
A, Gabriel da Veiga, Juiz de Direito em disponibilidade, serventuário vitalício do
undécimo Officio de Tabellião de Notas desta cidade, município e comarca de São Paulo,
capital do Estado do mesmo nome, Republica dos Estados Unidos do Brasil etc.
CERTIFICO a pedido verbal de parte interessada, que, revendo os livros de notas
do cartório a meu cargo, no numero de trinta e sete (37), a folhas noventa e dois (92),
consta a escriptura do têor seguinte: Escriptura de doação Rs. 35,000$000. Saibam quantos
este publico instrumento de escriptura virem, que no anno do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de mil novecentos e dezoito, (1918), aos seis dias do mez de Setembro, nesta
cidade de São Paulo, o meu cartório, perante a mim Tabellião e as duas testemunhas diante
nomeadas e no fim assignadas compareceram partes entre si justas e contractadas, sendo: de
um lado, e como outorgante doadora a Associação Protectora dos Morpheticos,
com sede
nesta capital, neste acto representada por sua Presidente Dona Mathilde Fonseca de Macedo
Soares, e, de outro lado, como outorgada donatário a Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo com sede nesta capital, neste acto representada por seu provedor Senador Antonio de
Lacerda Frabeo, os presentes meus conhecidos e reconhecidos pelas próprias de que trato
de mim e de duas testemunhas, do que dou fé. E, perante estas, pela outorgante doadora
Associação Protectora dos Morpheticos – por sua referida representante, me foi dito que a
justas títulos e livres e desembaraçados, mesmo legaes, é senhora e legitima possuidora dos
bens abaixo descriptos, situados no logar denominado Campo de Santo Ângelo, freguesia,
município e comarca de Mogy das Cruzes, deste Estado, a saber: cento e noventa e quatro
alqueires e seiscentos e noventa e dois milésimos de alqueire de terra, que foram doados
pelo Convento do Carmo, por seu Prior, para a construção do Leprosário Modeli, de
accordo com a mesma doação, constante da escriptura lavrada nas notas do primeiro
Tabellião de Mogy das Cruzes, em treze de junho de mil novecentos e dezoito, no livro
cento e cincoenta e um á folhas sessenta e dois, construção aquella que, como se vê da
citada escriptura, deveria ser feita pela outorgada, mais hoje devera ser feita pelo Governo
do Estado; mais noventa e cinco alqueires e sessenta e oito milésimos de alqueire de terras
havidas por compra feita a Doutor Francisco de Paula Medina Ramos, conforme escriptura
lavrada das notas do sétimo Tabellião desta capital, em vinte e três de julho de mil
novecentos e dezoito, no livro sessenta e cinco, á folhas trinta e seis verso; e mais cincoenta
e oito alqueires e setecentos e vinte milésimos de alqueire de terras havidas por compra
feita ao Coronel João Baptista dos Santos Cardoso e sua mulher conforme escriptura
lavrada nas notas do primeiro Tabellião de Mogy das Cruzes, em vinte e sete de julho do
corrente anno, livro numero cento e cincoenta e um, as folhas noventa e três verso; que
essas terras supra referidas perfazem o total de trezentos e quarenta e oito alqueires e
quatrocentos e noventa milésimos de alqueire comprehendidos dentro dos seguintes
perímetro e divisas: sob o rio Jundiahy na estrada que vae de Mogy das Cruzes ao Rio
Grande, seguindo por essa estrada afora até enfrentar a cabeceira de um córrego, que fia al
lado direito, entre os marca kilometricos oito e nove, divisando até ahi, pela estrada com os
irmãos Cardoso; desce em rumo á cabeceira do referido córrego, por uma cerca de arame
depois pelo córrego abaixo até encontrar uma outra cerca de arame, um pouco acima de um
capão de matto, que fica do lado de fóra, sobe por esta cerca de arame que fica á direita, até
o canto da mesma na distancia de cento e noventa e seis metros, d’onde tomando á
esquerda pela cerca abaixo até a várzea, na extensão de mil e cem metros, divisando até
aqui com terras da Ordem Do Carmo, depois tomando á direita pela linha que separa a
várzea firme do brejo até um pequeno córrego, e da ponta do referido valle em rumo a uma
lagoa próximo ao rio Jundiahy, até o meio de um banhado divisando até aqui com terras