
76
II.
II.II.
II.2.
2. 2.
2. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR BRASILEIRA
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR BRASILEIRAASSISTÊNCIA DOMICILIAR BRASILEIRA
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR BRASILEIRA
A assistência domiciliar
1
na área da Saúde hoje se constitui em
alternativa de cuidados para diferentes populações e com objetivos
diversos, assim como representa uma das estratégias da Política de
1
Segundo Albuquerque (2003), apesar de parecer uma nova prática ou uma
concepção recente na área da saúde, o atendimento domiciliar tem suas raízes em
1780, quando o Hospital da cidade de Boston cria seu primeiro Home Care.
Estruturado para fornecer atendimento na área da Saúde Pública e prevenção de
doenças, era constituído por enfermeiras visitadoras e por senhoras que realizavam
trabalhos voluntários, tendo sempre tal iniciativa o caráter missionário. Segundo
Cherkasky (apud ALBUQUERQUE, 2003), em 1947, na cidade de Nova York, é criado o
primeiro Home Care, pelo Hospital de Montefiori, cujo principal objetivo era atender
pacientes em domicílio, sob a coordenação de uma equipe de enfermagem
especializada em Saúde Pública. Esta equipe de caráter multiprofissional, composta
por médicos, assistente social, terapeuta ocupacional, enfermeiros e profissionais de
apoio, já visava a oferecer um atendimento mais completo ao indivíduo doente.
Baseados na perspectiva holística, buscavam entender o homem como um ser integral,
influenciado pelo meio, cujos aspectos biológicos, psicológicos e sociais acarretam em
melhoria ou agravamento do quadro clínico apresentado. Dessa perspectiva, o
indivíduo doente era entendido como um detentor de outras necessidades que não
somente o tratamento clínico indicado. Embasados nessa necessidade visível, o Home
Care se expande nos Estados Unidos, perfazendo um total de trinta programas
completos já em 1954, como assinala Albuquerque, sendo que nos dias atuais cerca
de um terço dos hospitais norte-americanos já oferecem esse tipo de serviço.
Godsmith (apud ALBUQUERQUE, 2003) esclarece que os Estados Unidos têm
reorientado os atendimentos hospitalares dando ênfase a duas grandes vertentes:
cirurgia ambulatorial e atendimento domiciliar para pacientes crônicos, sendo este
último realizado por equipes multiprofissionais. Em Boston, o atendimento domiciliar
para pacientes idosos existe há décadas, já incorporado como prática rotineira dos
grandes hospitais, sendo uma alternativa às internações domiciliares com o intuito de
redução de custos. Já nos Estados da Filadélfia, Novo México e Nova York, o serviço de
atendimento domiciliar não se restringe apenas a pacientes idosos, mas é extensivo a
crianças e pacientes psiquiátricos, sendo em grande número os hospitais que já
contam com esse serviço. Sempre buscando, além de garantir um tratamento mais
humano ao paciente, reduzir os gastos, os Estados Unidos criam diferentes tipos de
assistência aos pacientes tendo como loco o domicílio. A alternativa mais recente para
vencer a inflação, à época, de 15% no Setor de Saúde nos Estados Unidos é o Case
Management, com objetivo de reduzir a hospitalização dos não agudos e conter o
custo dos cuidados de saúde (Health Care), enquanto provê os serviços necessários
requeridos sem comprometer a qualidade da atenção. Esta modalidade prevê o
monitoramento do progresso do cliente que necessita dos serviços de diferentes
agências profissionais, facilidades do Health Care e programas de serviços humanos
(ALBUQUERQUE, 1996: 27). No que diz respeito à Inglaterra, Áustria e Suécia, o
atendimento domiciliar é utilizado mais especificamente para pacientes terminais ou
com obstrução pulmonar, visando com isso à alta hospitalar e cuidados mais
adequados em domicílio. Albuquerque (2003) ainda acrescenta que na França esse tipo
de serviço é indicado para pacientes com AIDS, e na Itália, Índia, África e Israel para
pacientes que fazem uso da oxigenoterapia, idosos e pacientes oncológicos.