
PRODUÇÃO ORGÂNICA 
REGULAMENTAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL
46
NEAD ESTUDOS 8
Nova rodada de conflitos (entre partidários da certificação por auditoria 
e os partidários da certificação participativa) ocorre, culminando com 
uma última reunião, em outubro de 1996, onde nem todas as ONGs 
participam, e que resulta em projetos de lei, contra a vontade de alguns 
membros da Comissão (Fonseca, 2000). Em meados de 1997, ocorre 
nova reunião para definir um acordo quanto às normas, essa reunião cria 
o Fórum Orgânico (Forg), que se reúne quatro a cinco vezes com parti-
cipação de 15 a 30 ONGs, conseguindo definir um conjunto mínimo de 
normas técnicas e um rito processual comum, excluindo as empresas 
públicas e privadas ligadas ao setor agropecuário como OC, bem como 
os OCs internacionais.
Após o final do trabalho do Fórum Orgânico, em 1997, houve 
um período de estagnação. Nessa época, o IBD deu entrada num proces-
so de acreditação junto ao Inmetro, organismo que, por não ter experiên-
cia no tema dos orgânicos, contata a Embrapa Agrobiologia que indica 
uma consultoria para o tema. Quando o processo encontrava-se na fase 
de ida a campo para verificar os procedimentos seguidos pelo OC (IBD), 
houve uma intevenção do processo o serviço ficou inacabado. 
Em nível internacional, em 1997, a Embrapa/CTAA passa a 
coordenar para o Inmetro, sob a indicação do Ministério das Relações 
Exteriores, a elaboração do Codex Alimentarius para orgânicos, que 
teve a participação ativa da Rede Agroecologia Rio (RAR), entre outras 
instituições (Fonseca, 2000). Entretanto, a participação brasileira nas 
discussões sobre orgânicos no Codex é mínima, pois os orgânicos estão 
no mesmo comitê de rotulagem do Codex Alimentarius que os trans-
gênicos, e a representação brasileira sempre prioriza esse tema.
Em 16 de outubro de 1998, o Mapa publicou no Diário Oficial 
da União a Portaria 505/1998, para apreciação e manifestação da socie-
dade civil. A portaria transforma-se na Instrução Normativa 007, de 17 
de maio de 1999. O texto criou um selo de qualidade para os produtos 
orgânicos, recusa os transgênicos e a radiação ionizante (entre outras 
questões restritivas), trata tanto do processo de produção quanto do 
processo de industrialização e da rotulagem dos produtos orgânicos. 
Abrange desde os produtos denominados orgânicos, ecológicos, biodi-
nâmicos, naturais, sustentáveis, regenerativos, biológicos, agroecológicos 
e de permacultura. Preocupa-se com a saúde ambiental e humana, e visa 
assegurar a transparência em todos os estágios da produção e da trans-
formação. A instrução estabelece a criação Colegiado Nacional, Conselho 
Nacional de Produção Orgânica (CNPOrg) e Conselhos Estaduais de