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UTOCONCEITO
ITATIBA
2006
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UTOCONCEITO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu da Universidade São
Francisco para obtenção do título de Mestre
em Psicologia
.
ORIENTADOR: MAKILIM NUNES BAPTISTA
ITATIBA
2006
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Ficha catalográfica elaborada pelas Bibliotecárias do Setor de
Processamento Técnico da Universidade São F
Ficha catalográfica elaborada pelas Bibliotecárias do Setor de
Processamento Técnico da Universidade São Francisco.
WM 105 Rigotto, Daiene Marcela.
R428e Evidências de validade entre suporte familiar,
suporte social e autoconceito / Daiene Marcela
Rigotto. -- Itatiba, 2006.
106 p.
Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Psicologia da
Universidade São Francisco.
Orientação de: Makilim Nunes Baptista
1. Suporte familiar. 2. Suporte social.
3. Autoconceito. 4. Evidências de validade.
I. Baptista, Makilim Nunes. II. Título.
ii
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM PSICOLOGIA
MESTRADO
E
VIDÊNCIAS DE
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ALIDADE
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UTOCONCEITO
Autora: Daiene Marcela Rigotto
Orientador: Makilim Nunes Baptista
Este exemplar corresponde à redação final da dissertação de mestrado
defendida por Daiene Marcela Rigotto e aprovada pela comissão
examinadora.
Data: 29/08/2006
COMISSÃO
EXAMINADORA
___________________________________________________________
Profº Drº Makilim Nunes Baptista (orientador)
___________________________________________________________
Profa. Dra. Gisele Bazi
___________________________________________________________
Profº Drº Fermino Fernandes Sisto
Itatiba
2006
iii
Agradecimentos
Agradeço...
...à Deus pelo dom da vida.
...em especial, aos meus pais, pelo apoio e amor incondicional e por deixarem de lado seus
projetos pessoais para viabilizarem meus projetos. Nada que eu faça poderá recompensá-
los! Vocês são meus maiores modelos de dignidade e perseverança!
...ao meu avô Albino que com todo seu carinho e transparência cobrou a minha presença
respeitando os motivos das minhas ausências e, à minha avó Shirley uma grande
incentivadora em minha vida e meu maior modelo de respeito ao próximo. Apesar de não
tê-la mais ao meu lado como antes jamais deixará de fazer parte das minhas conquistas.
...aos meus tios, irmão e sobrinho/afilhado. Em especial a minha tia Ge por agüentar meus
destemperos e ao meu lindo pequeno homem, João Vitor, que vem tentando com toda a sua
inocência ensinar-me a ser a tia “Tata”.
...ao meu orientador Prof. Dr. Makilim Nunes Baptista, pela paciência, disponibilidade e
dedicação com que atuou durante todo o desenvolvimento deste. Você realmente me
ORIENTOU.
...ao Prof Dr Fermino Fernandes Sisto e Profa. Maria Cristina Joly pelas considerações na
banca de qualificação.
...à duas ex-professoras e grandes amigas por todo o incentivo no investimento de mais este
projeto. Adriana e Rosana, vocês são muito queridas em minha vida.
...aos coordenadores dos respectivos cursos das universidades em que apliquei minha
pesquisa e aos alunos que aceitaram fazer parte desta.
...à família Stabelini por todo o acolhimento e carinho. Sou muito grata a todos vocês!
...aos meus amigos “acadêmicos e pessoais” Fabi, Mona, Jack, Marjorie e, em especial a
Aletheia por toda a ajuda, companheirismo e, principalmente, pelos bons momentos de
descontração durante esses dois anos de trabalho.
...às minhas queridas amigas Flávia, Mônica, Simone e Cassiana. Obrigada por TUDO e
saibam que terão que me suportar para sempre, pois as sinto como parte da minha pequena
família!
...às queridas Eneida, Christiane e Luciene, por toda a ajuda e carinho.
...enfim, à todas aquelas pessoas especiais que fizeram parte da minha vida durante esse
processo contribuindo para o seu desenvolvimento.
iv
Resumo
Rigotto, D. M. (2006). Evidências de validade entre suporte familiar, suporte social e
autoconceito. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba.
O presente estudo objetiva buscar evidências de validade convergente, por meio do
Questionário de Suporte Social (SSQ) e do Inventário dos Esquemas de Gênero de
Autoconceito (IEGA), para o instrumento em construção intitulado Inventário de Percepção
de Suporte Familiar (IPSF). A amostra foi composta por 254 alunos de duas universidades
particulares do interior de São Paulo, sendo 157 mulheres e 97 homens, com idade média
de 21 anos (mínimo de 18, máximo de 48 anos e desvio padrão de 5 anos). A aplicação se
deu de forma coletiva distribuindo os quatro instrumentos aplicados (os três citados acima e
mais um denominado Questionário de Caracterização) em formas alternadas. Os resultados
foram apresentados de acordo com as hipóteses sugeridas, sendo elas divididas entre
correlação das três dimensões do IPSF e as duas dimensões do SSQ além de correlação
entre as três dimensões do IPSF e as onze dimensões do IEGA. Hipóteses secundárias
também foram levantadas, tais como, diferenças na percepção dos suportes em relação a
gênero, curso e renda familiar. De acordo com os resultados as correlações referentes as
hipóteses principais foram as seguintes: correlações entre a dimensão “afetivo-consistente”
do IPSF e as dimensões “número de pessoas” e “satisfação com o suporte” do SSQ e
“sensibilidade”, “responsabilidade”, insegurança”, “negligência”, “agressividade” e
“indiferença” do IEGA; entre a dimensão “autonomia” do IPSF e as dimensões “número de
pessoas” e “satisfação com o suporte” do SSQ e “ousadia” e “insegurança” do IEGA e,
entre a dimensão “inadaptação” do IPSF e as dimensões “número de pessoas” e “satisfação
com o suporte” do SSQ e “insegurança”, “negligência” e “indiferença” do IEGA. Percebeu-
se diferenças nas percepções dos suportes em relação a gênero, curso mas não com relação
a renda familiar. A partir das correlações encontradas pode-se concluir que o instrumento
IPSF apresentou associação com dimensões do SSQ e do IEGA de acordo com o esperado e
condições adequadas, somadas a outros estudos, para a avaliação e percepção do suporte
familiar.
Palavras-chave: SUPORTE FAMILIAR; SUPORTE SOCIAL; AUTOCONCEITO;
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE; AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA.
v
Abstract
Rigotto, D.M. (2006). Evidences of validity between familiar support, social support and
self-concept. Master degree Dissertation, Master’s Program in Psychology, Universidade
São Francisco, Itatiba.
The goal of the present study is to trace evidences of convergent validity, by means of the
Social Support Questionnaire (SSQ) and of the Gender Schemas of Self-concept Inventory
(IEGA), for the inventory called Perception of Familiar Support Inventory (IPSF). The
sample was administrated to 254 college students in two private universities in São Paulo
state, 157 women and 97 men, and average of 21 years old (minimum of 18, maximum of
48 years old, and 5 years old of standard deviation). Data were collected using four
application forms (a Characterization Questionnaire and the three mentioned above)
alternately. The results had been presented according with the suggested hypotheses,
separated into three dimensions of the IPSF and two dimensions of the SSQ, and into three
dimensions of the IPSF and the eleven dimensions of the IEGA. Secondary hypotheses had
been also raised, such as differences in the perception of the support related to the gender,
graduation course and familiar income. According to the results, the correlations about the
main hypotheses had been the following ones: correlations between the “affective-
consistent” of the IPSF dimension and the “number of people” and “support satisfaction”
dimensions of the SSQ and “sensitivity”, “responsibility”, “insecurity”, “recklessness”,
“aggressiveness” and “indifference” dimensions of the IEGA; correlations between
“autonomy” dimension of the IPSF and “number of people” and “support satisfaction”
dimensions of the SSQ and daring” and insecurity” dimensions of the IEGA, and
correlations between the “inadaptation” dimension of the IPSF and the “number of people”
and “support satisfaction” dimensions of the SSQ and “insecurity”, “recklessness” and
“indifference” dimensions of the IEGA. Differences were verified in the perceptions of the
supports related to the sort, graduation course, but not with regard to familiar income. From
these correlations, it can be concluded that instrument IPSF showed association with SSQ
and IEGA dimensions, as expected and with adjusted conditions, added to other studies, for
the evaluation and perception of the familiar support.
Keywords: SOCIAL SUPPORT; FAMILY SUPPORT; SELF-CONCEPT; VALIDITY
EVIDENCES; PSYCHOLOGICAL ASSESSMENT.
vi
Sumário
LISTA DE TABELAS...................................................................................................vii
LISTA DE ANEXOS....................................................................................................viii
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................01
1 - Suporte Social e Suporte Familiar............................................................................................04
1.1
-
C
ONCEITUALIZAÇÕES
...........................................................................................................04
1.2
-
A
VALIAÇÃO DA
P
ERCEPÇÃO DO
S
UPORTE
S
OCIAL E
S
UPORTE
F
AMILIAR
..........................19
2 - Autoconceito...............................................................................................................................26
2.1
-
A
VALIAÇÃO DO
A
UTOCONCEITO
..........................................................................................26
3 - DELINEMANTO DA PESQUISA...........................................................................................38
3.1
-
PARTICIPANTES................................................................................................................38
3.2
-
M
ATERIAL
.............................................................................................................................42
3.3
-
P
ROCEDIMENTO
....................................................................................................................50
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................52
4.1
-
H
IPÓTESES
P
RINCIPAIS
..........................................................................................................54
4.2
-
H
IPÓTESES
S
ECUNDÁRIAS
.....................................................................................................64
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................67
6 - REFERÊNCIAS.........................................................................................................................70
7 - ANEXOS ....................................................................................................................................79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Freqüência e porcentagem de gênero dos participantes da pesquisa.........................38
Tabela 2 – Freqüência e porcentagem do estado civil dos participantes da pesquisa..................38
Tabela 3 – Freqüência e porcentagem dos cursos freqüentados pelos participantes da
pesquisa.....................................................................................................................39
Tabela 4 – Freqüência e porcentagem das profissões apresentadas.............................................40
Tabela 5 – Freqüência e porcentagem referente à renda familiar.................................................40
Tabela 6 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões do IPSF, SSQ
e IEGA......................................................................................................................53
Tabela 7 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-
Consistente e Autonomia do IPSF e Número de figuras suportivas e
Satisfação com o Suporte Social do SSQ.................................................................54
Tabela 8 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-
Consistente e Autonomia do IPSF e Tolerância, Sensualidade,
Emotividade, Responsabilidade, Racionalidade e Ousadia do IEGA.......................56
Tabela 9 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Inadaptação
do IPSF e Número de figuras suportivas e Satisfação com o suporte social
do SSQ......................................................................................................................59
Tabela 10 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-
Consistente, Inadaptação e Autonomia do IPSF e Insegurança,
Negligência, Agressividade e Indiferença do IEGA.................................................61
Tabela 11 – Test Statistics referente à diferenças na percepção do suporte social e
familiar em relação a gêneros...................................................................................64
Tabela 12 – Test Statistics referente à diferenças na percepção do suporte social e
familiar entre os diferentes cursos............................................................................65
viii
Tabela 13 – Test Statistics referente à diferenças na percepção do suporte social e
familiar em relação a renda familiar.........................................................................66
LISTA DE ANEXOS
Anexo I - Documento de Aprovação do Comitê de Ética............................................................80
Anexo II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (2 vias)...............................................82
Anexo III - Questionário de Caracterização (QC).......................................................................85
Anexo IV - Questionário de Suporte Social (SSQ)......................................................................87
Anexo V - Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF)...............................................101
Anexo VI - Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IEGA)..............................105
1
APRESENTAÇÃO
Observa-se na literatura que o suporte familiar, um dos tipos de suporte social,
apresenta-se como uma das mais importantes variáveis a influenciar na formação do
autoconceito do indivíduo (Arpini & Quintana, 2003; Carvalho & Almeida, 2003; Martins,
1998). Com base nesta afirmação o presente estudo apresenta algumas publicações acerca
dos construtos suporte social, suporte familiar e autoconceito, com o propósito final de
evidenciar a validade convergente por meio do Questionário de Suporte Social (Matsukura,
Marturano & Oishi, 2002) e do Inventário de Esquemas de Gênero do Autoconceito
(Giavoni & Tamayo, 2000) para o Inventário de Percepção de Suporte Familiar (Baptista,
2005). Faz-se importante destacar que o fato do autoconceito, assim como, o Inventário dos
Esquemas de Gênero do Autoconceito, ser apresentado no final da introdução e não junto
dos outros dois construtos deve-se a maior importância dada à validade entre o Inventário
de Percepção de Suporte Familiar e o Questionário de Suporte Social.
O primeiro tópico da introdução enfatiza a diversidade observada na literatura de
conceitualizações acerca do construto suporte social e suporte familiar; além da relação
entre a ausência desses suportes e comportamentos disfuncionais. Destaca-se também
algumas dimensões do suporte social, tais como, tamanho da rede suportiva, existência de
relações sociais, freqüência de contatos, etc. Um outro ponto apresentado trata-se de
algumas pesquisas que destacam-se no meio científico apontando a relação da percepção do
suporte familiar e social com o desenvolvimento e manutenção de diversos aspectos
psicológicos do ser humano, tais como aprovação, estima e segurança.
O segundo construto, o suporte familiar, apresentado também no primeiro tópico,
destaca as conceitualizações acerca do construto família. É importante apontar que a
literatura não oferece uma definição padrão de suporte familiar. Outros enfoques são dados
2
aos papéis assumidos dentro do contexto familiar; a relação entre a ausência de suporte
familiar e transtornos psicológicos; as variáveis e membros suportivos dentro de uma
família e; algumas pesquisas enfatizando o suporte familiar e, a condição de inexistência de
instrumentos psicológicos que avaliem a percepção do suporte familiar.
O segundo tópico da introdução apresenta informações acerca da avaliação
psicológica e do processo de validação e padronização de instrumentos psicológicos,
incluindo as quatro condições necessárias para garantir a qualidade e possibilidade de uso
seguro de um instrumento psicológico, sendo elas a elaboração e análise de itens, estudos
de validade, precisão e padronização. Este tópico propôs destacar dois dos três instrumentos
utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, sendo eles o Questionário de Suporte Social
SSQ e o Inventário de Percepção do Suporte Familiar – IPSF com as respectivas
descrições de suas dimensões.
O último tópico da introdução refere-se a avaliação do terceiro construto destacado
na pesquisa, o autoconceito. O autoconceito é apresentado como resultado da interação do
indivíduo com o ambiente, incluindo a percepção do suporte social e familiar existente em
seu meio. Neste terceiro tópico aborda-se a conceitualização do construto; sua relação com
a idade; outros construtos similiares e algumas pesquisas encontradas na literatura e, por
fim, uma atenção é dada a descrição das dimensões do terceiro instrumento utilizado na
pesquisa, instrumento este que avalia a percepção do autoconceito em homens e mulheres
intitulado Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito IEGA. O tópico é
finalizado reafirmando a necessidade de um investimento na área de avaliação psicológica
para a validação de instrumentos que visem avaliar a percepção do suporte familiar, assim
como, com a descrição das quatro hipóteses principais, além das secundárias sugeridas na
pesquisa.
3
O método apresenta a forma como o estudo foi realizado, a descrição do material e
os procedimentos de correção e análise dos dados. Na seqüência são apresentados os
resultados obtidos de acordo com as hipóteses inicialmente sugeridas e com as hipóteses
levantadas em um segundo momento, além de discussões apresentadas de acordo com
algumas considerações acerca dos resultados obtidos, fundamentando-os na literatura
existente. Em seqüência, segue-se a bibliografia e, por fim os anexos utilizados na pesquisa.
4
1 - SUPORTE SOCIAL E SUPORTE FAMILIAR
1.1 - Conceitualizações
Observa-se na literatura diferentes definições acerca do construto suporte social.
Simão (2003) por exemplo, para definir o suporte social, divide-o em suporte emocional,
instrumental ou tangível e suporte informativo. Por meio do suporte emocional, que
apresenta-se como um fator importante na manutenção da saúde e do bem-estar, o
indivíduo pode desenvolver um sentimento de estima e de pertencimento a um determinado
grupo. Enquanto que, a resolução de um problema prático, do tipo financeiro ou doméstico,
torna-se demanda do suporte instrumental ou tangível. Ao suporte informativo instala-se a
função de atender às expectativas do indivíduo frente à necessidades de informações ou
orientações em contextos diversos.
Uma outra conceitualização é feita por meio da divisão do suporte social em
informal e formal. Como suporte social informal encontra-se os indivíduos mais próximos
(familiares, amigos, vizinhos, padre, etc) e, como suporte social formal as organizações
(hospitais, programas governamentais, serviços de saúde) e os profissionais (médicos,
assistentes sociais, psicólogos, etc) (Miller & Jeff-Darlington, 2002).
Autores como Matsukura, Marturano e Oishi (2002) realizaram uma revisão
bibliográfica e levantaram três componentes conceituais que se inter-relacionam.
Primeiramente os recursos de rede de suporte, ou seja, os tipos de suportes presentes
oferecidos ao indivíduo, em segundo lugar o comportamento suportivo, enfocando o real
interesse em atender às necessidades do indivíduo e, por último as avaliações subjetivas que
o indivíduo faz do suporte social percebido. O construto de suporte social adotado neste
5
estudo fundamenta-se nessa conceitualização, desse modo, é importante que o indivíduo,
além de discriminar a existência, perceba as redes e/ou figuras suportivas como satisfatória
em sua vida.
Ao encontro do último componente citado no parágrafo anterior, (Ribeiro, 1999;
Goodwin, Costa & Adonu, 2004), enfatiza que a presença do suporte social por si
mostra-se bastante relevante, porém não basta o suporte social existir se ele não for
percebido como satisfatório pelo indivíduo. A percepção e satisfação com o suporte social
disponível são dimensões cognitivas importantes na redução do mal-estar psicológico.
Nesse sentido, uma conceitualização ampla para suporte social pode ser feita como
existência ou disponibilidade de pessoas em que se pode confiar e pessoas que se mostram
preocupadas com o indivíduo.
