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a fertilidade necessária sejam, o menos possível, montuosas”
135
. O mesmo artigo
ainda sentencia: “é da escolha das terras em boas situações que a colônia poderá
prosperar e, por conseguinte, dar excelentes resultados ao progresso industrial e
agrícola de que tanto necessita nossa terra”
136
.
Realizada a escolha das “boas terras e localidades” e, após demarcá-las,
iniciou-se a construção das casas provisórias para receber os imigrantes. A Colônia
Teresópolis voltava a ser notícia no jornal “O Argos” ao término da construção das
casas provisórias, ocasião em que não faltaram elogios ao novo empreendimento:
A localidade onde foram feitas as casas provisórias (...) encerra todas as condições
necessárias para estabelecimentos coloniais. As terras são boas, a comunicação é fácil e o
mercado para sua produção será esta mesma capital. Partindo do ponto em que se reúnem
os rios Cedro e Cubatão foram traçadas duas linhas seguindo o curso de cada um destes
rios. Em cada uma destas linhas estão as casas e os lotes que têm de ser distribuídos. (...)
Os caminhos que foram abertos prestam-se com pequeno trabalho ao trânsito de carros. Se
forem laboriosos os imigrantes que virão povoar esta colônia em pouco tempo ficarão
felizes
137
.
A fundação da colônia efetivou-se em 03 de junho de 1860
138
, com 91
imigrantes chegados dois dias antes a Desterro, provenientes do porto de Antuérpia,
a bordo do patacho belga “Meuse”
139
. Relatórios oficiais afirmam que a chegada dos
pioneiros imigrantes representaria para a província “novos elementos de trabalho e
de riqueza assentando-se destarte uma nova sociedade no meio das majestosas
matas que assoberbam nas margens daqueles rios”
140
. Eram católicos e luteranos
provenientes, em sua maioria, da região da Renânia e Vestfália
141
, enclaves
prussianos, transportados pela empresa de navegação Daniel Steinmann &
Companhia, de Antuérpia
142
. Para a direção da colônia foi nomeado um ex-oficial
austríaco Theodor Todeschini.
134
Jornal O Argos, Desterro, n. 542, de 12 de janeiro de 1860, p. 1.
135
Id.
136
Id.
137
Jornal O Argos, Desterro, n. 576, de 21 de abril de 1860, pp. 2 e 3.
138
SANTA CATARINA, Governo Provincial. Relatório apresentado pelo Presidente da Província de Santa
Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque, em 08 de março de 1861, à Assembléia Legislativa Provincial. S/l,
s/e, s/d, p. 9. Cf. também Jornal O Argos, Desterro, n. 675, de 19 de março de 1861, p. 1 e MATTOS, Jacinto
Antônio de. Op. cit. p. 71.
139
Jornal O Argos, Desterro, n. 589, de 05 de junho de 1860, p. 1.
140
Jornal O Argos, Desterro, n. 675, de 19 de março de 1861, p. 1. Cf. também SANTA CATARINA, Governo
Provincial. Relatório apresentado pelo Presidente da Província de Santa Catarina, Francisco Carlos de Araújo
Brusque, em 08 de março de 1861, à Assembléia Legislativa Provincial. S/l, s/e, s/d, p. 9.
141
Regiões de: Ahaus, Billerbeck, Bocholt, Coesfeld, Dülmen, Heek, Hilden, Horstmar, Legden, Metelen,
Ochtrup, Ottenstein, Schöppingen, Solinger, Stadtlohn, Südlohn, Wessun, Wüllen, Vreden, entre outras.
142
SANTA CATARINA, Governo Provincial. Relatório apresentado ao vice-presidente da Província de Santa
Catarina, Francisco José de Oliveira, pelo seu presidente Pedro Leitão da Cunha, em 19 de dezembro de 1863.
Desterro: Tipografia de J. A. do Livramento, 1863, p. 46. Segundo o jornal O Argos, n. 576, de 21/04/1860, pp.
2-3, o Governo Imperial contratou com a “casa expedidora” [Daniel] Steinmann & Companhia a introdução de mil