
42
da sustentabilidade fiscal e de suas inter-relações com o endividamento externo
(TDs 127, 141, 150 e 254).
As sucessivas tentativas frustradas de estabilização estimularam trabalhos so-
bre os mecanismos de indexação e as fórmulas de desindexação (TDs 133, 138,
158 e 160) de preços, salários, impostos e gastos públicos. Outras questões cruciais
para a política monetária eram a endogeneidade dos agregados monetários e a
instabilidade da demanda de moeda em um contexto hiperinflacionário. Ambas
as questões foram objeto de vários trabalhos (TDs 96, 137, 168, 188, 210, 325,
349 e 463), destacando-se, do ponto de vista metodológico, a estimação da
demanda por moeda durante um período de alta inflação (TD 349) ou a introdu-
ção da abordagem Bayesiana ao problema da estimação (TD 643). As implicações
analíticas e de política desses modelos foram analisadas nos TDs 419, 430 e 491.
No plano da estimação de relações macroeconômicas, uma inovação
metodológica do Ipea foi a introdução de modelos Auto-Regressivos Vetoriais
(VAR) na análise dos problemas de instabilidade estrutural da economia.
Esses modelos foram utilizados para avaliar questões como a importância
relativa dos choques de demanda e oferta nos ciclos de negócios no Brasil,
o efeito de alterações nas taxas de juros reais, entre outras (TDs 170, 216,
240, 267, 347 e outros). As mudanças de regime da política econômica tam-
bém foram tratadas de forma pioneira por meio desse veículo (TDs 579, 753
e 911), e a sua utilização para previsão foi objeto do TD 446. Mais recente-
mente, novas técnicas de estimação passaram a ser utilizadas a partir de modelos
com mudança de regime Markovianos para explicar os ciclos de negócios no
Brasil (TD 911) e a determinação da taxa de desemprego natural (TD 753).
Após o Plano Real, emerge a preocupação com os determinantes da taxa de
câmbio de equilíbrio (TDs 537, 650, 662 e 881) e, posteriormente, com os
determinantes do risco soberano do país (TD 890), trabalho em que se utiliza
de forma inédita a abordagem de modelos estruturais de análise de risco de
crédito, expandida posteriormente no TD 945. Além disso, foi possível reto-
mar a atividade de pesquisa voltada para a construção de modelos
macroeconômicos estruturais (TDs 469, 543, 545, 619, 716 e 821) que, uma
vez mais, foram utilizados nas discussões do acordo com o FMI em 1998-
1999. Uma aplicação dessa modelagem pode ser encontrada no TD 640.
A estabilização da inflação trouxe de volta a preocupação com a necessidade
de se retomar o crescimento econômico de forma sustentada. No centro dessa
discussão estava o problema da sustentabilidade da dívida pública interna
(abordada inicialmente nos TDs 493, 700 e 744) e externa, pela trajetória dos
déficits em conta corrente (por exemplo, nos TDs 481 e 602). De modo geral,
o problema da poupança e o do investimento foram objeto de um conjunto
grande de trabalhos, destacando-se os TDs 480, 486, 495, 496, 520, 572, 575,
588, 589, 597, 605, 653, 659, 660 e 663.
Por fim, a discussão de política monetária voltou a ganhar força a partir da
implantação do regime de metas de inflação. Os trabalhos de pesquisa nessa
área focalizaram tanto as questões relativas à identificação de regras monetárias
ótimas para o Brasil (TDs 798 e 806) quanto os problemas de mensuração,
seja no que se refere à estabilidade da inflação (TD 673), seja na identificação
de tendência e construção de medidas de núcleo inflacionário (TD 824).