Um outro ponto a ser destacado refere-se ao fato do suporte social ser enfaticamente
apontado como uma importante variável na manutenção da saúde. O ambiente é um
importante referencial para o desenvolvimento de diversas características pessoais,
portanto, quando o mesmo não oferece padrões de sustentação, por exemplo, pode
enquadrar-se como um dos determinantes no desencadeamento de fatores relacionados ao
estresse e saúde mental, fatores estes prejudiciais ao desenvolvimento psicológico e social
da população em geral. Um contexto de contradições sociais, como leis e normas vividas de
maneira inconsistente, fácil acesso às drogas na comunidade e rede de suporte social (lazer,
educação e saúde) deficitária ou desarticulada, podem colocar em risco a qualidade de vida
das pessoas (Bazon, 1997; Matsukura, Marturano & Oishi, 2002).
Haslam et al. (2005) propõem um estudo entre identidade social, suporte social e
experiências consideradas estressantes. Participaram desse estudo 42 pacientes (28 homens
e 6 mulheres) em recuperação de cirurgia cardíaca, com idade variando entre 45 a 80 anos.
De acordo com os resultados encontrados, os indivíduos que apresentam uma identificação
6
social com seu grupo de amigos e/ou sua família, ou seja, percepção e satisfação com o
suporte social existente, tendem a apresentarem respostas positivas a situações ou
ambientes estressantes (ambiente hospitalar).
Cohen (1985, in Simão, 2003) desenvolveu uma pesquisa com dois grupos
submetendo-os a um mesmo evento buscando avaliar se a ausência de suporte social estava
associada ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos. Como resultado verificou-se
que indivíduos com ausência de suporte social apresentaram mais predisposição para
desenvolverem transtornos psiquiátricos em comparação com indivíduos que apresentaram
a percepção e satisfação de tal suporte. Porém, faz-se importante ressaltar que outras
variáveis estavam também associadas com o desenvolvimento deste tipo de transtornos, tais
como as genéticas e neuroendocrinológicas.
Lakey e Scoboria (2005) enfatizam, de acordo com alguns levantamentos
bibliográficos, que o indivíduo que tem suas expectativas satisfeitas pelo suporte social e
pelo suporte familiar apresentam taxas menores de desordens mentais e auto-estima
elevados em comparação com indivíduos que não apresentam essa satisfação. Hill e
Donatelle (2005) fizeram um levantamento bibliográfico, discutindo o quanto o suporte
social está relacionado com a promoção da saúde. Segundo o levantamento, a baixa
percepção de suporte social está associada com depressão, comportamentos sedentários,
assim como com suicídio.
Referindo-se à distúrbios psiquiátricos em decorrência da ausência de suporte
social, Lovisi e Morgado (1996) apresentam uma pesquisa com mulheres infectadas pelo
HIV. A pesquisa foi realizada com 47 mulheres, no ambulatório de AIDS de um hospital do
Rio de Janeiro e, os principais resultados do estudo apontaram para a grande proporção de
distúrbios psiquiátricos (75%) na amostra, dos quais 43% começaram após a infecção pelo
HIV e estavam associados com a ausência de suporte afetivo, ou seja, carinho, amor,
7
empatia e compreensão e de suporte material, caracterizado como auxílio financeiro. Torna-
se importante ressaltar que o HIV é apenas um dos exemplos de problema de saúde
relacionado com presença/ausência de suporte social.
Enquanto alguns indivíduos infectados pelo HIV permanecem assintomáticos por
anos outros desenvolvem rapidamente a doença. Frente a essa questão Ashton et al. (2005)
enfatizam, por meio de um estudo com homens e mulheres portadores do HIV, que o
suporte social apresenta-se como um fator que, quando percebido pelo indivíduo infectado
pelo HIV como satisfatório, funciona como um propiciador de uma maior qualidade de vida
e uma menor incidência de sintomas físicos.
Segundo Garcia e Herrero (2004), independente da freqüência e intensidade, o
suporte social tem sido analisado na maioria das vezes como variável que positivamente
afeta o bem-estar psicológico, minimizando também os efeitos deletérios do estresse.
Ribeiro (1999), em um levantamento bibliográfico para a construção de uma escala de
satisfação com o suporte social para a população portuguesa, acrescenta que o suporte
social além de aliviar o estresse em situação de crise pode ainda inibir o desenvolvimento
de doenças e assumir um papel positivo na recuperação do indivíduo doente.
O suporte social também é uma variável apontada como positiva diante de situações
de baixa subsistência. Raikes e Thompson (2005) referem que o suporte social e a auto-
eficácia atuam como fatores protetivos frente à condições adversas, como a pobreza, por
exemplo. Tais autores destacam que a renda familiar deficitária não consequencia
obrigatoriamente em ausência de suporte afetivo ou de segurança.
É bastante comum, deparar-se, quando se estuda o construto suporte social, com o
termo rede social. Neste enfoque, como rede social entende-se um sistema composto por
pessoas suportivas que em determinados contextos oferecem apoio instrumental e
emocional ao indivíduo em suas diferentes necessidades. Como apoio instrumental, como
8
visto anteriormente, enquadra-se a ajuda financeira e a informação prestada ao indivíduo e,
como apoio emocional a afeição, aprovação, simpatia e preocupação com o outro e,
também, ações que levam a um sentimento de pertencer ao grupo (Dessen & Braz, 2000;
Simão, 2003).
As diferentes redes sociais de relações podem ser denominadas de grupos primários
e grupos secundários. O grupo primário caracteriza-se pela não escolha do indivíduo, ou
seja, o país onde nasceu, o continente, o hemisfério, o momento histórico e a própria
família antecessora, enquanto que o grupo secundário, por sua vez, é representado, por
exemplo, pelas escolhas do indivíduo como os amigos, clubes, partidos políticos, etc
(Duarte, 2001).
Redes de apoio social e afetiva são apontadas como dimensões fundamentais para a
promoção do desenvolvimento humano adaptado. A Psicologia do Desenvolvimento
Humano tem tentado explicar como crianças que mesmo vivendo em ambientes hostis,
conseguem superar as dificuldades impostas e apresentar comportamentos adequados.
indícios de que sistemas externos de apoio disponíveis, reforçam a capacidade desses
indivíduos para lidar com tais eventos estressantes. Associado a isso se mostra de
fundamental importância um ambiente de coesão familiar, ou pelo menos relações de
vínculo estável e de confiança (Poletto & Koller, 2002).
A percepção do suporte social apresenta-se também, como um fator que influencia
as diferenças em termos de comportamentos nos indivíduos. Neste âmbito, Dessen e Braz
(2000) enfatizam que o suporte social quando percebido diminui a probabilidade de
ocorrência de comportamentos disfuncionais, destacados como comportamentos punitivos
e/ou não apoiadores.
O suporte social, assim como o suporte familiar, apresentam-se como importantes
também no processo de readaptação pelo qual alguns indivíduos precisam passar. Segundo
9
Stroebe et al. (2005), por meio de um levantamento bibliográfico, tanto o suporte social
quanto o suporte familiar, funcionam como moderadores diante de acontecimentos trágicos
ou perdas significativas, como por exemplo, o falecimento do cônjuge.
Um consenso encontrado, dentre a diversidade na conceitualização do suporte
social, está na importância dada à família como fonte suportiva. Segundo Miller e Jeff-
Darlington (2002) o suporte social deve ser visto de forma ampla para se levar em conta
todas as relações significativas e fontes de suporte. O papel de amigos e da comunidade
devem ser considerados como importantes fornecedores de suporte ao indivíduo, entretanto
a família assume um papel de destaque no fornecimento de suporte.
Nesse mesmo enfoque, alguns autores, após uma revisão do construto suporte
social, concluem que tal suporte tem como uma das funções a satisfação de diversas
necessidades básicas de uma pessoa, como por exemplo, a aprovação, estima e segurança.
O homem é, então, um sujeito socialmente construído. Sendo que, traços que caracterizam-
no, como personalidade, forma de pensar e de se comportar não aparecem no vazio, mas
sim como resultado das relações sociais, inclusive pela produção direta do que é visto na
família. A família é vista como uma instância que é tanto produto, como fonte de
reprodução de fatores sociais, constituindo um dos meios pelos quais sociedades se
reproduzem ao transmitirem orientações culturais básicas para a participação de seus
integrantes na vida social (Romanelli, 1998; Carvalho, 2000; Zago, 2000).
Um dos fatores pertencentes ao suporte social informal de grande relevância é o
suporte familiar. Qualificado como uma instância mediadora entre o indivíduo e a
sociedade, o suporte familiar teria como algumas de suas funções reunir e distribuir
recursos para a satisfação das necessidades básicas além de funcionar como um
amortecedor de impactos sociais na vida de seus integrantes. Em grande parte das
sociedades a família é a primeira referência para a criança e, a partir dessa interação,
10
formam-se as primeiras regras, valores e crenças do indivíduo. A família apresenta-se
então, como um espaço de sociabilidade e socialização primárias, de solidariedade e de
proteção social (Lopes, 1985; Ribeiro, 1999; Carvalho & Almeida, 2003; Baptista, 2004).
Estudos destacam que o contexto familiar apresenta-se como o primeiro e, portanto,
um importante cenário de relacionamentos interpessoais. Os indivíduos aprendem a se
relacionar por meio de modelação e reproduzem aquilo que absorvem nas demais relações
sociais. Como modelação, Caballo (1996), classifica tratar-se da aprendizagem realizada
por meio de observação do comportamento de outras pessoas em diferentes situações.
Caballo e Buela-Casal (1996) destacam ainda que os observadores tendem a imitar o
comportamento modelado se gostam ou respeitam o modelo (figuras significativas), se
virem o modelo ser elogiado ou ter outros ganhos, se virem o modelo manifestar sinais de
prazer ou se estão em um ambiente onde imitar a execução do modelo é sempre reforçada.
Poletto e Koller (2002) consideram a família como um sistema muito importante na
rede de apoio social do indivíduo, seja pelo seu papel de provedora e cuidadora, seja como
agente socializador. Além disso, destaca-se como a responsável por oferecer as primeiras
relações estáveis e de confiança, que se reflete nos sistemas de crenças e valores do
indivíduo.
Segundo Magagnin (1998) a família pode ser vista sob a forma de uma rede
complexa de relações. A unidade familiar não deve ser reduzida à soma de seus indivíduos,
assim como, os sentimentos e comportamentos manifestos dentro dessa rede não podem ser
pensados individualmente. A família deve ser observada como um todo organizado, um
sistema, em que os elementos são os indivíduos e as relações são as interações vividas ao
longo da vida dessa família. Dentro dessas relações, o bom clima afetivo é fundamental
para um relacionamento familiar satisfatório. Pais que conseguem proporcionar aos filhos
11
sentimentos de pertença, afeto e segurança estarão facilitando o futuro relacionamento
familiar e social do mesmo.
O esquema de funcionamento interno da família que permite com que ela atue
dentro de contextos sociais específicos, se por meio de três componentes: estrutura,
desenvolvimento e adaptação. A estrutura representa o conjunto de exigências funcionais
que estabelece a interação entre seus membros e um padrão de relações que assume a
função de organizar o comportamento dos membros da família. O desenvolvimento, por sua
vez, está relacionado às diferentes fases que a família passa durante sua existência (ciclo
vital) que requerem de seus membros constantes mudanças. A adaptação, como último
componente, refere-se a adequação da família às circunstâncias novas, a capacidade de se
adaptar quando os contextos se modificam, sem perder, no entanto, sua continuidade, que
constitui um sistema de referência para seus membros. Ao fazer um levantamento sobre o
funcionamento da família, alguns autores observam nessa instituição uma enorme
plasticidade e capacidade de mudança e de adaptação às transformações econômicas,
sociais e culturais mais amplas (Duarte, 2001; Carvalho & Almeida, 2003).
De encontro à conceitualização de estrutura feita pelos autores no parágrafo
anterior, McFarlene, Bellissimo e Norman (1995, in Baptista, 2005) apresentam a estrutura
familiar como um tipo de agrupamento da família, tal como o número de pessoas que
vivem juntas, se vivem somente com um dos pais ou têm um ou os dois pais falecidos ou
ainda, se têm pais separados. Tais autores referiram a diferença entre estrutura e suporte
familiar, enfatizando que o suporte familiar seria composto pelo tipo de relação entre os
integrantes familiares, tais como superproteção, carinho, afetividade, interesse, empatia,
etc. Por meio desta diferenciação, observa-se a não existência de uma relação direta entre
estrutura e suporte familiar, visto que um adequado suporte familiar, ou seja, carinho,
12
empatia, afetividade, pertença, aceitação, apoio e outros, pode ser fornecido por diferentes
estruturas familiares.
Para uma melhor compreensão acerca de como a família funciona nos dias atuais as
atenções devem estar voltadas para as funções atribuídas a ela e quais, de fato, ela exerce.
Tal compreensão é necessária não apenas considerando a perspectiva de cada um dos
membros de uma família, mas também uma perspectiva sócio-cultural, observando-se as
transformações das funções da família ao longo da história. Durante o curso da evolução, as
famílias desenvolvem características diferenciadas, isto é, um padrão bem definido de
papéis e regras, dentro dos quais se espera que os integrantes funcionem (Magagnin, 1998;
Dessen & Abreu e Silva, 2000).
Dessen e Abreu e Silva (2000) enfatizam que há vários tipos de família, que os
papéis desempenhados pelos pais são multidimensionais e complexos, além disso, variam
conforme os diferentes contextos culturais. Portanto, para compreender como a família
funciona, é preciso, sobretudo, estudar as interações e relações desenvolvidas entre os
diferentes subsistemas familiares, o contexto histórico, cultural, social e econômico no qual
as famílias estão inseridas.
A família apontada como a principal instituição socializadora, além de constitui-se
como grupo mediador entre o público e o privado, é uma unidade de reprodução social. O
indivíduo adquire suas primeiras e fundamentais experiências de vida em suas interações
com os pais e esse modelo de relacionamento primeiro provavelmente será transferido para
os demais tipos de relacionamento durante o desenvolver de sua vida. Outros sistemas
sociais, como a escola, clubes e outros, em que estiver inserido, também contribuem para o
desenvolvimento, porém, as interações estabelecidas no microssistema família são as que
trazem implicações mais significativas para o desenvolvimento do indivíduo (Pasquali &
Araújo, 1986; Romanelli, 1998; Carvalho & Almeida, 2003; Silva & Dessen, 2003).
13
A família é destacada por alguns autores como uma formação humana universal não
existindo ainda outra capaz de substituí-la. Trata-se de um grupo formado por indivíduos
vinculados entre si por laços consangüíneos, consensuais ou jurídicos que constituem
complexas redes de parentesco. O modelo padronizado socialmente, nas sociedades
contemporâneas ocidentais, é o da família conjugal tradicional, constituída pelo casal e seus
filhos, porém, há evidências de uma realidade muito mais diversificada, na qual uma
proporção crescente de família não se enquadra nesse padrão (Magagnin et al., 1997;
Duarte, 2001; Carvalho & Almeida, 2003).
O conceito de família vem sofrendo grandes mudanças nas últimas décadas,
acompanhando as tendências de desenvolvimento nos âmbitos econômico, tecnológico,
político e cultural. No Brasil, principalmente após a entrada da mulher no mercado de
trabalho, pode-se observar grandes transformações nos papéis familiares, relações de poder,
valores individuais e coletivos, estrutura e capacidade de decisões referentes à família.
Porém, ainda que determinados fenômenos venham suscitando alguns questionamentos
sobre a centralidade e o futuro da família nas sociedades contemporâneas, suas
responsabilidades e funções sociais não parecem ter perdido a relevância (Baptista, Baptista
& Dias, 2001; Carvalho & Almeida, 2003).
Pardeck et al. (1991), realizaram um estudo sobre a correlação entre família que não
apresentava um compromisso com seus integrantes e satisfação pessoal. Como resultado
encontraram que indivíduos de famílias desorganizadas apresentaram menores índices de
satisfação pessoal que indivíduos de famílias organizadas e/ou comprometidas com a
dinâmica familiar. Baumrind (1996), refere que o funcionamento familiar pode influenciar
no comportamento do indivíduo tanto de forma positiva quanto negativa, produzindo
comportamentos amigáveis ou hostis, cooperativos ou individualistas, os quais serão
facilitadores ou dificultadores nas outras relações estabelecidas ao longo de sua vida.
14
Uma pesquisa foi feita com 346 universitários do interior de São Paulo, com idade
média de 25 anos, buscando avaliar evidências de validade entre percepção de suporte
familiar e traços de personalidade. Como resultado observou-se que indivíduos que
apresentaram a percepção de um adequado suporte familiar manifestaram características de
personalidade como, por exemplo, socialização, agradabilidade, simpatia, cuidabilidade,
expressividade de carinho verbal e não verbal, responsabilidade, honestidade, capacidade
de flexibilidade, maturidade, entre outros, os que apresentaram uma percepção negativa
do suporte familiar manifestaram ansiedade, instabilidade emocional, imprevisibilidade,
dificuldade em expressar carinho e tendência a sentimentos confusos, dentre outros (Santos,
2006).
Hanley et al. (1998) em um estudo exploratório das propriedades psicométricas de
uma escala de suporte familiar, a Family Support Scale – FSS, afirmam que o suporte social
e familiar adequados podem assumir um efeito benéfico quando os indivíduos passam por
situações de estresse. Autores como Arpini e Quintana (2003) e Carvalho e Almeida (2003)
acrescentam que além de atuar como um mediador de eventos estressores na vida do
indivíduo a família oferece um fator protetivo diante de condições deficitárias de
subsistência. Confirmando, portanto, a não relação entre pobreza e ausência de suportes
como amor, proteção e afeto.
Apesar da literatura não consensuar totalmente sobre a relação direta entre estrutura
e suporte familiar, levantamentos na bibliografia suscitam que famílias que não sofreram
nenhum tipo de separação tenderam a favorecer maior estabilidade e amor para seus filhos
do que famílias reconstituídas ou divididas. As rápidas mudanças sociais e, inclusive
familiares, parecem ter alguma relação com a prevalência de depressão na população
adolescente. Seria muito ingênuo pensar que somente estes fatores estariam contribuindo
para isto, porém não deve ser desprezado o fato da família funcionar como um “colchão
15
amortecedor” para os eventos estressores, pelos quais os adolescentes enfrentam no seu
cotidiano (Baptista & Baptista, 2000; Baptista, Baptista & Dias, 2001).
