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Modelagem para o cálculo da
perda no percurso de propagação
em áreas residenciais nas faixas de
VHF e UHF
ANDERSON ESCUDERO
Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre em Telecomunicações.
ORIENTADOR: Prof. Dr. José Antônio Justino Ribeiro
Santa Rita do Sapucaí
2004
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Dissertação defendida e aprovada em 04/06/2004, pela comissão
julgadora:
Prof. Dr. José Antônio Justino Ribeiro - DTE - INATEL
Prof. Dr. José Antonio Cortez - IESTI - UNIFEI
Prof. Dr. Maurício Silveira - DTE - INATEL
Prof. Dr. Adonias Costa Silveira
Coordenador do Curso de Mestrado
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A Deus e meus pais
que me apoiaram em
todos os momentos
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e competência para concluir este
trabalho. Ao professor Dr. José Annio Justino Ribeiro pelo seu paciente trabalho de
orientação, sem o qual esta pesquisa não seria possível.
Aos meus pais Antonio e Inês por toda confiança que depositaram em mim. Aos meus
irmãos Alessandro e Júnior pelos momentos de alegria.
A todos os colegas do curso de mestrado que me deram forças nos momentos de
desespero e me faziam rir nos momentos de tristeza.
Ao Inatel por toda a estrutura que me ofereceu, imprescindível na elaboração de todo o
trabalho. Aos funcionários do Inatel pela constante preocupação em tornar o campus
mais agradável possível.
À Coordenão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pelo
suporte financeiro em forma de bolsa de estudos.
A todos, o meu obrigado.
Índice
Lista de Figuras...........................................................................................................v
Lista de Símbolos.....................................................................................................viii
Resumo......................................................................................................................xii
Abstract....................................................................................................................xiii
Capítulo 1
Discussão preliminar.................................................................................................1
1.1 Introdução...........................................................................................................1
1.2 Resumo Histórico................................................................................................1
1.3 Descrição geral de um sistema de comunicação sem fio ......................................4
1.3.1 Etapas do processo de comunicação.............................................................4
1.3.2 Modos básicos de comunicação....................................................................5
1.3.3 Canal de comunicação .................................................................................5
1.4 Abordagem para análise do sistema de comunicação sem fio...............................6
1.4.1 Perda na propagação em grande escala.......................................................6
1.4.2 Perda na propagação em pequena escala.....................................................6
1.5 Apresentação do problema ............ ...... ............ ...... ...... ...... ............ ...... ...... ...... ....8
1.6 Desenvo lvimento do trabalho........................................................ ......................9
CAPÍTULO 2
Propagação de ondas eletromagnéticas em meios ilimitados.................................... 10
2.1 Solão da equação de onda .............................................................................. 10
2.2 Reflexão e refração na fronteira de dois meios................................................... 13
2.2.1 Leis da reflexão e refração .........................................................................13
2.2.2 Equações de Fresnel................................................................................... 14
2.3 Reflexão e refração por uma camada de pequena espessura............................... 16
CAPÍTULO 3
Perda na propagação de ondas eletromagnéticas em ambientes urbanos................... 21
3.1 Modelagem de um prédio como um obstáculo com atenuação e defasagem.......21
3.2 Propagação de ondas eletromagnéticas através de obstáculos múltiplos.............24
3.2.1 Modelagem matemática para a seqüência de obstáculos ............................24
3.2.2 Truncamento do intervalo de integração ....................................................33
Índice iv
CAPÍTULO 4
Resultados numéricos para propagação através de múltiplos obstáculos..................38
4.1 Estrutura das simulações ..... ..... ..... .......... ..... ..... ..... .......... ..... ..... ..... .......... ..... ...38
4.2 Comportamento da onda plana em seu percurso de propagação......................... 39
4.3 Dependência entre a freqüência e a geometria dos obstáculos............................40
4.4 Efeitos da freqüência sobre o fator Q nas faixas de VHF e UHF........................ 41
4.5 Modelagem da perda no percurso...................................................................... 43
CAPÍTULO 5
Comparação com medições e outros métodos de previsão....................................... 45
5.1 Introdução.........................................................................................................45
5.2 Comparação com o método de Okumura-Hata................................................... 48
5.3 Comparação com resultados experimentais publicados......................................53
5.3.1 Medidas realizadas por Ott e Plitkins.........................................................53
5.3.2 Medidas realizadas por Young....................................................................54
CAPÍTULO 6
Comentários e Conclusão........................................................................................57
6.1 Aspectos relevantes do trabalho.........................................................................57
6.2 Descrição resumida das simulações...................................................................58
6.3 Verificação da validade do modelo apresentado ................................................59
6.4 Propostas para estudos futuros ....................................... .................................... 60
Anexo A
Art igos oriundos deste t rabalho..... .......... .......... .......... .......... .......... ............... ......... 61
Anexo B
Desenvolvimento da Equação (3.11)................................ ....................................... 62
Anexo C
Programas em MATLAB
utilizados nas simulações............................................. 75
Referências bibliográficas......................................................................................... 82
Lista de Figuras
Figura 1.1 – Elementos de um sistema de comunicação. A informação é transmitida
para um destinatário através de um canal de transmissão com características
próprias, que interferem na qualidade do sistema................................................... 4
Figura 1.2 – Representação da potência média e instantânea, relacionada com a perda
em grande e pequena escalas.................................................................................7
Figura 2.1 - Ilustração para a solução da equação de onda, mostrando os vetores que
entram na descrição do campo eletromagnético e seu comportamento no meio....12
Figura 2.2 – Transmissão e reflexão de uma onda eletromagnética na fronteira de
sep ara çã o en tre dois meios. ................................................................................. 14
Figura 2.3 - (a) Onda com polarização do campo elétrico normal ao plano de incidência.
(b) Onda polarizada com o campo elétrico paralelo ao plano de incidência..........15
Figura 2.4 – Onda incidente penetra para o meio 2 em O, reflete-se na supercie de
separação entre o meio 1 e 2 e reaparece para se combinar com o raio que é
refletido em X......................................................................................................16
Figura 2.5 - Reflexões e transmissões múltiplas de uma onda incidente em um meio de
profundidade limitada, resultando em ondas transmitida e refletida com
características determinadas pelos parâmetros eletromagnéticos e pelas
correspondentes polarizações. .............................................................................18
Figura 3.1 – Modelagem de um prédio como um obstáculo (a) Espessura e estrutura
reais (b) Representação das paredes internas e externas (c) Espessura e estrutura
equivalentes (d) Espessura nula, com perda e defasagem equivalentes.................21
Figura 3.2 – Módulo do coeficiente de transmissão para onda tipo TM, para diversas
freqüências, em obstáculos com espessura equivalente m52,W
e
= , constante
dielétrica 2,04 j
B
=ε e ângulos de incidência (θ
in
) entre 0º e 90º. .......................23
Figura 3.3 – Argumento do coeficiente de transmissão para onda tipo TM, para diversas
freqüências, em obstáculos com espessura equivalente m52,W
e
= , constante
dielétrica 2,04 j
B
=ε e ângulos de incidência (θ
in
) entre e 90º. ........................23
Lista de Figuras vi
Figura 3.4 – Visão de perfil do percurso de propagação entre antena transmissora e
receptora. Considera-se que os prédios possuem espaçamento uniforme d e altura
média h
avg
............................................................................................................24
Figura 3.5 – Campo incidente na (n+1)-ésima superfície obtido a partir da integração
numérica do campo transmitido de uma antena elevada que atravessou a n-ésima
superfície. ........................................................................................................... 25
Figura 3.6 – Região com a principal contribuição de campo entre as antenas
transmissora e receptoras definidas pelo valor y
t
, em função do maior raio da
primeira zona de Fresnel. Estão indicados os valores que estabelecem os limites
práticos da integração..........................................................................................35
Figura 3.7 – Função janela de Kaiser Bessel para
MHz,30=f
,200
=
N
m50=d e
m10=
avg
h . Sua aplicação ameniza os efeitos da terminação brusca imposta ao
campo eletromagnético........................................................................................36
Figura 4.1 – Diagrama em bloco da estrutura criada para as simulações. Tem-se
GeraQ.m como rotina principal, e as funções auxiliares KaiserBessel.m,
PerdaobstacTM.m e PerdaobstacTE.m. ............................................................... 38
Figura 4.2 – Módulo da intensidade relativa do campo magnético na altura média dos
sucessivos obstáculos, para freqüência de 100MHz, ângulo de incidência 1,4º e
altura da antena de recepção 10 m. A altura da antena receptora coincide com o
val or médi o no percurs o......................................................................................40
Figura 4.3 – Fator Q traçado em função do parâmetro g
p
para as freqüências de
100MHz, 300MHz, 900MHz e 1800MHz. ..........................................................42
Figura 4.4 – Curva resultante do ajuste polinomial dos pontos obtidos de simulações
para as freqüências de 100MHz, 300MHz, 900MHz e 1800MHz. ....................... 42
Figura 5.1 – Atenuação média relativa ao espaço livre, para diferentes valores de
distância de enlace e freqüência, para terreno quase plano, região urbana, alturas
das antenas de transmissão e de recepção 200 e 3 metros, respectivamente
(A da ptado de [34 ] ).............................................................................................46
Figura 5.2 – Fator de correção para diferentes tipos de terreno em função da freqüência.
Valores relacionados a perda em áreas urbanas ( Adaptado de [34] )...................47
Lista de Figuras vii
Figura 5.3 – Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com
medidas para áreas urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre,
para freqüência de 100MHz, m150=
tx
h , m10=
rx
h ..............................................51
Figura 5.4 – Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com
medidas para áreas urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre,
para freqüência de 450MHz, m150=
tx
h , m10=
rx
h ..............................................51
Figura 5.5 – Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com
medidas para áreas urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre,
para freqüência de 900MHz, m150=
tx
h , m10=
rx
h ..............................................52
Figura 5.6 – Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com
medidas para áreas urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre,
para freqüência de 1800MHz, m150=
tx
h , m10=
rx
h ............................................52
Figura 5.7 – Comparação da predição com medidas realizadas em áreas urbanas por Ott
e Plitkins [40], para a freqüência de 820MHz. Tem-se a potência média de
recepção em dBm para variões na distância...................................................... 54
Figura 5.8 – Comparação entre a modelagem e medidas realizadas em áreas urbanas por
Young [42], para a freqüência de 150MHz. É apresentada a intensidade de campo
pa ra v ari ações na distân ci a. .................................................................................55
Figura 5.9 – Comparação entre a modelagem e medidas realizadas em áreas urbanas por
Young [42], para a freqüência de 900MHz. É apresentada a intensidade de campo
pa ra v ari ações na distân ci a. .................................................................................56
Lista de mbolos
( )
ni
yA
Aproximação linear da variação da amplitude em função de y
n
na trajetória i
d,fA
mu
Atenuação média relativa ao espaço livre, modelo de Okumura
b
r
Vetor indução magnética no domínio do tempo
B
r
Vetor indução magnética no domínio da freqüência
i
B
r
Vetor indução magnética no meio i
c Velocidade de propagação de ondas eletromagnéticas no vácuo
d Espamento entre obstáculos
d
r
Vetor deslocamento elétrico no domínio do tempo
D
r
Vetor deslocamento elétrico no domínio da freqüência
i
D
r
Vetor deslocamento elétrico no meio i
δ
Diferença de fase
Intervalo de integração
∆Φ
Defasagem provocada por um edicio
e
r
Vetor campo elétrico no domínio do tempo
E Intensidade de campo
E
r
Vetor campo elétrico no domínio da freqüência
i
E
r
Vetor campo elétrico no meio i
ε
Permissividade elétrica do meio
B
ε
Permissividade complexa relativa de um edifício
i
ε
Permissividade elétrica do meio i
0
ε
Permissividade elétrica no vácuo
r
ε
Permissividade relativa do meio
f Freqüência de operação
f
o
Coeficiente de decaimento
( )
ni
yφ
Aproximão linear da variação de fase em função de altura y
n
na trajetória i
g
p
Parâmetro adimensional. Dependência entre freqüência e a geometria dos
obstáculos
Lista de Símbolos ix
AREA
G
Fator de correção de acordo com o tipo de terreno
( )
rx
hG
Ganho relativo à altura da antena de recepção
( )
tx
hG
Ganho relativo à altura da antena de transmissão
G
rx
Ganho da antena de recepção
G
tx
Ganho da antena de transmissão
γ
Fator de propagação
γ
r
Vetor de propagação
γ
Vetor unitário de propagação
i
γ
Fator de propagação da onda incidente
r
γ
Fator de propagação da onda refletida
t
γ
Fator de propagação da onda transmitida ou refratada
Γ
Coeficiente de reflexão total
ij
Γ
Coeficiente de reflexão entre os meio i e j
TM
Γ
Coeficiente de reflexão para o campo elétrico normal ao plano de incidência
TM
Γ
Coeficiente de reflexão para o campo magnético normal ao plano de incidência
g
Γ
Reflexão no solo
h
r
Vetor campo magnético no domínio do tempo
h
avg
Altura média dos edifícios
h
max
Altura máxima dos edifícios
h
min
Altura mínima dos edicios
h
rx
Altura da antena de recepção
h
tx
Altura da antena de transmissão
H
r
Vetor campo magnético no domínio da freqüência
i
H
r
Vetor campo magnético no meio i
H
avg
Campo magnético estabilizado
in
H
Campo magnético incidente num obstáculo
out
H
Campo magnético resultante da propagação através de um obstáculo
η
Impedância intrínseca
η
0
Impedância intrínseca do espaço livre (377 )
Lista de Símbolos x
i
η
Impedância intrínseca do meio i
j
r
Vetor densidade de corrente no domínio do tempo
J
r
Vetor densidade de corrente no domínio da freqüência
k
Constante de propagação ( λπ2 )
K
r
Densidade de corrente de superfície
L
0
Perda no percurso em espaço livre
L Perda total no percurso
λ
Comprimento de onda no espaço livre
M Ordem do somatório
µ
Permeabilidade magnética do meio
i
µ
Permeabilidade magnética do meio i
0
µ
Permeabilidade magnética no vácuo
n
Vetor unitário normal à superfície de separação entre dois meios
N
0
Número de obstáculo iniciais descartados na obtenção de H
avg
N Número total de obstáculos
ω
Freqüência angular
P
rx
Potência de recepção
P
tx
Potência de transmissão
ρ
Densidade volumétrica de cargas elétricas
S
ρ
Densidade volumétrica de cargas elétricas sobre a superfície S
Q Fator de atenuação
in
θ
Ângulo de incidência
r
θ
Ângulo reflexão
t
θ
Ângulo de transmissão ou de refração
r
r
Vetor posição do ponto do espaço
r
n
Raio da zona de Fresnel de ordem n
R Distância do enlace
R
e
Raio efetivo da Terra ( 8490 km)
R
i
Disncia na trajetória i
σ
Condutividade do meio
Lista de Símbolos xi
i
σ
Condutividade do meio i
τ
Coeficiente de transmissão
ij
τ
Coeficiente de transmissão entre os meio i e j
TE
τ
Coeficiente de transmissão para o campo elétrico normal ao plano de incidência
TE
τ
Coeficiente de transmissão para o campo magnético normal ao plano de
incidência
Τ
Coeficiente de transmissão total
y
t
Região com maior contribuição do campo eletromagnético
W
e
Espessura equivalente de um edifício
( )
n
yW
Função janela em função de y
n
Resumo
A implementação de sistemas digitais fixos de comunicação sem fio como FM digital,
TV de alta definição (HDTV), redes de comunicações sem fio (WLL e LANs),
requerem exatidão na predição da propagação nas faixas de VHF e UHF. Este trabalho
apresenta um modelo teórico para a estimativa da perda média nessas faixas, no
percurso entre as antenas de transmissão e recepção em áreas residenciais, para sistemas
de comunicação fixos. O método é uma generalização do modelo desenvolvido
originalmente para propagação na banda de UHF. A modelagem apresenta a perda
média na propagação de ondas eletromagnéticas em áreas urbanas, com grande precisão
para freqüências entre 30MHz e 3GHz. Os obstáculos, neste caso edificações, são
substitdos por lâminas de espessura equivalente, com propriedades eletromagnéticas
adequadas. A propagação ocorre acima e através dessas estruturas e o campo que
atravessa cada lâmina é avaliado com o auxílio das abordagens deduzidas da óptica
sica. Consideram-se também as reflexões no solo na composição campo final. Para se
obter o ângulo de incidência das ondas no ponto de recepção, admite-se que o sinal
propaga de uma antena de transmissão, instalada em alturas elevadas, para uma antena
de recepção, instalada na altura média dos prédios. Na representação das variações
aleatórias de altura das construções é empregada a distribuição uniforme de
probabilidade. A partir do sinal aleario obtido nas simulões é retirado o valor médio
do campo, que fornece a perda no percurso. Têm-se os resultados a partir da variação de
freqüência, espaçamento entre prédio e ângulo de incidência do sinal analisado. As
simulações são realizadas na plataforma MATLAB
e os resultados são confrontados
com outros modelos e dados de medidas realizadas em campo divulgadas em
publicações especializadas.
Palavras-chave: Difração, dispersão, modelagem da perda no percurso, perda em grande
escala, propagação, reflexão.
