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Módulos
Matemática e Estatística
Introdução às Finanças
e Administração
Empreendedorismo
Tecnologia
Autores
Leonardo Pujatti
Marlene Alves Dias
Guilherme Alvarez de Todelo Padilha
Marciel Aparecido Consani
Coordenação
Regina Araujo de Almeida
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
FINANÇAS,
ADMINISTRAÇÃO
E TECNOLOGIA
PARA O TURISMO
Livro do Aluno
Capa Finanças.indd 1Capa Finanças.indd 1 2/3/2007 09:08:252/3/2007 09:08:25
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O Ministério do Turismo está lançando a coleção de livros de educação para o
turismo, um produto do projeto Caminhos do Futuro. Trata-se de mais uma iniciativa
para envolver toda a sociedade no esforço de dar qualidade e aumentar a competi-
tividade do turismo brasileiro, com vistas no desenvolvimento econômico e social do
Brasil. Neste caso, com os olhares voltados para professores e alunos do ensino
fundamental e médio da rede pública.
Os livros abordam temas relevantes para o turismo no país. Mostram caminhos e
a importância de se desenvolver o turismo de forma sustentável e inclusiva, gerando
renda e benefícios para todos os brasileiros. O desafio é capacitar professores em
conteúdos de turismo, para que absorvam novos conhecimentos e despertem nas
crianças e jovens o interesse pela conservação do patrimônio natural e cultural e
também pelas carreiras emergentes no mercado do turismo.
O projeto Caminhos do Futuro se insere nas diretrizes do Plano Nacional de Turismo,
que reconhece o turismo como atividade econômica e incentiva parcerias para o
desenvolvimento do setor. A coleção de educação para o turismo é um exemplo da
união de esforços entre o Ministério do Turismo, o Instituto de Academias Profissio-
nalizantes, a Academia de Viagens e Turismo e a Universidade de São Paulo, com
apoio da Fundação Banco do Brasil.
Esse esforço conjunto de agentes públicos e privados vai permitir dotar as escolas
brasileiras de material didático-pedagógico de qualidade, democratizando para todo
o País o conhecimento sobre as várias faces do turismo e suas potencialidades. As
crianças e jovens terão a oportunidade de vislumbrar no turismo um fator de construção
da cidadania e de integração social. A possibilidade de um futuro melhor para todos.
Walfrido dos Mares Guia
Ministro do Turismo
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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Apoio
Ministério do Turismo
Ministro
Walfrido dos Mares Guia
Secretaria Executiva
Secretário
Márcio Favilla Lucca de Paula
Secretaria Nacional de Programas
de Desenvolvimento do Turismo
Secretária
Maria Luisa Campos Machado Leal
República Federativa do Brasil
Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
Departamento de Qualificação e
Certificação e de Produção
Associada ao Turismo
Diretora
Carla Maria Naves Ferreira
Coordenação-Geral de
Qualificação e Certificação
Coordenadora-Geral
Tânia Mara do Valle Arantes
Consultoria Técnica do Projeto
Consultora da UNESCO
Maria Aparecida Andrés Ribeiro
Revisão Técnica e Adequação
de Textos
Acompanhamento e Avaliação
do Projeto
Consultora do PNUD
Stela Maris Murta
Conselho
Presidente
Tasso Gadzanis
Vice-Presidente
Flávio Mendes Bitelman
Secretário
Nilton Volpi
Tesoureiro
Osmar Malavasi
Diretora Acadêmica
Regina Araujo de Almeida
Conselho Consultivo
Caio Luiz de Carvalho
Luís Francisco de Sales
Manuel Pio Corrêa
IAP – Instituto de Academias Profissionalizantes
Equipe Academia de Viagens e
Turismo - AVT
Coordenação
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Assistente Administrativo
Silvânia Soares
Assistente Financeiro
Carmen Marega
Assistente Técnico
Marcelo Machado Silva
Material Didático do Projeto
Caminhos do Futuro
Equipe de Coordenação
Regina Araujo de Almeida
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Edson R. Leite
Maria Ataíde Malcher
Revisão de Português
Celina Maria Luvizoto
Laura Cristo da Rocha
Vanda Bartalini Baruffaldi
Revisão Editorial
Débora Menezes
Consolidação Final dos textos
Silvânia Soares
Coordenação de Projetos
Prof. Dr. Ricardo Ricci Uvinha
Núcleo de Turismo da Universidade de São Paulo
Coordenação Geral: Profa. Dra. Beatriz H. Gelas Lage
Coordenação Documentação
Profa. Dra. Regina A. de Almeida
Coordenação de Marketing
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Coordenação de Eventos
Prof. Dr. Edson R. Leite
© MTUR/AVT/IAP/USP – 2007
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida para fins
educacionais e institucionais, desde que citada a fonte.
Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH
Curso de Lazer e Turismo
Diretor: Dante De Rose Júnior
Coordenadora: Beatriz H. Gelas Lage
FBB – Fundação Banco do Brasil
GTTP – Global Travel & Tourism Partnership
Diretora: Dra. Nancy Needham
USP – Universidade de São Paulo
FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Diretor: Gabriel Cohn
Departamento de Geografia - Chefe: Jurandyr Ross
LEMADI - Laboratório de Ensino e Material Didático
Coordenador: Prof. Dr. Francisco Capuano Scarlato
Técnica Responsável: Waldirene Ribeiro do Carmo
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MÓDULO I - MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 8
TEMA 1: NOÇÕES BÁSICAS DE MATEMÁTICA .............................................. 8
Porcentagens .................................................................................. 8
Função afim ..................................................................................... 9
TEMA 2: NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA .............................................. 10
Coleta dos dados ........................................................................... 10
Estatística ...................................................................................... 10
Variáveis, atributos, caracteres ..................................................... 11
Escolha da escala de medida ........................................................ 12
TEMA 3: REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS DAS DISTRIBUIÇÕES ...................... 13
Diagramas em estrelas ou em barras, histogramas ...................... 13
Aplicação 1 .................................................................................... 14
Aplicação 2 .................................................................................... 15
TEMA 4: ÍNDICES DE POSIÇÃO OU DE TENDÊNCIA CENTRAL ..................... 16
Moda, mediana e média ............................................................... 16
a) Medida de posição: a moda ...................................................... 16
b) Medida de posição: a mediana ................................................. 17
c) Medida de posição: a média aritmética .................................... 18
TEMA 5: FINANÇAS E CUSTOS .................................................................... 19
Componentes patrimoniais ........................................................... 19
MÓDULO II - INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS E ADMINISTRAÇÃO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 22
TEMA 1: CONCEITOS BÁSICOS EM ADMINISTRAÇÃO ................................ 22
Organizações................................................................................. 22
Objetivos ........................................................................................ 22
Recursos ........................................................................................ 22
Processos de transformação ......................................................... 22
Divisão de trabalho ........................................................................ 23
Funções organizacionais ................................................................ 23
TEMA 2: ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA DE TURISMO ....................... 25
Organizações do setor privado ..................................................... 25
Organização sem fins lucrativos .................................................... 25
Organizações do setor público ...................................................... 26
TEMA 3: FATORES QUE INTERFEREM NO MERCADO DE TURISMO ............ 26
A demanda e o preço ................................................................... 27
A oferta e o preço ........................................................................ 28
A noção de equilíbrio ..................................................................... 29
TEMA 4: FINANÇAS E CUSTOS .................................................................... 30
Balanço de fontes e aplicações ..................................................... 30
Fontes de recursos ........................................................................ 30
Custo ............................................................................................. 31
Sumário
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:375
Sumário
MÓDULO III - EMPREENDEDORISMO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 36
TEMA 1: EMPREENDEDORISMO COMO OPÇÃO DE CARREIRA .................. 36
Perfil do empreendedor ................................................................ 36
TEMA 2: CENÁRIO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .......................... 37
TEMA 3: CENÁRIO DO TURISMO PARA O BRASIL ........................................ 38
TEMA 4: FRENTES NO TURISMO .................................................................. 38
TEMA 5: PLANO DE NEGÓCIOS (BUSINESS PLAN) ....................................... 39
Análise de mercado ....................................................................... 39
Análise da concorrência ................................................................ 40
Missão da empresa ....................................................................... 40
Finanças ......................................................................................... 41
TEMA 6: IMPORTÂNCIA DA PESQUISA ........................................................ 43
TEMA 7: REDE DE RELAÇÕES ...................................................................... 43
TEMA 8: EMPREENDEDORISMO INFORMAL ................................................ 44
MÓDULO IV - TECNOLOGIA
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 46
TEMA 1: A TECNOLOGIA DIGITAL E SEUS FUNDAMENTOS ........................ 46
Introdução histórica à microinformática ....................................... 46
Ténica x tecnologia .................................................................. 46
Introdução técnica à microinformática ......................................... 47
Digitalização ............................................................................ 47
Quais as partes que compõem um sistema
digital de informação? ............................................................ 47
Peopleware ............................................................................. 48
Software ................................................................................. 49
Hardware ................................................................................ 49
Como o computador “pensa”? .................................................... 49
O que é interface? .................................................................. 49
Um mundo em rede ................................................................ 50
TEMA 2: O COMPUTADOR NO DIA-A-DIA ................................................... 51
Interface homem/computador ...................................................... 51
Ergonomia ............................................................................... 51
Segurança elétrica .................................................................. 52
Segurança lógica ..................................................................... 52
Operações básicas ......................................................................... 54
TEMA 3: APLICATIVOS E SISTEMAS EM TURISMO ...................................... 55
Ferramentas corporativas ............................................................. 55
Automatização para agências de viagem ..................................... 56
Ferramentas para hotelaria .......................................................... 58
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 60
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Autores: Leonardo Pujatti
Marlene Alves Dias
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8
Neste módulo, você vai conhecer e discutir os principais conceitos relativos à matemática. Pesquisas e trabalhos
extraclasse são parte das atividades que contribuirão para você compreender melhor a matemática aplicada ao turismo.
O objetivo é levá-lo a descobrir algo mais sobre as atividades do profissional de turismo no tocante ao
controle financeiro e administrativo dos negócios.
TEMA 1
NOÇÕES BÁSICAS DE MATEMÁTICA
TEMA 1
NOÇÕES BÁSICAS DE MATEMÁTICA
Para compreender melhor algumas aplicações de finanças e administração discutidas neste programa, o estudante
deverá ter certas noções básicas de matemática que serão de grande ajuda para as análises financeiras e tomadas de
decisão. Em geral, estas são mais bem formuladas quando o responsável dispõe de estimativas que lhe mostram as
tendências do mercado. Certamente, estas estimativas poderão ser alteradas por fatores que não foram con-
siderados ao calculá-las, mas são de grande utilidade para direcionar o plano de negócios de qualquer instituição.
Além disso, quando um estudante se inscreve num curso de turismo, ele não espera ter que estudar matemática,
mesmo que se trate somente das noções básicas. Por isso, procuramos exemplos concretos para a manipulação de
números e gráficos e reduzimos, tanto quanto possível, os símbolos, índices e expoentes importantes para os
matemáticos. Essa vontade de simplificação passa pela explicação passo a passo dos procedimentos de cálculo. O
estudo de noções básicas de matemática, nesta primeira etapa, envolve a familiarização com técnicas e raciocínios
cujo objetivo é facilitar a análise das formas e métodos que visem a melhorias de desempenho da organização.
Muitas vezes, para compreender o que poderá ocorrer numa determinada organização, devemos coletar dados
durante algum tempo para, então, representá-los graficamente e, em seguida, inferir sobre como melhorar o
desempenho. Além disso, os cálculos e manipulações matemáticas podem auxiliar o estudante a compreender as
questões associadas à aplicação de juros e descontos, cálculo de taxas cambiais, cobrança de diárias de hotéis e
pousadas, assim como das taxas associadas aos diferentes serviços prestados pelas organizações de lazer e turismo.
Como exemplo, pensemos na compra de um bilhete de avião: em geral, há uma cláusula que trata da devolução
do valor pago ou da mudança da data da viagem. Nessa cláusula, os valores que deverão ser pagos pelo cliente ao
trocar a data da viagem ou da quantia que poderá ser devolvida, no caso de desistência, são dados em forma de
percentual calculado sobre o preço do referido bilhete e, muitas vezes, os operadores das agências de viagem são
contatados pelos clientes para auxiliar nessas operações.
Porcentagens ____________________________________________________________
a% significa a por cento. Um lucro de 15% significa que obtivemos 15 reais de lucro para 100 reais
aplicados originalmente.
Encontrar o valor efetivo quando conhecemos a porcentagem e o total.
Exemplo: num grupo de 400 clientes, sabemos que 40% são mulheres.
Quantas mulheres existem no grupo?
40 = ? ? = 40x400 ? = 160
100 400 100
Existem 160 mulheres.
Encontrar a porcentagem quando conhecemos o valor efetivo e o total.
Exemplo: Existem 160 mulheres sobre 400 clientes. Qual a porcenta-
gem de mulheres?
160
=
?
? =
160x100
? = 40
400 100 400
Existem 40% de mulheres.
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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9
Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Função Afim ____________________________________________________________
A função afim é uma função definida do conjunto dos reais que a cada elemento do primeiro conjunto associa
um único elemento do segundo conjunto, obedecendo à seguinte lei:
y = ax + b
onde y é um elemento do segundo conjunto ou conjunto de chegada (contra-domínio), x é um elemento do
conjunto de partida (domínio), a é a taxa de variação de y em relação a x, e b é o valor de y para x igual a zero, que,
no estudo dos movimentos, é considerado ponto de partida, e no estudo das relações entre demanda, oferta e
preço, é considerado como o preço inicial.
Para compararmos duas funções, afim é sempre interessante construir seus gráficos.
Exemplo: Pesquisando duas agências que alugam carros, um cliente encontrou as seguintes propostas:
A agência 1 cobra uma taxa de 25 reais mais 2 reais por quilômetro rodado;
A agência 2 cobra uma taxa de 40 reais mais 1 real por quilômetro rodado.
Qual das duas agências oferece o melhor preço?
Para determinar qual das duas agências oferece o melhor preço, podemos escrever:
y
1
= 25 + 2x, onde x corresponde aos quilômetros rodados.
y
2
= 40 + x, onde x corresponde aos quilômetros rodados.
Considerando y
1
= y
2
, temos: 25 + 2x = 40 + x.
Resolvendo a equação do primeiro grau em x, temos 2x – x = 40 – 25. Logo, x = 15. Verificamos que os preços
das agências 1 e 2 são iguais quando nos deslocamos 15 quilômetros.
Para determinar qual agência oferece o melhor preço, construímos o gráfico das funções encontradas, utili-
zando os pontos:
agência 1 (y
1
= 25 + 2x)
agência 2 (y
2
= 40 + x)
x = 0, y = 25 e
x = 15, y = 55
para a agência 1
x = 0, y = 40 e
x = 15, y = 55
para a agência 2
No gráfico, consideramos a escala do eixo y com variação de 10 e a escala do eixo x com variação de 5. No caso
de valores muito grandes, podemos iniciar de um determinado valor, mantendo a variação escolhida.
Analisando o gráfico onde estão representadas as duas funções, verificamos que para x = 15 quilômetros
y = 55 reais. Portanto, as duas agências cobrariam o mesmo valor, não oferecendo nenhuma vantagem, mas a
agência 1 é mais interessante se desejamos utilizar o carro para percorrer distâncias menores que 15 quilômetros.
Para distâncias maiores, a agência 2 é a que deve ser escolhida. Assim, é claro que o cliente deve avaliar quantos
quilômetros ele pretende rodar com o carro para escolher a melhor oferta.
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10
No mercado atual, devemos controlar e prever resultados
futuros para melhor concorrer com outras empresas. Para
isto, necessitamos recorrer a alguns recursos de estatística
que permitem analisar e fazer estimativas para situações
futuras.
Coleta dos dados ______________________
Para avaliar situações de mercado, necessitamos coletar
dados, isto é, recolher - sobre um ou vários objetos - uma ou
duas características. Por exemplo, cada cliente pode ser des-
crito por um número importante de características: sexo, ida-
de, bairro em que habita, jornal preferido, relação com os fatos do cotidiano, preferência musical, preferência por
roteiros ou cidades turísticas, lazer preferido, etc. Essa descrição, repetida para cada cliente, embora forneça uma
imagem do grupo muito próxima da realidade, é de difícil manipulação dada a grande quantidade de elementos
que possui. Normalmente, para evitar dificuldades na manipulação desses dados, selecionam-se alguns elemen-
tos que se suponha sejam mais importantes.
Essas referências consideradas sobre cada sujeito não esgotam, é evidente, tudo o que caracteriza uma
pessoa; elas são simplesmente facetas sobre as quais o pesquisador decidiu orientar a projeção, levando em
conta as questões que colocou ou as hipóteses que formulou.
Estatística _______________________________________________________________
A palavra estatística tem três sentidos:
É um conjunto de dados numerados, contendo as informações sobre um certo fenômeno;
É uma disciplina científica, cujo objetivo é extrair informações de uma amostra em vista de uma previsão ou
de uma decisão;
É uma função da amostra.
Nesse momento, nosso objetivo é ‘analisar nossos próprios dados’. Assim, vamos estudar a descrição estatís-
tica e a exploração dos dados. Vamos nos fixar nos exemplos concretos para efetuar a manipulação dos números
e dos gráficos e reduzir, tanto quanto possível, os símbolos, índices e expoentes.
A partir da coleta de dados, devemos compreender como analisar nossos dados. Por isso, vamos considerar
algumas definições que podem auxiliar na organização e análise dos mesmos.
1) No contrato de uma determinada empresa aérea, consta que a troca da data do embarque para três dias após a
data marcada depende de vaga no vôo e terá um acréscimo de 20% sobre o valor do bilhete, que é de ida e volta
para Manaus por 600 reais. Qual o valor final do bilhete em caso de embarque três dias após a data marcada?
2) Um empresário vem participar de uma feira em São Paulo no mês de setembro e resolve comprar lembranças
para seus filhos. Em um determinado shopping center da capital paulista, encontra todas as lojas em promo-
ção, oferecendo seus produtos com descontos de 30% sobre o preço da etiqueta. O empresário escolhe uma
boneca para sua filha. Na etiqueta, consta o valor de 150 reais. Qual é o valor final do produto?
3) Podemos escrever a fórmula para o cálculo do valor da fatura mensal telefônica de um determinado cliente
como F = 35 + 0,2n, onde F é o valor total da fatura, 35 corresponde à taxa mensal de assinatura, 0,2 o preço
de cada pulso e n o número de pulsos utilizados durante um mês. Desta forma, podemos determinar quanto
cada cliente deverá pagar em função do número de pulsos utilizados por ele durante um mês. Construa uma
tabela baseada nestes valores.
TEMA 2
NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA
TEMA 2
NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA
Fonte: Microsoft Office Online
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Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
População estatística _____________________________________________________
A população pode ser constituída de objetos particulares (as viagens do catálogo de uma determinada agência,
por exemplo), de eventos (os shows de uma determinada casa), de pessoas (os habitantes de Maceió, os participan-
tes de um congresso), de grandes conjuntos (os países da Europa).
Critérios de inclusão e exclusão ___________________________________________
Os critérios que definem e limitam se um elemento pertence a uma população estatística devem ser estrita-
mente precisos. A população deve ser definida de maneira precisa.