Pesquisando sobre a família e sua relação com transtornos psicológicos e
psiquiátricos, Baptista e Baptista (2000) em um estudo caso-controle com 12 adolescentes
do sexo feminino e suas respectivas mães, buscaram avaliar algumas características do
suporte familiar, na percepção de adolescentes com e sem sintomas clinicamente
significativos de depressão. A amostra foi dividida em quatro grupos: um de adolescentes
que apresentaram sintomas clinicamente significativos de depressão (6 adolescentes); um
de adolescentes que não apresentaram sintomas clinicamente significativos (6
adolescentes); um de mães das adolescentes do grupo que apresentaram sintomas e, um de
mães das adolescentes do grupo que não apresentaram sintomas.
Os grupos responderam três instrumentos, sendo eles um Questionário de
identificação (desenvolvido pelo pesquisador), o Inventário de Depressão Infantil (CDI) e o
Instrumento de Avaliação das Relações Familiares (PBI). Para o desenvolvimento da
pesquisa aplicou-se 113 questionários de identificação, juntamente com o CDI, em três
classes do colegial normal e três classes do Magistério (sorteio aleatório), pelo mesmo
pesquisador, e o ponto de corte do Inventário de Depressão Infantil (T escore) foi igual ou
acima de 65. Os sujeitos foram pareados pela faixa etária, além da seleção realizada pelo
questionário inicial de identificação dos sujeitos (eliminando os que apresentavam algum
outro fator de risco para a depressão). Em um segundo momento, as mães responderam o
inventário de suporte familiar em suas residências, porém entregaram as respostas em
envelopes lacrados para o pesquisador.
De acordo com os resultados pôde-se observar, no grupo de adolescentes que não
apresentou sintomas clinicamente significativos de depressão, maior percepção do suporte
familiar, com maiores freqüências de comportamentos de carinho e menores freqüências de
16
comportamentos de rejeição. Enquanto que, no grupo que apresentou sintomas clinicamente
significativos, observou-se uma insatisfação das filhas com os pais, exemplificadas como:
pais parecem dar menor apoio, não permissão para fazer coisas que gostam, não
entenderem de modo compreensivo as preocupações e problemas, demonstrarem menores
freqüências nos comportamentos de carinho e cuidado, sorrirem menos, não terem tanta
freqüência nos diálogos, entenderem menos as necessidades, serem menos próximos e
expressarem em menor grau o afeto. No entanto, a pesquisa citada deve ser vista com
cautela, principalmente pelo número amostral reduzido.
Ao encontro destes dados, Baptista e Oliveira (2004), efetuaram uma pesquisa com
154 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 14 e 17 anos, buscando encontrar
correlação entre sintomatologia depressiva e suporte familiar. Os resultados demonstraram
que quanto maior a sintomatologia depressiva no adolescente mais inadequada foi a sua
percepção do suporte familiar, estando o suporte familiar correlacionado negativamente
com a sintomatologia depressiva nesta amostra. Torna-se importante salientar, que em
decorrência de toda a sintomatologia depressiva a percepção do suporte familiar pode
também ser distorcida no adolescente depressivo, ou seja, um viés perceptivo.
A família se mostra como um importante provedor de suporte também no âmbito da
saúde geral. Clark e Dunbar (2003) em um estudo buscando evidências de validade para um
questionário relacionado ao cuidado familiar com pacientes cardíacos, enfatizam que
pacientes que referiram menor número de reclamações relativas à seu quadro clínico
apresentaram maior satisfação com seu suporte familiar.
A família parece ser também capaz de influenciar na transmissão de princípios
morais, crenças nucleares, formas de pensar e avaliar os eventos, desenvolvimento da visão
que o adolescente tem de si, do mundo e do futuro e, conseqüentemente, favorecer ou não
atitudes e atuações deste no seu meio social, proporcionando ou não maior liberdade e
17
capacidade de manipular as variáveis presentes no seu meio. Porém, não basta apenas
elucidar características das famílias como sua estrutura, por exemplo, para assim elucidar o
suporte familiar que engloba, além destas, outras características, nem sempre palpáveis ou
de fácil mensuração (Baptista & Baptista, 2000; Baptista, Baptista & Dias, 2001).
Dessen e Braz (2000), em seu levantamento bibliográfico, apontam que várias são
as pessoas que oferecem suporte à família e ao indivíduo, promovendo, assim, uma
melhoria na qualidade de vida daqueles beneficiados. Dentre elas, destacam-se os próprios
membros familiares, outros parentes da família extensa (avós, tios, primos), amigos,
companheiros, vizinhos e profissionais, que podem auxiliar de diversas maneiras
fornecendo apoio material ou financeiro, executando tarefas domésticas, cuidando dos
filhos, orientando e fornecendo informações e oferecendo suporte emocional. Em um
estudo realizado com famílias australianas, Miller e Jeff-Darlington (2002), encontraram
como suportivos a família e os amigos, sendo apontados como maiores fornecedores de
suporte emocional, de informação, material e prático.
Em muitos países os avós assumem não somente a responsabilidade de cuidar de
seus netos, sendo um dos recursos utilizados pelas famílias em que pais e mães trabalham
fora, como também auxiliam na educação das crianças, transmitindo experiências, valores e
crenças acerca do desenvolvimento infantil. Na família brasileira, os avós também são
considerados fontes importantes de suportes, especialmente para aquelas em que as mães
possuem uma dupla jornada de trabalho (Dessen & Braz, 2000).
Oliveira et al. (2002) apresentaram uma pesquisa com uma amostra com 25 meninas
e 25 meninos de 4 e 5 anos e suas respectivas mães, buscando relacionar comportamentos
de externalização (exemplos: agressão verbal ou física, destruição de objetos, mentira, etc)
e internalização (exemplos: retração social, ansiedade, depressão) nas crianças com estilos
parentais autoritário e estilos parentais democrático-recíproco das mães. Os dados
18
encontrados apontam relações de causalidade entre estilos autoritários da mãe e o
comportamento de externalização das crianças pré-escolares, mas não de internalização,
indicando que na medida que a mãe percebe sua experiência de criação pregressa (avó
materna) como autoritária, mais ela relata um estilo parental igualmente autoritária para
com a criança.
O conjunto de atitudes dos pais para com a criança, responsável por definir o clima
emocional em que se expressam os comportamentos socializadores, como disciplina, apoio
e comportamentos interativos pais-criança é chamado de estilo parental. Este controle
exercido sobre os filhos não é apenas imposição de limites e proibições, portanto não pode
ser qualificado tão somente como coercitivo ou negador das aspirações filiais. Tal controle
assume um aspecto diretivo, estruturante, dotado de caráter preventivo, uma vez que se
resulta em um conjunto de experiências vividas pelos pais e que confere a eles o poder de
antecipar conseqüências das ações dos filhos (Romanelli, 1998; Oliveira et al., 2002).
Romanelli (1998) afirma que na procura da construção da própria identidade e da
determinação de seu lugar na sociedade, adolescentes e jovens experimentam viver
situações novas que, muitas vezes, provocam confrontos e conflitos com pais e adultos.
Essas experiências são, em geral, uma resposta à pressão dos pais e adultos e, na medida em
que são compartilhadas, como nos grupos de pares, estabelecem as bases para o
relacionamento entre iguais. No contato público com universos sociais e culturais diversos,
bem como na convivência familiar vai sendo construída a identidade do adolescente.
Segundo Saric, Rijavec e Zganec (2001), em seu trabalho desenvolvido com 287
crianças com idades variando entre 11 e 14 anos, sendo 144 meninas e 143 meninos de uma
escola pública, práticas parentais tais como afetividade, consistência, disciplina sem
práticas punitivas estão associados com um desenvolvimento sadio dos indivíduos.
19
Indivíduos que manifestam a percepção do suporte familiar como satisfatória tendem a
apresentar menos comportamentos considerados comportamentos-problemas ou de
inadequação, como por exemplo, futuro envolvimento com substâncias químicas.
Sendo a família, um fator determinante na construção da identidade do adolescente,
entender o funcionamento da família tende a ajudar no entendimento do comportamento
desse adolescente. Mediante essa afirmação, programas educativos e intervenções
direcionadas podem ser desenvolvidos para reduzir e/ou evitar determinados problemas
comportamentais (Baptista, 1998; Baptista & Baptista, 2000; Arpini & Quintana, 2003).
Diante da importância destacada ao suporte social e ao suporte familiar, observa-se
na área da avaliação psicológica alguns instrumentos psicológicos padronizados para a
realidade brasileira que visam a percepção do suporte social. No entanto, apesar da
relevante importância do suporte familiar no desenvolvimento do indivíduo, observa-se a
inexistência de instrumentos psicológicos padronizados para a realidade brasileira que
mensurem a percepção de tal suporte.
1.2 - Avaliação da Percepção de Suporte Social e Suporte Familiar
Na avaliação psicológica, os testes são instrumentos objetivos e padronizados de
investigação do comportamento, que informam sobre a organização normal dos
comportamentos exigidos na execução destes (por figuras, sons e formas espaciais), ou de
perturbações em condições patológicas. Na preparação de um instrumento ou teste
psicológico, quatro condições são necessárias para garantir a sua qualidade e possibilidade
20
de uso seguro: a elaboração e análise de itens, estudos de validade, precisão e padronização
(Alchieri, Noronha & Primi, 2003).
O processo de elaboração e análise dos itens tem início com a preparação dos itens
para a representação do comportamento. É necessário poder representar no item todas as
possíveis variações que o atributo medido possa assumir, sob pena de não contemplar a
diversidade das respostas, e com isso, deixar de medir um ponto do comportamento. Na
análise dos itens a compreensão de leitura e resposta do item, sua capacidade de avaliar um
determinado comportamento, a eficácia da avaliação das questões e a capacidade dos itens
em abarcarem todas as possíveis manifestações comportamentais do fenômeno em questão
são investigadas (Alchieri, Noronha & Primi, 2003).
A segunda etapa na construção de um instrumento psicológico é verificar as
evidências de validade do mesmo. Tal validade está relacionada à capacidade do teste em
poder descrever um comportamento de modo a garantir que realmente se possa medir
aquilo que se propõe. Um ponto crucial da elaboração de um teste é ter assegurado a
verificação dessa qualidade nas diversas manifestações que ele pode expressar, da
equivalência de sua medida com outras formas similares de avaliação até a possibilidade
dessa mensuração ter um caráter preditivo na avaliação do comportamento (Anastasi &
Urbina, 2000; Alchieri, Noronha & Primi, 2003).
Os tipos de evidências de validade encontrados atualmente, segundo Anastasi e
Urbina (2000), estão descritos nos parágrafos abaixo:
Validade de conteúdo que consiste na verificação do conteúdo dos itens do teste que
abrange uma amostra representativa do universo de comportamento a ser medido. Além da
definição sistemática da tarefa ser importante para a validade do conteúdo de uma medida
de comportamento típico, deve também, ser garantido a inclusão de todos os aspectos
21
importantes e nas proporções corretas, nos itens. É utilizada comumente em testes de
desempenho, planejados para medir o domínio de um indivíduo num curso de estudo ou de
uma habilidade específica.
Validade de construto que consiste em verificar se a operacionalização realizada
pelo instrumento está de acordo com as definições ou conceitos da teoria que o fundamenta.
Existem diversas técnicas para se verificar a validade de construto, dependendo do tipo de
instrumento estudado.
Validade de critério que consiste em verificar se o instrumento se correlaciona com
medidas externas compatíveis, obtidas por diferentes métodos, daquilo que o instrumento
pretende medir. Por exemplo, o desempenho acadêmico é um critério externo e deve ser
uma medida confiável e conhecida do que se pretende medir com um dado instrumento.
Na validade concorrente o que diferencia a validade preditiva da validade
concorrente para determinar a validade de critério é o tempo entre a coleta de informação
pelo teste a ser validado e a coleta de informação sobre o critério. Na validade concorrente
estas coletas são simultâneas e na preditiva dados sobre o critério são coletados após o teste
(Anastasi & Urbina, 2000; Lima, 2004).
Na validade convergente, em uma cuidadosa análise da validação de construto,
Campbell (1960 in Anastasi e Urbina, 2003)salientou que, a fim de demonstrar a validade
de construto, precisa-se mostrar não apenas que um teste apresenta correlação alta com
outras variáveis com as quais ele deve teoricamente correlacionar-se (validade
convergente), mas também que ele não apresenta uma correlação significativa com
variáveis das quais ele deve diferir (validade discriminante). A correlação de um teste de
raciocínio quantitativo com notas subseqüentes em um curso de matemática seria um bom
exemplo de validade convergente. Para o mesmo teste, a validade discriminante seria
evidenciada por uma correlação baixa e insignificante com escores em um teste de
22
compreensão em leitura, uma vez que a habilidade de leitura é uma variável irrelevante em
um teste planejado para medir o raciocínio quantitativo.
A etapa posterior à validade trata-se do processo denominado de precisão ou
fidedignidade. Nesta etapa verifica-se se a medida efetuada pelo instrumento pode ser
tomada como consistente sem sofrer modificações alheias externas a manifestação do
comportamento. Tal processo então tem como finalidade verificar a consistência das
respostas obtidas pelos sujeitos no teste (Alchieri, Noronha & Primi, 2003).
Alchieri, Noronha e Primi (2003) dentre outros enfatizam que após satisfeitas todas
as condições anteriores, inicia-se um último procedimento que tem como objetivo o
estabelecimento de normas para a utilização do teste. Uma primeira norma está na
constituição do instrumento (como deve ser apresentado, qual o número de páginas, que
tipo de papel e qual disposição dos itens). Uma outra necessidade de normatização está na
elaboração da forma de aplicação do teste (para que idade é ele indicado, por exemplo, se
pode ser aplicado a um nível de escolaridade distinta ou pode ser aplicado para qualquer
nível, se indicação de ser aplicado em grupo ou individual). O último grupo de normas
refere-se à classificação dos resultados obtidos pelos respondentes. Dentre os diversos tipos
de normas de resultados (percentil, escores padronizados ou classificação dos
comportamentos) qual é a mais indicada e como se pode obtê-la.
Segundo Sisto, Sbardelini e Primi (2000), em muitos contextos de atuação
profissional, o psicólogo toma decisões baseando-se em informações obtidas por
procedimentos e instrumentos de avaliação psicológica. Com base nessa afirmação e,
objetivando a avaliação da percepção e satisfação do indivíduo com o suporte social, um
dos instrumentos psicológicos utilizados neste estudo foi o Questionário de Suporte Social
SSQ, instrumento este utilizado para verificar a percepção e satisfação do indivíduo com
seu suporte social.
23
O Questionário de Suporte Social SSQ, originalmente desenvolvido por Sarason,
Levine, Basham e Saranson (1983) foi adaptado para o português por Matsukura,
Marturano e Oishi (2002). Faz-se importante destacar que tal instrumento mostrou-se
bastante relevante em virtude das consistentes evidências sobre o papel do suporte social
atuando como protetor nas situações estressoras quando as medidas de suporte estão
relacionadas com a disponibilidade percebida de recursos interpessoais que respondem às
necessidades presentes nos eventos estressantes.
O SSQ é composto por 27 questões, sendo que cada questão solicita uma resposta
em duas partes. Na primeira parte, deve ser indicado o número de fontes de suporte social
percebido (SSQ-N), podendo o respondente listar até nove possibilidades (além da opção
nenhum); na segunda parte, o respondente deve informar sobre sua satisfação com esse
suporte (SSQ-S), fazendo uma opção em uma escala de 6 pontos (que varia de muito
satisfeito a muito insatisfeito) (Matsukura, Marturano & Oishi, 2002).
Como destacado anteriormente, observa-se na área de avaliação psicológica a
inexistência de instrumentos psicológicos que visam mensurar a percepção do suporte
familiar. Baptista (2005) destaca a necessidade de adaptação para a língua portuguesa de
instrumentos internacionais que atendam essa demanda e, enfatiza ainda que, os poucos
instrumentos nacionais relacionados a esse construto possuem como objetivo avaliar o
estilo de relação dos pais com os filhos, e não a percepção da satisfação que as pessoas,
independentemente de faixa etária, possuem do suporte familiar.
Ao encontro dessas informações, a construção, validação e padronização de um
instrumento que avalie a percepção que os indivíduos possuam de seu suporte familiar
mostrou-se de grande importância. Diante dessa necessidade utilizou-se neste estudo dois
outros instrumentos, um apresentado, o Questionário de Suporte Social SSQ e outro a
24
ser apresentado, o Inventário de Esquemas de Gênero do Autoconceito IEGA com o
objetivo de buscar evidências de validade convergente para o instrumento intitulado
Inventário de Percepção de Suporte Familiar IPSF. Faz-se importante destacar que tal
instrumento já passou por alguns estudos que serão destacados nos parágrafos abaixo.
O Inventário de Percepção de Suporte Familiar - IPSF foi avaliado inicialmente por
intermédio de análise fatorial. O KMO inicial foi de 0,921 e o teste de esferidade de Barlett
foi significativo ao nível de 0,0001, em que foi explicado 42,80% da variância total. O IPSF
foi composto inicialmente de quatro fatores, a saber, Inadaptação, contendo 14 itens,
mensurando a percepção de baixo ou inadequado suporte familiar; Afetividade, com 10
itens, representando as relações afetivas intra-familiares, inclusive os interesses dos
membros e expressões afetivas verbais e não-verbais; Consistência, com 11 itens,
representando os papéis e regras intra-familiares, bem como as estratégias de enfrentamento
familiares para problemas e, por último, a Autonomia, com 08 itens, que representou o
quanto o indivíduo sente que possui incentivo e liberdade para se expressar e ter autonomia.
Os índices de confiabilidade, representados pelo Alfa de Cronbach, foram de 0,88 para a
Inadaptação, 0,86 para a Afetividade, 0,83 para a Consistência e, por fim, 0,81 para a
Autonomia. Tal pesquisa utilizou 346 estudantes universitários de uma universidade
particular do interior de São Paulo, com média de idade de 24,67 (DP=6,36), sendo 76,6%
do sexo feminino e, a rotação utilizada para esta análise foi a Análise dos Componentes
Principais, com rotação Varimax. Os resultados encontrados pela análise fatorial foram
condizentes com a literatura sobre suporte familiar, especificamente com os instrumentos
que avaliam tal construto (Baptista, 2005).
