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subsídios para elaboração de projetos
e adequação de edificações escolares
espaços educativos ensino fundamental
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO DE FORTALECIMENTO DA ESCOLA – FUNDESCOLA
BRASÍLIA, 2002
cadernos técnicos 4 volume1
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Livros Grátis
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2002 Fundescola
Tiragem: 1.000 exemplares
Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida desde que citada a fonte
Série Cadernos Técnicos I n
o
4, v. 1
Autor
Arq. Rogério Vieira Cortez
Consultor
Arq. Mário Braga Silva
Coordenação-geral
Arq. José Maria de Araújo Souza
Colaboração
Arq. Denise Medeiros Accioly
Eng. Flávia Tavares Homem de Carvalho
Eng. Elétrico Hector Alfredo Chum Kuffo
Designer Maria Beatriz Affalo Brandão
Socióloga Maria Luiza Faraone Silveira
Estagiário de arquitetura
Felipe de Carvalho Machado
Estagiário de pesquisa
Júlio Cesar Banalcazar Chum
Projeto gráfico e diagramação
G+ design
Projeto Fundescola
Coordenação de Instalações Escolares
Via N1 Leste – Pavilhão das Metas
70150-900 Brasília DF
Fone (61) 3035 2980 Fax (61) 3035 2910
www.fundescola.org.br
Impresso no Brasil
Esta obra foi editada e publicada para atender aos objetivos do Projeto Fundescola, em conformi-
dade com o Acordo de Empréstimo Número 4487 BR com o Banco Mundial no âmbito do Projeto
BRA-00/027 do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Espaços educativos. Ensino fundamental. Subsídios para elaboração de
projetos e Adequação de edificações escolares/Elaboração Rogério
Vieira Cortez e Mário Braga Silva, Coordenação-geral José Maria de
Araújo Souza. Brasília : FUNDESCOLA/ MEC, 2002
2 v. (Cadernos Técnicos I, n
o
4)
1.Edificação escolar 2. Projetos arquitetônicos
3. Ensino fundamental I. Souza, José Maria de Araújo
II. Cortez, Rogério Vieira III. Silva, Mário Braga
IV. Fundescola V. MEC
CDD 371.62
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Sumário
5 Apresentação
7 Parte 1
Informações técnicas e recomendações
9 Capítulo 1 Planejamento do prédio escolar
17 Capítulo 2 Condicionantes ambientais da região
19 Capítulo 3 Considerações sobre o clima
31 Capítulo 4 Implantação do edifício escolar
37 Capítulo 5 Condicionantes ambientais
67 Capítulo 6 Topografia
69 Capítulo 7 Mecânica dos solos
71 Capítulo 8 Acessos e circulações
77 Capítulo 9 Estruturas, telhados e fundações
85 Capítulo 10 Infra-estrutura para saneamento
89 Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
99 Capítulo 12 Instalações especiais
109 Capítulo 13 Iluminação artificial
113 Capítulo 14 Cor e comunicação visual
119 Capítulo 15 Projeto de arquitetura
129 Capítulo 16 Levantamentos preliminares
131 Capítulo 17 Projetos complementares
137 Parte 2
Desenhos e relações ergonômicas
139 Apresentação
141 Capítulo 1 Parâmetros para dimensionamento
143 Capítulo 2 Informações gerais para o projeto
147 Capítulo 3 O usuário: dimensões e espaços necessários em
diversas situações
181 Capítulo 4 Ergonomia nos ambientes simulados
203 Referências bibliográficas
O FUNDESCOLA pretende, com este documento, oferecer subsídios
técnicos às equipes de profissionais dos órgãos estaduais e munici-
pais envolvidas na elaboração, no acompanhamento de projetos
arquitetônicos e na construção de escolas de Ensino Fundamental.
O documento divide-se em três partes: a primeira contém informa-
ções que devem ser observadas nas tomadas de decisão durante a
elaboração, desenvolvimento ou acompanhamento do projeto de
uma escola; a segunda contém informações, em forma de desenhos,
de relações ergonômicas significativas a serem utilizadas pelos
projetistas nos espaços educativos e a terceira é constituída por um
conjunto de fichas dos ambientes mais freqüentes na composição do
programa arquitetônico de escolas de Ensino Fundamental.
O objetivo das Fichas Técnicas é reunir e sistematizar as informa-
ções relativas a cada ambiente, como: funções ou atividades desen-
volvidas; condicionantes ambientais constantes de normas e
orientações, determinando parâmetros recomendados e mínimos;
informações técnicas especiais para o projeto do ambiente; simula-
ção em planta baixa, procurando exemplificar uma ou mais alternati-
vas de arranjo, de forma a gerar ambientes confortáveis e adequados
ao processo de trabalho nos edifícios escolares.
O FUNDESCOLA espera, com mais esta iniciativa, colaborar para a
melhoria qualitativa do sistema educacional, com a obtenção de
projetos e espaços educativos mais adequados às necessidades do
processo de ensino/aprendizagem e procurando contribuir, até
mesmo, na formação dos estudantes das áreas de Arquitetura,
Engenharia e Educação que poderão, em futuro próximo, se juntar às
atuais equipes de especialistas que atuam nas secretarias estaduais e
municipais de educação.
Apresentação
Parte 1 Informações técnicas
e recomendações
Capítulo 1 Planejamento do
prédio escolar
Ao se elaborar o projeto do prédio escolar, faz-se necessária sua
adequação às exigências dos programas de ensino, dos usuários e
da comunidade em geral. A avaliação de prédios escolares deve
abranger:
Programa arquitetônico: questões e sugestões relativas a fluxogra-
mas, organogramas, funções a serem desenvolvidas e
dimensionamento dos ambientes.
Conforto ambiental: adequações com relação à iluminação e à
ventilação, eficiência das circulações, dimensionamento dos compar-
timentos, qualidade dos espaços, observando-se as especificidades
da edificação.
Segurança: interna e/ou externa.
Obras civis e de instalações prediais: usando materiais adequados e
técnicas construtivas modernas, pois a intensidade no uso das
instalações físicas das escolas exige o emprego de materiais duráveis
e de boa qualidade na estrutura, nas vedações, nos acabamentos e
nas instalações.
Paisagismo.
Mobiliário específico.
Comunicação visual.
Caracterização do edifício escolar
O espaço físico que servirá às funções e às atividades previstas no
programa (formas, proporções e articulações) e as técnicas utilizadas
para a construção desses espaços físicos (estrutura, instalações e
detalhes construtivos) são definidos de modo simultâneo, pois a decisão
sobre um influencia as diversas alternativas possíveis para o outro.
A escola é um dos equipamentos públicos mais
abertos e interativos com o cotidiano da cidade,
onde o espaço físico é parte integrante do
processo pedagógico.
Não há ordem de preferência rígida nas
decisões sobre espaço e técnica. Em geral, as
necessidades de espaço influenciam a técnica;
porém, em alguns casos, a disponibilidade e o
domínio de uma técnica local podem influenciar
a organização dos espaços.
Capítulo 1 Planejamento do prédio escolar
10
O conhecimento das condicionantes físicas locais – topografia,
acessos, geotecnia, clima, entre outros – dá-se por meio de levanta-
mentos e análises e deve, também, levar em conta o custo da terra,
as facilidades construtivas, a infra-estrutura urbana existente ou em
implantação, tudo concorrendo para o diagnóstico da área.
O projeto
A construção de um edifício escolar exige projetos adequados que
ofereçam facilidade e rapidez de execução e resultem em um edifício
com mínimas exigências de conservação, materiais bons e adequa-
dos, sem prejuízo da qualidade e da economia. Deve-se levar em
consideração questões relativas a isolamentos, nível de ruídos
externos, clima, insolação, ventilação, iluminação, natureza do
subsolo, topografia, dimensões dos espaços internos, área disponí-
vel, entre outros aspectos que se insiram na realidade local.
O terreno
A escolha do terreno deve levar em conta, entre outros aspectos:
Topografia regular.
Boa drenagem superficial.
Salubridade.
Insolação.
Local paisagisticamente agradável (evitar áreas pantanosas e com
esgoto a céu aberto).
Vegetação existente ou a criar.
Facilidade e segurança na acessibilidade.
Ausência de agentes poluidores: ruídos, fumaças, poeiras.
Viabilidade econômica.
“É atribuição de quem projeta o prédio escolar
criar um espaço técnico, funcional e comprome-
tido com a eficácia pedagógica, buscando
ajustar o edifício escolar às necessidades
educativas de uma dada região e ao espaço no
qual se insere.”
Recomendações da UIA (União Internacional de Arquitetos) para projeto e
construção da escola.
• A sua construção deve ser realizada utilizando-se a escala do aluno (a criança).
• O arranjo dos locais deve ser flexível e diferenciado.
• Devem-se evitar salas sistematicamente uniformes, dispostas em alinhamento rígido.
• Conforto de espaços em correlação com a forma do habitat do aluno (criança) e
seu grau de evolução.
• A insuficiência de espaço é tão condenável quanto o excesso.
• A iluminação deve ser homogênea.
• Ventilação constante, evitando o confinamento e as correntes de ar.
A iluminação e a ventilação devem ser multilaterais, de preferência em faces opostas.
• A ação do sol deve ser controlada.
11 Espaços educativos
Também é necessário observar as seguintes condições:
Evitar terrenos situados sob redes de transmissão de energia elétrica.
Evitar terrenos situados sobre adutoras, oleodutos e gasodutos.
Evitar terrenos situados próximos de encostas ou barrancos perigosos.
Localização
A localização do prédio escolar se dá em função do que foi estabe-
lecido no microplanejamento da rede de escolas públicas, observan-
do-se, entre outras, as seguintes questões:
Densidade demográfica e perfil da população: crianças na faixa etária
que necessitam ou vão necessitar atendimento.
Dimensões do terreno disponível.
Distância casa-escola, que condicionará o espaçamento entre escolas.
Vias de acesso (pavimentação, disponibilidade de transporte coletivo).
Abastecimento de água, coleta de esgoto e águas pluviais.
Rede elétrica, telefonia e iluminação pública.
Coleta de lixo e limpeza urbana.
Ausência de agentes poluidoresAusência de riscos
Capítulo 1 Planejamento do prédio escolar
12
Relações de vizinhança
Equipamento urbano Relação de
vizinhança
Conseqüências
Creche Mais ou menos
recomendado
Utilização conjunta de mobiliários e
ambientes
Pré-escolar Mais ou menos
recomendado
Utilização conjunta de mobiliários e
ambientes
Escola de 2
o
grau Recomendado
Centro de ação social Indiferente Risco de ruídos e trânsito intenso
de pessoas e veículos
Equipamentos de saúde Pouco recomendado Efeitos psicológicos negativos
Praças e áreas verdes Recomendado
Parques Mais ou menos
recomendado
Riscos de acidentes, trânsito
intenso de pessoas e veículos
Reserva florestal Indiferente Evitar áreas de riscos com animais
Cemitério Não recomendado Poluição do solo, efeitos
psicológicos negativos
Mercado Indiferente Risco de ruídos e trânsito intenso,
infestação de insetos e roedores
Matadouro Não recomendado Poluição do ar, poluição do solo,
infestação de insetos e roedores
Corpo de Bombeiros Não recomendado Risco de pânico
Posto policial, delegacias e
penitenciárias
Não recomendado Risco de pânico
Posto telefônico Pouco recomendado Trânsito intenso de pessoas e
veículos
Posto de correios e
telégrafos
Pouco recomendado Trânsito intenso de pessoas e
veículos
Templos Indiferente Risco de ruídos e trânsito intenso
de pessoas e veículos
Clubes Indiferente Risco de ruídos e trânsito intenso
de pessoas e veículos
Bibliotecas Recomendado
Terminais de transportes
coletivos
Não recomendado Poluição sonora, poluição do ar,
risco de acidentes
Aeroportos Não recomendado Poluição sonora, risco de acidentes
Áreas militares Não recomendado Risco de pânico
Edifícios públicos
administrativos
Indiferente Evitar ruídos e trânsito intenso
Instalação de infra-estrutura Não recomendado Adutoras de água: rompimento,
inundação.
Dutos de inflamáveis: incêndio,
explosão
Estação de esgotos: odores
nocivos
Estações de força e luz: acidentes
na operação,
Redes de alta tensão: acidentes na
operação
Indústria de produtos
tóxicos
Não recomendado Poluição do ar, acidentes na
operação, poluição do solo
Pedreiras em exploração Não recomendado Poluição sonora, poluição do ar,
risco de acidentes
Vazadouro de lixo Não recomendado Poluição do ar, poluição do solo,
infestação de insetos e roedores
Habitações Recomendado
13 Espaços educativos
A forma
Evitar soluções monumentais.
A forma ideal do prédio escolar é aquela que atende às característi-
cas de cada região climática, criando condições para o conforto físico
dos usuários, adaptando-se à topografia e integrando o ambiente
escolar com a paisagem local.
Os espaços
O dimensionamento dos ambientes dá-se em função do mobiliário
e do equipamento, dos usuários, das atividades a serem desenvolvi-
das: estudar, recrear, trabalhar, cozinhar, comer, armazenar e circular.
Planejamento
O desenvolvimento das várias etapas de planejamento, projeto e
construção escolar pode se dar de acordo com o demonstrado nos
anexos 1, 2 e 3, a seguir.
Capítulo 1 Planejamento do prédio escolar
14
Identificação de
necessidades
Seleção
de áreas
Pré-dimensio-
namento
Mobiliário e
equipamento
Recursos
humanos
Exigências
funcionais
Programa
arquitetônico
Escolha
do terreno
Consulta
prévia
Topografia
Geotecnia
Condições
climáticas
Materiais
e processos
Projeto
de arquitetura
Projetos
complementares
Recursos
financeiros
Licitação
Obras
Recebimento
Inauguração
Anexos
1. Fluxo geral de atividades para implantação de
um edifício escolar
15 Espaços educativos
2. Exemplo de fluxograma de blocos para projeto
de edificação. Arquitetura
3. Exemplo de cronograma de barras físico e finan-
ceiro para projeto de edificação – Arquitetura
Cada lugar é diferente do outro pela paisagem e pelo clima. Uma
mesma região pode possuir características climáticas diferentes em
função da cobertura vegetal, do relevo, das superfícies de água e de
vários outros elementos da paisagem, fazendo com que as regiões
sejam heterogêneas, embora possam ter o mesmo tipo de clima.
É importante pensar uma arquitetura própria, adequada a uma
determinada região. A forma e os tipos de espaços do prédio escolar
não devem ser generalizados. Antes de qualquer procedimento
quanto à construção, é necessário que se conheça o lugar onde será
construída a nova escola.
Capítulo 2 Condicionantes
ambientais da região
Observar Por que
Qualidade do subsolo Define o tipo de estrutura e sua proteção
Materiais naturais que
cobrem os solos
Dependendo da região, podem amenizar as temperaturas,
acumulando e refletindo menos calor
Relevo Influencia no movimento dos ventos, na moderação da
temperatura e na formação de sombras
Cota de soleira Considera os níveis que as águas atingem (pluviais, margens
de rios e lagos ou beira-mar)
Vegetação Proteção contra o sol, a poeira e a erosão. Não deve
prejudicar a ventilação nem atrapalhar a recreação dos
alunos
Quantidade e período
de chuvas
Determina a escolha de elementos para escoamento e
drenagem das águas, dos materiais de construção e seleção
de vegetação para o entorno
Ventos Podem ser utilizados de maneira a aproveitar seus efeitos na
moderação da temperatura
Movimento aparente do
Sol através de gráficos
próprios
Permite orientar adequadamente o prédio escolar e
estabelecer proteções quanto à insolação de seus elementos
e componentes
Capítulo 2 Condicionantes ambientais da região
18
Também os diversos fenômenos físico-climáticos que agem sobre
o prédio escolar trazem aspectos positivos e negativos que devem
ser levados em consideração:
Materiais e técnicas construtivas
A definição dos materiais e das técnicas construtivas deve obede-
cer algumas recomendações importantes, dependendo das caracte-
rísticas climáticas e econômicas de cada região.
A escolha dos materiais e das técnicas de construção deve ser
guiada pelos recursos que cada lugar oferece. Deve-se explorar ao
máximo as potencialidades que os materiais nativos oferecem,
visando um melhor aproveitamento econômico quanto a sua
interação ao local. Novos materiais, caso sejam utilizados, devem ser
especificados visando não criar desconforto na edificação.
Adequar a aplicação dos diversos materiais e componentes, tanto
no aspecto de harmonia quanto no de conservação e manutenção.
As soluções construtivas, sob o aspecto climático, podem variar
dependendo das condições ambientais.
Fenômeno Aspectos positivos
SOL Combate a umidade, o mofo e
os fungos
Efeitos benéficos à saúde
Aquecimento
Iluminação
Calor excessivo
Ofuscamento visual por excesso de
luminosidade sobre superfícies claras
e brilhantes
Ações deterioradoras sobre alimentos
e papéis
CHUVA Limpeza e resfriamento do ar
Irrigação da vegetação
Abastecimento de água para
lavagem e higiene de sanitários
Deterioração da edificação
Dificuldades à circulação
Ruídos sobre a cobertura
VENTO Resfriamento ou aquecimento e
renovação do ar, conforme a
necessidade local
Incômodo às atividades didáticas
Ameaça à segurança da edificação
RUÍDOS Nenhum Ruídos acima de limites suportáveis
provocados por diversas fontes
Interferência nas atividades didáticas
Conceituação de clima
Conceitua-se aqui clima como a condição geral meteorológica, ou
seja, o efeito combinado dos fatores que afetam a vida humana em
uma determinada região, tais como:
Fatores estáticos – posição geográfica e relevo.
Fatores dinâmicos – temperatura, umidade, radiação e movimento do ar.
Os efeitos do clima sobre o edifício
São os fatores dinâmicos do clima que afetam no homem a sua
perda de calor. Eles não atuam isolados, mas conjuntamente. Esses
fatores também afetam o desempenho térmico do edifício.
A otimização do desempenho térmico do edifício, por meio da taxa
de ganhos e perdas de calor, depende da correta resolução de um
conjunto de fatores, a saber:
Diferença entre a temperatura exterior e interior.
Características do material e da cor das superfícies que constituem a
envolvente do edifício (calor radiante).
Localização, orientação (ao sol e aos ventos), forma e altura do
edifício. A orientação do edifício influi sensivelmente na quantidade de
calor por ele recebido. Uma adequada orientação proporciona menor
consumo de energia.
Características do entorno natural e construído.
Ação da radiação solar e térmica e, conseqüentemente, das característi-
cas isolantes térmicas da envolvente do edifício (paredes e coberturas).
Ação do vento sobre as superfícies interiores.
Desenho e proteção das aberturas para iluminação e ventilação,
assim como sua adequada proteção.
Capítulo 3 Considerações
sobre o clima
“O tempo é variável. É o estado atmosférico em
certo momento, considerado em relação a todos os
fenômenos meteorológicos: temperatura, vento,
umidade, etc. Já o clima, é algo de constante, de
previsível. É a feição característica e permanente do
tempo, num lugar, em meio a suas infinitas variações.
MORIZE, H. Contribuição ao estudo do clima do
Brasil. Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura,
Indústria e Comércio, 1927, p.1.
Capítulo 3 Considerações sobre o clima
20
Localização estratégica dos equipamentos de climatização artificial,
tanto dentro como fora do edifício, assim como dos principais
aparelhos eletrodomésticos.
O desempenho térmico do edifício pode ser melhorado:
Por meio do aproveitamento das características favoráveis do entorno,
controlando ou amenizando, a distância, os fatores climáticos adversos.
Por meio da amenização do clima, protegendo a edificação contra os
aspectos desfavoráveis, procurando resolver o desenho adequado
da sua envolvente.
Com o objetivo de minimizar o consumo de energia na edificação,
quando da escolha do terreno para a construção da escola, devem
ser observados, entre outros, os seguintes itens:
Uso da escala macroclimática para determinar a demanda de energia
para a região considerada (dados obtidos na estação meteorológica
mais próxima).
Aplicação da informação climática aos efeitos topográficos e urbanos,
para se obter uma estimativa da demanda das potencialidades
corretas do entorno para a implantação do edifício.
Localizar e orientar o edifício, no seu entorno, de maneira a minimizar
o ganho térmico natural e maximizar a ventilação cruzada nas regiões
sem estação fria (Norte, Nordeste e parte do Centro-oeste).
Lembretes
A altitude influencia as variáveis do clima. De maneira geral, a tempe-
ratura diminui quando aumenta a altitude.
Nas regiões de montanha ou vale, as edificações deverão ser localiza-
das de maneira a aproveitar as características topográficas e a vegeta-
ção, para se proteger ou se expor, criando um microclima adequado.
Quanto mais próximo da costa, maiores serão as modificações das
temperaturas máximas e mínimas.
As florestas e os bosques têm um efeito microclimático em relação ao
clima das áreas vizinhas.
Nas regiões urbanizadas e adensadas, alguns fatores contribuem
para a modificação do clima:
As grandes superfícies de pavimento e de concreto.
A presença de edifícios altos próximos entre si.
A emissão de calor de condicionadores de ar e outras fontes de
calor doméstico, comercial e industrial.
A concentração de fontes de poluição.
21 Espaços educativos
Capítulo 3 Considerações sobre o clima
22
Classificação dos climas
O clima equatorial úmido predomina no Norte do território brasileiro.
O equatorial semi-úmido ocorre em pequeno trecho no Extremo
Norte. O clima tropical, um pouco mais ao Sul, caracteriza-se por uma
estação seca de 4 a 5 meses (abril a setembro), sendo que, nos
trechos mais elevados, apresenta temperaturas médias mais baixas.
No sertão nordestino o clima é semi-árido, com baixa pluviosidade,
temperaturas elevadas e grandes estiagens (mais de 8 meses). Na
parte meridional, ao sul do Trópico de Capricórnio, a latitude é respon-
sável pelo clima subtropical, cujas características térmicas e
pluviométricas se aproximam do clima temperado, com temperaturas
médias baixas e chuvas bem distribuídas ao longo do ano.
23 Espaços educativos
Condicionantes climáticas
Vegetação
O território brasileiro apresenta-se, em sua maior parte, coberto de
florestas, embora os desmatamentos descontrolados e as queimadas
venham alterando significativamente esse quadro. Contudo, existem
ainda grandes superfícies abrangidas por cerrados, campos, caatin-
gas e formações complexas, como a vegetação pantaneira e a
litorânea, em parte transformadas pela ação do homem.
Capítulo 3 Considerações sobre o clima
24
Temperaturas – médias anuais
Situado em sua maior totalidade entre o Equador e o Trópico de
Capricórnio e com predominância de altitudes inferiores a 500 metros
acima do nível do mar, o território brasileiro apresenta pequenas
variações térmicas. A Região Amazônica e o sertão semi-árido do
Nordeste são as áreas mais quentes, com temperaturas médias
acima de 25ºC, em conseqüência da ação das massas equatoriais e
tropicais. Na área Central e Oriental, as temperaturas oscilam entre 20
e 25ºC. O Sul do território e os trechos montanhosos do Sudeste
caracterizam-se por temperaturas médias inferiores a 20ºC, sendo
que no Sul, pela ação das massas polares, acontecem as menores
temperaturas.
25 Espaços educativos
Pluviosidade – totais anuais
A elevada pluviosidade na Região Amazônica ocorre em conse-
qüência da atuação de massa de ar Equatorial e da convergência
intertropical. Na área Central e Oriental, a pluviosidade é menos
elevada pela alternância entre massas Tropical Marítima e Continental,
salvo na faixa costeira, onde a presença de elevações é o principal
fator do aumento das chuvas. Na Região Nordeste, diversos fatores
climáticos e locais que atuam em conjunto acentuam a estabilidade
atmosférica, inibindo a formação de chuvas, criando um enclave de
semi-aridez. Na parte meridional do país, os totais de chuva apresen-
tam-se expressivos em função do relevo planaltino e da atuação da
Frente Polar Atlântica na maior parte do ano.
Capítulo 3 Considerações sobre o clima
26
Caracterização do clima nas várias regiões
do Brasil
Clima equatorial úmido e semi-úmido
Características gerais
Clima quente e úmido, com chuvas permanentes durante todo o ano.
Temperaturas médias anuais acima de 25ºC.
A vegetação original predominante é a floresta amazônica.
Pluviosidade anual entre 2.500 e 1.500 mm, na maior parte da região,
com algumas áreas acima de 2.500 mm. Nas regiões de florestas
tropicais, a precipitação pluviométrica é maior no sopé das montanhas,
em decorrência da grande concentração de umidade aí existente.
Quanto maior a altitude, menor o índice de precipitação pluviométrica.
Observações para projeto
O projeto do edifício escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condições adequadas de temperatura, ventilação e umidade
relativa do ar necessárias para o conforto humano. Portanto, é funda-
mental reduzir ao mínimo a energia ganha durante o verão.
No clima quente úmido, as precipitações serão intensas, requeren-
do cuidados na drenagem de água e na proteção contra o cresci-
mento de fungos e contra insetos. Em geral, o terreno é bem
coberto de vegetação, o que, na maioria das vezes, proporciona
poucas perturbações provenientes de pó e reflexão de luz e calor
pelo terreno.
Nessas regiões são fundamentais a distribuição, a orientação e a
forma dos edifícios e suas aberturas, com maior exposição aos
ventos e menor exposição ao sol, com menor ganho de calor. O
sombreamento é um elemento-chave para o projeto.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes, aproveitan-
do-se os efeitos positivos dos ventos.
Evitar a retenção de umidade.
Maiores superfícies devem estar voltadas para a direção dos ventos
freqüentes ou brisas.
Quando a orientação das faces com aberturas exteriores for Norte ou
Sul, prever grandes aberturas protegidas, no nível do corpo humano.
As paredes exteriores e as coberturas devem ser finas e isoladas.
As superfícies exteriores devem ser refletoras.
Adotar precauções especiais contra chuvas torrenciais, insetos, cupins.
Varandas externas cobertas, circulações pelo exterior com sombra e
grandes beirais.
Edificações separadas entre si aproveitando melhor as correntes de ar
e fazendo uso da vegetação para se protegerem da radiação solar.
Clima semi-árido
Características gerais
Clima quente e seco, semi-árido, com ausência de chuvas.
Temperaturas médias anuais acima de 25ºC.
27 Espaços educativos
A vegetação original predominante é a caatinga.
Pluviosidade anual abaixo de 750 mm.
Observações para projeto
O projeto do edifício escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condições adequadas de temperaturas, ventilação e umidade
relativa do ar necessárias ao conforto humano. É fundamental reduzir
ao mínimo a absorção de energia durante o verão.
Edificações próximas, de formas e tamanhos variados e compactos,
constituem barreiras efetivas contra o vento e, por favorecer o
armazenamento térmico, evitam as perdas de calor.
Nessas regiões, a sombra é um elemento valioso de proteção contra
o calor acumulado. Os pátios, as varandas e as circulações cobertas,
os beirais, as pérgulas e os conjuntos de árvores e arbustos devem
ser usados porque cortam os raios diretos do sol e os raios refletidos
pelas superfícies, criando uma penumbra agradável. São mais
indicadas as circulações que circundam pátios internos, alpendres ou
áreas sombreadas.
Nessas regiões, uma vez que é grande a disponibilidade de luz
natural, as edificações terão menor exposição ao sol com menor
ganho de calor. As aberturas devem ser apenas o suficiente para
ventilação e iluminação, sendo conveniente o uso da luz refletida (por
meio de pátio sombreado, por exemplo), para que se obtenha não só
o nível de iluminação requerido.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes evitando-se
os ventos.
Facilitar a retenção de umidade.
As paredes exteriores devem ser grossas e maciças.
As superfícies exteriores devem ser refletoras.
As paredes interiores devem ser maciças.
A cobertura deve utilizar, preferencialmente, telhas cerâmicas, possuir
entreforro ventilado – colchão de ar.
Clima tropical
Características gerais
Clima de temperado para quente, seco na região Central e semi-
úmido nas regiões litorâneas, com períodos de seca (4 a 5 meses, de
abril a setembro) e períodos de chuva bem definidos.
Temperaturas médias anuais entre 20ºC e 25ºC.
Vegetação original predominante: cerrado, na região Central e Nor-
deste; floresta atlântica de planalto e encosta, no litoral Nordeste;
vegetação litorânea, do litoral Norte e Nordeste; vegetação pantaneira,
no Centro-Oeste.
Pluviosidade anual entre 1.500 mm e 750 mm.
Observações para projeto
O projeto do edifício escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condições adequadas de temperatura, ventilação e umidade
relativa do ar necessárias ao conforto humano.
Capítulo 3 Considerações sobre o clima
28
A orientação do edifício, quanto à radiação solar, deve ser de forma a
minimizar a carga térmica recebida durante o verão.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes aproveitan-
do-se os efeitos positivos dos ventos.
Maiores superfícies devem estar voltadas para a direção dos ventos
freqüentes ou brisas.
Somente nas regiões quentes secas (típicas do Centro-Oeste) facilitar
a retenção de umidade.
Clima tropical de altitude
Características gerais
Clima de temperado para frio, em conseqüência da altitude, com
períodos de chuva e de seca bem definidos.
Temperaturas médias anuais abaixo de 20ºC.
A vegetação original predominante é a floresta atlântica de planalto
e encosta.
Pluviosidade anual entre 1.500 mm e 750 mm;
Observações para projeto
O projeto do edifício escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condições adequadas de temperatura, ventilação e umidade
relativa do ar necessárias ao conforto humano.
A orientação do edifício, quanto à radiação solar, deve ser de forma a
minimizar a radiação térmica recebida.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes aproveitan-
do-se os ventos.
Maiores superfícies devem estar voltadas para a direção dos ventos
freqüentes ou brisas.
Evitar a retenção de umidade.
Localizar e orientar o edifício de forma a otimizar o ganho térmico
natural no inverno, protegendo-o dos ventos desfavoráveis da
estação, minimizando o consumo de energia durante o ano.
Clima subtropical
Características gerais
Estações definidas com verões curtos e invernos prolongados.
Microclimas importantes nos vales.
Ventos predominantes: sudoeste no litoral e pampeiro no interior.
Temperatura baixa no inverno; amena nas outras estações. Tempera-
turas médias abaixo de 20ºC.
Precauções com solo e ambientes úmidos (frio e úmido).
A vegetação original predominante é a floresta de araucária e os campos.
Chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Pluviosidade anual entre
2.500 mm e 1.500 mm, nas áreas elevadas e entre 1.500 mm e 750 mm
nas áreas baixas. Nas regiões com altitude elevada, é comum a
ocorrência de geadas curtas e precipitações de neve nas épocas
29 Espaços educativos
frias. A precipitação tende a aumentar com a altura e a maior percen-
tagem cai como neve e não como chuva.
Observações para projeto
O projeto do edifício escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condições adequadas de temperatura, ventilação e umidade
relativa do ar necessárias para o conforto humano. Portanto, é funda-
mental reduzir a um mínimo a energia perdida no inverno.
Nas regiões mais frias, as edificações devem estar próximas, de
formas e tamanhos variados e compactos, com espaços reduzidos e
pé-direito baixo, constituindo barreiras efetivas contra o vento, favore-
cendo o armazenamento térmico e evitando as perdas de calor.
Integrar sistema de calefação (se necessário), isolamento térmico e
ventilação, evitando-se perda de energia, criando volumes compac-
tos (climatização interior dos ambientes).
Nas regiões mais frias, como as serras gaúchas, observar a necessi-
dade de proteção do frio e da chuva. Pelo rigor do clima, de caráter
chuvoso e frio no inverno, a maior parte das atividades são realizadas
em ambientes fechados.
Nessas regiões é fundamental a preocupação com a distribuição, a
orientação e a forma dos edifícios e suas aberturas, com menor
exposição aos ventos e maior exposição ao sol, com maior ganho
de calor.
Prever o aproveitamento total dos ventos somente na estação quente.
Ventilação natural e/ou artificial somente para garantir a renovação do ar.
Orientação solar do edifício favorável, de forma a otimizar os ganhos
térmicos no inverno e reduzi-los no verão. Encostas orientadas para o
Sul recebem pouca radiação solar (somente no começo e no fim dos
dias de verão), sendo mais frias e com maior umidade no solo.
As aberturas devem estar voltadas para Norte, Leste e Oeste. A
fachada Norte recebe mais sol que a fachada Sul, fato de grande
significado para o desenho interno e externo do edifício. Áreas de
acesso e circulações cobertas, protegidas e fechadas orientadas
para Norte e Oeste.
Nas coberturas, prever isolamento térmico apropriado e forro.
Nas paredes externas, prever estanqueidade a chuvas e ventos.
Evitar a retenção de umidade.
Usar materiais próprios do local.
Prever materiais resistentes à umidade e à corrosão.
Ventos de inverno
Massas de ar no verão
Os ventos são fatores climáticos dinâmicos.
