento com Soro Fisiológico 0,9% e aplicamos PVPI sobre a ferida operatória. Os
animais foram transferidos para gaiolas individuais no biotério (Figura 8) e sacrificados
com injeção de Diazepan de 5 mg por dose, em dias determinados anteriormente.
86
Figura 8. Fotografia evidenciando os animais em gaiolas individuais no biotério.
Após o sacrifício, foi retirada em bloco a porção da dura-máter que continha ou não,
a aplicação dos selantes, seja biológico ou sintético, sendo a peça fixada em formol a 10%
(Figura 9).
Figura 9. Fotografia evidenciando a cabeça do coelho com a craniectomia fronto-
parieto-temporal direita, fixada em formol a 10 %.
87
4.7.3 Preparação do material para exame histológico
Os tecidos que envolviam a dura-máter, bem como os hemisférios cerebrais
correspondentes, foram retirados cuidadosamente, colocados em recipientes separados e
fixados em formol a 10%, corados pela técnica de Hematoxilina-Eosina e rotulados como
A, B, C, D, E, de acordo com o grupo experimental, mais uma fração cujo numerador
significa o número de ordem do animal e o denominador, o dia em que se procedeu o
sacrifício. Assim, A6/60 significa o sexto coelho tratado com a cola sintética e sacrificado
em 60 dias.
4.7.4 Parâmetros histológicos analisados
A análise microscópica visou observar a possibilidade de rejeição ou assimilação do
produto bem como o grau de processo inflamatório adicional à agressão cirúrgica. Foram
comparados as dura-máter dos coelhos operados sem selante, com aquelas reforçadas com
selante biológico ou sintéticos, e principalmente, o comportamento destas duas últimas
entre si.
Os achados histológicos seguiram a seguinte terminologia, adotada por Pereira
(1982) no intuito de investigar a rejeição da substância em estudo:
VASCULARIZAÇÃO: presença de capilares de tecido de granulação ou do tipo adulto.
FIBROBLASTOS: presença de células com aparência de fibroblastos morfologicamente
fusiformes ou estrelados.
88
REAÇÃO INFLAMATÓRIA AGUDA: presença de polimorfonucleares neutrófilos
acompanhados de fibrina ou de outros polimorfonucleares.
INFILTRAÇÃO DE MONUCLEARES: presença de células com aparência de linfócitos,
plasmócitos ou macrófagos, sem especificação da predominâcia de alguma delas.
GIGANTÓCITOS: presença de policariontes do tipo corpo estranho.
HEMORRAGIAS: presença de hemácias íntegras no interstício.
As alterações anteriores foram anotadas seguindo a escala numérica de Phillips et
al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005: se ausentes ( grafadas com 0) , se presente discreta
( grafada com +), presente moderada (grafada com + +), presente abundante ( grafada com
+ + +).
4.8 Análise estatística
Foram realizadas análises descritivas quando nenhum teste estatístico de
significância era adequado ou a simples composição de valores era insuficiente para a
tomada de conclusões. Aplicou-se o programa estatístico Statistical Package for Social
Sciences (SPSS), versão 8.0 para Windows na análise estatística. Para comparações
estatísticas entre os pesos médios inicial e final, para cada grupo, usou-se o teste não
paramétrico de Wilcoxon. O teste t de student foi utilizado para comparar as médias das
variáveis entre os grupos controle e estudo. Para o estudo entre os animais de um mesmo
grupo, nos seus respectivos períodos pós-operatórios, e para o estudo de diferentes grupos
em um mesmo período, foi aplicado o teste não paramétrico de Mann-Whitney, quando
apropriado. Os testes de Kruskal-Wallis e ANOVA foram usados para várias amostras
independentes. A probabilidade de significância em todos os procedimentos estatísticos foi
designada por “p”, o qual foi comparado com nível de significância de 0,05 ou igual 5 %.
89
RESULTADOS
90
5. RESULTADOS
O teste de toxicidade aguda com exposição dermal simples, usando o 2-octil-
cianoacrilato na superfície cutânea do pavilhão auricular de 6 coelhos e 6 cobaios e
observada por 24 horas, não mostrou sinais de hiperemia, edema ou alteração da
temperatura local. Na observação por um período de duas semanas, não foram
encontrados, alem das alterações citadas, nenhum sinal de necrose ou infecção local. Foi
verificado que após a primeira semana, a cola aplicada se desprendeu naturalmente em
todos os animais.
Dos 66 coelhos analisados, todos sobreviveram aos experimentos. Não foi
observado nenhum caso de deiscência de ferida operatória, abscesso ou outros sinais de
infecção.
As medidas da temperatura (ºC) em busca de reação pirogênica ao produto sintético
2 octil-cianoacrilato ( Grupo A) comparando com o produto biológico ( Grupo B) e sem
uso de produtos , controle (Grupo C) encontram-se na Tabela 1. Os dados são apresentados
como medidas descritivas estatísticas (média, desvio padrão (DP), mínimo (Mín.) e
máximo (Máx.) ) para a temperatura observada no experimento com os coelhos nos dias da
cirurgia ( dia 0), 1º, 2º, 3º, 7º, 30º e 60º. Observou-se pouca variação nestas medidas por
grupo controle, B e A e por dia.
91
Tabela 1- Medidas descritivas da temperatura ( ºC), por dia e por grupo.O grupo B usou
cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato.
Grupo
Controle B A
Dia
Média DP Mín. Máx. Média DP Mín. Máx. Média DP Mín. Máx.
0 39,4 0,23 39,2 39,8 39,5 0,39 39,1 40,1 39,5 0,12 39,4 39,7
1 39,4 0,31 38,8 39,7 39,2 0,65 38,1 40,0 39,6 0,10 39,4 39,7
2 39,4 0,42 38,6 39,8 39,5 0,38 39,2 40,2 39,5 0,05 39,5 39,6
3 39,3 0,33 38,7 39,6 39,5 0,42 39,1 40,2 39,5 0,12 39,3 39,6
7 39,3 0,36 38,6 39,6 39,5 0,38 39,2 40,2 39,4 0,19 39,1 39,6
30 39,2 0,30 38,8 39,6 39,1 0,98 37,1 39,8 39,2 0,18 38,9 39,4
60 39,2 0,30 38,7 39,4 39,3 0,35 38,9 39,9 39,5 0,23 39,1 39,7
A Tabela 2 apresenta as medidas descritivas estatísticas Média, Desvio padrão (DP),
mínimo e máximo para a temperatura observada nos dias da cirurgia ( dia 0), e nos dias
pós-cirúrgicos 1, 2, 3 e 7 para os grupos onde a cola sintética foi usada diretamente no
cérebro dos coelhos (Grupos D) e em que foi administrado o ácido acetil-salicílico durante
o uso do produto sintético no reforço dural (Grupo E).
Tabela 2- Medidas descritivas da temperatura (ºC), por dia e por grupo. O grupo D usou o
2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro, e o E, após o fechamento dural, usou AAS.
D E
Dia
Média DP Mín. Máx. Média DP Mín. Máx.
0 39,5 0,3 39,2 40,0 39,8 0,3 39,4 40,3
1 39,6 0,1 39,4 39,8 39,7 0,2 39,6 40,2
2 39,6 0,2 39,4 39,8 39,7 0,3 39,3 40,3
3 39,6 0,2 39,4 39,9 39,7 0,3 39,3 40,1
7 39,7 0,2 39,4 39,9 39,6 0,3 39,4 40,1
92
O Gráfico 1 mostra a temperatura média para os dias 0 (T0), 1 (T1), 2 (T2), 3 (T3) e
7 (T7) nos grupos Controle, A, B, D e E. Observa-se nos grupos D e E as maiores
temperaturas médias. Os grupos Controle, A e B mostram temperaturas médias mais
baixas.