Uma outra pesquisa de estabilidade dos fatores foi feita por Baptista (manuscrito
não publicado) com um total de 1064 estudantes do ensino médio e universitário, com idade
25
variando entre 17 e 64 anos (M=23,35; DP=6,05 anos), de instituições particulares e
públicas do Estado de São Paulo. A maior parte da amostragem foi do sexo feminino,
constituindo-se 73,7% do total e, o estado civil foi dividido da seguinte maneira, 82,2% dos
participantes solteiros, 9,9% casados, 2,1% viúvos, divorciados e recasados e, 5,8% não
responderam tal questão. Todos os participantes anuíram a testagem por intermédio de
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, bem como o projeto foi
aprovado por Comitê de Ética. As aplicações ocorreram de forma coletiva nas salas de aula,
utilizando-se aproximadamente 20 minutos para o preenchimento do mesmo. Cuidados
como a explicação do objetivo do estudo, a não existência de resposta correta e o cuidado
em responder o que mais se aproximava da percepção do indivíduo foram realizados.
De acordo com os resultados dessa última pesquisa observou-se alguns dados, dentre
eles, a junção de itens das dimensões anteriores denominadas de Afetividade e
Consistência, mantendo-se os itens das dimensões Inadaptação e Autonomia, portanto o
instrumento final consta de três grandes dimensões. Tais dimensões ficaram definidas como
Afetivo-Consistente, Inadaptação Familiar e Autonomia e serão apresentadas nos
parágrafos posteriores e, seus índices de confiabilidade, expressos pelo Alfa de Cronbach,
demonstraram que o fator 1 (Afetivo-Consistente) apresentou o Alfa de 0,91, o fator 2
(Inadaptação familiar) de 0,90 e, o fator 3 (Autonomia) de 0,78.
O fator 1 que resultou da junção dos fatores anteriormente denominados de
Afetividade e Consistência passa a ter 21 itens e a ser denominado agora de Afetivo-
Consistente. O mesmo reflete perguntas que versam sobre a expressão de afetividade entre
os membros familiares (verbal e não verbal), o interesse, proximidade, acolhimento,
comunicação, interação, respeito, empatia, clareza nas regras intrafamiliares, consistência
de comportamentos e verbalizações e habilidades na resolução de problemas. Os itens do
26
instrumento (Anexo 05) referentes a esse fator são os seguintes: 37; 24; 25; 28; 42; 35; 22;
11; 26; 9; 15; 17; 23; 4; 30; 41; 29; 2; 31; 5; 3.
O fator 2, denominado de Inadaptação Familiar ficou composto por 13 itens, sendo
composto por perguntas referentes a sentimentos negativos em relação à família, tais como
raiva, isolamento, incompreensão, exclusão, falta de compreensão, vergonha, irritação,
relações agressivas (brigas e gritos), além de percepção de que os familiares competem
entre si, são interesseiros e se culpam nos conflitos, ao invés de tentarem inter-relações
mais pró-ativas. Os itens do instrumento (Anexo 05) referentes a esse fator são os
seguintes: 7; 27; 39; 33; 20; 13; 36; 32; 6; 16; 8; 21; 1.
Por último, o fator 3 denominado de Autonomia foi composto por 8 itens e possui
questões que podem assinalar relações de confiança, liberdade e privacidade entre os
membros. Os itens do instrumento (Anexo 05) referentes a esse fator são os seguintes: 38;
14; 34; 19; 40; 10; 12; 18.
Um terceiro instrumento psicológico utilizado neste estudo para, conforme citado
anteriormente, oferecer evidências de validade baseada em outras variáveis do IPSF foi um
instrumento que visa avaliar a percepção que o indivíduo possui de seu autoconceito.
Observa-se na literatura uma associação entre os construtos suporte social e suporte
familiar, estudados até aqui, com um terceiro construto, o autoconceito.
2 – AUTOCONCEITO
2.1 – Avaliação do Autoconceito
27
Nogueira (2002) dentre outros, destaca que alguns determinantes, tais como, classe
social, o bairro onde mora, a comunidade e, principalmente as relações desenvolvidas no
âmbito familiar, atuam diretamente na auto-avaliação e no desempenho do indivíduo.
Características como falta de confiança em si mesmo (insegurança), conceito que o
indivíduo tem sobre suas relações com o outros (autoconceito social), percepção sobre si
mesmo (autoconceito geral), sentimentos de valores pessoais (auto-estima) e juízos sobre as
próprias capacidades, a partir de suas ações (auto-eficácia), apresentam-se como
conseqüência do suporte recebido de figuras próximas, inclusive familiares.
O ambiente, por meio dos diversos tipos de suportes sociais, principalmente o
suporte familiar, pode influenciar diretamente o desenvolvimento da personalidade ou
traços comportamentais. A formação dos indivíduos do ponto de vista psicológico,
incluindo a percepção de si mesmo, ou seja, o autoconceito, é produto de diversas
interações biológicas, sociais e psicológicas, inclusive das relações familiares e dos
suportes existentes no meio em que o mesmo vive (Arpini & Quintana, 2003).
O interesse pelo estudo do autoconceito desenvolveu-se no contexto da
fenomenologia existencial dando origem, rapidamente, a numerosas pesquisas e
publicações. O primeiro a analisar sistematicamente a noção de autoconceito foi William
James em 1890 na sua publicação intitulada Principles of psychology. A contribuição de
Willian James foi importante por constituir uma ruptura com a abordagem filosófica da
época e por introduzir a dimensão social no autoconceito. O autoconceito foi por ele
definido como a soma de tudo o que o homem pode chamar de seu, como por exemplo, sua
forma de pensar, seu modo de agir, sua esposa, seus filhos, seus ancestrais, seus amigos,
sua reputação, seu trabalho, suas roupas e sua casa (Martins, 1998).
28
Tamayo (1981), um dos estudiosos do construto, delineia o autoconceito como uma
organização hierárquica e multidimensional de um conjunto de percepções de si mesmo.
Tal autor refere como conteúdo dessas percepções tudo aquilo que o indivíduo reconhece
como fazendo parte de si mesmo, como por exemplo, sentimentos, imagens e traços.
Autores como Mendonça (1989), Sánchez e Escribano (1999) e Nogueira (2002)
enfatizam o autoconceito como uma das variáveis resultantes da interação das pessoas, que
mais exerce influência no comportamento do indivíduo. Tal construto também é apontado
como uma atitude valorativa e de identificação que o indivíduo tem sobre si mesmo.
Tamayo (1981), por meio de um levantamento bibliográfico, aponta três
componentes presentes no autoconceito e suas definições, sendo eles o componente
avaliativo, cognitivo e comportamental. O primeiro componente, o avaliativo é também
denominado de auto-estima e consiste na avaliação global que a pessoa faz do seu próprio
valor. O segundo componente, o cognitivo, é constituído pelas percepções que o indivíduo
tem dos traços, das características e das habilidades que possui ou que pretende possuir. O
terceiro e último componente, o comportamental, está relacionado às estratégias de auto-
apresentação utilizadas pelo indivíduo, com o objetivo de transmitir gradualmente uma
imagem positiva de si mesmo. Tamayo et al. (2001) referem ainda que tanto o componente
avaliativo, como o cognitivo e comportamental se inter-relacionam entre si, mas tal
interação pode ter peculiaridades, assim, uma pessoa que se percebe como tendo
características indesejáveis, muito provavelmente se avalia de forma desfavorável, mas
pode tentar se apresentar (se comportar) de forma positiva.
Observa-se na literatura que um construto bastante confundido com o autoconceito é
a auto-estima. Acerca deste quadro, autores como Martins (1998), por exemplo, enfatiza
que autoconceito e auto-estima são construtos interligados, porém distintos. Procurando
operacionalizar sua afirmação aponta o autoconceito como a atitude do indivíduo em
29
descrever-se fisicamente (sou moreno, altura média, etc), a auto-estima é apontada como
a atitude do indivíduo em se avaliar afetivamente, tanto positivamente como negativamente
(gosto de ser moreno/não gosto de ser moreno; gosto da minha altura/não gosto da minha
altura).
O construto auto-eficácia é um outro construto que costuma ser confundido com o
autoconceito. Segundo Bandura (1986) a percepção da auto-eficácia é definida pelo
julgamento que uma pessoa tem sobre sua capacidade para organizar e executar
comportamentos específicos em uma determinada situação. Observa-se que tal construto,
assim como o construto da auto-estima, apresenta um nível de especificidade maior que o
do autoconceito. Segundo Teixeira e Giacomoni (2002) o autoconceito, no entanto, é
constituído de crenças sobre a competência individual e valores sobre si mesmo, sendo,
portanto, uma avaliação mais global e menos dependente do contexto do que a auto-
eficácia.
Diversas são as pesquisas sobre o construto autoconceito em diversas áreas de
estudo. As mais observadas na literatura envolvem autoconceito e normas de conduta
pública, autoconceito e desempenho escolar, autoconceito e desempenho no trabalho,
autoconceito e esporte e autoconceito e relações com pessoas significativas (relacionamento
familiar).
Mendonça (1989), por exemplo, se propôs verificar a relação da variável
autoconceito e a percepção de jovens adolescentes diante de normas de conduta pública.
Como resultado o autor encontrou que jovens que possuem um elevado autoconceito
percebem as normas como positiva em maior grau que os jovens que não apresentam um
autoconceito elevado. O autor reforça, porém, que o fato de os sujeitos perceberem a
existência da norma como um fator positivo não implica em cumprimento desta.
30
Tamayo et al. (2001) apresentaram algumas variáveis que influenciam
negativamente e positivamente o autoconceito no indivíduo. As variáveis que têm revelado
efeito negativo sobre o autoconceito no indivíduo são descritas como neuroticismo, atuação
de conflitos nas relações sociais, psicopatia e alcoolismo. Por outro lado, as variáveis que
têm se apresentado como positivas para o autoconceito são a popularidade com os colegas e
amigos, a opinião e feedback do outro significativo, a beleza e a aparência física, a
aceitação social e a atitude positiva dos outros.
Nogueira (2002), em sua revisão bibliográfica, aponta uma pesquisa em que
relacionou autoconceito e desempenho escolar. Como conclusão verificou-se que o
autoconceito relativo à capacidade é um preditor válido do sucesso acadêmico. Uma outra
pesquisa feita por Estêvão e Almeida (1999) com 330 adolescentes de ambos os sexos e
níveis diferenciados de rendimentos escolares, buscou relações entre medidas de
autoconceito e a realização escolar. Como resultado os autores encontraram uma relação
positiva e estatisticamente significativa entre as medidas do autoconceito e a realização
escolar dos alunos.
Sob a perspectiva do trabalho, Costa (2002), refere que a percepção do autoconceito
pode alterar a vivência, o desempenho e até a satisfação dos indivíduos no trabalho.
Segundo o autor, o autoconceito no trabalho compreende a percepção do indivíduo, por
exemplo, sobre o quanto é competente na sua opinião (autopercepção) ou na opinião de
outros significativos, enfim, como ele se percebe enquanto trabalhador diante da
organização onde trabalha e dos outros significativos (chefia, colegas, clientes) na situação
do trabalho. O trabalho é fundamental na construção da identidade (do que o indivíduo é) e
de como ele se percebe (autoconceito).
No âmbito autoconceito e esporte, Tamayo et al. (2001) estudaram a influência de
atividade física regular de homens e mulheres de mais de 40 anos sobre o seu autoconceito
31
e concluíram que a atividade física tem impacto benéfico sobre o autoconceito. Destacaram
ainda que, a influência desta variável parece não depender exclusivamente da ação benéfica
da atividade física sobre o funcionamento fisiológico do organismo, mas inclusive da
dimensão social presente nesta variável.
A relação ente o autoconceito e relacionamento familiar foi apontada por Sánchez e
Escribano (1999). Segundo eles, os pais desempenham um papel central na formação do
autoconceito de seus filhos. Crianças com pais afetivamente carinhosos e atentos costumam
ter um grau maior de autoconceito do que os filhos de pais afetivamente frios e
desinteressados. Também foi observado a existência de uma relação importante entre, de
um lado, os comentários depreciativos, pessimistas e negativos que os jovens fazem sobre
si mesmo e, de outro, a falta de atitudes carinhosas demonstradas por seus pais.
O autoconceito, como pôde-se observar no decorrer do texto, é influenciado por
diversas variáveis. Uma variável que merece um destaque especial é a relacionada a
diferença entre o autoconceito no homem e na mulher. Dentro do enfoque das dimensões
ortogonais e, portanto, independente entre si, Romanelli (1998), baseando-se em dados de
uma pesquisa realizada com dez famílias das camadas médias de um bairro da cidade de
Ribeirão Preto-SP, afirma que apesar de pais e mães declararem que deram as mesmas
orientações para filhos e filhas, a ação socializadora é diferenciada de acordo com o papel
de gênero de cada um deles. As limitações e controle incidem mais intensamente sobre as
filhas, o que é congruente com posturas e representações dos pais acerca do papel feminino,
na família e na sociedade. Os filhos do sexo masculino são menos propensos a acatar suas
determinações, demandando maior vigilância sobre eles.
Ao encontro de tal argumentação, Tamayo et al. (2001), enfatizam que as diferenças
de gênero no autoconceito são necessariamente tributárias das estruturas culturais da
sociedade. O fato de ser membro de uma sociedade, de um grupo determinado, cria no
32
indivíduo o sentimento de pertença, define, em grande parte, a sua identidade e, desta
forma, influencia significativamente o seu autoconceito.
Mussen e Jones (1957) referem que muitos estudos apontam que o autoconceito e os
comportamentos nas relações interpessoais podem ser diferenciados entre os grupos e
também entre homens e mulheres, principalmente pela sua diferença no quesito maturidade,
ou seja, as mulheres apresentam um desenvolvimento físico e uma maturidade emocional
que antecede ao desenvolvimento e maturidade dos homens, além disso dentro dos grupos
femininos e masculinos observam-se desenvolvimentos mais acelerados para alguns
indivíduos e mais tardios em outros.
Dentro dessa afirmação, por meio de um estudo feito em uma escola pública com 33
indivíduos do sexo masculino, verificou-se que indivíduos do sexo masculino que sofrem
um retardo no seu desenvolvimento físico de acordo com o restante do seu grupo social,
apresentam maiores sentimentos de inadequação e, conseqüentemente, autoconceito
negativo. Tais indivíduos apresentam comportamentos de inadaptação familiar que
solicitam uma independência dos pais ainda não concedida e esta não concessão desperta,
no adolescente, sentimentos de rejeição e hostilidade. O mesmo não foi observado em
indivíduos do sexo masculino que apresentam o desenvolvimento físico de acordo com o
restante do seu grupo social (Mussen & Jones, 1957).
Um outro estudo foi feito pelos mesmos autores citados no parágrafo anterior, Jones
e Mussen (1958), no ano seguinte com 34 indivíduos do sexo feminino. Os resultados
demonstraram que, ao contrário do que acontece com os meninos, as meninas apresentam
maiores sentimentos de inadequação diante de um acelerado desenvolvimento físico.
Dentre os instrumentos encontrados na área de avaliação psicológica que mensurem
a percepção do autoconceito, o destacado para este estudo a fim de possibilitar juntamente
com o Questionário de Suporte Social SSQ, evidências de validade para o Inventário de
33
Percepção de Suporte Familiar – IPSF foi o Inventário dos Esquemas de Gênero do
Autoconceito – IEGA. Tal instrumento possibilita a identificação do autoconceito em
homens e mulheres e foi construído e validado para a realidade brasileira por Giavoni e
Tamayo (2000).
O IEGA, portanto, é um instrumento bidimensional, ou seja, permite avaliar os
esquemas masculinos e femininos do autoconceito. Sendo assim, suas dimensões são
divididas em versões referentes a masculinidade e feminilidade, sendo estas dimensões
ortogonais, independentes entre si (Giavoni & Tamayo, 2000).
Tanto a dimensão feminina quanto a masculina possui diferentes fatores. Segundo
os autores do IEGA, os fatores extraídos para a escala feminina representam aspectos da
subjetividade social, no caso a feminilidade, que estão estruturados na subjetividade
individual, o autoconceito, compondo assim o esquema feminino. São eles:
- Fator Tolerância: como característica geral, este fator focaliza a disponibilidade em aceitar
opiniões, comportamentos e atitudes divergentes das suas. Avalia a capacidade de
compreensão e interesse por questões pertinentes ao (s) outro (s), aceitação de condições
imprevistas e atendimento às necessidades do (s) outro (s).
- Fator Insegurança: como característica geral, este fator focaliza a insegurança e a
dependência em relação às opiniões e expectativas dos outros. Avalia o medo à rejeição
resultando em timidez e introversão, além de um sentimento de inferioridade que pode
ocasionar a dependência e subordinação às opiniões dos outros e a inveja.
- Fator Sensualidade: como característica geral, este fator focaliza a auto-imagem e sua
influência na interação com os outros. Avalia aspectos somáticos, sensoriais e estéticos,
34
traduzidos na preocupação com a imagem e a aparência física, no poder de sedução,
capacidade de envolver os outros e necessidade de causar boa impressão.
- Fator Emotividade: como característica geral, este fator focaliza aspectos afetivos. Avalia
o compartilhamento e comprometimento afetivo, a livre expressão das emoções e dos
sentimentos, bem como a delicadeza do sentir, refletidos no comportamento e atitudes
diárias.
- Fator Responsabilidade: como característica geral, este fator focaliza os princípios e
valores que regem a conduta. Avalia valores individuais condizentes com as normas
sociais, cumprimentos de deveres e responsabilidades individuais. O respeito pelos espaços
e limites do (s) outro (s), a integridade de caráter, a moralidade, lealdade e fidelidade são
percebidos como princípios norteadores da vida.
- Fator Sensibilidade: este fator reúne, em si, os fatores Tolerância, Emotividade e
Responsabilidade, focalizando um aspecto subjacente a estes fatores. Alguns dos aspectos
avaliados por este fator são o ajustamento às normas sociais, preocupação com o bem-estar
alheio, livre expressão das emoções e sentimentos, compartilhamento e comprometimento
afetivos e cumprimento dos deveres e compromissos diários.