Os dados mais particulares de direções de
ventos para cada cidade do país serão
estudados de acordo com as características
de cada local.
A implantação do edifício escolar está condicionada a três fatores: o
programa arquitetônico, a viabilidade econômica e financeira e as
características físicas locais.
Uma boa implantação deve respeitar e manter as características
peculiares de clima e paisagem de cada lugar, por meio da conserva-
ção da natureza do solo, da forma do relevo e da manutenção da
vegetação nativa. Nos grandes centros urbanos é fundamental
minimizar os efeitos negativos do microclima.
É recomendável que o terreno selecionado para a construção do
prédio escolar permita a implantação deste em um único pavimento,
pelas seguintes vantagens:
Economia da construção.
Inexistência de escadas ou rampas.
Maior facilidade para solução dos problemas de iluminação e ventilação.
Ligação harmoniosa “sala de aula X jardim” e possibilidade de ensino
ao ar livre.
Intimidade da escola.
Na hipótese de construções de escolas com dois pavimentos, e
quando não se conseguir colocar no térreo todas as salas de aula,
localizar no térreo as salas e os ambientes destinados a crianças de
faixa etária mais baixa e utilizar rampas ou PDV (Plataforma de Deslo-
camento Vertical).
Também é importante evitar o fracionamento excessivo de áreas
livres entre os prédios, procurando agrupar essas áreas de forma a
criar áreas livres contínuas.
Capítulo 4 Implantação do
edifício escolar
Capítulo 4 Implantação do edifício escolar
32
O que observar na implantação
Quanto ao tipo de solo e paisagem
Na floresta, nas regiões de clima quente-úmido e semi-úmido
A estrutura de solo é geralmente firme:
Deve-se proteger a fundação, para evitar os efeitos da umidade.
É necessária a conservação da camada de matéria orgânica e criar
proteções para não ser carreado o solo fértil.
No cerrado, nas regiões de clima tropical
Solos mais firmes no cerradão, na área de transição com a floresta e
nos divisores de água:
Evitar a descaracterização da vegetação nativa, mesmo que sejam
plantadas novas espécies.
Solo de cascalho de natureza porosa, nos campos sujos, com
arbustos tortuosos e canelas-de-ema:
Evitar a descaracterização da vegetação nativa, mesmo que sejam
plantadas novas espécies.
Evitar o derrocamento e a conseqüente exposição dos baldrames.
Solos argilosos, cobertos por campo limpo e encharcado:
Aconselhável aterro e impermeabilização das fundações e das
estruturas do piso.
Não-descaracterização da vegetação nativa, mesmo que sejam
plantadas novas espécies.
Na várzea
Solo alagadiço, onde a vegetação se fixa mediante raízes aéreas,
escoras ou mesmo flutuantes:
Problemático para a construção de escolas, pois as mesmas teriam
de ser flutuantes, sobre escoras ou sobre pequenos aterros.
Conservação dos solos, evitando-se aterros e prevenindo contra a
erosão.
Na caatinga, nas regiões de clima semi-árido
Solo seco e árido, com pouca vegetação:
Evitar a descaracterização da vegetação nativa mesmo que sejam
plantadas novas espécies.
Quanto à forma do relevo
Cumes e encostas
Melhor escoamento da água.
Maior captação do vento.
Implantação guiada pelas curvas de nível, criando-se patamares para
evitar a lixiviação e a erosão do solo.
Evitar grandes desmatamentos. Se necessário,
proceder a abertura de pequenas clareiras.
Na várzea
33 Espaços educativos
Nas regiões de clima semi-árido, se possível, soterrar parcialmente a
construção, principalmente a Leste e a Oeste, aproveitando desníveis
do terreno.
Paisagem plana ou com pequenas ondulações
O vento sopra rente ao solo:
Nas áreas de clima quente e seco ou semi-árido, proteger dos ventos
que sopram rente ao solo, trazendo calor e poeira.
Planícies e vales
Onde as águas são permanentes:
Observar a possibilidade de elevação do nível da água. Na beira dos
rios, observar o regime de cheias.
Observar a ocorrência de águas temporárias ou intermitentes e os
níveis que atingem.
A implantação nas áreas altas, acima dos níveis das cheias ou de
marés altas.
Na ocorrência de cheias ou marés altas, a implantação deve se dar
acima dos níveis mais altos historicamente observados.
Quanto ao sol
Orientação voltada para Norte ou Sul
Menor insolação, nas latitudes baixas, permitindo maiores superfícies
posicionadas segundo essa orientação.
Possibilidade de colocação de grandes aberturas, nas regiões de
clima quente e úmido ou semi-úmido.
Menor comprimento de beirais.
A transmissão da radiação solar através das janelas é um benefício
nos climas subtropicais durante a estação fria, se o ganho térmico no
inverno através das janelas for superior às perdas térmicas (no
inverno) e aos ganhos térmicos (no verão).
Na região tropical, é necessário o controle permanente de radiação
solar incidente na janela, escolhendo-se sua orientação em função
dos ventos favoráveis.
Utilizar quebra-sol horizontal.
Orientação voltada para Leste ou Oeste
Maior insolação.
As faces Leste e Oeste devem ter menor dimensão possível nas
regiões de clima quente-úmido ou semi-úmido.
Nas áreas de clima com características de semi-árido, utilizar vegeta-
ção abundante (copa alta, baixa, arbustos, rasteira e trepadeira).
Menos adequada para aberturas, sem o uso de proteção da insola-
ção direta nessas faces.
Devem ser protegidas também as faces externas, da radiação direta.
Beirais devem ser muito grandes.
Menor altura do sol nas horas mais quentes.
A transmissão da radiação solar através das janelas é um benefício
nos climas subtropicais na estação fria, se o ganho térmico no inverno
Regime de cheia dos rios
Nível baixo Nível alto
Vento nas
encostas
Na região Norte a altura do sol nas horas mais
quentes é 60º ou relação de 5 por 3 entre o pé-
direito e o comprimento do beiral.
Capítulo 4 Implantação do edifício escolar
34
através das janelas for superior às perdas térmicas (no inverno) e aos
ganhos térmicos (no verão);
Na região tropical, é necessário o controle permanente de radiação
solar incidente na janela, escolhendo-se sua orientação em função
dos ventos favoráveis.
Utilizar quebra-sol vertical.
Quanto ao vento
Regiões tropicais em geral
Apresentam constância de direção dos ventos sudoeste (SW) e
Nordeste (NE).
Maiores superfícies de aberturas deverão estar voltadas para a
direção das brisas e dos ventos freqüentes.
Regiões de clima semi-árido
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno das construções evitando-
se os ventos.
Aberturas de pequenas dimensões, o suficiente para ventilação e
iluminação.
Preferíveis as aberturas para pátios internos, alpendres ou áreas
sombreadas.
Evitar que o vento atinja superfícies aquecidas e seja conduzido para
o interior da edificação. Neste caso, usar plantas ou outros elementos
sombreadores.
Fatores que influenciam a mudança de direção e velocidade do
vento
Vegetação nativa ou plantada.
Relevo existente.
Massas d’água existentes.
Concentração de prédios em áreas urbanas.
Observações para implantação
Mais favorável, de uma forma geral, aos movimentos de ar (brisas ou
ventos predominantes), quando não há coincidência com a melhor
orientação do sol.
Nas regiões de clima quente úmido e semi-úmido, se for o caso,
dispor o conjunto dos blocos do edifício, de modo a permitir maior
circulação de ar entre eles.
As janelas devem estar localizadas na direção do vento dominante
favorável (condição de estação quente) e protegidas do vento
desfavorável (condição de estação fria).
Plantas
Varandas
Pérgolas
35 Espaços educativos
Quanto às chuvas
As chuvas acompanham o sentido dos ventos
Usar grandes beirais e varandas para permitir a livre penetração do
vento, sem a entrada da chuva.
Proteger as paredes do desgaste diante da constante umidade.
As aberturas dos telhados devem ser contrárias ao sentido das
chuvas, sem prejudicar o efeito chaminé.
Definir o sentido de colocação das telhas e a inclinação dos telhados,
de modo a evitar o refluxo das águas da chuva, pela ação do vento.
Elementos da cobertura
Proporcionar proteção contra a chuva sempre.
Permitir a satisfatória penetração do vento, quando necessário.
Proporcionar a mínima redução da velocidade do ar nos climas
quente-úmido e semi-úmido.
Quanto à intensidade das chuvas
Determinar adequada inclinação do telhado.
Dimensionar adequadamente dutos e calhas para escoamento das
águas pluviais.
Utilizar vegetação para minimizar a ação das chuvas de ventos,
quando necessário.
Ventilação e aeração
Ventilação é a ação do vento causada pelo movimento do ar. Aeração é
a renovação do ar, seja por efeito natural do vento, seja por outra causa.
Condicionamento natural do ar
É necessário ter dados sobre as condições do ar exterior, ou seja,
dados sobre sua pureza, temperatura, umidade e movimento. A
diferença de temperatura entre interior e exterior influi sobre o movimen-
to do ar e nas relações de pressão interior e exterior. A umidade relativa,
pelo fato de introduzir mais ou menos quantidade de água no interior
dos ambientes, influi na condensação e nas sensações bioclimáticas.
Em ambientes sem ventilação natural, o ar aquecido sobe, por ser
mais leve que o ar frio e não ter saída. Forma-se, então, uma camada
de ar quente, viciado, que não se renova, cada dia mais poluído.
Uma boa solução de ventilação natural controlada permite reduzir a
energia gasta em refrigeração ou ventilação mecânica forçada. Por
isso, conhecer e aplicar corretamente as técnicas de ventilação
natural (através de projeto e cálculo), favorece ao conforto e traz
economia de energia.
Capítulo 5 Condicionantes
ambientais
Fontes de aquecimento é que não faltam: o
calor do corpo humano, o sol sobre o telhado
e as paredes ou penetrando através de portas
e janelas, aparelhos eletrodomésticos em
geral, o ar aquecido que vem de uma área
ensolarada, a lâmpada elétrica etc.
Nos climas quentes-úmido, quanto mais
rapidamente o ar passa pelo usuário, mais
rapidamente ocorrerá a evaporação.
Condições para a ventilação natural permanente do edifício escolar
Fatores fixos Fatores variáveis
Forma
Características construtivas
Localização
Orientação local em relação ao sol
Posição, tamanho e tipo das aberturas
Obstáculos existentes
Direção, velocidade e freqüência dos ventos
Diferença de temperatura exterior e interior
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
38
Saída de ar
Não haverá renovação de ar se não forem previstas aberturas de saída
para o ar quente na parte mais alta do ambiente. A saída no mesmo nível
do forro evita a formação da camada de ar quente, viciado.
Aberturas pequenas numa parede contribuem muito pouco para a
boa ventilação. A saída de ar é tanto menor quanto menores e mais
afastadas estão as aberturas umas das outras. É preferível concentrar
as saídas de ar em uma ou duas aberturas de maiores dimensões.
Entrada de ar
A entrada de ar é tão importante quanto a saída. As aberturas de
entrada do ar mais frio devem ser previstas em altura inferior à abertu-
ra de saída.
O rosto é a parte do corpo mais sensível ao calor e, por conseguin-
te, é menor a necessidade de circulação de ar nas áreas mais
próximas aos pisos.
Circulação do ar
Entrada e saída em alturas apropriadas são as duas condições
básicas para a circulação do ar. A entrada de ar frio (ou menos
quente) pela parte inferior, oposta à saída de ar quente pela parte
superior, é o que se chama de ventilação cruzada.
O corpo humano perde calor pela evaporação de seu próprio suor.
Portanto, é necessário que a ventilação contribua para que isso ocorra.
Aeração natural
A ventilação natural permanente depende de valores fixos, tais como
as características construtivas do edifício, a orientação local, os obstá-
culos existentes, além da posição e das dimensões das aberturas.
O ideal é que aberturas inferiores e superiores
estejam em lados opostos, para que, no caso
de inversão do sentido da ventilação, a
ventilação cruzada continue funcionando.
Ventilação natural
Clarabóia para ventilação
cruzada transversal
sobre a circulação
Ventilação cruzada
Ventilação transversal
sobre a circulação
Nos espaços fechados, por insuficiência de aberturas que liguem o ambiente com o
exterior, há concentração de CO
2
. Esta concentração depende do número de ocupantes,
de seu peso e de sua idade, do tempo de ocupação e do volume do local:
Em repouso, libera-se cerca de 12 litros de CO
2
/ pessoa / h.
Em atividade moderada, 15 a 18 litros / pessoa / h.
Em atividade acentuada, chega a 23 litros / pessoa / h.
A umidade do ar também aumenta:
Cada ocupante elimina 14 g de água estando em repouso.
Em atividades físicas moderadas cerca de 60 a 100 g.
Com atividades físicas acentuadas elimina 200 g.
Obstáculos à passagem da ventiliação
39 Espaços educativos
Influência da vegetação na ventilação
Movimentação dentro do bosque
Vegetação com barreira
Brisa suave Sente-se o vento no rosto;
O cata-vento gira;
As folhas se movem.
7 km/h
Vento moderado Levanta a poeira e os papéis soltos;
Agita os arbustos e os galhos finos.
18 km/h
Vento forte Movimenta os galhos grandes;
Assobia nos fios.
27 km/h
Rajadas fortes Galhos finos são arrancados;
É impraticável caminhar.
40 km/h
Rajadas violentas Capazes de derrubar árvores. Mais de 40 km/h
São fatores variáveis a direção e a velocidade do vento e a diferen-
ça de temperatura entre interior e exterior.
Ambiente externo
A ventilação das edificações baseia-se na entrada do ar e em sua
saída imediata. As velocidades de entrada e saída são proporcionais,
mas os obstáculos à circulação do ar reduzem tais velocidades.
Geralmente, a velocidade do vento é menor nas áreas mais
adensadas do que nas áreas rurais. Edificações próximas, de formas
e tamanhos variados e compactos, constituem barreiras efetivas
contra o vento e, por favorecer o armazenamento térmico, evitam as
perdas de calor. Edificações separadas entre si aproveitam melhor as
correntes de ar e fazem uso da vegetação para se protegerem da
radiação solar. A forma dos edifícios, a distância entre eles e a
posição em relação à direção do vento dominante são os elementos
que definem a eficiência da ventilação em nível urbano.
Também o ar perde velocidade nas camadas mais próximas do
solo diante da existência de obstáculos naturais. O efeito da vegeta-
ção nas condições de ventilação depende muito do tipo de vegeta-
ção utilizada e das características urbanísticas do local.
Efeito dos ventos
O planejamento da ventilação de uma edificação escolar deve
considerar o aproveitamento máximo dos ventos dominantes no local.
O ar move-se naturalmente por dois motivos: diferenças de pressão,
isto é, zonas de compressão e zonas de subpressão, e diferenças de
temperatura. Como as edificações escolares são baixas, o fator
“diferença de temperatura” é pouco importante, principalmente nas
áreas rurais e pouco adensadas. Mas em áreas urbanas muito
adensadas, a “diferença de temperatura” se faz bem presente.
Muitos fatores alteram o regime dos ventos dominantes: montanhas,
florestas, rios, lagos, e o mar. A influência da massa de água nos ventos
depende da hora do dia. A inversão do sentido dos ventos (dia-noite)
não pode ser esquecida nos projetos para regiões costeiras:
Aclive sem
vegetação
Zona de alta pressão
ou compressão
Zona de baixa pressão
ou supressão
Aclive com
vegetação
Relação de velocidades dos ventos
Influência da massa de água nos ventosInfluência da massa de água nos ventos
Sentido dia
mar-terra
Sentido noite
terra-mar
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
40
No verão, o vento tende a se direcionar da costa para o interior,
quando o ar que sobe da terra aquecida é substituído pelo ar fresco
que vem da água, provocando as brisas locais.
Os ventos tendem a se dirigir da terra para a água, quando a água
está mais quente que a terra.
Em toda mudança de direção do fluxo de ar existe perda de energia
e de velocidade. Este é um princípio geral: se no ambiente externo o
ar circula com pouca velocidade, a abertura de entrada deve ser
menor do que o vão de saída.
Ao encontrar obstáculos, o vento muda de direção e perde veloci-
dade. Os obstáculos podem ser usados para dirigir a ventilação.
Também a circulação do ar pode ser alterada em função das abertu-
ras feitas nas paredes. Beirais e venezianas podem ser usados para
dirigir a ventilação. O beiral curto desvia a ventilação para o alto. O
beiral longo canaliza a ventilação para o interior.
Se o ambiente externo é quente, a eficiência da
ventilação fica diminuída com relação ao
conforto. Além das áreas de sombra criadas por
meio de árvores, arbustos e beirais, os gramados
são recurso simples e eficiente, seja de que tipo
for. Constituem superfícies lisas que aumentam a
velocidade do vento no nível do solo, retêm a
poeira, reduzem o aquecimento do solo e
permitem circular um vento menos quente do
que em terreno sem recobrimento vegetal.
Comportamento dos fluxos de vento
A disposição das aberturas
e paredes internas
Obstáculos anteriores e
posteriores às aberturas
Quebra-sóis Persianas
Marquises Pérgulas
Obstáculos usados para dirigir a ventilação
Beiral curto desvia a
ventilação para o alto
Beiral longo canaliza
a ventilação para o
interior
Existência de muros, arbustos e
árvores direcionando o fluxo de vento
41 Espaços educativos
Controle da ventilação
É aconselhável que o sistema de entrada-saída de ar (ventilação
cruzada) seja controlável, de modo a evitar os excessos de vento ou
de frio. Deve-se prever que, em algumas ocasiões, poderá existir
ventilação excessiva. Por isso, o projeto deve considerar sempre a
regulagem das entradas de ar e, eventualmente, a das saídas. Um
pátio interno funciona como um bom regulador térmico.
Lembretes sobre ventilação e aeração
Nos ambientes de ensino, o dimensionamento recomendado deve
proporcionar volume de ar equivalente a 4,00m
3
/aluno, no mínimo.
Aproveitar os ventos dominantes: estudar a melhor orientação para o
projeto, depois de conhecer o gráfico dos ventos dominantes na
região.
As janelas devem estar localizadas na direção do vento dominante
favorável (condição de estação quente) e protegidas do vento
desfavorável (condição de estação fria).
Evitar perda de velocidade do vento, isto é, mudar a direção somente
depois de um percurso tão longo quanto possível.
Uma abertura pequena para a entrada de ar aumenta a velocidade: o
ar se concentra. Uma abertura de saída muito grande provoca perda
de velocidade do ar: o ar se dispersa.
Aberturas de entrada de ar devem ser baixas e as saídas na parte alta
das paredes.
Colocar as aberturas de entradas nas zonas de pressão em que os
ventos dominantes sopram em mais de uma direção, distribuindo as
aberturas proporcionalmente.
O dimensionamento das áreas de ventilação depende das condições
climáticas locais. Recomenda-se, no mínimo, 60% das aberturas
previstas para iluminação e ventilação.
Prever ventilação cruzada em todos os ambientes: evita o efeito de
estufa. Tirar partido do efeito chaminé, quando a altura for apropriada.
Não esquecer a vegetação.
Examinar os obstáculos existentes ou a serem colocados na passa-
gem dos ventos. As aberturas de entrada não devem ser obstruídas
com árvores ou edifícios.
Ação dos vãos nas paredes
influenciando a direção do vento
Criação de aberturas de saída nas partes mais elevadas dos telhados
Efeito chaminé
À medida que a profundidade do edifício
aumenta, a profundidade da zona de baixa
pressão diminui até que a primeira atinja a
profundidade de 2A. A partir daí, qualquer
aumento na profundidade do edifício não altera
muito o tamanho da zona de sucção.
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
42
Muita atenção com os materiais delgados: em geral deixam passar o
calor. Aplicar isolação térmica, se necessário.
A umidificação pode ser necessária nos climas secos.
Insolação e iluminação naturais
Luz solar e insolação
A insolação é o fenômeno resultante da ação dos raios solares
irradiados. A insolação diária resulta da exposição do prédio ao sol em
dois períodos de igual duração, porém distintos: o período da manhã,
ou nascente, e o período da tarde, ou poente.
O desempenho da visão depende diretamente das condições de
iluminação. A má iluminação provoca uma queda de produtividade e
aumenta o número de erros em qualquer atividade. A carência de luz, por
“mascaramento”, produz sombra, prejudicial à visão humana. O excesso
de luz natural ou artificial produz, para a visão humana, o fenômeno
de deslumbramento e ofuscamento, prejudiciais ao olho humano.
A luz natural também desempenha outras funções importantes para
os homens além dos aspectos iluminantes. Mudanças de direção e
alteração da cor da fonte (o sol) e das condições atmosféricas
ajustam-se à alternância dos dias e das noites no controle de determi-
nados círculos vitais, que são completamente desorganizados se o
indivíduo se submeter exclusivamente à iluminação artificial.
Radiação solar refletida pelo entorno (terreno)
A radiação solar incidente é refletida difusamente pelo entorno. Nas
regiões de clima quente-seco ocorre alta refletividade do entorno, en-
quanto nas regiões úmidas e quentes tanto a incidência da radiação como
a refletividade do entorno são reduzidas conforme a tabela a seguir.
O fator de reflexão (medida de relação entre a radiação refletida e a
radiação total recebida por um objeto) do entorno e das superfícies
exteriores do edifício pode aumentar ou diminuir a demanda de
energia do edifício. Cor, material e textura são elementos importantes
para a reflexão. Diferentes radiações refletidas podem ser originárias
de uma mesma radiação emitida.
Para iluminar um ambiente, utilizando-se os
recursos naturais, artificiais ou ambos, deve-
se atender a vários requisitos quantitativos ou
qualitativos. Quando podemos optar por
iluminação natural ou artificial, a natural deve
ser escolhida.
Fator de reflexão
Ilhota térmica
43 Espaços educativos
Percentagem de radiação solar incidente refletida difusamente por diferentes tipos de cores
Tipo de superfície Reflexão estimada
(expresso em %)
Tipo de superfície Reflexão estimada
(expresso em %)
Amarelo limão
70
Cores claras
50 a 70
Amarelo ouro (puro)
60
Cores muito claras
50 a 70
Amarelo palha
60
Creme
60 a 68
Amarelo de cromo (puro)
50
Cromo
60 a 65
Azul em geral
5 a 55
Escarlate
16
Azul claro
40 a 50
Laranja (puro)
25 a 30
Azul celeste
30
Marfim
71 a 77
Azul turquesa
15
Ocre claro
60
Bege
25 a 65
Pérola
72
Branco
85 a 95
Prateado
35
Carmim
10
Preto
4 a 8
Castanho claro
25
Rosa
35 a 70
Castanho médio
15
Salmão
40
Cinzento
25 a 60
Verde em geral
12 a 60
Cor de casca de ovo
81
Verde amarelo
50
Cor parda
8 a 50
Verde médio
20
Cores amarelas em geral
30 a 70
Vermelhão
20
Cores muito escuras
0 a 15
Vermelho
10 a 35
Cores escuras
15 a 30
Violeta ou roxo
5
Cores médias
30 a 50
Nota: valores entre o branco teórico (100%) e o negro absoluto (0%)
(fonte: Energia na edificaçãoestratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
O controle da radiação solar
A iluminação natural nos interiores dos ambientes é obtida mediante
as aberturas nos planos verticais (janelas) e horizontais (domus e
clarabóias).
Nas aberturas verticais (janelas), torna-se mais fácil o controle dos
raios diretos, com utilização de quebra-sóis ou outros dispositivos. As
aberturas zenitais não dispõem, em geral, de elementos de controle
da radiação direta.
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
44
Percentagem de radiação solar incidente refletida difusamente por diferentes tipos de superfícies
Tipo de superfície Reflexão estimada
(expresso em %)
Tipo de superfície Reflexão estimada
(expresso em %)
Aço inox 55 a 65 Grama escura 6
Alumínio polido 60 a 70 Granito 40
Área urbana 10 Granilite 17
Areia seca 18 a 30 Lajeado branco 50
Areia úmida 9 a 18 Livros em estantes 10 a 20
Asfalto seco 20 Madeira clara 13
Asfalto molhado 5 Madeira escura 7 a 13
Bosque escuro 5 Mármore branco 45
Cal branca 85 a 88 Nogueira 18
Campo verde 3 a 15 Nuvens 80
Cantaria 25 a 60 Papel branco 80 a 85
Carvalho escuro 18 Pedra de tonalidade média 35
Carvalho claro 33 Pinho claro 50
Cerâmica vermelha 30 Rocha escura 12 a 15
Chapa de alumínio 83 Salitres 42
Chapa galvanizada 16 Terra negra úmida 14
Cinzento de reboco 42 Terreno ermo seco 10 a 25
Concreto aparente 55 Terreno ermo úmido 8 a 9
Contraplacado de madeira 38 Tecido escuro 2
Deserto 24 a 28 Tijolo amarelo 32
Erva seca 32 Tijolo vermelho 18
Esmalte 60 a 90 Tijolo escuro 10
Espelhos 80 a 90 Troncos de árvores 3 a 5
Folhas verdes 25 a 32 Vegetação (média) 25
Gesso (branco) 90 a 95 Veludo preto 0,2 a 1
Nota: valores entre o branco teórico (100%) e o negro absoluto (0%)
(fonte: Energia na edificaçãoestratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
45 Espaços educativos
Quando esses dispositivos de controle de radiação solar são
projetados corretamente, ainda se pode admitir uma área de abertura
maior. Porém, quando isso não ocorre, os resultados são desastro-
sos, pois a radiação direta, além dos efeitos térmicos, produzirá
manchas de iluminação altíssimas, conseqüentes da radiação difusa.
Influência da latitude
A latitude exerce uma influência importante sobre a insolação porque a
situação geográfica de uma região determina a duração do dia e
também a distância que os raios oblíquos do sol atravessam a atmosfera.
A disponibilidade de luz natural para qualquer região é determinada
pela quantidade de radiação solar (luminosa) incidente nas diferentes
estações do ano. As regiões que recebem, durante a maior parte do
ano, raios solares com ângulo de incidência próximo a uma perpendi-
cular à superfície são as mais quentes e luminosas.
Geometria da insolação
O conhecimento da incidência dos raios solares diretos permite
solucionar o projeto da edificação de forma mais correta, por meio
dos conhecimentos básicos da “geometria da insolação” (por
intermédio do gráfico de insolação), onde se observa o movimento
diário aparente do sol na órbita celeste, conseqüente do movimento
real de rotação da Terra e do movimento anual do sol na abóbada
celeste, conseqüente do movimento de translação da Terra. Repre-
sentando graficamente estes dois fenômenos, temos a região do céu
percorrida pelo sol nos seus movimentos aparentes.
Conforme a latitude da localidade considerada, a inclinação do arco
aparente que o sol descreve no céu varia com relação ao plano do
horizonte. Por isso, para cada localidade com diferentes latitudes,
existe um gráfico de insolação diferente. A maneira prática de se
trabalhar na geometria da insolação é a utilização dos gráficos de
insolação, que vêm a ser projeções das trajetórias aparentes do sol
sobre o plano do horizonte.
Nos climas quentes há uma maior disponibilida-
de de energia luminosa. Se dimensionarmos as
aberturas, considerando como condições externas
aquelas correspondentes a um dia nublado ou
chuvoso, as aberturas resultarão fatalmente
grandes, expondo o ambiente a uma excessiva
recepção de calor nos dias quentes e claros.
Uso correto da sombra
Diferenças de ângulos e alturas
no percurso aparente do sol
Gráfico solar
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
46
Obstáculos que rodeiam a cobertura
A cobertura projetada pode ter em sua volta construções vizinhas,
ou outros obstáculos, de maneira a mascarar (encobrir) parte da
abóbada celeste. Deve-se computar o efeito das obstruções, a fim de
conhecermos qual região do céu é visível ou não, desde a cobertura.
Utilizando-se um gráfico auxiliar, pode-se representar as regiões do
céu que são visíveis ou que são mascaradas pelos obstáculos.
Exemplos de gráficos de insolação
Esquema de projeções estereográficas
Exemplos de gráficos de insolação auxiliar
47 Espaços educativos
Lembretes
As aberturas devem proporcionar luz natural uniforme sobre o plano
de trabalho em todos os pontos do ambiente, sem incidência direta
dos raios solares.
O aproveitamento dos raios solares por algumas horas, no período da
manhã ou da tarde, em alguns ambientes do prédio escolar, como
vestiários, sanitários e área de serviços, funciona como um fator
importante na salubridade e na higiene.
Prever uma faixa contínua de janelas, a fim de evitar sombreamentos
indesejáveis nas salas de aula e nos demais ambientes pedagógicos.
A transmissão da radiação solar através das janelas será um benefício
nos climas subtropicais na estação fria, se o ganho térmico no inverno
através das janelas for superior às perdas térmicas (no inverno) e aos
ganhos térmicos (no verão).
Na região tropical, será necessário o controle permanente de radiação
solar incidente na janela, escolhendo-se sua orientação em função
dos ventos favoráveis.
Na disposição do mobiliário dos ambientes pedagógicos ou daque-
les com algumas atividades de escrita e leitura preferir a luz incidente
pela esquerda.
Pintura de cor branca (ou clara) reflete a luz. A pintura de cor preta (ou
escura) absorve o calor.
O vidro transparente permite a passagem da luz e de imagens. O
vidro translúcido somente permite a passagem da luz.
O vidro é um material de baixa inércia, ou seja, deixa o calor passar
rapidamente por ele.
Uma regra na colocação das aberturas: as
janelas colocadas no centro da parede
Reflexos indesejáveis no quadro de gizSombreamentos indesejáveis na sala da aula ou
em outros ambientes pedagógicos
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
48
A localização correta da vegetação permite a absorção da radiação
solar e o esfriamento do ar que penetra no edifício.
Nos ambientes situados em clima quente-úmido, a incidência da
radiação solar é intermitente em razão da presença das nuvens. A
radiação difusa das nuvens pode ser considerável. Não existe
reflexão do solo.
Nos ambientes situados em clima quente-seco, a radiação solar
direta atinge o corpo de várias formas: diretamente, depois de se
refletir no terreno e depois de se refletir nas nuvens e na atmosfera.
Quanto mais nuvem tenha o céu típico da região, menor será a
incidência de radiação solar na superfície da terra (a quantidade de
chuvas na região é um indício provável de nebulosidade).
Os “brises” permitem reflexões da luz, evitando insolação direta e, por
conseguinte, a luz difusa, não direta. Eles só devem ser utilizados
pelo lado exterior às esquadrias, para que a radiação difusa sofra
aeração, perdendo o calor, antes de penetrar no ambiente. Para isso,
entre o “brise” e a esquadria, prever um espaço mínimo de 30 cm.
O correto ajuste das esquadrias permite melhor iluminação, sem
ofuscamentos ou reflexões prejudiciais.
Para garantir melhor condição de iluminação natural, é recomendá-
vel que paredes e tetos recebam pintura de cor clara.
49 Espaços educativos
A dupla função das janelas
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
50
Porcentagem de radiação luminosa obstruída por diferentes
tipos de fatores de sombra (FS)
A iluminância excessiva causa desconforto. Elementos fixos ou móveis, exteriores ou
interiores, proporcionam o controle dos efeitos negativos da iluminância excessiva e são
chamados de fatores de sombra (FS)
Tipo de fator de sombra Radiação luminosa
obstruída (FS)
Persiana Cor clara 60%
Cor escura 80%
Cortina de tecido com
trama aberta
Cor clara 30%
Cor escura 50%
Cortina de tecido com
trama fechada
Cor clara 70%
Cor escura 85%
Persiana de enrolar fechada,
deixando 5% de abertura
Cor clara 80%
Cor escura 90%
Toldo Cor clara 60%
Cor escura 80%
Brises horizontais (N-S) Cor clara 50%
Cor média 60%
Brises verticais (E-W) Cor clara 40%
Cor média 50%
Nota: a tabela acima tomou como referência a latitude 30º S (fonte: Energia na
edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
51 Espaços educativos
Eficiência do fator de sombra da radiação solar
Proteção da janela Fator de sombra da radiação
solar
Vidro comum com persiana interna, cor clara 55%
Vidro comum com persiana interna, cor escura 68%
Vidro absorvedor de calor com persiana 40%
Vidro comum com cortina de tecido (trama aberta), cor clara 60%
Vidro comum com cortina de tecido (trama cerrada), cor clara 45%
Vidro comum com cortina de tecido (trama cerrada), cor escura 63%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor clara 30%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor média 45%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor escura 60%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, cor clara 08%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, deixando 10% da janela descoberta, cor clara 16%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, deixando 10% da janela descoberta, cor escura 26%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, com vidro aberto para ventilação, cor clara 18%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, com vidro aberto para ventilação, cor escura 40%
Vidro comum com persiana (externa) de plástico, cor clara 10%
Brises móveis exteriores em posição normal *10%
Brises fixos exteriores em posição horizontal (N) *20%
Brises fixos exteriores em posição horizontal (E-O) *35%
Brises fixos exteriores em posição vertical (E-O) *25%
Brises móveis exteriores em posição vertical (E-O) *10%
Toldo de cor média ou escura e vidro aberto 20%
Toldo de cor clara e vidro aberto 12%
Nota: (*) Latitude 30º S (fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
52
Nebulosidade e insolação total para as capitais do Brasil
No cálculo de desempenho térmico de paredes, coberturas e iluminação natural dos edifícios escolares, considerar a nebulosidade média
das principais cidades brasileiras. Outras cidades, consultar o anuário estatístico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o
Departamento de Meteorologia local.