Gráfico 1: Temperatura média (ºC) por grupo e por dia. Os valores estão expressos com
média ± DP. O grupo B usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o
2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro, e o E ,após o fechamento dural, usou AAS.
No Gráfico 1, comparando isoladamente os grupos controle, B e A, observa-se que
o grupo controle apresenta as menores temperaturas médias. Os grupos A e B apresentam
temperaturas médias maiores porém dentro dos valores normais (não febril).
A Tabela 3 apresenta medidas descritivas estatísticas para a temperatura média dos
grupos Controle, B, A, D e E e para todos os grupos juntos. O Gráfico 2 mostra os valores
médios da temperatura por grupo.
93
Tabela 3- Medidas descritivas da temperatura (ºC), por grupo.(considerou todos os dias 0,
1, 2, 3 e 7). . O grupo B usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o
2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro, e o E ,após o fechamento dural, usou AAS.
Medidas estatísticas descritivas
Grupo
Média Desv. padrão Mínimo Máximo
Controle 39,3 0,30 38,6 39,8
B 39,4 0,50 37,1 40,2
A 39,5 0,10 38,9 39,7
D 39,6 0,21 39,2 40,0
E 39,7 0,27 39,3 40,3
Todos os
grupos
39,5 0,31 38,1 40,3
De acordo com o Gráfico 2, observa-se que a maior temperatura média ocorreu nos
grupos D e E. O grupo A apresentou temperatura média superior em uma diferença muito
pequena (um décimo apenas) ao grupo controle e B e inferior aos demais grupos.
Gráfico 2: Temperatura média ( ºC) por grupo. Os valores estão expressos com média ±
DP. O grupo B usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o 2-octil-
cianoacrilato sobre o cérebro, e o E ,após o fechamento dural, usou AAS.
94
A Tabela 4 apresenta as medidas estatísticas médias, desvio padrão (DP), mínimo e
máximo da temperatura corporal durante os dias 0 (T0), 1 (T1), 2 (T2), 3 (T3) e 7 (T7) dos
grupos Controle e D . Observamos, no grupo Controle, as temperaturas médias mais baixas.
O grupo de estudo D apresentou temperaturas médias mais altas, contudo equivalente a
valores normais (não febril). O modelo ANOVA foi usado com medidas repetidas (dias) e
temperatura como uma variável dependente. Conforme este teste, há evidência estatística
na qual a temperatura média variou significativamente no grupo D, durante os dias do
experimento. Podemos admitir a hipótese estatística na qual a temperatura média neste
grupo não é o mesmo nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 (p=0.009).
Observamos no grupo Controle que as temperaturas não foram, por meio da
estatística, significativamente diferentes durante os dias (p=0.711).
Tabela 4-. Medidas descritivas da temperatura (ºC) diária do grupo. O grupo D usou o 2-
octil-cianoacrilato sobre o cérebro.
Grupo Controle Grupo D
Dia
Media DP Mín. Máx. Media DP Mín. Máx.
0 39,4 0,23 39,2 39,8 39,5 0,3 39,2 40,0
1 39,4 0,31 38,8 39,7 39,6 0,1 39,4 39,8
2 39,4 0,42 38,6 39,8 39,6 0,2 39,4 39,8
3 39,3 0,33 38,7 39,6 39,6 0,2 39,4 39,9
7 39,3 0,36 38,6 39,6 39,7 0,2 39,4 39,9
95
A temperatura nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 não apresentam diferenças estatísticas nos
grupos A e E, segundo o teste de Mann-Whitney (Valor-P> 0,05). Pode-se concluir que
não há diferença estatística nas temperaturas destes dias nos grupos A e E.
Utilizou-se o modelo de Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas
(dias) e temperatura como variável dependente.
De acordo com a Análise de Variância, para a temperatura avaliada nos dias 0, 1, 2,
3 e 7, no grupo controle, há evidência estatística de que a temperatura média não varia de
forma significativa ao longo dos dias do experimento. Admite-se a hipótese estatística de
que a temperatura média neste grupo é igual nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 (Valor-P > 0,05).
Da mesma forma, a temperatura média não varia de forma significativa nos grupo B
e A ao longo dos dias do experimento. Admite-se a hipótese estatística de que a
temperatura média, nestes grupos, é igual nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 (Valor-P > 0,05).
Já no grupo D, há evidência estatística de que a temperatura média varia de forma
significativa ao longo dos dias do experimento. Admite-se a hipótese estatística de que a
temperatura média neste grupo não é igual nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 (Valor-P < 0,05). Neste
caso, o dia 0 (zero) apresentou menor temperatura média (39,5º) o último dia apresentou a
maior temperatura média. O teste de Friedman confirmou a diferença de temperatura por
dia (Valor-P = 0,038 < 0,05).
Utilizou-se o modelo de Análise de Variância (ANOVA) com medidas repetidas
(dias) e temperatura como variável dependente no grupo E. Observou-se que há evidência
estatística de que a temperatura média não varia de forma significativa neste grupo ao longo
dos dias do experimento. Admite-se a hipótese estatística de que a temperatura média neste
grupo é igual nos dias 0, 1, 2, 3 e 7 (Valor-P > 0,05).
96
A Tabela 5 apresenta as medidas estatísticas descritivas, média, desvio padrão (DP),
mínimo e máximo para o peso (g) inicial médio e peso final médio para os dias 7, 30 e 60.
Observa-se, no grupo controle, que nos dias 7 e 30 houve ganho de peso enquanto que aos
60 dias, houve uma diminuição do peso médio. No grupo B houve aumento de peso, sendo
que aos 60 dias este aumento foi pouco acentuado. No grupo A, ocorreu aumento de peso
médio em todos os dias.
Tabela 5- Medidas descritivas do peso (g) por dia e por grupo. O grupo B usou cola
biológica e o A, 2-octil-cianoarilato
Grupo
Controle B A
Dia
Fase
Média DP Mín. Máx. Média DP Mín. Máx. Média DP Mín. Máx.
7 Inicial 2516,7 271,4 2000 2800 2733,3 463,6 2400 3600 2316,2 147,2 2200 2600
Final 2650,0 104,9 2500 2800 2833,3 480,3 2600 3800 2363,3 149,9 2200 2600
30 Inicial 2833,0 361,5 2400 3400 2750,0 251,0 2300 3000 2533,3 206,6 2300 2800
Final 2873,3 351,4 2400 3400 2933,0 320,4 2500 3300 2766,7 233,8 2500 3100
60 Inicial 3058,3 620,0 2150 4000 2700,0 368,8 2100 3000 2673,3 324,1 2200 3000
Final 2891,2 393,0 2905 2940 2778,3 282,2 2270 3100 3000,0 419,5 2600 3800
Gráfico 3 Variação do peso (g) dos animais, inicial médio e peso final médio para os dias
7, 30 e 60. Os valores estão expressos como média ± DP. . O grupo B usou cola biológica e
o A, 2-octil-cianoarilato
97
No Gráfico 3 confirma-se a observação feita na Tabela 5, de que no grupo A,
ocorreu aumento de peso médio em todos os dias analisados. No grupo B houve aumento
de peso, sendo que aos 60 dias este aumento foi pouco acentuado. No grupo controle, nos
dias 7 e 30 houve ganho discreto de peso, enquanto que aos 60 dias, houve uma diminuição
do peso médio.
Analisando as medidas estatísticas descritivas (média, desvio padrão (DP), mínimo
e máximo para o peso inicial médio e final médio) para os grupos Controle, B e A, durante
os primeiros 7 dias, observa-se, no grupo Controle, um pequeno aumento de peso (0,07%),
e nos grupos B e A, um aumento de peso razoável, respectivamente B = 4,41% e A =
8,04%. O peso médio quase não variou no grupo controle e apresentou aumento nos grupos
B e A.