Amostragem ____________________________________________________________
Em geral, não é necessários que sejam coletados os dados sobre toda a população. Por isso, selecionamos um
fragmento, um subconjunto dos elementos da população chamado amostra. Esta seleção deve ser feita de forma
particular, para que os resultados obtidos sobre esta amostra permitam ‘inferir’ sobre o que teríamos obtido se
tivéssemos coletado os dados de toda a população. Isto significa dizer que estudando a amostra, é possível
considerar os resultados como sendo aplicáveis a toda a população.
Unidades estatísticas _____________________________________________________
Cada elemento (objeto/sujeito) para o qual vamos analisar as medidas relativas de cada variável é chamado
indivíduo estatístico ou unidade estatística.
Geralmente, a unidade estatística é realmente o elemento de origem, um elemento concreto: cada cliente de
uma agência, cada participante de um congresso, etc.
Estes elementos serão referenciados apenas por números que não possuem nenhuma propriedade particular
e cuja atribuição é totalmente aleatória (a ordem desses números não obedece a nenhuma lógica). Poderíamos,
também, considerar as letras do alfabeto ou qualquer outro símbolo.
Variáveis, atributos, caracteres ____________________________________________
Cada uma das características estudadas é chamada atributo, caractere ou variável, na medida em que ela é
suscetível de consideração sobre diferentes eventos, diversas possibilidades de realização (diferentes valores ou
estados).
Modalidades ____________________________________________________________
Cada um desses ‘eventos’ é denominado modalidade. A variável ‘sexo’, por exemplo, pode ter dois estados,
isto é, duas modalidades diferentes: ‘homem’ ou ‘mulher’.
Resultados dos dados coletados: as observações ___________________________
O resultado da medida escolhida sobre uma unidade estatística com relação a uma variável é uma observação.
Os dispositivos de medida ________________________________________________
Medida é fazer corresponder números a coisas, segundo determinadas regras. É fazer corresponder certas
propriedades das coisas a certas propriedades dos números.
Como exemplo, podemos operacionalizar a variável ‘gostar de viajar’ por meio do número de viagens realizadas
em um ano. Uma pessoa que faz 10 viagens em um ano viaja duas vezes mais que aquela que viajou 5 (proprie-
dade dos números); mas podemos dizer que ela gosta duas vezes mais de viajar? O indicador utilizado (número
de viagens) é bem adaptado como propriedade dos números, mas será bem adaptado para a variável subjacente
que será medida? Parece uma aventura menor, nesse caso, considerar somente que o primeiro sujeito gosta mais
de viajar do que o segundo.
Noções de escala de medida ______________________________________________
Em turismo, as propriedades métricas das variáveis estudadas são quase sempre hipotéticas. Portanto, somos
obrigados a utilizar escalas que só podem possuir propriedades métricas particulares.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3711
12
Problema geral __________________________________________________________
Consideremos, por exemplo, a seguinte tabela, que provém de dados inventariados sobre os clientes de uma
determinada agência:
nome identificador idade peso sexo profissão gostar de viajar
Júlia 001 25 52 fem economista não gosta
Luís 002 30 63 masc professor adora
O principiante em estatística já sabe que as diversas colunas não devem ser tratadas da mesma maneira e que,
se ele quiser resumir o conjunto de uma coluna, não utilizará os mesmos procedimentos para todas as colunas.
Em tabelas comerciais, podemos identificar o sujeito, pois a análise de suas preferências poderá auxiliar o opera-
dor em contatos futuros.
Se considerarmos somente as duas primeiras unidades estatísticas, as duas medidas que obtivemos para cada
variável são diferentes. Apesar disso, as diferentes idades 25 anos para um e 30 anos para o outro – não são
tratadas da mesma forma como a diferença entre ser professor ou economista.
Os instrumentos de medida utilizados têm características diferentes. De forma geral, podemos classificá-los
em três tipos, segundo as relações que esses instrumentos permitem instaurar entre as observações coletadas.
É habitual denominar de escala esses instrumentos de medida. As escalas são constituídas por diferentes
modalidades (estados ou valores), que podem ser consideradas para uma variável, levando em conta o instrumen-
to de medida escolhido.
Escolha da escala de medida ______________________________________________
Certas variáveis implicam a escala que devemos utilizar. O sexo, por exemplo, só pode ser ‘medido’ sobre uma
escala nominal (ou pseudo-numérica). Chamamos então de variável categorial e o termo ‘variável’ é, certas vezes,
substituído pelo termo ‘caractere’.
Inversamente, outras variáveis permitem uma escolha mais vasta quanto à escala de medida possível. O
pesquisador deve estar consciente de que podemos escolher não somente o instrumento de medida, mas tam-
bém a escala de medida mais apropriada.
Exemplos:
Podemos reter somente as categorias ‘sempre’, ‘muitas vezes’, ‘quase sempre’ e ‘nunca’. Estamos, portan-
to, sobre uma escala em classes ordinais.
Podemos reter somente as categorias ‘não escolhida’, ‘escolhida’ e tratar os dados sob a forma de uma
escala nominal dicotômica.
Aplicação _______________________________________________________________
Queremos conhecer a opinião mais ou menos favorável dos clientes de uma determinada agência com relação
à seguinte proposição: ‘desejamos operacionalizar todas as nossas vendas pela internet’.
Dê sua opinião sobre esta proposição.
A. Não favorável D. Muito favorável
B. Pouco favorável E. Muitíssimo favorável
C. Favorável
As cinco modalidades possíveis de respostas constituem uma ‘ordem’ e estamos em presença de uma escala
ordinal (classes ou categorias ordenadas).
Se introduzirmos uma modalidade de resposta suplementar - ‘sem opinião’ ou ‘não sei’ - essa modalidade
não encontra lugar na escala de intensidade anterior, e o novo conjunto de modalidades possíveis formará
uma nova escala nominal.
Poderíamos, de forma mais simplificada, perguntar: ‘Você é favorável a esta proposição?’ E solicitar como
resposta ‘sim’ ou ‘não’.
Poderíamos, igualmente, pedir a cada sujeito para atribuir uma nota que indicasse sua escolha, de 0 a 10,
por exemplo, 0 indicando uma opinião não favorável e 10 significando uma opinião muitíssimo favorável.
A escala seria numérica.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3712
13
Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
1) Um pesquisador apresenta a hipótese: ‘Os homens viajam mais para o Nordeste do que as mulheres’ (relação
entre sexo e viagem).
•A população estatística na qual ele está interessado é constituída dos clientes da agência X. Ele pode
restringir sua população aos clientes que viajam para as capitais do Nordeste. Nas conclusões de sua
pesquisa, ele deverá mencionar esses critérios.
Exceto quando se trata de um recenseamento nacional, ele recolherá seus dados somente sobre um
número limitado de pessoas que constituirão sua amostra.
Cada cliente será uma unidade estatística.
As variáveis são o sexo dos clientes e suas escolhas de viagem.
As modalidades da variável sexo são ‘homem’ e ‘mulher’.
As modalidades possíveis da variável viagem são as diferentes cidades do Nordeste servidas pela agência.
As modalidades efetivas da variável viagem são as cidades escolhidas por pelo menos um cliente.
Monte uma tabela com os dados estatísticos.
2) Considere a seguinte tabela, extraída de uma pesquisa realizada por uma agência de turismo:
nome identificador idade peso sexo profissão gostar de viajar
Júlia 001 25 52 fem economista não gosta
Luís 002 30 63 masc professor adora
Analise o número de pessoas de determinado sexo, profissão, idade, etc. Coloque códigos para as categorias
para facilitar a análise dos resultados.
TEMA 3
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS DAS
DISTRIBUIÇÕES
TEMA 3
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS DAS
DISTRIBUIÇÕES
A distribuição de efetivos de uma variável permite deter-
minar quantas observações foram coletadas para cada moda-
lidade dessa variável. Essa indicação pode ser lida facilmente
na tabela, mas podemos desejar repre0sentá-la de uma forma
mais atraente.
O objetivo de um diagrama visual, que representa uma
distribuição de efetivos, é colocar em evidência as irregulari-
dades ou regularidades dessa distribuição, seus picos e seus
vales, sua eventual semelhança com uma forma conhecida.
Um diagrama visual deve poder ser lido diretamente, inde-
pendentemente do comentário que possa acompanhá-lo.
Diagramas em estrelas ou em barras: histogramas __________________________
O objetivo de tais gráficos é visualizar os efetivos correspondentes às diferentes modalidades de uma variável.
a) Método
Desenhamos uma linha horizontal sobre a qual indicamos todas as modalidades possíveis de uma variável. Em
todos os casos, indicamos todas as modalidades possíveis compreendidas no intervalo de variação, assim como
o nome dessa variável.
Fonte: Microsoft Office Online
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14
Observações:
Utilizando-se um agrupamento em classes, indicamos sobre essa linha os valores centrais das classes.
Tratando-se de uma variável nominal, não orientamos a linha, pois a ordem na qual dispomos as modali-
dades da variável sobre essa linha é totalmente arbitrária.
Tratando-se de uma variável de intervalos, orientamos essa linha horizontal e respeitamos uma escala (o
espaço compreendido entre dois valores sucessivos deve ser igual ao que separa dois outros valores
sucessivos). A linha torna-se então um eixo, e é importante considerar sobre ele um sistema particular se os
valores da variável não começam por zero (por exemplo, o sinal // entre 0 e a primeira modalidade).
O fato de escolher o eixo horizontal para a variável é arbitrário e convencional.
Os softwares que permitem visualizar as distribuições de efetivos utilizam quase sempre o eixo vertical para
indicar a variável, sendo os efetivos representados por colunas de estrelas ou barras horizontais.
b) As estrelas
Em colunas, acima de cada modalidade da linha precedente, marcamos uma estrela para cada unidade
estatística pertencente a essa modalidade. O número de estrelas é, portanto, equivalente ao efetivo da modalida-
de, e a altura de cada coluna corresponde a esse efetivo. Podemos decidir que cada estrela representa um certo
número de unidades estatísticas em vez de uma única. Essa regra é a mesma para todas as modalidades.
c) As barras
Podemos traçar, acima de cada modalidade, uma barra vertical cuja altura corresponde ao efetivo, segundo
uma determinada escala. É usual traçar à esquerda do gráfico um eixo vertical, sobre o qual indicamos os efetivos,
levando em conta a escala escolhida.
Podemos igualmente indicar o efetivo acima da barra. E podemos, ainda, utilizar as freqüências ou as porcen-
tagens no lugar dos efetivos para construir o diagrama.
d) Outros Gráficos
Existem outros tipos de gráficos, como pizza, linha, barras duplas, etc.
Aplicação 1
Interrogamos 120 pessoas para saber se elas utilizam seus cartões de crédito. A distribuição de efetivos é a
seguinte:
jamais às vezes quase sempre muitas vezes sempre total
efetivos 25 40 20 0 35 120
freqüências 0,21 0,33 0,17 0 0,29 1
porcentagens 21% 33% 17% 0 29% 100
Considerando uma estrela como equivalente a 5 respostas, podemos construir o seguinte gráfico.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3714
15
Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Aplicação 2
Considere a seguinte distribuição de efetivos das notas obtidas de 217 pessoas, a seguir construa um diagra-
ma em barras.
Notas 012345678910total
Efetivos 12 20 30 15 0 20 25 35 20 15 25 217
Existem outros tipos de gráficos interessantes tais como pizza, linhas, barras duplas, bolhas, etc., dependendo
do tipo de aplicação.
1) Considere uma amostra com 100 clientes de uma agência de turismo para saber a freqüência de idas das
pessoas ao exterior. A distribuição de efetivos é a seguinte:
jamais às vezes quase sempre muitas vezes sempre total
efetivos 25 40 20 0 20 120
freqüências 0,20 0,40 0,20 0 0,20 1
porcentagens 20% 30% 20% 0 20% 100
Construa um gráfico de estrelas para este problema.
2) Considere a seguinte distribuição de efetivos da Aplicação 1:
jamais às vezes quase sempre muitas vezes sempre total
efetivos 25 40 20 0 35 120
porcentagens 21% 33% 17% 0 29% 100
Faça um gráfico de pizza. Caso tenha acesso ao Excel, utilize a ferramenta.
Considerando a seguinte distribuição de efetivos da Aplicação 2, faça um gráfico de pizza:
Notas 012345678910total
Efetivos 12 20 30 15 0 20 25 35 20 15 25 217
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3715
16
moda
Os índices de posição, também chamados de índices de tendência central, são estatísticas descritivas aplicadas
a variáveis quantitativas que representam uma distribuição e resumem informações. Os principais índices de
posição são: a moda, a mediana e a média.
Moda, mediana e média __________________________________________________
a) Medida de posição: a moda
A moda é a modalidade ou categoria mais freqüente da distribuição (o valor da classe mais freqüente), aquela
que encontramos mais vezes, onde se concentra o maior número de observações. São exemplos: a cidade mais
procurada para férias em uma determinada agência, hotéis mais procurados em Salvador, etc.
No caso das escalas nominais, a moda (ou as modas) é o único índice de posição que podemos utilizar.
Método para determinar a moda
Para determinar a moda das observações recolhidas sobre uma variável, começamos estabelecendo uma
distribuição de efetivos.
Nos gráficos de análise de distribuição de números, a moda corresponde à barra mais elevada, à coluna de
estrelas mais alta, ao retângulo mais alto, ao setor de maior área.
Aplicação
Consideremos a seguinte distribuição de efetivos. A moda corresponde à modalidade ‘às vezes’. Esta foi a
resposta mais freqüente dada pelas pessoas interrogadas.
jamais às vezes quase sempre muitas vezes sempre total
efetivos 25 40 20 0 35 120
Coluna mais alta
É sempre interessante, quando indicamos a modalidade em que se encontra a moda, precisar a porcentagem
das observações que ela agrupa. Diremos, por exemplo, que a resposta mais freqüente à questão foi ‘às vezes’ e
que ela foi dada por 33% das pessoas.
Observações:
Se escolhermos agrupar os dados em classes, a moda dependerá do agrupamento escolhido.
Consideremos, por exemplo, a seguinte distribuição de efetivos sobre a variável ‘idade’.
TEMA 4
ÍNDICES DE POSIÇÃO OU DE
TENDÊNCIA CENTRAL
TEMA 4
ÍNDICES DE POSIÇÃO OU DE
TENDÊNCIA CENTRAL
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3716
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Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
classes 20 – 24 25 - 29 30 – 34 35 – 39 40 - 44 45 - 49
efetivos 20 40 60 50 30 20
Moda
A classe 3034 anos é a classe modal.
Sabemos, apesar disso, que 45 sujeitos têm 30 ou 31 anos. Se as classes tivessem sido estabelecidas da
seguinte maneira:
20 –25; 26 – 31; 32 – 37; 38 – 43; 44 – 49;
os 45 sujeitos com idade de 30 ou 31 anos estariam na classe 26 – 31 que se tornaria, sem dúvida, a classe mais
freqüente, ou seja, a classe modal.
b) Medida de posição: a mediana
Em uma distribuição cujas modalidades foram organizadas em ordem crescente ou decrescente, a mediana é
a modalidade que divide o conjunto das observações classificadas em duas metades de efetivos iguais, contendo
cada uma 50% das observações.
Cálculo
Para encontrar a mediana de um conjunto de observações:
Organizamos as observações em ordem crescente;
Procuramos o valor que divide o conjunto de observações ao meio. O valor contido nesta posição é a
mediana. No entanto, deve-se verificar se o número total de observações é par ou ímpar, como a seguir.
Número ímpar de observações
Se tivermos um número ímpar de observações, a mediana será a modalidade da observação que corresponde
ao posto (n+1)/2, sendo n o número total de observações. Por exemplo: se existem 75 observações, a mediana
será a modalidade da 38ª observação ou, ainda, da classe na qual se encontra essa observação.
Número par de observações
Se tivermos um número par de observações, teremos um valor para a mediana que não corresponde, necessa-
riamente, a uma modalidade real determinada pela observação. Por exemplo, se existem 74 observações, a
mediana será a modalidade de uma observação estudada que estaria situada entre a 37ª e a 38ª observações ou,
ainda, na classe em que se situam essas observações. Se essas duas observações não estão na mesma modalidade
(uma possui 8 observações e a outra 9), a mediana é a média entre elas.
Aplicação
Seja a seguinte distribuição das notas de português, obtidas por 40 alunos:
0; 1; 10; 9; 1,5; 2,5; 3; 7,5; 9,5; 3; 4,5; 5; 6,5; 4; 7; 6; 1; 0; 9,5; 2,5;
2,5; 4,5; 5; 6,5; 4; 0; 1; 10; 7; 6; 9; 1,5; 2,5; 3; 1; 0; 7,5; 9,5; 3; 9,5.
Classificamos em ordem crescente:
0; 0; 0; 0; 1; 1; 1; 1; 1,5; 1,5; 2,5; 2,5; 2,5; 2,5; 3; 3; 3; 3; 4; 4; 4,5;
4,5; 5; 5; 6; 6; 6,5; 6,5; 7; 7; 7,5; 7,5; 9; 9; 9,5; 9,5; 9,5; 9,5; 10; 10.
Fazemos a distribuição de efetivos:
notas 0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
efetivos 44204402220222200242
efetivo
acumulado 4 8 10 10 14 18 18 20 22 24 24 26 28 30 32 32 32 34 38 40
crescente
20 observações 20 observações
20 alunos mediana = 4,25 20 alunos
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3717
18
Dicas
A mediana deve ser compreendida como um corte, um corte de tesoura dado na distribuição de efetivos para
constituir dois pacotes iguais, permitindo descrever a distribuição sob a forma: ‘um sujeito sobre dois obteve uma
nota inferior a...’, ou ‘inferior ou igual a...’.
É raro que a mediana seja ‘exata’. Geralmente, a observação mediana se encontra na modalidade (ou na classe)
que contém outras observações.
Consideremos, por exemplo, que temos as notas de 101 alunos classificados de 0 a 10: a nota mediana é a do
51º aluno (50 antes e 50 depois). Consideremos, ainda, que ela se situa na modalidade 4, que agrupa do 38º ao
52º aluno. Seria mais indicado, nesse caso, considerar 4,25 como valor mediano. Essa informação fictícia nos
indica uma melhor imagem da distribuição, ou seja, a metade dos alunos obteve menos de 4,25.
A mediana: propriedades e observações
a mediana depende mais do posto, do lugar ocupado por uma
observação na distribuição, que de seu valor;
A mediana não é afetada pelos valores extremos da distribuição. Se
nos interessamos, por exemplo, pela mediana dos salários no Bra-
sil, ela será independente do valor do salário mínimo e, igualmen-
te, independente do salário recebido por um jogador de um deter-
minado time de futebol, pois ele recebe um salário que é muito
superior à mediana;
A mediana permite que se chegue à conclusão do tipo “metade
dos funcionários ganha mais que...” ou “metade dos brasileiros tem
idade menor que...”.
c) Medida de posição: a média aritmética
A média aritmética é o índice de posição mais utilizado quando medimos uma variável sobre uma escala
numérica - ou que consideramos como tal (numérica = que possui a propriedade dos números).
Consideremos, por exemplo, o conjunto de salários pagos aos funcionários de uma empresa: a média aritmé-
tica dos salários é o salário que cada funcionário receberia se a massa salarial fosse dividida igualmente entre
todos. Se formos em quatro pessoas a um restaurante, a conta indica ‘o total que deve ser pago’: ou cada um paga
o que consumiu, ou podemos decidir que dividiremos igualmente as despesas. A média aritmética permite fixar
a cota-parte de cada um. Nos dois casos, o garçom levará ao caixa a mesma soma.
