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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
SUZIMARA DOS REIS GÉA OSÓRIO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS PADRÕES
FACIAIS I, II E III E A RELAÇÃO MOLAR DE ANGLE
ARARAS/SP
2006
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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
SUZIMARA DOS REIS GÉA OSÓRIO
ARARAS/SP
2006
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS,
como requisito para obtenção do t
ítulo de Mestre em Ortodontia.
ORIENTADORA: Prof
a
. Dr
a
. Viviane Veroni Degan
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Mário Vedovello Filho
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS PADRÕES
FACIAIS I, II E III E A RELAÇÃO MOLAR DE ANGLE
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido,
Agenor Osório, que incondicionalmente
e sem restrições, me apoiou, com todo
carinho. Além de ser meu exemplo de vida.
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por dar-me saúde e vontade para crescer sempre.
Ao Centro Universitário Hermínio Ometto; à magnífica Reitora professora Dra.
Miriam de Magalhães Oliveira Levada; e ao Magnífico Pró-reitor de Pós-
Graduação e Pesquisa professor Dr. Marcelo augusto Marretto Esquisatto,
pela oportunidade de aperfeiçoamento nos estudos.
À Faculdade INGÁ UNINGÁ; que me acolhe como membro de seu corpo
docente; ao Diretor Geral da Faculdade INGÁ professor Ms Ricardo Benedito
de Oliveira; ao Presidente da UNINGÁ professor Ms Roberto Cezar de
Oliveira; ao Diretor de Ensino professor Ms Ney Stival; e ao Coordenador do
curso de pós-graduação em Ortodontia professor. Dr. Agenor Osório, pelo
incentivo profissional e amizade.
Ao coordenador do curso de pós-graduação em Ortodontia professor Dr. Mário
Vedovello Filho, pela orientação firme e segura, mas sempre com um toque
de carinho.
À minha orientadora Drª Viviane Veroni Degan, pela orientação e colaboração
para que este trabalho fosse realizado.
Ao professor Ms Júlio Vargas Neto, pela orientação e sugestões
apresentadas neste trabalho. Às professoras Drª. Silvia Vedovello e Drª.
Heloisa Cristina Valdrighi, pelo carinho e amizade que surgiram durante
estes anos. A toda equipe de professores, pela dedicação em transmitir seus
conhecimentos.
Às minhas amigas, Estela Amstalden Rubega, Maira Franchini Lima e
Ângela Rodrigues, por estarem sempre ao meu lado durante todo decorrer do
curso.
Aos meus colegas de turma, o meu agradecimento, com muito carinho, pelo
apoio e ombro amigo.
“Oh! Como a beleza parece ser ainda
mais bela, quando se mostra emoldurada
pela virtude.”
Willian Shakerpeare
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi comparar os Padrões Faciais I, II III e a
relação molar de ANGLE. A amostra foi constituída por 500 documentações
ortodônticas da clínica odontológica da Faculdade Ingá UNINGÁ Maringá
Paraná. Pertencentes a indivíduos na faixa etária entre 15 a 25 anos,
brasileiros de ambos os gêneros, sem perda de elementos dentários, na
presença ou não de terceiros molares, sem nenhum tipo de padronização do
padrão esquelético ou de beleza, apresentando selamento labial passivo. Além
disto, não foram submetidos a tratamento ortodôntico prévio ou cirurgia plástica
facial. Ao realizar a comparação entre os Padrões faciais I, II III e a relação
molar, foi verificado que, nos indivíduos Padrão Facial I, a relação molar de
Classe I esteve presente em 58,87%, a relação molar de Classe II em 27,66%
e a relação molar de classe III 13,48%. Nos indivíduos Padrão Facial II, a
relação molar de Classe I esteve presente em 48,38%, a relação molar de
Classe II em 48,70% e a relação molar de classe III em 2,92%. Nos indivíduos
Padrão Facial III, a relação molar de Classe I esteve presente em 48,00%, a
relação molar de Classe II em 30,00% e a relação molar de classe III em
22,00%. Concluiu-se que os indivíduos classificados em Padrões Faciais I, II e
III podem apresentar qualquer tipo relação molar.
Palavras chave: Padrão Facial, Análise Facial, Estética Facial, Perfil Facial.
ABSTRACT
The aim of this study was to compare Facial Pattern I, II and III and ANGLE’s
molar relation. The sample comprised 500 sets of orthodontic documentations
from the dentistry clinic the Ingá Faculty - UNINGÁ – Maringá Paraná,
Brazil. Belonging to individuals of both genders aging from 15 to 25 years,
Brazilian, without loss of dental elements, presence or not of third molars,
without any type of standardization of skeletal facial or beauty pattern. In
addition, these individuals had not been submitted to previous orthodontic or
facial plastic surgery treatment. Making comparison among Facial Pattern and
molar relation, it was found that Facial Pattern I individuals, Class I molar
relation was present in 58.87%; Class II molar relation in 27.66% and Class III
molar relation in 13.48%. In the Facial Pattern II individuals Class I molar
relation was present in 48.38%, Class II molar relation in 48.70% and Class III
molar relation in 2.92%. In the Facial Pattern III individuals, Class I molar
relation was present in 48.00%; Class II molar relation in 30.00% and Class III
molar relation in 22.00%. It was concluded that the individuals classified
Facial Patter I, II and III can have any kind of molar relation.
Key Words: Facial Pattern, Facial Analysis, Facial Esthetics, Facial Profile.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Distribuição da amostra, segundo o Padrão Facial................... 72
Tabela 02 - Distribuição da amostra, segundo a relação molar....................
73
Tabela 03 - Associação entre o Padrão Facial e relação molar,
freqüência e porcentagem.........................................................
74
Tabela 04 - Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo
o Padrão Facial..........................................................................
75
Tabela 05 - Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo
a relação molar.........................................................................
75
Tabela 06 - Associação entre o Padrão Facial e relação molar,
freqüência e porcentagem para o gênero feminino...................
76
Tabela 07 -
Distribuição da amostra do gênero masculino, segundo
o Padrão Facial..........................................................................
77
Tabela 08 - Distribuição da amostra do gênero masculino, segundo
a relação molar..........................................................................
78
Tabela 09 - Associação entre o Padrão Facial e relação molar,
freqüência e porcentagem para o gênero masculino.................
79
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Foto Rainha Nefertiti, 1350 a.C................................................. 17
Figura 02 - Foto David de Michelângelo...................................................... 17
Figura 03 - Perfis faciais alterados............................................................... 20
Figura 04 - Perfil Facial e relação molar...................................................... 22
Figura 05 - Variações na forma facial.......................................................... 23
Figura 06 - Melhores perfis masculinos....................................................... 25
Figura 07 -
Piores perfis masculinos............................................................ 25
Figura 08 - Melhores perfis femininos.......................................................... 25
Figura 09 - Piores perfis femininos...............................................................
25
Figura 10 -
Ângulo de Convexidade - Perfil Reto......................................... 28
Figura 11 - Ângulo de Convexidade - Perfil Côncavo.................................. 28
Figura 12 - Ângulo de Convexidade - Perfil Convexo.................................. 28
Figura 13 - Biotipo braquifacial....................................................................
30
Figura 14 - Biotipo mesofacial...................................................................... 31
Figura 15 - Biotipo dolicofacial.................................................................... 31
Figura 16 - Ilustração da má oclusão de Classe II, retratando
um indivíduo “introvertido
..........................................................
40
Figura 17 - Ilustração da má oclusão de Classe III, retratando
um indivíduo “malvado”..............................................................
40
Figura 18 - Perfil Facial................................................................................ 43
Figura 19 - Linha Estética............................................................................ 43
Figura 20 - Relação lábio/ dente (visão frontal)........................................... 43
Figura 21 - Relação lábio/ dente (visão lateral)............................................
43
Figura 22 - Fotos frente e perfil do Padrão I................................................ 61
Figura 23 - Fotos frente e perfil do Padrão II............................................... 61
Figura 24 -
Fotos frente e perfil do Padrão III...............................................
62
Figura 25 - Fotos frente e perfil do Padrão Face Longa.............................. 62
Figura 26 - Fotos frente e perfil do Padrão Face Curta................................
63
Figura 27 - Fotos frente e perfil, oclusão direita e esquerda
(indivíduo pertencente à amostra).............................................
71
Figura 28 - Modelo de Gesso Articulado Lado Direito.................................
71
Figura 29 - Modelo de Gesso Articulado Lado Esquerdo............................
71
Gráfico 01 - Distribuição da amostra, segundo o Padrão Facial.................. 72
Gráfico 02 - Distribuição da amostra, segundo a relação molar.................. 73
Gráfico 03 - Associação entre o Padrão Facial e relação molar.................. 74
Gráfico 04 - Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo
o Padrão Facial........................................................................
75
Gráfico 05 - Distribuição da amostra do gênero feminino ,segundo
a relação molar.........................................................................
76
Gráfico 06 - Associação entre o Padrão Facial e relação molar para
o gênero feminino.....................................................................
77
Gráfico 07 - Distribuição da amostra do gênero masculino
segundo, o Padrão Facial........................................................
78
Gráfico 08 - Distribuição da amostra do gênero masculino
segundo, a relação molar.........................................................
79
Gráfico 09 - Associação entre o Padrão Facial e a relação molar
para o gênero masculino..........................................................
80
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................
11
2. PROPOSIÇÃO...........................................................................................
14
3. REVISÃO DA LITERATURA......................................................................
15
4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 69
4.1 Obtenção do Padrão Facial..................................................................... 69
4.2 Obtenção da relação molar......................................................................
70
4.3 Análise dos Dados................................................................................... 70
5. RESULTADOS...........................................................................................
72
5.1. Amostra Total..........................................................................................
72
5.2. Gênero Feminino.................................................................................... 74
5.3. Gênero Masculino...................................................................................
77
6. DISCUSSÃO..............................................................................................
81
7. CONCLUSÃO............................................................................................ 85
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................
86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 87
2. INTRODUÇÃO
O interesse da sociedade pela estética facial tem sido no decorrer da
história, a busca de padrões estéticos e a preocupação com a construção de
um modelo de beleza. A beleza pode ser compreendida como a harmonia e o
equilíbrio das proporções faciais (OKUYAMA; MARTINS 1997). A estética
facial, também, faz parte dos princípios e da prática ortodôntica que busca o
tratamento por meio da competência funcional entre as bases ósseas e dentes,
dentro de uma harmonia facial.
A aparência facial de um indivíduo contribui muito para o
desenvolvimento de sua personalidade, portanto, é de extrema importância que
o ortodontista possua um senso estético que o capacite a analisar a situação
facial dos indivíduos que procuram tratamento ortodôntico, no sentido de prever
suas possíveis conseqüências sobre a estética facial (BURSTONE, 1958).
O plano de tratamento das alterações estéticas é difícil,
principalmente quando se tem que aliar a correção das más oclusões com a
manutenção de uma estética harmoniosa (ARNETT; BERGMAN 1993). A
preocupação com a beleza facial é uma característica que sempre
acompanhou a humanidade, sendo este conceito considerado subjetivo, pois a
definição de beleza varia segundo a época, grupo populacional e preferências
pessoais (SILVA et al., 2003), portanto, o diagnóstico e tratamento podem ser
diferentes para um mesmo caso ortodôntico, dependendo dos padrões de
beleza vigentes.
A obtenção de uma face esteticamente agradável constitui uma das
principais metas do tratamento ortodôntico. A percepção de beleza é uma
preferência vinculada à experiência individual dos seres humanos, e nem
sempre o equilíbrio facial é sinônimo de beleza. A obtenção de um perfil facial
equilibrado não é necessariamente acompanhada por uma oclusão normal
(REIS et al., 2005). A missão mais difícil do ortodontista consiste em planejar o
tratamento ortodôntico de modo a estabelecer a maior harmonia possível entre
perfil facial e oclusão normal (TUKASAN; RINO; TAKARASHI 1996).
As análises cefalométricas e do perfil facial são importantes, pois
podem influenciar no planejamento ortodôntico e a harmonia facial final de um
tratamento depende de uma análise minuciosa do perfil facial, e conhecer a
origem do individuo possibilita comparações. SILVA et al (2004) determinaram
valores médios de normalidade para brasileiros leucodermas e ao comparar em
com uma amostra de norte-americanos encontram maior convexidade facial
para a amostra brasileira. BASCIFCTY; UYSAL; BYUKERKMEN (2003)
compararam valores padrões do tecido mole determinado por HOLDAWAY
(1957) com valores encontrados em adultos turcos e concluíram que a amostra
apresentava valores semelhantes às propostas por HOLDAWAY. SILVA (2001)
estudou o perfil facial de indivíduos portugueses e observou que o valor médio
do eixo facial apresentava uma tendência facial do tipo dólico e o terço inferior
da face aumentado. Quando ALCALDE et al. (2000) avaliaram os padrões
cefalométricos do perfil mole de adultos japoneses observaram que existia
diferença significativa entre a amostra japonesa e as normas para
leucodermas.
CAPELOZZA FILHO (2004) descreveu que a classificação de
ANGLE é simplista, e os ortodontistas perceberam a necessidade de observar
as relações espaciais e dimensionais dos ossos basais, perfil facial, além da
oclusão. Para isto relatou um conjunto de sinais e sintomas, que
denominou de Padrões Faciais. De acordo com este autor, a morfologia da
face precisa ser levada em consideração em um planejamento ortodôntico, e
deve ser realizada clinicamente. Segundo ele a análise cefalométrica apresenta
para o diagnóstico ortodôntico um problema quando utilizada como “metria”.
Conforme COX; VAN DER LINDEN (1971), ALMEIDA; MAZZIEIRO (2003)
existem diversos trabalhos sugerindo medidas cefalométricas ideais para a
face, no entanto a beleza mostra-se altamente subjetiva e influenciada pelos
aspectos sociais, étnicos e psicológicos.
OKUYAMA; MARTINS (1997) pesquisaram a preferência de perfis
faciais para ortodontistas, leigos e artistas plásticos, mediante a classificação
de bom, regular ou deficiente, concluíram que não existem critérios e
concordância quanto às características dos perfis avaliados.
RIEDEL (1950), DOWNS (1956), BURSTONE (1958), ARNETT;
BERGMAN (1993) concordam que uma das chaves do diagnóstico ortodôntico
é a análise facial, mas não é mais importante que outros aspectos de um
diagnóstico. A análise facial deve ser indicada no diagnóstico ortodôntico,
objetivando os anseios estéticos do indivíduo, oferecendo-lhe uma oclusão
funcional com a melhor harmonia facial possível (COSTA et al. 2004).
O perfil facial constitui um importante elemento de diagnóstico e
deve ser relacionado, cuidadosamente, na composição do planejamento do
tratamento ortodôntico. A avaliação do Padrão Facial, relação molar e o
envolvimento esquelético são importantes para a formação de um diagnóstico
completo, e o tratamento ortodôntico deve ter um objetivo oclusal e funcional
que combine com a estética facial. A habilidade em reconhecer a beleza é inata
à percepção individual, mas com influências culturais e étnicas. (SUGUINO et
al. 1996).
3. PROPOSIÇÃO
O presente trabalho propõe-se a:
a- Verificar a prevalência do Padrão Facial I, II e III por meio da Análise Facial
Subjetiva, proposta por CAPELOZZA FILHO (2004);
b- Verificar a prevalência da relação molar de acordo com a Classificação de
ANGLE (1907);
c- Verificar a prevalência dos Padrões Faciais I, II e III no gênero feminino e
masculino;
d- Verificar a prevalência da relação molar no gênero feminino e masculino;
e- Comparar os Padrões Faciais I, II e III proposto por CAPELOZZA FILHO
(2004) e a relação molar de acordo com a classificação de ANGLE (1907) da
amostra e de ambos os gêneros.
3. REVISÃO DA LITERATURA
WUERPEL (1937) relatou que, embora as faces sejam
diferentemente proporcionais podem ser consideradas belas e cada época cria
o seu próprio padrão de beleza. Ressaltou ainda que “existe um equilíbrio das
partes como um todo, que é necessário ter um entendimento das linhas
estéticas, e isto implica na apreciação do belo, sendo que apreciar significa
entender e não necessariamente gostar”.
RIEDEL (1950) avaliou o perfil facial, relacionando-o com o
esqueleto e a má oclusão, dividindo em três partes: 1. estudo do perfil se bom
ou ruim; 2. análise do esqueleto e da oclusão, selecionando o bom do ruim; 3.
aplicação dos dados para o diagnóstico ortodôntico. Selecionou dois grupos de
indivíduos, o grupo 1 composto por crianças e adultos com oclusão normal e o
grupo 2, formado por crianças e adultos com má oclusão. Foram realizadas
radiografias cefalométricas em norma lateral, fotografias frontal e lateral e
modelos de estudos com intervalo de 2 anos. Submeteu, então, 40 traçados do
perfil tegumentar à análise de 72 ortodontistas, concluindo que a relação entre
a maxila e mandíbula, o grau de convexidade, o padrão facial e relação dos
dentes anteriores nas suas respectivas bases ósseas, têm grande influência no
perfil facial.
DOWNS (1956) avaliou as relações dos componentes faciais com as
alterações que ocorrem durante o crescimento e desenvolvimento nos
diferentes grupos étnicos. A amostra foi composta por 20 indivíduos
melanodermas, 20 japoneses, 20 aborígines australianos e 20 chineses, com
oclusão dentária normal, concluiu que as más oclusões apresentavam dois
problemas: 1- indivíduos com bom equilíbrio de perfil e da musculatura; 2. Perfil
desequilibrado com músculos tencionados. Considerou os tecidos moles como
fator importante para se obter um perfil facial harmonioso.
