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relatório de pesquisas folclóricas em Codó e Pedreiras
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; Alcântara, estudo realizado
por Jerônimo de Viveiros (1ª edição, 1950, 2ª edição, 1975 e 3ª edição, 1977);
Jamary dos Pretos (1998), Frechal (1996)
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, dentre outros. Além destes, vários
desses estudos focalizaram a religião afro-brasileira ou a questão dos
remanescentes de quilombos na luta pela conquista da terra.
Talvez por sua imensa riqueza e diversidade cultural, o Maranhão, esse
imenso contingente brasileiro considerado meio-norte, desde o século XIX
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tem sido
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Do Projeto Josué Montello do CRUTAC-UFMA - Centro Rural de Universitário de Treinamento e ação
Universitária - (Araújo, A. M. 1974).
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Os dois últimos fizeram parte do PVN/SMDDH/CCN
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Nesse sentido, nos baseamos em Sérgio FERRETTI e nos referimos especificamente à literatura e trabalhos
realizados com o foco sobre a presença do negro no Maranhão. Segundo o autor, no final do século XIX
encontramos a obra literária – O mulato, de ALUÍSIO AZEVEDO - publicado em 1881, que levantou a polêmica
sobre o preconceito racial e a escravidão. Raimundo NINA RODRIGUES, maranhense que apesar desenvolver
seus trabalhos na Bahia no final do século XIX, se refere também ao Maranhão. A partir de fins da década de
1930 começam a surgir as primeiras e breves informações de estudiosos e viajantes sobre a religião dos negros
no Maranhão. Em 1936-38 o geógrafo e etnógrafo Raimundo LOPES, em Uma região tropical, afirma que seu
irmão Antonio Lopes reuniu no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão notável documentação sobre
confrarias fetichistas de origem daomeana, onde, em associação com o catolicismo, se misturam estranhas
práticas e ‘Crendices do Continente Negro’ (LOPES, 1970, p. 69-73). Edmundo CORREIA LOPES (1939, p.
114) realizou pesquisa na Casa das Minas em 1937. Na década de 40 foram importantes os trabalhos de Nunes
PEREIRA (1947), sobre a ‘Casa das Minas’; A tese de Octávio Costa EDUARDO (1948), sobre a Aculturação
do negro no Maranhão; o Relatório da Missão de Pesquisa Folclórica em São Luís, de ALVARENGA (1948).
Em fins dos anos de 1940, Pierre Verger após visita à Casa das minas, escreveu um artigo sobre a Casa das
Minas em que apresenta a hipótese de que teria sido fundada por membros da família real de Abomey vendidos
como escravos para o Brasil. Dunsche de Abranches, em O cativeiro (1941, 2ª ed., 1991), faz uma memória
histórica sobre as lutas dos Negros no Maranhão. Na década de 1950, embora com um caráter mais apologético e
doutrinário, o escritor espírita maranhense Waldemiro REIS, publicou Espiritismo e mediunidade no Maranhão.
Nos anos 70, ressurgiu o interesse pelo estudo do tema, principalmente em função da elaboração de teses de pós-
graduação, dessas merecendo menção a de Maria Amália Pereira BARRETO (1977). Na mesma década Nunes
PEREIRA (1979) apresentou uma segunda edição ampliada de sua obra ‘A Casa das Minas’. Nessa década,
ROGER BASTIDE faz referência em diversos estudos (1971, p. 256-66; 1973, p. 293-324. 1974, p. 120-40;
1978, p. 213-26), aos cultos afro-maranhenses, em especial à Casa da Minas. Tanto Edmundo Correia LOPES
(1944, p. 140), quanto BASTIDE (1971, p. 256) informam que o maranhense FROES DE ABREU, em ‘Na terra
das palmeiras’ (à p. 249), declarou que “todo aquele que quisesse estudar as sobrevivências africanas no Brasil
deveria escolher, de preferência a qualquer outra, a terra do Maranhão, [...]”. (FERRETTI, S., 1996, p. 15-29).
Com base ainda em Mundicarmo FERRETTI, quem em suas pesquisas aponta trabalhos mais recentes sobre o
negro no Maranhão, dentre eles, encontramos FERRETTI (1995-1996) sobre a Casa das Minas; Os trabalhos de
Olavo CORREIA LIMA (1981) sobre a Casa Nagô; COSTA EDUARDO (1948) realizou trabalho para sua
Monografia sobre contos folclóricos de Santo Antonio dos Pretos [...]; Relatório de pesquisa folclórica em Codó
e Pedreiras do Projeto Josué Montello do CRUTAC-UFMA - Centro Rural Universitário e Ação Universitária
(ARAÚJO, A. M., 1974). Trabalho sobre o município de Codó de aluno do curso de educação do Campus-VII-
UFMA (ASSAD, M., 1979); Trabalho dos professores CORREIA LIMA E RAMIRO AZEVEDO (1980) sobre
isolados negros no Maranhão; Mapeamento folclórico realizado pela SECMA (Secretaria de Estado de Cultura)
entre 1980 e 1982 (do acervo do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho – CCPDV); Publicações e
documentos de 1985 a 1993: artigo do padre BENEDITO EVERTON COSTA sobre a paróquia de Codó;
Primeira edição do livro de SÉRGIO FERERTTI sobre casa das Minas (1985); Trabalho da Pastoral do Negro
MA-PA (Pe. MORAES, 1988); livro do pai-de-santo JORGE ITACI DE OLIVEIRA (1989) sobre a Mina do
Maranhão, reservando uma página à sua influência em Codó; diagnóstico e propostas para o Município
apresentados pelo prefeito José Inácio Guimarães Rodrigues (RODRIGUES, 1991); Tese de doutorado de
Mundicarmo Ferretti (1991/1993); Relatório de estagiários da UFMA sobre Codó (SILVA, Laura Jane, 1992);
Publicações, monografias, trabalhos divulgados pela mídia e trabalhos inéditos entre 1994 e 1999: matéria da TV