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Universidade Federal de Mato Grosso
Instituto de Saúde Coletiva
Análise da situação de segurança e insegurança
alimentar de famílias residentes em Sinop/MT, 2007.
Elaine Bastos Quinteiro Montenegro
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de
Saúde Coletiva, como parte dos requisitos
para obtenção do Título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Área de concentração: Epidemiologia.
Orientadora: Prof.ª Drª. Lenir Vaz
Guimarães.
CUIABÁ /MT
2009
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Análise da situação de segurança e insegurança
alimentar de famílias residentes em Sinop/MT, 2007.
Elaine Bastos Quinteiro Montenegro
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de
Saúde Coletiva, como parte dos requisitos
para obtenção do Título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Área de concentração: Epidemiologia.
Orientadora: Prof.ª Drª. Lenir Vaz
Guimarães.
CUIABÁ /MT
2009
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FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte
Catalogação: Maurício Silva de Oliveira Bibliotecário CRB/1 1860
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
M777a Montenegro, Elaine Bastos Quinteiro.
Análise da situação de segurança e insegurança alimentar de
famílias residentes em Sinop/MT, 2007 / Elaine Bastos Quinteiro
Montenegro 2009.
245f. il. ; 30 cm. -- (inclui tabelas).
Orientadora: Profª. Drª. Lenir Vaz Guimarães.
Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso.
Instituto de Saúde Coletiva. Programa de Pós-Graduação em
Saúde coletiva, 2009.
1. Saúde Pública. 2. Segurança Alimentar. 3. Insegurança
Alimentar. 4. Desnutrição. 5. Fome. I. Título.
CDU 613.24(817.2)
Dedico esta obra à minha querida família,
Aos meus amados filhos Daphyne Helloyze, Marco Augusto Jr, Ana Luísa
in memoriane Luís Eduardo, meus tesouros, minha razão de viver, pelo amor a
mim dedicado, pelo estímulo constante, pela compreensão nas minhas ausências
durante o curso e por entenderem a importância deste momento para mim!
Ao meu esposo Francisco Amaral, amante, amigo, confidente, companheiro
de todas as horas, principalmente naquelas em que pensei em desistir, por me
proporcionar força, apoio, principalmente de “logística”, todas as vezes que se
tornaram necessárias! Por ser minha bússola e meu aconchego!
Aos meus pais, minha mãe Idail, pela incansável batalha em proporcionar
aos filhos uma vida digna e melhor do que a que tivera e meu pai Antonio in
memorian”, pelo exemplo de honestidade, retidão e trabalho!
Aos meus irmãos Nilma, Nilzete, Nilzenete, Aurélio Antonio, Stella Maris,
Sebastião Magno, Wandelgracia, Graciete, Marcos Antonio, Gleyce Cristiane,
Anália Cristina, Jacqueline Daiane, Michelle Raica e Ana Carolina, pelo simples
fato de fazerem parte da minha vida e acreditarem em mim... Amo Vocês!
Enfim, a toda minha família, cunhados, tios, primos, sobrinhos, em especial
ao meu querido sobrinho, Roberto Diego, sempre por perto nas horas certas e
incertas!
Obrigada a todos!
AGRADECIMENTO ESPECIAL
A Deus, que me concedeu o dom da vida, saúde, família, muitas bênçãos tem
derramado sobre mim tornando possível, através de sua presença invisível, a
realização deste sonho!
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai das misericórdias e
Deus de toda a consolação, que nos consola em toda
a nossa tribulação, para que também possamos
consolar os que estiverem em alguma tribulação,
pela consolação com que nós mesmos somos
consolados por Deus. (2Cor 1,3-4).
AGRADECIMENTOS CARINHOSOS
São muitos os agradecimentos, entretanto, seria impossível listar aqui todas as
pessoas que carinhosamente, alguns declaradamente, outros silenciosamente
torceram por mim! Espero não cometer nenhum esquecimento e contemplar a todos
nos aqui citados:
Às famílias participantes deste estudo, pela colaboração no fornecimento das
informações e por confiarem na pertinência desse trabalho.
Á toda a equipe de campo, supervisores e entrevistadores que, com muita dedicação
e responsabilidade, desenvolveram o trabalho de campo.
Á Profª. Drª. Lenir Vaz Guimarães, pelo vasto conhecimento científico, pela
sabedoria com que me acompanhou pacientemente durante o mestrado, fornecendo
ainda conselhos úteis para a vida.
Á toda a equipe do Núcleo de Pesquisa em Alimentação e Nutrição (NESAN),
coordenação, pesquisadores, bolsistas, pelo excelente trabalho desenvolvido.
À Secretaria do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva: Jurema e Fernanda, que
viabilizou toda a logística necessária para a realização das aulas, pelas “cobranças’
com os prazos e pela forma solicita que sempre nos atendeu.
Ao meu querido amigo Hailton, que sempre acreditou em mim, palavras de conforto
e estímulo sempre pronunciou em meu favor e por me ajudar oportunamente na
formatação final deste trabalho.
Aos colegas do curso de mestrado, pela longa caminhada que trilhamos juntos, os
laços afetivos que se estreitaram, às muitas horas despendidas no aprofundamento de
nossos conhecimentos, pelas divergências que contribuiu com o nosso crescimento,
e, em especial ao meu “grupinho de trabalho”: Lurdinha, Elaine Cristina, Loreni, e
Rosemeire.
À Neuciani e Ana Cássia, colegas do curso, que se tornaram amigas, sempre
dispostas a atender minhas solicitações e pelos “desabafos” trocados entre nós.
A todos os meus amigos, lembrados aqui pela minha eterna e inesquecível amiga
Rosimeire Laurencio Soares, pela tolerância, apoio, compreensão, estímulos e
incentivos para a conclusão deste estudo.
Enfim, a todos àqueles que “consciente” ou inconscientemente” torceram pela
minha vitória!
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS
A realização deste trabalho tornou-se possível devido à colaboração e
envolvimento de algumas instituições e um grande número de pessoas, as quais dou
destaque e sou profundamente grata:
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na pessoa da Magnífica Reitora
Maria Lúcia Cavalli Neder, por priorizar ensino de qualidade com incentivo à
produção científica.
À Coordenação do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva, em nome da
coordenadora Profª. Drª. Lenir Vaz Guimarães, pela competência, envolvimento,
dedicação e esforços em oferecer aos profissionais do estado de Mato Grosso, um
curso de qualidade.
Aos professores do curso de mestrado em Saúde Coletiva, na pessoa do Prof. Dr.
Mariano Martínez Espinosa, por compartilharem seus conhecimentos científicos e
nos “incentivar” a realizar trabalhos com qualidade científica.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), na pessoa do Sr.
Secretário de Saúde Dr. Agostinho Moro, por liberar-me das minhas atividades
profissionais, permitindo assim a concretização deste sonho.
A todos os colegas da Vigilância Epidemiológica da SES/MT, aqui representada
por Nelci de Souza Santos, por viabilizarem a continuidade das minhas atribuições
técnicas durante o período de dedicação exclusiva ao mestrado.
A Secretaria de Saúde do município de Sinop, na pessoa do Sr. Secretário
municipal de Saúde Dr. Valério Gobbato pela parceria e boa receptividade
despendida com as “ações” e com “osenvolvidos neste estudo.
Ao CNPq, pelo apoio financeiro, sem o qual seria impossível realizar este trabalho.
COMIDA
TITÃS
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte,
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte,
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé,
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
Desejo,
Necessidade e vontade,
Necessidade e desejo,
Necessidade e vontade,
Necessidade e desejo,
Necessidade e vontade.
Arnaldo Antunes, Sérgio Brito e Marcelo Fromer
Montenegro EBQ. Análise da situação de segurança e insegurança alimentar de
famílias residentes em Sinop/MT, 2007. [dissertação de mestrado]. Cuiabá/MT:
Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso; 2009.
Orientação: Profª. Drª. Lenir Vaz Guimarães.
Resumo
Introdução Conhecer a situação de segurança alimentar (SA) e insegurança
alimentar (IA) domiciliar, permite identificar indivíduos vulneráveis à fome e
direcionar políticas de intervenção. Objetivo Analisar a prevalência de SA e IA e
os fatores associados a IA das famílias residentes em área urbana de Sinop/MT.
Material e métodos Estudo transversal, de base populacional, com amostra
aleatória simples de 213 famílias e 754 indivíduos de todas as idades e ambos os
sexos, na área urbana de Sinop/MT. A situação de SA e IA foi verificada através da
Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). A associação da situação de IA e
as demais variáveis estudadas foi realizada através do teste do Qui-quadrado
2
) de
Pearson e teste exato de Fisher, com nível de significância de p<0,05. O efeito das
variáveis independentes na ocorrência da insegurança alimentar foi verificado pelas
razões de prevalências e seus respectivos intervalos de confiança (IC=95%).
Resultados A maioria (55,4%) das famílias estudadas vivia em situação de IA,
sendo que 34,3% delas em IAL, 13,6% em IAM e 7,5% em IAG. Faixa etária,
cor/raça, grau de parentesco com o chefe da família, sexo do chefe da família,
situação conjugal, situação conjugal do chefe da família, presença de menores de 5
anos, renda mensal per capita, escolaridade do chefe, de equipamentos,
classificação econômica, tipo do domicílio, de cômodos, nº de cômodos para
dormir, presença de filtro e estado nutricional inadequado de idosos estiveram
associados a situação de IA. Conclusão A maioria das famílias residentes em área
urbana de Sinop vivia em situação de IA. Grande parte das variáveis
socioeconômicas estiveram associadas à IA. Estes resultados apontam para a
necessidade de implementação de políticas públicas de geração de emprego e renda e
de intervenção nutricional.
Descritores: Saúde Pública; Segurança Alimentar; Insegurança Alimentar;
Desnutrição; Fome.
Montenegro EBQ. Analysis of the security situation and food insecurity of
households in Sinop/MT, 2007. [dissertation]. Cuiabá / MT: Institute of Public
Health, Federal University of Mato Grosso, 2009. Orientation: Prof ª. Dr. Lenir Vaz
Guimarães.
Abstract
Introduction - An investigation of the food security (FS) and food insecurity (FI) in
the household to identify individuals vulnerable to hunger and direct policy
intervention. Objective - To assess the prevalence of food security and food
insecurity and the factors associated with food insecurity of households in Sinop/MT.
Methods - A cross-sectional population-based random sample of 213 families and
754 individuals of all ages and both sexes in the urban area of Sinop/MT. The
situation in food security and food insecurity was measured by the Scale Brazilian
Food Insecurity-EBIA. The association of the state of food insecurity and the other
variables was performed using chi-square (χ2) test and Fisher's exact test, with
significance level of p <0.05. The effect of independent variables on the occurrence
of food insecurity was verified by the prevalence ratios and their confidence intervals
(CI = 95%). Results - The majority (55.4%) of the studied families were living in
food insecurity, and 34.3% of them in mild food insecurity, 13.6% in intense food
insecurity and 7.5% in severea food insecurity. Age, color and race, retated to the
head of family, marital status, with the boss of the family, sex of the boss of the
family, presence of children under 5 years, monthly income per capita, schooling of
the head, no electrical apliances, financial status, type of residence, number of rooms,
No. of rooms for sleeping, presence of filter and estate inadequate nutricional of
elderlies was associated with the state of food insecurity. Conclusion - The majority
of households in the urban area of Sinop were living in FI. Much of the
socioeconomic variables were associated with food insecurity. These results point to
the need to implement public policies to generate employment and income and
nutritional intervention.
Descriptors: Public Health; Food Security; Food Insecurity; Malnutrition; Hunger.
ÍNDICE
1
INTRODUÇÃO..............................................................................................
22
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN)...........................................................
27
1.2 FOME E TRANSIÇÃO NUTRICIONAL NO BRASIL E NO
MUNDO.....................................................................................................
34
1.3 MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E
DA FOME/INSEGURANÇA ALIMENTAR...........................................
40
1.3.1 Consumo Alimentar ou Método da FAO........................................
41
1.3.2 Pesquisa de Renda e Gastos Familiares..........................................
42
1.3.3 Consumo de Alimentos e Nutrientes no Nível Individual............
43
1.3.4 Antropometria.....................................................................................
44
1.3.5 Percepção da Insegurança Alimentar..............................................
45
1.4 ESTUDOS REALIZADOS COM A ESCALA BRASILEIRA DE
INSEGURANÇA ALIMENTAR (EBIA)............................................
51
2
OBJETIVOS...................................................................................................
54
2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................
55
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................
55
3
MATERIAL E MÉTODOS......................................................................
56
3.1 TIPO DO ESTUDO....................................................................................
58
3.2 LOCAL DO ESTUDO...............................................................................
58
3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO....................................................................
59
3.3.1 Critérios de Inclusão..........................................................................
60
3.3.2 Critérios de Exclusão.........................................................................
60
3.4 PLANEJAMENTO AMOSTRAL.............................................................
60
3.5 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS DO ESTUDO...................................
63
3.5.1 Variável Dependente..........................................................................
63
3.5.2 Variáveis Independentes....................................................................
64
3.6 TREINAMENTO E ESTUDO PILOTO..................................................
70
3.7 COLETA DE DADOS................................................................................
71
3.7.1 Procedimentos para Obtenção das Informações Referentes à
Situação de Segurança e Insegurança Alimentar........................................
72
3.7.2 Procedimentos para Obtenção das Informações Referentes ás
Medidas Antropométricas...........................................................................
74
3.7.2.1Procedimentos para Crianças Menores de 24 Meses.......
74
3.7.2.2 Procedimentos para Crianças Maiores de 24 Meses,
Adolescentes, Adultos e Idosos..............................................................
75
3.8 CONTROLE DE QUALIDADE DOS DADOS..................................
76
3.9 PROCESSAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS.....
76
3.9.1 Processamento dos Dados.........................................................
76
3.9.2 Análise Estatística dos Dados....................................................
76
3.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS.................................................................
78
4
RESULTADOS...............................................................................................
79
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA SEGUNDO
VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS, SOCIOECONÔMICAS E
AMBIENTAIS............................................................................................
81
4.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA SEGUNDO
VARIÁVEIS DO ESTADO NUTRICIONAL...........................................
86
4.3 ANÁLISE DA SEGURANÇA, INSEGURANÇA ALIMENTAR,
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS...........................
96
4.4 ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS,
SOCIOECONÔMICAS, AMBIENTAIS, ESTADO NUTRICIONAL E
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS COM A
SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR....................................
113
4.4.1 Resultados da Análise Bivariada para a Insegurança Alimentar
(IA)..............................................................................................................
113
4.4.2 Resultados da Análise Bivariada para a Insegurança Alimentar
Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG).............
122
5
DISCUSSÃO...................................................................................................
137
5.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA.................................
138
5.2 ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA............
140
5.3SITUAÇÃO DA SEGURANÇA E INSEGURANÇA ALIMENTAR,
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS.........................
142
5.4 FATORES ASSOCIADOS À SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA
ALIMENTAR........................................................................................
146
6
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO..........................................
152
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................
155
8
FONTES CONSULTADAS.......................................................................
168
ANEXOS...........................................................................................................
170
Anexo 1 - Formulário de Entrevista................................................................
171
Anexo 2 - Manual do Entrevistador.................................................................
181
Anexo 3 - Carta de Anuência e Autorização do Município..........................
234
Anexo 4 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).............
235
Anexo 5 - Carta de Apresentação do Entrevistador.......................................
236
Anexo 6 Termo de Aprovação Ética de Projeto de Pesquisa....................
237
Lista de Figuras
Marco conceitual de Segurança Alimentar e Nutricional, utilizando
modelo esquemático dos níveis de determinação do estado
nutricional..........................................................................................
33
Área de Influência da BR 163...............................................................
57
Localização do município de Sinop/MT, 2007.....................................
58
Modelo teórico para a ocorrência da insegurança alimentar.................
77
Distribuição dos moradores (n=754) segundo sexo e idade,
Sinop/MT, 2007.................................................................................
83
Distribuição da população estudada segundo estado nutricional
(IMC), faixa etária e sexo, Sinop/MT, 2007..........................................
90
Distribuição da população estudada segundo grupo etário e estado
nutricional (IMC), Sinop/MT, 2007......................................................
94
Distribuição das famílias estudadas, segundo a situação de Segurança
e Insegurança Alimentar, Sinop/MT, 2007...........................................
96
Distribuição dos itens da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(EBIA), segundo respostas positivas, Sinop/MT, 2007.......................
98
Distribuição dos itens da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(EBIA), que refletem a preocupação com a segurança alimentar e a
qualidade da dieta no último trimestre, Sinop/MT, 2007...................
98
Distribuição das famílias com moradores de 18 anos ou mais
(n=118), que referiram vivenciar situações de insegurança alimentar,
segundo as perguntas sobre a situação de segurança alimentar no
último trimestre, Sinop/MT, 2007.........................................................
99
Distribuição das famílias com moradores menores de 18 anos (n=80),
que referiram vivenciar situações de insegurança alimentar, segundo
as perguntas sobre a situação de segurança alimentar no último
trimestre, Sinop/MT, 2007.....................................................................
100
Lista de Quadros
Características demográficas, socioeconômicas e indicadores de
saúde do município de Sinop/MT, 2005................................................
59
População do município de Sinop/MT, por faixa etária conforme
estimativa populacional de 2005...........................................................
60
Amostra por faixa etária considerando uma proporção de 0,5% e um
erro de estimação de 3,5% para o município de Sinop/MT, 2007.........
61
Número total de domicílios considerados na pesquisa em Sinop/MT,
2007.......................................................................................................
62
Pontuação (pontos) para classificação dos domicílios nas categorias
de segurança alimentar e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.......
64
Pontos de corte para avaliação nutricional de crianças menores de 10
anos, Sinop/MT, 2007..........................................................................
67
Pontos de corte para avaliação nutricional de adolescentes,
Sinop/MT, 2007....................................................................................
67
Pontos de corte para avaliação nutricional de adultos, Sinop/MT,
2007....................................................................................................
68
Pontos de corte para avaliação nutricional de idosos, Sinop/MT,
2007...................................................................................................
68
Conteúdo das perguntas contidas na Escala Brasileira de Insegurança
Alimentar (EBIA)..................................................................................
73
Demonstrativo das famílias e população estudadas no município de
Sinop/MT, 2007....................................................................................
80
Lista de Tabelas
Distribuição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas,
Sinop/MT, 2007.....................................................................................
81
Distribuição das famílias (n=213) estudadas, segundo variáveis
socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.......................................................
84
Distribuição das 213 famílias estudadas, segundo variáveis
ambientais, Sinop/MT, 2007.................................................................
85
Distribuição das variáveis antropométricas de crianças menores de 10
anos de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de
dispersão, Sinop/MT, 2007..................................................................
87
Distribuição das variáveis antropométricas de adolescentes de 10 a
19 anos de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de
dispersão, Sinop/MT, 2007...................................................................
87
Distribuição das variáveis antropométricas de adultos de 20 a 59 anos
de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de
dispersão, Sinop/MT, 2007....................................................................
88
Distribuição das variáveis antropométricas de idosos de 60 anos ou
mais de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de
dispersão, Sinop/MT, 2007...................................................................
89
Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 01 ano de
idade, segundo o sexo, Sinop/MT, 2007..............................................
91
Distribuição do estado nutricional de crianças de 01 a 04 anos de
idade, segundo sexo, Sinop/MT, 2007..................................................
92
Distribuição do estado nutricional de crianças de 05 a 09 anos de
idade, segundo sexo, Sinop/MT, 2007..................................................
93
Descrição da população estudada, segundo grupo etário, estado
nutricional (IMC) e prevalência de segurança e insegurança alimentar
nas famílias, Sinop/MT, 2007................................................................
95
Lista de Tabelas
Freqüência de respostas positivas aos itens da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA), Sinop/MT, 2007.................................
97
Freqüência de respostas positivas aos itens da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA), segundo situação de segurança e
insegurança alimentar Sinop/MT, 2007................................................
101
Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.........
103
Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis
socioeconômicas e situação de segurança e insegurança alimentar,
Sinop/MT, 2007.....................................................................................
105
Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis ambientais e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.........
108
Distribuição das famílias estudadas segundo produção de alimentos
para consumo familiar no último mês no domicílio, Sinop/MT, 2007.
109
Distribuição dos alimentos cultivados nos domicílios para consumo
das famílias estudadas, Sinop/MT, 2007..............................................
110
Distribuição das famílias estudadas, segundo o tipo de alimentos
consumidos nos últimos sete dias anteriores a entrevistas, Sinop/MT,
2007......................................................................................................
111
Distribuição das famílias estudadas segundo recebimento de doação
de alimentos ou de benefícios de transferência de renda nos últimos 6
meses que antecederam a entrevista, Sinop/MT, 2007......................
112
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das
famílias, segundo variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007..............
114
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das
famílias, segundo variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007..........
116
Lista de Tabelas
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das
famílias, segundo variáveis ambientais, Sinop/MT, 2007..................
118
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) do estado nutricional (por IMC) e grupo etário,
segundo a situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT,
2007...................................................................................................
119
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das
famílias, segundo produção de alimentos para consumo familiar no
último mês no domicílio, Sinop/MT, 2007...........................................
120
Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das
famílias, segundo recebimento de doação de alimentos ou de
benefícios de transferência de renda nos últimos 6 meses que
antecedeu a entrevista, Sinop/MT, 2007...............................................
121
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo
variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007..............................................
124
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo
variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007........................................
126
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo
variáveis ambientais, Sinop/MT, 2007.................................................
128
Lista de Tabelas
Prevalência, Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) e valor de p do estado nutricional (por IMC) e
grupo etário segundo a situação de segurança alimentar (SA),
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG), Sinop/MT, 2007...................
130
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo
produção de alimentos para consumo familiar no último mês no
domicílio, Sinop/MT, 2007...................................................................
131
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo
recebimento de doação de alimentos ou de benefícios de
transferência de renda nos últimos 6 meses que antecedeu a
entrevista, Sinop/MT, 2007...................................................................
132
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar (IA), Insegurança Alimentar Leve (IAL) e
Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias,
segundo variáveis com significância estatística, Sinop/MT, 2007.......
133
Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p do estado
nutricional (por IMC) de idosos segundo a situação de segurança
alimentar (SA), Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de
Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) que tiveram
significância estatística, Sinop/MT, 2007...........................................
136
Siglas Utilizadas
ABEP
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas
CCEB
Critério de Classificação Econômica Brasil
CMA
Cúpula Mundial de Alimentação
CMA+5
Cúpula Mundial mais 5
CMSA
Cúpula Mundial de Segurança Alimentar
CNAN
Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição
CNPq
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
CNSAN
Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
CONSEA
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
DHAA
Direito Humano à Alimentação Adequada
EBIA
Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
ENDEF
Estudo Nacional de Despesa Familiar
FANUT
Faculdade de Nutrição
FAO
Food and Agriculture Organization
FBSAN
Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional
FMI
Fundo Monetário Internacional
HUJM
Hospital Universitário Júlio Müller
IA
Insegurança Alimentar
IAG
Insegurança Alimentar Grave
IAL
Insegurança Alimentar Leve
IAM
Insegurança Alimentar Moderada
IAMG
Insegurança Alimentar Moderada e Grave
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC
Índice de Massa Corporal
IPEA
Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada
ISC
Instituto de Saúde Coletiva
OMS
Organização Mundial de Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
PAS
Plano Amazônia Sustentável
PNAD
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNAN
Política Nacional de Alimentação e Nutrição
PNDR
Política Nacional de Desenvolvimento Regional
PNDS
Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde
PNSN
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição
POF
Pesquisa de Orçamento Familiar
PPV
Pesquisa sobre Padrões de Vida
QFCA
Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar
R 24
Recordatório de 24 horas
PIDESC
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
AS
Segurança Alimentar
SAN
Segurança Alimentar e Nutricional
SES/MT
Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
SISAN
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
smpc
Salário mínimo per capita
SPSS
Statistical Package for the Social Sciences
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
USDA
United States Department of Agriculture
UFMT
Universidade Federal de Mato Grosso
22
INTRODUÇÃO
23
1 INTRODUÇÃO
A construção do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e a
concepção da alimentação como direito humano básico no Brasil e no mundo,
percorreram um longo e complexo percurso, uma vez que a fome preocupou vários
governantes, desde o final da segunda guerra mundial. O combate à fome teve como
marco a criação da Food and Agriculture Organization (FAO) em 1945, Organismo
Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura e Alimentação, criado após a I
Conferência Internacional sobre a fome, realizada em 1943, no Arkansas (IPEA,
2002; BELIK et al., 2003; TAKAGI, 2006).
Apesar destes acontecimentos históricos, as primeiras reflexões sobre a fome
no Brasil, são atribuídas ao pernambucano Josué Apolônio de Castro (1908 - 1973),
cujos estudos iniciados em 1930, contribuíram decisivamente para a formulação de
compromissos políticos, nacionais e internacionais, para o enfrentamento do
problema, “denunciaram” (grifo nosso), de forma inédita para a época, o caráter
intrinsecamente político e social da fome. Este pesquisador, ilustre professor
universitário, médico, sociólogo, geógrafo, político e grande escritor brasileiro, foi o
primeiro presidente do Conselho da FAO, entre os anos de 1952 e 1956. Por sua
iniciativa, diversas políticas voltadas para a alimentação foram implantadas entre as
décadas de 1930 e 1960, tornando-se desde aquela época até a atualidade, referência
internacional na interpretação política do problema da fome no mundo (IPEA, 2002;
CONSEA, 2004a; TAKAGI, 2006; MDS, 2008).
No Brasil, entre as décadas de 1960 e 1990, ocorreram importantes
acontecimentos no cenário político, que fragilizaram os movimentos de combate à
fome. Após o golpe militar de 1964, as repressões às organizações democráticas da
sociedade acarretaram num retrocesso das conquistas sociais. Com o fim da ditadura,
ocorreu entre a década de 1970 e 1980, reorganização dos movimentos sociais,
mobilização de profissionais e intelectuais que marcaram este período com
significativas conquistas, entre elas, a reforma universitária em 1968, a reforma do
24
setor saúde que culminou com a emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) e a
promulgação da Constituição Federal de 1988 (NUNES, 1994; WEITZMAN, 2008).
No início da década de 1990 ocorre no Brasil mobilização massiva, com a
formação de comitês de arrecadação e doação de alimentos, por meio da Ação da
Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, conhecida como Campanha do
Betinho, em referência ao sociólogo Herbert de Souza, que a liderou. Esta ação
envolveu de diferentes formas, cidadãos e Estado no enfrentamento da fome (BELIK
et al., 2003; CONSEA, 2004b; TAKAGI, 2006).
Decorrente desta mobilização ocorreu em 1993, à implantação da primeira
estrutura voltada para a segurança alimentar no país, o Conselho Nacional de
Segurança Alimentar (CONSEA). Este impulsionou a elaboração do primeiro Mapa
da Fome, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), que identificou a
existência de 31,7 milhões de pessoas abaixo da linha de indigência, ou seja, 21,9%
da população. A gravidade desta situação levou o CONSEA a convocar I
Conferência Nacional de Segurança Alimentar (I CNSAN) no ano de 1994
(VALENTE, 2002; BELIK et al., 2003; CONSEA, 2004a; TAKAGI, 2006).
Em 1995, o CONSEA foi extinto, repercutindo numa fragilização do processo
de mobilização social em curso. Em seguida, a Presidência da República criou o
Conselho da Comunidade Solidária. Neste, a base de discussão era o processo de
exclusão econômica e social, com foco no combate à pobreza, contexto que
propiciou o desenvolvimento de iniciativas voltadas para a segurança alimentar e
nutricional, tais como a criação de um Comitê Técnico Interministerial de Segurança
Alimentar e Nutricional, que elaborou o documento brasileiro apresentado à Cúpula
Mundial de Segurança Alimentar (CMSA), realizado em Roma, no ano de 1996
(IPEA, 2002; VALENTE, 2002; BELIK et al., 2003; CONSEA, 2004a;
WEITZMAN, 2008).
Em 1998 foi criado durante encontro nacional, realizado em São Paulo, o
Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN). O fórum retomou
a discussão do tema, propiciando avanço em âmbito conceitual, por incorporar o
conceito de segurança nutricional à questão alimentar, e em âmbito político por
25
articular a sociedade civil com governos e organizações intergovernamentais,
incentivando a criação de Conselhos Estaduais, que foram implantados inicialmente
em alguns estados brasileiros, entre eles, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e
Alagoas (IPEA, 2002; CONSEA, 2004a).
A partir deste período, aconteceram até o ano de 2002, várias iniciativas e
eventos que por insistência da sociedade civil organizada, estabeleceram o combate à
fome como prioridade na agenda política do Brasil. O tema foi colocado em pauta
em encontros nacionais e internacionais (IPEA, 2002; CONSEA, 2004a; TAKAGI,
2006).
Em 2003 no Estado de Mato Grosso, foi instituído pela Lei nº. 7.902, o
Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Mato Grosso
(CONSEA/MT) sendo o mesmo regulamentado em 2008 pela lei 9.020 com a
finalidade de propor diretrizes para políticas, programas e ões que configurem o
direito humano à alimentação e nutrição, como parte integrante do direito de cada
cidadão (BRASIL, 2008).
Após 10 anos de realização da I Conferência Nacional de Segurança
Alimentar (I CNSAN) foi realizada, em 2004 em Olinda-PE, a II Conferência
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (II CNSAN). A partir desta
Conferência, foi publicada, pela Presidência da República, a Lei N° 11.346/2006 que
cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar (SISAN), que define Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN) em seu artigo 3º, como:
A Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito
de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares
promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (BRASIL,
2006, p.1).
No ano de 2007, em Fortaleza/CE, realizou-se a III Conferência Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (III CNSAN), que registrou a participação de
representantes de diversos seguimentos da sociedade civil organizada e
representantes de órgãos públicos das três esferas governamentais. A III CNSAN
objetivou a construção do SISAN. Nesta ocorreu adoção de sistema de cotas pelas
26
delegações estaduais, o que garantiu a participação de segmentos da sociedade
vulneráveis à situação de insegurança alimentar, entre estes, os povos indígenas,
comunidades quilombolas, comunidades de terreiros e população negra. O sistema de
cotas representou importante renovação da III CNSAN (CONSEA, 2007b).
O cenário mundial de discussão e enfrentamento da fome, como visto,
estimulou várias nações em diferentes períodos da história da humanidade, a
comprometerem-se em combater a fome através de acordos internacionais. Dentre
estes destacaram-se, a “Cúpula Mundial de Alimentação” (CMA) de 1996 e a
“Cúpula Mundial mais 5” (CMA+5) de 2002, ocorridas em Roma. Estes
compromissos levaram chefes de Estado a formularem propostas de combate à fome
como prioridades de governo (IPEA, 2002; BELIK et al., 2003; CONSEA, 2004a;
TAKAGI, 2006; CERESAN, 2006).
No Brasil, mesmo antes dos acordos internacionais, realizaram-se pesquisas
de base populacional, iniciadas na década de 60, que traçaram o perfil nutricional da
população. Entre estas, tiveram papel importante, o Inquérito sobre o Consumo de
Alimentos (primeiro estudo sistemático a nível nacional) realizado em 1960, o
Inquérito Alimentar e Nutricional, realizado em 1963, a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) realizada a partir de 1967, o Estudo Nacional de
Despesa Familiar (ENDEF) realizada nos anos de 1974/75, a Pesquisa Nacional
sobre Saúde e Nutrição (PNSN) em 1989, a Pesquisa Nacional sobre Demografia e
Saúde (PNDS) realizada em 1996 e a Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV)
realizada no nordeste e sudeste do país em 1997 (VIACAVA et al., 1983; MS, 1990;
IBGE, 1999; CONSEA, 2004a).
A partir dos dados do ENDEF e PNDS, foi possível constatar que, em duas
décadas, houve declínio em indicadores de desnutrição infantil, tais como ficit de
altura para idade e no déficit de peso para idade, entre as crianças de 1 a 4 anos, de
34,3% para 11,4% e de 4,6% para 2,0% respectivamente. Registrou-se nesta mesma
faixa etária aumento de sobrepeso, que passou de 3,3% para 4,0%. Para os adultos
verificou-se redução da prevalência do baixo peso e ao mesmo tempo, aumento
importante na prevalência da obesidade no país (MS, 1990; IBGE, 1999; CONSEA,
2004a).
27
Os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) indicaram questões
importantes sobre as diferenças regionais e também sobre o crescimento do
sobrepeso, que atingiu 38% da população adulta estudada. Na região Sudeste
registrou-se 41,0% de sobrepeso e no Nordeste 34,1%. O baixo peso foi maior entre
as mulheres (6,1%) do que nos homens (3,4%). Para a região Nordeste verificou-se
6,1% de baixo peso e no Sudeste 4,2% (IBGE, 1999; CONSEA, 2004a).
Estas pesquisas disponibilizaram informações sobre o estado nutricional da
população, que apesar do processo de transição nutricional, evidenciaram formas
severas de privação do alimento, utilizando medidas indiretas de mensuração da
situação de insegurança alimentar da população brasileira. Logo, tornam-se
necessários estudos que utilizem métodos diretos para a mensuração da situação de
insegurança alimentar, de maneira que evidenciem precocemente situações de risco.
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN)
A busca intuitiva por alimentos nutritivos e saudáveis capazes de oferecer ao
indivíduo uma dieta equilibrada foi um dos pontos de destaque da cultura humana. A
garantia de uma alimentação saudável se através de uma dieta adequada, tanto em
quantidade, quanto em qualidade, sendo que esta fornece ao organismo, a energia e
os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a
manutenção de um bom estado de saúde (MONTEIRO, 1995; VALENTE, 2002;
MS, 2005a).
A alimentação reflete a qualidade de vida de uma população, logo, o cidadão
deve ter garantido o acesso diário a alimentos em quantidade e qualidade suficientes
para atender as necessidades nutricionais básicas essenciais à saúde de modo a
impedir a ocorrência da fome. O direito à alimentação deve considerar e respeitar a
cultura e tradição de um povo, estreitar laços afetivos, disponibilizar recursos e
meios para produzir, adquirir e ingerir alimentos seguros e saudáveis que promovam
28
a saúde e reduzam o número de doenças ocasionadas por uma alimentação
inadequada (VALENTE, 2002; MS, 2005a).
O termo segurança alimentar apareceu pela primeira vez na Idade Média, e
voltou a ser utilizado na Europa, a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Nessa época, o conceito tinha estreita ligação com o conceito de segurança nacional
e com a capacidade de cada país produzir sua própria alimentação, de forma a não
ficar vulnerável a possíveis embargos, cercos ou boicotes devido às razões de ordem
política ou militar (VALENTE et al., 2007).
A construção do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) foi
motivo de várias discussões, uma vez que a questão alimentar relaciona-se com
diferentes tipos de interesses, desta forma a concepção do termo foi divergente nos
diferentes setores da sociedade. O conceito evoluiu na medida em que avançou a
história da humanidade com alteração da organização social e das relações de poder
da sociedade (CONSEA, 2004a; VALENTE et al., 2007).
Esse conceito, no entanto, ganhou força a partir da Segunda Guerra Mundial
(1939- 1945) e, em especial, a partir da constituição da Organização das Nações
Unidas (ONU), em 1945. Entre as recém-criadas organizações intergovernamentais
ocorreu tensão política entre os organismos, como a Food and Agriculture
Organization (FAO), que entendiam o acesso ao alimento de qualidade como um
direito humano e outros, como as Instituições de Bretton Woods, Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que entendiam que a segurança alimentar
seria garantida por mecanismos de mercado. Essa tensão refletia a disputa política
entre os principais blocos em busca da hegemonia (VALENTE et al., 2007).
Após a Segunda Guerra, houve esforço por parte dos países em garantir o
bem estar da humanidade. A segurança alimentar foi hegemonicamente tratada como
uma questão de insuficiente disponibilidade de alimentos. Em resposta, foram
instituídas iniciativas de promoção de assistência alimentar, que eram feitas em
especial, a partir dos excedentes de produção dos países ricos (BELIK, e col., 2003;
VALENTE et al., 2007).
29
Havia o entendimento que a insegurança alimentar decorria da produção
insuficiente de alimentos nos países pobres. Neste contexto foi lançada uma
experiência para aumentar a produtividade de alguns alimentos, associado ao uso de
novas variedades genéticas, fortemente dependentes de insumos químicos, chamada
de Revolução Verde. A Índia foi o palco das primeiras experiências, com enorme
aumento da produção de alimentos, sem nenhum impacto real sobre a redução da
fome no país. Mais tarde, foram identificadas as terríveis conseqüências ambientais,
econômicas e sociais dessa estratégia, tais como: redução da biodiversidade, menor
resistência a pragas, êxodo rural e contaminação do solo e dos alimentos com
agrotóxicos (VALENTE et al., 2007).
No início da década de 1970 a crise mundial de produção de alimentos levou
a Conferência Mundial de Alimentação, de 1974, a identificar que a garantia da
segurança alimentar teria que passar por uma política de armazenamento estratégico
e de oferta de alimentos, associada à proposta de aumento da produção de alimentos.
Ou seja, não era suficiente produzir alimentos, mas também garantir a
regularidade do abastecimento. O enfoque, nesta época, ainda estava
preponderantemente no produto, e não no ser humano, ficando a dimensão do direito
humano em segundo plano. Foi neste contexto que a Revolução Verde foi
intensificada, inclusive no Brasil, com enorme impulso na produção de soja. Essa
estratégia aumentou a produção de alimentos, mas, paradoxalmente, fez crescer o
número de famintos e de excluídos, pois o aumento da produção não implicou em
aumento de acesso aos alimentos (FROZI e GALEAZZI, 2004; VALENTE et al.,
2007).
Na década de 1980, os ganhos contínuos de produtividade na agricultura
continuaram gerando excedentes de produção e aumento de estoques, resultando na
queda dos preços dos alimentos. Estes excedentes alimentares passaram a ser
colocados no mercado sob a forma de alimentos industrializados, sem que houvesse a
eliminação da fome. Nessa década, reconhece-se que uma das principais causas da
insegurança alimentar da população era a falta de acesso físico e econômico aos
alimentos, em decorrência da pobreza e da falta de acesso aos recursos necessários
para a produção de alimentos (renda e terra). Assim, o conceito de segurança
30
alimentar passou a ser relacionado com a garantia do acesso físico e econômico, de
forma permanente e em quantidades suficientes de alimentos por todos os cidadãos
(VALENTE et al., 2007).
No final da década de 1980 e início da década de 1990, o conceito de
segurança alimentar passou a incorporar a noção de acesso a alimentos seguros (não
contaminados biológica ou quimicamente), de qualidade (nutricional, biológica,
sanitária e tecnológica), produzidos de forma sustentável, equilibrada, culturalmente
aceitável, incorporando ainda a disseminação de informações quanto à utilização
adequada dos alimentos. Essa visão foi consolidada nas declarações da Conferência
Internacional de Nutrição, realizada em Roma, em 1992, pela Food and Agriculture
Organization (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para VALENTE
et al., (2007), à partir daí, agrega-se definitivamente o aspecto nutricional e sanitário
ao conceito, que passa a ser denominado Segurança Alimentar e Nutricional(SAN).
A partir do início da década de 1990, consolida-se o movimento em direção à
reafirmação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), conforme
previsto na Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 e no Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) de 1966. A
realização da Conferência Internacional de Direitos Humanos, realizada em Viena,
em 1993, reafirmou a indivisibilidade dos direitos humanos. Também a Cúpula
Mundial da Alimentação (CMA), ocorrida em Roma, em 1996, organizada pela Food
and Agriculture Organization (FAO), associou definitivamente o papel fundamental
do DHAA à garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), estabelecendo
como objetivo a ser alcançado pelos países participantes a redução pela metade, do
número de pessoas desnutridas até o ano de 2015 (IPEA, 2002; VALENTE et al.,
2007).
A I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição (I CNAN), realizada em
1986, propôs o conceito de segurança alimentar como sendo a garantia, a todos, de
condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de
modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas, com
base em práticas alimentares que possibilitem a saudável reprodução do organismo
humano, contribuindo, assim, para uma existência digna”. Este conceito foi
31
consolidado durante a realização da I Conferência Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (I CNSAN), em 1994 (IPEA, 2002; VALENTE et al., 2007).
Tal conceito possibilitou articular duas dimensões: a dimensão alimentar, que
se refere aos processos de disponibilidade, produção, comercialização e acesso ao
alimento e a dimensão nutricional que diz respeito à escolha, ao preparo e consumo
alimentar e sua relação com a saúde e a utilização biológica do alimento. O conceito
de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), passou a ser divulgado com mais força
no Brasil após o processo preparatório para a Cúpula Mundial de Alimentação
(CMA), de 1996, e com a criação do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e
Nutricional (FBSAN), em 1998 (CONSEA, 2004a; MS, 2005a; BURLANDY, 2007;
VALENTE et al., 2007).
A realização da CMA e do FBSAN resultou na elaboração da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), homologada em 1999, sendo esta
parte integrante da Política Nacional de Saúde, que objetivou contribuir com o
conjunto de políticas de governo voltadas a concretização do direito humano
universal à alimentação e nutrição adequadas e à garantia da Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) da população (MS, 2000, 2005a; VALENTE et al., 2007).
Posteriormente, outras dimensões foram associadas ao termo. Considera-se
que os países devam ser soberanos para garantir a SAN de seus povos (soberania
alimentar), respeitando suas múltiplas características culturais, manifestadas no ato
de se alimentar. O conceito de soberania alimentar defende que cada nação tem o
direito de definir políticas que garantam a SAN de seus povos (VALENTE et al.,
2007).
Segundo VALENTE et al., (2007), as dimensões foram incorporadas no
conceito SAN, por ocasião da II Conferência Nacional de SAN realizada em Olinda-
PE, em 2004. Este entendimento foi reafirmado na Lei Orgânica de Segurança
Alimentar e Nutricional aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
Presidente da República em 15 de setembro de 2006. Este instrumento jurídico
constitui avanço por considerar a promoção e garantia do Direito Humano a
Alimentação Adequada (DHAA), como objetivo e meta da Política de Segurança
32
Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2006; BURLANDY, 2007; VALENTE et al.,
2007).
A segurança alimentar é um importante mecanismo para a garantia da
segurança nutricional, mas não é capaz de dar conta por si de toda sua dimensão.
A evolução do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), no Brasil e no
mundo, aproxima-se, cada vez mais, da abordagem do Direito Humano a
Alimentação Adequada (DHAA). Para que uma Política de SAN seja coerente com a
abordagem de direitos humanos, deve incorporar princípios e ações essenciais para a
garantia da promoção da realização do DHAA (IPEA 2002; FROZI e GALEAZZI,
2004; VALENTE et al., 2007).
No Brasil, a experiência com SAN e DHAA, apresentou conquistas e
avanços. Porém, permaneceram situações que exigem consideráveis esforços no
enfrentamento do problema da fome. Apesar da redução significativa do contingente
populacional submetido a condições de pobreza extrema ou de indigência (em 1994
somavam 32 milhões de pessoas) o país apresentou, segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) no início do século XXI, 21 milhões de indigentes, o
que representou 21 milhões de pessoas com renda insuficiente para se alimentarem
adequadamente. Sendo assim, o DHAA não foi assegurado a 13% da população
brasileira. Logo, o combate á fome continua sendo um desafio para assegurar a SAN
(IPEA, 2002).
Para PÉREZ-ESCAMILLA (2005) e SEGALL-CORRÊA (2007), no conceito
de SAN, estão implícitos que os indivíduos tenham condições de vida (renda,
moradia emprego, etc.) e condições nutricionais adequadas. Estes autores utilizando
o marco conceitual de SAN proposto por FRANKENBERG et al., em 1977,
enfatizam que a segurança nutricional é produto da interação entre segurança
alimentar e a segurança de boa saúde. Ressaltam que tanto a segurança alimentar
quanto a segurança de boa saúde é fortemente influenciada pela renda disponível nos
domicílios e pela disponibilidade de alimentos variados, em nível local, regional e
nacional. E que, a disponibilidade destes alimentos dependerá da produção local e da
diversidade de alimentos importados e/ou exportados. Assim, segurança alimentar no
nível domiciliar ou individual é fortemente influenciada por fatores locais, regionais,
33
nacionais e globais, conforme demonstrado na Figura 1 (PÉREZ-ESCAMILLA,
2005; SEGALL-CORRÊA, 2007).
Figura 1 Marco conceitual de Segurança Alimentar e Nutricional, utilizando
modelo esquemático dos níveis de determinação do estado nutricional.
Global
Nacional
Domicílios
e pessoas
Pessoas
Fonte: Pérez-Escamilla, (2005) e Segall-Corrêa, (2007), utilizando modelo proposto por FranKenberg
et al. (1977).
Disponibilidade mundial de
alimentos
Produção nacional de
alimentos
Importação nacional de
alimentos
Disponibilidade nacional de
alimentos
Acesso a alimentos no
domicílio
Renda do domicílio
Segurança Alimentar
Saúde e acesso a necessidades/
Cuidados básicos e não-básicos
Segurança Nutricional
34
EGALL-CORRÊA (2007), utilizando-se da determinação da segurança
nutricional verificada pela medição da segurança alimentar, ressalta que para todos
os níveis (global, nacional, domicílios e indivíduo, pessoa), existem indicadores
tradicionalmente utilizados para verificar a segurança ou insegurança alimentar de
famílias e/ou pessoas.
No nível global e nacional os indicadores utilizados medem a disponibilidade
de alimentos, entre eles, os indicadores de renda, que são estimadores indiretos de
segurança alimentar domiciliar ou individual. no nível do domicílio e indivíduo,
tem-se utilizado o indicador da percepção da segurança ou insegurança alimentar,
medida direta desta condição na família ou domicílio. Quanto à avaliação do estado
nutricional, um indicador muito utilizado é a antropometria (SEGALL-CORRÊA,
2007).
1.2 FOME E TRANSIÇÃO NUTRICIONAL NO BRASIL E NO MUNDO
Historicamente, questões alimentares e nutricionais têm representado parte
substancial do sofrimento de grande parcela da população, seja pela falta do
alimento, pela qualidade da alimentação, ou ainda por condições de vida e de
saúde que impedem o aproveitamento adequado do alimento disponível. As
manifestações de insegurança alimentar mais graves, são a fome e a desnutrição
(IPEA, 2002).
A fome aguda corresponde à urgência de se alimentar, sendo saciada pela
ingestão de alimentos, já a fome crônica, denominada por Josué de Castro como
“fome oculta”, corresponde à desnutrição ou subnutrição devida à inadequação
quantitativa (energia) ou qualitativa (nutrientes) da alimentação diária, ou ainda a
doenças que provocam o mau aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos
(CASTRO, 1992; MONTEIRO, 1995, 2003; IPEA, 2002).
