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O ambulatorio será descrito mais adiante.
Todas as clinicas e suas diversas secções ou subsecções devem ser bem sistematizadas de modo que
cada sector goze de maior independencia possivel. Tais setores assim como as salas que as compoem,
precisam ser grupados de acordo com suas afinidades.
Os Serviços técnicos cientificos
precisam ter facil acesso não só para as clinicas do hospital como para
os doentes externos de ambulatorio. As clinicas que melhor relação devem ter com tais serviços são as
propedeuticas medica e cirurgica
e a terapeutica clinica. De preferencia as secções de fisiodiagnostico
devem corresponder à propedeutica médica e as fisioterapia à terapeutica clinica.
A secção de farmacia
exige um posição no edificio que facilite a entrega de medicamentos para o
distribuidor dos ambulatorios e facilite a remessa de material terapeutico às clinicas dos diversos
andares. O distribuidor de medicamentos
do ambulatorio deve ser colocado de modo que a sua sala de
espera coincida com a saida dos doentes externos.
Quanto aos laboratorios
existirão no bloco central apenas algumas dependencias ou “postos” de
colheita e distribuição do material para exame. Nestes “postos” poderão ser realizados alguns exames
ligeiros, mas de regra
, todo o material colhido será enviado, conforme a sua natureza, para as cadeiras
de microbiologia, parasitologia, anatomia patologica, quimica fisiologica, fisiologia
. Nestas existirão
técnicos encarregados dos exames de rotina
de bacteriologia, parasitologia, etc.; medicos
especializados nestes trabalhos que funcionarão em intima cooperação com tais catedras e sob a
direção geral e controle dos respectivos professores. As vantagens dai decorrentes são imensas. Em
primeiro lugar evitar-sé-à a incrivel condição de que o homem de laboratorio deve ser ao mesmo
tempo bacteriologista, parasitologista, anatomo patologista, citologista, quimico, etc. Tal condição se
emparelha com a do medico que, ao mesmo tempo, queira ser clinico, cirurgião, oculista,
otorinolaringologista, dermatologista, ortopedista, neurologista, obstetra, psiquiatra, etc. Possivel, nos
lugares onde ha falta de recursos, esta situação não pode ser admitida nos grandes centros e
principalmente em uma escola medica.
A universalidade de conhecimentos que se quer exigir do homem de laboratorio
, na pratica, apezar dos
assuntos enquadrados sob tal titulo, fazerem parte de muitas catedras distintas (microbiologia,
parasitologia, anatomia patologica, histologia, quimica fisiologica, fisiologia, farmacologia) tem dado
causa a um certo descredito em que vem caindo as praticas laboratoriais.
Si é admissivel que exames ligeiros, de orientação,possam ser praticados nos pequenos laboratorios
anexos às catedras, não deve ser permitido, à luz dos conhecimentos atuais
que os trabalhos de rotina
ou de confirmação não sejam afetos a técnicoseespecializados nos grandes ramos das investigações
científicas.
Estes devem trabalhar nas proprias catedras da Faculdade,
aproveitando as suas instalações, seu
material de controle
(coleção de culturas, museu anatomopatologico) suas fontes bibliograficas e,
principalmente, o contato
, a cooperação do professor e seus assistentes de ensino, no esclarecimento d
casos dificeis.
Teremos, então, em cada catedra de laboratorio duas secções, uma de ensino
e outra de rotina, ambas
sob a direção do professor, podendo, cada uma delas, desenvolver trabalhos de pesquiza de acordo
com as possibilidades existentes. Na nova fase em que vae entrar a Faculdade de Medicina de Porto
Alegre, com seu hospital novo, sua Escola de Enfermagem, não devemos pretender que seus trabalhos
técnicos de laboratorios fiquem sujeitos aos azares de exames superficiais empreendidos em cada
catedra, por amadores, estudantes ou noviços, moços de sete instrumentos, não ou mal remunerados e
que por todas estas razões, não poderão tratar os problemas como eles o dever ser.
Quanto tempo, quanta pratica, quanto estudo, quanta observação, quanto exame comparativo, quanta
bibliografia, quanto material de coleção, que corantes bem doseados e ajustados, que aparelhos bem
controlados, que técnica afinada e precisa, enfim, quantas precauções e conhecimentos são exigiveis
para um simples exame morfologico do sangue
. Nas mãos habeis e experimentadas de um citologista
quantas informações preciosas pode ter o clinico com esta só indicação. Entretanto, neste capitulo,
quanto exame mal feito, quanta indicação errada, quantas más consequencias para os doentes, por falta
de olho educado que só pode resultar de anos de observação e de experienica. Todavia não ha quem
não se julgue capaz de fazer exame quantitativos e qualitativos desta natureza. Si os erros pudessem
ser controlados e revelados... E os exames bacteriologicos realizados em laboratorios onde, não raro,