A tabela 6 apresenta comparações estatísticas para os pesos médios inicial e final
para cada grupo, através do teste t-Student. Conforme já observado na Tabela 5 e Gráfico
3, confirma-se pelo método estatístico que não ocorreu variação significativa de peso no
grupo controle, B, D e E. . O grupo A apresentou ganho de peso médio significativo
(Valor-P < 0,05). Considerando o nível de significância de 10%, os grupos Controle, B e A
apresentam aumento significativo de peso (Valor-P < 0,10).
98
Tabela 6- Medidas descritivas do peso por grupo e comparação do peso (g) inicial e final
pelo teste t-Student. . O grupo B usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D
usou o 2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro, e o E, após o fechamento dural, usou AAS.
Medidas estatísticas descritivas Teste - t
Grupo
Fase
Média Desv. Pad. Mínimo ximo Estat. Valor-P
Inicial 2802,7 474,8 2000 4000
Controle
Final 2804,8 312,6 2230 3400
1,595
0,064
Inicial 2727,8 339,2 2100 3600
B
Final 2848,2 354,7 2270 3800
1,556
0,069
Inicial 2507,8 269,5 2200 3000
A
Final 2710,0 384,3 2200 3800
3,218
0,002
Inicial 2516,7 421,5 2000 3000
D
Final 2406,7 298,4 2200 3000
0,806
0,228
Inicial 2466,7 121,1 2300 2600
E
Final 2446,7 184,0 2200 2700
0,346
0,372
Conforme já observado na Tabela 6 e Gráfico 3, analisando comparações
estatísticas para os pesos médios inicial e final, para cada grupo, através do teste não
paramétrico de Wilcoxon, confirma-se que ocorreu variação significativa de peso mediano
apenas no grupo A.
A Tabela 7 apresenta medidas estatísticas descritivas do peso inicial e final para os
grupos Controle, B, A, D e E e com todos os grupos juntos (Total), em 7 dias. O Gráfico 4
mostra o peso médio inicial e final por grupo.
99
Tabela 7 -Medidas descritivas do peso (g) por grupo. . O grupo B usou cola biológica e
o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o 2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro, e o E
,após o fechamento dural, usou AAS.
Medidas estatísticas descritivas
Grupo
Média Desv. padrão Mínimo Máximo
Inicial 2802,7 474,8 2000 4000
Controle
Final 2804,8 312,6 2230 3400
Inicial 2727,8 339,2 2100 3600
B
Final 2848,2 354,7 2270 3800
Inicial 2507,8 269,5 2200 3000
A
Final 2710,0 384,3 2200 3800
Inicial 2516,7 421,5 2000 3000
D
Final 2406,7 298,4 2200 3000
Inicial 2466,7 121,1 2300 2600
E
Final 2446,7 184,0 2200 2700
Inicial 2645,3 375,9 2000 4000
Total
Final 2722,1 359,3 2200 3800
Observa-se, no Gráfico 4, que ocorreu aumento pequeno de peso médio nos grupos
controle, B e A. Nos grupos D e E ocorreu perda de peso médio em sete dias.
Gráfico 4: Peso (g) médio inicial e final por grupo. Os valores estão expressos com média
± DP. . O grupo B usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o 2-octil-
cianoacrilato sobre o cérebro, e o E ,após o fechamento dural, usou AAS.
100
A Tabela 8 apresenta as medidas estatísticas descritivas, média, desvio padrão
(DP), mínimo e máximo do peso (g) médio inicial e o peso médio final durante o dia 7 e a
utilização do teste de t-Student, do grupo Controle comparado com o grupo D, onde foi
utilizado o 2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro. Podemos observar que no dia 7, o grupo
Controle, os animais tinham ganhado peso.
Tabela 8- As medidas descritivas, média, desvio padrão (DP) do peso mínimo e máximo
para o peso (g) médio inicial e o peso médio final durante o dia 7, utilizando o teste t-
Student. O grupo D usou o 2-octil-cianoacrilato sobre o cérebro.
Medidas descritivas t -test
Grupo
Fase
Media SD Mín. Máx. Estast. Valor-p
Inicial 2802,7 474,8 2000 4000
Controle
Final 2804,8 312,6 2230 3400
1,595
0,064
Inicial 2516,7 421,5 2000 3000
D
Final 2406,7 298,4 2200 3000
0,806
0,228
A Gráfico 5 ilustra as diferenças do peso inicial e final. O peso médio no grupo Controle
quase não variou, e a comparação das médias inicial e final não foi estatísticamente
significante (p=0.064), mas diminuiu no grupo D. O grupo D apresentou uma redução do
peso médio que não foi significante, usando teste de t-Student para comparar o peso médio
inicial e final (p=0,228).
101
Gráfico 5. Peso (g) Médio Inicial e Final dos grupo Controle e D. O grupo D usou o 2-
octil-cianoacrilato sobre o cérebro.
Observa-se, no Gráfico 6, que o peso médio do grupo A aumentou enquanto que o
peso médio do grupo E diminuiu. O teste de Mann-Whitney, com estatística de teste 12,5 e
Valor-P = 0,397 não apresentou diferença estatística, que pode ser atribuída ao pequeno
tamanho da amostra.
Gráfico 6: Peso médio inicial e final dos grupos A e E. . O grupo A usou o 2-octil-
cianoarilato. O grupo E usou o 2-octil-cianoacrilato, após o fechamento dural, e usou AAS.
102
A Tabela 9 apresenta medidas descritivas estatísticas de variáveis histológicas por
grupo e por dia. O fibroblasto apresenta maior valor médio no grupo controle e no grupo B.
A reação inflamatória aguda ( RIA ) nos grupos A e E. O valor médio do gigantócito foi
nulo em todos os grupos. A maior vascularização média ocorreu no grupo controle, seguido
dos grupos E, B e A. A menor média de hemorragia ocorreu no grupo A e E.
TABELA 9- Medidas descritivas da alteração histológica por dia e por grupo. O grupo B
usou cola biológica e o A, 2-octil-cianoarilato. O grupo D usou o 2-octil-cianoacrilato sobre
o cérebro, e o E ,após o fechamento dural, usou AAS.
Dias
7 dias 30 dias 60 dias
Grupo
Variável
histológica
Média DP Média DP Média DP
Fibroblasto 2,17 0,98 0,0 1,0 0,0 0,0
RIA 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Infilt. Mon. 1,0 1,1 0,33 0,52 0,0 0,0
Gigantócito 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Vascularização 2,17 0,98 0,50 0,55 0,5 0,55
Controle
Hemorragia 1,17 0,75 0,0 0,0 0,0 0,0
Fibroblasto 1,50 0,84 1,0 0,90 0,0 0,0
RIA 0,33 0,52 0,0 0,0 0,0 0,0
Infilt. Mon. 0,33 0,86 0,0 0,0 0,0 0,0
Gigantócito 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Vascularização 1,17 0,41 0,33 0,52 0,33 0,52
B
Hemorragia 1,33 1,03 0,0 0,0 0,0 0,0
Fibroblasto 1,17 0,75 1,0 0,89 0,17 0,41
RIA 0,67 0,82 0,0 0,0 0,0 0,0
Infilt. Mon. 0,50 0,55 0,50 0,5 0,0 0,0
Gigantócito 0,0 0,50 0,0 0,0 0,0 0,0
Vascularização 1,0 0,63 1,17 0,41 1,0 0,0
A
Hemorragia 1,0 0,63 0,17 0,41 0,0 0,0
Fibroblasto 0,83 0,41 - - - -
RIA 0,83 1,17 - - - -
Infilt. Mon. 0,50 0,55 - - - -
Gigantócito 0,0 0,0 - - - -
Vascularização 1,33 0,52 - - - -
E
Hemorragia 0,83 0,98 - - - -
103
Comparando as variáveis histopatológicas por cada dia ( 7, 30 e 60 ), dos grupos
Controle, B e A pelo teste de Kruskal-Wallis, observa-se que em todos os grupos não
ocorreu diferença significativa por dia (Valor-P > 0,05). Se o nível de significância adotado
fosse 10%, a única variável histopatológica diferente por grupo seria a Vascularização. O
grupo controle é o mais vascularizado e o grupo A o menos vascularizado.