35
Dados disponíveis no Brasil e no mundo apontam mudanças significativas no
cenário da fome. Conforme observado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (IPEA, 2002) e por CABALLERO (2005), nas últimas décadas, diversos
países da América Latina têm passado por mudanças no perfil nutricional da
população, apresentando em geral, diminuição da prevalência do baixo peso e
desnutrição e aumento do sobrepeso e obesidade. Este cenário descreve a transição
nutricional em curso.
Concomitante, ocorreram ainda, transformações políticas, sociais e
econômicas que influenciaram a ocupação das cidades, modificaram o mercado de
trabalho, o hábito alimentar e melhorias no setor saúde, boa cobertura e a
resolutividade dos programas de saúde e incrementos em ações de saneamento
básico. Estas mudanças resultaram em melhorias na qualidade de vida da população,
favorecendo o fenômeno da transição nutricional (BARATA et al., 2000; BATISTA
FILHO e RISSIN, 2003; POPKIN et al., 2004).
A transição nutricional descreve as tendências no consumo alimentar,
produção e comercialização de alimentos e estilo de vida e consumo de dietas
inadequadas, estas manifestações de insegurança alimentar remetem a um sério
problema de saúde pública no Brasil e no mundo e está associada à ocorrência das
transições demográfica e epidemiológica (IPEA, 2002; CABALLERO, 2005).
Na transição demográfica, observa-se mudança no perfil etário da população,
com aumento da população idosa e diminuição relativa da população jovem,
refletindo em uma transição epidemiológica, onde verifica-se uma mudança no
quadro de morbidade e mortalidade, constatada pelo aumento das doenças crônicas e
diminuição das infecto-parasitárias (BARATA et al., 2000; OLIVEIRA, 2004).
Neste contexto, apesar da eminência da transição nutricional, a desnutrição
infantil crônica (déficit de altura para a idade) e, em menor grau, a desnutrição aguda
(déficit de peso para a altura), representam no Brasil, problema de relevância na
saúde pública (IPEA, 2002).
A implantação de pesquisas domiciliares de âmbito nacional no Brasil iniciou
na década de 1960, com destaque para Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
36
(PNAD) ocorrida a partir de 1967, com a finalidade de produzir informações básicas
para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País. Nesta, investigaram-se
características gerais da população, educação, trabalho, rendimento e habitação,
sendo estas de caráter fixo e outras características com periodicidade variável, tais
como, migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, nutrição e outros temas de acordo
com a necessidade de informação do País (IBGE, 2006b).
Entre os anos de 1974 e 1975, idealizou-se uma pesquisa especial,
denominada Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) que além da
investigação das características de caráter fixo da PNAD, investigaram orçamento
familiar, consumo alimentar e estado nutricional da população brasileira, revelando
na pesquisa alta prevalência da desnutrição protéico-energética (IBGE, 2006b).
A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), realizada em 1989 com
o objetivo de levantar indicadores da situação nutricional da população brasileira,
verificou que mais de 20% dos brasileiros entre 20 e 25 anos tinham altura
comprometida e que tecnicamente poderiam ser classificados com “nanismo”. Nos
quinze anos decorridos entre a realização do ENDEF e a PNSN, constatou-se
melhora no perfil de desenvolvimento estatural da população, contudo este déficit na
estatura suscitou alerta para a gravidade do problema nutricional do país, onde 40%
da população viviam em situação de pobreza (MS, 1990).
A Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996,
levantou informações referentes a 13.283 domicílios, tendo sido entrevistadas 12.612
mulheres de 15 a 49 anos, uma subamostra de 2.949 homens e 4.782 crianças
menores de 5 anos, filhos das mulheres entrevistadas. Nesta pesquisa os resultados
encontrados demonstraram que o perfil nutricional das mulheres e crianças
brasileiras encontrava-se em transição, com diminuição da prevalência do baixo peso
e da desnutrição e aumento da prevalência do sobrepeso e obesidade (BEMFAM,
1997).
Comparando os resultados das pesquisas realizadas em 1975 (ENDEF), 1989
(PNSN) e em 1996 (PNDS), verificou-se declínio de cerca de 1/3 na prevalência de
retardo de crescimento (desnutrição crônica) em crianças menores de cinco anos no
37
período 1989-1996, contudo, 10,5% delas ainda se encontravam nesta condição em
1996. Esse percentual variava de 17,9% na região Nordeste a 5,6% no Centro-Sul,
valores muito superiores aos esperados em populações saudáveis. Para população
adulta e de idosos, constatou-se significativa queda no percentual de adultos com
déficit energético nas diversas regiões, por local de moradia (urbano e rural) e por
estrato de renda (OLIVEIRA, 2004; CERESAN, 2006).
Estudos mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, através da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), 2002 2003, sobre a
composição orçamentária doméstica, considerando entre outros aspectos, os hábitos
de consumo alimentar, tal quais as pesquisas realizadas anteriormente, verificou
manutenção da tendência na diminuição da prevalência de baixo peso com
conseqüente aumento na prevalência do sobrepeso e obesidade na população de
crianças e adolescentes no Brasil (IBGE, 2006a).
Os resultados da POF revelaram mudanças no padrão de consumo alimentar
da população, caracterizado por aumento da ingestão de alimentos de alta densidade
calórica, dentre eles alimentos gordurosos, gorduras de origem animal e açúcar em
substituição aos alimentos de origem vegetal, tais como cereais, leguminosas, frutas,
verduras e legumes, considerados mais saudáveis, revelando ainda mudanças no
comportamento das famílias em relação ao local de realização das principais
refeições (IBGE, 2004a).
Um diferencial inovador na metodologia utilizada na POF foi introduzir
questões subjetivas, para captar a percepção dos entrevistados sobre a qualidade e
quantidade de alimentos consumidos no domicílio. Os resultados revelaram que
pouco mais da metade das famílias avaliaram suficiência na quantidade de alimentos.
Por outro lado, em 47% das famílias houve referência à habitual ou eventual
insuficiência na quantidade dos alimentos. Essa proporção variou de mais de 60%
nas regiões Norte e Nordeste para cerca de 20% na Região Sul. Para a Região
Centro-Oeste a proporção foi de 39%. No estado de Mato Grosso essa proporção foi
de 41% (IBGE, 2004a; CERESAN, 2006).
38
Apesar destas pesquisas verificarem crescimento da obesidade, o Instituto de
Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), identificou que 31,7% da população
brasileira vivia com renda domiciliar de até meio salário mínimo per capita,
tornando um desafio ao setor saúde propor medidas que contemplam obesidade e
desnutrição, muitas vezes presentes em um único lar, principalmente nos de baixa
renda (IPEA, 2002).
Segundo CERASAN (2006, pg. 9,10):
“se adotarmos o enfoque da ‘vulnerabilidade à fome’ ou de
‘exposição à insegurança alimentar e nutricional’ com base em
indicadores indiretos (nível de renda, faixa etária, grupos
étnicos, etc.), abrangeremos um contingente mais amplo e
diversificado da população em situação de risco alimentar e de
exposição à insegurança alimentar e nutricional, em comparação
com os indicadores diretos do estado nutricional em que se
encontram os indivíduos num dado momento. O
dimensionamento da população ‘vulnerável à fome’ medida pelo
nível de renda familiar reflete a compreensão, sem dúvida
importante, que a fome e a pobreza sempre andam juntas”.
Assim, segundo CERESAN (2006) a população em condição de pobreza
extrema ou indigência passou de 21 milhões (14,1% do total), em 1995, para 19,8
milhões de pessoas (11,3%) em 2004, correspondendo a uma redução de 19,8% na
proporção de indigentes ou de 5,7% no número de pessoas nesta condição. A
população vivendo em condições de pobreza passou de 49,5 milhões (33,4% do
total), em 1995, para 52,5 milhões de pessoas (30,1%) em 2004, com redução de
9,9% na proporção de pobres. Registrou-se significativa redução do número de
pobres entre 2003 e 2004, interrompendo a tendência anterior de elevação desse
número.
Considerando que a fome está intimamente ligada à renda, BELIK et al.,
(2001), citando modelo proposto pelo Instituto da Cidadania, enfatizam que a fome
no Brasil, possui determinantes globais, tais como a crise econômica, que resulta em
desemprego e baixos salários, e ainda extrema desigualdade social. No início do
século XXI estes determinantes evidenciaram-se através do modelo econômico
vigente no país, demonstrado pela concentração excessiva de renda por pequena
39
parcela da população, repercutindo em baixos salários e elevados níveis de
desemprego, criando um círculo vicioso da fome (BELIK et al., 2001).
A Food and Agriculture Organization (FAO), analisando a distribuição da
fome/insegurança alimentar no mundo, declarou que entre os anos de 2001 e 2003,
havia aproximadamente 854 milhões de pessoas subnutridas, assim distribuídos: 820
milhões nos países em desenvolvimento, 25 milhões nos países em transição e 09
milhões nos países industrializados e que 1,2 bilhões de pessoas no mundo, recebiam
rendas inferiores a US$1 por dia, ou seja, viviam em pobreza extrema (FAO, 2006).
No Brasil no ano de 2004, objetivando quantificar as famílias em condições
vulneráveis à fome, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizou
uma pesquisa suplementar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
que agregou importante inovação nas estatísticas oficiais brasileiras com a inclusão
de um indicador direto da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em âmbito
nacional. Para mensuração deste indicador, utilizou-se de um instrumento que
avaliou a capacidade de acesso das famílias às refeições habituais nos aspectos
quantitativo e qualitativo, incluindo a percepção dos seus membros sobre a
capacidade de assegurarem esse acesso no futuro próximo. Este instrumento
adaptado e validado para a realidade brasileira foi intitulado “Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA)”. Este tem sido largamente utilizado de forma
adaptada por vários países, por ser eficaz na medida direta da fome e por apresentar
baixo custo (CERESAN, 2006; IBGE, 2006b; SEGALL-CORRÊA et al., 2009).
Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
foram divulgados em maio de 2006 e mostraram que em 65,2% (33,7 milhões de
domicílios com 109,2 milhões de pessoas) dos 51,8 milhões de domicílios
particulares brasileiros havia segurança alimentar. Os 34,8% (18 milhões de
domicílios com 72,2 milhões de pessoas) restantes não tinham acesso a uma
alimentação saudável e suficiente para seu bem-estar. A situação de insegurança
alimentar no Brasil era grave em todas as unidades da Federação, atingindo
substancialmente domicílios com rendimentos per capita de até 01 salário mínimo
(CERESAN, 2006; IBGE 2006b).
40
Os 18 milhões de lares “inseguros” estavam assim distribuídos: 16% com
insegurança leve (8,3 milhões), 12,3% com moderada (6,4 milhões) e 6,5% com
insegurança grave (3,4 milhões). A região com pior índice foi a do Nordeste, onde
mais que a metade (53,5%) dos lares estava em pior situação. A melhor situação foi a
do Sul, onde 76,5% tinham acesso a uma alimentação adequada. No Sudeste, o
índice de segurança alimentar foi de 72,9%, no Centro-Oeste 68,8% e no Norte
53,6%. As áreas rurais também apresentaram o pior desempenho em todas as regiões.
No total, 43,0% dos lares rurais possuíam algum tipo de deficiência alimentar, contra
33,0% dos urbanos (IBGE, 2006b).
No Estado de Mato Grosso dos 793.889 domicílios estudados pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2004, 66,9% (530.915)
encontravam em situação de segurança alimentar e 33,1% (262.644) em insegurança
alimentar. Destes, 18,4% com insegurança leve, 10,4% com insegurança moderada e
4,3% com insegurança grave (IBGE, 2006b).
Apesar da diminuição da prevalência do baixo peso e da desnutrição no Brasil
e no mundo verificada nas últimas décadas, os valores encontrados ainda são
preocupantes, tornando necessário a atualização constante das estatísticas nacionais
através da utilização de métodos adequados, a fim de reduzir cada vez mais o cenário
da fome que ainda persiste em populações pobres em determinadas áreas do mundo.
1.3 MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA
FOME/ INSEGURANÇA ALIMENTAR
Para VASCONCELOS (1993), o desafio da superação do processo
fome/desnutrição dependerá da adoção de métodos adequados para avaliação do
estado nutricional de indivíduos e/ou coletividades. Para o autor estes métodos
podem ser diretos (exames antropométricos, exames laboratoriais e exames clínicos)
e indiretos (inquéritos de consumo alimentar, estudos demográficos e inquéritos
sócio-econômicos e culturais), dependendo do enfoque dado pelo estudo.
41
Dentre os métodos indiretos, os inquéritos de consumo alimentar ou
inquérito dietético têm sido muito utilizados no Brasil, com destaque para a história
alimentar, o recordatório de 24 horas (R 24), registro diário de consumo alimentar,
pesos e medidas, questionário de freqüência de consumo alimentar (QFCA) e
pesquisa de orçamento familiar. Para a mensuração da desnutrição, dentre os diretos,
o mais utilizado é a antropometria (VASCONCELOS, 2007).
Recentemente tem sido proposto e utilizado como método direto de
mensuração da fome, a escala de percepção da insegurança alimentar no domicílio
(PÉREZ-ESCAMILLA, 2005; MONCADA e ORTEGA, 2006).
Existem vários e diferentes métodos, todos confiáveis, que estimam a fome e
a desnutrição com resultados diversos e evolução distinta entre si (TAKAGI et al.,
2006). Todos eles apresentam vantagens e desvantagens quanto ao seu uso. A seguir
serão descritos alguns dos métodos utilizados com maior freqüência em pesquisas
nacionais de base populacional.
1.3.1 Consumo Alimentar ou Método da FAO
Este é um método indireto de aferição da situação de risco nutricional. Estima
as calorias disponíveis per capita utilizando o inquérito de consumo alimentar e
pesquisas de renda e gasto no domicílio. Neste método, são necessários parâmetros
sobre a ingestão calórica média per capita, o coeficiente de variação desta ingestão
(para obtenção da curva de distribuição do consumo de energia) e o valor de
referência ou ponto de corte, que estabelece o requerimento calórico mínimo per
capita, para estimar a porcentagem da população com baixo consumo calórico
(VIACAVA et al., 1983; BELIK, 2003; PÉREZ-ESCAMILLA, 2005).
Este método apresenta como principais desvantagens o funcionamento no
nível nacional, não permitindo a identificação de indivíduos ou famílias com
insegurança alimentar, nem a desagregação das informações sobre os indivíduos no
nível regional ou por grupos de idade ou gênero. São também fatores limitantes deste
método, o fato de medir a disponibilidade, mas não acesso aos alimentos, além de
42
não medir a qualidade da dieta (VIACAVA et al., 1983; PÉREZ-ESCAMILLA,
2005).
As principais vantagens do método referem-se às informações sobre a
disponibilidade calórica per capita, pois muitos países do mundo dispõem destes
dados permitindo assim, comparações internacionais. Como os dados são atualizados
regularmente é possível medir as tendências da disponibilidade calórica per capita
nos países ao longo do tempo e ainda por ser de custo razoável (PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005).
1.3.2 Pesquisa de Renda e Gastos Familiares
Consiste na obtenção de informações sobre o custo com necessidades básicas
e os gastos familiares com alimentação e sobre a quantidade e qualidade dos
alimentos adquiridos, semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, através de
entrevistas com informantes nos domicílios. Os parâmetros necessários para
interpretação das informações referem-se à quantidade de alimentos comprados ou
gastos, o preço dos alimentos consumidos dentro e fora do domicílio, informações
sobre os alimentos recebidos por algum membro da família como doação ou pago
com trabalho, produção no domicílio de alimentos para consumo e quantidade de
quilocalorias médias disponíveis no domicílio por dia e por pessoa, utilizando tabelas
de conversão do alimento em calorias (VASCONCELOS, 1993; PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005).
Este método apresenta as seguintes desvantagens: a) os dados primários
refletem os alimentos disponíveis e não os consumidos; b) é difícil estimar com
confiança o consumo de alimentos fora do domicílio, pois as pessoas relatam o
quanto gastam e não o quanto consomem fora de casa; c) não permite identificar o
risco de insegurança alimentar dos diferentes indivíduos dentro do domicílio; d) é
difícil precisar a periodicidade dos gastos com a alimentação, se adquiridos antes do
período referência ou se adquirido no período para consumo posterior; e) pouca
padronização metodológica entre os países; f) custo relativamente alto; g) a
43
conversão de gastos com alimentos em calorias per capita no domicílio é
especialmente difícil (PÉREZ-ESCAMILLA, 2005; SEGALL-CORRÊA, 2007).
A principal vantagem deste todo consiste na identificação de domicílios
com insegurança alimentar, o que possibilita construir mapas de risco de insegurança
alimentar nos níveis local, regional e nacional, e ainda mede o risco de baixo
consumo calórico, bem como a qualidade da dieta e a vulnerabilidade dos domicílios
quanto à insegurança alimentar, o que permite triangular a informação e realizar
análises de regressão para compreender melhor as causas e conseqüências da
insegurança alimentar. Esta pesquisa serve ainda para avaliar programas de
intervenção nutricional e políticas de combate à pobreza (PÉREZ-ESCAMILLA,
2005).
1.3.3 Consumo de Alimentos e Nutrientes no Nível Individual
Conjunto de métodos que mede de forma muito próxima o fenômeno da
insegurança alimentar, pois pergunta diretamente a um membro da família sobre o
consumo (no dia anterior, semana anterior, mês anterior, etc.) de alimentos, no nível
individual ou domiciliar. Pode ser medido através de questionários ou formulários de
registro onde os indivíduos anotam o que consomem diariamente. Pode-se utilizar
ainda, um observador que pesará o alimento ou porção antes e depois de consumido
pelo indivíduo, através da técnica de duplicata, para quantificar com precisão o
consumo alimentar. Os métodos mais comumente utilizados são o recordatório de 24
horas e a freqüência do consumo de alimentos (VASCONCELOS, 1993; PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005).
As desvantagens deste método são: a) possíveis erros na mensuração da
quantidade de alimentos relatada pelos indivíduos aos entrevistadores, quando estes
não são suficientemente capacitados e os procedimentos não forem adequadamente
padronizados; b) dificuldade dos indivíduos relatarem com exatidão o tamanho das
porções consumidas; c) variabilidade do consumo de um dia para o outro; d) custo
com a coleta de dados relativamente alta, uma vez que o recordatório de 24 horas,
44
leva no mínimo de 20 a 30 minutos para ser preenchido e por necessitar de um
software especializado para converter o consumo de alimentos em ingestão de
nutrientes, além de ser muito trabalhoso; e) ao pesar os alimentos e porções antes e
depois de ingeridos, o método torna-se muito invasivo, podendo alterar os hábitos
usuais dos indivíduos estudados; f) a biodisponibilidade dos nutrientes depende não
da quantidade ingerida, mas também da fonte (animal ou vegetal), do método de
preparação dos alimentos e do estado nutricional, fisiológico e de saúde dos
indivíduos, e; g) os requerimentos nutricionais mudam freqüentemente, o que
implica em rever constantemente o ponto de corte para estabelecer o risco de
deficiência ou excesso dos nutrientes ingeridos (PÉREZ-ESCAMILLA, 2005).
As principais vantagens destes métodos são: a) mensuração direta do
consumo de alimentos e não apenas na disponibilidade destes dentro do domicílio; b)
são capazes de detectar inadequação quanto à densidade calórica e a qualidade
(macro e micronutrientes) da alimentação; c) capacidade de identificar não apenas os
domicílios, mas também os indivíduos dentro dos domicílios com risco de
insegurança alimentar (PÉREZ-ESCAMILLA, 2005).
1.3.4 Antropometria
Este é o método direto de mensuração do estado nutricional mais utilizado,
sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde e por alguns autores como um dos
melhores indicadores para este fim. Refere-se à mensuração das variações nas
dimensões físicas e na composição global do corpo humano em diferentes idades e
em distintos graus de nutrição. Nas pesquisas nacionais os indicadores
antropométricos mais freqüentemente utilizados, baseiam-se na mensuração do peso
e altura (comprimento para crianças menores de 2 anos e estatura para crianças
maiores de 2 anos, adolescentes, adultos e idosos). As técnicas de aferição de peso e
altura são padronizadas, permitindo a sua reprodução e comparação. Na interpretação
dos dados antropométricos utiliza-se pontos de corte (ou valores de referência) com
45
validade científica comprovada (VIACAVA et al., 1983; VASCONCELOS, 1993;
PÉREZ-ESCAMILLA, 2005).
A principal desvantagem deste método, é que os indicadores antropométricos
são indicadores indiretos da insegurança alimentar e sua interpretação em relação à
insegurança alimentar pode levar ao aparente paradoxo que sugere que enquanto a
insegurança alimentar grave associa-se a adultos com baixo peso, a insegurança
alimentar moderada se associa ao sobrepeso. Pode-se ainda encontrar indivíduos ou
famílias que estão vivendo em situação de insegurança alimentar com valores
normais de peso, altura e índice de massa corporal (IMC), o que restringe a utilização
apenas da antropometria para estimativas de segurança ou insegurança alimentar
(PÉREZ-ESCAMILLA, 2005; SEGALL-CORRÊA, 2007).
Entre as vantagens deste método destacam-se: a) larga utilização por muitos
países; b) possibilita a comparação entre grupos vulneráveis; c) permite o
monitoramento desde o nível nacional, domiciliar até o individual; d) possui custo
baixo quando comparado com as avaliações dietéticas (PÉREZ-ESCAMILLA,
2005).
1.3.5 Percepção da Insegurança Alimentar
Este método surgiu da necessidade do meio científico, em detectar situações
de insegurança alimentar o mais precocemente possível. Esta necessidade levou
pesquisadores americanos a proporem métodos de medidas diretas da situação de
segurança e insegurança alimentar, através da percepção de quem a vivencia. Na
década de 80, pesquisadores da Universidade de Cornell dos Estados Unidos da
América, desenvolveram metodologia específica de mensuração da situação de
insegurança alimentar, após aplicarem métodos qualitativos para compreender este
fenômeno entre mulheres pobres que provavelmente tinham passado por situações de
privação do alimento (RADIMER et al., 1992; KENDALL et al., 1995; PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005; MONCADA e ORTEGA, 2006).
46
O resultado da pesquisa de Cornell impulsionou o desenvolvimento de uma
escala de 10 perguntas que mediam tanto a percepção de preocupação, quanto os
problemas com a quantidade de alimentos e/ou a qualidade da dieta. Nesta escala as
perguntas foram dirigidas a uma pessoa (geralmente mulher adulta responsável pela
alimentação dos membros do domicílio), que respondia o questionário sobre si e os
demais adultos e crianças que residiam no domicílio. As perguntas refletiam a
expectativa teórica da escala de que o processo de insegurança alimentar começa
inicialmente com um estímulo negativo que gera preocupação, seguido de uma
redução da qualidade da dieta e, se o problema da insegurança alimentar persistir a
fase seguinte do processo se caracterizaria por uma redução no consumo de calorias,
primeiro entre os adultos e depois entre as crianças. Esta redução se mostra leve no
início, porém, se o problema de insegurança alimentar não for solucionado, poderá
levar à fome, definida como passar um dia inteiro sem comer durante o período
de referência, primeiro entre os adultos e eventualmente entre as crianças
(RADIMER et al., 1992; KENDALL et al., 1995; PÉREZ-ESCAMILLA, 2005;
MONCADA e ORTEGA, 2006).
Na década de 90, o Departamento da Agricultura dos EUA (United States
Department of Agriculture USDA), coordenou o desenvolvimento de uma escala
nacional para medir a insegurança alimentar, utilizando a escala proposta pelos
pesquisadores de Cornell e de outros estudos, originando uma nova escala que
incluiu 15 itens com mais 3 sub-itens no caso de domicílios com moradores menores
de 18 anos, e de 10 itens quando sem moradores menores de 18 anos. Desde sua
disseminação em 1995, a Escala Norte-Americana da Segurança Alimentar (Core
Food Security Module) tem sido incorporada na pesquisa telefônica mensal do
departamento do Censo deste país (BLUMBERG et al., 1999; BICKEL et al., 2000;
PÉREZ-ESCAMILLA, 2005; MONCADA e ORTEGA, 2006).
A aplicação da escala permite classificar os domicílios segundo sua
vulnerabilidade ou nível de insegurança alimentar, segundo o algoritmo
desenvolvido pelo Departamento da Agricultura dos EUA (United States Department
of Agriculture USDA), em categorias mutuamente exclusivas que descrevem o
grau de insegurança alimentar em: seguro, insegurança alimentar sem fome,
47
insegurança alimentar com fome moderada e insegurança alimentar com fome grave
(BLUMBERG et al., 1999; BICKEL et al., 2000; SEGALL-CORRÊA et al., 2004;
PÉREZ-ESCAMILLA, 2005; MONCADA e ORTEGA, 2006; SAMPAIO et al.,
2006).
Segundo MONCADA e ORTEGA (2006), além da experiência dos EUA na
utilização da escala de percepção da situação de insegurança alimentar no domicílio,
foram desenvolvidas ainda na década de 90, experiências semelhantes em outros
países entre eles, a Austrália (1993), Canadá (1997) e Java (1998).
A partir de 2002, pesquisadores do Departamento de Agricultura dos EUA
(United States Department of Agriculture USDA) propuseram adaptação e
validação da escala de insegurança alimentar, em grupos hispânicos dos EUA,
México, Senegal e Brasil. Outros pesquisadores têm realizado este estudo em outros
países, como o Equador, Bolívia Colômbia, Gana e Burkina Faso (PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005).
Nos países que realizaram a adaptação e validação de escala de insegurança
alimentar do USDA, a experiência foi bem sucedida, indicando que a escala captura
de forma universal dimensões e aspectos chave do fenômeno da insegurança
alimentar e da fome. A capacitação dos entrevistadores possibilitou a aplicação da
escala de maneira rápida, e com baixo custo, justificando sua utilização em pesquisas
nacionais para descrever o perfil de insegurança alimentar nos domicílios (PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005; MONCADA e ORTEGA, 2006).
A experiência com a escala possibilitou concluir que a mesma poderá ser
eficaz no estabelecimento de metas para redução da insegurança alimentar,
focalização de programas de combate à insegurança alimentar, monitoramento do
progresso destes programas, promoção de pesquisas que possibilitem a compreensão
das causas e conseqüências da insegurança alimentar na América Latina e Caribe e
ainda verificar se a insegurança alimentar está relacionada com a obesidade (PÉREZ-
ESCAMILLA, 2005; SEGALL-CORRÊA et al., 2004; MONCADA e ORTEGA,
2006).
48
Em dezembro de 2003, aplicou-se uma versão adaptada da escala de
insegurança alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA (United States
Department of Agriculture USDA), em amostra representativa da cidade do
México. Do total de domicílios estudados, 42% encontravam-se em situação de
segurança alimentar, 35% com insegurança alimentar leve, 17% com insegurança
alimentar moderada e 6% com insegurança alimentar grave (PÉREZ-ESCAMILLA,
2005).
Realizando estudo para validação da escala de segurança alimentar e de apoio
social em população afro-colombiana, ALVARADO et al., (2005), constataram
consistência interna e externa para a escala. Os resultados do estudo identificaram
que apenas 17,0% do total de domicílios estudados, viviam em situação de segurança
alimentar contra 82,8% com insegurança alimentar, estes distribuídos em situações
de insegurança alimentar mediana, moderada e severa na ordem de 61,6%, 17,6% e
3,6% respectivamente. Os pesquisadores verificaram que nos domicílios com
situação de insegurança alimentar, a falta de dinheiro para aquisição de alimentos era
uma das principais causas da fome.
No Brasil, após proposta de pesquisadores norte-americanos de utilização da
escala do Departamento de Agricultura dos EUA (United States Department of
Agriculture USDA), iniciaram-se atividades científicas para validação da proposta.
Apesar da escala norte-americana não apresentar a mesma abrangência conceitual da
definição de segurança alimentar e nutricional adotada no país, pesquisadores de
várias instituições, propuseram uma adaptação dos itens norte-americanos à realidade
nacional, para elaboração da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA),
sendo sua validação ocorrida entre os meses de abril de 2003 e fevereiro de 2004,
nos municípios de Campinas/SP, Brasília/DF, João Pessoa/PB, Manaus/AM e área
rural de Cuiabá/MT (SEGALL-CORRÊA et al. 2004, 2009; MARIN-LEÓN et al.,
2005; SAMPAIO et al., 2006; PÉREZ-ESCAMILLA, 2004, 2005).
Semelhante a escala norte-americana, a EBIA consiste na formulação de
perguntas diretamente a uma pessoa da família, através de um questionário
estruturado, visando captar a percepção da segurança alimentar e da insegurança
49
alimentar em seus diferentes níveis (SEGALL-CORRÊA et al. 2004, 2009; MARIN-
LEÓN et al. 2005; SAMPAIO et al. 2006).
Os procedimentos de validação da EBIA constaram de etapas qualitativas e
quantitativas. A etapa qualitativa foi composta de quatro painéis que tiveram a
participação de especialistas, seguidos de grupos focais com representantes de
comunidades dos municípios selecionados, a fim de clarear a compreensão da
população a respeito de conceitos e palavras-chave contidos na escala. Os
especialistas que fizeram parte dos painéis, juntamente com os pesquisadores
revisaram o instrumento original, discutiram estratégias de aplicação e adequação de
indicadores sociais demográficos e de consumo alimentar, propondo modificações
para a realidade brasileira. No final do processo, um questionário contendo 15
perguntas sobre insegurança alimentar foi elaborado e aprovado pelo grupo
(SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009).
Na etapa quantitativa (inquérito), os pesquisadores optaram em utilizar
amostras intencionais de domicílios selecionados para representar quatro estratos
sociais distintos (classe média, média baixa, pobre e muito pobre). Os resultados
mostraram validação interna alta do questionário, verificada através do teste
estatístico que mede a significância desta consistência, conhecido como teste Alpha
de Chronbach, encontrando valores variando entre 0,91 e 0,94 (o mínimo
recomendado para este teste é de 0,85). Segundo os pesquisadores a validade
preditiva também foi alta, mostrada pelo paralelismo das curvas de respostas
positivas as 15 perguntas, segundo os quatro estratos de renda, conferindo validade
externa à escala (SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009).
Nos municípios selecionados, foi aplicada a escala modificada a 125-200
famílias pertencentes a diferentes estratos sociais. Todas as questões da escala foram
levantadas utilizando como período de referência os últimos três meses. Os
coeficientes utilizados para avaliar a escala, indicaram uma forte consistência interna
nos municípios estudados. O padrão de respostas aos itens perguntados foi
consistente nos distintos grupos socioeconômicos. A escala da insegurança alimentar
utilizada no Brasil foi considerada válida, sendo recomendada sua inclusão em
50
pesquisas nacionais (SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009; PÉREZ-ESCAMILLA,
2005).
Cada resposta afirmativa representa um ponto e a somatória dos pontos avalia
sobre a insuficiência alimentar em diferentes níveis de intensidade. Foram incluídas
na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), informações referentes à
produção de alimentos e o recebimento de ajuda institucional ou de particulares na
alimentação de qualquer um dos membros da família (SEGAL-CORRÊA, 2004;
MARIN-LEÓN et al., 2005; SAMPAIO et al., 2006).
A insegurança alimentar medida pela escala apresenta-se em um gradiente de
severidade, iniciando pelo receio ou medo da pessoa de que a família venha a sofrer
privação alimentar no futuro próximo (componente psicológico da insegurança),
passando pelo comprometimento da qualidade da dieta e pela limitação na
quantidade de alimentos consumidos pela família, chegando até o nível mais grave
da insegurança alimentar, que é fome entre adultos e/ou crianças da família
(BICKEL et al., 2000; SEGALL-CORRÊA et al., 2004; MARIN-LEÓN et al., 2005;
SAMPAIO et al., 2006).
Esta metodologia apresenta como principal desvantagem a representação
subjetiva da medida da insegurança alimentar. Desta forma, pode ser suscetível a
vícios de prestígio ou, sobretudo de benefício, uma vez que os indivíduos que
participam da pesquisa podem achar que eles, seus domicílios ou suas comunidades,
podem receber alimentos ou outros benefícios sociais dependendo das respostas que
derem à escala de insegurança alimentar e ainda, por utilizar algoritmo para
classificar os domicílios segundo o grau de insegurança alimentar, o que
provavelmente tenha comportamento diferente em países diferentes e, finalmente,
por não capturar a dimensão da segurança do alimento, tais como a contaminação
microbiológica ou com tóxicos, tais como metais pesados e pesticidas (BICKEL et
al., 2000; SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009; MARIN-LEÓN et al., 2005;
SAMPAIO et al,. 2006; PÉREZ-ESCAMILLA, 2005).
As principais vantagens deste método são: a) mensura diretamente o
fenômeno de interesse, ou seja, a percepção das famílias quanto à insegurança
51
alimentar; b) na construção da escala utilizou-se de uma investigação qualitativa e
quantitativa, sólida e rigorosa; c) permite capturar não as dimensões físicas, mas
também a dimensão psicológica da insegurança alimentar; d) baixo custo e rapidez
na aplicação da escala; e) permite aos países a descentralização da implantação e
monitoramento de políticas de combate à insegurança alimentar (BICKEL et al.,
2000; MARIN-LEÓN et al., 2005; SAMPAIO et al. 2006; PÉREZ-ESCAMILLA,
2005; MONCADA e ORTEGA, 2006 SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009).
1.4 ESTUDOS REALIZADOS COM A ESCALA BRASILEIRA DE
INSEGURANÇA ALIMENTAR (EBIA)
Na validação da EBIA no Brasil, apesar das amostras não serem
representativas, os resultados encontrados mostram que ainda persistem casos graves
de insegurança alimentar nos lares brasileiros. A prevalência de insegurança
alimentar severa em áreas urbanas e rurais do Estado de São Paulo foi
respectivamente de 12,9% e 13,1%, em Goiás foi de 28,2% e 14,6%, no Amazonas
foi de 44,6% e 35,2%, Paraíba de 24,8% e 11,5%, e áreas rurais do Estado de Mato
Grosso de 27,2% (SEGALL-CORRÊA et al., 2004, 2009).
Após validação, a EBIA foi introduzida num suplemento especial da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2004, mostrando um quadro grave:
18 milhões de lares brasileiros viviam em situação de insegurança alimentar, destes
3,4 milhões em situação de insegurança alimentar grave (IBGE, 2006b).
Em estudo realizado em Campinas, São Paulo, sobre a Percepção de
Insegurança Alimentar em Famílias com idosos, observou-se insegurança alimentar
leve em 33,0% das famílias, moderada em 11,8% e grave em 7,2%, sendo que as
famílias com insegurança alimentar apresentaram maior proporção de idosos com
baixa renda e baixa escolaridade, apesar destes contribuírem com a renda familiar
(MARÍN-LEÓN et al., 2005).
52
PEREIRA et al., (2006), estudando a insegurança alimentar em região de alta
vulnerabilidade social da cidade de São Paulo, utilizando a EBIA, verificaram que
das 81 famílias que participaram do estudo, apenas 12,0% encontravam-se em
situação de segurança alimentar, 44,6% com insegurança alimentar leve, 27,7% com
insegurança alimentar moderada e 15,7% insegurança alimentar grave.
Estudando a segurança alimentar em indígenas Teréna, Mato Grosso do Sul,
utilizando adaptação da EBIA, FÁVARO et al., (2007), verificaram que das 49
famílias com crianças menores de sessenta meses que participaram do estudo, a
prevalência de segurança alimentar foi de 24,5%, insegurança alimentar leve foi de
22,4%, moderada foi de 32,7% e grave de 20,4%. Verificaram ainda que a situação
de insegurança alimentar moderada e grave esteve presente em maior proporção e
com maior possibilidade de ocorrência nas famílias com menor renda, menor
escolaridade materna e maior densidade.
Confirmando o já referenciado por alguns autores sobre associação da fome
com a pobreza (BELIK et al., 2001; MONTEIRO, 2003; CERESAN, 2006;
BURLANDY, 2007) verifica-se, nos estudos utilizando a EBIA, que os grupos
sociais mais vulneráveis à insegurança alimentar são aqueles que não dispõem de
renda suficiente para adquirir alimentos de qualidade e em quantidade suficientes
para suprir as necessidades dos moradores do domicílio.
Temas sobre o direito à alimentação e as ações de políticas públicas de
combate à insegurança alimentar e à fome vem sendo amplamente discutidos no
Brasil e no mundo. Contudo, ainda existe carência de indicadores diretos para a
medida de insegurança alimentar. No entanto, nos últimos vinte anos, vários países
vêm desenvolvendo pesquisa utilizando instrumentos capazes de mensurar
diretamente situações de fome e insegurança alimentar, possibilitando sua utilização
em pesquisas de base populacional.
No Brasil recentemente foi validada a Escala Brasileira de Insegurança
Alimentar (EBIA), instrumento eficaz, de baixo custo, capaz de identificar famílias
em situação de insegurança alimentar, dimensionar grupos mais vulneráveis,
biológica e socialmente e permitindo o acompanhamento e avaliação de impacto
53
populacional de programas de intervenção nutricional (SEGALL-CORRÊA et al.,
2004, 2009).
Considerando que na validação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(EBIA), SEGALL-CORRÊA et al., (2004) verificaram que 90,8% dos domicílios
estudados em Mato Grosso (população de ribeirinhos, trabalhadores assentados e
agricultores tradicionais do estado), viviam em situação de insegurança alimentar e
que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006) através da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), identificaram em Mato Grosso 33,1%
de domicílios em situação de insegurança alimentar, torna-se relevante identificar
famílias vivenciando situação de insegurança alimentar em municípios
matogrossenses.
Diante destas informações, o presente estudo pretende analisar a situação de
segurança e insegurança alimentar de famílias residentes em área urbana do
município de Sinop/MT, através da utilização de um método capaz de mensurar de
forma direta esta condição.
54
OBJETIVOS
55
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a prevalência de segurança e insegurança alimentar e os fatores
associados à insegurança alimentar das famílias residentes no município
de Sinop/Mato Grosso.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar as famílias de acordo com as variáveis demográficas,
socioeconômicas e ambientais;
Descrever o estado nutricional, segundo o Índice de Massa Corporal
(IMC), dos membros das famílias residentes no município;
Estimar a prevalência de segurança e insegurança alimentar nas famílias
residentes na área urbana de Sinop /MT;
Verificar a associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas,
ambientais, estado nutricional, disponibilidade, consumo de alimentos,
doação de alimentos e outros benefícios de transferência de renda com a
situação de insegurança alimentar nas famílias residentes na área urbana
de Sinop/MT.
56
MATERIAL E MÉTODOS
57
3 MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo faz parte de um projeto maior intitulado “Segurança Alimentar e
Nutricional da População Residente na Área de Influência da BR 163”, financiado
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e
realizado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e da Faculdade de
Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria
com a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) e Secretarias de
Saúde dos municípios de Alta Floresta, Diamantino, Sinop e Sorriso (GUIMARÃES
et al., 2006).
A delimitação da área de influência da BR 163 que liga Cuiabá Santarém,
ocorreu conforme a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e
considerando os conceitos de regionalização do Plano Amazônia Sustentável (PAS).
Este plano é baseado num conjunto de políticas públicas que prioriza a pavimentação
da BR 163, inclusão social e conservação dos recursos naturais. A área total é de
974 mil Km
2
(Figura 2). A rodovia Cuiabá Santarém atravessa uma das áreas mais
importantes da Amazônia, em potencial econômico, diversidade social, biológica e
riquezas naturais (BRASIL, 2005).
Figura 2 - Área de Influência da BR 163.
Fonte: Ministério da Integração Nacional
58
3.1 TIPO DO ESTUDO
Este é um estudo de corte transversal de base populacional, que consistiu no
levantamento de informações sobre segurança alimentar, características
demográficas, socioeconômicas, ambientais e nutricionais de famílias residentes na
área urbana do município de Sinop/ MT.
3.2 LOCAL DO ESTUDO
O município de Sinop está localizado na Região Centro Norte de Mato
Grosso (Figura 3), às margens da Rodovia BR 163, que liga Cuiabá/MT á
Santarem/PA. Possui latitude de 11º50'53" ao sul e longitude de 50º38'57" à oeste. A
altitude é de 384 metros em relação ao nível do mar. Representa uma das principais
cidades do estado de Mato Grosso, com uma área de 3.206,8 km, localizada a 472,40
km de distância de Cuiabá, capital do estado. Tem como principal atividade
econômica, a agropecuária, com grande destaque para o setor madeireiro.
Figura 3 - Localização do Município de Sinop/MT, 2007.
Fonte: www.wiquipédia.com.br.acessado em novembro de 2007.
59
O município de Sinop/MT, foi escolhido por localizar-se na área de influência
da BR 163 e por sua capacidade instalada. É município sede do Escritório Regional
de Saúde, servindo de referência para os municípios da Microrregião de Sino/MT.
A população geral do município de Sinop/MT, estimada para o ano de 2005,
era de 99.121 habitantes, com características demográficas, socioeconômicas e
indicadores de saúde descritos no Quadro 1 ( MS, 2005b).
Quadro 1 - Características demográficas, socieconômicas e indicadores de saúde do
município de Sinop/MT, 2005.
Características
Município de Sinop
Área geográfica - km
2
3.206,8
Distância da Capital - km
472,40
População
99.121
Densidade demográfica hab/km
2
23,40
Taxa de crescimento
8,30
Esperança de vida ao nascer
73,12
Renda per capita (Reais)
340,38
IDH
0,807
Taxa de alfabetização %
91,50
Água tratada canalizada %
19,50
Sistema de tratamento de esgoto %
0,20
Coleta pública de lixo %
62,40
Taxa de mortalidade infantil/1000 nv
17,00
Taxa de Mortalide Geral/1000hab
3,30
% de Baixo Peso ao nascer
5,80
% de mães adolescentes
27,10
% de Cobertura do Programa de Saúde da Família
69,00
Fonte: Ministério da Saúde do Brasil Secretaria de Vigilância em Saúde, 2005b.
3.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO
Esta pesquisa foi realizada com famílias sorteadas residentes na área urbana
do município de Sinop/MT.
Para o levantamento das informações referentes às características da
população do estudo, considerou-se as informações do ano de 2005, em que foi
idealizado e aprovado o projeto de pesquisa pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
60
Em 2005, o município de Sinop/MT possuía uma população estimada de
99.121 habitantes. A distribuição da população do município de Sinop/MT por faixa
etária para o ano de 2005, está representada no Quadro 2.
Quadro 2 - População do município de Sinop/MT, por faixa etária conforme
estimativa populacional de 2005.
Faixa Etária
Sinop
N
%
Até 4 anos
11.392
11,49
5 a 9 anos
11.090
11,19
10 a 19 anos
20.451
20,63
20 a 59 anos
52.303
52,77
60 e + anos
3.885
3,92
Total
99.121
100,00
Fonte: IBGE, 2007.
3.3.1 Critérios de Inclusão
Foram incluídos no estudo, crianças, adolescentes, adultos e idosos, de ambos
os sexos, pertencentes as famílias dos domicílios sorteados residentes na área urbana
do município de Sinop/MT.
3.3.2 Critérios de Exclusão
Foram excluídos, indivíduos indígenas, gestantes, portadores de doenças
crônicas incapacitantes e indivíduos acamados e/ou com deficiência física ou mental
que impossibilitasse a realização da antropometria.
3.4 PLANEJAMENTO AMOSTRAL
Para maior representatividade da população do município estudado foi
utilizado o método por conglomerados em 2 estágios: setor censitário e domicílio.
61
Nestes estágios, o método utilizado para o sorteio foi de amostragem aleatória
simples.
O cálculo da amostra para este estudo foi realizado com base na população do
municípío, por faixa etária, com nível de confiança de 95% e considerando uma
proporção de 0,5 (p = 0,5), com um erro de estimação de 3,5% (d = 0,035).
Para o cálculo da amostra, utilizou-se as seguintes expressões estatísticas:
( )
pp
Z
d
N
pNp
n
+
=
1
)(
)1(
)1(
2
2
2
(1)
i
wnn .=
(2)
Assim, utilizando-se as expressões (1) e (2) foi determinado o tamanho da
amostra por faixa etária, conforme apresentada no Quadro 3.
Quadro 3 - Amostra por faixa etária considerando uma proporção de 0,5% e um
erro de estimação de 3,5% para o município de Sinop/MT, 2007.
Faixa Etária
Sinop
Amostra
Wi
Até 4 anos
89
0,1149
5 a 9 anos
87
0,1119
10 a 19 anos
161
0,2063
20 a 59 anos
411
0,5277
60 e + anos
30
0,0392
Total
778
1,000
Extraído de: GUIMARÃES et al., 2006
Após a definição do número de indivíduos a serem entrevistados determinou-
se o número total de domicílios a serem considerados na pesquisa. O número de
domicílios foi determinado dividindo-se o número de indivíduos da amostra pelo
número médio de moradores por domicílio. De acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005 o município de Sinop/MT
possuía 75 setores censitários, 26.016 domicílios, com a média de 3,81 moradores
por domicílio (IBGE, 2007).
62
Para compensar as possíveis perdas por entrevistas não realizadas na coleta de
dados (recusa, domicílio não encontrado, moradores ausentes) foi definido um
aumento de 20% no número total de domicílios pesquisados, evitando-se assim, a
necessidade de substituição destes domicílios. Desta forma, foram previstos 245
domicílios para participarem da pesquisa, sendo que foram investigados 213
domicilios (86,9%) em Sinop/MT, conforme Quadro 4.
Quadro 4 - Número total de domicílios considerados na pesquisa em Sinop/MT,
2007.
Número de
moradores
(amostra)
Moradores
por
domicílios
Número de
domicílios
Acréscimo
de 20% de
domicílios
Número de
domicílios
previstos
Número de
domicílios
investigados
778
3,81
204
41
245
213
Extraído de: GUIMARÃES et al 2006
Para a realização do sorteio aleatório dos domicílios, primeiramente foram
levantados todos os setores censitários que compunham o município de acordo com a
divisão utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os
setores foram divididos em 3 estratos: com mais de 200 domicílios, de 100 a 200
domicílios e menor que 100 domicílios. Retirou-se 50% dos setores de cada estrato.
Dos 75 setores censitários existentes no município de Sinop/MT no ano de 2005,
foram sorteados aleatoriamente 32 setores censitários para fazerem parte do estudo.
Após o sorteio dos setores foi efetuada uma listagem de todos os domicílios
particulares (ocupados, fechados, vagos ou de uso ocasional) de cada setor sorteado
com o objetivo de se obter um cadastro atualizado dos domicílios, para posterior
sorteio dos domicílios que constituiriam a amostra estudada. O sorteio dos domicílios
foi realizado de forma aleatória de modo que o número de domicílios de cada setor
equivalesse a proporção do mesmo no total de domicílios no município.