Dados simples - Cálculo
Para calcular a média aritmética de um conjunto de observações:
Fazemos a soma dos valores obtidos para cada observação;
Dividimos o resultado obtido pelo número de observações.
Σx = > fazemos a soma de todas as observações recolhidas para a variável x.
Aplicação
Consideremos as seguintes notas obtidas por 8 alunos: 1, 2, 2, 5, 7, 7, 10, 10
Temos 8 observações: n = 8
Média =
1 + 2 + 2 + 5 + 7 + 7 + 10 + 10
=
44
= 5,5
8 8
Se os 8 alunos tivessem tido a mesma nota (o número de ‘pontos’ distribuídos sendo o mesmo: 44), eles
teriam tido 5,5 pontos, e podemos verificar que temos 5,5*8 = 44.
Média
=
soma dos valores das observações
=
Σ
x
número de observações n
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3718
19
Módulo I
II
II
I
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
1) Considere as respostas dos clientes de uma agência de viagens sobre o número de vezes que viajou para o
exterior por ano:
pessoa 12345678910
nº de vezes 3374231025
Qual a moda, a mediana e a média aritmética para esta tabela?
2) Numa pesquisa de quantidade de vôos de companhias aéreas de um aeroporto, têm-se os seguintes dados:
companhia Cia 1 Cia 2 Cia 3 Cia 4 Cia 5 Cia 6 Cia 7 Cia 8 Cia 9
nº. de vôos 10 15 20 20 10 12 13 10 7
Qual a moda, a mediana e a média aritmética?
TEMA 5
FINANÇAS E CUSTOS
TEMA 5
FINANÇAS E CUSTOS
A boa administração da área de Finanças e Custos é essencial
para o sucesso de empreendimentos. Cerca de 80% das pequenas
empresas que abrem no Brasil não chegam a completar dois anos
de atividades.
Exercer o controle de suas finanças é extremamente importan-
te para qualquer tipo de empreendimento. Este controle envolve
principalmente o gerenciamento de receitas e despesas de uma
empresa. O controle das despesas incorpora o cálculo dos custos
dos bens ou serviços a serem disponibilizados ao mercado, custos
estes que envolvem todos os gastos que foram necessários para a
colocação para pronto uso ao cliente. É claro que a diferença entre
receitas e despesas deverá ser positiva, pois este é o lucro da em-
presa.
Finanças é tudo aquilo que se traduz em números e revela o
desempenho de um empreendimento. Assim, por exemplo, o ca-
pital de giro, o balanço, a movimentação bancária, os ativos e
passivos são demonstrações da área de finanças.
Componentes Patrimoniais _______________________________________________
A saúde econômica de uma empresa é medida pelo seu patrimônio. Em termos contábeis, patrimônio é o
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa.
Os bens e direitos constituem o ativo de uma empresa, ou seja, o lado positivo do patrimônio. Bem é tudo o
que satisfaz a necessidade humana e pode ser constituído por imóveis e móveis. Direitos são créditos a receber de
qualquer natureza.
O conceito de obrigações é o oposto do de direitos, ou seja, são dívidas a pagar. Entre as obrigações estão os
aluguéis, os salários, as contas a pagar, etc. As obrigações fazem parte do passivo da empresa.
Bens, direitos e obrigações são chamados componentes patrimoniais e podem ser colocados numa equação:
Patrimônio = Bens + Direitos - Obrigações.
Fonte: Microsoft Office Online
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3719
20
O patrimônio líquido é a diferença positiva entre o ativo e o passivo. Quando a relação é negativa, ela
apresenta o passivo a descoberto. Isto significa que a empresa não possui o suficiente para cobrir todas as dívidas.
O balanço é a demonstração, de forma organizada, das contas de ativo e passivo, bem como dos componentes
representativos do patrimônio líquido.
Exemplo de balanço da empresa de turismo Volta ao Mundo Ltda.:
Ativo R$ Passivo R$
Dinheiro em caixa 5.000,00 Contas a pagar 50.000,00
Dinheiro em bancos 50.000,00 Salários 30.000,00
Duplicatas a receber 38.000,00 Empréstimos 45.000,00
Contas a receber 78.000,00 Impostos 43.000,00
Estoque 43.000,00 Capital 40.000,00
Imóvel 570.000,00 Fundo de reserva 100.000,00
Equipamentos 45.000,00 Dívidas 3.000,00
Instalações 45.000,00 Lucros retidos 563.000,00
Total 874.000,00 Total 874.000,00
Os lucros retidos e o capital entram na coluna de passivo para contrabalançar os cálculos. Se subtrairmos do
ativo o valor das obrigações, obteremos exatamente estes dois itens somados (lucros retidos + capital). Esta
empresa está com uma saúde financeira muito boa.
Este exemplo serve como base para balanços empresariais e é fundamental para o desenvolvimento do Plano
de Negócios. Um Plano de Negócios é um documento de projeção dos ativos e passivos de uma empresa que
serve como base para análise da viabilidade de gerir um negócio (existente ou a construir) e para a prospecção de
em quanto tempo o capital retornará ao investidor.
No exemplo anterior, podemos utilizar conhecimentos de estatística para verificar o percentual de participação
de cada item no componente do ativo e passivo. Por exemplo, o item ‘equipamentos’ corresponde a: (45.000,00/
874.000,00)*100 = 5,14% aproximadamente.
Utilizando os itens de balanço da empresa de turismo Já Voltei de Viagens Ltda., construa a tabela de ativos e
passivos:
Salários (R$ 10.000,00), Instalações (R$ 5.000,00), Capital (R$ 5.000,00), Contas a receber (R$ 50.000,00),
Contas a pagar (R$ 10.000,00), Aluguel (R$ 2.000,00), Impostos (R$ 2.000,00), Dinheiro em Caixa (R$ 10.000,00),
Computadores (R$ 2.000,00), Despesas diversas (R$ 2.000,00). Faça a tabela e calcule o lucro retido.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3720
Autores: Leonardo Pujatti
Marlene Alves Dias
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3721
22
Organizações____________________________________________________________
As organizações são agrupamentos formados por pessoas com o objetivo de prestar serviços ou fornecer
produtos à comunidade, em áreas em que ela carece desses tipos de serviços/produtos.
Organizações são entidades, empresas - com ou sem fins lucrativos - e estão em toda parte. Universidades,
lojas de varejo, clubes, igrejas, organizações não-governamentais (ONGs) e indústrias são exemplos de organiza-
ções. Existem organizações de todos os tamanhos e para fornecer todos os tipos de produtos e serviços.
Elas fornecem meios de subsistência para muitas pessoas, pagando salários, pró-labores, abonos, lucros
distribuídos e outras formas de remuneração, como conseqüência de seu trabalho ou investimento.
Nas organizações, objetivos e recursos são palavras-chave na definição de administração. Uma organização é
um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). As organizações
têm dois outros componentes importantes: processos de transformação e divisão de trabalho.
Objetivos _______________________________________________________________
As empresas são grupos sociais orientados para a realização de objetivos que, de forma geral, se traduzem no
fornecimento de produtos e serviços. Toda empresa é uma organização e existe com a finalidade de fornecer
alguma combinação de produtos e serviços.
Um exemplo de organização é uma empresa de autopeças. A fábrica produz peças e componentes e as
distribuidoras prestam serviços às pessoas que necessitam de manutenção em seus veículos.
Recursos ________________________________________________________________
A empresa é o principal recurso das organizações. As organizações são grupos de pessoas que usam recursos:
recursos materiais, como espaço, instalações, máquinas, móveis e equipamentos, e recursos intangíveis (não-
mensuráveis), como tempo e conhecimentos.
Processos de transformação ______________________________________________
Processo é a estrutura de ação de um sistema, ou seja, toda a estrutura (bens, materiais e pessoas) que a
empresa requer para produzir um bem ou serviço. Nos processos, a organização transforma os recursos para
produzir os resultados. Um processo é um conjunto ou seqüência de atividades interligadas, com começo, meio
e fim, que utiliza recursos, como trabalho humano e equipamentos, para fornecer produtos e serviços. Todas as
organizações podem ser desmembradas em processos.
Alguns processos comuns que encontramos na maioria das organizações são os seguintes:
Neste módulo, você vai conhecer e discutir os principais conceitos relativos às finanças e à administração.
Pesquisas e trabalhos extraclasse são parte das atividades que contribuirão para você compreender melhor as
finanças e a administração em turismo.
O objetivo é levá-lo(a) a descobrir algo mais sobre as atividades do profissional de turismo no tocante ao
controle financeiro e administrativo dos negócios.
1
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à Administração. 6
a
ed., rev. e ampl. São Paulo: Altas, 2004.
TEMA 1
CONCEITOS BÁSICOS EM
ADMINISTRAÇÃO
1
TEMA 1
CONCEITOS BÁSICOS EM
ADMINISTRAÇÃO
1
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3722
Módulo II
IIII
IIII
II
23
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
1) Produção: transformação de matérias-primas em produtos e
serviços, por meio da aplicação de máquinas e atividades hu-
manas;
2) Administração de encomendas: transformação de um pedi-
do feito por um cliente na entrega de uma mercadoria ou
prestação de um serviço;
3) Administração de recursos humanos: transformação de ne-
cessidades de mão-de-obra em disponibilização de pessoas,
desde seu emprego até seu desligamento da organização.
Divisão de trabalho_______________________
Em uma organização, cada pessoa ou cada grupo de pessoas
realiza tarefas específicas que contribuem para atingir os objeti-
vos. Assim como as organizações são especializadas em deter-
minados objetivos, as pessoas e os grupos que nelas trabalham
são especializados em determinadas tarefas.
Numa empresa, existe a divisão do trabalho, que é o processo
que permite superar as limitações individuais por meio da especialização. Quando se juntam as tarefas especia-
lizadas, realizam-se produtos e serviços que ninguém conseguiria fazer sozinho. Os grupos especialistas podem
realizar os processos da empresa com maior rapidez, facilidade e desempenho.
Funções organizacionais _________________________________________________
As organizações são agrupadas em funções organizacionais, ou seja, as tarefas especializadas que as pessoas
e os grupos executam, para que a organização consiga realizar seus objetivos. Todas as organizações têm aproxi-
madamente as mesmas funções dentro de especialidades equivalentes. Coordenar todas essas funções
especializadas é o papel da administração geral.
As funções mais importantes de qualquer organização são analisadas sucintamente a seguir: produção (ou
operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos:
a) Produção
O produto é o resultado de uma produção. Por exemplo, uma peça produzida por uma indústria de autopeças.
O objetivo básico da produção é fornecer o produto ou serviço da organização. Produção é uma palavra genérica
que indica os tipos de operação de fornecimento de produtos e serviços. Nas organizações, encontramos um
sistema de operações produtivas, que utiliza e transforma recursos para fornecer bens e serviços aos clientes,
usuários ou público-alvo. O fornecimento de produtos e a prestação de serviços são exemplos de produtos de
uma organização.
Existem três tipos de processos produtivos:
1) produção em massa – fornecimento de grande número de produtos e serviços idênticos.
2) produção por processo contínuo – fornecimento ininterrupto de um único produto ou serviço, como água,
luz (energia elétrica), etc. Esse tipo de processo funciona como máquinas que trabalham ininterrupta-
mente.
3) produção unitária – fornecimento de produtos e serviços sob encomenda, com um único objeto ou serviço
sendo produzido.
b) Marketing
O marketing estabelece e mantém a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou
público-alvo. Tanto as organizações com fins lucrativos quanto as sem fins lucrativos realizam atividades de
marketing. A função é muito ampla e abrange atividades de:
1) distribuição – processo de distribuição de produtos e serviços ao público-alvo;
2) promoção – estabelecimento de produtos/serviços promocionais;
3) vendas – escoamento dos produtos/serviços;
4) pesquisa – identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado
5) desenvolvimento de produtos – criação de produtos e serviços.
Fonte: Microsoft Office Online
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3723
24
c) Pesquisa e desenvolvimento
À função pesquisa e desenvolvimento (P&D) cabe transformar as informações de marketing, as idéias originais
e os avanços da ciência em produtos e serviços. A função de P&D pode ter outras tarefas, como: pesquisa de novos
processos (meios de fabricação), novos produtos e serviços; identificação e introdução de novas tecnologias e
melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos e prazos e introduzir melhorias no processo da
qualidade.
Quanto às atividades de pesquisa e desenvolvimento tem-se:
1) as grandes organizações, geralmente com muitas pessoas, trabalhando em atividades de P&D. São pesqui-
sadores e técnicos de todas as profissões que atuam nos laboratórios, na produção, etc.
2) as pequenas organizações, às vezes copiando idéias e fórmulas de outras organizações ou comprando
produtos embutidos.
d) Finanças
A área financeira é o ponto crucial de uma organização, pois cuida do dinheiro e tem por objetivos a proteção
e a utilização eficazes dos recursos financeiros, o que inclui a maximização do retorno dos acionistas, no caso das
empresas. Ao mesmo tempo, a função financeira busca manter certo grau de liquidez (retorno financeiro), para
que a organização consiga cumprir seus compromissos de pagamentos. A função financeira abrange:
1) controle – acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização e o estabelecimento
das metas.
2) destinação de resultados – seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros na organiza-
ção, como ampliação da produção ou da infra-estrutura.
3) investimento – avaliação, análise e escolha de alternativas de aplicação de recursos.
4) financiamento – identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos financeiros, como bancos,
financeiras, etc.
e) Recursos humanos
A função recursos humanos trata do recrutamento, treinamento e qualificação de pessoal da organização, ou
seja, trata da gestão de pessoas. Essa função tem como objetivo encontrar, atrair e manter os profissionais de que
a organização necessita. Isso envolve atividades que começam antes de um indivíduo ser empregado na organi-
zação e vão até depois do seu desligamento. A função de recursos humanos tem como componentes outras
funções como:
1) treinamento e desenvolvimento – cuida da transformação do potencial das pessoas em competências, por
meio de cursos, palestras, etc.
2) avaliação de desempenho – responde por atividades como a avaliação institucional;
3) remuneração ou compensação – trata da política de cargos e salários;
4) higiene, saúde e segurança – praticada com a infra-estrutura adequada;
5) administração de pessoal – promove políticas de incentivo à gestão de pessoal;
6) planejamento de mão-de-obra – realizada por meio da definição da quantidade de pessoas necessárias
para trabalhar na organização e das competências e habilidades que essas devem ter;
7) recrutamento e seleção – objetiva a localização e aquisição de profissionais com as habilidades/competên-
cias apropriadas para a organização.
1) Qual é o objetivo principal de uma organização?
2) Cite exemplos de organizações com ou sem fins lucrativos.
3) Quais os objetivos de criar uma empresa? Qual sua responsabilidade social?
4) Relacione os recursos de uma empresa e a importância deles para a existência da organização.
5) Cite os principais processos de uma empresa.
6) Diga quais as funções da área de Recursos Humanos em uma organização empresarial.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3724
Módulo II
IIII
IIII
II
25
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
TEMA 2
ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA
DE TURISMO
TEMA 2
ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA
DE TURISMO
Organizações do setor privado ___________________
As organizações do setor privado podem ser subdivididas em organizações
com fins lucrativos e organizações não-lucrativas. As organizações com fins
lucrativos, na realidade, são empresas privadas e empresas de capital misto.
Qualquer que seja o tipo de empresa, os proprietários são responsáveis e
solidários com o grau de endividamento da empresa, incluindo o patrimônio
pessoal dos proprietários, segundo o novo Código Civil. Exemplo: O mon-
tante de dívidas deve ser quitado pelos ativos da empresa (patrimônio, reser-
va financeira, mobiliário, imóveis, etc.). Na possibilidade de os ativos da em-
presa não cobrirem os valores das dívidas, os patrimônios pessoais podem
entrar como garantia do pagamento, na mesma proporção da parte que
cabe a cada um dos sócios na empresa. Nas companhias de sociedade anôni-
ma, o tratamento desse tipo de caso restringe-se proporcionalmente à quan-
tidade de ações de cada grupo.
a) Fontes de finanças
Em geral, as pequenas e médias empresas têm como fontes de finanças o capital investido pelos proprietários,
os lucros reinvestidos e empréstimos bancários. Essas mesmas empresas podem se capitalizar por meio do
lançamento de ações na Bolsa de Valores, pela análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na possibilida-
de de ser aceita como Sociedade Anônima de capital aberto, a empresa pode fazer a oferta pública de ações.
Outra forma de aquisição de capital é por intermédio de debêntures - títulos de crédito lançados para o público
interessado - e que, no futuro, podem se transformar em ações da Bolsa de Valores. As debêntures somente são
atrativas para as médias e grandes empresas. Exemplo: uma empresa pode transformar seu capital acionário
limitado em oferta pública de ações, servindo-se da Bolsa de Valores, desde que o plano de negócios seja
aprovado pela CVM. (Para Plano de Negócios, veja módulo Empreendedorismo).
b) Propriedade e controle
Nas empresas com fins lucrativos, o objetivo é maximizar os lucros. Assim, nas pequenas empresas, em geral
com um único proprietário, as considerações pessoais regem sua administração e, muitas vezes, sua política está
vinculada a um excesso de horas de trabalho e degradação do ambiente empresarial.
Nas grandes empresas, normalmente sociedades anônimas, existem hierarquias de gestão que obedecem a um
cronograma estabelecido pelo conselho dos acionistas majoritários e dividido por tarefas e funções de competência.
Organização sem fins lucrativos ___________________________________________
As organizações sem fins lucrativos possuem metas e missões baseadas em interesses bem determinados,
idéias ou ideais diversos, promoção de determinados grupos, de trabalhos voluntários, que se propõem atender
uma determinada faixa da população. Exemplos: os espaços culturais criados por alguns bancos, que servem para
difundir a arte e a cultura de determinadas regiões; os concursos de jovens talentos ou talentos da maior idade,
que visam a promover e valorizar jovens e idosos; as cooperativas regionais, que objetivam melhorar a qualidade
de vida de uma faixa da população, divulgando e valorizando trabalhos artesanais. São também organizações sem
fins lucrativos as ONGs – Organizações Não-Governamentais, instituições criadas por grupos com o intuito de
defender causas sociais ou de provocar transformações na sociedade – e que não geram lucro. As ONGs podem
ser mantidas por recursos privados obtidos pelo grupo social ou mesmo por verbas oficiais. Um exemplo de ONG
é a instituição destinada a arrecadar fundos para tratamento de crianças com câncer.
