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Além da discussão e aprovação dos estatutos elaborados por uma comissão
já nomeada, a ordem do dia previa ainda a eleições da diretoria da Sociedade e
da diretoria da escola.
No dia 25 de abril de 1902, em reunião em que compareceu um “grande
número de cidadãos pertencentes ao comércio, à indústria e às letras”, foram
aprovados os Estatutos da Escola Prática de Comércio de São Paulo, além de
eleitas as diretorias da sociedade e da escola. As quatro pessoas apontadas
como responsáveis pela fundação da Fecap tiveram posição de destaque nas
eleições: Antônio Álvares Leite Penteado foi eleito como presidente honorário;
Horácio Berlinck, como 1º secretário; e pela escola, senador Lacerda Franco,
diretor; e Dr. Veiga Filho, como vice-diretor.
Logo em seguida à sua fundação, foi iniciada uma subscrição popular para
angariar fundos, conforme noticiado no O Commercio de São Paulo de 30 de abril
de 1902, a qual foi “acolhida favoravelmente na praça de São Paulo”. Foram os
beneméritos e suas doações
10
:
Quadro 3
Resultado da subscrição popular realizada em 1902
Doador Valor
Conde Álvares Penteado Rs. 10:000$000
Rodolpho Miranda Rs. 3:000$000
Senador Lacerda Franco Rs. 1:000$000
Conde de Prates Rs. 1:000$000
Hermann Burchard Rs. 1:650$000
Cristiano P. Vianna Rs. 1:000$000
Horácio Berlinck Rs. 2:050$000
Conde Asdrúbal do Nascimento Rs. 500$000
Prado Chaves & Cia. Rs. 500$000
Dr. Procópio Malta Rs. 500$000
Duprat & Cia. Rs. 500$000
Alexandre Siciliano Rs. 500$000
José Weissohn Rs. 500$000
Banco Alemão Rs. 500$000
Banco Comércio e Industria Rs. 500$000
Banco União de S. Paulo Rs. 500$000
Banco de Crédito Real Rs. 500$000
Banco de S. Paulo Rs. 500$000
Total Rs. 25:200$000
Fonte: Fecap, 2002, p. 36
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Há uma pequena divergência na relação de doadores e valores entre duas fontes pesquisadas (Fecap, 2002, p.36 -
acima exposta - e Fecap, 1907,p. 25). Consta da última como o total das doações de Rs. 23:500$00, assim distribuídas: A.
Alvares Penteado, 10:000$000; Rodolpho Miranda, 3:000$000; Conde de Prates, 1:000$000; A. de Lacerda Franco Rs.
1:000$000; Raphael Tobias de Oliveira, 1:000$000; H. Buchard, 1:000$000; C. P. Vianna, 1:000$000; Procópio Malta,
500$000; A. Siciliano, 500$000; Banco Com. e Industria, 500$000; Duprat & Comp., 500$000; Brasilianische Bank,
500$000; José Veissohn, 500$000; Prado, Chaves & Comp., 500$000; Banco União, 500$000; Banco de S.Paulo,
500$000; Banco de Crédito Retal, 500$000; Asdrúbal do Nascimento, 500$000.
Pesquisa na imprensa da época permite uma comparação de valores: terrenos na Avenida Paulista com 35 metros de
frente por 11 metros de fundos: Rs. 300$000; sobrado no alto da Rua Santo Antonio: Rs. 13:000$000; fazenda com 180
alqueires, 40 mil pés de café e benfeitorias, com a estação Igaçaba da Mogiana: Rs. 45:000$000 (Fecap, 2002, p. 36).