Região Município das
capitais
Estado ou território Latitude Nebulosidade (0 a
10%)
Insolação (horas e
décimos)
Norte Porto Velho Rondônia 08º45'48" S 7,7 1.891,3
Rio Branco Acre 09º58'22" S 8,0 1.639,8
Manaus Amazônia 03º08'07" S 7,3 1.552,9
Boa Vista Roraima 02º49'17" N 7,1 2.132,9
Belém Pará 01º28'03" S 6,6 1.854,7
Nordeste Macapá Amapá 00º02'25" N 7,3 2.148,0
São Luís Maranhão 02º33'00" S 6,5 2.377,1
Teresina Piauí 05º05'13" S 6,0 2.606,9
Fortaleza Ceará 03º45'47" S 5,4 2.794,5
Natal Rio Grande do Norte 05º45'54' S 6,2 2.184,8
João Pessoa Paraíba 07º06'57" S 5,9 2.927,8
Recife Pernambuco 08º10'52" S 5,9 2.473,3
Maceió Alagoas 09º40'00' S 6,2 2.736,7
Fernando de Noronha Fernando de Noronha 03º51'00" S 4,6 2.459,4
Aracaju Sergipe 10º55'00" S 6,7 2.644,9
Salvador Bahia 12º55'34" S 5,1 2.436,9
Sudeste Palmas Tocantins 10°12'46" S 6,1 2.325,0
Belo Horizonte Minas Gerais 19º55'57" S 4,9 2.586,2
Vitória Espírito Santo 20º18'52" S 4,6 2.021,6
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 22º54'24" S 4,9 2.303,9
Sul São Paulo São Paulo 23º32'36" S 6,7 1.878,2
Curitiba Paraná 25º25'48" S 7,0 1.961,3
Florianópolis Santa Catarina 27º35'36" S 6,3 2.122,1
Centro-oeste Porto Alegre Rio Grande do Sul 30º02'15" S 6,0 2.167,9
Cuiabá Mato Grosso 15º35'36" S 6,5 2.287,0
Goiânia Goiás 16º40'21" S 5,3 1.037,0
Brasília Distrito Federal 15º47'03" S 5,7 2.363,0
Campo Grande Mato Grosso do Sul 20°26'24" S 5,9 1.662,0
(fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
53 Espaços educativos
Nível de iluminamento externo no plano horizontal, considerando a nebulosidade média da região
Época do ano: verão – horário: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade média Valores de iluminação externa
Céu claro Considerando a
nebulosidade
Boa Vista 2º49'17" N 6,4 66.800 24.050 lux
Equador 0º00'00" 8,2 64.700 11.650 lux
Fortaleza 3º45'47" S 4,9 68.800 35.900 lux
Recife 8º10'52" S 5,8 70.500 29.600 lux
Salvador 12º55'34" S 5,3 75.000 35.250 lux
Goiânia 16º40'21" S 7,0 76.100 22.850 lux
Belo Horizonte 19º55'57" S 6,6 77.700 26.400 lux
Rio de Janeiro 22º54'24" S 6,8 78.400 25.900 lux
São Paulo 23º32'36" S 7,7 78.700 18.100 lux
Curitiba 25º25'48" S 7,9 79.000 16.600 lux
Porto Alegre 30º02'15" S 5,1 78.400 38.400 lux
Extremo Sul 33º40'00" S 5,7 79.500 34.200 lux
(fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Nível de iluminamento externo no plano horizontal considerando a nebulosidade média da região
Época do ano: inverno – horário: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade média Valores de iluminação externa
Céu claro Considerando a
nebulosidade
Boa Vista 2º49'17" N 7,6 61.800 14.850 lux
Equador 0º00'00" 8,6 64.700 7.750 lux
Fortaleza 3º45'47" S 3,7 61.700 38.900 lux
Recife 8º10'52" S 6,8 56.300 18.000 lux
Salvador 12º55'34" S 6,1 51.300 20.000 lux
Goiânia 16º40'21" S 4,1 47.100 27.800 lux
Belo Horizonte 19º55'57" S 3,5 50.500 32.800 lux
Rio de Janeiro 22º54'24" S 5,1 48.800 23.900 lux
São Paulo 23º32'36" S 6,6 47.100 16.000 lux
Curitiba 25º25'48" S 6,2 46.200 17.550 lux
Porto Alegre 30º02'15" S 5,5 24.800 11.150 lux
Extremo Sul 33º40'00" S 6,1 23.800 9.300 lux
(fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
54
Nível de iluminamento externo no plano horizontal considerando a nebulosidade média da região
Época do ano: equinócio – horário: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade média Valores de iluminação externa
Céu claro Considerando a
nebulosidade
Boa Vista 2º49'17" N 6,0 63.400 25.350 lux
Equador 0º00'00" 8,5 72.500 10.900 lux
Fortaleza 3º45'47" S 4,7 72.500 38.400 lux
Recife 8º10'52" S 6,1 71.600 27.900 lux
Salvador 12º55'34" S 5,5 69.500 31.300 lux
Goiânia 16º40'21" S 6,3 68.200 25.250 lux
Belo Horizonte 19º55'57" S 5,3 66.400 31.200 lux
Rio de Janeiro 22º54'24" S 6,4 64.700 23.300 lux
São Paulo 23º32'36" S 7,6 59.500 14.300 lux
Curitiba 25º25'48" S 7,5 63.500 15.900 lux
Porto Alegre 30º02'15" S 5,5 58.700 26.400 lux
Extremo Sul 33º40'00" S 6,1 56.100 21.900 lux
(fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Conforto térmico
Conforto do ambiente
Tanto o corpo humano quanto a edificação são regidos por leis
físicas próprias. O homem produz, perde ou ganha calor para se
sentir melhor; assim também, a edificação, que ganha calor do
ambiente, deve perdê-lo por meio do adequado uso de seus compo-
nentes: telhados, paredes, aberturas, pisos, ambientes. Enfim, a
edificação deve ser pensada como um conjunto formado por compo-
nentes escolhidos e utilizados levando em conta princípios físicos que
melhorem a condição de bem-estar de seus usuários.
A metodologia de projeto deve estar baseada na exclusão da
radiação solar dos ambientes internos e na minimização da radiação
solar direta e difusa das fachadas e da cobertura do edifício.
A solução desses problemas, tanto para as condições de verão ou
de inverno, está na adequação do projeto e da envolvente do edifício
(paredes, cobertura e aberturas).
Muitas formas de isolar o calor e o frio servem também, às vezes,
para o isolamento acústico.
Formas de transmissão de calor
O fluxo de calor transmite-se de três formas: condução, convecção
e radiação.
Isolamento térmico
55 Espaços educativos
Lembretes
No verão, o corpo das pessoas que ocupam os ambientes da
edificação recebe a radiação proveniente das paredes, do forro ou do
piso. Já no inverno, na região Sul, o corpo das pessoas perde calor,
por radiação, para superfícies frias.
Num ambiente, onde as paredes não são especificadas adequada-
mente para isolamento térmico, o ar em contato com a parede
exterior ganha calor na estação quente e perde na estação fria.
No inverno, pode-se perder calor por convecção, quando o ar quente
de um ambiente interior sobe (causando circulação do ar) e encontra
frestas e infiltra-se para ganhar o exterior.
Em climas quentes, o pé-direito alto permite maior volume de ar,
funcionando como isolante, mantendo o ar mais quente acima do
corpo das pessoas. Pé-direito baixo exige aberturas até a linha do
forro, retirando todo o ar quente e úmido existente.
Nos climas quentes e úmidos, são recomendadas varandas, para
proteção contra a radiação difusa, reforçando a função dos beirais e
protegendo as paredes do sol e da chuva.
Nos ambientes situados em clima quente-úmido, não existe troca
térmica por condução. A perda de calor por evaporação é difícil, mas
é acelerada pelo movimento de ar (brisas ou ventos leves).
Existem situações nas quais o problema é conservar o calor, como
durante o inverno, na região Sul, ou em regiões situadas a certa altura
sobre o nível do mar, no frio.
Latitudes entre 30ºN e S: a solução adequada da cobertura, do ponto
de vista térmico, é fundamental não só para o conforto térmico, mas
também para a minimização do consumo de energia.
Latitudes 15ºN e S: o uso de todos os recursos possíveis nas diferen-
tes escalas de projeto – desde o tratamento do entorno até o
detalhamento e o cálculo da camada isolante térmica das
envolventes – é importante para amenizar o efeito da intensa e perma-
nente radiação solar, evitando-se exagerado consumo de energia.
Condução Diretamente, de uma parte de um objeto para outra.
Convecção Por um fluido, em movimento, como o ar.
Radiação Visível e infravermelha de onda curta, chamada de radiação solar,
decorrente do calor solar. Infravermelha de onda longa, chamada de
radiação térmica, resultante da diferença de temperatura entre a
superfície da pessoa e a dos objetos que a rodeiam (terra, edifícios,
etc.).
Formas de transmissão de calor
Influência da
vegetação
Exemplos de ventilação de câmaras de ar em telhados para clima quente-úmido.
Clima quente-úmido: a câmara de ar entre o forro e o telhado deve ser ventilada.
Climas compostos, com estação fria: a câmara de ar entre o forro e o telhado não deve ser
ventilada no inverno.
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
56
Quantidade de ar necessária para ventilar locais, com objetivo de conforto em diferentes condições de uso
Quantidade de ventilação Quantidades de ar por pessoa (m
3
/h) Incrementos na ventilação
Sedentário Não-sedentário Em edifícios mal isolados
(m
3
/m
2
xh)
Por trabalhar com luz
artificial (m
3
/m
2
xh)
Excelente 400 670 90 45
Boa 200 330 44 23
Regular 130 220 30 16
Nota: para calcular o fluxo total de ar, é preciso examinar a quantidade de pessoas e o tipo de atividade que desenvolvem, definindo a quantidade
de ar por pessoa que, multiplicado pela quantidade de pessoas, fornecerá o volume de ar necessário. A esse volume devem agregar-se os
incrementos que correspondam. (Fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Equilíbrio térmico do corpo
Formas diferentes de ganho e perda térmica permitem manter, ou não, o equilíbrio térmico do corpo humano.
Compreender esses fenômenos é primordial para a elaboração de um projeto que gere conforto e economia de energia.
Absorção Perda
Produção de calor por: Processos metabólicos. Atividade.
Processos digestivos, etc. Tensão dos
músculos e tremer por frio.
Radiação para fora: Para o "céu". Para objetos próximos mais
frios.
Absorção de energia radiante: Direta do sol. Refletida do sol. De
radiações incandescentes. De objetos
quentes não-incandescentes.
Condensação de calor do
corpo para fora:
Para o ar que está mais frio que a pele.
Por contato com objetos mais frios.
Condensação de calor para o
corpo:
Do ar mais quente que a pele.Por
contatos com objetos mais quentes.
Evaporação: Do sistema respiratório. Da pele
(acelerada pelo movimento do ar,
chamado convecção), por meio da
transpiração, suor e água aplicada.
Condensação da umidade: Umidade atmosférica (ocasional)
(Fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
Coeficientes de absorção e emissão térmica
Acabamento superficial Absorção (?) Emissão (?)
Superfícies muito escuras 0,85 a 0,98 0,90 a 0,98
Superfícies escuras (cerâmica vermelha, aço ou ferro com ferrugem) 0,64 a 0,80 0,85 a 0,95
Superfícies claras (branco, creme) 0,30 a 0,50 0,85 a 0,95
Concreto aparente 0,65 a 0,70 0,90
Pinturas betuminosas 0,85 a 0,98 0,95
Pinturas de alumínio ou bronze 0,30 a 0,50 0,40 a 0,60
Chapa de ferro galvanizado ou alumínio nova 0,40 a 0,65 0,20 a 0,30
Chapa de fibrocimento ou fibra vegetal novas 0,45 a 0,60 0,95
Chapa de ferro galvanizado suja 0,70 a 0,90 0,20 a 0,30
Chapa de fibrocimento ou fibra vegetal sujas 0,70 a 0,40 0,95
Alumínio, cromo e cobre polido 0,10 a 0,40 0,20 a 0,40
? = coeficiente de absorção diante da radiação solar
??= coeficiente de emissividade para a energia irradiada por um corpo à baixa temperarua (fonte: Energia na edificação – estratégias para minimizar
seu consumo, Lúcia R. de Mascaro)
57 Espaços educativos
Conforto acústico
Considerações gerais
As atividades desenvolvidas nas escolas exigem silêncio e concen-
tração, e, por conseguinte, o conforto acústico é condição de saúde
e tranqüilidade. O controle e o tratamento acústico nunca podem ser
considerados supérfluos. A boa acústica torna mais eficiente o ensino
e a aprendizagem.
O projeto da edificação escolar, desde o seu início, deve levar em
conta os agentes produtores de ruídos que circundam o terreno. Nas
tomadas de decisão quanto ao uso de materiais, observar sempre as
características dos mesmos e o seu papel no desempenho acústico
dos ambientes.
A localização correta da vegetação permite a absorção da radiação
solar e o resfriamento do ar que penetra no edifício.
Ecos e reflexões
Qualquer anteparo rígido situado a mais de 11m de distância de
uma fonte sonora reflete as ondas que nele incidem, reforçando a
frente de onda primária existente. Isso se dá em razão do fato de que
o nosso ouvido só começa a distinguir, separadamente, dois sons
breves, quando o seu intervalo (t) for maior que 1/15 de segundo. A
Procedimentos para melhorar a evaporação nas
regiões de clima quente-úmido:
Escolher locais altos ou em encostas, para
melhor aproveitamento dos ventos.
Orientar a declividade da cobertura para os
ventos dominantes.
Evitar barreiras contra os ventos dominantes,
que são favoráveis.
Evitar zonas de calmaria entre edificações próximas.
Preservar os canais de ventilação entre o
conjunto de edificações próximas.
Verificar a influência da forma e da altura do
entorno em relação à direção dos ventos
dominantes.
Convecção sobre superfícies expostas à radiação
nas regiões de clima quente-úmido (onde as
superfícies estão freqüentemente úmidas).
O efeito da convecção nestas superfícies é
recomendada, pois o movimento do ar tende a
esfriá-las por evaporação.
Aproveitar qualquer mecanismo que facilite o
movimento do ar sobre estas superfícies ou
aproveitar plenamente os ventos da região.
Volume de ar disponível / aluno Entrada de ar / aluno / minuto
3,00 m
3
0,80 m
3
6,00 m
3
0,60 m
3
9,00 m
3
0,48 m
3
15,00 m
3
0,31 m
3
Não só o ruído que vem de fora pode comprometer a tranqüilidade no dia-a-dia
da escola. O barulho interno também precisa ser levado em conta. A acústica no
prédio escolar deve considerar as diversas fontes de ruído:
Ruídos provenientes do exterior do prédio escolar.
Ruídos provenientes das áreas vizinhas à escola.
Ruídos provenientes do interior do próprio ambiente.
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
58
uma velocidade de 340m/seg, esse tempo corresponderá a uma
distância percorrida de 22m, isto é, duas vezes 11m.
Esse fenômeno de reflexão sonora, no qual um observador, coloca-
do em um determinado local, torna a ouvir um som aí emitido, após
mais de 1/15 de segundo, chama-se eco.
Quando a distância ao anteparo atinge 17m, o eco fica tão definido
que dois sons breves, consecutivos, são ouvidos distintamente um
do outro. Nesse caso, o percurso total foi de 34m e o tempo corres-
pondente de 1/10 de segundo.
Para se evitar o eco, é necessária a eliminação de qualquer
superfície lisa e rígida, a partir da distância crítica de 11m, em
relação à fonte sonora.
Lembretes
Evitar reflexões excessivas do som pelo teto, paredes e piso por meio
do tratamento acústico das superfícies refletoras, revestindo-as com
materiais que tenham características de absorventes acústicos.
Além disso, deve-se evitar as superfícies côncavas refletoras, que
concentram ou focalizam energia sonora e causam ecos múltiplos, e
também as superfícies rígidas, polidas e paralelas, que conduzem ao
fenômeno das reflexões múltiplas.
Principalmente nas salas de aula, os materiais absorventes acústicos
não podem causar exagerada absorção que prejudique a
audibilidade no interior do ambiente.
Alguns ambientes necessitam tratamento acústico em relação aos
ambientes vizinhos: salas de aula, salas de uso múltiplo, refeitório,
circulações, pátios, recreios cobertos e quadras.
Tratamento paisagístico
Requisitos gerais
O objetivo do tratamento paisagístico é o de proporcionar qualidade
visual e ambiental nas áreas externas do prédio escolar.
(Fonte: apud Caudill)
(*)Decibel: unidade de intensidade sonora ou “nível acústico”.
59 Espaços educativos
O tratamento paisagístico requer um projeto que priorize os aspec-
tos educativos, estéticos, ecológicos e práticos do espaço escolar.
Quando planejada, a vegetação purifica o ar, regula a temperatura e a
umidade, produz barreira reduzindo ventos, ruídos, poeira e
luminosidade, gerando conforto ambiental na escola. Para isso, é
necessário elaborar alguns estudos preliminares básicos como:
Levantamento de necessidades e anseios, quando devemos identificar
espécies de vegetação que se adaptem às necessidades do projeto,
levando sempre em conta, além da adequação, o baixo custo e a fácil
manutenção. Sempre que possível, deve-se manter as espécies
nativas que se encontram no terreno onde será implantada a escola.
Análise do clima, de vital importância, certificando-se das suas
condições locais. Para o projeto paisagístico, os parâmetros climáti-
cos mais importantes são: a temperatura, o regime de chuvas, a
umidade relativa do ar e a insolação. Escolher as plantas adequadas
ao clima da região é melhor do que fazer adaptações.
Análise superficial do solo, também de vital importância, certificando-
se das suas condições locais, identificando e classificando os
elementos que compõem cada tipo de solo para uma boa drenagem.
Através das raízes, as plantas absorvem água e fixam o solo, evitando
desmoronamento de taludes.
Levantamento planialtimétrico e cadastral, analisando o formato e a
declividade do terreno, bem como o tamanho e o partido do prédio
escolar; fatores que vão influenciar decisivamente no resultado final.
Mapeamento do movimento das sombras provocadas pela edificação e
seus componentes, além dos eventuais muros, anotados no projeto,
para descobrir onde cada tipo de vegetação pode ser plantado. Produzir
sombras densas, médias e ralas, dependendo da necessidade.
Antes de fazer um diagnóstico, é preciso ter estes dados nas mãos.
Só assim um projeto de tratamento paisagístico pode ser confiável.
Requisitos de segurança
Em áreas escolares devemos evitar plantas tóxicas, com espinhos e
que atraem animais nocivos (ratos, cobras, morcegos e outros).
Utilizar, nas áreas pavimentadas e nos estacionamentos, de preferên-
cia, espécies que não tenham raízes superficiais e agressivas. Não
reservar espaço para árvores de grande porte muito perto das
construções, pois o sistema radicular da árvore pode acabar rachan-
do pisos próximos e até comprometer o alicerce.
Na escolha das espécies e na sua locação, considerar a possibilida-
de de entupimento ou danos em calhas e coletores de águas pluviais
em decorrência da queda de folhas e galhos.
É importante manter distância da vegetação em relação à edificação.
O que observar
No clima quente-seco, a vegetação ameniza
a transmissão de calor
A vegetação protege
Projetar corretamente a vegetação
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
60
A arborização de espaços abertos deve garantir a máxima mobilidade
dos alunos. Evitar a criação de canteiros em áreas de recreação e
intensa circulação.
Lembretes
Exigências das plantas em relação à luminosidade: algumas vezes as
de sombra até se adaptam ao sol pleno, e vice-versa, mas sempre
cobram um preço, em termos de vigor e velocidade de desenvolvi-
mento. Quanto à necessidade de luz, as plantas podem ser classifi-
cadas da seguinte maneira: plantas de pleno sol, plantas de
meia-sombra, plantas de sombra e plantas de obscuridade.
Quanto à umidade relativa do ar, plantas com folhagem grande e
grossa retêm mais umidade. Cactos e suculentas contentam-se com
doses mínimas de umidade. Folhas aveludadas são características de
planta que não gosta de muita umidade. Folhas compostas de muitos
folíolos, como as samambaias, exigem alta umidade.
Solo muito compacto e “grudento” tende a rachar superficialmente
quando seco. É uma indicação de solo tipo argiloso. Necessitará
certamente de bastante areia para melhorar a textura e as condições
de drenagem.
Terra que se esfarela com muita facilidade é uma boa indicação de
solo tipo arenoso. Neles a drenagem e a textura são ótimas, mas são
muito pobres em nutrientes.
Terra escura, na maioria das vezes, é de solo do tipo ácido.
Terra esbranquiçada tende a ser alcalina.
Os elementos que compõem cada tipo de solo são classificados como:
a) Grossos: como os fragmentos de rochas, cascalho e areia. A
predominância desses elementos, com pouca ou sem argila,
caracteriza um solo permeável, de fácil drenagem.
b) Finos: como a argila, o húmus e o limo. A predominância desses
elementos caracterizará um solo argiloso e “grudento”.
A terra ideal é aquela que possui um bom equilíbrio entre os elemen-
tos grossos e finos.
A vegetação adotada em cada projeto deve valorizar e potencializar o
uso das áreas externas para atividades pedagógicas e recreativas.
Nas áreas urbanas, sempre que possível, criar pequeno bosque ou
pomar integrado ao uso da escola.
(*) D = raio da copa + 1,00m
(**) prever para as cercas vivas ou para as linhas de vegetação, junto aos muros,
espaçamento para desenvolvimento pleno da vegetação.
Tipo D (*)
Forração 0,50 m
Arbustos (**) 1,50 m
Árvores de pequeno porte 2,00 m
Árvores de médio porte 5,00 m
Árvores de grande porte 8,00 m
Distâncias da vegetação
61 Espaços educativos
Classificação dos elementos vegetais
A seguir, diversas tabelas com a classificação dos elementos
vegetais, indicando porte, cor e floração, além das necessidades de
luz para cada uma delas.
Árvores floríferas com folhas caducas e semicaducas
Árvores com folhas perenes e boa sombra
Nome botânico Nome popular Porte (m) Copa (m) Cor Floração Luz
Aglaia odorata Aglaia 8,00 5,00 Creme Constante Sol pleno/meia sombra
Clitorea racemosa Sombreiro 6,00 a 10,00 12,00 Alva Fevereiro a abril Sol pleno
Dillenia indica Flor-de-abril 8,00 6,00 Creme Março a abril Sol pleno
Esenbeckia leiocarpa Guarantã 10,00 6,00 Esverdeada Novembro a dezembro Sol pleno/meia sombra
Fícus benjamina Fícus benjamina 16,00 10,00 Avermelhada Varia Sol pleno/meia sombra
Johanesia princeps Andassu 10,00 8,00 Branca / roxa Julho Sol pleno
Lafoensia glyptocarpia Mirindiba 10,00 7,00 Branca /
rosa
Julho a setembro Sol pleno
Licania tormentosa Oiti 10,00 6,00 Branca Julho a setembro Sol pleno
Ligustrum japonicus Alfeneiro 8,00 6,00 Branca Maio Sol pleno
Tibouchina granulosa Quaresmeira 6,00 4,00 Roxa Dezembro a julho Sol pleno/meia sombra
Nome botânico Nome popular Porte (m) Copa (m) Cor Floração Luz
Acacia podalyriaefolia Acácia-mimosa 8,00 4,00 Amarela Julho a setembro Sol pleno
Bauhinia variegata Pata-de-vaca 5,00 8,00 Lilás Julho a outubro Sol pleno
Bauhinia blackeana Árvore-orquídea 6,00 4,00 Lilás Julho a outubro Sol pleno
Callistemon viminalis Escova de garrafa 6,00 4,00 Vermelha Setembro a novembro Sol pleno
Cássia fistula Chuva de ouro 8,00 5,00 Amarela Dezembro Sol pleno
Cássia nodosa Cassa-rosa 10,00 8,00 Rosa Setembro a novembro Sol pleno
Delonix regia Flamboyant 8,00 18,00 Amarela/alaranjada Novembro Sol pleno
Erytrina speciosa Suinã 4,00 3,00 Vermelha Julho Sol pleno
Tabebuia avellanedae Ipê-roxo 12,00 6,00 Lilás Julho Sol pleno
Tabebuia chryzotricha Ipê-amarelo 10,00 6,00 Amarela Agosto Sol pleno
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
62
Arbustos para formação de cercas vivas
Nome botânico Nome popular Porte (m) Copa (m) Cor Floração Luz
Abelia grandiflora Abélia 2,00 1,00 Branca Dezembro a fevereiro Sol pleno
Rhododendron indica Azaléia 2,50 2,00 Lilás / branca Julho a setembro Sol pleno
Beloperone guttata Camarão-vermelho 0,80 0,50 Bráctea / vermelha Ano todo Sol pleno
Brunfelsia uniflora Manacá-de-cheiro 3,00 2,00 Branca / roxa Janeiro a fevereiro Sol pleno
Bougainvillea glabra Primavera 4,00 4,00 Salmão / roxa Ano todo Sol pleno
Jasminum sambac Jasmim-sambac 2,00 2,50 Branca Março a agosto Sol pleno
Mussaenda erytrophylla Mussaenda-vermelha 3,00 3,00 Branca / vermelha Ano todo Sol pleno
Pachystachys lutea Camarão-amaralo 1,00 0,50 Bráctea / amarela Ano todo Sol pleno/meia sombra
Rosa polyantha, var. Rosinha-carol 1,00 1,50 Rosa Ano todo Sol pleno
Hydrangea macrophylla Hortênsia 1,50 2,00 Azul Dezembro a março Sol pleno
Arbustos ornamentais
Herbáceas ornamentais
Nome botânico Nome popular Porte (m) Cor Floração Luz
Agapanhtus Agapanto 0,60 Azul Setembro a dezembro Sol pleno
Acalypha repens Rabinho-de-gato 0,20 Vermelha Ano todo Sol pleno
Barleria repens Barléria 0,30 Vermelha Ano todo Sol pleno
Chlorophytum comosum Clorofito 0,20 Amarela Sol pleno/meia sombra
Evolvulus glomeratus Azulzinha 0,30 Azul Ano todo Sol pleno
Gazania rigens Gazânia 0,20 Variada Ano todo Sol pleno
Hemerocallis flava Lírio-amarelo 0,30 Amarela Outubro a março Sol pleno
Schizocentron elegans Quaresmeirinha 0,50 Roxa Dezembro Sol pleno
Wedelia paludosa Margaridinha 0,20 Amarela Ano todo Sol pleno/meia sombra
Vinca major Vinca 0,20 Lilás Setembro a novembro Meia sombra
Nome botânico Nome popular Porte (m) Copa (m) Cor Floração Luz
Acalypha wilkesiana Acalifa-vermelha 3,00 2,00 Ferrugem Varia Sol pleno
Bambusa gracilis Bambuzinho 4,00 1,00 Sol pleno/meia sombra
Cássia poliphylla Cássia-baiana 3,00 3,00 Amarela Setembro a abril Sol pleno
Calliandra tweedii Esponjinha 3,00 2,00 Vermelha Julho a novembro Sol pleno/meia sombra
Eugenia splendens Eugênia 2,00 1,00 Branca Sol pleno/meia sombra
Hibriscus rosa-sinensis Hibisco 4,00 1,50 Rosa Ano todo Sol pleno
Ixora odorata Ixora-rosa 3,00 1,00 Rosa Ano todo Sol pleno
Lingustrum sinensis, var. Lingustrinho-branco 4,00 2,50 Branca Junho Sol pleno
Plumbago capensis Bela-emília 2,00 1,50 Azul Ano todo Sol pleno/meia sombra
Spiraea alba Buquê-de-noiva 2,00 1,00 Branca Maio a setembro Sol pleno
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
63
Plantas para locais sombreados
Palmeiras
Plantas tóxicas
Nome botânico Nome popular Porte (m) Cor Floração Luz
Aglaonema Aglaonema 0,70 Esbranquiçada Meia sombra/sombra
Anthurium andreanum Antúrio 1,20 Espata vermelha Primavera e verão Meia sombra
Aphelandra squarrosa Afelandra 0,80 Bráctea amarela Verão Meia sombra
Calathea Calatéia Até 1,50 Varia Varia Meia sombra
Fícus lanceolata Fícus-anão 1,00 Sombra
Chamaedorea elegans Palmeira-colinea 1,00 Creme Varia Sombra
Philodendron Filodendro Varia Meia sombra/sombra
Ophiopogon japonicus Grama-preta 0,20 Sol pleno/sombra
Selaginella Selaginela 0,20 Sombra
Spathiphyllum blandum Lírio-da-paz 0,50 Espata branca Setembro a março Meia sombra
Nome botânico Nome popular Porte (m) Copa (m) Folha Luz
Caryota mitis Rabo-de-peixe 7,00 3,00 Pinada Sol pleno
Chrisalidocarpus lucubensis Areca-de-lucuba 8,00 2,20 Pinada Sol pleno
Phoenix roebelinii Tamareira-anã 4,00 1,50 Rabo-de-peixe Sol pleno/meia sombra
Syagrus romanzoffiana Jerivá 12,00 2,00 Pinada Sol pleno
Archontophoenix cunninghamiana Seafórtia 8,00 1,80 Pinada Sol pleno
Livistona chinensis Palmeira-de-leque 8,00 3,00 Leque Sol pleno/meia sombra
Ptychosperma macarthurii Palmeira marcartur 5,00 2,00 Pinada Sol pleno/meia sombra
Roystonea oleracea Palmeira-imperial Até 40,00 6,00 Pinada Sol pleno
Washingtonia filifera Washingtonia 18,00 4,00 Leque Sol pleno
Veitchia montgomeryana Veitchia 4,00 2,50 Pinada Sol pleno/meia sombra
Nome botânico Nome popular Porte (m) Cor Floração Parte tóxica Princípio ativo
Allamanda cathartica Dedal-de-dama 3,00 Amarela Ano todo Flor e folha Glicosídeo cardiotóxico
Rhododendron indica Azaléia 2,50 Roxo / Branca Julho a
setembro
Flor e folha Andrometoxina
Brugmansia suaveolens Saia-branca 2,50 Branca Setembro a
novembro
Semente Alcalóide daturina
Codiaeum variegatum Cróton 3,00 Branca Setembro a
dezembro
Semente Alcalóide-crotina
Nerium oleander Espirradeira 3,50 Variada Novembro Toda a planta Oleandrina e neriina
Plumeria lacifolia Jasmim-manga 8,00 Branca Dezembro a
março
Flor de látex Alcalóide-agoniadina
Spathodea nilotica Espatódea 10,00 Vermelha Abril a maio Flor Alcalóide
dieffenbachia Comigo-ninguém-pode Até 2,00 Folha e caule Cristais de oxalato de cálcio
Euphorbia pulcherrima Bico-de-papagaio Até 6,00 Bráctea /
Vermelha
Inverno Látex Toxalbumina
Jatropha curcas Pinhão-paraguaio Até 2,00 Vermelha Setembro a
novembro
Fruto e semente Toxalbumina-curcina
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
64
Relação resumida de plantas
A seguir, uma relação de plantas, com indicação do porte e a
quantidade de luz ideal, e ainda algumas observações características.