A dimensão masculina do IEGA apresenta outros fatores abaixo apresentados. Tais
fatores foram, como na escala feminina, extraídos para a escala masculina representando
aspectos da subjetividade social, a masculinidade, estando estruturados na subjetividade
individual, o autoconceito, compondo assim o esquema masculino. São eles:
- Fator Negligência: como característica geral este fator focaliza aspectos de
irresponsabilidade, negligência e despreocupação em relação à vida e aos compromissos
sociais. Avalia o desleixo com a aparência e com a imagem, desorganização, esquecimento
35
e descumprimento de deveres e responsabilidades e desinteresse e apatia pela vida,
transferência de deveres e responsabilidades pessoais para o (s) outro (s).
- Fator Racionalidade: a característica geral deste fator enfoca a razão, enquanto
instrumento que permite explorar e compreender o seu ambiente, conhecer e relacionar
objetos e/ou idéias, medir e calcular, refletir, deduzir, considerar, discorrer e expressar-se.
Avalia comportamentos derivados do uso da razão, como por exemplo, expor os
pensamentos de forma clara e lógica, ser realista, gostar de refletir, ser objetivo mantendo
um certo distanciamento emocional.
- Fator Ousadia: como característica geral este fator focaliza o grau de “coragem” que
busca no novo a satisfação de seus objetivos, metas e o prazer individual. Avalia
comportamentos relacionados à ousadia de submeter-se a novos desafios, à coragem e
determinação de lutar pelos desejos e ideais, a capacidade de adaptar-se às situações e a
busca do prazer individual.
- Fator Agressividade: como característica geral este fator um amor tão exclusivo a si que
acaba por implicar na subordinação dos interesses dos outros ao seu próprio. Avalia
aspectos que envolvem a incapacidade de aceitar condições, opiniões, comportamentos e
atitudes divergentes daquelas esperadas pelo indivíduo.
- Fator Indiferença: este fator reúne em si características dos fatores Negligência e
Agressividade, focalizando aspectos que definem o indivíduo como o centro de todo o
interesse. Avaliam aspectos relacionados à incapacidade de aceitar condições, opiniões,
comportamentos e atitudes divergentes daquelas esperadas pelo indivíduo, desinteresse pelo
(s) outro (s), transferência de deveres e obrigações para o (s) outro (s), apatia em relação à
vida e negligência com respeito a assuntos importantes.
36
Observa-se durante todo o texto apresentado a importância de alguns suportes,
principalmente o familiar, para a satisfação das necessidades dos indivíduos, inclusive para
a formação da percepção que o mesmo apresenta de si, ou seja, do autoconceito. Frente à
esse quadro, observa-se também a necessidade na área de avaliação psicológica de
instrumentos que mensurem a percepção do suporte familiar e da relação encontrada entre
os três construtos apresentados, sendo assim, o objetivo do presente estudo foi o de buscar
evidências de validade convergente, por meio do Questionário de Suporte Social e do
Inventário dos Esquemas de Gênero de Autoconceito, para o instrumento intitulado
Inventário de Percepção de Suporte Familiar.
De acordo com o objetivo proposto nesse estudo, as hipóteses principais e
secundárias sugeridas, foram as seguintes:
Correlação positiva (Hipótese 01) entre as dimensões “afetivo-consistente” e
“autonomia” do IPSF com as dimensões “número de pessoas percebidas como suportivas”
e “satisfação com o suporte social” do SSQ, ou seja, quanto maior a percepção de
afetividade, consistência e autonomia dentro da família maior a percepção do número e da
satisfação com o suporte social existente.
Correlação positiva (Hipótese 02) entre as dimensões “afetivo-consistente” e
“autonomia” do IPSF com as dimensões “tolerância”, “sensualidade”, “emotividade”,
“responsabilidade”, “racionalidade” e “ousadia” do IEGA, ou seja, quanto maior a
percepção de afetividade, consistência e autonomia dentro da família maior a percepção
com as dimensões femininas e masculinas do IEGA, sendo elas a tolerância, sensualidade,
emotividade, responsabilidade, racionalidade e ousadia.
Correlação positiva (Hipótese 03) entre a dimensão “inadaptação familiar” do IPSF
com as dimensões “número de pessoas percebidas como suportivas” e “satisfação com o
suporte social” do SSQ. A dimensão inadaptação familiar foi invertida no banco de dados,
37
ou seja, quanto maior o número menor a percepção de inadaptação familiar, portanto
quanto maior o número encontrado nesta dimensão do IPSF maior a percepção no número e
satisfação com o suporte social.
Correlação negativa (Hipótese 04) entre as dimensões “afetivo-consistente”,
“autonomia” e “inadaptação familiar” do IPSF com as dimensões insegurança”,
“negligência”, “indiferença” e “agressividade” do IEGA, ou seja quanto menor a percepção
de afetividade, consistência e do mero na inadaptação familiar maiores serão as
dimensões insegurança, negligência, indiferença e agressividade.
Como secundárias foram sugeridas mais três hipóteses. A primeira delas (Hipótese
05) sugere que indivíduos do sexo masculino apresentariam diferenças na percepção do
suporte social e do suporte familiar em relação à indivíduos do sexo feminino. A segunda
(Hipótese 06) sugere que haveria diferença na percepção do suporte social e suporte
familiar entre os alunos cursos de Psicologia, Engenharia e Educação Física segundo as
dimensões do SSQ e do IPSF e, a terceira e última das hipóteses secundárias (Hipótese 07)
sugere que indivíduos com renda familiar diferente possuem variações estatísticas do
suporte social e suporte familiar conforme as dimensões do SSQ e do IPSF em comparação
a indivíduos com renda na média ou acima dela.
38
3 – Delineamento da Pesquisa
3.1 - Participantes
Participaram deste estudo um total de 254 alunos de duas universidades particulares
do interior de São Paulo. A idade média dos participantes foi de 21 anos, sendo o mínimo
18 e o máximo 48 anos e desvio padrão de 5 anos. Os dados levantados foram os seguintes:
Tabela 1 – Freqüência e porcentagem de gênero dos participantes da pesquisa.
Gênero
Freqüência Porcentagem
Masculino 97 38,2
Feminino 157 61,8
Total 254 100
A amostra de 254 alunos, dividiu-se em 97 (38,2%) participantes do sexo masculino
e 157 (61,8%) do sexo feminino.
Tabela 2 – Freqüência e porcentagem do estado civil dos participantes da pesquisa.
Estado Civil
Freqüência Porcentagem
Solteiro 222 87,4
Casado 21 8,3
Separado 4 1,6
Outras 7 2,7
Total 254 100
39
A amostra de 254 alunos foi dividida em 222 (87,4%) solteiros, 21 (8,3%) casados,
4 (1,6%) separados, sendo as outras condições conjugais acumuladas em 2,7% dos sujeitos.
Tabela 3 Freqüência e porcentagem dos cursos freqüentados pelos participantes da
pesquisa.
Cursos
Freqüência Porcentagem
Psicologia 166 65,4
Engenharia 63 24,8
Ed. Física 25 9,8
Total 254 100
Quanto aos cursos especificamente, dos 254 alunos, 166 (65,4%) freqüentavam o
curso de Psicologia, 63 (24,8%) o curso de Engenharia e 25 (9,8%) o curso de Educação
Física. Com base nesses dados, observa-se que a área de Humanas, representada neste
estudo pelos cursos de Psicologia e Educação Física, foi predominante, com um percentual
de 75,2, enquanto que a área de Exatas, representada pelo curso de Engenharia, foi
responsável pelos 24,8% restantes.
40
Tabela 4 – Freqüência e porcentagem das profissões apresentadas.
Profissões
Freqüência Porcentagem
Auxiliares 40 15,8
Autônomos 38 15
Técnicos 25 9,8
Professores 4 1,5
Outros 14 5,5
Estudantes 87 34,3
Não responderam 46 18,1
Total 254 100
Com referência a profissão, 40 (15,8%) da amostra eram auxiliares, 25 (9,8%)
técnicos, 38 (15%) autônomos, 4 (1,5%) professores, 14 (5,5%) outros, tais como, operador
de produção e de usinagem. O restante foi representada por 87 (34,3%) estudantes e 46
(18,1%) participantes que não responderam a referida questão.
Tabela 5 – Freqüência e porcentagem referente à renda familiar.
Renda Familiar
Freqüência Porcentagem
De 3 a 6 sal.min. 83 32,7
De 6 a 10 sal.min. 79 31,1
Mais de 10 sal.min. 57 22,5
De 1 a 3 sal.min. 28 11
Não responderam 7 2,7
Total 254 100
41
No que se refere a renda familiar 7 (2,7%) participantes não responderam a questão.
Dos 247 que responderam a questão, 83 (32,7%) declararam de 3 a 6 salários mínimos
mensais, 79 (31,1%) de 6 a 10 salários mínimos mensais, 57 (22,5%) mais de 10 salários
mínimos mensais e 28 (11%) de um a 3 salários mínimos mensais.
42
3..2 - Material
Questionário de Caracterização: com o objetivo de obter maior número de
informações sócio demográfica dos participantes, o questionário de caracterização foi
composto pelos dados de identificação do participante, como idade, gênero, cursos, estado
civil, profissão e renda familiar (ANEXO 03).
Questionário de Suporte Social SSQ (Matsukura; Marturano & Oishi, 2002):
o SSQ é composto por 27 questões, sendo que cada questão solicita uma resposta em duas
partes. Na primeira parte, deve ser indicado o número de fontes de suporte social percebido
(SSQ-N), podendo o respondente listar até nove possibilidades (além da opção nenhum); na
segunda parte, o respondente deve informar sobre sua satisfação com esse suporte (SSQ-S),
fazendo uma opção em uma escala de 6 pontos (que varia de muito satisfeito a muito
insatisfeito).
O instrumento original, o Social Support Questionnaire, construído por Sarason,
Levine, Basham & Saranson (1983), foi submetido a alguns estudos nos Estados Unidos da
América para a determinação de suas medidas, encontrando adequadas qualidades
psicométricas. Para a tradução do instrumento de medida a primeira autora, com o auxílio
de um professor de inglês, realizou, na íntegra, a tradução do questionário de suporte social.
Após a tradução, solicitou-se a sete juízes, pesquisadores com domínio no idioma inglês,
que comparassem a versão em português com o original em inglês, apontando inadequações
e sugerindo modificações. Todas as questões cuja tradução foi avaliada como inadequada
por pelo menos quatro juízes, foram modificadas; nos casos onde não houve consenso nas
sugestões, optou-se por aquela apresentada pelo maior número de juízes. O procedimento
de retroversão foi realizado por meio da tradução da versão em português para a língua
43
inglesa por um professor de inglês que residiu nos dois países. Três juízes compararam a
retroversão e a versão original em inglês, com o objetivo de avaliar possíveis discrepâncias
de sentido dos itens presentes no questionário. As análises indicaram grande semelhança
entre as duas versões que constituem indicação de validade de conteúdo das escalas
(Matsukura; Marturano & Oishi, 2002).
Em um estudo realizado pelos mesmos autores que traduziram o instrumento com
97 mães de criança com idade variando de 0 a 12 anos, obteve-se o coeficiente alfa de
Cronbach de 0,93 no teste e 0,96 no reteste para o SSQ-N e 0,94 no teste e 0,96 no reteste.
Os indicadores apontam que o Questionário de Suporte Social apresentou uma
fidedignidade teste-reteste satisfatória, bem como um alto índice de consistência interna.
Para o cálculo, o SSQ fornece dois scores: índice N = SSQ-N e, índice S = SSQ-S.
Para o índice N (número de pessoas percebidas como suportivas) soma-se de todas as
pessoas citadas ao longo das 27 questões e divide-se por 27 (máximo é 243 = 9 x nº total de
questões) = média simples. O resultado representa o score obtido pelo respondente (um
score maior representa um maior número de pessoas percebidas como suportivas/ assim os
scores são utilizados em termos comparativos). Para o índice S (satisfação com o suporte
social) soma-se o número correspondente a escala de 6 pontos (6-muito satisfeito; 5-
razoavelmente satisfeito; 4-um pouco satisfeito; 3-um pouco insatisfeito; 2-razoavelmente
insatisfeito e 1-muito insatisfeito) (máximo é 162) ao longo das 27 questões (média
simples). Assim o score máximo para cada item S será 6 = correspondendo ao grau máximo
de satisfação com o suporte social/ muito satisfeito (Matsukura; Marturano & Oishi, 2002)
(ANEXO 04).
Inventário de Percepção de Suporte Familiar - IPSF (Baptista, 2005): o IPSF foi
baseado nos testes Family Assessment Device Dispositivo de Avaliação Familiar
44
(Epstein, Baldwin & Bishop, 1983), Family Awareness Scale Escala de Problemas
Familiares (Green, Kolevzon and Vosler, 1985) e o Index of Family Relations Indicador
de Relações Familiares (Hudson, 1992) e no Questionário de Estilos Parentais (Gomide,
2003), entre outros. Além de os instrumentos citados anteriormente servirem como base
para a construção dos itens do Inventário de Percepção do Suporte Familiar, foi realizada
uma pesquisa (não publicada) com 100 estudantes universitários do curso de Psicologia
(Interior de São Paulo) com a pergunta aberta: “Na sua opinião o que é uma família ideal?”.
Foram listados e adaptados para a língua portuguesa 192 itens, com o objetivo de adequar
palavras e expressões de outras culturas para a brasileira (normatização lingüística).
Também foram feitas adaptações para padronização do tipo de perguntas para a escala
Likert, divididas em dimensões assumidas com base na literatura. Os itens foram alocados
nas dimensões mediante análise de conteúdo do autor, sendo distribuídos da seguinte
forma: afiliação e pertencimento (19 itens); afetividade familiar (24 itens); conflito e
resolução de problemas familiares (22 itens); papéis e funções familiares (19 itens);
familiariade/funcionamento geral (30 itens); aceitação familiar (33 itens); apoio familiar
(13 itens) e comunicação familiar (32 itens) (Baptista, 2005).
Após uma coleta com um total de 346 estudantes universitários, foi estudada a
validade relativa à estrutura interna dos itens, utilizando a análise dos componentes
principais com rotação varimax, controlando-se a ortogonalidade dos fatores. Foram
calculados os coeficientes de consistência interna pelo procedimento alfa de Cronbach para
a análise de precisão, utilizando o programa SPSS, versão 10.0 para a análise descritiva e
inferencial. Efetuou-se também uma análise pelo modelo de Rasch, tendo sido constatado
que a escala Likert de 04 pontos não discriminava suficientemente todos os intervalos,
sendo estes diminuídos para 03 pontos, a saber “sempre ou quase sempre, às vezes e quase
nunca ou nunca”. Em decorrência da análise fatorial, o IPSF foi reduzido a 43 itens,
45
explicando 42,80% da variância total, sendo apontadas por esta análise quatro dimensões: a
Inadaptação Familiar, a Afetividade Familiar, a Consistência Familiar e a Autonomia
Familiar (Baptista, 2005).
Posteriormente foi realizada uma pesquisa com 1064 estudantes do ensino médio e
universitário (Baptista, manuscrito não publicado), com idade variando entre 17 e 64 anos,
com o objetivo de analisar a estabilidade das dimensões do IPSF, a fim de se avaliar se as
dimensões e itens se manteriam como na distribuição inicial. Para a análise da estabilidade
das dimensões, utilizaram-se inicialmente as rotações equamax, quartimax e oblimin, para
se avaliar qual destas respondia melhor ao construto. Em seqüência, a análise dos
componentes principais, com rotação oblimin se mostrou mais adequada, principalmente
levando-se em consideração o número de itens que não atingiam a carga fatorial mínima
convencionada pelo pesquisador, ou seja, 0,30 e o tipo de agrupamento de acordo com os
princípios teóricos adotados na construção do instrumento. Também foram calculados a
precisão do instrumento, utilizando-se o Alfa de Cronbach, por intermédio também do
Statistical Package for Social Sciences, versão 10.0 (Baptista, manuscrito não publicado).
Como resultado dessa pesquisa observou-se que a solução baseada em quatro
fatores não se mostrou satisfatória, já que 10 itens da dimensão inicialmente denominada
Afetividade se agruparam com seis itens da dimensão denominada Consistência, indicando
que estas duas dimensões possuíam uma tendência de estarem agrupadas e mensurarem
questões de uma mesma dimensão. Procedeu-se então à solicitação de uma mesma análise
com componentes principais, mas agora se solicitando três dimensões, com cargas fatoriais
acima de 0,30 e eingenvalues acima de 1,0, a fim de se verificar se outros itens destas duas
dimensões iriam se agrupar novamente em uma mesma dimensão. Sendo assim, observou-
se a junção de itens das dimensões anteriores denominadas de Afetividade e Consistência,
mantendo-se os itens das dimensões Inadaptação e Autonomia, portanto o instrumento final
46
consta de três grandes dimensões. Portanto, o KMO definitivo foi de 0,948 e o teste de
esfericidade de Bartlett foi significativo ao nível de 0,0001 (λ
2
=17041,35; gl=861), sendo
que os eingenvalues foram sempre superiores a 2,5. A variância total explicada pelas três
dimensões foi de 41,433 (Baptista, manuscrito não publicado).
O fator 01 que resultou da junção dos fatores anteriormente denominados de
Afetividade e Consistência passou a ter 21 itens (alpha 0,91) e a ser denominado agora de
Afetivo-Consistente. O mesmo reflete perguntas que versam sobre a expressão de
afetividade entre os membros familiares (verbal e não verbal), o interesse, proximidade,
acolhimento, comunicação, interação, respeito, empatia, clareza nas regras intrafamiliares,
consistência de comportamentos e verbalizações e habilidades na resolução de problemas.
O fator 02 que recebeu o nome de Inadaptação Familiar passou a ser composto por 13 itens
(alpha 0,90), representou a percepção da inadequação do indivíduo em relação ao seu
suporte familiar, constituído de itens das outras duas dimensões. Tal dimensão não pode ser
considerada como uma percepção isolada, mas a percepção geral de um baixo ou
inadequado suporte familiar. Este fator é também representado de forma positiva, ou seja,
quanto maiores as pontuações, mais adequada a percepção de suporte familiar, em
decorrência da inversão das pontuações na planilha de análise. No fator 03 que recebeu o
nome de Autonomia Familiar e a composição de 08 itens (alpha 0,77), foram aglutinados os
itens sobre a percepção de autonomia que o indivíduo tem perante sua família (Baptista,
2005). Todos os fatores apresentaram alfa de Cronbach com valores maiores que 0,70,
satisfatórios para os índices de confiabilidade (Baptista, 2005).
