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Não tem método que seja 100%, não tem, não existe de jeito nenhum. E
nesse método [“Método da Abelhinha”] há falhas também. Há falhas porque
na escola particular eu tinha quarenta alunos de manhã e quarenta e dois
alunos à tarde, então eu me sentia um pouco desestimulada, um pouco
assim de pés amarrados, porque fazer um bom trabalho com esse excesso
de crianças não dá. Na escola pública nós ainda tínhamos naquela época
vinte, vinte e cinco alunos no máximo, então já era melhor de trabalhar na
primeira série. Em média, na rede pública, eu tinha 70%, 80% e às vezes
até mais. (Rosângela Ilha, 27/04/2006).
Sempre tive 100% de aprovação até pelo fato de ser escola particular, os
pais são muito presentes e eu também fazia umas aulinhas de apoio para
aqueles que estavam com mais dificuldades, a gente chamava no horário
inverso. Mas, o que eu notava era a dificuldade das crianças que às vezes
começavam a ler depois das férias, ler com fluência, se libertar dos
cartazes. Até porque a gente fazia eles se fixarem nos cartazes. (Rose
Mary, 22/11/2006).
No Guia do Mestre e no Guia de Aplicação há, logo após a apresentação,
as vantagens do “Método da Abelhinha” para administradores, professores, alunos e
pais. Dentre elas destacam-se a facilidade na aplicação, os índices de aprovação, a
redução das dificuldades encontradas através do apoio permanente da “História da
Abelhinha”, dos cartazes e da graduação das dificuldades.
Confrontando essas informações com o depoimento das professoras,
podemos perceber que para Rosângela “a vantagem mais importante do método (...)
é o convívio com sons”; Neusa acrescenta, “a rapidez, a motivação pela história e a
riqueza de exercícios (...)”; e Gládys lembra “(...) a gente via sempre eles tão bem
entrosados, tinham motivação, tinham interesse no trabalho com o Método da
Abelhinha”. Contudo, duas professoras que ainda estão atuando e utilizando outras
metodologias para alfabetizar ressaltaram a sua opinião sobre as vantagens, para a
época, relacionando aos dias atuais:
Para te falar assim, na época, as vantagens eu não vejo agora, mas na
época eles aprendiam com mais rapidez, (...) porque tu vê, tinha a história
que fascinava eles, a abelhinha perdeu uma asinha, (...) acho que isso
fazia eles entrarem para dentro da história, acho que aquilo auxiliou muito,
colaborou muito para eles se incentivarem. (...) Eu acho que a história
ajudou muito a fazer eles fixarem as letras e ir adiante, depois com texto,
com tudo. (Rosimeri dos Anjos, 17/05/2006).
Sempre tem vantagens né?! O problema é que agora eu não consigo
retroceder. (...) Claro, faz tempo que eu não uso, já tenho assim outra
visão, mas eu não vejo vantagem nenhuma, com as nossas crianças
atualmente não teria como utilizar. Pela minha realidade, que eu tenho hoje
de sala de aula, que todos os dias eu estou levando texto novo, todo dia
música, todo dia trabalhinho. (Rose Mary, 22/11/2006).