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de São José (CSJ)
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, submetida às orientações desse grupo, e também, enquanto uma
paróquia, à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
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. Isso não quer dizer que
a Igreja do centro não sofra controle da Arquidiocese da localidade, mas que são
distintos os processos de cada uma, justamente, pela formação diferente entre elas.
Ambas as igrejas estão sob a orientação dos princípios eclesiásticos da Igreja Católica
Apostólica Romana.
Confraria e irmandade são organizações de pessoas em torno de algo do qual
podemos encontrar variadas finalidades de associação. No caso dessas congregações
católicas
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, a característica é a formação de leigos onde não há existência de um pároco
e sim um provedor da igreja, uma pessoa física que no nosso caso especifico é
denominado de ministro. A igreja do centro, apesar de resultar de uma junção entre a
Irmandade de São Gonçalo Garcia e a Irmandade de São Jorge, é atualmente uma
confraria que possui em torno de sete mil pessoas. Mas os próprios irmãos, em
conversas, chamam sua organização freqüentemente como irmandade e falam mais em
confraria apenas quando são perguntados formalmente sobre o tipo de agregação a que
pertencem. No livreto elaborado pela Igreja, Vida e Morte de São Jorge, na parte sobre
a história do templo e da junção das irmandades, eles utilizam os dois termos juntos,
como: “Atualmente, a Irmandade da Venerável Confraria possui aproximadamente
sete mil irmãos (em maior número) e irmãs” (p.52)
80
.
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A CSJ – Josefinos de Murialdo – foi fundada por São Leonardo Murialdo em 1873, em Turim,
na Itália. Foi assim denominada por ter como patrono principal, São José. Sua principal finalidade é atuar
na educação integral das crianças, adolescentes e jovens empobrecidos. Segundo a congregação, seu
objetivo é “de educar para a cidadania: formar bons cristãos e honestos cidadãos”. Maiores informações:
http://www.paginaoriente.com/santos/csj.htm.
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Informações retiradas do trabalho, “São Jorge é pop!”: análise comparativa de duas festas de
São Jorge na cidade do Rio de Janeiro, realizado em parceria com Bianca Arruda (2007), para o GT32 –
Experiências religiosas na contemporaneidade – na VII Reunião Antropológica do Mercosul
(RAM)/2007.
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Conforme o Dicionário do Brasil Colonial (1500 – 1808) sobre Irmandades: “De feição
predominantemente laica, as irmandades, além de promoverem o culto a seus patronos celestes,
encarregavam-se de prover a mútua assistência entre seus integrantes, tanto no âmbito econômico,
procurando resguardá-los com suas famílias da miséria, quanto no espiritual, garantindo-lhes, por ocasião
da morte, o acompanhamento ao enterro, além do cumprimento das providências necessárias à salvação
de suas almas, quais sejam a missa de corpo presente, o sepultamento em local condigno e os sufrágios
posteriores por sua intenção. Empenhavam-se também em sustentar materialmente a devoção, reunindo
os utensílios, os adornos e as pessoas indispensáveis para realizar com brilho os ritos da liturgia, além de
erguerem ermidas, capelas e igrejas às custas de seus próprios rendimentos” ( Chahon, 2000:316).
80
A utilização de ambas as expressões para referir a uma mesma organização era algo comum
entre membros e representantes eclesiásticos e governamentais no período colonial brasileiro conforme
apresenta (Quintela, 2005). Dessa forma, apesar de em tese ter diferenciações entre cada tipo de
agremiação, pode-se encontrar o uso de ambas para um mesmo caso assim como no caso estudado.