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O conteúdo orbitário é formado, basicamente, por gordura, tecido fascial
ou septos fibrosos, vasos, nervos, músculos extra-oculares (MEO), glândula
lacrimal principal, nervo óptico, gânglio ciliar e, evidentemente, o globo ou bulbo
ocular.
Anteriormente, o conteúdo orbitário é separado das pálpebras pelo septo
orbitário. O septo nada mais é do que uma continuação do periósteo que reveste
as paredes orbitárias. Esse periósteo, conhecido também pelo nome de periórbita,
no rebordo continua para baixo, fundindo-se, na pálpebra superior, com a
aponeurose do músculo elevador palpebral e, na inferior, com os retratores ou
fáscia cápsulo-palpebral. Dessa maneira, o septo funciona como um diafragma
que impede o prolapso anterior das estruturas intra-orbitárias.
As descontinuidades das paredes orbitárias permitem a passagem de
importantes estruturas que comunicam o conteúdo orbitário com as estruturas
vizinhas, como detalhado na tabela 1. A tabela 2 sumariza essas estruturas.
Tabela 2. Estruturas que atravessam as descontinuidades das paredes orbitárias.
Aberturas Parede Estrutura
Forame zigomático-facial Lateral Nervo e artéria zigomático-facial
Forame zigomático-temporal Lateral Nervos e artéria zigomático-temporal
Fissura orbitária inferior ou Esfeno-
maxilar
Inferior Nervo e vasos infraorbitários
Forame óptico Ápice Nervo Óptico, Artéria Oftálmica, fibras Simpáticas
do Plexo Carotídeo, prolongamentos das meninges
cerebrais pela bainha do nervo óptico
Fissura orbitária superior:
Ápice III, IV e VI e primeira divisão do V nervo (Nervo
oftálmico); veia Oftálmica superior, raiz simpática
e algumas raízes sensoriais do gânglio ciliar e
alguns filamentos do plexo cavernoso do sistema
simpático; ramificação da a. Meningea Média
Forames etmoidais Medial Vasos e nervos etmoidais anteriores e posteriores