Em geral, as cooperativas regionais auxiliam no desenvolvimento turístico das pequenas cidades, onde os
trabalhos artesanais, quando desenvolvidos individualmente, não poderiam ser apreciados ou comercializados,
mas graças a essas organizações terminam, algumas vezes, atingindo inclusive o mercado internacional. O traba-
lho, quando desenvolvido por meio de organizações sem fins lucrativos, permite a divulgação e promoção de
grupos que permaneceriam no anonimato sem este recurso.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3725
26
2
TRIBE, Jonh. Economia do Lazer e do Turismo. 2
a
. edição. Manole: São Paulo, 2003
Organizações do setor público ____________________________________________
As organizações do setor público podem ser municipais, estaduais ou federais. Em geral, as atividades de lazer
e turismo são de responsabilidade das redes municipais. Cada cidade tenta desenvolver seu potencial máximo
tanto para o lazer quanto para o turismo, explorando recursos naturais, artesanato local, ecoturismo, festas
populares e religiosas.
a) Propriedade e controle
A propriedade e o controle das organizações públicas são de responsabilidade de Secretarias de Cultura e
Turismo dos municípios, estados ou União, com conselhos consultivos e participação popular. A distribuição de
funções, recursos, atribuições e decisões se dá através dos conselhos ou grupos ligados às secretarias ou ministérios,
tendo como base a priorização da atividade cultural e de lazer de cada região.
b) Metas e missões
A definição das metas e missões é atribuição dos partidos políticos dominantes em cada região. Assim, cada
região determinará as suas áreas de interesse em detrimento de outras. Esses interesses podem ser influenciados
pelos sindicatos, conselhos de classe, imprensa local, governo estadual e federal, etc. Exemplo: alguns municípios
privilegiam o ecoturismo, outros o artesanato local, outros a culinária regional, romarias religiosas, pontos turísticos
específicos, etc. Outros exemplos são a manutenção de parques e áreas de lazer (como o Jardim Botânico do Rio de
Janeiro) ou de institutos de pesquisa (como o Instituto Butantan, em São Paulo).
1) O que você entende por organizações não-governamentais?
2) Que tipo de organização não-governamental existe na sua região?
3) Qual a diferença entre organização não-governamental e organização privada?
4) Quais organizações privadas de turismo e lazer existem em sua região?
5) Organize-as segundo as noções de organização privada e pública.
Para compreender o mercado do turismo, é importante ana-
lisar os fatores que interferem tanto na demanda quanto na oferta
de uma mercadoria ou serviço. Além disso, deve-se conhecer o
preço de equilíbrio, sabendo (a) identificar os fatores que provo-
cam mudanças e (b) analisar essas variações com as situações reais.
Iremos considerar a noção de mercado perfeito sustentada
por Tribe
2
aquele que possui muitos compradores e vendedores
com conhecimento perfeito dos preços através de todo o merca-
do, cujos consumidores e produtores baseiam suas decisões nos
preços, não existindo intervenções do governo. Em termos de
intervenção do governo, um exemplo típico é a restrição do nú-
mero diário de turistas na ilha de Fernando de Noronha, fazendo
com que o equilíbrio ecológico não degenere.
TEMA 3
FATORES QUE INTERFEREM NO
MERCADO DE TURISMO
TEMA 3
FATORES QUE INTERFEREM NO
MERCADO DE TURISMO
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Módulo II
IIII
IIII
II
27
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
A demanda e o preço ____________________________________________________
No mercado, os preços obedecem à lei da oferta e da procura, isto é, quanto maior o número de pessoas que
procuram um mesmo produto (ou seja, quanto maior a demanda) maior será a tendência de aumento dos preços.
Entretanto, quando a oferta de produtos ou serviços é maior que a demanda, os preços tendem a diminuir. O
interesse do investidor desse mercado é encontrar o preço de equilíbrio. O preço de equilíbrio permitirá estabele-
cer relações com os fatores que aumentam ou diminuem a oferta e a demanda e auxiliará o investidor em tomadas
de decisão para concorrer de forma estruturada no mercado. O ideal é conhecer o ponto de equilíbrio entre oferta
e demanda, ou seja, produtores oferecendo exatamente os produtos e serviços exigidos pelos consumidores.
Exemplo: Por um lado, o aumento de oferta de passagens aéreas faz com que os preços diminuam e, por outro
lado, se há diminuição de vôos e número de passagens, os preços aumentam.
A tabela e o gráfico a seguir representam um exemplo fictício de variação de oferta em função da flutuação de preços.
Preço (R$) 500 510 520 530
Oferta por semana 1000 1100 1200 1300
Observação: O gráfico mostra que, quando há um aumento de preços do produto oferecido, as empresas
promovem um aumento de quantidade do produto que podem oferecer ao mercado. O preço ofertado pode ser
calculado pela formúla: P=0,1 x 100 + Po, onde Po é o preço inicial.
No exemplo a seguir, consideramos o caso de mercadorias com aumento da demanda. Em geral, por questões de
concorrência, os preços tendem a diminuir. Consideramos, abaixo, um exemplo fictício de procura por aparelhos de som:
Preço (R$) 300 290 280 270
Demanda por semana 100 110 120 130
Observação: O gráfico mostra, pela reta decrescente, que existe uma variação constante do preço em função
do aumento da demanda. Verifica-se facilmente que, para cada 10 novos pedidos de aparelhos de som, há uma
diminuição de 10 reais no preço do produto, isto é, a taxa de variação é igual a –1. O preço pode ser calculado em
função da demanda pela fórmula P = -1x10 + P
0
, onde P é o preço final e P
0
é o preço mínimo.
Poderíamos considerar outros exemplos, tais como: quando diminui a oferta e o preço aumenta e quando
diminui a demanda e o preço diminui.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3727
28
Alguns fatores que podem influenciar a variação da demanda
Um dos fatores que mais influenciam a variação da demanda é a oferta. Mas devemos levar em conta também
que determinados produtos só serão substituídos se forem compatíveis com o desejo do consumidor.
Podemos considerar como fatores que influenciam a demanda: renda do consumidor, qualidade do produto
em relação ao preço, moda, preferências, questões sazonais, oportunidades de consumo, publicidade e propa-
ganda e perfil da população para a qual o produto foi lançado.
Exemplo: considerando um passageiro com local de origem distante do ponto turístico, é importante manter
uma política de passagens aéreas a preços promocionais muito próximos dos preços das passagens de ônibus.
Esses preços promocionais permitirão ao consumidor de renda média fazer turismo sem o incômodo de passar
quase todos os seus dias dentro de um veículo e de aproveitar apenas pequenos momentos da viagem. Esse
ganho de permanência no local turístico será empregado em visitas a museus e parques, a restaurantes típicos e
a locais onde se comercializa o artesanato da região, criando uma demanda maior de outros produtos, desde que
haja um trabalho bem estruturado de publicidade e propaganda dos valores locais.
O trabalho integrado de congressos e feiras com as Secretarias de Cultura e Turismo dos locais onde se
realizam esses encontros pode ser um meio para aumentar a demanda por esses serviços nas diversas regiões.
A oferta e o preço _______________________________________________________
Em geral, a oferta vem sempre associada ao preço, isto é, quando o preço aumenta, a demanda pelo produto
diminui, o que provoca o crescimento da oferta; e quando o preço diminui, pode-se ter um aumento de demanda,
o que provoca a diminuição da oferta. Parece importante lembrar que não necessariamente a oferta segue essa
lógica: o produtor pode preferir diminuir a oferta para manter a qualidade, o atendimento, etc. Podemos considerar
o exemplo dos aparelhos de som, onde uma diminuição no preço foi acompanhada por um aumento na deman-
da. Nesse caso, podemos supor que a lógica do produtor é diminuir a margem de lucro e colocar mais produtos
no mercado com um preço competitivo, que permita atender ao aumento de demanda sem aumento de preço.
No caso das passagens aéreas, uma maior oferta de moeda estrangeira geralmente leva a uma queda nos
preços e a um crescimento da demanda por viagens ao exterior. Como, na maioria das vezes, não é possível
aumentar a oferta do produto, as companhias aéreas tendem a aumentar os preços.
O mercado pode, ainda, escolher aumentar ambos, o preço e a oferta, muitas vezes devido a inferências
relacionadas a situações futuras. Considerando o mês de julho, quando no sul do país muitos estão em férias e, em
geral, enfrentando temperaturas mais baixas que no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as companhias de viagens
tendem a aumentar a oferta de pacotes com um preço maior que os praticados nos meses de baixa temporada.
No exemplo a seguir, apresentamos o caso do aumento do preço de pacotes de viagem e o aumento da oferta
para uma cidade qualquer, considerando uma viagem terrestre de fim-de-semana no mês de julho.
Preço (R$) 600 650 700 750
Oferta por semana 200 300 400 500
Observação: O gráfico mostra, pela reta crescente, que existe uma variação constante do preço em função do
aumento da oferta. Verifica-se facilmente que, para cada 100 novas ofertas de pacotes de viagem, há um aumento
de 50 reais no preço do pacote, isto é, a taxa de variação é igual a 0,5. O preço pode ser calculado em função da
demanda, pela fórmula P = 0,5x100 + P
0
, onde P é o preço final e P
0
é o preço mínimo.
Como no caso da demanda, verificamos que existem diversos fatores que influenciam a variação da oferta,
permitindo ou não uma diminuição de preço, isto é, a oferta de um produto não está associada diretamente a
uma diminuição de preço. Em alguns casos, para aumentar a oferta, é necessário aumentar o preço.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3728
Módulo II
IIII
IIII
II
29
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Alguns fatores que podem influenciar a variação da oferta
Podemos considerar como fatores que influenciam a variação da oferta: alterações de custo na produção ou
na contratação de serviços, necessidades em termos de serviços e material especializado, aumento de impostos,
perdas sazonais, clima, greves, atentados e violência relacionados a um determinado local.
A exposição sobre a demanda e a oferta mostra alguns fatores que podem produzir diferentes efeitos sobre
essas duas tendências do mercado, mas é importante que o profissional tenha um parâmetro que lhe possibilite
analisar e tomar decisões, sem prejuízos para a organização em que está desenvolvendo um determinado traba-
lho ou projeto. Para isso, é importante considerar a noção de preço de equilíbrio, pois, como verificamos ante-
riormente, não é pelo fato de aumentar ou diminuir a demanda ou a oferta que devemos simplesmente diminuir
ou aumentar os preços sem analisar os fatores que estão influenciando essas variações. A noção de preço de
equilíbrio é fundamental e constitui um parâmetro que pode auxiliar a tomada de decisão.
A noção de equilíbrio ____________________________________________________
Nas atividades humanas, é sempre importante considerar a questão de equilíbrio. Em finanças, essa noção
está diretamente associada à noção de preço de equilíbrio, que permite comparar demanda e oferta.
No exemplo a seguir, consideramos o caso de aumento do preço de pacotes de viagem e aumento da oferta
e diminuição da demanda para uma cidade qualquer, focalizando uma viagem terrestre de fim-de-semana no mês
de julho.
Preço (R$) 600 650 700 750 800
Oferta por semana 200 300 400 500 600
Demanda por semana 600 500 400 300 200
Observação: Pelo gráfico, verificamos facilmente que o preço de equilíbrio é de 700 reais e que, conforme o
preço ultrapassa o preço de equilíbrio, a oferta ultrapassa a demanda. Ao contrário, quando os preços diminuem,
a demanda ultrapassa a oferta.
O preço de equilíbrio não é estável. Havendo uma mudança no preço de equilíbrio, é importante considerar
uma nova curva para comparar se houve ou não mudança na oferta e qual será a relação com o novo preço de
equilíbrio. No gráfico acima, quando a demanda aumenta - isto é, a reta da demanda se desloca para a direita - e
a oferta permanece a mesma, o preço de equilíbrio aumenta. Caso contrário - ou seja, se a reta da demanda se
desloca para a esquerda - o preço de equilíbrio diminui e provoca alterações na relação entre demanda e oferta.
1) Relacione:
a. demanda e preço;
b. oferta e preço.
2) Cite alguns fatores que podem influenciar a variação
a. da demanda;
b. da oferta.
3) Demonstre a noção de equilíbrio com exemplos.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3729
30
Usando uma imagem como exemplo, quando você joga uma pedra num lago, formam-se ondas a partir do
ponto em que a pedra caiu. Quando uma pessoa começa a vida sem entender a diferença entre ativo e passivo, as
ondas podem causar problemas financeiros para o resto da vida.
O importante é entender as idéias relacionadas às finanças. Ativo é a totalidade dos bens com valor comercial
ou valor de troca pertencentes a uma sociedade, instituição ou pessoa física. Passivo é o dinheiro que sai para
pagamento de despesas de qualquer natureza.
Para assimilar esses conceitos, é necessário entender o que é um fluxo de caixa (cash flow, em inglês). Fluxo de
caixa é a demonstração do movimento de receitas, despesas, ativos e passivos que definem o balanço. É ele que
determina se algo é, de fato, um ativo, um passivo ou algo sem valor algum. Poderia ser a expressão mais importante
do mundo do dinheiro, mas as pessoas não o entendem como tal. (Consulte também o módulo Matemática).
O padrão de fluxo de caixa de um ativo é o seguinte: A seguir, o padrão de fluxo de caixa de um passivo:
O ativo é o dinheiro que flui para a coluna de receita. O passivo é o dinheiro que sai da coluna de despesa.
O ativo coloca o dinheiro no bolso, enquanto o passivo tira o dinheiro do bolso. Por exemplo, uma empresa
que gera receita líquida positiva é um ativo que alimenta a coluna de receitas. O aluguel de um imóvel é um
passivo que alimenta a coluna de despesas. Ativo, passivo e fluxo de caixa são conceitos importantes no balanço
de uma empresa.
Balanço de fontes e aplicações ____________________________________________
O balanço de fontes e aplicações é utilizado para que se tenha idéia de origem e destino dos recursos de uma
empresa. Em geral, é elaborado a partir da comparação de dois balanços seguidos, que permitem visualizar de
onde vieram os recursos que financiaram as aplicações.
Fontes de recursos _______________________________________________________
A empresa deve ter, sempre, uma fonte de recursos que pode ser constituída por recursos próprios, empréstimos,
ações, etc. Em geral, para empresas que já estejam em atividade, os recursos são provenientes das seguintes fontes:
aumento de capital, lucros, venda de ativos, empréstimos, etc.
Em uma empresa que esteja operando, faz-se necessário verificar, no balanço, se os empréstimos podem
reduzir o passivo ou aumentar o ativo, ou vice-versa. É necessária uma análise para verificar se o recurso que está
vindo para a empresa é um bom recurso.
TEMA 4
FINANÇAS E CUSTOS
TEMA 4
FINANÇAS E CUSTOS
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Módulo II
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
No Plano de Negócios, a empresa deve fornecer o balanço das fontes (empréstimos de curto prazo e longo
prazo, aplicações, etc.) para verificar, por meio de simulações, se o crescimento da empresa não está prejudicado.
Exemplo: A empresa Tecido Bonito apresentou os seguintes balanços para os últimos dois anos:
Ativo 2003 2004 + -
Caixa 12.700,00 7.720,00 4.980,00
Contas a receber 19.590,00 37.000,00 17.410,00
Estoques 5.680,00 17.780,00 12.100,00
Ativo Imobilizado 14.500,00 17.620,00 3.120,00
Total 52.470,00 80.120,00 32.630,00 4.980,00
Passivo 2003 2004 + -
Capital 6.590,00 29.400,00 22.810,00
Empréstimos curto prazo 14.380,00 30.220,00 15.840,00
Empréstimos longo prazo 31.500,00 20.500,00 11.000,00
Total 52.470,00 80.120,00 38.650,00 11.000,00
Para que nossa análise possa progredir, é necessário que as aplicações (aumento de ativos + redução de passivos)
sejam iguais às fontes (reduções de ativos + aumento de passivos). Observando o exemplo dado, encontramos:
Aplicações (32.630,00 +11.000,00) = fontes (4.980,00 + 38.650,00)
Com base nesses valores, podemos montar nosso balanço de fontes e aplicações:
FONTES R$
Caixa 4.980,00
Capital 22.810,00
Empréstimos de curto prazo 15.840,00
Total 43.630,00
Pelos dados, verifica-se que a empresa estava em expansão e precisou financiar esse crescimento. Isso foi feito
com o dinheiro que havia em caixa, aumento de capital e empréstimos de curto prazo. Contudo, verifica-se que a
empresa aumentou seu imobilizado, estoque e contas a receber, por causa de maiores vendas efetuadas.
Custo ___________________________________________________________________
Custo é uma medida, em termos monetários, do montante de recursos utilizados para um objetivo qualquer.
O custo serve para medir quanto foi utilizado de cada um desses recursos no processo produtivo. Como cada
recurso tem seu preço, a soma desses preços determina o valor do custo do produto ou serviço.
A medida do custo é expressa em termos monetários. Assim, o dinheiro é o denominador comum que permite
ter uma perfeita idéia do que foi gasto.
O custo está relacionado a um propósito. Se esse propósito não estiver perfeitamente claro, provavelmente
haverá problemas de interpretação.
Um exemplo de custo é o cálculo da passagem aérea e envolve: custo unitário por passageiro, de manutenção
da aeronave, pessoal de bordo, pessoal de apoio, alimentação no vôo, etc.
Um outro exemplo pode ser o de alguém que esteja planejando fazer uma viagem, mas não possui recursos
suficientes. Em outras palavras, o dinheiro é “curto”. Surge, então, uma oportunidade: um amigo que pretende
viajar para o mesmo lugar concorda em dar uma carona, desde que sejam divididos os custos de transporte.
Somente quando houver um acordo, antes da viagem, com relação ao que seria o custo de transporte é que se terá
definido o preço, sem interpretações diferentes. Caso contrário, o carona poderá pensar que seu parceiro vai arcar
APLICAÇÕES R$
Contas a receber 17.410,00
Estoque 12.100,00
Ativo imobilizado 3.120,00
Empréstimos de longo prazo 11.000,00
Total 43.630,00
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3731
32
não só com os custos do combustível, mas também com os custos de manutenção, reparo em pneus, desgaste do
carro, etc. É tudo uma questão de ponto de vista.
Classificação de custos
A noção de custos é fundamental para que possamos saber quanto custou um produto ou serviço de uma
empresa. E cada produto ou serviço incorpora a soma de vários custos dos recursos utilizados na fabricação. Saber
quanto é esta soma é o que nos interessa. O resultado é chamado custo total. O custo total ou final de qualquer
produto ou serviço é a soma de diversos custos. De acordo com a facilidade de atribuição, os custos podem ser
diretos ou indiretos.
Custos diretos são aqueles facilmente atribuíveis a um determinado produto.
Custos indiretos são os que incidem sobre o produto, mas não são atribuídos diretamente a ele. Por exemplo,
no caso de uma passagem aérea, um custo direto será a refeição do tripulante; um custo indireto será a energia
elétrica utilizada no aeroporto.
Custos de produção
Na produção de um objeto teremos vários custos envolvidos, e é importante defini-los para se chegar a um
preço final do produto. Os custos de produção são divididos em custos variáveis e custos fixos.
Os custos variáveis são aqueles que se alteram com o volume de produção. Em termos gerais, a palavra variável
significa simplesmente mutável, mas, em contabilidade, variável tem um sentido mais restrito. Variável não signi-
fica mudanças no custo com o passar do tempo, nem mudanças associadas à troca de estação, mas somente as
mudanças relacionadas à atividade produtiva, ou seja, ao volume de produção. Se um item de custo aumenta com
o volume de produção, este item é um custo variável.
Custos fixos são os que não variam com o volume de produção, mas sim com o decurso de tempo. Podem ser
classificados como custos fixos: salários, custos com energia, depreciação (desgaste que os bens apresentam
durante o seu tempo de uso).
O custo variável unitário é constante, isto é, não se altera com a mudança de volume. Quanto ao custo fixo
unitário, este decresce com o aumento de produção.
O exemplo a seguir ajuda a entender a relação de custo fixo e variável.