O modelo de ANOVA, com uma classificação (grupos: controle, A e B) para cada
variável histológica, foi aplicada para cada dia 7, 30 e 60 do experimento para avaliar
diferenças no grau de alteração histológica na dura-máter de cada unidade experimental por
grupo. Observa-se que a vascularização apresenta resultado significativo no 7º e 60º dias. O
teste de Tukey comprova que no 7º dia a menor vascularização ocorreu no grupo A e a
maior no grupo Controle, não ocorrendo diferença significativa entre os grupos A e B. No
60º dia, a menor vascularização ocorreu no grupo B e a maior no grupo A, porém, a
diferença entre os grupos A e B são da ordem de 0.5, inferior à unidade utilizada para
avaliar qualitativamente a vascularização ( 0 = ausência de vascularização; 1 = discreta
vascularização ; 2 = moderada; 3 = intensa vascularização).
De acordo com o Gráfico 7, o fibroblasto ocorre de forma decrescente ao longo dos
grupos Controle (maiores valores) , B e A, e que os valores de B se assemelham ao
comportamento dos valores de A.
A RIA ocorre na presença da cola, seja esta biológica (B) ou sintética (A).
A Vascularização ocorre com maior intensidade no grupo controle, sendo pouco
intensa nos grupos B e A.
104
Gráfico 7: Diagrama de caixa (Box Plot) para as variáveis histológicas Fibroblasto,
Reação inflamatória aguda (RIA) e Vascularização.
O Gráfico 8, demonstra o comportamento das variáveis histológicas, tendo a
celularidade expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005, no sétimo
dia do experimento. Observou-se que um aumento do fibroblasto ocorre nos grupos
Controle (maiores valores) , B e A, e que os valores de B se assemelham ao comportamento
dos valores de A.
A RIA ocorre na presença da cola, seja esta biológica (B) ou sintética (A).
105
A Vascularização ocorre com maior intensidade no grupo controle, sendo pouco
intensa nos grupos B e A. Não houve presença de gigantócitos nos grupos estudados nesta
data.
Variáveis Histológicas- 7 dias
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigancito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigancito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigancito
Vascularização
Hemorragia
CBA
Grupo
Celularidade
Gráfico 8: Variáveis histológicas Fibroblasto, Reação inflamatória aguda (RIA), Infiltrado
moonucear, Gigantócitos, Vascularização e Hemorragia por dia 7, por grupo.
A celularidade está expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005.
O Gráfico 9 demonstra o comportamento das variáveis histológicas, tendo a
celularidade expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005, no
trigésimo dia do experimento, observando-se o aumento do fibroblasto nos grupos B e A,
e que os valores de B se assemelham ao comportamento dos valores de A.
A RIA que ocorreu na presença da cola, seja esta biológica (B) ou sintética (A), no
dia 7, já não se observa no dia 30 do experimento.
106
A Vascularização ocorre com maior intensidade no grupo A. Não houve presença de
gigantócitos nos grupos estudados nesta data.
Variáveis Histológicas- 30 dias
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
CBA
Grupo
Celularidade
Gráfico 9: Variáveis histológicas Fibroblasto, Reação inflamatória aguda (RIA), Infiltrado
moonucear, Gigantócitos, Vascularização e Hemorragia por dia 30, por grupo.
A celularidade está expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005.
O Gráfico 10 demonstra o comportamento das variáveis histológicas, tendo a
celularidade expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005, no
septuagésimo dia do experimento, observando-se um pequeno aumento do fibroblasto que
ocorre no grupo A.
A Vascularização ocorre com maior intensidade no grupo A. O teste de Tukey
comprova que, no 60º dia, a menor vascularização ocorreu no grupo B e a maior no grupo
107
A, porém, a diferença entre os grupos A e B são da ordem de 0.5, inferior à unidade
utilizada para avaliar qualitativamente a vascularização.
Não houve presença de gigantócitos nos grupos estudados nesta data.
Variáveis Histológicas- 60 dias
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
Fibroblasto
RIA
Infilt. Mon.
Gigantócito
Vascularização
Hemorragia
CBA
Grupo
Celularidade
Gráfico 10: Variáveis histológicas Fibroblasto, Reação inflamatória aguda (RIA),
Infiltrado moonucear, Gigantócitos, Vascularização e Hemorragia por dia 60, por grupo.
A celularidade está expressa segundo Phillips et al., 1992 e Kleinpaul e Bincas, 2005.
O processo de cicatrização da dura-máter, avaliado por infiltração de célula
inflamatória, neovascularização, e atividade fibroblástica, não se diferenciou
significativamente entre os três grupos nos sétimos, trigésimos e sexagésimos dias (p>
0.05). As Figuras 10a e 10b mostram claramente o comportamento histológico quanto a
proliferação fibroblástica e as Figuras 10c e 10d a RIA, no sétimo dia de sacrifício dos
animais que usaram selantes.
108
Figura 10-a. Fotomicrografia histológica da dura-máter obtida no grupo A, no sétimo dia.
Corada com Hematoxifilina e Eosina (H e E), ampliação original X 400. Proliferação
fibroblástica(++) no grupo A (animal-A3). b. Fotomicrografia histológica da dura-máter
obtida no grupo B, no sétimo dia. H e E, ampliação original X 400. Proliferação
Fibroblástica (++) no grupo B (animal-B5)
Figura 10c. Fotomicrografia histológica de espécime l obtidos no grupo A no sétimo dia. H
e E, ampliação original X 400. RIA(+) no grupo A( animal-A3).d. Fotomicrografias
histológica de espécime obtido no grupo B no sétimo dia. H e E, ampliação original X 400.
RIA(+) no grupo B (animal B3).
a b
c d
109
Não houve também nenhuma diferença entre os grupos quanto à infiltração de
célula mononuclear (P> 0.05), corpo estranho (p> 0.05), e hemorragia (P> 0.05).
Os resultados do estudo histopatológico dos cérebros dos 6 coelhos do grupo D,
como mostrado na Figura 11, mostram o cérebro normal (Figura 11a) e a presença da
necrose focal em três dos córtex dos animais, com a infiltração mononuclear (50 %) (Figura
11b e 12). Foi notado que só um cérebro não teve nenhuma alteração (Figura 11A). Outro
aspecto histopatológico diferente foi astrocitose (figura 13) e em dois animais foi
encontrado proliferação fibroblástica meningea (figura 14) na área onde a cola foi aplicada.
Não houve nenhum abscesso cerebral ou outras infecções em tecidos adjacentes.
Figura 11a. Fotomicrografia histológica de espécime obtido no grupo D no sétimo dia. H e
E, ampliação original X 400. Cérebro Normal ( animal D1).b. Fotomicrografia histológica
de espécime obtido no grupo D no sétimo dia. H e E, ampliação original X 400. A presença
de necrose focal no córtex dos animais, com infiltração mononuclear (animal D2).
a
b
110
Figura 12. Fotomicrografia histológica de espécime obtido no grupo D, no sétimo dia. H e
E, ampliação original X 400.. A presença de necrose focal no córtex dos animais, com
infiltração mononuclear (animal D6).
Figura 13. Fotomicrografia histológica de espécime obtido no grupo D no sétimo dia. H e
E, ampliação original X 400. Astrocitose ( animal D5).