Abstract
The implementation of digital fixed wireless communication systems, such as digital
FM, digital TV (HDTV), WLL (Wireless Local Loop) systems and wireless LANs,
require high level of accuracy of propagation prediction in the VHF and UHF bands.
This work presents a theoretical model that estimate the average path loss in the
propagation between transmission and reception antennas at urban environments, for
fixed communications systems. The method is a generalization of the model developed
for UHF propagation at urban environments. The modeling presents the average path
loss of electromagnetic waves, with good precision for frequencies from 30MHz to
3GHz. The obstacles, in this case the building, are replaced by screens with
electromagnetic characteristics. The propagation must occur above and through these
structures and the field that crosses each screen are obtained with physical optics
approaches. The reflections on the ground are included in calculating the resulting field.
Assuming that the signal propagates from a transmission antenna, installed in raised
heights, to reception antenna, installed in the average buildings heights, to get the waves
incidence angle at the reception point. The representation of the building height
variation is gotten with the uniform probability distribution. From the random signal
gotten in the simulations, the average strength field is acquired, that normalized give the
path loss. Results are obtained for frequency variation, spacing between building and
incidence angle of the analyzed signal. The simulations are carried out in MATLAB
platform and the results are in agreement with prediction models and field strength
measurements data published in periodicals.
Keywords: Diffraction, large-scale loss, path-loss model, propagation, reflection,
scattering.
CAPÍTULO 1
Discussão preliminar
1.1 Introdução
O emprego das ondas eletromagnéticas com freqüências progressivamente mais altas
proporcionou grande evolução nos meios de comunicações, quebrando algumas das
principais barreiras limitadoras da capacidade de transmissão. Com essa evolução,
surgiram novos problemas relacionados a efeitos de degradação do sinal transmitido.
Motivou a necessidade da criação de procedimentos que permitissem prever os efeitos
naturais e os produzidos pelo homem, relacionados à perda na propagação. Surgiram
métodos para estimar essa atenuação, levando em conta as características
eletromagnéticas dos ambientes.
O desenvolvimento de novos sistemas fixos de comunicações digitais sem fio,
como TV de alta definição (HDTV), redes locais sem fio para telefonia e transmissão de
dados (WLL e LAN), e outras transmissões com grandes larguras de faixa,
impulsionaram a criação de novos modelos de maior complexidade e exatidão nos
resultados. O objetivo é determinar a sensibilidade desses sistemas no que diz respeito
às variações na intensidade dos sinais recebidos, [1].
1.2 Resumo Histórico
O desenvolvimento das comunicações por meio de radiofreqüência iniciou-se
com os inventos do telégrafo e do telefone. As primeiras informões sobre as ondas de
rádio deram-se a partir do ano 1864, quando o físico escocês James Clerk Maxwell
(1831-1879) previu a existência das ondas eletromagnéticas. Em 1888, o alemão
Catulo I 2
Heinrich Rudolf Hertz (1854-1994) demonstrou que as variações rápidas de corrente
elétrica podiam gerar irradiações no espaço na forma de ondas, similares às da luz.
Guglielmo Marconi (1874-1937), inventor italiano, provou a praticidade nas
comunicações sem fio, com o aperfeiçoamento de diversos equipamentos, a partir do
final do século XIX. Ele enviou e recebeu os primeiros sinais de rádio na Itália em 1895
e em 1897 recebeu a patente do telégrafo sem fio. Em 1898 foram estabelecidas as
comunicações telegráficas sem fio entre França e Inglaterra, através do Canal da
Mancha. Em 1901, ocorreu a primeira transmissão telegráfica transatlântica entre o
Reino Unido e a ilha de Newfoundland, no Canadá, [2], [3].
Em 1902, conseguiu-se a primeira comunicação bidirecional através do oceano
Atlântico. As forças militares americanas perceberam o potencial da nova tecnologia e
começaram experiências para adotar esse meio de comunicação. Em 1909, Marconi
compartilhou o prêmio Nobel de física, um reconhecimento ao sucesso de suas
descobertas. Nessa época os serviços de radiotelegrafia entre Estados Unidos e Europa
já estavam consolidados.
As primeiras transmissões de voz através de sinais de rádio aconteceram em
1914 e o ano de 1921 é tido como ponto inicial das primeiras transmissões comerciais,
com sinais emitidos de um estúdio improvisado da Marconi Company, [4]. Nos anos 20,
instalaram-se os primeiros receptores nas viaturas de polícia de Detroit, para efetuar
uma comunicação unidirecional. O ano de 1928 é marcado pelas primeiras experiências
na transmissão de sinais sonoros e de imagem, ocorrendo a primeira aplicação
comercial dessa nova modalidade de comunicação em 1941, com a transmissão de
imagens em branco e preto. Um grande passo para esse desenvolvimento foi a criação
da modulação em freqüência (FM) em 1933 por Edwin H. Armstrong (1890-1954).
Trata-se de uma técnica de modulação com maior robustez e melhor qualidade do que a
modulação em amplitude (AM), já bem difundida na época, [5].
Com o advento dessas novas técnicas, estimularam-se as aplicações dos sistemas
de radiofreqüência em novos meios de comunicações a longas distâncias. Em 1946
realizou-se a primeira interligação entre usuários móveis e o sistema de telefonia fixo. A
partir de então, o número de usuários de sistemas de comunicações móveis no mundo
cresceu de 50 mil nos anos 40, para 500 mil nos anos 50 e atingiu 1,4 milhões de
Catulo I 3
usuários na década de 60. Concomitantemente, continuaram as pesquisas para envio de
imagens e em 1951, nos Estados Unidos, ocorreu a primeira transmissão comercial de
TV colorida, [6].
Os anos da década de 1960 marcam o começo da era espacial, com o lançamento
do primeiro satélite artificial, Sputnik-1. Em 1963, o Syncom-1, primeiro satélite
geoestacionário é colocado em órbita, [7]. Na década seguinte, ocorreu grande
crescimento na utilização de sistemas móveis para comunicação pessoal, com a
apresentação do primeiro sistema celular analógico pela NTT do Japão (1979). Alguns
anos depois, foi implantado nos Estados Unidos o sistema AMPS (Advanced Mobile
Phone System ) na banda de 900MHz, com capacidade de 666 canais bidirecionais, [3].
No icio dos anos 90 surgiram sistemas de televisão digital e de telefonia móvel
também com tecnologia digital, [8]. O padrão IS-95, com técnica de múltiplo acesso por
divisão de código (CDMA - code division multiple access), foi desenvolvido nos EUA,
marcando a segunda geração dos padrões da telefonia celular. Em 1998 tem icio a
comunicação móvel via salite, com a implementação do sistema Iridium, formado por
66 satélites de órbita baixa operando em freqüência em torno de 1,6Ghz, desativado
poucos anos depois por falta de clientes. No começo do terceiro milênio surge a terceira
geração de telefonia móvel, que tem como principal característica altas taxas de
transmissão de dados. Simultaneamente, iniciam-se no Brasil estudos para adoção de
um padrão para TV digital, [9]. Estes estudos contam com a participação do INATEL
em parceria com a Linear Equipamentos Eletrônicos, com aprovação pela Finep
(Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia) e recursos
do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), [10].
Tendo em vista a grande importância dos sistemas de comunicação sem fio com
a presença de onda eletromagnéticas nos mais diferentes meios, é imprescindível o
desenvolvimento de métodos que auxiliem no projeto e implementação dos sistemas.
Em particular, tem sido de grande relevância os métodos que auxiliem os cálculos
relativos aos sistemas instalados em ambientes urbanos, onde são inúmeros os fatores
que influenciam na propagação do sinal.
Catulo I 4
1.3 Descrição geral de um sistema de comunicação sem fio
1.3.1 Etapas do processo de comunicação
Manifesta-se de diferentes formas a importância dos sistemas de
radiocomunicações, como se destacou no breve resumo apresentado. Telefones
celulares, radiorreceptores, radiotransmissores, televisores e computadores com acesso à
Internet têm a capacidade de prover rápida comunicação para qualquer ponto do globo
terrestre. A idéia fundamental é transmitir uma informão de um ponto para outro no
menor intervalo de tempo possível.
A comunicação é feita através de diferentes etapas. Inicialmente, há necessidade
de gerar o sinal de mensagem, que pode ser voz, música, imagens, dados de
computadores ou outro tipo de informação qualquer. Essa mensagem é representada por
sinais elétricos a partir de originais auditivos ou visuais, codificados de forma adequada
para serem transmitidos em um meio sico. Após a transmissão das informações, no
receptor são feitas a decodificação e reprodução da mensagem codificada. Quase
sempre, a reprodução ocorre com degradações na qualidade, causadas por várias
imperfeições do sistema.
Transmissor Receptor
Canal
Fonte de
informação
Sinal
transmitido
Sinal
recebido
Sistema de comunicação
Sinal de
mensagem
Usuário da
informação
Estimativa do
sinal de
mensagem
Figura 1.1 Elementos de um sistema de comunicação. A informação é transmitida para um destinatário
através de um canal de transmissão com características próprias, que interferem na qualidade do sistema.
Relacionado ao processo de transmissão, existem três elementos básicos em todo
sistema de comunicação: o transmissor, o canal de transmissão e o receptor. Na Figura
1.1 apresenta-se o diagrama em blocos básico do sistema. O transmissor eslocalizado
em um ponto do espaço, o receptor em outro ponto qualquer e o canal é um meio sico
que os interliga. O sinal transmitido propaga-se pelo canal, ocorrendo atenuações,
Catulo I 5
distorções, adição de ruído e sinais interferentes. O receptor tem a tarefa de recuperar e
reconstruir a mensagem original, procurando evitar, na medida do possível, que as
imperfeições provocadas pelo processo prejudiquem a fidelidade da informação
enviada, [11], [12].
1.3.2 Modos básicos de comunicação
Podem-se dividir os sistemas de comunicação em dois modos básicos. O sistema
de radiodifusão, que envolve o uso de um sinal de alta potência irradiado para inúmeros
receptores espalhados pela região de cobertura. Trata-se de um tipo de comunicação que
se caracteriza pela comunicação unidirecional. Como exemplos, podem-se citar a
difusão de rádio e de televisão.
O segundo modo refere-se à comunicação ponto a ponto, com a conexão entre
um transmissor e um receptor, podendo ser um percurso bidirecional, desde que existam
transceptores em ambos os pontos do enlace. Exemplos desta forma de comunicação
são os sistemas de telefonia fixa e móvel.
1.3.3 Canal de comunicação
Para o projeto de sistemas é indispensável conhecer as características do canal
de transmissão. Basicamente existem dois grupos de canais, os baseados na propagação
guiada e os de propagação em espaço ilimitado. No primeiro grupo destacam-se os
pares de fios metálicos, o cabo coaxial, a fibra óptica e outros guias de ondas,
empregados em sistemas de comutação telefônica e redes de dados. As comunicações
sem fio enquadram-se no segundo grupo, sendo os serviços de difusão de rádio e TV,
sistemas celulares, comunicões terrestres e via satélites.
Neste trabalho tem-se como enfoque as propagações de ondas em espaço
ilimitado, modo bastante degradado pelas condições físicas dos meios. São afetadas
principalmente pelos efeitos de dispersão, difração, reflexão e refrações oriundas de
não-homogeneidade do meio.
Catulo I 6
1.4 Abordagem para análise do sistema de comunicação sem fio
As propriedades do canal trazem limitões cruciais no desempenho de sistemas
de comunicação sem fio. A propagação entre transmissor e receptor pode ocorrer em
ambientes com visada direta ou em percursos com obstáculos, tais como edificações e
montanhas. Formas de avaliar as condições de funcionamento desses sistemas baseiam-
se na atenuação do sinal no percurso. As perdas na propagação incluem os tipos de
grande e de pequena escala, discutidas nas próximas subseções.
1.4.1 Perda na propagação em grande escala
A perda na propagação em grande escala está relacionada às variações na
intensidade média dos sinais recebidos, para distância entre transmissor e receptor de
centenas a milhares de metros. Essa forma de propagação é tratada como um processo
determinístico, [13]. Nesse tipo de degradação, incluem-se as alterações devidas a
fenômenos de reflexão, difração e dispersão. A reflexão ocorre em obstáculos de
grandes dimensões comparadas ao comprimento de onda. Pode ocorrer na superfície
terrestre, em prédios, em muros, em montanhas, etc.. A difração acontece com a
obstrução parcial do percurso de propagação por estruturas que podem ser total ou
parcialmente absorventes. As ondas sofrem redução de amplitude, deslocamento de fase
e mudanças na polarização. A dispersão está presente em meios onde existem pequenos
obstáculos, provocando alterações de amplitude e espalhamento da energia
eletromagnética. Dependendo da freqüência, a dispersão pode ser originada por
propriedades intrínsecas do meio ou por alterações originadas por construções,
vegetação, etc..
Os modelos desenvolvidos para estimar esse tipo de perda são baseados em
interpretações sistemáticas de base de dados de medidas realizadas em campo ou de
simulações computacionais. Entre os modelos mais utilizados podem-se destacar os
modelos de Longley-Rice, de Durkin, de Okumura-Hata e de Walfisch e Bertoni, [13].
1.4.2 Perda na propagação em pequena escala
A perda na propagação em pequena escala é caracterizada por flutuações rápidas
da amplitude dos sinais de rádio, ocorridas em curtos peodos de tempo e/ou pequenas
Catulo I 7
distâncias. O fenômeno é ocasionado pela chegada ao receptor de um mesmo sinal em
diferentes instantes, resultando em grandes e rápidas variações de amplitude e fase. O
vel de potência no receptor pode alterar-se de maneira significativa, podendo chegar a
valores de 30dB a 40dB, aproximadamente. O fenômeno é conhecido como
desvanecimento, [13].
Os principais fatores responsáveis por esse desvanecimento o os
multipercursos, a presença de objetos que refletem e espalham os sinais no ambiente de
recepção, flutuações aleatórias nas propriedades do meio de transmissão e o movimento
relativo do receptor, que introduz uma modulão aleatória em freqüência determinada
pelo efeito Doppler-Fizeau, [14], [15]. As flutuações na freqüência podem ser causadas
também pelo movimento de objetos no ambiente do receptor, que refletem sinais
também com a contribuição do efeito Doppler-Fizeau. Transmissões de sinais que
ocupam grande largura de faixa, processados em canais com resposta não-plana em
freqüência, resultam em atenuações irregulares nas diferentes componentes da
informação.
Distância entre transmissor e receptor [m]
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Potência de
recepção [
dBm]
-80
-75
-70
-65
-60
-55
-50
Potência média [dBm]
Potência instantânea [dBm]
Figura 1.2 Representação da potência média e instantânea, relacionada com a perda em grande e
pequena escalas.
Catulo I 8
Considerando que não o possíveis previsões exatas das causas do
desvanecimento, este fenômeno é considerado como um processo estocástico, [13].
Portanto os modelos para estimá-lo são baseados em métodos estatísticos, que
normalmente envolvem a distribuição de Rayleigh, de Nakagami e de Rice, [13]. A
Figura 1.2 mostra um exemplo de perda na propagação em grande e pequena escala.
Tem-se a potência de recepção para diferentes valores da distância entre o transmissor e
o receptor. A linha mais grossa representa a potência média de recepção, relacionada à
atenuação determinada pela modelagem em grande escala. A linha mais fina representa
a potência instantânea no receptor, referenciando a atenuação resultante do
desvanecimento.
1.5 Apresentação do problema
O objetivo deste trabalho é levantar a perda na propagação de ondas
eletromagnéticas para sistemas fixos de comunicão sem fio, instalados em centros
urbanos. Serão considerados os efeitos provocados pela perda em grande escala, ou seja,
os resultados apresentam a perda média de potência de um enlace especifico. O método
pode ser utilizado no projeto de sistemas de radiodifusão, redes locais de transmissão de
dados (LANs) sem fio, enlace locais sem fio (WLL), enlaces terrestres de comunicação
ponto a ponto, e outros.
O estudo baseou-se em um modelo teórico desenvolvido originalmente por
Chung e Bertoni, [16], associado a uma generalização do modelo desenvolvido por
Walfisch e Bertoni para propagação na faixa de UHF, [17]. O mesmo procedimento
pode ser empregado para freqüências entre 30MHz e 3GHz, abrangendo, portanto,
tanto a faixa de VHF como de UHF.
A modelagem apresenta a perda média na propagação em áreas urbanas, onde os
obstáculos, neste caso as edificações, serão substituídos por lâminas equivalentes com
propriedades eletromagnéticas adequadas. A propagação deverá ocorrer acima e através
dessas estruturas. Para obter o campo que atravessa cada lâmina, utilizam-se as
abordagens deduzidas da óptica física e serão levadas em conta as reflexões no solo. No
desenvolvimento, admite-se um sinal entre uma antena de transmissão, instalada em
alturas elevadas, e uma antena de recepção instalada na altura média dos prédios.
Catulo I 9
Assim, é possível calcular o ângulo de incidência do campo irradiado no ponto de
recepção.