Volume de produção 1.000 unidades 1.200 unidades 1.500 unidades
a) Custo total para o período - R$ -
Custo variável 4.000,00 4.800,00 6.000,00
Custo fixo 4.000,00 4.000,00 4.000,00
b) Custo unitário - R$ -
Custo variável 4,00 4,00 4,00
Custo fixo 4,00 3,67 3,33
Observe o que ocorre quando o volume de produção se eleva de 1.000 para 1.500 unidades: o custo variável
total aumenta 50%, o custo total fixo permanece inalterado; o custo variável por unidade permanece constante
e o custo fixo por unidade decresce.
A noção de custo fixo e variável é importante, pois nos dá uma idéia do tipo de preocupação que o empresário
deverá ter com relação aos custos de sua empresa. O que interessa é ter vendas suficientes para cobrir os custos
totais e, ainda, ter uma margem de lucro.
Qualquer empresa tem como objetivo básico a maximização de lucros. A maximização é resultante de algumas
variáveis como, por exemplo, o custo e a receita. Para que se possa melhorar o desempenho de uma empresa, não
há outra solução: ou se aumentam as vendas, ou se diminuem os custos, ou ambas as coisas. Por isso, é importan-
te dominar a questão dos custos. O lucro é apenas o resultado financeiro da empresa, depois de apuradas as
vendas e os custos.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3732
Módulo II
IIII
IIII
II
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
1) Banho Melhor é uma empresa que produz portas de vidro temperado para banheiros. Os custos de fabricação
estão discriminados a seguir:
Depreciação: ........................................................................................ R$ 400,00/mês
Aluguel:............................................................................................... R$ 300,00/mês
Salário dos operários: ......................................................................... R$ 20,00/porta
Despesas de escritório:........................................................................ R$ 600,00/mês
Materiais diversos: .............................................................................. R$ 200,00/mês
Seguro: ................................................................................................ R$ 100,00/mês
Salário do supervisor: .......................................................................... R$ 800,00/mês
Sabendo-se que as portas são padronizadas, que o volume normal de produção é de 200 portas/mês e que
Banho Melhor aloca todos os custos indiretos igualmente para cada porta, pergunta-se:
a) Qual é o valor
• dos custos diretos?
• dos custos indiretos?
• do custo de cada porta?
b) Um cliente da Banho Melhor quer comprar uma porta e diz que já tem todo o material necessário. A
proposta do cliente é que o proprietário da Banho Melhor faça a porta pelo preço de custo. O proprietário
concorda. Você acha que pode haver alguma interpretação diferente entre o proprietário e o cliente com
relação ao custo? Por quê?
2) A Porcas & Parafusos vem mantendo sua produção de 1.000 lotes de unidades por mês, dividida em:
600 do produto 1
300 do produto 2
100 do produto 3
Nessa produção, são aplicados R$ 3.000,00 de matéria-prima, sendo:
R$ 1.500,00 no produto 1
R$ 900,00 no produto 2
R$ 600,00 no produto 3
As despesas com mão-de-obra por lote produzido são de:
R$ 20,00 no produto 1
R$ 28,00 no produto 2
R$ 50,00 no produto 3
Os custos indiretos correspondem a R$ 1.600,00 e são alocados aos produtos de acordo com a relação
percentual, idêntica à que existe entre os valores de matéria-prima aplicados em cada produto, divididos pelo
valor total de matéria-prima.
Calcule o custo total para produzir cada lote, o custo total por produto e o custo unitário por produto.
3) A Coco Nobre, empresa que engarrafa água de coco, vende 10.000 unidades por mês ao preço unitário de R$
32,00. Segundo o departamento de marketing, o mercado estaria apto a absorver os seguintes volumes:
12.000 unidades com redução de 5% no preço de venda;
15.000 unidades com redução de 10% no preço de venda.
São os seguintes os custos envolvidos na produção atual:
Custos fixos: R$ 80.000,00
Custos variáveis: 16,00/unidade, com a seguinte estrutura:
Mão-de-obra (MO) – 40%
Matéria-prima (MP) – 50%
Custos indiretos – 10%.
Para que as alternativas em estudo pudessem ser adotadas, as seguintes alterações ocorreriam:
a) Produção de 12.000 unidades – acréscimo de 25% na MO e 5% no custo indireto;
b) Produção de 15.000 unidades – elevação dos custos fixos para R$ 110.000,00 e contratação de serviços de
terceiros por R$ 30.000,00.
Identifique qual é a alternativa mais vantajosa.
3
3
Exercícios do SEBRAE. Apostila de Formação de jovens empreendedores. Planejamento do negócio. O ambiente empresarial.
São Paulo. 1998.
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34
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3734
Autor: Guilherme A. de Todelo Padilha
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3735
36
“O que move o empreendedor é a motivação, a necessidade de fazer algo que ninguém fez ainda”. A afirmação
é de Marília Rocca, fundadora e diretora-geral do Instituto Empreendedor Endeavor, que falou sobre o tema na
segunda edição da Career Fair, feira de carreiras e desenvolvimento profissional organizada pela revista Você S/A.
Além de ser um vendedor nato, o empreendedor deve ser muito convincente
naquilo que diz e deve saber identificar pessoas geniais. Mas quais os motivos que
levam alguém a largar uma carreira estável de profissional assalariado para se tornar
o gestor do seu próprio negócio? Talvez as respostas para essa pergunta possam ser:
Possibilidade de controlar o seu próprio destino;
Desejo de criar, muitas vezes contrariando as regras do mercado;
Retorno financeiro a longo prazo;
Disponibilidade de fazer um pouco de tudo, o que requer muita humildade:
trabalhar como boy e presidente ao mesmo tempo.
Não existe um negócio perfeito. O que existe é um bom negócio para você e vai
depender do que você realmente quer: de quantas horas quer trabalhar por dia e o
nível de renda que quer ter. O ideal é ter suas aspirações pessoais como guia para,
assim, fazer aquilo de que você gosta realmente.
E, para começar a ser um empreendedor, não é tão difícil assim: pode-se começar
hoje mesmo, sem precisar abrir um negócio próprio. Como? Assumindo riscos e responsabilidades na empresa
em que você trabalha. A atitude requer autoconhecimento e amadurecimento pessoal, características considera-
das essenciais em um empreendedor de sucesso.
Se você pensa em trabalhar em seu próprio negócio, então será preciso avaliar as suas possibilidades e
identificar quais as suas fraquezas, talentos e, ainda, o quanto você tem de capital para investir (Plano de Negócios).
Contudo, ter maturidade suficiente para levar o projeto adiante, mesmo quando as dificuldades começarem
a surgir, não significa passar anos esperando o grande momento ou esperando a grande idéia chegar.
Perfil do empreendedor __________________________________________________
Um empreendedor deve possuir algumas características básicas para ter sucesso na aventura de começar o
próprio negócio. O perfil do empreendedor requer:
Facilidade de persuasão, isto é, deve ser um vendedor nato – esta é a principal característica de um
empreendedor. Ninguém melhor do que o próprio dono do negócio para vender seu produto/serviço. É
preciso passar - com a mesma convicção/paixão que você teve ao decidir iniciar um negócio - as informações
sobre a importância do seu produto/serviço para seu cliente em potencial.
Disponibilidade – tão fundamental quanto ser um vendedor nato é ter tempo para investir no seu negócio.
Um negócio em seu estágio inicial é como um bebê de colo: precisa de muita atenção e disponibilidade dos
pais para crescer forte e saudável. Um empreendedor, quando começa um novo negócio, deve colocar esse
empreendimento na lista das prioridades de sua vida.
Neste módulo, você vai conhecer e discutir os principais conceitos relativos ao empreendedorismo. Pesquisas
e trabalhos extraclasse são parte das atividades que contribuirão para você compreender melhor o perfil do
empreendedor.
O objetivo é levá-lo a descobrir algo mais sobre as atitudes e o perfil que um empreendedor em turismo deve possuir.
TEMA 1
EMPREENDEDORISMO COMO
OPÇÃO DE CARREIRA
TEMA 1
EMPREENDEDORISMO COMO
OPÇÃO DE CARREIRA
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Fonte: Microsoft Office Online
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Versatilidade – dependendo do capital disponível para iniciar o empreendimento, o empreendedor assumi-
atividades meio
4
que lhe tomarão tempo e desafiarão a capacidade de ser uma pessoa versátil, que se
adaptará rapidamente a situações específicas.
Liderança – é necessário que um empreendedor tenha boa capacidade de liderança. Tem que organizar, re-
direcionar esforços e manter a motivação dos seus colaboradores. Eles estão sob a sua coordenação e, por isso,
o empreendedor tem que criar uma filosofia de trabalho, definindo objetivos e métodos, ao mesmo tempo em
que implementa um bom relacionamento entre os membros da equipe de trabalho. O bom empreendedor dá
um pouco de liberdade para conseguir extrair de seus funcionários o que há de melhor neles e estabelecer uma
relação de troca em que os funcionários e o empreendedor possam expor e ouvir idéias.
Organização – a organização é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Entenda por organização
possuir os melhores recursos, como a aplicação de recursos humanos, materiais e financeiros, e integrá-los
de uma forma lógica, racional e harmoniosa. O empreendedor eficiente define metas e garante a execução
dos trabalhos dentro do prazo estabelecido (Plano de Negócios).
Curiosidade – um empreendedor de sucesso deve preparar-se para pesquisar novos caminhos, seja no trabalho
ou no período de férias, seja lendo uma revista ou assistindo à televisão. Um empreendedor necessita estar
sempre atento às oportunidades de negócio para não perder o momento em que elas surgirem no mercado. O
empreendedor de sucesso não cansa de procurar, está sempre em busca de um empreendimento melhor.
Faça uma auto-análise e responda: quais das características do empreendedor você possui? Quais são seus
pontos fortes e fracos? Explique o porquê.
O Brasil é o sexto país no ranking mundial de empreendedores
5
. Segundo pesquisa feita pelo jornal O Estado
de São Paulo, 96% dos empregos criados no país no ano de 2002 provêm de novos empreendimentos. Desses
novos empreendimentos, 98% são pequenas e médias empresas
6
. Esses números refletem um cenário positivo
da economia, que, com a inflação controlada, atrai investimentos e incentiva a criação de novos negócios. Com as
privatizações e os processos de terceirização de departamentos em grandes empresas, abrem-se novos horizontes
para os empreendedores.
Apesar dos números, o “jeito brasileiro” de empreender deixa muito a desejar. Embora tenhamos muita
criatividade e determinação, ainda nos falta apoio da iniciativa privada e do Estado. Aproximadamente metade
dos empreendimentos no Brasil é iniciada por necessidade, ou seja, o empreendedor, geralmente, não teve
sucesso no mercado de trabalho e se viu obrigado a se aventurar em um negócio próprio. A grande maioria dos
empreendedores no Brasil iniciou, portanto, um negócio próprio não por ter o espírito empreendedor, mas por
estar excluído do mercado de trabalho. Cabe recordar que boa parte da mão-de-obra brasileira atua sem contrato
de trabalho e, portanto, sem os direitos trabalhistas assegurados pela legislação. A maioria das pequenas e
médias empresas não tem condições financeiras de contratar funcionários registrados por causa da alta carga
tributária e muitas delas, por falta de incentivos para os pequenos empreendimentos, têm que fechar as portas
logo nos primeiros anos de vida.
Estabeleça um debate com os colegas a partir da seguinte questão:
Em sua opinião, quais são os principais desafios para que o empreendedor inicie seu próprio negócio?
4
Atividade meio - tudo aquilo que não diz respeito à atividade final da empresa. Ex: a atividade final de uma loja é vender seus
produtos. A atividade meio possibilita a atividade final. Um lojista tem que fazer o fechamento do caixa ao final do dia (atividade
meio), é uma função que não tem nada a ver com a venda de produtos, mas é fundamental para o funcionamento da loja.
5
GEM 2003 (Global Entrepreneurship Monitor, http://www.gemconsortium.org/)
6
Jornal O Estado de S. Paulo, 27/10/2003, Caderno Economia.
TEMA 2
CENÁRIO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
TEMA 2
CENÁRIO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
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Apenas um mês depois dos atentados terroristas que derrubaram as torres gêmeas em Nova York, nos Estados
Unidos, a Karitas, agência de turismo de Recife, registrava um aumento de 40% nas vendas de pacotes e de quase 55%
no faturamento mensal. “Não sabemos o que é baixa temporada desde outubro do ano passado”, diz Cláudio Xavier.
7
A situação da Karitas reflete a nova ordem mundial do turismo, que, depois do dia 11 de setembro de 2001,
tornou o Brasil um destino turístico privilegiado, uma vez que o país não está envolvido com os atentados terroristas.
Vários destinos internacionais saíram da lista de preferências do turista, favorecendo o turismo brasileiro.
Um fator foi importante para impulsionar o turismo doméstico no Brasil: o dólar caro. Esse, sem dúvida, é um
dos principais fatores responsáveis pelo aumento das viagens pelo próprio país.
O potencial turístico do Brasil tem atraído grandes grupos internacionais e investidores locais. A Embratur
estima em US$ 6,5 bilhões os investimentos privados na construção de resorts, hotéis e pousadas entre os anos
de 2000 e 2005. Além disso, entre os anos de 1997 e 2002, o Brasil recebeu US$ 10 milhões em investimentos
públicos para aumentar o conforto dos turistas. Em 2003, foram destinados mais US$ 2 bilhões em melhorias e
no desenvolvimento do turismo no Nordeste, por conta da segunda fase do Prodetur, programa do governo
criado para este fim.
8
Com todos esses investimentos, espera-se gerar 450 mil novos empregos diretos e indiretos, que se somarão
aos 1,2 milhão já existentes, incentivando, assim, o empreendedorismo e abrindo, portanto, um generoso leque
de oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas. As agências de turismo são apenas um dos
segmentos beneficiados. Existem muitas outras frentes favorecidas com a expectativa de 65 milhões de viajantes,
entre brasileiros e estrangeiros, segundo previsões da Embratur para 2006. Uma massa de consumidores que
deverá gastar no País algo em torno de R$ 70 bilhões.
“O momento é agora”, avalia José Ernesto Marino Neto, presidente da BSH International, consultoria dedicada
integralmente ao setor de turismo. Mesmo com todas as incertezas internas e externas (troca de governo, dólar
em alta, desaquecimento da economia norte-americana e a crescente tensão entre os Estados Unidos e o Iraque),
os negócios ligados ao turismo se mostram fortes o suficiente para superar obstáculos. “Em momentos assim é
que aparecem as boas oportunidades. E quem souber aproveitá-las pode ficar milionário quando o mercado
voltar a ficar bom”, argumenta Marino Neto.
9
Quais são as medidas que um empreendedor deverá tomar para melhorar seu negócio e poder atender ao
crescente número de turistas estrangeiros visitando o Brasil?
7
Cláudio Xavier é sócio fundador e presidente da Karitas Turismo, de Recife.
8
Embratur, ano 2003.
9
A hora e a vez da hotelaria brasileira (1/3/2004), publicação de José Ernesto Marino Neto, fundador e presidente da BSH
International, membro da ISHC – International Society of Hospitality Consultants, http://www.bshinternational.com.
TEMA 3
CENÁRIO DO TURISMO PARA O BRASIL
TEMA 3
CENÁRIO DO TURISMO PARA O BRASIL
TEMA 4
FRENTES NO TURISMO
TEMA 4
FRENTES NO TURISMO
O turismo é uma área ainda pouco desenvolvida no Brasil e oferece muitas oportunidades para os empreen-
dedores. Existe muito espaço para inovações e melhoria na qualidade dos serviços e produtos e diversas frentes
onde um empreendedor pode atuar.
Umas das principais áreas de atuação para um empreendedor em turismo está relacionada à prestação de
serviços, que inclui a hotelaria, o setor de alimentação, o setor de transportes, as operadoras, as agências de
turismo e o setor de eventos, entre outros. Cumpre ressaltar que outras áreas também privilegiam os empreende-
dores, entre elas as relacionadas a produtos. Aqui destacamos o artesanato, a fabricação de lembrancinhas e a
impressão de guias para o turismo.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3738
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Muitos empreendedores estão buscando modelos desenvolvidos em outros países e tropicalizando esses mode-
los para atender ao público brasileiro e também ao crescente número de estrangeiros que visitam o País. Um
exemplo disso é o Exploranter “hotel sobre rodas”. Flávio Zeider, fundador e presidente da Exploranter, conheceu o
modelo de viagens overland nos Estados Unidos. Nesse modelo de viagem, os turistas percorrem uma determinada
região em um hotel – na verdade, um trailer com cabines sobre rodas, puxado por um caminhão e que possui toda
a infra-estrutura de um hotel. Este tipo de viagem possibilita aos participantes passar por vários atrativos turísticos
em poucos dias. Apesar de Flávio ter usado uma idéia que já existia fora do País, no Brasil, ele foi inovador, juntando
transporte, hotelaria, operação e alimentação em um só serviço, que pode atender o cliente estrangeiro que gosta
de viajar dessa forma e também possibilitando essa nova modalidade ao turista brasileiro.
Em dupla, escolha uma frente de atuação do turismo e desenvolva um produto ou serviço.
Faça uma descrição por escrito do produto e do porquê de esse produto ser considerado diferente dos demais
existentes. Use sua própria cidade como base para essa atividade.
TEMA 5
PLANO DE NEGÓCIOS (BUSINESS PLAN)
TEMA 5
PLANO DE NEGÓCIOS (BUSINESS PLAN)
O Plano de Negócios é a ferramenta de trabalho mais importante que um em-
preendedor pode ter. O sucesso de um empreendimento está fortemente, embo-
ra não exclusivamente, ligado à qualidade do Plano de Negócios.
O Plano de Negócios nada mais é do que o conjunto de informações sobre o
empreendimento a ser lançado. Uma vez que a empresa esteja funcionando, o
Plano de Negócios servirá como referência e guia para o empreendedor crescer e
melhorar seu negócio, investimento ou serviço.
Para que esse conjunto de informações seja uma ferramenta eficiente, é necessário
que seja elaborado de forma organizada e contemple:
Análise do mercado; Análise da concorrência;
Missão da empresa; Etapas de desenvolvimento da empresa;
Equipe de colaboradores/funções dentro do negócio; Finanças;
Estudo do público-alvo e grupos de interesse; Plano de marketing;
Plano de vendas; Procedimentos jurídicos.
Com a elaboração do Plano de Negócios, o empreendedor terá um conhecimento maior do mercado em que
estará entrando, das oportunidades e dificuldades que terá pela frente e de como investir de forma inteligente os
recursos destinados para seu empreendimento. Com esse conhecimento, ele pode aperfeiçoar o serviço e desenvolvê-
lo de maneira eficaz, especialmente porque vai atender melhor o seu público-alvo. Através do Plano de Negócios, o
empreendedor definirá (antes mesmo de começar o negócio) como, quando, onde e para quem venderá seu serviço
e com menos riscos. Resumindo, estará mais preparado para empreender e realizar o seu empreendimento.
Análise de mercado ______________________________________________________
Um empreendedor deve buscar informações sobre o mercado no qual ele pretende atuar e organizá-las de
maneira clara para que possa, posteriormente, fazer uma análise sobre a viabilidade do seu negócio.
