
Quanto aos arquivos e fontes que utilizei nesta dissertação, além das cartas
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,
das fotografias
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, do livro “Nobiliário Sul-riograndense” (genealogia das famílias
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Os trabalhos acadêmicos atuais que se utilizam de cartas como fontes e objeto de
investigação vêm crescendo pelo menos desde a última década não somente no âmbito da
História, mas também nas áreas da Educação e das Letras. Vejam-se: MIGNOT, Ana C;
BASTOS, Maria H; CUNHA, Maria T (Orgs.). Refúgios do eu: educação, história e escrita
autobiográfica. Florianópolis: Mulheres, 2000. GALVÃO, Walnice Nogueira e GOTLIB,
Nádia Battella. Prezado senhor, prezada senhora: estudos sobre cartas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000. BASTOS, Maria Helena Camara; CUNHA, Maria Teresa
Santos; MIGNOT, Ana Chystina Venâncio. (Orgs.). Destinos das Letras: história, educação e
escrita epistolar. Passo Fundo: UPF, 2002. No âmbito da história destacamos a importante
contribuição do Centro de Pesquisa e Documentação Histórica Contemporânea do Brasil
(CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas e o Arquivo Edgard Leuenroth da Universidade
Estadual de Campinas. O CPDOC em alusão a comemoração de seus 25 anos de existência
publicou em 1998 na Revista Estudos Históricos, número 21, o dossiê intitulado “Arquivos
Pessoais”. Os textos podem ser acessados no site: http://www.cpdoc.fgv.br. A partir,
aproximadamente deste período, ocorreu um enorme crescimento nas publicações de caráter
biográfico e autobiográfico que priorizam a utilização desta fonte e/ou objeto de pesquisa.
Destacamos, como foi referido anteriormente, a contribuição de Ângela de Castro Gomes ao
organizar a coletânea “Escrita de si, escrita da história” que reuniu uma série de diversificados
artigos sobre intelectuais, gênero e política resultante de parte de trabalhos concluídos ou em
andamento. GOMES, Ângela de Castro. (Org.). Escrita de si, escrita da história. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2004. Deste mesmo ano temos o livro organizado por Renato Lemos
intitulado “Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais” em que o organizador
propõe, de forma inédita, após expor um breve contexto, deixar à mercê dos remetentes -
famosos e anônimos - a tarefa de contar a história do Brasil. LEMOS, Renato (Org.). Bem
traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004.
Tendo como principal fonte as cartas apontamos também o trabalho de Roderick Barman que
estruturou seu estudo a partir da classificação das cartas de acordo com os ciclos de vida da
Princesa Isabel. BARMAN, Roderick. Princesa Isabel do Brasil: gênero e poder no século
XIX. São Paulo: Unesp, 2005. No artigo escrito para obtenção do título de especialista em
História do Brasil pela Universidade Federal de Pelotas discuti de maneira mais aprofundada
o uso das cartas como fonte e objeto de pesquisa. PAULA, Débora Clasen de. O desejo de
ritmar o escoamento do tempo: as correspondências como fonte e objeto da história. Pelotas:
UFPel, 2007. São inúmeros e, cada vez mais diversos, os estudos sobre as correspondências
que ganham espaço em simpósios e congressos nacionais como, por exemplo, o III Simpósio
Nacional de História Cultural realizado em Florianópolis de 18 a 22 setembro de 2006 com o
mini-simpósio: “A epistolografia em foco: os usos das correspondências pelos trabalhos
acadêmicos”. Além disso, são diversos os trabalhos que, a partir desta fonte compõem - como
não poderia deixar de ser - os simpósios temáticos sobre memórias, narrativas (auto)
biográficas e invenções de si presentes de maneira marcante nos Simpósios Nacionais de
História. O que não encontramos com tanta facilidade ao passar os olhos pelos cadernos de
resumos dos encontros gaúchos de história.
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A significativa e diversificada quantidade de fotografias existentes no acervo do Museu da Baronesa
passaram, durante o período no qual trabalhamos como bolsistas, por processo de limpeza e classificação sendo
armazenadas em pastas com identificação. As fotografias, pertencentes ao fundo criado para a família Antunes
Maciel, em sua maioria, encontram-se em bom estado de conservação e identificação sendo atualmente