63
3.5 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS DO ESTUDO
As variáveis do presente estudo foram obtidas à partir da aplicação de
formulários de entrevista com perguntas pré-codificadas (Anexo1), através de visita
domiciliar.
Os questionários continham as seguintes informações: identificação da
família, características da entrevista, variáveis demográficas e socioeconômicas,
condições de moradia, segurança alimentar e participação em programas de
alimentação, variavéis antropométricas, tais como peso e altura.
Foram consideradas as seguintes variáveis:
3.5.1 Variável Dependente
Insegurança alimentar: foi avaliada pela utilização da Escala Brasileira
de Insegurança Alimentar (EBIA). Os domicílios foram classificados de
acordo com a situação de segurança alimentar em quatro categorias:
Segurança Alimentar, Insegurança Alimentar Leve, Insegurança Alimentar
Moderada e Insegurança Alimentar Grave, conforme o modelo modificado
por SEGALL-CORREÂ et al., (2004, 2009), utilizando o proposto por
BICKEL et al., (2000) no processo de validação da EBIA e aplicado no
suplemento especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
(PNAD) em 2004 (IBGE, 2006b). Conforme o número de respostas positivas,
foi atribuída a cada domicílio pontuação específica, conforme detalhado no
Quadro 5 (BICKEL et al., 2000; SEGALL-CORREÂ et al., 2004; IBGE,
2006b).
64
Quadro 5 Pontuação (pontos) para classificação dos domicílios nas categorias de
segurança alimentar e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
Classificação dos domicílios com pelo
menos 01 morador menor de 18 anos de
idade
Classificação dos domicílios com somente
moradores de 18 anos ou mais de idade
Segurança Alimentar: 0
Segurança Alimentar: 0
Insegurança Alimentar Leve: 1 a 5
Insegurança Alimentar Leve: 1 a 3
Insegurança Alimentar Moderada: 6 a 10
Insegurança Alimentar Moderada: 4 a 6
Insegurança Alimentar Grave: 11 a 15
Insegurança Alimentar Grave: 7 a 9
Fonte: IBGE, 2006b.
3.5.2 Variáveis Independentes
Variáveis demográficas:
Sexo: masculino e feminino.
Idade: definida em anos e meses completos, calculada a partir da data de entrevista e
da data de nascimento dos membros dos domicílios, sendo utilizada conforme o
preconizado pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), as
faixas etárias: 0 a 9; 10 a 19; 20 a 39; 40 a 59; ≥ 60 (MS, 2004).
Cor/raça: autoreferida pelo entrevistado, caracterizada em branca, preta, parda,
amarela e indígena.
Grau de parentesco: foi considerado o grau de parentesco dos indivíduos em
relação ao chefe da família, como: chefe, cônjugue, filho (a) biológico (a), filho (a)
não biológico (a), outros parentes.
Sitação conjugal: foi classificado em solteiro (a), casado (a), desquitado (a)/
separado (a)/ divorciado (a) e viúvo (a).
Composição familiar: foi considerado a densidade e os grupos etários:
1) Número de moradores/pessoas por domicílio: 1 a 3, 4 a 6, ≥ 7 (IBGE, 2006b)
2) Proporção de crianças menores de cinco anos: sim ou não.
3) Proporção de indivíduos menores de 18 anos de idade: sim ou não.
4) Proporção de idosos: sim ou não.
65
Variáveis socioeconômicas:
Renda familiar mensal per capita: foi estratificada em salários mínimos per capita
(smpc) sendo esta classificada em: sem rendimento, 0,25 smpc, 0,26 a 0,50 smpc,
0,51 a 1,00 smpc, 1,01 a 2,00 smpc, 2,01 a 3,00 smpc e ≥ 3,01 smpc (IBGE, 2006b).
O salário mínimo vigente em 2007, ocasião da entrevista correspondia ao valor de
R$ 350,00.
Escolaridade: foi definida em anos completos de estudo: sem instrução e < 1 ano, 1
a 3 anos, 4 a 7 anos, 08 a 10 anos, 10 a 14 anos e 15 anos de estudo de acordo com
a classificação do IBGE (2006b).
Propriedade do domicílio: foi verificada em relação à posse do imóvel, sendo esta
subdivididas nas seguintes categorias: própria paga, própria pagando, alugada ou
cedida.
Número de equipamentos/bens: foi considerado o total de equipamentos/bens que a
família possuía: 0 a 5, 6 a 11, 12 a 17, 18 a 23 e ≥ 24.
Classe econômica: foi classificado segundo o Critério de Classificação Econômica
Brasil (CCEB) da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP), que
adota o sistema de pontos para dois critérios que visam estimar o poder de compras
das pessoas e famílias urbanas:
1) Posse de determinados equipamentos/bens e serviços: televisão em cores,
videocassete e/ou DVD, rádio, máquina de lavar roupas, geladeira e freezer,
automóvel, banheiro e empregada mensalista.
2) Grau de instrução do chefe da família: analfabeto/primário incompleto, primário
completo/ginasial incompleto, ginasial completo/colegial incompleto, colegial
completo/ superior incompleto e superior completo.
Após somatório dos pontos as famílias são classificadas em uma das 08 classes
econômicas do CCEB: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E (ABEP, 2008).
Neste estudo optou-se em agrupar as classes A1 e A2, B1 e B2 e C1 e C2, resultando
nas classes: A, B C, D e E.
66
Variáveis Ambientais:
Tipo de construção do imóvel: foi verificado quanto ao tipo de construção:
alvenaria com acabamento completo, alvenaria com acabamento incompleto,
alvenaria com madeira, madeira e material aproveitado.
Número total de cômodos: foi verificado ao total de cômodos existentes no
domicílio: 1 a 3, 4 a 6, 7 a 9 e ≥10.
Número de cômodos para dormir: foi verificado ao total de cômodos destinados à
dormir existentes no domicílio 1, 2 a 3, 4 a 5.
Abastecimento de água: foi verificado quanto à origem da água que abastecia o
domicílio: rede pública e poço ou nascente.
Coleta do lixo: foi verificado quanto à retirada do lixo do domicílio: serviço público
ou outros.
Esgotamento sanitário: foi verificado quanto a forma de esgotamento: rede pública,
fossa séptica ou fossa rudimentar.
Presença de filtro de água: foi verificado quanto ao tratamento da água no
domícilio: Sim; não, mas trata a água; não, mas a água é mineral; não e nem trata a
água.
Variáveis Antropométricas e avaliação nutricional:
Medidas antropométricas de crianças (< 10 anos): idade em anos e meses, peso
em kg, comprimento (para menores de 24 meses de idade) e estatura (para os maiores
de 24 meses a 10 anos) em m e Índice de Massa Corporal (IMC), definido como peso
em quilogramas dividido pela estatura em metros quadrado. Para classificação do
estado nutricional de crianças menores de 05 anos, adotou-se as recomendações do
Ministério da Saúde (2008a) de utilização do World Health Organization (WHO,
2006) e para as maiores de 05 anos à 10 anos, o World Health Organization (WHO,
67
2007). No Quadro 6 estão descritos os pontos de corte preconizados pelo WHO 2006
e 2007 (MS, 2008a).
Quadro 6 Pontos de corte para avaliação nutricional de crianças menores de10
anos, Sinop/MT, 2007.
Pontos de corte de peso por idade para crianças
Valores críticos
Diagnóstico nutricional
< Percentil 0,1
Peso muito baixo para a idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3
Peso baixo para a idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 97
Peso adequado ou eutrófico
≥ Percentil 97
Peso elevado para a idade
Pontos de corte de estatura por idade para crianças
< Percentil 3
Baixa estatura para a idade
Percentil 3
Estatura adequada para a idade
Pontos de corte de peso por estatura para crianças
< Percentil 3
Peso baixo para a estatura
≥ Percentil 3 e < Percentil 97
Peso adequado ou eutrófico
≥ Percentil 97
Peso elevado para a estatura
Pontos de corte de IMC por idade para crianças
< Percentil 3
Baixo IMC para idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 85
IMC adequado ou eutrófico
≥ Percentil 85 e < Percentil 97
Sobrepeso
≥ Percentil 97
Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde, 2008a.
Medidas antropométricas adolescentes ( 10 anos e < 20 anos): peso (Kg) e
estatura (m) para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), definido como peso
em quilogramas dividido pela estatura em metros quadrado. Para classificação do
estado nutricional de adolescentes de 11 a 19 anos, calculou-se o IMC por idade,
adotando as recomendações do Ministério da Saúde (2008a) de utilização do World
Health Organization (WHO, 2007). No Quadro 7 estão descritos os pontos de corte
preconizados pelo WHO 2007 (MS, 2008a).
Quadro 7 Pontos de corte para avaliação nutricional de adolescentes, Sinop/MT,
2007.
Pontos de corte de IMC por idade para adolescentes
< Percentil 3
Baixo IMC para idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 85
IMC adequado ou eutrófico
≥ Percentil 85 e < Percentil 97
Sobrepeso
≥ Percentil 97
Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde, 2008a.
68
Medidas antropométricas de adultos (≥ 20 anos e < 60 anos): peso (Kg) e estatura
(m) para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), definido como peso em
quilogramas dividido pela estatura em metros quadrado. Para classificação do estado
nutricional de adultos, calculou-se o IMC por idade, adotando as recomendações do
Ministério da Saúde (2008a) de utilização do World Health Organization (WHO,
1995). No Quadro 8 estão descritos os pontos de corte preconizados pelo WHO 1995
(MS, 2008a).
Quadro 8 Pontos de corte para avaliação nutricional de adultos, Sinop/MT, 2007.
Pontos de corte de IMC para adultos
IMC (kg/m²)
Diagnóstico nutricional
< 18,5
Baixo peso
≥ 18,5 e < 25
Adequado ou eutrófico
≥ 25 e < 30
Sobrepeso
≥ 30
Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde, 2008a.
Medidas antropométricas de idosos (60 anos): peso (Kg) e estatura (m) para
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), definido como peso em quilogramas
dividido pela estatura em metros quadrado. Para classificação do estado nutricional
idosos, calculou-se o IMC por idade, adotando as recomendações do Ministério da
Saúde (2008a) de utilização do American Academy of Family Physicians (AAFP,
1994). No Quadro 9 estão descritos os pontos de corte preconizados pelo AAFP 1994
(MS, 2008a).
Quadro 9 Pontos de corte para avaliação nutricional de idosos, Sinop/MT, 2007.
Pontos de corte de IMC para idosos
IMC (kg/m²)
Diagnóstico nutricional
< 22
Baixo peso
≥ 22 e < 27
Adequado ou eutrófico
≥ 27
Sobrepeso
Fonte: Ministério da Saúde, 2008a.
69
Variáveis relacionadas às práticas Alimentares e Segurança Alimentar
Produção de alimentos: foi considerada a produção de qualquer origem, quer seja
agrícola ou de criação de animais, destinados a produzir alimentos no domicílio
destinado ao consumo alimentar da familia: sim ou não.
Criação de animais para consumo: foi verificada quanto à criação de animais
(especificado a espécie) na propriedade para consumo da família: sim ou não.
Plantio de alimentos em hortas, pomares ou outras lavouras: foi considerado o
plantio de alimentos (vegetais A, B, C e frutas) no domicílio destinado ao consumo
alimentar da familia: produzido, consumido e produzido/consumido.
Produção de leite e seu derivados: foi considerada a produção do leite ou seus
derivados (coalhada, manteiga, queijo e doce) processados no domicílio destinado ao
consumo alimentar da familia: sim ou não.
Processamento de alimentos: foi considerado o processamento de alimentos
(farinha/fubá, rapadura, melaço, geléia/compota e ovos) no domicílio destinado ao
consumo alimentar da familia: sim ou não.
Disponibilidade de alimentos domiciliar: foi analisada em relação à freqüência
semanal dos principais grupos de alimentos disponível no domicílio em : todos os
dias, uma a três vezes por semana, quatro a seis vezes por semana, não teve
disponível.
Doação de alimentos: foi verificada quanto ao recebimento de alimentos de órgãos
púbicos, privados ou ONGs, por algum membro da família: sim ou não.
Recebimento de benefícios de tranferência de renda: foi verificada em função da
participação de algum membro da família em programas de transferência de renda
(bolsa família/bolsa escola, programa de igreja ou outro): sim ou não.
Freqüência do recebimento do benefício: foi verificada em função da
periodicidade de recebimento do benefício de transferência de renda: mensal,
bimestral ou outro.
70
3.6 TREINAMENTO E ESTUDO PILOTO
O treinamento dos auxiliares da pesquisa teve como finalidade padronizar os
procedimentos de obtenção das informações, formulação das perguntas e
preenchimento do formulário. Incluiu também, a apresentação dos objetivos do
estudo, questões de abordagem e de sigilo da informação obtida.
No primeiro momento o treinamento foi realizado em Cuiabá, no período de
07 a 12 de dezembro de 2006, no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade
Federal de Mato Grosso (ISC/UFMT), com carga horária de 35 horas. Participaram
do treinamento 17 (dezessete) entrevistadores e 01 (uma) supervisora de trabalho de
campo.
Num segundo momento o treinamento foi realizado em Sinop, no período de
21/01/2007 a 09/02/2007, no Centro Estadual de Educação Profissional e
Tecnológica (CEPROTEC). Participaram deste treinamento 08 (oito) técnicos em
enfermagem.
Para melhor apreensão dos conteúdos ministrados, os entrevistadores
aplicaram os questionários entre si e nos domicílios vizinhos as suas residências.
Os auxiliares da pesquisa tiveram disponível o Manual do Entrevistador
(Anexo 2) com as orientações sobre como proceder em cada item da entrevista.
O estudo piloto foi realizado em Cuiabá, nos dias 18 e 19 de dezembro de
2006, com o objetivo de verificar e aprimorar a habilidade dos auxiliares da pesquisa
em aplicar os formulários, adequação dos questionários, fichas, manual e outros
procedimentos propostos. Cada entrevistador realizou entrevistas com cinco famílias
residentes em três bairros do município de Cuiabá: Jardim Amperco, Novo Tempo e
Jardim Imperial. Os dois primeiros eram campos de estágio dos alunos do Curso de
nutrição da UFMT e o último foi escolhido por apresentar melhorores condições de
moradia e de infra-estrutura.
71
Após a realização do estudo piloto houve a reformulação de algumas questões
e também reestruturação da sequência das questões que faziam parte dos
questionários.
As duplas de auxiliares de pesquisa foram formadas por uma nutricionista e
por uma técnica em enfermagem. A supervisora do trabalho de campo também era
graduada em Nutrição. A seleção dos auxiliares de pesquisa foi realizada por meio de
entrevista e análise de Currículo Vitae, realizada pela coordenação do projeto de
pesquisa.
3.7 COLETA DE DADOS
Inicialmente, foi mantido contato com o dirigente do município de Sinop, por
intermédio da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, para apresentação,
discussão do projeto de investigação e assinatura da Carta de Anuência e
Autorização pelo Secretário de Saúde do Município (Anexo 3). O trabalho de campo
foi realizado nos domicílios após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), conforme consentimento dos responsáveis (Anexo 4).
O supervisor, responsável pela pesquisa acompanhou de forma contínua e
sistemática o trabalho de campo, com esclarecimento das dúvidas surgidas no
decorrer das atividades. Realizou-se reuniões semanais com a equipe de
entrevistadores para avaliação dos trabalhos realizados, visando garantir a qualidade
dos dados coletados. A coordenação e pesquisadores responsáveis pelas atividades,
visitaram os locais de investigação sempre que necessário.
Após assinatura do TCLE, os dados foram coletados nos domicílios por meio
de entrevistas por equipe devidamente treinada. As informações relativas às variáveis
do estudo foram registradas em questionário previamente estruturado, codificado e
testado no período de fevereiro a abril de 2007.
Na aplicação dos formulários foram levantadas as seguintes informações:
características da entrevista, identificação da família, caracterização dos moradores,
72
variáveis relativas ao domicílio, segurança alimentar (preocupação e receio de ficar
sem alimento para consumo da família, falta de alimento para consumo da família,
plantio e produção de alimentos no domicílio, criação de animais para consumo
alimentar da família, participação de algum membro da família em programas de
alimentação e disponibilidade semanal de grupos de alimentos para consumo da
família) e medidas antropométricas.
3.7.1 Procedimentos para Obtenção das Informações Referentes à Situação de
Segurança e Insegurança alimentar
Para caracterizar a segurança e a insegurança alimentar foi utilizada a Escala
Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA, adaptada e validada por SEGALL-
CORRÊA et al., (2004) entre os anos de 2003 e 2004 e utilizada posteriormente num
suplemento especial da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios (PNAD) em
2004.
A escala, conforme demonstrado no Quadro 10 consta de 15 perguntas
centrais fechadas, com resposta do tipo sim ou não, nos últimos três meses. Para as
respostas afirmativas, indaga-se sobre a freqüência. Neste estudo não foi abordado às
freqüências das afirmativas.
As perguntas e sua ordenação refletem a instabilidade socioeconômica, que
gera preocupação com a falta de alimento (SEGALL-CORRÊA et al., 2004; IBGE,
2006b).
73
Quadro 10 Conteúdo das perguntas contidas na Escala Brasileira de Insegurança
Alimentar (EBIA):
Ítens
Perguntas
1
Moradores tiveram preocupação de que os alimentos acabassem antes de poderem
comprar ou receber mais comida;
2
Alimentos acabaram antes que os moradores tivessem dinheiro para comprar mais
comida;
3
Moradores ficaram sem dinheiro para ter uma alimentação saudável e variada;
4
Moradores comeram apenas alguns alimentos que ainda tinham porque o dinheiro
acabou;
5
Algum morador de 18 anos ou mais de idade diminuiu alguma vez a quantidade de
alimentos nas refeições ou deixou de fazer alguma refeição porque não havia
dinheiro para comprar comida;
6
Algum morador de 18 anos ou mais de idade alguma vez comeu menos porque não
havia dinheiro para comprar comida;
7
Algum morador de 18 anos ou mais de idade alguma vez sentiu fome mas não
comeu porque não havia dinheiro para comprar comida;
8
Algum morador de 18 anos ou mais de idade perdeu peso porque não comeu
quantidade suficiente de comida devido à falta de dinheiro para comprar comida;
9
Algum morador de 18 anos ou mais de idade alguma vez fez apenas uma refeição
ou ficou um dia inteiro sem comer porque não havia dinheiro para comprar comida;
10
Algum morador com menos de 18 anos de idade alguma vez deixou de ter uma
alimentação saudável e variada porque não havia dinheiro para comprar comida;
11
Algum morador com menos de 18 anos de idade alguma vez não comeu quantidade
suficiente de comida porque não havia dinheiro para comprar comida;
12
Algum morador com menos de 18 anos de idade diminuiu a quantidade de
alimentos nas refeições porque não havia dinheiro para comprar comida;
13
Algum morador com menos de 18 anos de idade alguma vez deixou de fazer uma
refeição porque não havia dinheiro para comprar comida;
14
Algum morador com menos de 18 anos de idade alguma vez sentiu fome mas não
comeu porque não havia dinheiro para comprar comida;
15
Algum morador com menos de 18 anos de idade alguma vez ficou um dia inteiro
sem comer porque não havia dinheiro para comprar comida.
Fonte: IBGE, 2006b.
74
3.7.2 Procedimentos para Obtenção das Informações Referentes às Medidas
Antropométricas
As medidas antropométricas foram aferidas em todos os membros da família,
nos postos de saúde, para as crianças menores de 24 meses e nos próprios domicílios
para as crianças maiores de 24 meses, adolescentes e adultos.
3.7.2.1 Procedimentos para Crianças Menores de 24 Meses
As medidas antropométricas das crianças nessa faixa etária foram realizadas
nas Unidades de Saúde, conforme cronograma determinado previamente pela
supervisão da pesquisa.
Para aferição do peso, utilizou-se a balança do tipo “pediátrica”, marca Tanita
pediátrica, com capacidade 20kg, apoiada sobre uma superfície plana, lisa e firme. O
prato da balança foi forrado com uma proteção (papel descartável) antes da
calibração da balança, visando evitar erros na pesagem.
As crianças foram pesadas completamente sem roupa, sem chupeta e com a
cabeça livre de adereços.
O comprimento das crianças foi aferido através de antropômetro pediátrico
portátil acrílico/ PVC, marca Sann.
As crianças menores de 2 anos foram pesadas e medidas na presença da mãe
ou do responsável, que auxiliaram na retirada da vestimenta e na aferição da medida.
75
3.7.2.2 Procedimentos para Crianças Maiores de 24 Meses, Adolescentes,
Adultos e Idosos
As medidas antropométricas peso e estatura foram aferidas em todos
os membros da família nos próprios domicílios, por entrevistadores treinados e com
procedimentos padronizados.
O peso foi obtido com a balança eletrônica marca Tanita, modelo UM 080
com capacidade de até 150 Kg e variação de 0,1 kg. Durante a pesagem, os
entrevistados mantiveram-se em posição ortostática, braços estendidos ao longo do
corpo, sem sapatos, usando roupas leves, sem adornos e acessórios e, ainda, olhando
para frente. Os participantes foram pesados uma vez e os valores registrados em
quilogramas, na Ficha de Antropometria constituinte do questionário.
A estatura foi obtida com os indivíduos descalços, sem qualquer penteado ou
adorno na cabeça, mantendo-se em posição ereta, com a coluna vertebral e
calcanhares encostados na parede ou portal, joelhos esticados, pés juntos e braços
estendidos ao longo do corpo. A cabeça foi posicionada de modo que os olhos
mirassem um plano horizontal, de acordo com o plano de Frankfurt. A estatura foi
medida no momento da inspiração. O instrumento utilizado foi o Estadiômetro
Portátil, marca Seca com escala milimétrica até 220 cm.
As medidas de altura foram realizadas em duplicata por dois examinadores,
sendo os valores registrados atentamente na Ficha de Antropometria. Para a altura
não foi permitida diferença maior que 0,5 cm entre as duas medidas. Quando a
diferença entre as duas medidas era maior que a diferença permitida entre elas,
realizava-se uma nova aferição em duplicata para substituição da medida inadequada.
Para a avaliação do estado nutricional e para a realização de análises estatísticas foi
considerada a média das duas medidas em duplicata.
As medidas antropométricas peso e estatura foram aferidas de acordo com a
técnica recomendada por JELLIFFE (1968).
76
3.8 CONTROLE DE QUALIDADE DOS DADOS
O controle de qualidade durante a coleta de dados foi garantir o cumprimento
do protocolo de pesquisa estabelecido, assim como detectar erros de procedimento
no campo e inibir fraudes. Os principais procedimentos utilizados nesta etapa foram
reuniões semanais com toda a equipe da pesquisa e a conferência de cada
questionário pelo supervisor da pesquisa para detectar erros de preenchimento ou
falta de informações. Foi realizada dupla entrada de dados, com devidas revisões dos
questionários, com correções de erros de digitação.
3.9 PROCESSAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
3.9.1 Processamento dos Dados
Os dados coletados nas entrevistas foram digitados em um banco elaborado
no programa Epi Info 2000 versão 3.4.1, em dupla digitação, por estudantes do
Curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com posterior
análise de consistência e correção dos erros encontrados pela pesquisadora principal.
As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 11.0
(Statistical Package for the Social Sciences SPSS versão 11.0: SPSS inc., Chicago,
Illinois, USA).
3.9.2 Análise Estatística dos Dados
A análise descritiva dos dados foi realizada por meio de medidas de
frequências (relativas e absolutas), de tendência central (média e mediana) e de
dispersão (desvio-padrão, valor máximo e mínimo).
77
A associação entre as variáveis foi verificada por meio do teste de qui-
quadrado
2
) de Pearson e teste exato de Fisher, com nível de significância de
p<0,05. Para calcular o efeito das variáveis independentes na ocorrência da
insegurança alimentar foram calculadas as razões de prevalências e seus respectivos
intervalos de confiança (IC=95%), considerando o esquema apresentado na Figura 4.
Figura 4 Modelo teórico para a ocorrência da insegurança alimentar.
2-Variáveis relativas a hábitos e práticas alimentares: produção de alimentos,
criação de animais, plantio de alimentos e disponibilidade semanal de alimentos.
1-Variáveis sócioeconômicas: renda familiar per capita, escolaridade do
chefe da família, propriedade do domicílio e classe econômica.
3-Variáveis relativas à família e ao domicílio: parentesco, sexo do
chefe, situação conjugal do chefe, idade do chefe, nº de pessoas,
nº de pessoas por quarto, presença de menores de 5 anos,
presença de menores de 18 anos e presença de idosos, tipo de
construção do imóvel, nº de cômodos e nº de cômodos para
dormir.
4-Variáveis relativas ao indivíduo: estado nutricional,
sexo, idade, cor/raça e situação conjugal.
INSEGURANÇA ALIMENTAR NO DOMICÍLIO
78
3.10 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Os entrevistados não sofreram nenhum tipo de risco à saúde, apenas foram
submetidos ao exame antropométrico e questionadas sobre consumo e hábitos
alimentares, através da entrevista. Foi solicitado ao membro da família maior de 18
anos a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que
conteve todos os procedimentos a serem desenvolvidos. As informações obtidas nas
entrevistas são sigilosas.
Os auxiliares de pesquisa foram identificados com uniformes, crachás e carta
de apresentação assinada pela Coordenação do Projeto (Anexo 5).
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio
Müller da Universidade Federal de Mato Grosso (HUJM/UFMT), credenciado pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde, em 18 de janeiro
de 2006, sob o protocolo de n° 230/ CEP HUJM/06 (Anexo 6).
79
RESULTADOS
80
4 RESULTADOS
O presente estudo investigou 213 famílias residentes na área urbana do
município de Sinop/MT, representando 86,9% da amostra calculada. Nestes
domicílios residiam 754 indivíduos de ambos os sexos, na faixa etária de 1 mês de
vida a 85 anos de idade, que representaram 96,9% do esperado, conforme ilustrado
no Quadro 11.
Quadro 11 Demonstrativo das famílias e população estudadas no município de
Sinop/MT, 2007.
Domicílios alvo
N = 26.016
População alvo
N = 99.121
Amostra de domicílios
n = 245
Domicílios estudados
n = 213
Amostra de indivíduos
n = 778
Indivíduos estudados
n = 754
81
4.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA SEGUNDO VARIÁVEIS
DEMOGRÁFICAS, SOCIOECONÔMICAS E AMBIENTAIS
A distribuição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas, está
apresentada na Tabela 1.
A população de estudo distribuiu-se de forma equitativa segundo o sexo,
sendo 53,1% do sexo feminino. Cerca de 36,0% dos moradores das famílias
estudadas possuíam entre 20 a 39 anos de idade e conforme a distribuição por sexo a
maior proporção das mulheres encontravam naquele grupo etário como mostra a
Figura 5.
Em relação à variável raça/cor, a maioria (50,3%) da população do estudo
declarou-se parda. Quanto ao grau de parentesco, verificou-se que a maioria das
famílias é nuclear com a presença do chefe de família, cônjuge e filhos biológicos.
Referente à situação conjugal, 49,0% dos indivíduos estudados se declararam
solteiros enquanto que 44,9% eram casados. A maioria (76,1%) dos chefes da família
era do sexo masculino e quase a metade (49,0%) solteira.
Na maioria das famílias estudadas residiam de 1 a 3 (53,5%) indivíduos por
domicílio. Destas famílias 27,2% possuíam indivíduos menores de 05 anos de idade,
64,3% menores de 18 anos e 13,6% com idade maior ou igual a 60 anos.
Tabela 1 Distribuição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Sexo(n=754)
Masculino
354
46,9
43,3 - 50,6
Feminino
400
53,1
49,4 - 56,7
Idade em anos(n=749)
1
0 9
141
18,8
16,1 21,9
10 19
147
19,6
16,9 22,7
20 39
269
35,9
32,5 39,5
40 59
148
19,8
17,0 22,8
≥ 60
44
5,9
4,3 7,9
continua”
82
Tabela 1 Distribuição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas,
Sinop/MT, 2007.
continuação”
Variáveis
N
%
IC (95%)
Cor /Raça(n=754)
Branca
324
43,0
39,4 46,6
Preta
39
5,2
3,8 7,1
Parda
379
50,3
46,6 53,9
Amarela
11
1,4
0,8 2,7
Indígena
1
0,1
0,0 0,9
Grau de parentesco
2
(n=753)
Chefe
213
28,3
25,1 31,7
Cônjuge
164
21,8
18,9 24,9
Filho (a) biológico (a)
280
37,2
33,7 40,8
Filho (a) não biológico (a)
23
3,0
2,0 4,6
Outros parentes
73
9,7
7,7 12,1
Situação Conjugal(n=749)
3
Solteiro (a)
367
49,0
45,4 52,6
Casado (a)
336
44,9
41,3 - 48,5
Desquitado (a)
33
4,4
3,1 6,2
Viúvo (a)
13
1,7
1,0 - 3,0
Sexo do chefe da família (n=213)
Masculino
162
76,1
69,7 81,6
Feminino
51
23,9
18,4 30,3
Situação Conjugal do chefe da
família (n=212)
4
Solteiro (a)
19
9,0
5,5 13,6
Casado (a)
163
76,9
70,6 82,4
Desquitado (a)
22
10,4
6,6 15,3
Viúvo (a)
8
3,8
1,6 7,3
Nº de moradores(n=213)
1 3
114
53,5
46,6 60,4
4 6
96
45,1
38,3 52,0
≥ 7
3
1,4
0,3 4,1
Menores de 5 anos(n=213)
Sim
58
27,2
21,4 33,7
Não
155
72,8
66,3 - 78,6
Menores de 18 anos(n=213)
Sim
137
64,3
57,5 70,7
Não
76
35,7
29,3 42,5
Presença de idosos(n=213)
Sim
29
13,6
9,3 19,0
Não
184
86,4
81,0 90,7
Notas: IC Intervalo de Confiança;
1
Para n = 5 (0,7%) não registrou esta informação;
2
Parentesco em relação ao chefe de família. Para n = 1 (0,1%) não registrou esta informação;
3
Para n = 5 (0,7%) não registrou esta informação;
4
Para n = 1 (0,5%) não registrou esta informação.
83
Figura 5 Distribuição dos moradores (n=754) segundo sexo e idade, Sinop/MT,
2007.
A distribuição das famílias estudadas segundo variáveis socioeconômicas está
apresentada na Tabela 2.
Em relação à renda familiar per capita, registrou-se que mais da metade das
famílias possuía renda entre 0,51 a 2,00 salários mínimos per capita, em apenas
1,4% das famílias não possuíam rendimento e 9,5% tinham renda acima de 3 salários
mínimos per capita.
Referente à escolaridade do chefe da família, 33,0% estudaram de 4 a 7 anos
e 9,1% não possuíam nenhum ano de estudo.
Quanto à posse do domicílio, 63,5% das famílias estudadas, eram
proprietárias do imóvel, destas 8,1% ainda estavam pagando o imóvel.
Das famílias estudadas, 61,0% possuíam de 6 a 11 equipamentos/bens. Com
relação à classificação econômica, das 213 famílias estudadas, 54,0% pertenciam a
Classe C.
84
Tabela 2 Distribuição das famílias (n=213) estudadas segundo variáveis
socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Renda (smpc)
1
(n=211)
Sem rendimento
3
1,4
0,3 - 4,1
≤ 0,25
9
4,3
2,0 - 7,9
0,26 0,50
37
17,5
12,7 - 23,4
0,51 1,00
64
30,3
24,2 - 37,0
1,01 2,00
55
26,1
20,3 - 32,5
2,01 3,00
23
10,9
7,0 - 15,9
3,01
20
9,5
5,9 - 14,3
Escolaridade do chefe da família
(anos de estudo)
2
(n=209)
0
19
9,1
5,6-13,8
1 3
35
16,7
12,0 - 22,5
4 7
69
33,0
26,7 39,8
8 10
30
14,4
9,9 19,9
11 14
39
18,7
13,6 24,6
15
17
8,1
4,8 - 12,7
Propriedade do domicílio
3
(n=211)
Próprio, pago
117
55,4
48,5 - 62,3
Próprio, pagando
17
8,1
4,8 - 12,6
Alugado
72
34,1
27,8 - 40,9
Cedido
5
2,4
0,8 - 5,4
Número equipamentos/bens
0 5
24
11,3
7,4 - 16,3
6 11
130
61,0
54,1 - 67,6
12 17
36
16,9
12,1 - 22,6
18 23
18
8,5
5,1 - 13,0
≥ 24
5
2,3
0,8 - 5,4
Classificação econômica
4
Classe A
5
2,3
0,8 - 5,4
Classe B
44
20,7
15,4 - 26,7
Classe C
115
54,0
47,0 - 60,8
Classe D
44
20,7
15,4 - 26,7
Classe E
5
2,3
0,8 - 5,4
Notas:
IC Intervalo de Confiança;
1
smpc: salário mínimo per capita; Para n = 2 (0,9%) não registrou esta informação;
2
Em anos completos de estudo;Para n = 4 (1,9%) não registrou esta informação;
3
Para n = 2 (0,9%) não registrou esta informação;
4
Classificado de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil, 2008.
85
A distribuição das famílias estudadas segundo variáveis ambientais está
apresentada na Tabela 3.
Referente ao tipo de domicílio verificou-se predominância dos construídos
em alvenaria, totalizando 162 (76,4%), destes 26,4% e 12,7% encontravam-se com
acabamento incompleto e construídos em alvenaria com madeira, respectivamente.
Verificou-se que 60,6% das famílias residiam em domicílios com 4 a 6 cômodos e
que 71,4% dos domicílios tinham de 2 a 3 cômodos para dormir.
Em relação ao saneamento básico, 74,2% famílias dispunham de água
fornecida pela rede pública, 98,6% contavam com coleta de lixo pelo serviço
público, 95,8% realizavam esgotamento sanitário através de fossa séptica e 39,0%
não tinham filtro de água em casa e nem tratavam a água.
Tabela 3 Distribuição das 213 famílias estudadas, segundo variáveis ambientais,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Tipo do domicílio
1
(n=212)
Alvenaria com acabamento
completo
79
37,3
30,7 44,2
Alvenaria com acabamento
incompleto
56
26,4
20,6 32,9
Alvenaria com madeira
27
12,7
8,6 18,0
Madeira
49
23,1
17,6 29,4
Material aproveitado
1
0,5
0,0 2,6
Número de cômodos
1 3
19
8,9
5,5 - 13,6
4 6
129
60,6
53,7 - 67,2
7 9
49
23,0
17,5 - 29,2
≥10
16
7,5
4,4 - 11,9
Número de cômodos para dormir
1
48
22,5
17,1 - 28,7
2 3
152
71,4
64,8 - 77,3
4 5
13
6,1
3,3 - 10,2
Abastecimento de água
Rede pública
158
74,2
67,8
Poço ou nascente
55
25,8
20,1
Coleta do lixo
Serviço público
210
98,6
95,9 - 99,7
Outros
3
1,4
0,3 - 4,1
continua”
86
Tabela 3 Distribuição das 213 famílias estudadas, segundo variáveis ambientais,
Sinop/MT, 2007.
continuação”
Variáveis
N
%
IC (95%)
Esgotamento Sanitário
Rede pública
7
3,3
1,3 - 6,7
Fossa séptica
204
95,8
92,1 - 98,0
Fossa rudimentar
2
0,9
0,1 - 3,4
Presença de filtro de água
Sim
84
39,4
32,8 - 46,3
Não, mas trata a água
17
8,0
4,7 - 12,5
Não, mas a água é mineral
29
13,6
9,3 -19,0
Não e nem trata a água
83
39,0
32,4 - 45,9
Notas:
IC Intervalo de Confiança;
1
Para n=1 (0,5%) não registrou-se esta informação.
4.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA SEGUNDO VARIÁVEIS
DO ESTADO NUTRICIONAL
Dos 754 indivíduos estudados 80,4% (633), realizaram antropometria. A
avaliação nutricional destes indivíduos está apresentada nas tabelas abaixo.
Na Tabela 4, verifica-se a distribuição das crianças menores de 10 anos por
sexo e variáveis antropométricas. Observou-se que as crianças do sexo feminino
tinham idade média de 4,7 anos (dp ± 2,84 anos), peso médio de 18,77 kg (dp ± 8,30
kg), altura média de 105,42 cm (dp ± 21,30cm) e Índice de Massa Corporal (IMC)
médio de 16,20 Kg/m
2
(dp ± 2,71 kg/m
2
). A idade média das crianças do sexo
masculino foi de 5,7 anos(dp ± 2,80 anos), o peso médio foi de 22,08 kg (dp ± 8,56
kg), altura média 113,20 cm (dp ± 20,26 cm) e IMC médio de 16,60 Kg/m
2
(dp ±
2,03 kg/m
2
).
87
Tabela 4 Distribuição das variáveis antropométricas de crianças menores de 10
anos de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de dispersão,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Sexo
Feminino (n=67)
Idade (anos)
4,7
2,84
4,7
0,1
9,9
Peso (Kg)
18,77
8,30
17,60
4,75
51,40
Altura (cm)
105,42
21,30
105,50
53,60
141,10
IMC
1
(Kg/m
2
)
16,20
2,71
15,75
12,11
27,56
Masculino (n=61)
Idade (anos)
5,7
2,80
6,11
0,5
9,8
Peso (Kg)
22,08
8,56
21,70
6,60
51,00
Altura (cm)
113,20
20,26
119,40
66,50
147,60
IMC
1
(Kg/m
2
)
16,60
2,03
16,20
13,64
25,95
Notas:
1
IMC Índice de Massa Corporal
Na Tabela 5, verifica-se a distribuição dos adolescentes de 10 a 19 anos por
sexo e variáveis antropométricas. Observou-se que os adolescentes do sexo feminino
tinham idade média de 15,02 anos (dp ± 2,94 anos), peso médio de 49,39 kg (dp ±
12,65 kg), altura média de 156,66 cm (dp ± 10,67cm) e IMC médio de 19,82 Kg/m
2
(dp ± 3,42 kg/m
2
). A idade média dos adolescentes do sexo masculino foi de 14,01
anos (dp ± 2,91 anos), o peso médio foi de 48,89 kg (dp ± 13,87 kg), altura média
157,46 cm (dp ± 13,34 cm) e IMC médio de 19,32 Kg/m
2
(dp ± 3,36 kg/m
2
).
Tabela 5 Distribuição das variáveis antropométricas de adolescentes de 10 a 19
anos de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de dispersão,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Sexo
Feminino (n=66)
Idade (anos)
15,02
2,94
15,25
10,10
19,90
Peso (Kg)
49,39
12,65
49,60
24,60
82,40
Altura (cm)
156,66
10,67
158,35
131,40
178,25
IMC
1
(Kg/m
2
)
19,82
3,42
19,45
14,15
31,22
Masculino (n=63)
Idade (anos)
14,01
2,91
13,30
10,00
19,40
Peso (Kg)
48,89
13,87
48,90
25,90
79,90
Altura (cm)
157,46
13,34
159,10
129,55
179,60
IMC
1
(Kg/m
2
)
19,32
3,36
19,05
13,37
28,04
Notas:
1
IMC Índice de Massa Corporal
88
Observa-se na Tabela 6, a distribuição de adultos de 20 a 59 anos por sexo e
variáveis antropométricas. Nota-se que os adultos do sexo feminino tinham idade
média de 35,79 anos (dp ± 10,57 anos), peso médio de 61,33 kg (dp ± 11,41 kg),
altura média de 158,95 cm (dp ± 6,98cm) e IMC médio de 24,28 Kg/m
2
(dp ± 4,35
kg/m
2
). A idade média dos adultos do sexo masculino foi de 37,78 anos (dp ± 11,07
anos), o peso médio foi de 74,76 kg (dp ± 16,48 kg), altura média 171,86 cm (dp ±
7,09 cm) e IMC médio de 25,26 Kg/m
2
(dp ± 5,09 kg/m
2
).
Tabela 6 Distribuição das variáveis antropométricas de adultos de 20 a 59 anos de
idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de dispersão, Sinop/MT,
2007.
Variáveis
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Sexo
Feminino (n=211)
Idade (anos)
35,79
10,57
34,70
20,10
59,80
Peso (Kg)
61,33
11,41
60,70
33,10
113,10
Altura (cm)
158,95
6,98
158,80
140,90
186,50
IMC
1
(Kg/m
2
)
24,28
4,35
23,46
14,64
46,62
Masculino (n=131)
Idade (anos)
37,78
11,07
36,90
20,10
59,70
Peso (Kg)
74,76
16,48
73,00
45,10
131,50
Altura (cm)
171,86
7,09
171,05
157,55
190,70
IMC
1
(Kg/m
2
)
25,26
5,09
24,91
15,80
43,31
Notas:
1
IMC Índice de Massa Corporal
Verifica-se na Tabela 7, a distribuição dos idosos de 60 anos ou mais por sexo
e variáveis antropométricas. Observa-se que os idosos do sexo feminino tinham
idade média de 68,31 anos (dp ± 6,29anos), peso médio de 63,56 kg (dp ± 11,67 kg),
altura média de 152,42 cm (dp ± 6,33cm) e IMC médio de 27,51 Kg/m
2
(dp ±
5,42kg/m
2
). A idade média dos idosos do sexo masculino foi de 71,27 anos (dp ±
7,36 anos), o peso médio foi de 65,74 kg (dp ± 11,31 kg), altura média 162,08 cm
(dp ± 5,33 cm) e IMC médio de 24,97 Kg/m
2
(dp ± 3,62 kg/m
2
).
89
Tabela 7 Distribuição das variáveis antropométricas de idosos de 60 anos ou mais
de idade por sexo, segundo medidas de tendência central e de dispersão, Sinop/MT,
2007.
Variáveis
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Mínimo
Máximo
Sexo
Feminino (n=18)
Idade (anos)
68,31
6,29
65,75
60,90
82,50
Peso (Kg)
63,56
11,67
67,90
41,60
80,10
Altura (cm)
152,42
6,33
152,52
140,50
164,05
IMC
1
(Kg/m
2
)
27,51
5,72
28,07
17,81
38,36
Masculino (n=16)
Idade (anos)
71,27
7,36
68,35
62,60
84,10
Peso (Kg)
65,74
11,31
65,70
47,30
92,60
Altura (cm)
162,08
5,33
163,32
152,05
170,90
IMC
1
(Kg/m
2
)
24,97
3,62
28,07
17,81
38,36
Notas:
1
IMC Índice de Massa Corporal
Observa-se na Figura 6 a descrição da população estudada segundo sexo e
estado nutricional. Nota-se que em todos os grupos etários, o baixo IMC para a idade
foi predominante no sexo feminino. O IMC adequado também foi predominante no
sexo feminino, exceto para os idosos onde 65,5% dos homens apresentaram eutrofia
e as mulheres 22,2%. Já para o sobrepeso e obesidade a distribuição foi heterogênea
nos grupos etários. O sobrepeso nas crianças foi maior entre os meninos (49,2%) e a
obesidade entre as meninas (11,9%). Nos adolescentes ocorre o inverso, sobrepeso
maior entre as meninas (12,3%) e obesidade entre os meninos (11,1%). Nos adultos
tanto o sobrepeso quanto a obesidade predominaram nos homens, com 35,9% e
13,7% respectivamente. Nos idosos a obesidade foi maior entre as mulheres (61,1%).
90
Figura 6 Distribuição da população estudada segundo estado nutricional (IMC),
faixa etária e sexo, Sinop/MT, 2007.
Crianças menores de 10 anos
4,5
37,3
11,9
0
39,3
11,5
46,3
49,2
0
10
20
30
40
50
60
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Estado nutricional
%
Fem
Mas
Adolescentes de 10 a 19 anos
1,5
83,1
12,3
3,1
7,9
74,6
6,4
11,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Estado nutricional
%
Fem
Mas
Adultos de 20 a 59 anos
4,7
59,2
26,5
9,5
5,3
45,0
35,9
13,7
0
10
20
30
40
50
60
70
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Est ado nutricional
%
Fem
Masc
Idosos de 60 anos ou mais
16,7
22,2
61,1
18,7
62,5
18,7
0
10
20
30
40
50
60
70
Baixo Adequado Obesidade
Estado nutricional
%
Fem
Masc
Notas:
IMC Índice de Massa Corporal
91
Observa-se na tabela 8, a distribuição do estado nutricional de crianças
menores de 01 ano de idade segundo o sexo. Em relação ao índice peso para a idade,
para este grupo não houve casos de peso muito baixo e peso baixo para a idade para
ambos os sexos. Do total de crianças menores de 01 ano, 72,7% (8) encontravam-se
eutróficas e 27,3% (3) com peso elevado para a idade. Quanto ao índice estatura para
a idade, todas (100,0%) as crianças menores de 1 ano de idade tinham estatura
adequada para a idade. em relação ao índice peso para a estatura, foi encontrada
01 (9,1%) criança do sexo feminino com peso baixo para a estatura e a maioria
(72,7%) com peso adequado para a estatura. Em relação ao Índice de Massa Corporal
(IMC), 01 (9,1%) criança do sexo feminino apresentou IMC baixo para idade,
enquanto que 2 (18,2%) crianças do sexo feminino apresentaram obesidade.
Tabela 8 Distribuição do estado nutricional de crianças menores de 01 ano de
idade, segundo o sexo, Sinop/MT, 2007.
Estado nutricional
Total N (%)
Menor de 1 ano
Meninas N (%)
Meninos N (%)
Peso para idade
Peso muito baixo
-
-
-
Peso baixo
-
-
-
Peso adequado
8 (72,7)
6 (75,0)
2 (66,7)
Peso elevado
3 (27,3)
2 (25,0)
1 (33,3)
TOTAL
11 (100,0)
8 (100,0)
3 (100,0)
Estatura para idade
Baixa estatura
-
-
-
Estatura adequada
11 (100,0)
8 (100,0)
3 (100,0)
TOTAL
11 (100,0)
8 (100,0)
3 (100,0)
Peso para estatura
Peso baixo
1 (9,1)
1 (12,5)
-
Peso adequado
8 (72,7)
5 (62,5)
3 (100,0)
Peso elevado
2 (18,2)
2 (25,0)
-
TOTAL
11 (100,0)
8 (100,0)
3 (100,0)
IMC para idade
Baixo IMC
1 (9,1)
1 (12,5)
-
IMC adequado
6 (54,5)
4 (50,0)
2 (66,7)
Sobrepeso
2 (18,2)
1 (12,5)
1 (33,3)
Obesidade
2 (18,2)
2 (25,5)
-
TOTAL
11 (100,0)
8 (100,0)
3 (100,0)
Notas:
IMC Índice de Massa Corporal
92
Verifica-se na tabela 9, a distribuição do estado nutricional de crianças de 01
a 4 anos de idade segundo o sexo. Em relação ao índice peso para a idade, para este
grupo não houve ocorrência de peso muito baixo e peso baixo para a idade para
ambos os sexos. Do total de crianças de 01 a 4 anos estudadas, 89,4% (42)
encontravam-se eutróficas e 10,6% (5) com peso elevado para a idade. Quanto ao
índice estatura para a idade, 01 (2,1%) criança do sexo feminino apresentou estatura
baixa para a idade. em relação ao índice peso para a estatura, a maioria (89,4%)
estava com o peso adequado para a estatura. Em relação ao Índice de Massa Corporal
(IMC), 01 (2,1%) criança do sexo feminino apresentou IMC baixo para idade,
enquanto que do total de crianças, 21 (44,7%) apresentaram sobrepeso, sendo 12
(57,1%) do sexo feminino e 9 (42,9%) do sexo masculino.
Tabela 9 Distribuição do estado nutricional de crianças de 01 a 04 anos de idade,
segundo sexo, Sinop/MT, 2007.
Estado nutricional
Total N(%)
01 a 04 anos
Meninas N(%)
Meninos N(%)
Peso para idade
Peso muito baixo
-
-
-
Peso baixo
-
-
-
Peso adequado
42 (89,4)
25 (92,6)
17 (85,0)
Peso elevado
5 (10,6)
2 (7,4)
3 (15,0)
TOTAL
47 (100,0)
27 (100,0)
20 (100,0)
Estatura para idade
Baixa estatura
1 (2,1)
1 (3,7)
-
Estatura adequada
46 (97,9)
26 (96,3)
20 (100,0)
TOTAL
47 (100,0)
27 (100,0)
20 (100,0)
Peso para estatura
Peso baixo
-
-
-
Peso adequado
42 (89,4)
24 (88,9)
18 (90,0)
Peso elevado
5 (10,6)
3 (11,1)
2 (10,0)
TOTAL
47 (100,0)
27 (100,0)
20 (100,0)
IMC para idade
Baixo IMC
1 (2,1)
1 (3,7)
-
IMC adequado
18 (38,3)
10 (37,0)
8 (40,0)
Sobrepeso
21 (44,7)
12 (44,4)
9 (45,0)
Obesidade
7 (14,9)
4 (14,8)
3 (15,0)
TOTAL
47 (100,0)
27 (100,0)
20 (100,0)
Notas:
IMC Índice de Massa Corporal
93
Na tabela 10 observa-se a distribuição do estado nutricional de crianças de 05
a 09 anos de idade segundo o sexo. Em relação ao índice peso para a idade, para este
grupo não houve ocorrência de peso muito baixo e peso baixo para a idade para
ambos os sexos. Do total destas crianças, 91,4% (64) encontravam-se eutróficas e
8,6% (6) com peso elevado para a idade. Quanto ao índice estatura para a idade,
100,0% das crianças encontravam-se com estatura adequada para a idade. Para o
índice peso para a estatura, 01 (1,6%) criança do sexo feminino apresentou peso
baixo para a estatura, e a maioria (93,6%) estava com o peso adequado para a
estatura. Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), 01 (1,4%) criança do sexo
feminino apresentou IMC baixo para idade, 32 (45,7%) apresentaram sobrepeso,
sendo 12 (37,5%) do sexo feminino e 20 (52,6%) do sexo masculino.
Tabela 10 Distribuição do estado nutricional de crianças de 05 a 09 anos de idade,
segundo sexo, Sinop/MT, 2007.
Estado nutricional
Total N(%)
05 a 09 anos
Meninas N(%)
Meninos N(%)
Peso para idade
Peso muito baixo
-
-
-
Peso baixo
-
-
-
Peso adequado
64 (91,4)
30 (93,7)
34 (89,5)
Peso elevado
6 (8,6)
2 (6,3)
4 (10,5)
TOTAL
70 (100,0)
32 (100,0)
38 (100,0)
Estatura para idade
Baixa estatura
-
-
-
Estatura adequada
70 (100,0)
32 (100,0)
38 (100,0)
TOTAL
70 (100,0)
32 (100,0)
38 (100,0)
Peso para estatura
1
Peso baixo
1 (1,6)
1 (4,0)
-
Peso adequado
58 (93,6)
23 (92,0)
35 (94,6)
Peso elevado
3 (4,8)
1 (4,0)
2 (5,4)
TOTAL
62 (100,0)
25 (100,0)
37 (100,0)
IMC para idade
Baixo IMC
1 (1,4)
1 (3,1)
-
IMC adequado
31 (44,3)
17 (53,1)
14 (36,8)
Sobrepeso
32 (45,7)
12 (37,5)
20 (52,6)
Obesidade
6 (8,6)
2 (6,3)
4 (10,5)
TOTAL
70 (100,0)
32 (100,0)
38 (100,0)
Notas:IMC Índice de Massa Corporal; Peso para estatura
1 -
foram excluídas8 crianças, 7 do sexo feminino e 1
do sexo masculino, pois estas apresentavam estatura acima da população de referência.
94
Verifica-se na Figura 7, a distribuição da população estudada por grupos
etários, segundo o estado nutricional verificado pelo IMC. Observa-se baixo IMC
para a idade em todos os grupos etários, as crianças com 2,0%, os adolescentes 5,0%,
os adultos com 11,0% e os idosos com 18,0%. O sobrepeso foi maior nas crianças
(43,0%) e a obesidade nos idosos (41,0%).
Figura 7 Distribuição da população estudada segundo grupo etário e estado
nutricional (IMC), Sinop/MT, 2007.
Crianças menores de 10 anos
2%
43%
43%
12%
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Adolescentes de 10 a 19 anos
5%
79%
9%
7%
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Adultos de 20 a 59 anos
5%
54%
30%
11%
Baixo Adequado Sobrepeso Obesidade
Idosos de 60 anos ou mais
18%
41%
41%
Baixo Adequado Obesidade
Notas:
IMC Índice de Massa Corporal
95
Na Tabela 11 observa-se a distribuição da população estudada por grupo
etário, estado nutricional (IMC) e situação de segurança e insegurança alimentar
vivenciada nos domicílios. No grupo das crianças, observa-se que a maioria das
classificadas pelo IMC como baixo peso e eutróficas, com 66,7% e 49,1%
respectivamente, encontravam-se em situação de insegurança alimentar leve. Entre as
crianças com sobrepeso/obesidade 44,3% viviam em situação de segurança
alimentar. Entre os adolescentes, 50,0% dos classificados com baixo peso
encontravam-se em situação de insegurança alimentar moderada. Nos adultos
verifica-se que 36,4% dos classificados como eutróficos encontravam em situação de
insegurança alimentar leve. entre os idosos 42,9% dos eutróficos estavam em
situação de insegurança alimentar leve.
Tabela 11 Descrição da população estudada, segundo grupo etário, estado
nutricional (IMC) e prevalência de segurança e insegurança alimentar nas famílias,
Sinop/MT, 2007.
Estado Nutricional
n
Segurança
Insegurança
N (%)
Leve
N (%)
Moderada
N (%)
Grave
N (%)
Crianças (128)
Baixo peso
3
-
2 (66,7)
1 (33,3)
-
Eutrofia
55
15 (27,3)
27 (49,1)
4 (7,3)
9 (16,4)
Sobrepeso/obesidade
70
31 (44,3)
29 (41,4)
5 (7,1)
5 (7,1)
Adolescentes (128)
1
Baixo peso
6
1 (16,7)
2 (33,3)
3 (50,0)
-
Eutrofia
101
41 (40,6)
25 (24,8)
19 (18,8)
16 (15,8)
Sobrepeso/obesidade
21
10 (47,6)
5 (23,8)
5 (23,8)
1 (4,8)
Adultos (342)
Baixo peso
17
5 (29,4)
4 (23,5)
4 (23,5)
4 (23,5)
Eutrofia
184
88 (47,8)
67 (36,4)
19 (10,3)
10 (5,4)
Sobrepeso/obesidade
141
67 (47,5)
41 (29,1)
26 (18,4)
7 (5,0)
Idosos (34)
Baixo peso
6
4 (66,7)
2 (33,3)
-
-
Eutrofia
14
3 (21,4)
6 (42,9)
3 (21,4)
2 (14,3)
Sobrepeso/obesidade
14
8 (57,1)
3 (21,4)
2 (14,3)
1 (7,1)
Notas:
1
Para n=1 (0,8%) não registrou-se esta informação.
96
4.3 ANÁLISE DA SEGURANÇA, INSEGURANÇA ALIMENTAR,
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS
A utilização da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) mostrou
que na área urbana do município de Sinop/MT, mais que a metade (55,4%) das
famílias estudadas vivia em situação de insegurança alimentar em seus diferentes
níveis: 34,3% (73) referiram vivenciar a insegurança alimentar leve, 13,6% (29)
insegurança alimentar moderada e 7,5% (16) insegurança alimentar grave, como
mostra a Figura 8.
Figura 8 Distribuição das famílias estudadas, segundo a situação de Segurança e
Insegurança Alimentar, Sinop/MT, 2007.
44,6
34,3
13,6
7,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Segurança Alimentar Insegurança Alimentar
Leve
Insegurança Alimentar
Moderada
Insegurança Alimentar
Grave
%
A freqüência de respostas positivas aos itens da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar está descrita na Tabela 12. Das 213 famílias estudadas, a
maioria (46,0%) respondeu que: nos últimos 3 meses, os moradores tiveram
preocupação de que os alimentos acabassem antes de poderem comprar ou receber
mais comida.Das 118 famílias com somente moradores com idade igual ou maior à
18 anos que vivenciavam algum nível de insegurança alimentar 29,7% respondeu
que: “nos últimos 3 meses, algum morador de 18 anos ou mais de idade alguma vez
97
comeu menos porque não havia dinheiro para comprar comida. para as 80
famílias com algum morador menor de 18 anos, que referiram vivenciar algum nível
de insegurança alimentar, 46,3% referiram que: “nos últimos 3 meses, algum
morador com menos de 18 anos de idade alguma vez deixou de ter uma alimentação
saudável e variada porque não havia dinheiro para comprar comida,” conforme
observado na Figura 9.
Tabela 12 Freqüência de respostas positivas aos itens da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA), Sinop/MT, 2007.
Ítens
Durante o último trimestre
N (%)
01
Tiveram preocupação de que os alimentos acabassem
1
98 (46,0)
02
Alimentos acabaram antes que tivessem dinheiro
1
60 (28,2)
03
Ficaram sem dinheiro para ter uma alimentação saudável e variada
1
89 (41,8)
04
Comeram apenas alguns alimentos
1
86 (40,4)
05
Morador de 18 anos ou mais diminuiu a quantidade de alimentos ou
deixou de fazer alguma refeição
2
31 (26,3)
06
Morador de 18 anos ou mais comeu menos
2
35 (29,7)
07
Morador de 18 anos ou mais sentiu fome
2
16 (13,6)
08
Morador de 18 anos ou mais perdeu peso
2
22 (18,6)
09
Morador de 18 anos ou mais fez apenas uma refeição ou ficou um dia
inteiro sem comer
2,a
18 (15,4)
10
Morador menor de 18 anos deixou de ter alimentação saudável e
variada
3
37 (46,3)
11
Morador menor de 18 anos não comeu quantidade suficiente de
comida
3
16 (20,0)
12
Morador menor de 18 anos diminuiu a quantidade de alimentos nas
refeições
3
20 (25,0)
13
Morador menor de 18 anos deixou de fazer uma refeição
3
11 (13,8)
14
Morador menor de 18 anos sentiu fome, mas não comeu
3
11 (13,8)
15
Morador menor de 18 anos ficou um dia inteiro sem comer
3,b
7 (8,9)
Notas:
1
n = 213;
2
n = 118;
3
n = 80;
a
Para n=1 (0,8%) não registrou-se esta informação.
b
Para n=1 (1,2%) não registrou-se esta informação.
98
Figura 9 Distribuição dos itens da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(EBIA), segundo respostas positivas, Sinop/MT, 2007.
Analisando o conjunto de questões indagadas às 213 famílias, que refletem a
preocupação com a falta de alimento e o comprometimento da dieta, observa-se que
para todas as perguntas quase metade das famílias se encontravam nesta situação,
conforme demonstrado na Figura 10.
Figura 10 Distribuição dos itens da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
(EBIA), que refletem a preocupação com a segurança alimentar e a qualidade da
dieta no último trimestre, Sinop/MT, 2007.
46,0
41,8
40,4
46,3
0 10 20 30 40 50
Tiveram preocupação de que os alimentos
acabassem
Ficaram sem dinheiro para ter uma alimentação
saudável e variada
Comeram apenas alguns alimentos
Deixou de ter alimentação saudável e variada
%
99
Quanto ao conjunto de questões indagadas às famílias com somente
moradores de 18 anos ou mais, que indicam restrição quantitativa entre os adultos,
verifica-se que 29,7% responderam que algum morador de 18 anos ou mais de
idade alguma vez comeu menos porque não havia dinheiro para comprar comida,
conforme verificado na Figura 11.
Figura 11 Distribuição das famílias com moradores de 18 anos ou mais (n=118),
que referiram vivenciar situações de insegurança alimentar, segundo as perguntas
sobre a situação de segurança alimentar no último trimestre, Sinop/MT, 2007.
Observa-se na Figura 12 os questionamentos indagados às famílias com
algum morador menor de 18 anos, que refletem a restrição quantitativa de alimentos
entre as crianças e os adolescentes. Nestas, 25,0% relataram que: algum morador
com menos de 18 anos de idade, nos últimos 3 meses, diminuiu a quantidade de
alimentos nas refeições porque não havia dinheiro para comprar comida.”
100
Figura 12 Distribuição das famílias com moradores menores de 18 anos (n=80),
que referiram vivenciar situações de insegurança alimentar, segundo as perguntas
sobre a situação de segurança alimentar no último trimestre, Sinop/MT, 2007.
20,0
25,0
13,8
13,8
8,9
0 5 10 15 20 25 30
Não comeu quantidade suficiente de comida
Diminuiu a quantidade de alimentos nas refeições
Deixou de fazer uma refeição
Sentiu fome, mas não comeu
Ficou um dia inteiro sem comer
%
A Tabela 13 mostra a freqüência de respostas positivas aos itens da Escala
Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) segundo a situação de segurança e
insegurança alimentar em seus diferentes níveis.
Das famílias que responderam positivamente ao item 1 da EBIA, a maioria
(56,1%) encontrava-se em situação de Insegurança Alimentar Leve (IAL). Para o
item 2, 40,0% encontravam-se em situação de Insegurança Alimentar Moderada
(IAM). A maioria (52,8%) das famílias que responderam positivamente ao ítem 3
estava em situação de IAL. Para os itens 4, 5 e 6, prevaleceu a IAL com 47,7% (41),
48,4% (15) e 48,6% (17), respectivamente. para os itens 7, 8 e 9, a maioria das
famílias que responderam positivamente estava em situação de IAM com 81,3% ,
68,2% e 72,2% respectivamente. Para o item 10, em 40,5% famílias, estavam em
situação de Insegurança Alimentar Moderada (IAM). Já para os itens 11, 12, 13, 14 e
15, a maioria das famílias que responderam positivamente encontrava-se em situação
de Insegurança Alimentar Grave (IAG) sendo 68,8% (11), 60,0% (12), 81,8% (09) e
85,7% (6) respectivamente.
101
Tabela 13 Freqüência de respostas positivas aos itens da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (EBIA), segundo situação de segurança e insegurança
alimentar Sinop/MT, 2007.
Ítens
Durante o último trimestre
Situação
SA
IAL
IAM
IAG
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
01
Tiveram preocupação de que os alimentos
acabassem (n = 98)
-
55
(56,1)
28
(28,6)
15
(15,3)
02
Alimentos acabaram antes que tivessem
dinheiro (n = 60)
-
22
(36,7)
24
(40,0)
14
(23,3)
03
Ficaram sem dinheiro para ter uma
alimentação saudável e variada (n = 89)
-
47
(52,8)
26
(29,2)
16
(18,0)
04
Comeram apenas alguns alimentos (n = 86)
-
41
(47,7)
29
(33,7)
16
(18,6)
05
Morador de 18 anos ou mais diminuiu a
quantidade de alimentos ou deixou de fazer
alguma refeição (n = 31)
2
(6,5)
15
(48,4)
14
(45,2)
-
06
Morador de 18 anos ou mais comeu menos
(n = 35)
2
(5,7)
17
(48,6)
16
(45,7)
-
07
Morador de 18 anos ou mais sentiu fome
(n = 16)
-
3
(18,8)
13
(81,3)
-
08
Morador de 18 anos ou mais perdeu peso
(n = 22)
1
(4,5)
6
(27,3)
15
(68,2)
-
09
Morador de 18 anos ou mais fez apenas uma
refeição ou ficou um dia inteiro sem comer
(n = 18)
-
5
(27,8)
13
(72,2)
-
10
Morador menor de 18 anos deixou de ter
alimentação saudável e variada (n = 37)
-
10
(27,0)
15
(40,5)
12
(32,4)
11
Morador menor de 18 anos não comeu
quantidade suficiente de comida (n = 16)
-
-
5
(31,3)
11
(68,8)
12
Morador menor de 18 anos diminuiu a
quantidade de alimentos nas refeições (n = 20)
-
1
(5,0)
7
(35,0)
12
(60,0)
13
Morador menor de 18 anos deixou de fazer
uma refeição (n = 11)
-
-
2
(18,2)
9
(81,8)
14
Morador menor de 18 anos sentiu fome, mas
não comeu (n = 11)
-
-
3
(27,3)
8
(72,7)
15
Morador menor de 18 anos ficou um dia
inteiro sem comer (n = 7)
-
-
1
(14,3)
6
(85,7)
102
Observa-se que nas diferentes variáveis demográficas estudadas segundo a
situação de segurança e insegurança alimentar, a maioria dos indivíduos encontrava-
se em situação de insegurança alimentar, conforme apresentado Tabela 14.
A distribuição dos indivíduos para a variável sexo foi semelhante para ambos
os sexos, em todos os veis estudados, dentre as situações de insegurança alimentar,
verifica-se maior prevalência de insegurança alimentar leve, com 32,5% e 35,5%
para o sexo masculino e feminino respectivamente. Situação semelhante ocorre
quando verificado a idade dos indivíduos, exceto para os maiores de 60 anos, onde a
prevalência de segurança e insegurança alimentar foi igual (50,0%), continuando a
prevalecer na insegurança, à insegurança alimentar leve (29,5%).
em relação à raça/cor, verifica-se que a maioria (58,0%) dos indivíduos de
cor branca encontrava-se em situação de segurança alimentar, para indivíduos
pertencentes às outras categorias, prevaleceu à insegurança alimentar, sendo
prevalente para os declarados de cor preta e parda a insegurança alimentar leve, com
35,9% e 41,2% respectivamente, para os de cor amarela a insegurança alimentar
moderada foi igual à segurança alimentar encontrada (45,5%) e para a indígena a
insegurança alimentar grave esteve presente no único indivíduo estudado (100,0%).
Quanto ao grau de parentesco, observa-se maior prevalência da situação de
insegurança alimentar em todas as categorias analisadas, sendo prevalente em todas
elas a situação de insegurança alimentar leve, entre os indivíduos em insegurança
alimentar grave a maior prevalência foi dos outros parentes (16,4%) seguidos dos
filhos não biológicos (13,0%). O mesmo ocorre na situação conjugal, maior
prevalência da insegurança alimentar, com o nível leve sendo o mais prevalente e no
nível grave maior prevalência dos viúvos (15,4%) seguido dos desquitados (15,2%).
Referente ao sexo do chefe da família verifica-se maior prevalência de
segurança alimentar em domicílios onde o chefe da família era do sexo masculino
(50,0% para masculino e 27,4% para feminino), e a situação de insegurança
alimentar com maior prevalência para todos os níveis nos lares onde o chefe era do
sexo feminino, quando comparado com os lares onde o chefe era do sexo masculino.
103
Quanto à situação conjugal do chefe da família, verifica-se maior prevalência
da segurança alimentar nos domicílios onde o chefe da família era casado (49,7%), e
a situação de insegurança alimentar leve mais prevalente entre lares chefiados por
desquitados (40,9%) e no nível grave maior prevalência nos domicílios onde o chefe
era solteiro (26,3%) seguido do desquitado (13,6%).
Verificando a densidade domiciliar, observa-se que o mesmo comportamento
das outras variáveis estudadas, com considerável aumento da insegurança alimentar
grave nos domicílios que residiam mais de 7 moradores (33,3%).
Nas famílias que possuíam indivíduos menores de 05 (cinco) anos e menores
de 18 (dezoito) anos, observou-se menor prevalência de segurança alimentar e maior
prevalência de insegurança alimentar grave, quando comparadas com as famílias que
não possuíam. Para as famílias com idosos verificou-se maior prevalência de
segurança alimentar, porém apresentaram também maior prevalência de insegurança
alimentar nos níveis moderado e grave quando comparado ás famílias sem idosos.
Tabela 14 Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Total
Situação
Segurança
Insegurança
Leve
Insegurança
Moderada
Insegurança
Grave
N
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Sexo
754
Masculino
354
161 (45,5)
115 (32,5)
54 (15,2)
24 (6,8)
Feminino
400
168 (42,0)
142 (35,5)
57 (14,2)
33 (8,3)
Idade em anos
1
749
0 9
141
50 (35,5)
65 (46,1)
12 (8,5)
14 (9,9)
10 19
147
62 (42,2)
39 (26,5)
30 (20,4)
16 (10,9)
20 39
269
120 (44,6)
103 (38,3)
33 (12,3)
13 (4,8)
40 59
148
72 (48,6)
36 (24,3)
30 (20,3)
10 (6,8)
≥ 60
44
22 (50,0)
13 (29,5)
5 (11,4)
4 (9,1)
Cor/Raça
754
Branca
324
188 (58,0)
86 (26,5)
35 (10,8)
15 (4,6)
Preta
39
8 (20,5)
14 (35,9)
12 (30,8)
5 (12,8)
Parda
379
128 (33,8)
156 (41,2)
59 (15,6)
36 (9,5)
Amarela
11
5 (45,5)
1 (9,1)
5 (45,5)
-
Indígena
1
-
-
-
1 (100,0)
continua”
104
Tabela 14 Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis demográficas e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
continuação
Variáveis
Total
Situação
Segurança
Insegurança
Leve
Insegurança
Moderada
Insegurança
Grave
N
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Grau de parentesco
2
753
Chefe
213
95 (44,6)
73 (34,3)
30 (14,1)
15 (7,0)
Cônjuge
164
81 (49,4)
55 (33,5)
19 (11,6)
9 (5,5)
Filho (a) biológico (a)
280
123 (43,9)
97 (34,6)
42 (15,0)
18 (6,4)
Filho (a) não biológico (a)
23
5 (21,7)
9 (39,1)
6 (26,1)
3 (13,0)
Outros parentes
73
25 (34,3)
22 (30,1)
14 (19,2)
12 (16,4)
Situação Conjugal
3
749
Solteiro (a)
367
148 (40,3)
125 (34,1)
61 (16,6)
33 (9,0)
Casado (a)
336
167 (49,7)
116 (34,5)
39 (11,6)
14 (4,2)
Desquitado (a)
33
7 (21,2)
13 (39,4)
8 (24,2)
5 (15,2)
Viúvo (a)
13
5 (38,5)
3 (23,1)
3 (23,1)
2 (15,4)
Sexo do chefe da família
213
Masculino
162
81 (50,0)
53 (32,7)
19 (11,7)
9 (5,6)
Feminino
51
14 (27,4)
20 (39,2)
11 (21,6)
6 (11,8)
Situação Conjugal do
chefe da família
4
212
Solteiro (a)
19
6 (31,6)
5 (26,3)
3 (15,8)
5 (26,3)
Casado (a)
163
81 (49,7)
57 (35,0)
19 (11,7)
6 (3,7)
Desquitado (a)
22
5 (22,7)
9 (40,9)
5 (22,7)
3 (13,6)
Viúvo (a)
8
3 (37,5)
2 (25,0)
3 (37,5)
-
Nº de moradores
213
1 3
114
50 (43,9)
41 (36,0)
15 (13,1)
8 (7,0)
4 6
96
45 (46,9)
31 (32,3)
13 (13,5)
7 (7,3)
≥ 7
3
-
1 (33,3)
1 (33,3)
1 (33,3)
Menores de 5 anos
213
Sim
58
18 (31,0)
27 (46,6)
6 (10,3)
7 (12,1)
Não
155
77 (49,7)
46 (29,7)
23 (14,8)
9 (5,8)
Menores de 18 anos
213
Sim
137
56 (40,9)
52 (37,9)
17 (12,4)
12 (8,8)
Não
76
39 (51,3)
21 (27,6)
12 (15,8)
4 (5,3)
Presença de idosos
213
Sim
29
14 (48,3)
9 (31,0)
3 (10,3)
3 (10,3)
Não
184
81 (44,0)
64 (34,8)
26 (14,1)
13 (7,1)
Notas:
1
Para n = 5 (0,7%) não registrou esta informação;
2
Parentesco em relação ao chefe de família. Para n = 1
(0,1%) não registrou esta informação;
3
Para n = 5 (0,7) não registrou esta informação,
4
Para n = 1 (0,5 ) não
registrou esta informação.
105
Observa-se na Tabela 15 a descrição das famílias estudadas, segundo
variáveis socioeconômicas e situação de segurança e insegurança alimentar.
Verificando a renda, observa-se que conforme aumenta a renda das famílias
aumenta também a freqüência de segurança alimentar, o inverso é observado para a
insegurança alimentar, ou seja, à medida que aumenta a renda, diminui a freqüência
de insegurança alimentar, sendo que a insegurança alimentar grave foi mais
prevalente (66,7%) para as famílias sem rendimento, seguida das que recebiam até
0,25 smpc. Situação semelhante ocorre quanto à escolaridade do chefe da família,
observa-se menor freqüência de segurança alimentar e maior de insegurança
alimentar entre as famílias onde o chefe tinha menos anos de estudo.
Quanto à posse do domicílio, observa-se maior freqüência de segurança
alimentar nas famílias que residiam em domicílios cedidos (80,0%) e maior
freqüência de insegurança alimentar grave entre as proprietárias do imóvel (8,6%).
Referente à posse quantitativa de equipamentos/bens e a classificação
econômica, observa-se a mesma situação mostrada pela renda, ou seja, o melhor
pode aquisitivo da família aumenta a freqüência de segurança alimentar o inverso é
observado para a insegurança alimentar, ou seja, à medida que melhora o poder
aquisitivo da família, diminui a freqüência de insegurança alimentar. Estavam em
situação de insegurança alimentar grave 20,8% das famílias que possuía até 5
equipamentos/bens e 60,0% das famílias pertencentes à Classe E.
Tabela 15 Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis socioeconômicas e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Total
Situação
Segurança
Insegurança
Leve
Insegurança
Moderada
Insegurança
Grave
N
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Renda (smpc)
1
211
Sem rendimento
3
-
-
1 (33,3)
2 (66,7)
≤ 0,25
9
-
5 (55,6)
2 (22,2)
2 (22,2)
0,26 0,50
37
9 (24,3)
18 (48,7)
7 (18,9)
3 (8,1)
0,51 1,00
64
22 (34,4)
22 (34,4)
13 (20,3)
7 (10,9)
1,01 2,00
55
29 (52,7)
19 (34,6)
5 (9,1)
2 (3,6)
2,01 3,00
23
16 (69,6)
6 (26,1)
1 (4,3)
-
≥3,01
20
17 (85,0)
3 (15,0)
-
-
“continua”
106
Tabela 15 Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis socioeconômicas e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Total
Situação
Segurança
Insegurança
Leve
Insegurança
Moderada
Insegurança
Grave
N
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Escolaridade do chefe da
família (anos de estudo)
2
209
0
19
5 (26,3)
5 (26,3)
4 (21,1)
5 (26,3)
1 3
35
15 (42,9)
12 (34,3)
6 (17,1)
2 (5,7)
4 7
69
24 (34,8)
31 (44,9)
10 (14,5)
4 (5,8)
8 10
30
16 (53,3)
8 (26,7)
4 (13,3)
2 (6,7)
11 14
39
23 (59,0)
10 (25,6)
5 (12,8)
1 (2,6)
15
17
12 (70,6)
4 (23,5)
-
1 (5,9)
Propriedade do domicílio
3
211
Próprio, pago
117
52 (44,4)
40 (34,2)
15 (12,8)
10 (8,6)
Próprio, pagando
17
7 (41,2)
6 (35,3)
3 (17,6)
1 (5,9)
Alugado
72
31 (43,1)
26 (36,1)
11(15,3)
4 (5,5)
Cedido
5
4 (80,0)
1 (20,0)
-
-
Número
equipamentos/bens
213
0 5
24
2 (8,3)
12 (50,0)
5 (20,8)
5 (20,8)
6 11
130
51 (39,2)
48 (36,9)
20 (15,4)
11 (8,5)
12 17
36
20 (55,6)
12 (33,3)
4 (11,1)
-
18 23
18
17 (94,4)
1 (5,6)
-
-
≥ 24
5
5 (100,0)
-
-
-
Classificação econômica
4
213
Classe A
5
5 (100,0)
-
-
-
Classe B
44
34 (77,3)
9 (20,4)
1 (2,3)
-
Classe C
115
51 (44,4)
42 (36,5)
16 (13,9)
6 (5,2)
Classe D
44
5 (11,4)
22 (50,0)
10 (22,7)
7 (15,9)
Classe E
5
-
-
2 (40,0)
3 (60,0)
Notas:
1
smpc: salário mínimo per capita; Para n = 2 (0,9%) não registrou esta informação;
2
Em anos completos de estudo;Para n = 4 (1,9%) não registrou esta informação;
3
Para n = 2 (0,9%) não registrou esta informação;
4
Classificado de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil, 2008.
Verifica-se na Tabela 16, a descrição das famílias estudadas, segundo
variáveis ambientais e situação de segurança e insegurança alimentar.
Observa-se que quanto ao tipo de domicílio, a maior freqüência de segurança
alimentar foi naqueles de alvenaria com acabamento completo, com 62,0%, em
107
relação aos outros tipos de domicílio. A insegurança alimentar leve foi maior nas
famílias que possuíam domicílio de alvenaria com acabamento incompleto (44,6%),
verificou-se que 100,0% das famílias residentes em domicílios de material
aproveitado estavam em situação de insegurança alimentar grave.
Referente ao número de cômodos e número de cômodos para dormir, nota-se
que quanto mais cômodos possuía o domicílio maior a freqüência de segurança
alimentar. O inverso ocorre para a insegurança alimentar leve e moderada, nestas,
quanto mais cômodos, menor a freqüência.
Quanto ao abastecimento de água, nota-se semelhança nas freqüências tanto
de segurança alimentar, quanto de insegurança alimentar nos domicílios que
recebiam água da rede pública ou de poço/nascente, exceto para a insegurança grave,
onde famílias que recebiam água da rede pública apresentaram prevalência bem
maior (8,9%) que as que recebiam de poço/nascente (3,6%).
Nota-se que as famílias que contavam com serviço público na coleta de lixo e
no esgotamento sanitário, apresentaram maior prevalência de segurança alimentar,
em relação às famílias que não disponibilizavam destes serviços, com 43,7% e 71,4%
respectivamente. As famílias que não contavam com os serviços públicos na coleta
de lixo e no esgotamento sanitário, apresentaram maior prevalência de insegurança
alimentar moderada e grave.
para a presença de filtro no domicílio, as famílias que não possuíam filtro
em casa, mas utilizavam água mineral para beber apresentaram maior freqüência de
segurança alimentar (72,4%) enquanto que ás que não tinham o filtro, mas tratavam a
água apresentaram maior freqüência de insegurança alimentar moderada e grave,
com 23,5% e 17,7%.
108
Tabela 16 Descrição das famílias estudadas, segundo variáveis ambientais e
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Total
Situação
Segurança
Insegurança
Leve
Insegurança
Moderada
Insegurança
Grave
N
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Tipo do domicílio
1
212
Alvenaria com acabamento
completo
79
49 (62,0)
20 (25,3)
9 (11,4)
1 (1,3)
Alvenaria com acabamento
incompleto
56
19 (33,9)
25 (44,6)
6 (10,7)
6 (10,7)
Alvenaria com madeira
27
12 (44,4)
8 (29,6)
6 (22,2)
1 (3,7)
Madeira
49
15 (30,6)
20 (40,8)
7 (14,3)
7 (14,3)
Material aproveitado
1
-
-
-
1 (100,0)
Número de cômodos
213
1 3
19
4 (21,0)
8 (42,1)
6 (31,6)
1 (5,3)
4 6
129
46 (35,7)
50 (38,8)
22 (17,0)
11 (8,5)
7 9
49
31 (63,3)
13 (26,5)
1 (2,0)
4 (8,2)
≥10
16
14 (87,5)
2 (12,5)
-
-
Número de cômodos para
dormir
213
1
48
16 (33,3)
23 (47,9)
6 (12,5)
3 (6,3)
2 3
152
69 (45,4)
48 (31,6)
23 (15,1)
12 (7,9)
4 5
13
10 (76,9)
2 (15,4)
-
1 (7,7)
Abastecimento de água
213
Rede pública
158
69 (43,7)
54 (34,2)
21 (13,3)
14 (8,9)
Poço ou nascente
55
26 (47,3)
19 (34,5)
8 (14,5)
2 (3,6)
Coleta do lixo
213
Serviço público
210
94 (44,8)
72 (34,3)
29 (13,8)
15 (7,1)
Outros
3
1 (33,3)
1 (33,3)
-
1 (33,3)
Esgotamento Sanitário
213
Rede pública
7
5 (71,4)
2 (28,6)
-
-
Fossa séptica
204
88 (43,1)
71 (34,8)
29 (14,2)
16 (7,8)
Fossa rudimentar
2
2 (100,0)
-
-
-
Presença de filtro de água
213
Sim
84
40 (47,6)
31 (36,9)
9 (10,7)
4 (4,8)
Não, mas trata a água
17
4 (23,5)
6 (35,3)
4 (23,5)
3 (17,7)
Não, mas a água é mineral
29
21 (72,4)
8 (27,6)
-
-
Não e nem trata a água
83
30 (36,2)
28 (33,7)
16 (19,3)
9 (10,8)
Notas:
1
Para n=1 (0,5%) não registrou-se esta informação.
109
Verifica-se na Tabela 17, a distribuição das famílias segundo a produção no
último mês de alimentos e/ou criação de animais na propriedade destinados à
alimentação. Das 213 famílias estudadas 105 (49,3%) relataram existir na
propriedade alguma produção de alimentos e/ou criação de animais para consumo
próprio. De 109 famílias, 7 (6,4%) criavam animais para consumo. Destas, 6 (85,7%)
relataram criação e consumo de frango, para 1 domicílio, não registrou-se esta
informação. De 107 famílias, 105 (98,1%) relataram consumir algum tipo de
alimento proveniente de hortas, pomares ou outro tipo de lavoura cultivada no
domicílio.
Foi indagado ainda, quanto à produção e consumo de leite e seus derivados
provenientes da produção ou do processamento no domicílio, nenhuma das famílias
estudadas referiram esta condição, entretanto 15 famílias (14,2%) informaram que
processaram no último mês, outros tipos de alimentos no domicílio para consumo da
família, com destaque para os doces, geléia e compotas.
Tabela 17 Distribuição das famílias estudadas segundo produção de alimentos para
consumo familiar no último mês no domicílio, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Produção de alimentos
1
(n=213)
Sim
105
49,3
42,4 - 56,2
Não
108
50,7
43,8 - 57,6
Criação de animais(n=109)
Sim
7
6,4
2,6 - 12,8
Não
102
93,6
87,2 - 97,4
Plantio de alimentos(n=107)
Sim
105
98,1
93,4 - 99,8
Não
2
1,9
0,26,6
Leite e derivados(n=104)
Sim
0
Não
104
100,0
100,0 100,0
Processamento de alimentos
(n=106)
Sim
15
14,2
8,1 22,3
Não
91
85,8
77,7 91,9
Notas:
IC Intervalo de Confiança;
1
Produção de qualquer origem, agrícola ou não, de alimentos no domicílio para consumo da família, n=213;
110
Verifica-se na Tabela 18, que dos 105 domicílios que produziam alimentos
para consumo familiar, a maioria (36,2%) cultivava somente frutas, seguidos de
frutas e legumes (26,7%) e de somente legumes (15,2%).
Tabela 18 Distribuição dos alimentos cultivados nos domicílios para consumo das
famílias estudadas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Frutas
38
36,2
27,0 46,1
Legumes
16
15,2
9,0 23,6
Frutas e legumes
28
26,7
18,5 36,2
Frutas, legumes e frango
1
1,0
0,0 5,2
Frutas, legumes e doces
4
3,8
1,0- 9,5
Frutas e doces
6
5,7
2,1 12,0
Frutas, doces e frango
1
1,0
0,0 5,2
Frutas, legumes, frango e arroz
1
1,0
0,0 5,2
Frutas e frango
2
1,9
0,2 6,7
Frutas, legumes, frango, arroz e
doces
1
1,0
0,0 - 5,2
Frutas, legumes e arroz
5
4,8
0,2 6,7
Legumes, frutas, arroz e doces
1
1,0
0,0 - 5,2
Legumes e doces
1
1,0
0,0 - 5,2
TOTAL
105
100,0
..
Notas:
IC Intervalo de Confiança
Verifica-se na Tabela 19 a disponibilidade de alimentos na família, segundo o
grupo de alimentos nos sete dias anteriores a entrevista. Observou-se que os
alimentos mais disponíveis diariamente foram: arroz, macarrão, milho e/ ou
derivados (97,7%), óleo (95,8%), café, chimarrão e chá (93,4%), mel, melado, açúcar
e rapadura (95,3%), feijão, lentilha, ervilha e soja (95,3%), carne (boi, frango, porco,
peixe e miúdos em geral) 85,0%, margarina (84%), es, bolachas e biscoitos
(80,20%), leite (75,6%) e ovos (69,2%).
111
Tabela 19 Distribuição das famílias estudadas, segundo o tipo de alimentos
consumidos nos últimos sete dias anteriores a entrevistas, Sinop/MT, 2007.
Alimentos
Diariamente
De uma a três
vezes
De
Quatro a
seis vezes
Não teve
disponível
N (%)
N (%)
N (%)
N (%)
Arroz/macarrão/milho e derivados
208 (97,7)
4 (1,9)
-
1 (0,5)
Pão/bolachas/biscoitos
170 (80,2)
18 (8,5)
1(0,5)
23 (10,8)
Mandioca/batata/batata
doce/cará/beterraba/inhame
104 (48,8)
44 (20,7)
12 (5,6)
53 (24,9)
Leite
161 (75,6)
18 (8,5)
5 (2,3)
29 (13,6)
Queijo/iogurte/coalhada/requeijão/
nata
85 (39,9)
32 (15,0)
3(1,4)
93 (43,7)
Ovos
146 (69,2)
26 (12,3)
3 (1,4)
36 (17,1)
Verduras (folhosos)
118 (55,4)
40 (18,8)
8 (3,8)
47 (22,1)
Legumes
104 (48,8)
55 (25,8)
3 (1,4)
51 (23,9)
Frutas/suco natural de frutas
105 (49,3)
37 (17,4)
7 (3,3)
64 (30,0)
Sucos industrializados
83 (39,0)
29 (13,6)
7 (3,3)
94 (44,1)
Feijão/lentilha/ervilha/soja
203 (95,3)
3 (1,4)
3 (1,4)
4 (1,9)
Carne (boi, frango, porco, peixe,
miúdos em geral)
181 (85,0)
19 (8,9)
6 (2,8)
7 (3,3)
Salsicha/mortadela/lingüiça/salame/
presunto
65 (30,5)
49 (23,0)
4 (1,9)
95 (44,6)
Mel/melado/açúcar/rapadura
203 (95,3)
-
3 (1,4)
7 (3,3)
Doces
81 (38,0)
33 (15,5)
7 (3,3)
92 (43,2)
Refrigerantes
36 (16,9)
95 (44,6)
6 (2,8)
76 (35,7)
Margarina
179 (84,0)
7 (3,3)
-
27 (12,7)
Manteiga
37 (17,5)
2 (0,9)
2 (0,9)
171 (80,7)
Banha
20 (9,4)
5 (2,4 )
1 (0,5)
186 (87,7)
Óleo
204 (95,8)
2 (0,9)
1 (0,5)
6 (2,8)
Azeite
66 (31,0)
7 (3,3)
1 (0,5)
139 (65,3)
Café/chimarrão/chá
199 (93,4)
2 (0,9)
3 (1,4)
9 (4,2)
112
Na tabela 20 observa-se a distribuição das famílias estudadas segundo as
informações sobre recebimento de doação de alimentos ou de outros benefícios nos
últimos 6 (seis ) meses que antecederam a entrevista. Do total de famílias estudadas
4,7% (10) informaram receber doação de algum tipo de alimento. Destas, 60,0% (6)
relataram receber doação de outros (amigos, ex-patroa, parentes, políticos e
vizinhos). Em relação ao recebimento de benefícios de transferência de renda, 8,5%
(18) recebiam, destas, a maioria (83,3%) relataram receber bolsa família/bolsa
escola. Das famílias que informaram a freqüência com que recebiam estes benefícios,
85,7% (12) o recebiam semanalmente.
Tabela 20 Distribuição das famílias estudadas segundo recebimento de doação de
alimentos ou de benefícios de transferência de renda nos últimos 6 meses que
antecederam a entrevista, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
%
IC (95%)
Doação de alimentos
Algum morador recebeu doação
de alimento(n=213)
Sim
10
4,7
2,3 8,5
Não
203
95,3
91,5 97,7
Instituição que distribuiu o
alimento (n=10)
Governo
01
10,0
0,3 44,5
Igreja
01
10,0
0,3 44,5
Igreja e outros
02
20,0
2,5 55,6
Outros
06
60,0
26,2 87,8
Outros benefícios
Algum morador recebeu outro
benefício(n=213)
Sim
18
8,5
5,1 13,0
Não
195
91,5
87,0 94,9
Tipo de benefício (n=18)
Bolsa família/bolsa escola
15
83,3
58,6 96,4
Programa da igreja
01
5,6
0,1 27,3
Outro
02
11,1
1,4 34,7
Freqüência que recebeu o
benefício(n=14)
1
Mensal
12
85,7
57,2 98,2
A cada 2 meses
01
7,1
0,2 33,9
Outro
01
7,1
0,2 33,9
Notas:
IC Intervalo de Confiança;
1
Para n=4 (22,2%) não registrou-se esta informação.
113
4.4 ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS,
SOCIOECONÔMICAS, AMBIENTAIS, ESTADO NUTRICIONAL E
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS COM A SITUAÇÃO
DE INSEGURANÇA ALIMENTAR
4.4.1 Resultados da Análise Bivariada para a Insegurança Alimentar (IA)
Nesta análise agruparam-se os três níveis de insegurança alimentar: leve,
moderada e grave num único nível: insegurança alimentar.
Fez-se a comparação entre as famílias que viviam em situação de insegurança
alimentar, com àquelas que viviam em segurança alimentar. Calculou-se a razão de
prevalência (RP) e seus respectivos Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%) com o
objetivo de verificar o efeito das variáveis independentes na situação de insegurança
alimentar. Do total de famílias (n=213) estudadas, 118 (55,4%) encontrava-se em
situação de insegurança alimentar e 95 (44,6%) em segurança alimentar.
As análises das prevalências de insegurança alimentar segundo as variáveis
demográficas estão apresentadas na Tabela 21.
Segundo a variável sexo, não verificou-se diferenças nas prevalências de
insegurança alimentar, porém analisando a faixa etária, observa-se que nas famílias
com crianças menores de nove anos a prevalência de insegurança alimentar foi maior
em relação àquelas cujos membros tinham idade igual ou superior à 40 anos
(p=0,0140).
Quanto à variável cor/raça observou-se que as razões de prevalências foram
maiores nos indivíduos de cor parda e preta quando comparados com os indivíduos
de cor branca (p = 0,0001).
Em relação ao grau de parentesco, observou-se que a prevalência da
insegurança alimentar entre os filhos não biológicos foi de 1,41 vezes quando
comparado com o chefe da família (p = 0,0350).
114
Em relação à situação conjugal dos membros das famílias estudadas a
insegurança alimentar foi maior entre os solteiros e desquitados quando comparados
aos casados.
Analisando o sexo do chefe da família, a razão de prevalência da insegurança
alimentar foi de 1,45 vezes nos domicílios onde o chefe da família era do sexo
feminino, quando comparado aos do sexo masculino (p = 0,0047). Quanto à situação
conjugal, os domicílios onde o chefe da família era desquitado a prevalência de
insegurança alimentar foi de 1,54 vezes quando comparada aos domicílios onde o
chefe da família era casado (p = 0,0173).
Constatou-se similaridade na prevalência da insegurança alimentar nos
domicílios que possuíam de 1 a 3 moradores com os que possuíam 4 ou mais
moradores.
Nas famílias com crianças menores de 05 anos de idade a razão de
prevalência da insegurança alimentar foi de 1,37 vezes quando comparada às
famílias que não possuíam crianças menores de 05 anos de idade (p = 0, 0148).
Quanto à presença de indivíduos menores de 18 anos de idade e de idosos não
houve diferença estatisticamente significativa nas prevalências estimadas nos grupos
analisados.
Tabela 21 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Sexo(n=754)
Masculino
193/354
54,5
1,00
0,94-1,21
0,3362
Feminino
232/400
58,0
1,06
Idade em anos(n=754)
0 9
91/141
64,5
1,26
1,05 1,52
0,0140
10 19
85/147
57,8
1,13
0,93 1,38
0,2144
20 39
149/269
55,4
1,09
0,91 1,29
0,3560
≥40
98/192
51,0
1,00
-
-
“continua”
115
Tabela 21 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Cor /Raça(n=754)
Branca
136/324
42,0
1,00
-
-
Amarela e indígena
7/12
58,3
1,39
0,85 2,28
0,2604
Parda
251/379
66,2
1,58
1,36 1,83
0,0001
Preta
31/39
79,5
1,89
1,54 2,32
0,0001
Grau de parentesco (n=753)
Chefe
118/213
55,4
1,00
Cônjuge
83/164
50,6
0,91
0,75-1,11
0,3555
Filho (a) biológico (a)
157/280
56,1
1,01
0,86-1,19
0,8816
Filho (a) não biológico (a)
18/23
78,3
1,41
1,10-1,81
0,0350
Outros parentes
48/73
65,8
1,19
0,97-1,46
0,1218
Situação Conjugal(n=754)
Casado (a)
169/336
50,3
1,00
Solteiro (a)
219/367
59,7
1,19
1,04 1,36
0,0125
Viúvo (a)
8/13
61,5
1,22
0,79 1,90
0,4264
Desquitado (a)
26/33
78,8
1,57
1,27 1,93
0,0018
Sexo do chefe da família
(n=213)
Masculino
81/162
50,0
1,00
Feminino
37/51
72,5
1,45
1,15 1,82
0,0047
Situação Conjugal do chefe
da família (n=212)
Casado (a)
82/163
50,3
1,00
Solteiro (a)
13/19
68,4
1,36
0,97 1,91
0,1347
Viúvo (a)
5/8
62,5
1,24
0,71 2,17
0,3797
f
Desquitado (a)
17/22
77,3
1,54
1,17 2,02
0,0173
Nº de moradores(n=213)
1 3
64/114
56,1
1,00
0,76 1,24
0,8153
≥ 4
54/99
54,5
0,97
Menores de 5 anos(n=213)
Sim
40/58
69,0
1,37
1,09 1,73
0,0148
Não
78/155
50,3
1,00
Menores de 18 anos(n=213)
Sim
81/137
59,1
1,20
0,92 1,57
0,1700
Não
37/76
48,7
1,00
Presença de idosos(n=213)
Sim
15/29
51,7
0,92
0,64 1,34
0,6684
Não
103/184
56,0
1,00
Notas:
IC Intervalo de confiança; RP- Razão de Prevalência; *Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de
Fisher.