RICKETTS (1957) afirmou que os principais objetivos do tratamento
ortodôntico era o equilíbrio e a harmonia da estética facial. Assim, com a
finalidade de proporcionar medida quantitativa da beleza facial apresentou uma
linha denominada “Linha E” ou “Plano Estético” que é representada por linha
tangente da ponta do nariz até o mento mole, medindo-se, a partir dela as
distâncias até os lábios. Para exemplificá-la, usou fotografias de artistas com
perfil facial excelente, e determinou que os lábios superiores e inferiores
devessem se localizar a 2 e 4 mm respectivamente aquém da “linha E”, e então
seriam considerados esteticamente agradáveis. Se os lábios estivessem fora
destas medidas, os perfis seriam considerados “desarmônicos” ou
“desbalanceados”.
BURSTONE (1958) analisou, por sua vez, o contorno facial do tecido
mole, estudando uma amostra composta de 40 fotografias de faces
consideradas aceitáveis, escolhidas por 3 artistas. Concluiu que a noção de
perfil aceitável difere de um grupo racial para outro, e que indivíduos podem ter
estruturas dentoesqueléticas semelhantes, mas com contornos tegumentares
diferentes.
MERRIFIELD (1966) introduziu um ângulo para avaliar o perfil facial,
formado por uma linha que tangencia o pogônio mole e o lábio superior na sua
região mais proeminente, estendendo-se até o plano horizontal de Frankfurt,
denominado ângulo “Z”. Utilizou para tal estudo 120 telerradiografias, divididas
em três grupos: 40 com oclusão normal, 40 casos tratados por Tweed e 40
casos tratados pelo próprio autor. Nas radiografias cefalométricas, traçou a
“linha do perfil” e o plano de Frankfurt e mediu-se o ângulo “Z”. Observou que,
para indivíduos com face equilibrada, o lábio superior deveria estar
ligeiramente posterior à linha “Z” e o lábio inferior tangente ou ligeiramente
posterior a esta linha. Determinou, então, que para indivíduos adultos, o ângulo
“Z” seria 80º e para indivíduos entre 12 e 15 anos seria 78º. As medidas do
ângulo “Z” e “linha do perfil”, segundo o autor, forneciam uma descrição do
relacionamento da face inferior e eliminariam o julgamento visual empírico.
BURSTONE (1967), com o objetivo de avaliar o tecido mole facial,
examinou 3.000 escolares leucodermas e selecionou 32 com oclusão normal,
com idade entre 13 a 15 anos, de ambos os gêneros. Após a obtenção das
telerradiografias, traçou uma linha do ponto subnasal (Sn) até o pogônio mole
(Pog´) para observar as características horizontais dos lábios. Determinou que
a protrusão ou retrusão labial é medida por uma distância linear a Sn – Pog’ e a
média dos valores foram 3,5 mm para o lábio superior e 2,2mm para o inferior,
concluiu então que o lábio superior e inferior encontravam-se à frente da linha
subnasal-pogônio e que o principal fator postural dos lábios foi a variação da
sua própria espessura.
PECK; PECK (1970) avaliaram as preferências estéticas e quais os
aspectos não ortodônticos destas faces, procurando desenvolver um conceito
ortodôntico próprio ao que o público em geral admirava. Avaliaram 52
telerradiografias e fotografias de jovens de diversas origens étnicas,
previamente escolhidas pela população como possuidores de estética facial
agradável. Concluíram que o público admira um padrão dento-facial mais
protruso e que existe uma variação no perfil mole entre os vários grupos
étnicos. Relataram, não existir método que expresse a complexidade da
estética facial, ou seja, não se pode padronizá-la. Apresentaram uma foto da
estátua da rainha Nefertiti e de David de Michelângelo, para exemplificar como
as preferências faciais podem sofrer alterações durante a história humana.
Figura 1 e 2.
Figura. 1. Rainha Nefertiti, 1350 a.C.,
Museu de Berlim
Fonte: Peck; Peck (1970)
Figura. 2. David de Michelângelo – 1504
Museu de Belas Artes – Florença
Fonte: Peck; Peck (1970)
CROSS; CROSS (1971) correlacionaram a idade, gênero e a etnia
com a percepção da beleza facial. Foram entrevistados 80 indivíduos entre 7,
12 e 17 anos e 60 adultos. Os indivíduos foram fotografados sorrindo
levemente e receberam a informação de que a pesquisa era para avaliar a
beleza facial, sendo, então, questionados sobre suas preferências faciais mais
belas e, ainda, se isto estava relacionado com a faixa etária. Concluíram, que
dos 7 aos 12 anos os indivíduos não diferiam significativamente quanto a
classificação de beleza e nem em relação à idade, gênero e etnia. As faces dos
indivíduos de 17 anos foram julgadas mais atraentes. As pessoas de diferentes
idades, ambos os gêneros e diferentes etnias mostraram habilidade para
detectar a beleza nas faces das pessoas, diferindo amplamente entre idade,
gênero e etnia.
COX; VAN DER LINDEN (1971) avaliaram a percepção sobre a
harmonia facial. Para isto utilizaram os contornos faciais como única forma de
percepção da harmonia facial. Foram selecionados 241 jovens do gênero
feminino e 186 do masculino e realizadas radiografias cefalométricas, modelo
de gesso e fotografias laterais e frontais, além da silhueta das fotografias do
perfil facial na posição natural da cabeça. Escolhido ao acaso três grupos de 29
meninos e três grupos de 29 meninas, todos leucodermas, com idade variando
entre 18 a 20 anos. Para classificar o perfil facial, só as silhuetas foram
avaliadas por 10 ortodontistas e 10 leigos, que classificaram os perfis do mais
ao menos bonito. Concluíram que os dois grupos não mostraram diferença na
classificação dos perfis, ao contrário uma concordância notável foi encontrada.
A harmonia facial poderia estar associada à oclusão ou a uma oclusão
normal, isto implica que o tratamento ortodôntico pode melhorar a oclusão, mas
nem sempre melhorar a estética. Descreveram ainda, que ambos os gêneros
com pobre harmonia facial apresentaram perfis convexos, e no grupo com
desarmonia, observou-se protrusão dos incisivos superiores e inferiores.
KRZYPOW; LIEBERMEN; MODAN (1975) avaliaram a prevalência
de más oclusões em indivíduos israelenses, de acordo com a classificação de
ANGLE. A amostra foi composta por 538 indivíduos, com idade entre 18 e 20
anos, sendo 269 do gênero masculino e 269 do feminino. Concluíram que a
Classe I esteve presente em 65,2% da amostra, a Classe II em 30,7% e a
Classe III em 2,7%. Quando estas porcentagens foram comparadas ente os
gêneros não encontraram diferença estatisticamente significativa.
RICKETTS (1982) sugeriu que os princípios matemáticos e
geométricos deveriam ser empregados para a avaliação das estruturas
morfológicas, envolvidas em um planejamento ortodôntico. Para a apreciação
da beleza, relatou que a mente humana funciona a vel límbico, atraindo-se
por proporções que estivessem em harmonia com a proporção áurea. Suas
investigações científicas o levaram a concluir que a proporção de 1,618 são
bases de beleza, harmonia e equilíbrio faciais. Ao avaliar modelos em gesso
com oclusão normal, fotografias da face de modelos profissionais e radiografias
cefalométricas de indivíduos com oclusão ideal, encontrou que o divisor áureo
pode ser utilizado para a análise morfológica dos dentes, do esqueleto e do
tecido mole da face. Sugeriu ainda, que a estética poderia ser analisada
cientificamente, ao invés de depender de avaliações subjetivas.
HOLDAWAY (1983) apresentou uma análise do tecido mole,
procurando demonstrar que é inadequada a utilização de uma análise do
esqueleto, separada da avaliação do tecido mole. A amostra foi composta da
descrição de indivíduos da clínica particular do autor. Verificou que, os
movimentos ortodônticos podem levar a alterações labiais e que os lábios
seguem geralmente a posição dos dentes. Os achados indicaram que, na
maioria, para os adolescentes, a espessura normal do tecido mole, ao nível do
ponto A, é alterado pelo movimento dos dentes, ancoragem extrabucal, etc, e
que o tecido mole seguirá este ponto e permanecerá com a mesma espessura.
SMIT; DERMAUT (1984) estudaram a preferência do perfil mole,
observando a relação ântero-posterior da maxila e mandíbula. O perfil Classe I
de um jovem com dimensões verticais normais foi selecionado. A partir da
fotografia deste indivíduo, quatro perfis foram construídos, dois alterando a
relação ântero-posterior, e dois as verticais e então realizaram as combinações
possíveis totalizando 9 tipos de perfis faciais (Figura 3). Três séries de nove
fotografias do perfil foram avaliadas por estudantes de odontologia, quanto à
preferência estética. Uma semana depois as mesmas fotografias do perfil
foram apresentadas, mas desta vez a orientação era para escolher o perfil
feminino mais atraente. Concluíram que não houve diferença significativa entre
os mesmos perfis para ambos os gêneros, em relação ao dorso do nariz,
somente na Classe II observaram-se um dorso convexo do nariz. O perfil
Classe I ocupou a preferência e a Classe I com sobremordida foi o segundo na
preferência. Os desvios ântero-posteriores (Classe II ou Classe III) não tiveram
influência na preferência estética, mas a face longa sim.
Figigura. 3. Perfis faciais alterados
Fonte: Smit; Dermant (1984)
BELL et al. (1985) investigaram se a decisão de cirurgia ortognática
deveria ser determinada pelo ortodontista, cirurgião buco-maxilo ou pelo
próprio indivíduo. A amostra estudada foi composta por 80 indivíduos (58
femininos e 22 masculinos), com idade entre 16 e 54 anos e todos com
indicação cirúrgica. Os perfis foram enviados a todos os 80 indivíduos, com a
solicitação de avaliar a similaridade entre o seu perfil com os das fotografias e
para os ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo, foram enviados as fotografias
mais sem nenhuma informação. Concluíram que, apesar do fato da intervenção
cirúrgica ser recomendada por especialistas e indicada por medidas
cefalométricas, o importante é não esquecer de investigar qual a imagem que o
indivíduo tem de si próprio e o conceito dele sobre harmonia facial. Os
cirurgiões buco-maxilo e ortodontistas avaliaram os perfis similarmente, mas
diferiram na indicação da correção através do tratamento cirúrgico.
FISMANN; VIGORITO (1987) propuseram fazer um estudo
comparativo da estética facial em adolescentes brasileiros, portadores de oclusão
dentária normal, com a análise de BURSTONE (1958). Afirmaram que a
cefalometria radiográfica, ao longo dos últimos cinqüenta anos, tem se firmado como
um método válido para o diagnóstico e planificação do tratamento, embora muitas
vezes observam-se perfis faciais com alguma irregularidade mas com dentes bem
posicionados, ou seja muitos fatores podem intervir no resultado da harmonia facial.
A amostra foi obtida mediante exame clínico, feito em 7.500 escolares e dos quais
foram selecionados 54 indivíduos adolescentes, brasileiros, leucodermas, de ambos
os gêneros, 26 do gênero masculino e 28 do feminino, na faixa etária de 12 a 18
anos. Os tecidos moles faciais apresentavam-se em equilíbrio e os lábios
permaneciam em contato quando em repouso, apresentavam ainda, dentição
permanente e “oclusão dentária normal”, segundo ANGLE (1907). Foram realizadas
telerradiografias cefalométricas em norma lateral e modelos dos arcos dentários.
Concluíram que existe necessidade de reavaliação das metas ortodônticas a serem
atingidas pelo tratamento, quando se empregam análises cefalométricas, baseadas em
diferentes grupos étnicos, e que o perfil facial do grupo masculino se mostrou mais
convexo do que o feminino, além de observarem que, os padrões normais
determinados neste trabalho, diferiram dos padrões propostos por BURSTONE
(1958) na maioria das variáveis estudadas e apresentando perfil facial com maior
convexidade.
MOYERS (1988) relatou que o sistema de ANGLE (1907) é baseado
nas relações ântero-posteriores da maxila com mandíbula e na teoria de que o
primeiro molar superior permanente estaria na posição correta e o perfil facial
estaria relacionado com a posição apresentada entre o primeiro molar superior
e o primeiro molar inferior como exemplificado na figura 4, sendo difícil a
relação molar Classe III em perfil Classe II. Para este autor, o sistema de
ANGLE não leva em consideração as discrepâncias no plano vertical ou lateral,
e que a ênfase dada para relação dos primeiros molares permanentes levou os
clínicos a ignorarem o esqueleto facial, que sofre influência do desempenho
muscular e distúrbios de crescimento ósseo, sendo que o ideal seria entender
as alterações ocorridas no indivíduo como síndromes. Diante disto, descreveu
a síndrome da Classe I que apresenta relações esqueléticas e molares
normais, perfil esquelético reto sendo o problema é de origem dentária. A
síndrome Classe II apresenta relação mandibular “distal” à maxila e o perfil é
retrognático. A síndrome Classe III sendo caracterizada por prognatismo
mandibular e /ou por deficiência maxilar e a relação molar em Classe III, ou
seja, mesioclusão.
Figura 4 – Perfil facial e relação molar
Fonte: Moyers (1988)
VAN DER LINDEN (1990) descreveu o crescimento da face e que
esta apresenta um surto de crescimento na adolescência. O surto de
crescimento mais evidente da face pode ser observado no ramo da mandíbula
que coincide com o surto de crescimento em altura. Durante o crescimento a
maxila e mandíbula avançam em relação ao resto da cabeça principalmente a
mandíbula, o que leva a um perfil facial mais reto e os incisivos inferiores e
superiores se tornam mais verticalizados. No gênero feminino, estas alterações
são menos evidentes, conferindo um contorno mais suavemente delineado
contrariamente o contorno facial de um adulto do gênero masculino que é um
perfil mais reto. “A face humana exibe uma multiplicidade de aspectos” e a
classificação mais comum dos tipos faciais é a baseada na classificação de
ANGLE que lida com a relação ântero-posterior dos arcos dentários e dos
maxilares. A figura 5 representa algumas variações na forma facial
relacionadas à classificação de ANGLE (1907).
Classe II
Classe I
Classe III
Figura 5 – Variações na forma facial
Fonte: Van Der Linden (1990)
SILVA FILHO; FREITAS; CAVASSAN (1990) avaliaram a
prevalência de oclusão, em escolares da cidade de Bauru (São Paulo). A
amostra foi composta por 2.416 crianças, entre 7 a 11 anos, de ambos os
gêneros. Concluíram que a oclusão de Classe I foi a mais freqüente
observada em 55,0% dos indivíduos da amostra, a oclusão de Classe II
esteve presente em 42,0% e a Classe III em 3,0% dos indivíduos analisados.
Segundo este autor, existe fortes evidências na literatura que comprovam
que as anormalidades oclusais não são influenciadas pelo fator gênero.
BURGERSDIJK et al. (1991) avaliaram a prevalência de má oclusão
em 2.603 indivíduos holandeses, com idade entre 15 e 74 anos. A oclusão foi
avaliada no sentido sagital, transversal e vertical. A relação sagital foi
observada a partir da posição do canino superior em relação ao inferior.
Concluíram que a Classe I esteve presente em 69,0% da amostra, a classe II
em 28,0% e a Classe III em 2,0%.
ARNETT; BERGMAN (1993) apresentaram uma análise clínica facial
organizada e discutiram as alterações no tecido mole, associado ao tratamento
ortodôntico-cirúrgico da má oclusão. Os indivíduos foram analisados através de
19 traços faciais. Relataram que o planejamento terapêutico das alterações
estéticas da face é difícil, principalmente quando se refere a correção das más
oclusões. Afirmaram que, o reconhecimento da beleza da face é inato “as
regras que justificam a beleza facial o são compreensíveis, tão pouco
requeridas para que se diga que uma face é bela”, assim a análise facial e a
cefalométrica se completam tornando possível chegar a um diagnóstico em que
o indivíduo fique com oclusão ótima aliada ao equilíbrio da estética facial.
CZARNECKI et al. (1993) avaliaram as preferências estético-faciais
pela variação da relação entre queixo, bio, nariz e convexidade facial,
simulados em silhuetas negras. As várias combinações foram apresentados a
545 profissionais, os quais classificaram os perfis de 1 a 7, sendo o número 1 o
melhor perfil e o número 7 o pior. Concluíram que, para o gênero masculino foi
preferido um perfil mais reto em comparação ao gênero feminino, que era um
perfil mais convexo. A protrusão labial foi aceitável, quando associada a
presença de nariz ou queixo grande, em ambos os gêneros, e as piores
combinações foram queixos extremamente retrognatas e faces extremamente
convexas. Os autores ressaltaram que os conceitos ideais de beleza têm
influência não só étnica ou de gênero, mas também de um indivíduo para outro,
e que a avaliação da estética inclui fatores como equilíbrio, harmonia das
partes, simetria e proporções. As figuras 6 e 7 representam os melhores e
piores perfis escolhidos do gênero masculino, as figuras 8 e 9 representam os
melhores e os piores perfis femininos selecionados na pesquisa.
Figura 6 – Melhores Perfis masculinos
Fonte: Czarnecki et al. (1993)
Figura 7 – Piores Perfis masculinos
Fonte: Czarnecki et al. (1993)
Figura 8 – Melhores Perfis femininos
Fonte: Czarnecki et al. (1993)
Figura 9 – Piores Perfis femininos
Fonte: Czarnecki et al. (1993)
MICHIELS; SATHER (1994) estudaram 27 indivíduos Classe I, para
testar a validade de várias medidas cefalométricas populares, utilizadas para
auxiliar no prognóstico dos perfis faciais. Concluíram que as medidas que
envolvem a base craniana não são precisas na definição do perfil clínico; as
medidas que envolvem as relações intra-maxilares eram ligeiramente mais
precisas ao refletir o perfil facial e que nenhuma medida é 100% precisa, e a
espessura do tecido mole e inclinação dos incisivos o as variáveis mais
importantes na desarmonia facial.
