
nativos do português, com o objetivo de verificar se tais crenças se confirmariam para
a elaboração dos MCIs. Para o levantamento das crenças e dos valores relacionados à
linguagem, consultamos textos científicos de autores da área, como Neves (2004),
Aléong (2001), Bagno (2001), Haugen (2001), Marcuschi (2001) e Padley (2001).
Os aspectos inerentes à fala e à escrita, apontados pelos autores, estão
representados no quadro a seguir. Procuramos apresentar as características de forma
clara e objetiva, como também fornecer a fonte de cada aspecto identificado. Alguns
pontos sem referência, apontados no quadro, foram acrescentados por esta autora a fim
de confrontar as características para as quais não foram encontradas as respectivas
dicotomias. O Quadro 02, para fala e escrita, ficou organizado da seguinte maneira:
Quadro 02:
ASPECTOS INERENTES À FALA E À ESCRITA DESCRITOS NA LITERATURA
FALA ESCRITA
• Língua informal (Haugen, 2001:101)
• Língua que abriga todas as tolerâncias e
“transgressões” (Neves, 2004:44)
• Língua pouco guarnecia de regras ou não-
normatizada (Marcuschi, 2001:27)
• Língua sujeita a mudanças e corrupções
• Língua mais expressiva (Padley, 2001:77)
• Não-planejada, natural, espontânea, não-
monitorada (Marcuschi, 2001:27)
• Língua heterogênea, com marcas de grupos
sociais
• Aprendida em casa por meio da repetição,
antes de ler ou escrever (Haugen, 2001:108)
• Dominada pela grande maioria dos usuários
da língua
• Contextualizada (Marcuschi, 2001:27)
• Implícita (Marcuschi, 2001:27)
• Redundante (Marcuschi, 2001:27)
• Fragmentária (Marcuschi, 2001:27)
• Identificação com a norma culta, linguagem
formal (Bagno, 2001:09)
• A língua certa, pura, refinada (Bagno,
2001:09, Padley, 2001:58)
• A língua baseada nas normas gramaticais
(Padley, 2001:57)
• É permanente, preserva o uso de ser
corrompido (Haugen, 2001:108, Padley,
2001:58)
• Língua menos expressiva (Padley, 2001:77)
• Exige o uso refletido, monitorado, planejado
da língua (Aléong, 2001:153)
• Língua homogênea, neutra (Aléong,
2001:166; Neves, 2001:322)
• É aprendida na escola (Aléong, 2001:167;
Corbeil, 2001:186; Neves, 2004:44)
• Utilizada por um menor número de
indivíduos (Neves, 2004:43; Aléong,
2001:168)
• Descontextualizada(Marcuschi, 2001:27)
• Explícita (Marcuschi, 2001:27)
• Condensada (Marcuschi, 2001:27)
• Completa (Marcuschi, 2001:27)
Em relação ao grau de formalismo da língua, podemos destacar os seguintes
aspectos conforme o Quadro (03) a seguir: