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ANA PAULA MAZUCCO PRINA
A fase preparatória do parto de caprinos da raça Saanen.
Manifestações clínicas indicadoras da parição iminente
e avaliação do perfil hormonal
São Paulo
2007
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: PRINA, Ana Paula Mazucco
Título: A fase preparatória do parto de caprinos da raça Saanen. Manifestações clínicas
indicadoras da parição iminente e avaliação do perfil hormonal
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Clínica Veterinária
da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Mestre em
Medicina Veterinária
Data: ____/____/____
Banca Examinadora
Prof. Dr. ________________________________ Instituição: ______________________________
Assinatura: ________________________________ Julgamento: ______________________________
Prof. Dr. ________________________________ Instituição: ______________________________
Assinatura: ________________________________ Julgamento: ______________________________
Prof. Dr. ________________________________ Instituição: ______________________________
Assinatura: ________________________________ Julgamento: ______________________________
Com amor,
à Isabel, Laercio, Ruth e Ulderigo,
por eu ter crescido na presença de vocês,
por amarem os animais e me ensinarem a fazer o mesmo,
por terem me apoiado em tudo que já realizei,
por sempre acreditarem em mim,
por serem, para mim, perfeitos.
Com amor,
ao Flávio,
minha outra metade,
por ter um coração tão bom,
por ser também meu melhor amigo,
pela paciência e dedicação,
por fazer parte da minha vida.
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“I know I was born and I know that I’ll die.
The in between is mine. I am mine.”
(“I am mine” - Pearl Jam)
“Seja generoso... sempre.”
(Mark Greene)
“Cada parto é um parto.”
(Paul Claudel)
RESUMO
PRINA, A. P. M. A fase preparatória do parto de caprinos da raça Saanen. Manifestações
clínicas indicadoras da parição iminente e avaliação do perfil hormonal. [The preparatory
phase of parturition in Saanen goats. Clinical signs of imminent labor and hormonal profile
evaluation]. 2007. 144 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
Com o objetivo de avaliar as modificações morfo-funcionais que ocorrem durante a fase
preparatória do parto de caprinos, 18 fêmeas da raça Saanen foram examinadas duas vezes ao
dia nos últimos 20 dias de gestação e, ao final do experimento, foram agrupadas segundo o
momento que antecedia o parto, da seguinte forma: 16, 8, 6, 4 ,3, 2, 1 ½ , 1, ½ dia antes do
parto e imediatamente antes da parição. Também foram colhidas amostras de plasma
sangüíneo e de soro lácteo para a dosagem de progesterona, estradiol e cortisol e dos teores
lácteos de cálcio. Durante o exame clínico foram avaliados os seguintes parâmetros:
temperatura corpórea; relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos;
distensão e plenitude da glândula mamária e dos tetos; aspecto da secreção láctea pré-
colostral e concentração de cálcio nela presente; modificações da vulva e do fluxo vaginal e
determinação dos teores plasmáticos de cortisol, progesterona e estradiol. Ocorreram
graduais relaxamento e aumento da movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos,
observados com maior intensidade a partir de 24 horas antes da parição, com grau máximo
observado no momento do parto. Associada ao relaxamento e movimentação dos ligamentos,
ocorreu diminuição gradual na capacidade dos animais em movimentar a cauda. A glândula
mamária e os tetos foram tornando-se cada vez mais distendidos e plenos de acordo com a
proximidade do momento da parição, sendo que a presença de edema na glândula mamária foi
esporádica. A freqüência de cabras cuja secreção láctea foi classificada como colostro
aumentou com a aproximação do parto, assim como os teores de cálcio na secreção pré-
colostral. Houve um aumento significativo do fluxo vaginal nos animais examinados
imediatamente antes da parição. O perfil hormonal sofreu influência da fase preparatória do
parto, sendo que ocorreu diminuição dos teores plasmáticos médios de progesterona e
aumento dos teores de estradiol e cortisol à medida que a parição se aproximava. A
temperatura corpórea, o tamanho e o edema de vulva, o grau de flexibilidade da base da cauda
e a coloração da mucosa vaginal não sofreram influência da fase preparatóra do parto.
Palavras-chave: Parto. Caprinos. Ligamentos Sacro-Isquiáticos. Perfil hormonal.
Progesterona.
ABSTRACT
PRINA, A. P. M. The preparatory phase of parturition in Saanen goats. Clinical signs of
imminent labor and hormonal profile evaluation. [A fase preparatória do parto de caprinos
da raça Saanen. Manifestações clínicas indicadoras da parição iminente e avaliação do perfil
hormonal]. 2007. 144 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
With the aim to evaluate the morpho-functional changes of the caprine’s parturition
preparatory phase, 18 Saanen does were examined twice a day within the 20 finishing days of
gestation and at the end of the experiment they were grouped according to the moment that
preceded the birth (16, 8, 6, 4, 3, 2, 1 ½, 1, ½ days before parturition and immediately before
labor). There were also picked samples of sanguine plasma and milky serum for the
progesterone, oestradiol and cortisol dosage and milky calcium determinations. During the
clinical exam the following parameters were evaluated: corporal temperature; relaxation and
movement of the Sacrosciatic Ligaments; movement and flexibility of the tail; distention and
filling of the udder and teats; appearance of the pre-colostral milky secretion and its calcium
concentration; modifications of the vulva and vaginal discharge and determination of the
plasmatic values of progesterone, oestradiol and cortisol. Gradual relaxation and increase of
movement of the Sacrosciatic Ligaments occurred, observed with larger intensity starting
from 24 hours before parturition, with maximum degree observed in the moment of the birth.
A gradual decrease in the animals’ capacity on tail movement was observed associated to the
relaxation and movement of the Sacrosciatic Ligaments. The mammary gland and teats
became more distended and full in agreement with the proximity of the moment of
parturition and the edema presence in the mammary gland was sporadic. The frequency of
goats whose milky secretion was classified as colostrum increased with the approach of the
labor, as well as the calcium tenors in the pre-colostral secretion. There was a significant
increase of the vaginal discharge in the animals examined immediately before parturition. The
hormonal profile suffered influence of the preparatory phase of labor, occurring decrease of
the medium plasmatic tenors of progesterone and increase of the oestradiol and cortisol
tenors as the parturition approaches. The corporal temperature, the size and vulva edema, the
degree of flexibility of the tail and the coloration of vaginal mucous membrane didn’t suffer
influence of the preparatory stage of labor.
Key words: Parturition. Goats. Sacrosciatic Ligaments. Hormonal profile. Progesterone.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação da temperatura
corpórea, relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos, movimentação e flexibilidade da cauda, grau de distensão e
plenitude da glândula mamária e dos tetos, aumento de volume e edema
de vulva, aspecto do fluxo vaginal e teores plasmáticos de cortisol e
progesterona durante a fase preparatória do parto de cabras da raça
Saanen - São Paulo - 2007..........................................................................................
54
Quadro 2 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação dos teores
plasmáticos de estradiol durante a fase preparatória do parto de cabras
da raça Saanen - São Paulo - 2007...........................................................................
54
Quadro 3 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação dos teores lácteos
de cálcio durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen -
São Paulo - 2007...........................................................................................................
55
Quadro 4 - Classificação utilizada na avaliação do grau de relaxamento dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos durante a fase preparatória do parto de
cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007 (adaptado de EWBANK, 1963)...
56
Quadro 5 - Classificação utilizada na avaliação do grau de movimentação dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos durante a fase preparatória do parto de
cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007..............................................................
57
Quadro 6 - Classificação utilizada na avaliação do grau de intensidade dos
movimentos da base da cauda durante a fase preparatória do parto de
cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007..............................................................
57
Quadro 7 - Classificação utilizada na avaliação do grau de flexibilidade da base da
cauda durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São
Paulo - 2007..................................................................................................................
57
Quadro 8 - Classificação utilizada na avaliação do grau de distensão e plenitude da
glândula mamária durante a fase preparatória do parto de cabras da raça
Saanen - São Paulo - 2007 (EWBANK, 1963).......................................................
58
Quadro 9 - Classificação utilizada na avaliação do grau de distensão e plenitude dos
tetos durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São
Paulo - 2007..................................................................................................................
58
Quadro 10 - Classificação utilizada na avaliação do grau de edema da glândula
mamária durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen -
São Paulo - 2007..........................................................................................................
59
Quadro 11 - Classificação utilizada na avaliação do aspecto da secreção láctea pré-
colostral durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen -
São Paulo - 2007..........................................................................................................
59
Quadro 12 - Classificação utilizada na avaliação do grau de edema de vulva durante a
fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007......
60
Quadro 13 - Classificação utilizada na avaliação do fluxo vaginal durante a fase
preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007...............
61
Quadro 14 - Classificação utilizada na avaliação do fluxo vaginal durante a fase
preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007...............
61
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Valores médios e desvios padrão da temperatura corpórea, em graus
Celsius, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto -
São Paulo - 2007........................................................................................................
65
Gráfico 2 - Valores médios da temperatura corpórea, em graus Celsius, de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007..........................................................................................
67
Gráfico 3 - Valores médios e desvios padrão do grau de relaxamento dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007..........................................................
71
Gráfico 4 - Valores médios e desvios padrão do grau de movimentação dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007...........................................................
75
Gráfico 5 - Valores médios e desvios padrão do grau de movimentação da cauda de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007.............................................................................................................................
78
Gráfico 6 - Valores médios e desvios padrão do grau de distensão e plenitude da
glândula mamária de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória
do parto - São Paulo - 2007....................................................................................
82
Gráfico 7 - Valores médios do grau de distensão e plenitude da glândula mamária
de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007...........................................................
84
Gráfico 8 - Valores médios e desvios padrão do grau de distensão e plenitude dos
tetos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto -
São Paulo - 2007........................................................................................................
87
Gráfico 9 - Valores médios do grau de distensão e plenitude dos tetos de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007..........................................................................................
89
Gráfico 10 - Valores médios e desvios padrão do grau de edema da glândula mamária
de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São
Paulo - 2007...............................................................................................................
91
Gráfico 11 - Freqüência da ocorrência do aspecto da secreção láctea de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de
acordo com o tipo de secreção - São Paulo - 2007............................................
94
Gráfico 12 - Valores médios e desvios padrão dos teores lácteos de cálcio, em
milimols por litro, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória
do parto - São Paulo - 2007....................................................................................
96
Gráfico 13 - Valores médios e desvios padrão da área da vulva, em centímetros
quadrados, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007..........................................................................................
98
Gráfico 14 - Valores médios da área da vulva de cabras nulíparas e pluríparas da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007..................
99
Gráfico 15 - Valores médios e desvios padrão do aspecto do fluxo vaginal de cabras
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...
103
Gráfico 16 - Freqüência da ocorrência da coloração da mucosa vaginal de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de
acordo com o tipo de secreção - São Paulo - 2007............................................
105
Gráfico 17 - Valores médios e desvios padrão da coloração da mucosa vaginal de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007..............................................................................................................................
107
Gráfico 18 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de
progesterona, em nanogramas por mililitro, de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007................................
108
Gráfico 19 - Valores médios dos teores plasmáticos de progesterona, em nanogramas
por mililitro, de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a
fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................................
110
Gráfico 20 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de estradiol, em
picogramas por mililitro, de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007............................................................
111
Gráfico 21 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de cortisol, em
microlitros por decilitro, de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007............................................................
113
Gráfico 22 - Valores médios dos teores plasmáticos de cortisol, em microlitros por
decilitro, de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007............................................................
115
Gráfico 23 - Teores plasmáticos de cortisol, progesterona e estradiol de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007.........
116
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação da temperatura corpórea de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007...............................................................
66
Tabela 2 - Valores médios e desvios padrão da temperatura corpórea de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007.............................................................................................
67
Tabela 3 - Freqüência da ocorrência do relaxamento dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto,
distribuídos segundo o grau de relaxamento dos ligamentos - São Paulo -
2007.................................................................................................................................
70
Tabela 4 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007.................................................................................................................................
72
Tabela 5 - Freqüência da ocorrência da movimentação dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto,
distribuídos segundo o grau de movimentação do ligamento - São Paulo -
2007.................................................................................................................................
74
Tabela 6 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007.................................................................................................................................
75
Tabela 7 - Freqüência da ocorrência da movimentação da cauda de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com
o grau de intensidade - São Paulo - 2007...............................................................
77
Tabela 8 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de movimentação da cauda de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................
79
Tabela 9 - Freqüência da ocorrência da distensão e plenitude
da glândula mamária
de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto,
distribuídas de acordo com o grau de distensão e plenitude - São Paulo -
2007.................................................................................................................................
81
Tabela 10 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de distensão e plenitude da glândula mamária de cabras
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007......
83
Tabela 11 - Médias e desvios padrão da distensão e plenitude da glândula mamária
de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto, distribuídos segundo o grau de distensão e
plenitude - São Paulo - 2007.....................................................................................
84
Tabela 12 - Freqüência da ocorrência da distensão e plenitude dos tetos de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo
com o grau de plenitude - São Paulo - 2007..........................................................
86
Tabela 13 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de distensão e plenitude dos tetos de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007.....................
88
Tabela 14 - Médias e desvios padrão da distensão e plenitude dos tetos de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto, distribuídos segundo o grau de relaxamento do ligamento - São
Paulo - 2007..................................................................................................................
89
Tabela 15 - Freqüência da ocorrência do edema de glândula mamária de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo
com o grau de edema - São Paulo - 2007................................................................
91
Tabela 16 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do grau de edema da glândula mamária de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................
92
Tabela 17 - Freqüência da ocorrência do aspecto da secreção láctea de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com
o tipo de secreção - São Paulo - 2007.....................................................................
95
Tabela 18 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação dos teores lácteos de cálcio de cabras da raça Saanen, durante a
fase preparatória do parto - São Paulo - 2007......................................................
97
Tabela 19 - Valores médios, desvios padrão,
medianas, coeficientes e amplitudes de
variação da área da vulva de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007..............................................................
98
Tabela 20 - Médias e desvios padrão da área da vulva de cabras nulíparas e pluríparas
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007......
100
Tabela 21 - Freqüência da ocorrência do aspecto do fluxo vaginal de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto,
distribuídas de acordo com
o aspecto - São Paulo - 2007.....................................................................................
102
Tabela 22 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação do aspecto do fluxo vaginal de cabras da raça Saanen durante a
fase preparatória do parto - São Paulo - 2007......................................................
104
Tabela 23 - Freqüência da ocorrência da coloração da mucosa vaginal de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo
com a coloração - São Paulo - 2007.........................................................................
106
Tabela 24 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação da coloração da mucosa vaginal de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................
107
Tabela 25 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação dos teores plasmáticos de progesterona de cabras da raça
Saanen, durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................
109
Tabela 26 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de progesterona
de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen, durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007..............................................................
110
Tabela 27 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação dos teores plasmáticos de estradiol de cabras da raça Saanen,
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................
112
Tabela 28 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de
variação dos teores plasmáticos de cortisol de cabras da raça Saanen,
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007...................................
114
Tabela 29 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de cortisol de
cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen, durante a fase preparatória
do parto - São Paulo - 2007.......................................................................................
115
Tabela 30 - Comparação dos teores lácteos médios da secreção pré-colostral obtidos
em duas pesquisas realizadas durante a fase preparatória do parto de
bovinos e caprinos - São Paulo - 2007....................................................................
124
Tabela 31 - Comparação dos teores plasmáticos médios de progesterona obtidos em
catorze pesquisas realizadas durante a fase preparatória do parto de
caprinos - São Paulo - 2007......................................................................................
128
LISTA DE FIGURAS E FOTOGRAFIAS
Figura 1 - Vista lateral das articulações da pelve de um caprino (BORTOLAMI,
1976). Em destaque a porção sacrotuberosa de um dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos......................................................................................................
56
Fotografia 1 - Projeção da área da vulva de uma cabra adulta da raça Saanen, onde a
altura está representada pela linha vermelha e a largura pela linha azul -
São Paulo - 2007........................................................................................................
60
Fotografia 2 - Distensão da glândula mamária de uma cabra nulípara aos nove (A), um
(B) e zero dia antes do parto - São Paulo - 2007...............................................
82
Fotografia 3 - Cabra plurípara apresentando Grau 4 de distensão e plenitude dos
tetos (tensos, lisos e luzidios) três dias antes do parto - São Paulo -
2007..............................................................................................................................
87
Fotografia 4 - Secreção láctea classificada como colostro, observada cinco dias antes
da parição em uma cabra plurípara - São Paulo - 2007...................................
93
Fotografia 5 - Cabra nulípara apresentando fluxo vaginal classificado como Grau 5
(acúmulo de fluído na porção central do vestíbulo vaginal)
imediatamente antes do parto - São Paulo - 2007............................................
101
LISTA DE ABREVIAÇÕES
Av área da vulva
b largura da vulva (base menor do losango)
B altura da vulva (base maior do losango)
cm centímetro(s)
cm
2
centímetro(s) quadrado(s)
CIDR Controlled Internal Releasing Device
CL corpo lúteo
dl decilitro
EUA Estados Unidos da América
FAO The Food and Agriculture Organization of the United Nations
FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
g grama
HOVET Hospital Veterinário
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
kg quilograma
l litro
LDH Laboratório de Dosagens Hormonais
μg microgramas
μl microlitros
mg miligramas
ml mililitros
mmol milimol
ng nanogramas
pg picogramas
PGF
2α
Prostaglandina F
2α
RIA radioimunoensaio
UI unidades internacionais
USP Universidade de São Paulo
VCM Departamento de Clínica Médica
VRA Departamento de Reprodução Animal
LISTA DE SÍMBOLOS
o
F graus Fahrenheit
o
C graus Celsius
± mais ou menos
% porcentagem
β beta
α alfa
< menor
® marca registrada
o
graus
= igual
x multiplicação
μ micro
125
I iodo radioativo
menor ou igual
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................
30
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................
33
2.1 Considerações gerais......................................................................................................
33
2.2 Temperatura corpórea....................................................................................................
33
2.3 Ligamentos Sacro-Isquiáticos e cauda.......................................................................
35
2.4 Modificações da glândula mamária e dos tetos.......................................................
38
2.5 Modificações da vulva e do fluxo vaginal..................................................................
42
2.6 Teores plasmáticos de progesterona..........................................................................
43
2.7 Teores plasmáticos de estradiol...................................................................................
47
2.8 Teores plasmáticos de cortisol.....................................................................................
50
3 MATERIAIS E MÉTODO............................................................................................
52
3.1 Animais utilizados............................................................................................................
52
3.2 Sincronização de cio........................................................................................................
52
3.3 Constituição dos grupos experimentais....................................................................
53
3.4 Exame clínico dos animais.............................................................................................
55
3.4.1 Determinação da temperatura corpórea................................................................
55
3.4.2 Avaliação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos e da cauda.................................
56
3.4.3 Avaliação das modificações da glândula mamária e dos tetos.......................
58
3.4.4 Avaliação das modificações da vulva e do fluxo vaginal.................................. 59
3.5 Coleta de sangue e obtenção das alíquotas de plasma sangüíneo........................
61
3.6 Coleta de leite e obtenção das alíquotas de soro lácteo..........................................
62
3.7 Dosagens hormonais........................................................................................................
62
3.8 Dosagens dos teores lácteos de cálcio........................................................................
63
3.9 Análise estatística.............................................................................................................
63
4 RESULTADOS................................................................................................................
65
4.1 Resultados obtidos a partir da aferição da temperatura corpórea de cabras
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto...............................................
65
4.2 Resultados obtidos a partir da avaliação do relaxamento e movimentação
dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto.......................................................................................................
68
4.2.1 Relaxamento dos Ligamentos Sacro Isquiáticos................................................
68
4.2.2 Movimentação dos Ligamentos Sacro Isquiáticos.............................................
72
4.3 Resultados obtidos a partir da avaliação do grau de movimentação e
flexibilidade da base da cauda de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto.....................................................................................................
76
4.3.1 Movimentação da cauda............................................................................................
76
4.3.2 Flexibilidade da base da cauda.................................................................................
79
4.4 Resultados obtidos a partir da avaliação das modificações da glândula
mamária e dos tetos de caprinas da raça Saanen durante a fase preparatória
do parto..............................................................................................................................
80
4.4.1 Grau de distensão e plenitude da glândula mamária........................................
80
4.4.2 Grau de distensão e plenitude dos tetos...............................................................
85
4.4.3 Grau de edema da glândula mamária......................................................................
90
4.4.4 Aspecto da secreção láctea pré-colostral..............................................................
92
4.4.5 Teores de cálcio no soro lácteo.................................................................................
96
4.5 Resultados obtidos a partir da avaliação das modificações da vulva e da
secreção vaginal de caprinas da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto....................................................................................................................................
97
4.5.1 Aumento de tamanho da vulva (área da vulva)..................................................
97
4.5.2 Edema de vulva...............................................................................................................
100
4.5.3 Fluxo vaginal...................................................................................................................
101
4.5.4 Coloração da mucosa vaginal......................................................................................
104
4.6 Resultados obtidos a partir das dosagens de progesterona, estradiol e
cortisol no plasma sangüíneo de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto.....................................................................................................
108
4.6.1 Progesterona....................................................................................................................
108
4.6.2 Estradiol............................................................................................................................
111
4.6.3 Cortisol..............................................................................................................................
112
4.6.4 Evolução temporal dos teores plasmáticos médios de cortisol,
progesterona e estradiol no plasma sangüíneo...................................................
116
5 DISCUSSÃO....................................................................................................................
117
5.1 Temperatura corpórea......................................................................................................
117
5.2 Relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos e
movimentação e flexibilidade da cauda.......................................................................
118
5.3
Modificações da glândula mamária e dos tetos.......................................................
120
5.3.1 Grau de distensão e plenitude da glândula mamária........................................
120
5.3.2 Grau de distensão e plenitude dos tetos...............................................................
122
5.3.3 Grau de edema da glândula mamária......................................................................
123
5.3.4 Aspecto da secreção láctea pré-colostral..............................................................
123
5.3.5 Teores de cálcio na secreção láctea pré-colostral...............................................
123
5.4 Modificações da vulva e aspecto do fluxo vaginal...................................................
125
5.4.1 Aumento de tamanho da vulva (área da vulva)...................................................
125
5.4.2 Edema de vulva...............................................................................................................
125
5.4.3 Fluxo vaginal...................................................................................................................
126
5.4.4 Coloração da mucosa vaginal.....................................................................................
126
5.5 Perfil hormonal...................................................................................................................
126
5.5.1 Teores plasmáticos de progesterona.......................................................................
126
5.5.2 Teores plasmáticos de estradiol...............................................................................
128
5.5.3 Teores plasmáticos de cortisol..................................................................................
129
5.5.4 Evolução temporal dos teores plasmáticos de cortisol, progesterona e
estradiol............................................................................................................................
129
6 CONCLUSÕES...............................................................................................................
131
REFERÊNCIAS..............................................................................................................
134
30
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da civilização, os caprinos têm tido grande significado na vida do
ser humano e a criação destes animais foi coadjuvante da fixação, no Oriente, dos primeiros
núcleos de assentamentos, fornecendo leite, carne e pele, permitindo assim o desenvolvimento
da agricultura (PRINGLE, 1998; CORDEIRO, 2006). Também para a civilização ocidental, a
caprinocultura foi importante provedor de sobrevivência no início de assentamentos, e no
Brasil não foi diferente, onde os caprinos foram adaptados para a convivência no semi-árido
nordestino (CORDEIRO, 2006).
É documentado que o início da domesticação dos caprinos teve ínicio há cerca de
10.000 anos, nas montanhas do oeste de uma região onde atualmente situa-se o Irã. As cabras
foram originalmente trazidas a controle humano numa região que se estende do sul do
Oriente, Sudeste da Turquia e Norte da Síria até as pastagens das altas montanhas Zagros e
planícies áridas do Iraque e Irã (ZEDER; HESSE, 2000). Caprinos selvagens ainda são
encontrados em Creta e outras ilhas gregas, Turquia, Irã, Paquistão, Alpes, Sibéria, Sudão,
Cáucaso, Pirineus, Himalaia, Ásia Central e montanhas russas e tibetanas, tendo preferência
por montanhas rochosas e penhascos (HAENLEIN, 2004).
Os caprinos foram introduzidos no Brasil na época da colonização (ARAÚJO et al.,
2005) em menor número que os bovinos, uma vez que eram considerados “pouco úteis” e até
mesmo “inimigos” da cana-de-açúcar (MACHADO, 1996b). Os animais introduzidos nesta
época eram de um tipo não padronizado, sem raça definida (MACHADO, 1996a). Por volta de
1600, a relação bovino:caprino era da ordem de algumas centenas e a carne ovina era mais
consumida que a caprina. Cem anos depois, ao redor de 1700, havia cerca de 1,5 milhões de
bovinos e 50 mil eqüinos, sendo o efetivo caprino bem inferior ao eqüino. O número de
caprinos só começou a crescer com a ocupação do Sertão, a partir de 1640, quando o número
de animais passou de menos de 50 mil para 2 milhões entre 1700 e 1800 (MACHADO, 1996b).
Em torno de 1820, o rebanho caprino já era da ordem de 2,2 milhões de cabeças. A partir do
século XIX começaram a chegar as raças modernas padronizadas, sendo cerca de mil o
número de caprinos da raça Saanen que chegaram ao Brasil (MACHADO, 1996a). Por volta de
do ano 1900, no Nordeste do País, o rebanho caprino atingiu a mesma cifra que o bovino, 8
milhões de cabeças.
Segundo relatório da FAO (2006), em 2005 o rebanho caprino brasileiro contava com
10,7 milhões de exemplares e ocupava a 15ª posição no ranking mundial dos maiores rebanhos
31
desta espécie. A região do País com o maior número desses animais é a Nordeste, com mais de
9 milhões de exemplares, seguida por Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste (IBGE, 2004).
As cabras são encontradas nos cinco continentes e são bem adaptadas a climas
tropicais e temperados, áridos e úmidos, frios e quentes e ambientes montanhosos. São
valorizadas por diversos produtos e finalidades em diversas partes do mundo (DEVENDRA;
HAENLEIN, 2003). Existe uma grande variedade de raças de caprinos, sendo que as suíças
são as maiores produtoras mundiais de leite. As indianas, nubianas e suas mestiças possuem
dupla aptidão, enquanto que as espanholas e sul-africanas são mais conhecidas pela
habilidade em produzir carne. Os animais das raças Angorá Turca, Cashmere Asiática e
Russian Don são mantidos para a produção de mohair e lã cashmere. Além disso, há as cabras
West African Pygmy, de crescente interesse como animais de laboratório e de companhia
(HAENLEIN, 2004).
As cabras da raça Saanen, também chamadas Gessenay, receberam esse nome devido à
sua região de origem, uma vila localizada a 1.010 metros de altitude, no Vale do Rio Saanen,
Noroeste da Suíça (AQUINO, 2001). São animais de elevada habilidade para produção
leiteira, com o porte variando de médio a grande, pesando em média 65kg. Possuem coloração
branca ou creme clara, com pêlos curtos e finos, ocorrendo em alguns animais a presença de
franja na região dorsal. Os exemplares desta raça são sensíveis à luz solar e adaptaram-se bem
ao Brasil, apesar de terem melhor performance em climas mais frios (OKLAHOMA STATE
UNIVERSITY BOARD OF REGENTS, 1996).
Os sistemas de produção de caprinos variam desde criações de subsistência em
pequenos espaços, tanto nas áreas rurais como nas periferias das grandes cidades, até
criatórios comerciais bem organizados, com grandes estruturas de produção e, na maioria das
vezes, dedicando-se também ao beneficiamento e comercialização dos produtos.
A caprinocultura tem uma grande importância social (DUBEUF et al., 2004), sendo
muitas vezes a única fonte protéica de origem animal de famílias de baixa renda, por se
prestar bem a criações de “fundo de quintal”, como é chamado o manejo no qual os animais
atados a cordas são conduzidos a locais variados, inclusive beira de estradas, para que
pastejem (RIBEIRO, 1997). Outra função social desta espécie se apresenta na forma de
programas de reabilitação de meninos de rua e em programas de terapia ocupacional. A
caseína e a gordura do leite de cabra são mais facilmente digeridas que as do leite de vaca,
tornando o leite caprino muito valioso para os idosos, doentes, bebês, crianças com
intolerância ao leite de vaca, pacientes com úlcera e também na alimentação de potros e cães
órfãos (HAENLEIN, 2004).
32
O reconhecimento das modificações morfo-funcionais relacionadas à fase preparatória
do parto, bem como o estabelecimento de parâmetros que permitam a previsão com certa
exatidão do momento da parição, são fundamentais para uma efetiva avaliação clínica de
caprinos nos últimos dias de gestação. O acompanhamento do início e progresso da parição é
importante para maximizar o número de assistências ao neonato e mães com distocia,
facilitando intervenções precoces, quando necessárias, com a finalidade de reduzir as taxas de
natimortos, cesarianas e injúrias ao neonato e à fêmea parturiente (ROWE, 2006; SHAH et
al., 2006), bem como garantir que o recém-nascido receba o colostro (PARKER et al., 1988).
Intervenções desnecessárias em um animal em trabalho de parto podem causar complicações
e colocar em risco a saúde da mãe e a vida do feto (RÜSSE, 1979).
Ao avaliar a literatura sobre a fase preparatória do parto em caprinos, verifica-se a
escassez de informações sobre o assunto, não existindo publicações nas quais os sinais
clínicos indicadores da parição tenham sido objeto de estudo. Assim, a presente pesquisa foi
delineada com o objetivo de avaliar as modificações morfo-funcionais ocorridas durante a fase
preparatória do parto em caprinos através da avaliação dos seguintes parâmetros:
temperatura retal; relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos; distensão
e plenitude da glândula mamária e dos tetos; aspecto da secreção láctea pré-colostral e
concentração de cálcio nela presente; modificações da vulva e do fluxo vaginal e determinação
dos teores plasmáticos de progesterona, estradiol e cortisol.
33
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Considerações gerais
A cabra entra na puberdade com idade entre quatro e oito meses, sendo que a duração
do ciclo estral é de 21 dias, com o estro variando de 1 a 3 dias (GONZÁLEZ, 2002; PINEDA,
2003). A duração média da gestação é de 150 dias, podendo variar de 145 a 155 dias
(HASKELL, 2001; PINEDA, 2003), sendo que cabras gestando três fetos tendem a parir antes
(149 dias) do que cabras com feto único (151 dias) (SMITH; SHERMAN, 1994). Há uma maior
tendência a partos duplos, podendo variar de um a cinco filhotes por parto (TRALDI, 1985). A
vida reprodutiva é de cerca de quatro a dez anos (GONZÁLEZ, 2002). Os partos ocorrem
com mais freqüência enquanto há luz natural, principalmente no meio do dia (LICKLITER,
1985; BRAUN JUNIOR, 1997; ROMANO; PIAGGIO, 1999; GONZÁLEZ-STAGNARO;
MADRID-BURY, 2004).
O trabalho de parto é definido como o processo fisiológico através do qual o feto e seus
envoltórios são expulsos do útero (LANDIN-ALVARENGA, 2006b). O processo de parição é
dividido em três estágios: 1) início das dores do parto e chegada do feto ao canal cervical; 2)
ruptura da primeira bolsa até expulsão do(s) feto(s); 3) expulsão das membranas fetais
(VERMA et al., 1990).
2.2 Temperatura corpórea
A queda da temperatura corpórea observada na fase final da gestação de bovinos já foi
estudada em diversas ocasiões (WEIZ, 1943; EWBANK, 1963; BIRGEL JUNIOR, 1994;
KORNMATITSUK et al., 2000), sendo menor o número de trabalhos com animais da espécie
caprina (WEIZ, 1943; JONES; KNIFTON, 1971).
Weiz (1943) afirma que, aproximadamente quatro semanas antes do parto, a
temperatura da vaca aumenta gradualmente até atingir o máximo fisiológico (103,1
o
F), caindo
rapidamente cerca de 1,6
o
F um dia antes da parição. Essa queda, segundo Grunert e Birgel
(1989), é de cerca de 0,5 a 1,0
o
C e ocorre entre 12 e 36 horas antes do parto. Ovelhas, cabras e
34
porcas apresentam um similar aumento de temperatura no final da gestação, sendo que as
cabras, principalmente as primíparas, podem até mesmo exceder os limites fisiológicos
(104,9
o
F), exibindo um decréscimo diferenciado e acelerado da temperatura algumas horas
antes do parto (WEIZ, 1943).
Weiz (1943) relata que, em bovinos, a queda repentina na temperatura é capaz de
prever o parto para as próximas 24 horas, opinião oposta à de Reece (1996), que afirma que a
temperatura corpórea não é um seguro indicador da iminência do parto em outras espécies
que não a canina.
Com a finalidade de detectar alguma variação de temperatura que pudesse prever o
momento do parto, Ewbank (1963) avaliou as temperaturas retais de 25 vacas na fase final da
gestação e observou que as temperaturas mais altas ocorreram entre o segundo e o quarto dias
antes do parto (média de 102,8
o
F). Dezenove das 25 vacas tiveram temperaturas de 103,0
o
F ou
maiores em algum momento neste período de dois dias. Vinte e quatro das 25 vacas
mostraram uma queda na temperatura antes do parto e a restante manteve um padrão
flutuante. Esta queda começou de 74 a 33 horas antes do parto (média de 55 horas) e variou de
0,2 a 1,9
o
F (média de 1,1
o
F). Devido à grande variação, a queda na temperatura antes do parto
foi de valor limitado para prever o momento do parto.
Em outra ocasião, o mesmo pesquisador (EWBANK, 1969) realizou um estudo em
onze ovelhas, tendo observado que a temperatura retal média dos animais de dois a dez dias
antes do parto foi 39,0±0,04
o
C e que a partir das 54 horas que antecedem a parição houve uma
queda constante da temperatura em relação aos valores anotados nos nove dias anteriores. No
entanto, variações individuais de temperatura invibializaram a detecção de uma mudança de
temperatura que pudesse ser utilizada para prever o momento do parto. Ainda em ovelhas,
outras pesquisas (WINFIELD; MAKIN, 1973; WINFIELD et al., 1975) obtiveram sucesso ao
utilizar a queda da temperatura corpórea para prever a ocorrência da parição para as
próximas 48 horas.
Jones e Knifton (1971) acompanharam seis cabras em final de gestação e observaram
que nos últimos dez dias de prenhez a média das temperaturas ficou entre 102 e 103
o
F. Vinte e
quatro horas antes da parição, a temperatura de quatro dessas seis cabras caiu 0,6
o
F. Com
base nos resultados obtidos, os pesquisadores concluíram que não foi possível formular um
padrão de flutuação da temperatura retal que tivesse relação com a proximidade da parição, já
que em nenhum animal foi registrada temperatura abaixo da considerada normal (101,7 a
105,3
o
F).
35
González-Stagnaro e Madrid-Bury (2004) observaram, em cabras da raça Criolla, que
de 24 a 48 horas antes da parição ocorreu uma diminuição na temperatura corpórea (média de
0,8
o
C) em 75% das cabras examinadas. No entanto, devido à ampla variação individual
apresentada pelos animais, as diferenças não foram significativas.
A queda da temperatura corpórea na fase final da gestação foi consenso em vários
estudos realizados (WEIZ, 1943; EWBANK, 1963; EWBANK, 1969; JONES; KNIFTON, 1971;
GONZÁLEZ-STAGNARO; MADRID-BURY, 2004), sendo que em nenhum deles os
pesquisadores puderam estabelecer um padrão de queda de temperatura que pudesse prever o
momento da parição. Ao contrário destes, outros pesquisadores (BIRGEL JUNIOR, 1994;
BIRGEL JUNIOR; GRUNERT, 1994; KORNMATITSUK et al., 2000) concluiram em suas
pesquisas que a queda da temperatura observada no final da gestação pode ser utilizada para
prever a data do nascimento.
Birgel Junior (1994) avaliou a temperatura retal de 23 fêmeas bovinas no período final
de gestação e observou uma média de 39,1
o
C entre 120 e 48 horas antes do parto, valor que
caiu para 38,72
o
C entre 48 e 22 horas antes da parição. A partir deste momento, a temperatura
média aumentou até alcançar 39,25
o
C imediatamente antes do parto. Quando associada ao
relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, a queda da temperatura pôde ser ser utilizada
para prever o parto para as próximas 22 horas em 65,2% dos animais.
Segundo Birgel Junior e Grunert (1994), utilizando-se a queda da temperatura
corpórea foi possível prever que o parto ocorreria nas próximas 24 horas em 43,4% dos
animais examinados.
Kornmatitsuk et al. (2000) observaram, em 12 novilhas, uma queda na temperatura
corpórea 48 horas antes do parto, sendo que uma queda significativa de cerca de 1
o
C foi
anotada durante um período de 16 a zero horas antes do momento do parto. Esta queda de
cerca de 1
o
C pôde ser utilizada para prever que parto ocorreria nas próximas 16 horas.
2.3 Ligamentos Sacro-Isquiáticos e cauda
Na visão de diversos autores (ROBERTS, 1986; BERGLUND et al., 1987; ARTHUR et
al., 1989; GRUNERT; BIRGEL, 1989; REXHA et al., 1993; BIRGEL JUNIOR, 1994), o
relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos é, dentre os sinais clínicos da parição
36
iminente, aquele de maior importância e que mais intimamente pode ser relacionado à
proximidade do parto em fêmeas bovinas.
Na fase final da gestação, ocorre um relaxamento dos músculos da região abdominal,
fazendo com que o abdômen torne-se pendular e que ocorra afundamento nos dois lados da
base da cauda (REECE, 1997). O relaxamento dos ligamentos pélvicos ocorre gradualmente
durante o desenvolvimento da gestação e torna-se mais rápido próximo ao parto (EWBANK,
1963; LANDIN-ALVARENGA, 2006a). Alguns pesquisadores (REECE, 1997; SENGER, 1999;
JAINUDEEN; HAFEZ, 2003) creditam este fato aos crescentes teores de estradiol
encontrados no final da prenhez, que associados à relaxina, causam esse relaxamento,
possibilitando a dilatação do canal do parto. A relaxina faz com que os ligamentos e músculos
associados ao redor do canal pélvico relaxem, permitindo que o feto expanda o canal pélvico
em seu potencial máximo (STABENFELDT; DAVIDSON, 2004a).
Nos bovinos, cerca de uma ou duas semanas antes do parto, é possível observar o
início do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, que é mais evidente de 24 a 48 horas
antes da parição (GRUNERT; BIRGEL, 1989; SHAH et al., 2006), atingindo grau máximo
geralmente doze horas antes do parto (DROST, 2006). Em caprinos, assim como nos bovinos,
o relaxamento destes ligamentos ocorre como resultado do aumento do estradiol circulante
no final da gestação e sinaliza que a parição é iminente (BRAUN JUNIOR, 1997).
Ewbank (1963) observou que o grau de relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos
aumentava à medida que o parto tornava-se próximo. Dezenove das vinte vacas examinadas
pelo pesquisador apresentaram relaxamento progressivo desses ligamentos ao longo da
gestação, sendo que apenas oito delas não estavam com os ligamentos totalmente relaxados
cerca de sete horas antes da parição. O pesquisador considerou que animais com completo
relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos associado à máxima distensão do úbere
(impossibilidade de preguear a pele) estavam na iminência da parição.
Berglund, Philipsson e Danell (1987), num trabalho realizado em 159 vacas,
observaram que os ligamentos começavam a relaxar em média uma semana antes da parição e
que, doze horas antes desta, 42% dos animais já apresentavam os ligamentos relaxados. Nesta
ocasião, os autores afirmaram que os sinais clínicos mais eficientes em prever o parto para as
próximas doze horas foram o relaxamento dos ligamentos e o aparecimento de colostro.
Baseados no relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, Birgel Junior e Grunert
(1994) puderam prever em 52,2% dos bovinos examinados que o parto ocorreria nas próximas
24 horas.
37
Em 2000, Kornmatitsuk e co-autores, ao acompanharem o final da gestação de doze
novilhas, observaram que doze horas antes do parto já era possível detectar um proeminente
relaxamento dos ligamentos pélvicos em 87,5% dos animais. Os pesquisadores afirmaram que
esse relaxamento, associado à distensão do úbere, foi útil em prever o parto para as próximas
doze horas.
Ao avaliar 23 fêmeas bovinas nas últimas 263 horas que antecedem o parto, Birgel
Junior (1994) observou a ocorrência de um relaxamento gradual dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos entre 263 (cerca de 11 dias) e 37 horas antes do parto, alcançando grau máximo
imediatamente antes da parição. Um grau de relaxamento variando de médio a alto foi
observado em 13% dos animais 48 horas antes da parição, aumentando para 65,2% seis horas
antes do parto e para 95,7% imediatamente antes do parto, sendo que 4,3% dos animais
pariram sem que houvesse relaxamento intenso dos ligamentos. Nessa ocasião, o relaxamento
dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos teve correlaçào positiva com os teores plasmáticos de
estrógeno e, em associação com a queda de temperatura, foi capaz de prever o parto para as
próximas 22 horas em 65,2% dos animais. Na mesma pesquisa, Birgel Junior (1994) observou
que os animais que mostraram grau médio de relaxamento nas 22 horas que antecedem o
parto tiveram as médias mais altas (4,83ng/ml) de estrógeno nas últimas 96 horas antes do
parto. Já o grupo no qual o relaxamento ocorreu nas últimas 6 horas antes do parto mostrou
valores plasmáticos médios de estrógeno iguais a 1,68ng/ml ou menores.
Shah, Nakao e Kubota (2006), ao realizarem uma pesquisa em 37 vacas da raça
Holandesa, puderam afirmar que um aumento gradual no 17β-estradiol desde os primeiros
estágios da gestação (100 dias) causou o relaxamento gradual dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos e estruturas próximas a fim de acomodar o feto em desenvolvimento. Na mesma
ocasião, relataram que o aumento de 17β-estradiol no final da gestação, provavelmente em
associação com outros hormônios, foi o responsável por um aumento significante no
relaxamento dos ligamentos no dia que precede a parição. No entanto, um marcado aumento
no 17β-estradiol plasmático ocorreu de 1 a 2 dias antes do significante relaxamento ocorrer.
Isso sugeriu que, após o aumento dos níveis de estrógeno, é necessário algum tempo até que
os ligamentos relaxem.
Birgel Junior (1994) afirmou que um aumento na flexibilidade da cauda foi visto em
bovinos conforme o momento do parto se aproximava. O pesquisador relatou que nas últimas
22 horas antes da parição a cauda perdeu gradualmente a capacidade de se movimentar.
2.4 Modificações da glândula mamária e dos tetos
38
Apesar do desenvolvimento da glândula mamária ter início na puberdade
(STABENFELDT; DAVIDSON, 2004b), seu maior desenvolvimento ocorre durante a
gestação, coincidindo com o período no qual o feto cresce mais rápido (HURLEY; FORD
JUNIOR, 2003), quando são formados os ductos inter-alveolares e os alvéolos começam a
aparecer. A quantidade de tecido secretor da glândula mamária, na vaca, aumenta pouco nos
primeiros meses de gestação, começando a aumentar a partir do quarto mês (ROBERTS, 1986;
GONZÁLEZ, 2002; DROST, 2006). No quinto mês de gestação, o tecido secretor substitui o
tecido adiposo, formando microlóbulos e ductos que crescem durante o resto da gestação. Os
tecidos vascular e linfático também vão ocupando espaço, de forma que no nono mês de
gestação os alvéolos mostram atividade secretora. Em novilhas ou vacas jovens de alta
produção pode ocorrer, antes do parto, edema de glândula mamária e do tecido adjacente a
ponto de ocasionar dor e desconforto, necrose da pele e falha na descida do leite. Este fato é
devido ao desequilíbrio circulatório causado pelo grande fluxo de sangue à glândula, maior
que o sistema venoso pode comportar (GONZÁLEZ, 2002).
Akers (2002) descreve que, durante a gestação, as concentrações plasmáticas de
progesterona permanecem altas e as de estrógeno estão mais elevadas que as encontradas
durante o ciclo estral, aumentando próximo à parição. Desta maneira, acredita-se que as altas
concentrações plasmáticas destes hormônios sejam responsáveis, em grande parte, pelo
crescimento do tecido mamário durante a gestação. Diversos autores (ROBERTS, 1986;
KHAN; LUDRI, 2002; LAMOTE et al., 2004; DEVILLERS et al., 2006; LANDIN-
ALVARENGA; PRESTES, 2006) afirmam que a diminuição dos teores de progesterona e o
aumento dos teores de 17β-estradiol no plasma sangüíneo no final da gestação, além de
estarem relacionados ao mecanismo do parto, estimulam a secreção de leite. Knight, Peaker e
Wilde (1998) relatam também ser necessário o aumento dos níveis de glicocorticóides e
prolactina para que ocorra o início da secreção láctea. Os estrógenos e os glicocorticóides
aumentam o número de receptores para prolactina nos alvéolos mamários de forma a
contribuir para a resposta do tecido mamário tanto da prolactina quanto dos próprios
glicocorticóides (GONZÁLEZ, 2002).
Como descrito por Akers (2002), altas concentrações plasmáticas de progesterona
inibem o início da lactação em animais prenhes não lactentes, porém, não inibem uma
lactação já estabelecida (GONZÁLEZ, 2002). Assim, animais em lactação que tornam-se
gestantes não perdem a capacidade de fornecer leite. González (2002) afirma que isto ocorre
39
muito provavelmente devido à diminuição dos receptores para progesterona na glândula
mamária. Além disso, a progesterona tem mais afinidade pelos lipídeos do leite do que pelos
receptores, de forma que a gordura do leite “seqüestra” a progesterona e impede sua atividade
biológica.
Na vaca, ocorre uma marcada diminuição de progesterona 24 a 48 horas antes do
parto, coincidindo com o estágio inicial da lactogênese. Na mulher, entretanto, os altos níveis
de progesterona persistem por várias horas após o parto, retardando o início da lactação
(GONZÁLEZ, 2002). Em cabras da raça Saanen foi observado que as mudanças na glândula
mamária coincidiram com a queda nas concentrações plasmáticas de progesterona ocorrida
de meio a um dia antes do parto (DAVIS et al., 1979).
Fleet et al. (1975) descreveram dois estágios de lactogênese em caprinos. No estágio I
ocorre o início da atividade secretória, isto é, o aparecimento gradual de secreção pré-
colostral na glândula mamária, o qual ocorre algumas semanas antes do parto. O estágio II é o
início da abundante produção de secreção láctea quase no momento do parto.
O desenvolvimento progressivo do úbere (EWBANK, 1963; REECE, 1997; DROST,
2006) e o preenchimento das cisternas da mama com secreção láctea (GRUNERT; BIRGEL,
1989; REECE, 1997) são sinais da proximidade do parto observados em bovinos. Anderson et
al. (1981) afirmam que em caprinos o desenvolvimento da glândula mamária é mais intenso
nos dois últimos meses de gestação. Braun Junior (1997) diz que a distensão do úbere,
principalmente em cabras primíparas, pode não ser um acurado indicador da proximidade do
parto, visto que esses animais muitas vezes apresentam a glândula mamária distendida já no
terceiro ou quarto mês de gestação. Por outro lado, cabras adultas podem também apresentar
ingurgitamento precoce do úbere, sendo necessária a ordenha, ou então só demonstram
distensão da glândula mamária no momento do parto ou logo após este.
Berglund, Philipsson e Danell (1987) perceberam que a distensão da glândula mamária
teve início, em bovinos, de uma a duas semanas antes da parição e que 37,5% das 159 vacas
examinadas apresentavam o úbere muito distendido doze horas antes do parto. Já Birgel
Junior (1994) observou em vacas a ocorrência de úbere e tetos distendidos, com
impossibilidade de preguear a pele, principalmente nas últimas 22 horas de gestação, sendo
que esta condição já podia ser observada em 44,4% das novilhas 84 horas antes do parto,
mostrando que o desenvolvimento e repleção do úbere foi mais tardio em vacas do que em
novilhas.
Ao avaliarem o pré-parto de doze novilhas, Kornmatitsuk et al. (2000) observaram
que, doze horas antes da parição, 100% dos animais apresentavam distensão do úbere. Em
40
associação com o relaxamento dos ligamentos pélvicos, assim como descreveu Ewbank
(1963), a distensão do úbere foi capaz de prever o parto para as próximas doze horas.
Alguns pesquisadores (MALVEN et al., 1983; VESTWEBER; AL-ANI, 1984) puderam
constatar que o edema mamário, em animais da raça Holandesa, tem início sete dias antes da
parição. Em 33 novilhas, Malven et al. (1983) observaram que o grau de edema da glândula
mamária aumentou progressivamente entre sete e um dia antes do parto e permaneceu
elevado até um dia e meio após a parição. Nesta pesquisa, as concentrações plasmáticas de
17β-estradiol e progesterona na fase final da gestação (médias de 212pg/ml e 4,3ng/ml,
respectivamente, entre sete e um dia antes do parto) foram negativamente associadas com o
edema mamário pré-parto. No entanto, os autores afirmam que a progesterona pode ser
responsável por uma inibição do edema mamário, já que existem evidências de que este
hormônio inibe o início da lactação até o momento em que suas concentrações caem e
permitem a parição.
Birgel Junior (1994), ao avaliar a fase preparatória do parto em 23 animais da raça
Holandesa, observou que 77,8% das novilhas já apresentavam edema mamário 263 horas
(cerca de onze dias) antes da parição. Nas vacas, o edema se desenvolveu somente nas últimas
37 horas de gestação, sendo menos severo nesta categoria animal, com 78,6% dos animais
apresentando edema em todo o úbere, enquanto que no restante das vacas (21,4%) o edema
estava limitado à base da glândula. Em 12 novilhas, Kornmatitsuk et al. (2000) observaram
que, doze horas antes da parição, 50% apresentavam leve edema de úbere e em outros 37,5%
um edema pronunciado já era visto, confirmando a afirmação de Drost (2006), de que em
novilhas é comum ocorrer edema de úbere poucos momentos antes da parição.
Em bovinos, imediatamente antes do parto há modificação do aspecto da secreção
láctea, que de aquosa, viscosa ou semelhante ao mel passa a ter aspecto colostral (GRUNERT;
BIRGEL, 1989; DROST, 2006). Fleet et al. (1975) também observaram uma mudança nesse
aspecto em cabras, sendo que a secreção pré-colostral passou de semelhante a fluido
extracelular para leite.
Berglund, Philipsson e Danell (1987) e Kornmatitsuk et al. (2000) observaram que
12,5% dos animais avaliados, respectivamente 159 vacas e 12 novilhas, já apresentavam
colostro doze horas antes da parição. Já Birgel Junior (1994), avaliando 23 fêmeas bovinas,
observou que o colostro aparecia antes nas novilhas (48 horas pré-parto) do nas vacas (22
horas pré-parto). Nesta ocasião, o pesquisador observou que 263 horas antes da parição
(cerca de 11 dias), 55,6% das novilhas apresentavam uma secreção láctea aquosa, fato não
41
ocorrido nas vacas. No entanto, 50% das vacas apresentaram secreção láctea com aspecto de
mel, o que não ocorreu nas novilhas.
Knight, Peaker e Wilde (1998) afirmam que durante a lactogênese a síntese dos
constituintes individuais do leite aumenta rapidamente, porém, Šamanc et al. (2005) não
encontraram, em vacas, diferenças significativas na concentração láctea de cálcio em amostras
colhidas em média 32 horas antes do parto e duas horas após a parição, sendo que nas duas
ocasiões os valores ficaram em torno de 1,7-1,8g/l.
Num trabalho realizado por Bleul et al. em 2006, foram dosadas as concentrações dos
eletrólitos na secreção láctea de 23 bovinos nos doze últimos dias de gestação. Houve
diferença significativa nas concentrações de cálcio durante o período de avaliação, com valor
médio de cerca de 5mmol/l oito dias antes do parto; 7mmol/l seis dias antes do parto; 11mmol/l
quatro dias antes do parto; 13mmol/l três dias antes do parto; 19mmol/l dois dias antes do
parto; 25mmol/l na véspera do parto e 30mmol/l no dia da parição. Os autores chegaram à
conclusão que as concentrações de cálcio estavam correlacionadas com o momento da parição
e que podem ser utilizadas para prever a data do parto. No entanto, o momento do parto não
pode ser previsto se forem consideradas apenas as mensurações individuais, sendo necessária
a obtenção de uma seqüência de amostras.
Birgel Junior (1994) também observou um aumento gradual na concentração média de
cálcio presente na secreção láctea, passando de 14,2mmol/l 263 horas (cerca de 11 dias) antes
do parto para 52,1mmol/l imediatamente antes da parição.
Em caprinos, existe controvérsia quando o assunto é a concentração de cálcio na
secreção láctea pré-colostral. Davis et al. (1979) não observaram mudanças significativas nos
teores lácteos de cálcio durante a gestação de seis cabras da raça Saanen. Já Akintunde,
Akinsoyinu e Akinyele (1979), avaliando doze cabras da raça West African Dwarf,
observaram que os teores lácteos de cálcio na secreção colostral foram mais baixos do que os
observados no leite propriamente dito. A média dos teores colostrais (primeiros cinco dias)
de cálcio foi 0,65±0,02g/kg, ao passo que no leite a média foi 2,01±0,98g/kg. O cálcio lácteo
mostrou um crescimento altamente significativo à medida que a lactação avançava, alcançado
valores normais no sexto dia de lactação. No dia do parto, a média dos teores colostrais de
cálcio foi 0,81g/kg. Contrariando esta pesquisa, Nelson (2004) afirmou que os teores de cálcio
no colostro chegam a ser duas vezes maiores do que no leite, confirmando a opinião de
Haenlein e Caccese (2004).
As médias dos teores de cálcio lácteo encontrados por Park e Chukwu (1988) no leite
de cabras das raças Alpina e Anglo-Nubiana durante os primeiros 150 dias de lactação foram
42
de 138,6 e 139,3 mg/100ml, respectivamente. No momento do parto, ou seja, com zero horas de
lactação, as médias foram de 156,0±49,5mg/100ml para os animais da raça Alpina e
133,5±59,0mg/100ml para aqueles da raça Anglo-Nubiana. Já Orak, Yanardag e Hugül (2000)
avaliaram as concentrações de cálcio somente no leite, encontrando um valor médio de
1,40±0,28g/kg para as concentrações de cálcio.
Kráĉmar et al. (2003) encontraram, em cinco cabras, um valor médio de
26,53±5,34mmol/l de cálcio na secreção láctea em amostras colhidas duas horas após o parto e
relataram que houve tendência de aumento nesses valores, já que 12 horas após a parição o
valor médio foi 33,36±0,50mmol/l.
2.5 Modificações da vulva e do fluxo vaginal
Apesar de serem sinais associados à parição iminente, as modificações na região vulvar
tais como edema da vulva, alterações da coloração da mucosa vaginal e ocorrência de fluxo
vaginal mucoso, não são considerados parâmetros importantes para a previsão do momento
da parição (ROBERTS, 1986; BERGLUND et al., 1987; GRUNERT; BIRGEL, 1989; REXHA et
al., 1993).
À medida que o estradiol aumenta, a cérvix e a vagina produzem muco, responsável
pela retirada do tampão cervical da gestação e pela lubrificação do canal cervical e vagina,
reduzindo a fricção e ajudando o feto a sair do trato reprodutivo com relativa facilidade
(SENGER, 1999).
Jainudeen e Hafez (2003), assim como outros pesquisadores (GRUNERT; BIRGEL,
1989; REECE, 1997), referem que nas proximidades do parto de bovinos pode ocorrer
edemaciação da vulva e descarga de fluxo vaginal mucoso. Em pequenos ruminantes, Grunert
e Birgel (1989) afirmam que somente é descrita ligeira edemaciação da vulva. Já Braun Junior
(1997) relata que a vulva das cabras aumenta de tamanho e pode estar levemente mais longa,
fatos quase concomitantes com o relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos. Durante a
maior parte do período gestacional, a mucosa vaginal encontra-se pálida e seca (JAINUDEEN;
HAFEZ, 2003; LANDIN-ALVARENGA, 2006a).
Segundo Birgel Junior (1994), o aumento de tamanho da vulva é um sinal precoce da
aproximação do parto em fêmeas bovinas. Num trabalho realizado pelo pesquisador em 23
animais, foi observado que 84 horas antes do parto todos os animais mostraram aumento de
43
tamanho da vulva, que foi de baixa à média intensidade. Outros pesquisadores
(KORNMATITSUK et al., 2000) obtiveram resultados semelhantes ao acompanharem a fase
final da gestação em 12 novilhas. Nesta ocasião, a largura e o comprimento da vulva dos
animais aumentaram gradualmente durante a parição iminente e estas mensurações tiveram
alta variação individual, sendo que 100% dos animais avaliados já apresentavam proeminente
aumento de vulva e discreta descarga vaginal doze horas antes do parto. Já Berglund,
Philipsson e Danell (1987) relataram aumento de tamanho da vulva em 30,8% de 159 vacas
examinadas doze horas antes da parição.
A presença de descarga de muco vaginal foi avaliada por Ewbank (1963) num trabalho
realizado em vinte vacas. Nesta ocasião, o pesquisador observou que a quantidade de muco
vaginal foi variável e não pareceu haver aumento na quantidade ou freqüência da descarga à
medida que a parição se aproximava. Berglund, Philipsson e Danell (1987) relataram que de
159 vacas examinadas doze horas antes do parto, 19,9% apresentavam descarga de muco
vaginal.
2.6 Teores plasmáticos de progesterona
As atividades ligadas à progesterona estão, muitas vezes, associadas aos estrógenos ou
a uma ação inicial destes hormônios. As funções da progestrona são: promoção do
crescimento das glândulas endometriais; estimulação da atividade secretória do oviduto e das
glândulas endometriais a fim de prover nutrientes para o desenvolvimento do embrião antes
da implantação; prevenção da contratilidade do útero durante a prenhez; regulação da
secreção de gonadotropinas e promoção do crescimento lóbuloalveolar da glândula mamária
(STABENFELDT; EDQVIST, 1996; REECE, 1997).
Nos mamíferos, a progesterona é produzida pelo corpo lúteo e pela placenta e deve
estar presente na circulação materna para que a gestação seja mantida (FLINT et al., 1979;
STABENFELDT; EDQVIST, 1996; LYE, 1996; PINEDA, 2003; RENZO et al., 2005; LANDIN-
ALVARENGA, 2006a), sendo que o corpo lúteo é necessário a todas as espécies domésticas
no início da gestação (REECE, 1997). A ovelha e a égua só necessitam do corpo lúteo até o 60º
e 100º dias de gestação, respectivamente. Apesar da ovelha não precisar da progesterona
secretada pelo corpo lúteo para a manutenção da gestação a partir do 100º dia, a regressão do
corpo lúteo não ocorre e a produção luteal continua, sendo que a produção placentária é a
44
dominante (REECE, 1996), assim como ocorre na mulher (LYE, 1996). A presença do corpo
lúteo é necessária em quase todo o período gestacional na cadela e na gata (REECE, 1996), e
durante toda a prenhez na porca e na cabra (MEITES et al., 1951; ROBERTS, 1986; CURRIE et
al., 1988; STABENFELDT; EDQVIST, 1996; REECE, 1997), visto que nestas espécies a
placenta não produz progesterona em quantidades suficientes para manter a gestação
(PINEDA, 2003; LANDIN-ALVARENGA, 2006a). Na vaca, a placenta assume o papel
principal na produção de progesterona entre 150 e 200 dias de gestação (ARTHUR et al.
1989).
A progesterona garante a quiescência do miométrio durante a gestação (ARTHUR et
al., 1989; LYE, 1996; JAINUDEEN; HAFEZ; PINEDA, 2003; STABENFELDT; DAVIDSON,
2004a), em associação com a relaxina (STABENFELDT; EDQVIST, 1996), que diminui a
freqüência e a amplitude das contrações (LANDIN-ALVARENGA, 2006b).
Nos bovinos, da quarta à primeira semana antes da parição, ocorre uma diminuição de
aproximadamente 20% nos teores plasmáticos de progesterona. Uma diminuição mais
abrupta pode ser percebida durante os últimos três dias antes da parição (EDQVIST et al.,
1978; EISSA; EL-BELELY, 1990; MATSAS et al., 1992), sendo interpretada como uma luteólise
pré-parto (EDQVIST et al., 1978). Nas cabras, o trabalho de parto também é precedido por
uma queda nos teores plasmáticos de progesterona (CURRIE; THORBURN, 1977; HEAP et
al., 1977; THORBURN et al., 1977; FLINT et al., 1979; ARTHUR et al., 1989). A remoção do
bloqueio de progesterona ocorre porque o cortisol fetal promove a ativação da enzima 17α-
hidroxilase, que converte progesterona em estradiol, contribuindo, ao menos em parte, para a
pronunciada queda da progesterona e elevação do estradiol (ANDERSON et al., 1975; FLINT
et al., 1978; THORBURN, 1991; SENGER, 1999; LANDIN-ALVARENGA, 2006b). Além disso,
os corticóides fetais também provocam a síntese de Prostaglandina F
2α
(PGF
2α
) pela placenta,
causando a regressão do corpo lúteo e, conseqüentemente, o declínio de progesterona (UMO
et al., 1976; FORD et al., 1998; SENGER, 1999). Embora a retirada da progesterona seja
essencial para que o parto aconteça, este fato por si só não dá início à parição, sendo
necessária a liberação de PGF
2α
para provocar a luteólise e orientar as contrações do
miométrio. A regressão do corpo lúteo tem início de 24 a 36 horas antes do parto, sendo que a
remoção completa de progesterona ocorre de 12 a 24 horas antes da parição (STABENFELDT;
DAVIDSON, 2004a).
Diversas pesquisas foram realizadas em bovinos (PARKER et al., 1988; MATSAS et al.,
1992; BIRGEL JUNIOR, 1994) com a finalidade de prever o momento da parição baseando-se
na queda dos teores plasmáticos de progesterona.
45
Parker e colaboradores (1988), ao avaliarem trinta e seis vacas da raça Holandesa,
observaram que 36 horas antes do parto o valor médio das concentrações plasmáticas de
progesterona era de 1,50ng/ml, porém com flutuações. De 36 a 15 horas antes do início da
parição, as concentrações caíram rapidamente. Os pesquisadores chegaram à conclusão que
quando um animal apresentava níveis maiores do que 1,50ng/ml, a probabilidade de ocorrer o
parto nas próximas 18 horas era pequena, sendo que apenas um animal pariu nestas condições
(1ng/ml mensurado 15 horas antes do parto).
Utilizando um kit comercial de radioimunoensaio, Matsas, Nebel e Pelzer (1992)
relataram que as concentrações plasmáticas de progesterona capazes de prever com mais
acurácea se o parto ocorreria nas próximas 24 horas foram < 1,20 e < 1,30ng/ml. Nestas
concentrações, 97,9% (183/187) das amostras analisadas indicaram que a parição ocorreria
dentro das próximas 24 horas.
Birgel Junior (1994) observou que a redução das concentrações plasmáticas de
progesterona ocorreu em duas fases no final do período gestacional de 23 bovinos. Na
primeira (239 a 37 horas antes do parto), houve decréscimo gradual de 7,20 para 4,80ng/ml,
sendo que na segunda (37 a 6 horas antes do parto), uma queda súbita foi registrada e o valor
mínimo observado foi 0,90ng/ml, imediatamente antes da parição. Com base nos teores
plasmáticos de progesterona, o parto pôde ser previsto para as próximas 22 horas em 91,3%
dos animais examinados.
Braun Junior (1997) afirma que os níveis plasmáticos de progesterona em cabras
gestantes permanecem altos até cerca de quatro dias antes parto. Já Sawada (1974) refere que
que as concentrações são altas entre 10 e 140 dias de gestação, caindo rapidamente uma dia
antes da parição. Roberts (1986) diz que as concentrações plasmáticas de progesterona
aumentam de 5,00ng/ml para 33,00ng/ml aos 90 dias de gestação, caem para 7,00ng/ml aos
140 dias e caem novamente no momento da parição, nesta ocasião atingindo níveis muito
baixos.
Ao acompanharem a fase final da gestação de cinco cabras, Fleet et al. (1975)
observaram que as concentrações plasmáticas médias de progesterona anotadas dezesseis,
oito, seis, quatro e dois dias antes do parto foram 3,00ng/ml, 6,50ng/ml, 5,00ng/ml, 5,50ng/ml
e 5,00ng/ml, respectivamente. No dia do parto, os teores plasmáticos de progesterona foram
os mais baixos, 1,00ng/ml.
Rawlings e Ward (1977) afirmaram que, em cabras, os seis dias que antecedem o parto
são caracterizados por uma queda significativa dos teores plasmáticos de progesterona, sendo
que dezesseis e quatro dia antes da parição a média estava ao redor de 7,00 e 6,00ng/ml,
46
respectivamente, e na véspera do parto esse valor era menor do que 1,00ng/ml. Em outra
ocasião (RAWLINGS; WARD, 1978), observaram, em quatro cabras, a que a queda nos níveis
plasmáticos de progesterona ocorreu antes do ínicio do trabalho de parto, sendo que cinco
dias antes da parição, a média dos teores plasmáticos era 6,58±2,31ng/ml, enquanto que no
início da atividade uterina esse valor caiu para 3,37±0,85ng/ml.
Bosu, Serna Garibay e Barker (1979), ao acompanharem a fase final de gestação em
cinco cabras, observaram que a média das concentraçòes plasmáticas de progesterona
decresceu de 3,90ng/ml três dias antes do parto para 1,00ng/ml no dia da parição, sendo que
durante o período pós-parto, as concentrações plasmáticas de progesterona não excederam
0,50ng/ml.
Em seis cabras da raça Alpina, Currie, Gorewit e Michel (1988) observaram que as
concentrações plasmáticas de progesterona começaram a mudar gradualmente cerca de 40
horas antes do parto, sendo mais evidente 24 horas antes da parição. As primeiras flutuações
de progesterona, apresentadas por todos os animais, não levaram a decréscimos irreversíveis.
Porém, o declínio ocorrido de 26 a 20 horas antes da parição não foi seguido por nenhuma
recuperação nos níveis plasmáticos de progesterona.
Avaliando a gestação de cabras das raças Canindé e Moxotó, Sousa et al. (1999),
observaram que as concentrações plasmáticas de progesterona permaneceram altas até a 19ª
semana de gestação (133 dias), com médias de 7,96±1,33ng/ml e 5,95±0,90ng/ml,
respectivamente. Imediatamente antes do parto, houve queda nesses valores, atingindo
médias de 3,98±1,59ng/ml e 3,45±0,36ng/ml para as raças Canindé e Moxotó, respectivemente.
Kadzere, Llewelyn e Chivandi (1996) observaram, em dez cabras do Leste Africano,
que as concentrações plasmáticas de progesterona mantiveram-se altas durante a gestação,
apresentando picos que excediam 6ng/ml, sendo que no dia da parição, os valores
encontrados foram menores que 0,50ng/ml.
Nas primeiras duas semanas de gestação de cabras da raça Damascus (Baladi), Gaafar,
Gabr e Teleb (2005) anotaram teores plasmáticos médios de progesterona iguais a
4,60±2,80ng/ml, valor que aumentou constantemente até alcançar, na 12ª semana (84 dias), a
média mais alta durante a gestação (24,50±3,10ng/ml). Deste momento em diante, houve um
repentino decréscimo nos valores até atingir 0,80±0,40ng/ml no momento da parição.
Alguns trabalhos (UMO et al., 1976; AKUSU et al., 1989; KHAN; LUDRI, 2002)
compararam, em caprinos, as médias de progesterona plasmática encontradas na véspera e no
dia da parição. Umo, Fitzpatrick e Ward (1976), em oito animais, relataram que a média
permaneceu estável (4,0-4,5ng/ml) até um repentino e significante declínio 24 horas pré-
47
parto, com média de 0,80±0,10ng/ml. O início das contrações uterinas coincidiu com esse
declínio, sendo que a média após o parto foi 0,50ng/ml. Akusu, Nduka e Egbunike (1989)
observaram que, em onze animais da raça West African Dwarf no dia que antecede o parto, o
valor médio dos teores plasmáticos de progesterona eram de 3,41±0,12ng/ml, sendo que no dia
da parição esse valor médio era de 0,74±0,12ng/ml. Já Khan e Ludri (2002) notaram, em dez
cabras mestiças, que as concentrações plasmáticas de progesterona caíram continuamente a
partir do décimo dia que antecede o parto até o dia do nascimento, sendo que na véspera e no
dia do parto os valores eram iguais a 1,21ng/ml e 0,62ng/ml, respectivamente.
Tratando-se especificamente de cabras da raça Saanen, três trabalhos (DAVIS et al.,
1979; KORNALIJNSLIJPER et al., 1997; SINGER et al., 2004) confirmaram a queda pré-parto
nos níveis plasmáticos de progesterona. Davis et al. (1979) observaram, em seis animais, duas
leves quedas nos teores plasmáticos de progesterona, entre sete e nove dias antes do parto
(3,97±0,36ng/ml) e no segundo dia que antecede este evento (pouco mais de 3,00ng/ml). O
primeiro decréscimo significante ocorreu de meio a um dia antes da parição (cerca de
1,50ng/ml). A queda continuou, até que os valores estivessem bem baixos à termo (menos de
1,00ng/ml). Já Kornalijnslijper et al. (1997) observaram que entre 121 e 150 dias de gestação os
teores médios plasmáticos de progesterona ficaram em torno de 10,00ng/ml, sendo que ao
redor do parto essas médias caíram para valores menores que 0,50ng/ml. Singer et al. (2004),
em dezesseis cabras, verificaram que entre 30 e 24 horas antes do parto ocorreu uma
diminuição brusca (média de 4,17±1,90ng/ml) nos níveis de progesterona. A média antes do
parto (entre zero e nove horas) foi 1,48±0,69 ng/ml.
2.7 Teores plasmáticos de estradiol
O 17β-estradiol e a estrona são os estrógenos predominantes nos animais domésticos
(RAWLINGS e WARD, 1978; DHINDSA et al., 1981; STABENFELDT; EDQVIST, 1996). A
principal função dos estrógenos é causar proliferação celular e crescimento dos tecidos
relacionados com a reprodução. Os estrógenos são responsáveis pela estimulação do
crescimento das glândulas endometriais e dos ductos da glândula mamária; aumento da
atividade secretória dos ductos uterinos; início da receptividade sexual; regulação da secreção
de hormônio luteinizante pela hipófise anterior; possível regulação da liberação da PGF
2α
do
útero não-gravídico e gravídico; fechamento precoce das placas epifisárias dos ossos longos
48
(fim do crescimento ósseo); anabolismo protéico (menos pronunciado que o da testosterona)
e atividade epiteliotrófica (prevalência da corneificação da vagina na ocasião do estro)
(REECE, 1997).
As características sexuais secundárias das fêmeas, incluindo mudanças na
conformação corpórea e crescimento, distribuição de pêlos ou plumagem e crescimento e
desenvolvimento das glândulas mamárias, estão sob controle estrogênico. Os estrógenos são
responsáveis também pela indução da receptividade sexual da fêmea. Na maioria das espécies
animais domésticas, os estrógenos sozinhos ou crescentes níveis sangüíneos de estrógenos
associados a níveis decrescentes de progesterona induzem o comportamento de estro
(PINEDA, 2003).
Uma importante mudança hormonal que ocorre logo antes do parto é um aumento na
produção de estrógeno (LAMMOGLIA et al., 1997; REECE, 1997). O cortisol fetal promove a
síntese da PGF
2α
de origem placentária e também da enzima responsável pela conversão de
progesterona em estradiol (SENGER, 1999). O aumento do estrógeno e a diminuição da
progestrona convertem o útero de um estado quiescente para um de potencial contratilidade
(REECE, 1997). À medida que o estradiol e a PGF
2α
tornam-se elevadas, a motilidade do
miométrio aumenta e as contrações têm início (SENGER, 1999). O aumento dos níveis de
estrógeno, bem como o tempo para ocorrer o parto, variam conforme a espécie animal, sendo
mais longos na vaca e mais curtos na ovelha (REECE, 1997). Apesar dos estrógenos serem
responsáveis pela capacidade contrátil do útero, não são capazes de dar início às contrações e
também não podem ser utilizados na indução ou estimulação das ondas uterinas (RÜSSE,
1979).
Em bovinos, o aumento das concentrações plasmáticas de estrógeno no final da
gestação foi relatado por diversos pesquisadores (EISSA e EL-BELELY, 1990; BIRGEL
JUNIOR, 1994; SHAH et al., 2006). Eissa e El-Belely (1990) observaram, em 33 vacas, que as
concentrações de estrógenos totais aumentaram bruscamente a partir do quinto dia que
antecedeu a parição, alcançando o pico no momento do parto. Birgel Junior (1994) fez a
mesma observação em 23 animais, anotando valores médios de estrógenos totais iguais a
1,64ng/ml 263 horas (cerca de 11 dias) antes do parto e 4,77ng/ml imediatamente antes da
parição. Já Shah, Nakao e Kubota (2006) afirmaram ser possível prever o dia do parto com
base no perfil plasmático de 17β-estradiol. Numa pesquisa realizada pelos referidos autores
em 37 vacas da raça Holandesa, a probabilidade do parto ocorrer nas próximas 24 horas foi de
76,5% quando a concentração plasmática de 17β-estradiol era maior que 1,25ng/ml e 100%
quando a concentração era maior que 1,00ng/ml. No entanto, somente 35% (13/37) e 13,5%
49
(5/37) das vacas apresentaram concentrações maiores que 1,25 e 1,50ng/ml, respectivamente.
O incremento de 17β-estradiol maior ou igual a 0,20ng/ml a partir da mensuração feita 24
horas antes obteve 85,2% de acurácea em prever o parto para as próximas 24 horas.
Em cabras, antes do início do trabalho de parto pode-se observar um aumento nos
teores plasmáticos de 17β-estradiol (FLINT et al, 1979), com picos deste hormônio no
momento da parição e níveis baixos um dia após o parto (BRAUN JUNIOR, 1997). Segundo
Roberts (1986), nas cabras gestantes os níveis plasmáticos de estrógeno são baixos, 5,00pg/ml
até o 30º dia de gestação, aumentam constantemente para 15pg/ml no 50º dia, 272,00pg/ml no
85º dia, 450,00pg/ml no 125º dia e 622,00pg/ml no dia do parto.
Em cada uma das quinze cabras acompanhadas por Challis e Linzell (1971), o pico de
estradiol foi observado na amostra colhida no momento mais próximo do parto. O estradiol
plasmático caiu rapidamente após a parição, sendo que em alguns animais não foi possível
detectar a presença do hormônio e em outros ainda era possível detectar níveis residuais dez
dias após o parto.
Fleet et al. (1975) observaram um gradativo aumento nas concentrações plasmáticas
de estradiol na fase final da gestação de cinco cabras. De pouco mais de 0ng/ml dezesseis dias
antes do parto, os valores alcançaram 0,25ng/ml, 0,30ng/ml, 0,30ng/ml e 0,40ng/ml oito, seis,
quatro e dois dias antes da parição. No momento do parto, o valor encontrado foi 0,60ng/ml.
Rawlings e Ward (1977) obsevaram, em seis cabras pluríparas, que as concentrações
plasmáticas de estrógenos totais sofreram significativas mudanças nos últimos vinte dias de
gestação. Antes da prenhez atingir o 140º dia, o valor médio das concentrações plasmáticas de
estrógenos totais era 1,13±0,00ng/ml, ao passo que um dia antes do parto o valor médio obtido
foi 2,23±0,22ng/ml, o mais elevado durante toda a gestação. No dia da parição o valor médio
observado ficou entre 0,8 e 1,0ng/ml. Em outra pesquisa com cabras, os mesmos pesquisadores
(RAWLINGS; WARD, 1978) detectaram novamente um aumento nos valores plasmáticos de
estrógenos totais no período final de gestação. Nesta ocasião, o valor médio cinco dias antes
do parto era 1,14±0,21ng/ml, subindo para 1,74±0,35ng/ml no ínicio da parição.
Ao acompanharem seis cabras da raça Saanen, Davis et al. (1979) perceberam que as
concentrações plasmáticas de 17β-estradiol atigiram um pico dois dias antes do parto (1,60 a
2,00ng/ml) e caíram a partir daí (1,20ng/ml no momento do parto).
Dhindsa, Metcalfe e Resko (1981), observaram em cabras Pygmy que os níveis de 17β-
estradiol foram baixos no período compreendido entre o 10º e o 60º dias de gestação. A partir
deste momento, os valores começaram a aumentar, alcançando no 140º dia de gestação o valor
mais alto observado, 32,00±9,00pg/ml. Após o parto, os teores de 17β-estradiol caíram.
50
Akusu, Nduka e Egbunike (1989), ao acompanharem o final da gestação de onze
cabras da raça West African Dwarf, concluíram que os teores plasmáticos de 17β-estradiol
não seguem um padrão definido, ocorrendo aumento a partir do 140º dia de gestação,
principalmente nos quatro últimos dias antes da parição. Na véspera do parto o valor médio
encontrado foi 309,90±27,62pg/ml, ao passo que no dia do parto esse valor era de
191,60±58,90pg/ml.
Currie, Gorewit e Michel (1988), em seis cabras da raça Alpina, perceberam que as
concentrações plasmáticas médias de 17β-estradiol aumentaram constantemente de cerca de
10,00pg/ml três dias antes do parto para cerca de 35,00pg/ml no dia da parição. Durante o
parto, ocorreram aumentos bruscos nessas concentrações, atingindo uma média de
58,70±4,30pg/ml.
Após acompanharem as modificações do perfil hormonal de dez cabras mestiças
(Alpina x Beetal) durante o período pré-parto, Khan e Ludri (2002) afirmaram que as
concentrações plasmáticas de 17β-estradiol aumentaram abruptamente logo antes do
nascimento, sendo que na véspera do parto a média era de cerca de 26,00pg/ml, aumentando
para cerca de 40,00pg/m no dia da parição.
2.8 Teores plasmáticos de cortisol
Segundo Eissa e El-Belely (1990), os níveis de cortisol no sangue materno são muito
altos durante o parto, sendo associados à condição de estresse e dor naturais da parição
(PATEL et al., 1996; HYDBRING et al., 1999).
Adams e Wagner (1970) observaram um significante aumento nos teores plasmáticos
de corticóides em dez vacas durante os quatro últimos dias de gestação. Seis dias antes do
parto, os valores médios ficaram em torno de 8ng/ml, aumentando para cerca de 15ng/ml três
dias antes do parto e para próximo de 12ng/ml dois e um dia antes da parição. No dia do parto
as médias ficaram em torno de 15ng/ml, caindo para cerca de 6ng/ml três dias após o
nascimento. Esse aumento observado nos últimos dias de gestação foi de curta duração (cerca
de três a cinco dias), sendo abrupto no dia da parição.
Hudson, Mullford e Whittlestone (1976) também perceberam um aumento dos níveis
plasmáticos de corticóides antes da parição. Em 21 vacas, o valor médio pré-parto foi de
6ng/ml, havendo um aumento brusco (200%) durante as últmas dezesseis horas antes do
51
parto. A média do valor no momento do parto foi 19,2ng/ml, com uma queda significante
(44%), uma hora após o nascimento, para 11,2ng/ml e um retorno a concentraçòes basais três
dias após o parto.
Em dez vacas, Taverne et al. (1988) constataram um aumento gradual nas
concentrações plasmáticas de cortisol durante a última semana de gestação, sendo que os
valores mais altos (cerca de 15ng/ml) foram encontrados imediatamente antes ou logo após o
parto. As mudanças nos teores de cortisol plasmático não foram significantes até poucas
horas antes da parição.
Ainda tratando-se de bovinos, Eissa e El-Belely (1990) afirmaram que os valores de
corticosteróides totais aumentaram dramaticamente seis e um dia antes do parto. Birgel
Junior (1994) observou, em 23 animais, um aumento nas concentrações de corticosteróides
totais nas últimas 37 horas antes do parto, de uma média de 12,09 para 43,04ng/ml
imediatamente antes do parto.
Patel et al. (1996) verificaram que em vacas o aumento do cortisol plasmático é
significaivo nos dois últimos dias de gestação, alcançando um pico no dia que antecede o
parto. Antes desse aumento, os níveis de cortisol plasmáticos permaneceram basais (2-
4ng/ml).
Na última semana que antecedeu o parto de cinco cabras, Fleet et al. (1975)
observaram um pico nas concentrações plasmáticas de cortisol no dia do parto. Em análises
realizadas seis, quatro e dois dias antes da parição, as concentrações se mantiveram
constantes no valor de 10ng/ml, ao passo que no momento do parto o valor anotado foi
24ng/ml.
Hydbring et al. (1999) acompanharam o final da gestação de catorze vacas e seis
cabras a fim de mensurar as concentrações plasmáticas de cortisol materno, observando que
em ambas espécies houve aumento dos referidos teores em associação com as dores do parto,
continuando a aumentar durante a expulsão e atingindo o pico na ocasião do nascimento.
52
3 MATERIAIS E MÉTODO
3.1 Animais utilizados
Na presente pesquisa foram utilizados vinte caprinos (Capra hircus) da raça Saanen,
sendo quinze fêmeas adultas pluríparas, três fêmeas jovens nulíparas e dois machos adultos.
Os dois machos, as três fêmeas nulíparas e oito das fêmeas adultas já eram propriedade da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP).
As demais fêmeas pluríparas foram adquiridas em um capril localizado no município de
Ibiúna, interior do estado de São Paulo.
Os animais permaneceram alojados no Centro de Pesquisa e Diagnóstico de
Enfermidades de Ruminantes do Hospital de Bovinos e Pequenos Ruminantes da FMVZ-USP
(HOVET-FMVZ-USP) em baias cobertas, com piso de concreto forrado por maravalha e
providas de livre acesso a solário. A alimentação dos animais era feita em cochos coletivos e
consistia em feno de capim coast-cross duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, e ração
peletizada uma vez ao dia, pela manhã. A água era oferecida ad libitum em bebedouros
coletivos providos de bóias automáticas.
A fim de assegurar a sanidade dos animais, durante a fase experimental compreendida entre a
sincronização de cio e a parição dos animais, foram realizados exames coproparasitológicos,
controle do peso corpóreo, avaliação do volume globular e determinação dos teores
plasmáticos de proteína.
3.2 Sincronização de cio
Com a finalidade de concentrar os partos para facilitar o exame clínico dos animais,
decidiu-se por sincronizar o cio das cabras e posteriormente colocá-las na presença do macho
para a realização da monta natural. Antes da sincronização, as cabras foram submetidas a
exame ultra-sonográfico para afastar qualquer possibilidade de prenhez. O protocolo de
sincronização utilizado foi baseado no descrito por Traldi (1985):
53
- D
1
: colocação do dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR
®
, Pfizer Saúde Animal)
após higienização da região perivulvar com água limpa e papel toalha;
- D
9
: aplicação intramuscular de 250UI de Gonadotrofina Coriônica Eqüina (Novormon
®
,
Tecnopec) e de 0,25 ml de cloprostenol (Ciosin
®
, Shering-Plough Coopers);
- D
11
: retirada do CIDR
®
e colocação das fêmeas em presença dos machos;
- D
16
: separação de machos e fêmeas.
A prenhez dos animais foi confirmada através de exame ultra-sonográfico realizado 15 e 30
dias após a separação de fêmeas e machos. Os animais vazios foram reagrupados e submetidos
à nova sincronização.
3.3 Constituição dos grupos experimentais
Os animais foram examinados duas vezes ao dia, às oito horas da manhã e às seis horas da
tarde, a partir dos 130 dias de gestação contados do primeiro dia em que a fêmea esteve na
presença do macho. Nos primeiros dez dias de aferições as amostras de plasma sangüíneo e
soro lácteo foram colhidas uma vez por dia, pela manhã. A partir dos 140 dias de gestação, as
amostras de plasma sangüíneo e soro lácteo passaram a ser colhidas em dois momentos, pela
manhã (às oito horas) e no final da tarde (às dezoito horas), a fim de distribuí-las nos grupos
experimentais previstos.
O quadro 1 mostra a divisão dos dez grupos experimentais utilizados para a avaliação
dos seguintes parâmetros: temperatura corpórea, relaxamento e movimentação dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos, movimentação e flexibilidade da base da cauda, grau de
distensão e plenitude da glândula mamária e dos tetos, aumento de volume e edema de vulva,
aspecto do fluxo vaginal e teores plasmáticos de cortisol e progesterona. Para a avaliação dos
teores plasmáticos de estradiol e lácteos de cálcio, os animais foram distribuídos em oito
grupos experimentais (Quadros 2 e 3).
54
Momentos da colheita
(dias antes do parto)
Horas antes do parto
16 dias 362±22
8 dias 180±10
6 dias 132±10
4 dias 88±10
3 dias 64±10
2 dias 46±4
1 ½ dia 33±5
1 dia 21±3
½ dia 9±5
Imediatamente antes do parto 0±0
Quadro 1 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação da temperatura corpórea,
relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, movimentação e
flexibilidade da cauda, grau de distensão e plenitude da glândula mamária e dos tetos,
aumento de volume e edema de vulva, aspecto do fluxo vaginal e teores plasmáticos de
cortisol e progesterona durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen -
São Paulo - 2007
Quadro 2 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação dos teores plasmáticos de estradiol
durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(dias antes do parto)
Horas antes do parto
16 dias 362±23
8 dias 181±10
6 dias 132±10
4 dias 87±10
3 dias 68±9
2 dias 43±4
1 dia 16±6
Imediatamente antes do parto 0±0
55
Momentos da colheita
(dias antes do parto)
Horas antes do parto
16 dias 363±35
8 dias 180±5
6 dias 133±6
4 dias 89±10
3 dias 65±10
2 dias 34±6
1 dia 10±6
Imediatamente antes do parto 0±0
Quadro 3 - Distribuição dos grupos experimentais para avaliação dos teores lácteos de cálcio durante
a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
3.4 Exame clínico dos animais
Os parâmetros estudados e obtidos através do exame clínico dos animais foram os
seguintes: temperatura copórea; relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos; ingurgitamento da glândula mamária e dos tetos, bem como a ocorrência de
edema; aspecto da secreção pré-colostral; modificações da vulva e do fluxo vaginal.
Com a finalidade de evitar ao máximo o estresse dos animais, as avaliações foram feitas
dentro das baias, com os animais contidos por corda em nó do tipo cabresto e amarrados em
argola.
3.4.1 Determinação da temperatura corpórea
A aferição da temperatura corpórea das cabras, em graus Celsius, foi feita por via retal,
sendo para isso utilizado um termômetro clínico digital de uso humano da marca Vicks®
(Procter & Gamble). O termômetro era introduzido no reto dos animais de maneira que a sua
ponta ficasse em contato com a mucosa. A cauda dos animais foi mantida abaixada durante a
aferição para evitar a entrada de ar no reto. O tempo de duração da aferição era de dois
minutos, sendo que o termômetro emitia um sinal sonoro quando o tempo havia esgotado.
56
3.4.2 Avaliação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos e da cauda
A avaliação do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos foi feita de maneira
subjetiva através da palpação da porção sacrotuberosa dos ligamentos (Figura 1), estrutura
compreendida entre a extremidade do sacro e o bordo superior da tuberosidade isquiática,
bilateralmente, coberta apenas pela pele (FERREIRA, 1991). Foi avaliado também o grau de
movimentação dos ligamentos. Os critérios utilizados para esta avaliação estão descritos nos
quadros 4 e 5.
Figura 1 - Vista lateral das articulações da pelve de um caprino (BORTOLAMI, 1976). Em destaque a
porção sacrotuberosa de um dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos
Grau de relaxamento
dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos
Descrição
1 os Ligamentos Sacro-Isquiáticos não cedem à pressão digital
2 os Ligamentos Sacro-Isquiáticos cedem pouco à pressão digital
3 os Ligamentos Sacro-Isquiáticos cedem moderadamente à pressão digital
4 os Ligamentos Sacro-Isquiáticos cedem muito à pressão digital
5 não é possível palpar os Ligamentos Sacro-Isquiáticos
Quadro 4 - Classificação utilizada na avaliação do grau de relaxamento dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo -
2007 (adaptado de EWBANK, 1963)
57
Grau de movimentação dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos
Descrição
1 os ligamentos não apresentam movimentação
2 os ligamentos apresentam movimentação menor que 1,0cm
3 os ligamentos apresentam movimentação entre 1,0 e 2,0cm
4 os ligamentos apresentam movimentação maior que 2,0cm
Quadro 5 - Classificação utilizada na avaliação do grau de movimentação dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo -
2007
Completando a avaliação do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, foram
avaliados o grau de intensidade da movimentação e da flexibilidade da base da cauda, de
acordo com os quadros 6 e 7.
Grau de intensidade
da movimentação da
base da cauda
Descrição
1 o animal apresenta capacidade de movimentar a cauda
2 há uma diminuição da capacidade de movimentar a cauda
3 a capacidade de movimentação é bem reduzida, como se estivesse parética
Quadro 6 - Classificação utilizada na avaliação do grau de intensidade dos movimentos da base da
cauda durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
Grau de intensidade da
flexibilidade da base da
cauda
Descrição
1
ao desviar-se a cauda em sentido cranio-lateral forma-se um ângulo
de 90
o
entre as primeiras vértebras coccígeas e o sacro
2
ao desviar-se a cauda em sentido cranio-lateral forma-se um ângulo
de 45
o
a 60
o
entre as primeiras vértebras coccígeas e o sacro
3
ao desviar-se a cauda em sentido cranio-lateral forma-se um ângulo
menor que 30
o
entre as primeiras vértebras coccígeas e o sacro
Quadro 7 - Classificação utilizada na avaliação do grau de flexibilidade da base da cauda durante a fase
preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
58
3.4.3 Avaliação das modificações da glândula mamária e dos tetos
A avaliação das modificações morfo-funcionais da glândula mamária foi realizada de
maneira subjetiva através de inspeção e palpação, sendo postariormente completado pela
avaliação do aspecto da secreção láctea pré-colostral. Durante a inspeção e palpação da
glândula mamária, foram avaliadas a distensão e a plenitude do úbere e dos tetos e a presença
de edema na glândula mamária. As avaliações foram realizadas utilizando-se os critérios
descritos nos quadros 8, 9 e 10.
Grau de distensão e plenitude
da glândula mamária
Descrição
1 não distendida
2 moderadamente distendida, sendo possível preguear a pele
3 distendida, sendo difícil preguear a pele
4 extremamente distendida, sendo impossível preguear a pele
Quadro 8 - Classificação utilizada na avaliação do grau de distensão e plenitude da glândula mamária
durante a fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
(EWBANK, 1963)
Grau de distensão e
plenitude dos tetos
Descrição
1 pequenos e vazios
2 com flutuação e relaxados
3 distendidos, pouco brilhantes e preservando ainda as pregas
4 tensos, lisos e luzidios
Quadro 9 - Classificação utilizada na avaliação do grau de distensão e plenitude dos tetos durante a
fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
59
Grau de edema da
glândula mamária
Descrição
1 ausente
2 restrito à base do teto ou da glândula
3 difuso por toda a glândula
4 estendendo-se até o abdômen
Quadro 10 - Classificação utilizada na avaliação do grau de edema da glândula mamária durante a fase
preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
Finalizando a avaliação da glândula mamária, foi realizada a avaliação do aspecto da
secreção láctea pré-colostral, sendo as características anotadas segundo sua coloração e
consistência de acordo com o quadro 11.
Aspecto da secreção láctea Descrição
1 leite
2 mel
3 soro lácteo
4 viscoso de cor dourada
5 entre viscoso e fluído de cor amarela escura
6 colostro
Quadro 11 - Classificação utilizada na avaliação do aspecto da secreção láctea pré-colostral durante a
fase preparatória do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
3.4.4 Avaliação das modificações da vulva e do fluxo vaginal
Na avaliação das modificações morfo-funcionais do aparelho genital feminino deu-se
ênfase à evolução do tamanho da vulva, sendo esta característica mensurada a partir do
calculo de sua área. Para isto foram utilizandas as medidas da altura (B) e largura (b) da vulva
mensuradas com fita métrica flexível graduada em milímetros. Com estes dois valores foi
calculada a área de projeção da vulva, assumindo que esta seja semelhante à área de um
losango, onde a altura da vulva corresponde ao eixo maior e a largura da vulva corresponde ao
60
eixo menor. A altura e a largura da vulva estão especificadas na fotografia 1 e os cálculos
foram realizados utilizando-se a seguinte fórmula:
Av = (B x b)
2
Av: área da vulva;
B: altura da vulva (base maior);
b: largura da vulva (base menor).
Fotografia 1 - Projeção da área da vulva de uma cabra adulta da raça Saanen, onde a altura está
representada pela linha vermelha e a largura pela linha azul - São Paulo - 2007
Complementando a avaliação da vulva, foi determinado o grau de edema de vulva
segundo os critérios discriminados no quadro 12.
Edema
de vulva
Descrição
1
ausente: vulva sem aumento de tamanho, presença das dobras da mucosa da vulva,
lábios vulvares bem coaptados e colabados, não existindo mais que um espaço virtual
2
grau intermediário: pequeno aumento da vulva, desaparecimento parcial das dobras,
lábios vulvares relativamente relaxados
3
grau máximo: aumento evidente da vulva, desaparecimento total das dobras, lábios
vulvares relaxados e frouxos, não havendo mais colabamento entre os lábios
Quadro 12 - Classificação utilizada na avaliação do grau de edema de vulva durante a fase preparatória
do parto de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
Finalizando a avaliação da região vulvar, foram observados o fluxo e a coloração da
mucosa vaginal, segundo os quadros 13 e 14.
61
Avaliação do fluxo vaginal Descrição
1 seco
2 pouco úmido
3 úmido e luzidio
4 muito úmido, luzidio e formação de trabéculas de muco
5 acúmulo de fluido na porção ventral do vestíbulo vaginal
Quadro 13 - Classificação utilizada na avaliação do fluxo vaginal durante a fase preparatória do parto
de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
Avaliação da coloração da mucosa vaginal Descrição
1 pálida
2 rosa pálida
3 vermelha clara
4 vermelha intensa
5 extremamente avermelhada
Quadro 14 - Classificação utilizada na avaliação do fluxo vaginal durante a fase preparatória do parto
de cabras da raça Saanen - São Paulo - 2007
3.5 Coleta de sangue e obtenção das alíquotas de plasma sangüíneo
A colheita de sangue foi realizada através de punção da veia jugular, utilizando-se o
sistema Vacutainer®, por meio de agulhas 25x10 e de tubos plásticos heparinizados providos
de tampa de borracha, com capacidade para 10ml cada. Imediatamente após a colheita, as
amostras foram centrifugadas durante quinze minutos a 3500 rpm em centrífuga da marca
Fanen® Excelsa II 206 BL, sendo em seguida o plasma sangüíneo recuperado por aspiração
com pipetas Pasteur, em duas alíquotas, acondicionadas em tubos plásticos do tipo KMA com
capacidade para 4ml cada, previamente identificados e providos de tampas com rosca. Os
tubos foram então armazenados a uma temperatura de menos 20
o
C.
62
3.6 Coleta de leite e obtenção das alíquotas de soro lácteo
Para a obtenção das amostras de soro lácteo foi utilizada uma técnica adaptada daquela
descrita por Sant’ana e Birgel em 2003. Cinco mililitros de secreção láctea pré-colostral foram
obtidos de cada animal através da ordenha manual do teto direito e acondicionados em tubo
de ensaio. Posteriormente, à esta secreção foram adicionados 100μl de coagulante comercial
(Estrella
®
) utilizado para a fabricação de queijos e a mistura foi deixada em banho maria a
37
o
C durante quinze minutos. Após a coagulação da solução, o tubo de ensaio foi centrifugado
durante quinze minutos a 3000 rpm em centrífuga da marca Fanen Excelsa® II 206 BL. O soro
lácteo obtido foi separado, por aspiração com pipetas Pasteur, em duas alíquotas, sendo estas
acondicionadas em tubos do tipo KMA com capacidade para 4ml cada, previamente
identificados e providos de tampas com rosca. As alíquotas foram mantidas em freezer a uma
temperatura de menos 20°C.
3.7 Dosagens hormonais
As determinações dos teores plasmáticos de cortisol, progesterona e estradiol foram
realizadas no Laboratório de Dosagens Hormonais do Departamento de Reprodução Animal
da FMVZ-USP (LDH-VRA-FMVZ-USP).
Para a determinação dos teores plasmáticos de cortisol e progesterona foram
utilizados, respectivamente, os kits comerciais Coat-A-Count
®
Cortisol e Coat-A-Count
®
Progesterona (Diagnostic Products Corporation, Los Angeles, Califórnia, EUA). As dosagens
foram realizadas através de um radioimunoensaio em fase sólida, no qual o
cortisol/progestrona marcado com
125
I competiu, durante um período fixo de tempo, por
locais de fixação de anticorpos com o cortisol/progestrona da amostra. Como o anticorpo
permaneceu na parede do tubo de polipropileno, a decantação do sobrenadante foi suficiente
para terminar a competição e isolar a fração ligada ao anticorpo de cortisol/progestrona
radiomarcado(a). A contagem do tubo em contador gama gerou um número, o qual
converteu-se pela curva de calibração na quantidade de cortisol/progestrona presente na
amostra.
63
A determinação dos teores plasmáticos de estradiol foi realizada utilizando-se o kit
comercial para Estradiol 3ª geração RIA DSL-39100
®
(Diagnostics Systems Laboratories Inc.,
Texas, EUA). O ensaio baseou-se na competição de entre dois antígenos, um radioativo e
outro não radioativo, por um número fixo de sítios de ligação ao anticorpo.
3.8 Dosagens dos teores lácteos de cálcio
As análises para a determinação dos teores de cálcio no soro lácteo foram realizadas no
Laboratório de Bioquímica do Departamento de Clínica Médica da FMVZ-USP (VCM-
FMVZ-USP).
Para a realização das análises foi utilizado o kit comercial Calcium Arsenazo
®
(BioSystems, Barcelona, Espanha). O princípio do método baseia-se na reação do cálcio
presente na amostra de soro lácteo com o arsenato III, formando um complexo cuja coloração
azul é quantificada por espectrofotometria, sendo a absorbância diretamente proporcional à
concentração de cálcio da amostra (MICHAYLOVA; ILLKOVA, 1971).
As amostras foram retiradas do freezer e deixadas à temperatura ambiente para que
descongelassem. Feito isso, as amostras foram homogeneizadas por inversão e 200μl de cada
uma foram tranferidos para cubetas identificadas com o número correspondente da amostra.
Posteriormente, a cada uma das cubetas foram adicionados 200μl de água destilada para
diluição das amostras. As cubetas foram então colocadas no aparelho Lyasis
®
(AMS, Itália)
previamente calibrado para a realização da leitura. Os resultados, fornecidos em miligramas
por decilitro, foram multiplicados pelo fator de correção 0,25 para transformá-los em milimol
por litro.
3.9 Análise estatística
Para determinar a influência da fase final da gestação nas variáveis quantitativas
(temperatura retal, área da vulva, teores plasmáticos dos hormônios e teores lácteos de
cálcio), primeiramente foram calculados a média, o desvio-padrão, a mediana, o coeficiente e a
64
amplitude de variação e o intervalo de confiança para cada variável analisada, de acordo com
Berquó, Souza e Gottlieb (1981).
A fim de avaliar a variação dos dados quantitativos no decorrer da fase final da
gestação, foram realizadas comparações entre os pares de médias obtidas em cada momento
de coleta utilizando os testes não-paramétricos de Friedman e Wilcoxon.
Em relação às variáveis qualitativas (relaxamento e movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos, flexibilidade e movimentação da cauda, distensão e plenitude da glândula
mamária e dos tetos, edema da glândula mamária, aspecto da secreção láctea, modificações da
vulva e aspecto do fluxo vaginal), foi calculada a freqüência da ocorrência de cada variável,
sendo utilizado o Teste de Igualdade de Duas Proporções, com nível de significância de 5%,
como recomendado por Berquó, Souza e Gottlieb (1981).
Com exceção do aspecto da secreção láctea, estas variáveis apresentaram evolução
linear e contínua. Desta maneira, foi realizada uma análise quantitativa com as médias dos
valores obtidos em cada momento de avaliação dos animais, utilizando-se o Teste de
Wilcoxon para a comparação dos pares de médias, recomendado por Adans (2007)
1
.
Complementando a análise estatística, para a comparação entre os grupos de cabras
nulíparas e pluríparas foi utilizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney, indicado por
Sampaio (1998), quando existem apenas dois grupos experimentais independentes, inclusive
com tamanhos variados.
Os programas utilizados para realizar as análises descritas acima foram o SPSS V.11, o
Minitab V.14 e o Excel XP.
1
ADANS, J. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <nelore65@ig.com.br> em: 29
mar. 2007.
65
4 RESULTADOS
4.1 Resultados obtidos a partir da aferição da temperatura corpórea de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto
Os resultados apresentados no gráfico 1 e na tabela 1 demonstram que houve um
aumento não significativo da temperatura corpórea dois dias antes do parto, atingindo uma
média de 39,04±0,53
o
C, valor mais elevado observado durante todo o período de aferição.
Após este pico, a temperatura caiu até atingir a menor média registrada, 38,72±0,27
o
C, meio
dia antes da parição. As diferenças estatísticas não foram significantes.
38,76
38,72
38,98
39,01
39,04
38,83
38,90
38,91
38,91
38,87
38,2
38,4
38,6
38,8
39,0
39,2
39,4
39,6
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
Temperatura (°C)
Gráfico 1 - Valores médios e desvios padrão da temperatura corpórea, em graus Celsius, de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
66
Tabela 1 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação da
temperatura corpórea de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São
Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(
o
C)
Desvio
Padrão
(
o
C)
Mediana
(
o
C)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(
o
C)
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 38,87
a
0,33 38,80 0,01 38,20-39,70
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 38,91
a
0,33 38,90 0,01 38,20-39,40
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 38,91
a
0,45 38,90 0,01 38,10-39,60
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 38,90
a
0,40 38,90 0,01 38,00-39,90
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 38,83
a
0,51 38,80 0,01 37,40-39,80
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 39,04
a
0,53 38,95 0,01 38,30-40,60
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 39,01
a
0,36 38,95 0,01 38,20-39,80
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 38,98
a
0,45 38,90 0,01 38,20-40,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 38,72
a
0,27 38,75 0,01 38,20-39,30
Imediatamente
antes do parto
13 38,76
a
0,30 38,80 0,01 38,40-39,30
a: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
Comparando cabras nulíparas e pluríparas (Gráfico 2 e Tabela 2), as primeiras
apresentaram dois picos de temperatura, 39,33±0,32
o
C dois dias antes do parto e 39,23±0,31
o
C
um dia antes do parto. As pluríparas apresentaram apenas um pico, 39,04±0,38
o
C um dia e
meio antes da parição. Apesar de terem ocorrido dois vales na curva térmica das nulíparas
(38,83±0,12
o
C e 38,83±0,21
o
C quatro e um dia e meio antes do parto, respectivamente), a
média mais baixa registrada foi no momento do parto, 38,80±0,10
o
C. Quanto às pluríparas,
foram observados também dois vales, 38,78±0,53
o
C e 38,71±0,30
o
C três dias e meio dia antes
da parição, respectivamente. A temperatura média das pluríparas no momento do parto foi
38,75±0,34
o
C. As diferenças observadas não foram estatisticamente significantes.
67
38,7
38,8
38,9
39,0
39,1
39,2
39,3
39,4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
Temperatura (°C)
nulíparas
pluparas
Gráfico 2 - Valores médios da temperatura corpórea, em graus Celsius, de cabras nulíparas e pluríparas
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Tabela 2 - Valores médios e desvios padrão da temperatura corpórea de cabras nulíparas e pluríparas
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
TEMPERATURA (
o
C)
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 38,90±0,10
a
15 38,87±0,36
a
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 38,93±0,32
a
15 38,90±0,34
a
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 38,93±0,59
a
15 38,90±0,44
a
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 38,83±0,12
a
15 38,91±0,44
a
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 39,07±0,35
a
15 38,78±0,53
a
2 dias
(46 ± 4 horas)
3 39,33±0,32
a
15 38,98±0,55
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 38,83±0,21
a
15 39,04±0,38
a
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 39,23±0,31
a
15 38,93±0,47
a
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 38,80±0,00
a
15 38,71±0,30
a
Imediatamente
antes do parto
3 38,80±0,10
a
10 38,75±0,34
a
a: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
68
4.2 Resultados obtidos a partir da avaliação do relaxamento e movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto
4.2.1 Relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos
A análise dos resultados apresentados na tabela 3 demonstra que a tensão dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos sofre influência da fase preparatória do parto, visto que nas
duas últimas semanas de gestação ocorre um relaxamento gradual que se intensifica nas
últimas 24 horas antes da parição, sendo que no momento do parto foi observado o grau
máximo de relaxamento destes ligamentos.
De acordo com os dados demonstrados na tabela 3, dezesseis dias antes do parto
66,67% (12/18) dos animais examinados apresentavam Ligamentos Sacro-Isquiáticos que não
cediam à pressão digital (Grau 1), sendo que oito dias antes da parição apenas 22,22% (4/18)
dos animais examinados foram encontrados em tal condição. Nas últimas 12 horas antes do
parto nenhum animal examinado apresentava ligamentos tensos.
O início do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiático ocorreu precocemente, pois
no exame clínico realizado dezesseis dias antes da parição observou-se que 27,78% (5/18) das
cabras apresentavam Ligamentos Sacro-Isquiáticos que cediam pouco à pressão digital (Grau
2)e 5,56% (1/18) dos animais apresentavam Ligamentos Sacro-Isquiáticos que cediam
moderadamente à pressão digital (Grau 3).
Com a aproximação da parição, verificou-se que a freqüência da ocorrência de
ligamentos que cediam pouco (Grau 2) e moderadamente à pressão digital (Grau 3)
aumentou até quatro dias antes do parto, diminuindo nos dias subseqüentes. Quatro dias
antes da parição foi observada uma freqüência de 72,22% (13/18) de animais com ligamentos
que cediam pouco e de 16,67% (3/18) de animais com ligamentos que cediam moderadamente
à presão digital.
Ligamentos Sacro-Isquiáticos que cediam muito à pressão digital (Grau 4) só foram
observados nos três últimos dias que antecederam o parto, quando 5,56% (1/18) dos animais
examinados apresentavam-se assim classificados. Doze horas antes da parição, 50,00% (9/18)
dos animais apresentavam ligamentos que cediam muito à pressão digital.
A análise dos resultados evidenciou que a ocorrência de Ligamentos Sacro-Isquiáticos
que cediam muito à pressão digital (Grau 4) já podia ser observada 24 horas antes do parto em
69
27,78% (5/18) das cabras, aumentando para 50,00% (9/18) meio dia antes do parto e
permanecendo assim até a parição. Ligamentos classificados como Grau 5, ou seja, com
relaxamento intenso, sem a possibilidade de serem palpados, só foram observados meio dia
antes da parição, quando 5,56% (1/18) das cabras apresentavam esta condição. No momento do
parto, a freqüência de animais cujos ligamentos foram classificados como Grau 5 aumentou
para 38,89% (7/18).
Verificou-se ainda que 11,11% (2/18) dos animais examinados pariram sem que houvesse
um relaxamento intenso dos Ligamentos dos Sacro-Isquiático.
Durante a fase preparatória do parto, os animais evoluíram de Graus 1 e 2, presentes
respectivamente em 66,67% (12/18) e 27,78% (5/18) dos animais dezesseis dias antes do parto,
a Graus 4 e 5, presentes respectivamente em 50,00% (9/18) e 38,89% (7/18) dos animais no
momento do parto, mostrando que há um gradual relaxamento dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos nas duas últimas semanas que antecedem o parto e que é possível detectar este
relaxamento na ocasião do exame clínico dos animais. Levando-se em conta que meio dia antes
da parição 55,56% (10/18) dos animais foram classificados como Graus 4 e 5 e que a freqüência
de animais na mesma condição passa a ser 88,89% (16/18) imediatamente antes da parição,
pode-se concluir que 33,33% (6/18) dos animais apresentaram um relaxamento mais intenso
meio dia antes do início do parto.
70
70
Tabela 3 - Freqüência da ocorrência do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos em cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto,
distribuídos segundo o grau de relaxamento dos ligamentos - São Paulo - 2007
GRAU DE RELAXAMENTO DOS LIGAMENTOS SACRO-ISQUIÁTICOS
Momentos da
colheita
(antes do parto)
Grau 1: não cedem à
pressão digital
Grau 2: cedem
pouco à pressão
digital
Grau 3: cedem
moderadamente à
pressão digital
Grau 4: cedem muito à
pressão digital
Grau 5: não é possível
palpar
16 dias
(362 ± 22 horas)
66,67%
a
(12/18)
27,78%
a
(5/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
22,22%
b
(4/18)
66,67%
b
(12/18)
11,11%
ab
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
22,22%
b
(4/18)
61,11%
b
(11/18)
16,67%
ab
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
11,11%
bc
(2/18)
72,22%
b
(13/18)
16,67%
ab
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
11,11%
bc
(2/18)
55,56%
ab
(10/18)
27,78%
ab
(5/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
11,11%
bc
(2/18)
44,44%
ab
(8/18)
38,89%
b
(7/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
11,11%
bc
(2/18)
44,44%
ab
(8/18)
27,78%
ab
(5/18)
16,67%
abc
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
11,11%
bc
(2/18)
27,78%
ac
(5/18)
33,33%
ab
(6/18)
27,78%
bc
(5/18)
0,00%
a
(0/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
c
(0/18)
11,11%
cd
(2/18)
33,33%
ab
(6/18)
50,00%
c
(9/18)
5,56%
a
(1/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
c
(0/18)
0,00%
d
(0/18)
11,11%
ab
(2/18)
50,00%
c
(9/18)
38,89%
b
(7/18)
abcd: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
71
O gráfico 3 e a tabela 4 mostram a evolução temporal do relaxamento dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos nos dezesseis últimos dias antes da parição. É possível observar que os
ligamentos tornaram-se mais relaxados à medida que se aproximava o momento do parto, fato
observado com mais evidência a partir do dia que antecede a parição.
Não foram observadas diferenças significantes no padrão de relaxamento dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos entre cabras nulíparas e pluríparas.
4,28
3,50
2,78
2,50
2,39
2,28
2,06
1,89
1,89
1,39
1
2
3
4
5
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de relaxamento dos ligamentos
Gráfico 3 - Valores médios e desvios padrão do grau de relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos
de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
72
Tabela 4 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,39
a
0,61 1,00 43,80 1,00 - 3,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,89
b
0,58 2,00 30,90 1,00 - 3,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,89
bc
0,58 2,00 30,90 1,00 - 4,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 2,06
bc
0,54 2,00 26,20 1,00 - 3,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 2,28
bcd
0,75 2,00 33,00 1,00 - 4,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 2,39
bcd
0,78 2,00 32,50 1,00 - 4,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 2,50
cd
0,92 2,00 36,90 1,00 - 4,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 2,78
d
1,00 3,00 36,10 1,00 - 4,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 3,50
e
0,79 4,00 22,50 2,00 - 5,00
Imediatamente
antes do parto
18 4,28
f
0,67 4,00 15,60 3,00 - 5,00
abcdef: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.2.2 Movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos
A análise dos resultados apresentados no gráfico 4 e na tabela 5 demonstra que em
decorrência do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos durante a fase preparatória do
parto ocorreu um aumento gradual na movimentação dos ligamentos, sendo que no momento
da parição observou-se o grau máximo deste evento.
Observando-se a tabela 5 é possível notar que ligamentos que não apresentaram
movimentação somente foram observados dezesseis e oito dias antes do parto em 11,11% (2/18)
e 5,56% (1/18) dos animais, respectivamente. Nos últimos seis dias de gestação, os Ligamentos
Sacro-Isiquiáticos de todos os animais examinados apresentavam alguma mobilidade.
73
Dezesseis dias antes do parto, 66,67%
(12/18) dos animais apresentavam mobilidade
menor que 1,0cm (Grau 2). Com a aproximação do momento da parição, a freqüência
diminuiu, sendo esta característica observada em 5,56%
(1/18) dos animais examinados um
dia e meio antes do parto e em nenhuma cabra imediatamente antes deste evento.
A ocorrência de Ligamentos Sacro-Isquiáticos com mobilidade entre 1,0 e 2,0cm (Grau
3) ou maior do que 2,0cm (Grau 4) foi observada em 16,67% (3/18) e 5,56% (1/18) dos animais
dezesseis dias antes do parto, respectivamente. Dois dias antes do parto, as freqüências
observadas para Graus 3 e 4 foram 55,56% (10/18) e 11,11% (2/18), respectivamente. No exame
realizado imediatamente antes da parição, 100% das cabras foram classificadas como Graus 3
ou 4, sendo 33,33% (6/18) em Grau 3 e 66,67% (12/18) em Grau 4.
Nenhum animal pariu em Graus 2 ou 1, ou seja, com movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos menor que 1,0cm ou ausente, indicando uma clara mudança do quadro
observado dezesseis dias antes do parto, quando 77,78% (14/18) das cabras foram classificadas
como Graus 1 ou 2.
74
Tabela 5 - Freqüência da ocorrência da movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos em cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídos segundo o grau de
movimentação do ligamento - São Paulo - 2007
GRAU DE MOVIMENTAÇÃO DOS LIGAMENTOS
SACRO-ISQUIÁTICOS
Momentos da colheita
(antes do parto)
Grau 1: ausente
Grau 2: até 1,0cm
Grau 3: entre
1,0 e 2,0cm
Grau 4: maior
que 2,0cm
16 dias
(362 ± 22 horas)
11,11%
a
(2/18)
66,67%
a
(12/18)
16,67%
ae
(3/18)
5,56%
a
(1/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
61,11%
ab
(11/18)
27,78%
ade
(5/18)
5,56%
a
(1/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
0,00%
a
(0/18)
66,67%
a
(12/18)
27,78%
ade
(5/18)
5,56%
a
(1/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
0,00%
a
(0/18)
55,56%
ab
(10/18)
38,89%
acde
(7/18)
5,56%
a
(1/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
0,00%
a
(0/18)
38,89%
abc
(7/18)
55,56%
cde
(10/18)
5,56%
a
(1/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
0,00%
a
(0/18)
33,33%
bc
(6/18)
55,56%
cde
(10/18)
11,11%
ab
(2/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
0,00%
a
(0/18)
22,22%
c
(4/18)
66,67%
bc
(12/18)
11,11%
ab
(2/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
0,00%
a
(0/18)
22,22%
c
(4/18)
55,55%
cde
(10/18)
22,22%
ab
(4/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
de
(1/18)
61,11%
ce
(11/18)
33,33%
b
(6/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
a
(0/18)
0,00%
e
(0/18)
33,33%
e
(6/18)
66,67%
c
(12/18)
abcde: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
Assim como foi observado com o relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, a
movimentação dos mesmos também seguiu um padrão temporal de evolução, como
demonstrado no gráfico 4 e na tabela 6.
Não foram observadas diferenças significativas na movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos entre cabras nulíparas e pluríparas.
75
2,17
2,33
2,39
2,50
2,67
2,72
2,94
3,00
3,28
3,67
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de movimentação dos ligamentos
Gráfico 4 - Valores médios e desvios padrão do grau de movimentação dos Ligamentos Sacro-
Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007
Tabela 6 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 2,17
a
0,71 2,00 32,60 1,00 - 4,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 2,33
ab
0,69 2,00 29,40 1,00 - 4,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 2,39
b
0,61 2,00 25,40 2,00 - 4,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 2,50
bc
0,62 2,00 24,70 2,00 - 4,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 2,67
cd
0,59 3,00 22,30 2,00 - 4,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 2,72
d
0,57 3,00 21,10 2,00 - 4,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 2,94
e
0,64 3,00 21,70 2,00 - 4,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 3,00
e
0,69 3,00 22,90 2,00 - 4,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 3,28
f
0,57 3,00 17,50 2,00 - 4,00
Imediatamente
antes do parto
18 3,67
g
0,49 4,00 13,20 3,00 - 4,00
abcdefg: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
76
4.3 Resultados obtidos a partir da avaliação do grau de movimentação e flexibilidade da base
da cauda de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto
4.3.1 Movimentação da cauda
A análise dos resultados apresentados no gráfico 4 e na tabela 6 demonstra que
durante a fase preparatória do parto ocorreu uma diminuição gradual na capacidade dos
animais em movimentar a cauda.
De acordo com a tabela 7, 44,44% (8/18) dos animais apresentavam cauda com normal
capacidade de movimentação (Grau 1) dezesseis dias antes do parto. Com a aproximação da
parição, esta freqüência diminuiu para 11,11% (2/18) três dias antes do parto, sendo que meio
dia antes da parição e imediatamente antes desta, todos os animais apresentavam diminuição
da capacidade de movimentar a cauda.
Verificou-se que dezesseis dias antes do parto 50,00%
(9/18) dos animais
apresentavam cauda com diminuição da capacidade de movimentação (Grau 2), enquanto
que 5,56% (1/18) das cabras apresentavam uma cauda com capacidade de movimentação bem
reduzida, como se estivesse parética (Grau 3). Esta última condição passou a ocorrer com
maior freqüência à medida que a data da parição tornava-se próxima, sendo que 33,33% (6/18)
dos animais examinados três dias antes do parto e 50,00% (9/18) daqueles examinados meio
dia antes da parição e imediatamente antes desta apresentavam capacidade de movimentação
da cauda bem reduzida, como se estivesse parética (Grau 3).
O padrão de evolução da capacidade de movimentar a cauda foi semelhante entre
cabras nulíparas e pluríparas, não havendo diferenças significantes.
77
7
7
Tabela 7 - Freqüência da ocorrência da movimentação da cauda em cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o
grau de intensidade - São Paulo - 2007
GRAU DE INTENSIDADE DA MOVIMENTAÇÃO DA BASE DA CAUDA
Momentos da colheita
(antes do parto)
Grau 1: a cauda apresenta
capacidade de movimentar-se
Grau 2: há uma diminuição da capacidade
da cauda em se movimentar
Grau 3: a capacidade de movimentação
da cauda é bem reduzida, como se
estivesse parética
16 dias
(362 ± 22 horas)
44,44%
a
(8/18)
50,00%
a
(9/18)
5,56%
a
(1/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
27,78%
ab
(5/18)
61,11%
a
(11/18)
11,11%
ab
(2/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
27,78%
ab
(5/18)
55,56%
a
(10/18)
16,67%
ab
(3/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
27,78%
ab
(5/18)
50,00%
a
(9/18)
22,22%
abc
(4/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
11,11%
bc
(2/18)
55,56%
a
(10/18)
33,33%
bc
(6/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
5,56%
bc
(1/18)
61,11%
a
(11/18)
33,33%
bc
(6/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
5,56%
bc
(1/18)
61,11%
a
(11/18)
33,33%
bc
(6/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
5,56%
bc
(1/18)
55,56%
a
(10/18)
38,89%
bc
(7/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
c
(0/18)
50,00%
a
(9/18)
50,00%
c
(9/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
c
(0/18)
50,00%
a
(9/18)
50,00%
c
(9/18)
abc: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
78
O gráfico 5 e a tabela 8 mostram a evolução da movimentação da cauda ao longo do
período experimental. É possível observar que quanto mais se aproximava o momento da
parição, menor era a capacidade de movimentação da cauda.
Quanto à capacidade de movimentação da cauda, não foram observadas diferenças
significativas entre cabras nulíparas e pluríparas.
2,50
2,50
2,33
2,282,28
2,22
1,94
1,89
1,83
1,61
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de movimentação da caud
a
Gráfico 5 - Valores médios e desvios padrão do grau de movimentação da cauda de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
79
Tabela 8 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
movimentação da cauda de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São
Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,61
a
0,61 2,00 37,7% 1,00 - 3,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,83
ab
0,62 2,00 33,7% 1,00 - 3,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,89
abc
0,68 2,00 35,8% 1,00 - 3,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 1,94
abc
0,73 2,00 37,3% 1,00 - 3,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 2,22
bcd
0,65 2,00 29,1% 1,00 - 3,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 2,28
bcd
0,57 2,00 25,2% 1,00 - 3,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 2,28
bcd
0,57 2,00 25,2% 1,00 - 3,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 2,33
cd
0,59 2,00 25,5% 1,00 - 3,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 2,50
d
0,51 3,00 20,6% 2,00 - 3,00
Imediatamente
antes do parto
18 2,50
d
0,51 3,00 20,6% 2,00 - 3,00
abcd: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.3.2 Flexibilidade da base da cauda
A fase preparatória do parto não influenciou o grau de flexibilidade da base da cauda,
sendo que todos os animais examinados permaneceram classificados como Grau 1, ou seja, “ao
desviar-se a cauda em sentido cranio-lateral (forçando a base da cauda para o lado e
aproximando da coluna vertebral) formava-se um ângulo de 90
º
entre as primeiras vértebras
coccígeas e o sacro” durante todo o período de acompanhamento.
80
4.4 Resultados obtidos a partir da avaliação das modificações da glândula mamária e dos tetos
de caprinas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto
4.4.1 Grau de distensão e plenitude da glândula mamária
A análise dos resultados apresentados na tabela 9 demonstra que a fase preparatória
do parto influenciou o grau de distensão e plenitude da glândula mamária, sendo que com a
aproximação da parição ocorreu uma gradual distensão da mama.
Conforme pode ser visualizado na tabela 9, dezesseis dias antes da parição 44,44%
(8/18) dos úberes foram classificados como não distendidos (Grau 1), ao mesmo tempo que
55,56% (10/18) dos úberes foram classificados como moderadamente distendidos (Grau 2).
Com a aproximação da parição, ocorreu uma diminuição na freqüência de glândulas mamárias
não distendidas (Grau 1), sendo que em cabras examinadas três dias antes do parto observou-
se essa característica em 27,78% (5/18) das mamas e em 11,11% (2/18) dos animais examinados
um dia e meio antes da parição. A partir de um dia antes do parto não foi constatada a
ocorrência de glândulas mamárias não distendidas.
Foi possível observar que uma distensão mais pronunciada do úbere ocorreu a partir
de um dia antes da parição, quando 11,11% (2/18) dos animais apresentavam glândula mamária
distendida, sendo difícil preguear a pele (Grau 3), freqüencia que aumentou para 50% (9/18)
imediatamente antes deste evento. O Grau 4, no qual a glândula mamária se apresentava
extremamente distendida, sendo impossível preguear a pele, foi observado a partir de meio
dia antes do parto, em 5,56% (1/18) dos animais, sendo que imediatamente antes da parição
essa freqüência foi de 11,11% (2/18).
No momento do parto todos os animais apresentavam alguma distensão na glândula
mamária, sendo que em 38,89% (7/18) das cabras a mama estava moderadamente distendida
(Grau 2), em 50,00% (9/18) a glândula estava distendida, sendo difícil o pregueamento da pele
(Grau 3), e em 11,11% (2/18) as mamas estavam extremamente distendidas, nas quais era
impossível o pregueamento da pele (Grau 4).
81
81
Tabela 9 - Freqüência da ocorrência da distensão e plenitude da glândula mamária em cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas
de acordo com o grau de distensão e plenitude - São Paulo - 2007
GRAU DE DISTENSÃO E PLENITUDE DA GLÂNDULA MAMÁRIA
Momentos da colheita
(antes do parto)
Grau 1: não distendida
Grau 2: moderadamente
distendida, sendo possível
preguear a pele
Grau 3: distendida, sendo
difícil preguear a pele
Grau 4: extremamente
distendida, sendo
impossível preguear a pele
16 dias
(362 ± 22 horas)
44,44%
a
(8/18)
55,56%
ab
(10/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
38,89%
ab
(7/18)
61,11%
bc
(11/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
38,89%
ab
(7/18)
61,11%
bc
(11/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
38,89%
ab
(7/18)
61,11%
bc
(11/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
27,78%
ab
(5/18)
72,22%
ac
(13/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
16,67%
abc
(3/18)
83,33%
ac
(15/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
11,11%
bc
(2/18)
88,89%
c
(16/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
0,00%
c
(0/18)
88,89%
c
(16/18)
11,11%
ab
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
c
(0/18)
61,11%
ab
(11/18)
33,33%
bc
(6/18)
5,56%
a
(1/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
c
(0/18)
38,89%
b
(7/18)
50,00%
c
(9/18)
11,11%
a
(2/18)
abc: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
82
A evolução temporal do grau de distensão e plenitude da glândula mamária está
demonstrada no gráfico 6 e na tabela 10. É possível observar que a partir de três dias antes do
parto as glândulas mamárias foram tornando-se mais distendidas e plenas, alcançando o
máximo grau observado imediatamente antes da parição. A Fotografia 2 ilustra três
momentos da evolução temporal da distensão e plenitude da glândula mamária de uma cabra
nulípara.
1,56
1,61 1,61
1,61
1,72
1,83
1,94
2,11
2,44
2,72
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de distensão e plenitude
da glândula mamária
Gráfico 6 - Valores médios e desvios padrão do grau de distensão e plenitude da glândula mamária de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Fotografia 2 - Distensão da glândula mamária de uma cabra nulípara aos nove (A), um (B) e zero dia
antes do parto - São Paulo - 2007
83
Tabela 10 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
distensão e plenitude da glândula mamária de cabras da raça Saanen durante a fase
preparatória do parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,56
a
0,51 2,00 32,90 1,00 - 2,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,61
ab
0,50 2,00 31,10 1,00 - 2,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,61
ab
0,50 2,00 31,10 1,00 - 2,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 1,61
ab
0,50 2,00 31,10 1,00 - 2,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 1,72
ab
0,46 2,00 26,80 1,00 - 2,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 1,83
abc
0,38 2,00 20,90 1,00 - 2,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 1,94
bc
0,42 2,00 21,40 1,00 - 3,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 2,11
c
0,32 2,00 15,30 2,00 - 3,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 2,44
d
0,62 2,00 25,20 2,00 - 4,00
Imediatamente
antes do parto
18 2,72
d
0,67 3,00 24,60 2,00 - 4,00
abcd: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
O gráfico 7 e a tabela 11 fazem uma comparação entre cabras nulíparas e pluríparas,
mostrando que nas pluríparas um discreto ingurgitamento da glândula mamária já era
observado dezesseis dias antes do parto, enquanto que nas nulíparas este fato só foi
observado a partir de três dias antes da parição. Deste momento em diante, a distensão e
plenitude da glândula mamária nas nulíparas foi mais evidente que nas pluríparas.
84
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de distensão e plenitud
e
da glândula mamária
nulíparas
pluparas
Gráfico 7 - Valores médios do grau de distensão e plenitude da glândula mamária de cabras nulíparas e
pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Tabela 11 - Médias e desvios padrão da distensão e plenitude da glândula mamária de cabras nulíparas
e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídos segundo o
grau de distensão e plenitude - São Paulo - 2007
GRAU DE DISTENSÃO E PLENITUDE
DA GLÂNDULA MAMÁRIA
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,67±0,49
b
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,73±0,46
b
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,73±0,46
b
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,73±0,46
b
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,87±0,35
b
2 dias
(46 ± 4 horas)
3 1,67±0,58
a
15 1,87±0,35
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 2,33±0,58
a
15 1,87±0,35
a
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 2,67±0,58
a
15 2,00±0,00
b
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 2,67±0,58
a
15 2,40±0,63
a
Imediatamente
antes do parto
3 3,33±0,58
a
15 2,60±0,63
a
ab: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
85
4.4.2 Grau de distensão e plenitude dos tetos
A análise dos resultados apresentados na tabela 12 demonstra que a fase preparatória
do parto influenciou o grau de distensão e plenitude dos tetos, sendo que com a aproximação
da parição eles tornaram-se gradualmente distendidos.
De acordo com os dados observados na tabela 12, dezesseis dias antes do parto 72,22%
(13/18) dos animais apresentavam tetos pequenos, vazios e não distendidos (Grau 1), 22,22%
(4/18) apresentavam tetos com flutuação e relaxados (Grau 2) e 5,56% (1/18) apresentavam
tetos distendidos, pouco brilhantes e preservando ainda as pregas (Grau 3). Neste momento
não foi observada a presença de tetos classificados como tensos, lisos e luzidios (Grau 4).
Com a aproximação do momento da parição houve diminuição da freqüência de tetos
não distendidos (Grau 1), sendo que em cabras examinadas dois dias antes do parto observou-
se 50,00% (9/18) de tetos pequenos, vazios e não distendidos, enquanto que em cabras
examinadas meio dia antes do parto esta condição foi observada em 16,67% (3/18) dos
animais. Imediatamente antes do parto, somente 11,11% (2/18) dos animais apresentavam tetos
não distendidos.
Verificou-se também que nos últimos dias de gestação ocorria um aumento da
freqüência de animais que apresentavam tetos com flutuação e relaxados (Grau 2), sendo que
meio dia antes do parto esta condição foi observada em 61,11% (11/18) das cabras examinadas.
No momento da parição, 11,11% (2/18) dos animais apresentaram tetos pequenos, vazios e não
distendidos (Grau 1), 66,67% (12/18) apresentavam tetos com flutuação e relaxados (Grau 2),
16,67% (3/18) apresentavam tetos distendidos, pouco brilhantes e preservando ainda as pregas
(Grau 3) e 5,56% (1/18) apresentavam tetos tensos, lisos e luzidios (Grau 4).
A ocorrência de tetos distendidos pouco brilhantes, preservando ainda as pregas de
pele (Grau 3) e de tetos tensos, lisos e luzidios (Grau 4) foi pouco freqüente, sendo que entre
0,00 % (0/0) e 16,67 % (3/18) dos tetos palpados receberam essa classificação.
86
Tabela 12 - Freqüência da ocorrência da distensão e plenitude dos tetos de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o grau de plenitude - São
Paulo - 2007
GRAU DE DISTENSÃO E PLENITUDE DOS TETOS
Momento da
colheita
(antes do parto)
Grau 1:
pequenos
e vazios
Grau 2: com
flutuação e
relaxados
Grau 3: distendidos,
pouco brilhantes e
preservando ainda as
pregas
Grau 4: tensos,
lisos
e luzidios
16 dias
(362 ± 22 horas)
72,22%
a
(13/18)
22,22%
a
(4/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
180 ± 10 horas)
66,67%
ab
(12/18)
27,78%
a
(5/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
61,11%
ab
(11/18)
33,33%
ab
(6/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
55,56%
ab
(10/18)
38,89%
abc
(7/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
50,00%
ab
(9/18)
44,44%
abc
(8/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
50,00%
ab
(9/18)
44,44%
abc
(8/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
38,89%
bc
(7/18)
50,00%
abc
(9/18)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
a
(1/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
38,89%
bc
(7/18)
50,00%
abc
(9/18)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
a
(1/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
16,67%
c
(3/18)
61,11%
bc
(11/18)
16,67%
a
(3/18)
5,56%
a
(1/18)
Imediatamente
antes do parto
11,11%
c
(2/18)
66,67%
c
(12/18)
16,67%
a
(3/18)
5,56%
a
(1/18)
abc: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
O gráfico 8 e a tabela 13 mostram a evolução do grau de distensão e plenitude dos tetos
ao longo dos dezesseis últimos dias de gestação, onde foi possível observar um gradual
aumento na freqüência desta característica. No dia da parição foi alcançado o maior grau
observado durante o período de avaliação dos animais. A fotografia 3 mostra a máxima
distensão observada num animal durante a fase preparatória do parto.
87
2,17
2,11
1,781,78
1,61
1,61
1,56
1,50
1,44
1,33
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de distensão e plenitud
e
dos tetos
Gráfico 8 - Valores médios e desvios padrão do grau de distensão e plenitude dos tetos de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Fotografia 3 - Cabra plurípara apresentando Grau 4 de distensão e plenitude dos tetos (tensos, lisos e
luzidios) três dias antes do parto - São Paulo - 2007
88
Tabela 13 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
distensão e plenitude dos tetos de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,33
a
0,59 1,00 44,60 1,00 - 3,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,44
a
0,78 1,00 54,30 1,00 - 4,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,50
a
0,79 1,00 52,40 1,00 - 4,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 1,56
ab
0,78 1,00 50,40 1,00 - 4,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 1,61
abc
0,78 2,00 48,30 1,00 - 4,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 1,61
abc
0,78 2,00 48,30 1,00 - 4,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 1,78
abc
0,81 2,00 45,50 1,00 - 4,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 1,78
abc
0,81 2,00 45,50 1,00 - 4,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 2,11
bc
0,76 2,00 35,90 1,00 - 4,00
Imediatamente
antes do parto
18 2,17
c
0,71 2,00 32,60 1,00 - 4,00
abc: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
Assim como foi observado na avaliação do grau de distensão e plenitude da glândula
mamária, os tetos das cabras nulíparas começaram a distender tardiamente, somente a partir
de dois dias antes do parto (Gráfico 9 e Tabela 14). Nos momentos finais da gestação, essa
distensão foi discretamente mais evidente quando comparadas às pluríparas.
89
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de distensão e plenitude dos teto
nulíparas
pluparas
Gráfico 9 - Valores médios do grau de distensão e plenitude dos tetos de cabras nulíparas e pluríparas
da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Tabela 14 - Médias e desvios padrão da distensão e plenitude dos tetos de cabras nulíparas e
pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídos segundo o
grau de relaxamento do ligamento - São Paulo - 2007
GRAU DE PLENITUDE DOS TETOS
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,40±0,63
a
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,53±0,83
a
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,60±0,83
a
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,67±0,82
a
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,73±0,80
a
2 dias
(46 ± 4 horas)
3 1,00±0,00
a
15 1,73±0,80
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 1,67±0,58
a
15 1,80±0,86
a
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 1,67±0,58
a
15 1,80±0,86
a
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 2,33±0,58
a
15 2,07±0,80
a
Imediatamente
antes do parto
3 2,33±0,58
a
15 2,13±0,74
a
a: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
90
4.4.3 Grau de edema da glândula mamária
A análise dos resultados apresentados na tabela 15 demonstra que a presença de edema
na glândula mamária não é fato freqüentemente observado durante a fase preparatória do
parto de caprinos, pois somente 16,67% (3/18) dos animais examinados apresentaram esta
característica.
A partir de um dia e meio antes do parto, o grau de edema oscilou sem que diferenças
estatísticas pudessem ser observadas. Um dia e meio antes da parição, 5,56% (1/18) dos
animais apresentaram edema restrito à base do teto ou da glândula (Grau 2) e um dia antes do
parto e no momento deste, 16,67% (3/18) das cabras apresentavam este grau de edema
(restrito à base do teto ou da glândula).
Durante todo o período de acompanhamento dos animais não foi observado edema
difuso por toda a glândula mamária (Grau 3) ou edema que se estendesse até o abdômen
(Grau 4).
Comparando-se cabras nulíparas e pluríparas, as diferenças não foram significativas.
91
Tabela 15 - Freqüência da ocorrência do edema de glândula mamária de cabras da raça Saanen durante
a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o grau de edema - São Paulo - 2007
GRAU DE EDEMA DA GLÂNDULA MAMÁRIA
Momentos da
colheita
(antes do parto)
Grau 1: ausente
Grau 2: restrito à
base do teto ou
da glândula
Grau 3: difuso por
toda a glândula
Grau 4:
estendendo-se
até o abdômen
16 dias
(362 ± 22 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
94,44%
a
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
83,33%
a
(15/18)
16,67%
a
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
83,33%
a
(15/18)
16,67%
a
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
Imediatamente
antes do parto
83,33%
a
(15/18)
16,67%
a
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
a: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
O gráfico 10 e a tabela 16 mostram a evolução temporal do grau de edema da glândula mamária.
1,171,171,17
1,06
1,00
1,001,00
1,001,00
1,00
1
2
3
4
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
grau de edema
da glândula mamária
Gráfico 10 - Valores médios e desvios padrão do grau de edema da glândula mamária de cabras da raça
Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
92
Tabela 16 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do grau de
edema da glândula mamária de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto -
São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 1,00 - 1,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 1,06
a
0,24 1,00 22,30 1 ,00- 2,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 1,17
a
0,38 1,00 32,90 1 ,00- 2,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 1,17
a
0,38 1,00 32,90 1 ,00- 2,00
Imediatamente
antes do parto
18 1,17
a
0,38 1,00 32,90 1 ,00- 2,00
a: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.4.4 Aspecto da secreção láctea pré-colostral
Os resultados apresentados no gráfico 11 e tabela 17 evidenciam que durante a fase
preparatória do parto de caprinos existem significativas modificações nos apecto da secreção
láctea, sendo que com a aproximação da parição ocorreu um aumento gradativo da presença
de secreção com aspecto de colostro.
Durante o exame realizado dezesseis dias antes do parto, observou-se uma grande
diversidade no aspecto das secreções, sendo que secreções com aspecto de leite ou entre
viscoso e fluído com coloração amarelo escuro foram observadas com a mesma freqüência,
16,67% (3/18). Ainda no mesmo momento, foram observadas secreções com aspecto de mel em
93
5,56% (1/18) dos animais, soro lácteo em 11,11% (2/18) e viscoso com cor dourada em 22,22%
(4/18).
Conforme a data da parição se aproximava, ocorria uma redução no número de
animais que apresentavam secreções com aspecto de leite, mel e soro lácteo, sendo que quatro
dias antes do parto estes tipos de secreção podiam ser observados em 5,56% (1/18), 5,56%
(1/18) e 0,00% (0/18) dos animais examinados, respectivemente, enquanto que um dia antes
da parição nenhum dos animais apresentava secreção com aspecto de leite, mel ou soro lácteo.
Secreção láctea com aspecto de colostro (Fotografia 4) já podia ser observada
dezesseis dias antes do parto em 27,78% (5/18) dos animais, sendo que com a proximidade do
parto esta freqüência foi aumentando gradativamente até atingir 61,11% (11/18) um dia e meio
antes do parto e 94,44% (17/18) meio dia antes da parição.
Não foram observadas diferenças estatísticas significantes quando comparado o
aspecto da secreção láctea pré-colostral de cabras nulíparas e pluríparas.
Fotografia 4 - Secreção láctea classificada como colostro observada cinco dias antes da parição em
uma cabra plurípara - São Paulo - 2007
94
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
aspecto da secreção láctea (%).
1: leite 2: mel
3: soro lácteo 4: viscoso de cor dourada
5: entre viscoso e fluido de cor amarela escura 6: colostro
Gráfico 11 - Freqüência da ocorrência do aspecto da secreção láctea de cabras da raça Saanen durante a
fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o tipo de secreção - São Paulo -
2007
95
95
Tabela 17 - Freqüência da ocorrência do aspecto da secreção láctea de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o
tipo de secreção - São Paulo - 2007
AVALIAÇÃO DO ASPECTO DA SECREÇÃO LÁCTEA
Momentos da colheita
(antes do parto)
1: leite 2: mel 3: soro lácteo
4: viscoso de
cor dourada
5: entre viscoso
e fluído de cor
amarela escura
6: colostro
16 dias
(362 ± 22 horas)
16,67%
a
(3/18)
5,56%
a
(1/18)
11,11%
a
(2/18)
22,22%
a
(4/18)
16,67%
ab
(3/18)
27,78%
a
(5/18)
8 dias
180 ± 10 horas)
5,58%
a
(1/17)
0,00%
a
(0/17)
11,76%
a
(2/17)
11,76%
ab
(2/17)
23,53%
ab
(4/17)
47,06%
ab
(8/17)
6 dias
(132 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
a
(1/18)
11,11%
a
(2/18)
11,11%
ab
(2/18)
22,22%
ab
(4/18)
44,44%
ab
(8/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
11,11%
ab
(2/18)
16,67%
ab
(3/18)
61,11%
bcd
(11/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
ab
(1/18)
38,89%
a
(7/18)
50,00%
abc
(9/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
ab
(1/18)
33,33%
a
(6/18)
50,00%
abc
(9/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
ab
(1/18)
22,22%
ab
(4/18)
61,11%
bcd
(11/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
b
(0/18)
22,22%
ab
(4/18)
77,78%
cde
(14/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
b
(0/18)
5,56%
b
(1/18)
94,44%
e
(17/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
b
(0/18)
11,11%
ab
(2/18)
88,89%
de
(16/18)
abcde: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
96
4.4.5 Teores de cálcio no soro lácteo
A análise dos resultados apresentados no gráfico 12 e na tabela 18 demonstra a
influência da fase preparatória do parto nos teores lácteos de cálcio, pois nas últimas vinte e
quatro horas de gestação observou-se um aumento gradual desses valores.
Após flutuarem entre 5,42±2,25 e 6,34±3,05mmol/l no período compreendido entre o
décimo sexto e segundo dia antes do parto, os teores lácteos médios de cálcio aumentaram até
atingirem 8,29±3,33 mmol/l um dia antes da parição, valor significativamente maior do que os
encontrados oito (5,42±2,25mmol/l) e quatro (5,62 ± 2,59 mmol/l) dias antes do parto.
Nas amostras colhidas imediatamente antes da parição evidenciou-se que os teores
médios de cálcio no soro lácteo continuavam a aumentar e atingiram os valores máximos
(11,37±4,48mmol/l) registrados durante o período de observação dos animais. O valor médio
encontrado imediatamente antes do parto foi cerca de duas vezes maior que os observados
entre dezesseis e dois dias antes do parição.
Não foi possível a comparação entre cabras nulíparas e pluríparas devido à menor
quantidade de amostras obtidas das cabras nulíparas.
11,37
8,29
6,34
6,29
5,62
6,29
5,42
5,97
0
2
4
6
8
10
12
14
16
16 8 6 4 3 2 1 0
dias antes do parto
cálcio (mmol/l)
Gráfico 12 - Valores médios e desvios padrão dos teores lácteos de cálcio, em milimols por litro, de
cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
97
Tabela 18 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação dos teores
lácteos de cálcio de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo
- 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(mmol/l)
Desvio
Padrão
(mmol/l)
Mediana
(mmol/l)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(mmol/l)
16 dias
(363 ± 35 horas)
15 5,97
ab
3,30 5,30 0,55 2,57-15,81
8 dias
(180 ± 5 horas)
15 5,42
a
2,25 5,15 0,42 1,99-10,72
6 dias
(133 ± 6 horas)
15 6,29
ab
2,83 5,99 0,45 2,09-12,04
4 dias
(89 ± 10 horas)
15 5,62
a
2,59 5,24 0,46 1,64-11,69
3 dias
(65 ± 10 horas)
15 6,29
ab
2,89 6,65 0,46 1,25-12,60
2 dias
(34 ± 6 horas)
15 6,34
ab
3,05 6,04 0,48 1,65-12,17
1 dia
(10 ± 6 horas)
14 8,29
b
3,33 7,73 0,40 2,31-12,83
Imediatamente
antes do parto
7 11,37
c
4,48 11,72 0,39 6,35-17,58
abc: letras não coincidentes significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.5 Resultados obtidos a partir da avaliação das modificações da vulva e da secreção vaginal
de caprinas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto.
4.5.1 Área da vulva
A análise dos resultados apresentados no gráfico 13 e na tabela 19 demonstra que a
área da vulva não sofreu influência da fase preparatória do parto, pois nos últimos dezesseis
dias de gestação os valores médios oscilaram entre 4,34±1,30 e 5,77±1,75cm² anotados
dezesseis dias antes do parto e no momento deste, respectivamente, sem que qualquer
diferença estatística fosse observada.
98
5,77
4,76
5,12
5,01
5,06
4,98
4,86
4,45
4,63
4,34
0
1
2
3
4
5
6
7
8
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
área da vulva (cm
2
)
Gráfico 13 - Valores médios e desvios padrão da área da vulva, em centímetros quadrados, de cabras da
raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Tabela 19 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação da área da
vulva de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Momentos da
colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(cm
2
)
Desvio
Padrão
(cm
2
)
Mediana
(cm
2
)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(cm
2
)
16 dias
(362 ± 22 horas)
17 4,34
a
1,30 4,21 30,0% 2,50-7,40
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 4,63
a
1,28 4,55 27,7% 2,70-7,50
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 4,45
a
1,29 4,36 28,9% 2,80-7,80
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 4,86
a
1,16 4,80 24,0% 3,20-7,70
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 4,98
a
1,12 5,06 22,4% 2,80-7,40
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 5,06
a
1,29 4,87 25,4% 2,90-7,40
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 5,01
a
1,11 5,27 22,2% 3,10-6,80
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 5,12
a
0,95 5,03 18,5% 3,50-6,70
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 4,76
a
0,85 4,92 18,0% 3,30-7,00
Imediatamente
antes do parto
18 5,77
a
1,75 5,51 30,3% 3,10-9,20
a: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p0,05)
99
Ao comparar as cabras nulíparas com as pluríparas (Gráfico 14 e Tabela 20), foram
observadas as mesmas flutuações ao longo do acompanhamento, sendo que a partir de meio
dia antes do parto o aumento da área da vulva foi mais pronunciado nas nulíparas, porém sem
diferença estatística significante.
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
7
7,5
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
área da vulva (cm
2
)
nulíparas
pluparas
Gráfico 14 - Valores médios da área da vulva de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a
fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
100
Tabela 20 - Médias e desvios padrão da área da vulva de cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
ÁREA DA VULVA
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 4,48±1,15
a
15 4,02±1,72
a
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 4,59±1,05
a
15 4,63±1,34
a
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 4,31±1,45
a
15 4,49±1,29
a
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 4,30±0,58
a
15 4,97±1,22
a
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 4,90±0,09
a
15 4,99±1,23
a
2 dias
(46 ± 4 horas)
3 4,38±0,34
a
15 5,19±1,36
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 5,01±0,48
a
15 5,00±1,22
a
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 5,05±0,38
a
15 5,13±1,04
a
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 5,19±0,29
a
15 4,66±0,92
a
Imediatamente
antes do parto
3 7,31±1,80
a
15 5,45±1,62
a
a: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.5.2 Edema de vulva
O edema de vulva ocorreu em apenas uma cabra plurípara e a partir de um dia antes do
parto, permanecendo presente até o momento da parição. O edema foi considerado Grau 2, ou
seja, intermediário (pequeno aumento da vulva, desaparecimento parcial das dobras, lábios
vulvares relativamente relaxados) e não houve diferença estatística significante.
101
4.5.3 Fluxo vaginal
A análise dos resultados apresentados na tabela 21 demonstra que a fase preparatória
do parto influenciou o aspecto do fluxo vaginal, sendo que o aumento significativo deste
somente foi observado nos animais examinados imediatamente antes da parição.
Foi possível constatar que dezesseis dias antes do parto o fluxo vaginal era ausente
(Grau 1) em 100% (18/18) dos animais examinados. A partir do oitavo dia que antecedeu o
parto, os animais examinados passaram a apresentar algum fluxo vaginal, sendo que neste
momento e também seis dias antes do parto, 11,11% (2/18) dos animais apresentavam o
vestíbulo vaginal pouco úmido (Grau 2).
A presença do fluxo vaginal se tornou mais evidente somente no imediatamente antes
do parto, quando 72,22% (13/18) das cabras examinadas apresentavam acúmulo de fluído na
porção central do vestíbulo vaginal (Grau 5) e em 11,11% (2/18) o vestíbulo vaginal estava
úmido e luzidio (Grau 3), sendo que apenas 16,67% (3/18) dos animais examinados não
apresentaram nenhum fluxo vaginal. A fotografia 5 mostra uma cabra nulípara imediatamente
antes da parição, com fluxo vaginal classificado como Grau 5.
Fotografia 5 - Cabra nulípara apresentando fluxo vaginal classificado como Grau 5 (acúmulo de fluído
na porção central do vestíbulo vaginal) imediatamente antes do parto - São Paulo - 2007
102
102
Tabela 21 - Freqüência da ocorrência do aspecto do fluxo vaginal de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o
aspecto - São Paulo - 2007
ASPECTO DO FLUXO VAGINAL
Momentos da colheita
(antes do parto)
1: ausente 2: pouco úmido 3: úmido e luzidio
4: muito úmido, luzidio
e com formação de
trabéculas de muco
5: acúmulo de fluído
na porção central do
vestíbulo vaginal
16 dias
(362 ± 22 horas)
100%
a
(18/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
88,89%
ab
(16/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
88,89%
ab
(16/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
94,44%
ab
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
88,89%
ab
(16/18)
5,56%
a
(1/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
88,89%
ab
(16/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
77,78%
b
(14/18)
16,67%
a
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
94,44%
ab
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
72,22%
ab
(13/18)
11,11%
a
(2/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
5,56%
a
(1/18)
Imediatamente
antes do parto
16,67%
c
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
72,22%
b
(13/18)
abc: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
103
O gráfico 15 e a tabela 22 mostram a evolução temporal do aspecto do fluxo vaginal,
nos quais fica evidenciado o aumento significante ocorrido imediatamente antes da parição.
Não houve diferença estatística significante quando comparadas cabras nulíparas e
pluríparas.
4, 1 1
1,56
1,06
1,33
1,28
1,17
1,06
1,11
1,11
1,00
1
2
3
4
5
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
fluxo vaginal
Gráfico 15 - Valores médios e desvios padrão do aspecto do fluxo vaginal de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
104
Tabela 22 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação do aspecto
do fluxo vaginal de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,00
a
0,00 1,00 0,00 0,00-0,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 1,11
a
0,32 1,00 29,10 0,00-0,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 1,11
a
0,32 1,00 29,10 0,00-0,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 1,06
a
0,24 1,00 22,30 0,00-0,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 1,17
a
0,51 1,00 44,10 0,00-0,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 1,28
a
0,96 1,00 75,00 0,00-0,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 1,33
a
0,77 1,00 57,50 0,00-0,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 1,06
a
0,24 1,00 22,30 0,00-0,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 1,56
a
1,1 1,00 70,50 0,00-0,00
Imediatamente
Antes do parto
18 4,11
b
1,57 5,00 38,10 0,00-0,00
ab: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
4.5.4 Coloração da mucosa vaginal
A análise dos resultados apresentados no gráfico 16 e na tabela 23 demonstra que a
coloração da mucosa vaginal não sofreu influência da fase preparatóra do parto, pois nos
últimos dezesseis dias de gestação não foram verificadas alterações que pudessem ser
relacionadas com a parição iminente.
De acordo com o gráfico 16 e com a tabela 23, pode-se observar que a coloração da
mucosa vaginal dos animais examinados foi predominantemente rosa pálida (Grau 2), visto
que em apenas uma ocasião, dezesseis dias antes do parto, a freqüência desta coloração foi
menor que 80%.
105
Durante o período de acompanhamento nenhum animal apresentou mucosa vaginal de
coloração vermelha (Grau 4) intensa ou extremamente avermelhada (Grau 5).
Não houve diferença estatística significante na comparação entre cabras nulíparas e
pluríparas.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
coloração da mucosa vaginal (%)
.
1: pálida 2: rosa pálida 3: vermelha clara
4: vermelha intensa
5: extremamente avermelhada
Gráfico 16 - Freqüência da ocorrência da coloração da mucosa vaginal de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com o tipo de secreção - São
Paulo - 2007
106
Tabela 23 - Freqüência da ocorrência da coloração da mucosa vaginal de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto, distribuídas de acordo com a coloração - São Paulo -
2007
COLORAÇÃO DA MUCOSA VAGINAL
Momentos da
colheita
(antes do parto)
1: pálida 2: rosa pálida
3: vermelha
clara
4: vermelha
intensa
5: extremamente
avermelhada
16 dias
(362 ± 22 horas)
11,11%
a
(2/18)
77,78%
a
(14/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
8 dias
(180 ± 10 horas)
0,00%
a
(0/18)
94,44%
a
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
6 dias
(132 ± 10 horas)
0,00%
a
(0/18)
94,44%
a
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
4 dias
(88 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
88,89%
a
(16/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
3 dias
(64 ± 10 horas)
5,56%
a
(1/18)
88,89%
a
(16/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
2 dias
(46 ± 4 horas)
0,00%
a
(0/18)
94,44%
a
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
0,00%
a
(0/18)
94,44%
a
(17/18)
5,56%
a
(1/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
1 dia
(21 ± 3 horas)
0,00%
a
(0/18)
83,33%
a
(15/18)
16,67%
a
(3/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
½ dia
(9 ± 5 horas)
0,00%
a
(0/18)
88,89%
a
(16/18)
11,11%
a
(2/18)
0,00%
a
(0/18)
0,00%
a
(0/18)
Imediatamente
antes do parto
0,00%
a
(0/17)
88,24%
a
(15/17)
11,76%
a
(2/17)
0,00%
a
(0/17)
0,00%
a
(0/17)
a: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p 0,05)
O gráfico 17 e a tabela 24 mostram a evolução temporal da variação da coloração da
mucosa da vaginal durante os últimos dezesseis dias de gestação.
107
2,12
2,11
2,17
2,06
2,06
2,03
2,00
2,06
2,06
2,00
1
2
3
4
5
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
coloração da mucos
a
Gráfico 17 - Valores médios e desvios padrão da coloração da mucosa vaginal de cabras da raça Saanen
durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
Tabela 24 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação da
coloração da mucosa vaginal de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
Desvio
Padrão
Mediana
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 2,00
a
0,49 2,00 24,25 1,00-3,00
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 2,06
a
0,24 2,00 11,46 2,00-3,00
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 2,06
a
0,24 2,00 11,46 2,00-3,00
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 2,00
a
0,34 2,00 17,14 1,00-3,00
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 2,06
a
0,42 2,00 20,24 1,00-3,00
2 dias
(46 ± 4 horas)
18 2,06
a
0,24 2,00 11,47 2,00-3,00
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
18 2,06
a
0,24 2,00 11,47 2,00-3,00
1 dia
(21 ± 3 horas)
18 2,17
a
0,38 2,00 17,70 2,00-3,00
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 2,11
a
0,32 2,00 15,31 2,00-3,00
Imediatamente
antes do parto
18 2,12
b
0,33 2,00 15,68 2,00-3,00
ab: letras coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística não significante (p> 0,05)
108
4.6 Resultados obtidos a partir das dosagens de progesterona, estradiol e cortisol no plasma
sangüíneo de caprinas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto
4.6.1 Progesterona
A análise dos resultados apresentados no gráfico 18 e na tabela 25 demonstra que a
fase preparatória do parto influenciou os teores plasmáticos de progesterona, pois nos
últimos dezesseis dias de gestação foi observada diminuição nos valores médios.
Verificou-se que, dezesseis dias antes do parto, o valor médio dos teores plasmáticos
de progesterona era 13,16±4,84ng/ml, sendo que este valor decresceu gradativa e
significativamente até atingir, um dia e meio antes do parto, a média de 6,78±1,48ng/ml, ou
seja, pouco mais da metade do valor inicial. A partir deste momento foi observada uma queda
abrupta nos teores plasmáticos médios de progesterona, pois em amostras colhidas um dia
antes do parto os valores médios eram iguais a 3,93±2,34ng/ml e em amostras colhidas meio
dia antes do parto os valores médios eram iguais a 1,34±1,00 ng/ml, cerca de três vezes menor
que o anterior. Nas amostras colhidas imediatamente antes da parição foi encontrado o menor
valor observado durante o período de acompanhamento dos animais (1,18±0,83ng/ml).
1,18
1,34
3,93
6,78
7,78
9,33
9,88
11,41
11,38
13,16
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
progesterona (ng/ml
)
Gráfico 18 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de progesterona, em nanogramas
por mililitro, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007
109
Tabela 25 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação dos teores
plasmáticos de progesterona de cabras da raça Saanen, durante a fase preparatória do
parto - São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(ng/ml)
Desvio
Padrão
(ng/ml)
Mediana
(ng/ml)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(ng/ml)
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 13,16
a
4,84 12,76 0,37 7,09-28,24
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 11,38
ab
3,06 11,59 0,27 7,87-18,43
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 11,41
ab
4,48 10,08 0,39 7,09-25,66
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 9,88
b
2,81 9,50 0,29 5,75-17,49
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 9,33
bc
2,50 8,82 0,27 5,32-14,98
2 dias
(46 ± 4 horas)
15 7,78
cd
1,90 7,40 0,25 4,30-10,82
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
17 6,78
d
1,48 6,48 0,22 4,25-10,79
1 dia
(21 ± 3 horas)
17 3,93
e
2,34 3,27 0,60 1,30-10,58
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 1,34
f
1,00
i
1,09 0,75 0,34-3,97
Imediatamente
antes do parto
18 1,18
f
0,83 1,01 0,70 0,15-3,68
abcdef: letras não coincidentes significam diferença estatística significante (p 0,05)
Observando o gráfico 19 e a tabela 26 percebe-se que as cabras pluríparas
apresentaram um padrão constante de queda nos teores plasmáticos de progesterona,
enquanto que as nulíparas exibiram dois picos durante o período, três e um e meio dias antes
do parto.
110
0
2
4
6
8
10
12
14
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
progesterona (ng/ml)
nulíparas
pluparas
Gráfico 19 - Valores médios dos teores plasmáticos de progesterona, em nanogramas por mililitro, de
cabras nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São
Paulo - 2007
Tabela 26 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de progesterona de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen, durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007
PROGESTERONA PLASMÁTICA (ng/ml)
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 13,16 ± 2,94
a
15 13,16 ± 5,22
b
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 11,67 ± 0,43
a
15 11,32 ± 3,36
b
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 10,27 ±0,32
a
15 11,64 ± 4,90
b
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 8,84 ± 2,52
a
15 10,08 ± 2,91
b
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 9,97 ± 2,04
a
15 9,20 ± 2,63
b
2 dias
(46 ± 4 horas)
1 6,54 ± 0,00
a
14 7,86 ± 1,94
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 7,70 ± 2,68
a
14 6,58 ± 1,16
b
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 2,22 ± 0,82
a
14 4,30 ± 2,41
a
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 0,50 ± 0,15
a
15 1,51 ± 1,02
b
Imediatamente
antes do parto
3 1,37 ± 0,97
a
15 1,15 ± 0,83
b
a: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
111
4.6.2 Estradiol
A análise dos resultados apresentados no gráfico 20 e na tabela 27 demonstra que os
teores plasmáticos médios de estradiol sofreram influência da fase preparatória do parto.
Os valores médios dos teores plasmáticos de estradiol sofreram flutuações entre
77,22±21,42 e 91,85±32,53pg/ml no período compreendido entre o décimo sexto e o terceiro
dia antes do parto. Observou-se que os teores plasmáticos médios de estradiol obtidos em
amostras colhidas dois (117,13±24,59pg/ml) e um (115,28±32,42pg/ml) dia antes do parto
foram signficativamente maiores do que os observados dezesseis (77,22±21,42pg/ml), oito
(78,23±26,91pg/ml), seis (78,70±24,84pg/ml) e três (87,76 ± 34,03 pg/ml) dias antes do parto.
Dois dias antes da parição, foi observada a maior média do período de acompanhamento dos
animais.
Nas amostras colhidas imediatamente antes da parição foram encontrados teores
plasmáticos médios de estradiol (91,71±46,75pg/ml) similares aos encontrados dois e um dia
antes do parto.
91,71
115,28
117,13
87,76
91,85
78,70
78,23
77,22
40
60
80
100
120
140
16 8 6 4 3 2 1 0
dias antes do parto
estradiol (pg/ml)
Gráfico 20 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de estradiol, em picogramas por
mililitro, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
112
Tabela 27 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação dos teores
plasmáticos de estradiol de cabras da raça Saanen, durante a fase preparatória do parto -
São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(pg/ml)
Desvio
Padrão
(pg/ml)
Mediana
(pg/ml)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(pg/ml)
16 dias
(362 ± 23 horas)
16 77,22
a
21,42 75,10 0,28 49,39-110,62
8 dias
(181 ± 10 horas)
17 78,23
a
26,91 77,28 0,34 38,49-121,87
6 dias
(132 ± 10 horas)
17 78,70
a
24,84 79,73 0,32 39,42-127,55
4 dias
(87 ± 10 horas)
15 91,85
ab
32,53 90,47 0,35 40,07-132,63
3 dias
(68 ± 9horas)
9 87,76
a
34,03 80,90 0,39 43,47-134,43
2 dias
(43 ± 4 horas)
9 117,13
b
24,59 123,44 0,21 80,98-142,71
1 dia
(16 ± 6horas)
8 115,28
b
32,42 117,67 0,28 66,35-156,08
Imediatamente
antes do parto
9 91,71
ab
46,75 112,95 0,51 23,29-149,51
ab: letras não coincidentes, na mesma coluna, significam diferença estatística significante (p0,05)
Não foi possível a comparação entre cabras nulíparas e pluríparas devido à menor
quantidade de resultados obtidos das amostras de cabras nulíparas.
4.6.3 Cortisol
A análise dos resultados apresentados no gráfico 21 e na tabela 28 demonstra a
influência da fase preparatória do parto nos teores plasmáticos de cortisol, pois a partir do
último dia de gestação observou-se um aumento dos valores médios.
Durante o período compreendido entre o décimo sexto e o primeiro dia antes da
parição, os valores médios dos teores plasmáticos de cortisol sofreram flutuações entre os
valores 0,79±0,45 e 1,62±1,20μg/ml. Meio dia antes do parto houve um aumento dos valores
médios (2,73±1,52μg/dl), sendo que no momento da parição a média foi a mais alta observada
durante todo o período de avaliação, 4,82±2,70μg/dl.
113
Comparando-se o valor médio dos teores plasmáticos de cortisol obtidos na ocasião
mais distante do parto, ou seja, dezesseis dias antes deste evento, com os teores obtidos no
momento do parto, pode-se perceber que houve um aumento de cerca de quatro vezes nestes
valores (de 1,13±0,88μg/dl dezesseis dias antes do parto para 4,82±2,70μg/dl no momento da
parição).
4,82
2,73
1,62
1,26
1,15
1,28
0,98
0,91
0,79
1,13
0
1
2
3
4
5
6
7
8
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 0
dias antes do parto
cortisol (μg/dl)
Gráfico 21 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de cortisol, em microlitros por
decilitro, de cabras da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
114
Tabela 28 - Valores médios, desvios padrão, medianas, coeficientes e amplitudes de variação dos teores
plasmáticos de cortisol de cabras da raça Saanen, durante a fase preparatória do parto -
São Paulo - 2007
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Média
(μg/dl)
Desvio
Padrão
(μg/dl)
Mediana
(μg/dl)
Coeficiente
de variação
(%)
Amplitude
de variação
(μg/dl)
16 dias
(362 ± 22 horas)
18 1,13
a
0,88 0,92 77,50 0,04-3,01
8 dias
(180 ± 10 horas)
18 0,79
a
0,45 0,67 56,60 0,04-1,70
6 dias
(132 ± 10 horas)
18 0,91
a
0,60 0,84 66,10 0,04-2,12
4 dias
(88 ± 10 horas)
18 0,98
a
0,45 0,94 45,60 0,34-1,77
3 dias
(64 ± 10 horas)
18 1,28
a
1,33 0,89 103,70 0,21-6,22
2 dias
(46 ± 4 horas)
15 1,15
a
0,53 0,96 46,20 0,48-2,17
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
17 1,26
a
0,78 1,07 62,00 0,11-3,10
1 dia
(21 ± 3 horas)
17 1,62
a
1,20 1,30 73,80 0,04-5,06
½ dia
(9 ± 5 horas)
18 2,73
b
1,52 2,34 55,80 1,58-7,99
Imediatamente
antes do parto
18 4,82
c
2,70 4,35 56,00 0,63-12,22
abc: letras não coincidentes significam diferença estatística significante (p 0,05)
Ao observar o gráfico 22 e a tabela 29 percebe-se que, durante todo o período de
acompanhamento dos animais, as cabras nulíparas e pluríparas mantiveram semelhanças em
suas curvas de teores plasmáticos médios de cortisol, sendo que os valores observados para as
nulíparas estiveram quase sempre abaixo daqueles vistos nas pluríparas. A exceção ocorreu
no momento do parto, quando a média observada para as nulíparas (7,47±4,51μg/dl) ficou
bem acima da média das pluríparas (4,29±2,04μg/dl).
115
0
1
2
3
4
5
6
7
8
16 8 6 4 3 2 1,5 1 0,5 parto
dias antes do parto
cortisol (μg/dl)
nulíparas
pluparas
Gráfico 22 - Valores médios dos teores plasmáticos de cortisol, em microlitros por decilitro, de cabras
nulíparas e pluríparas da raça Saanen durante a fase preparatória do parto - São Paulo -
2007
Tabela 29 - Valores médios e desvios padrão dos teores plasmáticos de cortisol de cabras nulíparas e
pluríparas da raça Saanen, durante a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
CORTISOL PLASMÁTICO (μg/dl)
Momentos da colheita
(antes do parto)
Número
de animais
Nulíparas
Número
de animais
Pluríparas
16 dias
(362 ± 22 horas)
3 0,93 ± 1,20
a
15 1,17 ± 0,85
a
8 dias
(180 ± 10 horas)
3 0,41 ± 0,12
a
15 0,87 ± 0,45
a
6 dias
(132 ± 10 horas)
3 0,20 ± 0,15
a
15 1,05 ± 0,55
b
4 dias
(88 ± 10 horas)
3 0,63 ± 0,30
a
15 1,05 ± 0,44
a
3 dias
(64 ± 10 horas)
3 0,91 ± 0,65
a
15 1,36 ± 1,43
a
2 dias
(46 ± 4 horas)
1 0,69 ± 0,00
a
14 1,18 ± 0,53
a
1 ½ dia
(33 ± 5 horas)
3 0,43 ± 0,42
a
14 1,44 ± 0,73
b
1 dia
(21 ± 3 horas)
3 1,01 ± 0,23
a
14 1,75 ± 1,28
a
½ dia
(9 ± 5 horas)
3 1,91 ± 0,20
a
15 2,90 ± 1,63
a
Imediatamente
antes do parto
3 7,47 ± 4,51
a
15 4,29 ± 2,04
a
a: letras não coincidentes, na mesma linha, significam diferença estatística significante (p 0,05)
116
4.6.4 Comparação da evolução temporal dos teores plasmáticos médios de cortisol,
progesterona e estradiol no plasma sangüíneo
Comparando-se as curvas dos teores plasmáticos médios de cortisol, progesterona e
estradiol, é possível perceber que as mudanças mais significantes ocorreram a partir de dois
dias antes do parto, quando os teores plasmátios médios de cortisol e estradiol sofreram
aumento e os de progesterona decresceram. O gráfico 23 mostra as curvas médias dos três
hormônios dosados nesta pesquisa.
0
10
20
30
40
50
16 8 6 4 3 2 1 parto
dias antes do parto
cortisol (μg/dl) progesterona (ng/ml) estradiol (pg/ml)
Gráfico 23 - Teores plasmáticos de cortisol, progesterona e estradiol de cabras da raça Saanen durante
a fase preparatória do parto - São Paulo - 2007
117
5 DISCUSSÃO
5.1 Temperatura corpórea
Na literatura pesquisada foram encontrados estudos a respeito da influência do período
preparatório do parto na temperatura corpórea de bovinos e ovinos (WEIZ, 1943; EWBANK,
1963, 1969; WINFIELD; MAKIN, 1973; WINFIELD et al., 1975; GRUNERT; BIRGEL, 1989;
BIRGEL JUNIOR, 1994; REECE, 1996; KORNMATITSUK et al., 2000), sendo que na espécie
caprina apenas três pesquisas (WEIZ, 1943; JONES; KNIFTON, 1971; GONZÁLEZ-
STAGNARO; MADRID-BURY, 2004) foram encontradas.
Independentemente da espécie de ruminante estudada (bovina, ovina ou caprina),
relatou-se uma queda da temperatura corpórea nos últimos dias de gestação (WEIZ, 1943;
EWBANK, 1963, 1969; JONES; KNIFTON, 1971; WINFIELD; MAKIN, 1973; WINFIELD et al.,
1975; GRUNERT; BIRGEL, 1989; BIRGEL JUNIOR, 1994; KORNMATITSUK et al., 2000;
GONZÁLEZ-STAGNARO; MADRID-BURY, 2004), sendo que os resultados da presente
pesquisa não puderam confirmar estas afirmações, pois as flutuações na temperatura corpórea
não foram estatisticamente significantes.
Apesar da temperatura ter apresentado um pico dois dias antes da parição e de ter sido
observada um queda nos valores algumas horas antes do parto, assim como descrito por Weiz
(1943) nesta espécie, estas variações não puderam ser significativamente relacionadas com o
momento da parição. Conseqüentemente, assim como relatado por Jones e Knifton (1971), a
queda na temperatura corpórea vista antes da parição não pôde ser utilizada para prever o
parto, diferentemente do que ocorreu em pesquisas realizadas em animais das espécies ovina
(WINFIELD; MAKIN, 1973; WINFIELD et al., 1975) e bovina (WEIZ, 1943; BIRGEL JUNIOR,
1994; KORNMATITSUK et al., 2000).
Diferenças não significativas entre cabras nulíparas e pluríparas foram observadas nas
curvas de temperatura, com ênfase a partir de quatro dias antes da parição, com as nulíparas
apresentando dois picos de temperatura e as as pluríparas apenas um. Ewbank (1963, 1969) já
havia relatado a dificuldade em se prever o parto ao utilizar a queda da temperatura corpórea
devido à variação individual apresentada pelos animais.
Assim, pelos resultados obtidos nesta pesquisa, as variações de temperatura, mesmo
quando foram consideradas somente as cabras nulíparas, não puderam ser utilizadas para a
118
previsão da proximidade do parto nesta espécie animal. Outros autores que também
observaram diminuição na temperatura corpórea de caprinos (WEIZ, 1943; JONES;
KNIFTON, 1971; GONZÁLEZ-STAGNARO; MADRID-BURY, 2004) consideraram que
devido às variações individuais e fisiológicas a temperatura corpórea não pôde ser utilizada
para a previsão da parição. Mesmo na espécie bovina existe controvérsia sobre a eficiência da
utilização deste parâmetro, sendo que alguns autores não puderam estabelecer um padrão de
variação da temperatura que pudesse prever a aproximação da parição (WEIZ, 1943;
EWBANK, 1963, 1969) e outros concluíram em suas pesquisas que a diminuição da
temperatura corpórea observada no final da gestação pode ser utilizada para prever a
proximidade do parto (BIRGEL JUNIOR, 1994; KORNMATITSUK et al., 2000).
5.2 Relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos e movimentação e
flexibilidade da cauda
Não foram encontrados, na literatura compulsada, publicações científicas relacionadas
à influência da fase preparatória do parto no relaxamento e movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos de caprinos, sendo que mesmo em bovinos este tipo de pesquisa é pouco
freqüente. Desta maneira, os resultados obtidos no presente trabalho foram comparados com
aqueles relatados em pesquisas realizadas em animais da espécie bovina (EWBANK, 1963;
BERGLUND et al., 1987; BIRGEL JUNIOR, 1994; KORNMATITSUK et al., 2005; SHAH et al.,
2006).
No presente trabalho foi observado que a fase preparatória do parto influenciou o
relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, já que nas últimas semanas de gestação
ocorreu um relaxamento gradual dos ligamentos, sendo este mais intenso nos momentos mais
próximos à parição, assim como descrito anteriormente (EWBANK, 1963). À semelhança do
que foi descrito por Birgel Junior (1994) em bovinos, o início do relaxamento dos ligamentos
foi precoce, visto que dezesseis dias antes do parto 27,78% dos animais já apresentavam
ligamentos que cediam pouco à pressão e 5,56% das cabras possuíam ligamentos que cediam
moderadamente à pressão.
O relaxamento dos ligamentos foi mais intenso nas últimas 24 horas de gestação, tal
qual anteriormente descrito na espécie bovina (GRUNERT; BIRGEL, 1989; BIRGEL JUNIOR,
1994; SHAH et al., 2006). Pelos resultados obtidos nesta pesquisa, 24 horas antes do parto
119
27,78% das cabras apresentavam ligamentos que cediam muito à pressão digital, enquanto que
doze horas antes da parição 55,56% das cabras apresentavam ligamentos que cediam muito à
pressão digital ou impossíveis de palpar. Esta freqüência maior do que os 44% de vacas com
ligamentos relaxados encontrados por Berglund, Philipsson e Danell (1987), menor do que os
87,5% encontrados por Kornmatitsuk et al. (2000) e semelhantes aos 52,2% observados por
Birgel Junior (1994).
No momento do parto, a freqüência de animais sob essas condições aumentou para
88,89%, evidenciando uma intensificação do relaxamento momentos antes da parição,
concordando com a pesquisa realizada por Birgel Junior (1994) em bovinos, na qual o
pesquisador anotou a freqüência de 95,7% de animais na situação descrita. Diferentemente do
que foi relatado por Droost (2006), o grau máximo de relaxamento foi observado
imediatamente antes da parição e não doze horas antes.
Verificou-se também que 11,11% das cabras pariram sem que houvesse um relaxamento
intenso dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, fato observado em 4,3% dos bovinos acompanhdos
por Birgel Junior (1994).
Com relação à utilização do relaxamento dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos como
parâmetro para estabelecer o provável momento da parição, os resultados da presente pesquisa
indicaram que a ocorrência de ligamentos que cediam muito à pressão digital ou impossíveis de
serem palpados foi associada à ocorrência do parto nas próximas 72 horas, sendo que em
38,89% dos animais o relaxamento ocorreu somente nas últimas 24 horas de gestação,
enquanto que em 16,67% das cabras esta condição já podia ser observada entre 72 e 24 horas
antes da parição.
Assim como descrito por diversos autores (BIRGEL JUNIOR, 1994; BRAUN JUNIOR;
REECE, 1997; SENGER, 1999; JAINUDEEN; HAFEZ, 2003; SHAH et al., 2006), nesta pesquisa
foi observada a relação entre a concentração plasmática de estradiol e o relaxamento dos
Ligamentos Sacro-Isquiáticos. Os teores plasmáticos de estradiol passaram a exibir um
aumento significante a partir de quatro dias antes da parição, sendo que a intensificação do
relaxamento dos ligamentos Sacro-Isquiáticos somente ocorreu nas últimas 24 horas de
gestação, confirmando a opinião de Shah, Nakao e Kubota (2006) de que um aumento nos
teores plasmáticos de estradiol ocorre cerca de dois dias antes da intensificação do
relaxamento dos ligamentos.
A evolução do grau de movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos obsevada na
presente pesquisa foi conseqüência do relaxamento gradual apresentado por esses ligamentos
ao longo dos últimos dezesseis dias de gestação. Oito dias antes da parição, 33,34% dos animais
120
possuiam ligamentos com movimentação acima de 1,0cm, sendo que no momento da parição
esta freqüência aumentou para 100%.
Assim como ocorreu com o grau de relaxamento e movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos, não foram encontrados na literatura pesquisada trabalhos a respeito da
influência da fase preparatória do parto na movimentação e flexibilidade da cauda em animais
da espécie caprina, sendo que na espécie bovina foi encontrado apenas um trabalho (BIRGEL
JUNIOR, 1994).
A capacidade de movimentação da cauda diminuiu ao longo dos últimos dezesseis dias
de gestação, acompanhando a evolução do relaxamento e movimentação dos Ligamentos
Sacro-Isquiáticos. Dezesseis dias antes do parto, 44,44% das cabras apresentavam total
capacidade de movimentar a cauda, sendo que 24 horas antes da parição, momento em que foi
observada a intensificação do relaxamento e movimentação dos ligamentos, 94,44% dos
animais apresentavam alguma diminuição na capacidade de movimentação da cauda,
concordando com a observação de Birgel Junior (1994).
Não houve influência da fase preparatória do parto no grau de flexibilidade da base da
cauda, sendo que durante a fase final da gestação todos os animais permaneceram
classificados como Grau 1 (ao desviar-se a cauda em sentido cranio-lateral, forçando a base da
cauda para o lado e aproximando da coluna vertebral, formava-se um ângulo de 90
o
entre as
primeiras vértebras coccígeas e o sacro).
5.3 Modificações da glândula mamária e dos tetos
5.3.1 Grau de distensão e plenitude da glândula mamária
Apesar das alterações morfo-fuincionais da glândula mamária durante à fase
preparatória do parto pertencerem aos conhecimentos da Obstetrícia Veterinária, verifica-se
que, com exceção dos relatos de Anderson et al. (1981) e Braun Junior (1997), não existem
pesquisas nas quais os sinais da parição iminente observados na glândula mamária de caprinos
tenham sido estudados com a necessária profundidade e detalhamento.
121
O grau de distensão e plenitude da glândula mamária sofreu influência da fase
preparatória do parto, sendo que o úbere foi tornando-se cada vez mais distendido e pleno de
acordo com a proximidade do momento da parição.
Dezesseis dias antes da parição, 44,44% dos animais apresentavam úberes não
distendidos, sendo que a partir de um dia antes do parto todos os animais apresentavam
alguma distensão da glândula mamária (em 88,89% dos animais essa distensão era moderada e
os 11,11% restantes eram animais nos quais foi difícil o pregueamento da pele), assim como foi
descrito em bovinos (KORNMATITSUK et al., 2000). Cerca de doze horas antes da parição,
61,11% dos animais apresentavam distensão moderada do úbere e em 33,33% dos animais era
difícil preguear a pele da glândula mamária. Estes resultados foram semelhantes aos obtidos
por Berglund, Philipsson e Danell (1987) em bovinos, que encontraram, doze horas antes da
parição, 37,5% dos animais apresentando úberes muito distendidos. Desta maneira e de acordo
com relatos anteriores, o gradual desenvolvimento do úbere (EWBANK, 1963; REECE, 1997;
DROST, 2006) e o preenchimento das cisternas da mama com secreção láctea (GRUNERT;
BIRGEL, 1989; REECE, 1997) foram sinais da aproximação do momento do parto.
Pelos resultados obtidos na presente pesquisa, glândulas mamárias classificadas como
distendidas, nas quais era difícil o pregueamento da pele, ou extremamente distendidas, nas
quais era impossível o pregueamento da pele, somente puderam ser palpadas no último dia de
gestação e imediatamente antes da parição.
No momento do parto todos os animais apresentavam alguma distensão na glândula
mamária, sendo que em 38,89% das cabras a mama estava moderadamente distendida, em
50,00% dos animais a glândula mamária estava distendida, sendo difícil o pregueamento da
pele, e em 11,11% dos animais as mamas foram classificadas como extremamente distendidas,
nas quais era impossível o pregueamento da pele.
Comparando esses resultados com aqueles existentes na literatura (BERGLUND et al.,
1987; BIRGEL JUNIOR, 1994, verificou-se que úberes distendidos e com tetos lisos e brilhantes
são mais precocemente verificados na espécie bovina, sendo que nas últimas 12 horas de
gestação Birgel Junior (1994) encontrou, em 44,4% dos bovinos, glândulas mamárias
extremamente distendidas, nas quais era impossível preguear a pele e Berglund, Philipsson e
Danell (1987) relataram uma freqüência de 37,5% de mamas distendidas.
Assim como relatado por diversos pesquisadores (ROBERTS, 1986; KHAN; LUDRI,
2002; LAMOTE et al., 2004; DEVILLERS et al., 2006; LANDIN-ALVARENGA; PRESTES,
2006), o período de maior desenvolvimento da glândula mamária foi aquele no qual ocorreu o
aumento dos teores plasmáticos de estradiol e diminuição da progesterona, ou seja, entre dois e
122
um dia e meio antes da parição, quando mais de 80% dos animais apresentavam glândulas
mamárias moderadamente distendidas.
Estabelecendo uma comparação da evolução da distensão do úbere entre cabras
nulíparas e pluríparas, foi possível observar que as pluríparas já apresentavam um discreto
ingurgitamento da glândula mamária dezesseis dias antes da parição, enquanto que nas
nulíparas o ingurgitamento só foi observado nos últimos três dias antes do parto. Desta
maneira, discorda-se da opinião de Braun Junior (1997) de que o desenvolvimento e repleção
do úbere das cabras nulíparas ocorre precocemente em relação às cabras pluríparas. Da
mesma forma, considerou-se que a distensão da glândula mamária nos últimos três dias de
gestação foi mais intensa nas primíparas, confirmando a observação feita por Birgel Junior
(1994) em novilhas da raça Holandesa.
5.3.2 Grau de distensão e plenitude dos tetos
Conforme o momento da parição se aproximava, os tetos tornaram-se gradualmente
distendidos e preenchidos por secreção láctea pré-colostral. Dezesseis dias antes do parto,
72,22% dos animais apresentavam tetos pequenos, vazios e não distendidos, enquanto que
imediatamente antes da parição, 66,67% das cabras apresentavam tetos com flutuação, porém
relaxados. Como dito anteriormente, imediatamente antes do parto todos os animais
apresentaram alguma distensão da glândula mamária, fato que não ocorreu com os tetos
(11,11% dos animais pariram apresentando tetos pequenos e vazios).
Apenas 5,56% dos animais apresentaram grau máximo de distensão e e plenitude dos
tetos (tensos, lisos e luzidios), característica observada em uma cabra plurípara a partir de
oito dias antes do parto.
Assim como foi observado na glândula mamária, os tetos das cabras nulíparas
começaram a distender mais tardiamente do que os das pluríparas, somente a partir de dois
dias antes do parto. Porém, a partir de meio dia antes da parição, as nulíparas apresentaram
distensão discretamente mais evidente, sem diferenças significantes.
Nos últimos dias de gestação ocorreu um aumento da freqüência de animais que
apresentavam tetos com flutuação e relaxados (Grau 2), sendo que meio dia antes do parto
esta condição foi observada em 61,11% (11/18) das cabras examinadas.
123
5.3.3 Grau de edema da glândula mamária
O edema de glândula mamária não foi freqüente na presente pesquisa, sendo observado
em 5,56% dos animais um dia e meio antes do parto e em 16,67% das cabras a partir de um dia
antes da parição, em contraste com trabalhos realizados em bovinos (MALVEN et al., 1983;
VESTWEBER; AL-ANI, 1984), nos quais foi referido o início do desenvolvimento de edema
mamário sete dias antes do parto. O edema observado esteve restrito à base do teto ou da
glândula.
5.3.4 Aspecto da secreção láctea pré-colostral
O aspecto da secreção láctea pré-colostral sofreu influência da fase preparatória do
parto, apresentando mudanças significativas ao longo dos últimos dezesseis dias de gestação,
sendo que a freqüência de cabras cuja secreção láctea foi classificada como colostro aumentou
com a aproximação do parto. Dezesseis dias antes da parição, a freqüência de secreção com
aspecto de colostro era 27,78%, aumentando para 50% três dias antes do parto e 88,89%
imediatamente antes da parição. Em duas pesquisas realizadas em bovinos (BERGLUND et al.,
1987; KORNMATITSUK et al., 2000), foi observada uma freqüência de 12,5% de animais com
secreção láctea semelhante a colotro meio dia antes do parto, valor muito inferior ao observado
no presente trabalho (94,44%).
Contrariando relatos de Birgel Junior (1994) em bovinos, não houve diferença
significante entre cabras nulíparas e pluríparas quanto ao surgimento de colostro.
5.3.5 Teores de cálcio na secreção láctea pré-colostral
Os teores de cálcio na secreção láctea pré-colostral sofreram influência da fase
preparatória do parto, pois durante todo o período de aferições foram observadas diferenças
significativas, contrariando opinião de Davis et al. (1979), sendo que nas últimas vinte e
quatro horas de gestação observou-se um aumento pronunciado desses valores.
124
Entre o décimo sexto e o segundo dias antes do parto, os valores flutuaram entre
5,42±2,25 e 6,34±3,05mmol/l, sendo que um dia antes da parição aumentaram até
8,29±3,33mmol/l, valor significativamente maior do que os encontrados oito
(5,42±2,25mmol/l) e quatro (5,62±2,59 mmol/l) dias antes do parto. Nas amostras colhidas
imediatamente antes da parição evidenciou-se que os teores médios de cálcio no soro lácteo
continuavam a aumentar e atingiram os valores máximos (11,37±4,48mmol/l) registrados
durante o período de observação dos animais. O valor médio encontrado imediatamente antes
do parto foi cerca de duas vezes maior que os observados entre dezesseis e dois dias antes do
parição.
A tabela 30 faz uma comparação dos teores de cálcio na secreção láctea pré-colostral
obtidos em duas pesquisas realizadas durante a fase preparatória do parto de animais das
espécies bovina (BLEUL et al., 2006) e caprina (o presente trabalho). É possível observar que
os teores encontrados em amostras colhidas no momento da parição foram os mais altos em
ambas as pesquisas.
Tabela 30 - Comparação dos teores lácteos médios da secreção pré-colostral obtidos em duas
pesquisas realizadas durante a fase preparatória do parto de bovinos e caprinos - São
Paulo - 2007
CÁLCIO LÁCTEO (mmol/l)
Dias antes do parto
Bleul et al. (2006)
(bovinos)
Prina (2007)
(caprinos)
16 dias - 5,97mmol/l
8 dias 5mmol/l 5,42mmol/l
6 dias 7mmol/l 6,29mmol/l
4 dias 11mmol/l 5,62mmol/l
3 dias 13mmol/l 6,29mmol/l
2 dias 19mmol/l 6,34mmol/l
1 dia 25mmol/l 8,29mmol/l
0 dia 30mmol/l 11,37mmol/l
Com relação ao aumento dos teores de cálcio na secreção pré-colostral, à semelhança
do que foi descrito em bovinos (BIRGEL JUNIOR, 1994; BLEUL et al., 2006), os resultados
obtidos na a presente pesquisa evidenciam que os teores de cálcio na secreção colostral, ou
125
seja, imediatamente antes do parto, foram maiores do que os observados em amostras colhidas
durante a fase preparatória do parto.
Alguns pesquisadores (KRÁĈMAR et al., 2003) afirmaram que os teores de cálcio na
secreção láctea aumentam com o decorrer da lactação, o que não foi possível observar na
presente pesquisa visto que não foram colhidas amostras no decorrer da lactação.
5.4 Modificações da vulva e aspecto do fluxo vaginal
5.4.1 Aumento de tamanho da vulva (área da vulva)
Em contradição com observações realizadas em bovinos (BERGLUND et al., 1987;
BIRGEL JUNIOR, 1994; KORNMATITSUK et al., 2000) e caprinos (BRAUN JUNIOR, 1997),
o tamanho da vulva não sofreu influência da fase preparatória do parto, sendo que o valor da
área oscilou entre 4,34±1,30 e 5,77±1,75cm² entre dezesseis dias antes do parto e imediatamente
antes deste.
5.4.2 Edema de vulva
Grunert e Birgel (1989) relataram que em pequenos ruminantes pode ser observada
discreta edemaciação da vulva, fato observado no presente trabalho em apenas uma cabra
plurípara, que apresentou pequeno aumento da vulva, desaparecimento parcial das dobras e
lábios vulvares relativamente relaxados (edema de Grau 2, intermediário) a partir de um dia
antes da parição.
126
5.4.3 Fluxo vaginal
Ao contrário do que afirmou Ewbank (1963), o aumento do fluxo vaginal foi observado
imediatamente antes do parto, quando 72,22% dos animais apresentaram acúmulo de fluído
na porção central do vestíbulo vaginal, valor muito superior ao encontrado por Berglund,
Philipsson e Danell (1987) em bovinos, 19,9%, e inferior ao anotado por Birgel Junior (1994),
100%, também em bovinos.
5.4.4 Coloração da mucosa vaginal
Durante o período de acompanhamento dos animais não foi observada influência da
fase preparatória do parto na coloração da mucosa vaginal, sendo que em todos os momentos
de avaliação a coloração predominante foi a rosa pálida, de acordo com relatos anteriores
(JAINUDEEN; HAFEZ, 2003; LANDIN-ALVARENGA, 2006a).
5.5 Perfil hormonal
5.5.1 Teores plasmáticos de progesterona
A fase preparatória do parto influenciou os teores plasmáticos de progesterona,
ocorrendo diminuição gradual destes teores ao longo do final da gestação, sendo que o menor
valor médio observado foi no momento da parição, confirmando relatos de diversos autores
(SAWADA, 1974; FLEET et al., 1975; UMO et al., 1976; RAWLINGS; WARD, 1977, 1978;
BOSU et al., 1979; DAVIS et al., 1979; ROBERTS, 1986; CURRIE et al., 1988; AKUSU et al.,
1989; KADZERE et al., 1996; KORNALIJNSLIJPER et al., 1997; SOUSA et al., 1999; KHAN;
LUDRI, 2002; SINGER et al., 2004; GAAFAR et al., 2005).
Dezesseis dias antes do parto, a concentração plasmática média de progesterona foi de
13,16±4,84ng/ml, valor muito superior aos 3,00ng/ml e 7,00ng/ml encontrados por Fleet et al.
127
(1975) e Rawlings e Ward (1977), respectivamente. O valor médio diminuiu gradativamente,
até atingir 7,78±1,90ng/ml dois dias antes da parição, mais do que o dobro do observado por
Davis et al. (1979). A partir de um dia e meio antes do parto, houve uma diminuição abrupta
nos teores plasmáticos médios de progesterona, com valores iguais a 3,93±2,34ng/ml um dia
antes da parição e 1,34±1,00ng/ml meio dia antes do parto, sendo este cerca de três vezes
menor que o valor obtido anteriormente, confirmando afirmações anteriores (CURRIE;
THORBURN, 1977; HEAP et al., 1977; THORBURN et al., 1977; FLINT et al., 1979, ROBERTS,
1986; ARTHUR et al., 1989) de que o trabalho de parto em caprinos é precedido pela queda
nos teores plasmáticos deste hormônio.
A tabela 31 compara os valores plasmáticos médios de progesterona obtidos um dia
antes do parto e no momento da parição obtidos em catorze trabalhos, incluindo a presente
pesquisa. É possível observar que os teores plasmáticos médios de progesterona observados
um dia antes da parição foram superiores aos obtidos em outras pesquisas, exceto uma
(FLEET et al., 1975). Porém, imediatamente antes do parto, os teores plasmáticos médios de
progesterona anotados nesta pesquisa foram próximos ao obtidos por outros pesquisadores,
excluindo-se duas ocasiões (SOUSA et al., 1999; SINGER et al., 2004).
128
Tabela 31 - Comparação dos teores plasmáticos médios de progesterona obtidos em catorze pesquisas
realizadas durante a fase preparatória do parto de caprinos - São Paulo - 2007
PROGESTERONA PLASMÁTICA
Pesquisa
um dia antes do parto momento do parto
Fleet et al. (1975) 5,0ng/ml 1ng/ml
Umo et al. (1976) 0,8ng/ml 0,5ng/ml
Rawlings e Ward (1977) < 1ng/ml -
Rawlings e Ward (1978) - 3,37ng/ml
Davis et al. (1979) - <1ng/ml
Bosu et al. (1979) - 1ng/ml
Akusu et al. (1989) 3,41ng/ml 0,74ng/ml
Kadzere et al. (1996) - <0,5ng/ml
Kornalijnslijper et al. (1997) 1,21ng/ml <0,5ng/ml
Sousa et al. (1999)
-
-
3,98ng/ml
3,45ng/ml
Khan e Ludri (2002) - 0,62ng/ml
Gaafar et al. (2005) - 0,8ng/ml
Singer et al. (2004) - 1,48ng/ml
Prina (2007) 3,93ng/ml 1,18 ng/ml
5.5.2 Teores plasmáticos de estradiol
Os teores plasmáticos de estradiol sofreram influência da fase preparatória do parto,
ocorrendo aumento dos valores no final da gestação, assim como previamente relatado por
Flint, Ricketts e Craig (1979) em caprinos e também por outros pesquisadores (EISSA; EL-
BELELY, 1990; BIRGEL JUNIOR, 1994; SHAH et al., 2006) em trabalhos realizados na espécie
bovina.
Os valores médios dos teores plasmáticos de estradiol sofreram flutuações entre
77,22±21,42 e 91,85±32,53pg/ml no período compreendido entre o décimo sexto e o terceiro
dia antes do parto, alcançando um pico dois dias antes da parição, com média igual a
117,13±24,59pg/ml. Imediatamente antes do parto, o valor encontrado foi 91,71±46,75pg/ml,
129
maior que os encontrados por Khan e Ludri (2002) e por Currie, Gorewit e Michel (1988),
40,00 e 58,70pg/ml, respectivamente, e menor que os anotados por Fleet et al. (1975), Akusu,
Nduka e Egbunike (1989) e Roberts (1986), 600, 191,60 e 622,00pg/ml, respectivamente.
Ao contrário do que já foi observado em bovinos (EISSA; EL-BELELY, 1990; BIRGEL
JUNIOR, 2004) e até mesmo em caprinos (CHALLIS; LINZELL, 1971; FLINT et al., 1979;
KHAN; LUDRI, 2002), o pico de estradiol não se deu no momento do parto, mas sim dois dias
antes da parição, como descreveram Davis et al. (1979). Em pesquisa realizada por Rawlings e
Ward (1977), o pico de estradiol foi visto no dia que antecedeu o parto.
5.5.3 Teores plasmáticos de cortisol
A fase preparatória do parto influenciou os níveis plasmáticos de cortisol, sendo que
aumentos significativos foram observados a partir do dia que antecedeu a parição.
Entre o décimo sexto e o primeiro dia antes do parto, os teores plasmáticos médios de
cortisol flutuaram entre 0,79±0,45 e 1,62±1,20μg/ml. Um aumento significante foi observado
meio dia antes do parto e imediatamente antes deste, com valores iguais a 2,73±1,52 e
4,82±2,70μg/dl, respectivamente. O valor observado imediatamente antes do parto foi o mais
alto durante todo o período de acompanhamento dos animais, concordando com relatos
anteriores (FLEET et al., 1975; TAVERNE et al., 1988; EISSA; EL-BELELY, 1990; HYDBRING
et al., 1999).
As cabras nulíparas e pluríparas mantiveram semelhanças em suas curvas de teores
plasmáticos médios de cortisol, sendo que os valores observados para as nulíparas estiveram
quase sempre abaixo daqueles vistos nas pluríparas. A exceção ocorreu no momento do parto,
quando a média observada para as nulíparas (7,47±4,51μg/dl) ficou bem acima da média das
pluríparas (4,29±2,04μg/dl).
5.5.4 Evolução temporal dos teores plasmáticos de cortisol, progesterona e estradiol
As mudanças mais significativas no perfil hormonal ocorreram a partir de dois dias
antes do parto, quando os teores plasmáticos médios de cortisol e estradiol aumentaram e os
130
de progesterona diminuíram, concordando com relatos existentes nas espécies bovina
(EDQVIST et al., 1978; PARKER et al., 1988; EISSA; EL-BELELY, 1990; MATSAS et al., 1992;
BIRGEL JUNIOR, 1994; PATEL et al., 1996) e caprina (RAWLINGS; WARD, 1978; DAVIS et
al., 1979; CURRIE et al., 1988; ARTHUR et al., 1989).
131
6 CONCLUSÕES
A análise e discussão dos resultados obtidos no presente trabalho permitiu que as
seguites conclusões fossem obtidas:
1) A temperatura apresentou um pico dois dias antes da parição e foi observada uma queda
nos valores algumas horas antes da parição. Porém, estas variações não puderam ser
significativamente relacionadas com o momento do parto;
2) A tensão dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos sofreu influência da fase preparatória do parto,
sendo que nas duas últimas semanas de gestação ocorreu um relaxamento gradual que se
intensificou a partir de 24 horas antes da parição. No momento do parto foi observado o grau
máximo de relaxamento destes ligamentos. Em decorrência desse relaxamento, ocorreu um
aumento gradual na movimentação dos ligamentos, com o grau máximo observado no
momento da parição;
3) Associada ao relaxamento e movimentação dos Ligamentos Sacro-Isquiáticos, ocorreu uma
diminuição gradual na capacidade dos animais em movimentar a cauda. Não houve influência
da fase preparatória do parto no grau de flexibilidade da base da cauda;
4) A fase preparatória do parto influenciou o grau de distensão e plenitude da glândula
mamária, sendo que o úbere foi tornando-se cada vez mais distendido e pleno de acordo com a
proximidade do momento da parição. O período de maior desenvolvimento da glândula
mamária foi aquele no qual ocorreu o aumento dos teores plasmáticos de estradiol e
diminuição da progesterona, ou seja, entre dois e um dia e meio antes da parição, quando mais
de 80% dos animais apresentavam glândulas mamárias moderadamente distendidas. Cabras
pluríparas já apresentavam um discreto ingurgitamento da glândula mamária dezesseis dias
antes do parto, enquanto que nas nulíparas este fato só foi observado a partir de três dias
antes da parição. Deste momento em diante, a distensão e plenitude da glândula mamária nas
nulíparas foi mais evidente que nas pluríparas;
5) Conforme o momento da parição se aproximava, os tetos tornaram-se gradualmente
distendidos e preenchidos por secreção láctea pré-colostral, sofrendo influência da fase
132
preparatória do parto. Os tetos das cabras nulíparas começaram a distender tardiamente,
somente a partir de dois dias antes do parto. Nos momentos finais da gestação, essa distensão
foi discretamente mais evidente que a ocorrida nas cabras pluríparas;
6) A presença de edema na glândula mamária não foi freqüente durante a fase preparatória do
parto de caprinos e somente 16,67% dos animais examinados apresentaram tal condição,
sendo o edema classificado como restrito à base do teto ou da glândula;
7) O aspecto da secreção láctea pré-colostral sofreu influência da fase preparatória do parto,
apresentando mudanças significativas ao longo dos últimos dezesseis dias de gestação. A
freqüência de cabras cuja secreção láctea foi classificada como colostro aumentou com a
aproximação do parto, sendo que imediatamente antes da parição essa freqüência era 94,44%;
8) Os teores de cálcio na secreção láctea pré-colostral sofreram influênca da fase preparatória
do parto, com aumento dos valores médios durante os últimos dezesseis dias de gestação. O
valor médio encontrado imediatamente antes do parto foi cerca de duas vezes maior que os
observados entre dezesseis e dois dias antes do parição;
9) O tamanho da vulva não sofreu influência da fase preparatória do parto, pois nos últimos
dezesseis dias de gestação os valores médios da área da vulva oscilaram sem que qualquer
diferença estatística fosse observada. Ao comparar as cabras nulíparas com as pluríparas,
foram observadas as mesmas flutuações, sendo que a partir de meio dia antes do parto o
aumento da área da vulva foi mais pronunciado nas nulíparas, porém sem diferença estatística
significante;
10) O edema de vulva não foi influenciado pela fase preparatória do parto, ocorrendo em
apenas uma cabra plurípara e sendo classificado como de grau intermediário;
11) Houve um aumento significativo do fluxo vaginal nos animais examinados
imediatamente antes da parição, com 72,22% dos animais apresentando acúmulo de fluído na
porção central do vestíbulo vaginal;
12) A coloração da mucosa vaginal não sofreu influência da fase preparatóra do parto e a
mucosa dos animais foi classificada predominantemente como rosa pálida;
133
13) A fase preparatória do parto influenciou os teores plasmáticos de progesterona, ocorrendo
queda gradual destes teores ao longo do final da gestação, sendo que o menor valor médio
observado foi no momento da parição. Dezesseis dias antes do parto a concentração
plasmática média foi de 13,16±4,84ng/ml, caindo gradativamente até atingir 7,78±1,90ng/ml
dois dias antes da parição. A partir de um dia e meio antes do parto houve uma queda
abrupta, com valores iguais a 3,93±2,34ng/ml um dia antes da parição e 1,34±1,00ng/ml meio
dia antes do parto, sendo este cerca de três vezes menor que o valor obtido anteriormente. As
cabras pluríparas apresentaram um padrão constante de queda nos teores plasmáticos de
progesterona, enquanto que as nulíparas exibiram dois picos durante o período, três e um e
meio dias antes do parto;
14) Os teores plasmáticos de estradiol sofreram influência da fase preparatória do parto,
ocorrendo elevação dos valores no final da gestação. Os valores médios flutuaram entre
77,22±21,42 e 91,85±32,53pg/ml no período compreendido entre o décimo sexto e o terceiro
dia antes do parto, alcançando um pico dois dias antes da parição, com média igual a
117,13±24,59pg/ml. Imediatamente antes do parto, o valor encontrado foi 91,71±46,75pg/ml;
15) A fase preparatória do parto influenciou os níveis plasmáticos de cortisol, sendo que
aumentos significativos foram observados a partir do dia que antecedeu a parição. Entre o
décimo sexto e o primeiro dia antes do parto, os teores plasmáticos médios de cortisol
flutuaram entre 0,79±0,45 e 1,62±1,20μg/ml. Um aumento significante foi observado meio dia
antes do parto e imediatamente antes deste, com valores iguais a 2,73±1,52 e 4,82±2,70μg/dl,
respectivamente. O valor observado imediatamente antes do parto foi o mais alto durante
todo o período de acompanhamento dos animais. As cabras nulíparas e pluríparas
mantiveram semelhanças em suas curvas de teores plasmáticos médios de cortisol, sendo que
os valores observados para as nulíparas estiveram quase sempre abaixo daqueles vistos nas
pluríparas. A exceção ocorreu no momento do parto, quando a média observada para as
nulíparas (7,47±4,51μg/dl) ficou bem acima da média das pluríparas (4,29±2,04μg/dl).
16) As mudanças mais significativas no perfil hormonal ocorreram a partir de dois dias antes
do parto, quando os teores plasmáticos médios de cortisol e estradiol aumentaram e os de
progesterona diminuíram.
134
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