Vale a pena ressaltar que a organização fatorial do IPSF vai ao encontro dos
achados teóricos de outros instrumentos de suporte familiar, indicando a possibilidade de
medir o construto suporte familiar (ANEXO 05).
47
Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito – IEGA (Giavoni &
Tamayo, 2000): instrumento bidimensional, ou seja, que permite avaliar os esquemas
masculinos e femininos de autoconceito. A análise dos componentes principais foi realizada
para as escalas masculina e feminina, separadamente. Para a escala feminina, o gráfico
apontou a extração de cinco fatores, os quais explicavam 35,52% da variância total. Para a
escala masculina, o gráfico definiu a extração de quatro fatores, os quais explicavam
32,23% da variância total. As extrações fatoriais de ambas as escalas foram realizadas
através do método Principal Axis Factoring (PAF), com rotação oblíqua do tipo Oblimin e
cargas fatoriais iguais ou superiores a 0,35. Para avaliar os índices de consistência interna
dos fatores utilizou-se o alfa de Cronbach (Giavoni & Tamayo, 2000).
Os fatores extraídos e a composição dos itens para a escala feminina foram
denominados de: Tolerância (Fator 1) caracteriza-se pela disponibilidade em aceitar
opiniões, comportamentos e atitudes divergentes das suas (itens: tolerante,
compreensivo(a), conciliador(a), resignado(a), passivo(a), harmônico(a), dócil,
compassivo); Insegurança (Fator 2) caracteriza-se pela insegurança e dependência em
relação às opiniões e expectativas dos outros (itens: inseguro(a), retraído(a), oprimido(a),
invejoso(a), indeciso(a), dominado(a), tímido(a), submisso(a), frágil, dependente);
Sensualidade (Fator 3) caracteriza-se pela auto-imagem e sua influência na interação com
os outros (itens: sensual, atraente, elegante, vaidoso(a), simpático(a)); Emotividade (Fator
4) caracteriza-se pela livre expressão dos sentimentos (itens: sentimental, emotivo(a),
sensível, romântico(a), amoroso(a), delicado(a), sonhador(a)); Responsabilidade (Fator 5)
caracteriza-se pelos princípios que valores que regem o indivíduo (itens: responsável,
cuidadoso(a), organizado(a), íntegro(a), respeitoso(a), dedicado(a), caprichoso(a),
discreto(a), moral, leal, ajustado(a), fiel) e Sensibilidade (Fator de segunda ordem)
caracteriza-se por reunir, em si, os fatores tolerância, emotividade e responsabilidade,
48
procurando traduzir, em comportamentos, os seus princípios e valores pessoais (itens:
sensível, delicado, respeitoso(a), amoroso(a), romântico(a), sentimental, compreensivo(a),
emotivo(a), harmônico(a), responsável, dócil, cuidadoso(a), íntegro(a), conciliador(a), fiel,
delicado(a), caprichoso(a), ajustado(a), tolerante, moral, organizado(a), leal, sonhador(a).
Estes fatores explicavam, respectivamente, 16,26%; 7,64%; 5,25%; 3,21%; 3,17% e
26,22% da variância total e apresentaram os seguintes índices de consistência interna:
Tolerância (α = 0,73); Insegurança (α = 0,79); Sensualidade (α = 0,79); Emotividade (α =
0,85); Responsabilidade (α = 0,82) e Sensibilidade (α = 0,89) .
os fatores extraídos e a composição dos itens para a escala masculina foram
denominados de: Negligência (Fator 1) caracteriza-se pela irresponsabilidade e
despreocupação em relação à vida e aos compromissos sociais (itens: desleixado(a),
irresponsável, insensato, desorganizado(a), incompetente, desajustado(a), imprudente,
inábil, desatencioso(a), desesperançado(a), vulgar, inacessível, desagradável, descrente,
despreocupado(a), desobediente, injusto(a), imoral); Racionalidade (Fator 2) caracteriza-se
pela exposição de pensamentos de forma clara e lógica (itens: racional, inteligente ao lidar
com a razão, realista, objetivo(a), capacidade para as ciências exatas, competitivo(a),
rígido(a), frio(a)); Ousadia (Fator 3) caracteriza-se por buscar no novo e no inusitado, a
satisfação de seus objetivos, metas (itens: ousado, aventureiro(a), irreverente, malicioso(a),
ligado aos prazeres); Agressividade (Fator 4) caracteriza-se pela incapacidade de aceitar
condições, opiniões, comportamentos e atitudes divergentes das esperadas pelo indivíduo
(itens: agressivo(a), irritado(a), grosseiro(a), violento(a), dominador(a), intolerante,
antipático(a), intransigente, incompreensivo(a), mesquinho(a)) e Indiferença (Fator de
segunda ordem) caracteriza-se por reunir, em si, fatores como negligência e agressividade,
focalizando aspectos que definem o eu como centro de todo o interesse (itens: insensato(a),
antipático(a), desagradável, desajustado(a), intolerante, imprudente, irresponsável,
49
injusto(a), desleixado(a), incompreensivo(a), incompetente, grosseiro(a), inacessível,
vulgar, desorganizado(a), irritado(a), inábil, desatencioso(a), agressivo(a), desobediente,
intransigente, imoral, violento(a), desesperançado(a), descrente, mesquinho(a)). Estes
fatores explicavam, respectivamente, 15,38%; 8,62%; 4,69%; 3,55% e 22,69% da variância
total e apresentaram os seguintes índices de consistência interna: Negligência (α= 0,82);
Racionalidade (α= 0,72); Ousadia (α= 0,66); Agressividade (α= 0,77) e Indiferença (α =
0,87) (Giavoni & Tamayo, 2000).
Na tabela de correção do IEGA verificou-se que o escore de cada fator será obtido
através da média aritmética, ou seja, a somatória dos escores obtidos em cada item que
compõe o fator, dividido pelo número de itens que o compõem (Giavoni & Tamayo, 2000)
(ANEXO 06).
50
3.3 - Procedimento
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética (ANEXO 01) da Universidade
São Francisco, bem como o consentimento verbal dos coordenadores dos cursos das
universidades onde foi feita a coleta, os universitários foram convidados a participar desta
pesquisa mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (ANEXO
02). Tal procedimento foi apresentado em duas vias, sendo uma via de direito do
participante e a outra devolvida ao pesquisador e, teve como objetivo esclarecer aos
universitários, informações básicas acerca da pesquisa, bem como documentar eticamente a
participação dos mesmos. Posteriormente foi aplicado o Questionário de Caracterização
(ANEXO 03). Foi feita também a aplicação dos outros três instrumentos, Inventário de
Percepção de Suporte Familiar (ANEXO 05), Questionário de Suporte Social (ANEXO 04),
Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (ANEXO 06), ocorrendo a partir da
montagem de pacotes com os instrumentos distribuídos em ordens diversas com o propósito
de minimizar os viés de fadiga em decorrência da extensão dos instrumentos, sendo assim,
33,3% da amostra respondeu primeiramente o Questionário de Caracterização (QC),
seguido pelo Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF), Questionário de Suporte
Social (SSQ) e Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IEGA); 33,3% o QC,
IEGA, IPSF e SSQ e, o restante respondeu na seguinte seqüência: QC, SSQ, IEGA e IPSF.
A aplicação se deu de forma coletiva, sendo iniciado pela leitura das instruções,
respeitando as regras de aplicação dos testes. O tempo de duração das aplicações foi de
aproximadamente 50 minutos.
Faz-se importante destacar que as hipóteses sugeridas no referido estudo foram
apresentadas de acordo às magnitudes de correlação de Levin (1941). Segundo o referido
autor, a variação do coeficiente de correlação se de -1,00 à +1,00, sendo que, -1,00
51
corresponde a correlação negativa perfeita, -0,60 forte correlação negativa, -0,30 correlação
negativa moderada, -0,10 fraca correlação negativa, 0,00 não há correlação, +0,10 fraca
correlação positiva, +0,30 correlação positiva moderada, +0,60 forte correlação positiva e,
+1,00 correlação positiva perfeita.
52
4 – Resultados e Discussão
Após o estudo dos dados coletados na pesquisa, apresenta-se aqui, os resultados das
análises realizadas com o auxílio do programa estatístico SPSS for Windows, versão 10.0,
com o propósito de verificar evidência de validade convergente entre as dimensões do
Inventário de Percepção do Suporte Familiar (IPSF) em relação aos fatores existentes no
Questionário de Suporte Social (SSQ) e no Inventário dos Esquemas de Gênero do
Autoconceito (IEGA). Os resultados foram analisados tendo como base as hipóteses
propostas nesse estudo.
Foram utilizadas para esta análise as provas de correlação de Pearson, mediante
observação do nível de significância 0,05. O coeficiente de correlação de Pearson é a
medida mais conhecida para o estudo da correlação entre duas variáveis quantitativas,
sendo este o tipo de análise utilizado para quantificar a força de associação entre duas
variáveis numéricas. A correlação Linear de Pearson possibilita a verificação da medida
linear entre duas variáveis ou da intensidade da associação dessas variáveis (Anastasi &
Urbina, 2000).
53
Tabela 06 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões do IPSF, SSQ e IEGA.
Nível de significância: **0,01
Nível de significância: *0,05
Medidas
Afetivo Consistente
(IPSF)
Inadaptação
(IPSF)
Autonomia
(IPSF)
Total
(IPSF)
Número de Fig. Sup. (SSQ) 0,27** 0,23** 0,15* 0,28**
0,000 0,000 0,018 0,000
Satisfação Suporte (SSQ) 0,34** 0,29** 0,22** 0,37**
0,000 0,000 0,001 0,000
Tolerância (IEGA-F) 0,05 0,06 -0,06 0,04
0,502 0,464 0,479 0,599
Insegurança (IEGA-F) -0,24** -0,26** -0,29** -0,31**
0,002 0,001 0,000 0,000
Sensualidade (IEGA-F) 0,19* 0,08 0,12 0,17*
0,018 0,272 0,151 0,030
Emotividade (IEGA-F) -0,01 0,04 0,03 -0,01
0,938 0,595 0,737 0,868
Responsabilidade (IEGA-F) 0,25** 0,21** 0,09 0,25**
0,002 0,007 0,287 0,002
Sensibilidade (IEGA-F) 0,15 0,11 0,06 0,15
0,055 0,162 0,423 0,061
Negligência (IEGA-M) -0,28** -0,21* -0,08 -0,27**
0,005 0,038 0,437 0,007
Racionalidade (IEGA-M) -0,13 -0,08 0,08 -0,10
0,208 0,422 0,456 0,338
Ousadia (IEGA-M) -0,01 0,04 0,27** 0,06
0,898 0,715 0,009 0,591
Agressividade (IEGA-M) -0,26* -0,16 0,04 -0,22*
0,011 0,115 0,697 0,033
Indiferença (IEGA-M) -0,32** -0,23* -0,05 -0,30**
0,001 0,026 0,653 0,003
54
4.1 – Hipóteses Principais
Hipótese 01
Correlação positiva entre as dimensões “afetivo-consistente” e “autonomia” do IPSF
com as dimensões “número de pessoas percebidas como suportivas” e “satisfação com o
suporte social” do SSQ
Tabela 7 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-Consistente e
Autonomia do IPSF e Número de figuras suportivas e Satisfação com o Suporte Social do
SSQ.
Medidas
Afetivo-Consistente
(IPSF)
Autonomia
(IPSF)
Número de Fig. Sup. (SSQ)
0,27** 0,15*
0,000 0,018
Satisfação Suporte (SSQ)
0,34** 0,22**
0,000 0,001
De acordo com a correlação entre a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF e a
dimensão “número de pessoas percebidas como suportivas” do SSQ percebeu-se uma
correlação positiva (
r
=0,27). Diante dessa correlação pode-se inferir que a percepção de
afetividade e consistência no contexto familiar está diretamente relacionada com o aumento
do número de pessoas percebidas como suportivas. Correlacionando a mesma dimensão
(afetivo-consistente) com a dimensão “satisfação com o suporte social” percebeu-se uma
correlação positiva (
r
=0,34). Tal correlação reforça a hipótese de que quanto maior a
55
percepção de afetividade e consistência dentro da família maior é a satisfação com o
suporte social percebido.
Na correlação entre a dimensão “autonomia” do IPSF com a dimensão “número de
pessoas percebidas como suportivas” percebeu-se correlação positiva (
r=0,
15), assim como
na correlação entre a mesma dimensão do IPSF e “satisfação com o suporte social”
(
r=0,
22). Como pôde-se observar, as correlações encontradas são bastantes similares com
as encontradas entre a dimensão afetivo-consistente e as duas do SSQ, denotando que a
percepção de autonomia do indivíduo perante sua família relaciona-se com o aumento do
número e da satisfação com o suporte social. Diante de tais correlações observa-se que
todas apontam correlação positiva conforme o sugerido na hipótese 01.
Ao encontro dos resultados encontrados, Goodwin; Costa & Adonu (2004) propõem
em seu estudo sobre o suporte social e auto-estima que, as pessoas que avaliam-se
satisfatoriamente, apresentando característica de autonomia e segurança tendem a perceber
como satisfatório o suporte social oferecido. Hanley & cols. (1998) em seu levantamento
bibliográfico a fim de apontar estudos psicométricos para a FSS (Family Support Scale)
destacaram por meio de outros autores que os efeitos positivos do suporte familiar
percebido faz com que as redes de suportes social sejam percebidas como satisfatórias.
O indivíduo adquire suas primeiras e fundamentais experiências de vida em suas
interações com seus pais por meio da modelação e esse primeiro modelo de relacionamento
tende a ser transferido para os demais tipos de relacionamento durante o desenvolver de sua
vida. O indivíduo aprende então, por meio da observação dos comportamentos manifestos
em sua família, a como interagir com outras pessoas e/ou em como agir em determinadas
situações, assim como, a avaliar e satisfazer-se com os suportes oferecidos (Pasquali &
Araújo, 1986; Caballo, 1996; Caballo & Buela-Casal, 1996; Romanelli, 1998; Carvalho &
Almeida, 2003; Silva & Dessen, 2003).
56
Hipótese 02
Correlação positiva entre as dimensões “afetivo-consistente” e “autonomia” do IPSF
com as dimensões “tolerância”, sensualidade”, “emotividade”, “responsabilidade”,
“racionalidade” e “ousadia” do IEGA
Tabela 8 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-Consistente e
Autonomia do IPSF e Tolerância, Sensualidade, Emotividade, Responsabilidade,
Racionalidade e Ousadia do IEGA.
De acordo com a correlação entre a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF e as
dimensões “tolerância”, “sensualidade”, “emotividade”, “responsabilidade”,
“racionalidade” e “ousadia” do IEGA percebeu-se as seguintes correlações: correlação
positiva entre “afetivo-consistente” e “sensualidade” (
r=
0,19); correlação positiva entre
“afetivo-consistente” e “responsabilidade” (
r=
0,25). Não foram encontradas correlações
entre a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF e as dimensões “tolerância”,
“emotividade”, “racionalidade” e “ousadia” do IEGA.
Medidas
Afetivo-Consistente
(IPSF)
Autonomia
(IPSF)
Tolerância (IEGA-F)
0,05 -0,06
0,502 0,479
Sensualidade (IEGA-F)
0,19* 0,12
0,018 0,151
Emotividade (IEGA-F)
-0,01 0,03
0,938 0,737
Responsabilidade (IEGA-F)
0,25** 0,09
0,002 0,287
Racionalidade (IEGA-M)
-0,13 0,08
0,208 0,456
Ousadia (IEGA-M)
-0,01 0,27**
0,898 0,009
57
Diante das correlações positivas destacadas acima, pode-se inferir que quanto maior
a percepção de afetividade e consistência, ou seja, das relações afetivas positivas
intrafamiliares, como interesse pelo outro, expressão de carinho verbal e não verbal, assim
como da percepção de consistência familiar como, por exemplo, enfrentamento de situação-
problema no tocante a família, maior é o índice de sensualidade que se refere a auto-
imagem do indivíduo e sua influência na interação com os outros, e maior o índice de
responsabilidade que representam os valores individuais condizentes com as normas
sociais, cumprimentos de deveres e responsabilidades individuais. Segundo Mussen &
Jones (1957), o mesmo indivíduo que apresenta comportamentos de hostilidade e
sentimento de rejeição para com a família apresenta um autoconceito negativo relacionado
à sua auto-imagem, além de imaturidade diante de suas responsabilidades sociais.
Conforme as correlações entre a dimensão “autonomia” do IPSF e as dimensões
“tolerância”, “sensualidade”, “emotividade”, “responsabilidade”, “racionalidade” e
“ousadia” do IEGA obteve-se: correlação positiva (
r=0,
27) entre as dimensões
“autonomia” do IPSF e “ousadia” do IEGA. Entre as demais dimensões não foram
observadas correlações.
Pode-se inferir que, de acordo com a correlação positiva entre a dimensão
autonomia e a dimensão ousadia, quanto maior a percepção de autonomia do indivíduo
perante sua família, maior é a percepção da dimensão ousadia, característica que leva o
indivíduo a buscar no novo e no inusitado, a satisfação de seus objetivos, metas e o prazer
individual. Mussen & Jones (1957; 1958) referem que indivíduos que apresentam um
desenvolvimento físico e maturacional, de acordo com os demais de seu grupo social,
apresentam sentimentos de autonomia dentro da família o que conseqüencia em
comportamentos independentes diante das próprias escolhas. Baumrind (1996), refere que a
autonomia dentro do ambiente familiar é muito importante, principalmente, para que o
58
indivíduo consiga se perceber diferente dos seus pais e independente na construção da sua
vida.
Observa-se então, como resultado, correlações positivas entre as dimensões “afetivo
consistente” do IPSF e “sensualidade” e “responsabilidade” do IEGA e, “autonomia” do
IPSF e “ousadia” do IEGA. Tais correlações estão de acordo com o sugerido na hipótese
02.
59
Hipótese 03
Correlação positiva entre a dimensão “inadaptação” do IPSF com as dimensões
“número de pessoas percebidas como suportivas” e “satisfação com o suporte social” do
SSQ
Tabela 9 Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Inadaptação do IPSF
e Número de figuras suportivas e Satisfação com o suporte social do SSQ.
De acordo com a correlação entre a dimensão “inadaptação” do IPSF e as dimensões
“número de pessoas percebidas como suportivas” e “satisfação com o suporte social” do
SSQ percebeu-se correlação positiva (
r=
0,23) na primeira correlação e na segunda
correlação (
r=
0,29). Tais correlações atingem o sugerido na hipótese 03.