Coberturas de solo ornamentais
Nome botânico Nome popular Porte Observações
Aphelandra squarrosa Afelandra Médio Folhas listradas e brácteas amarelas
Anthurium andraeanum Antúrio Médio Flores o ano todo conforme a variedade
Ardisia crenata Ardísia Médio Flores brancas e frutinhos vermelhos
Ixora coccínea Ixora Médio Flores vermelhas, róseas ou brancas
Euphorbia pulcherrima Bico-de-papagaio Médio Brácteas vermelhas
Bromélia Bromélia Médio Diversas variedades em múltiplas cores
Columnea hirta Columéia Médio Pendente em diversas variedades
Chrysanthemum Crisântemo Médio Flores de variadas formas e cores
Nerium oleander Espirradeira Arvoreta Flores brancas ou róseas
Kalanchoe blossfeldiana Kalanchoe Baixo Suculenta com flores de várias cores
lmpatiens walleriana Maria-sem-vergonha Médio Diversas variedades de folhas e cores
Capsium annuun Pimentão-ornamental Baixo Minipimentões quase o ano inteiro
Prímula Prímula Baixo Se bem cuidadas resistem até 1 mês
Acalypha híspida Rabo-de-gato Alto Flores vermelhas de setembro a março
Spathiphyllum Lírio-da-paz Médio Flores brancas na primavera e no outono
Saintpaulia Víoleta-africana Baixo Não gosta de solo encharcado
Floríferas
Nome botânico Nome popular Observação
Paspalum
notatum
Grama batatais Em placas retiradas dos pastos /
possui pêlos
Axonopus
obtusifolius
Grama São Carlos Em placas adquiridas no mercado / não
possui pêlos / folhas largas
Zoysia matrella Grama Esmeralda Em placas adquiridas no mercado / folhas
finas / para campos esportivos
Stenotaphurum
secundatum
Grama Santo Agostinho Em placas adquiridas no mercado / folhas
verde-azuladas
Zoysia tenuifolia Grama coreana Em placas adquiridas no mercado / folhas
finíssimas / tolera locais semi-sombreados
Cynodon
dactylon
Bermuda grass Por semeadura / é invasora / boa grama /
requer muitas podas
Agrostis tenuis Grama golf Semeadura ou placas / é de clima
temperado
Necessitam alta luminosidade para florescer. Se
não estiverem localizadas bem próximas a uma
janela face Norte ou Leste, é imprescindível o uso
de lâmpadas especiais, tipo Pholha ou Growlight
65 Espaços educativos
Nome botânico Nome popular Porte Observações
Aglaonema crispum Aglaonema-prateada Baixo Folhagem muito
ornamental
Polyscias fruticosa Árvore-da-felicidade Arvoreta Evite correntes de ar
Chrysalidocarpus
lutescens
Areca-bambu Arvoreta Palmeira que forma
touceiras
Aspidistra elatior Aspidistra Baixo Resistente, não
requer muitos
cuidados
Scheffiera Cheflera Arvoreta Também com folhas
variegata
Monstera deliciosa Costela-de-adão Alto Aceita podas de
contenção
Dizygotheca
elegantíssima
Falsa-aralia Médio Folhas rendilhadas
Ficus elástica Falsa-seringueira Alto Folhas coriáceas
Scindapsus aureum Jibóia Alto Trepadeira
sarmentosa
Beaucarnea recurvata Pata-de-elefante Médio Excesso de regas
pode matar a planta
Rhapis excelsa Rapis-excelsa Arvoreta Palmeira que forma
touceira
Polypodium Samambaia Pendente Diversas variedades
Folhagens – pouca luminosidade
Nome botânico Nome popular Porte Observações
Fatsia japonica Arália-japônica Arvoreta Folhas semelhantes às
da mamona
Asplenium nidus Asplênio Porte médio Use pó de xaxim no solo
Dieffembachia
maculata
Comigo-ninguém-
pode
Médio Dizem que dá sorte
Ficus benjamina ficus-benjamina Arvoreta Também com folhas
variegata
Philodendron
scandens
Filodendro-pendente Alto Trepadeira sarmentosa
Maranta Maranta Médio Diversas variedades
Peperômia Peperômia Médio Diversas variedades
Davallia fejeensis Renda-portuguesa Médio Evite correntes de ar
Syngonium Singônio Alto Trepadeira com diversas
variedades
Devem ficar próximas a uma janela face Sul, ou
em qualquer outra face, não muito perto das
janelas. A iluminação normal de um ambiente
costuma ser suficiente
Plantas desta categoria devem ficar próximas a
janelas face Oeste (poente). Em outras
posições, quatro lâmpadas fluorescentes
comuns de 40 watts suprem a luminosidade
necessária
Folhagens – média luminosidade
Capítulo 5 Condicionantes ambientais
66
Nome botânico Nome popular Porte Observações
Acalypha tricolor Acalifa-tricolor Alto Folhas cor-de-bronze
Bambusa gracilis Bambuzinho-
amarelo
Alto Forma densas touceiras
Cissus rhombifolia Cisso-folha-de-uva Alto Trepadeira pendente
Codiaeum Cróton Alto Diversas variedades
Grevillea robusta Grevilia Médio Folhas parecidas com
delicado rendilhado
Hera Canariensis Hera-angelina Alto Trepadeira. Folhagem
matizada de creme
Latania verschaffeltii Latânia Alto Palmeira com folhas
em leque
Chamaedorea elegans Palmeira-
chamaedora
Alto Palmeira que forma
touceiras
Pandanus veitchii Pândano Baixo Folhagem muito
ornamental
Cyperus papyrus Papiro Alto Múltiplas hastes
Araucaria heterophylla Pinheiro-de-
norfolk
Alto Resiste uns 3 anos
em vaso
Essas plantas devem ficar bem
próximas a uma janela face Norte ou
Leste (nascente). Em outras
posições, necessitam de lâmpadas
tipo Pholha ou Browlight
Folhagens – alta luminosidade
Levantamento topográfico
O Levantamento Topográfico tem por objetivo representar as
características do relevo e dos pontos singulares de uma região: rios,
árvores, elementos naturais, edificações existentes, ruas, confronta-
ções, rede de água, energia elétrica, telefonia e outros.
Um bom projeto tira partido dos fatores da topografia e deve levar
em consideração, entre outros, os seguintes aspectos:
Adequar as edificações à topografia natural do terreno.
Preservação das árvores existentes.
Proteção contra fontes externas de ruídos e/ou provenientes dos
diversos ambientes do edifício escolar.
Alternativas de cortes ou aterros no terreno, visando à economia e à
facilidade de execução: preferir cortes em relação aos aterros e aos
taludes naturais em relação aos muros de arrimo.
Prever tratamento gramado nos taludes.
Soluções de escoamento de águas pluviais, sempre que possível.
Capítulo 6 Topografia
Corte
Aterro
Capítulo 6 Topografia
68
Outros tipos de levantamento
Levantamento Cadastral e Semicadastral de uma área
Poderão ser Planimétrico ou Planialtimétrico. O Levantamento
Cadastral representa integralmente o contorno externo das proprieda-
des, como também os demais elementos necessários para a caracte-
rização da área. Informa as propriedades confrontantes e os nomes
de seus proprietários. O Levantamento Semicadastral fornece somen-
te a testada frontal das propriedades imobiliárias na área levantada.
Levantamento de Faixa de Desapropriação
Consiste num Levantamento Cadastral utilizado para efeito de
desapropriação de terreno ou passagem de servidão. Nesse caso, o
levantamento deve ser complementado pelas informações obtidas
nos Cartórios de Registro de Imóveis.
Elemento Definição Considerações
PLANIMETRIA Medida das distâncias e dos ângulos
em um terreno plano ou em um terreno
inclinado
O levantamento
planialtimétrico mede
as distâncias, os
ângulos, as alturas e os
pontos singulares de
uma área. O
levantamento também
inclui a localização da
área na região do
entorno, por meio das
coordenadas e da
direção Norte–Sul
ALTIMETRIA Medida dos desníveis
NIVELAMENTO
GEOMÉTRICO
É o mais comum dos nivelamentos e é
feito por nível e mira (régua graduada)
AZIMUTE DE
ALINHAMENTO
É o ângulo medido a partir da direção
Norte–Sul em seu sentido horário. A
linha Norte–Sul usada é a magnética(*).
O ponto cardeal Oeste tem
representação W em topografia e
cartografia
Azimutes e rumos são
tipos de medidas de
uma mesma direção.
São métodos
alternativos
RUMO DE UM
ALINHAMENTO
É o ângulo que ele forma com a ponta
da agulha magnética mais próxima
(pode ser a ponta Norte ou a ponta Sul)
LONGITUDE DE UM
LOCAL
Ângulo formado pelo Meridiano que
passa por um ponto e o Meridiano de
Greenwich. Pode ser Longitude Oeste
(W) e Longitude Este (E)
LATITUDE DE
UM LOCAL
Ângulo de um ponto em relação à linha
do Equador. Podem ser Latitude Norte
(N) e Latitude Sul (S)
(*) Considerando que o Norte Magnético é próximo do Norte verdadeiro, é comum se
substituir a determinação do Norte verdadeiro (que exige observação de estrelas) pelo
uso do Norte Magnético, usando-se para isso a bússola. O uso do Norte verdadeiro é
sempre preferível ao uso do Norte Magnético.
Importante!
Adotar a mesma RN (Referência de Nível)
utilizada para o levantamento topográfico no
projeto arquitetônico e no projeto estrutural.
Rumo de alinhamento
Azimute de alinhamento
Classificação dos solos
Os solos dividem-se basicamente em rochosos, arenosos, siltosos
e argilosos, podendo receber outras denominações variadas.
Compactação de solos e adensamento
A compactação de terrenos é usada no preparo do terreno para
fundação direta. O solo compactado tem menor recalque do que o
Capítulo 7 Mecânica
dos solos
Tipo de solo Características
Solo rochoso Rocha firme que pode ser removida só com martelete e ar
comprimido.
Impermeável.
Solo arenoso Predomina a areia.
Grande permeabilidade.
Solo argiloso (*) É o oposto da areia. Dificuldade de desagregação.
Formação de barro plástico, com muita liga (grudento) e
viscoso quando molhado. Grande impermeabilidade,
dificultando a drenagem. Permite cortes verticais estáveis.
Solo siltoso Está entre a areia e a argila. Não tem coesão apreciável.
Não tem plasticidade suficiente quando molhado. Cortes
em silte arenoso não têm estabilidade superficial
prolongada, são facilmente erodíveis e desagregáveis.
Solo de Piçarra Rocha muito decomposta e que pode ser escavada com
pá ou picareta.
Solo de Tabatinga / turfa Argila com muita matéria orgânica.
Ventos Podem ser utilizados de maneira a aproveitar seus efeitos
na moderação da temperatura.
Solo de Moledo Rocha em estado de decomposição, que pode ser
removida só com martelete e ar comprimido.
(*) Significativa parte do território brasileiro assenta-se sobre solo argiloso.
Capítulo 7 Mecânica dos solos
70
solo não compactado. O solo, quando adequadamente compactado
(comprimido), tem as seguintes vantagens:
Recalca menos.
Aumenta a impermeabilidade.
Aumenta a resistência.
O adensamento é uma redução de volume do solo (e, portanto,
um aumento de seu peso específico), em conseqüência da perda
de sua água, por meio do rebaixamento do lençol freático, por
exemplo. Em terrenos arenosos, permeáveis, a perda de água por
rebaixamento do lençol freático se faz com muito mais rapidez do
que em terrenos argilosos, pouco permeáveis. O adensamento de
um terreno não compactado, após a obra pronta, pode causar
graves recalques de fundação da construção, principalmente em
terrenos arenosos.
Os diferentes tipos de solo podem apresentar aspectos favoráveis
e desfavoráveis, dependendo do seu uso:
Lembretes
Lençol freático com nível mínimo de 1,50m.
Localizar os furos para sondagem
preliminar e reconhecimento dos solos
dentro da área de estudo, abrangendo até
mesmo as ampliações previstas.
A fundação deve ser definida e detalhada
após o conhecimento do solo por meio de
sondagem.
O tipo de solo é um fator importante na
escolha do terreno:
a) Evitar solos aterrados sem critérios
técnicos.
b) Evitar solos com rochas expostas.
c) Evitar solos pantanosos.
d) Evitar solos que comprometam a
segurança, como solos em processo de
erosão ou com deslizamento de terra.
Uso Solo arenoso Solo siltoso Solo argiloso
É ideal. Dificuldades para manter as
escavações das paredes laterais.
É ideal. Dificuldades para manter as
escavações das paredes laterais.
É usual, com problemas admissíveis de
recalques. Há facilidade de escavação
das paredes.
Dificuldade de cravação diante do
atrito lateral. Em terrenos arenosos
molhados, a cravação se faz a ar
comprimido.
É usual, tirando partido do atrito lateral e
da reação de ponta para absorver a
carga transmitida.
É usual com a estaca atingindo maiores
profundidades de cravação. Às vezes
ocorre aparecimento do atrito negativo.
Não se recomenda em razão da falta
de coesão.
Há necessidade de se conhecer a
coesão e o ângulo de atrito. A altura de
corte é menor do que para as argilas.
Possível em razão da coesão.
Esforços são maiores: há
necessidade de escoramento
contínuo.
Não se recomenda em razão da falta
de coesão.
Esforços são menores, com
escoramentos bem espaçados
(escoramentos descontínuos).
Os recalques nos solos arenosos são
imediatos.
Intermediário entre areia e argila. Os recalques são extremamente lentos. O
terreno pode levar anos até estabilizar.
Há adensamento se houver perda de
água. A compactação se faz com
vibração.
Há adensamento se houver perda de
água. A compactação se faz com
percussão ou com rolos (pé de
carneiro).
Há adensamento se houver perda de
água. A compactação se faz com
percussão e com rolos (pé de carneiro).
É fácil, mas exige cuidado com a
instabilidade das paredes, ruptura do
fundo, etc.
Aceita a passagem de água, mas
necessita de uma verificação "in situ"
dos parâmetros geotécnicos (coesão,
ângulo de atrito, etc...).
Alta impermeabilidade dificulta a
drenagem.
Não se recomenda por ser solo
permeável sem coesão; taludes são
instáveis. Há fluxo intenso pelo
barramento.
É utilizável com maior coeficiente de
segurança. Pouca coesão. Taludes
mais abatidos, etc.
É recomendável por ser impermeável.
Coesão e ângulo de atrito são favoráveis
na análise de estabilidade.
Fundação
direta
Fundação
em estaca
Cortes e taludes
sem proteção
Esforço em escoramento
Recalques no terreno
em face das cargas
Adensamento/
compactação
Fundação em estaca
Uso como
material de
barramento
Acesso para pedestres
O acesso para o aluno deve ser seguro. Prever circulações e
acessos livres de obstáculos que atrapalhem o trânsito dos alunos.
A entrada e a saída de alunos nas mudanças de turnos provocam
aglomeração de pessoas (alunos, familiares, ambulantes) junto ao portão
de entrada da escola. É necessário prever área de espera externa junto ao
alinhamento e área livre para essa movimentação na proporção de 10,00 m
2
por sala de aula. Criar condições para possibilitar o trânsito de pessoas
portadoras de deficiências físicas, atendendo às recomendações da
NBR 9050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
As travessias devem ser sinalizadas, indicando-se a distância, a
proximidade da escola. Em terrenos de esquina, orientar acesso de
alunos e veículos pela rua de menor tráfego.
Quando houver desnível nos acessos e nas circulações externas,
prever rampa com declividade máxima atendendo às recomendações
da NBR 9050 da ABNT.
Acesso para veículos e estacionamento
Acesso e estacionamento externo
Os veículos que levam e buscam os estudantes necessitam ter
bem equacionada a sua movimentação, para não causar transtornos
ao trânsito nos horários de mudança de turno – alguns apenas se
aproximam pela via pública, fazem rápidas paradas e seguem. É
necessária a compatibilidade das condições locais – pista de rola-
mento, fluxo normal de trânsito – com as novas demandas a serem
Capítulo 8 Acessos e
circulações
Prever ponto de ônibus em frente à escola.
Ampliar a área do passeio recuando até o
alinhamento, tornando mais seguro o
embarque e o desembarque.
Vaga para veículos
Capítulo 8 Acessos e circulações
72
geradas (capacidade da escola, fluxo de movimento) e, em caso de
conflito, prever um acostamento para este fim.
Acesso e estacionamento interno
O estacionamento interno visa atender professores, diretores,
funcionários e convidados. Para carga e descarga será necessário
definir uma ou duas vagas para veículos de médio porte. Verificar a
legislação municipal ou prever uma vaga por sala e outras para cada
ambiente do suporte pedagógico, no mínimo. No total de vagas, prever
uma vaga para deficiente físico, atendendo às recomendações da NBR
9050 da ABNT. Prever, também, estacionamento interno para bicicletas.
Estudar alternativas de estacionamento externo no entorno próximo,
quando não for possível o estacionamento de veículos dentro do
terreno da escola.
Circulações horizontais e verticais (internas
e externas)
Circulações em geral
O acesso aos vários ambientes do edifício escolar é realizado por
meio dos espaços de transição e pelas circulações, sejam internas
ou externas. Em razão do intenso uso a que estão sujeitas, as circula-
ções devem ter o seu dimensionamento e o seu tratamento bem
equacionados. Observar o Código de Obras local e o Regulamento
do Corpo de Bombeiros, reduzindo as circulações ao mínimo possí-
vel. A definição das circulações deve prever a possibilidade de
ampliação do edifício.
Sempre que possível, integrar suas áreas aos pátios e aos recreios
cobertos, para melhor aproveitamento dos espaços cobertos. Podem
ser associadas a espaços mais largos, ampliando suas funções
originais para outros fins, possibilitando:
Ambiente para convivência social.
Exposições e murais informativos.
Localização de escaninhos para guarda de material dos alunos.
Localização de armários ou pequenos depósitos de material de
limpeza.
Localização de bebedouros e telefones públicos.
Quando o sentido de abertura das portas dos
ambientes de ensino for para fora, tomar
cuidado para não prejudicar a circulação.
Vaga para
bicicleta
Vaga para
deficiente
físico
Salas apenas de um lado
Salas em ambos os lados
Armários em apenas um lado
Armários em ambos os lados
Para a escada
ou saída
73 Espaços educativos
Circulações verticais
Rampas e escadas são os elementos da edificação destinados a
servir de comunicação vertical entre níveis ou pisos diferentes ou
entre andares contíguos. Na interligação de um pavimento a outro
pela rampa, deve-se observar as condições estabelecidas na NBR
9050 da ABNT.
Em uma escola, as escadas merecem muita atenção, pois são
utilizadas por adultos e por crianças. Em seu dimensionamento, levar
em conta que serão utilizadas por alunos cuja faixa etária situa-se
entre 7 e 14 anos. Projetar e construir a escada de tal forma que os
degraus, em termos estéticos e construtivos, sejam galgados confor-
tavelmente pelos alunos. Havendo condições favoráveis, preferir
rampa à escada. Em qualquer caso, escadas ou rampas devem ter
larguras compatíveis com as das circulações horizontais.
Tanto a rampa quanto o tipo mais comum de escada são compostos
dos seguintes elementos, com detalhes específicos para cada uma:
Observações para projetos de rampas e
escadas
Devem ser observados, entre outros, os seguintes itens no projeto
de escadas ou rampas:
Pavimentação contínua de um só tipo, não interrompida por degraus
ou mudanças abruptas de nível.
Cruzamento, no mesmo nível, das circulações com outras vias, como
pistas para veículos ou com outras áreas de estacionamento.
Nas circulações fechadas, prever iluminação e ventilação cruzada
natural. As aberturas de ventilação e iluminação artificiais terão os
mesmos índices de iluminamento do recreio coberto.
Nível de iluminamento recomendado de 200 lux, com o uso de
lâmpadas fluorescentes ou similares.
Elementos Definição
Lance Seqüência de rampa ou degraus de uma escada sem interrupção.
Patamar Plataforma de largura igual à
largura do lance inferior e/ou
superior, que tem por objetivo
interromper os lances, servir de
descanso principalmente às
pessoas que sobem, permitir
mudanças de direção da
rampa ou escada e dar lugar
de acesso aos pisos
superiores.
Os patamares classificam-se em
Intermediário ou de repouso e
principal ou de chegada.
Guarda-corpo Disposto ao longo das
margens laterais das rampas
ou das escadas, serve de
proteção às pessoas.
composto de balaústre (elemento
vertical) e corrimão (elemento
horizontal), quando fixado no piso
da rampa ou da escada e, somente
corrimão, quando fixado na parede
lateral da rampa ou da escada.
Capítulo 8 Acessos e circulações
74
Pé-direito mínimo livre de 2,40m, admitindo-se forro em telha vã.
Paredes com acabamento semi-impermeável até 1,50m do piso, no
mínimo.
Em circulações longas, prever pontos de luz vigia a cada 10,80m,
sendo obrigatória a instalação de um ponto próximo ao quadro de
distribuição.
Para circulação aberta em pavimento superior, peitoril com altura
mínima de 1,00m.
Prever carga acidental de acordo com a carga de tráfego prevista,
com piso lavável, antiderrapante e de material incombustível.
Extintores e hidrantes distribuídos conforme os regulamentos do
Corpo de Bombeiros local.
As portas das circulações fechadas são dotadas de fechaduras que
permitam facilidade de abertura em caso de emergência. Quando o
sentido de abertura das portas dos ambientes que se comunicam com
a circulação for de dentro para fora, observar para que não se constituam
em obstáculo à circulação. Nenhuma porta de sala de aula deve distar
mais de 30,00m de uma escada ou uma rampa de saída.
Estabelecer suportes para possibilitar sinalizações direcionais, infor-
mativas e de segurança.
Nas circulações de acesso às salas de aula, recomenda-se largura
livre mínima, conforme tabela com a largura das circulações. Nas
circulações restritas, como corredores, vestíbulos, passagens de uso
comum ou coletivo, é recomendável largura mínima de 1,50m, para
possibilitar o trânsito de cadeiras de rodas.
Nas áreas de circulação só podem ser instaladas esperas, armários,
telefones de uso público, bebedouros, extintores de incêndio e
lavatórios de tal forma que não reduzam a largura mínima estabelecida
e não obstruam o fluxo de pessoas.
Corrimãos e balaústres são firmemente fixados, e pelo menos um
lado de qualquer rampa ou escada deve ser dotado de corrimão.
Em certos casos corrimãos de circulações podem ser colocados
nos dois lados, para as pessoas que andam de muletas, mas
precisam de um apoio.
Projeto de rampa
Inclinação máxima entre 1:15 (relação de 1m de altura para 15m de
comprimento) ou 6,66% para rampas de uso geral, e inclinação
máxima de 1:12 (relação de 1m de altura para 12m de comprimento)
ou 8,33% para os casos em que só for possível uma rampa íngreme.
A não existir nenhuma rampa, é preferível uma que seja íngreme,
desde que as escadas sejam utilizáveis por pessoas não deficientes
e por deficientes físicos que possam andar.
As rampas que excederem a inclinação de 1:20 (relação de 1m de
altura para 20m de comprimento) ou 20% terão ressaltos do lado
exposto da rampa, com 0,05m de altura, dispostos para proteção dos
que dependem de cadeira de rodas. Evitar que os ressaltos possam
constituir risco para outras pessoas.
Os corrimãos devem ser contínuos, sem
interrupções nos patamares das escadas.
O corrimão deve prolongar-se pelo menos
0,30m do início e do topo do lance da rampa.
75 Espaços educativos
As rampas para pedestres devem ter piso antiderrapante, corrimão e
guarda-corpo, em alturas compatíveis com os diversos usuários,
sejam crianças, adultos e deficientes com ou sem cadeira de rodas.
A largura das rampas deve ser compatível com o fluxo dos alunos e
ter no mínimo 1,80m. Os patamares intermediários deverão ser
nivelados no início e no topo e ter como dimensões mínimas as
mesmas da largura da rampa. As rampas com largura superior a
2,70m devem ter balaústre com corrimão central.
Em frente à rampa, prever hall de acesso com largura mínima de 3m.
Projeto de escada
Toda escada deve oferecer condições de segurança, quanto aos
elementos de proteção e à proporção das medidas dos degraus
(largura, piso e espelho). Não se deve fazer grandes escadarias ou
construções monumentais.
Cada lance de escada deve possuir no máximo 15 degraus. Acima
deste número, prever patamar intermediário.
Número máximo de 21 degraus, incluindo patamares, entre dois
pavimentos.
Evitar soluções que impliquem escadas de 1 ou 2 degraus, e substi-
tuí-los por rampa.
A largura das escadas deve ser compatível com o fluxo dos alunos e
ter no mínimo 1,80m. Os patamares intermediários devem ser nivela-
dos no início e no topo e ter como dimensões mínimas as mesmas
da largura da escada. As escadas com largura superior a 2,70 m
devem ter balaústre com corrimão central, de tal forma que as
subdivisões não ultrapassem a largura de 1,50 m.
Deve ser previsto um hall de acesso com largura mínima de 3,00m
em frente à escada.
Observações
É conveniente que os degraus das escadas internas tenham a largura
mínima recomendada (piso) de 0,265m e altura mínima recomendada
(espelho) de 0,165m (degraus com menos de 0,10m de altura são
perigosos). Estas dimensões devem ser iguais para todos os degraus.
Em escadas expostas ao tempo, os degraus têm largura mínima
(piso) de 0,28m – recomenda-se 0,37m – e altura máxima (espelho)
de 0,165m – recomenda-se 0,15m.
Os corrimãos devem ser contínuos, sem
interrupções nos patamares das escadas.
O corrimão deve prolongar-se pelo menos
0,30m do início e do topo do lance da escada.
Tomando-se por base o passo humano,
utiliza-se a Fórmula de Blondel no
dimensionamento: 2h + p = K, onde:
K = passo médio humano;
h = espelho do degrau;
p = piso do degrau.
Não são recomendáveis em escolas
escadas em leque; com degraus sem
espelho e degraus com pisos salientes em
relação aos espelhos.
Estruturas
Generalidades
Os principais elementos componentes da estrutura são: a cober-
tura, as paredes, os pilares, as vergas e as contravergas, os pisos
e as fundações. Os materiais estruturais devem ter características
de resistência mecânica e impermeabilidade. Os materiais mais
empregados são: concreto, pedra, ferro, madeira, tijolo cerâmico e
bloco concreto.
Os elementos estruturais são responsáveis pela sustentação do
edifício. A estrutura está diretamente ligada à segurança da
edificação. Seu comprometimento origina inconvenientes e prejuízos
à totalidade do prédio e, principalmente, às pessoas que dele se
utilizam. Os projetos estruturais devem obedecer às normas da ABNT
A pré-fabricação total da estrutura não é recomendada, pois
apresenta, a médio prazo, problemas de manutenção. Utilizar somen-
te em situações especiais. Pré-fabricação parcial é mais recomenda-
da, notadamente no que diz respeito às lajes.
Recomendações para projeto
Optar por um sistema estrutural independente das paredes. As
estruturas de paredes portantes não são recomendadas como
estrutura principal.
Nas estruturas de concreto, prever juntas de dilatação a cada 30,00m
no mínimo.
Nas estruturas metálicas, especificar perfis usuais fabricados pelas
siderúrgicas brasileiras.
Capítulo 9 Estruturas, telhados
e fundações
Capítulo 9 Estruturas, telhados e fundações
78
Considerar as sobrecargas do forro e das luminárias.
Observar as recomendações técnicas no recobrimento das barras de
armadura para concreto aparente.
Fundações
A definição do tipo de fundação depende do tipo de solo, que
pode ser estudado por meio de sondagem. É importante consultar
construções vizinhas para se ter uma idéia de como foram feitas as
suas fundações.
Fundações profundas
São aquelas que transmitem a carga ao terreno por resistência
lateral e/ou por ponta (estacas e tubulões). São para solos com
resistência mecânica pequena.
Fundações superficiais
São aquelas que transmitem a carga ao terreno pela área da base
da fundação (blocos, sapatas, baldrames e radiers). São utilizadas em
solos firmes ou rochosos.
Estrutura de cobertura
A estrutura de cobertura é um dos elementos mais importantes e
problemáticos da construção. Quando mal planejada e/ou executada,
pode acarretar graves transtornos. Dependendo das dimensões,
seus componentes podem predominar na forma e no espaço interno
do edifício determinando, até mesmo, o sistema estrutural utilizado.
Não existe um material ou um processo de construção da estrutura
da cobertura que possa ser considerado superior aos demais. A
escolha dependerá de fatores específicos como: dimensões, localiza-
ção da escola, disponibilidade local de material e mão-de-obra, clima,
intensidade de ventos e chuvas.
O tipo de estrutura mais antiga e tradicional é a tesoura. Os compo-
nentes da tesoura são: linha ou tirante; perna, asa ou empena;
pendural; escora e suspensório. A tesoura possui peças de flexão
como cumeeira, terça (que sustenta os caibros e as ripas) e frechal.
Existem também métodos com arcos (de madeira, metálicos ou de
concreto), terça (simples, armada ou treliçada), caibro (peça de
madeira que sustenta a ripa de telhado), contraventamento e mão-
francesa (elemento estrutural inclinado que liga um componente em
balanço à parede, diminuindo o vão livre), além de outros.
Estruturas de madeira
Suficientemente conhecidas, não são as mais indicadas para solucio-
nar grandes vãos ou amplos beirais. Entretanto, podem ser utilizadas
quando as soluções locais assim determinarem, sendo necessário
prever tratamento contra fungos e cupins. Especificar sempre madeiras-
de-lei, com aparência escura, consistência dura, gosto amargo e
79 Espaços educativos
bastante resistentes. As madeiras claras geralmente são mais moles,
adocicadas e menos resistentes e, por isso, são preferidas pelos cupins.
Treliças planas metálicas
Além de leves, podem vencer grandes vãos, podendo trabalhar
associadas a telhas metálicas (alumínio, aço ou ferro), fibrocimento,
fibras vegetais e cerâmicas, com bons resultados.
Treliças metálicas espaciais
As treliças metálicas espaciais podem ser de alumínio, ferro ou aço. São
leves, permitem grande velocidade de montagem e reduzem substancial-
mente as cargas nos pilares e nas fundações e permitem grandes vãos e
balanços. O uso das treliças é mais indicado para grandes vãos, nos
quais o elevado custo da cobertura é compensado pela economia de
tempo de execução e substancial redução de pilares e fundações.
Telhas de aço autoportantes
São estruturais pela forma. Largamente difundidas em programas
industriais, possibilitam grande rapidez de montagem e podem ser
apoiadas em qualquer tipo de estrutura. Podem receber solda na própria
obra e necessitam de proteção anticorrosiva e pinturas periódicas.
Abóbadas cerâmicas
Utilizam tijolos comuns, sendo um dos mais antigos processos
construtivos de cobertura. As abóbadas são auto-sustentadas e
trabalham como arcos no sentido transversal e como vigas no sentido
longitudinal, permitindo vãos econômicos. São leves e de fácil
execução, possibilitando generosos balanços. Em geral, necessitam
de formas deslizantes e utilizam intensivamente mão-de-obra.
Pré-moldados de concreto
As peças são produzidas em usinas, em formas especiais que
garantem a qualidade e a homogeneidade de acabamento, dispen-
sando revestimentos. Há que se considerar o fator transporte e
equipamento especializado para manuseio e assentamento na obra.
Concreto armado convencional
Tem grande flexibilidade de aplicação, podendo ser utilizado em
diferentes combinações de coberturas, como telhas cerâmicas,
metálicas, fibras vegetais onduladas ou mesmo a própria laje imper-
meabilizada. De tecnologia simples e bastante difundida, permite
trabalhar a forma com grande liberdade.
Telhados e coberturas
Generalidades
A cobertura é um dos elementos construtivos mais problemáticos
na manutenção de uma escola. De um modo geral, cobertura é todo
Tipos mais comuns de telhados e coberturas
Capítulo 9 Estruturas, telhados e fundações
80
o sistema de proteção superior do edifício. Telhado, é a denominação
da cobertura feita com telhas. O telhado é a fase mais complexa e
importante do prédio escolar e das construções em geral.
Comportamento dos materiais
Dependendo da região climática, o comportamento dos materiais
empregados no telhado quanto à sua capacidade pode variar em
função das necessidades de reflexão, absorção e emissão de calor.
Componentes do telhado
Um fator muito importante é a escolha das telhas. Outro fator
determinante é evitar o acúmulo de água das chuvas na cobertura.
Por isso, ela deve ser formada de superfícies inclinadas para que a
água das chuvas (água pluvial) possa deslizar sobre ela sem dificul-
dades. Os beirais podem ou não dispor de um sistema de captação
da água das chuvas (calhas e condutores verticais), dependendo da
região climática. Mas, nas regiões chuvosas, é bom dispor de um.
As águas pluviais são captadas por um conjunto de elementos que as
conduzem ao solo. Esses elementos formam o sistema de captação pluvial:
Calhas: são condutores horizontais superiores de seções semicircula-
res, trapezoidais, retangulares ou mistas, que, situados junto à
cobertura, têm por função captar e levar a água colhida aos conduto-
res verticais, por meio dos ralos.
Condutores verticais: são tubos que recebem a água colhida pelas
calhas e a transportam aos condutores horizontais inferiores.
Condutores horizontais: são tubulações e caixas de passagem que
recebem a água dos condutores verticais e a transportam aos
coletores públicos.
Coletores públicos: são tubos que recebem a água dos condutores
residenciais.
Caixa de areia: são caixas colocadas no caminho dos condutores
horizontais, com a finalidade de reter a areia trazida pela água.
Alguns problemas com as calhas em regiões de muita chuva são
gerados, principalmente, pelo dimensionamento inadequado. É
importante, no dimensionamento do sistema de captação pluvial,
tomar alguns cuidados:
Evitar as calhas centrais.
Utilizar calhas de beiral nos locais de passagem.
Evitar que a água caia diretamente no piso, acarretando
assoreamento do solo.
Inclinar a calha de maneira que garanta a queda da água.