Atualmente, os meios de comunicação ajudam muito os empreendedores que não dispõem de capital para
encomendar uma pesquisa de mercado. No exemplo anteriormente citado, o empreendedor Cláudio Xavier, da
Karitas Turismo, percebeu uma grande oportunidade com o aumento do dólar no Brasil. Ele concluiu que ficaria
mais caro para o brasileiro sair do País e que haveria um aumento nas viagens domésticas. Antecipando-se à
maioria dos profissionais da área, ele investiu na contratação de mais funcionários para poder atender ao maior
número de clientes que estavam por vir. Cláudio não precisou encomendar uma pesquisa de mercado, ele apenas
pesquisou em jornais e revistas especializadas e percebeu que todos os fatores da economia e do cenário
internacional indicavam para um aumento no turismo interno.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3739
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Um exemplo que pode ajudar a entender como o empreendedor pode realizar a análise de mercado é o de um
rapaz que chamaremos de Zé da Praia: ele tem um terreno à beira da praia e quer abrir um bar. O rapaz percebe
que o número de turistas vem aumentando a cada temporada e que agora as praias têm movimento intenso
durante quase todo o ano. Esse rapaz resolve, então, pesquisar essa alta movimentação que observa na praia
junto à Secretaria do Turismo de sua cidade e utiliza a internet para acessar artigos de revistas e pesquisas feitas
pela Embratur. Com as informações que recolhe, ele confirma sua suspeita de que a tendência para os próximos
anos será de aumento do número de turistas em sua cidade. Podemos concluir que ele realizou uma análise de
mercado, uma análise simples, sem o peso de uma pesquisa encomendada a uma grande empresa especializada,
mas uma análise que aumentará seu otimismo com relação ao novo empreendimento.
Análise da concorrência __________________________________________________
Saber quais são as empresas que atuam na mesma área que a sua, o tamanho delas, que serviços e produtos
elas oferecem é fundamental para analisar a viabilidade de um empreendimento.
Muitas vezes, a concorrência não deixa espaço para que novas empresas surjam no ramo. O empreendedor,
após proceder à análise da concorrência pode, então, procurar algo que diferencie seu negócio dos demais.
Esse item pode ser mais bem compreendido pela continuação do exemplo do rapaz que queria abrir um bar
na praia, o Zé da Praia, citado no item anterior. Esse rapaz percebe que sua análise de mercado indicou que a praia
terá cada vez mais freqüentadores, portanto um público maior e que necessitará dos serviços de um bar. Apesar
de já existirem outros bares na praia, todos sempre muito freqüentados, concluiu que ali existia espaço para mais
um. Mas por que os clientes dos outros bares iriam preferir o seu bar aos que já existem há mais tempo? O
empreendedor percebe nesse momento a importância de ter um diferencial. Para poder resolver qual será o
diferencial passa, primeiramente, a visitar todos os bares que existem naquela praia. Ele está fazendo uma análise
da concorrência e constata que nenhum dos bares tinha uma ducha para que os clientes pudessem tirar a água
do mar antes de entrar no bar. Também reparou nas constantes reclamações sobre o tempo do atendimento.
Definiu, então, que ao abrir seu bar instalaria uma ducha para seus clientes e teria mais garçons que os demais
bares, para poder prestar um serviço mais ágil do que seus concorrentes.
Missão da empresa ______________________________________________________
Um empreendedor deve saber qual é seu objetivo ao abrir um determinado negócio. É importante que tenha
isso bem claro para manter o posicionamento da empresa e construir uma imagem clara do que ela representa.
Voltando ao exemplo do Zé da Praia, a missão de sua empresa é obter receitas através da venda de bebidas e
alimentos, oferecendo o melhor serviço de atendimento daquela praia.
Etapas de desenvolvimento da empresa
O empreendedor deve estabelecer um cronograma das etapas necessárias para construir a empresa. Esse
cronograma serve para economizar tempo e recursos. O empreendedor define a ordem na qual ele e sua equipe
deverão executar os processos necessários para ter sua empresa funcionando.
Exemplificando, no caso do Zé da Praia, ele poderia definir as etapas de desenvolvimento da empresa seguin-
do o seguinte cronograma:
1ª. Etapa Projeto arquitetônico do bar;
2ª. Etapa Aprovação da planta junto à prefeitura;
3ª. Etapa Construção do bar;
4ª. Etapa Abrir empresa na Junta Comercial;
5ª. Etapa Obter alvará de funcionamento;
6ª. Etapa Comprar equipamentos para o bar (fogão, panelas, copos, coqueteleira,
blocos para anotar pedidos, guardanapos...)
7ª. Etapa Fechar contrato com distribuidoras de bebidas e alimentos;
8ª. Etapa Contratar funcionários;
9ª. Etapa Treinar funcionários;
10ª. Etapa Divulgar o bar no guia de turismo da cidade;
11ª. Etapa Abrir o empreendimento para o público.
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Equipes de colaboradores
Outra etapa importante do Plano de Negócios é a definição de quais são as funções fundamentais para o funcio-
namento da empresa e qual o perfil dos funcionários que irão assumir essas tarefas. Esta etapa envolve, também, saber
quantos colaboradores serão necessários para que o negócio funcione de acordo com os limites financeiros.
Voltando ao exemplo do bar do Zé da Praia, ele precisa de funcionários para que seu bar funcione. No Plano
de Negócios, ele define que precisa de:
Quant. Funcionário Perfil Salário/Mês
(Individual) R$
1 cozinheiro com experiência e dedicação, que possa preparar petiscos e pratos 550,00
2 garçom com experiência, que sejam simpáticos e comunicativos, para 350,00
atender com agilidade e cativar os clientes
1 barman com experiência, para preparar as bebidas 350,00
1 pessoa com experiência e de confiança, para cuidar da parte 800,00
administrativa e das finanças do bar
Zé da Praia tem, agora, uma idéia clara de quantos funcionários precisará e quais as qualificações que cada um
deles deverá ter. Zé da Praia também deve lembrar que será necessário registrar seus funcionários como determina
a lei. Analisando esse item, Zé da Praia pode resolver que ele mesmo trabalhará com as finanças e a parte
administrativa evitando, assim, um custo para seu negócio. Vale lembrar que é fundamental para o sucesso do
negócio que o empreendedor (dono) esteja presente.
Finanças ________________________________________________________________
Aqui o empreendedor faz um levantamento de quanto capital ele tem para investir no negócio, se ele vai
precisar de sócio(s) capitalista(s) que invista(m) dinheiro na empresa ou de, até mesmo, uma linha de financiamen-
to. Também irá definir quanto ele vai gastar com cada etapa de desenvolvimento da empresa, estipulando limites
no orçamento para depois não ter problemas de falta de verba para viabilizar o negócio. Vai fazer, ainda, uma
previsão de quanto ele irá ganhar no primeiro ano e qual a meta para os próximos. Assim, poderá elaborar melhor
os objetivos a curto, médio e longo prazo.
Para esse item, vale um lembrete: o empreendedor deve se preparar para “viver” sem uma fonte de renda até
que o investimento feito inicialmente seja recuperado, sabendo que isso pode demorar meses ou anos.
Voltando ao exemplo do Zé da Praia, ele dispõe de um terreno próprio de frente para a praia e de mais R$
12.000,00 para abrir seu bar. Pelas estimativas do Plano de Negócios, ele logo percebe que essa quantia de que
dispõe não é suficiente. Vejamos por quê:
Despesas Valores previstos R$
Projeto arquitetônico 1.000,00
Abertura de empresa, alvará de funcionamento e outros 1.200,00
procedimentos exigidos por lei
Construção do bar 7.000,00
Estrutura do bar 5.000,00
Instalação de ducha 600,00
3 meses de salários para funcionários com encargos 5.800,00
3 meses de contas (luz, água, gás...) 900,00
Investimento inicial em bebidas e alimentos 1.000,00
Dinheiro em caixa 2.000,00
Gastos pessoais durante 12 meses 9.000,00
Custo total para abrir o negócio 33.300,00
Zé da Praia ainda precisará de R$ 21.300,00 para abrir seu negócio. Decide, então, procurar um sócio que
compartilhe seu sonho. Encontra com um antigo colega dos tempos de escola e conta para ele a sua idéia. Esse
antigo colega é cozinheiro profissional e dispõe de R$ 21.300,00 para investir no bar, aceita o convite de ser sócio
de Zé da Praia e assumir as funções de cozinheiro.
O terreno onde será construído o bar pertence a Zé da Praia e foi avaliado em R$ 9.300,00. Ele investirá R$
12.000,00 em dinheiro e mais R$ 9.300,00 do valor de seu terreno, totalizando R$ 21.300,00. O colega cozinhei-
ro investirá R$ 21.300,00. Logo, a divisão de cotas da empresa ficou assim: 50% da empresa pertencendo a cada
um dos sócios, pois ambos investirão o mesmo valor para abrir o bar.
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Plano de
Marketing
O Plano de Marketing (divulgação) é baseado no princípio dos “4 Ps”: produto, preço, praça/ponto de venda e
promoção. O empreendedor deve elaborar um plano de marketing que apresente um produto atraente para
atender as necessidades do seu público-alvo, deve vendê-lo a um preço que corresponda à realidade desse público
e à média do mercado. Deve, ainda, disponibilizar o produto nas praças (locais) onde se encontra seu consumidor.
Para chamar a atenção, o empreendedor utiliza a promoção.
É fundamental para o sucesso do negócio que o empreendedor tenha definido qual será a aparência de seu
produto/serviço, quem serão os compradores potenciais, onde eles estão e quanto custará o seu produto.
Uma alternativa para o empreendedor com recursos limitados é perguntar para alguns conhecidos - e outras
pessoas que se enquadram no perfil dos compradores em potencial - se eles comprariam o serviço que pretende
lançar. Caso a resposta seja positiva, o próximo passo é perguntar se o preço é atraente. Com isso, o empreende-
dor fez uma pesquisa de mercado “caseira” e colheu informações que poderão ajudá-lo a melhorar sua estratégia.
Voltando ao exemplo do Zé da Praia, em seu bar, o produto/serviço é
a alimentação. Ele ficou meses analisando o perfil dos turistas que
freqüentavam os outros bares e a praia (público-alvo), percebeu que
eram pessoas de alto poder aquisitivo e que muitos deles eram estran-
geiros. Logo, juntamente com seu sócio cozinheiro, montou um cardá-
pio de petiscos e pratos mais elaborados e com ingredientes mais
caros e, também, encomendou uma versão em inglês do cardápio para
atender aos clientes estrangeiros.
Para definir os preços do cardápio, Zé da Praia começou com as
bebidas. Pesquisou em outros bares e adotou o mesmo preço da con-
corrência. Com relação aos pratos, primeiro calculou o custo de elabo-
ração de cada prato, depois levou em conta as despesas mensais do
bar e diluiu esse valor de acordo com a expectativa de vendas para,
finalmente, adicionar a margem de lucro de 30%. Só para garantir, tam-
bém conferiu se os preços de seus pratos eram equivalentes aos dos outros bares. Optou por não oferecer o preço
mais baixo, mas por oferecer qualidade no atendimento, nos pratos e no ambiente (praça), uma vez que seu
público-alvo tem alto poder aquisitivo e prefere gastar um pouco mais em troca de mais qualidade.
Plano de Vendas
O Plano de Vendas diz respeito aos recursos que serão disponibilizados para venda do produto, quais canais
de vendas serão explorados, quais estratégias serão adotadas para aumentar as vendas e qual a expectativa de
vendas a curto, médio e longo prazo. O empreendedor tem que ter muito claro em sua mente que existem custos
para vender o serviço/produto.
No caso do exemplo de Zé da Praia, como o empreendimento é um bar, o produto/serviço só poderia ser prestado
no local do estabelecimento. O que fazer para chamar os clientes em potencial para dentro do bar? Como fazer com
que os clientes consumam comidas e bebidas? Zé da Praia, no início de seu plano de negócios, percebeu que uma
ducha chamaria mais clientes e também resolveu pintar as mesas de seu bar em cores diferentes (custo de vendas,
investiu capital para poder vender mais), dando uma aparência moderna ao seu estabelecimento, diferenciada dos
outros bares.
Uma vez com o cliente em seu bar, ele precisará, agora, de uma estratégia para fazer o cliente consumir: pensou
que um cardápio com aparência interessante passaria ao cliente uma boa imagem com relação à qualidade dos
pratos servidos e, como conseqüência, venderia mais. Pelas suas observações no plano de vendas, Zé da Praia
observou, também, a freqüência de muitas crianças que poderiam consumir em seu bar. Definiu, então, que venderia
sorvetes em palito e colaria uma placa indicando que, no seu bar, havia sorvetes.
Assim, de maneira simples, Zé da Praia traçou uma estratégia de vendas, em que teve despesas com as tintas para
pintar as mesas, com a instalação de uma ducha, com a confecção de um cardápio com boa aparência, com a compra
de um freezer para sorvetes e com a placa de indicação. Mas, em compensação, essas ações aumentarão suas vendas
no futuro.
Procedimentos jurídicos
Antes de abrir uma empresa, é preciso saber que existem despesas para poder fazer com que ela funcione legal-
mente. Todo empreendimento tem que ser registrado. As informações sobre esses procedimentos legais podem ser
encontradas na internet, na Receita Federal, em órgãos de incentivo ao empreendedor ou em qualquer empresa de
contabilidade.
Um negocio é obrigado por lei a emitir nota fiscal de suas vendas, pagar os impostos referentes e divulgar um
balanço anual para a Receita Federal.
Voltando ao exemplo do Zé da Praia, ele não tinha muito conhecimento sobre os procedimentos legais para
abrir sua empresa e mantê-la funcionando legalmente. Conversou, então, com outras pessoas que abriram seu
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
próprio negócio e descobriu que tudo poderia ser feito por meio da contratação de uma empresa de contabilida-
de. Outro caminho possível ele descobriu consultando a internet: encontrou uma ONG chamada Endeavor
10
, que
ajuda empreendedores, só para garantir que as informações, valores e procedimentos indicados pelo seu conta-
dor eram verdadeiros.
Em grupo, monte um Plano de Negócios sobre um empreendimento que pertença ao ramo do turismo. Leve
em conta todos os itens que foram apresentados no texto.
O exemplo de empreendedorismo do Zé da Praia serve para reforçar a importância da preparação antes de
começar um negócio próprio. Essa preparação é feita por meio do estudo de viabilidade do negócio e esse estudo
nada mais é do que o resultado da pesquisa feita.
É preciso pesquisar as informações sobre o mercado, a concorrência, os procedimentos jurídicos, as inovações,
quem é seu público-alvo e qual será a aceitação do negócio. Quanto mais pesquisas, maior será o número das
informações e quanto mais informações o empreendedor puder reunir, mais estará preparado para tomar suas decisões.
A pesquisa não termina quando o empreendimento começa; pelo contrário, se torna mais intensa. O empre-
endedor, para dar seqüência ao seu negócio e melhorá-lo constantemente, precisa pesquisar maneiras de reduzir
os custos, de melhorar a qualidade do serviço; precisa observar a aceitação dos clientes com relação ao seu
empreendimento e observar também o mercado, para poder antecipar as oportunidades e desafios.
Escolha uma pessoa da sua cidade que tenha seu próprio negócio e faça uma entrevista com ele. Utilize
assuntos relacionados ao Plano de Negócios para formular as perguntas.
Já dissemos, no início deste módulo, que um empreendedor de sucesso é um vendedor nato.
Não só um vendedor nato, mas também uma pessoa que mantém uma rede de
relações favoráveis ao seu empreendimento. Simpático e cordial com clien-
tes e fornecedores, o empreendedor nunca deve perder a calma, deve ajudar
sempre que possível as pessoas ligadas a sua empresa, deve fazer com que
seus diferentes clientes se conheçam e interajam entre si, investindo, assim,
em sua imagem pessoal e, por conseguinte, no seu negócio.
É muito importante saber quem são seus clientes e quais as suas prefe-
rências, saber distinguir e agradar formadores de opinião, os quais poderão
falar bem de seu negócio. Para isso, o empreendedor deve ter seus contatos
organizados em um banco de dados, deve ter acesso rápido ao nome, te-
lefone e e-mail do cliente. É muito importante poder se comunicar com ele de alguma forma, seja por mala direta
ou por meio de uma ligação telefônica, desejando boas festas ou feliz aniversário.
TEMA 6
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
TEMA 6
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
TEMA 7
REDE DE RELAÇÕES
TEMA 7
REDE DE RELAÇÕES
10
http://www.endeavor.org.br/br/default.htm.
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3743
44
11
IBGE 2003 - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ecinf/2003/default.shtm
12
SEBRAE - http://www.sebrae.com.br/br/osebrae/quemsomos_1084.asp
TEMA 8
EMPREENDEDORISMO INFORMAL
TEMA 8
EMPREENDEDORISMO INFORMAL
A pesquisa Economia Informal Urbana, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), revelou que existem cerca de
10 milhões de empresas informais no País e que geram empregos para mais de 13 milhões de pessoas.
11
O estudo apontou, ainda, um crescimento de 9% no segmento de empresas informais e um aumento de 8% nos
postos de trabalho. Do total, 88% representam empreendedores sem empregados e 12% são formados por pequenos
empregadores. Representam as atividades mais relevantes, o comércio e a reparação (33%), a construção civil (17%) e a
indústria de transformação e extrativa (16%).
A pesquisa incluiu empresas registradas na Receita Federal, com eventuais trabalhadores com carteira assina-
da, desde que tenham contabilidade simples, baixa escala de produção, organização gerencial simples e quase
nenhuma separação entre o capital e o trabalho.
A maior parcela das empresas que realizaram registro contábil utilizando serviços de contadores estava no
comércio de reparação, chegando a 54% dos empreendedores sem empregados e 50% dos proprietários com
até cinco empregados.
Para o gerente de Estratégias e Diretrizes do Sebrae Nacional, Gustavo Morelli, o estudo mostra de forma clara
o problema da informalidade. “Os dados revelam a impossibilidade de esses milhões de trabalhadores serem
incluídos no chamado mundo formal, sem que haja mudanças radicais no sistema tributário e nas questões
trabalhistas”. Segundo Morelli, é fundamental a existência de iniciativas que ainda estão para ser aprovadas no
Congresso, como o projeto Pré-empresa e a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, para ajudar a diminuir a
informalidade no país.
12
Hoje, o empreendedor informal conta com ajuda da iniciativa privada e governamental para formalizar seu
negócio. O Sebrae, juntamente com o Instituto Endeavor, são hoje aliados do empreendedor. Nesses locais, o
empreendedor tem acesso a todas as informações necessárias para legalizar seu negócio, implementar melhorias
e aumentar suas redes de contatos.
Faça uma lista das pessoas que você conhece (com nome e telefone ou e-mail). Junto com seis outros alunos,
compare as listas e veja quantos contatos vocês têm em comum. Por fim, troque nomes das listas com seus
colegas e aumente sua rede de relações.
Veja, abaixo, alguns órgãos de apoio e fontes de pesquisa para o empreendedor:
Empreender Endeavor - http://www.endeavor.org.br/br/default.htm
Sebrae – http://www.sebrae.com.br
Pequenas Empresas Grandes Negócios - http://empresas.globo.com/
Embratur - http://www.embratur.gov.br/br/home/index.asp ou
http://www.turismo.gov.br/site/br/home/index.php
Cadastro do turismo - http://www.cadastro.turismo.gov.br/
Instituto de Ensino do Trabalho e Sociedade - http://www.iets.org.br/
Manual de convênios no Ministério de Turismo - http://www.turismo.gov.br/
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3744
Autor: Marciel Aparecido Consani
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3845
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Introdução histórica à microinformática ____________________________________
Técnica x Tecnologia
De um modo geral, podemos dizer que a tecnologia é uma abordagem mais abrangente e aprofundada da
relação de conhecimento aplicado pelo homem para transformar a natureza à sua volta em benefício próprio.