As variações aleatórias de altura das construções são representadas pela
distribuição uniforme de probabilidade. Do sinal aleatório obtido nas simulações acha-
se o valor médio do campo, a partir do qual chega-se à perda no percurso. Os resultados
serão descritos em termos da variação de freqüência, espaçamento entre edifícios e do
ângulo de incidência do sinal no ponto de recepção. As simulações são feitas na
plataforma MATLAB
e os resultados são confrontados com outros modelos e
resultados experimentais divulgados em publicações especializadas.
1.6 Desenvolvimento do trabalho
O Capítulo 2 apresenta uma revisão de conceitos de propagação de ondas
eletromagnéticas em meios ilimitados, com maior ênfase ao assunto relacionado a
refração e reflexão de sinais através de uma superfície com pequena espessura. O
Capítulo 3 apresenta as equações que permitirão quantificar o problema abordado. Para
isso, mostram-se todos os procedimentos e considerações necessárias para a modelagem
da perda no percurso, sob as condições especificadas, que procuram aproximar das
condições de um enlace real.
No Capítulo 4 são feitas avaliões numéricas da teoria desenvolvida no
Capítulo 3. A partir dos resultados, obtêm-se um polimio que pode ser empregado
para levantar a perda na propagação a partir de diferentes dados de entrada. O Capítulo
5 mostra comparações entre o modelo desenvolvido com outros métodos de avaliação e
com resultados experimentais. O Capítulo 6 traz as conclusões gerais sobre o estudo,
comentários de relevância e algumas sugestões para futuros trabalhos e
aperfeiçoamentos da modelagem apresentada.
CAPÍTULO 2
Propagação de ondas eletromagnéticas em meios
ilimitados
2.1 Solução da equação de onda
Os fenômenos eletromagnéticos dinâmicos são descritos pelas grandezas campo elétrico
(
e
r
), campo magnético (
h
r
), indução magnética (
b
r
) e deslocamento elétrico (
d
r
), que
devem satisfazer o conjunto de equações de Maxwell. Estas equações são descritas na
forma diferencial no domínio do tempo como
t
d
jh
+=×
r
r
r
r
(2.1)
t
b
e
=×
r
r
r
(2.2)
ρ= d
r
r
(2.3)
0= b
r
r
(2.4)
onde ρ é a densidade volumétrica de cargas, em coulombs por metro cúbico (C/m
3
) e j
r
é a densidade de corrente de condução em ampères por metro quadrado (A/m
2
). Para
completar este grupo de equações adicionam-se as relações constitutivas:
ed
r
r
ε=
(2.5)
hb
r
r
µ=
(2.6)
Capítulo II 11
ej
r
r
σ=
(2.7)
sendo ε, µ, σ a permissividade elétrica em faradys por metro (F/m), a permeabilidade
magnética em henrys por metro (H/m) e a condutividade do meio em siemens por metro
(S/m). Com a variação das grandezas eletromagnéticas harmonicamente no tempo, as
equações anteriores podem ser expressas na forma complexa como:
( )
EiEiJH
r
r
r
r
r
ωε+σ=ωε+=×
(2.8)
HiBiE
r
r
r
r
ωµ=ω=×
(2.9)
( )
ρ=ε= ED
r
r
r
r
(2.10)
( )
0=µ= HB
r
r
r
r
(2.11)
Desacoplando as leis de Faraday e de Ampère e impondo as condições (2.10)
para um meio sem cargas e (2.11), obtêm-se as expressões conhecidas como equações
de onda:
0)(
2
=ωε+σωµ EiiE
r
r
(2.12)
0)(
2
=ωε+σωµ HiiH
r
r
(2.13)
cuja solução geral pode ser conseguida com o método da separação de variáveis. Os
resultados para os campos elétrico e magnético são apresentados da forma
r
eEE
r
r
r
r
γ
=
0
(2.14)
r
eHH
r
r
r
r
γ
=
0
(2.15)
sendo
0
H
r
e
0
E
r
as constantes que definem o valor do campo eletromagnético na
origem,
r
r
é o vetor posição do ponto do espaço onde se deseja determinar o campo. A
grandeza
γ
r
é um vetor associado às propriedades eletromagnéticas do meio e
determinará a direção de deslocamento do campo eletromagnético no espaço, a redução
em sua amplitude e sua variação de fase com a distância. Estas propriedades
eletromagnéticas do meio são descritas pelo fator de propagação, que corresponde ao
valor escalar complexo de
γ
r
, dado por:
Capítulo II 12
( )
ωε+σωµ=γ ii
(2.16)
com
γ
γ
=
γ
r
sendo identificado como vetor de propagação.
Os vetores que descrevem os campos no espaço estão ilustrados na Figura 2.1.
Para pontos bem distantes da fonte de irradiação, o campo elétrico, o campo magnético
e a direção de propagação o mutuamente perpendiculares, definindo a onda
eletromagnética transversal (onda TEM).
Figura 2.1 - Ilustração para a solução da equação de onda, mostrando os vetores que entram na descrição
do campo eletromagnético e seu comportamento no meio.
De acordo com (2.8), a densidade de corrente total em um meio é formada pela
corrente de condução e pela corrente de deslocamento, de modo que:
EiiEiiJ
r
rrr
ωε
σ
εωε=
ω
σ
εω=
0
0
(2.17)
Esta expressão demonstra que é possível admitir uma corrente de deslocamento
equivalente dada por EiJ
eq
r
r
ωε= , onde
( )
00
ωεσεε=ε i
eq
é uma grandeza
denominada permissividade complexa equivalente do meio.
As equações de Maxwell são válidas para o meio dentro do qual foram
estabelecidas. Quando houver uma descontinuidade de meio, com parte do campo
eletromagnético sendo transferido de uma para outra região, na superfície que os separa
as grandezas devem atender também um conjunto de leis conhecidas como condições de
contorno. Essas relações estabelecem que:
Capítulo II 13
0)(
12
=× EEn
r
r
(2.18)
( )
0
12
= BBn
r
r
(2.19)
( )
KHHn
r
r
r
=×
12
(2.20)
S
DDn ρ= )(
12
r
r
(2.21)
O vetor unitário
n
é utilizado para representar a direção normal na interface dos
dois meios e por esta convenção aponta em direção ao segundo meio. A grandeza
S
ρ é
a densidade superficial de cargas na supercie de separação e
K
r
é a densidade de
corrente de superfície, distribuída lateralmente em relação à direção do campo
magnético. Estas expressões representam a condição de continuidade para a
componente tangencial do campo elétrico em (2.18), continuidade para as componentes
normais da indução magnética em (2.19), descontinuidade para a componente
tangencial do campo magnético em (2.20) e descontinuidade para as componentes
normais do deslocamento elétrico em (2.21).
2.2 Reflexão e refração na fronteira de dois meios
2.2.1 Leis da reflexão e refração
Para uma onda plana com ângulo de incidência
in
θ em relação a normal ao
plano de separação entre dois meios (Figura 2.2), há uma onda refletida com ângulo
r
θ
e uma onda transmitida ou refratada para o segundo meio com ângulo
t
θ . Os vetores
i
γ
r
e
r
γ
r
são coplanares e o plano que os contém é chamado plano de incidência, [18].
Tanto para a polarização normal ao plano de incidência como para polarização com o
campo elétrico paralelo a esse plano, as condições de continuidade das componentes
tangenciais dos campos elétrico e magnético na superfície de separação dos meios
(
0
=
z
) devem ser atendidas para todos os valores sobre a superfície de separação. Isto é
possível somente se as ondas incidentes, refletida e refratada tiverem a mesma
componente de fator de propagação paralelamente à interface dos dois meios. Isto é,
ttinirr
sinsinsin θγ=θγ=θγ
(2.22)
Capítulo II 14
Figura 2.2 Transmissão e reflexão de uma onda eletromagnética na fronteira de separação entre dois
meios.
Como os valores escalares dos vetores de propagação das onda incidente e
refletida referem-se ao mesmo meio, da primeira igualdade em (2.22) chega-se a:
rin
θ=θ
(2.23)
indicando que o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência. Da segunda
igualdade, tem-se a relação entre o ângulo de refração e o ângulo de incidência:
t
i
in
t
sin
sin
γ
γ
=
θ
θ
(2.24)
conhecida como lei de Snell. Para meios com perdas, ou seja, com condutividade
diferente de zero, o ângulo de refração passa a ser uma grandeza complexa, determinada
pelas relações conhecidas entre as funções trigonométricas circulares e hiperbólicas,
[15] .
2.2.2 Equações de Fresnel
Para quantificar os campos referentes à onda refletida e transmitida, é necessário
especificar a polarização da onda incidente. Em geral, o campo da onda incidente
poderá ser decomposto em uma parcela normal e outra paralela ao plano de incidência,
como se mostra na Figura 2.3. Nos sistemas de radiocomunicações tradicionais, feitos
nas proximidades do solo, era hábito usar o plano tangente à superfície da Terra como
referência. Nesses casos a situação ilustrada na parte (a) corresponde a uma onda com
polarização linear horizontal. A onda incidente ilustrada na parte (b) desta figura
representa uma polarização linear vertical, na qual se identifica uma componente de
Capítulo II 15
razoável amplitude perpendicular à superfície do solo para grandes distâncias
envolvidas nos sistemas de comunicações. Para se evitarem eventuais ambigüidades na
nomenclatura, é conveniente tomar o plano de incidência sempre como referência.
Neste caso, a primeira parte da figura corresponde à onda transversal elétrica (onda TE)
e a segunda parte indica a onda transversal magnética (onda TM).
Figura 2.3 - (a) Onda com polarização do campo elétrico normal ao plano de incidência. (b) Onda
polarizada com o campo elétrico paralelo ao plano de incidência
A relação entre a amplitude da onda refletida e a amplitude da onda incidente
define o coeficiente de reflexão (
Γ
). Relacionando a amplitude da onda transmitida e a
amplitude da onda incidente tem-se o coeficiente de transmissão (
τ
). Para a onda com o
campo elétrico normal ao plano de incidência (onda TE), situação ilustrada na parte (a)
da Figura 2.3, com o auxílio das condições de contorno para a componente tangencial
do campo elétrico e magnético, os coeficientes de reflexão e transmissão são dados por,
[19]:
tin
tin
TE
coscos
coscos
θη+θη
θηθη
=Γ
12
12
(2.25)
tin
in
TE
coscos
cos
θη+θη
θη
=τ
12
2
2
(2.26)
Para o campo elétrico paralelo ao plano de incidência (onda TM), situação
ilustrada na parte (b) da Figura 2.3, ainda com o emprego das condições de contorno
para as componentes tangenciais do campo elétrico e magnético, os coeficientes de
reflexão e transmissão podem ser expressos como, [19]:
Capítulo II 16
tin
tin
TM
coscos
coscos
θη+θη
θηθη
=Γ
21
21
(2.27)
tin
in
TM
coscos
cos
θη+θη
θη
=τ
21
1
2
(2.28)
Nestes dois conjuntos de equações
i
η é a impedância intrínseca do meio i, uma
grandeza complexa relacionada às propriedades dos meios por:
εω+σ
µω
=η
i
i
(2.29)
2.3 Reflexão e refração por uma camada de pequena espessura
Consideram-se duas superfícies planas infinitas e paralelas que podem
representar uma placa limitada em ambos os lados por meios semi-infinitos, com
propriedades eletromagnéticas próprias. À esquerda do plano
0
=
z
, supõe-se o meio 1,
à direita do plano
dz
=
, tem-se o meio 3 e entre eles identifica-se o meio 2 (Figura
2.4). Admite-se uma onda incidente com amplitude unitária no meio 1, que é
parcialmente refletida e parcialmente transmitida para o meio 2.
Figura 2.4 – Onda incidente penetra para o meio 2 em O, reflete-se na superfície de separação entre o
meio 1 e 2 e reaparece para se combinar com o raio que é refletido em X.
Na segunda superfície, novamente parte da onda é refletida e parte é transmitida
Capítulo II 17
para o meio 3. Essa parcela da onda é refletida e transmitida mais uma vez na primeira
superfície, e assim sucessivamente. Com os coeficientes de Fresnel, têm-se as frações
refletidas e transmitidas em cada interface. Para obtenção do correspondente campo
total, basta somar todas as contribuições resultantes nos meios 1 e 3, [20].
Um problema encontrado para a adição das diversas componentes é a exigência
de que se somem as diferentes amplitudes com suas respectivas diferenças de fase,
como na Figura 2.4. Têm-se dois raios incidentes perpendiculares à frente de onda plana
no meio 1 que atingem a superfície de separação entre os meio 1 e 2. Um deles é
refletido em X, o outro é parcialmente refratado em O, que por sua vez é refletido na
segunda superfície em Z, parcialmente refratado em X, para reaparecer no meio 1 e
combinar-se com o primeiro raio. Como a fase é a mesma nos dois pontos da frente de
onda O e
O
, deve-se calcular a diferença de fase entre os dois percursos
XO
e
OZX
.
Utilizando o fator de propagação, é possível encontrar:
12
2 rr
it
r
r
r
r
γγ=δ
(2.30)
que pode ser reescrita como:
12
2 r
r
iitt
r
r
γγγγ=δ
(2.31)
Decompondo
1
r
r
,
2
r
r
,
i
γ e
t
γ em seus termos ortogonais, tem-se:
( )( ) ( ) ( )
[ ]
iininiettt
y
wx
xz
cosx
sinz
Wx
xz
cosx
sin γ×+θ+θγ+θ+θγ=δ 22
(2.32)
Sabendo que
( )
z
sinx
cosz
cosx
siny
y
inininini
θθ=θ+θ×=γ×
(2.33)
e substituindo (2.33) em (2.32) tem-se:
( )( ) ( )
[
]
( ) ( )
( )
tteinitt
inininininitett
ininininitett
cosWsinsinx
cossinwcossinwsinxcosWsinx
z
sinx
coswx
xz
cosx
sincosWsinx
θγ+θγθγ=
θθθθ+θγθ+θγ=
θ
θ
+
θ
+
θ
γ
θ
+
θ
γ
=
δ
22
22
22
(2.34)
De acordo com a lei de Snell apresentada em (2.24), a Equação (2.34) pode ser
simplificada em
Capítulo II 18
tte
cosW θγ=δ 2
(2.35)
Aplicando o valor escalar do fator de propagação e a permissividade equivalente dos
meios com perdas, a equação anterior pode ser reescrita da forma:
tre
cosi
c
W θ
ωε
σ
ε
ω
=δ
0
2
(2.36)
Ressalta-se que o
t
cosθ será uma grandeza complexa para o caso comum de o
meio 2 ser com perdas. Conseqüentemente,
δ
será também uma grandeza complexa. Na
solução adotada para a equação de onda nos diversos meios, considera-se uma descrição
do tipo
( )
δ= iexpEE
0
r
r
. Assim, a parte real de δ é responsável pelo desvio de fase e a
parte imaginária pela atenuação entre uma ida e uma volta através do meio 2.
Figura 2.5 - Reflexões e transmissões múltiplas de uma onda incidente em um meio de profundidade
limitada, resultando em ondas transmitida e refletida com características determinadas pelos parâmetros
eletromagnéticos e pelas correspondentes polarizações.
Para se obterem os coeficientes de reflexão (
Γ
) e transmissão (
Τ
) totais, somam-se
Capítulo II 19
todas as contribuições refletidas para o meio 1 e transmitidas para o meio 3, como na
Figura 2.5. Utilizam-se os coeficientes de Fresnel para cada superfície de separação,
levando em conta o deslocamento de fase no ambiente, determinado pelo fator de fase
de
δ
correspondente, dado por (2.35).
A somatória de todos os termos no meio 1 conduz ao fator
( )
[
]
...eee
...ee
iii
ii
+ΓΓ+ΓΓ+τΓτ+Γ=
+τΓΓΓτ+τΓτ+Γ=Γ
δδδ
δδ
2
2321232121231212
212321231221231212
1
(2.37)
sendo
ij
Γ e
ij
τ os coeficientes de reflexão e transmissão nas interfaces entre os meios i
e j, com 321 ,,i
=
e 321 ,,j
=
. Como se conhece o desenvolvimento da série geométrica
=
=+++++=
0
2
1
j
jN
k...k...kku
onde
δ
ΓΓ=
i
ek
2321
, que é menor do que a unidade, em módulo. Portanto, tem-se uma
rie geométrica infinita de razão k e 1
0
=a , cuja solução é:
k
k
a
u
=
=
1
1
1
0
(2.38)
a expressão (2.37) simplifica-se para
( )
δ
δ
δ
δ
ΓΓ
ΓΓττΓ+Γ
=
ΓΓ
τΓτ
+Γ=Γ
i
i
i
i
e
e
e
e
2321
211221122312
2321
212312
12
11
(2.39)
Examinando (2.25) e (2.27), conclui-se que nos dois lados de uma mesma
interface, os coeficientes de reflexão são simétricos, de modo que
2112
Γ=Γ . Além
disto, combinando as expressões de
12
Γ e
12
τ , demonstra-se de maneira simples e direta
que
1212
1 τ=Γ+ . Conseqüentemente,
122121
11 Γ=Γ+=τ . Assim,
2
212112
1 Γ=ττ ou
1
2112
2
12
=ττ+Γ
(2.40)
Por conseguinte, a expressão resultante para o coeficiente de reflexão total será:
δ
δ
ΓΓ+
Γ+Γ
=Γ
i
i
e
e
2312
2312
1
(2.41)
Capítulo II 20
Realizando uma análise semelhante, a somatória de todos os termos no meio 3 é
representada por:
( )( )
[ ]
K
K
+ΓΓ+ΓΓ+ΓΓ+ττ=
+τΓΓΓΓτ+τΓΓτ+ττ=Τ
δδδδ
δδδ
3
2321
2
23212321
2
1223
25
121221231223
23
12232123
2
1223
1
iiii
iii
eeee
eee
(2.42)
Utilizando (2.38) e o fato de que
2112
Γ=Γ , a equação anterior pode se simplificada
para o coeficiente de transmissão total:
δ
δ
ΓΓ+
ττ
=Τ
i
i
e
e
2312
2
2312
1
(2.43)
Em (2.41) e (2.43) aparecem os coeficientes reflexão e de transmissão de
Fresnel, descritos de conformidade com o tipo de polarização da onda incidente e
discutidos com detalhes na seção 2.2.2.