111
Figura 14. Fotomicrografia histológica de espécime obtido no grupo D no sétimo dia. H e
E, ampliação original X 400. Proliferação fibroblástica meníngea ( animal D3).
De acordo com a Tabela 10, as variáveis histopatológicas nos grupos A e E, utilizando o
teste Mann-Whitney não apresentou diferença estatística significativa (Valor-P > 0,05). Pode-se
concluir que não há diferença estatística nas variáveis histopatológicas dos grupos A e E.
Tabela 10- Comparação das variáveis histopatológicas nos grupos A e E utilizando o teste
Mann-Whitney. O grupo A foi submetido a aplicação da cola 2-octil-cianoarilato e o E também,
porém adicionalmente recebeu AAS.
Histologia Mann-Whitney Valor-P
Fibroblastos 13,0 0,485
RIA 17,5 0,937
Infiltrado Mono 18,0 1,000
Gigantócito 18,0 1,000
Vascularização 13,0 0,485
Hemorragia 15,5 0,699
Em 2 animais do grupo E observamos hemorragia local (Figura 15). Apesar de ser atribuído
inicialmente ao uso do AAS, também verificamos este mesmo achado em 2 animais do grupo A.
112
Figura 15. Fotomicrografia histológica de espécime obtido no grupo E no sétimo dia. H e
E, ampliação original X 400. Hemorragia(++) ( animal E4).
113
DISCUSSÃO
114
6. DISCUSSÃO
Alguns procedimentos neurocirúrgicos têm uma alta taxa de morbidade e
mortalidade em conseqüência da presença de fistula liqüórica.
Como alternativas, selantes tissulares ou adesivos têm sido usados como reforço nas
suturas durais, servindo como método terapêutico e profilático nas fistulas liquóricas
(VANDEARK et al. 1970 , MARTINOWITZ et al. 1993, SHAFFREEY et al. 1990,
HOLLANDER, SINGER, 1999).
Atualmente, o valor da unidade de 2-octil-cianoacrilato, que é de $ 31,00 (trinta e
um dólares americanos), apresenta-se significativamente menor do que o do valor do
selante de fibrina (www.activeshopper.com/product/search, 2007). Este último produto, não
é disponibilizado de rotina para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), justamente
pelo seu valor elevado.
Foi usado um modelo em coelho para testar 3 diferentes técnicas de fechamento
dural, tendo objetivo de determinar qual foi o método significativamente superior para levar
a um fechamento dural resistente a passagem de água. Também foi avaliada a
histotoxicidade tecidual, através da resposta inflamatória e reação de corpo estranho no
sítio da aplicação, com mínimo dano dural e dos tecidos adjacentes. A separação dos
animais em 2 grupos adicionais, permitiu avaliar a neurotoxicidade do 2-octil-cianoacrilato
diretamente sobre o cérebro dos coelhos em estudo, e, com a administração de
antiinflamatório não esteroidal (ácido acetil salicílico) para testar se haveria redução da
115
citotoxicidade tecidual, em comparação com um grupo que usou a cola de cianoacrilato no
fechamento dural.
Dentre os dois adesivos utilizados neste estudo, um foi o adesivo biológico, dos
quais o mais conhecido é o adesivo de fibrina Beriplast P®. Este, normalmente, é utilizado
em situações onde se quer reforçar a sutura dural profilaticamente ou tratar a fístula
liqüórica existente. É um produto complexo, derivado de plasma, que vem sendo utilizado
em escala cada vez maior, como adesivo tissular biodegradável para deter ou controlar
sangramentos ou para propiciar fechamento hermético a prova de ar ou líquido em diversas
situações cirúrgicas (RADOSEVICH et al., 1997; ROUSOU , ENGEMAN ,
BREYER,1980; MENOVSKY, DE VRIES, BLOSS, 1999).
O outro adesivo, usado no experimento, foi um adesivo sintético, um cianoacrilato
de cadeia longa, o 2-octil-cianoacrilato, semelhante ao n-butil-cianoacrilato, são menos
tóxicos e mantém uma adesão mais forte do que os cianoacrilatos de cadeia mais curta,
(metil, etil) que são mais reativos e têm uma maior toxicidade. O n-butil-cianoacrilatos no
sítio da aplicação, produz uma resposta inflamatória branda e há reação de células gigantes
tipo de corpo estranho e é biodegradável. O 2-octil-cianoacrilato é bem mais estável, tem
maior flexibilidade e também mantem uma adesão mais forte. Estes adesivos também são
degradados muito mais lentamente do que butil-cianoacrilatos e são considerados atóxicos
(TORIUMI et al., 1991). Não há, atualmente, nenhum relatório da toxicidade sistêmica
associada com o uso de 2-octil-cianoacrilatos (HOLLANDER, SINGER, 1999), nem
relatos na literatura com uso deste produto, principalmente na forma mais viscosa, sendo
utilizada experimentalmente como selante nas lesões da dura-máter e profilaxia da fístula
liquórica.
116
Agarwal et al., 1998, analisando em um estudo experimental 20 ratos, estudando
modificações histopatológicas, depois do uso da cola biológica e sintética em enxertos
durais, notaram uma reação inflamatória intensa que foi observada com ambas as colas,
persistindo até a décima primeira semana de observação.
Ozisik et al. (2006) usaram um modelo animal em rato para testar 4 técnicas de
fechamento dural diferentes. Usando um cianoacrilato de cadeia curta, o metil-metacrilato,
um de cadeia longa, o n-butil-cianoacrilato, uma cola de fibrina e laser de CO(2),
concluíram que a cola de fibrina foi o material mais seguro, porém, com um risco de
vazamento de líquor, que foi mais alto do que n-butil-cianoacrilatos (25 % contra 12.5 %)
mas, mesmo assim, foi considerado aceitável. As técnicas com metil-metacrilato e o laser
de CO (2) foram inadequadas para parar a fístula dural.
Caim et al., 1988, investigaram as forças relativas do reparo dural usando técnicas
de sutura convencional, sutura complementada com adesivo tissular, e com o adesivo
tissular sozinho. Eles observaram que os defeitos da dura-máter de cadáver, reparadas com
a sutura sozinha escoaram na pressurização dentro dos limites fisiológicos, enquanto
aquelas complementadas com adesivos de tecido falharam quando submetidos a mais altos
níveis de pressurização. Em outras palavras, eles mostraram que as técnicas de suturas
contínuas e interrompidas simples, usadas in vitro, em amostras de dura-máter humanas,
não conseguiram manter um selo impermeável na pressurização dentro da variedade
fisiológica normal. Porém, quando as técnicas de sutura idênticas foram reforçadas com
cola de fibrina ou polímero cianoacrilato, estas forças, in vitro, foram aumentadas de 7 a 22
vezes, respectivamente. No mesmo trabalho, na prova in vitro, realizada em coelhos da raça
Nova Zelândia, chegaram a mesma conclusão. Diferentemente da nossa pesquisa, as seções
117
histológicas obtidas no sítio do reparo dural, tratadas com o polímero cianoacrilato (etil-2-
cianoacrilato), apresentaram respostas inflamatórias significantes, inclusive com
diminuição da espessura da dura-máter, gliose e necrose cortical, enquanto as seções
histológicas observados no nosso experimento, demonstraram uma resposta inflamatória
mínima, com o uso do cianoacrilato de cadeia longa, 2 octil-cianoacrilato e semelhante à
reação tecidual apresentada com o uso do selante adesivo de fibrina.
É provável que as diferenças existentes entre os nossos resultados eos destes autores
se deva à utilização de materiais selantes diversos ( CAIM et al., 1988). Utilizaram um
cianoacrilato de cadeia curta, o etil-2-cianoacrilato, que tradicionalmente se mostrou tóxico.
