Embora nesse estágio de evolução das formas de comunicação as palavras tenham
alcançado dominância sobre as figuras, a partir do final do século XX observam-se mudanças
significativas na forma de veiculação da informação. Nesse contexto, o visual deixa de ser
meramente ilustrativo e passa a ser visto, segundo Kress e Leeuwen (1996) como uma
mensagem independentemente organizada e estruturada – conectada ao texto verbal, mas não
dependente dele e vice-versa, como se entendia até então. Confere-se às imagens, assim, status
igual, as quais passam a ser independentes e complementares ao verbal, ou seja, o visual e o
verbal são unidos igualmente e modificam um ao outro. Os autores ainda afirmam que
“As estruturas visuais produzem significado, assim como
as estruturas lingüísticas. Entretanto, as interpretações das
experiências são diferentes, além de gerarem formas de interação
social diferentes. Os significados que podem ser compreendidos
pela linguagem e pela comunicação visual coincidem em parte,
isto é, algumas coisas podem ser expressas tanto visualmente
quanto verbalmente; e em parte elas divergem – algumas coisas
podem ser ‘ditas’ somente visualmente, outras somente
verbalmente. Mas, mesmo quando algo pode ser ‘dito’ tanto
visualmente quanto verbalmente a forma como será expressa é
diferente.
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”.
O’Sullivan (1999) corrobora essa idéia ao afirmar que o material visual não apenas
ilustra a mensagem escrita, mas também tem o papel de suplementar os textos escritos
fornecendo informação adicional. Assim, a escolha pelo modo visual ou verbal não acontece
aleatoriamente, nem o aspecto visual será um substituto mais eficiente na comunicação via
mídia impressa. Ambos, verbal e visual, possuem potencialidades e limitações comunicativas
diferentes, e são usados de forma complementar.
Dubois e Vial (2000) também apontam o texto verbal e o visual como
complementares. Para eles, o material textual incluído na imagem (sentenças, legendas,
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“Visual structures realize meanings as linguistic structures do also, and thereby point to different
interpretations of experience and different forms of social interaction. The meaning which can be realized in
language and in visual communication overlap in part, that is, some things can be expressed both visually and
verbally; and in part they diverge – some things can be ‘said’ only visually, others only verbally. But even when
something can be ‘said’ both visually and verbally the way in which it will be said is different” (Kress e
Leeuwen, 1996: 3).