CAPÍTULO 3
Perda na propagação de ondas eletromagnéticas em
ambientes urbanos
3.1 Modelagem de um prédio como um obstáculo com atenuação e defasagem
A propagação de ondas eletromagnéticas em centros urbanos é muito prejudicada por
seqüências de construções de alturas arbitrárias. Tipos comuns de obstruções o
edifícios, em sua maioria constituídos de estruturas de concreto e aço, materiais com
características eletromagnéticas responsáveis pela absorção de grande parte da potência
irradiada. Com o crescimento das cidades e o grande aumento nas comunicações sem
fio, houve a necessidade de estabelecer-se um modelo para análise da perda e do
deslocamento de fase provocados por essas estruturas.
Figura 3.1 Modelagem de um prédio como um obstáculo (a) Espessura e estrutura reais (b)
Representação das paredes internas e externas (c) Espessura e estrutura equivalentes (d) Espessura nula,
com perda e defasagem equivalentes.
Um modelo foi proposto por Chung e Bertoni e segue o roteiro da Figura 3.1,
[16]. Na parte (a) supõe-se o edifício, através das quais o sinal propaga-se, e em (b)
Capítulo III 22
tem-se a representação das paredes internas e externas do obstáculo. Pode-se comprimir
a estrutura em uma camada simples, como mostrado na Figura 3.1(c), onde W
e
é a
espessura equivalente que terá o mesmo efeito das paredes sobre o campo incidente.
Portanto, se Τ representa o módulo do coeficiente de transmissão do sinal que atravessa
o obstáculo e ∆Φ a defasagem entre os campos de entrada e saída, é possível substituir a
camada por uma lâmina de espessura nula, como na Figura 3.1(d), com as mesmas
características de transferência.
Para definir a polarização do campo eletromagnético incidente, considera-se
como plano de incidência o plano perpendicular à interface do obstáculo com o meio de
onde chega a onda, como estudado no levantamento das equações de reflexão e
refração. Com o campo elétrico paralelo ao plano de incincia, o campo magnético
será normal e, portanto, tangente à interface da lâmina com o meio externo (onda TM).
Torna-se mais fácil determinar a sua função de transferência, tendo em vista a aplicação
direta das condições de contorno para as componentes tangenciais de
H
r
na superfície
de separação. Admite-se que à direita da lâmina equivalente ao obstáculo a intensidade
deste campo (
out
H ) seja:
∆Φ
Τ=
j
inout
eHH
(3.1)
com
in
H representando a amplitude do campo incidente, os fatores
Τ
e
∆Φ
, módulo e
o argumento do coeficiente de transmissão são obtidos a partir de (2.43). Em função das
características eletromagnéticas dos obstáculos, eles podem provocar grandes perdas de
potência em sinais de altas freqüências. As Figuras 3.2 e 3.3 apresentam as variações de
Τ
e
∆Φ
. Nos cálculos foram combinadas as Equações (2.27), (2.28), (2.36) e (2.43)
para as interfaces ar-obstáculos de entrada e saída. Desenvolveu-se um programa na
plataforma Matlab
, admitindo ângulos de incidência (
in
θ ) entre 0° e 90º e freqüências
de 30, 300, 450 e 850MHz. Escolheu-se m52,W
e
= como a espessura equivalente do
obstáculo e constante dielétrica 2,04 j
B
=ε . Estes valores dependem dos materiais
empregados na construção do edifício, e os adotados são típicos para estruturas mistas
de aço e alvenaria, [16], [22]-[24].
Capítulo III 23
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
30 MHz
300 MHz
450 MHz
850 MHz
Módulo do coeficiente de transmissão
Ângulo de incidência (
θ
in
) em graus
Figura 3.2 Módulo do coeficiente de transmissão para onda tipo TM, para diversas freqüências, em
obstáculos com espessura equivalente m52,W
e
= , constante dielétrica 2,04 j
B
=ε e ângulos de
incidência (θ
in
) entre 0º e 90º.
0 102030405060708090
-180
-150
-120
-90
-60
-30
0
30
60
90
120
150
180
30 MHz
300 MHz
450 MHz
850 MHz
Argumento do coeficiente de transmissão em graus
Ângulo de incidência (θ
in
) em graus
Figura 3.3 Argumento do coeficiente de transmissão para onda tipo TM, para diversas freqüências, em
obstáculos com espessura equivalente m52,W
e
= , constante dielétrica 2,04 j
B
=ε e ângulos de
incidência (θ
in
) entre 0º e 90º.
Capítulo III 24
Da Figura 3.2, extraem-se valores da perda de potência para ângulos de
incidência especificados. Com os parâmetros utilizados nas simulações, os resultados
para ângulos menores que 3 graus foram de 0,84dB, 7,64dB, 11,16dB e 20dB para 30,
300, 450 e 850MHz, respectivamente, [25].
3.2 Propagação de ondas eletromagnéticas através de obstáculos múltiplos
3.2.1 Modelagem matemática para a seqüência de obstáculos
Comumente, as construções urbanas são organizadas em fileiras quase paralelas
com alturas relativamente uniformes. A propagação a partir de uma antena transmissora
para uma antena de recepção, instaladas próximas do topo das construções, em serviços
fixos de comunicação sem fio, ocorre acima desses obstáculos, como sugerido na Figura
3.4. Para avaliar o campo que chega na antena de recepção, as fileiras de construções
são substituídas por seqüências de superfícies com atenuação e defasagem, como
proposto na seção 3.1, tendo alturas aleatórias e espaçamento uniforme d. Supõe-se que
as alturas das superfícies sejam uniformemente distribuídas entre os limites h
max
e h
min
,
com altura média h
avg
.
Figura 3.4 – Visão de perfil do percurso de propagação entre antena transmissora e receptora. Considera-
se que os prédios possuem espaçamento uniforme d e altura média h
avg
.
O ângulo de incidência pode ser obtido a partir da relação
=θ
Nd
hh
tana
avgtx
in
(3.2)
sendo h
tx
a altura da antena de transmissão, h
avg
a altura média dos obstáculos, N o
número total de obstáculos e d o espaçamento entre eles. Como geralmente estão
Capítulo III 25
envolvidas grandes distâncias, os valores de θ
in
serão sempre pequenos, raramente
passando de 3°.
Em freqüências em torno de 900MHz ou acima, para as quais há grande
atenuação do sinal em cada obstáculo, a propagação ocorre por um processo de
múltiplas difrações. No entanto, para baixas freqüências, onde o comprimento de onda
pode ser da ordem da dimensão do obstáculo, é necessário considerar a propagação
através do edicio e a reflexão no solo. Na análise é utilizada a abordagem da óptica
física, método consistente para a análise da atenuação e da defasagem da onda
eletromagnética resultantes da propagação através de obstáculos.
Figura 3.5 – Campo incidente na (n+1)-ésima superfície obtido a partir da integração numérica do campo
transmitido de uma antena elevada que atravessou a n-ésima superfície.
Para um campo conhecido na saída da n-ésima superfície, o campo incidente no
plano da (
1
+
n
)-ésima superfície pode ser obtido através de integração que inclua várias
parcelas e também a reflexão no solo, como na Figura 3.5. Xia e Bertoni [26] aplicaram
o modelo de correntes magnéticas equivalentes em aberturas para a determinação do
campo em suas proximidades, [27]. Em seguida, foi suposto que ocorriam variações
somente na direção resultante de propagação, partindo da idéia da incidência de uma
onda plana e uniforme. Com a inclusão da parcela relativa à onda refletida no solo,
Chung e Bertoni obtiveram a expressão mais geral, [16]. Admite-se que não haja
variação do campo na direção paralela à superfície. Assim, o campo )(
1+nin
yH
incidente na (
1
+
n
)-ésima supercie inclui o campo da onda direta e da onda refletida,
sendo obtido por meio de:
Capítulo III 26
( ) ( ) ( )
n
jkR
g
jkR
nout
/j
nin
dy
R
e
R
e
yH
e
yH
π
+
θΓ+
λ
=
0
21
4
1
21
(3.3)
onde, y
n
é a variação de altura (y) no plano da n-ésima superfície e
1+n
y é seu valor no
plano da (
1
+
n
)ésima supercie, [26]. O fator λ do denominador é o comprimento de
onda no espaço livre e
λ
π
=
/k 2
é o fator de fase. A extensão do percurso de
propagação entre duas supercies consecutivas é calculado por:
( )
2
1
2
1 nn
yydR +=
+
(a)
( )
2
1
2
2 nn
yydR ++=
+
(b)
(3.4)
Em (3.3), Γ
g
(θ) é o coeficiente de reflexão identificado em (2.27) como
TM
Γ ,
particularizado para quando o meio em que ocorre a reflexão é o solo. Seu valor
depende do ângulo de incidência em relação à normal, calculado por meio de:
( )
[ ]
21
1
R/yycos
nn
+=θ
+
(3.5)
O valor de
( )
θΓ
g
depende das propriedades da região na qual ocorre a reflexão.
Um dos fatores determinantes é a constante dielétrica, que assume valores entre 3,50 e
20, dependendo da composição e grau de umidade do solo, [28], [29]. As Equações
(2.43) e (3.3) representam relações recursivas para o campo em qualquer supercie, a
partir do valor incidente na primeira.
Na prática, o cálculo de (3.3) requer um limite superior finito para a integração.
Para executá-la empregando técnicas numéricas, será convertida para um somatório de
valores discretos. Sabe-se que a região que oferece a contribuição principal para os
campos em um ponto distante é identificada em termos do raio da primeira zona de
Fresnel. Para se evitarem contribuições espúrias, resultado de terminação em um valor
finito do limite de integração, o integrando é multiplicado por uma função que reduza
suavemente a integral para zero para valores grandes de y
n
. É chamada de função janela
e seus valores serão obtidos por procedimentos apresentados na seção 3.2.2. A
Capítulo III 27
discretização é feita por interpolação linear da amplitude e da fase do integrando em
intervalos , que devem ser menores que meio comprimento de onda (λ/2). A
integração será feita de forma contínua entre m e (m+1) e os resultados são
sobrepostos. A expressão final fica
( )
( )
( )
() ( )
( )
[ ]
( )
=
+
φφ
π
+
θΓ+
λ
=
0
1
21
4
1
21
m
m
m
n
yj
n
yj
n
/j
nin
dyeyAeyA
e
yH
nn
(3.6)
com os seguintes fatores
( )
( )
( )
n
nout
n
yW
R
yH
yA
1
1
= (a)
( )
( )
( )
n
nout
n
yW
R
yH
yA
2
2
= (b)
(3.7)
( )
11
kRy
n
=φ (a)
( )
.n
kRy
22
φ (b)
(3.8)
sendo )(
n
yW a função janela. A aproximação linear para a variação das amplitudes
( )
n
yA
1
e
( )
n
yA
2
e das fases
( )
n
y
1
φ e
( )
n
y
2
φ dentro de cada intervalo
+<< )1(mym
n
é representada através de
( ) ( )
( ) ( )
[ ]
( )
+
+= my
mAmA
mAyA
nn
(3.9)
( ) ( )
( ) ( )
[ ]
( )
φ
+
φ
+φ=φ my
mm
my
nn
(3.10)
Substitui-se (3.9) e (3.10) em (3.6) e, para facilitar a apresentação, adota-se a nova
nomenclatura
mii
AmA
,
)( = ,
1,
)(
+
=+
mii
AmA ,
mii
m
,
)( φ=φ e
1,
)1(
+
φ=+φ
mii
m .
Com estas passagens, obtém-se:
Capítulo III 28
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
dy
my
jexp
my
AAA
my
jexp
my
AAA
e
yH
m,m,m,
m,m,m,g
m,m,m,
m
m
m
m,m,m,
/j
nin
φφ+φ
+θΓ+
φφ+φ
+
λ
=
+
+
+
=
+
+
π
+
2122
2122
1111
0
1
1111
4
1
(3.11)
O desenvolvimento completo desta equão é longo e demorado e por isto optou-se em
acrescentá-lo como anexo no final do trabalho. A seguir, é apresentado o
desenvolvimento de forma simplificada. Para melhor compreensão das diversas etapas,
a solução analítica da integral em (3.11) será apresentada em parcelas, da maneira
expressa a seguir:
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
+
+
+
++
+
++
+
+
+
+
+
+
+
++
+
++
=
+
+
π
+
φφ+φ
θΓ
φφ+φθΓ
φφ+φ
θΓ+
φφ+φθΓ+
φφ+φ+
φφ+φ
φφ+φ
φφ+φ
+
φφ+φ
λ
=
1
21222
1
212212
1
212212
1
21222
1
11111
1
11111
1
111111
1
111111
0
1
11111
4
1
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,
m
m
m,m,m,m,
m
m
m,m,m,m,
m
m
m,m,m,m,
m
m
m
m,m,m,m,
/j
nin
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpA
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpA
e
yH
Capítulo III 29
( )
( )
( )
φφ+φθΓ+
+
+
1
21222
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpmA
(3.12)
Resolvendo analiticamente cada uma das integrais em (3.12), obtêm-se:
( )
( )
=
φφ+φ=
+
+
1
111111
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAIn
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
+
1
111
111
11111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpA
( )
( )
( )
( )
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
jexpA
j
jexpA
j
111
11
111
111
φφ
φ
φφ
φ
=
++
+
(3.13)
( )
( )
+
++
=
φφ+φ
=
1
1111112
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexp
y
AIn
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
+
1
111
111
111
1111
11
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
j
y
j
y
jexp
mjexp
A
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
111
11111
111
1111
111
111
11
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφ
+
φφ
φ
+
φφ
φφ
=
+
++
+
++
+
+
+
(3.14)
( )
( )
=
φφ+φ=
+
++
1
1111113
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAmIn
Capítulo III 30
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
++
1
111
111
111111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpAm
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,
jexpjexp
Am
j
111
111
11
φφ
φφ
=
+
+
+
(3.15)
( )
( )
+
+
=
φφ+φ
=
1
111114
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexp
y
AIn
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
+
1
2
111
111
2
111
111
1111
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
111
1111
111
111
111
111
1
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφ
φφ
φ
φφ
φφ
=
+
+
+
+
+
+
(3.16)
( )
( )
+
+
=
φφ+φ=
1
111115
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAmIn
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
+
1
111
111
11111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpAm
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,
jexpjexp
Am
j
111
111
1
φφ
φφ
=
+
+
(3.17)
Capítulo III 31
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
+
1
212226
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAIn
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
1
212
212
21222
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpA
( )
( )
( )
( )
( )
( )
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,g
jexpA
j
jexpA
j
212
22
212
122
φφ
φ
θ
Γ
φφ
φ
θ
Γ
=
++
+
(3.18)
( )
( )
( )
+
++
=
φφ+φ
θΓ=
1
2122127
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexp
y
AIn
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
+
1
2
212
212
2
212
212
2122
12
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( )
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
212
21211
212
1212
212
212
12
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφθΓ
+
φφ
φ
θ
Γ
+
φφ
φφ
θ
∆Γ
=
+
++
+
++
+
+
+
(3.19)
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
++
1
2122128
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAmIn
Capítulo III 32
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
++
1
212
212
212212
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpAm
( )
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexp
Am
j
212
212
12
φφ
φφ
θ
Γ
=
+
+
+
(3.20)
( )
( )
( )
=
φφ+φ
θΓ=
+
+
1
212229
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexp
y
AIn
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
1
2
212
212
2
212
212
2122
2
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( )
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
212
2121
212
122
212
212
2
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφθΓ
φφ
φ
θ
Γ
φφ
φφ
θ
∆Γ
=
+
+
+
+
+
+
(3.21)
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
+
1
2122210
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAmIn
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
(
)
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
1
212
212
21222
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpAm
( )
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexp
Am
j
212
212
1
φφ
φφ
θ
Γ
=
+
+
(3.22)
Capítulo III 33
Somam-se os termos de (3.13) à (3.22) e o resultado é
( )
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( ) ( )
[ ]
( )
φφ
φφθΓ
+
φφ
φφθΓ
+
φφ
φφ
+
φφ
φφ
λ
=
+
++
+
++
+
++
=
+
++
π
+
2
212
212111
212
221212
2
111
111111
0
111
111111
4
1
m,m,
m,m,m,m,g
m,m,
m,m,m,m,g
m,m,
m,m,m,m,
m
m,m,
m,m,m,m,
/j
nin
jexpjexpAA
jexpAjexpA
j
jexpjexpAA
jexpAjexpA
j
e
yH
(3.23)
Retornando à nomenclatura original, como imposto em (3.11), e trocando
1
φ por
1
Rk e
2
φ por
2
Rk , chega-se a
( )
( )
[ ]
( )
[ ]
{ } ( ) ( )
[ ]
( )
( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
( )
[ ]
{ } ( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
[ ]
{ }
Φ+φ
+
θΓ+
φ+φ+
θΓ+
Φ+φ
+
+
φ+φ+
λ
==
+
+
+
= +
π
+
mjexpmjexp
RRk
mAmA
RRk
mjexpmAmjexpmA
j
mjexpmjexp
RRk
mAmA
RRk
mjexpmAmjexpmA
j
e
pyH
p,m,p,m,
mg
p,m,p,m,
mg
p,m,p,m,
m p,m,p,m,
/j
n
22
2
212
2
22
212
2222
11
2
111
2
11
0 111
1111
4
1
1
1
11
1
1
11
(3.24)
onde
( )
2
2
2
+= pmdR
p,m,,i
m para 21,i
=
. Os índices m e p indicam posão na
direção y nos planos nd e
( )
dn 1+ em função do intervalo , de modo que = my
n
e
=
+
py
n 1
.