116
Na Tabela 22, verifica-se análise das prevalências de insegurança alimentar
segundo as variáveis socioeconômicas.
Em relação à renda, verificou-se que as famílias que recebiam renda inferior a
2,01 smpc apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar, sendo que esta
prevalência aumentava, conforme diminuía a renda, sendo estatisticamente
significativa (p = 0,0001). Comportamento semelhante foi observado quanto á
escolaridade do chefe da família, a prevalência de insegurança aumentava com a
diminuição da escolaridade, com significância estatística (p = 0,0001).
Segundo a variável propriedade do domicílio, não verificou-se diferenças nas
prevalências de insegurança alimentar, porém analisando o número de equipamentos,
observa-se que nas famílias que possuíam até 11 equipamentos a prevalência foi
maior quando comparado às famílias que possuíam acima de 12 equipamentos (p =
0,0001).
Quanto à classificação econômica, as famílias pertencentes à classe
econômica C e D/E a prevalência de insegurança alimentar foi de 2,73 e 4,40 vezes,
respectivamente, quando comparada às famílias pertencentes à classe econômica A
(p = 0, 0001).
Tabela 22 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Renda (smpc)
Sem rendimento 0,50
40/49
81,6
3,51
2,01 6,14
0,0001
0,51 1,00
42/64
65,6
2,82
1,59 5,00
0,0001
1,01 2,00
26/55
47,3
2,03
1,10 3,74
0,0144
≥2,01
10/43
23,3
1,00
Escolaridade do chefe da
família (anos de estudo)
0 - 3
34/54
63,0
1,68
1,13 2,49
0,0076
4 - 7
45/69
65,2
1,74
1,19 2,54
0,0020
8 - 10
14/30
46,7
1,71
1,01 2,90
0,0548
11
21/56
37,5
1,00
“continua”
117
Tabela 22 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Propriedade do domicílio
Próprio, pago
65/117
55,6
1,00
Próprio, pagando
10/17
58,8
1,06
0,69 1,63
0,7998
Alugado ou cedida
42/77
54,6
0,98
0,76 1,27
0,8899
Número equipamentos/bens
0 11
101/154
65,6
2,28
1,50 3,45
0,0001
12
17/59
28,8
1,00
Classificação econômica
Classe A/B
10/49
20,4
1,00
-
-
Classe C
64/115
55,7
2,73
1,53 4,85
0,0001
Classe D/E
44/49
89,8
4,40
2,51 7,71
0,0001
Notas:
IC Intervalo de confiança;
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson
Observa-se na Tabela 23, a análise das prevalências de insegurança alimentar
segundo as variáveis ambientais.
Quanto ao tipo do domicílio, as famílias que residiam em casas construídas
em alvenaria com acabamento incompleto e de madeira apresentaram maior
prevalência de insegurança alimentar de 1,74 e 1,83 vezes respectivamente, quando
comparada às que residiam em domicílios construídos em alvenaria com acabamento
completo, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p = 0,0013 e p =
0,0006).
Com relação ao número de cômodos da residência, àquelas que possuíam de 1
a 6 cômodos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar de 2,15 vezes
quando comparado aos domicílios que possuíam de 7 ou mais cômodos (p = 0,0001).
O mesmo foi verificado no número de cômodos para dormir, os domicílios que
possuíam de 1 a 2 cômodos apresentaram maior prevalência de insegurança
alimentar de 1,39 vezes quando comparado aos domicílios que possuíam de 3 ou
mais cômodos para dormir (p = 0,0272).
118
Quanto às variáveis ligadas ao saneamento básico (abastecimento de água,
coleta de lixo, esgotamento sanitário) e presença de filtro no domicílio não houve
diferenças nas prevalências da insegurança alimentar.
Tabela 23 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
variáveis ambientais, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Tipo do domicílio
Alvenaria com acabamento
completo
30/79
38,0
1,00
Alvenaria com acabamento
incompleto
37/56
66,1
1,74
1,24 2,44
0,0013
Madeira
34/49
69,4
1,83
1,30 2,56
0,0006
Material aproveitado e
Alvenaria com madeira
16/28
57,1
1,50
0,98 2,31
0,0783
Número de cômodos
1 6
98/148
66,2
2,15
1,47 3,15
0,0001
≥7
20/65
30,8
1,00
Número de cômodos para
dormir
1 2
93/155
60,0
1,39
1,01-1,92
0,0272
≥ 3
25/58
43,1
1,00
Abastecimento de água
Rede pública
89/158
56,3
1,00
0,70 1,25
0,6435
Poço ou nascente
29/55
52,7
0,94
Coleta do lixo
Serviço público
117/210
55,7
1,00
0,12-2,98
0,4189
f
Outros
1/3
33,3
0,60
Esgotamento Sanitário
Rede pública
2/7
28/6
1,00
0,61-6,40
0,1438
f
Fossa séptica/rudimentar
116/206
56,3
1,97
Presença de filtro de água
Sim
44/84
52,4
1,00
Não, mas trata a água
21/46
45,7
0,87
0,60 1,27
0,4631
Não e nem trata a água
53/83
63,9
1,22
0,94 1,58
0,1329
Notas:
IC Intervalo de confiança;
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
119
Na análise do estado nutricional, considerou-se este como conseqüência da
insegurança alimentar, logo, para esta análise a situação de insegurança alimentar foi
considerada variável independente.
A análise das prevalências do estado nutricional segundo o Índice de Massa
Corporal (IMC) e grupo etário através da situação de segurança e insegurança
alimentar esta apresentada na Tabela 24.
Não verificou-se diferenças nas prevalência do estado nutricional inadequado
(baixo peso, sobrepeso e obesidade) de crianças, adolescentes e adultos, em função
de vivenciarem situação de insegurança alimentar quando comparados aos que
vivenciavam situação de segurança alimentar.
entre os idosos a maior prevalência (80,0%) de estado nutricional
inadequado (baixo peso e sobrepeso) foi verificada nos indivíduos que vivenciavam
situação de segurança alimentar (p = 0,0258).
Tabela 24 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) do estado nutricional (por IMC) e grupo etário, segundo a
situação de segurança e insegurança alimentar, Sinop/MT, 2007.
Situação
N
Estado nutricional
(Inadequado)
IC (95%)
p valor*
Prevalência
RP
Crianças
Segurança Alimentar
31/46
67,4
1,00
0,57 1,02
0,0762
Insegurança Alimentar
42/82
51,2
0,76
Adolescentes
Segurança Alimentar
11/52
21,1
1,00
0,50 1,97
0,9890
Insegurança Alimentar
16/76
21,0
1,00
Adultos
Segurança Alimentar
72/160
45,0
1,00
0,83 1,32
0,6767
Insegurança Alimentar
86/182
47,2
1,05
Idosos
Segurança Alimentar
12/15
80,0
1,00
0,29 0,94
0,0258
Insegurança Alimentar
8/19
42,1
0,53
Notas:
IC Intervalo de confiança;
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson.
120
Observa-se na Tabela 25, a análise das prevalências de insegurança alimentar
segundo a produção de alimentos para consumo familiar no domicílio.
Verifica-se que as famílias que não produziram alimentos no domicílio
apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar (58,3%) que as famílias
que produziram, entretanto esta diferença não foi estatisticamente significativa.
Situação inversa foi observada em relação à criação de animais e plantio de
alimentos, ou seja, as famílias que criaram animais e as que plantaram algum tipo de
alimentos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar (57,1% e 51,4%
respectivamente) que as famílias que não o fizeram, porém, esta diferença também
não foi estatisticamente significante.
para o processamento de alimentos as famílias que não processaram
alimentos no domicílio apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar
(54,9%) que as famílias que processaram, apesar de apresentar valor de p < 0,05 esta
diferença não foi estatisticamente significativa (IC = 0,87 4,87).
Tabela 25 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
produção de alimentos para consumo familiar no último mês no domicílio,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p
valor*
Prevalência
RP
Produção de alimentos
(n=213)
Sim
55/105
52,4
1,00
0,87 1,42
0,3822
Não
63/108
58,3
1,11
Criação de animais(n=109)
Sim
4/7
57,1
1,00
0,46 1,74
0,5309
f
Não
52/102
51,0
0,89
Plantio de alimentos(n=107)
Sim
54/105
51,4
1,00
0,24 3,94
0,738
f
Não
1/2
50,0
0,97
Processamento de alimentos
(n=106)
Sim
4/15
26,7
1,00
0,87 4,87
0,0424
f
Não
50/91
54,9
2,06
Notas:
IC Intervalo de confiança; RP- Razão de Prevalência;*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
121
Verifica-se na Tabela 26, a análise das prevalências de insegurança alimentar
segundo recebimento de doação de alimentos ou de benefícios de transferência de
renda.
Observa-se que nas famílias, onde algum morador recebeu doação de
alimentos, a prevalência de insegurança alimentar foi 1,88 vezes quando comparadas
com as que o receberam, esta diferença foi estatisticamente significante (p =
0,0023).
Referente aos benefícios de transferência de renda, não houve diferença
estatisticamente significativa entre as famílias que receberam e as que não receberam
o benefício.
Tabela 26 Prevalência e Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) da situação de insegurança alimentar das famílias, segundo
recebimento de doação de alimentos ou de benefícios de transferência de renda nos
últimos 6 meses que antecedeu a entrevista, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
N
Insegurança Alimentar
IC (95%)
p valor*
Prevalência
RP
Algum morador recebeu
doação de alimento
(n=213)
Sim
10/10
100,0
1,88
1,65 2,14
0,0023
f
Não
108/203
53,2
1,00
Algum morador recebeu
outro benefício(n=213
Sim
13/18
72,2
1,34
0,98 1,84
0,1334
Não
105/195
53,8
1,00
Notas:
IC Intervalo de confiança;
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
122
4.4.2 Resultados da Análise Bivariada para a Insegurança Alimentar (IAL) e
Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG)
Nesta análise considerou-se dois níveis de situação de insegurança alimentar:
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave
(IAMG), esta agrupada num único nível, a insegurança alimentar moderada e a
insegurança alimentar grave. Na realização das análises foram comparadas as
situações de insegurança alimentar leve e insegurança alimentar moderada e grave
com a segurança alimentar.
Calculou-se a razão de prevalência (RP) e seus respectivos Intervalo de
Confiança de 95% (IC 95%) com o objetivo de verificar o efeito das variáveis
independentes na situação de IAL e IAMG. Do total de famílias (n=213) estudadas,
95 (44,6%) viviam em situação de segurança alimentar e 118 (55,4%) encontrava-se
em situação de insegurança alimentar, destas 73 (34,3%) em insegurança alimentar
leve e 45 (21,1%) em insegurança alimentar moderada e grave.
Observa-se na Tabela 27 as análises das prevalências de Insegurança
Alimentar Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) segundo
as variáveis demográficas.
Segundo a variável sexo, não verificou-se diferenças estatísticas significativas
nas prevalências de IAL e IAMG, porém analisando a faixa etária, observa-se que
nas famílias com crianças menores de nove anos e adultos com idade entre 20 e 39
anos a prevalência de IAL foi maior em relação àquelas cujos membros tinham idade
igual ou superior à 40 anos (p=0,0003 e p=0,0239 respectivamente), contudo não
observou-se diferenças nas prevalências de IAMG.
Quanto à variável cor/raça, analisando a IAL observou-se que as razões de
prevalências foram maiores nos indivíduos de cor parda e preta quando comparados
com os indivíduos de cor branca (p=0,0001 e p=0,0021 respectivamente), para a
IAMG as prevalências permanecem maiores para os indivíduos de cor parda e preta,
tornando mais acentuada para a cor preta, além de demonstrar maior prevalência para
123
a cor amarela e indígena, quando comparadas com os indivíduos de cor branca
(p=0,0001, p=0,0001 e 0,0183 respectivamente).
Em relação ao grau de parentesco, o verificou-se diferenças nas
prevalências de IAL , para a IAMG observou-se que a prevalência entre os filhos
não biológicos e outros parentes foi maior quando comparadas com o chefe da
família (p = 0,0194 e p = 0,0172 respectivamente).
Em relação à variável situação conjugal, analisando a IAL observa-se que a
prevalência foi maior entre os desquitados quando comparados com os casados
(p=0,0 358), para a IAMG a prevalência fica mais acentuada entre os desquitados e
mostra ainda maior prevalência entre os solteiros quando comparados com os
casados (p = 0,0001 e p = 0,0007 respectivamente).
Analisando o sexo do chefe da família, a razão de prevalência da IAL foi de
1,49 vezes nos domicílios onde o chefe da família era do sexo feminino, quando
comparado aos do sexo masculino (p = 0,0429), para a IAMG a prevalência fica
mais acentuada, sendo 2,13 vezes nos lares chefiados pelo sexo feminino (p =
0,0022). Quanto à situação conjugal do chefe da família não houve diferença
estatisticamente significativa nas prevalências de IAL, já para a IAMG, os domicílios
chefiados por solteiros e desquitados apresentaram respectivamente 2,42 e 2,61 vezes
quando comparada aos domicílios onde o chefe da família era casado (p = 0,0129 e
0,0074).
Referente às variáveis número de morados, menores de 18 anos e presença de
idosos, não houve diferença estatisticamente significativa nas prevalências de IAL e
IAMG.
Nas famílias com crianças menores de 05 anos de idade, analisando a IAL
verifica-se maior prevalência quando comparada às famílias que não possuíam
crianças menores de 05 anos de idade (p = 0, 0089), par a IAMG não houve
diferença entre as famílias que tinham ou não crianças menores de 05 (cinco) anos.
124
Tabela 27 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Sexo(n=754)
Masculino
115/276
1,00
0,3134
78/239
1,00
0,5966
Feminino
142/310
1,10
90/258
1,07
Idade em anos(n=754)
0 9
65/115
1,65
0,0003
1
26/76
1,00
0,9935
10 19
39/101
1,13
0,4860
46/108
1,24
0,1781
20 39
103/223
1,35
0,0239
2
46/166
0,81
0,2131
≥40
49/143
1,00
49/143
1,00
Cor /Raça(n=754)
Branca
86/274
1,00
50/238
1,00
Amarela e indígena
1/6
0,53
0,3952
f
6/11
2,60
0,0183
f,3
Parda
156/284
1,75
0,0001
4
95/223
2,03
0,0001
5
Preta
14/22
2,03
0,0021
6
17/25
3,24
0,0001
7
Grau de parentesco (n=753)
Chefe
73/168
1,00
45/140
1,00
Cônjuge
55/136
0,93
0,5970
28/109
0,80
0,2670
Filho (a) biológico (a)
97/220
1,01
0,9000
60/183
1,02
0,9025
Filho (a) não biológico (a)
9/14
1,48
0,1323
9/14
2,00
0,0194
f,8
Outros parentes
22/47
1,08
0,6821
26/51
1,59
0,0172
9
Situação Conjugal(n=754)
Casado (a)
116/283
1,00
53/220
1,00
Solteiro (a)
125/273
1,12
0,2537
94/242
1,61
0,0007
10
Viúvo (a)
3/8
0,91
0,5738
f,
5/10
2,08
0,0761
f
Desquitado (a)
13/20
1,59
0,0358
11
13/20
2,70
0,0001
12
Sexo do chefe da família
(n=213)
Masculino
53/134
1,00
0,0429
13
28/109
1,00
0,0022
14
Feminino
20/34
1,49
17/31
2,13
Situação Conjugal do chefe
da família (n=212)
4
Casado (a)
57/138
1,00
25/106
1,00
Solteiro (a)
5/11
1,10
0,5131
f
8/14
2,42
0,0129
f,15
Viúvo (a)
2/5
0,97
0,6628
f
3/6
2,12
0,1639
Desquitado (a)
9/14
1,56
0,0983
8/13
2,61
0,0074
12
Nº de moradores(n=213)
1 3
41/91
1,00
0,6487
23/73
1,00
0,8664
≥ 4
32/77
0,92
22/67
1,04
Menores de 5 anos(n=213)
Sim
27/45
1,60
0,0089
16
13/31
1,43
0,1858
Não
46/123
1,00
32/109
1,00
“continua”
125
Tabela 27 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis demográficas, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Menores de 18 anos(n=213)
Sim
52/108
1,38
0,0995
29/85
1,17
0,5340
Não
21/60
1,00
16/55
1,00
Presença de idosos(n=213)
Sim
9/23
0,89
0,6526
6/20
0,92
0,8246
Não
64/145
1,00
39/120
1,00
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher;
IC Intervalo de confiança: para os valores de p com significância estatística (p < 0,05):
1
IC = 1,25 2,18;
2
IC = 1,03 1,76;
3
IC = 1,43 4,70;
4
IC = 1,43 2,15;
5
IC = 1,52 2,71;
6
IC = 1,41 2,91;
7
IC = 2,25 4,66;
8
IC = 1,26 3,16;
9
IC = 1,11 2,28;
10
IC = 1,22 2,14;
11
IC = 1,12 2,25;
12
IC = 1,81 4,02;
13
IC = 1,05 2,11;
14
IC = 1,36 3,35;
15
IC = 1,37 4,28;
16
IC = 1,15 2,23.
Na Tabela 28, verifica-se análise das prevalências de Insegurança Alimentar
Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) segundo as
variáveis socioeconômicas.
Em relação à renda, analisando a IAL verificou-se que as famílias sem
rendimento à 0,50 smpc e as que recebiam renda de 0,51 à 1,00 smpc apresentaram
maior prevalência quando comparadas às famílias que recebiam renda superior à
2,01 smpc (p=0,0001 e p=0,0058 respectivamente). Já para a IAMG, além da maior
prevalência nas famílias sem rendimento à 0,50 smpc e as que recebiam renda de
0,51 à 1,00 smpc, também verificou-se associação entre as famílias com renda entre
1,01 a 2,00 smpc, sendo gradativo o aumento da prevalência, conforme diminuía a
renda, (p=0,0001, p=0,0001 e p=0,0333 respectivamente).
Referente à variável escolaridade do chefe da família, analisando a
prevalência da IAL, observa-se que famílias que possuíam chefe que estudaram entre
4 a 7 anos apresentaram 1,97 vezes quando comparadas às famílias cujos chefe
estudaram mais que 11anos. Na IAMG além das famílias cujos chefes estudaram
126
entre 4 a 7 anos, que nesta situação apresentou prevalência aumentada, verificou-se
também maior prevalência naquelas cujos chefes tinham de 0 a 3 anos de estudo,
quando comparadas às famílias onde os chefes possuíam mais de 11 anos de estudo
(p=0,0405 e p=0,0047 respectivamente).
Segundo a variável propriedade do domicílio, não verificou-se diferenças nas
prevalências de IAL e IAMG.
Para a variável número de equipamentos, observa-se que nas famílias que
possuíam até 11 equipamentos a prevalência foi maior tanto para a IAL, quanto para
a IAMG, sendo mais acentuada nesta situação, quando comparado às famílias que
possuíam acima de 12 equipamentos (p = 0,0003 e p=0,0001 respectivamente).
Quanto à classificação econômica, analisando a IAL, as famílias pertencentes
à classe econômica C e D/E apresentaram maior prevalência quando comparada às
famílias pertencentes à classe econômica A (p=0,0020 e p=0,0001 respectivamente).
para a IAMG as famílias pertencentes à classe econômica C e D/E continuaram a
apresentar maior prevalência quando comparada às famílias pertencentes à classe
econômica A, (p=0,0020 e p=0,0001 respectivamente), contudo verifica-se
acentuado aumento de uma situação para a outra, na IA foi de 2,41 e 4,35 vezes
enquanto que para a IAMG foi de 12,05 e 32,59 vezes para as classes C e D/E
respectivamente, quando comparadas com a classe A.
Tabela 28 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Renda (smpc)
Sem rendimento 0,50
23/32
3,35
0,0001
1
17/26
22,23
0,0001
2
0,51 1,00
22/44
2,33
0,0058
3
20/42
16,19
0,0001
4
1,01 2,00
19/48
1,85
0,0634
7/36
6,61
0,0333
f,5
≥2,01
9/42
1,00
1/34
1,00
“continua”
127
Tabela 28 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis socioeconômicas, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Escolaridade do chefe da
família (anos de estudo)
0 - 3
17/37
1,61
0,0966
17/37
2,76
0,0047
6
4 - 7
31/55
1,97
0,0043
7
14/38
2,21
0,0405
8
8 - 10
8/24
1,17
0,6770
6/22
1,64
0,3165
≥11
14/49
1,00
7/42
1,00
Propriedade do domicílio
Próprio, pago
40/92
1,00
25/77
1,00
Próprio, pagando
6/13
1,06
0,8556
4/11
1,12
0,5218
f
Alugado ou cedida
27/62
1,00
0,9931
15/50
0,92
0,7699
Número equipamentos/bens
0 11
60/113
2,25
0,0003
11
41/94
5,02
0,0001
12
≥ 12
13/55
1,00
4/46
1,00
Classificação econômica
Classe A/B
9/48
1,00
1/40
1,00
Classe C
42/93
2,41
0,0020
13
22/73
12,05
0,0005
14
Classe D/E
22/27
4,35
0,0001
15
22/27
32,59
0,0001
16
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher;
IC Intervalo de confiança: para os valores de p com significância estatística (p < 0,05):
1
IC = 1,81 6,22;
2
IC = 3,16 156,43;
3
IC = 1,22 4,47;
4
IC = 2,29 114,58;
5
IC = 0,86 50,96;
6
IC = 1,29 5,90;
7
IC = 1,20 3,25;
8
IC = 1,00 4,89;
9
IC = 1,07 2,54;
10
IC = 1,28 5,01;
11
IC = 1,35 3,72;
12
IC = 1,91 13,16;
13
IC = 1,28 4,52;
14
IC = 1,69 86,15;
15
IC = 2,35 8,04;
16
IC = 4,67 227,64.
Observa-se na Tabela 29, a análise das prevalências de Insegurança Alimentar
Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) segundo as
variáveis ambientais.
Quanto ao tipo do domicílio, notou-se que as famílias que residiam em casas
construídas em alvenaria com acabamento incompleto, madeira e material
aproveitado/alvenaria com madeira, apresentaram maior prevalência tanto para IAL
quanto para IAMG quando comparada às que residiam em domicílios construídos em
alvenaria com acabamento completo, entretanto para a IAMG a razão de prevalência
foi bem maior que para a IAL.
128
Referente ao número de cômodos da residência, àquelas famílias que residiam
em domicílios com 1 a 6 cômodos apresentaram maior prevalência de IAL de 2,15
vezes e de IAMG de 4,44 vezes quando comparado aos domicílios que possuíam de
7 ou mais cômodos (p = 0,0003 e p = 0,0001, respectivamente).
Quanto ao número de cômodos para dormir, os domicílios que possuíam de 1
a 2 cômodos apresentaram maior prevalência de IAL de 1,86 vezes com relação aos
domicílios que possuíam de 3 ou mais cômodos para dormir (p= 0,0080). o
verificou-se diferenças estatísticas significativas nas prevalências IAMG.
As variáveis de acesso ao saneamento básico (abastecimento de água, coleta
de lixo, esgotamento sanitário) não apresentou diferenças estatísticas significativas
nas prevalências de IAL e IAMG.
Referente à variável presença de filtro no domicílio, a razão de prevalência de
IAMG foi de 1,85 vezes para os domicílios que não possuíam filtro em casa e não
tratavam a água em relação aos domicílios que possuíam filtro (p=0,0228).
Tabela 29 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis ambientais, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Tipo do domicílio
Alvenaria com acabamento
completo
20/69
1,00
10/59
1,00
Alvenaria com acabamento
incompleto
25/44
1,96
0,0032
1
12/31
2,28
0,0224
2
Madeira
20/35
1,97
0,0053
3
14/29
2,85
0,0019
4
Material aproveitado e
Alvenaria com madeira
14/26
1,86
0,0242
5
8/20
2,36
0,0337
6
Número de cômodos
1 6
58/108
2,15
0,0003
7
40/90
4,44
0,0001
8
≥7
15/60
1,00
5/50
1,00
“continua”
129
Tabela 29 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis ambientais, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Número de cômodos para
dormir
1 2
61/123
1,86
0,0080
9
32/94
1,20
0,4914
≥ 3
12/45
1,00
13/46
1,00
Abastecimento de água
Rede pública
54/123
1,00
0,8457
35/104
1,00
0,5153
Poço ou nascente
19/45
0,96
10/36
0,83
Coleta do lixo
Serviço público
72/166
1,00
0,6817
f
44/138
1,00
0,5411
f
Outros
1/2
1,15
1/2
1,57
Esgotamento Sanitário
Rede pública
2/7
1,00
0,3434
f
0/5
1,00
0,1390
Fossa séptica/rudimentar
71/161
1,54
45/135
s/v
Presença de filtro de água
Sim
31/71
1,00
13/53
1,00
Não, mas trata a água
14/39
0,82
0,4282
7/32
0,89
0,7799
Não e nem trata a água
28/58
1,11
0,6008
25/55
1,85
0,0228
10
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson
f
Teste exato de Fisher;
IC Intervalo de confiança: para os valores de p com significância estatística (p < 0,05):
1
IC = 1,25 3,08;
2
IC = 1,11 4,68;
3
IC = 1,24 3,15;
4
IC = 1,44 5,62;
5
IC = 1,11 3,10;
6
IC = 1,08 5,14;
7
IC = 1,34 3,44;
8
IC = 1,88 10,53;
9
IC = 1,11 3,12;
10
IC = 1,06 3,22.
Na análise do estado nutricional, considerou-se este como conseqüência da
insegurança alimentar, logo, para esta análise a situação de segurança alimentar e
insegurança alimentar, foram consideradas variáveis independentes.
A análise das prevalências do estado nutricional segundo o Índice de Massa
Corporal (IMC) e grupo etário através da situação de Segurança Alimentar (SA),
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave
(IAMG) estão apresentadas na Tabela 30.
Não houve diferenças nas prevalências do estado nutricional inadequado
(baixo peso, sobrepeso e obesidade) dos grupos etários estudados, em função de
130
vivenciarem situação de insegurança alimentar (tanto para a leve quanto para
moderada e grave) quando comparados aos que vivenciavam situação de segurança
alimentar.
Tabela 30 Prevalência, Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalo de
confiança (IC 95%) e valor de p do estado nutricional (por IMC) e grupo etário
segundo a situação de segurança alimentar (SA), Insegurança Alimentar Leve (IAL)
e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG), Sinop/MT, 2007.
Situação
N
Estado nutricional
(Inadequado)
IC (95%)
p valor*
Prevalência
RP
Crianças
SA
31/46
67,4
1,00
IAL
31/58
53,4
0,79
0,58 1,08
0,1501
IAMG
11/24
45,8
0,68
0,42 1,10
0,0805
Adolescentes
SA
11/52
21,1
1,00
IAL
7/32
21,9
1,03
0,45 2,39
0,9377
IAMG
9/44
20,4
0,97
0,44 2,12
0,9330
Adultos
SA
72/160
45,0
1,00
IAL
45/112
40,2
0,89
0,67 1,19
0,4293
IAMG
41/70
58,6
1,30
1,00 1,69
0,0582
Idosos
SA
12/15
80,0
1,00
IAL
5/11
45,4
0,57
0,28 1,14
0,0792
f
IAMG
3/8
37,5
0,47
0,19 1,19
0,0582
f
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
IC Intervalo de confiança;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
Observa-se na Tabela 31, a análise das prevalências de Insegurança Alimentar
Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) segundo a produção
de alimentos para consumo familiar no domicílio.
Não verificou-se diferenças nas prevalências de IAL e IAMG entre as
variáveis produção de alimentos, criação de animais, plantio de alimentos e
processamento de alimentos.
131
Tabela 31 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo produção de alimentos para consumo familiar
no último mês no domicílio, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Produção de alimentos
(n=213)
Sim
33/83
1,00
0,3399
22/72
1,00
0,6790
Não
40/85
1,18
23/68
1,11
Criação de animais(n=109)
Sim
3/6
1,00
0,4209
f
1/4
1,00
0,6482
f
Não
30/80
0,75
22/72
1,22
Plantio de alimentos(n=107)
Sim
32/83
1,00
**
22/73
1,00
0,5222
f
Não
0/1
**
1/2
1,66
Processamento de alimentos
(n=106)
Sim
3/14
1,00
0,1439
1/12
1,00
0,0802
f
Não
30/71
1,97
20/61
3,93
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher;
**Teste não realizado.
Verifica-se na Tabela 32, a análise das prevalências de Insegurança Alimentar
Leve (IAL) e Insegurança Alimentar Moderada e Grave (IAMG) segundo
recebimento de doação de alimentos ou de benefícios de transferência de renda.
Observa-se que nas famílias, onde algum morador recebeu doação de
alimentos, a prevalência de IAL foi 2,38 vezes, quando comparadas com as que não
receberam, esta diferença foi estatisticamente significante (p=0,0340). Na situação de
IAMG o mesmo foi observado, receber doação apresentou prevalência de 3,44 vezes,
quando comparadas com as que não receberam doação (p = 0,0009).
Referente aos benefícios de transferência de renda, analisando a IAL, não
houve diferença estatisticamente significativa entre as famílias que receberam e as
que não receberam o benefício, enquanto que para a situação de IAMG a prevalência
132
foi de 2,11 vezes quando comparadas com as famílias que não receberam algum
benefício de transferência de renda (p = 0,0220).
Tabela 32 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG) das famílias, segundo recebimento de doação de alimentos ou de
benefícios de transferência de renda nos últimos 6 meses que antecedeu a entrevista,
Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Insegurança Alimentar
Leve
Moderada e Grave
n
RP
p*
n
RP
p*
Algum morador recebeu
doação de alimento(n=213)
Sim
4/4
2,38
0,0340
f,1
6/6
3,44
0,0009
f,2
Não
69/164
1,00
39/134
1,00
Algum morador recebeu
outro benefício(n=213
Sim
5/10
1,16
0,4546
f
8/13
2,11
0,0220
f,3
Não
68/158
1,00
37/127
1,00
Notas:
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher;
IC Intervalo de confiança: para os valores de p com significância estatística (p < 0,05):
1
IC = 1,99 2,84;
2
IC = 2,64 4,48;
3
IC = 1,27 3,51;
Observa-se na Tabela 33, a relação de todas as variáveis que estiveram
associadas às 03 (três) situações de análise deste estudo: Insegurança Alimentar (IA),
que considerou o conjunto dos diferentes níveis de insegurança (leve, moderado e
grave), a Insegurança Alimentar Leve (IA) e Insegurança Alimentar Moderada e
Grave (IAMG), que considerou os dois níveis mais severos (moderado e grave).
Verifica-se que para a maioria das variáveis que deram associação para a
situação de IA, quando discriminado os níveis (IAL e IAMG) nota-se mais categorias
associadas e ainda um fortalecimento da associação.
133
Tabela 33 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar (IA), Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis com
significância estatística, Sinop/MT, 2007.
Variáveis
Situação
IA
IAL
IAMG
RP
p*
RP
p*
RP
p*
Variáveis demográficas
Idade em anos(n=754)
0 9
1,26
0,0140
1,65
0,0003
1,00
0,9935
10 19
1,13
0,2144
1,13
0,4860
1,24
0,1781
20 39
1,09
0,3560
1,35
0,0239
0,81
0,2131
≥40
1,00
1,00
1,00
Cor /Raça(n=754)
Branca
1,00
1,00
1,00
Amarela e indígena
1,39
0,2604
0,53
0,3952
2,60
0,0183
f
Parda
1,58
0,0001
1,75
0,0001
2,03
0,0001
Preta
1,89
0,0001
2,03
0,0021
3,24
0,0001
Grau de parentesco (n=753)
Chefe
1,00
1,00
1,00
Cônjuge
0,91
0,3555
0,93
0,5970
0,80
0,2670
Filho (a) biológico (a)
1,01
0,8816
1,01
0,9000
1,02
0,9025
Filho (a) não biológico (a)
1,41
0,0350
1,48
0,1323
2,00
0,0194
f
Outros parentes
1,19
0,1218
1,08
0,6821
1,59
0,0172
Situação Conjugal(n=754)
Casado (a)
1,00
1,00
1,00
Solteiro (a)
1,19
0,0125
1,12
0,2537
1,61
0,0007
Viúvo (a)
1,22
0,4264
0,91
0,5738
f
2,08
0,0761
f
Desquitado (a)
1,57
0,0018
1,59
0,0358
2,70
0,0001
Sexo do chefe da família
(n=213)
Masculino
1,00
0,0047
1,00
0,0429
1,00
0,0022
Feminino
1,45
1,49
2,13
Situação Conjugal do chefe
da família (n=212)
Casado (a)
1,00
1,00
1,00
Solteiro (a)
1,36
0,1347
1,10
0,5131
f
2,42
0,0129
f
Viúvo (a)
1,24
0,3797
f
0,97
0,6628
f
2,12
0,1639
Desquitado (a)
1,54
0,0173
1,56
0,0983
2,61
0,0074
Menores de 5 anos(n=213)
Sim
1,37
0,0148
1,60
0,0089
1,43
0,1858
Não
1,00
1,00
1,00
“continua”
134
Tabela 33 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar (IA), Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis com
significância estatística, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Situação
IA
IAL
IAMG
RP
p*
RP
p*
RP
p*
Variáveis socioeconômicas
Renda (smpc)
Sem rendimento 0,50
3,51
0,0001
3,35
0,0001
22,23
0,0001
0,51 1,00
2,82
0,0001
2,33
0,0058
16,19
0,0001
1,01 2,00
2,03
0,0144
1,85
0,0634
6,61
0,0333
f
≥2,01
1,00
1,00
1,00
Escolaridade do chefe da
família (anos de estudo)
0 - 3
1,68
0,0076
1,61
0,0966
2,76
0,0047
4 - 7
1,74
0,0020
1,97
0,0043
2,21
0,0405
8 - 10
1,71
0,0548
1,17
0,6770
1,64
0,3165
11
1,00
1,00
1,00
Número equipamentos/bens
0 11
2,28
0,0001
2,25
0,0003
5,02
0,0001
12
1,00
1,00
1,00
Classificação econômica
Classe A/B
1,00
1,00
1,00
Classe C
2,73
0,0001
2,41
0,0020
12,05
0,0005
Classe D/E
4,40
0,0001
4,35
0,0001
32,59
0,0001
Variáveis ambientais
Tipo do domicílio
Alvenaria com acabamento
completo
1,00
1,00
1,00
Alvenaria com acabamento
incompleto
1,74
0,0013
1,96
0,0032
2,28
0,0224
Madeira
1,83
0,0006
1,97
0,0053
2,85
0,0019
Material aproveitado e
Alvenaria com madeira
1,50
0,0783
1,86
0,0242
2,36
0,0337
Número de cômodos
1 6
2,15
0,0001
2,15
0,0003
4,44
0,0001
≥7
1,00
1,00
1,00
Número de cômodos para
dormir
1 2
1,39
0,0272
1,86
0,0080
1,20
0,4914
≥ 3
1,00
1,00
1,00
“continua”
135
Tabela 33 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p da situação de
Insegurança Alimentar (IA), Insegurança Alimentar Leve (IAL) e Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG) das famílias, segundo variáveis com
significância estatística, Sinop/MT, 2007.
“continuação”
Variáveis
Situação
IA
IAL
IAMG
RP
p*
RP
p*
RP
p*
Presença de filtro de água
Sim
1,00
1,00
1,00
Não, mas trata a água
0,87
0,4631
0,82
0,4282
0,89
0,7799
Não e nem trata a água
1,22
0,1329
1,11
0,6008
1,85
0,0228
Doação de alimentos
Algum morador recebeu
doação de alimento(n=213)
Sim
1,88
0,0023
f
2,38
0,0340
f
3,44
0,0009
f
Não
1,00
1,00
1,00
Algum morador recebeu
outro benefício(n=213
Sim
1,34
0,1334
1,16
0,4546
f
2,11
0,0220
f
Não
1,00
0,86
1,00
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
Na Tabela 34, está descrito o estado nutricional inadequado, aqui considerado
como variável dependente, segundo as situações de análise deste estudo: Insegurança
Alimentar (IA), que considerou o conjunto dos diferentes níveis de insegurança
(leve, moderado e grave), a Insegurança Alimentar Leve (IA) e Insegurança
Alimentar Moderada e Grave (IAMG), que considerou os dois níveis mais severos
(moderado e grave).
Verificou-se associação apenas para o grupo etário de idosos e somente para a
situação de IA, quando discriminado os níveis (IAL e IAMG) nota-se
enfraquecimento da associação.
136
Tabela 34 Razão de Prevalência (RP) e respectivo valor de p do estado nutricional
(por IMC) de idosos segundo a situação de segurança alimentar (SA), Insegurança
Alimentar Leve (IAL) e Situação de Insegurança Alimentar Moderada e Grave
(IAMG) que tiveram significância estatística, Sinop/MT, 2007.
Situação
N
Estado nutricional
(Inadequado)
IC (95%)
p valor*
Prevalência
RP
Idosos
SA
12/15
80,0
1,00
IA
8/19
42,1
0,53
0,29 0,94
0,0258
IAL
5/11
45,4
0,57
0,28 1,14
0,0792
f
IAMG
3/8
37,5
0,47
0,19 1,19
0,0582
f
Notas:
IC Intervalo de confiança;
RP- Razão de Prevalência;
*Teste do qui-quadrado de Pearson;
f
Teste exato de Fisher.
137
DISCUSSÃO
138
5 DISCUSSÃO
Atualmente, no Brasil e no mundo vem sendo amplamente discutido no meio
acadêmico e político, assuntos sobre o problema alimentar de aproximadamente 854
milhões de pessoas no mundo e 72 milhões no Brasil, segundo a FAO (2006) e
PNAD (2006b) respectivamente, bem como métodos de identificá-las, á fim de
propor medidas de intervenção. É um tema de grande relevância, que envolve vários
seguimentos, entre eles à mídia, sociedade civil organizada, entre outros. Buscando
contribuir com o tema, este estudo investigou famílias residentes na área urbana do
município de Sinop/MT, visando conhecer a prevalência de segurança e insegurança
alimentar e os fatores a elas associados.
5.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA
Para a caracterização da população estudada, foram coletadas informações
sobre variáveis demográficas (sexo, idade, cor/raça, grau de parentesco, situação
conjugal, sexo do chefe da família, situação conjugal do chefe da família, número de
moradores, presença de menores de 5 anos, menores de 18 anos e idosos),
socioeconômicas (renda familiar per capita, escolaridade do chefe da família,
propriedade do domicílio, número de equipamentos/bens, e classificação econômica)
e ambientais (tipo de domicílio, número de cômodos, número de cômodos para
dormir, abastecimento de água, coleta de lixo, esgotamento sanitário e presença de
filtro).
A maioria dos indivíduos estudados era do sexo feminino, conforme
observado em outros estudos (IBGE, 2006b; VIANNA e SEGALL-CORRÊA, 2008),
pertencentes à faixa etária de 20 a 39 anos.
Predominou neste estudo indivíduos que se auto referiram pertencer à
raça/cor parda/preta (55,5%), resultado semelhante ao apontado pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Segurança Alimentar 2004, para a
139
região Centro Oeste (IBGE, 2006b). Em relação ao grau de parentesco do chefe da
família, verificou-se predomínio (37,2%) de filhos biológicos.
A maioria dos indivíduos deste estudo era solteiro (49,0%), residiam em
domicílios com até 3 moradores (53,5%), similar ao verificado pela PNAD 2004,
para a área urbana do Brasil (IBGE, 2006b),76,1% dos chefes da família eram do
sexo masculino, 76,9% dos chefes eram casados, nos domicílios não tinham presença
de crianças menores de 5 anos (72,8%) e idosos (86,4%), porém 64,3% dos
domicílios, tinham menores de 18 anos.
Quanto à renda familiar per capita 30,3% referiram dispor de renda entre
0,51 a 1,00 smpc e 26,1% entre 1,01 a 2,00 smpc, ou seja, mais que a metade da
população estudada vivia com renda de 0,51 a 2,00 smpc, tal como apontado pela
PNAD 2004, para o Brasil (IBGE, 2006b). Apesar do município de Sinop ter a sua
economia baseada na exportação de soja e na extração de madeira, entre os anos de
2006 e 2007, o município enfrentava uma crise econômica ocasionada pela
desvalorização do dólar, que acarretou prejuízos ao setor agrícola (DIÁRIO DE
CUIABÁ, 2006). Tal fato pode ter contribuído com a baixa renda familiar per capita
verificada neste estudo, uma vez que no período de realização da pesquisa (fevereiro
a abril de 2007) observou-se aumento do desemprego e baixa no poder de compra da
população do município.
Semelhante a este estudo SALLES-COSTA et al., (2008) estudando a
associação entre fatores socioeconômicos e insegurança alimentar, observaram que
32,8% das famílias possuíam renda familiar per capita entre 0,50 e 1,00 smpc.
Referente à escolaridade do chefe da família, 33,0% estudaram de 4 a 7 anos.
Quanto à posse dos domicílios, 55,4% pertencia às famílias estudadas e
encontravam-se quitados. Verificou-se que a maioria (61,0%) das famílias estudadas
possuía de 6 a 11 equipamentos/bens e 54,0% pertencia à classe C.
Referente ao tipo de construção dos domicílios, 37,3% era de alvenaria com
acabamento completo. A maioria (60,6%) tinha de 4 a 6 cômodos e 71,4% possuía de
2 a 3 cômodos para dormir. Verificou-se nos domicílios estudados, que a maioria
dispunha de serviço público para o abastecimento de água (74,2%) e para a coleta de
140
lixo (98,6%). Já para o esgotamento sanitário 95,8% utilizava fossa séptica e somente
39,4% possuía filtro de água.
5.2 ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA
A avaliação do estado nutricional da população estudada através da
antropometria é de grande relevância, uma vez que permite acompanhar a evolução
do crescimento de crianças e adolescentes e a adequação do peso para a idade e
altura de adultos e idosos.
Dos 754 indivíduos estudados 80,4% (633), realizaram antropometria. Destes,
128 (20,2%) eram crianças menores de 10 anos, 129 (20,4%) adolescentes de 10 a 19
anos, 342 (54,0%) adultos de 20 a 59 anos e 34 (5,4%) idosos de 60anos ou mais.
Para classificação do estado nutricional destes indivíduos, foi utilizado o
Índice de Massa Corporal (IMC), que apresenta várias vantagens, entre elas, é
amplamente utilizado em estudos epidemiológicos, facilidade de obtenção, forte
relação com a gordura corporal e ainda não necessita de comparação com curvas de
referência (MS, 2004).
Para as crianças, além do IMC foram utilizados, segundo o preconizado pelo
Ministério da Saúde os índices: peso para a idade, estatura para a idade e peso para a
estatura. Esses índices são amplamente utilizados nos serviços de saúde por serem de
fácil aplicação e em pesquisas de base populacional, o que permite a comparação
entre os resultados encontrados (MS, 2004).
Entre as crianças menores de 1 ano, através do índice de peso para a idade, a
maioria encontrava-se eutróficas (72,7%) e os meninos apresentaram maior
proporção (33,3%) de peso elevado que as meninas (25,0%). No índice estatura para a
idade, 100% das crianças encontravam-se com estatura adequada para a idade. Já em
relação ao índice peso para a estatura, 100% dos meninos estavam eutróficos, 25,0%
das meninas com peso elevado para a estatura e 12,5% com peso baixo para a
estatura. Em relação ao IMC, 12,5% das meninas estavam com IMC baixo para a
141
idade, 12,5% com sobrepeso e 25,0% com obesidade, enquanto que 33,3% dos
meninos estavam com sobrepeso.
Para as crianças de 1 a 4 anos, através do índice de peso para a idade, o
houve casos de baixo peso, a maioria encontrava-se eutróficas (89,4%) e os meninos
apresentaram maior proporção (15,0%) de peso elevado que as meninas (7,4%). No
índice estatura para a idade, 100% dos meninos estavam com estatura adequada para
a idade, enquanto que 3,7% das meninas estavam com estatura baixa para a idade.
em relação ao índice peso para a estatura, não houve casos de baixo peso, 11,1% dos
meninos e 10,0% das meninas estavam com peso elevado para a estatura. Quanto ao
IMC, 3,7% das meninas estavam com IMC baixo para a idade, 44,4% com sobrepeso
e 14,8% com obesidade, enquanto que 45,0% dos meninos estavam com sobrepeso e
15,0% com obesidade.
Neste estudo, o estado nutricional das crianças menores de 05 anos apontou
para menores proporções nos indicadores de déficit e maiores proporções de ganhos
ponderais, para todos os índices utilizados, apesar de mostrar algumas diferenças nas
proporções entre os sexos. Estes achados são semelhantes aos encontrados pela
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da mulher e da criança (PNDS), que
estudou mulheres em idade fértil e crianças menores de 5 anos (MS, 2008b). Este
quadro corrobora com a transição nutricional em curso no país há alguns anos.
Para as crianças de 5 a 9 anos, através do índice de peso para a idade, não
houve casos de baixo peso, a maioria encontrava-se eutróficas (91,4%) e os meninos
apresentaram maior proporção (10,5%) de peso elevado que as meninas (6,3%). No
índice estatura para a idade, todas as crianças analisadas estavam com estatura
adequada para a idade. Já em relação ao índice peso para a estatura, não houve casos
de baixo peso para os meninos, porém 4,0% das meninas estavam com baixo peso,
5,4% dos meninos e 4,0% das meninas estavam com peso elevado para a estatura.