Já a técnica (é mais comum mencionarmos as técnicas, no plural) seria o aspecto visível da tecnologia, os procedi-
mentos e operações que usamos correntemente em nossas atividades, mesmo sem que os compreendamos totalmente.
Uma das questões essenciais para dominarmos a tecnologia e seus recursos é a substituição das tecnologias
analógicas pelas digitais.
O que é o formato analógico da informação?
Durante séculos, a tecnologia foi mesmo só um conjunto de técnicas variadas, desenvolvidas para resolver
problemas básicos tais como: substituir o trabalho braçal (engrenagens, máquinas a vapor) ou diminuir a morta-
lidade (assepsia, pasteurização). As máquinas e invenções destinadas a facilitar ou mesmo substituir o trabalho
intelectual sempre foram relegadas a um segundo plano, pelo menos até o final do século XIX.
Na época, as primeiras e ainda rudimentares invenções destinadas a compor o conjunto do que conhecemos
hoje como Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) tinham em comum a analogia (semelhança por
imitação) entre a informação original (imagem, som, etc.) e sua representação eletroeletrônica.
Como exemplo, podemos imaginar uma onda sonora, que na natureza se propaga pulsando em todas as
direções do espaço, mais ou menos como uma pedra atirada na superfície de um lago, só que em três dimensões.
Num corte esquemático bastante simplificado, poderíamos usar a seguinte imagem:
Tecnologia analógica
Já o formato digital constitui-se num estágio acima na evolução das técnicas que codificam e transmitem a informação.
Para que o computador se tornasse viável, foi necessário o acúmulo de muitos conhecimentos derivados da
lógica - principalmente da linguagem matemática - e da manufatura de peças metálicas com tamanho reduzido
e qualidade suficiente para se construirem máquinas de calcular. Teoricamente, era possível construir um compu-
tador mecânico no século XIX, e a façanha foi tentada pelo matemático inglês Charles Babbage. Embora ele não
tenha obtido êxito, sua máquina analítica foi a base para o projeto dos computadores eletrônicos que se torna-
riam realidade no século seguinte.
Neste módulo, você vai conhecer e discutir os principais conceitos relativos à tecnologia. Pesquisas e trabalhos
extraclasse são parte das atividades que contribuirão para você compreender melhor a relação entre tecnologia e turismo.
O objetivo é levá-lo a descobrir algo mais sobre as atividades do profissional de turismo e a utilização
crescente da tecnologia digital.
TEMA 1
A TECNOLOGIA DIGITAL E SEUS
FUNDAMENTOS
TEMA 1
A TECNOLOGIA DIGITAL E SEUS
FUNDAMENTOS
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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Módulo IV
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IVIV
IV
47
Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Introdução técnica à microinformática ______________________________________
Tendo em vista o diagrama nº. 1 apresentado anteriormente, podemos entender a tecnologia digital como
uma etapa a mais de codificação das informações - codificação esta que possibilita o armazenamento e transporte
dos informes.
Para entendermos um pouco esse processo, vamos recorrer a um novo gráfico esquemático, aproveitando
mais uma vez o exemplo da onda sonora:
Tecnologia digital
Digitalização
A digitalização ou conversão analógico-digital é um procedimento que pode ser dividido em três etapas:
a) A amostragem, que consiste no mapeamento da informação original e sua codificação em pequenas
partes, traduzidas como valores numéricos.
b) Esses valores, diferentemente do que se mostra em nosso diagrama (que é apenas uma representação
didática aproximada), formam longas seqüências de “0” e “1” - únicos caracteres possíveis dentro da
famosa linguagem binária
13
- que podem ser armazenadas em mídias tais como disquetes e CD-ROMs.
c) Uma terceira etapa, que não aparece no diagrama acima, seria a conversão digital-analógica, ou seja, o
resgate da informação digital pela leitura óptica (laser, como nos CDs/DVDs) ou magnética (por cabeças de
leitura, como nos discos rígidos ou disquetes de computadores).
É inegável que a tecnologia digital oferece possibilidades quase ilimitadas de aplicação, além de muitas
vantagens, se comparada com os recursos analógicos:
1. Preservação da integridade física da informação original, já que a criação de cópias fiéis evita a necessidade
de leitura (e desgaste) da mídia original.
2. Preservação da qualidade original, o que não acontece no processo analógico, no qual parte da informação
é perdida na conversão.
3. Reprodutibilidade virtualmente ilimitada, já que as reproduções são sempre cópias fiéis umas das outras,
assim como do original.
4. Possibilidade total de edição (alteração) do material amostrado. As edições efetuadas pelo processo analógico
são bem mais limitadas e quase sempre perceptíveis. É só comparar as “trucagens” (efeitos fotográficos)
feitas em vídeo ou cinema de película com as técnicas digitais do cinema atual.
5. Facilidade de armazenamento, uma vez que a descrição das informações (processo digital) ocupa muito
menos espaço do que sua reprodução parcial em escala reduzida (processo analógico). A capacidade de
armazenamento e a miniaturização das mídias digitais são tendências crescentes nos dias de hoje.
Para melhor nos integrarmos ao mundo da informática, é interessante compreender a abordagem sistêmica.
Esta expressão, oriunda da disciplina Análise de Sistemas, vem sendo empregada em áreas tão distintas quanto
a cibernética e a administração, passando também pela pedagogia.
Quais as partes que compõem um sistema digital de informação?
A chave para sua compreensão reside no enfoque dos elementos de uma relação, não como unidades isoladas
e independentes (na verdade, subsistemas), mas como partes de um todo maior que dá sentido à relação entre
elas a partir da funcionalidade.
13
O alfabeto mais rudimentar com o qual os computadores trabalham; afinal, em princípio, eles são calculadoras superdesenvolvidas.
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48
É evidente que essa concepção reducionista e utilitária proporcionada pela abordagem “técnica” nos serve
bem, na maior parte das vezes. Entretanto, quando o sistema deixa de funcionar, faz falta uma compreensão
maior ou domínio do assunto, a partir de uma abordagem “tecnológica”.
Podemos começar imaginando os elementos que compõem um sistema informatizado:
Começando pela base da pirâmide, temos o termo hardware
que, ao contrário da crença comum, não é sinônimo de compu-
tador, mas se aplica também a todas as máquinas eletroeletrônicas
integradas num sistema, incluindo os periféricos.
Num nível paralelo, temos o software, que é justamente o con-
junto de instruções sem as quais não haveria utilidade para o
hardware. Podemos dizer que ele faz o “meio-de-campo” entre o
operador do sistema e a máquina.
Finalmente, num nível mais elevado, interagindo com o hardware
e o software, temos o Peopleware, isto é, o conjunto dos opera-
dores humanos que definem as instruções a serem utilizadas via
software para fazer funcionar o hardware.
Sistema informatizado
Mais interessante que entender o sistema a partir de seus componentes, é visualizar o fluxo de suas operações:
Fluxo de operações
Na seqüência, trataremos do funcionamento de cada um dos subsistemas e das relações possíveis entre eles.
Peopleware
O operador do sistema é conhecido comumente como usuário e pode ter um domínio limitado sobre as
operações - como um digitador ou a maioria dos operadores domésticos - ou um grau elevado de proficiência,
como no caso dos programadores e analistas de sistema. Note-se que essa distinção tende a diluir-se com a
disseminação dos conhecimentos de informática e o aprimoramento das interfaces homem/máquina.
- Mídias
removíveis
- Rede local
- Telefone
- Internet
- Mídias
removíveis
Domumentos
impressos
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Módulo IV
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IVIV
IV
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Software
Dados: as informações fornecidas ao computador preexistem na forma de dados que o usuário insere para
serem processados. Podemos dizer que os computadores são incapazes de “criar” uma informação, já que nada
podem fazer além de alterar, de acordo com o desejo do operador, os dados inseridos.
Informações: aqui nos referimos aos programas de computador propriamente ditos, que nada mais são do
que uma série de ordens destinadas a serem executadas pelo hardware. Por meio delas, basicamente, informa-
mos à máquina o que ela deve fazer com os dados e como desejamos visualizar os resultados.
A lógica dos sistemas nos obriga a trabalhar com vários níveis de instruções:
Sistema Operacional: conjunto de instruções que coordenam as operações básicas do hardware, como
ligar, desligar, reconhecer as conexões e os periféricos, além de permitir a instalação e a atualização dos
outros programas.
Aplicativos: softwares destinados a finalidades específicas, como editar textos, eliminar vírus ou navegar na
internet.
Drivers: pequenos programas que permitem ao computador controlar periféricos internos (leitores/grava-
dores de CD, placas de rede, etc.) ou externos (impressoras, monitores, scanners).
Hardware
Dispositivos de entrada: são os artefatos que permitem a inserção de dados no computador. O primeiro a ser
desenvolvido foi o teclado. Já o mouse foi um fator decisivo para o sucesso da microcomputação. Dispositivos de
captação de imagens como scanners (leitores de código de barra também recebem este nome) e sons (microfones)
fazem parte desta categoria.
Dispositivos de entrada/saída: podemos classificar assim os elementos do sistema que permitem a transmis-
são dos dados em duas vias, isto é, para dentro e para fora do computador. Os drives (não confundir com drivers!)
de gravação e leitura e as placas de comunicação — rede, modem, etc. — estão neste grupo.
Dispositivos de saída: esta categoria engloba os devices (dispositivos) que dão ao usuário um retorno (feedback)
do processamento. O mais imediato é proporcionado pelos monitores de vídeo e áudio (fones, caixas de som),
enquanto as impressoras fornecem um registro gráfico dos dados processados.
Memória permanente: referimo-nos aqui ao tipo de memória que não se apaga quando o computador é
desligado. O disco rígido é seu dispositivo preferencial.
Memória volátil: também conhecida como RAM (Random Access Memory, memória de acesso aleatório) é
aquela usada pelos softwares no momento em que estão trabalhando. Se o computador é desligado, seu
conteúdo é perdido.
CPU: é o processador, a peça que dá nome à máquina (por exemplo “Pentium”). Eventualmente a denomina-
ção abrange outros chips auxiliares (co-processadores), mas não se deve confundi-la com o “computador sem o
monitor”.
Dispositivos de suporte: são os componentes elétricos e lógicos que permitem o funcionamento da máquina.
Como o computador “pensa”? ____________________________________________
O que é interface?
As diferenças existentes entre o computador e o cérebro nos obrigam a utilizar interfaces de relação homem/
computador. Estas foram se desenvolvendo para tornar mais cômoda, ágil e eficiente a operação dos sistemas
digitais por parte de seus operadores humanos. Assim:
Chamamos de “amigável” uma interface que ofereça um alto grau de adaptação às exigências de um
operador humano não-especializado.
Chamamos de “interativa” uma interface que ofereça um alto grau de flexibilidade para modificações
segundo a vontade do usuário.
Esses conceitos são fáceis de serem entendidos quando comparamos a primeira geração de computadores
pessoais - cuja interface era baseada em linhas de comando por texto - com as atuais interfaces gráficas.
Não podemos nos esquecer, entretanto, de que os dados processados pelo computador nada mais são que
pulsos elétricos codificados em linguagem binária num volume e velocidade inimagináveis. A ilusão de termos
objetos ao nosso alcance é só isso mesmo: uma ilusão, destinada a facilitar a nossa vida.
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Por que a disseminação dos computadores revolucionou a tecnologia?
De alguns anos para cá, a informática tornou-se a disciplina mais influente no campo da tecnologia. Aquilo
que poderia ser visto como apenas uma estratégia global de marketing para vender computadores pessoais
acabou estabelecendo um novo paradigma, a partir do momento em que nos defrontamos com expressões como
“analfabetismo digital” e “e-cidadania”.
Na verdade, os PCs foram apenas os catalisadores de uma nova ordem cultural que vinha sendo gestada desde
o século XIX e que parece haver encontrado na Era da Informática a sua expressão mais concreta.
Um mundo em rede
Assim como os computadores e os foguetes, a internet também foi desenvolvida pela demanda da paranóia
de guerra. Neste caso, da Guerra Fria.
A primeira versão da web chamava-se ARPANET e era um projeto militar americano ligado a algumas universi-
dades, que pretendia manter uma rede de comunicação operante caso o sistema de comunicações da América do
Norte entrasse em colapso após um eventual bombardeio nuclear.
O fim do bloco socialista - com a adesão das repúblicas que compunham a antiga União Soviética à economia
de mercado - aparentemente sepultou o receio de uma guerra total. Àquela altura dos acontecimentos, no
entanto, a vocação comercial da internet já havia se manifestado plenamente.
A concepção desta rede é relativamente simples:
1. Alguns computadores potentes servem para guardar in-
formação, armazenando dados e programas que podem
ser acessados remotamente, de acordo com permissões
previamente concedidas.
2. Ao lado destes servidores de arquivos, estão outras má-
quinas responsáveis por habilitar e monitorar o acesso
dos usuários conectados: os servidores de acesso.
3. Como o protocolo de comunicação - a linguagem que
permite a “conversa” entre as máquinas - é partilhado
por todos, o acesso e a troca de arquivos entre todos os
pontos conectados são possíveis, desde que haja permis-
são para isso.
4. O conjunto das conexões forma uma rede invisível, um espaço virtual conhecido como ciberespaço. Os links
- “nós” virtuais associados a imagens, caracteres ou ícones - permitem o acesso instantâneo a informações
de qualquer ponto da rede: é a chamada navegação hipertextual.
5. Os microcomputadores domésticos acessam a web através de contas pré-configuradas em provedores de
acesso. No caso brasileiro, os serviços de provimento de conteúdo são diferenciados por lei. Isso explica o
fato da necessidade - legal, mas não técnica - de se contratar, em separado, um provedor de conexão
(Telefônica/Speedy, por exemplo) e outro de conteúdo (UOL, por exemplo).
O que torna a internet tão popular nos dias de hoje?
De nada adiantaria haver computadores sem que uma rede mundial de comunicações houvesse se estabele-
cido ao longo do século XX. Igualmente, sem uma tecnologia de redes digitais de padrão aberto (não-patenteável)
com a capacidade de transmitir informações de áudio e vídeo, não haveria empresas, governos ou cidadãos
dispostos a investir trabalho e dinheiro na web
Há quem diga que as novas gerações já lêem o mundo de uma forma diferente, menos dependente da
comunicação escrita (textos) e mais distribuída, com a inclusão de sons, imagens e sensações corporais. Apesar
das tendências de aumento da largura de banda (e da velocidade do tráfego de dados), miniaturização do
hardware e convergência dos equipamentos - celulares acessando a web, por exemplo - é cedo para dizer o que
a tecnologia do futuro nos reserva.
1) Exemplifique os elementos correspondentes a peopleware, software e hardware, nas seguintes situações propostas:
a) Uma pessoa sacando dinheiro no caixa automático de um banco.
b) Um adolescente divertindo-se com um videogame no aparelho de TV de sua casa.
c) Um cliente pagando uma compra de supermercado com seu cartão de crédito.
d) O controlador de vôo de um aeroporto orientando o pouso de um avião.
Fonte: Microsoft Office Online
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Peopleware Software Hardware
a)
b)
c)
d)
2) Relacione os seguintes elementos de hardware como dispositivos de entrada (E), de entrada/saída
(E/S) ou de saída (S).
( ) Modem ( ) Mouse ( ) Joystick ( ) Teclado
( ) Placa de Som ( ) Drive de disquete ( ) Monitor ( ) Caixas acústicas
( ) Impressora ( ) Câmera digital ( ) Fones de ouvido ( ) Microfone
( ) Scanner ( ) Placa de rede ( ) Leitor de CD-ROM ( ) Webcam
3) Cite pelo menos três exemplos baseados em sua experiência pessoal, que mostrem como as Tecnologias da
Informação e Comunicação influenciaram de algum modo sua vida.
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
4) Organize a cadeia de elementos abaixo, de modo a ilustrar o funcionamento de uma conexão à internet para
uso do correio eletrônico. Linha telefônica, servidor de correio eletrônico, modem, microcomputador que
recebe, remetente, provedor de acesso, destinatário e microcomputador que envia.
Interface homem/computador ____________________________________________
Alguns cuidados simples, no entanto, podem garantir a preservação tanto da saúde dos operadores quanto
das condições operacionais do equipamento. Vamos conhecê-los?
Ergonomia
“Ergonomia” quer dizer tanto a adequação de procedimentos dos operadores em relação às máquinas no
trabalho, quanto a adaptação destas às exigências do organismo humano. Ela se baseia em providências simples:
1. Antes mesmo de escolher o equipamento, é necessário adequar o local onde ele será instalado. Boas
condições de iluminação, ventilação e espaço no escritório devem assegurar o conforto dos usuários e a
durabilidade dos computadores.
2. O padrão do equipamento que será usado também influi decisivamente no aspecto ergonômico.
3. A postura correta de operação de terminais informatizados deve ser considerada tanto na formação dos
usuários quanto na compra de cadeiras e mesas que proporcionem conforto e flexibilidade.
TEMA 2
O COMPUTADOR NO DIA-A-DIA
TEMA 2
O COMPUTADOR NO DIA-A-DIA
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4. O simples posicionamento dos dispositivos de entrada e saída do computador já constitui um fator decisivo na
adequação ergométrica:
teclado e mouse devem estar situados no mesmo plano, com espaço suficiente para o deslocamento
deste último;
o monitor deve ficar a uma distância de pelo menos 50 cm do operador, e sua altura deve permitir um
ângulo de 60º no campo de visão do usúario;
o esforço exigido para plugar e desplugar cabos e manipular periféricos, tais como impressoras e
scanners, deve ser previsto na distribuição espacial desses itens.
5. Usar todos os dedos na digitação de maneira suave, manter o nível do pulso acima do nível dos dedos no
teclado e manter os antebraços num ângulo reto (45º) são providências que facilitam bastante as tarefas ao
computador.
6. A limpeza da tela do monitor - para evitar a fadiga da visão - e da esfera (“bolinha”) do mouse não-óptico
também é um cuidado necessário.
7. A rotina de trabalho dos usuários de computador também deve incluir um tempo para alongamento
muscular e relaxamento da visão. No primeiro caso, exercícios simples de soltura como rotação, espregui-
çar-se, girar o pescoço e os ombros podem ser complementados por automassagem e posturas compensa-
tórias com duração de alguns minutos. No caso dos olhos, é interessante piscar bastante e mudar o foco da
visão para objetos mais distantes.
8. Monitores monocromáticos “flicando” (piscando rapidamente) ou que apresentem a imagem distorcida
devem ser substituídos. A configuração de resolução da imagem (800 X 600 costuma ser uma boa opção),
das cores do sistema e do tamanho das fontes pode tornar a visualização mais cômoda.
Segurança elétrica
Muitas vezes, até nos esquecemos de que os computadores são eletrodo-
mésticos e, portanto, alvo das mesmas preocupações dedicadas a outros
equipamentos similares:
I. O aterramento da fiação é uma norma de engenharia não totalmen-
te respeitada na construção civil brasileira. As tomadas de três pinos
e a respectiva instalação de tomadas-quadro e fios-terra podem evi-
tar as queimas freqüentes de equipamento e a eventual eletrocussão
do operador.