BERTHOLD; BENEMANN; MALINSKI (1995) relacionaram medidas
de perfis agradáveis com as medidas propostas por diversos autores. A
amostra foi composta por 24 estudantes (12 do gênero feminino e 12 do gênero
masculino) leucodermas, com perfis considerados agradáveis. Foram
realizadas telerradiografias laterais e na elaboração do cefalograma, foram
delimitadas as estruturas dento-esqueléticas e do perfil mole. Após a obtenção
dos valores concluíram que as medidas tegumentares apresentaram diferenças
significativas e o perfil facial da amostra apresentou-se mais retraído que o
padrão dos autores, sendo que o gênero feminino apresentou-se mais
protraído que no masculino.
GIDDON et al. (1996) objetivaram determinar as bases físicas do
julgamento subjetivo da aparência facial por meio da apresentação de imagens
estáticas e imagens animadas por meio de computador. De quinze a dezoito
distorções do mento, lábio superior, mandíbula, relação inter-maxilar e altura da
face inferior foram preparadas a partir de 4 faces (2 do sexo masculino e 2
femininas). As imagens foram julgadas por 24 voluntários (odontólogos e
leigos) que responderam a cada alteração como aceitável e não aceitável. Os
examinadores odontólogos demonstraram maior tolerância no que se refere à
alteração inter-maxilar que os examinadores não odontólogos. Observaram que
as imagens digitalizadas podem ser úteis clinicamente para avaliação da
percepção das alterações faciais.
TUKASAN; RINO; TAKAHASHI (1996) descreveram as modificações
no perfil do tecido mole, decorrentes de alterações na estrutura dento
esquelética, observando a postura labial e seu relacionamento com a retração
dos dentes anteriores. Concluíram que o perfil facial equilibrado não é
necessariamente acompanhado por oclusão normal e que o equilíbrio facial
depende muito do bom posicionamento dos incisivos inferiores, ou seja,
verticalizados na base óssea. Observaram que não são todas as áreas do perfil
mole que acompanham as modificações da estrutura dento-esquelética, porém,
a postura labial está relacionada com as mudanças causadas pelo tratamento
ortodôntico. O ângulo nasolabial aumenta com a retração dos incisivos
superiores durante o tratamento, além de que a rotação mandibular horária ou
anti-horária exerce importante papel nas modificações do perfil de tecido mole.
Definiram então que o padrão facial dos brasileiros, leucodermas, portadores
de oclusão normal, é mais importante do que os padrões ortodônticos
estabelecidos pelas análises cefalométricas disponíveis.
SUGUINO et al. (1996) relataram que, após o exame clínico dentário
preliminar, a avaliação da face em vista frontal e de perfil deve ser o próximo
passo a ser seguido no diagnóstico ortodôntico. Mas, o que acontece na prática
é que antes do paciente abrir a boca para a avaliação dentária, o ortodontista já
fez uma análise facial preliminar, visando à identificação de desequilíbrios
estéticos. Sugeriram que a avaliação facial deve ser realizada em posição
natural da cabeça, onde o indivíduo é instruído a sentar-se na posição ereta,
olhando para frente na linha do horizonte ou diretamente para um espelho na
parede. Descreveram que, em uma vista frontal, a face deve ser examinada em
relação à simetria bilateral, observando proporções de tamanho das estruturas
laterais, além da proporcionalidade vertical. Em uma visão do perfil a relação
cêntrica e lábios devem ser levados em consideração, sendo que o ângulo do
contorno facial representa a harmonia geral face e possibilita a visualização
das discrepâncias ântero-posteriores dos ossos basais maxila e mandíbula. Na
oclusão de Classe I, o ângulo facial total está entre 165º e 175º, ângulos
Classe II são menores que 165º e os ângulos Classe III são maiores que 175º
(figuras 10, 11 e 12). Os contornos dos traços faciais originam-se da herança
genética, fatores ambientais e podem mudar com o tratamento ortodôntico em
conjunto com cirurgia ortognática, afirmaram ainda que a análise cefalométrica
no planejamento do tratamento deve ser observada em conjunto com aspectos
faciais. Concluíram que a harmonia e o equilíbrio facial não são conceitos fixos
e os padrões de beleza variam entre as pessoas, principalmente grupos
étnicos.
Figura 10- Ângulo de Convexidade
(Gl– Sn – Pg’) Perfil Reto
Fonte: Suguino et al. (1996
)
Figura 11- Ângulo de Convexidade
(Gl– Sn – Pg’) Perfil côncavo
Fonte: Suguino et al. (1996
)
Figura 12- Ângulo de Convexidade
(Gl– Sn – Pg’) Perfil convexo
Fonte: Suguino et al.(1996
)
PROFFIT; ACKERMAN (1996) relataram que a harmonia facial deve
ser avaliada com fotografias padronizadas, associadas à cefalometria do tecido
mole. A observação do perfil facial deve ser realizada através de uma linha
compreendendo os pontos nasio do tecido mole e estendendo-se ao pogônio
mole, se esta linha for reta podem-se encontrar proporções faciais melhores
quando comparadas com uma linha formando uma convexidade, indicativo de
uma provável Classe II, ou diante de uma linha com uma forma côncava
indicando uma relação Classe III. Afirmaram que mesmo com uma boa imagem
do tecido mole nas análises cefalometricas bidimensionais, o exame
tridimensional clínico fornece uma melhor avaliação do contorno do tecido
mole.
VIAZIS (1996) relatou que a avaliação do tecido mole não pode ser
restrita à análise cefalométrica para se ter um entendimento amplo das
características estéticas do indivíduo. Descreveu uma avaliação do tecido mole
do ponto de vista frontal e de perfil, apresentando uma avaliação das regras
dos terços, proporções faciais, altura facial, avaliação do nariz, convexidade do
perfil e avaliação dos lábios. Afirmou, por fim, que uma avaliação completa do
tecido mole permite que se desenvolva uma melhor compreensão dos
problemas esqueléticos e dentários de cada indivíduo.
MADEIRA (1997) descreveu que a face atrai a atenção e nela se
concentram os maiores esforços de promoção e conservação de sua beleza.
De acordo com este autor, os dentistas têm um papel importante na
manutenção da estética facial, pois a normalidade dos arcos dentários e dos
maxilares é essencial à harmonia e equilíbrio da face. Relatou que um dos
critérios para uma estética facial agradável é que a face deve ser dividida em
três segmentos iguais, ou seja, segmento superior da implantação dos cabelos
ao nível das sobrancelhas, desta até a base do nariz e da base do nariz até o
mento.
CABRERA; CABRERA (1997) apresentaram os elementos
necessários para a elaboração do diagnóstico, prognóstico e plano de
tratamento em ortodontia. Citaram as radiografias (telerradiografia em norma
lateral, panorâmica, pôstero-anterior (PA), oclusal e periapical), tomografias
computadorizadas, modelos de estudo e fotografias extrabucais e intrabucais.
No que diz respeito às fotografias, relataram que são todos indispensáveis
no auxílio do diagnóstico, permitindo o julgamento do equilíbrio facial e
possibilitam orientar o indivíduo antes e após o tratamento, sobre as possíveis
e não possíveis alterações propostas pela mecânica ortodôntica. Durante a
avaliação fotográfica, estas poderão ser divididas em linhas e planos
imaginários, terços superior, médio e inferior além de divididas em lado direito e
esquerdo. Nas fotografias em norma lateral, pode-se avaliar o perfil, se reto,
côncavo ou convexo. Descreveram os biotipos faciais em três tipos distintos;
mesofacial, indivíduos que possuem dimensões verticais e horizontais
proporcionais e a má oclusão está restrita a área dentária, com raro
comprometimento das bases ósseas; braquifacial quando com altura facial
anterior reduzida e o dolicofacial apresenta altura facial anterior aumentada.
Relataram que podemos encontrar oclusão normal e face harmoniosa
independentemente do biotipo facial, o importante é a simetria e a harmonia
das proporções faciais em cada um dos biotipos. Citaram as características
para cada biotipo facial, sendo que as figuras 13, 14 e 15 representam estas
características.
“Braquifacial vista lateral– verticalmente baixa, a musculatura facial
é forte e apresenta os músculos masseter e temporal baixo e largo.
Perfil ósseo-convexo, ditado pela maior projeção ântero-posterior da
maxila. Altura anterior inferior da face diminuída. Dolicofacial vista
lateral verticalmente alta, horizontalmente estreita. Musculatura facial
é fraca, e apresenta os músculos masseter e temporais altos e
estreitos. Perfil ósseo tendendo a reto, ditado pela menor projeção
ântero posterior da maxilar, em detrimento de uma maior participação
no sentido vertical. Altura anterior inferior da face alta. Mesofacial
dimensões verticais e horizontais correspondentemente
proporcionais”.
Figura 13 Biotipo braquifacial, representação das características musculares e oclusão
dentária.
Fonte: Cabrera; Cabrera (1997)
Figura 14 Biotipo mesofacial, representação das características musculares e oclusão
dentária.
Fonte: Cabrera; Cabrera (1997)
Figura 15 Biotipo dolicofacial, representação das características musculares e oclusão
dentária.
Fonte: Cabrera; Cabrera (1997)
MICHELON; BACCHI (1997) realizaram um estudo cefalométrico em
norma frontal sobre as assimetrias faciais, utilizando uma amostra de 40
indivíduos leucodermas, com idade de 19 a 30 anos, com oclusão normal.
Foram realizadas telerradiografias em norma frontal (Póstero-ânterior) e a partir
de pontos cefalométricos predeterminados representativos de áreas
específicas na face. Concluíram que não houve diferença significativa entre o
lado direito e o esquerdo.
PITANGUY (1997) relatou que nada é mais difícil do que conceituar
a “beleza”; é mais fácil reconhecê-la. O cirurgião plástico é um escravo da
forma e da anatomia e é muitas vezes frustrado com que o indivíduo entende
por harmonia facial do seu próprio ser. É principalmente na face que o homem
expressa seus sentimentos, portanto “a procura da harmonia facial, quer por
cirurgia ou ortodontia, emana simplesmente uma finalidade transcendente, que
é a tentativa de integração da face com o espírito, da emoção com racional,
visando estabelecer um equilíbrio interno que permita ao indivíduo reencontrar-
se, para que se sinta em harmonia com sua própria imagem e com o universo
que o cerca”.
MENDES (1997) foi questionado sobre ortodontia ciência ou arte.
Relatou então que:
“Há quase um século que a ortodontia é designada como ciência e a
arte de ANGLE. A fisiologia, com as leis que governam a
homeostasia está na base do diagnóstico e no planejamento
ortodôntico. Nós ortodontistas somos por definição bioengenheiros.
Sim, a Ortodontia é ciência pura. E também somos arte, através do
componente artístico de nossa especialidade, nós ortodontistas
prestamos à espécie humana um serviço inestimável: ajudamos a
integrar convívio da sociedade em uma pessoa cujo passaporte é um
belo sorriso. O diagnóstico e o planejamento correto do tratamento
ortodôntico atual, harmonizando a função e a estética nos permitem
definir nossa especialidade: é ciência e arte.”
OKUYAMA; MARTINS (1997) pesquisaram a preferência da estética
facial de ortodontistas, leigos e artistas plásticos, mediante a classificação de
bom, regular ou deficiente. Descreveram que a beleza pode ser definida como
um estado de harmonia e equilíbrio das proporções faciais, estabelecidas pelas
estruturas esqueléticas, pelos dentes e tecidos moles e que o conceito de
beleza e harmonia faciais têm-se modificado no decorrer dos séculos, de
acordo com a cultura de cada povo. Avaliaram 180 fotografias e reproduziram
fielmente o contorno do perfil facial. Confeccionaram um álbum com as
fotocópias dos desenhos destes perfis para cada grupo étnico, separando-os
por gênero. Foram selecionados 27 avaliadores, divididos em três categorias:
leigos, artistas plásticos e ortodontistas, cada grupo com três componentes de
cada etnia, totalizando nove avaliadores por grupo. O tempo disponível para
cada avaliador foi irrestrito. Nos álbuns confeccionados existiam as alternativas
de bom, regular, ou deficiente. Os três grupos de avaliadores optaram por 21
perfis, dos 180 avaliados. Os artistas plásticos foram os únicos que
selecionaram um representante de cada gênero para cada etnia avaliada, com
exceção da leucoderma do gênero feminino, em que foram eleitos dois perfis.
Ortodontistas foram os únicos que elegeram unanimemente, sete dos 10 perfis
preferidos. Os leigos denotaram ser formados pelos avaliadores mais
discordantes. Os autores afirmaram que não houve concordância significante,
entre os avaliadores quanto ao perfil facial tegumentar dos leucodermas,
melanodermas e xantodermas, demonstrando que os critérios estéticos são
subjetivos, os 21 perfis preferidos apresentaram as seguintes características:
Melanodermas maior convexidade facial, proeminência do mento e maior
convexidade labial, leucodermas uma menor convexidade facial e os
xantodermas uma convexidade intermediária entre as duas etnias;
BERTHOLD; COSTA; ECHEVESTE (1998) procuraram averiguar se
as medidas padrão cefalométricas, usadas na avaliação do perfil mole facial
são compatíveis com os de uma amostra de perfis faciais considerados
agradáveis. A amostra constou de 42 estudantes (21 do sexo masculino e 21
do feminino) brasileiros, leucodermas, na faixa etária de 18 a 26 anos de idade
com perfis faciais agradáveis. Foram avaliados a convexidade facial, lábio,
nariz e pogônio, além da observação das medidas verticais, concluíram que 11
medidas apresentaram diferenças estatísticas significativas e entre elas estão:
ângulo de convexidade facial, sulco mento labial, altura nasal; comprimento
nasal, ângulo Ba-N’ N’-Pg’, pagônio vertical SN, sio-subnasal e subnasal-
mentoniano.
ENLOW; HANS (1998) relataram que se a forma e o padrão da face
de uma criança são equilibrados e o crescimento também, pode-se continuar
tendo uma face equilibrada na fase adulta, no entanto se ocorrer um
desequilíbrio no desenvolvimento, haverá um desequilíbrio no padrão facial.
Um indivíduo observa milhares de faces e cada uma delas é reconhecida
diferentemente, não existem segundo estes autores duas faces iguais, nem
mesmo as de gêmeos idênticos, a face de cada pessoa é única, isto acontece
porque o indivíduo tem a capacidade de perceber diferenças extremamente
sutís na forma e nas proporções dos tecidos moles e duros, e ainda observar
características particulares de indivíduo para indivíduo, como o brilho pessoal
dos olhos e o tônus muscular das expressões faciais. Apresentaram fotografias
da mesma pessoa, antes e depois da realização de rinoplastia, os quais
parecem dois indivíduos diferentes. Descrevem duas formas da cabeça, a
comprida e estreita denominada de dolicocéfala e a larga e globular como
braquicefala, e ainda citaram as diferenças faciais entre homens e mulheres e
que a principal diferença do dimorfismo sexual é o tamanho e a configuração
do nariz. O nariz masculino é maior que o feminino, a fronte do homem tende a
ser mais inclinada em contraste com a da mulher, ou seja, a face feminina é
mais achatada e mais delicada no geral, já a face masculina parece mais
profunda, mais irregular e protuberante com uma aparência mais grosseira.
BERTHOLD; MAAHS (1999) afirmaram que, os objetivos do
tratamento ortodôntico deveriam atingir um total equilíbrio facial, transformando
uma má oclusão numa oclusão funcional com um perfil facial harmonioso.
Entretanto, consideraram ser muito difícil chegar a um consenso a respeito de
beleza facial ideal, pois além das diferenças entre as populações, existem
opiniões pessoais diferentes de cada ortodontista sobre o assunto. Para que se
possa ter uma compreensão a respeito da estética facial, é preciso que se faça
uma avaliação do tecido mole da face para entender melhor as características
estéticas do indivíduo, e que se tenha a certeza de não estar comprometendo
um tecido mole a favor de uma boa oclusão e vice-versa. O perfil facial
tegumentar passou a receber alguma atenção, por parte dos ortodontistas, a
partir da década de 50 e o importante é que durante a análise cefalométrica do
perfil mole não se ignorem fatores como idade, gênero e etnia.
RAKOSI; JONAS; GRABER (1999) relataram que o perfil é
influenciado pelo formato da testa e do nariz e estes podem interferir no
prognóstico estético do caso ortodôntico, para que exista uma morfologia fácil
harmoniosa, a altura da testa deve ser um terço de toda a altura da face e no
que diz respeito ao nariz os autores enfatizaram que, o contorno da ponta do
nariz, o tamanho, formato e a largura do nariz devem ser avaliados.
OKAZAKI (1999) relatou que os objetivos a serem alcançados em
um tratamento estão baseados em procurar uma ótima harmonia facial, ótima
harmonia dentária, oclusão funcional, saúde das estruturas bucofaciais e
estabilidade s-tratamento. Quando o tratamento ortodôntico compensatório
comprometer um posterior tratamento combinado entre ortodontia e cirurgia
este deve ser evitado. O ortodontista, ao optar por um tratamento
compensatório deverá avaliar antes se o indivíduo tem como prioridade a
melhora da estética facial, procurando não ceder as imposições dos indivíduos
optando por compensações sem oferecer o que de melhor se pode alcançar,
aliando formação científica a experiências.
BOLEY et al. (1999) propuseram determinar se alguma diferença
pós-tratamento nas faces de pacientes tratados com e sem extração de pré-
molares em casos diagnosticados e tratados adequadamente. Embora a
estética facial tenha sido amplamente discutida na literatura, pouco tem sido
escrito sobre faces com ou sem extração e se podem ou não ser distinguidas
uma da outra com base apenas na aparência facial pós-tratamento. A amostra
foi composta por 50 indivíduos (25 com extração e 25 sem extração) As
fotografias destes indivíduos foram enviadas para 301 ortodontistas. Foi
solicitado a cada observador para observar as fotos e decidir se o paciente
havia sido tratado com extração de quatro pré-molares ou sem extração de
quatro pré-molares ou de qualquer outro dente. Na segunda parte do estudo,
os perfis iniciais e finais do tecido mole foram avaliados por meio dos traçados
cefalométricos. Concluíram que é impossível fazer uma distinção entre
indivíduos tratados com extrações de quatro pré-molares e os tratados sem a
extração. A maioria dos perfis, com e sem extração, apresentaram-se mais
verticalizados durante o tratamento. A avaliação média do perfil finalizado para
os indivíduos com e sem extração caiu dentro da variação normal aceitável,
quando medido pela “linha H” de HOLDAWAY. O tratamento proporcionou uma
face mais agradável e oitenta por cento dos perfis finais ficaram dentro da
variação normal desejada. O “empobrecimento” da face ou mesmo o efeito
deletério significante sobre ele é uma ocorrência rara em pacientes
diagnosticados e tratados adequadamente e a extração dos pré-molares ainda
é uma alternativa valiosa para o tratamento de certos problemas ortodônticos.