Quanto ao IMC, 3,1% das meninas estavam com IMC baixo para a idade, 37,5%
com sobrepeso e 6,3% com obesidade, enquanto que 52,6% dos meninos estavam
com sobrepeso e 10,5% com obesidade.
142
Do total de crianças menores de 10 anos do sexo feminino tinham peso médio
de 18,77 kg e 105,42 cm de altura, e do sexo masculino peso de 22,08 kg e 113,20
cm de altura. A proporção de baixo peso, através do IMC, foi maior (4,5%) entre as
meninas e o sobrepeso entre os meninos (49,2%).
Os adolescentes do sexo feminino tinham peso dio de 49,39 kg e 156,66
cm de altura, o sexo masculino peso de 48,89 kg e 157,46 cm de altura. A proporção
de baixo peso e a obesidade foi maior (7,9% e 11,1%) entre o sexo masculino e o
sobrepeso entre o sexo feminino (12,3%).
Com relação aos adultos verificou-se que as prevalências de baixo peso foram
baixas e próximas dos valores encontrados com adultos residentes em Cuiabá no
estudo realizado por PAZDZIORA et al (2009). As prevalências de sobrepeso foram
de 26,5% nas mulheres e de 35,9% nos homens. Tais achados foram inferiores aos
observados em Cuiabá, os quais foram de 29,2 e 38,2%, para as mulheres e homens,
respectivamente (PAZDZIORA et al, 2009).
Os idosos do sexo feminino tinham peso médio de 63,56 kg e 152,42 cm de
altura, o sexo masculino peso de 65,74 kg e 162,08 cm de altura. A maioria (62,5%)
de idosos estróficos era do sexo masculino, e a maioria (61,1%) de idosos obesos era
do sexo feminino.
5.3 SITUAÇÃO DA SEGURANÇA E INSEGURANÇA ALIMENTAR,
DISPONIBILIDADE E CONSUMO DE ALIMENTOS
Em vários países, cada vez mais vem sendo utilizado um método capaz de
mensurar diretamente o componente da segurança e insegurança alimentar, segundo
a percepção da família (BICKEL et al., 2000; SEGALL-CORRÊA et al., 2004;
MARIN-LEÓN et al., 2005; SAMPAIO et al. 2006; PÉREZ-ESCAMILLA, 2005;
MONCADA e ORTEGA, 2006). Recentemente no Brasil vem sendo utilizado para
este propósito a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
143
No presente estudo utilizando a EBIA verificou-se que na área urbana do
município de Sinop/MT, 44,6% das famílias estudadas, vivia em situação de
segurança alimentar (SA), ou seja, tiveram acesso nos 90 dias que antecederam a
entrevista, aos alimentos em quantidade e qualidade adequados e não se sentiam
ameaçados de sofrer qualquer privação de alimentos num futuro próximo.
Prevalência menor que o verificado pela PNAD, para o Brasil (65,2%), Brasil
Urbano (66,7%), Região Centro- Oeste (68,8%) e Mato Grosso (66,9%), semelhante
somente à Região Nordeste, onde 46,4% das famílias estudadas vivia em situação de
segurança alimentar (IBGE, 2006a).
Mais que a metade (55,4%) das famílias vivia em situação de insegurança
alimentar em seus diferentes níveis: 34,3% referiram vivenciar a insegurança
alimentar leve (IAL), ou seja, tinha a preocupação de ficar sem alimento por uma
limitação financeira, 13,6% em insegurança alimentar moderada (IAM), ou seja, tinha
a preocupação relativa ao comprometimento da qualidade da dieta, e 7,5%
insegurança alimentar grave (IAG), ou seja, nesta situação a família vivenciou
concretamente a restrição na quantidade de alimentos para os seus membros, quer
seja adultos ou crianças. Situação pior que o observado pela PNAD, para as situações
de insegurança alimentar moderada e grave para o Brasil (12,3% e 6,5%), Brasil
Urbano (11,4% e 6,0%), Região Centro- Oeste (10,2% e 4,7%) e Mato Grosso
(10,4% e 4,3%), respectivamente (IBGE, 2006a).
CORRÊA (2005), estudando a situação de alimentação e nutrição dos bororos
da terra indígena Perigara: perspectivas de segurança alimentar, observou que, em
períodos de cheia, onde a subsistência ficava mais difícil, apenas 37,5% das famílias
estudadas viviam em situação de segurança alimentar e 62,5% em situação de
insegurança alimentar, destas, 60,0% em insegurança alimentar leve, 20,0% em
insegurança alimentar moderada e 20,0% em insegurança alimentar grave.
PANIGASSI (2005), no estudo realizado em Campinas sobre a percepção de
segurança alimentar intrafamiliar, verificou que 47,% das famílias estudadas viviam
em SA, 35% em IAL e 18% em situação de insegurança alimentar moderada e grave,
somando estas duas situações o presente estudo apresentou maior prevalência
(21,1%). E por SALLES-COSTA et al., (2008), que verificaram em seu estudo, que
144
53,8% das famílias estudadas vivia em IA, destas, 31,4% em IAL, 16,1% em IAM e
6,3% em IAG.
Resultados próximos aos encontrado por DOMBEK (2006), em um estudo
sobre o Autoconsumo e segurança alimentar em assentamentos rurais do Pontal do
Paranapanema, com 301 famílias, onde 41,1% encontravam em situação de SA,
40,7% em IAL, 14,1% em IAM e 4,0% em IAG.
Resultados inferiores aos encontrado por GUERRERO (2009), que estudou a
(In) segurança alimentar no assentamento rural Horto Vergel Mogi Mirim/SP, onde
das 87 famílias estudadas, apenas 34,5% estavam em SA enquanto que 65,5% em IA
(35,6% em IAL, 19,5% em IAM e 10,4% em IAG), configurando situação de
insegurança alimentar mais grave que a encontrada no presente estudo.
O município de Sinop no ano de 2000, apresentou Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDH) de 0,807, esteve entre as regiões consideradas de alto
desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8). Ocupou em relação aos outros
municípios do Brasil, uma situação boa: 422ª posição, com 421 municípios (7,6%)
em situação melhor e 5085 municípios (92,4%) em situação pior ou igual e ocupou
no estado de Mato Grosso a 7ª posição, com 6 municípios (4,8%) em situação melhor
e 119 municípios (95,2%) em situação pior ou igual (PNUD, 2000).
Apesar do bom IDH do município e do crescente desenvolvimento
econômico, neste estudo observou-se uma desigualdade no acesso aos alimentos por
uma considerável parcela da população estudada, existindo, inclusive casos severos
de privação do alimento.
Quanto à freqüência de respostas positivas aos itens da EBIA, 46,0% das 213
famílias estudadas informaram que tiveram preocupação de que os alimentos
acabassem, antes de poderem comprar mais comida, refletindo a dimensão
psicológica da insegurança alimentar, com conseqüente comprometimento da dieta.
nas 118 famílias com somente moradores com idade igual ou maior a 18
anos, que vivenciavam algum nível de insegurança alimentar 29,7% tiveram
membros que comeram menos porque não havia dinheiro para comprar comida,
145
nestas famílias já havia restrição quanto a quantidade de alimentos entre os membros
adultos.
Nas 80 famílias com algum morador menor de 18 anos, que referiram
vivenciar algum nível de insegurança alimentar, 46,3% tiveram membros quealguma
vez deixou de ter uma alimentação saudável e variada porque não havia dinheiro para
comprar comida, ou seja, estas famílias tiveram restrição quantitativa de alimentos
entre as crianças e os adolescentes e ainda o comprometimento na qualidade da dieta.
Neste estudo observou-se que quanto aos itens da EBIA, a proporção de
respostas positivas para as questões direcionadas aos domicílios com moradores
menores de 18 anos, foi maior naquelas que encontravam-se em IAG, identificando
situação crítica, onde 85,7% das famílias com membros menores de 18 anos,
afirmaram pessoas da família, ficaram sem se alimentar por um dia inteiro.
Por outro lado, observou-se que 49,3% as famílias relataram existir na
propriedade alguma produção de alimentos e/ou criação de animais para consumo
próprio. Destas, a maioria (98,1%) consumiam algum tipo de alimento proveniente
de hortas, pomares ou outro tipo de lavoura cultivada no domicílio. Ou seja, quase
metade das famílias estudadas tinha garantido o acesso a algum tipo de frutas,
legumes e verduras.
A disponibilidade diária de alimentos na família, segundo o grupo de
alimentos nos sete dias anteriores a entrevista foram o arroz, macarrão, milho e/ ou
derivados, óleo, café, chimarrão e chá, mel, melado, açúcar e rapadura, feijão,
lentilha, ervilha e soja, carne (boi, frango, porco, peixe e miúdos em geral),
margarina, pães, bolachas e biscoitos, leite e ovos. Observa-se que a maioria das
famílias teve acesso diário a quase todos os grupos de alimentos, principalmente aos
de alta densidade calórica, leguminosas e proteína de alto valor biológico, e baixa
disponibilidade de frutas e legumes.
Estes resultados se assemelham ao apontado pela Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), pesquisa de âmbito Nacional, ocorrida entre os anos de 2002 e
2003, que analisou a disponibilidade domiciliar de alimentos e estado nutricional. Na
POF verificou que, o consumo alimentar da população brasileira caracterizava-se por
146
consumo excessivo de açúcar, gorduras em geral e consumo excessivo de gorduras
saturadas e consumo insuficiente de frutas e hortaliças (IBGE, 2004a).
Neste estudo apenas 4,7% das famílias estudadas receberam doação de
alimentos e 8,5% benefícios de transferência de renda nos últimos 6 (seis ) meses que
antecederam a entrevista, destas 83,3% (15), relataram receber bolsa família/bolsa
escola. Segundo a PNAD, dos domicílios que receberam benefícios de transferência
de renda 6,5% das famílias residiam na Região Centro-Oeste, semelhante ao
observado neste estudo, enquanto que 52,1% na Região Nordeste (IBGE, 2006a).
Considerando que a situação de segurança alimentar e insegurança alimentar
observada em Sinop aproximaram-se da verifica na Região Nordeste, observa-se que
o princípio da eqüidade não foi respeitado na distribuição destes benefícios, deveria
existir em Sinop, pautada na alta prevalência de insegurança alimentar, um número
maior de famílias beneficiadas.
5.4 FATORES ASSOCIADOS À SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA
ALIMENTAR
Optou-se, neste estudo em verificar as variáveis associadas à situação de
insegurança alimentar de duas formas distintas: no primeiro momento agrupando
todos os níveis de insegurança alimentar (leve, moderada e grave), em somente um
nível: insegurança alimentar. No segundo momento considerado a insegurança
alimentar em dois níveis: insegurança alimentar leve e a insegurança alimentar
moderada e grave (neste, somado os casos de insegurança alimentar moderada e
insegurança alimentar grave), a fim de verificar a força de associação conforme os
níveis de IA.
Os resultados deste estudo revelaram que o sexo, o número de moradores,
presença de menores de 18 anos, presença de idosos, ser proprietário do domicílio,
abastecimento de água, coleta de lixo, esgotamento sanitário, presença de filtro na
147
residência e plantio/produção de alimentos no domicílio para consumo familiar, não
estiveram associados à situação de insegurança alimentar nas famílias estudadas.
Verificou-se que quanto a faixa etária, analisando somente um nível de
Insegurança Alimentar (IA), famílias com crianças menores de nove anos apresentam
maior prevalência de insegurança alimentar em relação àquelas cujos membros
tinham idade igual ou superior à 40 anos (p=0,0140). Quanto aos níveis de IA,
observou-se que além das famílias com crianças menores de nove anos, as com
adultos com idade entre 20 e 39 anos apresentaram prevalência maior de IAL em
relação àquelas cujos membros tinham idade igual ou superior a 40 anos (p=0,0003 e
p=0,0239 respectivamente). A Pesquisa Nacional de Amostra por Domicilios indicou
que a prevalência de segurança alimentar foi menor nas famílias com adolescentes e
crianças (IBGE, 2006a).
Quanto à variável cor/raça observou-se que as razões de prevalências foram
maiores nos indivíduos de cor parda e preta quando comparados com os indivíduos
de cor branca (p = 0,0001). Verificando os níveis de IA, as razões de prevalências de
IAL foram maiores nos indivíduos de cor parda e preta quando comparados com os
indivíduos de cor branca (p=0,0001 e p=0,0021 respectivamente), já para a IAMG as
prevalências permanecem maiores para os indivíduos de cor parda e preta, tornando
mais acentuada para a cor preta, além de demonstrar maior prevalência para a cor
amarela e indígena, quando comparadas com os indivíduos de cor branca (p=0,0001,
p=0,0001 e 0,0183 respectivamente). Resultados semelhantes foram verificados em
outros estudos (IBGE, 2006a; SALLES-COSTA et al., 2008;).
Em relação ao grau de parentesco, observou-se que a prevalência da
insegurança alimentar entre os filhos não biológicos foi de 1,41 vezes quando
comparado com o chefe da família (p = 0,0350). Nos níveis de IA, observou-se maior
prevalência de IAMG entre os filhos não biológicos e outros parentes quando
comparadas com o chefe da família (p = 0,0194 e p = 0,0172 respectivamente).
Para a situação conjugal dos membros das famílias estudadas a insegurança
alimentar foi maior entre os solteiros e viúvos quando comparados aos casados.
Quanto aos níveis, observou-se que a prevalência de IAL foi maior entre os
148
desquitados quando comparados com os casados (p=0,0 358), e para a IAMG a
prevalência fica mais acentuada entre os desquitados e mostra ainda maior
prevalência entre os solteiros quando comparados com os casados (p = 0,0001 e p =
0,0007 respectivamente).
Quanto à variável, sexo do chefe da família, a razão de prevalência da
insegurança alimentar foi de 1,45 vezes nos domicílios onde o chefe da família era
do sexo feminino, quando comparado aos do sexo masculino (p = 0,0047).
Analisando os níveis de insegurança alimentar, verificou-se que a razão de
prevalência da IAL foi de 1,49 vezes nos domicílios onde o chefe da família era do
sexo feminino, quando comparado aos do sexo masculino (p = 0,0429), para a
IAMG a prevalência ficou ainda mais acentuada, sendo 2,13 vezes nos lares
chefiados pelo sexo feminino (p = 0,0022), resultado semelhante ao verificado pela
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Segurança Alimentar 2004.
Referente à situação conjugal do chefe da família, os domicílios onde o chefe
era desquitado a prevalência de insegurança alimentar foi de 1,54 vezes quando
comparada aos domicílios onde o chefe da família era casado (p = 0,0173). Para os
diferentes níveis de insegurança alimentar, não houve diferença estatisticamente
significativa nas prevalências de IAL, para a IAMG, os domicílios chefiados por
solteiros e desquitados apresentaram respectivamente 2,42 e 2,61 vezes quando
comparada aos domicílios onde o chefe da família era casado (p = 0,0129 e 0,0074).
Nas famílias com crianças menores de 05 anos, a prevalência da insegurança
alimentar foi de 1,37 vezes quando comparada às famílias que não possuíam crianças
menores de 05 anos de idade (p = 0, 0148). Nos níveis de IA, verifica-se maior
prevalência de IAL nas famílias com crianças menores de 05 anos de idade quando
comparada às famílias sem crianças menores de 05 anos (p = 0, 0089).
A associação entre renda familiar per capita com a prevalência de
insegurança alimentar indicou uma relação inversamente proporcional. Verificou-se
que as famílias que recebiam renda inferior a 2,01 smpc apresentaram maior
prevalência de insegurança alimentar, sendo que esta prevalência aumentava
conforme diminuía a renda. O mesmo comportamento foi observado na associação
149
entre a renda segundo os níveis de insegurança alimentar leve, moderada e grave.
Outros estudos também verificaram a mesma relação entre a renda famíliar e a
prevalência de insegurança alimentar (IBGE, 2006a; SALLES-COSTA et al., 2008;
VIANNA e SEGALL-CORRÊA, 2008).
Para a escolaridade do chefe da família, a prevalência de insegurança
aumentava com a diminuição da escolaridade, com significância estatística.
Observando os níveis de IA, as famílias que possuíam chefe que estudaram entre 4 a
7 anos apresentaram maior prevalência de IAL, quando comparadas às famílias
cujos chefes estudaram mais que 11anos. Na IAMG além das famílias cujos chefes
estudaram entre 4 a 7 anos, que nesta situação apresentou prevalência aumentada,
verificou-se também maior prevalência naquelas cujos chefes tinham de 0 a 3 anos
de estudo, quando comparadas às famílias onde os chefes possuíam mais de 11 anos
de estudo. Tais achados concordam com os obtidos nos estudos POF (IBGE, 2006a)
e por SALLES-COSTA et al., (2008).
Quanto ao número de equipamentos, as famílias que possuíam até 11
equipamentos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar comparado
às famílias que possuíam acima de 12 equipamentos. Para os níveis de IA, observa-
se que nas famílias que possuíam até 11 equipamentos a prevalência foi maior tanto
para a IAL, quanto para a IAMG, sendo mais acentuada nesta situação, quando
comparado às famílias que possuíam acima de 12 equipamentos.
Referente à classificação econômica, as famílias pertencentes à classe
econômica C e D/E apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar
quando comparada às famílias pertencentes à classe econômica A. Para os níveis de
IA, as famílias pertencentes à classe econômica C e D/E apresentaram maior
prevalência de IAL quando comparada às famílias pertencentes à classe econômica
A. para a IAMG as famílias pertencentes à classe econômica C e D/E apresentam
prevalência bem mais acentuada que na IAL quando comparada às famílias
pertencentes à classe econômica A. Resultado semelhante foi verificado em outros
estudos (IBGE, 2006a; SALLES-COSTA et al.; 2008).
150
Quanto ao tipo de construção do domicílio, as famílias que residiam em casas
construídas em alvenaria com acabamento incompleto e de madeira apresentaram
maior prevalência de insegurança alimentar. Para os níveis de IA, notou-se que as
famílias que residiam em casas construídas em alvenaria com acabamento
incompleto, madeira e material aproveitado/alvenaria com madeira, apresentaram
maior prevalência tanto para IAL quanto para IAMG, sendo mais forte a associação
na IAMG. No estudo de VIANNA e SEGALL-CORRÊA (2008), este resultado foi
semelhante, verificaram que não morar em casa de alvenaria aumentou em quase
duas vezes a chance de insegurança alimentar, quando comparadas às famílias que
residiam em casa de alvenaria acabada.
Com relação ao número de cômodos da residência, àquelas que possuíam de 1
a 6 cômodos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar. Quanto aos
níveis de IA, àquelas famílias que residiam em domicílios com 1 a 6 cômodos
apresentaram maior prevalência de IAL, ficando mais acentuada para a IAMG.
Quanto ao número de cômodos para dormir, os domicílios que possuíam de 1 a 2
cômodos apresentaram maior prevalência de insegurança alimentar. Para os níveis
de IA, verificou-se que os domicílios que possuíam de 1 a 2 cômodos apresentaram
maior prevalência de IAL.
Referente à presença de filtro no domicílio não houve diferenças nas
prevalências da insegurança alimentar, porém verificando os níveis de IA, observou-
se que nos domicílios que não possuíam filtro em casa e não tratavam a água, a
prevalência de IAMG foi maior em relação aos domicílios que possuíam filtro.
SALLES-COSTA et al., (2008), observaram em seu estudo, que entre as famílias que
não tinham filtro em casa, 9,4% viviam em IAG.
Referente ao estado nutricional, neste estudo, considerado como variável
dependente adotou-se o estado nutricional inadequado (baixo peso, sobrepeso e
obesidade) sendo influenciado pela situação de segurança e insegurança alimentar.
Não houve diferenças nas prevalências de estado nutricional inadequado segundo a
situação de segurança alimentar e insegurança alimentar vivenciada nos domicílios
para os grupos de crianças, adolescentes e adultos. Somente para os idosos verificou-
se maior prevalência de estado nutricional inadequado entre os idosos que viviam em
151
domicílios em situação de segurança alimentar, quando comparados aos que viviam
em domicílios em situação de insegurança alimentar (p = 0,0258).
Nas famílias, onde algum morador recebeu doação de alimentos a prevalência
de insegurança alimentar foi maior. Considerando os níveis de IA, ou seja, IAL e
IAMG, nas famílias, onde algum morador recebeu doação de alimentos, as
prevalências foram maiores, quando comparadas com as que não receberam.
Referente aos benefícios de transferência de renda verificou-se apenas para a
situação de IAMG, prevalência maior para as famílias que receberam algum
benefício de transferência de renda, quando comparadas com as famílias que não
receberam (p = 0,0220).
Esta situação ocorre, possivelmente pelo fato de que, como o esperado, as
famílias mais vulneráveis à insegurança alimentar é que estariam recebendo doação
de alimentos e/ou participando de programas sociais de transferência de renda.
O delineamento utilizado neste estudo corte transversal, possui vantagens
quanto ao custo e a coleta de dados e tem sido amplamente utilizado em estudos
epidemiológicos.
A amostra estudada nesta pesquisa pode ser considerada representativa das
famílias e seus membros constituintes, residentes no município de Sinop, devido ao
processo de amostragem utilizado, ao alto percentual de indivíduos entrevistados
(96,9%), o que provavelmente, minimizou a ocorrência de viés de seleção.
A padronização dos todos de coleta de dados, treinamento dos
entrevistadores e o controle de qualidade realizado durante todo o trabalho de campo
são aspectos positivos que reforçam a credibilidade dos resultados aqui encontrados.
Os resultados encontrados pelo presente estudo apresentam relevância para a
formulação de políticas públicas do setor saúde, uma vez que os mesmos,
possibilitam subsidiar o planejamento e implementação de ações que visem a
redução do fenômeno da fome e que permitam o acesso a alimentos de qualidade e
em quantidade suficientes para a manutenção da boa saúde.
152
CONCLUSÃO RECOMENDAÇÃO
153
6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
O presente estudo, “Análise da situação de segurança e insegurança alimentar
de famílias residentes em Sinop/MT, 2007”, mostrou que em Sinop, município em
crescimento do estado de Mato Grosso, a insegurança alimentar compromete a
qualidade de vida de mais da metade da população da área urbana, sendo que,
considerável parcela destes indivíduos experimenta, na rotina diária, insegurança
alimentar com restrição de alimentos, onde, adultos e crianças do município tem
pouco ou quase nada para comer. O estudo remete as seguintes conclusões:
A maioria das famílias estudadas vivia em situação de insegurança alimentar;
A prevalência de insegurança alimentar foi de 55,4, sendo que destas, 34,3%
em situação de insegurança alimentar leve, 13,6% em insegurança alimentar
moderada e 7,5% em segurança alimentar grave;
A maioria das famílias era nuclear, composta de 1 a 3 moradores, possuía
renda entre 0,51 e 2,00 salários mínimos per capita, chefiadas por homens, os
chefes estudaram de 4 a 7 anos, os chefes eram casados, era proprietária do
imóvel, possuía de 6 a 11 equipamentos/bens, pertencia à classe C, tinha
domicílio construído em alvenaria com 4 a 6 cômodos e de 2 a 3 cômodos
para dormir, contava com a rede pública para fornecimento de água e coleta
de lixo e utilizava fossa séptica para o esgotamento sanitário;
A maioria dos indivíduos era jovem, mais que a metade do sexo feminino e
declarou-se cor/raça parda, solteiro e encontrava-se com o índice de Massa
Corporal (IMC) adequado para a idade e sexo;
Quase a metade das famílias, tinha na propriedade alguma produção de
alimentos e/ou criação de animais para consumo próprio;
A maioria das famílias tinha disponíveis diariamente, alimentos de alta
densidade calórica, leguminosas e proteína de alto valor biológico, contudo
menos que a metade tinha disponíveis, frutas e legumes;
154
A minoria das famílias recebia algum tipo de doação e/ou participava de
programas de transferência de renda;
As variáveis que estiveram associadas à situação de insegurança alimentar, no
presente estudo foram: idade(anos), cor/raça, grau de parentesco, situação
conjugal, sexo do chefe da família, situação conjugal do chefe da família,
presença de menores de 5 anos, renda familiar per capita, escolaridade do
chefe da família, número de equipamentos/bens, classificação econômica,
tipo de construção do domicílio, número de cômodos, número de cômodos
para dormir, presença de filtro de água, receber doação de alimentos ou outro
benefício e estado nutricional inadequado de idosos.
Diante destes achados, recomenda-se:
Implementação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à
fome, por todas as esferas do governo;
Direcionar ações para os grupos mais vulneráveis;
Ações municipais de promoção à saúde, com ênfase na educação nutricional
com estímulo à alimentação saudável;
Apoio às famílias, quanto á elaboração de estratégias para o enfrentamento do
impacto das adversidades econômicas sobre a qualidade de suas dietas;
Incentivo às hortas domésticas e comunitárias, com acompanhamento de
profissionais qualificados;
Incentivo às ações de geração de emprego e renda;
A utilização da EBIA, por ser um instrumento de fácil aplicação e por
mensurar diretamente situações de insegurança alimentar e fome.
Este estudo revela iniqüidade social, onde o indivíduo tem o “seu” direito
humano à alimentação adequada lesado. Lembrando que, cabe ao Estado respeitar,
proteger, promover e prover o direito humano à alimentação adequada, essa situação
requer ações imediatas e contínuas, pois pessoas vulneráveis à fome podem morrer
enquanto esperam.
155
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
156
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FONTES CONSULTADAS
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170
ANEXOS
171
ANEXO 1
INFORMAÇÕES SOBRE DOMICÍLIO, FAMÍLIA E
SEGURANÇA ALIMENTAR
172
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO E SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO
FINANCIAMENTO:MCT-CNPQ/MS-SCTIE-DECIT
PESQUISA: SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA
BR163
A. IDENTIFICAÇÃO
A 1. Setor: |__|__|
A 2. Domicílio: |__|__|__|__|
A 3. Entrevistador Nº: |__|__|
A 4. Supervisor: |__|
A 5. Data da entrevista: ___/___/_____
A 6. Duração da entrevista:
___________(minutos)
Início: _________ Término:________
A 7. Endereço
A 7a. Rua: ________________________________________________________ A 7b. Nº:
______________
A 7c. Complemento:
_______________________________________________________________________
A 7d. Referência (como ir até a casa):
_________________________________________________________
A 7e. Bairro:
___________________________________
A 7f. Cidade:
____________________________
A 7g. CEP: |__|__|__|__|__|-|__|__|__|
A 7h
Telefone:
A 7i. Casa:
|__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 7j. Trabalho:
|__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 7l. Recados/Celular: |__|__|-|__|__|__|__|-|__|__|__|__|
A 8. Características da entrevista:
Visita
Data
Hora
Resultado
*
Encaminhamentos
A 8a.
A 8b.
A 8c.
*
Resultado da visita: 1= entrevista realizada 2= entrevista parcialmente realizada 3 = entrevista adiada
4= moradores ausentes 5= recusa 6= não cabe retorno
A 8d. Total de visitas: |__|
173
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
A 9. Entrevista
1
Realizada totalmente
2
Realizada parcialmente
3
Não realizada
A 10. Se a entrevista não foi realizada, assinalar o motivo:
1
Unidade ocupada, mas fechada
6
Unidade não encontrada
2
Unidade vaga, de uso ocasional
ou aguardando aluguel
7
Unidade não residencial
3
Unidade vaga devido a
construção ou reforma
8
Todos os membros da residência se
recusam a participar da pesquisa
4
Unidade vaga, em ruínas
9
Outro.
5
Unidade inexistente, foi
demolida
Qual?___________________________
_______
Entrevistador: Não preencha os campos abaixo
A 11. Revisão
A 12. Digitação 1
A 13. Digitação 2
A 11a. Número: |__|__|
A 11b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
A 12a. Número: |__|__|
A 12b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
A 13a. Número: |__|__|
A 13b. Data: |__|__|__|__|__|__|__|__|
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
B. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS MORADORES DO DOMICÍLIO
B 1. N° de ordem: |___|___| B 2. Nome do entrevistado: ____________________________________________
B 3. Contando com você e excluindo empregados que trabalham na sua residência e pessoas que alugam quartos, quantas pessoas da
sua família moram nessa residência, inclusive as crianças? |__|__| pessoas
Entrevistador: No quadro abaixo, listar todos os moradores do domicílio. Quando houver mais de uma família, listar a que mora mais tempo na residência. O de moradores deve ser igual ao final da pergunta
anterior, ou seja, deve-se excluir empregados e quem aluga quartos.
B 4. Agora eu gostaria que você me dissesse o nome de todas as pessoas de sua família que moram nessa residência:
1. Nº de
ordem
2. Nome
3. Grau de
parentesco
(1)
4. Sexo
(2)
5. Data de
nascimento
(Dia/Mês/Ano)
6. Registro
7. Cor
(3)
8. Onde
nasceu
(cidade/
estado)
9. Tempo de
residência no
município
(ano e meses)
10. Escolaridade
11. Renda
Mensal (R$)
12. Situação
conjugal (5)
13. Retorno
10.1
Série
10.2
Grau
(4)
Sim
Não
B 4a.
B 4b.
B 4c.
B 4d.
B 4e.
B 4f.
B 4g.
B 4h.
B 4i.
B 4j.
B 4k.
B 4l.
B4m.
B 4n.
B 5. Outra (s) renda (s): (R$): |__|__|__|. |__|__|__|, |__|__| B 6. Renda Familiar per capita mensal (R$): |__|__|__|. |__|__|__|, |__|__|
(1) Grau de parentesco (EM RELAÇÃO AO CHEFE DA FAMÍLIA): 1=Chefe 2=Cônjuge 3= Filho(a) biológico(a) 4= Filho(a) não biológico(a) 5= Enteado(a) 6=Neto(a) 7=Irmão (ã) 8=Pai/Mãe
9=Sogro(a) 10=Genro/Nora 11=Outro parente 12=Agregado(a)
(2) Sexo: 1=Masculino 2=Feminino (3) Cor: 1= branca 2=preta 3=parda 4=amarela 5=indígena
(4) Grau: 0=nenhum 1=classe de alfabetização 2=1
o
grau incompleto 3=1
o
grau completo 4=2
o
grau incompleto 5=2
o
grau completo 6=superior incompleto 7=superior completo 8=Pós-graduação
(5) Situação Conjugal: 1=Solteiro (a) 2=Casado(a) 3= Desquitado (a) / Separado (a) / Divorciado (a) 4= Viúvo (a) 5= Não respondeu 88= Não sabe
77= Não respondeu/recusa 88= Não sabe
170
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
C. INFORMAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA E CARACTERÍSTICAS DA
UNIDADE DOMICILIAR
C 1. N° de ordem: |___|___|
C 2. Nome do entrevistado: _________________________________
Entrevistador: No caso de resposta “Outro (a), qual” deverá ser preenchida nominalmente.
C 3. O tipo de domicílio é:
1
Alvenaria com acabamento completo
2
Alvenaria com acabamento incompleto
3
Madeira
4
Material aproveitado
C3a
Outro. Qual? ____________________________________________
C 4. Número total de cômodos do domicílio (inclui cozinha, banheiro e cômodos externos):
|___|___|
C 5. Número de cômodos usados para dormir no domicílio: |___|___|
C 6. O domicílio é:
1
Próprio, já acabou de pagar.
2
Próprio, não acabou de pagar.
3
Alugado
C 6a
Outro. Qual? ____________________________________________
C 7. O abastecimento de água dessa residência é feito através de:
1
Rede pública
3
Carro-pipa
2
Poço ou nascente
C 7a
Outro. Qual? ______________________
C 8. O lixo dessa residência é: (PODE SER ASSINALADA MAIS DE UMA RESPOSTA)
1
Coletado diretamente por serviço de limpeza
2
Coletado indiretamente (colocado ou despejado pelo morador em caçamba ou
containers)
3
Queimado
4
Enterrado
5
Colocado a céu aberto
C 8a
Outro. Qual?________________________
C 9. O esgotamento sanitário dessa residência é feito através de:
1
Rede pública
4
Céu aberto
2
Fossa séptica
C 9a
Outro. Qual? _______________________
3
Fossa rudimentar
171
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
C 10. Essa residência tem filtro de água?
1
Sim
2
Não, mas a água para beber e cozinhar é tratada (fervida, clorada)
3
Não, mas a água para beber é mineral
4
Não tem filtro e nem trata a água
C 11. Quantos(as) _________existem nessa
residência?
C 11a.
Geladeira simples
|__|__|
C 11b.
Geladeira duplex ou freezer
|__|__|
C 11c.
Máquina de lavar roupa
|__|__|
C 11d.
Aspirador de pó
|__|__|
C 11e.
Vídeo cassete ou DVD
|__|__|
C 11f.
Ar condicionado
|__|__|
C 11g.
Forno de microondas
|__|__|
C 11h.
Computador
|__|__|
C 11i.
Telefone fixo
|__|__|
C 11j.
Telefone celular
|__|__|
C 11k.
TV a cores
|__|__|
C 11l.
Rádio
|__|__|
C 11m.
Banheiro
|__|__|
C 11n.
Automóvel
|__|__|
C 11o.
Empregado mensalista
|__|__|
C 11p.
Outro imóvel que não a residência atual
|__|__|
C 11q
Total de equipamentos
|__|__|
D. SEGURANÇA ALIMENTAR
D 1. N° de ordem:
|___|___|
D 2. Nome do entrevistado:________________________________
D 3. Nos últimos 3 meses, você teve preocupação de que a comida na sua casa
acabasse antes que você tivesse condição de comprar ou receber mais comida?
1
Sim
77
Recusa (PULAR PARA D 5)
2 Não (PULAR PARA D 5) 88 Não sabe (PULAR PARA D 5)
172
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 4. Com que freqüência isso aconteceu?
1
Em quase todos os dias
3
Em apenas 1 ou 2 dias
2
Em alguns dias
77
Recusa 88 Não
sabe
D 5. Nos últimos 3 meses, a comida acabou antes que você tivesse dinheiro para comprar mais?
1
Sim
77
Recusa (PULAR PARA D 7)
2
Não (PULAR PARA D 7) 88 Não sabe (PULAR PARA D 7)
D 6. Com que freqüência isso aconteceu?
1
Em quase todos os dias
3
Em apenas 1 ou 2 dias
2
Em alguns dias
77
Recusa 88 Não
sabe
D 7. Nos últimos 3 meses, você ficou sem dinheiro para ter uma alimentação
saudável e variada?
1
Sim
77
Recusa (LER A OBSERVAÇÃO)
2
Não (LER A OBSERVAÇÃO) 88 Não sabe (LER A OBSERVAÇÃO)
Entrevistador: No caso de resposta “não” ou “não sabe ou recusa” em todas as perguntas anteriores, pular para D 21.
D 8. Com que freqüência isso aconteceu?
1
Em quase todos os dias
3
Em apenas 1 ou 2 dias
2
Em alguns dias
77
Recusa 88 Não sabe
Entrevistador: Se na casa há menores de 18 anos, preencha as questões D 9 e D 10 caso contrário, pular para questão D 11.
D 9. Nos últimos 3 meses, você não pode oferecer a(s) sua(s) criança(s) ou
adolescente(s) uma alimentação saudável e variada porque não tinha dinheiro para isto?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88
Não sabe
D 10. Nos últimos 3 meses, a(s) criança(s) ou o(s) adolescente(s) não comeu (comeram) quantidade suficiente
porque não havia dinheiro para a comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 11. Nos últimos 3 meses, você teve que se arranjar com apenas alguns alimentos
porque o dinheiro acabou?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88
Não sabe
173
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 12. Nos últimos 3 meses, você ou algum adulto em sua casa diminuiu, alguma vez, a
quantidade de alimentos nas refeições ou pulou refeições, porque não havia dinheiro
suficiente para comprar comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 13. Nos últimos 3 meses, você alguma vez comeu menos do que achou que devia porque não havia dinheiro
suficiente para comprar comida?
1 Sim 2 o 77 Recusa 88 Não sabe
D 14. Nos últimos 3 meses, você alguma vez sentiu fome mas não comeu porque não
podia comprar comida suficiente?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 15. Nos últimos 3 meses, você perdeu peso porque não tinha dinheiro suficiente para
comprar comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 16. Nos últimos 3 meses, você ou qualquer outro adulto em sua casa ficou, alguma vez,
um dia inteiro sem comer ou, teve apenas uma refeição ao dia, porque não havia dinheiro
para comprar comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
Entrevistador: Caso não haja menores de 18 anos no domicílio, pular para questão D 21.
D 17. Nos últimos 3 meses, você alguma vez diminuiu a quantidade de alimentos das
refeições de sua(s) criança(s) ou adolescente(s), porque não havia dinheiro o suficiente
para comprar comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 18. Nos últimos 3 meses, alguma vez você teve que pular uma refeição da(s) criança(s) ou adolescente(s)
porque não havia dinheiro para comprar comida?
1 Sim 2 o 77 Recusa 88 Não sabe
D 19. Nos últimos 3 meses, sua(s) criança(s) ou adolescente(s) teve (tiveram) fome mas
você simplesmente não podia comprar mais comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 20. Nos últimos 3 meses, sua(s) criança(s) ou adolescente(s) ficou (ficaram) sem comer
por um dia inteiro porque não havia dinheiro para a comida?
1 Sim 2 Não 77 Recusa 88 Não sabe
D 21. Quando, por qualquer motivo, há pouca comida na casa para uma refeição, vocês:
D 21a.
Repartem igualmente entre os moradores
D 21b.
Dão prioridade a alguém
D 21c. A quem vocês dão
prioridade?____________
Número de ordem: |___|___|
D 21d.
Ou nunca houve pouca comida na casa.
174
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 22. Existe alguma produção de alimentos neste domicílio para consumo próprio?
1 Sim 2 Não (PULAR PARA D 33)
D 23. No último mês, nesta propriedade existiam animais que foram utilizados para alimentação?
1
Sim
2
Não
(PULAR PARA D 25)
24. Qual o número de animais existentes na propriedade que foram utilizados para
alimentação, durante o último mês?
Animais
Quant.
Animais
Quant.
Animais
Quant.
D 24a.
Vaca
D 24d.
Frango/ Galinha
D 24g.
Pescado
D 24b.
Ovelha
D 24e.
Outra ave
D 24h.
Outro
D 24c.
Cabra
D 24f.
Porco
D 24i.
Outro
D 25. No ultimo mês, foi consumido algum alimento neste domicilio proveniente de
hortas, pomares ou outros tipos de lavouras cultivadas na propriedade?
1
Sim
2
Não
(PULAR PARA D 29)
Entrevistador: Nas questões D 26, D 27 e D 28 registrar a quantidade e especificar unidades/ Kg/ pés/ dúzia/ sacos (5;10;50;60Kg) entre outras.
D 26. ALIMENTOS CONSUMIDOS PROVENIENTES DE HORTAS EXISTENTES NA
PROPRIEDADE.
Alimentos
Quant.
Alimentos
Quant.
Alimentos
Quant.
D 26a.
Abóbora
D 26k.
Cebolinha
D 26u.
Pepino
D 26b.
Abobrinha/
Jerimum
D 26l.
Cenoura
D 26v.
Pimentão
D 26c.
Almeirão
D 26m.
Chicória
D 26w.
Quiabo
D 26d.
Agrião
D 26n.
Chuchu
D 26x.
Rabanete
D 26e.
Alface
D 26o.
Couve
D 26y.
Repolho
D 26f.
Alho
D 26p.
Couve-flor
D 26z.
Tomate
D 26g.
Berinjela
D 26q.
Espinafre
D 26aa.
Vagem
D 26h.
Beterraba
D 26r.
Jiló
D 26bb.
Outro
D 26i.
Brócolis
D 26s.
Maxixe
D 26cc.
Outro
D 26j.
Cebola
D 26t.
Palmito
D 26dd.
Outro
175
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 27. ALIMENTOS CONSUMIDOS PROVENIENTES DE POMARES EXISTENTES NA
PROPRIEDADE.
Alimentos
Quant
.
Alimentos
Quant
.
Aliment
os
Quant
.
D 27a.
Abacaxi
D 27k.
Carambola
D 27u.
Mamão
D 27b.
Abacate
D 27l.
Cana
D 27v.
Manga
D 27c.
Acerola
D 27m.
Coco
D 27w.
Maracuj
á
D 27d.
Amora
D 27n.
Figo
D 27x.
Melanci
a
D 27e.
Banana
Terra
D 27o.
Fruta do conde/
ata/ pinha
D 27 y.
Melão
D 27f.
Banana
d’água
D 27 p.
Goiaba
D 27z.
Romã
D 27g.
Banana
maçã
D 27q.
Jabuticaba
D 27aa.
Seriguel
a
D 27h.
Bocaiúva
D 27r.
Jaca
D 27
bb.
Tangeri
na
D 27i.
Caju
D 27s.
Laranja
D 27cc.
Outro
D 27j.
Cajá
D 27t.
Limão
D 27dd.
Outro
D 28. ALIMENTOS CONSUMIDOS PROVENIENTES DE OUTRAS LAVOURAS
EXISTENTES NA PROPRIEDADE.
Alimento
s
Quant
.
Alimentos
Quant
.
Alimentos
Quant.
D
28a.
Arroz
D
28d.
Milho
D
28g.
Outro
D
28b.
Batata
D
28e.
Mandioca/Aipim/
Macaxeira/Inhame/
Cará
D 28h
Outro
D 28c.
Feijão
D 28f.
Café
D 28i.
Outro
D 29. No último mês, foi consumido neste domicílio leite ou seus derivados provenientes da produção ou do seu
processamento realizado na propriedade?
1
Sim
2
o
(PULAR PARA D31)
Entrevistador: Nas questões D 30 e D 32 registrar a quantidade e especificar a ordem de grandeza das quantidades: litros/ unidades/ Kg/
pés/ dúzia/ sacos de 5;10;50;60Kg, entre outras.
176
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 30. LEITE OU SEUS DERIVADOS CONSUMIDOS PROVENIENTES DA PRODUÇÃO OU
DO SEU PROCESSAMENTO REALIZADO NA PROPRIEDADE.
Alimentos
Quant.
Alimentos
Quant
Alimentos
Quant.
D 30a.
Leite
D 30c.
Manteiga
D 30e.
Doce
D 30b.
Coalhada
D 30d.
Queijo
D 30f.
Outro
D 31. No último mês, foi consumido neste domicílio alimentos provenientes do seu
processamento realizado na propriedade?
1
Sim
2
o
(PULAR PARA D 33)
D 32. ALIMENTOS CONSUMIDOS PROVENIENTES DA PRODUÇÃO OU DO SEU
PROCESSAMENTO REALIZADO NA PROPRIEDADE.
Alimentos
Quant.
Alimentos
Quant.
Alimentos
Quant.
D 32a.
Farinha/
fubá
D 32c.
Melaço
D 32e.
Ovos
D 32b.
Rapadura
D 32d.
Geléia/co
mpota
D 32f.
Outro
177
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 33. Sua família teve disponível os alimentos listados abaixo na última semana?
Produtos
1 – Todos
os dias
2 – Uma a três
vezes por
semana
3 - Quatro a
seis vezes
por semana
4 – Não teve
disponível
5 - Observações
(marcar o item mais
freqüente)
D 33a. Arroz/macarrão/milho e
derivados
D 33b. Pão/bolachas/biscoitos
D 33c. Mandioca/batata/batata doce/
cará/ beterraba/inhame
D 33d. Leite
1. ( )integral
2. ( ) desnatado
3. ( )semidesnatado
D 33e. Queijo/iogurte/coalhada/
/ requeijão /nata
1. ( ) normal
2. ( ) diet/light
D 33f. Ovos
D 33g. Verduras (folhosos)
D 33h. Legumes
D 33i. Frutas/suco natural de fruta
D 33j. Sucos industrializados
1. ( ) normal
2. ( ) light/diet
D 33k. Feijão/lentilha/ervilha/soja
D 33l. Carne (boi/ frango/ porco/ peixe/
miúdos em geral)
1. ( ) sem pele
2. ( ) com pele
3. ( ) sem gordura
4. ( ) com gordura
D 33m. Salsicha/mortadela/lingüiça/
salame/presunto
D 33n. Mel/melado/açúcar/rapadura
D 33o. Doces
D 33p. Refrigerantes
1. ( ) normal
2. ( ) light/diet
D 33q. Margarina
1. ( ) normal
2. ( ) light
D 33r. Manteiga
D 33s. Banha
D 33t. Óleo
D 33u. Azeite
D 33v. Café/chimarrão/chá
178
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
D 34. Quais as preparações mais comuns consumidas, pela família, nos finais de semana e
dias festivos?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
E. INFORMAÇÕES SOBRE PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO
E 1. N° de ordem:
|___|___|
E 2. Nome do
entrevistado:__________________________________________
E 3. Nos últimos 6 meses, alguém que mora nessa residência recebeu doação de algum alimento, que não seja cesta
da empresa onde trabalha?
1
Sim
2
o
(PULAR PARA E 5)
E 4. Quem distribuiu estes alimentos? (PODE SER ASSINALADA MAIS DE UMA RESPOSTA)
1
O Governo
E 4a
Outro
2
A Igreja
Qual?_____________________
3
Uma Entidade filantrópica ou ONG
E 5. Nos últimos 6 meses, alguém que mora nessa casa recebeu outro benefício que não
seja alimento? (PODE SER ASSINALADA MAIS DE UMA RESPOSTA)
1
Bolsa Família/ Bolsa Escola
2
Programa da Igreja
E 5a
Outro
Qual?_____________________________________
3
Não recebe nenhum beneficio (PULAR PARA MÓDULO F)
E 6. Com que freqüência você recebeu este benefício?