Outra diferença é que foi usado uma forma líquida de cianoacrilato, diferente do nosso, que
possuia alta viscosidade, reduzindo o risco de escoar pela dura-máter e chegar ao cérebro,
podendo lesar o manto cortical. Estes autores também observaram diferenças nas falhas de
pressões, entre as amostras in vitro da dura-máter de cadáver humano e da dura-máter do
coelho tratadas com métodos idênticos. Os autores atribuem essas diferenças às diversas
espessuras da dura-máter entre as duas espécies.
Toriumi et al. (1991), estudaram o butil-2-cianoacrilato, que foi aplicado entre um
enxerto de osso e a cartilagem, em uma orelha de coelho, e também adjacente ao tecido
celular subcutâneo bem-vascularizado, sem enxerto, na orelha oposta. A análise histológica
revelou mínima ou quase nenhuma inflamação, quando a pequena quantidade da cola foi
usada na região não-vascularizada, entre enxerto de osso e a cartilagem auricular.
Contudo, a implantação subcutânea, que esteve em contato com o tecido bem-
vascularizado, resultou no aumento da inflamação aguda e prolongou a reação de corpo
estranho com células gigantes. No nosso estudo, demonstramos que o 2 octil-cianoacrilato
118
elícita mínima histotoxicidade quando usado na sutura da dura-máter de coelhos. Isto
ocorre porque este tecido tem uma estrutura fibrosa e com pouca vascularização em
comparação com o tecido celular subcutâneo.
A dura-máter humana, sendo uma membrana protetora que recobre o cérebro,
apresenta uma estrutura fibrosa que, com a idade, apresenta modificações de espessura de
0.3 para 0.8 mm. Ela compõe-se principalmente de tecido conjuntivo rico em fibras
colágenas, que são imersos em fluido amorfo (intersticial) (ZYABLOV et al., 1982;
BARON et al., 1978). A camada colágena é a camada principal da dura-máter humana,
sendo responsável por mais de 90 % da sua espessura. Por isso, as suas propriedades óticas
são principalmente definidas pelas propriedades ótica da camada colágena. É importante
observar que os limites abruptos entre as camadas superiores, médias, e as mais inferiores
são ausentes. Assim, segundo a sua estrutura, a dura-máter humana é mais fechada que a
esclera e a derme de pele. A diferença principal entre a estrutura de esclera e a dura-máter é
a presença da pequena rede bifurcada de vasos sanguíneos nesta última (ZYABLOV et al.,
1982).
Os estudos que usaram derivados mais tóxicos do adesivo cianoacrilato (como
moléculas de cadeia mais curtas, metil, etil) mostraram histotoxicidade e uma reação
inflamatória intensa e fibrose ( CAIN et al.,1988; OZISIK et al., 2006; AGARWAL et al.,
1998). Esta reação é devido ao resíduo de cianeto e ao calor lançado quando o monômero
polimeriza (AGARWAL et al., 1998). Uma outra causa de citotoxicidade dos cianoacrilatos
é a quantidade na produção de formaldeído, que é reduzida quando o comprimento dos
grupos alquila e do peso molecular do polímero cianoacrilato cresce. Então, este mais novo
derivado, 2-octil-cianoacrilato, com uma cadeia mais longa, polimeriza mais lentamente.
119
Assim, além de produzir menos formaldeído, lança o calor aos tecidos mais lentamente.
Teoricamente ele não é tóxico (NITSCH et al., 2005; TSENG et al., 1990; REFOJO et
al.,1971). O polímero cianoacrilato produz o formaldeído como subproduto da degradação
hidrolítica, só causando histotoxicidade se o nível acumulado na área tratada for acima do
limiar tóxico (TSENG et al. 1990; REFOJO et al.,1971).
Como mostrado no nosso estudo, a pequena aplicação de 2-octil-ciano-acrilato para
o reforço dural, ou para a correção da fístula liqüórica preexistente, quase não apresenta as
propriedades inflamatórias adversas das colas mais antigas, comportando-se, como mostra
o estudo do processo cicatricial da dura-máter, (avaliado por infiltração de células
inflamatórias, neovascularização e atividade dos fibroblastos) sem diferença significativa
entre os três grupos estudados, nos sétimos, trigésimos e sexagésimos dias (p> 0.05).
Também não houve nenhuma diferença entre os grupos quanto à infiltração de célula
mononuclear (P> 0.05), corpo estranho (p> 0.05), e hemorragia (P> 0.05).
Também usamos um modelo de coelho para testar e avaliar a histotoxicidade pela
resposta inflamatória e a reação da aplicação da cola sintética atual, 2-octil-cianoacrilato,
sobre o cérebro, sabendo-se que o uso da cola biológica também tem seus fatores que
podem limitar seu uso, já que os componentes de cola de fibrina (fibrinogênio e trombina)
são extraídos do plasma humano aglomerado, e o seu uso pode permitir a transmissão de
doenças contagiosas ou induzir reações anafiláticas (SHIRAI et al, 2005; AGARWAL et al
1998). O comportamento da cola biológica, no cérebro, em animais ou pesquisa humana,
foi descrito por muitos autores (GHULAM MUHAMMAD et al., 1997; DE VRIES et al.,
2002; KASSAM et al.,2003; KASSAM et al., 2004).
120
Ghulam Muhammad et al. (1997) estudando a segurança de aplicar cola de fibrina
no cérebro e explorar novas perspectivas em cirurgias, implantou pílulas moles, feitas da
cola de fibrina nos cérebros de rato Wistar. Os resultados demonstraram que ele causa,
significativamente, a acumulação local de células mononucleares, promovendo
angiogenesis perto da ferida e não afetando os elementos gliais e neuronais.
De Vries et al. (2002) em análise semelhante, observaram no grupo em que se usou
a aplicação da cola de fibrina no cérebro, que a reação inflamatória no sétimo dia foi mais
severa no lado de cola de fibrina, quando em comparação com o lado controle. No 28º dia,
contudo, esta diferença foi resolvida. Eles concluíram que neste estudo de segurança
morfológica, a aplicação intracraniana da cola de fibrina, em um modelo de rato, não
induziu o dano cerebral adicional, nem nos nervos intracranianos, ou produziu formação de
escara tecidual .
Kassam et al. (2003 e 2004), em dois relatórios que analisam a cola de fibrina,
concluíram que esta cola biológica não induz uma resposta inflamatória evidente ou uma
resposta neurofisiológica ou histológica anormal dentro de 5 dias da sua aplicação, quando
é aplicado diretamente sobre parênquima cerebral ou sobre a medula espinal cervical de
macacos. Em uma revisão retrospectiva destes autores, é indica do que a cola de fibrina
reduz a incidência de fístula liqüórica pós-operatória, assim como, pneumoencéfalo, e
segundo ROCCHI et al.(2005) reduzindo, de forma geral, os custos.
Apesar da afirmativa ser correta, não há condições da cola biológica ser aplicada de
forma rotineira, na maioria dos hospitais públicos do Brasil, já que se trata de um produto
de valor elevado. Ademais a aplicação dos selantes de fibrina não está isenta de
complicações em seres humanos. Como já foi descrito por Lee et al. (1996 e 1997),
121
produtos contidos no selante, como a trombina, usado após uma hemorragia intra-
parenquimatosa, pode levar a edema cerebral e também pode provocar crises convulsivas
em conseqüência da toxicidade direta à célula cerebral e aumento da atividade elétrica
local, no cérebro.
Avaliando o comportamento dos cianoacrilatos sobre a superfície cortical de
coelhos, Zumpano et al. (1982) observaram necrose severa do córtex superficial, mas não
observaram adesão tecidual, usando etil-2-cianoacrilato, depois da sua aplicação sobre o
tecido cerebral. O tratamento prévio com esteróides não forneceu um efeito protetor
significante. O comportamento diferente dos cianoacrilatos, em seres humanos, foi descrito
por Radosevich et al., em 1997, depois de uma operação de aneurisma intracraniano. Uma
mulher de 61 anos desenvolveu um quadro febril, rigidez de nuca e líquido cerebroespinal
com eosinofilia. Eles suspeitaram de meningite alérgica devido a uma substância estranha.