3.2.2 Truncamento do intervalo de integração
Truncar a integração em (3.3) em um limite superior finito equivale a colocar
uma superfície condutora na coordenada além da qual a contribuição para o resultado
final é muito pequena. Para reduzir o erro introduzido por este procedimento, o
intervalo de integração deve ser suficientemente grande, de forma que sejam
computadas as perturbações dos obstáculos. Estudos mostram que o intervalo pode ser
Capítulo III 34
obtido em termos do raio da primeira zona de Fresnel, [31]. Demonstra-se que o raio da
zona de Fresnel de ordem n em um determinado ponto do enlace pode ser obtido por,
[15], [31]
( )
R
dRdn
dd
ddn
r
n
11
21
21
λ
=
+
λ
=
(3.25)
sendo d
1
e d
2
as distâncias entre o ponto de interesse e os pontos de transmissão e
recepção e R a distância total do enlace. Para se obter estabilidade nos resultados, é
recomendado que se utilize um intervalo de comprimento igual a seis vezes o raio
máximo da primeira zona de Fresnel, [17], [32]. O raio máximo ocorre quando
( )
0
1
= dr
n
, isto é,
( )
0
2
2
1
1
2
1
11
1
=
λλ
λ
=
R
dnRn
R
dRdn
d
r
n
que conduz a
2
2
1
NdR
d ==
(3.26)
Portanto, como (3.26), indica que o raio máximo está localizado no meio do percurso,
resulta que:
Nd
NdNd
NdNd
ry
t
λ=
+
λ
== 3
22
22
66
1
(3.27)
A função janela, mencionada para que o truncamento da integração não gere
contribuições espúrias sobre o valor do campo, devido à descontinuidade abrupta no
limite superior, deve variar lentamente entre um e zero. A largura dessa janela é
calculada em termos do raio máximo da primeira zona de Fresnel na propagação entre
dois obstáculos. Essa janela começa a decrescer a partir de
tavg
yh + e anula-se em
0
fyh
tavg
++ , sendo recomendado que
0
f seja 30 vezes esse raio máximo, [17], [32]. O
coeficiente de decaimento será designado por
0
f e seu valor é:
Capítulo III 35
d
dd
dd
rf λ=
+
λ
== 15
22
22
3030
10
(3.28)
A Figura 3.6 mostra a região de interesse no cálculo em termos do elipsóide de
Fresnel, onde
t
y define a região de maior contribuição para o lculo do campo em um
ponto distante e f
0
indica o fim da região de menor influência, onde atua a função janela.
Figura 3.6 Região com a principal contribuição de campo entre as antenas transmissora e receptoras
definidas pelo valor y
t
, em função do maior raio da primeira zona de Fresnel. Estão indicados os valores
que estabelecem os limites práticos da integração.
Estudos anteriores, confrontados com resultados experimentais, indicam que na
definição da janela é adequado o uso da função de Kaiser-Bessel, [32]. Para repetidas
integrações sobre N obstáculos, a altura começa a variar em função de
tavgn
yhy += ,
com um coeficiente de decaimento de largura
df λ=15
0
. A partir destes parâmetros,
a função janela é especificada como:
( ) ( )
++
++<+ξ
+<<
=
0
0
0
01
fyhy,
fyhyyh,w
yhy,
yW
tavgn
tavgntavg
tavgn
n
(3.29)
onde:
( )
( ) ( ) ( )
πξ+πξ+πξ+=ξ 30012302098110498580402080 cos,cos,cos,,w
(3.30)
com
ξ
relacionado a
0
f , à altura média dos edifícios e a
t
y por:
Capítulo III 36
( )
0
f
yhy
tavgn
+
=ξ
(3.31)
A Figura 3.7 mostra o comportamento desta função. Para este exemplo, foi
adotada 30MHz como freqüência de operação, número de obstáculos
200
=
N
,
distância entre obstáculos
m50
=
d
e altura média m10=
avg
h . São valores para
edifícios de três a quatro andares, com uma separação comum em cidades brasileiras.
0 200 400 600 800 1000 1200
1400
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
h
avg
+y
t
+f
0
h
avg
+y
t
h
avg
W (y
n
)
y
n
[m]
Figura 3.7 – Função janela de Kaiser Bessel para
MHz,30=f
,200
=
N
m50=d e m10=
avg
h . Sua
aplicação ameniza os efeitos da terminação brusca imposta ao campo eletromagnético.
Com o truncamento, o somatório de (3.24) fica limitado pela parte inteira de
( )
++=
0
fyhM
tavg
e o resultado final é:
( )
( )
[ ]
( )
[ ]
{ } ( ) ( )
[ ]
( )
( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
( )
[ ]
{ } ( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
[ ]
{ }
Φ+φ
+
θΓ+
φ+φ+
θΓ+
Φ+φ
+
+
φ+φ+
λ
==
+
+
+
= +
π
+
mjexpmjexp
RRk
mAmA
RRk
mjexpmAmjexpmA
j
mjexpmjexp
RRk
mAmA
RRk
mjexpmAmjexpmA
j
e
pyH
p,m,p,m,
mg
p,m,p,m,
mg
p,m,p,m,
M
m p,m,p,m,
/j
n
22
2
212
2
22
212
2222
11
2
111
2
11
0 111
1111
4
1
1
1
11
1
1
11
(3.32)
Capítulo III 37
A Equação (3.32) será utilizada para o desenvolvimento de uma rotina para
simulação baseada na plataforma Matlab
. Com as simulações, será possível analisar as
perdas na propagação em função da freqüência, do ângulo de incidência, da distância
entre obstáculos, da altura dos obstáculos e do número total de obstruções parciais.
CAPÍTULO 4
Resultados numéricos para propagação através de
múltiplos obstáculos
4.1 Estrutura das simulações
A fim de avaliar o comportamento do campo eletromagnético em sua propagação tal
como descrito nos capítulos anteriores , foram feitas simulações a partir de (3.32) com
diversos valores de parâmetros envolvidos. O programa utilizado foi desenvolvido com
recursos da plataforma MATLAB
. A Figura 4.1 trás um esquema ilustrativo das
rotinas para as simulações. Tem-se como programa principal a rotina GeraQ.m, que
recebe os dados de entrada, faz o processamento com o auxílio das funções
KaiserBessel.m, PerdaobstacTM.m e PerdaobstacTE.m, fornecendo
como dados de saída o campo estabilizado de acordo com o número de obstáculos As
rotinas citadas estão anexadas no final do trabalho.
GeraQ.m
KaiserBessel.m
PerdaobstacTM.m
ou
PerdaobstacTE.m
Entrada
de dados
Saída
de dados
Figura 4.1 Diagrama em bloco da estrutura criada para as simulações. Tem-se GeraQ.m como rotina
principal, e as funções auxiliares KaiserBessel.m, PerdaobstacTM.m e PerdaobstacTE.m.
Capítulo IV 39
4.2 Comportamento da onda plana em seu percurso de propagação
A partir dos resultados das simulações, procurou-se relacioná-los com a
freqüência e com as características físicas identificadas ao longo do percurso (formato
dos obstáculos, espaçamentos entre eles, etc.). Fixaram-se as características construtivas
dos obstáculos, com alturas aleatórias uniformemente distribuídas entre 6 e 14 m (2 a 4
andares) e com espaçamento entre seus centros de 50 m, valores comuns para regiões
urbanas. Admite-se uma onda plana com campo magnético de amplitude unitária
atingindo o primeiro obstáculo com a direção de propagação fazendo um ângulo de
incidência em relação à horizontal. A amplitude do campo incidente na altura média das
construções h
avg
é mostrada na Figura 4.2 para um °=θ 4,1
in
. Esse ângulo foi
determinado em função da geometria do problema, segundo o procedimento descrito no
capítulo anterior. A freqüência especificada é de 100MHz.
Observa-se um decréscimo mais acentuado do valor absoluto do campo
magnético para pequenos números de obstáculos e, em seguida, a amplitude do campo
demonstra uma flutuação aleatória entre 0,2 para 0,3 ao redor de um valor médio de
0,235. Estudos anteriores mostram que para obstáculos com alturas uniformes, o valor
do campo tende a estabilizar para um total de N
0
superfícies dado por, [17]
dsin
N
in
θ
λ
=
2
0
(4.1)
Ultrapassando este limite N
0
, o campo no topo do obstáculo sucessivo assume
um valor praticamente constante
avg
H . Como é um valor que se relaciona a um campo
unitário, definirá também a atenuação final do enlace. Portanto, será chamado fator de
atenuação, representado pela letra Q. Quando as alturas forem aleatórias, a estabilização
parece ocorrer após uma quantidade menor de obstáculos. É importante determinar o
número de obstáculos a serem excluídos, para economizar tempo nas simulões. No
cálculo da estabilização para obstáculos de alturas aleatórias, serão excluídos os
primeiros
2
0
N valores, calculando-se a média dos valores de campo restantes na
altura h
avg
. Para os parâmetros usados na simulação apresentada na Figura 4.2, N
0
é 100.
Portanto, serão excluídos os 50 primeiros valores de campo.
Capítulo IV 40
Utilizaram-se as rotinas desenvolvidas para a plataforma MATLAB
apresentadas no Anexo C, onde foram combinadas as Equações (2.43), (3.29) e (3.32).
Foi traçada uma curva contínua para representar os valores da intensidade do campo
magnético nos diferentes obstáculos. Na realidade, foram calculadas apenas para valores
discretos de obstáculos. A linha contínua foi utilizada para se ter uma melhor idéia da
distribuição de intensidade do campo. Trata-se apenas da união dos pontos referentes
aos valores do campo para cada obstáculo.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
f
= 100MHz
θ
in
=1,4º
h
avg
= 10 m
mm
H
avg
= 0,235
|H(y=h
avg
)|
Número de obstáculos
Figura 4.2 – Módulo da intensidade relativa do campo magnético na altura média dos sucessivos
obstáculos, para freqüência de 100MHz, ângulo de incidência 1,4º e altura da antena de recepção 10 m. A
altura da antena receptora coincide com o valor médio no percurso.
4.3 Dependência entre a freqüência e a geometria dos obstáculos
Na propagação de ondas planas sobre construções com alturas uniforme na
banda de VHF e UHF, a dependência do campo estabilizado com valor
avg
H , com a
freqüência ( f ), com o ângulo de incidência (
in
θ ) e a separação entre obstáculos (d)
pode ser representada por um único parâmetro g
p
, [17], [26]. Inicialmente, esse
parâmetro foi proposto para alturas distribuídas de maneira uniforme. Estudos teóricos e
experimentos posteriores mostraram que ele pode também ser empregado para
propagação sobre construções com alturas aleatórias, [16]. Com o seu emprego, o
Capítulo IV 41
possíveis simplificações na análise dos resultados, de modo que o fator Q fica em
função do parâmetro adimensional g
p
, relacionado com a freqüência e às características
sicas dos obstáculos ao longo do percurso. Seu valor é calculado por, [17]
c
df
sin
d
sing
ininp
θ=
λ
θ=
(4.2)
sendo c a velocidade de propagação no meio e para o ar, m/s103
8
×=c . Para se ter
uma idéia de como este parâmetro varia, em sistemas móveis celulares as antenas de
transmissão podem ser instaladas a 50 m de altura ou maior, e a distância entre a
unidade móvel e a base varia entre 1 km e 20 km. Portanto, os ângulos de incidência
ficam entre 0,15° e 2,8º. Para m50
=
d e freqüência de 900MHz, g
p
situa-se entre 0,03
e 0,63.
4.4 Efeitos da freqüência sobre o fator Q nas faixas de VHF e UHF
Os valores médios de campo, para variões aleatórias da altura das construções
em diferentes freqüências e diversos ângulos de incidência, foram traçados em escala
bilogarítmica para vários valores do parâmetro g
p
(Figura 4.3). Ressalta-se que, em
todas as simulações, as alturas das construções são distribuídas com probabilidade igual
no intervalo entre 6 e 14 m e a distância entre os pontos centrais dos obstáculos é
m50
=
d . Pode-se observar que para as freqüências de 100, 300, 900 e 1800MHz os
comportamentos dos pontos aparentam obedecer a uma certa curva.
Dada essa dependência do fator Q em relão ao parâmetro g
p
, é possível fazer o
ajuste polinomial dos pontos e obter o seu valor. Para um ajuste polinomial de 3º grau,
chegou-se ao polinômio:
( )
607028325922
32
pppp
g,g,-g,gQ +=
(4.3)
Para comprovar a validade desta equação, a curva resultante foi sobreposta aos
pontos na Figura 4.4. Pode-se verificar que ela acompanha os valores médios de campo
obtidos nas simulações. Com o auxílio de (4.3), o cálculo do fator Q torna-se fácil,
substituindo as demoradas e trabalhosas simulações através de (3.32).
Capítulo IV 42
0,01 0,1 1
0,01
0,1
1
100 MHz
300 MHz
900 MHz
1800 MHz
Q(g
p
)
g
p
= sin
θ
in
sqrt(d/
λ
)
Figura 4.3Fator Q traçado em função do parâmetro g
p
para as freqüências de 100MHz, 300MHz,
900MHz e 1800MHz.
0,01 0,1 1
0,01
0,1
1
100 MHz
300 MHz
900 MHz
1800 MHz
Q
(
g
p
)
Q(g
p
)
g
p
= sin
θ
in
sqrt(d/
λ
)
Figura 4.4 Curva resultante do ajuste polinomial dos pontos obtidos de simulações para as freqüências
de 100MHz, 300MHz, 900MHz e 1800MHz.
Contudo, a Equação (4.3) somente é valida para as condições especificadas nas
simulações. Para áreas urbanas com outras características construtivas, ou seja, altura
média diferente ou emprego de outros materiais em sua estrutura, tendo um novo valor
Capítulo IV 43
de constante dielétrica, seriam necessárias novas simulações, com os diferentes
parâmetros para a obtenção de novos coeficientes do polimio.
4.5 Modelagem da perda no percurso
Para a elaboração de um modelo de previsão da perda média entre a antena
transmissora e a receptora, demonstrou-se a necessidade de conhecer os fatores que
influenciam na propagação dos sinais. Em áreas urbanas, os fatores mais relevantes são
a perda no espaço livre entre as antenas, atenuação Q(g
p
) do campo no topo das
construções e o efeito de difração devido ao percurso entre o topo das construções e o
vel do solo. Serão levados em conta somente os dois primeiros fatores, pois o modelo
desenvolvido é para sistemas de comunicações fixos, entre uma antena transmissora e
uma receptora, instaladas em alturas especificadas.