Para efeito de análise estatística, as pontuações da dimensão inadaptação foram
invertidas no banco de dados, significando que, quanto maior a pontuação, menor a
inadaptação. Assim sendo, as fracas correlações positivas encontradas, sugerem que quanto
maior o índice menor a percepção de inadaptação, ou seja, percepção inadequada que o
indivíduo possui em relação ao suporte familiar recebido e maior o número de pessoas
percebidas como suportivas, assim como, a satisfação com o suporte social. Ao encontro
desses resultados, Haslam & cols (2005) enfatizam que tanto o suporte social quanto o
suporte familiar quando percebido como satisfatórios apresentam-se como condições que
Medidas
Inadaptação
(IPSF)
Número de Fig. Sup. (SSQ)
0,23**
0,000
Satisfação Suporte (SSQ)
0,29**
0,000
60
possibilitam a satisfação com o ambiente em que o indivíduo está inserido além da redução
de eventos considerados estressores.
Autores como Pardeck et al. (1991) afirmam que o indivíduo que percebe sua
família como desorganizada apresenta menores índices de satisfação pessoal o que,
provavelmente, se reproduz nas relações sociais. Santos (2006) refere que indivíduos que
percebem negativamente seu suporte familiar apresentam características de personalidade
não facilitadoras nas relações sociais, tais como, ansiedade, instabilidade emocional,
imprevisibilidade, dificuldade em expressar carinho e tendência a sentimentos confusos,
dentre outros. Ao encontro de tais informações, Oliveira et al. (2002) referem que estilos
parentais autoritários e democráticos-recíprocos, assim como conflitos conjugais estão
associados com comportamentos de externalização e internalização nos indivíduos.
61
Hipótese 04
Correlação negativa entre as dimensões “afetivo-consistente”, “autonomia” e
“inadaptação” do IPSF com as dimensões “insegurança”, “negligência”, “indiferença”
e “agressividade” do IEGA
Tabela 10 – Coeficientes de Correlação de Pearson entre as dimensões Afetivo-Consistente,
Inadaptação e Autonomia do IPSF e Insegurança, Negligência, Agressividade e Indiferença
do IEGA.
Correlacionando a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF com as dimensões
“insegurança”, “negligência”, “agressividade”, “indiferença” do IEGA, observou-se
correlações negativas respectivamente (
r=-0,24; r=-0,28;
r=-0,26 e r=-0,32
) e
significativas. Tais correlações sugerem que, quanto maior o índice de percepção de
afetividade e de consistência familiar, menor o índice de insegurança (medo à rejeição
Medidas
Afetivo-
Consistente
(IPSF)
Inadaptação
(IPSF)
Autonomia
(IPSF)
Insegurança
(IEGA-F) -0,24** -0,26** -0,29**
0,002 0,001 0,000
Negligência
(IEGA-M) -0,28** -0,21* -0,08
0,005 0,038 0,437
Agressividade
(IEGA-M) -0,26* -0,16 0,04
0,011 0,115 0,697
Indiferença
(IEGA-M) -0,32** -0,23* -0,05
0,001 0,026 0,653
62
resultando em timidez e introversão, a dependência e subordinação às opiniões dos outros e
a inveja como sentimento de inferioridade), negligência (irresponsabilidade e
despreocupação em relação à vida e aos compromissos sociais), agressividade
(incapacidade de aceitar opiniões, comportamentos e atitudes divergentes daquelas
esperadas pelo indivíduo, gostar de exercer o controle sobre os outros e de dar a última
palavra) e indiferença (incapacidade de aceitar opiniões, comportamentos e atitudes
divergentes daquelas esperadas pelo indivíduo, desinteresse pelo outro e por assuntos que
lhe dizem respeito, transferência de deveres e obrigações para outros).
A família apresenta-se como capaz de influenciar o indivíduo na forma de pensar e
de avaliar eventos, além da influência no desenvolvimento da visão que o indivíduo tem de
si e dos outros. Assim sendo, indivíduos que percebem seu ambiente familiar como
adequados tendem a não apresentar traços comportamentais considerados negativos, tais
como os citados acima (insegurança, negligência, agressividade, indiferença) (Baptista &
Baptista, 2000; Baptista, Baptista & Dias, 2001; Santos, 2006).
Entre a dimensão “inadaptação” do IPSF e as dimensões “insegurança”,
“negligência” e “indiferença” do IEGA observou-se correlações negativas (
r=
-0,26;
r=
-
0,21 e
r=
-0,23). Enquanto que, entre a dimensão “inadaptação” do IPSF e a dimensão
“agressividade” do IEGA, não se obteve correlação. Diante deste resultado, vale ressaltar
que como relatado anteriormente, a dimensão inadaptação, significando a percepção de
inadequação do indivíduo em relação ao seu suporte familiar, sofreu uma inversão no banco
de dados, portanto, quanto maior o índice apresentado nessa dimensão menor o índice de
insegurança, negligência e indiferença. Observa-se diante dessas correlações o quanto a
percepção negativa do suporte familiar está associado com traços comportamentais
igualmente negativos, o que vai ao encontro da discussão feita no parágrafo anterior.
63
Finalmente, correlacionando a dimensão “autonomia” do IPSF e a dimensão
“insegurança” do IEGA percebeu-se correlação negativa (
r=
-0,29). Não foram encontradas
correlações entre a mesma dimensão do IPSF e todas as dimensões do IEGA. Observa-se
diante dessa correlação que, quanto maior o índice de autonomia, ou seja, a percepção de
autonomia que o indivíduo tem perante sua família, menor o índice relacionado à
insegurança. Mussen & Jones (1957) afirmam que indivíduos que apresentam
comportamentos de insegurança, indiferença, negligência e agressividade não percebem seu
ambiente familiar como satisfatório e manifestam comportamentos de inadaptação dentro
da família além de dependência da mesma. Tal hipótese foi parcialmente confirmada.
64
4.2 - Hipóteses Secundárias
Hipótese 05
Indivíduos do sexo masculino apresentam diferenças na percepção do suporte social e do
suporte familiar em relação à indivíduos do sexo feminino
Tabela 11 – Diferenças na percepção do suporte social e familiar em relação a gêneros.
SSQNUTOT SSQSATOT IPSFAFCO IPSFINAD IPSFAUTO IPSFTOT
Mann-Whitney U 7029,0 6860,5 7499,0 6483,5 6433,5 7179,5
Asymp. Sig. (2-tailed) 0,303 0,184 0,849 0,046 0,036 0,444
a Grouping Variable: Sexo
Aqui verifica-se diferença significativa entre os gêneros na dimensão inadaptação
(U=6483,5 e p=0,046) e na dimensão autonomia (U=6433,5 e p=0,036). Com isso pode-se
inferir que indivíduos do sexo masculino apresentam maior percepção de autonomia que as
mulheres e menor percepção de inadaptação familiar.
Segundo Saric, Rijavec & Zganec (2001), a atenção da família dada aos
comportamentos manifestos pelo filho é maior com as meninas que com os meninos e uma
das justificativas está na suposta “independência” atribuída socialmente ao sexo masculino.
Outros autores como Hill & Donatelle (2005) enfatizam que homens e mulheres tendem a
perceber de forma diferenciada suas redes de suportes e figuras suportivas, devido inclusive
a questões culturais tais como, homens são mais independentes enquanto que as mulheres
são mais dependentes. Provavelmente essa autonomia familiar apresentada pelos homens
facilita nas suas relações sociais, fazendo que discrimine mais o suporte social o que
compensaria possíveis déficits familiares em decorrência da autonomia.
65
Hipótese 06
Diferença na percepção do suporte social e suporte familiar entre os alunos cursos de
Psicologia, Engenharia e Educação Física segundo as dimensões do SSQ e do IPSF
Tabela 12 – Diferenças na percepção do suporte social e familiar entre os diferentes cursos.
SSQNUTOT SSQSATOT IPSFAFCO IPSFINAD IPSFAUTO IPSFTOT
Chi-Square 1,16 0,45 3,23 7,30 1,46 4,46
Df 2 2 2 2 2 2
Asymp. Sig. 0,561 0,800 0,199 0,026 0,483 0,108
a Kruskal Wallis Test
b Grouping Variable: Curso
Aqui verifica-se diferença significativa entre os cursos na dimensão inadaptação (H
= 7,3 e p=0,026), com as seguintes médias: Psicologia (118,50), Engenharia (143,37) e
Educação Física (147,24). Com isso pode-se inferir que no curso de Psicologia os alunos
apresentam uma maior percepção de inadaptação familiar. Observa-se na literatura uma
carência de pesquisas que relacione alunos do curso de psicologia e sua relação familiar,
porém faz-se importante destacar que, em decorrência do curso de psicologia ser
constituída predominantemente de mulheres (Castro & Yamamoto, 1998), o resultado
encontrado pode ser justificado conforme o que observou-se na hipótese anterior, ou seja,
indivíduos do sexo masculino apresentam maior percepção de autonomia enquanto que
indivíduo do sexo feminino apresentam maior percepção de inadaptação familiar (Saric,
Rijavec & Zganec, 2001; Hill & Donatelle, 2005).
66
Hipótese 07
Indivíduos com renda familiar diferente possuem variações estatísticas na percepção do
suporte social e suporte familiar
conforme as dimensões do SSQ e do IPSF
em
comparação a indivíduos com renda na média ou acima dela
Tabela 13 – Diferenças na percepção do suporte social e familiar em relação a renda
familiar.
SSQNUTOT SSQSATOT IPSFAFCO IPSFINAD IPSFAUTO IPSFTOT
Chi-Square 3,65 0,14 0,99 0,64 5,72 2,16
Df 3 3 3 3 3 3
Asymp. Sig. 0,302 0,987 0,802 0,888 0,126 0,540
a Kruskal Wallis Test
b Grouping Variable: Renda Familiar
Tal hipótese não foi confirmada, que em nenhuma das dimensões observou-se
diferença significativa. Observa-se na literatura que, ao encontro dos resultados
encontrados, a pobreza não está diretamente relacionada com a ausência de suporte familiar
ou suporte social, além disso, observa-se que tais suportes quando oferecidos e percebidos
são classificados como fatores protetivos frente à essas condições não muito favoráveis ao
desenvolvimento do indivíduo (Arpini & Quintana, 2003; Carvalho & Almeida, 2003 e
Raikes & Thompson, 2005).
67
5 – Considerações Finais
O objetivo desta pesquisa foi buscar evidências de validade convergente para o
Inventário de Percepção de Suporte Familiar IPSF (Baptista, 2005) por intermédio do
Questionário de Suporte Social SSQ (Matsukura, Marturano & Oishi, 2002) e do
Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito IEGA (Giavoni & Tamayo, 2000).
Além das quatro hipóteses principais sugeridas, o referido estudo utilizou o Questionário de
Identificação para realizar algumas análises secundárias.
As correlações encontradas foram as seguintes:
Hipótese 01: Correlação positiva entre as dimensões “afetivo-consistente” e
“autonomia” do IPSF com as dimensões “número de figuras suportivas” e
“satisfação com o suporte” do SSQ.
Hipótese 02: Correlação positiva entre a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF
com as dimensões “sensualidade” e “responsabilidade” do IEGA. A mesma
correlação foi observada entre a dimensão “autonomia” do IPSF com a dimensão
“ousadia” do IEGA.
Hipótese 03: Correlação positiva entre a dimensão “inadaptação” do IPSF com as
dimensões “número de figuras suportivas” e “satisfação com o suporte” do SSQ.
Hipótese 04: Correlação negativa entre a dimensão “afetivo-consistente” do IPSF
com as dimensões “insegurança”, negligência”, “agressividade” e “indiferença” do
IEGA; correlação negativa entre a dimensão “inadaptação” do IPSF com as
dimensões “insegurança”, “negligência” e “indiferença” do IEGA e, correlação
negativa entre a dimensão “autonomia” do IPSF com a dimensão “insegurança” do
IEGA.
68
De acordo com o resultado das quatro hipóteses principais, verificou-se que, as
hipóteses sugeridas entre o SSQ e o IPSF foram totalmente confirmadas. Igualmente entre
as dimensões do IPSF e do IEGA encontrou-se correlações adequadas com as propostas. De
acordo com o resultado encontrado, pode-se afirmar com mais convicção o que os
estudiosos sobre os três construtos (Tamayo, 1981; Baptista 1998; Ribeiro, 1999; Baptista
& Baptista, 2000; Tamayo & cols, 2001; Arpini & Quintana, 2003; Clark & Dunbar, 2003,
entre outros) pontuam sobre a relação entre o suporte social, familiar e o autoconceito,
inclusive, o quanto a satisfação com o suporte social e o familiar percebido pode estar
associado com a satisfação com as características individuais (autoconceito).
Pode-se inferir, por meio da associação do que se encontra na literatura mais as
correlações encontradas entre as dimensões do IPSF (Afetivo-consistente; Autonomia e
Inadaptação) com as do SSQ (Número de pessoas percebidas como suportivas e Satisfação
com o suporte social percebido) e IPSF com o IEGA (Tolerância, Sensualidade,
Emotividade, Responsabilidade, Racionalidade, Ousadia, Insegurança, Negligência,
Agressividade, Indiferença), que indivíduos que percebem o suporte social e familiar como
satisfatório apresentam características consideradas positivas, como por exemplo,
sociabilidade, simpatia, flexibilidade, honestidade, maturidade, facilidade ao expressar
sentimentos, responsabilidade, etc. Em contraponto, características consideradas negativas
são observadas frente a não percepção desses suportes, sendo elas, instabilidade emocional,
dificuldade para expressar sentimentos, insegurança, inibição, impulsividade,
agressividade, etc.
Quanto às análises desenvolvidas em decorrências das hipóteses secundárias, alguns
aspectos interessantes devem ser destacados, tais como: duas das três dimensões do IPSF
são percebidas de formas diferentes por homens e mulheres, o homem apresenta maior
“autonomia” e menor “inadaptação” em comparação com as mulheres; dentro da
69
diversidade dos cursos (Psicologia, Educação Física e Engenharia) observou-se entre os
alunos de Psicologia uma maior percepção de “inadaptação” em relação aos outros cursos
e, analisando a última hipótese levantada, verficou-se que o suporte familiar e social não
apresenta-se como inadequado diante de rendas familiares deficitárias, dados estes,
observados de acordo com o que é apresentado na literatura.
Além de buscar evidências de validade para o Inventário de Percepção do Suporte
Familiar, observou-se neste estudo características dos suportes sociais, das famílias e dos
comportamentos dos indivíduos e sua inter-relação, justificando ainda mais a viabilidade da
construção deste inventário. Tal instrumento deverá contribuir reduzindo a carência, na área
de avaliação psicológica, de instrumentos voltados para a percepção do suporte familiar
para a realidade brasileira, objetivo maior deste estudo, mas também poderá contribuir
sendo ferramenta de grande utilidade em programas educativos, ou ainda por profissionais
da saúde, que visam reduzir e/ou evitar possíveis comportamentos considerados
comportamentos-problemas.
Deve-se destacar a importância da realização de outros estudos que venham a suprir
as carências desta pesquisa, especialmente buscando novos tipos de validade para o
instrumento, além da possibilidade de pesquisas que envolvam grupos distintos e seu
funcionamento familiar, tais como, grupos com problemas de aprendizagem, em conflito
com a lei, entre outros.
70
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Paidéia, FFCLRP-USP,
jan/julho: 70-80.
ANEXO 01
DOCUMENTO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
ANEXO 02
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
82
1ª via
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título da pesquisa: “Evidências de Validade entre Suporte Social, Suporte Familiar e
Autoconceito”
Eu, _______________________________________, idade _________, portador(a) do RG
___________________ dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como
voluntário (a) do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade da aluna Daiene
Marcela Rigotto e do Dr. Makilim Nunes Baptista, professor do Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente que:
1.
O presente estudo tem como objetivo investigar Evidências de Validade entre Suporte
Social, Suporte Familiar e Autoconceito;
2.
Durante o estudo será solicitado que eu responda um questionário informativo e três
instrumentos, sendo eles o Questionário de Suporte Social - SSQ, Inventário de
Percepção de Suporte Familiar - IPSF e Inventário dos Esquemas de Gênero do
Autoconceito - IEGA;
3.
Não há riscos ou benefícios pela minha participação, porque este é um estudo de
avaliação e não de tratamento;
4.
Responder este instrumento poderá me causar certo constrangimento;
5.
Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre
minha participação na referida pesquisa;
6.
Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa;
7.
Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais, obtidos a partir da
pesquisa serão usados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,
incluindo sua publicação na literatura científica especializada;
8.
Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para
apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone (11) 4034-8028
– Sr. Edson;
9.
Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em
meu poder e a outra com o pesquisador (a) responsável.
Itatiba, ___ de ___________ de 20__.
________________________ _________________________
Assinatura do(a) voluntário(a) Assinatura da pesquisadora
Daiene Marcela Rigotto
83
2ª via
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Título da pesquisa: “Evidências de Validade entre Suporte Social, Suporte Familiar e
Autoconceito”
Eu, _______________________________________, idade _________, portador(a) do RG
___________________ dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como
voluntário (a) do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade da aluna Daiene
Marcela Rigotto e do Dr. Makilim Nunes Baptista, professor do Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente que:
1.
O presente estudo tem como objetivo investigar Evidências de Validade entre Suporte
Social, Suporte Familiar e Autoconceito;
2.
Durante o estudo será solicitado que eu responda um questionário informativo e três
instrumentos, sendo eles o Questionário de Suporte Social - SSQ, Inventário de
Percepção do Suporte Familiar - IPSF e Inventário de Esquemas de Gênero do
Autoconceito - IEGA;
3.
Não há riscos ou benefícios pela minha participação, porque este é um estudo de
avaliação e não de tratamento;
4.
Responder este instrumento poderá me causar certo constrangimento;
5.
Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre
minha participação na referida pesquisa;
6.
Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa;
7.
Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais, obtidos a partir da
pesquisa serão usados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,
incluindo sua publicação na literatura científica especializada;
8.
Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para
apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone (11) 4034-8028
– Sr. Edson;
9.
Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em
meu poder e a outra com o pesquisador (a) responsável.
Itatiba, ___ de ___________ de 20__.