1
Mensal
2
A cada 2 meses
E 6a
Outro
Qual?_____________________________________
179
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
O. FICHA DE ANTROPOMETRIA (Adolescentes de 10 a 14 anos)
O 1. N° de ordem: |___|___|
O 2. Nome do entrevistado: _____________________________
O 3. Antropometria:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
77
Recusada
99
Não se aplica (INDIVÍDUOS PORTADORES DE QUALQUER PATOLOGIA E/OU FRATURA QUE IMPEÇA A
MEDIÇÃO)
O 4. Data: |___|___|___|___|___|___|
O 5. Altura
1ª|__|__|__| , |__| cm 2
a
|__|__|__| , |__| cm
Média |__|__|__| , |__| cm
O 6. Peso
|__|__|__| , |__||__| kg
O 7. Percentual de gordura
|__|__|,|__| %
O 8. Percentual total de
água
|__|__|,|__| %
O 9.Circunferência da
cintura
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
O 10.Circunferência do
quadril:
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
Realizado por: _________________________________________
P. FICHA DE AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
P 1. N° de ordem: |___|___|
P 2. Nome do entrevistado : _________________________________
P 3. Medida da Pressão Arterial:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
77
Recusada
99
Não se aplica (INDIVÍDUOS PORTADORES DE QUALQUER PATOLOGIA E/OU FRATURA QUE IMPEÇA A MEDIÇÃO)
P 4. Data: |___|___|___|___|___|___|
P 5. Pressão Arterial
P 5a. Sistólica (mmHg)
P 5b. Diastólica (mmHg)
1. 1ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
2. 2ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
3. 3ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
4. Médias das Duas Últimas
|__|__|__|
|__|__|__|
Realizado por: _______________________________________
Identificação do domicílio |__|__|__|__|
180
S. FICHA DE ANTROPOMETRIA (Adolescentes maiores de 14 anos, adultos e idosos)
S 1. N° de ordem: |___|___|
S 2. Nome do entrevistado: _____________________________
S 3. Antropometria:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
77
Recusada
99
Não se aplica (INDIVÍDUOS PORTADORES DE QUALQUER PATOLOGIA E/OU FRATURA QUE IMPEÇA A
MEDIÇÃO)
S 4. Data: |___|___|___|___|___|___|
S 5. Altura
1ª|__|__|__| , |__| cm 2
a
|__|__|__| , |__| cm Média
|__|__|__| , |__| cm
S 6. Peso
|__|__|__| , |__||__| kg
S 7. Percentual de gordura
|__|__|,|__| %
S 8. Percentual total de
água
|__|__|,|__| %
S 9.Circunferência da
cintura
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
S 10.Circunferência do
quadril:
1ª|__|__|__| , |__|
cm
2
a
|__|__|__| , |__|
cm
Média |__|__|__| , |__|
cm
Realizado por: _________________________________________
T. FICHA DE AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
T 1. N° de ordem: |___|___| T 2. Nome do entrevistado : _______________________
T 3. Medida da Pressão Arterial:
1
Realizada (PREENCHA O QUADRO ABAIXO)
77
Recusada
99
Não se aplica (INDIVÍDUOS PORTADORES DE QUALQUER PATOLOGIA E/OU FRATURA QUE IMPEÇA A
MEDIÇÃO)
T 4.
Data: |___|___|___|___|___|___|
T 5. Pressão Arterial
T 5a. Sistólica (mmHg)
T 5b. Diastólica (mmHg)
1. 1ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
2. 2ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
3. 3ª Medida
|__|__|__|
|__|__|__|
4. Médias das Duas Últimas
|__|__|__|
|__|__|__|
Realizado por: _______________________________________
181
Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnogico
ANEXO 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO
FINANCIAMENTO:MCT-CNPQ/MS-SCTIE-DECIT
PESQUISA: SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA
POPULAÇÃO RESIDENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR163
MANUAL DO ENTREVISTADOR
Cuiabá, MT
JANEIRO/2007
182
APRESENTAÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as condições de alimentação e nutrição da
população residente nos municípios de Diamantino, Sorriso, Sinop e Alta Floresta, área de influência
da BR 163, no Estado de Mato Grosso.
O presente estudo consiste na realização de levantamento antropométrico (peso, altura,
circunferência da cintura e quadril de crianças, adolescentes, adultos e idosos), inquérito de
in/segurança alimentar (entrevistas com as famílias selecionadas), qualidade microbiológica e
físico-química dos alimentos consumidos e produzidos nos domicílios (coleta de amostra de
alimentos). A investigação permitirá caracterizar as famílias de acordo com suas condições
socioeconômicas, demográficas, ambientais e de estilo de vida, analisar o estado nutricional, o grau de
in/segurança alimentar e condições higiênico-sanitárias dos alimentos.
O questionário contém os seguintes itens:
A - Identificação;
B - Identificação e caracterização dos moradores do domicílio;
C - Informações sobre a família e características da unidade domiciliar;
D - Segurança alimentar;
E - Informações sobre participação em programas de alimentação;
F e G - Informações e antropometria de crianças menores de 12 meses;
H e I - Informações e antropometria de crianças de 12 meses a 24 meses incompletos;
J e K - Informações e antropometria de crianças de 2 a 5 anos incompletos;
L e M - Informações sobre estilo de vida e antropometria de crianças de 5 a 9 anos;
N, O e P - Informações sobre estilo de vida, antropometria e pressão arterial de adolescentes
de 10 a 14 anos incompletos;
Q, R, S e T - Informações sobre estilo de vida, atividade física, antropometria e pressão
arterial para maiores de 14 anos;
U Morbidade referida e Uso de Serviços de Saúde para maiores de 5 anos;
V Informações sobre Consumo Alimentar para maiores de 2 anos;
Todas as informações levantadas são consideradas sigilosas.
183
OBJETIVOS
Este manual tem como objetivos explicitar para o(a) entrevistador(a) a maneira correta de
abordagem dos entrevistados, considerando as questões éticas e de preenchimento dos formulários,
bem como o esclarecimento de dúvidas e a normatização de procedimentos a serem realizados para o
levantamento dos dados.
ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE A ENTREVISTA
1. A qualidade de seu trabalho será o maior determinante da qualidade dos resultados do estudo.
2. É importante seguir cuidadosamente as instruções que lhe forem dadas e coletar todas as
informações necessárias.
3. É preciso conhecer profundamente o questionário e o manual do entrevistador e não ter
dúvidas sobre o seu conteúdo e a forma de aplicação.
4. Durante a entrevista, não demostrar aprovação, desaprovação e/ou surpresa frente às respostas.
5. As dúvidas que surgirem no decorrer do levantamento deverão ser comunicadas e resolvidas
com o supervisor da pesquisa.
6. Cada entrevistador (a) será identificado com uniforme, crachá e carta de apresentação assinada
pela coordenação do projeto.
7. O entrevistador deverá ser capaz de fornecer todas as informações sobre o domicílio/família.
8. Antes de iniciar a entrevista, o entrevistado ou respondente deverá receber e ler o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após ser orientado e esclarecido sobre todos os
procedimentos e objetivos da pesquisa, o entrevistado, caso concorde em participar, deverá
assinar o TCLE.
9. A entrevista deve ser iniciada com a apresentação do (a) entrevistador (a), dos objetivos da
pesquisa e das instituições envolvidas. Nesta oportunidade, será entregue uma carta com os
nomes e telefones dos responsáveis pela pesquisa.
10. Todas as informações obtidas na entrevista são confidenciais, fornecidas por um morador que
o recebeu em seu domicílio e confiou em você, portanto, o que você observou não deverá ser
comentado fora do âmbito da pesquisa.
11. No caso de existir mais de uma família e apresentarem independência financeira, realizar a
entrevista com a família que mora mais tempo no domicílio. Se o tempo de moradia for
semelhante, realizar sorteio entre as famílias.
184
12. Identificar o morador do domicílio que será responsável pelo fornecimento das informações
dos Módulos B a F, H, J e L. Estas informações deverão ser obtidas de um dos pais ou adulto
responsável pela alimentação da família.
13. No caso de encontrar, no momento da entrevista, pessoas não capacitadas para responder o
questionário (pais embriagados, menores desacompanhados, deficientes neurológicos,
somente empregados, etc.), remarcar a visita.
Após 3 tentativas sem sucesso, considerar a entrevista não realizada.
14. Em caso de dúvida, consultar o supervisor de pesquisa.
185
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1. Domicílio
Domicílio é a moradia estruturalmente separada e independente, constituída por um ou mais
cômodos. Para caracterizar um domicílio, duas condições essenciais devem ser satisfeitas:
a) Condição de separação - quando, simultaneamente, o local de habitação:
For limitado por paredes;
For coberto por um teto;
Permitir que o morador possa se isolar;
Possuir morador que assume parte ou todas as suas despesas de alimentação e/ou moradia.
b) Condição de independência - quando a moradia tem acesso direto, isto é, seus ocupantes podem
entrar ou sair sem passar pelo interior da moradia de outra pessoa.
2. Tipos de domicílios
a) Domicílio coletivo: moradia onde prevalece o cumprimento de normas administrativas, destinado a:
Hospedagem (hotéis, pensões e similares);
Residência ou alojamento de pessoas institucionalizadas (orfanatos, asilos, casa de detenção,
hospitais, alojamentos de trabalhadores em canteiros de obra, etc).
b) Domicílio particular: moradia de uma ou mais pessoas, ligadas por laços de parentesco,
dependência doméstica ou normas de convivência (cumprimento de regras estabelecidas para a
convivência de pessoas que residem no mesmo domicílio particular e que não estão ligadas por laços
de parentesco ou dependência doméstica). Ex: moradia de estudantes.
As casas de cômodos (cortiços, kitnets, apart-hotéis), os edifícios de apartamentos e as vilas serão
considerados como um conjunto de domicílios particulares.
ATENÇÃO: Somente farão parte desta pesquisa os domicílios particulares. Caso o domicílio
sorteado seja um domicílio coletivo, NÃO REALIZAR A ENTREVISTA. Em caso de dúvida,
consulte o supervisor.
3. Morador
Identificação dos moradores:
Morador é aquele que tem a unidade domiciliar (domicílio particular ou unidade de habitação em
domicílio coletivo) como local de residência habitual.
186
Morador presente: pessoa que tem o domicílio como residência única ou principal e que, por
ocasião da pesquisa possa ser encontrada no domicílio pelo menos uma vez. Os indivíduos
afastados do domicílio de origem (agregados) e que residam por mais de 12 meses no
domicílio pesquisado, também serão considerados como moradores do mesmo.
Morador ausente: pessoa que tem o domicílio como residência única ou principal, mas que,
por ocasião da pesquisa, esteja afastada temporariamente. São considerados moradores
ausentes do domicílio pesquisado, pessoas em:
Viagem a passeio, negócios, serviço, estudo, etc.
Permanência no local de trabalho por conveniência ou devido a natureza das suas tarefas,
como: médico, enfermeiro, militar, trabalhador agrícola sazonal, motorista de caminhão, etc.;
Internação em colégio, hospedagem em pensionato ou outro local semelhante, estadia em
domicílio de parentes ou partilhada com amigos, somente por motivos de estudo;
Internação temporária em sanatório, hospital ou estabelecimento similar;
Detenção sem sentença definitiva.
Os empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos NÃO serão contados como
moradores, mesmo os que residem no domicílio.
187
INSTRUÇÕES GERAIS SOBRE O PREENCHIMENTO DO
QUESTIONÁRIO
1- Procurar um local adequado para realizar a entrevista.
2- Fazer as perguntas pausadamente e com a mesma entonação.
3- Não induzir respostas; não sugerir palavras, mesmo que o entrevistado esteja com dificuldade para
elaborar a resposta.
4- Evitar a “influência” de outras pessoas nas respostas do informante, EXCETO no módulo de
informação sobre estilo de vida para crianças de 5 a 9 anos e no inquérito alimentar de menores de 10
anos.
5- Utilize caneta para o registro das informações nos questionários, EXCETO na questão V 23
(Recordatório 24 horas), a qual deverá ser preenchida a lápis. Depois de se certificar de que não
nenhum erro nesta questão, passe à caneta, após ter sido revisada pelo supervisor.
6- Evitar rasuras. Os registros devem ser facilmente legíveis por ocasião da digitação.
7- Não abreviar ou escrever siglas.
8- Assinalar com X as opções referidas e preencher o item Outro (s), Qual (is)?, Quando for o caso.
9- Fique sempre atento aos PULOS, certificando-se de que está indo para a pergunta certa.
10- As perguntas e as opções de resposta EM NEGRITO deverão ser lidas para o entrevistado.
11- As informações dentro dobox com sombreamento cinza são orientações para o entrevistador,
portanto, elas O devem ser lidas para o entrevistado.
12- NUNCA ofereça como opção de resposta o item NÃO SABE. Este deverá ser assinalado somente
quando o próprio entrevistado informar.
13- Após realizar a entrevista, conferir o formulário. Verificar se deixou alguma questão em branco.
14- Lembre-se de que no caso de pergunta sem resposta, você precisará voltar ao mesmo domicílio
para completá-la.
15- Faça observação detalhada, em caso de dúvidas, a lápis na própria questão.
188
PRENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO
Cada explicação será precedida pelo número da questão referida.
A IDENTIFICAÇÃO preenchida pelo entrevistador
A 1 - Registrar, com 2 dígitos, o número do setor pesquisado no seu mapa.
A 2 - Registrar, com 4 dígitos, a numeração que o domicílio recebeu segundo o mapa.
A 3 - Registrar, com 2 dígitos, o seu próprio número de entrevistador.
A 4 - Registrar, com 1 dígito, o número do seu supervisor.
A 5 - Registrar a data da realização da entrevista.
Será considerada a data referente ao preenchimento de algumas informações do questionário pela
primeira vez ou todas as informações de uma vez. O ano deverá ser escrito por extenso
(Dia/Mês/Ano). Exemplo: 10/05/2006.
A 6 Registrar o horário de início e término da entrevista e o tempo de duração da mesma (em
minutos).
A 7 Registrar, nominalmente, o endereço do domicílio com informações sobre rua, n°, complemento
(quando houver), referência (como ir até a casa), bairro, cidade, CEP e telefones. Registrar todos os
números de telefones disponíveis. Registrar número de telefone comunitário quando não existir
nenhum outro disponível.
A 8 Registrar o número de visitas, data e horário de realização e resultado da visita de acordo com
legenda e os devidos encaminhamentos. Após realização da entrevista completa, o entrevistador
deverá contabilizar o número total de visitas realizadas no período. Na legenda, a opção Não cabe
retorno refere-se a unidade vaga (de uso ocasional / aguardando aluguel, devido a construção/reforma
ou em ruínas), inexistente (demolida), não encontrada ou não residencial.
Os itens A 9 e A 10 deverão ser preenchidos noFINAL de todas as visitas.
A 9 Assinalar a situação da entrevista, após finalização das visitas.
A 10 Caso a entrevista não tenha sido realizada, assinalar o motivo. Preencher Outro. Qual? ,
nominalmente quando for o caso.
Algumas definições:
Unidade ocupada, mas fechada: todos os moradores se encontram ausentes durante o
período de pesquisa. Neste caso, antes de registrar a entrevista como não realizada,
procure assegurar-se de que os moradores estão realmente ausentes, agindo da
seguinte forma: indague aos vizinhos, porteiros, etc., se os moradores estão mesmo
ausentes, retorne ao domicílio em diferentes horários durante todo o período da
pesquisa, pois pode tratar-se de pessoas que tenham horários pouco comuns.
Unidade vaga: será considerada “vaga” após confirmação de dois vizinhos. Registrar o motivo pelo
qual a unidade se encontra vaga.
Todos os moradores da residência se recusam a participar da pesquisa: neste caso, antes de
registrar a situação como entrevista não realizada tente convencê-los, explicando a importância da
189
pesquisa e combinando um outro horário pra você retornar. Se no retorno agendado, a família continuar
recusando participar da pesquisa, considerar a entrevista não realizada.
Outro: quando o motivo for diferente das opções anteriores.
Os campos destinados à revisão e digitação NÃO deverão ser preenchidos.
B IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS MORADORES DO DOMICÍLIO
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário
(no caso, o adulto responsável pela alimentação da família).
B 3 Registrar o número total de moradores do domicílio. Esse número deve ser igual ao n
o
de
pessoas encontrado no final da pergunta B 4.
B 4 - Preencha, linha a linha, as informações relativas a todos os moradores da residência.
Certifique-se de que listou todos os moradores.
Verifique se algum morador ausente retornará ao domicílio durante o período da pesquisa.
Qualquer pessoa que passe a residir no domicílio após o primeiro dia de entrevista NÃO
deverá ser considerada morador.
Para cada morador, registre:
1. O n° de ordem correspondente (que será crescente) conforme o número que lhe será dado na lista de
moradores;
2. O nome (sem sobrenome);
3. O código do grau de parentesco em relação ao chefe de família:
1- Chefe
2- Cônjuge
3- Filho (a) biológico (a)
4- Filho (a) não biológico (a)
5- Enteado (a)
6- Neto (a)
7- Irmão (ã)
8- Pai/Mãe
9- Sogro (a)
10-Genro/Nora
11-Outro parente
12-Agregado (a)
77-Não respondeu
88- Não sabe
Observações sobre o item GRAU DE PARENTESCO
Chefe de família: considera-se a pessoa, homem ou mulher, responsável pela família, em geral é a pessoa que
garante o sustento. Caso a família não defina quem é o chefe, considerar o indivíduo com maior renda.
Cônjuge: membro que vive conjugalmente com o chefe da família, existindo ou não vínculo matrimonial.
Enteado: filho biológico ou não, somente do cônjuge.
Outro parente: membro que tiver qualquer grau de parentesco, por consangüinidade [tio (a), a(ó), sobrinho
(a), primo (a)] ou afinidade [cunhado (a) concunhado (a)] com o chefe da família, inclusive os relacionamentos
anteriores.
Agregado: membro que não é parente do chefe da família e que não paga moradia nem alimentação, nem presta
serviços domésticos remunerados a qualquer membro da residência.
190
4. Código correspondente ao sexo:
1- Masculino;
2- Feminino.
5. Data de nascimento: sempre solicitar algum documento pessoal (RG, certidão de nascimento,
carteira de motorista, entre outros) para registrar corretamente os dados. Caso isto não seja possível,
solicite ao entrevistado que informe as datas de nascimento dos moradores.
O ano deverá ser escrito com 4 dígitos.
Porém, se o entrevistado não souber informar as datas de nascimento dos moradores,
anotar neste campo a IDADE dos moradores em anos completos e para as crianças menores de 1 ano,
registrar a idade em meses.
6. Registro: assinale com um (X) em SIM se a data de nascimento foi confirmada em algum
documento pessoal ou O se essa confirmação não foi possível.
7. O código referente a cor deverá ser preenchido como o entrevistado responder. Em caso de resposta
não contida entre as opções, considerar a mais próxima. Por exemplo, mulato ou moreno, considerar
pardo.
1- Branca;
2- Preta;
3- Parda;
4- Amarela;
5- Indígena;
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
8. Registrar nominalmente a cidade e o estado de nascimento (somente a sigla).
9. Registrar o tempo de residência no município conforme código abaixo:
1- < 1 de ano
2- 1 a 4 anos
3- 5 a 9 anos
4- ≥ 10 anos
10. Escolaridade:
10.1. Série: registrar a última série ou último ano concluído e aprovado.
Exemplo: a) série do grau = série do ensino fundamental (antes) = ano do ensino
fundamental (atualmente).
Atenção: Quando o grau de escolaridade for completo, não é necessário registrar a série. Ex: 1°
grau completo.
191
10.2. Grau: registrar o grau de escolaridade correspondente de acordo com a legenda:
0= Nenhum: significa que não freqüentou a escola ou, se frequentou, não
concluiu a 1ª série do ensino fundamental;
1= Classe de alfabetização: para crianças, considerar as que freqüentam a pré-
escola; para adultos considerar os que participam de classes onde se aprenda a
ler e escrever;
2= 1
o
grau incompleto: ter concluído entre a 1
a
e a 7
a
série do primeiro grau ou
ensino fundamental;
3= 1
o
grau completo: ter concluído a 8
a
série do primeiro grau ou ensino
fundamental;
4= 2
o
grau incompleto: ter concluído o 1
o
ou 2
o
ano do segundo grau ou ensino
médio;
5= 2
o
grau completo: ter concluído o 3
o
ano do segundo grau ou ensino médio;
6= Superior incompleto: não ter concluído a graduação universitária ou o
terceiro grau. Neste caso registrar no campo SÉRIE o número de anos
cursados;
7= Superior completo: ter concluído a graduação universitária ou o terceiro
grau;
8= Pós-graduação;
77= Não respondeu;
88= Não sabe.
Exemplos: a) se fez o 2º ano do 2º grau = 2º grau incompleto
b) se cursou o 1º ano do 2º grau, mas não foi aprovado = 1º grau completo
c) cursou 2 anos de graduação em Matemática = superior incompleto
Observações: a) o antigo primário corresponde da 1ª a 4ª série do 1º grau ou ensino fundamental;
b) o antigo ginásio corresponde da 5ª a 8ª série do 1º grau ou ensino fundamental;
c) o antigo clássico ou propedêutico corresponde do 1
o
ao 3
o
ano do segundo grau ou ensino
médio.
11. Renda mensal: anotar o valor em reais (R$) referente ao salário ou remuneração recebida no último
mês, exceto remuneração referente à 13ºsalário, férias e/ou bolsa família.
Para os empregados: a remuneração bruta mensal, ou se for variável, considerar a
remuneração média, referente aos últimos 3 meses;
Para os empregadores e conta-própria: a retirada líquida mensal referente ao mês anterior,
ou se for variável, a retirada média mensal, referente aos últimos 3 meses.
192
12. O código correspondente à situação conjugal:
1- Solteiro (a): quando não assumiu casamento civil e não vive em união consensual;
2- Casado (a): quando reside com companheiro, independente se for união consensual ou
civil/religiosa;
3- Desquitado (a)/Separado (a)/Divorciado (a): quando está separado do cônjuge com ou
sem homologação por decisão judicial e que não esteja em companhia de outro
cônjuge;
4- Viúvo (a): quando o cônjuge morreu e não esteja em companhia de outro cônjuge;
77-Não respondeu;
88- Não sabe.
13. Dados para retorno para entrevista individual como data e horário, de acordo com a
disponibilidade do entrevistado.
B 5 Registrar outras rendas, em reais (R$) como aluguel, pensão, bolsa família, etc. Quando a
família não tiver outras rendas, registrar “0” (zero) em todas as caselas.
B 6 Renda familiar per capita mensal. O PREENCHER ESSE CAMPO.
193
C INFORMAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA E CARACTERÍSTICAS DA UNIDADE
DOMICILIAR
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário
(no caso, o adulto responsável pela alimentação da família).
Nas questões desse módulo, no caso de resposta Outro (a), Qual? deverá ser preenchida
nominalmente.
C 3 - Assinalar a resposta informada.
1. Alvenaria com acabamento completo: refere-se ao domicílio feito de tijolo com revestimento e
pintura.
2. Alvenaria com acabamento incompleto: refere-se ao domicílio feito de tijolo sem revestimento
ou sem pintura ou sem piso ou sem janelas, etc.
3. Madeira: refere-se ao domicílio feito de qualquer tipo de madeira.
4. Material aproveitado: refere-se a material aproveitado de embalagens, restos de madeira, lona,
papelão, etc.
C 3a. Outro: quando utilizado material que não se enquadre em nenhuma das categorias descritas
anteriormente ou a combinação de dois tipos de materiais citados.
C 4 Registrar o número total de cômodos do domicílio, incluindo cozinha, banheiro (s) e cômodos
externos.
Considera-se cômodo todo compartimento coberto por um teto e limitado por paredes,
que seja parte integrante do domicílio, inclusive cozinha, banheiro e os existentes na
parte externa do domicílio.
NÃO considerar na contagem: garagem, área de serviço, depósitos, lavanderia e
banheiro coletivo (para mais de um domicílio).
O corredor utilizado como cômodo e não apenas para passagem, deverá ser incluído
na contagem.
C 5 Registrar o número total de cômodos utilizados para dormir. Considerar cômodos para dormir os
quartos e também a sala, cozinha e corredor utilizados para dormir.
C 6- Assinalar a resposta informada.
1. Próprio, já acabou de pagar: quando o dono ou co-proprietário estiver residindo no domicílio,
já totalmente pago.
2. Próprio, não acabou de pagar: quando o dono ou co-proprietário estiver residindo no
domicílio, mas ainda não foi pago o valor total do imóvel.
3. Alugado: quando o aluguel do domicílio é pago por qualquer morador do domicílio.
C 6a. Outro: quando o domicílio é ocupado de forma diferente das anteriormente descritas, por
exemplo, área de invasão.
194
C 7 - Assinalar a resposta informada.
1. Rede pública: quando o domicílio for servido de água proveniente de rede geral de
abastecimento.
2. Poço ou nascente: quando o domicílio for servido de água ligada a poço ou nascente.
3. Carro-pipa: quando o domicílio tiver distribuição interna de água, mas o reservatório ou caixa
d’água for abastecido por carro-pipa.
C 7a. Outra forma de abastecimento de água: quando a água utilizada no domicílio for apanhada
em fonte pública, bica, etc., localizados fora da propriedade.
C 8- Assinalar a resposta informada.
1. Coletado por serviço de limpeza que atende o logradouro do domicílio.
2. Coletado indiretamente: colocado ou despejado pelo morador em caçambas ou containers.
3. Queimado.
4. Enterrado.
5. Colocado a céu aberto.
C 8a. Outro: quando o destino do lixo é diferente dos anteriormente descritos.
C 9 - Assinalar a resposta informada.
1. Rede pública: quando a canalização proveniente do banheiro ou sanitário estiver ligada a uma
rede geral mesmo que o sistema não disponha de tratamento;
2. Fossa séptica: quando a canalização das águas servidas e dos dejetos, proveniente do banheiro
ou sanitário estiver ligada à fossa séptica;
3. Fossa rudimentar: quando os dejetos provenientes do banheiro ou sanitário, havendo ou não
aparelho estiver ligado à fossa rústica (fossa negra, poço, buraco, etc.);
4. Céu aberto: quando os dejetos provenientes do banheiro ou sanitário forem esgotados
diretamente a uma vala a céu aberto;
C 9a. Outro: quando o esgotamento sanitário é feito de forma diferente das anteriormente
descritas.
C 10 - Assinalar a resposta informada.
C 11 - Registrar a quantidade existente dos eletrodomésticos e bens nos domicílios. Quando a família
não tiver, registrar “0” (zero).
Em relação aos eletrodomésticos, considera-se :
a) Existente
Alugado em caráter permanente
Emprestado de outro domicílio há mais de 6 meses
Quebrado há menos de 6 meses
195
b) Não existente
Emprestado para outro domicílio há mais de 6 meses
Quebrado há mais de 6 meses
Alugado em caráter eventual
De propriedade de empregados ou pensionistas
Observações:
Geladeira simples: quando tem apenas uma porta.
Geladeira duplex: quando tem duas portas.
Freezer: aparelho independente.
Máquina de lavar roupa: quando mencionado espontaneamente, o tanquinho deve ser
considerado como máquina de lavar roupa.
Aspirador de pó: considerar mesmo que seja portátil e também máquina de limpar a vapor
(tipo Vaporetto).
Vídeo cassete ou DVD: registrar a presença de qualquer tipo de vídeo cassete ou DVD.
Computador: considerar também notebook.
Televisor: considerar apenas os televisores a cores.
Televisores de uso de empregados domésticos (declaração espontânea) só devem ser
considerados caso tenha (m) sido adquirido (s) pela família empregadora.
Rádio: considerar qualquer tipo de rádio no domicílio, mesmo que esteja incorporado a outro
equipamento de som ou televisor, rádios tipo walkman, conjunto 3 em 1 ou microsystems.
Não considerar o rádio de automóvel.
Banheiro: o que define o banheiro é a existência de vaso sanitário.
Considerar todos os banheiros e lavabos com vaso sanitário, incluindo os de empregada,
os localizados fora de casa e o (s) da (s) suíte (s).
Para ser considerado, o banheiro tem que ser privativo do domicílio.
Banheiros coletivos (que servem a mais de uma habitação) não devem ser considerados.
Automóvel: não considerar táxis, vans ou pick-ups usados para fretes, ou qualquer veículo
usado para atividades profissionais.
Empregado mensalista: considerar aqueles que trabalham pelo menos 5 dias por semana,
durmam ou não no emprego.
Não esquecer de incluir babás, motoristas, cozinheiras, copeiras, arrumadeiras, jardineiros,
desde que mensalistas.
Outro imóvel que não a residência atual: se o indivíduo está pagando prestações de um imóvel
financiado, considerar e assinalar neste item.
Total de equipamentos/bens: preencher com o somatório dos equipamentos e bens citados.
196
D - SEGURANÇA ALIMENTAR
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário
(no caso, o adulto responsável pela alimentação da família).
Questões D 3 a D 11:
Assinalar a resposta informada.
Questões D 12 a D 17:
Preencher estas questões se houver menores de 18 anos no domicílio, caso contrário
PULAR PARA A QUESTÃO D 18.
D 18 Assinalar sobre a existência de produção de alimentos no domicílio para consumo próprio.
Considerar produção de alimentoscomo a plantação (hortas, pomares, lavouras) e a criação de
animais. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO D 29.
D 19 Assinalar sobre a existência de animais para consumo alimentício, no último mês. Caso a
resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO D 21.
D 20 Registrar a quantidade existente de animais na propriedade que foi utilizada para alimentação,
durante o último mês. Caso exista algum animal na propriedade que não está na lista, regist-lo nos
campos em branco (D 20h e D 20i).
D 21 - Assinalar sobre o consumo de algum alimento proveniente de hortas, pomares ou outros tipos
de lavouras cultivadas na propriedade, no último mês. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A
QUESTÃO D 25.
D 22 Assinalar os alimentos produzidos e/ou consumidos provenientes de HORTAS existentes na
propriedade, durante o último mês. Caso tenha sido consumido algum alimento que não está na lista,
registrá-lo nos campos em branco (D 22bb, D 22cc e D 22dd).
D 23 - Assinalar os alimentos produzidos e/ou consumidos provenientes de POMARES existentes na
propriedade, durante o último mês. Caso tenha sido consumido algum alimento que não está na lista,
registrá-lo nos campos em branco (D 23cc e D 23dd).
D 24 Assinalar os alimentos produzidos e/ou consumidos provenientes de OUTRAS LAVOURAS
existentes na propriedade, durante o último mês. Caso tenha sido consumido algum alimento que não
está na lista, registrá-lo nos campos em branco (D 28g, D 28h, D 28i e D28j).
D 25 - Assinalar sobre a produção e o consumo de leite ou seus derivados provenientes da produção
ou do seu processamento realizado na propriedade, no último mês. Caso a resposta seja Não, PULAR
PARA A QUESTÃO D 28.
D 26 Assinalar os alimentos (leite) ou seus derivados produzidos e/ou consumidos provenientes da
produção ou do seu processamento realizado na propriedade, durante o último mês. Caso tenha sido
consumido algum alimento que não está na lista, regist-lo no campo em branco (D 26f).
197
D 27 - Assinalar sobre o consumo de alimentos provenientes do seu processamento (ex: farinha,
rapadura, etc) realizado na propriedade, no último mês. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A
QUESTÃO D 29.
D 28 - Assinalar os alimentos produzidos e/ou consumidos provenientes do seu processamento ou
produção realizado na propriedade (como por exemplo, farinha/fubá, rapadura, melaço,
geléia/compota, ovos, etc.), durante o último mês. Caso tenha sido consumido algum alimento que não
está na lista, registrá-lo no campo em branco (D 28f).
D 29 Assinalar os alimentos disponíveis no domicílio, na última semana, de acordo com as
freqüências citadas (todos os dias/uma a três vezes por semana/quatro a seis vezes por semana/não
teve disponível).
Observações:
Item D 29d Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (integral
/ desnatado / semi-desnatado).
Item D 29e Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (normal
/ diet/light).
Item D 29g Denomina-se “verduras” aquelas que apresentam como partes comestíveis
as folhas, as flores, os botões ou as hastes, por exemplo: espinafre, acelga, alface, agrião,
brócolis, etc.
Item D 29h Denomina-se “legumes” aqueles que apresentam como partes comestíveis
os frutos, as sementes ou as partes que se desenvolvem na terra, como abobrinha,
berinjela, cenoura, tomate.
Item D 29j - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (normal /
light/diet).
Item D 29p - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (normal /
light/diet).
Item D 29q - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (normal /
light).
D 30 Registrar as preparações mais comumente consumidas, pela família, nos finais de semana e
dias festivos.
198
E. INFORMAÇÕES SOBRE PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário
(no caso, o adulto responsável pela alimentação da família).
E 3 - Considerar como Sim quando se referir à doação somente de alimentos. Caso a resposta seja
Não, PULAR PARA A QUESTÃO E 5.
E 4 - Assinalar os responsáveis por esta doação. Pode ser assinalada mais de uma resposta. Preencher
Outro. Qual? Nominalmente quando for o caso.
E 5 - Quando Sim pode ser assinalada mais de uma resposta.
Preencher Outro (s). Qual (is), nominalmente quando for o caso.
As opções de resposta devem ser lidas para o (a) entrevistado (a). Caso a resposta seja
Não, PULAR PARA O MÓDULO F.
E 6 Assinalar a freqüência em que recebeu o (s) benefício (s). Preencher Outro(s). Qual(is),
nominalmente quando for o caso.
Fique atento(a) aos PULOS das questões E 3 e E 5.
199
F INFORMAÇÕES SOBRE CRIANÇAS MENORES DE 12 MESES
Todas as crianças da residência, menores de 12 meses, deverão ter essa parte respondida,
preferencialmente, por sua mãe ou seu responsável.
Registrar o número de ordem e o nome da criança.
Registrar o número de ordem e o nome do responsável.
REFERIR-SE A CRIANÇA SEMPRE PELO NOME.
F 5 Assinalar a resposta informada.
F 6 Assinalar a resposta informada.
Solicitar o cartão de vacina e de nascimento da criança, para responder as questões F 7 a F 12.
Caso não esteja com o cartão no domicílio, anotar a informação referida pela mãe ou responsável da
criança.
F 7 - Assinalar a resposta informada.
F 8 Registrar a resposta informada (em meses ou semanas).
Nas questões F 8, F 10 e F 12, caso a mãe ou o responsável não souber informar, preencher com
o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
F 9 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO F 11.
F 10 - Registrar a resposta informada (em gramas).
F 11 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO F 13.
F 12 - Registrar a resposta informada (em centímetros).
F 13 - Esta questão refere-se aos alimentos que a criança consumiu desde a manhã do dia anterior
até a manhã do dia em que está sendo feita a entrevista, isto é, de ontem para hoje, em um intervalo
de 24 horas.
Cada alimento deve ser perguntado individualmente como está no questionário. Se a mãe ou o
acompanhante não souber sobre um alimento, marque a opção Não Sabe e passe para o alimento
seguinte.
F 13a Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja o ou o Sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO F 13c.
200
F 13b Registrar a resposta informada. Se a mãe ou responsável responder 8 ou mais mamadas anotar o
número 8.
F 13c Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não ou Não Sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO F 13e.
F 13d Registrar a resposta informada. Considerar:
FÓRMULA INFANTIL: fórmulas modificadas para a idade. Exemplo: Nan, Nestogeno, etc.
LEITE INTEGRAL: Ninho, Glória, Itambé, etc
OUTRO TIPO DE LEITE EM PÓ: leite desnatado, semi-desnatado e soja.
F 13e Assinalar a resposta informada. Registrar o tipo de leite (ex. longa vida, in natura, leite de soja,
cabra).
F 13f Assinalar a resposta informada. Mingau ou papa refere-se à refeição pastosa
preparada com alguma farinha (trigo, mandioca, láctea, etc.) ou engrossante (maizena,
cremogena, aveia, etc.) e misturada com leite, fruta ou mesmo só com água.
F 13g Assinalar a resposta informada. Refere-se à refeição de sal líquida (sopa) ou pastosa. Caso a
resposta seja Não ou Não Sabe, PULAR PARA A QUESTÃO F 13i.
F 13h Assinalar a resposta informada. Considerar carne de peixe, vaca, frango e vísceras (fígado, rim,
coração).
F 13i Assinalar a resposta informada. Refere-se à refeição de sal sólida que contém pedaços inteiros
de alimentos, e que se assemelha à comida dos adultos. Caso a resposta seja Não ou Não Sabe, PULAR
PARA A QUESTÃO F 13l.
F 13j Assinalar a resposta informada.
F 13k Assinalar a resposta informada.
F 13l Assinalar a resposta informada. Refere-se à água sem açúcar.
F 13m Assinalar a resposta informada. Refere-se à água adicionada de açúcar.
F 13nAssinalar a resposta informada. Refere-se a qualquer tipo de chá, inclusive se é
oferecido como remédio.
F 13o Assinalar a resposta informada. Refere-se a qualquer tipo de suco, fresco ou
não.
F 13p Assinalar a resposta informada. Refere-se a todo o tipo de fruta consumida em
pedaço ou amassada.
F 13q Registrar a resposta informada. Refere-se a outros alimentos dados à criança,
nas últimas 24 horas, não citados acima. Ex: iogurte, bolacha, etc.
201
F 14 Assinalar a resposta informada. Pretende averiguar se algum alimento (leite materno, outro
leite, sopa ou papa, água, suco, etc.) foi dado à criança por meio demamadeira ou chuquinha.
F 15 Assinalar a resposta informada.
F 16 - Assinalar que Sim somente quando as evacuações da criança forem quidas ou semi-líquidas
nas últimas 24 horas. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO F 18.
F 17 - Registrar quantas evacuações a criança teve somente nas últimas 24 horas.
F 18 - Assinalar a resposta informada. Considerar diarréias somente nos últimos 15 dias. Caso a
resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO F 20.
F 19 - Registrar por quantos dias a criança teve diarréia, nos últimos 15 dias.
F 20 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO F 22.
F 21 - Assinalar a resposta informada.
F 22 - Assinalar a resposta informada.
F 23 - Assinalar a resposta informada.
F 24- Assinalar a resposta informada.
F 25 - Assinalar a resposta informada.
F 26 - Assinalar a resposta informada.
F 27 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar nominalmente o problema
de saúde apresentado.
F 28- Registrar a resposta informada.
Em caso de resposta Não ou Não sabe, terminar aqui este Módulo.
F 29 - Registrar a resposta informada. Se o responsável não souber informar o de vezes, preencher
com o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
F 30 - Assinalar a resposta informada. Preencher Outro. Qual? nominalmente quando for o caso.
Fique atento ao PULO das questões F 9, F 11, F 13a, F 13c, F 13g, F 13i, F 16, F 18 e F 20.
202
H INFORMAÇÕES SOBRE CRIANÇAS DE 12 A 24 MESES INCOMPLETOS
Todas as crianças da residência, entre 12 meses e 24 meses incompletos, deverão ter essa parte
respondida, preferencialmente, por sua mãe ou seu responsável.
Registrar o número de ordem e o nome da criança.
Registrar o número de ordem e o nome do responsável.
REFERIR-SE A CRIANÇA SEMPRE PELO NOME.
H 5 Assinalar a resposta informada.
H 6 Assinalar a resposta informada.
Solicitar o cartão de vacina e de nascimento da criança, para responder as questões H 7 a H 12.
Caso não esteja com o cartão no domicílio, anotar a informação referida pela mãe ou
responsável da criança.
H 7 - Assinalar a resposta informada.
H 8 Registrar a resposta informada (em meses ou semanas).
Nas questões H 8, H 10, H 12, H 14, H 15, H 16, H 17, H 19, H 21 e H 31, caso a mãe ou o
responsável não souber informar, preencher com o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
H 9 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO H 11.
H 10 - Registrar a resposta informada (em gramas).
H 11 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO H 13.
H 12 - Registrar a resposta informada (em centímetros).
H 13 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO H 18.
H 14 - Registrar a resposta informada (dias ou meses).
H 15 - Registrar a resposta informada (dias ou meses).
H 16 - Registrar a resposta informada (meses).
H 17 - Registrar a resposta informada (meses).
203
H 18 - Assinalar que Sim somente quando as evacuações da criança forem líquidas ou semi-líquidas
nas últimas 24 horas. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO H 20.
H 19 - Registrar quantas evacuações a criança teve somente nas últimas 24 horas.
H 20 - Assinalar a resposta informada. Considerar diarréias somente nos últimos 15 dias. Caso a
resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO H 22.
H 21 - Registrar por quantos dias a criança teve diarréia, nos últimos 15 dias.
H 22 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO H 24.
H 23 - Assinalar a resposta informada.
H 24 - Assinalar a resposta informada.
H 25 - Assinalar a resposta informada.
H 26 - Assinalar a resposta informada.
H 27 - Assinalar a resposta informada.
H 28 - Assinalar a resposta informada.
H 29 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar nominalmente o problema
de saúde apresentado
H 30 - Registrar a resposta informada.
Em caso de resposta Não ou Não sabe, terminar aqui este Módulo.
H 31 - Registrar a resposta informada. Se o responsável não souber informar o de vezes, preencher
com o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
H 32 - Assinalar a resposta informada. Preencher Outro. Qual? nominalmente quando for o caso.
Fique atento ao PULO das questões H 9, H 11, H 13, H 18, H 20 e H 22.
204
J - INFORMAÇÕES SOBRE CRIANÇAS DE 2 A 4 ANOS
Todas as crianças da residência, entre 2 e 4 anos, deverão ter essa parte respondida, preferencialmente,
por sua mãe ou seu responsável.
Registrar o número de ordem e o nome da criança.
Registrar o número de ordem e o nome do responsável.
REFERIR-SE A CRIANÇA SEMPRE PELO NOME.
J 5 Assinalar a resposta informada.
J 6 Assinalar a resposta informada.
Solicitar o cartão de vacina e de nascimento da criança, para responder as questões J 7 a J 12.
Caso não esteja com o cartão no domicílio, anotar a informação referida pela mãe ou
responsável da criança.
J 7 - Assinalar a resposta informada.
J 8 Registrar a resposta informada (em meses ou semanas).
Nas questões J 8, J 10, J 12, J 14, J 15, J 16, J 17, J 19, J 21 e J 31, caso a mãe ou o responsável
não souber informar, preencher com o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
J 9 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO J 11.
J 10 - Registrar a resposta informada (em gramas).
J 11 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, confirmado no cartão/ Sem
Informação no cartão ou Não, informado pelo responsável ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO J 13.
J 12 - Registrar a resposta informada (em centímetros).
J 13 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO J 18.
J 14 - Registrar a resposta informada (dias ou meses).
J 15 - Registrar a resposta informada (dias ou meses).
J 16 - Registrar a resposta informada (meses).
J 17 - Registrar a resposta informada (meses).
J 18 - Assinalar que Sim somente quando as evacuações da criança forem líquidas ou semi-líquidas
nas últimas 24 horas. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO J 20.
205
J 19 - Registrar quantas evacuações a criança teve somente nas últimas 24 horas.
J 20 - Assinalar a resposta informada. Considerar diarréias somente nos últimos 15 dias. Caso a
resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A QUESTÃO J 22.
J 21 - Registrar por quantos dias a criança teve diarréia, nos últimos 15 dias.
J 22 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não ou Não sabe, PULAR PARA A
QUESTÃO J 24.
J 23 - Assinalar a resposta informada.
J 24 - Assinalar a resposta informada.
J 25 - Assinalar a resposta informada.
J 26 - Assinalar a resposta informada.
J 27 - Assinalar a resposta informada.
J 28 - Assinalar a resposta informada.
J 29 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar nominalmente o problema de
saúde apresentado.
J 30 - Registrar a resposta informada.
Em caso de resposta Não ou Não sabe, terminar aqui este Módulo.
J 31 - Registrar a resposta informada. Se o responsável não souber informar o de vezes, preencher
com o algarismo “8” todas as caselas disponíveis.
J 32 - Assinalar a resposta informada. Preencher Outro. Qual? nominalmente quando for o caso.
Fique atento ao PULO das questões J 9, J 11, J 13, J 18, J 20 e J 22.
206
L INFORMAÇÕES SOBRE ESTILO DE VIDA (crianças de 5 a 9 anos de idade)
Registrar o número de ordem e o nome da criança.
Registrar o número de ordem e o nome do responsável.
Esta parte deverá ser respondida pelo responsável, na presença da criança.
No caso de discordância de informações entre o responsável e a criança, considerar a
alternativa de consenso entre ambos.
L 5 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada exercício/atividade.
Considerar lutas como: judô, jiu-jitsu, taicondô, karatê, capoeira, etc.
Considerar como brincadeiras de rua/casa ativas como todas as atividades que envolvam
movimentos corporais (ex.: queimada, bets/taco, esconde-esconde, amarelinha, etc.) e passivas como
aquelas que envolvam trabalhos cognitivos (ex.: dama, dominó, sete-marias, xadrez, stop, etc).
No caso de resposta “Outra atividade física. Qual” deverá ser preenchida nominalmente. Não
considerar atividades como pintura, bordado, aulas de música, etc. Considerar Outras atividades
como: hipismo, rapel, etc.
L 6 Registrar a resposta informada. Registrar, separadamente, o tempo (horas/dia) para dias de
semana e para fins de semana.
L 7 Assinalar a resposta informada.
L 8 Registrar a resposta informada (em horas).
L 9 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada atividade. No caso de resposta “Outra
atividade. Qual” deverá ser preenchida nominalmente.
N INFORMAÇÕES SOBRE ESTILO DE VIDA (adolescentes de 10 a 14 anos)
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário.
N 3 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada exercício/atividade.
Considerar lutas como: judô, jiu-jitsu, taicondô, karatê, capoeira, etc.
Considerar como brincadeiras de rua/casa ativas como todas as atividades que envolvam
movimentos corporais (ex.: queimada, bets/taco, esconde-esconde, amarelinha, etc.) e passivas como
aquelas que envolvam trabalhos cognitivos (ex.: dama, dominó, sete-marias, xadrez, stop, etc).
207
No caso de resposta “Outra atividade física. Qual” preencher nominalmente. Não considerar atividades
como pintura, bordado, aulas de música, etc. Considerar “Outras atividades” como: hipismo, rapel, etc.
N 4 Registrar a resposta informada. Registrar, separadamente, o tempo (horas/dia) para dias de
semana e para fins de semana.
N 5 Assinalar a resposta informada.
N 6 Registrar a resposta informada (em horas).
N 7 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada atividade.
N 8 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO N 11.
N 9 Registrar a resposta informada (em horas/semana).
N 10 – Assinalar a resposta informada. No caso de resposta “Outra. Qual?” preencher nominalmente.
N 11 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Nunca Fumou, PULAR PARA A
QUESTÃO N 15.
N 12 Registrar a resposta informada (anos).
N 13 Registrar a resposta informada (anos).
N 14 Registrar a resposta informada (cigarros/dia).
N 15 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, Não respondeu ou Não sabe,
encerrar o MÓDULO nesta questão.
N 16 Assinalar a resposta informada quanto ao tipo de bebida. Registrar para cada bebida as
informações quanto à freqüência (dias por semana ou dias por mês) e quantidade ingerida (copo, lata,
garrafa, garrafão, litro, entre outros). Se possível, expressar essa quantidade em unidades de medidas
(ml ou litros).
N 17 Registrar a resposta informada (anos).
Q INFORMAÇÕES SOBRE ESTILO DE VIDA (maiores de 14 anos)
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário.
Q 3 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada exercício/atividade.
Considerar lutas como: judô, jiu-jitsu, taicondô, karatê, capoeira, etc.
Considerar como brincadeiras de rua/casa ativas como todas as atividades que envolvam
movimentos corporais (ex.: queimada, bets/taco, esconde-esconde, amarelinha, etc.) e passivas como
aquelas que envolvam trabalhos cognitivos (ex.: dama, dominó, sete-marias, xadrez, stop, etc).