ALMEIDA; ALMEIDA (1999) relataram que o exame clínico frontal de
face é apenas um dos elementos no planejamento ortodôntico, através do qual
podemos fazer as primeiras observações do indivíduo, ainda que subjetivas,
dos problemas de más oclusões, que este possa apresentar. Descreveram que
o exame clínico deve ser realizado de maneira objetiva, documentando as
características gerais e odontológicas do indivíduo, avaliar suas estruturas
faciais, oclusais e funcionais e determinar quais exames auxiliares serão
necessários para o diagnóstico final. Dividiram-no em duas fases: extrabucal,
(exame frontal da face, exame lateral da face, exame da respiração, exame dos
lábios e exame de deglutição); e intrabucal, onde examinamos aspectos
clínicos da cavidade bucal do indivíduo (higienização; dentes restaurados;
índice cariogênico; estruturas periodontais, mucosas, amídalas e língua; e as
características ortodônticas). No exame frontal da face, pode-se observar a
presença de alguma assimetria, existência de má oclusão ou distúrbio no
desenvolvimento normal da face. Os autores descreveram que a antimetria é a
construção do corpo humano e compõem-se pela justaposição de duas
metades, ou antímeros, separados pelo plano sagital mediano. Os órgãos
pares são simétricos, porém, os vertebrados não apresentam uma construção
antimérica, ou simetria perfeita, existe, na construção do corpo humano, uma
assimetria normal, de grau mais acentuado que nos animais inferiores na
escala zoológica, como exemplos citaram as comissuras labiais que não são
paralelas, mas sim suavemente oblíquas; linha mediana da face que não é
retilínea, mas ligeiramente convexa para a direita e coincide com um eixo
ocular oblíquo para cima e para a direita, e com um eixo bucal, oblíquo para
baixo e também para a direita; e pavilhão da orelha direita que é geralmente
maior e mais alto que a esquerda. Os autores concluíram que a partir dos
conhecimentos sobre simetria anatômica do corpo humano, a face, em
condições normais de desenvolvimento, é assimétrica e “apesar desta
assimetria, a face humana é harmônica, porque é uma assimetria normal”.
Destacaram dois métodos para averiguar as proporções faciais uma no sentido
vertical e outra no sentido horizontal. No sentido vertical, utilizaram os quintos
faciais e para as observações no sentido horizontal dividiram a face em terços
de modo que, o terço superior fica compreendido entre a raiz do cabelo e a
linha das sobrancelhas, o terço médio é limitado pela linha das sobrancelhas e
a linha subnasal, enquanto que o terço inferior da face localiza-se entre a linha
subnasal e o mento e estes devem ser semelhantes entre si.
BERGMAN (1999) apresentou uma análise da face para
correlacioná-la a uma publicação que abordou 18 traços faciais sem depender
de pontos no esqueleto. Relatou que os traços faciais devem ser identificados
antes do tratamento e quatro perguntas precisam ser realizadas. (1) Qual a
qualidade e quantidade dos traços faciais? (2) Quanto o crescimento afeta um
traço? (3) Como a movimentação afeta um traço pré-existente? (4) Como a
movimentação óssea cirúrgica corrige a oclusão? O autor apresentou 3 casos,
o primeiro caso era de um jovem de 15 anos e 8 meses, que na radiografia
cefalométrica inicial apresentou 10 características faciais dentro do padrão,
com o tratamento cirúrgico ortognático, 13 características faciais estavam
dentro dos padrões, então o tratamento otimizou traços do individuo,
contribuindo para a harmonia facial. No segundo caso, um adulto de 38 anos,
com tratamento proposto de extração de quatro pré-molares e cirurgia
ortognática, o tratamento otimizou a harmonia facial, pois antes do tratamento
havia 9 características faciais e depois passaram a existir 12. No terceiro caso,
um jovem de 9 anos e 11 meses, com plano de tratamento de extração dos
dentes 55, 12 e 28, apresentou otimização da harmonia facial, no início havia 6
características faciais e no final 13 características dentro do limite de normal.
Concluiu-se então que a análise do tecido mole deve preocupar-se em manter
ou melhorar o perfil do indivíduo, não deixando de analisar também a parte
esquelética.
RODRIGUES; VILELLA; MUCHA (1999) verificaram o
comportamento do perfil mole como resposta ao tratamento ortodôntico em
grupos com e sem extração dentária. A amostra foi composta por 65
indivíduos, 25 do gênero masculino e 40 femininos, 30 tratados sem exodontias
e 35 tratados com exodontias. O método utilizado foi o da comparação das
médias cefalométricas, obtidas dos cefalogramas iniciais com as obtidas dos
cefalogramas finais. Concluíram que os grupos com exodontias apresentaram
uma tendência maior de redução das medidas do perfil facial. Quando
comparadas com a movimentação do incisivo superior e lábio superior e
incisivo inferior e lábio inferior, o grupo sem exodontia apresentou uma
proporção de 1: 0,78 entre a movimentação do incisivo e lábio superior e de 1:
0,42 entre a movimentação do incisivo e lábio inferior no grupo com
exodontia houve uma proporção de 1: 0,81 entre a movimentação do incisivo e
lábio superior e de 1: 0,66 entre incisivo e lábio inferior.
CARVALHO et al. (2000) avaliaram, cefalometricamente, a influência
do padrão de crescimento facial na correção da má oclusão de Classe II
divisão 1, realizada com aparelho fixo na técnica do Arco de Canto
Simplificada, ancoragem extrabucal cervical e extração de quatro primeiros pré-
molares. Esta oclusão pode encontrar-se presente nos mais diversos tipos
de arranjos, entre as estruturas esqueléticas e o sucesso da maioria dos
tratamentos ortodônticos, tanto do ponto de vista estético como do funcional
esta relacionado com os componentes verticais e horizontais, observados na
face do indivíduo, durante o exame clínico inicial. A amostra foi composta de
120 telerradiografias em norma lateral, tomadas de 60 jovens brasileiros de
ambos os sexos, todos apresentavam má oclusão de Classe II, divisão 1 de
ANGLE, ausência de qualquer anomalia de número, cor e forma dos dentes
permanentes superiores e inferiores e submeteram-se a tratamento ortodôntico
com aparelho extra bucal com tração cervical, tipo Kloehn, ancorado nos
primeiros molares superiores; aparelho fixo nos dois arcos dentários e extração
dos quatro primeiros pré-molares. O grupo 1 foi composto por 60
telerradiografias de 30 jovens com padrão de crescimento facial favorável,
predominando o vetor horizontal ou equilibrado, sendo 18 do gênero feminino e
12 do masculino, apresentando idade dia inicial de 12 e final de 15 anos,
enquanto o grupo 2 apresentava 60 telerradiografias de 30 jovens com padrão
de crescimento facial desfavorável, com predomínio do vetor vertical, sendo 17
do gênero feminino e 13 do masculino, cuja idade média inicial era de 13 e final
de 15 anos. Concluíram que não houve influência da tipologia da face sobre as
alterações no padrão de crescimento facial durante o tratamento ortodôntico
realizado. Os aumentos das dimensões verticais da face ocorreram de modo
semelhante entre os dois grupos e a comparação da maioria das grandezas
cefalométricas não alcançou significância estatística, atestando que as
alterações médias dos grupos não evidenciaram uma maior distinção.
SHELLY et al. (2000) investigaram o impacto da cirurgia de avanço
mandibular no perfil facial e procuram definir diretrizes que poderiam auxiliar o
clínico quanto a mudanças do perfil facial. A amostra foi constituída por 34
indivíduos tratados por ortodontia e cirurgia ortognática. Todos apresentavam
classe II divisão 1, e terminaram o tratamento com Classe I canino e com
sobremordida e sobressaliência normais. As radiografias iniciais e finais foram
avaliadas e concluíram que indivíduos com ANB inicial maior que 6º tiveram um
resultado melhor após avanço e que em indivíduos com ANB menores que a
mudança do perfil facial foi variável. Ressaltaram a importância de usar o
ângulo ANB para avaliar o esqueleto ao decidir sobre cirurgia de avanço
mandibular, e que um ângulo de ANB inicial de pelo menos 6º deva ser
utilizado como orientação de avanço cirúrgico mandibular.
URSI et al. (2000) realizaram um estudo cefalométrico, em
telerradiografias em norma lateral, com o objetivo de determinar quais os
efeitos no perfil tegumentar de indivíduos tratados com aparelho extrabucal
cervical, Frankel e Herbst apresentando más oclusões de Classe II. A amostra
foi composta por 30 indivíduos, tratados com aparelho extrabucal, 35 com
Frankel e 29 com Hebst, com idade de 9 a 12 anos e um grupo controle com 29
jovens com oclusão de Classe II, não submetido a tratamento ortodôntico.
O grau de homogeneidade nos quatro grupos avaliados foi considerado
satisfatório pelos autores. Concluíram que os efeitos isolados de cada aparelho
sobre o perfil facial não caracterizam um aparelho como sendo melhor que o
outro, o importante são as características faciais prévias do indivíduo.
SAADIA; AHLIN (2000) relataram que os indivíduos que procuram
por tratamento ortodôntico, em geral, estão preocupados com a correção dos
dentes “tortos” e não sabem que existem três objetivos importantes em um
plano de tratamento ortodôntico: “1) articulação temporomandibular em
funcionamento perfeito; 2) estética facial otimizada; 3) Dentes saudáveis e
alinhados”. Quando o profissional de ortodontia esquece destes objetivos, a
estética facial pode ter um resultado final indesejável no tratamento.
Descreveram que a boa aparência facial tem uma profunda influência na vida
de qualquer indivíduo e que as características de indivíduo introvertido, tímido
ilustram uma oclusão de Classe II e as más oclusões de Classe III retratam
raiva, sordidez e outros comportamentos socialmente inaceitáveis (figuras 16 e
17).
Figura: 16 – Ilustração da má oclusão de
Classe II retratando um indivíduo “introvertido”
Fonte: Saadia; Ahlin (2000)
Figura 17 – Ilustração da má oclusão de
Classe III retratando um indivíduo “malvado”
Fonte: Saadia; Ahlin (2000)
ALCALDE et al. (2000) avaliaram os padrões cefalométricos do perfil
mole de adultos japoneses considerados normais através das análises
cefalométricas de RICKETTES, EPKER, HOLDAWAY E LEGAN. A amostra foi
composta por 211 japoneses (92 homens e 119 mulheres), com relação molar
de Classe I e com simetria facial clínica e radiográfica. As radiografias
cefalométricas foram comparadas com uma amostra de adultos brancos.
Concluíram que existem diferenças significativas entre a amostra de japoneses
comparada com as normas para os brancos.
DAINESI et al. (2000) objetivaram determinar as alterações do perfil
facial tegumentar de acordo com o crescimento horizontal da face. A amostra
foi composta por 38 telerradiografias em norma lateral, tomadas de 19 jovens
brasileiros leucodermas com padrão de crescimento facial horizontal com
oclusão satisfatória. Os jovens foram radiografados aos 6 e 18 anos e, nas
telerradiografias, foram demarcados 13 pontos no perfil facial tegumentar e 12
pontos nas estruturas dento esqueléticas da face. Concluíram que houve
maiores aumentos em espessura nas regiões nasal, subnasal e mentoniana e
o terço médio da face mostrou ser o responsável pelo crescimento vertical em
jovens braquifaciais.
SILVA (2001) apresentou um estudo sobre o perfil facial do indivíduo
ortodôntico dentro da população portuguesa, identificando a tendência de
crescimento facial, além de verificar o comportamento da convexidade do perfil
e altura do terço inferior da face. A amostra foi recolhida ao longo de 7 anos
(1991/98), perfazendo um total de 1.319 indivíduos. Realizou-se a análise
cefalométrica lateral de RICKETTS, computadorizada pelo programa Appoline
e como indicador do crescimento da face foi utilizado o Eixo Facial de
RICKETTS. Os resultados obtidos revelaram uma predominância na procura de
tratamento, superior em cerca de 20% por parte dos indivíduos do gênero
feminino comparados com o gênero masculino, o que reflete provavelmente
juízos de valores estéticos enraizados na sociedade, no que diz respeito aos
dois gêneros. As discordâncias obtidas na amostra entre a altura facial inferior
e eixo facial, permitiu o autor concluir que, a altura facial inferior é um fator
mais relevante para a classificação do biotipo facial e o eixo facial parece ser
um melhor indicador do posicionamento sagital da mandíbula.
SUGA et al. (2001) descreveram que o exame facial nas crianças
deve ser realizado por meio de análise clínica, fotografia e telerradiografia,
verificando as proporções harmônicas da face e tônus da musculatura facial.
Para a análise facial são indicados, segundo estes autores, fotografias da face
em norma frontal e lateral, que devem ser realizadas com a criança de em
posição relaxada, a cabeça posicionada de forma que o plano de Frankfurt
fique paralelo ao solo e lábios em repouso. Deve ser observado que as
proporções faciais alteram-se do nascimento até a idade adulta, devido à
participação das regiões de crescimento no desenvolvimento vertical e sagital
da face. Descreveram as características que podem ser encontradas de acordo
com cada biotipo facial e este pode ser avaliado com o índice cefálico, que foi
definido como a largura e comprimento máximo da cabeça, classificando o
biótipo facial em dolicacefálico, mesocefálico e braquicefálico, mas
demonstraram que estes biotipos apresentam características específicas do
tecido mole. Dolicofacial: a face é longa e estreita, com desenvolvimento
vertical e freqüentemente associado a oclusão, de Classe II divisão 1:
Braquifacial face curta e longa, com mandíbula forte e quadrada, padrão
característico de oclusão Classe II divisão 2: Mesofacial a face apresenta
proporção entre a largura e o comprimento, a oclusão é a de Classe I com
relação maxilo mandibular normal. Dividiram o estudo da face em frontal e
lateral, as características observadas no estudo frontal foram, assimetria
mandibular funcional ou assimetria mandibular esquelética. No estudo lateral
ou de perfil da criança, quanto mais severo for o problema apresentado, ou
seja, perfil muito convexo após 3 anos de idade pode ser conseqüente de uma
oclusão em degrau distal, relação canino em Classe II, sobressaliência
acentuada e tendência a má oclusão de Classe II, e o tratamento deve ser mais
complexo do que em casos onde a criança apresenta um perfil reto.
COZZANI (2001) relatou que uma face bem proporcionada confere
uma sensação de sucesso ao indivíduo e a ortodontia tem um papel importante
neste contexto, pois é “a ciência que ajuda a modelar a estética facial”.
Descreveu ainda que as características da face o percebidas como
expressões de mensagem de diferentes formas, como por exemplo: “olhos
(expressão radiante) bem estar físico; lábio superior cheio sensualidade;
dentes perfeitos – saúde excelente; mento proeminente – vigor e caráter”.
Segundo este autor, é responsabilidade do ortodontista avaliar os aspectos
múltiplos que formam cada face, buscando enfatizar as melhores
características e evitar os resultados que prejudiquem a aparência como um
todo. Ao descrever a estética facial salientou que os indivíduos que procuram
tratamento ortodôntico visam primeiramente à melhoria da aparência facial.
Descreveu alguns aspectos que devem estar presentes no planejamento
ortodôntico. Figuras 18, 19, 20 e 21.
“Altura facial (resumidamente classifica como normo, hipo ou
hiperdigergente); Perfil (três definições clássicas: normal, côncavo,
convexo); Competência do lábio, incluindo relações adequadas com os
dentes anteriores inferiores e superiores; Ângulo nasolabial em geral
ignorado, mas não menos importante; Simetria facial avaliada em cada
um dos terços faciais.”
Figura 18 – Perfil Facial
Fonte: COZZANI (2001)
Figura 19 – Linha Estética
Fonte: COZZANI (2001)
Figura 20 - Relação lábio/ dente (visão frontal)
Fonte: COZZANI (2001)
Figura 21 – Relação lábio/ dente (visão lateral)
Fonte: COZZANI (2001)
MONTEIRO; MENDES (2001) avaliaram a presença de assimetria
entre os lados direito e esquerdo da face, em relação ao gênero masculino e
feminino, procurando estabelecer valores médios de referência e seus desvios.
O estudo avaliou 30 fotografias frontais, obtidas de indivíduos brasileiros,
adultos jovens, leucodermas, portadores de oclusão excelente e que
apresentavam bom equilíbrio e harmonia das linhas faciais. Foram formados
dois grupos de indivíduos, sendo 15 do gênero masculino e 15 do gênero
feminino, com média de idade de 21 anos e 5 meses. Sobre as fotografias
foram demarcados 8 pontos anatômicos: Pd (pupila direita) e Pe (Pupila
esquerda), CEd (Canto externo do olho direito), CEe (Canto externo do olho
esquerdo), CId (Canto interno do olho direito), CIe (Canto interno do olho
esquerdo), ALd (Alar direito) ALe (Alar esquerdo), Cd (Comissura labial
direita), Ce (Comissura labial esquerda) Zyd (Zigomático direito), Zye
(Zigomático esquerdo), God (Gônio direito) e Goe (Gônio esquerdo) e Me
(mento). Após a demarcação destes pontos foram obtidas medidas lineares
dos lados direito e esquerdo da face de cada indivíduo. Concluíram que todos
os indivíduos não apresentaram diferenças significativas entre as medidas do
lado direito e esquerdo da face e a criação de novas imagens unindo lado
direito com o direito de cada indivíduo e o lado esquerdo com esquerdo
revelaram imagens com características bastantes distintas da imagem original.