________________________ _________________________
Assinatura do(a) voluntário(a) Assinatura da pesquisadora
Daiene Marcela Rigotto
ANEXO 03
QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO
85
QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO
Este questionário faz parte de uma pesquisa científica, sendo utilizado os critérios éticos
que foram mencionados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido frente à utilização
dos dados nele pertencentes. Solicitamos sua colaboração respondendo correta e
francamente os diversos itens, agradecendo-lhe antecipadamente.
Iniciais:__________________________________________________________
Nascimento:_______________________Idade:__________________________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
Curso: Psicologia ( ) Engenharia ( )
Estado civil: 1 – solteiro ( ) 2 – casado ( ) 3 – separado ( )
4 – recasado ( ) 5 – viúvo ( ) 6 – outros ( )
Profissão:________________________________________________________
Renda Familiar:
1 – de um a 3 sal.mín. ( ) 2 – de 3 à 6 sal.mín. ( )
3 – de 6 a 10 sal.mín. ( ) 4 – mais de 10 sal.mín. ( )
Quantas pessoas usufruem deste dinheiro: 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) Mais de 5( )
Dados da estrutura familiar.
1 – Mora com pais e irmãos ( )
2 – Mora com cônjuge ( )
3 – Estudante, morando fora temporariamente ( )
4 – Outros: ________________
Se respondeu que “Mora com pais e irmãos”:
1a. – Pai trabalha ( ) Não ( ) Sim. Quantas horas por dia__________
2a. – Mãe trabalha ( ) Não ( ) Sim. Quantas horas por dia__________
Data do preenchimento do questionário: ___ / ___ / ____
ANEXO 04
QUESTIONÁRIO DE SUPORTE SOCIAL (SSQ)
87
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE SUPORTE
SOCIAL (SSQ)
1.
EM CADA QUESTÃO VOCÊ DEVERÁ RESPONDER AS DUAS PARTES
2.
NENHUMA QUESTÃO DEVE FICAR SEM RESPOSTA
3.
NA PRIMEIRA PARTE DE CADA QUESTÃO VOCÊ DEVERÁ COLOCAR
INICIAIS DO NOME OU O NOME DE CADA PESSOA COM QUEM VOCÊ
PODE CONTAR NAQUELA SITUAÇÃO APÓS AS INICIAIS ESCREVA
QUEM ESSA PESSOA É PARA VOCÊ (AMIGA, MARIDO, IRMÃO, MÃE,
VIZINHA, ETC)
4.
SE VOCÊ NÃO POSSUIR NENHUMA PESSOA PARA AJUDÁ-LA NA
SITUAÇÃO QUE A PERGUNTA DESCREVE, MARQUE A OPÇÃO: ( )
NINGUÉM
5.
VOCÊ PODE ESCREVER EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS NOS ESPAÇOS QUE
ESTÃO MARCADOS PARA SEREM PREENCHIDOS (E NÃO UM MERO
MAIOR QUE OS ESPAÇOS DISPONÍVEIS)
6.
PODE-SE REPETIR A MESMA PESSOA NAS DIFERENTES PERGUNTAS
7.
NA SEGUNDA PARTE DA QUESTÃO VOCÊ DEVERÁ MARCAR A OPÇÃO
QUE MAIS SE APROXIMA DO QUANTO VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM O
APOIO DAS PESSOAS QUE VOCÊ DESCREVEU NA PRIMEIRA PARTE.
MARQUE O GRAU DA SUA SATISFAÇÃO MESMO SE VOCÊ REPONDEU
“NINGUÉM”
8.
MARCAR APENAS UMA OPÇÃO NA PARTE “EM QUE GRAU VOCÊ FICA
SATISFEITO”
88
SSQ
1 – Com quem você realmente pode contar para ouvi-lo(a) quando você precisa
conversar?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
2 Com quem você pode realmente contar para ajudá-lo se uma pessoa que você
pensou que era um bom(boa) amigo(a) insultou você e disse que não queria ver você
novamente?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
3 – Você acha que é parte importante da vida de quais pessoas?
89
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
4 – Quem você acha que poderia ajudar se você fosse casado(a) e tivesse acabado de se
separar?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
5 Com quem você poderia realmente contar para ajuda-lo(a) a sair de uma crise,
mesmo que para isso esta pessoa tivesse que deixar seus próprios afazeres para ajudar
você?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
90
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
6 Com quem vopode conversar francamente sem ter que se preocupar com o que
diz?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
7 Quem ajuda você a sentir que você verdadeiramente tem algo positivo que pode
ajudar aos outros?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
91
8 Com quem você pode realmente contar para distraí-lo(a) de suas preocupações
quando você se sente estressado(a)?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
9 – Com quem você pode realmente contar quando você precisa de ajuda?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
10 Com quem você poderia realmente contar para ajudar caso você fosse
despedido(a) do emprego ou fosse expulso(a) da escola?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
92
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
11 – Com quem você pode ser totalmente você mesmo(a)?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
12 – Quem você acha que realmente aprecia você como pessoa?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
93
13 Com quem você pode contar para dar sugestões úteis que ajudam voa não
cometer erros?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
14 Com quem você pode contar para ouvir seus sentimentos mais íntimos de forma
aberta e sem criticar você?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
15 – Quem vai confortar e abraçar você quando você precisar disso?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
94
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
16 – Quem você acha que a ajudaria se um bom amigo teu tivesse sofrido um acidente
de carro e estivesse hospitalizado em estado grave?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
17 Com quem você realmente pode contar para ajudá-lo(a) a ficar mais relaxado(a)
quando você está sob pressão ou tenso(a)?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
95
18 Quem você acha que poderia ajudar se morresse um parente seu, muito
próximo?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
19 – Quem aceita você totalmente, incluindo o que você tem de melhor e de pior?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
20 Com quem você pode contar para preocupar-se com voindependentemente do
que esteja acontecendo com você?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
96
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
21 Com quem você realmente pode contar para ouvir você, quando você está muito
bravo(a) com alguém?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
22 Com quem você pode contar para lhe dizer, delicadamente, que você precisa
melhorar em alguma coisa?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
97
23 – Com quem você pode realmente contar para ajuda-lo(a) a sentir-se melhor
quando você está deprimido(a)?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
24 – Quem você sente que gosta de você verdadeiramente e profundamente?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
25 – Com quem você pode realmente contar para consolá-lo(a) quando está muito
contrariado(a)?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
98
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
26 Com quem você pode realmente contar para apoiá-lo(a) em decisões importantes
que você toma?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
27 – Com quem você pode realmente contar para ajuda-lo(a) a se sentir melhor
quando você está muito irritado(a) e pronto(a) para ficar bravo(a) com qualquer
coisa?
( ) ninguém __________ __________ __________
__________ __________ __________
__________ __________ __________
Em que grau você fica satisfeito(a)?
( ) muito satisfeito
( ) razoavelmente satisfeito
( ) um pouco satisfeito
( ) um pouco insatisfeito
( ) razoavelmente insatisfeito
( ) muito insatisfeito
99
CÁLCULO DOS ESCORES
O SSQ fornece dois scores: 1) Índice N = SSQ-N e, 2) Índice S = SSQ-S
PARA O ÍNDICE N (nº de pessoas percebidas como suportivas)
Soma de todas as pessoas citadas ao longo das 27 questões e divide-se por 27 (máximo é
243 = 9 x nº total de questões) = média simples
O resultado representa o score obtido pelo respondente (um score maior representa um
maior número de pessoas percebidas como suportivas / assim os scores são utilizados em
termos comparativos)
PARA O ÍNDICE S (satisfação com o suporte social)
Soma-se o número correspondente a escala de 6 pontos apresentada* (máximo é 162) ao
longo das 27 questões (média simples):
Escala* = (6) muito satisfeito
(5) razoavelmente satisfeito
(4) um pouco satisfeito
(3) um pouco insatisfeito
(2) razoavelmente insatisfeito
(1)
muito insatisfeito
Assim o score máximo para o índice S será 6 = correspondendo ao grau máximo de
satisfação com o suporte social / muito satisfeito
OBS 1. Para avaliar a composição da rede de suporte social dos respondentes é necessário
que o mesmo informe qual o grau/tipo de relacionamento o mesmo possui com a pessoa
citada.
Ex: marido, vizinho, amigo, etc...
OBS 2. Os autores também sugerem o SSQ Family score que seria obtido focalizando
apenas os familiares citados ao longo das questões.
SSQ – MATSUKURA, MARTURANO e OISHI, 2002
ANEXO 05
INVENTÁRIO DE PERCEPÇÃO DE SUPORTE FAMILIAR - IPSF
101
INVENTÁRIO DE PERCEPÇÃO DE SUPORTE FAMILIAR – IPSF
Neste questionário é apresentada uma série de 42 afirmações sobre a sua compreensão à
respeito da percepção sobre suporte ou assistência familiar recebido por você. É necessário
por gentileza, que você responda a todas as questões assinalando com um X a alternativa
que melhor se aplica a você e, se por acaso, nenhuma das opções estiverem de acordo com
a sua resposta, por favor, escolha aquela que mais se aproxime do que você percebe.
No.
AFIRMAÇÕES “QUASE
NUNCA”
OU
“NUNCA”
“ÀS
VEZES”
“QUASE
SEMPRE”
OU
“SEMPRE”
1 Acredito que minha família tenha mais
problemas emocionais do que as outras
famílias
2 As pessoas da minha família seguem as
regras estabelecidas entre eles.
3 Há regras sobre diversas situações na
minha família.
4 Meus familiares me elogiam.
5 Cada um em minha família tem deveres
e responsabilidades específicas.
6 Meus familiares só mostram interesse
uns pelos outros quando podem ter
vantagens.
7 Eu sinto raiva da minha família.
8 Em minha família brigamos e gritamos
uns com os outros.
9 Os membros da minha família
expressam claramente pensamentos e
emoções uns com os outros.
10 Minha família permite que eu me vista
do jeito que eu quero.
11 Minha família discute seus medos e
preocupações.
12 Minha família me faz sentir que posso
cuidar de mim, mesmo quando estou
sozinho(a).
13 Eu me sinto como um estranho na
minha família.
14 Meus familiares me deixar sair o tanto
102
quanto quero.
15 As pessoas da minha família gostam de
passar o tempo juntas.
16 Meus familiares geralmente culpam
alguém da família quando as coisas não
estão indo bem.
17 Minha família discute junto antes de
tomar uma decisão importante.
18 Em minha família temos privacidade.
19 Minha família permite que eu seja do
jeito que eu quero ser.
20 Há ódio em minha família.
21 Eu sinto que minha família não me
compreende
22 Na solução de problemas, a opinião de
todos na família é levado em
consideração.
23 As pessoas da minha família sabem
quando alguma coisa ruim aconteceu
comigo, mesmo eu não falando.
24 Os membros de minha família se tocam
e se abraçam.
25 Minha família me proporciona muito
conforto emocional.
26 Minha família me faz sentir melhor
quando eu estou aborrecido(a).
27 Viver com a minha família é
desagradável.
28 Em minha família opinamos o que é
certo/errado buscando o bem estar de
cada um.
29 Em minha família as tarefas são
distribuídas adequadamente.
30 Em minha família uma coerência
entre as palavras e os comportamentos.
31 Minha família sabe o que fazer quando
surge uma emergência.
32 Em minha família há competitividade
entre os membros.
33 Eu sinto vergonha da minha família.
34 Em minha família é permitido que eu
faça as coisas que gosto de fazer.
35 Em minha família demonstramos
carinho através das palavras.
36 Minha família me irrita.
37 Os membros da minha família
expressam interesse e carinho uns com
103
os outros.
38 Minha família me tanta liberdade
quanto quero.
39 Eu me sinto excluído da família.
40 Meus familiares me permitem decidir
coisas sobre mim.
41 Meus familiares servem como bons
modelos em minha vida.
42 As pessoas da minha família se sentem
próximas umas das outras.
CÁLCULO DOS ESCORES
Os escores foram calculados por intermédio da média aritmética dos itens de cada
dimensão.
ANEXO 06
INVENTÁRIO DOS ESQUEMAS DE GÊNERO DO AUTOCONCEITO (IEGA)
105
INVENTÁRIO DOS ESQUEMAS DE GÊNERO DO AUTOCONCEITO (IEGA)
Instruções
Neste questionário estão listados alguns itens relacionados ao autoconceito.
O autoconceito pode ser definido como a percepção que você possui de si mesmo.
Por favor, leia cada um dos itens abaixo e utilize a escala de 0 e 4 para avaliá-los.
A
escala avalia
o quanto você se identifica com
cada item.
0 = Não me identifico;
1 = Identifico-me levemente;
2 = Identifico-me moderadamente;
3 = Identifico-me demasiadamente;
4 = Identifico-me totalmente.
Não há respostas certas ou erradas. Evite deixar respostas em branco.
Itens Escala
Itens Escala
1 Atraente 0 1 2 3 4 43 Frio(a) 0 1 2 3 4
2 Agressivo(a) 0 1 2 3 4 44 Desobediente 0 1 2 3 4
3 Leal 0 1 2 3 4 45 Injusto(a) 0 1 2 3 4
4 Grosseiro(a) 0 1 2 3 4 46 Amoroso(a) 0 1 2 3 4
5 Discreto(a) 0 1 2 3 4 47 Desajustado(a) 0 1 2 3 4
6 Sensível 0 1 2 3 4 48 Desatencioso(a) 0 1 2 3 4
7 Submisso(a) 0 1 2 3 4 49 Sentimental 0 1 2 3 4
8 Dócil 0 1 2 3 4 50 Desesperançado(a) 0 1 2 3 4
9 Imprudente 0 1 2 3 4 51 Fiel 0 1 2 3 4
10 Descrente 0 1 2 3 4 52 Inacessível 0 1 2 3 4
11 Vaidoso(a) 0 1 2 3 4 53 Despreocupado(a) 0 1 2 3 4
12 Cuidadoso(a) 0 1 2 3 4 54 Objetivo(a) 0 1 2 3 4
13 Vulgar 0 1 2 3 4 55 Insensato(a) 0 1 2 3 4
14 Conciliador(a) 0 1 2 3 4 56 Intolerante 0 1 2 3 4
15 Indeciso(a) 0 1 2 3 4 57 Simpático(a) 0 1 2 3 4
16 Harmônico(a) 0 1 2 3 4 58 Emotivo(a) 0 1 2 3 4
17 Competitivo(a) 0 1 2 3 4 59 Dominado(a) 0 1 2 3 4
18 Invejoso(a) 0 1 2 3 4 60 Desleixado(a) 0 1 2 3 4
19 Dedicado(a) 0 1 2 3 4 61 Resignado(a) 0 1 2 3 4
20 Desagradável 0 1 2 3 4 62 Tolerante 0 1 2 3 4
21 Racional 0 1 2 3 4 63 Compreensivo(a) 0 1 2 3 4
22 Irritado(a) 0 1 2 3 4 64 Sensual 0 1 2 3 4
23 Irresponsável 0 1 2 3 4 65 Íntegro(a) 0 1 2 3 4
24 Moral 0 1 2 3 4 66 Respeitoso(a) 0 1 2 3 4
25 Desorganizado 0 1 2 3 4 67 Romântico(a) 0 1 2 3 4
26 Incompetente 0 1 2 3 4 68 Elegante 0 1 2 3 4
27 Caprichoso(a) 0 1 2 3 4 69 Dependente 0 1 2 3 4
28 Inábil 0 1 2 3 4 70 Violento(a) 0 1 2 3 4
29 Antipático(a) 0 1 2 3 4 71 Realista 0 1 2 3 4
30 Aventureiro(a) 0 1 2 3 4 72 Ajustado(a) 0 1 2 3 4
31 Passivo(a) 0 1 2 3 4 73 Ousado(a) 0 1 2 3 4
32 Rígido(a) 0 1 2 3 4 74 Tímido(a) 0 1 2 3 4
33 Malicioso(a) 0 1 2 3 4 75 Dominador(a) 0 1 2 3 4
106
34 Irreverente 0 1 2 3 4 76 Intransigente 0 1 2 3 4
35 Mesquinho(a) 0 1 2 3 4 77 Inseguro(a) 0 1 2 3 4
36 Sonhador(a) 0 1 2 3 4 78 Organizado(a) 0 1 2 3 4
37 Frágil 0 1 2 3 4 79 Responsável 0 1 2 3 4
38 Incompreensivo(a) 0 1 2 3 4 80 Oprimido(a) 0 1 2 3 4
39 Delicado(a) 0 1 2 3 4 81 Ligado(a) aos prazeres 0 1 2 3 4
40 Imoral 0 1 2 3 4 82 Capacidade para as ciências exatas
0 1 2 3 4
41 Compassivo(a) 0 1 2 3 4 83 Inteligente ao lidar com a razão 0 1 2 3 4
42 Retraído(a) 0 1 2 3 4
TABELA DE CORREÇÃO DO IEGA:
O escore de cada fator será obtido através da média aritmética, ou seja, o somatório dos
escores obtidos em cada item que compõe o fator, dividido pelo mero de itens que o
compõem.
Escala Masculina
Fator Negligência:
(v9,v10,v13,v20,v23,v25,v26,v28,v40,v44,v45,v47,v48,v50,v52,v53,v55,v60).
Fator Racionalidade: (v17,v21,v32,v43,v54,v71,v82,v83).
Fator Ousadia: (v30,v33,v34,v73,v81).
Fator Agressividade: (v2,v4,v22,v29,v35,v38,v56,v70,v75,v76).
Fator Indiferença:
(v2,v4,v,9,v10,v13,v20,v22,v23,v25,v26,v28,v29,v35,v38,v40,v44,v45,v47,v48,v50,
v52,v55,v56,v60,v70,v76).
Escala Feminina
Fator Tolerância: (v8,v14,v16,v31,v41,v61,v62,v63).
Fator Insegurança: (v7,v15,v18,v37,v42,v59,v69,v74,v77,v80).
Fator Sensualidade: (v1,v11,v57,v64,v68).
Fator Emotividade: (v6,v36,v39,v46,v49,v58,v67).
Fator Responsabilidade: (v3,v5,v12,v19,v24,v27,v51,v65,v66,v72,v78,v79).
Fator Sensibilidade:
(v3,v6,v8,v12,v14,v16,v19,v24,v27,v36,v39,v46,v49,v51,v58,v62,v63,v65,v66,
v67,v72,v78,v79).
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