208
No caso de resposta “Outra atividade física. Qual” deverá ser preenchida nominalmente. Não
considerar atividades como pintura, bordado, aulas de música, etc. Considerar Outras atividades”
como: hipismo, rapel, etc.
Q 4 Registrar a resposta informada. Registrar, separadamente, o tempo (horas/dia) para dias de
semana e para fins de semana.
Q 5 Assinalar a resposta informada.
Q 6 Registrar a resposta informada (em horas).
Q 7 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, registrar, nos devidos espaços, a
freqüência semanal e o tempo gasto (em minutos) para cada atividade.
Q 8 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, PULAR PARA A QUESTÃO Q 11.
Q 9 Registrar a resposta informada (em horas/semana).
Q 10 Assinalar a resposta informada. No caso de resposta “Outra. Qual?” preencher nominalmente.
Q 11 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Nunca Fumou, PULAR PARA A
QUESTÃO Q 15 .
Q 12 Registrar a resposta informada (anos).
Q 13 Registrar a resposta informada (anos).
Q 14 Registrar a resposta informada (cigarros/dia).
Q 15 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não, Não respondeu ou Não sabe,
encerrar o MÓDULO nesta questão.
Q 16 Assinalar a resposta informada quanto ao tipo de bebida. Registrar para cada bebida as
informações quanto à freqüência (dias por semana ou dias por mês) e quantidade ingerida (copo, lata,
garrafa, garrafão, litro, entre outros). Se possível, expressar essa quantidade em unidades de medidas
(ml ou litros).
Q 17 Registrar a resposta informada (anos).
R INFORMAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA (para maiores de 14 anos)
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário.
Ler para o entrevistado a observação em negrito no questionário:
“Nós estamos interessados em descobrir os tipos de atividades físicas que as pessoas fazem como parte
de suas vidas cotidianas. As questões perguntarão a você sobre o tempo que você gasta sendo
fisicamente ativo nos últimos 7 dias. Por favor, responda cada questão mesmo que você não se
considere uma pessoa ativa. Por favor, pense sobre as atividades que você faz no trabalho, como parte
209
de seu trabalho doméstico e jardinagem, para ir de um lugar a outro, e no seu tempo livre para
recreação, exercício ou esporte.”
“Pense sobre todas as atividades vigorosas que você fez nos últimos 7 dias. Atividades físicas vigorosas
referem-se às atividades que requerem esforço físico pesado e fazem você respirar muito mais forte
que o normal. Pense apenas naquelas atividades físicas que você fez por pelo menos 10 minutos em
cada vez.”
R 3 Registrar a resposta informada. Caso a resposta seja Nenhuma atividade física vigorosa, PULAR
PARA A QUESTÃO R 5.
R 4 Registrar a resposta informada.
Ler para o entrevistado a observação em negrito no questionário:
“Pense sobre todas as atividades moderadas que você fez nos últimos 7 dias. Atividades moderadas
referem-se àquelas que requerem esforço físico moderado e fazem você respirar um pouco mais forte
que o normal. Pense somente naquelas atividades físicas que você fez por pelo menos 10 minutos em
cada vez.”
R 5 - Registrar a resposta informada. Caso a resposta seja Nenhuma atividade física moderada, PULAR
PARA A QUESTÃO R 7.
R 6 Registrar a resposta informada.
Ler para o entrevistado a observação em negrito no questionário:
“Pense sobre o tempo que você gastou andando nos últimos 7 dias. Isso inclui no trabalho e em casa,
andando para ir de um lugar a outro, e qualquer caminhada que você pode fazer unicamente por
recreação, esporte, exercício, ou lazer.”
R 7 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Não caminhou, PULAR PARA A QUESTÃO
R 8 Registrar a resposta informada.
Ler para o entrevistado a observação em negrito no questionário:
A última questão é sobre o tempo que você permaneceu sentado nos dias de semana durante os
últimos 7 dias. Inclua o tempo gasto no trabalho, em casa, fazendo lição de casa e durante o tempo de
lazer. Isso pode incluir o tempo gasto sentado à mesa, visitando amigos, lendo, ou sentado ou deitado
assistindo à televisão.”
R 9 Registrar a resposta informada.
210
U MORBIDADE REFERIDA E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE (para maiores de 5 anos)
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que irá responder esta parte do questionário.
U 3 - Perguntar se nos últimos 15 dias algum morador do domicílio apresentou algum problema de
saúde (novo ou antigo, agudo ou crônico). Se Sim, preencher o Quadro de problemas de saúde. Se
Não, PULAR PARA A QUESTÃO U 4.
Para cada morador, registre:
1. O n° de ordem correspondente conforme o número que lhe foi dado na lista de moradores;
2. O nome (sem sobrenome);
3. Cada linha corresponde a um problema de saúde, devendo-se usar mais linhas para a mesma
pessoa se ela apresentar mais de um problema de saúde. O objetivo desta questão é dar início a
uma conversa a respeito de morbidade e de problemas de saúde, e quantificá-los em um período
limitado de 15 dias, que é um período considerado adequado no que diz respeito à memória do
entrevistado para episódios agudos de morbidade. Neste estudo estão sendo considerados
episódios agudos de morbidade os afastamentos do bem estar físico que estejam contidos nesse
período de 15 dias.
Deve-se estar atento para o fato de que haverá episódios de morbidade que se iniciaram antes dos
15 dias referidos na pergunta e que ainda continuam acontecendo no período estudado. Devem ser
considerados os episódios que se iniciaram dentro dos 15 dias e os que começaram antes e
que permanecem. Exemplo: João refere ter tido vômito e diarréia há uma semana (tudo aconteceu
dentro dos últimos 15 dias); Rosimeire refere ter começado a apresentar “dor nas juntas” dois
meses e continua até hoje (considerar também).
Lembrar que mesmo problemas relativamente simples como febre, dor de cabeça, resfriados e
dores em geral, devem ser anotados. Também existe a possibilidade do entrevistado referir-se a
problemas crônicos, como pressão alta, diabetes, problemas cardíacos, etc. Embora exista no
quadro U 5 um campo para serem anotadas estas doenças, se o entrevistador julgar que teve essas
doenças nos últimos 15 dias, ou que neste período houve uma reagudização desses problemas
crônicos (o que não está errado), elas deverão também ser anotadas. Por exemplo: uma pessoa
asmática teve um crise há três dias. A crise asmática deve ser anotada neste quadro (U 3) e a asma,
no quadro U 5 (doenças crônicas).
Muitas vezes as pessoas pronunciam o nome da doença de maneira incorreta como “bronco
pulmonau” para broncopneumonia, ou se referem a um sintoma de uma maneira mais coloquial,
como “não conseguiu dormir a noite”, para insônia, ou “moleza no corpo”, para cansaço. Deve ser
anotado exatamente como a pessoa falou.
Descrever a doença, sinal ou sintoma da maneira mais detalhada possível, utilizando sempre as
próprias palavras e expressões do entrevistado, sem procurar fazer interpretações ou diagnósticos
211
médicos. Sempre que possível, a própria pessoa que apresentou o problema de saúde, deverá
prestar as informações.
4. Registrar a causa do problema de saúde apresentado, ou seja, o que provocou o início da doença.
Exemplos: a ingestão de determinado alimento; movimentos repetivos; sobrecarga no trabalho;
inalação de substâncias tóxicas; uso de medicamento que provocou reações adversas; o não uso de
medicamentos de rotina (controlados) etc. Caso o entrevistado não responda, preencher o campo
com (77) e se não souber a causa preencher com (88).
5. Informar quanto tempo se iniciou o problema de saúde dentro dos referidos 15 dias. Preencher
em dias, meses ou anos.
6. Informar o que se fez em relação a este problema de saúde nos últimos 15 dias. Utilizar o código
correspondente à conduta adotada nos últimos 15 dias. Caso o entrevistado tenha adotado mais de
uma conduta, anotá-las conforme a ordem cronológica dos acontecimentos.
1- Procurou serviço médico;
2- Procurou serviço de outros profissionais (dentista, psicólogo, fisioterapeuta, etc.);
3- Medicação com prescrição médica;
4- Auto-medicação com remédio caseiro;
5- Auto-medicação com remédio de farmácia;
6- Orientação religiosa;
7- Outros agentes de prática alternativas (acupuntura, massagens);
8- Farmacêutico ou balconista de farmácia;
9- Hospitalização e/ou cirurgia;
10- Nenhuma;
11- Outra (preencher nominalmente quando for o caso).
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
7. Assinalar se houve alguma limitação nos últimos 15 dias em decorrência a este problema de saúde.
Utilizar o código correspondente à limitação nos últimos 15 dias. Em caso de mais de uma
limitação, anotá-las conforme a ordem cronológica dos acontecimentos.
1- Hospitalização;
2- Acamado em casa;
3- Ausência total ou parcial no trabalho ou escola;
4- Limitação ou redução de atividades cotidianas;
5- Nenhuma limitação.
6- Outra (preencher nominalmente quando for o caso);
77- Não respondeu;
88- Nâo sabe.
212
U 4 - Perguntar se nos últimos 12 meses algum morador do domicílio sofreu algum acidente e/ou
violência. Se Sim, preencher o Quadro de acidentes e/ou violência. Se Não, PULAR PARA A
QUESTÃO U 5.
Para cada morador, registre:
1. O n° de ordem correspondente conforme o número que lhe foi dado na lista de moradores;
2. O nome (sem sobrenome).
3. Informar o tipo de violência ou acidente. Os acidentes podem ser provocados por um agente
externo (faca, martelo, vidro, furadeira, etc.) ou um fator de traumatismo (queda, atropelamento,
escoriação, acidente de trânsito, etc.). Os acidentes de trabalho são todos os eventos que possam
causar ferimento, queda, entre outros, durante o período em que a pessoa está trabalhando ou
durante o percurso habitual da casa para o trabalho e vive-versa. Também é considerado acidente
de trabalho a intercorrência que ocorreu com o indivíduo quando saiu do local de trabalho a
serviço. A causa e a forma como aconteceu o acidente/violência devem ser anotadas com o
máximo de detalhes possíveis (exemplo: Tropeçou e caiu ao descer uma escada). As violências
referem-se a agressões externas sofridas pelo entrevistado, como assaltos, tentativa de homicídios,
brigas, etc. Qualquer que seja o acidente/violência, por mais trivial que possa parecer, deve ser
anotado (Por exemplo: arranhões, tombos, pequenas queimaduras, etc.).
4. Quanto ao tipo de lesão, o objetivo é saber que parte do corpo foi atingida e o que aconteceu com
a mesma. Lembrar que em um mesmo acidente/violência podem acontecer várias lesões.
Atenção para as diferenças entre tipo de acidente e/ou violência e o tipo de lesão:
Tipo de acidente e/ou violência
Tipo de lesão
Ao atravessar uma rua, foi atropelado por
bicicleta
Fratura no braço direito no nível do pulso
Batida de moto na árvore
Corte na perna esquerda e escoriações no braço
direito
Sofreu agressão por arma de fogo
Perfuração do abdômen
5. Informar o local de ocorrência do acidente ou violência, de acordo com os códigos abaixo. Deve-
se levar em consideração o local, mesmo que o verbo indique atividade (Exemplo: Trabalhando =
no trabalho). Em situações de donas-de-casa acidentando-se durante tarefa dentro de sua própria
residência, considerar no domicílio. Em casos de domésticas trabalhando em outra residência que
não a sua, considerar no trabalho. Pessoas que realizam algum tipo de trabalho com fins
lucrativos dentro de sua residência, como costureiras ou cozinheiras, e que no momento do
acidente/violência estavam em suas casas realizando esta atividade, considerar a alternativa no
trabalho.
213
1- No domicílio;
2- No trabalho;
3- Na rua, indo ou vindo do trabalho;
4- Na rua;
5- Na escola;
6- Praticando esportes;
7- Outros: especificar em qual local ocorreu o acidente e/ou violência;
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
6. Informar o que fez em relação a este problema. Utilizar o código correspondente à conduta
adotada nos últimos 12 meses. Caso o entrevistado tenha adotado mais de uma conduta, anotá-las
conforme a ordem cronológica dos acontecimentos.
1- Procurou serviço médico;
2- Procurou serviço de outros profissionais (dentista, psicólogo, fisiterapeuta, etc.);
3- Medicação com prescrição médica;
4- Auto-medicação com remédio caseiro;
5- Auto-medicação com remédio de farmácia;
6- Orientação religiosa;
7- Outros agentes de prática alternativas (acupuntura, massagens);
8- Farmacêutico ou balconista de farmácia;
9- Hospitalização e/ou cirurgia;
10- Nenhuma;
11- Outra (preencher nominalmente quando for o caso).
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
7. Informar se houve alguma limitação em decorrência a este acidente e/ou violência. Utilizar o
código correspondente à limitação nos últimos 12 meses. Em caso de mais de uma limitação,
anotá-las conforme a ordem cronológica dos acontecimentos.
1- Hospitalização;
2- Acamado em casa;
3- Ausência total ou parcial no trabalho ou escola;
4- Limitação ou redução de atividades cotidianas;
5- Nenhuma limitação.
6- Outra (preencher nominalmente quando for o caso);
77- Não respondeu
88- Não sabe
214
U 5 - Perguntar se alguém da família tem algum dos problemas que constam no quadro. Questionar
um a um. Informar no primeiro campo o número de moradores e no segundo, os nomes das pessoas
que apresentam o referido problema.
U 6- Preencher este quadro somente se algum morador apresentou algum dos problemas de saúde
citados no quadro U 5. Perguntar se o morador que apresenta a doença faz algum tratamento. Caso a
resposta seja Sim, perguntar qual o tratamento utilizado pelo entrevistado (utilizar o código
correspondente, conforme a legenda). Na pergunta 5, registrar Sim se o tratamento utilizado está sendo
eficaz para controlar a doença, ou seja, manter a doença dentro de níveis considerados normais ou
aceitáveis (Exemplo: A Pressão arterial se mantém em níveis < 130/ <85 mmHg; Glicemia entre 60 e
100 mg/dl). Registrar Não, se mesmo com o tratamento a doença permanece fora dos níveis
considerados normais ou aceitáveis.
1- Dieta modificada (sem sal, sem gordura, sem ácidos, etc);
2- Regime para perder ou manter peso;
3- Atividade física;
4- Toma medicação de rotina (controlada);
5- Toma medicação quando o problema piora (descontrola);
6- Faz fisioterapia;
7- Outro (preencher nominalmente quando for o caso);
77- Não respondeu/recusa;
88- Não sabe.
U 7- Perguntar se nos últimos 15 dias alguém da família utilizou algum serviço de saúde. Se Sim,
preencher o Quadro de uso de serviços de saúde. Se Não encerrar este módulo.
Para cada morador, registre:
1. O n° de ordem correspondente conforme o número que lhe foi dado na lista de moradores;
2. O nome (sem sobrenome).
3. Registrar o motivo que levou a procurar o serviço. Anotar a doença (faringite, pneumonia, etc.),
sintoma (febre, dor na perna, etc.) ou outro motivo. Considerar como serviços de saúde, todo
serviço público ou privado cujo fim explicito é preservar ou restaurar a saúde da população através
do exercício legitimado da medicina, odontologia, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia,
nutrição, etc. Lembrar que a questão não se restringe a consulta médica. Deve ser preenchida uma
linha para cada uso ou procura de serviço de saúde ocorrido nos últimos 15 dias.
4. Anotar o serviço de saúde procurado de acordo com o código abaixo:
1- Unidade básica de saúde (PSF, centro de saúde)
2- Consultório
3- Ambulatório
4- Pronto socorro/emergência
215
5- Hospital
6- Outro (preencher nominalmente quando for o caso)
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
5. Anotar o município que se localiza o serviço de saúde utilizado.
6. Em relação ao tipo de serviço, utlizar o código correspondente:
1- Sistema Único de Saúde (SUS)
2- Particular/privado
3- Serviço próprio de empresa
4- Sindicatos, associações de categorias
5- Outro (preencher nominalmente quando for o caso)
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
7. Anotar o tipo de atendimento:
1- Consulta médica
2- Procedimento odontológico
3- Encaminhamento para outro serviço
4- Outros procedimentos (preencher nominalmente quando for o caso). Ex: vacinação, consulta de
enfermagem, atividades de grupo, pequenas intervenções cirúrgicas, fisioterapia, psicoterapia,
fonoaudiologia, tratamentos (inalações, radioterapia, quimioterapia, etc.), exames diagnósticos,
curativos etc.
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
8. Informar a razão que levou a procura deste serviço (Ex: proximidade da casa, bom atendimento,
etc.).
9. Em relação a avaliação do atendimento, utilizar o código correspondente:
1- Ótimo;
2- Bom;
3- Regular;
4- Péssimo;
77- Não respondeu;
88- Não sabe.
216
V INFORMAÇÕES SOBRE CONSUMO ALIMENTAR
Entrevistador: Neste módulo todas as informações serão respondidas por todos os moradores do
domicílio (sub-amostra).
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado .
Para crianças com idade igual ou inferior a 12 anos, este módulo deverá ser respondido pelo
responsável, na presença da criança/adolescente.
No caso de discordância de informações entre o responsável e a criança/adolescente,
considerar a alternativa de consenso entre ambos.
Entrevistado (a): nome da pessoa cujas informações estão sendo levantadas/investigadas.
Responsável: nome da pessoa que está fornecendo as informações, no caso de crianças/adolescentes
com idade igual ou inferior a 12 anos.
V 5 Assinalar em cada uma das refeições citadas, a freqüência informada (todos os dias/3 a 6 vezes
na semana/1 a 2 vezes na semana/nunca ou quase nunca).
As questões V 6, V 7 e V 8, devem ser respondidas apenas pelos moradores com idade inferior a
20 anos. Nas questões V 7 e V 8, considerar que o lanche corresponde ao jantar. Para moradores
com idade igual ou superior a 20 anos, PULE PARA A QUESTÃO V 9.
V 6 Registrar o número de vezes informado. Assinalar não se aplica em caso de NÃO fazer essa
refeição. Se não fizer essa refeição com a família, registrar como zero vezes/semana.
V 7 Registrar o número de vezes informado. Assinalar não se aplica em caso de NÃO fazer essa
refeição. Se não fizer essa refeição com pai, mãe ou responsável, registrar como zero vezes/semana.
Importante: Considerar somente quando os pais/responsáveis se sentam à mesa com a
criança/adolescente. Se eles estão no domicílio, mas fazem outras atividades neste momento, não deve
ser considerado em companhia dos pais/responsáveis.
V 8 Registrar o número de vezes informado. Assinalar não se aplica em caso de NÃO fazer essa
refeição. Se não fizer essa refeição com os amigos, registrar como zero vezes/semana.
V 9 Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, pular para a questão V 11.
V 10 – Assinalar a resposta informada. No caso de resposta “Outro. Qual?” preencher nominalmente.
V 11 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, pular para a questão V 13.
V 12 - Assinalar a resposta informada. No caso de resposta “Outro. Qual?” preencher nominalmente.
V 13 - Assinalar a resposta informada. Caso a resposta seja Sim, pular para a questão V 15.
V 14 – Assinalar a resposta informada. No caso de resposta “Outro. Qual?” preencher nominalmente.
217
V 15 Assinalar a resposta informada. No caso de resposta Sim registrar, nominalmente, o nome do
complexo vitamínico ou mineral.
Entende-se por “complexo vitamínico ou mineral” qualquer medicamento que tenha um
tipo ou mais de vitaminas e/ou minerais em sua composição.
V 16 Assinalar a resposta informada.
V 17 Assinalar a resposta informada. Quando o entrevistador não adiciona sal à salada porque ela já
vem temperada, assinalar o item correspondente.
V 18 Assinalar a resposta informada.
V 19 Assinalar a resposta informada.
V 20 Assinalar a resposta informada.
A questão V 21 deve ser respondida apenas pelos moradores com idade ≥ 20 anos.
V 21 Assinalar a resposta informada, de acordo com os locais citados para o entrevistado. Quando
houver empate, pode-se assinalar duas respostas.
218
V 22 QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA ALIMENTAR
V 22 - Assinalar o consumo de alimentos, na última semana, de acordo com as freqüências citadas
(todos os dias/uma a três vezes na semana/quatro a seis vezes na semana/não comeu/bebeu/
observações).
Observações:
Item V 22d Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações
(integral/desnatado/semi-desnatado);
Item V 22e Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações
(normal/light/diet);
Item V 22g Denomina-se “verduras” aquelas que apresentam como partes comestíveis
as folhas, as flores, os botões ou as hastes, por exemplo: espinafre, acelga, alface,
agrião, brócolis, etc;
Item V 22h Denomina-se “legumes” aqueles que apresentam como partes comestíveis
os frutos, as sementes ou as partes que se desenvolvem na terra, como abobrinha,
berinjela, cenoura, tomate;
Item V 22j - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações
(normal/light/diet);
Item V 22l - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações (sem
pele/com pele/sem gordura/com gordura);
Item V 22p - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações
(normal/light/diet);
Item V 22q - Além da freqüência semanal, assinalar também suas especificações
(normal/light).
219
V 23 - RECORDATÓRIO DE 24 HORAS
Registrar o sexo e a data de nascimento do entrevistado;
Registrar a data da avaliação e o dia da semana em que está sendo feito o recordatório
de 24 horas.
Anotar os alimentos e/ou preparações (ingredientes) consumidos, a quantidade de sal, óleo e
açúcar utilizada em cada preparação, as marcas comerciais, tipos de utensílios e o método de
cocção/preparação.
Para facilitar a identificação das medidas caseiras, utilizar o REGISTRO FOTOGRÁFICO
PARA INQUÉRITOS DIETÉTICOS.
Como fazer o recordatório de 24 horas:
Registrar o local e horário das refeições.
Iniciar pela primeira refeição do dia anterior a entrevista, perguntando sobre todos os
alimentos consumidos. Registrar cuidadosamente o nome do alimento, procurando especificá-
lo o máximo possível (ex. leite em pó ou longa vida). Não esquecer das quantidades
consumidas, utilizando as medidas caseiras.
No caso de alimentos como frutas, pães, biscoitos e ovos, perguntar quantas unidades foram
consumidas e o tamanho das mesmas. Exemplo: 1 fatia de pão de forma light marca Pullman,
1 pão francês, 1 pão de queijo G, 1 banana- nanica P, 1 biscoito recheado sabor chocolate
marca Marilan, etc.
Se possível, registrar a marca comercial e a variedade dos alimentos (p. ex., barra de cereal de
morango com iogurte da marca União, banana-nanica, banana-prata ou banana- maçã).
No caso específico de alimentos compostos (p. ex., café com leite, mingaus, mamadeiras,
vitaminas, sopas, saladas), perguntar quais os ingredientes da preparação, as quantidades e as
medidas utilizadas na composição.
Exemplo: mamadeira
Leite integral tipo C 150 mL
Açúcar 1 colher de sopa rasa
Mucilon de arroz 1 colher de sopa cheia
Para alimentos como carnes (porco, frango, peixe, boi) utilizar unidades como: fatia (pequena,
média, grande), pedaço (pequeno,médio, grande), posta (pequena, média, grande). Em casos de
carnes moídas ou desfiadas, registrar a quantidade em colheres de sopa ou de servir.
Registrar se a preparação da carne foi frita, cozida, assada, à milanesa ou grelhada.
220
No caso de verduras e legumes, perguntar os ingredientes da salada.
Exemplo: salada de alface com tomate, pepino e cebola.
Alface 5 folhas M
Tomate 4 rodelas G
Pepino 5 fatias finas
Cebola 2 rodelas finas
Azeite 1 fio
Sal 1 pitada
Para os legumes (cenoura, abobrinha, berinjela, etc.), registrar em colheres de sopa ou de
servir e pergunte o tipo de preparação: cozidos, refogados, assados ou fritos.
Para preparações habituais, como arroz, feijão e macarrão, utilizar as medidas caseiras de
referência (colher de sopa, colher de servir, concha, pegador de macarrão).
Não faça perguntas tendenciosas. Exemplos: Você tomou cada manhã? Você come
pouco?
Após o término do Recordatório de 24 horas certificar-se com o entrevistado/responsável:
Sobre o consumo de algum alimento ou preparação entre as refeições, não mencionado
anteriormente.
Se foi ingerida alguma bebida e/ou sobremesa.
221
Exemplo de preenchimento de um recordatório de 24 horas.
V 23c. Sexo do entrevistado:
1 Masculino 2 Feminino V 23d. Data de nascimento:___/____/___
ATENÇÃO: PERGUNTAR AO ENTREVISTADO/RESPONSÁVEL TODOS OS ALIMENTOS CONSUMIDOS NO DIA
ANTERIOR A CONSULTA, IDENTIFICANDO AS MEDIDAS CASEIRAS E TODOS OS DETALHES REFERENTES AOS
ALIMENTOS OFERECIDOS.
Entrevistador: Anotar os alimentos e/ou preparações (ingredientes) consumidos, a quantidade de sal, óleo e açúcar
utilizada em cada preparação, as marcas comerciais, tipos de utensílios e o método de cocção/preparação.
Data da avaliação: ____/____/_____
Dia da semana: Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
Você pode, por favor, me dizer tudo o que comeu ou bebeu ontem, o dia todo, começando pelo primeiro
alimento ou bebida consumido.
1) HORÁRIO/
LOCAL
2) ALIMENTOS E/OU PREPARAÇÕES
3) QUANTIDADE
(Medidas Caseiras / gramas ou ml)
07:00 - casa
Leite LONGA VIDA INTEGRAL
1 copo americano cheio
Aveia
1 colher de sopa rasa
Açúcar
1 colher de chá cheia
Biscoito maisena MARILAN
3 unidades
09:30 - trabalho
Danette de chocolate - DANONE
1 unidade de 110g
10:30 - trabalho
Biscoito recheado de chocolate PASSATEMPO - NESTLÉ
2 unidades
12:10 - casa
Arroz
2 colheres de sopa rasa
Feijão PRETO
1 concha média
Frango COZIDO SEM PELE
1 coxa pequena
Batata COZIDA
½ unidade média
Alface
2 folhas
Tomate
4 rodelas grandes
Azeite
1 colher de chá cheia
SEM SAL DE ADIÇÃO
Refrigerante guaraná NORMAL ANTARTICA
1 copo de requeijão cheio
15:30 - casa
Leite em pó SEMI-DESNATADO
2 colheres de sopa cheia
Achocolado em pó NESCAU
1 colher de sobremesa rasa
Pão francês
½ unidade
Margarina LIGHT QUALY
2 pontas de faca
Queijo MUSSARELA
1 fatia fina
19:20 - casa
Macarrão INTEGRAL
2 pegadores
Carne moída EM MOLHO
2 colheres de sopa rasa
Refresco de uva (PÓ) DIET
1 copo americano
Sem açúcar de adição
Bombom SONHO DE VALSA
1 unidade
222
ATENÇÃO:
1- LEITE
Integral: tipo C e longa Vida
Desnatado
Semi desnatado
Em pó (quantidade em pó): integral/desnatado/
semi-desnatado
2- IOGURTE
Normal
Diet
Fibras
Quantidade (g): 45, 65-80, 100-120, 170-180
3- QUEIJO
Branco/Frescal: integral e light
Mussarela
Prato
Parmesão
Polenguinho
E outros
4- SALADA
com óleo/azeite qtd
sem óleo/azeite
com sal - qtd
sem sal de adição
já temperada c/ sal e/ou azeite e/ou limão ou outros
5- PÃO
Francês
Forma: Integral, light, fibras, cenoura, etc
Cachorro-quente
Hambúrguer
Caseiro: sal, doce, cuca
6- SUCO
Natural
Polpa
Industrializado:
Concentrado/xarope (Maguary, Da Fruta)
Longa Vida (Del Valle, Adds) = normal e light
Pó: normal e light
Açúcar/adoçante/sem açúcar
7- REFRIGERANTE
Normal
Diet/light/caloria zero
8- CARNE
Vaca e Porco: com e sem gordura, especificar o
tipo (costela, rabada, etc.)
Frango: com e sem pele, especificar o pedaço
(coxa, peito, etc.)
Peixe: com e sem couro
9- CAFÉ
Açúcar
Adoçante
Sem açúcar
10- REQUEIJÃO
Normal
Light
11- LEGUMES
cozidos/vapor
refogados
crus
12- MANTEIGA/MARGARINA/CREME VEGETAL
normal/light
com sal/sem sal
13- MAIONESE
Normal/light/sem colesterol
14- BISCOITO/BOLACHA
Recheado
Cream cracker
Waffer
Coco/chocolate
Amanteigados
15- BOLO/TORTA
Sabor
Recheado
Cobertura
16- MARCA
achocolatado
biscoito/bolacha
chocolate/bombom
iogurte
margarina/creme vegetal
sorvete/picolé
sucos
17- BATATA FRITA
Palha
Palito
Chips
18- PREPARAÇÕES : detalhar (ex: arroz de forno;
salada; maionese
Registrar as preparações não usuais arroz/macarrão
integral, feijão branco e preto
223
COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS
INSTRUÇÕES PARA COLETA DE ALIMENTOS
1 Após a dona da casa compor o prato da refeição com todas as preparações, de acordo com uma
MÉDIA da família, transferir todo o conteúdo para um saco plástico estéril, com auxílio de uma colher
estéril, evitando falar ou respirar sobre as amostras. Caso seja necessário, utilize 2 sacos plásticos para
acomodar a refeiçao.
2 Lacrar ou fechar o saco plástico e colocar a etiqueta.
3 - Acondicionar as amostras em um isopor contendo gelo reciclável.
OBS.: As amostras não deverão encostar nos sacos contendo o gelo.
4 Encaminhar as amostras para o laboratório de microbiologia de alimentos.
OBS.: O tempo máximo para o encaminhamento das amostras é de 24 horas, desde que as amostras
sejam mantidas sob refrigeração (4 a 6ºC).
Dados da etiqueta:
Nome:
Endereço:
Hora da coleta:
Data da coleta:
224
ANTROPOMETRIA
Instruções gerais:
Para crianças, adolescentes, adultos e idosos
Para todas as medidas, pedir à pessoa que fique com o mínimo de roupa possível (roupas leves) e
sem sapatos. A pessoa deverá estar também, sem qualquer penteado ou adorno na cabeça (rabo de
cavalo, coque, boné, arco, etc) e sem acessórios como celular e pochetes.
ATENÇÃO: Caso as medidas de estatura, circunferência da cintura e quadril apresentem
diferença maior que 5 centímetros entre a medida e a medida, desconsiderar ambas as
medidas e reiniciar o processo de tomada das medidas.
Para crianças menores de 24 meses.
As medidas antropométricas de crianças nessa faixa etária serão realizadas nas Unidades de Saúde,
conforme cronograma determinado pela supervisão de pesquisa.
A balança do tipo “pediátrica” que será utilizada nesta pesquisa é o equipamento apropriado para
crianças menores de 2 anos. Antes de sua utilização, certificar-se de que esteja apoiada sobre uma
superfície plana, lisa e firme. Forre o prato com uma proteção (papel descartável) antes de calibrar a
balança para evitar erros na pesagem.
As crianças menores de 2 anos devem ser pesadas e medidas na presença da mãe ou do
responsável, pois estes devem auxiliar na retirada da vestimenta e na aferição da medida.
As crianças deverão estar completamente sem roupa, sem chupeta e com a cabeça livre de
adereços (lembre-se que uma fralda molhada pode representar até 20% do peso de uma criança).
Serão realizadas as seguintes medidas, de acordo com as faixas etárias:
- 6 a 24 meses: Peso e Comprimento;
- 2 a 9 anos: Peso e Estatura.
- Maior ou igual a 10 anos: Peso, Estatura, Bioimpedância, Circunferência da Cintura e
do Quadril.
225
Ficha de Antropometria:
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que estará sendo avaliado.
1 - Assinalar quanto à realização da antropometria. Caso seja Recusada ou Não se aplica, encerrar
este MÓDULO.
2 - Registrar a data de realização da antropometria, seguindo o formato 10/06/07 (10 de junho de
2007).
3 - Registrar o peso do entrevistado em quilogramas (kg).
4 - Registrar o comprimento/estatura do entrevistado em centímetros (cm). Realizar duas medidas e
registrar a média das mesmas (cm).
5 - Registrar o percentual de gordura e percentual total de água do entrevistado, para maiores de 10
anos de idade.
6 - Registrar a medida da circunferência da cintura do entrevistado em centímetros (cm). Realizar duas
medidas e registrar a média das mesmas (cm), para maiores de 10 anos de idade.
7 - Registrar a medida da circunferência do quadril do entrevistado em centímetros (cm). Realizar duas
medidas e registrar a média das mesmas (cm), para maiores de 10 anos de idade.
226
Instruções para a realização das medidas:
Para crianças menores de 24 meses
a) Peso
1) A balança deve estar ligada antes da criança ser
colocada sobre a mesma. Esperar que a balança
chegue ao zero.
2) Despir a criança com o auxílio da mãe/
responsável.
3) Colocar a criança despida no centro do prato da
balança, sentada ou deitada, de modo que o peso fique
distribuído. Manter a criança parada (o máximo
possível) nessa posição.
Orientar a mãe/responsável a manter-se próximo, sem
tocar na criança e no equipamento.
4) Aguardar que o valor do peso esteja fixado no visor
e realizar a leitura.
5) Anotar o peso, imediatamente, na Ficha de
Antropometria. Retirar a criança.
227
Para crianças (2 a 9 anos), adolescentes, adultos e idosos
a) Estatura
1) A estatura será medida duas vezes;
2) Escolher, na casa, uma parede ou portal sem rodapé. Fixar o estadiômetro com fita adesiva.
3) A pessoa deverá ser colocada ereta, com a coluna vertebral e calcanhares encostados na parede ou
portal, joelhos esticados, pés juntos e braços estendidos ao longo do corpo;
4) A cabeça deverá estar erguida, com os olhos mirando um plano horizontal à frente, de acordo com o
plano de Frankfört;
5) Peça à pessoa que inspire profundamente e prenda a respiração por alguns segundos;
6) Neste momento, desça o estadiômetro até que este encoste na cabeça da pessoa, com pressão
suficiente para comprimir o cabelo. Realizar a leitura da estatura sem soltar o estadiômetro. Registre o
valor mostrado no visor, imediatamente.
7) Repetir todo o procedimento a partir do item 3 para a 2ª aferição.
Caso as medidas apresentem diferença maior que 5 centímetros, desconsiderá-las e reiniciar o
processo de tomada das medidas.
b) Peso, Percentual de Gordura e Percentual Total de Água no Organismo
1) Coloque as pilhas na parte inferior da balança;
2) Pressione o botão SET para ativar o aparelho;
3) Pressione o botão SET novamente para a entrada dos dados pessoais;
228
4) Utilize os botões de seta para cima (▲) ou para baixo (▼) para especificar a idade. Pressione o
botão SET para confirmar;
5) Utilize os botões de seta para cima (▲) ou para baixo (▼) para selecionar HOMEM ou MULHER.
Pressione o botão SET para confirmar;
6) Utilize os botões de seta para cima (▲) ou para baixo (▼) para especificar a altura. A altura deverá
ser aproximada para valores inteiros, considerando arredondamento para cima para valores apartir de
0,5 e para baixo para valores abaixo de 0,5. Por exemplo: altura = 146,5 cm, arredondar para 147 cm;
altura = 146,4 cm, arredondar para 146 cm. Pressione o botão SET para confirmar;
7) O aparelho emitirá beep duas vezes e o mostrador iluminará todos os dados três vezes para
confirmar a programação. Após então, o aparelho desligar-se-á automaticamente;
8) Para ligar a unidade, pressione o botão de seta para cima (▲). Em seguida, pressione o botão SET
para confirmar. O aparelho mostrará, novamente, os dados programados (idade, sexo e altura);
9) O aparelho emitirá um beep e o visor mostrará “0.0”. Solicite à pessoa que suba na balança com o
corpo ereto e a cabeça erguida, com o peso distribuído igualmente nos dois pés, ocupando a parte
prateada da balança, permanecendo imóvel, com os braços estendidos ao longo do corpo;
10) O peso será mostrado primeiro. Oriente ao indivíduo, que permaneça na plataforma;
11) Aparecerá “ooooo” no visor e desaparecerá dígito por dígito da direita para a esquerda. As leituras
serão mostradas alternadamente 3 vezes como segue:
Peso Percentual de gordura no organismo Percentual total de água no organismo
12) Anote imediamente os valores observados;
13) Oriente o indivíduo para que não saia da balança até que “ooooo” desapareça.
73.1kg
21.7%
51.0%
229
c) Circunferência da Cintura
1) Solicite à pessoa que fique em pé, mantenha os
pés separados numa distância de 25 a 30 cm, os
braços estendidos e levemente afastados do corpo
e o abdômen relaxado;
2) Posicione-se de frente para a pessoa e localize a
menor curvatura abdominal (cintura). Caso haja
dificuldade em localizar a menor curvatura,
localizar o ponto médio entre as costelas e o osso
do quadril. Aperte o botão central da fita e passe-a
por trás do entrevistado ao redor desta curvatura
(cintura). O antropometrista deverá se colocar
lateralmente para medir a circunferência.
3) Verifique se a fita está bem posicionada, ou seja, se ela está no mesmo nível em todas as partes da
curvatura (cintura). A fita não deverá ficar folgada e nem apertada.
4) Pedir a pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. A medida deve ser feita neste
momento, antes que a pessoa inspire novamente.
5) Realize a leitura no 0,1 cm mais próximo onde o valor da medida cruza a marca ZERO. Registre o
valor obtido, imediatamente.
6) Repetir todo o procedimento para a 2ª aferição.
Caso as medidas apresentem diferença maior que 5 centímetros, desconsiderá-las e reiniciar o
processo de tomada das medidas.
230
d) Circunferência do Quadril
1) Solicite à pessoa que permaneça em pé, ereta, com os braços levemente afastados do corpo e com
os pés juntos. Os glúteos devem estar relaxados e não contraídos.
2) O antropometrista deverá ficar de joelhos, de forma a ter uma visão lateral e ampla da região das
nádegas. A fita antropométrica deverá ser colocada ao redor do quadril na área de maior diâmetro, ou
seja, ao nível mais protuberante dos músculos glúteos. O antropometrista deverá permanecer
lateralmente para medir a circunferência.
Caso as medidas apresentem diferença maior que 5 centímetros, desconside-las e reiniciar o
processo de tomada das medidas.
3) Deve-se verificar se a fita está no mesmo nível
em todas as partes, de modo que não esteja nem
folgada, nem apertada.
4) Registrar imediatamente o valor observado em
centímetros.
5) Repetir todo o procedimento para a 2ª aferição.
231
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Registrar o número de ordem e o nome do entrevistado que estará sendo avaliado.
1 - Assinalar quanto à realização da aferição da pressão arterial. Caso seja Recusada ou Não se
aplica, encerrar este MÓDULO.
2 - Registrar a data de realização da aferição da pressão arterial, seguindo o formato 10/06/07 (10 de
junho de 2007).
3 - Realizar e registrar três aferições da pressão arterial (mmHg). Fazer a média das duas últimas
medidas e registrá-la.
Instruções sobre o equipamento:
Será utilizado o aparelho semi-automático da MARCA OMRON HEM 711AC para aferição da
pressão arterial.
Cuidados com aparelho de tipo semiautomático:
1. Ajustar as pilhas e, de preferência, ter algumas de reserva;
2. Conectar o manguito ao aparelho;
3. Apertar o botão “ON/OFFe aguardar aparecer o “zero”;
4. Depois de adaptar o manguito ao braço do entrevistado, inicia-se a medição, apertando-se o
botão “START”;
5. Após alguns segundos será mostrado o valor da pressão arterial.
Instruções sobre a aferição da pressão arterial:
A medida da pressão arterial deve ser realizada na posição sentada, de acordo com os seguintes
critérios:
Explicar o procedimento ao entrevistado;
Certificar-se de que o entrevistado: não está com a bexiga cheia, não praticou exercícios
físicos e, não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da
medida;
Deixar o entrevistado descansar por 5 minutos em ambiente calmo, com temperatura
agradável;
Remover do braço qualquer peça de roupa que esteja apertando;
232
O entrevistado deverá sentar-se com o dorso recostado em uma cadeira, pés totalmente
apoiados no chão e pernas descruzadas;
Colocar o braço em cima de uma mesa e posicioná-lo na altura do coração, com a palma da
mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido;
Solicitar para que não fale durante a medida;
Medir a circunferência do braço do paciente;
Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço. A largura do manguito a ser
utilizado estará na dependência da circunferência do braço do entrevistado.
INFANTIL: 18 a 23 cm
MÉDIO: 22 a 32 cm
OBESO: 33 a 43 cm
Colocar o manguito e certificar que a parte inferior da braçadeira esteja aproximadamente
uma polegada acima do cotovelo e que o marcador verde da braçadeira esteja acima da
artéria braquial.
Puxar a borda da braçadeira para que toda ela esteja uniformemente apertada em volta de seu
braço e pressionar o velcro firmemente contra a lateral da braçadeira;
Pressionar o botão Ligar/Desligar;
Após a aparição do símbolo do coração ( ) e do “0” (zero) no painel digital, pressionar o
botão START para começar. Solicitar ao entrevistado que permaneça imóvel até que se
complete a medição;
Quando a medição terminar, o painel digital mostra a pressão sanguínea e o pulso;
automaticamente a braçadeira se esvaziará;
Ler em voz alta, o valor das pressões sistólica e diastólica e registrar, imediatamente, os
valores observados;
O entrevistado deve ser informado sobre os valores da pressão arterial e sua classificação,
de acordo com a tabela abaixo e a possível necessidade de confirmação na Unidade de
Saúde.
233
Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no domicílio ( > 18 anos)
Classificação
Pressão sistólica (mmHg)
Pressão diastólica (mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130 - 139
85 89
Hipertensão estágio 1
140 - 159
90 99
Hipertensão estágio 2
160 - 179
100 - 109
Hipertensão estágio 3
≥ 180
≥110
Hipertensão sistólica isolada
≥ 140
< 90
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
OBS: Quando as pressões sistólica e diastólica de um indivíduo situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser
utilizada para classificação da pressão arterial.
Devem ser realizadas três aferições da pressão arterial (por exemplo: no início da entrevista, no
meio e ao final da mesma) com intervalo mínimo de 3 minutos entre cada uma. Para fins de análise,
deve-se considerar a média das últimas 2 medidas da pressão arterial, desde que não haja uma
diferença maior que 4 mmHg entre as mesmas (a primeira medida deve ser sempre descartada). Caso
ocorram diferenças maiores que 4 mmHg entre as medidas, estas deverão ser repetidas até que a
diferença entre elas seja menor ou igual a 4mmHg, utilizando-se a média das duas últimas medidas
como a pressão arterial do indivíduo.
234
ANEXO 3
235
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Projeto: SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO
RESIDENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR 163
Pesquisadores e instituições envolvidas: Profª Lenir Vaz Guimarães
ISC/UFMT e Profª Maria Aparecida de Lima
Lopes – FANUT/UFMT / Contato: (65) 3615-8898/ 3615-8883
Objetivo principal: Analisar as condições de alimentação e nutrição da
população residente nos municípios da área de influência da BR 163.
Procedimentos: O presente estudo consistirá de um levantamento de peso,
estatura, bioimpedância, circunferência do quadril e da cintura e a aferição da
pressão arterial de todos os indivíduos da família. Serão levantadas informações
sobre condições socioeconômicas, demográficas, ambientais, de estilo de vida,
morbidade referida e consumo de alimentos da família. Os dados serão coletados
por auxiliares de pesquisa, no próprio domicílio das famílias selecionadas. Serão
coletadas amostras de alimentos prontos para o consumo para avaliação das
condições de conservação. As informações obtidas serão confidenciais sendo
analisadas em consolidados.
Possíveis riscos e desconforto: Os participantes da pesquisa não sofrerão
nenhum tipo de risco à saúde, sendo apenas submetidos à medidas de peso,
estatura, bioimpedância, circunferência do quadril e da cintura, aferição da
pressão arterial e entrevista. Todos os procedimentos serão esclarecidos e
realizados por entrevistadores treinados.
Benefícios previstos: Será fornecida à família avaliação do estado nutricional de
cada um dos membros. Os resultados obtidos serão utilizados em ações de
alimentação e nutrição dos municípios da área de influência da BR163.
Em caso de dúvidas entre em contato: Instituto de Saúde Coletiva – UFMT (65) 3615-8898/8883
Av. Fernando Corrêa S/N, Coxipó, Cuiabá-MT, CEP 78.060-900
...............................................................................................................................
....
Eu, ............................................................................................ fui informado (a)
dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos acima.
Entendo que terei garantia de confidencialidade, ou seja, que apenas dados consolidados serão divulgados e que ninguém além dos
pesquisadores terá acesso aos nomes dos participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber informações
adicionais sobre o estudo a qualquer momento, mantendo contato com o pesquisador principal. Fui informado ainda, que a minha
participação é voluntária e que se eu preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer momento, isso NÃO me
acarretará qualquer tipo de penalidade.
Compreendendo tudo o que me foi explicado sobre o estudo, concordo em participar do mesmo.
Assinatura do participante: ___________________________________________________________
Assinatura do pesquisador principal:
Profª Drª. LENIR VAZ GUIMARÃES _____________________________________________________
____________________________________, _____ de ______________de 200___
236
ANEXO 5
PESQUISA: SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO
RESIDENTE NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA BR 163.
Carta de Apresentação
Estamos no momento realizando uma pesquisa em
(município)_______________________________, com o objetivo de conhecer as
condições de alimentação e nutrição das famílias residentes nos municípios da
área de influência da BR163.
Vossa Senhoria foi selecionado (a) para ser entrevistado e fornecer as
informações necessárias para este levantamento.
O entrevistador (a) _____________________________________,
portador (a) da Careira de Identidade nº __________________________, faz
parte da equipe que trabalha na coleta de dados do pesquisa que é coordenada
pela Profª Lenir Vaz Guimarães (pesquisadora responsável) do Instituto de
Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso.
Solicitamos a sua colaboração, assegurando que os dados de
identificação são sigilosos.
Qualquer esclarecimento sobre a pesquisa em desenvolvimento,
poderá ser obtido através dos telefones (65) 615-8898/8883, Departamento de
Saúde Coletiva – ISC-UFMT.
Cuiabá-MT.......................de................................de 2007
Responsável pelo Projeto
Profª Lenir Vaz Guimarães
Departamento de Saúde Coletiva- ISC-UFMT
Endereço:
Instituto de Saúde Coletiva- UFMT CCBS III
Av Fernando Corrêa S/N Coxipó - (065) 615-8889/8883
Cuiabá MT CEP 78.090-100
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Instituto de Saúde Coletiva
237
ANEXO 6
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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