Dimensionar corretamente o número de condutores ligados à calha,
responsáveis pela vazão da água.
Proteger grelhas, ralos e buzinotes, evitando entupimentos e transbor-
damentos.
Proteger caixas de passagem com tampas.
(*) Não existe 1/2 água, pois não
existe meio telhado.
81 Espaços educativos
Inclinação
(%)
Tipo de telha
40 a 100
Concreto
Japonesa
Francesa
20 a 40
Colonial (Capa-e-Canal)
Plana e Duplana
Portuguesa
Romana
Italiana
Americana
Land Haus
Menores de 20
Chapa Metálica
Térmica
Modulada
Ondulada
Canaleta Delta
Kalhetão
Inclinação x desempenho dos telhados
O tipo de telha adotado define o desempenho do telhado para o
escoamento das águas pluviais e seu grau de inclinação. Dependen-
do da forma, o telhado pode ter vários planos, e cada plano é
chamado de água.
Definida a cobertura, a escolha das telhas é fundamental para se
evitar problemas futuros. Para cada telha existe uma inclinação adequa-
da. São diversas as maneiras de indicar a inclinação do telhado:
Coberturas horizontais
Coberturas horizontais ou terraços são também chamadas cobertu-
ras planas (no sentido de plano horizontal). Caso o projeto apresente
algum elemento horizontal como cobertura (laje ou marquise), é bom
obedecer às seguintes regras:
Desníveis de 1 a 1,5% na face superior, de modo a escoar as águas
das chuvas.
Águas coletadas em um pequeno dreno ou valeta e escoada por
meio de ralos de piso ou buzinotes devidamente dimensionados para
a vazão.
Juntas de dilatação bem vedadas.
Grau: em desuso pela dificuldade de leitura de ângulos com transferidor na obra.
Ponto: corresponde à razão ou relação entre a altura (flecha) e o vão. Foi
muito usado na arquitetura colonial.
Porcentagem: representada pela inclinação da hipotenusa de um triângulo
retângulo. Por representar razão, o triângulo deve ser desenhado independen-
temente da escala do projeto.
Tipo de telha Consumo (m²) Inclinação mínima
Clima chuvoso Clima muito
chuvoso
Colonial ou Capa-canal 33 peças 30 35
Colonial ou canal diretamente
sobre a laje
33 peças 15 18
Francesa 30 peças 40 45
Romana 17 peças 28 35
Portuguesa 16 peças 28 35
Duplana 26 peças 25 30
Metálica - 6 8
Tipo calha - 3 9
Ondulada - 15 18
Plana (pedra ou madeira) 30 peças 40 45
Palha - 40 45
Capítulo 9 Estruturas, telhados e fundações
82
Impermeabilização de pontos de chumbamento de grades, caixas de
passagem, ralos de piso ou similares.
Problemas mais comuns com telhados
Em áreas densamente urbanizadas, as telhas cerâmicas comuns
podem necessitar de proteção contra a absorção de água, o desgas-
te pela ação dos raios ultravioleta e pela ação nociva do tempo
(monóxido de carbono, fuligem e outros poluentes).
Telhas metálicas transmitem calor por irradiação e é necessário tomar
cuidado com a ventilação cruzada para arrastar o ar quente. Certas
telhas metálicas permitem a aplicação de resinas sintéticas e mantas
que proporcionam o isolamento térmico e acústico dos ambientes.
As estruturas metálicas, em locais úmidos, dependendo do tipo
(alumínio, aço ou ferro), podem apresentar problemas diferentes,
como ferrugem nas telhas, nas estruturas de sustentação e nos
fixadores, principalmente no caso do ferro.
As telhas de aço ou de ferro permitem uma manutenção sobre as
mesmas, suportando trânsito de pessoas para limpeza e acesso às
calhas. Já as telhas de alumínio, material menos resistente, não
permitem trânsito sobre as mesmas, podendo amassar e furar com
mais facilidade, até pela ação de ventos.
Os dispositivos de fixação das telhas, quando não são galvanizados,
enferrujam-se com a ação nociva do tempo, perdem a borracha de
vedação, deixando folgas entre as telhas, facilitando a retirada das
mesmas do lugar pela ação dos ventos.
Infiltrações diversas também podem ocorrer pela má execução de
rufos, ou até mesmo pela inexistência deles.
Nas coberturas horizontais, quando feitas em concreto armado,
pequenos defeitos de construção vão dar origem a dois problemas
de difícil solução: infiltração de águas pluviais e fissuras ou trincas.
Lembretes
Na elaboração do projeto deve-se observar a facilidade de acesso
aos telhados como medida para facilitar os procedimentos de
manutenção preventiva e corretiva.
O projeto do telhado deve levar em conta a freqüência e a intensidade
das chuvas. Prever o escoamento das águas com inclinações adequa-
das. Evitar coberturas planas horizontais em regiões de chuvas intensas.
Evitar o uso de grandes lajes impermeabilizadas.
Prever no projeto o detalhamento completo da cobertura (apoios,
fixações, rufos, calhas, cumeeiras, arremates, etc.). O detalhamento
deve obedecer rigorosamente às especificações técnicas e aos
caimentos mínimos indicados pelos fabricantes das telhas.
Em locais sujeitos a chuvas intensas e a ventos fortes, além do
aumento da inclinação, devem ser usados recobrimentos maiores
que os recomendados.
Em climas quentes, proporcionar ventilação permanente das telhas
para dissipar o calor, mediante a constante renovação do ar
aquecido, com a criação de aberturas de saída nas partes mais
83 Espaços educativos
elevadas (efeito chaminé), pela superposição de águas, pelo
emprego de clarabóias e lanternins, por cumeeiras ventiladas,
sheds ou domos.
Nas regiões quentes e úmidas o projeto do telhado deve proporcio-
nar maior velocidade do vento, tirando partido do efeito sucção, por
meio da orientação das varandas e dos beirais e mediante a sua
inclinação de acordo com a incidência do vento.
Nas regiões de clima quente, utilizar materiais de superfícies polidas
com cores claras ou que brilhem e que aumentem a quantidade de
radiação refletida. Também se pode sombrear a cobertura com
árvores de copa esparsa.
Optar por forros isolantes que não permitam a transmissão de calor e forros
que formem um colchão de ar isolante, dependendo da necessidade.
A ventilação do forro deverá proporcionar permanente renovação do
ar aquecido pelas aberturas nos beirais e nas cumeeiras dos telha-
dos, como veneziana e cumeeira metálica.
O emprego de telhas térmicas de fibra vegetal, em substituição às
de fibrocimento, mostra-se mais adequado em razão do poder de
dissipação do calor, além de ser composta de fibras vegetais
naturais e, portanto, sem as propriedades cancerígenas do amianto.
Para evitar o acúmulo de ar quente sob o telhado, prever caimento
para as direções que recebam menos radiação solar direta, além de
prever uma ventilação cruzada por baixo do mesmo.
A vermiculita é um mineral com propriedades de isolamento termo-
acústico extremamente leve. Seu emprego em laje de cobertura e laje
de forro do telhado reduz sensivelmente a transmissão de calor para o
ambiente imediatamente abaixo.
Também para evitar a radiação solar direta nas paredes e no interior
dos ambientes, durante o período mais quente do dia, pode ser
adotada solução de cobertura tipo pérgula, funcionando como um
brise, criando sombreamento.
Nas edificações com dois ou mais pavimentos e nas coberturas
sobrepostas, as calhas são obrigatórias. Nas edificações térreas, elas
podem ser dispensadas, caso as condições de implantação do(s)
prédio(s) no terreno assim o permitam.
Calhas e condutores de águas pluviais devem ser dimensionados, de
forma a favorecer a manutenção e limpeza.
Calhas em concreto armado ficam localizadas, preferencialmente, fora
da projeção dos ambientes.
Para se calcular a vazão dos condutores, levam-se em conta a área do
telhado e a intensidade de chuvas em cada região. De forma geral,
cada 30,00 m
2
de área de telhado deve ter um condutor vertical.
Fator qualidade x manutenção
Elementos estruturais e de cobertura
O tempo de duração já deve estar previsto no projeto, assim como
sua finalidade e a conservação necessária. Os problemas na estrutura
Prever buzinotes nos pisos de circulações dos
pavimentos superiores, no patamar de escadas
e nas passagens cobertas de ligações entre
prédios, quando em laje, adequadamente
dimensionados.
Capítulo 9 Estruturas, telhados e fundações
84
podem acontecer por diversas causas: erros no projeto, uso inade-
quado de materiais, falhas de execução, ocupação imprópria e
conservação incorreta. Atualmente, há normas específicas de manu-
tenção para cada estrutura ou material que devem, obrigatoriamente,
ser seguidas.
Umidade
A umidade pode ocorrer em dois momentos: vinda do solo ou pela
ação dos ventos, que projetam as águas das chuvas pelas paredes e
até por frestas das esquadrias. Lajes, marquises, jardineiras e abóba-
das são mais exigentes quanto à impermeabilização. Infiltrações de
águas pluviais que penetram pela cobertura e vazamentos na rede
hidráulica ou na tubulação de esgotos podem comprometer a
estrutura. Quando a infiltração surge do solo, abala as fundações,
rachando as paredes e até mesmo afundando o piso. Os procedi-
mentos adotados para a eliminação da umidade dependem do
estágio da obra (antes, durante ou após a construção) e de fatores
climáticos. Portanto, é preciso prevenir.
Em terreno situado em região alagadiça, é necessário efetuar
sondagem (que detectará a profundidade do lençol freático e o tipo
de solo existente). Terrenos nessas condições requerem projetos que
evitem o contato direto do prédio escolar com o solo. É necessário
drenar o terreno. Mesmo assim, é imprescindível prever
impermeabilização.
Planejamento das redes
Diagnóstico e dimensionamento
O diagnóstico preliminar mostra a real situação da infra-estrutura de
saneamento do local e permite definir o projeto das redes externas
que serão necessárias. O diagnóstico preliminar é obtido a partir da
análise, entre outros, dos seguintes itens:
Situação geográfica do imóvel.
Número e perfil de usuários.
Tipo de pavimentação (térrea ou em mais pavimentos).
Utilização (número de turnos).
Memorial descritivo e plantas de arquitetura, contendo atividades que
venham influenciar no consumo, além de soluções arquitetônicas. O
projeto deve prever os picos de consumo, para garantir abastecimen-
to regular em quantidade suficiente, com vazão e pressão adequadas
e compatíveis com o funcionamento perfeito das peças e dos
aparelhos.
Fonte de abastecimento / procedência da água (nascentes, lençóis
freáticos ou de rede pública). Deve ser priorizada a utilização da água
da rede pública, pois ela é tratada. A água não-potável pode abaste-
cer um sistema de água fria nos pontos de limpeza de bacias,
mictórios e lavagem de pisos, pátios e jardins, desde que não se
misture com a água potável.
Sistema de esgoto (público ou fossa).
Água quente (existência ou não do sistema).
No dimensionamento das redes de água e esgoto, levar em conside-
ração o uso simultâneo elevado.
Capítulo 10 Infra-estrutura
para saneamento
Capítulo 10 Infra-estrutura para saneamento
86
Reservação e distribuição de água potável
O reservatório para distribuição de água potável é subterrâneo ou
elevado. Dimensionar o consumo da água prevendo-se reserva para
dois dias sem abastecimento. Prever ponto de alimentação por meio
de carro-pipa, quando o reservatório inferior estiver afastado mais de
30m da rua ou local de acesso para abastecimento.
Perfuração e distribuição de poços
Em muitos lugares não existe água encanada. Neste caso, para ter
sempre água limpa e boa para ser usada, pode-se fazer um poço
bem protegido. O poço deve ser cavado a uma distância mínima de
15,00m das fossas e em nível superior ao delas para que a água não
seja contaminada por coliformes fecais. Deve estar longe de chiquei-
ros, galinheiros ou estábulos e em lugar que não seja atingido por
enxurradas e enchentes.
Lembretes
Bebedouros instalados no recreio coberto, próximos aos sanitários.
Disponibilidade mínima de água de 50 litros/aluno/dia.
Capacidade mínima das fossas sépticas de 50 litros/aluno/dia.
Evitar tubulação sob o piso da quadra de esportes ou cruzando
ambientes internos.
Prever torneiras de lavagem nos pavimentos superiores que não
tenham sanitários.
Prever a instalação de “shafts” visitáveis, para facilitar a manutenção.
A rede deve ser acessível, para facilitar seu manuseio na hora da
conservação. O telhado deve possibilitar a instalação de caixa-d’água
(independentemente de existirem outros reservatórios externos),
reservando ainda um vão que permita mobilidade durante a limpeza e
possível manutenção.
A racionalização do uso do material pode proporcionar economia nas
instalações hidráulicas. Por exemplo, banheiros projetados lado a
lado, requerem menor metragem de tubulação.
Evitar que os ruídos provenientes das tubulações hidráulicas, em
razão do dimensionamento e da regulagem inadequados, incomo-
dem principalmente as atividades pedagógicas. Para evitar o ruído,
deve-se calcular adequadamente pressão e velocidade da água,
além de indicar produtos de qualidade. Evitar situar sanitários ao lado
de ambientes que exijam baixo nível sonoro.
O dimensionamento adequado do diâmetro das tubulações em função
de pressão, vazão e velocidade também é um fator de economia.
Escolher corretamente aparelhos e peças compatíveis com o uso e
com a idade dos usuários.
Sistema para reservação de água potável Capacidade
Reservatório único 1.500 litros para 10 usuários
Reservatórios
subterrâneo e elevado
Reservatórios subterrâneo
ou térreo
1.000 litros para 10 usuários
Reservatórios elevados 500 litros para 10 usuários
87 Espaços educativos
Os poços precisam sempre ter uma forma redonda para evitar cantos
vivos, que acumulam sujeira e dificultam a limpeza.
É importante que o poço seja bem coberto para evitar que alguma
criança possa se acidentar, e também que possam entrar insetos ou
animais que contaminem a água.
Fazer uma pequena abertura na parede do poço acima do solo, para
colocar um tubo de ventilação que deixará sair os gases e um
pedaço de tela na face externa do tubo, para impedir a entrada de
insetos ou folhas.
A melhor maneira de retirar a água do poço é com uma bomba.
Assim, o poço poderá ficar sempre coberto evitando descuidos que
possam causar acidentes, além de não haver necessidade de corda
e balde que podem contaminar a água.
Sistema de esgoto sanitário
As águas servidas, dejetos e gorduras passam pelo sistema de
esgotos sanitários, até as canalizações e os dispositivos destinados a
afastar da edificação as águas servidas por fins higiênicos, encami-
nhando-as ao destino adequado: rede coletora pública e tratamento,
fossa seca, fossa seca e sumidouro ou fossa absorvente, de acordo
com o local e a densidade de ocupação do solo. Em zonas rurais,
densidades inferiores a 30 usuários/ha, os sistemas de rede coletora
pública e tratamento são economicamente inviáveis.
Lembretes
O projeto deve permitir rápido escoamento dos esgotos sanitários,
facilitar desobstruções e vedar a passagem de gases nas tubulações,
entre outras recomendações.
A ventilação (sempre obrigatória) é um dos itens do projeto do
sistema de esgotos.
Os ralos de captação devem ser sifonados, dimensionados de
acordo com projeto de esgoto e as normas da ABNT.
Densidade do lugar Sistema de esgoto
Até 150 usuários / ha Fossas secas, fossas e
sumidouros
Entre 150 e 250
usuários / ha
Fossas absorventes (*)
Acima de 250
usuários / ha
Rede de tratamento
Sistema Características locais Observações
Fossa
absorvente
Disponibilidade de rede pública
de água para abastecimento;
terreno com boa capacidade de
absorção.
Pequena densidade de ocupação.
Fossa seca
estanque com
dupla câmara
Sem disponibilidade de rede
pública de água para o
abastecimento; sem
capacidade de absorção do
terreno.
Fossas, poços ou cisternas
afastados, no mínimo, 25,00 m um
do outro;
esse sistema, ao longo do tempo,
poderá ser transformado com
facilidade em fossa séptica dupla e
ligada à rede;
em terrenos impermeáveis, onde o
lençol de água seja muito
superficial, a fossa pode ser
construída acima do solo.
(*) As fossas absorventes somente serão
usadas quando as condições forem favoráveis.
Tudo dependerá das características do solo e da
camada superficial de subsolo em cada região.
Reservatórios subterrâneos para armazenamento
de águas pluviais (proveniente das chuvas) devem
ser previstos em todas as regiões. Essa água não-
potável somente deverá ser utilizada para ativida-
des de rega de jardins, lavagens de pavimentações
e pisos, além de limpezas em geral.
Capítulo 10 Infra-estrutura para saneamento
88
Fossas, sumidouros e filtros, se necessário, dimensionados de
acordo com as normas da prefeitura local e as condições de absor-
ção do terreno. Preservar a salubridade das águas dos mananciais
utilizando-se fossas sépticas que devem ser localizadas a uma
distância de no mínimo 300 m dos mananciais ou dos filtros
anaeróbicos.
Lagoas de oxidação e decantação, quando houver, deverão ter
plantas de grande absorção orgânica.
As caixas de passagem de esgoto e gordura no piso devem ser,
preferencialmente, instaladas fora das circulações pavimentadas.
Coleta de lixo
Prever três fases de acondicionamento:
Uma coleta descentralizada em pequenos cestos de lixo nos diversos
ambientes.
Coleta seletiva.
Um depósito geral para o lixo que será levado ao seu destino final.
Pisos e pavimentações
Os ambientes escolares apresentam um desgaste excessivo dos
pisos pelo uso constante. Deve-se levar em conta o tipo de tráfego e
observar que a resistência à abrasão é o parâmetro principal. Outro
referencial é o da absorção da água. A escolha do revestimento
cerâmico certo deve ser feita mediante um conhecimento prévio das
condições a que se submeterá o material. Existe um tipo adequado de
revestimento para cada fim. No aspecto segurança, o mercado oferece
alternativas antiderrapantes, as mais indicadas nesses casos. Em geral,
esses revestimentos têm superfície granulada e também de alta resistên-
cia. Na especificação dos pisos, alguns fatores devem ser considerados:
Constituição física: compacidade, porosidade, características térmicas.
Capacidade de resistência ante os desgastes promovidos pelos
elementos do clima.
Adequação relativa aos diferentes espaços: para áreas secas e molhadas.
Quanto aos componentes materiais, os pisos classificam-se em
dois grupos:
Materiais compactos: pedras, mármores e granitos, materiais de
concreto e materiais vitrificados (alta condutividade térmica).
Materiais não-compactos: madeira, fibras vegetais, tijolo cerâmico e
mesmo vegetação gramínea (baixa condutividade térmica).
Importante evitar reentrâncias e saliências que possam causar
acidentes aos usuários.
Recomendações para pisos externos
Prever pisos externos com declividade compatível para o rápido
escoamento das águas pluviais.
Capítulo 11 Materiais e técnicas
construtivas
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
90
Pisos articulados em pavimentações externas são próprios para
terreno com solo em acomodação.
Evitar pisos assentados com colas.
Blocos de concreto em contato direto com a terra são suscetíveis a
se desagregar.
Em regiões chuvosas, tijolos cerâmicos retêm umidade e criam limo.
Recomendações para pisos internos
Prever pisos de material não escorregadio e de maior durabilidade,
sem implicar custos elevados e dificuldades na manutenção e na
limpeza.
Devem ser resistentes, impermeabilizados e desumidificados. Nas
regiões de clima quente e úmido, o piso deve ter seu nível mais
elevado em relação ao terreno por meio de aterro, de porão
ventilado ou de pilotis, pois, além de proporcionar melhor ventila-
ção, cria melhores condições de salubridade e permite uma maior
conservação do material, resguardando de inundações, marés ou
chuvas. Em terrenos úmidos, essa solução reduz a umidade dos
pisos e paredes.
Nas áreas molhadas, dar preferência aos pisos cerâmicos esmaltados
antiderrapantes. Evitar ladrilho ou caco cerâmico.
Os pisos monolíticos de alta resistência, com junta plástica, podem
ser usados em toda a escola. Granilite é um material que substitui o
mármore ou o granito e oferece beleza, economia e resistência. O
ladrilho hidráulico, muito usado antigamente em banheiros e cozinhas,
representa hoje uma alternativa à cerâmica para o acabamento de
pisos de todas as áreas da escola.
Os pisos dos ambientes pedagógicos, como salas de aula, devem
permitir fácil movimentação de equipamentos, mobiliários e pessoas.
Atualmente, o cumaru, madeira da família do ipê, apresenta as
mesmas propriedades, os mesmos usos, e tem menor custo.
O vinil, em mantas ou placas, simula o aspecto do mármore ou do
granito e é de fácil manutenção, mas deve ser usado somente em
áreas internas. O carpete de madeira para uso interno, colado sobre o
cimentado, é uma boa alternativa para a tábua corrida, em ambientes
não sujeitos a lavagens e a impacto.
Os rodapés devem ter altura mínima de 10 cm e salientes da parede.
Os rodapés de madeira, tal como os pisos, só podem ser usados em
áreas secas. As soleiras são colocadas sempre nas mudanças de
piso e especificadas com material de alta resistência.
Paredes, vedações e tetos
As paredes de alvenaria mista, com blocos de pedras, são mais
baratas do que as de alvenaria convencional. Paredes em tijolos
maciços têm custo mais elevado do que as erguidas com blocos de
barro ou concreto vazado.
A vermiculita é um mineral com propriedades de isolamento termo-
acústico extremamente leve. Sua aplicação em argamassa nas
paredes que recebem radiação solar direta ou indireta reduz sensivel-
Prever pisos com materiais de baixa
condutividade térmica. Pisos com materiais de
alta condutividade térmica, mais compactos,
devem ser protegidos por elementos
sombreadores para evitar incidência solar direta
sobre os pisos.
Prever permeabilidade às águas por meio de
juntas mais largas ou pisos vazados. Nas áreas
de estacionamento, usar pedrisco, saibro
compactado ou piso articulado. No caso de
piso de concreto, este deve ser armado e
fundido no local. Pisos externos devem resistir às
intempéries. Devem facilitar o rápido escoamento
de águas. Nas quadras de esporte, especificar
piso em concreto armado fundido no local.
Uma das principais funções dos forros é permitir
ventilação permanente e ser bom isolante
térmico e acústico.
91 Espaços educativos
mente a transmissão de calor para o ambiente. A vermiculita também
tem função hidro-repelente.
Evitar quinas vivas nas paredes.
A cor e a textura dos forros especificados são fatores importantes
na iluminação.
Prever fácil reposição dos forros e garantir a segurança mediante
uso de material incombustível.
Recomendações para paredes externas
Nas paredes, utilizar pintura de ótima aderência e impermeável à
água. A escolha de tonalidades claras para a fachada facilita a
reflexão dos raios solares, reduzindo as dilatações e as retrações dos
materiais. O material de acabamento também deve ser resistente aos
raios ultravioleta (que endurecem os materiais e os tornam suscetíveis
a rachaduras). As estruturas expostas aos raios solares requerem três
camadas impermeabilizadoras: a primeira protege da água; a segun-
da do sol e do calor; e a última, conhecida como mecânica, cria
maior defesa para as duas anteriores.
Nas regiões de clima semi-árido, a maior espessura das paredes
externas das edificações garante um isolamento térmico mais eficaz.
A colocação de tijolo deitado (paredes dobradas) na parede externa é
mais um fator de redução de calor no ambiente interno.
Nas regiões mais quentes, as paredes externas devem impedir o
acúmulo de calor durante o dia. Quando expostas diretamente ao sol,
devem ser isolantes (paredes duplas e ventiladas) e refletir o calor
irradiado (pintura externa com cores claras).
Nas regiões de clima quente-úmido ou semi-úmido, o cobogó, ou
elemento vazado, pode constituir uma parede que fecha o prédio e
evita a insolação excessiva sem impedir a passagem do vento.
Oferece, ainda, proteção contra a chuva de vento e dá privacidade
sem eliminar a visão para o exterior.
O concreto celular é um material usado em blocos para paredes e
painéis estruturais e blocos canaletas para vergas e contravergas
(acabamento horizontal sobre ombreiras de portas e janelas), agilizando
a construção e dispensando algumas etapas de revestimento.
Em blocos ou painéis, o concreto celular é um composto com alta
resistência à compressão e ao fogo e de ótimo desempenho termo-
acústico, além de ser hidro-repelente, ou seja, impermeável.
Recomendações para paredes internas
Nas regiões de clima quente devem isolar os ambientes onde se
produz calor e permitir ventilação separada dos demais ambientes.
Em alguns ambientes, quando não possuem função de isolar com-
pletamente os ambientes, não precisam alcançar o teto e/ou o chão.
O concreto celular é um material usado em blocos para paredes e
painéis estruturais e blocos canaletas para vergas e contravergas
(acabamento horizontal sobre ombreiras de portas e janelas), agilizando
a construção e dispensando algumas etapas de revestimento.
Em blocos ou painéis, o concreto celular é um composto com alta
resistência à compressão e ao fogo e de ótimo desempenho termo-
acústico, além de ser hidro-repelente, ou seja, impermeável.
Mesma abertura com espessuras diferentes.
Modificação na ventilação
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
92
Prever isolamento acústico entre ambientes pedagógicos.
Recomendações para tetos
O teto das salas de aula ou salas de uso múltiplo e leitura, quando
forem de laje maciça de concreto aparente ou forro de madeira
envernizado, devem receber cuidados especiais de acústica.
Em tetos planos, prever pé-direito mínimo sob vigas. Em tetos
inclinados, considerar o pé-direito mínimo no ponto mais baixo.
Usar, preferencialmente, lajes mistas de vigotas pré-fabricadas de
concreto, além de tijolos cerâmicos, podendo também ser previsto
um sistema de placas celulares de concreto protendido.
O concreto celular pode ser usado como blocos para lajes
nervuradas, ou lajes pré-moldadas. Por ser leve, o produto deve ser
indicado principalmente para estruturas que não devem sofrer
sobrecargas. Uma laje de cobertura que isole termicamente o prédio
pode ser feita com concreto celular preparado diretamente na obra e
bombeado por betoneiras.
Portas e janelas
Portas e janelas ao mesmo tempo em que servem para trazer
segurança, fechar, proteger, impedir, esconder e escurecer (de
roubos, da insolação direta, das chuvas e dos ventos quentes),
servem para abrir, desproteger, passar, mostrar e iluminar (ventos
necessários à condição de higiene e conforto físico e à luz natural).
São os principais elementos para obtenção de ventilação por
diferença de pressão e ventilação cruzada e para a renovação do ar
pelo efeito chaminé. O ar entra, na maior parte do tempo, através de
janelas. Para isso é importante conhecer o funcionamento das
aberturas, por meio de seus componentes.
No aspecto físico, as portas e as janelas, em geral, costumam
apresentar desempenho mais ineficiente nos edifícios escolares.
Problemas generalizados como corrosão, desgaste da pintura e
ineficiência dos acessórios para manuseio são comuns. O
detalhamento de portas e janelas deve prever o uso intenso. Por
ser predominante no prédio escolar, fundamental na qualidade da
iluminação e da ventilação naturais, devem ser muito bem definidas
quanto ao funcionamento, material utilizado, segurança, facilidade
e resistência ao manuseio.
A segurança no manuseio e o furto também são merecedores de
atenção quando da especificação. Portas e janelas deverão ter suas
ferragens especificadas para resistir ao uso intenso. Portas externas
e portões devem ter suas ferragens especificadas em material
resistente ao tempo. Aplicado em esquadrias, o ferro galvanizado
apresenta boa vedação, não enferruja e não mancha. Pintado, ele
pode sugerir madeira, sem exigir tratamento antifungo, antimofo ou
anticupim. Evitar reentrâncias e saliências que possam causar
acidentes aos usuários.
93 Espaços educativos
Esquadrias*
Considerações gerais e tipos:
A ABNT, possui especificações para janelas, considerando a força
dos ventos em cada região. Em relação aos ventos, nas regiões
situadas mais ao Sul, onde eles são mais intensos, o caixilho de uma
esquadria deve ser mais resistente do que o caixilho de uma
esquadria de uma edificação situada no Nordeste, por exemplo. Para
uma região de ventos intensos, os modelos recomendados são os
de abrir ou tombar, nos quais as folhas ficam pressionadas contra o
batente ao receber a pressão do vento. Para regiões onde os ventos
são mais amenos, as esquadrias de correr são mais recomendadas.
As esquadrias podem ser de diversos materiais e os mais comuns
são: madeira, PVC, ferro, alumínio, mista de alumínio e madeira, entre
outros. A escolha do material não depende apenas do custo. Depen-
de da disponibilidade local, da facilidade de manutenção e, principal-
mente, da segurança no manuseio pelo usuário (que pode ser uma
criança) e na garantia contra roubos.
Mais algumas recomendações na escolha das esquadrias:
Entre as folhas móveis e fixas deve existir vedantes, como escovi-
nhas, borrachas e fitas de neoprene (não confundam! Material
semelhante à borracha, porém mais flexível).
A resistência constante ao uso de acessórios e ferragens, como
dobradiças, maçanetas e fechaduras é requisito principal na escolha
da esquadria.
Janelas
Na escolha do tipo de janela, é necessário conhecer o desempenho
de cada uma com relação principalmente à ventilação. Para isso, é
fundamental observar alguns aspectos, a saber:
A área real de abertura da janela, ou seja, a área máxima.
A separação das correntes de ar frio e ar quente.
A distribuição do fluxo de ar pelo ambiente.
A possibilidade e a facilidade de regulagem da janela.
A segurança contra acidentes e roubos.
A estanqueidade à chuva.
A estanqueidade ao ar (condição de ar-condicionado e inverno).
Quanto ao tipo, as janelas dividem-se em três tipos básicos:
Aberturas simples (janelas de abrir e correr horizontal e vertical).
Pivotantes horizontais.
Pivotantes verticais.
Tipos de janelas mais comuns, com suas principais vantagens e
desvantagens:
(*) As esquadrias são os elementos da
construção aplicados nos vãos de passagem,
ventilação e iluminação, como portas, portões
janelas e clarabóias.
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
94
Janelas
Tipo de abertura Funcionamento Vantagens Desvantagens
Aberturas
simples
Janelas de correr
horizontal e vertical
(guilhotina).
As folhas deslizam em
trilhos.
Possibilita a colocação de
grades e telas. A abertura pode
ser controlada.
A área da janela não é inteiramente útil em
termos de ventilação. Facilidade para entrar
água pelos trilhos inferiores. Dificuldade de
limpeza pelo lado externo.
Janela de abrir Presa em eixos na lateral
da esquadria, as folhas
se abrem.
Possuem boa vedação.
Facilidade de limpeza.
Não fica semi-aberta. Impossibilita a
colocação de grade e tela pelo lado externo,
quando a abertura for neste sentido.
Janela de tombar As folhas se abrem para
o lado externo, com eixo
na extremidade inferior.
Ventila melhor a parte superior do
ambiente (recomendada para
aberturas de saída).
Não recomendada para aberturas de entrada
única. Não permite o uso de grade ou tela
pelo lado externo, quando a abertura for neste
sentido. Dificuldade de limpeza pelo lado
externo.
Pivotantes
horizontais
Janela máximo ar As folhas são presas por
eixo na parte superior e
deslizam em trihos na
vertical.
Possuem boa vedação.
Possibilita a passagem total de
ar. Alguns modelos possibilitam a
separação do ar quente e ar frio.
A abertura pode ser controlada.
Não permite o uso de grade ou tela pelo lado
externo, quando a abertura for neste sentido.
Dificuldade de limpeza pelo lado externo em
alguns modelos.
Janela basculante Possuem eixos de
rotação horizontais que
permitem projeção das
folhas.
Direciona o fluxo de ar. A
abertura pode ser controlada.
Permite o uso de grade, tela ou
cortina. Facilidade de limpeza.
Não libera todo o vão.
Pivotantes
verticaiss
Janela máximo ar As folhas giram em torno
de eixos verticais.
Possuem boa vedação.
Possibilita a passagem total de
ar. A abertura pode ser
controlada.
Não permite o uso de grade ou tela pelo lado
externo, quando a abertura for neste sentido.
Não possibilitam uma separação muito nítida
entre ar quente e ar frio. Dificuldade de
limpeza pelo lado externo em alguns
modelos.
Janela basculante Possuem eixos de
rotação verticais que
permitem projeção das
folhas.
Direciona o fluxo de ar. A
abertura pode ser controlada.
Permite o uso de grade, tela ou
cortina. Facilidade de limpeza.
Não libera todo o vão. Não possibilitam uma
separação muito nítida entre ar quente e ar
frio.
Obs.: as janelas pivotantes horizontais e verticais possuem as mesmas características em termos de flexibilidade da abertura em si. Elas são mais
eficientes do ponto de vista da ventilação, à medida que for maior o ângulo de abertura.
95 Espaços educativos
Recomendações para janelas
Prever caixilhos com dimensões pequenas para garantir a segurança.