II. Nem todos sabem, mas o uso de estabilizadores de voltagem e filtros
de linha tornam-se inúteis num sistema não-aterrado. Mesmo assim,
ainda é preferível que se utilizem nobreaks, isto é, aparelhos que não
só estabilizam a corrente elétrica como ainda retêm uma parte dela em
caso de pane, permitindo que o usuário salve e feche seus trabalhos.
III. Mesmo num sistema aterrado devidamente, a ligação de vários dispo-
sitivos periféricos na mesma tomada do computador pode sobrecarre-
gar o ponto de energia, ocasionando um incêndio por curto-circuito. De modo semelhante, a interconexão
de estabilizadores ou filtros de linha para criar “extensões” improvisadas é altamente desaconselhável.
IV. Em caso de tempestades elétricas, o desligamento dos computadores não evita a queima das placas de fax
modem, já que a eletricidade pode ser conduzida pela fiação do telefone direto para o computador.
V. Embora os modernos microcomputadores e monitores apresentem um baixo consumo de energia, eles geram
campos magnéticos relativamente potentes que podem afetar mídias magnéticas (fitas K7, VHS e disquetes) e
cujos efeitos em longo prazo sobre a fisiologia humana ainda não foram suficientemente estudados.
Além dos cuidados com a ergonomia e das normas de segurança elétrica, uma terceira preocupação tornou-
se primordial quando falamos em microcomputação: a segurança lógica.
Segurança lógica
Além das peças mecânicas e circuitos elétricos que compõem a parte visível do computador (o hardware), o
conjunto de softwares necessários para o funcionamento de uma plataforma digital também é composto não por
milhares, mas por milhões de instruções distribuídas na forma do sistema operacional da máquina, nos aplicativos que
realizam funções específicas e até mesmo nos arquivos gerados por esses programas ou baixados a partir da internet.
Como quase todas essas instruções são escritas num código invisível (não só para os leigos!), é muito difícil
descobrir de antemão a existência de erros, inconsistências e até de funções destrutivas no bojo da programação,
a menos que o computador comece a se comportar “estranhamente”, não atendendo à solicitação do usuário e
realizando tarefas não-solicitadas. É claro que estamos falando das invasões virtuais por vírus, “Cavalos de Tróia”
e spywares.
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Como podemos evitar a invasão de um computador?
Antes de tudo, precisamos entender que existem graus de invasão. Desde que a internet passou a ser um
ambiente de extrema importância para a quase totalidade das atividades de trabalho, estudo e lazer, o risco de
entrada de códigos ditos “maliciosos” - principalmente vírus de computador - tornou-se incomensuravelmente
maior do que nas décadas anteriores.
Qualquer página web carregada pelos programas de navegação pode acessar dados do usuário por meio de
cookies. Normalmente, dispomos de meios simples de configuração nestes softwares para filtrarmos os dados
que disponibilizaremos.
Contudo, existem ocasiões que exigem o preenchimento on-line de formulários e a instalação de determinados
softwares. Nesse caso, estamos correndo o risco de instalar um spyware ou adware: instruções clandestinas para
captura e envio - à revelia - de dados pessoais do usuário. A defesa contra essa ameaça relativamente nova é instalar
programas detectores que podem nos informar sobre qualquer alteração no registro do sistema, mesmo que
realizada em segundo plano.
Quando o assunto é e-mail, existem estratégias mais sutis de invasão, tais como enviar vírus, vermes (worms)
e programas “Cavalos de Tróia” (trojans). Em princípio, eles são muito parecidos: disfarçam-se de arquivos
amistosos e, quando executados - por um ou dois cliques desavisados -, instalam-se no computador, causando
prejuízos variáveis, que vão desde o fechamento inesperado de alguns programas até a destruição de um ou mais
(às vezes todos) arquivos. Os vírus são particularmente insidiosos e, quase sempre, procuram espalhar-se pela lista
de e-mail do hospedeiro.
Além de manter no computador um programa antivírus atualizado, pelo menos semanalmente, há uma regra
de ouro que inibe estas “infecções”: jamais abrir arquivos anexados em e-mails não solicitados, por mais inofen-
sivos que aparentem ser.
Muitas vezes, vírus e trojans são associados ao hackerismo. Os hackers, como são chamados genericamente os
experts de informática que não hesitam em invadir sistemas privados ou públicos, assumem características que
variam de uma postura política anticorporações até o vandalismo puro e simples. Mais uma vez, a defesa é baseada
em softwares que gerenciam o tráfego de dados e impõem barreiras às invasões, os chamados firewalls pessoais.
Esta solução também é recomendada contra uma outra ameaça virtual que cresceu assustadoramente nos
últimos anos: o famoso spam, termo que designa toda a correspondência invasiva não solicitada que chega aos
usuários na forma de propagandas, correntes, pedidos de ajuda e junk mail de todos os tipos. Há uma relação
direta entre spam e cookies mal-intencionados, mas a venda de listas de e-mails por terceiros e hackers também
é um fator a ser considerado.
Procure fazer uma avaliação objetiva da própria conduta em relação aos seus procedimentos no trabalho com
sistemas informatizados. Para cada pergunta respondida afirmativamente, anote nos parênteses “2”, negati-
vamente “0” e, em caso de dúvida, “1”. Ao final, some os valores e procure definir, por seus próprios critérios,
se o resultado alcançado foi satisfatório, medianamente satisfatório ou insatisfatório.
Ergonomia Segurança elétrica Segurança lógica
Quando você compra equipamentos, leva A instalação elétrica em seu local Você mantém seu antivírus atualizado
em conta o aspecto ergonômico? ( ) de trabalho é aterrada? ( ) semanalmente? ( )
Seu local de trabalho é Em caso de pane elétrica emer- Você sabe configurar o nível de
confortável e agradável? ( ) gencial, você sabe o que deve segurança de seus programas de
ser desligado primeiro? ( ) e-mail e internet? ( )
Você consegue observar e avaliar a Você sabe ministrar os primeiros Você elimina sumariamente arquivos
correção de sua própria postura? ( ) socorros a uma vítima de choque digitais enviados por remetentes
elétrico? ( ) desconhecidos? ( )
Caso você sinta dor ou desconforto por Você sabe realizar o isolamento Você conhece os procedimentos de re-
desvio postural, procura ajuda de um fio exposto? ( ) moção de vírus recomendados pelo fa-
especializada? ( ) bricante do seu sistema operacional? ( )
Realiza exames de vista Você protege seu computador Você costuma baixar as atualizações
anualmente? ( ) com estabilizador ou de segurança recomendadas pelo
nobreaks? ( ) fabricante do seu SO? ( )
Total = ( ) Total = ( ) Total = ( )
( S ) (MS) ( I ) ( S ) (MS) ( I ) ( S ) (MS) ( I )
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54
Operações básicas ________________________________________________________
Os sistemas informatizados evoluíram bas-
tante a partir da segunda metade da década de
1980, para oferecer aos usuários um ambiente
de trabalho cada vez mais amigável e interativo.
A tela ao lado foi capturada no sistema
Windows XP e apresenta uma interface gráfica
padrão semelhante à de vários outros sistemas.
Nela, os programas aplicativos podem ser
acessados a partir de seus atalhos, do menu
“iniciar” ou ainda com um duplo clique do
mouse sobre os arquivos e documentos por
eles criados.
Exemplo de interface gráfica
Em todos os softwares aplicativos encontraremos funções semelhantes que podem ser acionadas indistinta-
mente através do mouse, ou de comandos via teclado. Na seqüência, apresentamos uma lista das funções mais
comuns encontradas na maioria dos softwares aplicativos do ambiente Windows.
Operação Comando via mouse Atalho via teclado
(alternativa: ícones na barra de tarefas) (e alternativas, em inglês)
Abrir documento Menu Arquivo —> Abrir Tecla Ctrl+A (Ctrl+O)
Criar documento novo Menu Arquivo —> Novo Tecla Ctrl+O (Ctrl+N)
Salvar documento Menu Arquivo —> Salvar Tecla Ctrl+B (Ctrl+S)
Fechar documento Menu Arquivo —> Fechar Tecla Alt+F4
Imprimir Menu Arquivo —> Imprimir Tecla Ctrl+P
Desfazer digitação Menu Editar —> Desfazer Tecla Ctrl+Z
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Selecionar Tudo Menu Editar —> Selecionar Tudo Tecla Ctrl+T (Ctrl+A)
Limpar Menu Editar —> Limpar Tecla Del
Localizar Menu Editar —> Localizar Tecla Ctrl+L (Ctrl+F)
Localizar e Substituir Menu Editar —> Localizar e Substituir Tecla F5
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Solicitar ajuda Menu Ajuda —> Ajuda do MS-Word Tecla F1
Esses são apenas alguns exemplos mais comuns de operações realizadas em ambiente de interface gráfica. A
grande maioria dos usuários, no entanto, beneficia-se de uma fração dos recursos oferecidos em qualquer
sistema informatizado atual.
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Finanças, Administração e Tecnologia para o Turismo
Ferramentas corporativas ________________________________________________
Como já foi mencionado, assim como os sistemas operacionais, os programas aplicativos também apresentam
interfaces padronizadas, isto é, conseguimos localizar os comandos principais sem muito esforço, já que eles costumam
estar posicionados nos mesmos lugares. Veja os exemplos na seqüência:
Janelas de aplicativos
Os dois softwares usados na ilustração fazem parte de uma família de aplicativos, ou mais propriamente, de
uma “suíte”. A tabela abaixo apresenta a concepção, as funcionalidades e os usos dos principais programas
comercializados
14
como “suítes corporativas”, isto é, um pacote de programas integrados oferecidos como
solução para gerir escritórios de negócios.
14
No caso da plataforma Linux, distribuídos gratuitamente.
TEMA 3
APLICATIVOS E SISTEMAS EM TURISMO
TEMA 3
APLICATIVOS E SISTEMAS EM TURISMO
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Aplicativo Função Recursos usuais Microsoft Apple Linux
Processador Cria e edita Autocorreção, pré-forma- - MS-Word - Apple Works - OpenOffice
de textos documentos em tação, inserção de imagens, - Pages Writer
formato texto. links e tabelas. Salvamento
em vários formatos.
Programa de Cria e edita Pré-formatação de estilos, - MS-Power - Keynote - OpenOffice
apresentação apresentações inserção de imagens, sons Point Presentation
multimídia. e vídeos; animações.
Planilha Organiza dados Geração de gráficos - MS-Excel - Apple Works - Opencalc
de cálculo numéricos, executa em vários formatos,
funções de cálculos exportação de
programáveis. documentos e gráficos.
Banco Organiza e Gerenciamento relacional - MS-Access - FileMaker - MySQL
de dados indexa dados de dados associados a
em grandes elementos gráficos;
quantidades. integração com a web.
Agenda Armazena e organiza Busca indexada, aviso de - MS-Outlook - iCal - Datelook
eletrônica dados pessoais e compromissos, sincronismo de
marca compromissos. dados com Palm e portáteis.
Programa de Permite compor Pré-formatação, inserção - MS-Front - Dreamweaver - Netscape
composição visualmente páginas de arquivos multimídia. Page Composer
web de internet com diver-
sos recursos gráficos.
Navegador Acessa páginas da Marcação de páginas, - Internet - Safari - Mozilla
de internet internet, realiza gerenciamento, segurança Explorer - Opera
(browser)* downloads. registro, histórico. - Netscape
Programa Recebe e envia Automatização de funções de - Outlook - Eudora - Procmail
de e-mail* correspondência mala direta; gerenciamento Express
eletrônica. de agenda de destinatários.
Além desses aplicativos, de longe os mais utilizados em ambiente corporativo, existem outros softwares
bastante interessantes, que podem incrementar a produtividade e os recursos de agências de turismo e
estabelecimentos comerciais de serviços de pequeno e médio portes. É claro que inúmeros outros programas
poderiam ser sugeridos, mas a opção pela compra e uso deve ser feita com pleno conhecimento das
implicações e necessidades específicas.
Agora é hora de conhecermos algumas das ferramentas específicas de trabalho voltadas para a área do
turismo.
Automatização para agências de viagem ___________________________________
O processo de desenvolvimento das ferramentas informatizadas não demorou a oferecer um leque de opções
bastante largo para as empresas de pequeno, médio e grande portes que lidam com o turismo.
Primeiramente, veio a automatização dos escritórios, com a adoção das suítes de aplicativos-padrão para as tarefas
de rotina da empresa, como elaborar contratos e controlar o balanço comercial por meio de planilhas de cálculo.
Logo, a editoração eletrônica (desktop publishing) viria a exercer um papel importante, tornando muito mais
ágil e eficiente a criação de folderes e roteiros de viagens. Foi uma questão de tempo até que mesmo as agências
mais modestas (sem falar nas pousadas e hotéis menos acessíveis) conseguissem um espaço na web para divulga-
rem seus atrativos.
A conclusão do processo só poderia se concretizar com a criação de ferramentas confiáveis e cheias de recursos
para controlar o fluxo de reservas e efetuar a venda do produto turístico num esquema cem por cento on demand.
Isto não seria possível sem a consolidação de uma estrutura internacional, totalmente baseada nas Tecnologias
da Informação e Comunicação, e que recebe o nome de GDS - Global Distribution Systems. Trata-se de uma rede
de informações atualizadas em tempo real, que permite uma total correspondência entre a oferta e a procura do
produto turístico, evitando os riscos de prejuízo devido à oscilação cambial para o comprador ou para o negociante.
* Estes softwares, apesar de essenciais, geralmente não são considerados parte da suíte de aplicativos, já que são distribuídos
de forma integrada ao sistema.
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Recentemente, uma nova sigla da língua inglesa veio se agregar a essa solução tecnológica: a CRS ou Central
Reservation System, que nada mais é do que a interface que permite o acesso da rede GDS via internet.
As últimas tendências apontadas pelas empresas que investem no desenvolvimento de soluções dessa natu-
reza apontam para uma diversificação crescente da oferta de serviços aliada à flexibilização cada vez maior do
produto oferecido para atender à demanda. Nomes como Amadeus, Worldspan, Sabre e Galileo passaram a ser
referências obrigatórias na formação de quem pretende se profissionalizar na área. Treinamento e capacitação
são oferecidos juntamente com o pacote de aplicativos de cada um deles.
Aspecto das ofertas de serviços e
produtos no site da multinacional
Worldspan
(http://www.worldspan.com)
Percebemos, então, que o aspecto técnico das aplicações da informática no turismo parece estar muito bem
resolvido. Mas, será que esta realidade nos contempla?
Pensando no âmbito brasileiro, é forçoso admitir que, num país onde o índice de exclusão digital ainda é alto,
a adesão às plataformas on-line de negócio - com o pagamento das respectivas taxas de manutenção - talvez não
seja a única maneira de reduzir nossa defasagem em relação ao mercado mundial de turismo.
Neste contexto, uma indicação interessante aos profissionais em formação na área seria a de conhecer e
dominar as ferramentas tecnológicas de uso geral, vivenciando sua aplicação prática na organização de negócios,
no marketing direto e na busca de parcerias via web. Um pré-requisito importante, além da dedicação “digital”,
seria o domínio de línguas estrangeiras, prioritariamente o inglês (idioma oficial da internet) secundado pelo
espanhol. O uso diário e freqüente da comunicação via web oferece a oportunidade de desenvolver essa cultura
cosmopolita e travar contatos com outros modos de pensar o trabalho turístico e a organização de negócios.
Janela do programa
Amadeus em interface CRS
(http://www.amadeusbrasil.com.br)
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Que papel cabe ao profissional de turismo, na atualidade, frente
às transformações provocadas pelas TICs?
Mesmo não sendo essa uma questão fácil de ser respondida, existe um fato bastante claro e objetivo a ser
reconhecido: o consumidor de turismo não necessita de um “vendedor de pacotes pré-montados” e sim, de um
consultor competente e franco, que o auxilie na difícil tarefa de conseguir a melhor relação custo-benefício,
naquela que pode ser uma experiência única em sua vida: uma viagem que valha a pena.
Ferramentas para hotelaria ________________________________________________
De forma muito semelhante àquela verificada com o setor de viagens, a hotelaria também vem passando por
profundas transformações alavancadas pela informatização galopante.
Os nomes mais significativos na área (em escala internacional, bem entendido) são o Fidelio (que atualmente
atende por Opera) e o Visual Hotal, seu concorrente nacional. A oferta de serviços não se atém à reserva porme-
norizada e ao controle total da contabilidade e da permanência dos hóspedes. Os diferentes pacotes de aplicativos
oferecem, ainda, um gerenciamento inteligente e detalhado das finanças do hotel (ou restaurante, ou cassino),
mapeamento do perfil dos usuários da rede hoteleira (incluindo estatísticas e necessidades individuais - privaci-
dade extra, por exemplo) e, no caso do Fidelio/Opera - de âmbito mais global e com parceiras de peso como a
Microsoft -, a solução integrada inclui diversas opções de hardware dedicadas à administração hoteleira e às
várias modalidades de suporte técnico.
Serviços e produtos oferecidos no
site da Micros Systems, empresa
que desenvolve o Opera,
programa sucessor do Fidelio
Site da CM Soluções Informática, empresa
que desenvolve o Visual Hotal
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O fato de haver um concorrente nacional oferecendo um produto de funcionalidade semelhante ao Opera
não deixa de ser um tanto alentador, pois representa um precedente que bem pode ser imitado.
Outra coisa que precisa ser dita, a respeito tanto do setor de viagens quanto do de hotelaria, é que as soluções
tecnológicas oferecidas - principalmente aquelas atreladas à internet -, ainda que avançadas, estão muito volta-
das para a oferta, para o produto. A necessidade do consumidor, principalmente daquele que ainda não sabe
exatamente o que quer comprar, acaba por se amoldar ao que o mercado oferece, quando a lógica deveria ser
exatamente o contrário.
Como este não é um problema específico do Brasil, existe espaço para que o desenvolvimento de soluções
autóctones direcionadas para atender às demandas locais - e, portanto, com a contribuição decisiva dos agentes
em atividade - resulte em novos e interessantes produtos capazes de conquistar parcelas do mercado mundial no
que tange à tecnologia aplicada ao turismo.
1) Assinale a alternativa verdadeira:
a) Suítes de programas são pacotes de soluções desenvolvidos exclusivamente pela empresa Microsoft. ( )
b) A intuitividade na operação de um programa é fruto de treinamento intensivo do usuário. ( )
c) Trabalhar com atalhos de teclado é sempre menos produtivo do que usar o mouse. ( )
d) Quicktime, Windows Media Player e Real Player são exemplos de programas para edição de imagem. ( )
e) Os softwares buscam obedecer a um padrão de estrutura para facilitar a interação com o usuário. ( )
2) Associe a sigla ao seu significado correto:
a) CRS ( ) “Sistemas de Gerenciamento de Propriedade”
b) GDS ( ) “Sistema Central de Reservas”
c) PMS ( ) “Sistema de Distribuição Global”
3) Descreva as utilidades possíveis, dentro da atividade turística, para os programas:
a) Planilha de cálculos
b) Navegador de internet
c) Banco de dados
d) Programa de apresentação
e) Agenda eletrônica
f) Programa de e-mail
g) Programa de composição web
Finanças Aluno.p65 27/3/2007, 10:3859
60
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