Foi registrada uma reação positiva ao metil-2-cianoacrilato, o ingrediente principal do
adesivo do tecido usado na cirurgia. Os autores sugeriram que esta substância poderia ter
causado a meningite alérgica no pós-operatório e os sintomas melhoraram com o uso de
esteróides.
Em uma avaliação semelhante ao de Zumpano et al. (1982), mas utilizando gatos,
Diaz et al. (1978) e Hood et al. (1982), analisando os exames neuropatológicos,
descreveram a presença de astrocitose meníngea, degeneração de parede vascular,
hemorragia, e reação inflamatória, no córtex neural onde a cola sintética, etil-2-
cianoacrilato e carbohexoxymetil 2-cianoacrilato foram aplicadas. Os compostos testados
estiveram longe de satisfazer os requerimentos para seu uso com segurança.
122
A grande diferença destes resultados está no fato de, além de ser produtos de cadeia
curta, de acordo com Kaplan e Baysal (2005), o volume usado e o continente de células
onde são depositados, podem influenciar na histotoxicidade. No experimento dos mesmos
autores, a colocação de cola de cianoacrilato, e de 2 etil-cianoacrilato, em teste de
proliferação celular usando cultura de fibroblastos de comundongo L929, promoveu um
crescimento das células de 10%, quando usado o extrato diluído em 1:10. Após diluição de
1:1, houve crescimento de 30 a 45% dos fibroblastos e quando um grande número de
células foi usado, a proliferação célular superou o efeito citotóxico e resultados consistentes
não poderam ser observados.
No nosso estudo, demonstramos que 2 octil-cianoacrilato provocou menos
histotoxicidade cortical (50%), em comparação com o comportamento dos cianoacrilatos de
cadeia mais curta. Esta última cola sintética levou a 100 % de alterações histológicas
(ZUMPANO et al., 1982), quando usado no cérebro de coelhos. Provavelmente isto
aconteça, segundo o Tuimuri et al. (1991), porque o tecido cerebral é muito vascularizado e
também porque nos estudos que usaram derivados mais tóxicos do adesivo cianoacrilato
(como moléculas de cadeias mais curtas, como metil e etil) ocorre histotoxicidade, com
uma reação inflamatória intensa. Este mais novo derivado, 2-octil-cianoacrilato, com uma
cadeia mais longa, e peso molecular maior, polimeriza mais lentamente, lançando
lentamente o calor aos tecidos. É possível, segundo Diaz et al. (1978), que aquela
degradação química pode realizar-se nos adesivos fornecidos por períodos de tempo
prolongados. Na opinião de Rousou et al. (1984), os adesivos obtidos de duas fontes
diferentes podem conter adjuvantes de toxicidade diferentes.
123
Testando a histotoxicidade tecidual e analisando o comportamento dos
cianoacrilatos (2-octil-cianoacrilato) sobre o sistema nervoso periférico, os resultados do
estudo de Pineros-Fernandez et al. (2005), em anastomoses de nervos, revelaram uma
resposta baixa à toxicidade tecidual. Estes dados são conflitantes com os publicados antes
por Wieken et al.(2003), em que foi usado o butil- cianoacrilato. Neste estudo, a fibrose
retrátil extensa, gerada pela presença do butil-cianoacrilato, causou a redução do diâmetro
do nervo de 50 % a 67 %. Esta redução do diâmetro do nervo foi suficiente para prejudicar
significativamente a restauração da função, que não ocorreu no primeiro estudo citado,
quando o 2-octil-cianoacrilato foi usado.
Pineros-Fernandez et al. (2005) descreveu que o 2-octil -cianoacrilato não
apresentou sinais de toxicidade durante um estudo de seis meses, sem nenhuma deiscência,
e ainda mostraram algumas vantagens superiores à técnica de sutura, por ser de fácil uso no
campo da microcirurgia, encurtando o tempo da anastomose, e melhorando a função do
nervo, mais rapidamente do que na realização de uma sutura. Ambos os métodos utilizados,
seja com sutura, seja com o selante sintético, resultou no alinhamento aceitável, para fins de
coaptação do nervo.
Nenhuma das amostras teve o adesivo entre a anastomose nervosa e segundo o
relatório histopatológico, o mais significante achado nestes estudos foi o fato de que não
houve nenhuma evidência da toxicidade com o grupo tratado pelo 2-octil-cianoacrilato, tal
como tecido necrótico dentro do nervo ou fibrose extensa. Assim, estes autores afirmam
que a tensão superficial ou a viscosidade do adesivo ajudaram a sua permanência na
superfície de tecido nervoso. Em adição, os autores informam que esta qualidade pode fazer
124
do 2-octil-cianoacrilato um instrumento útil, especialmente em áreas cirúrgicas com acesso
difícil a instrumentos.
Todo nosso estudo foi realizado com o 2-octil- cianoacrilato de alta viscosidade,
produto este que não escorre com facilidade através da dura-máter, evitando o seu
escoamento sobre o cérebro. Em trabalho semelhante ao presente estudo, ao longo de 6
meses, Landegren et al.(2006) relataram que a sutura epineural e o uso de cola de
cianoacrilato de cadeia curta (etil-cianoacrilato), resultam, ambos, na reinnervação
funcional dos nervos motores e sensitivos, como mostrado pela recuperação do potencial
de ação nervoso, avaliada por meio da determinação da velocidade de condução motora e
sensitiva, durante o exame de eletroneuromiografia. O exame histológico também não
mostrou nos dois grupos, diferença significativa no diâmetro médio, densidade das fibras,
ou no número de axônios mielinizados e regenerados, motores e sensitivos, distais ao local
de reparo. Estes autores chegaram à conclusão que a anastomose do nervo com o adesivo
etil-cianoacrilato resulta em uma recuperação morfológica e funcional comparável com
aquela das suturas epineurais convencionais, depois de uma lesão unilateral do nervo
ciático, em ratos adultos.
Como o epineuro é o tecido conjuntivo que reveste o nervo externamente, as fibras
nervosas, dentro deste tecido, estão agrupadas em feixes que são revestidos pelo perineuro
e, finalmente, cada fibra nervosa é revestida pelo endoneuro. Assim, é possível que a baixa
toxicidade mostrada por Landegren et al. (2006), mesmo usando cianoacrilato de cadeia
curta, esteja realacionada ao local da aplicação (epineural). Tal argumento traz à tona, outra
vez o raciocínio de Tuimuri et al. (1991), sobre a diminuição do processo inflamatório ser
diretamente proporcional à vascularização tecidual.
125
Outra explicação dada para resultados favoráveis, em que foram usados o metil, n-
butil e n-heptil cianoacrilato, segundo Refojo et al. (1968), que testaram a tolerância destes
adesivos com a aplicação ocular subconjutival e intraestromal, é que a reação inflamatória
observada foi mais dependente do volume do adesivo, que do tipo de adesivo utilizado. De
acordo com este argumento, um processo inflamatório e vascularização mínimos foram
observados quando pequena quantidade do selante foi utilizada, sendo a reação localizada
em volta do selante, enquanto a aplicação de grandes quantidades dos adesivos, cobrindo
aproximadamente ¼ da área da córnea, mostram intenso processo inflamatório, com
vascularização, necrotização e erosão dos tecidos em volta do adesivo aplicado. Como o
metil-cianoacrilato usado, demonstrou mais citotoxicidade que os dois outros adesivos,
apesar também, da reação inflamatória volume-dependente, seu uso em cirurgias da córnea,
foi desaconselhado pelos autores.