Desconsiderando os ganhos das antenas, ou seja 1==
rxtx
GG , admitindo
enlaces feitos por antenas isotrópicas, a relão entre a potência recebida e a potência
transmitida no espaço livre é dada pela fórmula de Friis para esta condição particular, ,
[33], ou seja:
2
2
44
π
=
π
λ
=
Ndf
c
RP
P
tx
rx
(4.4)
onde
NdR
=
é a distância entre as antenas transmissora e receptora. Expressando esta
relação em decibels, tem-se a perda no percurso livre de quaisquer obstáculos:
Rlogflog,L 20204432
0
++=
(4.5)
com valores de freqüência em megahertz e distância do enlace em quilômetros. A
Equação (4.5) fornece o primeiro dos fatores listados anteriormente. Basta, agora,
englobar o fator Q referente à atenuação provocada pelos obstáculos urbanos. Como
este fator está relacionado com atenuações do campo irradiado e não com a potência,
tem-se que elevá-lo ao quadrado para se referir à atenuação relativa ao valor de
potência. Portanto, a Equação (4.4) pode ser reescrita como:
Capítulo IV 44
2
2
4
Q
RP
P
tx
rx
π
λ
=
(4.6)
Com a inclusão deste novo termo em (4.6), gera-se outra equação que fornece a
perda total em um percurso urbano, incluindo a perda no espaço livre e a atenuação
média dos obstáculos. Desenvolvendo (4.6) e expressando em decibels, tem-se:
( ) ( )
( )
QlogRlogflog.dBL
QlogRlogflog
c
log
P
P
dBL
Qc
Rf
L
P
P
rx
tx
rx
tx
20202056147
202020
16
10dB
16
2
2
22
222
++=
++
π
==
=
π
==
(4.7)
Ajustando a expressão para valores de freqüência em megahertz e distância do
enlace em quilômetros, resulta:
2
1020204432 QlogRlogflog,L ++= (4.8)
supondo, como antecipado, o enlace entre antenas isotpicas. Quando forem usadas
antenas transmissora e receptora com ganhos G
tx
(dB) e G
rx
(dB), estes valores entram
com efeito de compensar parcialmente a perda no espaço livre. Portanto, a expressão
final fica:
( ) ( )
dBGdBGQlogRlogflog,L
rxtx
++= 2020204432
(4.9)
CAPÍTULO 5
Comparação com medições e outros métodos de previsão
5.1 Introdução
No capítulo anterior foi apresentado um modelo para o levantamento da perda na
propagação em ambientes urbanos. Para mostrar a eficácia do método discutido, serão
apresentadas comparações com outro método usado para se prever o sinal que atinge o
receptor. Optou-se pelo método de Okumura-Hata, [34],[35], um dos mais difundidos
para o tipo de ambiente em análise, a partir do qual estão disponíveis muitos resultados
experimentais, [13]. O desenvolvimento teórico deste trabalho será confrontado também
com medições divulgadas na literatura especializada.
O modelo de Okumura é um dos métodos mais utilizados para previsão da
propagação em ambientes urbanos, [34]. Aplica-se para freqüência entre 150MHz e
1920MHz, embora seja extrapolado até 3GHz, distâncias de enlace de 1km à 100km e
altura da antena de transmissão variando entre 30 e 1000 metros. Okumura desenvolveu
um grupo de curvas que fornecem a perda média relativa, em áreas urbanas, com
terrenos com pouca ondulão (
m20
h
), [36], com antenas de transmissão instalada
na altura efetiva de 200 metros e antena de recepção a 3 metros do solo. As curvas
foram obtidas a partir de numerosas medidas utilizando-se antenas onidirecionais na
transmissão e recepção, para as freqüências e distâncias já mencionadas acima. Para
determinar a perda no percurso fazendo uso do modelo de Okumura, é necessário o
cálculo da perda no espaço livre através da Equação (4.5) e adicionar o valor de
d,fA
mu
, obtido da Figura 5.1. Leva-se em conta o fator de correção de acordo com o
tipo de terreno. Assim, o modelo pode ser expresso matematicamente como:
Catulo V 46
( ) ( ) ( )
AREArxtxmu
GhGhGd,fALL +=
050
(5.1)
onde
50
L é o valor médio da perda na propagação,
0
L é a perda em espaço livre,
mu
A é
o acréscimo à perda no espaço livre,
( )
tx
hG e
( )
rx
hG são os ganhos das antenas de
transmissão e de recepção em função da altura, e
AREA
G é o fator de correção
relacionado ao tipo de terreno, obtido na Figura 5.2, em função de freqüência.
d ( km )
1
2
5
20
10
30
40
50
60
70
70
80
100
60
50
40
30
10
20
70
100
200
300
500 700
1000
2000 3000
1
2
5
20
10
30
40
60
70
80
100
50
Freqüência f (MHz)
Atenuação média, A( f, d ) (dB)
Área urbana
h
tx
= 200 m
h
rx
= 3 m
Figura 5.1Atenuação média relativa ao espaço livre, para diferentes valores de distância de enlace e
freqüência, para terreno quase plano, região urbana, alturas das antenas de transmissão e de recepção 200
e 3 metros, respectivamente (Adaptado de [34] ).
Okumura encontrou que
( )
tx
hG varia segundo uma taxa de 20dB por década e
( )
rx
hG varia de 10dB por década para alturas menores que 3 metros e 20dB para valores
superiores. Conseqüentemente, estes ganhos podem ser representados por:
( )
m1000m10
200
20 <<
=
tx
tx
tx
h
h
loghG
(a)
(5.2)
Catulo V 47
( )
m1000
3
10
=
rx
rx
rx
h
h
loghG
(b)
( )
m10m3
3
20 <<
=
rx
rx
rx
h
h
loghG
(c)
100
200 300 500 700 1000 2000
3000
0
10
15
20
25
30
35
5
Freqüência
f (MHz)
Fator de correção G
AREA
(dB)
Área suburbana
Área quase aberta
Área aberta
Figura 5.2 Fator de correção para diferentes tipos de terreno em função da freqüência. Valores
relacionados a perda em áreas urbanas ( Adaptado de [34] ).
Outras correções podem ser aplicadas ao modelo de Okumura, principalmente
algumas relacionadas a ondulação na altura de terreno, inclinação de terreno e áreas
mistas de terreno e mar. Uma vez calculados, esses fatores de correção são adicionados
ou subtraídos em (5.1). Todos os fatores de correção estão disponíveis em forma de
curvas disponíveis nas publicações especializadas, [34] .
Como o modelo de Okumura é inteiramente baseado em medidas, este não
fornece nenhuma explicação analítica. Para muitas situações, fazem-se interpolações
dos valores extraídos das curvas para obtenção de resultados além dos valores medidos.
A validade dos resultados depende das circunstâncias e da suavidade das curvas
utilizadas. Esse modelo é considerado como o melhor e mais simples, em termos de
exatidão na previsão da perda no percurso, para sistemas celulares e de comunicação
Catulo V 48
terrestre em ambientes urbanos. A sua maior desvantagem é a resposta lenta para
mudanças rápidas de relevo. Então, ele é muito bom para áreas urbanas e não tão bom
para regiões rurais. Resultados experimentais divulgados comprovam que o comuns
desvios padrão de 6dB a 14dB entre a previsão e os valores reais obtidos, [13], [37].
Nas comparações, será utilizado o modelo de Hata que propôs fórmulas emricas
baseadas nos gráficos de Okumura, mais simples para implementações computacionais,
[35].
5.2 Comparação com o método de Okumura-Hata
O método de Okumura-Hata para modelagem da propagação de sinais baseia-se
em medidas de intensidade de campo realizadas por Okumura na região de Tóquio,
[34]. Os resultados geraram diversas curvas adequadas a diferentes tipos de terreno e
alturas das antenas de transmissão e recepção. Numa tentativa de automatizar o método
de Okumura, Hata desenvolveu uma fórmula empírica que representa com exatidão os
gráficos obtidos a partir das medições, [35]. As equações Okumura-Hata, apresentadas
em recomendações da International Telecommunications Union (ITU), [38], serão
utilizadas como comparação para o método de previo desenvolvido. Segundo esse
método, a intensidade de campo elétrico na antena receptora, que nas medições era um
dipolo de meia onda, é descrita por:
()( )( )
b
txrxtx
Rloghlog,,hahlog,flog,,E 55694482131668269 ++=
(5.3)
admitindo uma potência de 1 kW irradiado a partir de um dipolo de meia onda. Esta
equação representa o campo em relação a uma referência de 1µV/m. Portanto, deve ser
expressa em dBµV/m. Para sua aplicação, a freqüência f deve ser expressa em
megahertz e a distância R em quilômetros. Os fatores h
tx
e h
rx
o as alturas das antenas
transmissora e receptora, referidas à Terra plana. O parâmetro
( )
rx
ha é um valor de
ajuste empírico, descrito por:
()( )( )
805617011 ,flog,h,flog,ha
rxrx
=
(5.4)
Catulo V 49
O expoente b para a distância R tem os seguintes valores, de acordo com a
distância do enlace:
( )
<<
×+×++
=
km10020para
20
10071108711401
km20para1
80
34
R
R
logh,f,,
R
b
,
tx
(5.5)
com
tx
h definida por
26
1071
txtxtx
hhh
×+=
(5.6)
Para comparar os resultados teóricos com as medidas, necessita-se identificar o
ganho no percurso, que é a relação entre a potência recebida e a potência transmitida.
Esse ganho é o produto do valor obtido no espaço livre e Q
2
para uma antena instalada
no topo das construções, sendo Q o fator de atenuação determinado em (4.3). A
expressão para o ganho no percurso tem a forma
2
2
4
Q
RP
P
tx
rx
π
λ
=
(5.7)
Em termos da área efetiva de uma antena isotrópica na recepção πλ 4
2
e da
intensidade de campo
E no receptor, a potência recebida é dada por
2
0
2
1
4
EP
rx
η
π
λ
=
(5.8)
sendo η
0
é a impedância intrínseca do espaço livre que vale
=
π
377120 . De (5.7) e
(5.8), o campo comparado com V/m1
µ
e expresso em dBµV/m no receptor é
determinado por:
( )
( )
Qlog
R
logPlog
E
logE
tx
20
4
1010120
V/m1
V/m
20V/mdB
2
0
+
π
η
++=
µ
µ
=µ
(5.9)
Catulo V 50
Para se obter Q, fez-se uso do ângulo local de incidência θ
in
(R) para o raio direto
do transmissor ao plano horizontal do receptor no nível do topo da construção.
Considera-se a curvatura da terra e o valor padrão do gradiente de refração da
atmosfera. O ângulo de incidência é, [16]:
e
tx
in
R
R
R
h
tan)R(
2
1
=θ
(5.10)
onde km8490
e
R é o raio efetivo da terra sob condições de atmosfera padrão, [31],
[39]. Utilizando (4.2), (4.3) e (5.10), a intensidade do campo é obtida a partir de (5.9)
para comparação com as medidas. A equação aproximada (4.3) não é válida para
distâncias próximas ou além do horizonte, onde θ
in
(R) = 0. Considerando o ganho de um
dipolo de meia onda, [28], deve ser usada uma correção de –2,15dB para a análise
passar deste tipo de antena, recomendada pela ITU, para a antena isotrópica usada. Os
resultados para h
tx
= 150 m e potência equivalente de irradiação isotrópica (EIRP) de
1kW são traçado até o horizonte ( km50
=
R ) nos gráficos a seguir. Os levantamentos
foram feitos para freqüências de 100, 450, 900, 1800MHz. Estes valores envolvem
freqüências das faixas de VHF e UHF, onde estão contidas as bandas A, B e C da
telefonia móvel celular. A título de comparação também, são traçadas curvas referentes
à propagação em espaço livre, desconsiderando qualquer tipo de obstáculo ou efeitos de
reflexão e difração na superfície terrestre.
Pode-se observar que a modelagem apresenta um comportamento que tem certa
concordância com o método Okumura-Hata, que tem sido muito utilizado também nos
cálculos da propagação em comunicações móveis. Verifica-se que, em grande parte do
percurso, os resultados da previsão situam-se entre as curvas de Okumura e do espaço
livre. A diferença máxima entre a estimativa e o método de Okumura é inferior a 10dB,
valor comum para o desvio padrão do método de Okumura-Hata, [13].
Catulo V 51
1 10 100
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (100 MHz)
Okumura-Hata - 100 MHz
Espaço livre - 100 MHz
Intesidadede campo [dB(
µ
V/m)]
Distância [km]
Figura 5.3 Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com medidas para áreas
urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre, para freqüência de 100MHz,
m150=
tx
h , m10=
rx
h .
1 10 100
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (450 MHz)
Okumura-Hata - 450 MHz
Espaço livre - 450 MHz
Intesidadede campo [dB(
µ
V/m)]
Distância [km]
Figura 5.4 Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com medidas para áreas
urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre, para freqüência de 450MHz,
m150=
tx
h , m10=
rx
h .
Catulo V 52
1 10 100
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (900 MHz)
Okumura-Hata - 900 MHz
Espaço livre - 900 MHz
Intesidadede campo [dB(µV/m)]
Distância [km]
Figura 5.5 Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com medidas para áreas
urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre, para freqüência de 900MHz,
m150=
tx
h , m10=
rx
h .
1 10 100
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (1800 MHz)
Okumura-Hata - 1800 MHz
Espaço livre - 1800 MHz
Intesidadede campo [dB(µV/m)]
Distância [km]
Figura 5.6 Comparação da predição feita com a modelagem deste trabalho com medidas para áreas
urbanas de Okumura-Hata e com a propagação em espaço livre, para freqüência de 1800MHz,
m150=
tx
h , m10=
rx
h .
Catulo V 53
5.3 Comparação com resultados experimentais publicados
5.3.1 Medidas realizadas por Ott e Plitkins
Foram realizadas medições da potência média de recepção por Ott e Plitkins, na
cidade de Philadelphia nos Estados Unidos, [40]. As transmissões foram feitas com
irradiação de uma rede de seis antenas, instaladas em alturas entre 14 e 78 metros acima
do nível do solo, e recebidos por antenas móveis a 1,5 m de altura. As medições foram
realizadas para freqüência de 820MHz, com potência de transmissão de 16 W (42dBm).
Na transmissão foi empregada uma rede onidirecional colinear de antenas com ganho de
8,15dBi. Na recepção utilizou-se uma antena vertical de ¾ de comprimento de onda e
ganho de 3,15dBi. A altura média das construções nessa região fica entre 9 e 12 metros
e o espaçamento entre seus centros é de aproximadamente 35 metros. Portanto, para o
cálculo do fator de atenuação (Q) serão considerados m35
=
d , freqüência
MHz820
=
f e ângulo de incidência variando com a distância entre os pontos de
transmissão e recepção. Para gerar o gráfico, utilizaram-se as Equações (4.2), (4.3) e
(4.9) e (5.10), levando em conta os efeitos da curvatura terrestre e os ganhos das antenas
de transmissão e recepção.
Deve ser tomada uma precaução relacionada à altura da antena de recepção, que
no modelo é considerada fixa em 10 metros, porém nas medidas foi de 1,5 metro.
Portanto, para a devida correção, será utilizada a recomendação da ITU referente a
mudanças na altura da antena de recepção, [41]. A equação a seguir fornece o ganho
relativo para uma antena que pode variar entre 1,5 e 40 m comparado ao valor de 10 m:
( )
=
10
20
6
rx
h
log
g
dBG
(5.11)
onde o parâmetro g depende do tipo de região de interesse. São recomendados os
valores dB6
=
g para VHF e dB8
=
g g = 8dB para UHF, em áreas urbanas, [41].
Catulo V 54
1 10
-130
-120
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
-40
Medidas de Ott e Plitkins - 820MHz
Predição (820MHz)
Potência de
recepção [dBm]
Distância [km]
Figura 5.7 Comparação da predição com medidas realizadas em áreas urbanas por Ott e Plitkins [40],
para a freqüência de 820MHz. Tem-se a potência média de recepção em dBm para variações na distância.
A Figura 5.7 apresenta esta comparação. A linha contínua representa a
estimativa e os pontos referem-se às medidas publicadas, [40]. Verifica-se que a
estimativa aproxima-se bastante dos resultados experimentais divulgados.
5.3.2 Medidas realizadas por Young
As medidas publicadas por Young foram realizadas há mais de 50 anos, na
região urbana de Nova Iorque, os resultados apresentados em termos da intensidade de
campo, para as freqüência de 150MHz e 900MHz, [42]. A antena de transmissão foi
instalada em uma altura de 150 m, sendo o sinal recebido por uma unidade móvel com
altura da antena em torno de 2 metros. A potência de transmissão empregada foi de 1
kW em valores EIRP. Isto é, representa a potência irradiada multiplicada pelo ganho da
antena em relação à antena isotrópica. Tanto na transmissão como na recepção foram
utilizados dipolos de meia onda com ganho de 2,15dBi, [28]. o houve especificações
das separações entre prédios, dado de relevância no levantamento teórico dos gráficos.
Por isto, supôs-se um espaçamento em torno de 50 m, valor próximo da maioria das
construções urbanas.
Para adequar as medidas ao modelo desenvolvido, no que se refere à altura da
Catulo V 55
antena de recepção, novamente utilizou-se a recomendação da ITU referente ao ganho
relativo em função da altura, comparado com uma antena instalada a 10 metros do solo,
[41]. A correção é expressa por (5.11), que fornece ganhos de 14dB para a faixa de
VHF e 18,6dB para UHF. Levando em conta estes ajustes, relacionados à altura e ganho
das antenas, as Figuras 5.6 e 5.7 trazem os resultados para freqüências de 150MHz e
900MHz, respectivamente. Utilizando (4.2), (4.3) e (5.10), a intensidade do campo é
obtida a partir de (5.9) para diferentes distâncias entre transmissor e receptor. A linha
mais espessa refere-se ao modelo discutido neste trabalho e a linha resultante da união
dos pontos relaciona-se com as medidas feitas por Young. Esta curva foi resultado do
ajuste conseguido através do programa Origin
. Pode-se observar que, para ambas
freqüências, os resultados previstos no modelo proposto aproximam-se bastante dos
valores medidos.
0,1 1 10 100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (150 MHz)
Medidas de Young - 150 MHz
Intensidade de campo dB[
µ
V/m]
Distância [km]
Figura 5.8 Comparação entre a modelagem e medidas realizadas em áreas urbanas por Young [42],
para a freqüência de 150MHz. É apresentada a intensidade de campo para variações na distância.
