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O Governo Federal, por intermédio de sua Secretaria de Política Econômica,
diante do contexto formulado pela ordem econômica após o advento da Constituição da
República de 1988 e, observando que a flexibilização do monopólio exercido pelo IRB
afigurava-se premente, solicitou que fosse desenvolvido estudo
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a respeito das
(1998 apresentou R$ 170,4 milhões), explicando-se a inferioridade desse número diante da necessidade
extraordinária de que fosse efetuado o pagamento de tributos retroativos (retidos na fonte), relativos aos últimos
cinco anos, que representam a soma de R$ 241 milhões. Não houvesse essa necessidade, o resultado líquido do
exercício representaria a soma de aproximados R$ 400 milhões. O ano 2000 apresentou novo crescimento do
volume de prêmios emitidos – R$ 1.189.345 (bilhões), ao passo que em 1999 o volume foi de R$ 1.149.532
(bilhões). Numa primeira tomada, o ano de 2001 apresentou todos os elementos necessários à apresentação de
resultados desfavoráveis por parte do IRB. A profunda crise argentina, o gravíssimo ataque terrorista ao World
Trade Center nos EUA, em 11 de Setembro, demonstrando a vulnerabilidade da maior potência mundial, a perda
de exportações desenvolvidas pela economia brasileira, aumento do risco-Brasil medido pelas agências
estrangeiras, enfim, o cenário econômico demonstrava momentos difíceis a serem enfrentados pelo país. Tendo
como alicerce o trabalho dedicado de seus funcionários, o empenho dos seguradores brasileiros, dos corretores de
seguros, dos corretores de resseguro estrangeiros, os números finais apresentados pelo órgão ressegurador
brasileiro foram realmente expressivos. Ainda sob a influência do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001, o
ano de 2002 foi marcado por dificuldades no que toca à aceitação de riscos, taxas mais elevadas por parte dos
resseguradores estrangeiros e condições (coberturas) mais restritas. O ambiente experimentado na América do
Sul, infelizmente, não reuniu condições para ficar alheio à difícil situação conjuntural experimentada pelos EUA,
sobretudo no campo político, ante à desconfiança de parte considerável da população norte-americana às políticas
traçadas e conduzidas pelo Governo George W. Bush. A crise na economia argentina sofreu considerável piora e,
como conseqüência direta disto, a confiança dos investidores estrangeiros naquela economia e, por tabela, na
economia brasileira, foi seriamente abalada. Mesmo diante de cenário desfavorável, o IRB conseguiu auferir bons
resultados. A arrecadação de prêmios emitidos totais de resseguro foi da ordem de R$ 2,45 bilhões (superiores,
portanto, aos R$ 1,67 bilhões arrecadados no ano de 2001 – crescimento de 46,5%). Após a eleição do novo
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, as incertezas acerca da condução da política que seria
implementada tiveram como conseqüências imediatas as altas nas taxas de câmbio, inflação, em suma, houve um
momentâneo nervosismo do mercado. Após a passagem do ano de 2003, cujos resultados demonstraram a queda
da cotação do dólar (valorização do real), diminuição das taxas de juros, assim como as aprovações das reformas
tributária e previdenciária, o mercado pôde perceber que a política aplicada não conduziria os investidores
externos a sustos, o que permitiu, gradualmente, o retorno da confiança dos mesmos na economia nacional.
Particularmente com relação ao mercado ressegurador, seus prêmios totais importaram uma arrecadação de R$
2,87 bilhões, ou seja, crescimento à ordem de 17,22% em comparação com o ano anterior (R$ 2,45 bilhões).
Novamente o ramo incêndio liderou as arrecadações de prêmios, respondendo pela cifra de R$ 468 milhões.
Ainda atuando como órgão ressegurador oficial, um dos últimos do mundo consoante se expôs, o resultado
experimentado no ano de 2003 representou lucro líquido à ordem de R$ 328 milhões, mantendo, portanto, os
mesmos patamares auferidos no ano anterior. Os dados disponíveis acerca dos resultados experimentados no
primeiro semestre de 2004 revelam que o órgão ressegurador oficial brasileiro auferiu um dos maiores lucros
líquidos de sua história, chegando à casa dos R$ 280 milhões (o ano inteiro de 2003 representou lucro de R$ 328
milhões). Fruto de uma política de subscrição de riscos bem desenvolvida e aplicada, de desenvolvimento de uma
excelente carteira de negócios, de uma administração profissional e séria, o IRB conquistou nesse período
resultados realmente muito expressivos.
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A exposição concernente a esta indagação foi apresentada ao longo dos terceiro e quarto capítulos desta
dissertação.
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Através de estudo disponibilizado pelo Governo Federal, noticiado pelo Jornal o Estado de São Paulo, publicado
em 29.12.2004, chamado “Reformas Microeconômicas e Crescimento de Longo Prazo”, de autoria da Secretaria
de Política Econômica, integrante do Ministério da Fazenda, comentou-se às fls. 48/50: “3.1.3 Aperfeiçoamento
do Marco Regulatório do Setor de Seguros (...) Por essas razões, o Governo inseriu em sua agenda 2004-2005 a
revisão do marco regulatório do setor de seguros e resseguros, favorecido pela alteração do artigo nº. 192 da
Constituição Federal, através da Emenda Constitucional nº. 40, de 29/05/2003, que permitiu que o Sistema
Financeiro Nacional fosse regulado por mais de uma lei complementar. Colocando a proteção ao consumidor
como objetivo central da ação do Estado, a política para o setor de seguros será baseada em três pontos principais:
i) o aperfeiçoamento institucional; ii) o aperfeiçoamento fiscalizatório; e iii) o aperfeiçoamento das garantias ao
consumidor. O objetivo dessa política é retirar os entraves hoje existentes ao surgimento de novos produtos e
serviços, promovendo aumento da competitividade no setor, melhoria das normas prudenciais e aperfeiçoamento
da atuação do órgão regulador e fiscalizador. Hoje, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Resseguros)
possui tanto a atribuição de regular o mercado quanto o monopólio das operações de resseguro. Porém, sua
composição acionária possui não apenas o Governo, mas também as próprias empresas fiscalizadas.