ter sempre, incondicionalmente, o direito de enviar um delegado seu a cada grupo, sub 
grupo ou círculo que de um modo ou de outro participe do movimento. E com relação 
ao tipo de atribuições, as seções filiais ou de organismos do comitê, deverão organizar 
também todos os diversos grupos que servem ao movimento, grupo de estudantes e 
grupo de secundaristas, assim como grupos de funcionários auxiliares, os grupos de 
transporte, de imprensa, os dedicados à organização de aparelhos, grupos de contra-
espionagem, grupos de militares, de fornecimento de armas e aqueles criados para 
organizar "empresas financeiras rentáveis", etc. Toda a arte de uma organização 
conspirativa consiste em saber utilizar tudo e todos, em "dar trabalho a todos e a cada 
um", conservando o mesmo tempo a direção de todo o movimento, e isto entenda-se, 
não pela força do poder, mas pela força da autoridade, por energia, maior experiência, 
amplidão de cultura, habilidade. Esta observação está relacionada com uma contestação 
possível e comum: a de que uma centralização rigorosa possa destruir um trabalho com 
excessiva facilidade, se casualmente no centro se encontre uma pessoa incapaz, 
possuidora de imenso poder. É claro que isso é possível, mas o remédio contra isso não 
pode ser o princípio eleitoral e a descentralização, absolutamente inadmissíveis e 
inclusive nocivas ao trabalho revolucionário sob a autocracia. O remédio contra isso não 
se encontra em nenhum estatuto. Somente podem nos fornecer parâmetros "críticas 
fraternas" começando com resoluções de todos os grupos e sub grupos, seguidas de 
conclamações ao OC e CC e terminando, "na pior das hipóteses", com a destituição da 
direção completamente incapaz. O comitê deve esforçar-se para realizar a mais 
completa divisão de trabalho possível, lembrando-se que para os vários aspectos do 
trabalho revolucionário são necessárias diferentes capacidades. Algumas vezes, pessoas 
completamente incapazes como or-ganizadoras podem ser excelentes agitadoras, ou 
outras incapazes para uma severíssima disciplina conspirativa, ser excelentes 
propagandistas, etc. Quanto aos propagandistas, ainda gostaria de dizer algumas 
palavras contra a tendência usual de abarrotar essa profissão com pessoas pouco capazes 
rebaixando com isso, o nível da propaganda. Às vezes, entre nós, qualquer estudante 
indiscriminadamente é considerado propagandista, e todos os jovens exigem que se lhes 
"dê um círculo", etc. Temos que lutar contra essa prática, pois são muitos os males que 
daí advém. As pessoas realmente firmes quanto aos princípios, e capazes de ser 
propagandistas são muito poucas (e para chegar a sê-lo é preciso estudar muito e 
acumular experiência), e a estas pessoas é necessário especializá-las, ocupar-se delas e 
cuidá-las com zelo. É preciso organizar várias aulas por semana para esse tipo de 
pessoas, saber enviá-las oportunamente a outra cidade e, no geral, organizar visitas das 
mais hábeis propagandistas pelas diversas cidades. Quanto à massa de jovens 
principiantes é mais conveniente empregá-los nas tarefas práticas, que estão no 
momento em segundo plano se comparadas com a circulação dos estudantes pelos 
círculos, otimisticamente chamados "de propaganda". É claro que, para as atividades 
práticas sérias, também é necessário uma sólida preparação, contudo aqui, é mais fácil 
encontrar trabalho para "os principiantes".  
Passemos agora aos círculos de fábrica. Estes são particularmente importantes para nós; 
já que a força fundamental do movimento reside no grau de organização dos operários 
das grandes fábricas, nas quais se concentra a parte mais importante da classe operária, 
não só quanto ao número como também por sua influência, grau de desenvolvimento e 
capacidade de luta. Cada fábrica deverá ser para nós uma fortaleza. E, para isso, a 
organização operária "de fábrica" deverá ser tão conspirativa em seu interior, quanto 
"ramificada" no seu exterior, isto é, nas suas relações externas deverá levar seus 
tentáculos tão longe e nas mais diferentes direções, quanto qualquer outra organização