BRANDÃO; VIGORITO; CAPELOZZA FILHO (2001) avaliaram as
características cefalométricas do complexo crânio facial de indivíduos Classe II,
divisão 1, obtidas pelas análises de MCNAMARA JR. e Padrão USP,
comparando-as com as características morfológicas da face, obtidas por meio
da Análise Facial Subjetiva. Os indivíduos, em suas várias más oclusões,
apresentam geometrias faciais próprias e arcabouço esquelético específico,
portanto características tegumentares são capazes de definir, na maioria das
vezes, o componente patológico envolvido. Para este estudo foram
selecionados os primeiros 30 indivíduos Classe II, divisão 1, voluntários,
femininos e/ou masculinos, leucodermas, com idades entre 12 e 16 anos, os
quais foram devidamente fotografados e radiografados em norma lateral. Os
indivíduos a serem fotografados foram instruídos a sentarem-se
confortavelmente em uma cadeira giratória com regulagem de altura, deixando
os ombros relaxados, braços esticados e olhando para frente. A avaliação foi
denominada tegumentar subjetiva, para a qual estabeleceram algumas
variáveis: posição sagital da maxila (mesiognática, prognática ou retrognática),
e posição sagital da mandíbula (mesiognática, prognática ou retrognática). As
características tegumentares dos perfis faciais estudadas demonstraram
grandes discrepâncias entre maxila e mandíbula; alto grau de convexidade
facial; acentuado ângulo do terço inferior da face e ângulos nasolabial e
labiomental diminuídos. A posição sagital da maxila foi avaliada com maior
dificuldade ou menor precisão devido à influência dentária sobre o ângulo
nasolabial. Na mandíbula, o ponto forte da avaliação foi a linha e o ângulo
queixo-pescoço, que não sofrem influência dentária, o que torna sua avaliação
mais fácil e precisa. Observaram que razoável coerência entre os exames e
que o melhor exame para diagnóstico em ortodontia é a análise facial subjetiva.
Para isto, necessita-se de prática com análises cefalométricas e faciais
usando-as em conjunto e com conhecimentos de suas correlações em cada
tipo de má oclusão em que são aplicadas.
VEDOVELLO et al. (2001) avaliaram as proporções faciais em
norma lateral, destacando que a estética proporcionada ao indivíduo não se
resume a um correto alinhamento dentário, mas também a uma harmonia
entre as linhas faciais. Considerando o padrão de beleza que varia com a
cultura e a etnia de uma população, citaram que os artistas egípcios utilizaram
um sistema quadriculado simplificado, composto por linhas verticais e
horizontais, em espaços regulares para desenhar figuras em proporções ideais.
E, ainda que na Grécia, foram desenvolvidas fórmulas para as representações
humanas e divinas. Concluíram que a formação da face humana depende de
fatores genéticos e ambientais, e as características hereditárias, baseadas na
filogenia e na ontogenia, conferem à face sua conformação final. A dimensão e
a proporção do nariz e o desenvolvimento da parte inferior da face determinam
as características do perfil e as preferências faciais individuais, são
influenciadas pela cultura e por diferenças étnicas. Os tecidos tegumentares,
então, influenciam a terapêutica ortodôntica, apesar das discrepâncias
estruturais serem a maior limitação no tratamento ortodôntico. Relataram que o
exame clínico facial deve ser realizado com o indivíduo com a posição natural
da cabeça, relação de máxima intercuspidação e postura labial relaxada e que
os modelos, a análise cefalométrica e a análise da face devem fornecer
conjuntamente os fundamentos de um diagnóstico bem sucedido.
REIS (2001) relatou que um bom tratamento é aquele que agrega
adequada estética, função e estabilidade ao seu rmino, satisfazendo,
principalmente aos anseios do indivíduo, e para isto deve-se considerar a
harmonia da face e do sorriso como o principal objetivo do tratamento
ortodôntico. Destacou a evolução dos recursos terapêuticos que permitem
identificar na face e no sorriso do paciente as desarmonias que devam ser
corrigidas, sendo que os recursos diagnósticos mais adequados para a análise
do perfil facial são as observações diretas do paciente e as fotografias do perfil.
Com o objetivo de estudar o padrão de normalidade das medidas do perfil
facial dos brasileiros adultos, e propor um conjunto de medidas e valores
padrões para a avaliação do perfil facial, selecionou uma amostra de brasileiros
adultos, leucodermas, sem nenhum tipo de padronização da relação oclusal,
padrão facial esquelético ou de beleza. Os requisitos utilizados foram não
terem sidos submetidos a tratamento ortodôntico ou a cirurgias plásticas na
face. Todos os selecionados deveriam apresentar equilíbrio muscular facial,
avaliado pelo selamento labial passivo. Fizeram parte da amostra 50 homens e
50 mulheres com idade média de 23 anos e 7 meses. Na análise facial
numérica do perfil, foram selecionadas apenas medidas angulares e duas
proporções: Ângulo Nasolabial; Ângulo do Sulco Mentolabial; Ângulo Interlabial;
Ângulo de Convexidade Facial Total; Ângulo do Terço Inferior da Face;
Proporção entre a Altura Facial Anterior Média e a Altura Facial Anterior
Inferior; Proporção do Terço Inferior da Face. Concluiu que houve dimorfismo
sexual para os ângulos nasolabial e do terço inferior da face, todas as outras
medidas obtidas foram significativamente diferente das médias utilizadas como
referência pela literatura mundial. Portanto, a análise facial deve ser
individualizada para cada indivíduo, objetivando o melhor perfil que o mesmo
possa ter, respeitando as características do indivíduo e da população à qual
pertence.
BOWMAN (2001) objetivou reunir os resultados de investigações
que descrevam o impacto estético do tratamento ortodôntico com ou sem
extração, e lançou os seguintes questionamentos: “considerando o atual estado
da arte neste novo milênio, quem deveria atuar como ‘policial da moda’ para a
estética facial? Os ortodontistas, os cirurgiões-dentistas ou os próprios
pacientes?” Concluiu que pouca sustentação para o ponto de vista de que a
extração de pré-molar exerce um impacto rotineiramente negativo sobre a
estética facial e a saúde funcional dos músculos e articulações. As extrações
não devem ter caráter político, mas serem orientadas para fornecer os
benefícios estéticos, de função e estabilidade, de maneira tão moderada e
oportuna quanto possível. Segundo o autor, não é que o tratamento sem
extrações seja ruim ou que as extrações sejam universalmente ideais, mas
que as extrações sejam realmente um bom tratamento naqueles tipos de face
que necessitam de extrações.
MOREIRA et al. (2002) objetivaram comparar a análise facial de
mulheres leucodermas, modelos com a análise facial descrita por STELLA
(1996) e PASSERI (1999). Foram avaliadas 20 mulheres com idade variando
entre 14 e 25 anos, modelos fotográficos. Para análise facial, conforme descrita
por STELLA (1996) e PASSERI (1999), foi utilizado um paquímetro digital,
mensurando as seguintes distâncias: terço superior, terço médio, comprimento
da face, distância bitemporal, distância bizigomática, distância intercantal,
distância interpupilar, distância entre as bases alares, bigonial, vermelhão do
lábio superior, distância interlabial, distância intercomissuras, exposição do
incisivo central superior em sorriso, exposição do incisivo central inferior em
repouso, comprimento do lábio superior e distância neutrocervical. Concluíram
que as modelos apresentaram proporções verticais da face e demonstraram
relação entre os terços faciais.
HERDY et al. (2002) investigaram as alterações no perfil facial
decorrentes do crescimento. Relataram a importância do equilíbrio entre tecido
dentário e esquelético com o tecido mole, destacando a importância deste
último para o tratamento ortodôntico. Concluíram que a região do terço superior
é freqüentemente ignorada nos estudos de perfis e na região do terço médio
predomina o nariz, que tem aumento contínuo da infância a adolescência e na
fase adulta tem menor intensidade, o terço inferior sofre as maiores
alterações no perfil facial. Relataram ainda que apesar da variabilidade do
tecido mole, se pode encontrar um padrão morfológico e funcional nas s
oclusões e que com o emprego de novos equipamentos imogeológicos, como o
ultra-som e a tomografia computadorizada, o estudo do tecido mole ganha
impulso e maiores esclarecimentos.
RECHE et al. (2002) apresentaram uma análise do perfil facial em
fotografias padronizadas, que possam ser realizadas como rotina no
diagnóstico e planejamento ortodôntico de modo simples e prático.
Compuseram a amostra 40 indivíduos do gênero feminino, leucodermas, que
não tinham recebido tratamento ortodôntico e possuíam uma oclusão com
relação molar Classe I, foram obtidas duas fotografias de perfil de cada
indivíduo, uma em repouso e outra em máxima intercuspidação habitual. Uma
banca composta por professores e alunos de ortodontia selecionaram 40 perfis,
estes receberam um traçado fotográfico e foram avaliados o comprimento
mandibular, ângulo nasolabial, ângulo da convexidade facial, proporção facial,
inclinação do plano de Frankfurt e cone facial. Concluíram que a análise do
perfil facial em fotografias padronizadas é valida em uma documentação
ortodôntica.
ZANE; TAVANO; PERES (2002) objetivaram levantar e discutir os
aspectos psicológicos dos indivíduos, submetidos à cirurgia ortognática,
averiguando se realmente há uma relação entre o estado emocional do
paciente no pré-operatório com suas respostas orgânicas, fisiológicas e
emocionais no s-operatório. Procuraram observar, ainda, se as expectativas
do indivíduo em relação à cirurgia ortognática influenciam diretamente no
processo de recuperação pós-cirúrgico, além de oferecer apoio para que o
indivíduo possa defrontar-se com as alterações estéticas e funcionais
ocorridas. Os indivíduos selecionados deveriam além da rotina de internação,
ser submetidos à avaliação psicológica. A avaliação psicológica foi realizada
em 3 momentos diferentes: o momento deu-se no pré-operatório, logo após
o paciente ter recebido todas as orientações sobre os procedimentos adotados
na rotina de internação, pela equipe interdisciplinar. O momento foi realizado
no dia da alta hospitalar do indivíduo. O momento foi realizado no pós-
operatório tardio, ou seja, de 30 a 40 dias após a alta hospitalar. A entrevista
baseou-se em verificar o nível de informação do indivíduo para a cirurgia, o
nível de motivação e preparo pré e pós-cirúrgicos, além de observar quais os
principais sintomas pós-operatórios e distúrbios psico-orgânicos surgidos no
indivíduo e qual o nível de satisfação com o resultado da cirurgia. As alterações
alcançadas em termos estéticos e funcionais proporcionaram aos indivíduos
satisfação em relação aos resultados da cirurgia ortognática e os sintomas pós-
operatórios estão mais relacionados à dificuldade em ingestão de alimentos.
CARDOSO et al. (2002) avaliaram as relações oclusais em
indivíduos portadores de padrão face longa cirúrgico, analisando, além da
relação sagital dos modelos, os trespasses horizontal e vertical, e a prevalência
de mordidas cruzadas. A amostra foi constituída de modelos ortodônticos de 38
indivíduos de ambos os gêneros, brasileiros, leucodermas, portadores de
padrão face longa, ao qual uma intervenção ortodôntico-cirúrgica estava
indicada. Os autores observaram que os indivíduos apresentaram um terço
inferior da face aumentado em relação ao terço médio; linha queixo-pescoço
reduzida e ângulo queixo-pescoço fechados; ausência de selamento labial
passivo; e exposição dos incisivos superiores com os lábios em repouso. As
características radiográficas encontradas foram: o padrão de crescimento
horizontal do côndilo, aumento do ângulo goníaco e excesso vertical, localizado
nas regiões posterior e/ou anterior da maxila e anterior da mandíbula. Após a
avaliação, a amostra foi separada em grupos de oclusão Classe I, Classe II
e Classe III. O padrão face longa foi caracterizado por um excesso de
crescimento vertical da face que exigiria cirurgia ortognática para reposição
superior maxilar, avanço mandibular e, na maioria dos casos, mentoplastia.
Encontraram que de acordo com a classificação proposta por ANDREWS
(1970) a Classe I foi 13,2%, Classe II divisão 1 em 71% e a Classe III 15,8%.
Concluíram que a Classe I não esteve presente no gênero feminino, mas em
33,3% da amostra masculina. A maioria da amostra feminina (87%) apresentou
oclusão Classe II divisão 1, que esteve presente em menos da metade da
amostra masculina (46,7%). A oclusão Classe III, geralmente presente em
aproximadamente 3% da população de adultos, brasileiros, portadores de
selamento labial passivo, foi observada em 20% da amostra masculina e 13%
da amostra feminina e nenhum dos indivíduos apresentaram oclusão normal.
No gênero masculino, observou-se a seguinte distribuição: Classe I 33,3%,
Classe II, divisão 1, 46,7% e Classe III 20%. Relataram que a variabilidade é a
regra nas relações dentárias examinadas, isto poderia ser resultado de
compensações dento alveolares naturais, frente a diferentes graus de
magnitude no erro das relações maxilo-mandibulares, presentes nos indivíduos
portadores de padrão face longa cirúrgico.
VANZIN et al. (2002) abordaram o conceito de etiologia,
classificação e meios de diagnóstico das assimetrias faciais. Observaram que
apesar do ser humano apresentar estrutura bilateral, a ausência de simetria
entre as duas partes é um fato comum, e quando este desvio atinge as
estruturas da face e dentárias, denomina-se assimetria dento-facial.
Descreveram que a etiologia da assimetria facial tem origem em diversos
fatores, entre eles os, genéticos, congênitos e ambientais. Ao classificarem a
assimetria facial distribuíram-na em: a) Assimetria esquelética - Assimetria na
maxila ou na mandíbula e também pode afetar outros ossos da face; b)
Assimetria muscular - Função muscular anormal como hipertrofia muscular; c)
Assimetria funcional - Presente quando a mandíbula é desviada no sentido
lateral ou antero-posterior durante a trajetória de fechamento, antes da máxima
intercuspidação; e d) Assimetria dentária - Caracterizada por alterações apenas
em nível dentário. Dentre as principais funções de um correto diagnóstico das
assimetrias dento-faciais, afirmaram que é fundamental descobrir a causa, a
localização e a extensão da assimetria e a forma melhor para elaborar um
plano de tratamento é seguir alguns itens: 1) exame clínico; 2) fotografias
extrabucais e intrabucais; 3) modelos de estudo, proporcionando detalhes que
possam passar despercebidos no exame clínico; 4) exame radiográfico,
póstero-anterior (PA) o mais valioso meio de diagnóstico da simetria óssea e
dentária dos lados direito e esquerdo da face; 5) exames especiais, tomografia
computadorizada e estereolitografias com ou sem implantes, que proporcionam
uma visão tridimensional do crânio. Concluíram que a presença da assimetria
dento-facial é um fato comum e cabe ao profissional diagnosticar sua etiologia,
para que se possa buscar o melhor plano de tratamento para o indivíduo.
Relataram que assimetrias com grau de alterações esqueléticas severas,
devem ser tratadas com ortodontia e cirurgia e as assimetrias com grau de
alterações esqueléticas moderadas ou apenas desvios de origens dentárias,
podem ser tratados exclusivamente com ortodontia.
GUARIZA FILHO; ABRÃO (2002) avaliaram as alterações dos terços
médio e inferior da face e as modificações de tecidos duros e moles, durante o
tratamento ortodôntico, em indivíduos com más oclusões de Classe I e Classe
II divisão 1 com biprotrusão, tratados pela técnica Edgewise, com extrações de
quatro primeiros pré-molares. A amostra foi composta por 48 indivíduos,
leucodermas de ambos os gêneros entre 12 e 17 anos. Concluíram que o perfil
mole esdiretamente relacionado com os ossos alveolares e que os dentes
anteriores sofrem alterações com o tratamento ortodôntico; os lábios superiores
e inferiores aumentam de espessura com o crescimento, o nariz apresentou
crescimento significativo e as medidas dos tecidos moles do perfil facial no
gênero masculino foram maiores que no feminino.
LANDGRAF et al. (2002) propuseram que a análise facial deve ser a
chave do diagnóstico ortodôntico e dissertaram sobre o padrão de equilíbrio
estético facial. Os autores relataram que a percepção da beleza é uma
preferência vinculada à experiência individual dos seres humanos e aspectos
culturais e nem sempre o equilíbrio facial é sinônimo de beleza. De acordo com
os autores, a ortodontia contemporânea admite como chave de diagnóstico a
análise facial, por se tratar de uma análise não estática como as radiografias.
Este exame facial é condizente com as necessidades estéticas pela qual a
imensa maioria dos indivíduos procura tratamento ortodôntico e estudar e
considerar o ponto de vista estético do indivíduo é a chave do sucesso no
resultado ortodôntico, sempre dentro de limites aceitáveis. O padrão facial é
determinado geneticamente, porém os fatores ambientais podem contribuir
para acentuá-lo. Classificar o indivíduo quanto a sua morfologia facial
(braquifacial, dolicofacial e mesofacial), é tão importante quanto classificá-los
em equilibrados ou não. No aspecto frontal, o indivíduo braquifacial caracteriza-
se por ter a largura facial maior que a altura, nos indivíduos dolicofaciais, a
altura facial é predominante sobre a largura facial e nos indivíduos
mesofaciais,encontra-se equivalência entre altura e largura facial. O exame
facial frontal tem por objetivo avaliar a simetria entre os lados direito e
esquerdo da face, e os autores descreveram alguns itens a serem avaliados:
Análise das proporções entre largura e altura facial; Análise das proporções
entre os terços faciais; Análise do sorriso; Análise facial de Perfil; Análise do
posicionamento ântero-posterior da maxila. Análise do posicionamento vertical
da maxila e posicionamento mandibular. A análise da morfologia facial de perfil
leva em consideração a relação entre a altura facial e a profundidade facial. Os
braquifaciais apresentam a predominância da profundidade em relação à altura
facial, enquanto que os portadores de uma morfologia dolicofacial predominam
a altura sobre a profundidade. Os indivíduos mesofaciais, assim como no
exame frontal, apresentam equivalência entre as medidas, altura e
profundidade facial. Concluíram que existe uma busca constante do belo pela
imensa maioria da população, a análise facial no diagnóstico ortodôntico veio
complementar a análise cefalométrica, aproximando o tratamento ortodôntico
aos anseios estéticos do indivíduo. A análise facial pode seguramente ser
utilizada como a chave do diagnóstico na ortodontia, pois une uma avaliação
dos dentes, esqueleto e tecido tegumentar, em uma vista lateral e frontal,
respeitando os compromissos éticos, científicos e étnicos da sociedade
brasileira.