Catulo V 56
0,1 1 10 100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Predição (900 MHz)
Medidas de Young - 900 MHz
Intensidade de campo dB[
µ
V/m]
Distância [km]
Figura 5.9 Comparação entre a modelagem e medidas realizadas em áreas urbanas por Young [42],
para a freqüência de 900MHz. É apresentada a intensidade de campo para variações na distância.
CAPÍTULO 6
Comentários e Conclusão
6.1 Aspectos relevantes do trabalho
Discutiu-se a forma como as características da propagação das ondas eletromagnéticas
são importantes no projeto e na análise de desempenho de sistema de comunicação sem
fio. Os diversos efeitos envolvidos tornam-se particularmente críticos para sistemas que
operam em áreas urbanas, onde ocorrem grandes perturbações do sinal. No princípio, a
implementação das comunicações móveis foi baseada em resultados obtidos através de
medições e experimentos, obrigando os sistemas atuais a espelharem-se em resultados
anteriores. Conseqüentemente, estudos teóricos buscaram levantar as propriedades do
canal de comunicação, de acordo com as propriedades relevantes da propagação.
Observa-se a dependência entre a resposta do canal e parâmetros como freqüência,
altura de antenas de transmissão e de recepção e propriedades do ambiente de
propagação. Mostrou-se, então, a necessidade da busca de métodos capazes de modelar
com a maior exatio possível os efeitos de degradação do sinal, relacionando-os com
os parâmetros citados. Métodos de previsão confiáveis podem reduzir o número de
medições em campo necessárias para o planejamento de novos sistemas. Além disto,
permitem a elaboração de instruções para instalação e manutenção dos sistemas,
evitando sistemas super-dimensionados ou subdimensionados.
Neste trabalho, apresentou-se um método que calcula a perda em um percurso de
propagação num ambiente urbano, considerados os fenômenos envolvidos na
transmissão, difração e reflexão da onda eletromagnética, além das características
Capítulo VI 58
geométricas e eletromagnéticas dos obstáculos, com destaques para os efeitos
produzidos pelo homem.
No Capítulo 1, fez-se uma breve apresentação histórica e uma descrição geral
dos sistemas de comunicações sem fio, mostrando as formas de propagação. O maior
enfoque foi relativo à propagão em grande escala, não levando em conta os efeitos do
desvanecimento. Trata-se de uma abordagem utilizada na análise do problema em
questão.
O Capítulo 2 tratou da propagação de ondas eletromagnéticas em meios
ilimitados, fazendo uma pequena revisão sobre equações de Maxwell, características de
reflexão e refração, equações de Fresnel e o fenômeno de reflexão e refração por uma
camada de pequena espessura, com perdas. Este último assunto é considerado como de
maior relevância nesse capítulo, utilizado no decorrer do trabalho na modelagem da
função de transferências da onda eletromagnética através de obstáculos.
O Capítulo 3 incluiu toda a base teórica do trabalho. Foi apresentada uma
modelagem de um edifício como um obstáculo que introduz atenuação e defasagem,
considerando suas características eletromagnéticas e construtivas. Deduziu-se a
inflncia do aumento da freqüência sobre os sinais analisados e verificou-se que os
obstáculos podem até agir como estruturas totalmente absorventes. Em seguida, foi
apresentado um modelo de análise da propagação de ondas eletromagnéticas através de
obstáculos múltiplos, em uma reprodução dos ambientes urbanos. O procedimento
desenvolvido por Chung e Bertoni aplica conceitos da óptica física para o cálculo do
campo eletromagnético entre dois obstáculos, considerando inclusive reflexões no solo,
[16]. Conclui-se com um cálculo acumulativo para os múltiplos obstáculos, chegando-se
à obtenção da correspondente intensidade de campo em todo o percurso.
6.2 Descrição resumida das simulações
O Capítulo 4 foi reservado para simulações, desenvolvidas na plataforma
Matlab
, que proporcionaram os esclarecimentos e generalizações dos estudos
realizados. Considerou-se uma seqüência de obstáculos com alturas uniformemente
distribuídas entre 6 e 14 metros, espaçados entre seus centros de 50 metros, valores
comuns para regiões urbanas. Admitiu-se um sinal com frente de onda plana entre uma
Capítulo VI 59
antena de transmissão e uma antena de recepção, com as alturas como dados de entrada.
As simulações tiveram como objetivo obter a intensidade de campo no vel da altura
média do topo dos obstáculos, ao longo de todo o percurso. Variaram-se a altura da
antena de transmissão e a distância do enlace (ou número de obstáculos). Obtiveram-se
resultados para diversos ângulos de incidência, em função das alturas e distâncias
envolvidas. Os procedimentos foram repetidos para diferentes valores de freqüência.
Aproveitando resultados de estudos anteriores, mostrou-se o campo estabilizado
como dependência da freqüência, do ângulo de incidência e da separação entre
obstáculos. Os resultados anteriores foram traçados em função do parâmetro
p
g , que
engloba informações sobre freqüência e geometria dos obstáculos. Analisando o gráfico,
observou-se que os pontos apresentavam o comportamento de uma curva. Através de
um ajuste, chegou-se a um polinômio que descreve essa curva para determinados
valores de
p
g . Assim, obteve-se um polimio que representa o valor do campo
estabilizado para diferentes valores de freqüência e ângulo de incidência, Tratando-se de
um valor normalizado, o resultado pode ser entendido como fator de atenuação.
Uma forma simples de adaptar os métodos já existentes, a partir do modelo
apresentado, é incluir o fator de atenuação (Q) nas equações de perda em espaço livre.
Deste modo, desenvolveu-se uma equação mais geral, que pode ser aplicada no
levantamento de perda na propagação em ambientes urbanos, incluindo características
eletromagnéticas e geométricas dos obstáculos.
6.3 Verificação da validade do modelo apresentado
No Catulo 5, foram apresentadas comparações entre a modelagem
desenvolvida e outro método de previsão de perda no percurso. Os resultados também
foram confrontados com medições divulgadas na literatura especializada. Na primeira
comparação, escolheu-se o método de Okumura-Hata, [38], recomendado pela ITU e
muito difundido para análise da propagação em ambientes urbanos, [13]. Verificou-se
certa concordância entre os métodos, sendo a diferença máxima entre as estimativas
inferior a 10dB.
Em seguida foram feitas comparações entre o modelo e medidas realizadas por
Ott e Plitkins, [40] e Young, [42]. Ott e Plitkins realizaram medidas do nível de potência
Capítulo VI 60
de recepção para diferentes distâncias entre transmissor e receptor, para a freqüência de
820MHz. Comparando os resultados estimados com as medidas, observou-se grande
aproximão, principalmente para distâncias do enlace superiores a 5 km. Young
publicou resultados de medições semelhantes, para freqüências de 150MHz e 900MHz.
Neste caso, para ambas freqüências, os resultados previstos no modelo proposto
aproximam-se bastante dos valores medidos. Pode-se concluir que o modelo apresenta
resposta válida para freqüências das faixas de VHF e UHF.
6.4 Propostas para estudos futuros
O modelo estudado neste trabalho fornece informações a respeito de sinais
recebidos nos topos dos prédios, ou seja, sistemas de comunicações fixos como serviços
de radiodifusão, redes locais de comunicações sem fio ou enlaces ponto a ponto.
Portanto, seria de grande interesse a sua adaptação para sinais recebidos ao nível do
solo. É também relevante que a modelagem possa ser estendida para previsões de
enlaces envolvendo telefonia móvel celular, que adquiriu notável expansão nos últimos
anos. Outro avanço imediato seria incluir neste modelo os efeitos de perda na
propagação em pequena escala, combinando portanto o processo determinístico com
procedimentos estocásticos. Isto garantiria uma maior exatidão nos resultados dos
projetos destinados a esses tipos de enlaces.
Anexo A
Artigos oriundos deste trabalho
Os seguintes artigos foram apresentados em congressos internacionais, baseados nos
conteúdos desta dissertação:
ESCUDERO, A.; RIBEIRO, J. A. J. Modeling for Calculation of the Propagation Loss
of Electromagnetic Waves in Obstacles at Urban Environments, IEEE WCETE - World
Congress on Engineering and Technology Education, Guarujá, Santos, Brasil, 2004.
ESCUDERO, A.; RIBEIRO, J. A. J. Modelo para Cálculo da Perda na Propagação de
Ondas Eletromagnéticas em Obstáculos em Ambientes Urbanos, submetido para
aceitação para Revista Científica Periódica Telecomunicações, INATEL, Brasil.
ESCUDERO, A.; RIBEIRO, J. A. J. Path-loss determination model at urban
environments in VHF and UHF bands. Submetido para o IEEE IWT - International
Workshop on Telecommunications, MG, Brasil, 2004.
Anexo B
Desenvolvimento da Equação (3.11)
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
dy
my
jexp
my
AAA
my
jexp
my
AAA
e
yH
m,m,m,
m,m,m,g
m,m,m,
m
m
m
m,m,m,
/j
nin
φφ+φ
+θΓ+
φφ+φ
+
λ
=
+
+
+
=
+
+
π
+
2122
2122
1111
0
1
1111
4
1
(B.1)
para facilitar a solução analítica da integral em (B.1), separa-se em parcelas
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
+
++
+
++
+
+
+
+
+
+
+
++
+
++
=
+
+
π
+
φφ+φθΓ
φφ+φ
θΓ+
φφ+φθΓ+
φφ+φ+
φφ+φ
φφ+φ
φφ+φ
+
φφ+φ
λ
=
1
212212
1
212212
1
21222
1
11111
1
11111
1
111111
1
111111
0
1
11111
4
1
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,
m
m
m,m,m,m,
m
m
m,m,m,m,
)m(
m
m,m,m,m,
m
m
m
m,m,m,m,
/j
nin
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpA
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
dy
my
jexpA
e
yH
Anexo B 63
( )
( )
( )
( )
( )
( )
φφ+φθΓ+
φφ+φ
θΓ
+
+
+
+
1
21222
1
21222
m
m
m,m,m,m,g
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpmA
dy
my
jexp
y
A
Resolvendo cada uma das integrais separadamente, obtêm-se
( )
( )
+
+
φφ+φ=
1
111111
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAIn
( )
( )
=
φφ+φ=
+
+
1
11111
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpA
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ=
+
++
1
11111111
m
m
m,m,m,m,m,m,
dy
y
jexpmjexpA
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
+
1
111
111
11111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpA
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφ=
+
+
+
+
+
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpA
111
111
111
111
11111
1
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
=
+
++
+
mjexp
mjexpmjexp
A
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,
111
1111111
111
1
1
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φ
φφ
φ
=
φφ
φφ
=
++
+
+
+
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,
jexpA
j
jexpA
j
jexpjexp
A
j
111
11
111
111
111
111
1
(B.2)
( )
( )
+
++
φφ+φ
=
1
1111112
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexp
y
AIn
Anexo B 64
( )
[ ]
{ } ( )
=
φφφφφ
=
+
++
+
)m(
m
m,m,m,m,m,
m,
dy
y
jexpymjexp
A
1
1111111
11
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
+
1
111
111
111
1111
11
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
j
y
j
y
jexp
mjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
+
+
1
2
111
111
2
111
111
1111
11
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
φφ
+φφ
+φφφ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
111
111
2
111
111
2
2
111
111
2
111
111
2
1111
11
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
mjexp
mjexp
mj
mjexp
mjexp
)m(jmjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφ=
+
+
+
+
+
+
+
+
++
2
111
111
111
111
2
111
111
111
111
111111
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
mjexp
mjexp
jm
mjexp
mjexp
)m(jmjexpA
Anexo B 65
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φ
φφ
φ
φφ
φ
+
φφ
φ
+
φφ
φ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
111
1
111
1
2
111
11
111
11
111
11
11
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,
jexpjexpm
j
jexpjexp
j
jexpm
jA
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
111
11111
111
1111
111
111
11
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφ
+
φφ
φ
+
φφ
φφ
=
+
++
+
++
+
+
+
(B.3)
( )
( )
+
++
φφ+φ=
1
1111113
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAmIn
( )
( )
=
φφ+φ=
+
++
1
111111
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAm
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ=
+
+++
1
111111111
m
m
m,m,m,m,m,m,
dy
y
jexpmjexpAm
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
++
1
111
111
111111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpAm
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφ=
+
+
+
+
++
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpAm
111
111
111
111
111111
1
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
=
+
++
+
+
mjexp
mjexpmjexp
Am
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,
111
1111111
111
11
1
Anexo B 66
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,
jexpjexp
Am
j
111
111
11
φφ
φφ
=
+
+
+
(B.4)
( )
( )
+
+
φφ+φ
=
1
111114
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexp
y
AIn
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ
=
+
++
1
1111111
1
m
m
m,m,m,m,m,
m,
dy
y
jexpymjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
1
111
111
111
1111
1
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
j
y
j
y
jexp
mjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
=
+
+
+
+
+
+
1
2
111
111
2
111
111
1111
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
111
111
2
111
111
2
2
111
111
2
111
111
2
1111
1
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,
mjexp
mjexp
mj
mjexp
mjexp
)m(jmjexp
A
Anexo B 67
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
φφ
+φφ
+φφφ=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
111
111
111
111
2
111
111
111
111
11111
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
mjexp
mjexp
jm
mjexp
mjexp
)m(jmjexpA
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φ
φφ
φ
φφ
φ
+
φφ
φ
+
φφ
φ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
2
111
1
111
1
2
111
11
111
11
111
11
1
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,
jexpjexpm
j
jexpjexp
j
jexpm
jA
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
=
φφ
φφ
φφ
φ
φφ
φφ
=
+
+
+
+
+
+
2
111
1111
111
111
111
111
1
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
(B.5)
( )
( )
+
+
φφ+φ=
1
111115
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAmIn
( )
( )
=
φφ+φ=
+
+
1
11111
m
m
m,m,m,m,
dy
my
jexpAm
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ=
+
++
1
11111111
m
m
m,m,m,m,m,m,
dy
y
jexpmjexpAm
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφ=
+
+
+
+
1
111
111
11111
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
y
jexp
mjexpAm
Anexo B 68
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφ=
+
+
+
+
+
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpAm
111
111
111
111
11111
1
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
=
+
++
+
mjexp
mjexpmjexp
Am
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,
111
1111111
111
1
1
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,
jexpjexp
Am
j
111
111
1
φφ
φφ
=
+
+
(B.6)
( )
( )
( )
+
+
φφ+φθΓ=
1
212226
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAIn
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
+
1
21222
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpA
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφθΓ=
+
++
1
21221222
m
m
m,m,m,m,m,m,g