Uma terceira observação refere-se à oportunidade de comparar a reação tecidual do
adesivo cianoacrilato com a sutura convencional através do índice de neurotização, que é o
índice que mostra a capacidade de regeneração nervosa. Assim, tomando como base o
trabalho histológico de Choi et al. (2004), com cianoacrilatos em reparo de nervo, ocorre
uma reação de corpo estranho branda e limitada ao material adesivo na superfície de nervo,
sem prejudicar a regeneração axonal.
Na sua análise quantitativa de regeneração axonal, o índice de neurotização foi
quase equivalente no grupo suturado, quando comparado com o grupo adesivo (90.9 % na
sutura, contra 92.5 % no grupo adesivo). Observações anteriores de Ang et al. (2001) já
haviam demonstrado que o 2-octil-cianoacrilato não era tóxico quando aplicado ao tecido
vascular e que produzia um grau menor de reação de corpo estranho, comparando-se com o
126
material de sutura (utilização de 8 pontos colocados em volta de artéria femoral em ratos).
Eles sugeriram que o 2-octil-cianoacrilato pode ser mais inerte do que o material de sutura.
Levantaram esta possibilidade, justificando que isto pode ser devido à taxa de
biodegradação muito baixa deste cianoacrilato de cadeia longa, e conseqüentemente, uma
produção de formaldeído, também muito baixa.
Na nossa pesquisa, o exame histopatológico dos cérebros revelou reação
inflamatória meníngea e necrose do córtex, em 50 % dos coelhos do grupo da cola de
cianoacrilato (grupo D), mostrando que, o composto testado, não satisfez as exigências
ideais do seu uso seguro. Não sabemos se a reação severa do tecido local no animal pode
produzir déficits neurológicos marcados em seres humanos, quando os adesivos são
aplicados em áreas eloqüentes. O que sabemos é que, o agente deve ser seguro, e não criar
mais problemas do que resolve-los.
No Grupo E, em que foi administrado o ácido acetil-salicílico durante o uso
do produto sintético no reforço dural, observamos que não há diferença estatística nas
variáveis histopatológicas em estudo, quando comparado ao grupo A, assim como, nas
temperaturas analisadas. No grupo E tentamos usar o antiflamatório não esteroidal, ácido
acetil-salicílico, na tentativa de reduzir os efeitos inflamatórios teciduais do selante 2 octil-
cianoacrilato utilizado nas mesmas condições do grupo A, mas o teste Mann-Whitney não
acusou diferença estatística significativa (Valor-P > 0,05), quanto às variáveis
histopatológicas.
Em contraste Papateofanis (1989), que estudou a citotoxicidade dos adesivos metil
e isobutil-cianoacrilatos, determinada em suspensões de polimorfonucleares leucócitos de
ratos, mostrou que a degranulação celular aumenta e a migração diminui com a adição do
127
cianoacrilato, de forma dependente da concentração. Contudo, quando o ácido acetil-
salicílico e a indometacina, inibidores da prostaglandina H sintetase, estavam presentes, a
citotoxicidade observada nos leucócitos diminuiram numa forma dose dependente. Da
mesma forma, o glutation peroxidase e a seperóxido desmutase, como anti-oxidantes,
também tiveram o mesmo comportamento, baixando a citotoxicidade dos cianoacrilatos.
Este artigo sugere que os adesivos podem ter gerado hidroperóxidos lipídicos, que
ativaram o biossíntese de prostaglandinas e tromboxane, que participam na oxidação da
membrana e lise celular. Tal mecanismo pode contribuir para o entendimento dos eventos
trombóticos associados com a necrose observada, durante a aplicação desses adesivos
tissulares, in vivo. Apesar do dano causado pelos adesivos cianoacrilatos terem sido
observados e reportados em nível tissular ou morfológico grosseiro, este autor advoga que
a base da toxicidade pode ser celular na sua origem, e consequentemente, o uso seletivo de
agentes anti-oxidantes e antinflamatórios, podem prevenir a toxicidade tissular associada a
aplicação dos cianoacrilatos.
Não tivemos diferenças significativas com uso de ácido acetil-salicílico nas mesmas
condições do grupo A, em que foi usado o 2-octil-cianoacrilato. Acreditamos que isto se
deu pelo comportamento deste próprio adesivo de cadeia longa que, induzindo pouca
reação inflamatória, dificultaria a diferenciação do comportamento histológico nos dois
grupos. Outra observação é a diferença de volume tecidual dos animais expostos em estudo,
já que Papateofanis (1989), usou, em seu experimento, suspensões de polimorfonucleares
leucócitos de ratos, observando a citotoxicidade de outros adesivos cianoacrilatos, sendo
eles, o metil e isobutil-cianoacrilatos. A baixa toxicidade também poderia ser atribuída à
quantidade do produto usado e ao tipo de viscosidade em uso, já que os produtos de alta
128
viscosidade dariam mais segurança quanto ao seu uso, impedindo sua interposição nas
anastomoses neurais, dificultando a regeneração. Contudo, como mostrado neste estudo, o
2-octil-cianoacrilato na forma de alta viscosidade, quase não manifesta as propriedades
adversas inflamatórias das colas mais antigas.
Os defeitos da dura-mater e sua laceração, com conseqüente fístula liqüórica, são
problemas neurocirúrgicos comuns e a pesquisa de um selante adequado continua. Os
efeitos de 2-octil-cianoacrilato em meninges e cérebro não foram anteriormente estudados.
Embora possa ser aconselhado para o uso superficial, parece ser apropriado como
suplemento para o fechamento dural.
129
CONCLUSÕES
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7-CONCLUSÕES
1. Os dados permitem inferir que o teste de toxicidade dermal do selante 2-octil-
cianoacrilato não evidenciou alterações nas duas raças de roedores.
2. O comportamento do selante 2-octil-cianoacrilato sobre a dura-máter como produto
auxiliar do seu fechamento e como profilático de fístula liqüórica foi semelhante ao
selante biológico padrão, conferindo eficácia e baixa toxicidade.
3. O efeito sobre o sistema nervoso central mostrou alterações ao exame
histopatológico dos cérebros em metade dos animais estudados, indicando que, o
composto 2-octil-cianoacrilato testado, não satisfez as exigências ideais do seu uso
seguro sobre o córtex cerebral.
4. Comparando o efeito da redução da histotoxicidade tecidual com uso de
antiinflamatório não hormonal (ácido acetil salicílico) no grupo E com o grupo que
também usou o selante de cianoacrilato sem antiinflamatório, observamos que não
houve diferença histológica significativa.
5. Embora o 2-octil-cianoacrilato possa ser aconselhado para o uso superficial, parece
ser apropriado como suplemento para o fechamento dural, diante do estudo pré-
clínico, evidenciando comportamento promissor para uso em seres humanos. No
entanto, são necessários estudos clínicos para comprovação da sua eficácia clínica.
131
PERSPECTIVAS
Como evidenciado no estudo pré-clínico, o selante 2-octil-cianoacrilato, sendo
comparado com o selante biológico de fibrina, apresentou um comportamento
histológico semelhante e, com estes resultados, destaca-se como selante promissor para
uso em seres humanos. Caso a comprovação da sua eficácia, seguindo-se estudos
clínicos, seja comprovada, estamos diante de mais um elemento, no armamentário
neurocirúrgico, que facilitará profundamente, como suplemento para o fechamento
dural, no tratamento e profilaxia da fístula liqüórica. Este material ficará mais acessível
aos pacientes carentes que utilizam o Sistema Único de Saúde, justamente por ser
disponibilizado a baixo custo, sendo possível reduzir o índice de morbidade e
mortalidade associada a esta patologia.
132
REFERÊNCIAS
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