Janelas corrediças e basculantes, embora deixem passar a luz,
prejudicam muito a entrada de ar.
Janelas com venezianas fixas, muito pequenas, não servem para as
regiões de clima quente-úmido e semi-úmido. Prever janelas que se
abrem completamente, aproveitando toda sua área, como as de
correr horizontal e vertical, ou as pivotantes horizontais e verticais.
Venezianas, comuns na abertura de saída de ar, tiram muito do efeito
da ventilação: em muitas ocasiões, o ar fica quase ou mesmo
totalmente parado, sem movimento, e não tem força suficiente para
transpor o obstáculo da veneziana comum.
As bandeiras de janelas podem ser usadas para assegurar ventilação
permanente e controlada, ainda que a folha esteja fechada.
Recomendações para portas
Portas dos ambientes pedagógicos dotadas de visor a 1,50 m de altura.
As salas de uso múltiplo, dotadas de portas com duas folhas.
Portas externas e portões especificados em material resistente ao tempo.
Onde houver divisórias, as portas deverão acompanhar o mesmo
material das divisórias.
As bandeiras de porta podem ser usadas para assegurar ventilação
permanente e controlada, ainda que a folha esteja fechada.
Recomendações para cortina de enrolar
Fornece uma barreira opaca que bloqueia tanto a radiação solar direta
quanto a radiação difusa na estação quente.
Dependendo da posição dos elementos que a formam, pode permitir
a circulação do ar no local, enquanto cobre a janela.
As cortinas de cores claras são mais eficientes, pois refletem grande
parte da radiação recebida, mantendo o ambiente mais fresco.
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
96
Recomendações para venezianas móveis
Bloqueiam, efetivamente, a totalidade da passagem da luz solar,
podendo reduzir o ganho térmico através da janela.
Recomendações para quebra-sol
Usados para proteger a radiação solar direta durante a estação
quente e permitir a insolação na estação fria.
Quebra-sol horizontal: fachadas Norte-Sul.
Quebra-sol vertical: fachadas Leste-Oeste.
Os beirais cumprem função de quebra-sol horizontal.
Quando necessário, sombrear a fachada por meio de pérgulas,
cobertas por trepadeiras de folhas caducas, fornecendo sombra só
no verão.
Permitir a circulação do ar entre o quebra-sol e a fachada protegida é
de fundamental importância para a sua eficiência.
Recomendações para toldo
A eficiência de sombreamento de um toldo depende do fator de
transmissão do material opaco que o constitui em relação à luz solar
direta e difusa.
A superfície do toldo exposta ao sol deve ser de cor clara para
minimizar a absorção e irradiação do calor.
Prever também ventilação entre o toldo e a janela.
Recomendações para elementos vazados
Prever a possibilidade de substituição das esquadrias por elementos
fixos vazados, com menor custo e maior facilidade de manutenção.
Recomendações para telas
Telas-mosquiteiros protegem contra insetos, mas diminuem o fluxo e a
velocidade da ventilação necessária para renovação do ar interno.
Vidros
A energia solar absorvida pelo vidro se transforma em calor que é
enviado para o interior e para o exterior por radiação e convecção. O
vidro absorvente térmico tem um desempenho melhor que o vidro
comum, mas ainda admite grande parte da radiação solar.
Em alguns casos, o emprego de vidro duplo como isolante impede
a ventilação natural do edifício, obrigando ao uso de energia operante
para sua climatização. Torna-se mais econômico e eficiente o uso de
superfícies envidraçadas simples, protegidas de radiação solar direta
na estação quente, do que o uso de vidros especiais sem fatores de
sombra nos climas tropicais e subtropicais úmidos.
Os vidros lisos e comuns oferecem pouca segurança. Vidros
aramados e canelados são mais seguros, mas reduzem a visibilidade
do exterior para o interior e os níveis internos de iluminação. Ao utilizar
vidros, prever caixilhos com vidros pequenos para dar mais resistên-
cia e segurança e minimizar custos de reposição.
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
97
Não é aconselhável o uso de vidros nas regiões de clima quente-
úmido e semi-úmido, pois eles retêm a radiação transmitida para o interior.
Parte da radiação solar que incide diretamente sobre o vidro é absorvida
e transmitida para o interior do ambiente, causando o efeito estufa.
Uma solução é o emprego de vidro verde, pois consegue maior
redução de calor. Películas protetoras aplicadas sobre os vidros
funcionam de maneira eficaz no controle da radiação solar que
penetra no ambiente, mas não ajuda na ventilação e na aeração.
Pinturas e revestimentos
Como nos pisos, a escolha do revestimento certo deve ser feita median-
te um conhecimento prévio das condições a que se submeterá o material:
Revestimentos impermeáveis: cerâmica vitrificada, pintura epóxi,
laminado melamínico, mármore, granito, marmorite, granilite e outros
pisos monolíticos de alta resistência.
Revestimentos semi-impermeáveis: pintura a óleo e pintura acrílica
sobre argamassa.
No caso das paredes, não se usa a mesma modalidade de
revestimento cerâmico em ambientes internos e externos.
Nos ambientes que exigem paredes com acabamento impermeá-
vel, utilizar azulejo cerâmico esmaltado ou pintura epóxi. A tinta epóxi,
resistente aos vapores e de aspecto brilhante, pode revestir as
paredes dos banheiros em lugar de mármores ou azulejos. A borra-
cha clorada também é uma tinta ideal para áreas molhadas: é lavável
e tem bom resultado estético.
Nos ambientes que exigem paredes com acabamento semi-
impermeável, utilizar pintura a óleo ou outra pintura semi-impermeável
sobre revestimento de argamassa.
Muros e grades
Evitar muros altos.
Evitar soluções de projeto que resultem em grandes muros de arrimo.
Prever eficiente sistema de drenagem para o muro de arrimo, bem
como drenagem superficial.
As fundações da estrutura de contenção não podem invadir as
divisas do terreno.
Prever possibilidade de solução de grade ou outra que permita a
visão cruzada entre a escola e a rua.
Componentes externos
Localização dos mastros voltados para a rua do acesso principal, em
local visualmente favorável e que possibilite reunião para solenidades.
Fechamento das divisas por meio de muros e gradis.
Nos ambientes de uso intenso, deve ser
prevista régua de proteção, em madeira, em
altura compatível com o mobiliário e equipa-
mentos. Entre 1,20 m e 1,50 m do piso, prever
barra de revestimento semi-impermeável
(pintura, por exemplo), mais resistente e
lavável. Acima desta altura, usar revestimentos
que resultem em superfícies com acabamentos
lisos e em cores claras.
Capítulo 11 Materiais e técnicas construtivas
98
O solo cimento
Usos
O solo cimento é um material constantemente usado na construção civil.
É uma argamassa de preenchimento, empregada nas seguintes formas:
Vantagens
O material é encontrado em quase todos os lugares. Pode ser obtido
no corte da topografia ou nas escavações para fundações.
Excelente isolante térmico.
Alta capacidade calorífica, retardando as mudanças bruscas de
temperatura.
Resultado estético ótimo, superior ao tijolo maciço, dada a precisão
de forma e arestas.
Fácil corte dos blocos.
Desvantagens
Baixa resistência mecânica à tração, pequeno esforço lateral e baixa
flexão ou torção. Impróprio para cisternas e poços.
Material pesado e de fácil quebra. A parede com 3,00 m de altura
alcança 1,5 kg/cm
2
em sua base.
Exige mão-de-obra qualificada para a execução das alvenarias.
Encarece com o uso de mão-de-obra de alta qualidade, que “levan-
ta” 2,50 m
2
de parede por dia.
Informações complementares
O número de tijolos produzidos a partir de 1 saco de cimento com 50 kg
é de 160 unidades.
Com alguma prática, 2 pessoas executam 240 tijolos por dia, consi-
derando 8 horas de trabalho.
Conveniente o uso de impermeabilizante e verniz sobre a alvenaria
acabada.
Traços recomendados: 1:5 para lajota de piso e 1:10 ou 1:15 para
alvenaria.
Dimensões ideais para os tijolos: altura 5 cm, largura 11 cm e compri-
mento 23 cm.
Formas de utilização do solo cimento
TAIPA Engradado de madeira preenchido com a argamassa,
também conhecido como taipa de mão ou sopapo.
TIJOLO Pequenos blocos compactados ou prensados na
umidade ótima.
PAREDES MONOLÍTICAS Compactação da argamassa entre dois pranchões
deslizantes.
Instalações elétricas
O Projeto de Instalações Elétricas determina os pontos de luz e
força necessários e especifica fios e cabos elétricos mais adequados.
Prevêr instalações elétricas que suportem o uso intenso.
O quadro externo do medidor e o quadro interno de distribuição
geral são colocados em locais fora do alcance de crianças, e o
quadro interno de distribuição geral deve estar próximo à Secretaria.
Prever circuitos independentes para tomadas e luz, exceto as
tomadas dos ambientes onde o comando for por meio de interrup-
tores locais.
Evitar caixas de passagens nas circulações e em outros locais onde
os alunos possam transitar. Evitar instalações aparentes nos ambien-
tes de 1
ª
a 4
ª
séries. Instalações aparentes devem ser projetadas
utilizando materiais apropriados, executadas com esmero e solida-
mente fixadas. Não devem constituir-se em elementos salientes, até a
altura dos ombros dos alunos.
Projetar as redes de distribuição evitando tubulações sob o piso da
quadra de esportes ou cruzando ambientes internos.
Instalações de sinalização e comunicação
Localizar na Secretaria o botão de acionamento da cigarra de
chamada de início e fim de aula, localizada no pátio coberto, para
sinalizar o início e o fim de aulas. O quadro geral da rede de telefonia
deve ser localizado no setor administrativo.
Prever luz de obstáculo com comando por célula fotoelétrica,
quando houver torre de reserva de água acima de 10,00 m.
Capítulo 12 Instalações
especiais
Capítulo 12 Instalações especiais
100
Proteção contra descargas atmosféricas
(pára-raios)
A função desse equipamento não é a de atrair a descarga elétrica.
Na verdade ele deve recebê-la, conduzir à terra e dissipar sua
energia. No Brasil existem os tipos mais comuns em uso, são: Franklin
e Gaiola de Faraday. Dependendo das características do local e da
edificação, o projeto pode utilizar em conjunto os dois modelos,
visando um melhor resultado.
O pára-raios protege exclusivamente a construção. A segurança
dos equipamentos eletroeletrônicos, como computadores, eletrodo-
mésticos e telefones, vai exigir a utilização de supressores de surto
de tensão (“No Breake”). Esses aparelhos evitam que as descargas
elétricas vindas pelos cabos de força e de telefone atinjam e
queimem os equipamentos. Pode ser colocado um para cada
aparelho, sendo recomendável dimensionar e instalar um supressor
mais potente no quadro de entrada de força e outro na entrada do
telefone.
Quando o prédio escolar não puder ser localizado em área protegi-
da por pára-raios, é necessário e imprescindível o equipamento,
devidamente instalado e aterrado, conforme norma específica. O
pára-raios é “o ponto mais alto da edificação ou conjunto de
edificações”, pois seu terminal aéreo deve estar localizado acima de
árvores e antenas de TV.
Pára-raio tipo Franklin
O mais antigo e comum dos sistemas é composto de um captor
montado sobre um mastro metálico. Esse mastro está ligado a cabos
de descida, também de metal, que conduzem a eletricidade ao solo
por meio do aterramento. A haste do pára-raio deve estar totalmente
isolada do resto do prédio e só se liga ao cabo de descida. Nas
proximidades do solo deve haver uma proteção mecânica ao cabo
para evitar contatos com pessoas.
Pára-raio tipo Gaiola de Faraday
Desenvolvido no século seguinte à criação do Franklin, utiliza uma
malha metálica no alto das construções, servindo como uma blinda-
gem para elas. Instalada nas extremidades do telhado, é uma malha
de fios metálicos com pequenas hastes que recebem as descargas
elétricas. Essa malha é conectada aos cabos de descida, que estão
ligados às hastes de aterramento.
Também é comum usar as ferragens das colunas da construção
como descida. Para isso, quando o projeto estrutural estiver sendo
elaborado, o responsável pela execução do mesmo precisa indicar o
uso de alguns ferros a mais, com bitola apropriada. Esses ferros
serão ligados à malha da Gaiola. O aterramento acontece automatica-
mente, já que as ferragens estão amarradas no baldrame de funda-
A área protegida pelo pára-raios é gerada por
um ângulo de 45º formado a partir da ponta do
captor até a base do telhado. A área de
proteção do pára-raio corresponde a um círculo
de raio 2h, onde h é a altura até o chão a partir
da extremidade do pára-raio. Para áreas mais
extensas (ou edificações com castelo d’água),
às vezes é necessário usar mais de um captor
para que toda a construção esteja assegurada.
Obedecendo a esta angulação, a chance de
que o raio corra através do pára-raios é de 90%.
101 Espaços educativos
ção. O risco de que os eletroeletrônicos queimem diminui, pois a
descarga elétrica se divide em várias descidas.
Exaustão e ventilação mecânica
Quase sempre o ventilador de pé ou de teto funciona, na realidade,
como turbilhonador. Ele movimenta, agita o ar, mas não faz a renova-
ção. Essa agitação do ar provoca, é verdade, evaporação do suor e o
aparente conforto, sem higiene, pois o suor fica em suspensão no ar,
como a poeira. O exaustor pode ser usado para forçar a saída de ar
ao ser dirigido para uma janela, o que faz o ar entrar pelo lado oposto.
Coisa parecida ocorre com os aparelhos de ar-condicionado de
janela. Eles recirculam o mesmo ar do ambiente horas seguidas. O
filtro retém parte da poeira, a umidade é reduzida, mas o oxigênio vai
sendo, progressivamente, substituído por anidrido carbônico. Em
ambientes dotados de condicionadores de ar, a renovação do ar
somente pode ser feita por meio de um dispositivo especial, ou
quando se abre uma porta. O sistema de ar-condicionado central é
mais higiênico, em teoria pelo menos, pois ele capta e injeta o ar do
exterior e retira parte do ar viciado.
Existem outras alternativas, como os exaustores aeólicos, chaminés
ou efeito chaminé, poço de ventilação ou prisma de ventilação, grelhas
em ambientes de permanência rápida, como depósitos e despensas.
Sistemas de ventilação e exaustão mecânica do ar
Uma vez determinado o sistema de ventilação e o condicionamento
mais adequado para os ambientes, é definida a distribuição racional
do ar, como também são fixadas as características e a disposição dos
aparelhos e dos elementos necessários à instalação.
Uma perfeita distribuição do ar requer um fornecimento uniforme do
mesmo na totalidade do ambiente, sem insuflação direta sobre os
ocupantes, sem zonas de ar morto e com velocidade suficiente para
obter uma sensação de conforto, sem correntes incômodas.
A distribuição do ar-condicionado mediante entradas no nível do
piso apresenta inconveniente de remover o pó, elevando-o e
mantendo-o em suspensão, precisamente nas zonas ocupadas
pelas pessoas.
A seleção de cada um dos sistemas deve ser estudada para cada
caso particular, levando em conta os seguintes elementos:
Tipo, altura e outras dimensões da edificação.
Localização dos ocupantes e zonas de calor.
Opção por ventilação ou condicionamento do ar no ambiente
considerado.
Localização de equipamento, dutos e outros elementos como
força e água.
Linha de respiração dos ocupantes do ambiente, estejam senta-
dos ou em pé.
Ventilação mecânica forçada
Certo Errado
Certo Errado
De uma forma geral, conforme o sentido de
circulação do ar no interior do espaço
condicionado, divide-se a distribuição nos
seguintes sistemas:
• Ascendente, ou para cima. • Descendente, ou
para baixo. • Misto.• Cruzado.
Capítulo 12 Instalações especiais
102
As grelhas de insuflamento devem ser colocadas, sempre que
possível, no teto, por oferecer o melhor processo para a distribuição
de ar uniforme acima da linha de respiração (acima da cabeça dos
ocupantes), com menores probabilidades de formação de correntes
de ar. Evitar que ruídos provenientes do sistema atrapalhem as
atividades pedagógicas.
Instalações contra incêndio
Os materiais estruturais principais da edificação devem ser resisten-
tes ao fogo. Definir corretamente a quantidade, a localização e a
sinalização dos equipamentos de combate a incêndio, de acordo
com normas do Corpo de Bombeiros local.
Recomendações para projeto
É importante cumprir algumas recomendações quando da elaboração
do projeto, de forma a garantir a segurança do edifício escolar contra
incêndio e pânico, a saber:
Prever um extintor CO
2
na casa de bombas.
Prever extintores de pó químico seco junto à cozinha, ao refeitório e
aos quadros de luz e força.
Ambiente Tempo em minutos para uma troca de ar
Alto padrão Baixo padrão
Ambientes Administrativos 2 6
Cozinhas e Refeitórios 3 10
Estacionamentos Cobertos 2 4
Salas de Reuniões 2 6
Ambientes Pedagógicos 2 6
Laboratórios 3 12
Auditórios 4 15
Equipamento Características
Hidrantes Os hidrantes devem ser localizados
de tal forma que qualquer ponto da
edificação não fique a uma distância
superior a 30,00 m de um dos
hidrantes ou caixa de incêndio.
Extintores
individuais
Extintor de gás carbônico (CO
2
) É sufocante, esfria e elimina o
oxigênio. Atinge de 1,00 a 3,00 m,
com jato intermitente.
Extintor de pó químico O pó químico seco é sufocante e
também elimina o oxigênio.
Atinge de 3,00 a 6,00 m, com
jato intermitente.
Extintor de espuma Cobre e sufoca, eliminando
também o oxigênio. Atinge de 8
a 10,00 m.
Extintor de água pressurizada Penetra, molha e esfria. Atinge de
12,00 a 14,00 m, com jato
intermitente.
103 Espaços educativos
Os locais destinados à reunião com área superior a 100,00 m
2
devem
ser dotados de mais de uma porta de saída no sentido de escape.
Em edificações com área construída superior a 1.000 m
2
prever
reserva de água contra incêndio:
Classificação dos incêndios
Os incêndios classificam-se conforme a tabela.
Instalação de água gelada
A instalação de água gelada pode ser executada de duas formas:
instalação individual, com bebedouros elétricos colocados nos locais
de consumo, ou instalação central.
Sistema de instalação central
Nas grandes instalações, o mais indicado é o sistema central. A
instalação central é um sistema no qual a água é filtrada, esfriada,
armazenada e distribuída aos pontos de consumo geralmente por
meio de uma bomba de circulação que faz parte do equipamento
central. Nesse tipo de instalação, a tubulação e o reservatório de
água gelada recebem isolamento térmico, a fim de evitar aumento de
temperatura da água em razão das condições térmicas exteriores. O
dimensionamento da coluna alimentadora leva em consideração o
consumo máximo provável.
'Classificação Classificação
Químico Seco
Pressurizado
Gás Carbônico Água Pressurizada Espuma
Capacidade: 1 a 30 kg Capacidade: 2 a 10 kg Capacidade: 10 litros Capacidade: 10 litros
Incêndios classe A
Materiais de combustão
comum, como madeira,
papel, tecidos, fibras, etc.
SIM
em áreas pequenas
SIM
em áreas pequenas
SIM
excelente
SIM
bom
Incêndios classe B
Líquidos inflamáveis,
gasolina, óleos, tintas,
solventes, etc.
SIM
Excelente também para
gases liquefeitos
SIM
bom
NÃO
O líquido espalha
o fogo
SIM
bom
Incêndios classe C
Equipamentos elétricos
SIM
excelente
SIM
Excelente também para
geradores
NÃO
Condutor de eletricidade
NÃO
Condutor de eletricidade
Incêndios classe D
Magnésio, zircônio e titânio
SIM NÃO NÃO NÃO
Área (m²) Reservatório superior (m³) Reservatório inferior (m³)
1.000 a 2.000 10 20
2.001 a 5.000 15 40
Capítulo 12 Instalações especiais
104
Sistema de instalação individual
Na instalação individual, o isolamento térmico é dispensável. Nas
pequenas instalações, até aproximadamente 10 bebedouros, o
sistema de instalação individual é o mais indicado economicamente
(bebedouros alimentados por colunas de água partindo do próprio
barrilete de distribuição do prédio escolar). A alimentação elétrica se
faz por meio de tomadas próprias, dimensionadas de acordo com as
especificações do aparelho. A água pode ou não ser filtrada antes de
penetrar no bebedouro. Podem ser utilizados bebedouros em louça
ou em calha contínua em aço inox.
Instalação de gás
Prever local para medidores de gás canalizado de acordo com
regulamento da concessionária local. No caso da inexistência de
canalização, utilizar botijões de 45 kg, em abrigos apropriados, em
local arejado, recuado de janelas e portas, poços de inspeção de
esgoto, ralos ou caixas de gordura, poços ou fossas. O compartimen-
to para botijões deve ser acessível para carga e descarga.
Quando o acesso à escola for feito por meio de escadas, prever,
junto às mesmas, uma rampa com 0,60 m de largura para o
transporte dos botijões de 45 kg. Quando os desníveis forem
muito grandes, locar o abrigo de gás junto aos acessos, afastado do
abrigo de energia elétrica.
Fontes renováveis de energia
As fontes renováveis de energia devem atender aos requisitos
fundamentais da ecologia, sendo tecnicamente viáveis, não-
poluentes, podendo ser associadas à reciclagem dos resíduos
urbanos (lixo e águas servidas), mediante processos operacionais.
Num sistema integrado, a água é aquecida a partir de coletores
solares planos, instalados nas coberturas. A eletricidade é produzida a
partir de energia disponível nos ventos, por meio de aerogeradores, e
na luz solar, por meio de fotopilhas, sendo complementadas por
unidades motogeradoras que consumirão álcool carburante produzi-
do no próprio ambiente comunitário, processando o amido da
Consumo de Água Gelada
Edificação Temperatura Consumo
Escolas Fundamentais 10ºC a13ºC 1 litro / aluno/ dia
mero de Bebedouros
Edificação Dimensionamento
Escolas Fundamentais 1 bebedouro para 75 alunos
105 Espaços educativos
mandioca. Por outro lado, o gás combustível usado na cocção dos
alimentos é produzido a partir do tratamento dos resíduos urbanos
líquidos, nos biodigestores.
São quatro as principais fontes renováveis de energia, a saber.
Vetor solar
A energia solar é captada em coletores planos instalados nas
coberturas, aquecendo a água destinada ao preparo de alimentos,
limpeza e banhos, em temperatura elevada e objetiva, obedecendo
os aspectos de higiene e conforto.
Outra utilização da energia solar se dá por meio de fotopilhas que
transformam a energia solar diretamente em energia elétrica.
Vetor eólico
No litoral do Nordeste brasileiro, a constância dos ventos com
velocidades médias na ordem de 5 m/s viabiliza a geração de energia
elétrica pelos aerogeradores.
Vetor álcool
No Nordeste, o álcool hidratado é produzido numa microdestilaria
que usa mandioca cultivada na região. Por sua vez, a destilação do
álcool pode ser obtida com energia solar.
Vetor biogás
A produção de biogás combustível objetiva substituir o gás liquefei-
to de petróleo, normalmente usado como combustível na preparação
de alimentos. O biogás combustível é obtido a partir do
reaproveitamento dos resíduos urbanos como substrato para a
fermentação anaeróbica. As águas residuais desempenham um papel
importante no sistema de produção de biogás.
Vetores Unidades
Solar Coletores planos, painel de fotopilhas.
Eólico Aerogeradores.
Álcool Motogerador.
Biogás Biodigestores.
Capítulo 12 Instalações especiais
106
Fluxograma dos vetores energéticos
Isolamento e tratamento acústico
Partindo do conceito que ruído e barulho são sons incômodos ao
homem, seu efeito pode repercutir sobre o aparelho auditivo, sobre a
atividade do cérebro, sobre vários órgãos e até sobre a atividade física
e mental. No sentido de amenizar a ação de ruído, os pontos básicos
são: controle da fonte, controle da trajetória ou controle do receptor.
Isolamento aos ruídos externos
A maior penetração de ruído em um ambiente vem das janelas.
Portanto, elas devem ter sua capacidade de isolamento sonoro
condizente com a carga de ruídos que irão receber.
Para condições extremas, existem soluções variadas que, isoladas
ou adotadas em conjunto, podem amenizar o alto índice de ruído
externo. Os ruídos provenientes da rua, geralmente, dependem
menos do tipo de construção que do próprio local de origem. Quanto
mais afastada está a edificação do tráfego (ou isolada por uma
barreira vegetal espessa), o resultado pode ser mais sensível. A
solução de arquitetura mais usual é posicionar os ambientes da área
pedagógica para o lado oposto aos ruídos mais intensos. Muro alto
ao redor da escola é outro bom recurso em caso de ruas movimenta-
das, até mesmo para quem tem linhas ferroviárias por perto.
Energia
Térmica
Luz Ventos
Fotossíntese
Coletores
planos
Fotopilhas
Aero-
geradores
Micro-
destilaria
Água
aquecida
Energia Elétrica
Álcool
Moto-
geradores
Conjunto urbano incluindo
o prédio escolar
Afluente
líquido
Biogás
combustível
Lagoa de
estabilização
Biodigestor
Biomassa
vegetal
SOL
107 Espaços educativos
Um bom recurso capaz de embelezar a área externa da escola e,
ao mesmo tempo, ajudar no isolamento sonoro é o tratamento
paisagístico. Jardins gramados, pátios, árvores copadas, proporcio-
nam grande diminuição do nível de ruído, principalmente nos pavi-
mentos inferiores do prédio. Nos pavimentos superiores há exposição
aos sons de origem distante. As janelas devem ser herméticas,
providas de perfis próprios, vidro duplo, gaxetas ou outras proteções.
Isolamento aos ruídos internos
Além das salas de aula, sanitários e exaustores podem produzir sons
indesejados, geralmente em razão da má localização. Em certos ambien-
tes, equipamentos e máquinas podem criar ressonância se encostados
em paredes. Esses ambientes devem ser afastados dos ambientes mais
sensíveis. Bombas d’água podem ter seu ruído reduzido se forem
dispostas sobre uma laje flutuante, em base elástica feita de borracha ou
cortiça, entre outros materiais. É importante salientar que alguns tipos de
telhas absorvem melhor o som que as outras.
Nos corredores de circulação, as portas não devem ser planejadas
frente a frente e sim distribuídas de forma desencontrada. Utilizar borracha
ou feltro sintético para vedar folgas em portas e janelas. Várias alturas de
forro entre um ambiente e outro também se constituem em recurso valioso
na captura do barulho excessivo. Carpetes com base de moletom são
ótimos redutores de ruídos de impacto. O revestimento do piso é também
elemento importante principalmente para controle de ruídos de impacto.
O dimensionamento correto e o tratamento adequado do ambiente
devem assegurar a perfeita recepção da voz do professor. Deve-se evitar
reflexões excessivas do som pelos tetos, pelas paredes e pelos pisos.
Materiais adequados para o isolamento acústico
É possível combinar recursos diferentes, dependendo das necessi-
dades de isolamento acústico. Em salas contíguas, por exemplo,
com diferentes fontes de ruído, é possível revestir a face interna da
parede com material absorvente e a externa com material isolante.
Tipos Ação Exemplos
Isolantes Impedem a passagem do som de um
ambiente para outro.
Tijolo maciço, pedra lisa, madeira e vidro com espessura mínima de 6mm.
Um colchão de ar é uma solução isolante, com paredes duplas e um espaço
vazio entre elas (quanto mais espaço, mais capacidade isolante).
Muito refletores Aumentam a reverberação interna do som. Pintura brilhante, Mármore, películas finas.
Refletores Podem ser isolantes e aumentam a
reverberação interna do som.
Azulejos, cerâmicas, massa corrida, madeira, papel de parede (em geral,
materiais lisos).
Ligeiramente
absorventes
Não deixam o som passar de um ambiente
para o outro, evitando eco.
Pintura fosca, tapeçaria, lambris de madeira.
Absorventes Não deixam o som passar de um ambiente
para o outro, evitando eco.
Materiais porosos como a lã ou a fibra de vidro revestidos, manta de
poliuretano (dispensa revestimentos), forrações com cortiça, carpetes grossos
e cortinas pesadas.
Difusores Refletem o som de forma difusa, sem
ressonâncias.
Em geral, são materiais refletores sobre superfícies irregulares (pedras ou
lambris de madeira).
A escolha da iluminação
A escolha correta do tipo de lâmpada e luminária é fator de comba-
te ao desperdício de energia. A utilização de lâmpadas eficientes,
reatores eletrônicos, luminárias de alto rendimento e sensores de
presença, atendendo às normas técnicas, resulta em menor consu-
mo de energia, em relação ao consumo de energia do sistema
convencional. O desenvolvimento de modernos produtos e técnicas
tem propiciado o uso seletivo da luz por meio da concentração da
iluminação em vários pontos diferenciados. Atendendo isoladamente
os requisitos dos diversos espaços de uma escola, este conceito
permite racionalizar o consumo de energia e adaptar a luz às exigências
específicas de cada ambiente.
Na escolha da iluminação adequada para os ambientes escolares,
alguns critérios devem ser observados. Entre eles, estão os de evitar
o ofuscamento das pessoas que utilizam os ambientes e obter uma
correta reprodução de cores dos objetos e dos ambientes pedagógi-
cos iluminados.
Procedimentos para o cálculo da iluminação
Um projeto de iluminação desenvolve-se basicamente em duas fases:
A predeterminação do iluminamento em um plano de trabalho e do
fluxo luminoso total necessário.
A escolha da luminária selecionada.
Capítulo 13 Iluminação
artificial
Capítulo 13 Iluminação artificial
110
Fatores determinantes da iluminância adequada
Para determinar corretamente a iluminância, inicialmente, é neces-
sário analisar cada característica da tarefa e do observador, determi-
nando seu peso. Somar os três valores encontrados algebricamente,
considerando o sinal (+ ou -) (tabela A). Quando o valor total for igual
a -2 ou -3, usa-se a iluminância mais baixa do grupo. Quando o valor
total for igual a +2 ou +3, usa-se a iluminância mais alta do grupo.
Nos outros casos, usa-se a iluminância de valor médio do grupo
(tabelas B / C / D).
Fonte: transcrita da NBR 5413/80, da ABNT.
Níveis de iluminação por tarefa visual geral Iluminância (LUX)
Tarefas com requisitos visuais limitados (trabalhos sem
precisão, auditórios, etc.)
200
300
500
Tarefas com requisitos visuais normais (com precisão,
trabalhos de ambientes administrativos, salas, etc.)
500
750
1.000
Tabela C
Fonte: transcrita da NBR 5413/80, da ABNT.
Tabela B
Fonte: transcrita da NBR 5413/80, da ABNT.
Características da tarefa e do observador Peso
-1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos De 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade de precisão Sem importância Importante Crítica
Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% De 30 a 70% Inferior a 30%
Tabela A
Níveis de iIluminação por classes de tarefas visuais Iluminância (LUX)
Áreas públicas com arredores escuros 20
30
50
Áreas simples para permanência curta 50
75
100
Ambientes não usados para trabalhos contínuos, depósitos 100
150
200
Ambientes para trabalho com tarefas visuais simples e variadas 200
300
500
Ambientes para trabalho com observações contínuas de
detalhes médios e finos
500
750
1.000
111 Espaços educativos
Níveis de iluminação por tipo de ambiente Iluminância (LUX)
Residências para professores
Sala de estar Iluminação geral 150
Iluminação local (leitura, escrita) 1.000 - 500
Cozinha Iluminação geral 150
Iluminação local (fogão, pia, mesa de preparo e servir) 500 - 250
Quartos de dormir Iluminação geral 150
Iluminação local (espelho, penteadeira, cama) 500 - 250
Halls, escadas,
despensas
Iluminação geral 150
Iluminação local 500 - 250
Escolas primárias
Sala de aula 500 - 250
Sala de ciências 500 - 250
Laboratórios Sala de preparo 500 - 250
Mesa de trabalho 1.000 - 500
Salas de uso múltiplo 500 - 250
Sala de reuniões 150
Salas de espera/recepção 150
Salas de diretoria/coordenação 500 - 250
Secretaria Iluminação geral (escritório, guichês, contabilidade) 1.000 - 500
Arquivos (incluindo acomodações para trabalhos de menor
importância)
500 - 250
Arquivos 150
Depósito 150
Banheiros Iluminação geral 150
Iluminação complementar (espelhos) 500 - 250
Circulações, rampas e escadas 150
Biblioteca/sala de leitura 500 - 250
Sala preparação recursos didáticos (desenhos, cartografia) Acima de 2.000
Cozinhas 500 - 250
Salas de refeições 150
Cantinas 150
Campos de esporte/treinamento 75 - 150
Estádios 250 - 500
Esportes cobertos 500 - 250
Estacionamentos cobertos 150
Tabela D
Cálculo do tipo de luminária e quantidade de lâmpadas
Para o cálculo da luminária e da quantidade de lâmpadas ideais,
existem tabelas próprias encontradas em catálogos técnicos dos
fabricantes de lâmpadas, em acordo com as normas da ABNT, que
determinam, até mesmo, o número de Watts/m
2
para cada ambiente.