REIS, CAPELOZZA FILHO; MANDETTA (2002) investigaram a
prevalência de oclusão normal e de más oclusões entre os adultos, brasileiros,
leucodermas considerados normais do ponto de vista da análise facial.
Selecionaram 100 indivíduos, 50 de cada gênero não tratados
ortodonticamente, o critério de seleção foi selamento labial passivo
considerado “normal” do ponto de vista da análise facial. As fotografias do perfil
facial foram avaliadas por uma banca composta por 32 indivíduos sendo 14
ortodontistas (7 de cada gênero), 12 leigos (6 de cada gênero) e 6 artistas (1
professora e 5 alunos de arte) e classificaram os perfis em esteticamente
aceitáveis ou esteticamente desagradáveis. Os desagradáveis foram excluídos.
Concluíram que 7,6% apresentavam oclusão normal, 48,91% Classe I, 34,78%
Classe II divisão 1, 5,44% Classe II divisão 2 e 3% Classe III.
FERNÁNDEZ-RIBEIRO et al. (2002) analisaram o tecido mole de
uma população européia de adultos jovens através de medidas lineares em
fotografias realizadas em posições natural da cabeça, com o objetivo de
determinar medidas do perfil mole para a etnia branca. A amostra foi composta
por 212 indivíduos (50 homens e 162 mulheres). Concluíram que o lábio, nariz
e áreas do queixo apresentaram dimorfismo sexual e os homens apresentaram
faces maiores, maior altura facial e proeminência do mento conferindo a eles
uma face com maior profundidade.
VEDOVELLO FILHO et al. (2002) salientaram a importância da
análise facial como um recurso para o diagnóstico ortodôntico. Teceram
considerações sobre a posição em que a cabeça do indivíduo deve estar para
a tomada radiográfica, bem como sobre linhas de referência para a análise
facial, e relataram as diferenças que existem na morfologia facial, de acordo
com a etnia, gênero e idade do indivíduo. A análise do tecido mole facial deve
ser elemento fundamental para o diagnóstico ortodôntico bem sucedido e os
outros exames utilizados no diagnóstico ortodôntico deveriam ser usados como
métodos complementares. O ideal seria adequar uma proposta de exame facial
à cefalometria convencional, o que viria enriquecer a qualidade do diagnóstico
e facilitar o plano de tratamento. Concluíram que é de fundamental importância
a avaliação personalizada de cada indivíduo, levando-se em consideração as
diferenças étnicas existentes, assim como as diferenças relativas ao gênero e
ao grau de maturação que o indivíduo se encontra.
DIOGO; BERNARDES (2003) afirmaram que o conceito moderno de
estética facial aceita o padrão dento-facial mais protruído e mais cheio do que
permitiam os padrões cefalométricos rotineiros. Objetivaram com este estudo
determinar a preferência estética dos ortodontistas e leigos em relação ao perfil
facial de indivíduos que foram submetidos a tratamentos ortodônticos e
comparar essa preferência estética com padrões cefalométricos existentes.
Foram observados 90 indivíduos, tratados através de aparelho ortodôntico fixo
corretivo apresentando função mastigatória, oclusão, fonação, deglutição
respiração e selamento labial normais. Os indivíduos foram avaliados através
de fotografias de perfil e telerradiografias laterais, posicionados com o Plano de
Camper paralelo ao solo. Os perfis faciais foram avaliados por 30
examinadores, sendo 15 especialistas em ortodontia e ortopedia facial ou
alunos da referida especialidade e 15 leigos em ortodontia, classificando os
perfis como ótimo, bom, regular ou ruim. Dos perfis faciais agradáveis foram
elaborados traçados cefalométricos e concluíram que os ortodontistas foram
mais criteriosos e severos na avaliação do perfil facial em relação aos leigos. A
preferência estética foi representada por uma maior convexidade facial, uma
leve protrusão dos lábios, maior inclinação do nariz em relação ao lábio
superior e leve eversão do labial inferior, sendo que os resultados foram
bastante similares com os padrões cefalométricos existentes.
BOEIRA JÚNIOR (2003) avaliou o ângulo HNB em indivíduos
portadores de perfil facial tegumentar agradável. A amostra foi constituída por
42 telerradiografias de perfil (21 do gênero masculino e 21 do gênero feminino),
portadores de perfil facial harmônico e agradável. As telerradiografias de perfil
foram submetidas à análise cefalométrica computadorizada e somente
delineado o perfil facial tegumentar e mensurado o ângulo HNB, que é
constituído a partir de duas linhas, linha H de HOLDAWAY e linha NB. Concluiu
que os indivíduos da amostra apresentaram o perfil facial tegumentar,
tendendo a uma menor convexidade quando comparado com o padrão
preconizado por HOLDAWAY.
LEMES; COELHO (2003) procuraram apresentar os fatores que
devem ser observados em um caso ortodôntico limítrofe, antes de se tomar
qualquer decisão acerca de extração ou não. Concluíram que o sucesso ou
falha do tratamento ortodôntico de um caso limítrofe está relacionado com um
correto diagnóstico e a capacidade do profissional em utilizar de maneira
adequada todos os dados do diagnóstico e escolher a mecânica apropriada
para oferecer o cada indivíduo ótima função e resultados estéticos estáveis a
curto e longo prazo.
BASCIFTCI; UYSAL; BUYUKERKMEN (2003) propuseram comparar
os valores padrão do tecido mole determinado por HOLDAWAY (1957) com os
valores encontrados em adultos turcos. A amostra foi composta por 105
indivíduos (55 homens e 50 mulheres) com relação ântero-posterior normal.
Realizaram telerradiografias em norma lateral e duas medidas angulares foram
analisadas em cada radiografia de acordo com as definições de HOLDAWAY
(1957). Concluíram que os valores encontrados na amostra eram semelhantes
às medidas propostas por HOLDAWAY e os homens turcos apresentaram
narizes relativamente mais proeminentes quando comparado com mulheres
turcas.
SILVA et al. (2003) propuseram realizar um estudo comparativo
entre as etnias branca e negra, a partir de telerradiografias em norma lateral,
de brasileiros com harmonia facial, utilizando a análise computadorizada de
RICKETTS. A amostra foi composta por 80 telerradiografias em norma lateral,
40 de indivíduos da etnia branca e 40 da etnia negra, cada grupo com igual
número de componentes de cada gênero. Concluíram que os padrões
cefalométricos devem ser específicos para cada etnia ou grupo étnico, e não
devem ser aplicados, sem alterações, em grupos populacionais quando se esta
planejando a terapêutica ortodôntica ou ortodôntico-cirúrgica.
POUBEL (2003) avaliou as possíveis concordâncias entre cinco
diferentes métodos de determinação do tipo facial. A amostra foi composta por
60 indivíduos com oclusão normal natural. A determinação do tipo facial
cefalométrico foi realizada pelo índice Vert de RICKETTS (1982), quociente de
proporcionalidade de SIRIWAT; JARABAK (1985), proporção de JANSON;
WOODSIDE; METAXAS (1994). Concluiu que existe muita divergência quanto
à classificação dos tipos faciais, causando um verdadeiro dilema no momento
da decisão terapêutica.
TREVISAN (2003) analisou o perfil facial através da avaliação de
medidas de fotografias padronizadas de indivíduos com oclusão normal, além
de classificar os perfis dos indivíduos em agradáveis, aceitáveis ou
desagradáveis por meio do julgamento subjetivo. A amostra foi composta por
58 indivíduos com oclusão normal entre 12 e 21 anos, 23 do gênero masculino
e 35 do gênero feminino. As fotografias foram apresentadas para 21
observadores que receberam a instrução de classificar os perfis faciais em
agradáveis, aceitáveis ou desagradáveis. Concluiu que os perfis considerados
agradáveis apresentaram valores menores para o ângulo de convexidade da
face, quando comparados com os outros perfis da amostra.
ALMEIDA; MAZZIEIRO (2003) relataram que um resultado mais
satisfatório tanto do ponto de vista funcional quanto estético, está relacionado
ao conhecimento dos aspectos estéticos faciais. O gênero, a etnia, os fatores
culturais, emocionais, psicológicos e sociais, e o grau de treinamento do
observador, dentre outros, mostraram-se mais determinantes na percepção da
aparência facial, e muitas vezes, o padrão de beleza para o profissional pode
não ser o mesmo do indivíduo que está se submetendo ao tratamento
ortodôntico. A convexidade facial, a relação entre o nariz, os lábios e o mento,
e a proporção vertical da face são alguns dos principais contribuintes para a
configuração tegumentar. Existe uma grande variabilidade no crescimento e no
desenvolvimento do perfil tegumentar e a maioria dos indivíduos, tendem a se
tornar menos retrognático com o crescimento e o desenvolvimento da face.
Assim, em geral, a convexidade facial, quando excluído o nariz tende a diminuir
com a idade, principalmente no gênero masculino, devido a um crescimento
mais significativo do mento, o que contribui para um perfil mais reto para os
homens em uma idade adulta. De acordo com os autores, existem na literatura
diversos trabalhos, sugerindo medidas cefalométricas ideais para a face e, para
a posição dos lábios, no entanto a beleza mostra-se altamente subjetiva e
influenciada pelos aspectos sociais, étnicos e psicológicos. O que a sociedade
considera belo pode sofrer alterações durante os anos, modificando as
exigências em relação à estética. Citaram ainda que as orelhas e nariz
crescem durante toda a vida do indivíduo, modificando suas proporções em
relação as outras estruturas faciais e o ortodontista deve ter a capacidade de
visualizar os indivíduos nas diferentes fases da vida.
HOFFELDER et al. (2004) propuseram abordar as possíveis
alterações no perfil facial, decorrentes de extrações de primeiros pré-molares
em ortodontia. Relataram que praticamente todos os ortodontistas admitem que
o sucesso no tratamento esteja relacionado com as mudanças favoráveis no
perfil, e que extrações de pré-molares podem ser por razões estéticas.
Concluíram que as extrações têm sua indicação e que estas devem estar
baseadas no plano de tratamento individual e que as extrações de primeiros
pré-molares podem provocar alterações favoráveis no perfil dos indivíduos,
mas também podem levar à resultados desfavoráveis, quando o diagnóstico
individual não for considerado.
NAIMI; MOSS (2004) propuseram avaliar a contribuição da
hereditariedade e meio ambiente nas características faciais e analisar a
influência genética sobre os parâmetros vertical e antero-posterior, usando um
exame em terceira dimensão. A amostra foi constituída de 10 gêmeos
univitelinos ( 5 homens e 5 mulheres, com idade de 11 anos) e 10 gêmeos do
mesmo sexo, não univitelinos. (3 masculinos e 7 femininos com média de 12
anos) e 6 gêmeos de sexos diferentes. Os 52 indivíduos não tinham realizado
tratamento prévio ou extração prévia ou apresentavam trauma facial que
pudesse ter resultado em fratura óssea ou deformação do tecido mole. O
resultado deste estudo demonstrou que as contribuições hereditárias e do meio
ambiente influenciam nas características faciais, sendo que dos gêmeos
univitelinos e não univitelinos a determinação genética mais forte estava
relacionada com parte média da face. E ainda observaram que a harmonia
vertical e ântero-posterior são maiores nos gêmeos univitelinos que nos não
univitelinos.
ARNETT; MCLAUGHLIN (2004) relataram que as informações
obtidas da história do indivíduo, exame clínico e avaliação da face são registros
importantes para o planejamento ortodôntico, entretanto o exame da face em
vista frontal e perfil são empregados de maneira subjetiva, sugeriram então a
realização de uma análise cefalométrica dos tecidos moles e esta seria capaz
de apresentar medidas objetivas das estruturas faciais.
“O reconhecimento da beleza facial é uma característica nata dos
olhos humanos, entretanto, a definição objetiva dos componentes da
beleza é extremamente difícil. A objetividade é solapada pelas
preferências pessoais, tendências culturais e pela crença
generalizada de que a beleza se apresenta de formas diferentes e
com características distintas. Para a maioria dos indivíduos, isso não
é tão importante sob o ponto de vista de objetividade. Entretanto,
trata-se de um conceito da mais alta relevância para os ortodontistas
e cirurgiões cujo objetivo principal é maximizar o equilíbrio e a
harmonia facial”.
COLOMBO et al. (2004) apresentaram uma análise facial frontal em
fotografias com indivíduos em repouso e durante o sorriso. Relataram que
existem na literatura muitas análises faciais, entretanto, a grande maioria está
voltada para o perfil do indivíduo e apenas algumas se preocupam com a vista
frontal. Julgaram que são necessárias informações referentes ao
relacionamento dos tecidos moles e dentes em uma visão frontal para
determinar uma base ampla de avaliação da estética facial. A amostra foi
composta por 40 indivíduos do gênero feminino, leucodermas, com idade entre
18 e 28 anos, com os seguintes requisitos: a) presença de oclusão de Classe I;
b) face agradável; c) sem nenhum tipo de cirurgia plástica facial. Concluíram
que parte das medidas encontradas se assemelhava às encontradas na
literatura e outras diferiam muito, e propuseram uma análise facial frontal, com
medidas lineares e angulares.
SILVA et al. (2004) propuseram determinar os valores cefalométricos
de normalidade para brasileiros leucodermas e verificar se existe diferença
para cada gênero. Foram examinados 1336 escolares e do total dos
examinados clinicamente, 20 foram selecionados por apresentarem oclusão
normal, serem leucodermas, na faixa etária 12 e 25 anos, e com dentição
permanente completa. Estes jovens apresentavam perfis faciais aceitáveis e
selamento labial em repouso. Avaliaram a relação entre bases ósseas, o
padrão do esqueleto cefálico, incisivos, bases ósseas e a análise de perfis de
acordo com as variáveis da análise de MCNAMARA JR. Comparando a
amostra com os norte-americanos encontraram maior convexidade facial,
porém menor que os americanos de origem mexicana, aborígines australianos,
chineses e melanodermas brasileiros, sendo que a amostra apresentou uma
maior convexidade no gênero feminino que no masculino, e, neste, a
mandíbula era mais proeminente, apresentando uma menor convexidade do
perfil. As variáveis analisadas na relação entre as bases ósseas indicaram
valores maiores tanto para a base óssea superior quanto para a inferior,
quando comparadas com outras amostras de brasileiros leucodermas e
também de americanos leucodermas, além de que os perfis tegumentares dos
indivíduos do presente estudo acompanham o perfil esquelético.
COSTA et al. (2004) avaliaram o padrão de equilíbrio estético
através da análise facial. Relataram que o exame clínico da face é um dos
elementos de diagnóstico que deve ser observado no decorrer de um
planejamento ortodôntico, pois, através dele, pode-se descrever a presença de
alguma assimetria mais acentuada. Concluíram que a avaliação do perfil facial
é tão importante quanto à visão frontal da face e o conceito de beleza elege
diferentes faces em cada década, mas sempre procurando o equilíbrio,
expressado na simetria e harmonia dos traços faciais. A análise facial deve ser
indicada no diagnóstico ortodôntico, procurando atingir os anseios estéticos do
indivíduo, oferecendo-lhe uma oclusão funcional com a melhor harmonia facial
possível.
CAPELOZZA FILHO (2004) estudou uma amostra de indivíduos adultos
jovens, leucodermas, de ambos os gêneros, escolhidos a partir de
características como: ausência de assimetria facial e com selamento labial,
sem terem se submetido a tratamento ortodôntico. Após a obtenção de
fotografias, estas foram submetidas a avaliação de ortodontistas, artistas
plásticos e leigos com o objetivo de qualificá-los por meio da análise facial
subjetiva. Os avaliadores classificaram os indivíduos em aceitáveis, agradáveis
e desagradáveis. Na avaliação do perfil facial, 89% dos indivíduos foram
considerados aceitáveis, 3% agradáveis e 8% desagradáveis. O pesquisador
descreveu que a classificação preconizada por ANGLE (1907) “é simplista e os
ortodontistas descobriram a necessidade de observar as relações espaciais e
dimensionais dos ossos basais, maxila e mandíbula que deveriam ser
considerados na descrição da oclusão”. Considerou esta como doença, ou
seja, um conjunto de sinais e sintomas e definiu cinco Padrões Faciais, Padrão
I, Padrão II, Padrão III, Padrão Face Longa, Padrão Face curta. As figuras 22,
23, 24, 25 e 26 representam estes Padrões. Sugeriu normas para o
diagnóstico, dividindo-o em valorização da forma em todos os exames, exame
facial, análise cefalométrica e análise de modelos. O Padrão Facial I refere-se
a indivíduos com equilíbrio facial e muscular, com selamento labial passivo,
proporção entre os terços faciais, perfil facial reto e sem discrepâncias dento
esqueléticas refletidas na face. O Padrão Facial II é caracterizado por um
degrau sagital aumentado entre a maxila e mandíbula e perfil facial convexo. Já
o Padrão Facial III é indicativo de um degrau sagital maxilomandibular
diminuído por retrusão maxilar e/ou prognatismo mandibular e apresentam um
perfil facial côncavo. Na valorização da forma, a morfologia da face deve ser
levada em consideração e realizada diretamente na face do indivíduo. Numa
análise facial o conceito de “ideal deve ser um ponto, mas não uma forma de
beleza definida e sim um conjunto de características que cria um equilíbrio
facial”. Na amostra masculina o Padrão Facial I apresentou 36,0%, Padrão
Facial II 52,0% e Padrão Facial III 12,0%, porém divergindo da amostra
feminina que apresentou Padrão Facial I com 64,0%, Padrão Facial II 30,0% e
Padrão Facial III 12,0%. A análise cefalométrica apresenta, segundo o autor,
um problema para o diagnóstico ortodôntico quando utilizada como “metria”, ou
seja, como meros números e a utilização da análise morfológica através da
telerradiografia lateral da face é a melhor forma de compreender os aspectos
da face e esqueleto sem a necessidade de medidas. Quando o autor refere-se
aos modelos de estudo, cita a importância do conhecimento das características
do posicionamento dentário dos portadores de oclusão. Descreveu as
características pertencentes a cada padrão como:
Padrão I exibe equilíbrio facial e não necessariamente beleza, os
números das grandezas cefalométricas estão em torno dos valores
definidos como normais, as características da má oclusão devem estar
restritas à área dento alveolar. Todo e qualquer tipo de erro no
posicionamento dentário nos sentido transversal, ântero-posterior e
vertical desde que não haja envolvimento esquelético. No indivíduo
Padrão I o erro dentário é primário, ou seja a essência da doença.