dy
y
jexpmjexpA
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
1
212
212
21222
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpA
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
+
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpA
212
212
212
212
21222
1
Anexo B 69
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
θ
Γ
=
+
++
+
mjexp
mjexpmjexp
A
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,g
212
2122122
212
2
1
( )
( ) ( )
[
]
( )
=
φφ
φφ
θ
Γ
=
+
+
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexp
A
j
212
212
2
( )
( )
( )
( )
( )
( )
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,g
jexpA
j
jexpA
j
212
22
212
122
φφ
φ
θ
Γ
φφ
φ
θ
Γ
=
++
+
(B.7)
( )
( )
( )
+
++
φφ+φ
θΓ=
1
2122127
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexp
y
AIn
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ
θΓ
=
+
++
+
1
2122122
12
m
m
m,m,m,m,m,
m,g
dy
y
jexpymjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
1
212
212
212
2122
12
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
j
y
j
y
jexp
mjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
+
1
2
212
212
2
212
212
2122
12
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
Anexo B 70
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
212
212
2
212
212
2
2
212
212
2
212
212
2
2122
12
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
mjexp
mjexp
mj
mjexp
mjexp
)m(jmjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφθΓ=
+
+
+
+
+
+
+
+
++
2
212
212
212
212
2
212
212
212
212
212212
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
mjexp
mjexp
jm
mjexp
mjexp
)m(jmjexpA
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φ
φφ
φ
φφ
φ
+
φφ
φ
+
φφ
φ
θΓ=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
212
2
212
2
2
212
12
212
12
212
12
12
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,g
jexpjexpm
j
jexpjexp
j
jexpm
jA
( )
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
212
21211
212
1212
212
212
12
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφθΓ
+
φφ
φ
θ
Γ
+
φφ
φφ
θ
∆Γ
=
+
++
+
++
+
+
+
(B.8)
( )
( )
( )
+
++
φφ+φθΓ=
1
2122128
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAmIn
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
++
1
212212
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAm
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
+
+++
=
φφφφφθΓ=
1
212212212
m
m
m,m,m,m,m,m,g
dy
y
jexpmjexpAm
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
++
1
212
212
212212
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpAm
Anexo B 71
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
++
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpAm
212
212
212
212
212212
1
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
θ
Γ
=
+
++
+
+
mjexp
mjexpmjexp
Am
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,g
212
2122122
212
12
1
( )
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexp
Am
j
212
212
12
φφ
φφ
θ
Γ
=
+
+
+
(B.9)
( )
( )
( )
+
+
φφ+φ
θΓ=
1
212229
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexp
y
AIn
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
=
φφφφφ
θΓ
=
+
++
1
2122122
2
m
m
m,m,m,m,m,
m,g
dy
y
jexpymjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
1
212
212
212
2122
2
1
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
j
y
j
y
jexp
mjexp
A
Anexo B 72
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
1
2
212
212
2
212
212
2122
2
m
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
y
jexp
y
jexp
yjmjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφ
θΓ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
212
212
2
212
212
2
2
212
212
2
212
212
2
2122
2
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,g
mjexp
mjexp
mj
mjexp
mjexp
)m(jmjexp
A
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{
}
( )
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
[ ]
{ }
( )
=
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+φφ
+
φφ
+φφ
+φφφθΓ=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
2
212
212
212
212
2
212
212
212
212
21222
1
1
1
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
mjexp
mjexp
jm
mjexp
mjexp
)m(jmjexpA
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φ
φφ
φ
φφ
φ
+
φφ
φ
+
φφ
φ
θΓ=
+
+
+
+
+
+
+
+
2
212
2
212
2
2
212
12
212
12
212
12
2
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,m,
m,
m,g
jexpjexpm
j
jexpjexp
j
jexpm
jA
( )
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
2
212
2121
212
122
212
212
2
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexp
Am
j
φφ
φφθΓ
φφ
φ
θ
Γ
φφ
φφ
θ
∆Γ
=
+
+
+
+
+
+
(B.10)
( )
( )
( )
+
+
φφ+φθΓ=
1
2122210
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAmIn
Anexo B 73
( )
( )
( )
=
φφ+φθΓ=
+
+
1
21222
m
m
m,m,m,m,g
dy
my
jexpAm
( )
( )
[ ]
{ } ( )
=
φφφφφθΓ=
+
++
)m(
m
m,m,m,m,m,m,g
dy
y
jexpmjexpAm
1
21221222
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
1
212
212
21222
m
m
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
y
jexp
mjexpAm
( )
( )
[ ]
{ }
( )
( )
( )
( )
=
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φφφθΓ=
+
+
+
+
+
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,m,g
j
m
jexp
j
)m(
jexp
mjexpAm
212
212
212
212
21222
1
( )
( )
( )
[ ]
{ } ( )
( )
{ }
[
( )
( )
{ }
]
=φφ
+φφφφφ
φφ
θ
Γ
=
+
++
+
mjexp
mjexpmjexp
Am
j
m,m,
m,m,m,m,m,
m,m,
m,g
212
2122122
212
2
1
( )
( ) ( )
[
]
( )
m,m,
m,m,
m,g
jexpjexp
Am
j
212
212
1
φφ
φφ
θ
Γ
=
+
+
(B.11)
Somam-se todas os parcelas e obtêm-se
Anexo B 74
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( ) ( )
[ ]
( )
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,m,
m
m,m,
m,m,
m,m,
m,m,
/j
nin
jexpjexpAm
j
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexpAm
j
jexpjexpAm
j
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexpAm
j
jexpA
j
jexpA
j
e
yH
111
1111
2
111
1111
111
111
111
1111
111
11111
2
111
11111
111
1111
111
11111
0
111
11
111
111
4
1
φφ
φφ
+
φφ
φφ
φφ
φ
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
φφ
+
φφ
φ
+
φφ
φφ
+
φφ
φ
φφ
φ
λ
=
+
+
+
+
+
+
+
+
+
++
+
++
+
++
+
++
=
++
+
π
+
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
φφ
φφθΓ
+
φφ
φφθΓ
φφ
φθΓ
φφ
φφθΓ
φφ
φφθΓ
φφ
φφθΓ
+
φφ
φθΓ
+
φφ
φφθΓ
+
φφ
φ
θ
Γ
φφ
φ
θ
Γ
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
++
+
++
+
++
+
++
++
+
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,m,g
m,m,
m,m,m,g
m,m,
m,
m,g
m,m,
m,
m,g
jexpjexpAm
j
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexpAm
j
jexpjexpAm
j
jexpjexpA
jexpA
j
jexpjexpAm
j
j
expA
j
j
expA
j
212
2121
2
212
2121
212
122
212
2122
212
21212
2
212
21211
212
1212
212
21212
212
2
2
212
12
2
( )
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( )
[ ]
( )
( )
( ) ( ) ( )
[ ]
( )
φφ
φφθΓ
+
φφ
φφθΓ
+
φφ
φφ
+
φφ
φφ
λ
=
+
++
+
++
+
++
=
+
++
π
+
2
212
212111
212
221212
2
111
111111
0
111
111111
4
1
m,m,
m,m,m,m,g
m,m,
m,m,m,m,g
m,m,
m,m,m,m,
m
m,m,
m,m,m,m,
/j
nin
jexpjexpAA
jexpAjexpA
j
jexpjexpAA
jexpAjexpA
j
e
yH
(B.12)
Anexo C
Programas em MATLAB
utilizados nas simulações
Simulação do fator Q geraQ.m
close all
clear all
d=50; % Distância entre as superfícies
dielétricas [m]
N=200; % Número de superfícies
f=300*10^6; % Freqüência de operação [MHz]
alfa=1.4; % Ângulo de incidência em graus
alfard=alfa*pi/180; % Ângulo de incidência em radianos
We=2.5; % Espessura do obstáculo [m]
EB=4.4-i*.18; % Constante dielétrica do obstáculo
E0=8.854187*10^-12; % Permissividade no vácuo
E1=11*E0; % Permissividade do solo Er=11
havg=10; % Altura média das construções [m]
lamb=300*10^6/f; % Comprimento de onda no vácuo [m]
k=2*pi/lamb; % Constante de propagação
y=unifrnd(6,14,1,N+1); % Altura aleatória com distribuição
uniforme dos prédios [m]
delta=.1*lamb; % Intervalo de integração menor que
lamb/2
WFn=sqrt(lamb*N*d); % Largura da Zona de Fresnel [m]
fo=sqrt(d*lamb); % Roll-off [m]
M=fix((havg+3*WFn+3*fo)/delta); % Número de intervalos de
integração
n0=377; % Impedância intrínseca do meio
(vácuo ou ar)
n1=sqrt(1.256637*10^-6/E1); % Impedância intrínseca do solo
(Er=11)
[T,fi]=perdaobstacTE(alfa,We,EB,f); % Cálculo da perda e
Anexo C 76
defasagem para os parâmetros desejados
W=kaiserbessel(havg,WFn,fo,delta); % função janela (amenizar o
efeito Do truncamento)
Hout(1:M,1:N)=1; % Inicialização da matriz do campo
magnético que
atravessa o obstáculo
Hin(1:M,1:N)=0; % Inicialização da matriz do campo
magnético que
entra no obstáculo
disp(num2str(M))
for (p=0:M-1)
Rmp1(:,p+1)=sqrt(d^2+(p-(0:M-1)).^2*delta^2)';
Rmp2(:,p+1)=sqrt(d^2+(p+(0:M-1)).^2*delta^2)';
fi1(:,p+1)=k*Rmp1(:,p+1);
fi2(:,p+1)=k*Rmp2(:,p+1);
tetai=acos(((p+(0:M-1))*delta)'./Rmp2(:,p+1)); %Ângulo de
incidência no solo
sintetat=sqrt(E0/E1)*sin(tetai); %Ângulo de reflexão
no solo
costetat=sqrt(1-sintetat.^2);
Tg(:,p+1)=(n0*cos(tetai)-n1*costetat)./(n0*cos(tetai) +n1
*costetat); %Coeficiente de reflexão do solo
disp(num2str(p))
end;
for (b=2:N)
for (p=1:M)
Hinp=0;
A1=Hout(1:M,b-1).*W(1:M)'./sqrt(Rmp1(1:M,p));
A2=Hout(1:M,b-1).*W(1:M)'./sqrt(Rmp2(1:M,p));
s1=j*(A1(2:M).*exp(-j.*fi1(2:M,p))-A1(1:M-1)
*exp(-j.*fi1(1:M-1 ,p)))./(k.*(Rmp1(2:M,p)-Rmp1(1:M-1,p)));
s2=(A1(2:M)-A1(1:M-1)).*(exp(-j.*fi1(2:M,p))
Anexo C 77
-exp(-j.*fi1(1:M-1,p)))./(k^2.*(Rmp1(2:M,p)-Rmp1(1:M-1,p)).^2);
s3=j.*Tg(2:M,p).*(A2(2:M).*exp(-j.*fi2(2:M,p))-A2(1:M-1)
.*exp(-j.*fi2(1:M-1,p)))./(k.*(Rmp2(2:M,p)-Rmp2(1:M-1,p)));
s4=Tg(2:M,p).*(A2(2:M)-A2(1:M-1)).*(exp(-j.*fi2(2:M,p))
-exp(-j .*fi2(1:M-1,p)))./(k^2.*(Rmp2(2:M,p)-Rmp2(1:M-1,p)).^2);
Hinp=sum(s1+s2+s3+s4);
Hin(p,b)=(exp(j*pi/4)*delta/sqrt(lamb))*Hinp;
end;
Hout(:,b)=[ Hin(1:fix(y(b)/delta),b)'.*T.*exp(-j*fi)
Hin(fix(y(b)/delta)+1:M,b)']';
disp(num2str(b))
end;
close all;
plot(abs(Hin(fix(havg/delta),:)));
figure;
plot(abs(Hout(fix(havg/delta),:)));
Função para cálculo da perda e defasagem nos obstáculos para onda TE
perdaobstacTE.m
function [T,fi] = perdaobstacTE(alfa,We,EB,freq)
% Cálculo da perda e defasagem em uma onda TE que atravessa um
obstáculo dielétrico.
% alfa : Ângulo de incidência em graus.
% We : Espessura do obstáculo [m] .
% EB : Constante dielétrica do obstáculo.
% freq : Freqüência da onda incidente [Hz].
mi0=4*pi*10^-7; % Permeabilidade no vácuo
E0=19/(36*pi); % Permissividade no vácuo
f=freq; % Freqüência [Hz]
w=2*pi*f; % Freqüência angular
c=3*10^8; % Velocidade da luz [m/s]
Anexo C 78
d=We; % Espessura do obstáculo [m]
mi1=mi0; % Permeabilidade no meio 1
mi2=mi0; % Permeabilidade no meio 2
mi3=mi0; % Permeabilidade no meio 3
E1=E0; % Permissividade no meio 1
E2=real(EB)*E0; % Permissividade no meio 2
E3=E0; % Permissividade no meio 3
sig1=0; % Condutividade no meio 1
sig2=abs(imag(EB))*E0*w; % Condutividade no meio 2
sig3=0; % Condutividade no meio 3
n1=sqrt(mi1/E1); % Impedância Intrínseca do meio 1
n2=sqrt(i*w*mi2/(sig2+i*w*E2));% Impedância Intrínseca do meio 2
n3=sqrt(mi3/E3); % Impedância Intrínseca do meio 3
Er=real(EB); % Parte real de constante dielétrica do
meio 2
Ei=imag(EB); % Parte imaginária de constante dielétrica
do
meio 2
K1=1;
tetai12=alfa/180*pi; % Ângulo de incidência no meio 1 em
radianos
p=sqrt(.5*((Er-K1.*sin(tetai12).^2)+sqrt((Er-K1.*sin(tetai12).^2)
.^2+Ei^2)));
q=sqrt(.5*(-(Er-K1.*sin(tetai12).^2)+sqrt((Er-K1.*sin(tetai12).^2)
.^2+Ei^2)));
beta=2*d*(w/c).*(p+i*q);
sintetat12=sin(tetai12).*sqrt(i*w*E1/(sig2+i*w*E2)); % Ângulo de
transmissão no meio 2
costetat12=sqrt(1-sintetat12.^2);
% Cáculo considerando que a polarização da onda seja TE.
T12=2*n2*cos(tetai12)./(n2*cos(tetai12)+n1*costetat12);
% Coeficiente de transmissão
meio 2
R12=(n2*cos(tetai12)- n1*costetat12)
./(n2*cos(tetai12)+n1*costetat12);
%Coeficiente de reflexão no meio 1
sintetai23=sintetat12; % Ângulo de incidência no meio 2
Anexo C 79
costetai23=sqrt(1-sintetai23.^2);
sintetat23=sintetai23.*sqrt((sig2+i*w*E2)/(i*w*E3)); % Ângulo de
transmissão no meio 2
costetat23=sqrt(1-sintetat23.^2);
T23=2*n3*costetai23./(n3*costetai23+n2*costetat23); %Coeficiente
de transmissão meio 3
R23=(n3*costetai23-n2*costetat23)./(n3*costetai23+n2*costetat23);
%Coeficiente de reflexão no
meio 2
RE13=(R12+R23.*exp(i*beta))./(1+R12.*R23.*exp(i*beta));
Coeficiente de reflexão total
TE13=(T12.*T23.*exp(i*beta/2))./(1+R12.*R23.*exp(i*beta));
% Coeficiente de transmissão
total
T=abs(TE13);
fi=angle(TE13);
Função para cálculo da perda e defasagem nos obstáculos para onda TM
perdaobstacTM.m
function [T,fi] = perdaobstacTM(alfa,We,EB,freq)
% Cálculo da perda e defasagem em uma onda TM que atravessa um
obstáculo dielétrico.
% alfa : Ângulo de incidência em graus.
% We : Espessura do obstáculo [m] .
% EB : Constante dielétrica do obstáculo.
% freq : Freqüência da onda incidente [Hz].
mi0=4*pi*10^-7; % Permeabilidade no vácuo
E0=19/(36*pi); % Permissividade no vácuo
f=freq; % Freqüência [Hz]
w=2*pi*f; % Freqüência angular
c=3*10^8; % Velocidade da luz [m/s]
d=We; % Espessura do obstáculo [m]
mi1=mi0; % Permeabilidade no meio 1
mi2=mi0; % Permeabilidade no meio 2
mi3=mi0; % Permeabilidade no meio 3
E1=E0; % Permissividade no meio 1
Anexo C 80
E2=real(EB)*E0; % Permissividade no meio 2
E3=E0; % Permissividade no meio 3
sig1=0; % Condutividade no meio 1
sig2=abs(imag(EB))*E0*w; % Condutividade no meio 2
sig3=0; % Condutividade no meio 3
n1=sqrt(mi1/E1); % Impedância Intrínseca do meio 1
n2=sqrt(i*w*mi2/(sig2+i*w*E2)); % Impedância Intrínseca do meio 2
n3=sqrt(mi3/E3); % Impedância Intrínseca do meio 3
Er=real(EB); % Parte real de constante dielétrica do
meio 2
Ei=imag(EB); % Parte imaginária de constante
dielétrica do meio 2
K1=1;
tetai12=alfa/180*pi; % Ângulo de incidência no meio 1
em radianos
p=sqrt(.5*((Er-K1.*sin(tetai12).^2)+sqrt((Er-K1.*sin(tetai12).^2)
.^2+Ei^2)));
q=sqrt(.5*(-(Er-K1.*sin(tetai12).^2)+sqrt((Er-K1.*sin(tetai12).^2)
.^2+Ei^2)));
beta=2*d*(w/c).*(p+i*q);
sintetat12=sin(tetai12).*sqrt(i*w*E1/(sig2+i*w*E2)); % Ângulo de
transmissão no meio 2
costetat12=sqrt(1-sintetat12.^2);
% Cáculo considerando que a polarização da onda seja TM.
T12=2*n1*cos(tetai12)./(n1*cos(tetai12)+n2*costetat12);
% Coeficiente de transmissão meio 2
R12=(n1*cos(tetai12)-2*costetat12)./(n1*cos(tetai12)+n2*costetat12);
% Coeficiente de reflexão meio 1
sintetai23=sintetat12; % Ângulo de incidência no meio 2 em
radianos
costetai23=sqrt(1-sintetai23.^2);
sintetat23=sintetai23.*sqrt((sig2+i*w*E2)/(i*w*E3)); % Ângulo de
Transmissão no meio 3
costetat23=sqrt(1-sintetat23.^2);
T23=2*n2*costetai23./(n2*costetai23+n3*costetat23); % Coeficiente
de transmissão meio 3
R23=(n2*costetai23-n3*costetat23)./(n2*costetai23+n3*costetat23);
Anexo C 81
% Coeficiente de reflexão meio 2
T13=(T12.*T23.*exp(i*beta/2))./(1+R12.*R23.*exp(i*beta));
% Coeficiente de transmissão total
R13=(R12+R23.*exp(i*beta))./(1+R12.*R23.*exp(i*beta));
% Coeficiente de reflexão total
T=abs(T13);
fi=angle(T13);
Função para gerar a função janela Kaiser-Bessel “kaiserbessel.m
function [W] = kaiserbessel(havg,WFn,fo,delta)
% Gera função janela do tipo Kaiser-Bessel.
% havg : Altura média das construçôes
% WFn : Largura da Zona de Fresnel
% fo : Roll-off
% delta : intervalo de integração
M=fix((havg+3*WFn+3*fo)/delta); % Cálculo do número de pontos
y=havg+3*WFn:delta:havg+3*WFn+3*fo; % Trecho em que existe
variação na função
epsilon=(y-(havg+3*WFn))/(3*fo);
w=.40208+.49858*cos(pi*epsilon)+.09811*cos(2*pi*epsilon)
+.00123*cos(3*pi*epsilon);
W=ones(1,M-length(y));
W=[W w];
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