Em geral, as lâmpadas dividem-se em dois grandes grupos:
incandescentes e de descarga elétrica.
Fonte: transcrita da NBR 5413/80, da ABNT.
Capítulo 13 Iluminação artificial
112
Lembretes
A iluminação artificial deve proporcionar índices de iluminamento
adequados ao tipo de atividade a ser desenvolvida.
Evitar ofuscamento no plano de trabalho.
Trabalhos de precisão usualmente exigem concentração dos olhos
em pequeninos detalhes, com pouco contraste e durante prolonga-
dos períodos. A visibilidade adequada é assegurada pela iluminação
geral combinada com uma iluminação local adicional.
A quantidade de luz é importante, assim como a sua direção e sua
difusão. Luminância muito elevada das fontes de luz (lâmpadas sem
luminárias), reflexões incômodas no campo de visão dos observado-
res, bem como pesadas sombras devem ser evitadas.
Utilizar luminárias com duas lâmpadas fluorescentes (branca fria e luz
do dia), para cortar o efeito estroboscópico.
Nas áreas de circulação e pátio coberto, prever pontos de luz alimen-
tados por circuitos intercalados.
Lâmpadas de descarga
Tipo Modelo Características Aplicações
Fluorescentes Normais Apresentam consumo baixíssimo (25% menos de energia
que a incandescente comum) e não aquecem o
ambiente; possuem adaptadores de rosca para instalação
em luminárias comuns; período de vida extremamente
longo, de até 12h, variando de 20 a 110w.
Muito usadas tanto para iluminação de destaque quanto
geral; setores de serviço, sanitários, áreas de trabalho e
estudo, enfim, ideal em locais que necessitam de
iluminação constante, pois não aquece o ambiente.
Compactas Medem de 10 a 18 cm, variando de 5 a 13 w. O modelo
de 9 w equivale a uma incandescente de 60 w;
em média, duram 8.000h de vida.
De vapor Sódio Luminosidade estável, de cor branco-dourada, variando de
50 a 400 w, duram 9.000h (longa vida) com baixa
depreciação do fluxo luminoso (a quantidade de luz não
decresce ao longo do tempo).
É indicada para áreas externas: fachadas, pátios, jardins,
estacionamentos descobertos; nas folhagens, criam um
tom queimado.
Mercúrio Produzem, além da radiação visível (luz), a invisível
(ultravioleta), transformada em luz pelo pó fluorescente que
reveste o bulbo; variando de 50 a 400 w, dura, em média,
9.000h.
As de baixa potência (até 400 w) possuem baixo índice
de reprodução de cores, daí sua utilização em áreas
externas, como pátios e estacionamentos descobertos.
As de altíssima potência (acima de 400 w) dão uma
ótima definição de cores e contornos. As mistas com
vapor de mercúrio são mornas, sem nitidez, alterando
levemente as cores, porém valorizando o verde.
Tipo
metálico
Alto índice de reprodução de cores e baixa depreciação;
duram 9.000h (longa vida), variando até 3.500 w de
potência.
São utilizadas em quadras de esportes, fachadas e
outras áreas externas.
Mista Conferem uma reprodução de cores tão boa quanto as
incandescentes; duram 5.000h variando de 160 a 500 w.
Podem substituir as incandescentes comuns em todo
lugar onde se deseje elevado nível de iluminação.
Tabela E
Lâmpadas fluorescentes tubulares comuns
causam obstrução da radiação das luminárias.
Fluorescentes tubulares mais finas permitem
maior irradiação por parte das luminárias.
Lâmpadas incandescentes
Tipo Modelo Características Aplicações
Comuns Standard Têm vidro transparente e leitoso e se adaptam a inúmeras
luminárias; disponíveis de 20 a 500 w, durando em média
1.000h.
Utilizada para iluminação geral, vêm sendo substituídas
por opções modernas que gastam menos energia.
Halógenas Tipo palito Sistema de funcionamento que garante maior vida à
lâmpada, até 4.000h; tem 12 a 15 cm de comprimento e
300 a 1.000 w.
Ideal para iluminar fachadas, quadras de esporte, pátios
e outras áreas externas; alteram um pouco as cores;
realçam contornos com grande definição de cores;
perfeita para espaços que exigem uma alta intensidade
luminosa.
Fonte: transcrita da NBR 5413/80, da ABNT.
Generalidades
No processo pedagógico, a cor tem um papel importante, criando
um ambiente agradável em toda a escola. Podem ser repousantes ou
estimulantes, proporcionam aconchego, calor, alegria, realçam
objetos e desempenham funções práticas, como rebaixar tetos,
aumentar ambientes, reduzir paredes, alargar circulações e disfarçar
defeitos ou esconder imperfeições.
A natureza da função de um edifício escolar sugere a criação de um
ambiente racional, mas também alegre e lúdico, que possa agir
positivamente sobre o comportamento e as atividades intelectuais e
psicomotoras dos alunos.
Cor e comunicação visual
A cor pode ser um instrumento eficaz de comunicação visual que
tem a função de informar, sinalizar e orientar os fluxos de circulação na
área da escola. Cada ambiente, setor ou elemento da edificação pode
exigir um tratamento diferente. A identificação de ambientes, unidades e
instalações pode ser solucionada utilizando-se diversos recursos,
mantendo uma unidade visual. As soluções mais usuais consideram:
O uso de cores distintas para paredes, tetos e pisos em cada setor
da escola (paredes internas com cor clara; tetos com cor branca).
A utilização das portas como suportes de comunicação, com cores
diferenciadas, placas e elementos gráficos de identificação.
Sinalização adequada e tratamento do piso para identificar e
orientar fluxos.
Uso de placas informativas, murais e quadros de avisos.
Capítulo 14 Cor e comunicação visual
Capítulo 14 Cor e comunicação visual
114
Placas e elementos gráficos de identificação
Utilização das portas como suportes de comunica-
ção através de cores diferenciadas
Nos edifícios escolares, as indicações de
direção de escape, saídas e outros estarão
em acordo com o que estabelece o Código
de Prevenção de Incêndio e Pânico.
Também as placas deverão obrigatoria-
mente indicar nome e nível de cada sala ou
ambiente, sanitários e vestiários de ambos
os sexos e eliminação de barreiras para o
deficiente físico.
Placas e estruturas de fixação
Simbologia gráfica
Tipografia
que agrupados terão de informar e sinalizar adequadamente
Sanitário
Masculino
Sanitário
Masculino
Salas de aula
Salas de aula
1 a 4
Sala de leitura
Secretaria
Diretoria
Refeitório
115 Espaços educativos
Adotar as cores padronizadas pela ABNT para sinalização:
Escolhendo corretamente as cores
As cores têm a capacidade de mudar os ambientes, sendo impor-
tante a análise de suas qualidades antes de especificá-las. A análise
mais importante é identificar as “cores quentes” e as “cores frias”.
Cores frias
As cores frias – o verde, o azul e o violeta – são repousantes e
devem ser usadas em ambientes bem iluminados, com muitas
janelas ou luminosidade. São perfeitas para dar a sensação de frescor
e amplitude. Transformam pequenos ambientes em ambientes
espaçosos. Porém, um ambiente com pouca luz natural trará sensa-
ção de solidão e frio.
Cores quentes
As cores quentes – o amarelo, o vermelho, o roxo e o laranja – são
excitantes, vivas e fortes. Por este motivo, usá-las em ambientes que não
recebam muita luz natural, pois iluminam e aquecem o ambiente. Onde
há muita luz natural, as cores quentes diminuem o ambiente e transmitem
sensação de abafamento, tornando-se pesadas e cansativas.
Cores neutras
O cinza, o marrom e o bege são tonalidades pertencentes a essa
faixa. As cores neutras combinam com todas as outras, dosando as
sensações ambientais, sendo ideais para renovar ou modificar
ambientes onde já tenha sido utilizada uma cor quente. São cores
que se encaixam bem em qualquer projeto de interiores.
Cor dominante
A escolha da cor dominante será feita com cuidado e atenção, pois
será ela que dará a sensação desejada para o ambiente. Grandes
superfícies refletem mais a luz, fazendo parecer mais clara a cor
empregada do que na realidade, e pequenas superfícies tendem a
fechar ou a escurecer uma tonalidade.
Cor Finalidade
Vermelho Equipamentos de proteção e combate a incêndios.
Laranja Partes móveis e perigosas de máquinas e equipamentos.
Amarelo Indica cuidado em escadas, bordas perigosas, elementos finos,
salientes, etc.
Verde Indica segurança; é utilizado também em quadros de avisos.
Azul Pontos ou chaves de comando de fontes de energia.
Branco Demarcação de áreas de corredores, armazenagem e localizações de
equipamentos de socorro, coletores de resíduos e bebedouros.
Preto Identificação de coletores de resíduos.
Fonte: ABNT, NB-76159, Cor na Segurança do Trabalho.
Capítulo 14 Cor e comunicação visual
116
A textura dos materiais
Tecidos, revestimentos e quaisquer outros materiais empregados
em um ambiente podem também modificar as tonalidades conforme
sua textura. Superfícies polidas refletem a cor, deixando-as mais
brilhantes e claras. Uma superfície rugosa ou áspera absorve mais a
cor, proporcionando uma tonalidade mais fosca e profunda.
Dosagem de tons
Na composição de cores é necessário dosar com cuidado a
quantidade de tons claros e escuros. É natural e fundamental que as
cores primárias se apresentem em qualquer programa, mesmo que
em pequenos detalhes, de forma dosada e distribuída.
Absorção de calor
A escolha da cor é tão importante quanto a escolha dos materiais. A
opção por cores claras nas fachadas reduz sensivelmente o calor no
interior da construção. Já no piso de varandas e terraços não é
indicado o uso da cor branca, pois seu alto nível de reflexão acaba
direcionando a radiação solar para as paredes, o que acarreta o
aumento da temperatura interna. Neste caso, o ideal é a utilização de
tons de bege ou argila. Caso se utilize vidro, o de cor verde é o que
consegue maior redução de calor.
Tipo de lâmpada
Fluorescente Cor
Branco Azul Verde Vermelho
Luz do dia Ligeiramente azul Esfria, ressalta Faz brilhar, dá um tom
azulado
Opaca, dá um tom violeta
Branca fria Levemente azul Acinzenta ligeiramente ou
escurece
Acinzenta exceto os azuis-
esverdeados
Acinzenta e escurece
Alvorada Ligeiramente amarelado Acinzenta os tons escuros,
clareia os tons claros
Brilhante, claro, ligeiramente
amarelado
Apaga os tons escuros, amarela
os tons claros
Branco real Ligeiramente rosado Claro, rico, brilhante Claro, rico, brilhante Claro, rico, vibrante
Comportamento das cores primárias sob iluminação fluorescente
117 Espaços educativos
Introdução
O objetivo do Projeto de Arquitetura da Edificação é a perfeita
execução da obra idealizada. Essa obra deve se adequar aos contex-
tos natural e cultural em que se insere e responder às necessidades do
administrador e dos futuros usuários do edifício escolar. As exigências
do administrador e dos usuários ficam expressas no Programa de
Necessidades, que define metodicamente o objetivo do Projeto.
Definições
O Programa de Necessidades faz parte de um conjunto de documen-
tos que definem todos os requisitos da futura escola envolvendo aspec-
tos físicos, equipamento e mobiliário, recursos humanos e financeiros.
Fases do projeto
As diversas fases do Projeto de Arquitetura se caracterizam como
blocos sucessivos de coleta de informações, desenvolvimento de
estudos/serviços técnicos e emissão de produtos finais, objetivando,
ao término de cada um deles:
Avaliar a compatibilidade do Projeto com o Programa de Necessida-
des, em geral no que se refere a: funcionalidade, dimensionamentos
e padrões de qualidade, custos e prazos de execução da obra.
Providenciar, em tempo hábil, as reformulações necessárias à
concretização dos objetivos estabelecidos no Programa de Necessi-
Capítulo 15 Projeto de
arquitetura
Capítulo 15 Projeto de arquitetura
120
dades, evitando-se posteriores modificações que venham a onerar o
custo do projeto e/ou da execução da obra.
Construir o conjunto de informações necessárias ao desenvolvimento
da fase subseqüente.
Portanto, o Projeto de Arquitetura compreende as seguintes fases:
ESTUDO PRELIMINAR: constitui a configuração inicial da solução
arquitetônica proposta para a obra (partido), considerando as princi-
pais exigências contidas no Programa de Necessidades.
ANTEPROJETO: constitui a configuração e o desenvolvimento da
solução arquitetônica do Estudo Preliminar para a obra (partido).
PROJETO LEGAL: é uma etapa do Anteprojeto, desenvolvida confor-
me o caso anterior, concomitante ou posteriormente a ele. Constitui a
configuração técnico-jurídica da solução arquitetônica proposta para a
obra, considerando as exigências contidas no Programa de Necessi-
dades, o Estudo Preliminar ou Anteprojeto aprovado e as normas
técnicas de apresentação e representação gráfica emanadas dos
órgãos públicos (em especial, Prefeitura Municipal, concessionárias
de serviços públicos e Corpo de Bombeiros). Nos casos especiais
em que não haja necessidade de aprovação do projeto pelos pode-
res públicos, essa etapa pode deixar de existir.
PROJETO DE EXECUÇÃO: é o conjunto de documentos técnicos
(memoriais, desenhos e especificações) necessários à licitação e/ou
execução (construção) da obra. Constitui a configuração desenvolvi-
da e detalhada do Anteprojeto aprovado.
A cada fase do Projeto de Arquitetura correspondem fases
correlatas dos Projetos Complementares conforme a necessidade:
Levantamentos topográficos e geológicos (sondagens).
Projetos Complementares de Estrutura, Instalações Hidro-Sanitárias
(Água Quente e Fria, Esgotos e Águas Pluviais), Gás, Proteção contra
Incêndio, Instalações Elétricas e Telefônicas, Conforto Ambiental,
Acústica, Luminotécnica, Ar-condicionado e Exaustão Mecânica,
entre outros.
Projeto de Paisagismo.
Programação Visual.
Orçamento detalhado: levantamento de quantidades e custos.
Para início de cada fase de Projeto, o profissional responsável
necessita de um conjunto de informações técnicas (dados, desenhos
e documentos) imprescindíveis ao desenvolvimento da mesma.
Abaixo, descreve-se o roteiro básico para o desenvolvimento das
diversas fases do Projeto de Arquitetura.
121 Espaços educativos
A – Estudo preliminar
Informações
Parte dessas informações é fornecida pelo gestor da futura escola.
Programa de Necessidades, especificando:
Objetivos do cliente e finalidade da obra.
Fases e recursos disponíveis para o projeto e a execução.
Características funcionais da obra, em especial: atividades que irá
abrigar, compartimentação e dimensionamentos preliminares, escala
de proximidades espaciais, número de usuários fixos e variáveis (por
compartimento), fluxos (de pessoas, veículos, materiais).
Mobiliário, instalações e equipamentos básicos (por compartimento).
Padrões de construção e acabamentos.
Recursos técnicos disponíveis para a execução: materiais, mão-de-
obra, sistemas construtivos.
Informações sobre o terreno e seu entorno, em especial.
Escrituras.
Levantamento topográfico planialtimétrico detalhado, em escala
adequada, indicando os limites do terreno (dimensões lineares e
angulares), as construções vizinhas e internas do terreno, o
arruamento e as calçadas limítrofes, os acidentes naturais (rochas,
cursos d’água, etc.), a vegetação existente (locação e especificação
de árvores e massas arbustivas) e o Norte verdadeiro.
Levantamento arquitetônico detalhado, em escala adequada, de
construções porventura existentes no interior do terreno.
Sondagem geológica e dados sobre drenagem, visando subsidiar a
concepção estrutural e o projeto de fundação da obra.
Parte pesquisada pelo profissional responsável pelo projeto
Programa de necessidades.
a) Revisão e eventual complementação.
Informações sobre o terreno e seu entorno, em especial:
a) Sondagem.
b) Documentos cadastrais (projetos de alinhamento e loteamento,
levantamentos aerofotogramétricos e outros).
c) Fotos do terreno e de seu entorno.
d) Dados geoclimáticos e ambientais locais, em especial, temperatu-
ras, pluviosidade, regime de ventos e marés (para terrenos a beira-
mar) e níveis de poluição (sonora, do ar, do solo e das águas).
e) Dados urbanísticos do entorno do terreno, em especial, uso e
ocupação do solo, padrões arquitetônicos e urbanísticos, infra-
estrutura disponível, tendências de desenvolvimento e planos
governamentais para a área e condições de tráfego e estaciona-
mento.
Legislação arquitetônica e urbanística (municipal, estadual e federal)
pertinente, em especial:
a) Restrições de uso.
b) Taxas de ocupação e coeficientes de aproveitamento.
Capítulo 15 Projeto de arquitetura
122
c) Gabaritos.
d) Alinhamentos, recuos e afastamentos.
e) Número de vagas para estacionamento.
f) Exigências relativas a tipos específicos de edificação.
g) Outras exigências arquitetônicas das Prefeituras Municipais, Corpo
de Bombeiros, Concessionárias de Serviços Públicos, Ministérios
da Marinha, Aeronáutica, Trabalho e Saúde e Órgãos de Proteção
ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, entre outros.
Produtos finais
Memorial
Descreve e justifica a solução arquitetônica preliminar proposta
relacionando-a ao Programa de Necessidades, às características do
terreno e seu entorno, à legislação arquitetônica e urbanística perti-
nente e/ou a outros fatores determinantes na definição do partido
adotado.
Planta de situação
Representa a implantação da obra no terreno, indicando, em especi-
al, acessos, posição e orientação da(s) edificação(ões) e principais
elementos arquitetônicos (estacionamentos, quadras esportivas,
castelos d’água e/ou outros), recuos e afastamentos, cotas e níveis
principais e quadro geral de áreas (totais, por setor, pavimento e/ou
bloco, úteis e/ou construídas, conforme o caso), previsão de expansão.
Plantas e cortes gerais
Representam a compartimentação interna da edificação, indicando,
em especial, a localização, inter-relacionamento e pré-dimensionamento
de ambientes, circulações (verticais e horizontais) e acessos.
Fachadas principais
Representam a configuração externa da edificação, indicando seus
principais elementos, em especial esquadrias.
Estudos preliminares complementares
Estudos Preliminares Complementares de Estrutura, Instalações,
Paisagismo e/ou Arquitetura de Interiores, entre outros.
Especificação preliminar dos principais materiais e acabamentos
Estimativa preliminar de custos
Baseada, em geral, nos custos correntes do metro quadrado de
construção, custos globais dos serviços ou critério equivalente,
consideradas as características da obra.
123 Espaços educativos
B – Anteprojeto
Informações
Todas as informações listadas no Estudo Preliminar.
Os Estudos Preliminares aprovados.
Produtos finais
Planta de situação
Define a implantação da obra no terreno, locando e dimensionando
em especial a(s) edificação(ões), acessos, áreas livres e demais
elementos arquitetônicos, indica afastamentos, recuos, investiduras,
áreas “non aedificandi” e servidões, cotas gerais e níveis de assenta-
mento, áreas totais e/ou parciais, úteis e/ou construídas, conforme a
necessidade, previsão de expansão.
Plantas baixas
Definem, no plano horizontal, a compartimentação interna da
edificação, indicando a designação, a localização, o inter-relaciona-
mento e os dimensionamentos finais (cotas, níveis acabados e áreas)
de todos os pavimentos, os ambientes, as circulações (verticais e
horizontais) e os acessos. Representam estrutura, alvenarias, tetos
rebaixados, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura),
conjuntos sanitários e equipamentos fixos.
Plantas de cobertura
Define(m) sua configuração arquitetônica, indicando a localização e
os dimensionamentos finais (cotas e níveis acabados) de todos os seus
elementos. Representa(m), conforme o caso, telhados, lajes, terraços,
lanternins, domus, calhas, caixas-d’água e equipamentos fixos.
Cortes gerais
Definem, no plano vertical, a compartimentação interna da edificação e
a configuração arquitetônica da cobertura, indicando a designação,
localização, inter-relacionamento e dimensionamentos finais (alturas e
níveis acabados) de pavimentos, ambientes, circulações (verticais e
horizontais) e acessos e elementos arquitetônicos significativos. Repre-
sentam estrutura, alvenarias, tetos rebaixados, revestimentos, esquadrias
(com sistema de abertura) e, conforme o caso, telhados, lanternins,
“sheds”, domus, calhas, caixas-d’água e equipamentos fixos.
Fachadas
Definem a configuração externa da edificação, indicando todos os
seus elementos, em especial os acessos. Representam estrutura,
alvenarias, revestimentos externos, esquadrias (com sistema de
abertura) e, conforme o caso, muros, grades, telhados, marquises,
toldos, letreiros e outros componentes arquitetônicos significativos.
Capítulo 15 Projeto de arquitetura
124
Especificações
Definem os principais materiais e acabamentos, em especial,
revestimentos de fachadas e pisos, paredes e tetos de todos os
compartimentos.
Anteprojetos complementares
Anteprojetos Complementares de Estrutura, Instalações, Paisagismo
e/ou Arquitetura de Interiores, entre outros.
Orçamento estimado
Baseado nos Anteprojetos de Arquitetura e complementares, pré-
dimensiona quantidades e custos de materiais e serviços (mão-de-
obra) necessários à realização da obra.
C – Projeto Legal
Informações
Todas as informações listadas no Estudo Preliminar.
Os Estudos Preliminares aprovados, caso o Projeto Legal seja
desenvolvido anterior ou concomitantemente ao Anteprojeto, ou
conforme definição anterior para Projeto Legal.
Os Anteprojetos aprovados, caso o Projeto Legal seja desenvolvido
posteriormente ao Anteprojeto.
As normas de apresentação e representações gráficas, emanadas
dos órgãos públicos.
Produtos finais
Plantas, cortes, fachadas e outros
Variáveis caso a caso, conforme as exigências de órgãos públicos
e concessionárias envolvidos.
Projetos Legais complementares
Projetos Legais Complementares de Estrutura, Instalações, entre
outros (quando exigidos) e revisão do Projeto Legal, conforme o
executado (“as built” legal).
D – Projeto de Execução
Informações
Todas as informações listadas no Estudo Preliminar.
Os Anteprojetos aprovados e os Projetos Legais aprovados pelos
órgãos públicos: ou conforme definição anterior para Projeto de
Execução.
125 Espaços educativos
Os Anteprojetos aprovados, nos casos especiais em que não haja
necessidade de aprovação de projetos pelos poderes públicos.
Produtos finais
Planta de situação/locação
Define detalhadamente a implantação da obra no terreno, locando
e dimensionando todos os elementos arquitetônicos, em especial
edificação(ões), acessos, vias, áreas livres, muros, quadras e/ou
outros, variáveis caso a caso. Indica afastamentos, cotas gerais e
parciais e níveis de assentamento, cortes e aterros.
Plantas baixas (ou de alvenaria)
Definem detalhadamente, no plano horizontal, a compartimentação
interna da edificação, indicando designação, localização, inter-
relacionamento e dimensionamentos (cotas e níveis acabados e/ou
em osso) de todos os pavimentos, ambientes, circulações (verticais e
horizontais), acessos e vãos (em especial, de esquadrias). Represen-
tam a estrutura, alvenarias (em osso e/ou acabadas), tetos rebaixa-
dos, forros, enchimentos e, conforme o caso, revestimentos,
esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários, equipa-
mentos fixos e elementos dos projetos complementares, em especial
de instalações (tomadas, pontos de luz, shafts, prumadas, entre
outros). Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados
em outros documentos/desenhos.
Plantas(s) de cobertura
Define(m), detalhadamente, sua configuração arquitetônica, indican-
do a localização e os dimensionamentos (cotas e níveis acabados e/ou
em osso) de todos os seus elementos. Representa(m), conforme o
caso, telhados, lajes, terraços, lanternins, domus, calhas, caixas-
d’água e equipamentos fixos. Indicam todos os elementos especifica-
dos e/ou detalhados em outros documentos/desenhos.
Cortes gerais e/ou parciais
Definem, detalhadamente, no plano vertical, a compartimentação interna
da edificação e a configuração arquitetônica da cobertura, indicando
designação, localização, inter-relacionamento e dimensionamentos (alturas
e níveis acabados e/ou em osso) de todos os pavimentos, ambientes,
circulações (verticais e horizontais), acessos, vãos e outros elementos
arquitetônicos significativos. Representam estrutura, alvenarias (em osso e/
ou acabadas), tetos rebaixados, forros, enchimentos e, conforme o caso,
revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários,
telhados, lanternins, “sheds”, domus, calhas, caixas-d’água, equipamentos
fixos e elementos dos Projetos Complementares (ar-condicionado e
exaustão, por exemplo). Indicam todos os elementos especificados e/ou
detalhados em outros documentos/desenhos.
Capítulo 15 Projeto de arquitetura
126
Fachadas
Definem detalhadamente a configuração externa da edificação,
indicando todos os seus elementos. Representam estrutura, alvenari-
as, revestimentos externos (com paginação), esquadrias (com
sistema de abertura) e, conforme o caso, muros, grades, telhados,
marquises, toldos, letreiros e outros componentes arquitetônicos
significativos. Indicam todos os elementos especificados e/ou
detalhados em outros documentos/desenhos.
Plantas de teto refletido
Quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de
tetos rebaixados e forros, indicando todos os seus elementos.
Representam, conforme o caso, a estrutura (pilares e vigamento),
alvenarias e elementos dos projetos complementares (luminárias,
aerofusos e “sprinklers”, por exemplo).
Plantas de piso
Quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de pavi-
mentações e pisos elevados, indicando todos os seus elementos.
Representam, conforme o caso, estrutura (pilares), alvenarias e elementos
dos projetos complementares (tomadas de piso e ralos, por exemplo).
Elevações
Quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de
revestimentos de paredes, indicando todos os seus elementos.
Representam, conforme o caso, estrutura (vigas e lajes), alvenarias,
esquadrias e elementos dos projetos complementares (pontos e
quadros de força e iluminação, por exemplo).
Detalhes
Desenvolvem e complementam as informações contidas nos dese-
nhos anteriormente relacionados. Representam plantas, cortes, eleva-
ções e/ou perspectivas, definindo todos os elementos arquitetônicos
necessários à execução da obra. Em geral, compreendem:
Ampliações de compartimentos, em especial, banheiros, cozinhas,
vestiários e áreas molhadas.
Detalhes de construção, fabricação e/ou montagem de:
a) Quadras de esporte.
b) Muros, jardineiras, bancos e outros elementos paisagísticos.
c) Escadas e rampas.
d) Painéis de elementos vazados (cobogós), tijolos de vidro e
alvenarias especiais.
e) Revestimentos e pavimentações.
f) Impermeabilizações e proteções (térmicas, acústicas, etc.).
g) Bancas e bancadas.
h) Soleiras, peitoris, chapins, rodapés e outros arremates.
i) Telhados (estrutura e telhamento).
j) Domus, lanternins e “sheds”.
k) Esquadrias.
l) Balcões, armários, estantes, prateleiras, guichês e vitrines.
m) Forros, lambris e divisórias.
127 Espaços educativos
n) Grades, gradis e portões.
o) Guarda corpo e corrimãos.
Em projetos mais complexos, alguns detalhes são objeto de
projetos especiais, por exemplo:
Proteção termo-acústicas (conforto ambiental, acústica).
Revestimentos internos (arquitetura de interiores).
Conforme a natureza dos materiais, os detalhes são, em geral,
agrupados em seções, a saber:
Detalhes gerais (em concreto, alvenaria, argamassas, mármores e
granitos, materiais cerâmicos, plásticos e borrachas, produtos
sintéticos e outros).
Detalhes de carpintaria e marcenaria (madeira).
Detalhes de serralheria (ferro, alumínio e outros metais).
Detalhes de vidraçaria.
Conforme o grau de industrialização dos componentes, os detalhes
podem ser:
Executivos.
Esquemáticos.
Neste último caso, os detalhes executivos são elaborados pelo
fabricante do componente e aprovados pelo profissional responsável,
por exemplo:
a) Esquadrias de alumínio.
b) Forros industrializados.
Especificações
Definem detalhadamente todos os materiais, acabamentos e
normas para a execução de serviços necessários à execução da
obra. Em geral são apresentadas:
Resumidamente, grafadas nos desenhos e em um quadro geral de
materiais e acabamentos.
Detalhadamente, em um Caderno de Encargos composto de:
a) Normas de contratação da execução da obra.
b) Especificação dos serviços (normas de execução).
c) Coordenação dos projetos de execução complementares.
Anteprojetos complementares
Anteprojetos Complementares de Estrutura, Instalações, Paisagismo
e/ou Arquitetura de Interiores, entre outros.
Orçamento
Define detalhadamente quantidades e custos de todos os materiais
e serviços (mão-de-obra) necessários à realização da obra.
Os levantamentos preliminares formam a base para a elaboração
do projeto de arquitetura e dos projetos complementares. Os dese-
nhos devem ser práticos e objetivos e de fácil leitura.
Em todos os desenhos dos levantamentos preliminares devem
constar:
Nome do proprietário.
Assinatura do responsável pela execução do levantamento.
Endereço do terreno, com indicação da região administrativa do
bairro, quando houver.
Levantamento planialtimétrico (topográfico)
O objetivo é o levantamento planialtimétrico da área. O produto do
levantamento é apresentado em desenhos com curvas de nível de
metro em metro na escala 1:500, 1:1000 e 1:2000, conforme os usos.
É indicado o Norte verdadeiro. Os erros de fechamento admissíveis
são os recomendados pela ABNT.
O desenho final é apresentado em papel vegetal, a tinta,
normografado, datado e assinado pelo responsável. Junto com o
desenho são entregues as cadernetas originais do levantamento. Os
desenhos do levantamento topográfico são executados em papel
cartão para evitar deformações gráficas. Em seguida são copiados
em papel vegetal.
O trabalho deve levantar planialtimetricamente a área em questão,
dando informações sobre os seguintes pontos singulares:
edificações, cercas, árvores de diâmetro maior que 30 cm, córregos,
muros, postes, poços de visita de esgoto e águas pluviais, caixas de
luz, telefone, etc.
Capítulo 16 Levantamentos
preliminares
Capítulo 16 Levantamentos preliminares
130
Para cada hectare de terreno exige-se uma densidade de pontos. A
densidade de pontos levantados altimetricamente condiciona a precisão
das curvas de nível do desenho. Quanto mais pontos, mais precisas elas
são. Para a altimetria é necessário fazer uma linha de base com piquetes
de 20 em 20 metros, nivelados geometricamente e contranivelados.
É transportado para a área o RN (referência de nível) oficial do local
(com cota de referência e suas coordenadas). O Sistema de Coorde-
nadas é o sistema de “amarração” de distâncias de um ponto a uma
malha oficial de referência. Geralmente cada RN Oficial está “amarrado”
às coordenadas. Se necessário, além de transferir a Referência de Nível
para o local em estudo, deve-se fazer o mesmo com as coordenadas.
Levantamento de sondagem à percussão
Antes de se decidir pelo tipo de fundação em um terreno é essencial
o levantamento de sondagem. E para isso são necessários alguns
procedimentos:
Visitar o local da obra, detectando a existência de alagados,
afloramento de rochas, etc.
Visitar obras em andamento nas proximidades, observando os
problemas e as soluções adotadas e obras já feitas.
Eventualmente mandar fazer poços exploratórios para verificar visual-
mente o tipo de solo e o nível do lençol freático.
Eventualmente fazer sondagens a trado.
Fazer sondagens no terreno.
Em qualquer circunstância, o número mínimo de pontos de sondagem é:
Para área de projeção, em planta, do edifício até 200 m
2
: dois pontos.
Para área de projeção entre 200 m
2
e 400 m
2
: três pontos.
Normalmente o primeiro trecho (0 a 1 m) não preocupa ou não
interessa, pois consiste de material vegetal, aterro, e as obras de
edificação dificilmente se apoiarão nesse solo.
O SPT (Standard Penetration Test), executado metro por metro, é a
somatória do número de golpes para vencer os 2
º
e 3
º
trechos de
15cm de cada metro, desprezando-se o número de golpes para
vencer o primeiro trecho de 15 cm.
Por meio da sondagem, determina-se o nível de água do lençol
freático. O fim da sondagem ocorre quando se encontrar solo rijo.
Solo Estado SPT
Compacidade
das areias e siltes
arenosos
Fofa < 4
Pouco compacta 5 a 8
Medianamente
compacta
9 a 18
Compacta 19 a 40
Muito compacta > 40
Consistência das
argilas e siltes
arenosos
Muito mole < 2
Mole 3 a 5
Média 6 a 10
Rija 11 a 19
Dura > 19
Dados para interpretação e
classificação dos resultados de
sondagem
Fonte: NB-617/1980.
