
Dissertação de Mestrado | Programa de Engenharia de Produção - PEP/ UFRN Kléber Barros | Março 2009
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derives from their distinctive features, which can be utilitarian, aesthetic,
artistic, creative, culturally attached, decorative, functional, traditional,
religiously and socially symbolic and significant
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O Conselho Mundial do Artesanato define como artesanato toda atividade
produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com a utilização
de meios tradicionais, com habilidade, destreza, qualidade e criatividade. O artesanato
tradicional é, portanto, o conjunto de artefatos expressivos da cultura de um determinado
grupo, representativo de suas tradições e incorporado à sua vida cotidiana (SEBRAE, 2004).
Lima (2005, p. 14) afirma que, no mundo contemporâneo, existe uma enorme
gama de objetos que podem ser classificados como artesanato; no entanto, ressalta duas
condições importantes para essa classificação: primeiro, o fato de a produção ser
essencialmente manual; segundo, a liberdade do artesão para definir o ritmo da produção, a
matéria-prima, a tecnologia que irá empregar e a forma que pretende dar ao objeto, produto de
sua criação, de seu saber, de sua cultura.
Sobre o artesanato tradicional, Lima (op. cit.) ressalta que este tem como destaque
seu valor cultural, valor este que, em certos momentos, torna-se vantagem e em outros,
desvantagem, uma vez que vai exigir uma sensibilidade singular para lidar com essa produção
sem ferir valores, códigos de comportamento, saberes, etc., que detém o portador desse saber
– no caso, o artesão.
Leite (2005), por sua vez, conceitua artesanato tradicional numa perspectiva social
e antropológica ao relacionar o produtor e seu produto:
Chamamos aqui de artesanato tradicional aquele cuja inserção social no
contexto de sua produção se reflete no modo de vida de quem o produz.
Todo artesanato tem valor cultural, mas apenas alguns guardam a memória
de saberes tradicionais que se perpetuam e se renovam na arte de fazer.
Esses saberes condensam experiências coletivas e demarcam formas de
transmissão do conhecimento técnico e estético. Desse modo, pensar o
artesanato a partir da sua inserção social nos modos de vida de quem o
produz implica considerá-lo produto e processo. Essa dupla caracterização
nos indica que devemos pensar o produto artesanal não apenas em sua forma
final, mas igualmente como um processo que ultrapassa a mera produção de
mercadorias. Esse processo artesanal tem, no âmbito das relações entre
produto e produtor, uma dimensão social (que se reflete nos modos de vida
de quem os produz); uma dimensão pedagógica (que se materializa nos
saberes que se difundem e no conhecimento integral do saber-fazer); uma
dimensão simbólica (que se externaliza no produto como bem cultural); uma
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Produtos artesanais são aqueles produzidos por artesãos, feitos completamente à mão, ou com a ajuda de
ferramentas manuais ou de meios mecânicos uniformes, contanto que a contribuição manual direta do artesão
seja o componente mais substancial do produto. A natureza essencial dos produtos artesanais está nas suas
características distintas, que podem ser utilitárias, artísticas, criativas, funcionais, tradicionais, socialmente
simbólicas e significativas, somados à cultura e religiosidade.