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supervisão do enfermeiro. Eu acho que o pouquinho que eu sei não é nem devido à graduação, a
gente passou muito rápido realmente ... o que eu sei um pouquinho é porque antes eu tive um
contato com centro cirúrgico, como instrumentadora, então foi o primeiro contato que eu tive
com CME e conheci mais detalhadamente isso, porque a gente trabalhava com material
cirúrgico
e tal...depois, na graduação, eu achei que foi um pouco deficiente sim, é, foi passado
muito rápido; a gente via, acho que se não me engano, foi um dia de visita e teve a disciplina
teórica, onde a gente estudou direitinho como fazia a esterilização de cada material, preparo e
tal, mas eu acho que ficou muito a desejar; hoje o que eu sei é bem básico, acho que muito
pouco. Eu acho até que eu sei mais do que algumas colegas que passaram na graduação por
conta dessa experiência, porque quem passou mais em centro cirúrgico, eu acho que ficou mais
próximo dos procedimentos da CME; agora, quem não passou é difícil mesmo.
E
15B
:
Eu tinha uma visão que era... como eu posso dizer? Uma visão que eu tinha... eu entrei nesse
setor apenas no estágio curricular na época da faculdade,... Então, depois que eu me formei, fui
trabalhar em outros setores, eu via a correria que era nos outros setores e eu tinha a idéia de
que
na Central de Material era tranqüilo de trabalhar, trabalhava muito menos que na unidade
de int
ernação, por exemplo. Então, eu pensava desse jeito; hoje aqui no hospital que eu trabalho,
como a gente vai muito na Central de Material pegar bandeja pra realizar um procedimento,...
Eu não entrei lá para ver a rotina do setor, não conheço, mas a gente percebe, quando vê as
pessoas
trabalhando, o quantitativo de material. Também não sei pelo número de cirurgias,
porque aqui é um hospital grande, a gente vê que lá também é uma correria, só que lá não
es
tão
trabalhando diretamente com pessoas como nós das unidades de internação, mas é isso. Eu
pensava, até já pensei em trabalhar em Central de Material, até vendo anúncio de vagas de
empregos, eu queria ter uma experiência em Central de Material por pensar que era um trabalho
muito mais tranqüilo, que eu não ia me cansar tanto no meu dia-a-dia, que ia ser mais fácil. É
que eu não tive nenhum tipo de contato, foi só na graduação, então foi uma coisa muito básica,
muito superficial,... eu não entrei no setor e vi a rotina do dia
-a-
dia, eu passei lá alguns dias s
ó,
e mesmo assim a gente sabe que não é esquema de plantão, a gente fica só algumas horas ali,
então a enfermeira que
es
tava lá mostrava o básico pra gente, o ela podia mostrar. Não tinha
muitas cirurgias, muitos procedimentos por ser um hospital de interi
or, então eu atribuía que era
um serviço tranqüilo porque era aquilo que eu via no meu di
a-a-
dia. E
u vim pro Rio de Janeiro e
trabalho num hospital de grande porte... Eu não entrei lá (na CME da instituição onde trabalha
atualmente), mas a gente
es
tá vendo que a coisa não é tão simples assim, não é fechar
bandeja,
como eu falei, tem muito mais por trás... Em qualquer serviço na área da saúde envolvendo
pessoas o enfermeiro é importante. E ali, apesar de não
estar
diretamente no cuidado com o
paciente, es
tá
pensando, sim, no paciente,
es
tá envolvendo realmente o cuidado, porque se você
não esterilizar da forma correta, não ficar o tempo correto que tem que ficar vai influenciar no
cuidado, então... Eu gostaria de saber o resultado da sua pesquisa e também se tiver uma
oportunidade da gente realmente conhecer o trabalho do enfermeiro (na CME), também acho
que é interessante, através de palestras, da educação continuada... A educação continuada não
fala nada sobre a Central de Material, aborda todos os outros aspectos, mas a CME fica jogada
meio que de lado. Então de repente até mesmo o desconhecimento, tanto meu quanto de outros,
também que possam também não conhecer.