Padrão II as características faciais guardam correlação com as duas
variáveis que podem determinar o padrão: a protrusão maxilar e a
deficiência mandibular, perfil convexo, ou seja, indivíduos portadores
das freqüentes más oclusões resultantes do degrau sagital aumentado
entre maxila e mandíbula.
Padrão III são caracterizados por degrau sagital maxilomandibular
diminuído, por retrusão maxilar e ou prognatismo mandibular. Portanto,
são de caráter eminentemente esquelético e nem sempre apresentam
uma relação molar de Classe III.
Padrão Face longa será todo o indivíduo que apresentar excesso do
terço inferior da face, que torne o selamento labial ou a relação labial
normal impossível.
Padrão Face curta será todo o indivíduo que apresentar deficiência
do terço inferior da face, que torne o selamento labial compressivo.
Figura 22- Fotos frente e perfil do Padrão I
Fonte: Capelozza Filho (2004)
Figura 23- Fotos frente e perfil do Padrão II
Fonte: Capelozza Filho (2004)
Figura 24- Fotos frente e perfil do Padrão III
Fonte: Capelozza Filho (2004)
Figura 25- Fotos frente e perfil do Padrão Face Longa
Fonte: Capelozza Filho (2004)
Figura 26- Fotos frente e perfil do Padrão Face Curta
Fonte: Capelozza Filho (2004)
REIS et al. (2005) apresentaram as características cefalométricas
dos indivíduos Padrão I, que é favorecido pela normalidade das relações
esqueléticas estabelecidas geneticamente e perpetuadas pelo crescimento.
Avaliaram 30 indivíduos, 22 do gênero feminino e 8 do gênero masculino,
adultos, leucodermas, portadores de selamento labial passivo, de ambos os
gêneros, com idade média de 23 anos e 7 meses, variando entre 18 e 36 anos.
Nenhum dos indivíduos foi submetido previamente a tratamento ortodôntico ou
cirurgia plástica facial. Os indivíduos apresentavam: 1) perfil levemente
convexo; 2) terços faciais proporcionais; 3) linha queixo-pescoço paralela ao
plano de Camper; 4) sulco mentolabial normal com igual participação do lábio e
do mento; 5) projeção zigomática presente e caracterizavam-se pela presença
de depressão infra-orbitária e sulco naso-geniano. As fotografias faciais de
perfil e de frente foram submetidas à análise facial subjetiva, com o objetivo de
determinar a porcentagem de indivíduos esteticamente agradáveis, aceitáveis e
desagradáveis nessa amostra Padrão I e, portanto, esqueleticamente
equilibrada. Os modelos de oclusão foram também avaliados para
determinação da relação oclusal sagital, segundo a classificação de ANGLE
(1907). Quando as fotografias do perfil dessa amostra foram submetidas à
análise facial subjetiva verificou-se que 10% foram consideradas esteticamente
agradáveis, 86,7% esteticamente aceitáveis e 3,3% esteticamente
desagradáveis. Observaram que amostra apresentou a relação oclusal sagital,
segundo a classificação de ANGLE, de 6,7% de oclusão normal, 56,7% de
oclusão Classe I, 33,3% de Classe II e 3,3% de Classe III. Concluíram que as
faces equilibradas, denominadas Padrão I, podem apresentar qualquer tipo de
oclusão e a característica oclusal não deve ser a referência para a seleção
de faces equilibradas, e sim a avaliação morfológica da face nas visões frontal
e lateral.
PINHEIRO et al. (2005) compararam a percepção estética entre os
profissionais e indivíduos das cidades de Natal/RN e João Pessoa/PB, quanto
à necessidade de tratamento ortodôntico, no sentido de melhor relacionar o
diagnóstico do ortodontista às expectativas de indivíduos que procuram
tratamento ortodôntico. Selecionaram 16 especialistas da cidade de Natal e 15
da cidade de João Pessoa, todos com mais de dois anos de experiência
clínica, e escolheram aleatoriamente 32 indivíduos leigos que procuraram
tratamento ortodôntico da cidade de Natal (13 do gênero masculino e 19 do
feminino), com uma média de idade de 13,9 anos, e 25 indivíduos da cidade de
João Pessoa. Ortodontistas e leigos preencheram um questionário idêntico
sobre algumas ilustrações, faciais e más oclusões, projetadas sob a forma de
“slides”. Concluíram que o padrão braquifacial, tratamento da Classe II por
deficiência mandibular, o desvio de linha média e o apinhamento ântero-inferior
são mais percebidos pelos profissionais do que pelos leigos. Os leigos
apontaram o sorriso gengival, Classe II com altura facial ântero-inferior
aumentada como as mais exigidas de tratamento.
CARDOSO et al. (2005) apresentaram as características
cefalométricas dos indivíduos portadores de Padrão Face Longa, com
indicação de tratamento ortodôntico cirúrgico em comparação com indivíduos
Padrão I. A face longa é uma deformidade com envolvimento esquelético, de
prognóstico estético desfavorável e, de acordo com os autores, a análise facial
permite identificar inúmeras características comuns entre os indivíduos faces
longas, tais como, ausência de selamento labial passivo, contração do sculo
mentoniano durante o fechamento labial, além de uma grande exposição dos
incisivos superiores. Foram selecionadas 34 telerradiografias cefalométricas
em norma lateral do período pré-tratamento, sendo 22 do gênero feminino e 12
masculinos com idade acima de 15 anos, brasileiros, leucodermas, portadores
de Padrão Face Longa, com indicação para uma intervenção ortodôntico-
cirúrgica. A avaliação das relações sagitais demonstrou, Classe I (13,2%),
Classe II (71,0%) e Classe III (15,8%). Na avaliação da fotografa do perfil facial,
as seguintes características foram observadas: 1) Terço inferior da face
aumentado em relação ao terço médio; 2) linha queixo-pescoço reduzida e
ângulo queixo-pescoço fechado; 3) ausência de selamento labial passivo; 4)
excesso de exposição dos incisivos superiores com os lábios em repouso.
Concluíram que o padrão Face longa apresentou uma prevalência de 1,5% da
população mundial e é predominante para o gênero feminino. O padrão de
crescimento apresentado pelo grupo Face Longa foi vertical, sendo
significativamente diferente daquele apresentado pelo grupo Padrão I e a
deformidade se localizou principalmente abaixo do plano palatino com aumento
da altura facial anterior inferior, presença de retrognatismo maxilar e
mandibular com excessivas variáveis dentárias.
MANZOTTI; RAMOS (2005) através da revisão bibliográfica
objetivaram esclarecer o relacionamento do padrão de atividade muscular com
o padrão de crescimento facial, tanto no sentido ântero-posterior quanto
vertical. Concluíram que o padrão muscular do indivíduo com Classe I é mais
eficiente que a Classe II, o desenho principal do padrão facial é determinado
geneticamente, podendo receber uma influência em até de 20% do meio
ambiente.
BEZERRA et al. (2005) avaliaram o perfil facial tegumentar em
indivíduos com má oclusão Classe II divisão 1 de ANGLE e padrão esquelético
de Classe II. A amostra foi composta por 30 fotografias de indivíduos dos
gêneros masculinos e femininos, os perfis faciais foram avaliados levando em
consideração os ângulos de convexidade facial e nasolabial. O ângulo de
convexidade facial é formado pela união dos pontos glabela tegumentar,
subnasal e pogônio tegumentar este ângulo determina a harmonia facial e seu
valor normal é de 12º ± 4 de acordo com BURSTONE (1980) e foram
classificados em suave ou normal, côncavo e convexo e o ângulo nasolabial é
formado pela união de duas linhas que se unem no ponto subnasal e
tangenciam a base inferior do nariz e do lábio superior o valor de normalidade
segundo EPKER et al (1995) é de 90º a 110º e serve para determinar a posição
da maxila no sentido ântero-posterior. Concluíram que o ângulo de
convexidade facial é efetivo para definir o comprometimento do perfil facial
tegumentar dos indivíduos com má oclusão Classe II divisão 1 de ANGLE.
SOH; CHEW; WONG (2005) avaliaram os perfis do tecido mole dos
chineses quanto à harmonia facial. O perfil de 2 indivíduos chineses, um do
gênero masculino e outro feminino, com oclusão Classe I e valores
cefalométricos normais, foram fotografados e convertidos na escala cinza, e de
cada perfil foram obtidos 7 perfis através da alteração digital. A amostra foi
avaliada por 20 ortodontistas e 11 cirurgiões que classificaram cada grupo de
sete perfis numa escala de 1 (muito atraente) a 7 (menos atraente) sem repetir
nenhum perfil. Aos observadores foi pedido para indicar quais as
características dos perfis era mais atraente testa, nariz, lábio-superior, lábio
inferior, queixo, lábio superior e inferior, lábio superior e inferior e queixo.
Concluíram que os perfis dos chineses e das chinesas com protusão
mandibular foram considerados os menos atraentes. Os ortodontistas
consideram um perfil mais reto como mais atraente, os cirurgiões preferiram
um perfil mais convexo. O gênero dos profissionais e o número de anos em
prática clínica influenciaram na avaliação da atração do perfil masculino.
PIRES (2005) realizou uma comparação entre a Análise Facial
Subjetiva e o Ângulo de convexidade Facial. O estudo avaliou 40 indivíduos,
sendo 17 do gênero masculino e 23 do feminino, com idade entre 10 e 17 anos.
Concluiu que o Padrão Facial I esteve presente em 60,0%, o Padrão II em
37,5% e o Padrão III em 2,5%; ao avaliar o ângulo de Convexidade Facial
encontrou 25,0% de indivíduos Classe I, 55,0% Classe II e 20,0% Classe III.
Com estes dados observou, ainda, que existe na Análise Facial Subjetiva uma
maior tendência em classificar os indivíduos em Padrão Facial I, em
comparação ao Ângulo de Convexidade Facial.
RORIZ (2005) avaliou o Padrão Facial por meio da Análise Facial
Subjetiva comparado com a análise cefalométrica. A amostra foi composta por
40 indivíduos, entre 10 a 17 anos, leucodermas. Para a avaliação do Padrão
Facial, foi utilizada a análise Facial subjetiva, segundo CAPELOZZA FILHO
(2004), e para a análise cefalométrica, foi utilizado o ângulo ANB considerado 2
graus a norma cefalométrica. O Padrão Facial I esteve presente em 62,5%,
Padrão Facial II em 35,0% e o Padrão Facial III em 2,5%. Na análise
cefalométrica observou 52,5% de indivíduos Classe I, Classe II em 42,5% e a
Classe III em 5,0%. Concluiu que Análise Facial Subjetiva não apresentou
fidelidade quando comparada à análise cefalométrica, sendo necessário à
utilização de ambos para um correto plano de tratamento ortodôntico.
TÔRRES; COSTA; FALTIN JR. (2006) avaliaram o comportamento
do Plano de Frankfurt e a posição mandibular em indivíduos com padrões
faciais de Classe I e II, relacionados à postura natural da cabeça (PNC).
Descreveram que um dos métodos de obtenção desta postura é a visualização
das pupilas num espelho e a utilização de uma corrente metálica unida a um
prumo posicionada à margem anterior do chassi do porta-filme, denominaram
esta linha extra-craniana de vertical verdadeira (VER), e a partir desta
referência, traçaram uma perpendicular, obtendo-se a linha denominada
horizontal verdadeira (HOR). Neste estudo foram avaliadas fotografias, obtidas
em posição natural da cabeça e telerradiografias em norma lateral de 60
indivíduos, quanto aos seguintes aspectos: 1) a posição natural da cabeça nos
padrões faciais de Classe I e Classe II, por meio da diferença entre a linha
horizontal verdadeira e o plano horizontal de Frankfurt; 2) a influência da PNC
sobre a posição sagital da mandíbula, comparando a diferença do valor da
distância linear entre as grandezas Nperp-P (McNamara) e Nvert-P. A amostra
foi composta por indivíduos leucodermas brasileiros, sem tratamento
ortodôntico e/ou ortopédico prévio, respiradores nasais, divididos em dois
grupos. O primeiro grupo era composto por indivíduos com perfil facial
harmonioso e padrão esquelético de Classe I, apresentando o valor do ângulo
ANB (Steiner) = 4º. E o segundo grupo reunia indivíduos com perfil facial muito
convexo e padrão esquelético de Classe II, apresentando o ângulo ANB
(Steiner) maior que e retrusão mandibular. Os resultados obtidos foram que,
a posição natural da cabeça nos padrões faciais de Classe I e Classe II
apresentou acentuada variação individual, embora esta diferença em média
não fosse estatisticamente significante. Não houve diferença entre as variáveis
que determinam a posição natural da cabeça entre os padrões faciais de
Classe I e Classe II, e a posição natural da cabeça o influenciou a posição
sagital da mandíbula.
MARQUES; OLIVEIRA (2006) avaliaram o conceito de estética facial
de brasileiros melanodermas. A amostra foi composta por um questionário
visual que consistiu de seis ries de perfis, cada série composta de sete
perfis. A construção dos perfis foi realizada, tendo como base um perfil de uma
mulher melanoderma e deste perfil utilizando a computação gráfica foram
modificados lábios, tamanho do nariz e mento. Os perfis foram apresentados
para 50 ortodontistas, 50 cirurgiões plásticos e 50 leigos melanodermas.
Concluíram que os ortodontistas, cirurgiões plásticos e os negros preferem um
perfil facial mais reto, com proeminência do mento e pouca protrusão labial
para o gênero masculino, mas para o feminino preferem um perfil com um
pouco mais de protrusão labial. Não houve coincidência na preferência dos
negros com as características de sua própria étnica, sendo que preferiram um
perfil facial que se assemelhava com a etnia branca.
MATERIAL E MÉTODOS
A amostra do presente estudo foi constituída por 500 documentações
ortodônticas da clínica odontológica da Faculdade Ingá UNINGÁ Maringá
Paraná. Todas as documentações selecionadas foram realizadas pelo Centro
de radiologia da UNINGÁ e pertencem a indivíduos na faixa etária entre 15 a
25 anos, com idade média de 18,5 anos, brasileiros de ambos os gêneros (292
do gênero feminino e 208 masculinos) sem perda de elementos dentários, na
presença ou não de terceiros molares, sem nenhum tipo de padronização do
padrão esquelético ou de beleza, apresentando selamento labial passivo. Além
disto, estes indivíduos não foram submetidos a tratamento ortodôntico prévio
ou cirurgia plástica facial. A figura 27 representa um indivíduo pertencente à
amostra.
4.1. Obtenção do Padrão Facial
As fotografias extrabucais de frente e perfil foram realizadas pelo
departamento de radiologia da Faculdade Ingá UNINGÁ, o qual utilizou uma
máquina fotográfica modelo dental EYSE. II YASHICA, filme KODAK,
colorido, ASA 100/35 mm. As fotografias foram posicionadas lado a lado sobre
uma bancada, numa sala com claridade natural, a avaliação foi realizada pelo
próprio autor, por meio da Análise Facial Subjetiva, classificando-as em
Padrões Faciais I, II e III de acordo com CAPELOZZA FILHO (2004). O Padrão
Facial I refere-se a indivíduos com equilíbrio facial e muscular, com selamento
labial passivo, proporção entre os terços faciais, perfil facial reto e sem
discrepâncias dento esqueléticas refletidas na face. O Padrão Facial II é
caracterizado por um degrau sagital aumentado entre a maxila e mandíbula e
perfil facial convexo. o Padrão Facial III é indicativo de um degrau sagital
maxilomandibular diminuído por retrusão maxilar e/ou prognatismo mandibular
e apresentam um perfil facial côncavo.
4.2. Obtenção da Relação molar
Para o registro da relação molar foram utilizados os modelos de estudo
realizados pelo departamento de radiologia da Faculdade Ingá UNINGÁ. Os
modelos foram avaliados em oclusão com o objetivo de ordená-los de acordo
com a classificação proposta por ANGLE (1907). Demarcou-se com uma
lapiseira a cúspide mésio vestibular do 1º molar superior permanente e o sulco
mesio vestibular do 1º molar inferior permanente. Os modelos foram
posicionados sobre uma prancheta de madeira confeccionada em 90º,
apoiados pela base posterior como ilustra as figuras 28 e 29, possibilitando ao
examinador uma visão perpendicular da relação molar. A amostra foi
classificada em Classe I, II e III, os indivíduos que apresentaram relação molar
de Classe II ou III subdivisão foram classificados pelo lado do problema, ou
seja, Classe II ou Classe III. Indivíduos apresentando Classe II de um lado e
Classe III do outro foram excluídos da amostra.