Os projetos complementares traduzem a representação em desenho
para fins práticos de execução do projeto completo de arquitetura. Um
desenho deve ser prático e objetivo, de fácil leitura pelo executante.
Em todos os desenhos dos projetos complementares deverão
constar:
Nome do proprietário.
Nome do construtor.
Assinatura do instalador autor do projeto.
Assinatura do instalador responsável pela execução.
Endereço do prédio com indicação da região administrativa do bairro,
quando houver.
Cálculo e projeto estrutural (estrutura
metálica)
Para facilitar a apresentação do projeto de estrutura metálica, dese-
nhar metade da tesoura, quando a mesma for simétrica. O conjunto
completo que compõe o projeto de estrutura metálica é o seguinte:
Planta de localização.
Fundações.
Projeto das peças.
Detalhe de montagem:
Indicação do tipo do perfil e seu dimensionamento.
Indicação das furações com seu diâmetro.
Indicação dos pontos de solda.
Indicação dos tipos de parafusos a serem utilizados.
Indicação de cotas e ângulos de montagem.
Diagrama de esforços.
Capítulo 17 Projetos
complementares
Capítulo 17 Projetos complementares
132
Cálculo e projeto estrutural (estrutura de
madeira)
Para facilitar a apresentação do projeto de estrutura de madeira,
desenhar metade da tesoura, quando a mesma for simétrica. O conjunto
completo que compõe o projeto de estrutura de madeira é o seguinte:
Planta de localização.
Fundações.
Vista da estrutura indicando o dimensionamento das peças de
madeira e ferragens utilizadas (parafusos, arruelas, etc).
Detalhe de montagem:
Indicação das peças e seu dimensionamento.
Indicação das furações com seu diâmetro.
Indicação dos pontos de encaixe.
Indicação de medidas e tipos de pregos e parafusos a serem utilizados.
Indicação de cotas e ângulos de montagem.
Diagrama de esforços.
Cálculo e projeto estrutural (estrutura de
concreto armado)
O conjunto completo que compõe o projeto de estrutura de
concreto armado é o seguinte:
Planta de localização.
Fundações.
Cintas.
Vigas.
Lajes.
Pilares.
Memorial de Cálculo.
Quadro de ferragens.
Instalação hidráulica
Água fria potável
É a água própria para utilização em banhos, higiene, lavagens e
cocção. A apresentação de um projeto de entrada e distribuição de
água fria completo compreende:
Planta de localização do prédio, com indicação da entrada e medidor
(hidrômetro).
Plantas baixas.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico.
Detalhes isométricos.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de entrada e distribuição.
Especificação dos materiais.
133 Espaços educativos
Água quente potável
É a água aquecida, para utilização em banhos, higiene, lavagens,
cocção. A apresentação de um projeto de distribuição água quente
completo compreende:
Plantas baixas.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico.
Detalhes isométricos.
Sistema de aquecimento de água.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição.
Especificação dos materiais.
Instalação de esgoto sanitário
É o esgoto proveniente de sanitários, vestiários, cozinhas, serviços
e lavagens em geral. A apresentação de um projeto de captação de
esgoto sanitário completo compreende:
Planta de localização do prédio, com indicação:
a) De caixas de passagem e fossa quando existir rede coletora
pública.
b) De caixas de passagem, fossa, filtro anaeróbico e sumidouro,
quando não existir rede coletora pública.
Plantas baixas, de disposição da tubulação de captação dos andares,
ralos e caixas.
Esquema vertical (cortes) e isométrico, apresentando a disposição da
tubulação de captação, ralos e caixas.
Detalhes isométricos.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado dos ralos,
caixas e tubulações de captação, até suas ligações à rede coletora
pública para destino final.
Especificação dos materiais.
Instalação de águas pluviais
É a captação e a drenagem de água das chuvas. Um projeto
completo de captação de águas pluviais compreende:
Planta de localização do prédio, com indicação de caixas de passa-
gem e tubulações de ligação à rede coletora pública.
Planta baixa, apresentando vista do telhado com os coletores e os
extravasores de água (calhas, rincões, ralos, buzinotes, etc).
Esquema vertical (cortes).
Detalhes isométricos.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das caixas e
tubulações e ralos de captação.
Capítulo 17 Projetos complementares
134
Instalação de prevenção e combate a
incêndios
São os seguintes os tipos de projetos para prevenção de incêndio:
Distribuição de Unidades Extintoras.
Rede de Hidrantes Externos.
Redes de Hidrantes Internos.
Sistema de Detecção e Alarme.
Sistema de “Sprinkler” e CO
2
.
A apresentação de um projeto de distribuição de água para incêndio
completo compreende:
Planta de localização do prédio.
Plantas baixas.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico.
Detalhe isométrico.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição.
Especificação dos materiais.
Instalação elétrica de baixa tensão
As instalações elétricas aqui consideradas são as de iluminação e
força em baixa tensão. Do poste até o medidor a atribuição é da
concessionária local. O projeto de instalação elétrica de baixa tensão
abrange do medidor até a distribuição.
A apresentação de um projeto de distribuição elétrica de baixa
tensão completo compreende:
Planta de localização do prédio.
Plantas baixas, contendo os quadros de entrada e medição e o de
distribuição para iluminação e força.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico, apresentando a distribuição.
Detalhes isométricos.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição e bitolas de fios e cabos.
Especificação dos materiais.
Etapas para cálculos e elaboração do projeto:
1. Fixação dos pontos de iluminação.
2. Indicação dos comandos (interruptores) que acionam esses pontos
de iluminação.
3. Indicação de tomadas e outros pontos de força em geral.
4. Potência total instalada.
5. Distribuição de circuitos.
6. Localização do quadro de distribuição.
135 Espaços educativos
Instalação de telefone interno
Do poste até a caixa de entrada a atribuição é da concessionária
local. O projeto de instalação de telefone abrange da caixa de entrada
até a distribuição.
A apresentação de um projeto de instalação de telefone completo
compreende:
Planta de localização do prédio.
Plantas baixas de distribuição da tubulação dos andares.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico, apresentando a distribuição.
Detalhe isométrico.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição.
Especificação dos materiais.
Instalação de gás liquefeito de petróleo (GLP)
A apresentação de um projeto de instalação de gás completo compreende:
Planta de localização do prédio.
Plantas baixas de distribuição da tubulação dos andares.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico, apresentando a distribuição.
Detalhe isométrico.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição e bitolas dos fios e cabos.
Especificação dos materiais.
Instalação mecânica de ar-condicionado
central
A apresentação de um projeto de instalação de ar-condicionado
completo compreende:
Planta de localização do prédio.
Plantas baixas de distribuição da tubulação dos andares.
Esquemas verticais (cortes) e isométrico, apresentando a distribuição
da tubulação, quando necessário.
Detalhe isométrico.
Memória de cálculo, com dimensionamento e traçado das tubulações
de distribuição.
Especificação dos materiais.
Projeto executivo de paisagismo
O projeto executivo compreende os desenhos, os cortes, os
detalhamentos e os memoriais descritivos, desenvolvidos com base
no anteprojeto aprovado.
Capítulo 17 Projetos complementares
136
A apresentação de um projeto de paisagismo completo compreende:
Planta de localização, indicando topografia, edificações, quadras,
pátios e outras áreas com indicação dos espaços que receberão
tratamento paisagístico.
Plantas baixas.
Memorial descritivo e memórias de cálculo.
Especificação dos elementos e vegetações.
Ele é ainda formado das seguintes partes:
Arquitetura: representação dos elementos arquitetônicos. Aqui são
colocadas as medidas que vão definir a localização perfeita de
canteiros, passeios, fontes, espelhos d’água, edificações e outros
elementos.
Engenharia civil: soluções matemáticas para a execução planejada no
projeto de arquitetura. São detalhados todos os itens referentes às
fundações, às estruturas e à cobertura das edificações, bem como os
detalhes construtivos dos demais equipamentos, tipo pérgulas, fontes
e espelhos d’água.
Altimetria: vai orientar todos os serviços de terraplanagem e estabele-
cer o sistema de escoamento de água da chuva.
Hidráulica: determina tudo relacionado com a alimentação e a
distribuição de água, desde a localização (e o ramal de alimentação)
de uma simples torneira até um eventual sistema de irrigação por
aspersores, passando pelas fontes e pelas cascatinhas, quando
existirem. São indicadas as tubulações, os diâmetros, o tipo de
aspersor e a potência destes canos; o tipo de aspersor e a potência
das bombas, se for o caso.
Elétrica: trata-se do projeto que ilustra a disposição de luminárias,
refletores, tomadas de força, incluindo, alto-falantes, se existir projeto
de sonorização externo.
Botânico: o projeto botânico divide-se em três partes:
A prancha ilustrada, utilizada para executar o plantio, definindo com
clareza a exata localização de árvores, arbustos, canteiros de
plantas rasteiras e áreas gramadas. Cada tipo de planta tem uma
representação gráfica distinta.
O memorial botânico.
O manual técnico de implantação e manutenção.
Parte 2 Desenhos e relações
ergonômicas
Apresentação
“Ergonomia é uma ciência que estuda as relações existentes entre o
homem e o espaço onde se vive ou se trabalha, incluindo aí, o equipa-
mento e mobiliário, fixos ou móveis.”
O homem é um ser em permanente relação com o meio e as coisas
que o cercam. Nas edificações escolares, mais do que em qualquer outro
espaço, é importante que o equipamento, o mobiliário e as dimensões dos
ambientes sejam adequados às pessoas que os utilizam.
O objetivo da ergonomia é proporcionar conforto, reduzindo a fadiga,
problemas de circulação e algumas doenças profissionais. Na
edificação escolar, a falta de conforto também influi no desempenho dos
alunos em aula, tanto em termos de saúde como em produtividade. O
estudo correto da ergonomia ajuda a criar um espaço físico, térmico,
sonoro e de iluminação adequado à atividade que vai ser desenvolvida.
Antes da elaboração do projeto arquitetônico, é necessario o levanta-
mento de alguns dados básicos, como as atividades que serão desen-
volvidas nos ambientes, a quantidade de pessoas que utilizarão cada
ambiente durante cada atividade e, no caso dos ambientes administrati-
vos, de apoio didático e serviço, a relação profissional entre os usuários.
Além disso, procurar informações sobre as reais necessidades de cada
usuário, ou seja, de que mobiliário ou equipamento ele precisará para
realizar suas funções e qual o espaço disponível.
Em relação ao equipamento e mobiliário, a ergonomia exerce um
papel decisivo. Para definir a altura do mobiliário ou equipamento utiliza-
se a “antropometria”, um ramo da ergonomia que estuda as medidas do
ser humano. Estas medidas utilizadas há mais de cinqüenta anos,
seguiam as normas de outros países. Mas de algum tempo para cá,
esses estudos passaram a ser feitos aqui, levando-se em consideração
os diferentes biotipos do povo brasileiro.
A escolha correta de equipamentos e mobiliário, as características
antropométricas e as relações ergonômicas do usuário, associadas com
as necessidades de cada ambiente, no que diz respeito a circulação,
acústica, visibilidade, iluminação natural, ventilação e outros
condicionantes, são os parâmetros de dimensionamento dos ambientes,
no processo de planejamento do prédio escolar.
Mobiliário e equipamentos básicos
Existem publicações do MEC (Ministério da Educação) que normatizam
a produção e a aquisição de mobiliário escolar em todo o país do FDE
(Fundação de Desenvolvimento Educacional do Estado de São Paulo),
que aperfeiçoou estes estudos.
Conjunto escolar FDE (carteira / cadeira do aluno)
São três os padrões dimensionais:
Os equipamentos e os mobiliários apresentados aqui são apenas
sugestões para a composição dos ambientes simulados. Independente-
mente de qual equipamento ou mobiliário utilizado, é importante obede-
cer às relações ergonômicas.
Cor Tamanho FDE Altura do
aluno (cm)
Altura do
assento (cm)
Altura do
tampo (cm)
Vermelha 1 até 140 32 58
Preta 2 141 a 160 38 66
Verde 3 Acima de 160 42 72
Capítulo 1 Parâmetros para
dimensionamento
142 Capítulo 1
Parâmetros para dimensionamento
O estudo ergonômico permite dimensionar adequadamente os
ambientes para as atividades que lá ocorrem, com melhor aproveitamen-
to dos espaços, sem desperdício de área.
Classificação do mobiliário
Classificação dos equipamentos
Critérios a serem observados na escolha
do mobiliário
Adequação às dimensões e às dinâmicas corporais do usuário,
levando-se em conta o desenvolvimento físico da criança ao
longo do processo educacional.
Flexibilidade de uso nas possibilidades de arranjo e adequação
às atividades pedagógicas.
Aspectos técnico-construtivos, como resistência, segurança,
índice de reflexão luminosa e manutenção.
Fonte: Centro de Pesquisas e Estudos Urbanos do IBAM (Instituto Brasileiro
de Administração Municipal).
Classificação Mobiliário
Trabalhar Cadeiras, mesas, bancos, bancadas
Expor Estantes abertas, cavaletes, prateleiras
Guardar
Fichários, armários, mapotecas,estantes fechadas,arquivos,
escaninhos, estrados, prateleiras
Classificação Equipamento
Móveis
Fogão, geladeira, freezer, bebedouro elétrico,
microcomputador, balança antropométrica
Fixos
Bancadas com cuba, bancadas secas, quadro de giz, quadro
de caneta, quadro mural, bebedouros de louça ou em calha,
bacias sanitárias, lavatórios em louça ou em calha, tanques
para limpeza ou para barro
Dados antropométricos
As dimensões dadas nos códigos de padrões de construção referem-
se a adultos de estatura média (p. ex., Suplemento do Código Nacional
de Construção do Canadá). No caso do Brasil são válidos os padrões
que constam da NBR 9050 – “Acessibilidade de pessoas portadoras de
deficiências a edificações, espaço mobiliário e equipamentos urbanos”,
da ABNT.
Capítulo 2 Informações gerais
para o projeto
-
Homens
Unidades métricas
A Estatura 175,2 cm
B Alcance para a frente 46,3 - 53,9 cm
C Nível visual 163,8 cm
D Alcance vertical 210,8 cm
Mulheres
Unidades métricas
A Estatura 163,8 cm
B Alcance para a frente 41,9 - 50,8 cm
C Nível visual 153 cm
D Alcance vertical 194,3 cm
Fonte: Portadores de deficiência Acessibilida-
de e Utilização das Edificações e dos equipa-
mentos escolares – Cadernos Técnicos 1.
144 Capítulo 2
Informações gerais para o projeto
Homens
Unidades métricas
A Altura da cabeça 133,3 cm
B Alcance para a frente 45 - 55,2 cm
C Nível visual 122,5 cm
D Alcance vertical 171,4 cm
Mulheres
Unidades métricas
A Altura da cabeça 125,7 cm
B Alcance para a frente 38,7 - 48,2 cm
C Nível visual 115,5 cm
D Alcance vertical 157,5 cm
Meninas (Faixa etária: 3-18)
Idade
(anos)
A
Estatura
(cm)
B
Alcance para a frente
(cm)
C
Nível visual
(cm)
D
Alcance vertical
(cm)
3 97 38.6 93.9 101.6
4 105 41.6 101.6 111.7
6 116 48.0 114.3 125.7
8 128 53.8 123.1 139.7
10 139 59.1 134.6 152.4
12 150 65.2 143.5 166.3
14 159 69.3 152.4 176.5
16 162 70.8 154.9 181.6
18 162 70.8 154.9 181.6
Fonte: Portadores de deficiência Acessibilidade
e Utilização das Edificações e dos equipamentos
escolares – Cadernos Técnicos 1.
Fonte: Portadores de deficiência Acessibilidade
e Utilização das Edificações e dos equipamentos
escolares – Cadernos Técnicos 1.
Meninos (Faixa etária: 3-18)
Idade
(anos)
A
Estatura
(cm)
B
Alcance para a frente
(cm)
C
Nível visual
(cm)
D
Alcance vertical
(cm)
3 99 39.6 96.5 104.1
4 105 42.4 102.8 111.7
6 117 47.7 114.3 125.7
8 128 54.6 123.1 139.7
10 139 59.4 134.6 152.4
12 147.8 64.2 140.9 165.1
14 163 70.8 154.9 180.3
16 173 75.4 165.1 194.3
18 176 76.2 168.9 198.1
145 Espaços educativos
Meninos (Faixa etária: 3-18)
Idade
(anos)
A B C D E F G
Altura quando
sentados (cm)
Nível visual
quando
sentados (cm)
Da planta ao
jarrete (cm)
Das nádegas ao
topo do joelho
(cm)
Da planta ao
topo do joelho
(cm)
Alcance vertical
quando
sentados (cm)
Alcance horizontal
quando sentados
(cm)
3 56.5 46.0 24.0 29.5 29.5 61.4 33.0
4 59.0 49.0 26.0 32.0 31.5 66.5 34.2
6 64.5 54.0 29.5 36.5 35.5 73.1 39.3
8 69.5 58.5 32.5 41.0 39.5 82.0 43.0
10 74.5 63.5 35.5 45.0 43.0 87.1 46.9
12 78.5 68.0 38.5 49.0 46.5 94.9 49.5
14 85.0 74.0 42.0 54.5 51.5 102.6 54.6
16 89.5 78.0 45.0 58.0 55.0 109.7 58.4
18 90.5 79.5 46.0 59.5 56.0 113.0 59.6
Meninas (Faixa etária: 3-18)
Idade
(anos)
A B C D E F G
Altura quando
sentados (cm)
Nível visual
quando
sentados (cm)
Da planta ao
jarrete (cm)
Das nádegas ao
topo do joelho
(cm)
Da planta ao
topo do joelho
(cm)
Alcance vertical
quando
sentados (cm)
Alcance horizontal
quando sentados
(cm)
3 54.5 45.0 24.0 29.5 29.0 59.4 31.7
4 58.5 48.5 26.0 33.0 31.5 66.0 34.2
6 63.5 53.5 29.0 37.0 35.5 72.3 38.1
8 69.0 59.0 32.5 42.0 39.5 81.5 43.2
10 74.5 64.0 35.0 46.0 43.0 87.1 46.9
12 79.5 69.0 38.0 50.5 46.5 95.7 50.8
14 83.5 73.0 40.5 54.0 50.5 101 53.3
16 85.0 74.0 41.5 55.0 51.0 102.6 54.6
18 85.0 74.0 41.5 55.0 51.0 102.6 54.6
B
A F
G
C
D
E
Fonte: Portadores de deficiência Acessibilidade
e Utilização das Edificações e dos equipamentos
escolares – Cadernos Técnicos 1.
146 Capítulo 2
Informações gerais para o projeto
Relações antropométricas do usuário
tomando por base a altura H
Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência
Alturas recomendadas para acionamento de dispositivos, consideran-
do o alcance com as mãos em cadeira de rodas mínimo de 40 cm e
máximo de 135 cm:
Fonte: IBAM.
Dispositivo Altura recomendada
Interruptor de 80 a100 cm
Campainha acionada manualmente (alarme) de 60 a 120 cm
Tomada de 40 a 115 cm
Interfone 115 cm
Quadro de luz 115 cm
Comando de aquecedor 100 cm
Registro 100 cm
Comando de janela de 40 a 115 cm
Maçaneta de porta 100 cm
Fonte: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 9050).
Medidas do corpo humano
Espaços necessários em várias posições
Capítulo 3 O usuário
Dimensões e espaços
necessários em
diversas situações
148 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Espaços necessários entre paredes
Alcance com as mãos
Espaço necessário para grupos
Máxima ocupação por m
2
= 6 pessoas
149 Espaços educativos
Espaço em fila
Movimentação com cadeira de rodas
Alcance visual em cadeira de rodas
Alcance com os braços
Alcance dos braços em cadeira de rodas
Alcance dos braços lateralmente para acesso de estantes
Alcance dos braços para cadeira de rodas
150 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Alcance dos braços para cadeira de rodas
Alcance de interruptores em cadeira de rodas
Área de rotação sem deslocamento
Espaços mínimos necessários para uma cadeira de rodas girar 180º e
fazer um giro completo, sendo uma roda usada como ponto fixo de
rotação
Área de rotação com deslocamento
151 Espaços educativos
Deslocamento da cadeira de rodas com diversos ângulos de rotação
Circulações
Espaço mínimo necessário para um giro de 90º
Largura necessária para a passagem de duas cadeiras de rodas e
largura para a passagem de uma pessoa e uma cadeira de rodas
152 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Alcance com os braços
Alcances máximo e mínimo em estantes sem ou com armário baixo,
com cadeira de rodas
Alcances máximo e mínimo em estantes sem ou com armário baixo, em
pé, com muleta
Alcance máximo em cabideiro de armário
Espaço para cadeira de rodas em arquibancada
153 Espaços educativos
Recipiente de areia e jardineira acima do piso
Altura de corrimão e ressalto de proteção em rampas
Elevadores
Vão mínimo recomendado para porta
Altura mínima de
mesa para leitura
Área livre de recuo
junto à mesa
154 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Altura de mesas para atendimento
Instalações sanitárias
Box para chuveiro com área de transferência interna e externa
Lavatório e mictório suspenso com áreas de aproximação
Bacia sanitária com área de transferência frontal e lateral
155 Espaços educativos
Vista lateral da utilização do lavatório
Mictório com barras de apoio
Box para chuveiro com barras de apoio
156 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Lavatório com barras de apoio
Lavatório com barras de apoio
Bacia sanitária com barras de apoio
157 Espaços educativos
Adequação de portas para portadores de
deficiência física
Porta com barra
As portas devem ter condições de serem abertas com um único movi-
mento, e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca. As portas de
sanitários devem ter barra horizontal, de forma a facilitar seu fechamento
Sinalização em porta
O símbolo internacional de acesso, quando instalado em portas, deve ter
dimensões e localização adequadas para sua fácil visualização
158 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Porta com visor
Portas do tipo “vai-vem” devem ter visor adequado ao deficiente em
cadeira de rodas
Circulações verticais – escadas e rampas
Pé-direito recomendado
Passo normal de um adulto
Ao aumentar a inclinação, diminui
o comprimento do passo
159 Espaços educativos
Dimensionamento do corrimão para escadas e rampas
A escada deve ser cômoda e reta
Dimensões dos degraus
Dimensionamento recomendado
160 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Corrimão
Dimensões recomendadas
Portas em circulações
Portas que se abrem para a circulação
Porta de um dos lados e pouco trânsito
Porta de um só lado e trânsito freqüente
Portas alternadas nos dois lados e trânsito freqüente
161 Espaços educativos
Portas em ambos os lados e eixos coincidentes
Portas abrindo no sentido da saída
Abertura de portas em final de circulação
Abertura de portas
Disposição defeituosa Boa disposição
162 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Portas que se abrem para dentro do ambiente
Portas de um só lado e pouco trânsito
Portas em um dos lados e trânsito freqüente
Portas em ambos os lados e trânsito freqüente
Estacionamento e parada de veículos
Estacionamento alinhado com o meio-fio
Acostamento linear
163 Espaços educativos
Acostamento em diagonal
Variações do modo de estacionar
Acostamento alinhado com o meio-fio
164 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
165 Espaços educativos
Superfície ocupada por veículos
Adotado pela maioria das prefeituras
Vaga normal
Estacionamento para bicicletas
Em algumas regiões, o estacionamento para bicicletas
torna-se mais importante que o estacionamento para veículos
Estacionamento para portadores de deficiência
Transversal ao meio-fio
Vaga para portadores de
deficiência
166 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Inclinado em relação ao meio-fio
Prever espaço pavimentado de fácil alcance, junto ao acesso,
devidamente identificado, situado no nível do chão.
Na área adjacente, prever meio-fio rebaixado conduzindo ao passeio.
Pintar faixa zebrada indicativa no chão.
Pintar, sobre a faixa, símbolo oficial para portadores de deficiência
As circulações partindo de estacionamentos não poderão localizar-se
atrás de carros estacionados
Estacionamento alinhado com o meio-fio
Prever espaço para circulação de distribuição
Área de manobra em estacionamento transversal
Quando a circulação de distribuição for estreita, a vaga será mais larga
Área de
manobra
167 Espaços educativos
Circulação de distribuição recomendada
Movimentação e alcance
Carteira escolar
Conjunto individual com
mesa e cadeira para o
aluno com circulação
Arranjo que permite
trabalhos em grupo
com circulação
Arranjo voltado para
o quadro com área
de circulação
Conjunto duplo mesa e cadeira do
aluno com circulação
Área de
manobra
168 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Arranjos diferentes para trabalhos em grupo
Circulação confortável e correta,
conforme o arranjo das carteiras
169 Espaços educativos
Quadro de giz ou caneta
Altura compatível para utilização simultânea de aluno e professor
Mesas
Circulação entre as mesas do refeitório confortável, independentemente
do tipo de arranjo
Mesa para reuniões com circulação
170 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Mesa para refeições
Mesa para recreação. Mesa de centro.
Recuo e saída de mesa de trabalho com circulação
Mesa para
microcomputador Arquivo de gaveta
Mesa redonda para reuniões
com circulação
171 Espaços educativos
Equivalência de espaços
A rotação das mesas modifica o dimensionamento
172 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Ambientes com pilares ou colunas centrais
Localização correta junto a pilares ou colunas
Manter distância conveniente entre pilares ou colunas
Mesa retangular Mesa quadrada
173 Espaços educativos
Balcões
Balcão para atendimento
Balcão para atendimento
Balcão para atendimento
Bancadas de laboratórios
Bancada com
cuba para sala
de preparo e
laboratório
Bancada seca
para sala de
preparo e
laboratório
174 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Estantes
Estante com
armário baixo
Estante para depósitos
e almoxarifados
Bancadas
Bancadas com armário suspenso
Bancada com armário suspenso
Estantes simples
Estante para livros
175 Espaços educativos
Armários ou bancadas em laboratórios e cozinhas terão soco recuado na
parte inferior
Para facilitar a limpeza, recomenda-se uma altura de pés nos armários
em geral
Áreas de circulação e trabalho
Bancadas com armários inferiores
Bancadas para laboratório e cozinha
176 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Bancada na parede
Bancada com cuba Bancada seca
Bancada isolada
Com ou sem cuba
Mesa para laboratório
com circulação
Assentos
Alturas recomendadas
Bancada para laboratório
com circulação
177 Espaços educativos
Espaço entre cadeiras
Espaços para circulação
Assento para espera e estar Poltrona individual
Cozinhas
Fogão industrial de 6 bocas com circulação
178 Capítulo 3
O usuário – dimensões e espaços necessários em diversas situações
Fogão
convencional de
4 bocas com
circulação
Serviços gerais
Botijão de GLP
com circulação
Alojamentos
Armário para dormitório
com circulação
Sanitários e vestiários
Box em divisória para chuveiro e bacia sanitária com circulação
Geladeira vertical
com circulação
Bancada com cuba
e circulação
Tanque com
circulação
Cesto para resíduos.
Cama de solteiro com
circulação
179 Espaços educativos
Lavatório individual
com recuo e
circulação
Box individual
para chuveiro
com circulação
Bacia sanitária
isolada
Box para ducha
coletiva com
circulação
Capítulo 4 Ergonomia nos
ambientes simulados
Sala de aula
A disposição do mobiliário e os espaços de circulação definem o
dimensionamento do ambiente.
O critério de visibilidade determina a profundidade do ambiente e o
tamanho do quadro de giz ou caneta.
O critério de acústica também determina a profundidade do ambiente.
Simulação 1 – Dimensionamento recomendado
Esta simulação é a mais recomendada, pois proporciona maior
flexibilidade do espaço e um quadro de giz ou caneta maior. Veja na
página seguinte os critérios para esta escolha.
182 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Visibilidade e acústica
Este arranjo possibilita a utilização de quadro de giz com até 2,70m
obedecendo-se o critério de visibilidade
Este arranjo possibilita a utilização de quadro de giz com até 5,40m
obedecendo-se o critério de visibilidade
183 Espaços educativos
Simulação 2 – Dimensionamento
Visibilidade
Acústica
Simulação 3 – Dimensionamento
184 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Arranjo para trabalhos em grupo
Visibilidade e acústica
185 Espaços educativos
Sala de aula – Outras possibilidades de
arranjo
O arranjo tradicional do mobiliário é aquele que posiciona os alunos
voltados para o quadro de giz ou caneta, onde também está localizada
a mesa do professor.
Entretanto, é recomendável, para ampliar soluções de prática
pedagógica, que se obtenha soluções arquitetônicas que possibilitem
outras formas de arranjo do mobiliário.
Permitir diferentes arranjos para a sala de aula, como pequenos
grupos, em círculo, projeções, aulas expositivas e outros mais, com
desembaraçada movimentação dos alunos.
Projeções Aula expositiva
Assembléia Pequenos grupos
186 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Sala de informática
Mesas em bancadas ou isoladas, com instalação elétrica na parede.
Não permite iluminação natural lateral, pois a mesma causa reflexo nas
telas dos monitores de vídeo. Dificuldades também na ventilação natural
cruzada
Mesas em bancada com arranjo voltado para o quadro de caneta.
Permite iluminação natural unilateral, sem causar reflexos nas telas dos
monitores de vídeo
Mesas em arranjo simétrico, com instalação elétrica, telefônica e lógica
na própria estrutura. Como na anterior, não permite iluminação natural
lateral, pois a mesma causa reflexo nas telas dos monitores de vídeo.
Dificuldades também na ventilação natural cruzada
187 Espaços educativos
Mesas isoladas, em arranjo voltado para o quadro de caneta. Melhor
solução, pois permite iluminação natural unilateral, sem causar reflexos
nas telas dos monitores de vídeo. Mais econômica de espaço e em
consumo de iluminação artificial
Sala de vídeo
Ambiente mais espaçado, para televisões acima de 29’’. Permite o
posicionamento central de mesa para projetor, no fundo da sala
Ambiente mais compacto, para televisão menor que 29’’
188 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Cone adequado de visão
para televisão acima de 29’’
Sala de professores e reuniões
Sala de professores sem mesa para reuniões
Sala de reuniões com boa movimentação
Cone adequado de visão para
televisão abaixo de 29’’
189 Espaços educativos
Ambientes administrativos e de apoio
Secretaria com boa movimentação na execução das diversas atividades
Coordenação Pedagógica com espaço para espera
Esperas
Permitir conforto e boa circulação
190 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Depósitos
Permitir boa movimentação na execução das diversas atividades
Sanitários e vestiários
Sanitários (mictório em calha)
191 Espaços educativos
Sanitários (mictório em louça)
Vestiário / sanitário para funcionários
Deve ser bem flexível e permitir boa mobilidade
192 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Sanitários para portadores de deficiência física
Sanitário sem área para banho
Sanitário com área para banho próprio para vestiários
Área para troca de roupa em vestiários
Permitir boa movimentação
193 Espaços educativos
Serviços gerais
Área de serviços
Permitir boa movimentação na execução das diversas atividades
Cozinha e despensa
Este exemplo de cozinha e despensa para escolas rurais deve permitir
que se faça refeições no próprio ambiente
194 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Dormitórios
Permitir a boa movimentação de cadeira de rodas
Pátio e recreios
Arranjo de bancos em torno de canteiro central
Arranjo linear de bancos, permitindo a boa circulação entre eles
Arranjo de bancos ao redor de árvore
195 Espaços educativos
Hortas
Permitir uma boa circulação entre os canteiros
Pátio para hasteamento das bandeiras
Quando não for possível utilização de equipamento de som, obedecer
os critérios de acústica
Vista lateral do mastro
Vista superior dos mastros para
hasteamento das bandeiras
196 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Propagação do som ao ar livre
Para se evitar o eco, é necessária a eliminação de qualquer superfície
lisa e rígida, a partir da distância crítica de 11m, em relação à fonte
sonora
Pátio dos brinquedos
Balanço
Dispor os conjuntos de balanços lado a lado para ocupar menos
espaço e garantir maior segurança
Fonte
sonora
11 m
Distância crítica
197 Espaços educativos
Escorregador
Dispor os escorregadores lado a lado para ocupar menos espaço
Vista lateral
Vista superior
198 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Grade para exercícios
Gangorra
199 Espaços educativos
Quadra de futebol de salão
Equipamentos
Baliza de gol
Aramado ou grade
200 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Quadra de basquete
Equipamentos
Suporte para a tabela fixo
Tabela para minibasquete
Tabela para basquete
201 Espaços educativos
Quadra de vôlei
Equipamentos
Rede central
Aramado ou grade
202 Capítulo 4
Ergonomia nos ambientes simulados
Quadra de handebol
Equipamentos
Baliza de gol
Aramado ou grade
Luz, clima e arquitetura. Lúcia R. de Mascaro. São Paulo. 1983. il. (3ª edição)
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207 Espaços educativos
Livros Grátis
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