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estão sendo aqui representados com seus comentários] demonstram gostar da
leitura e advogar sua prática entre os estudantes com os quais atuam.
Apesar disso tudo, voltam às críticas a terceiros, como o governo que
não promove a prática da leitura, os altos preços dos livros, o pouco incentivo
da família a leitura, a precariedade das bibliotecas públicas e universitárias e a
defasagem dos acervos municipais e universitários. E os professores, que
papel têm nisso tudo? São mencionados no primeiro comentário apenas em
relação a casos de professores que usam a leitura como “castigo”, ou seja,
como uma punição aos alunos por diversos motivos, em especial o mau
comportamento em sala de aula. Crítica essa que continua com a afirmação de
que as leituras dariam “mais trabalho” aos professores e que ainda poderiam
ocasionar o surgimento de alunos que questionassem demais...
Indo um pouco além dessas constatações que, em vista dos dados da
Câmara Brasileira do Livro, atualizados com informações de pesquisa mais
recente do Instituto ProLivro
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, e de reportagens publicadas em jornais e
revistas de expressão, são amostragens e recortes verídicos da realidade
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O Instituto ProLivro [www.prolivro.org.br] realizou pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”
[disponível no link http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf] entre os meses de
novembro e dezembro de 2007. Para tanto aplicou mais de 5 mil questionários de 60 questões e obteve
resultados com margem de precisão equivalente a 95%. Através desse levantamento foi constatado que:
Para três em cada quatro pessoas a leitura tem significado positivo, representando conhecimento,
crescimento profissional, sabedoria, cultura, lazer...; Uma em cada quatro pessoas não sabe ou não
opinaram sobre a importância da leitura; O equivalente a 35% dos brasileiros [60 milhões de pessoas]
responderam que gostam de ler como atividade de lazer; Quanto maior a escolaridade e a renda, maior a
disposição para a leitura [48% das pessoas que fizeram o Ensino Médio e 64% dos que completaram o
Ensino Superior declaram-se leitores]; 32% das famílias incentivam a leitura, índice que sobe para 46%
quando há professores entre os familiares. O perfil do leitor brasileiro, de acordo com a pesquisa, equivale
a: Tem formação superior [79%], renda familiar superior a 10 salários mínimos [78%], são chefes de
família [76%], a religião predominante entre os leitores é o espiritismo [76%], trabalham e estudam ao
mesmo tempo [73%], pertencem às classes A [75%] e B [74%], moram na região Sul [72%], moram em
metrópoles [69%] e estão situados em duas faixas etárias, dos 18 aos 24 anos [67%] e dos 30 aos 39 anos
[68%]. A pesquisa define como leitores as pessoas que declararam ter lido ao menos 1 [um] livro nos
últimos três meses.