4.3. Análise dos dados
Os dados foram analisados inicialmente por meio de tabelas de
distribuição de freqüências. A avaliação da associação entre o Padrão Facial e
a relação molar foi realizada pelo teste de qui-quadrado quando pelo menos
uma das freqüências era menor que cinco. Todos os testes foram realizados no
programa estatístico SAS (Statistics Analysis Softwere) com nível de
significância de 5%.
Figura 27: Fotos frente e perfil, oclusão direita e esquerda. (indivíduo pertencente à amostra).
Figura 28: Modelo de gesso articulado Figura 29: Modelo de gesso articulado
Lado direito Lado esquerdo
5. RESULTADOS
5.1. Amostra Total
Os resultados apresentados por este estudo foram obtidos pela Análise
Facial Subjetiva e pela avaliação dos modelos de estudo, para classificação da
relação molar.
A classificação dos indivíduos, pertencentes à amostra, quanto ao
Padrão Facial, estão representados na tabela 1. O Padrão I está presente em
28,26%, Padrão II em 61,72% e o Padrão III em 10,02%.
Tabela 1. Distribuição da amostra, segundo o Padrão Facial.
Padrão Facial freqüência %
I 141 28,26
II 308 61,72
III 51 10,02
Total 500 100,00
Gráfico 1. Distribuição da amostra, segundo o Padrão Facial
28.26%
61.72%
10.02%
I
II
III
A distribuição da amostra segundo a relação molar está representada na
tabela 2, onde a Classe I está presente em 51,40%, a Classe II em 40,80% e a
Classe III em 7,80%.
Tabela 2. Distribuição da amostra, segundo a relação molar.
Relação molar freqüência %
Classe I 257 51,40
Classe II 204 40,80
Classe III 39 7,80
Total 500 100,00
Gráfico 2. Distribuição da amostra,segundo a relação molar
51.40%
40.80%
7.80%
Classe I
Classe II
Classe III
Observa-se na tabela 3 e gráfico 3, que ocorreu uma associação
significativa entre o Padrão Facial e a relação molar (p<0,05). Nos Padrões
Faciais I e III, é maior a freqüência relativa da relação molar Classe I (58,87% e
48,00% dos casos, respectivamente) foi maior em relação às demais Classes.
no Padrão Facial II pode-se observar que tanto a Classe I (48,38%) como a
Classes II (48,70%) apresentam freqüências relativas próximas. No Padrão
Facial Classe III, 30,00% dos indivíduos apresentam relação molar Classe III,
no Padrão Facial II essa porcentagem foi de 2,92%.
Tabela 3. Associação entre o Padrão Facial e relação molar, freqüência e
porcentagem.
Padrão Facial Relação Molar Total
Classe I Classe II Classe III
I 83 (58,87%) 39 (27,66%) 19 (13,48%) 141 (100,0%)
II 149 (48,38%) 150(48,70%)
9 (2,92%) 308 (100,0%)
III 24 (48,00%) 11 (22,00%) 16 (30,00%) 51 (100,0%)
Gráfico 3. Associação entre o Padrão Facial e relação molar.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
I II III
Padrão Facial
Freqüência
Classe I
Classe II
Classe III
p<0,0001
5.2. Gênero Feminino
A tabela 4 e gráfico 4 apresentam a distribuição da amostra para o
gênero feminino, segundo o Padrão Facial. O Padrão Facial I está presente em
28,08%, Padrão II 59,25% e o Padrão III em 12,67%.
Tabela 4. Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo o Padrão
Facial
Padrão Facial freqüência %
I 82 28,08
II 173 59,25
III 37 12,67
Total 292 100,00
Gráfico 4. Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo o Padrão
Facial
28,08%
59,25%
12,67%
I
II
III
Na tabela 5, observa-se a relação molar para o gênero feminino, onde a
Classe I está presente em 50,85%, Classe II 40,61% e a Classe III em 8,54 %.
Tabela 5. Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo a relação molar
Relação molar freqüência %
Classe I 149 50,85
Classe II 119 40,61
Classe III 24 8,54
Total 292 100,00
Gráfico 5. Distribuição da amostra do gênero feminino, segundo a relação
molar
50,85%
40,61%
8,54%
Classe I
Classe II
Classe III
Observa-se na tabela 6 que uma associação significativa entre a
relação molar e o Padrão Facial (p<0,05) para os indivíduos do gênero
feminino. No Padrão Facial I, pode-se observar que 62,2-% dos indivíduos
apresentavam relação molar de Classe I. no Padrão Facial II tanto a Classe
I (46,24%) como a Classe II (49,71%) apresentam freqüências relativas
próximas. No Padrão Facial Classe III, 32,43% dos indivíduos apresentam
relação molar Classe III, já no Padrão Facial II essa porcentagem foi de 4,05%.
Tabela 6. Associação entre o Padrão Facial e relação molar, freqüência e
porcentagem para o gênero feminino.
Padrão Facial Relação Molar Total
Classe I Classe II Classe III
I 51 (62,20%) 21 (25,61%)
10 (12,20%) 82 (100,0%)
II 80 (46,24%) 86 (49,71%)
7 (4,05) 173 (100,0%)
III 17 (45,95%) 8 (21,62%) 12 (32,43%) 37 (100,0%)
Gráfico 6. Associação entre o Padrão Facial e relação molar para o gênero
feminino.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I II III
Padrão Facial
Freqüência
Classe I
Classe II
Classe III
p<0,0001
5.3. Gênero Masculino
A tabela 7 apresenta a distribuição da amostra para o gênero masculino,
segundo o Padrão Facial. O Padrão Facial I esta presente em 28,50%, Padrão
II 65,22% e o Padrão III em 6,28%.
Tabela 7. Distribuição da amostra do nero masculino, segundo o Padrão
Facial.
Padrão Facial Freqüência %
I 59 28,50
II 135 65,22
III 14 6,28
Total 208 100,00
Gráfico 7. Distribuição da amostra do gênero masculino, segundo o Padrão
Facial.
28.50%
65.22%
6.28%
I
II
III
Na tabela 8, observa-se a relação molar para o gênero masculino, onde
a Classe I está presente em 52,17%, Classe II 41,06% e a Classe III em 6,77%.
Tabela 8. Distribuição da amostra do gênero masculino, segundo a relação
molar.
Relação molar Freqüência %
Classe I 108 52,17
Classe II 85 41,06
Classe III 15 6,77
Total 208 100,00
Gráfico 8. Distribuição da amostra do gênero masculino, segundo a relação
molar
52,17%
41,06%
6,77%
Classe I
Classe II
Classe III
Observa-se que, na tabela 9, ocorreu uma associação significativa entre
o Padrão Facial e a relação molar (p<0,05) para os indivíduos do gênero
masculino. Nos Padrões Faciais I e II, pode-se observar uma alta porcentagem
de indivíduos com relação molar Classe I (54,24-% e 51,11%) em relação as
demais Classes. no Padrão Facial II tanto a Classe I (51,11%) como a
Classes II (47,41%) apresentam freqüências relativas próximas. No Padrão
Facial III a Classe III, esteve presente em 46,16% dos indivíduos, no Padrão
Facial II essa porcentagem foi de 1,48%.
Tabela 9. Associação entre o Padrão Facial e relação molar, freqüência e
porcentagem, para o gênero masculino.
Padrão Facial Relação Molar Total
Classe I Classe II Classe III
I 32 (54,24%) 18 (30,51%)
9 (15,25%) 59 (100,00%)
II 69 (51,11%) 64 (47.41%)
2 (1,48%) 135(100,00%)
III 4 (30,76%) 3 (23,08%) 7 (46,16%%) 14 (100,00%)
Gráfico 9. Associação entre o Padrão Facial e a relação molar para o gênero
masculino.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
I II III
Padrão Facial
Freqüência
Classe I
Classe II
Classe III
p<0,0001
4. DISCUSSÃO
Muito tem sido escrito sobre o conceito de beleza e estética facial, e
no tratamento ortodôntico, a análise dos tecidos moles é um dos fatores
importantes para o diagnóstico e estabelecimento de um plano de tratamento,
que vise restabelecer, uma função adequada, boas relações entre as bases
apicais e dentárias, além de uma estética facial harmoniosa.
Diversos autores discorreram sobre a importância da análise da face
em um tratamento ortodôntico [WURPEL (1937), RICKETTS (1982), FISMANN;
VIGORITO (1987), CAPELOZZA FILHO (2004)] O modo como a face foi
apreciada nas diferentes épocas da história foi sendo modificada, juntamente
com o conceito de estética facial, e o grau de interação de um indivíduo na
sociedade atual depende em grande parte de sua aparência. [PECK; PECK
(1970), TUKASAN; RINO; TAKAHASHI (1996)].
Observou-se neste experimento que o Padrão Facial I representou
28,26%, Padrão Facial II 61,72% e o Padrão Facial III esteve presente em
10,02% da amostra, o que difere do apresentado por CAPELOZZA FILHO
(2004), em que o Padrão Facial I representaria 50%, Padrão Facial II 41% e o
Padrão Facial III 9%, e dos achados de PIRES (2005) e RORIZ (2005), que
também observaram uma incidência maior do Padrão I, em relação aos outros
Padrões Faciais.
A distribuição da amostra, segundo a relação molar, mostrou por
ordem decrescente de incidência que a Classe I esteve presente em 51,40%, a
Classe II 40,80% e a Classe III 7,80%, que se assemelha à literatura. Os
autores KRZYPOW; LIEBERMEN; MODAN (1975) encontraram para uma
amostra de israelenses 65,2% de relação sagital de Classe I, Classe II 30,7% e
Classe III 2,7%. BURGERSDIJK et al. (1991) estudando a prevalência da
relação molar em holandeses, observaram que a Classe I esteve presente em
69,0% da amostra, a Classe II em 28% e a Classe III em 2%, assemelhando-se
aos dados apresentados por SILVA FILHO et al. (1990), de acordo com o qual
a ocorrência mais freqüente da relação molar está distribuída para uma
amostra brasileira em Classe I 55,0%, Classe II 42,0% e Classe III 3,0%.
Quando da comparação entre o Padrão Facial e a relação molar,
houve associação significativa entre eles. Os resultados obtidos revelaram que
no Padrão Facial I, a má oclusão de Classe I foi de 58,87%, a Classe II 27,66%
e a Classe III 13,48%, confirmando os achados de REIS et al. (2005) que
avaliaram indivíduos Padrão Facial I e verificaram que a oclusão normal estava
presente em 6,7%, a má oclusão Classe I representou 56,7%, 33,3% de Classe
II e 3,3% de Classe III. Para CAPELOZZA FILHO (2004), o Padrão Facial I
pertence a indivíduos com equilíbrio facial e muscular, com selamento labial
passivo, proporção entre os terços faciais, perfil facial reto e sem discrepâncias
dento esqueléticas refletidas na face, no entanto, com oclusão.
CAPELOZZA FILHO (2004) e REIS et al. (2005) concordam que indivíduos
pertencentes ao Padrão Facial I podem apresentar qualquer tipo de erro
dentário, o que está de acordo com os achados do presente estudo.
REIS et al. (2005) relataram que a oclusão normal pode ser
encontrada também em indivíduos com Padrão Facial II ou III, o que foi
possível observar ao ser realizado a associação entre o Padrão Facial II e III
com a relação molar. No Padrão Facial II observou-se 48,38% de Classe I,
48,70% de Classe II e 2,92% de Classe III. Ao realizar esta associação com
Padrão Facial III, observou-se 48,00% de Classe I, 22,00% de Classe II e
30,00% de Classe III, confirmando os relatos dos autores. Para COX, VANDER
DER LINDEN (1971) e TUKASAN, RINO, TAKAHASHI (1996) a harmonia facial
não é exclusiva de um determinado tipo de oclusão, mas frequentemente está
associada à oclusão normal.
POUBEL (2003) observou que muita divergência quanto à
classificação dos tipos faciais, causando um verdadeiro dilema no momento da
decisão terapêutica, quando utilizou a Análise Subjetiva do perfil facial e a
análise de LEGAN; BURSTONE para avaliar o tipo facial não encontrou
concordância nos resultados e PIRES (2005) que ao realizar um estudo
comparativo da Análise Facial Subjetiva e o ângulo de convexidade facial.
Observou que na análise facial subjetiva, 60% dos indivíduos analisados foram
considerados Padrão I, 37,5% Padrão II e 2,5% Padrão III; já na análise
segundo o ângulo de convexidade 25,0% foram considerados Padrão I, 55%
Padrão II e 20,0 % Padrão III, concluindo então que existe uma tendência
maior em classificar os indivíduos em padrão I na análise facial subjetiva. Estes
dados não foram confirmados pelo presente experimento onde o Padrão II foi o
de maior incidência.
Quando os resultados são separados por gênero, encontraram-se
diferenças significativas entre eles, no que se refere ao Padrão Facial,
principalmente no Padrão Facial III, que no gênero feminino apresentou-se com
o dobro da porcentagem em relação ao gênero masculino. No gênero feminino,
observou-se que 28,08% representam o Padrão Facial I, 59,25% Padrão Facial
II e 12,67% Padrão Facial III. Para o gênero masculino, o Padrão Facial I
esteve presente em 28,50%, Padrão II 65,22% e o Padrão III em 6,28%, que se
aproxima dos dados apresentados por CAPELOZZA FILHO (2004), cuja a
amostra masculina apresentou Padrão Facial I 36,0%, Padrão Facial II 52,0% e
Padrão Facial III 12,0%, porém divergindo da amostra feminina que apresentou
Padrão Facial I com 64,0%, Padrão Facial II 30,0% e Padrão Facial III 12,0%.
Na distribuição da amostra, segundo a relação molar o gênero
feminino e masculino apresentaram semelhanças, por ordem decrescente
Classe I, Classe II e Classe III confirmando o relatado por SILVA FILHO et
al.(1990), existem fortes evidências que as relações oclusais não são
influenciadas pelo fator gênero.
Encontrou-se uma associação significativa entre o Padrão Facial e a
relação molar, para os indivíduos do gênero feminino e masculino. Para o
gênero feminino, observou-se no Padrão Facial I que 62,2% apresentam
relação molar Classe I, 25,61% de Classe II e 12,2% de Classe III. no
Padrão Facial II a Classe I representou 46,24%, a classe II 49,71% e a classe
III 4,05%. No Padrão Facial III a Classe I representou 45,95%, a Classe II
21,62% e a Classe III 32,43%. Para o gênero masculino, o Padrão Facial I
esteve presente em 54,24% de Classe I, 30,51% Classe II e 15,25% de Classe
III. No Padrão Facial II a Classe I esteve presente em 51,11%, a Classe II em
47,41% e a Classe III em 1,48%. Com relação ao Padrão Facial III a Classe I
esteve presente em 30,76%, a Classe II em 23,08% e a Classe III em 46,16%.
O que confirma os relatos de CAPELOZZA FILHO (2004) e REIS et al. (2005),
que a má oclusão não guarda obrigatoriamente, correlação com a face.
Quando se avalia a face fazendo associação entre os gêneros, foi
observado que o Padrão Facial II esteve presente em maior porcentagem para
ambos os neros, não confirmando o relatado por FISMANN; VIGORITO
(1987) que o perfil facial masculino se apresentava mais convexo do que o
grupo feminino. Este fato difere dos achados de FERNÁNDEZ-RIBEIRO et al.
(2002) que concluíram que a face masculina apresenta maior altura facial e
proeminência do mento conferindo a eles uma face com maior profundidade,
fato confirmado por ENLOW; HANS (1998) ao relatarem à forma e padrão da
face do indivíduo e a diferença entre o gênero masculino e feminino, em que a
face feminina é mais delicada no geral e a face masculina parece mais
profunda, irregular e com aparência mais grosseira.
O padrão facial nem sempre está associado a alterações
esqueléticas e oclusais, e estas não interferem negativamente no perfil facial.
CAPELOZZA FILHO (2004) relatou que a classificação da oclusão definida
por ANGLE (1907) e utilizada até os dias atuais, provou inúmeros equívocos de
planejamento ortodôntico, e que ao realizar uma avaliação das más oclusões a
face deve ter um papel importante no diagnóstico ortodôntico, e que o
fundamental é reconhecer o conjunto de características que leva a beleza
facial. Para COLOMBO et al. (2004), a avaliação da estética facial é subjetiva e
difícil, pois não existe uma estética ideal única, e a necessidade estética motiva
o indivíduo a procurar tratamento ortodôntico, onde o este deve ter um objetivo
oclusal que combine com a estética facial.
5. CONCLUSÃO
De acordo com a metodologia empregada e com os resultados
obtidos, pode-se concluir que:
a- Foi observada maior prevalência do Padrão Facial II, seguida do Padrão I e
depois do Padrão III.
b- Na distribuição geral da relação molar, encontrou-se por ordem decrescente
de prevalência Classe I (58,87%), Classe II (40,80%) e Classe III (7,80%).
c- O Padrão Facial apresentou diferença significativa entre o gênero feminino
e masculino. O gênero feminino apresentou maior prevalência do Padrão
Facial I em comparação ao gênero masculino, que por sua vez apresentou
uma maior incidência do Padrão Facial II. O Padrão Facial III foi o dobro na
amostra feminina comparada com a masculina.
d- A relação molar no gênero feminino e masculino, apresentou semelhança
quanto à prevalência, ou seja, em ordem decrescente observou-se Classe I,
Classe II e Classe III.
e- Ao realizar comparação entre os Padrões Faciais e a relação molar foi
verificado que os indivíduos classificados em Padrão Facial I, II e III podem
apresentar qualquer tipo de oclusão no sentido sagital e quando os
grupos masculino e feminino foram avaliados o mesmo foi observado.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Padrão Facial e a relação molar deveriam ser relacionadas na
composição do diagnóstico ortodôntico. E o tratamento ortodôntico deveria ter
um objetivo oclusal e funcional que combine com a estética facial. Então, pode-
se dizer que a estética facial é resultado de uma série de componentes, como
tipo de oclusão, forma do esqueleto, variação dos tecidos moles, expressões
faciais, que em conjunto produzem um rosto harmônico.
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