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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
COLEGIADO DE ENFERMAGEM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
EDUARDO LUIS MIORANZA
TOXOPLASMOSE EM CASCAVEL/PR: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS
CASOS NOTIFICADOS NO PERÍODO DE 2001-2008
CASCAVEL- PR
2009
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II
EDUARDO LUIS MIORANZA
TOXOPLASMOSE EM CASCAVEL/PR: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS
CASOS NOTIFICADOS NO PERÍODO DE 2001-2008
Monografia apresentada como requisito
parcial para conclusão do curso de
Especialização em Saúde Pública, da
Universidade Estadual do Oeste do
Paraná Campus Cascavel.
Orientador (a): Prof. Dr. Clodis Boscarioli.
Coordenador do Curso: Prof Drª. Cláudia
Silveira Viera.
CASCAVEL
2009
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III
IV
RESUMO
TOXOPLASMOSE EM CASCAVEL/PR: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS
CASOS NOTIFICADOS NO PERÍODO DE 2001-2008
Entre as doenças parasitárias que representam grave problema de saúde pública
está à toxoplasmose, zoonose que acomete adultos e crianças de diferentes
regiões. Este trabalho apresenta uma análise dos casos de toxoplasmose IgM
reagente notificados na cidade de Cascavel/PR. Para tanto, foram coletadas
informações a partir das fichas de notificação do Sistema Nacional de Agravos de
Notificação (SINAN) para toxoplasmose. Essas informações foram coletadas das
fichas notificadas no período de agosto de 2001 a dezembro de 2008. Os objetivos
do estudo foram: identificar o perfil da população acometida; conhecer como estão
sendo realizadas as notificações e mapear os casos notificados por bairros e
regiões. As análises desenvolvidas possibilitam repensar as medidas e programas
atualmente adotados, incorporando novas ações para assistir essa população
acometida.
Palavras-chaves: notificação, toxoplasmose, levantamento.
V
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1
2. TOXOPLASMOSE UMA VISÃO GERAL............................................................5
2.1. Histórico...........................................................................................................5
2.2. Ciclo biológico do parasita.............................................................................6
2.3. Transmissão.....................................................................................................9
2.4. Prevalência.....................................................................................................10
2.5. Diagnóstico....................................................................................................13
2.6. Tratamento.....................................................................................................15
3. A TOXOPLASMOSE EM CASCAVEL/PR..…....................................................16
3.1. Metodologia....................................................................................................16
3.2. Resultados e Discussão...............................................................................17
4. CONCLUSÃO..…...................…………………….………………………...............30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................33
ANEXO I Ficha de notificação do SINAN para toxoplasmose utilizada
em Cascavel/PR.....................................................................................37
ANEXO II Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIOESTE .................38
ANEXO III Questionário epidemiológico adotado pela DVE desde o
segundo semestre de 2008 ................................................................39
VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Casos de toxoplasmose IgM reagentes notificados pelo SINAN
entre agosto de 2001 e dezembro de 2008 em Cascavel/PR..................17
Tabela 2: Relação entre a idade e o sexo dos casos de toxoplasmose IgM
reagentes notificados.................................................................................22
Tabela 3: Relação entre a idade e grau de escolaridade dos casos de
toxoplasmose IgM reagentes notificados...................................................23
Tabela 4: Relação entre a faixa etária das gestantes e o período gesta-
cional dos casos de toxoplasmose notificados...........................................25
Tabela 5: Distribuição dos casos de toxoplasmose notificados por fun-
ção do notificante.......................................................................................26
Tabela 6: Relação entre a fonte notificadora e a função do notificante
dos casos de toxoplasmose notificados.....................................................26
VII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo de transmissão do Toxoplasma gondii.................................................7
Figura 2: Gráfico da evolução dos casos de toxoplasmose IgM reagentes
Notificados pelo SINAN no período de agosto, 2001 a dezembro, 2008....18
Figura 3: Mapeamento das notificações por localização............................................20
Figura 4: Casos de toxoplasmose IgM reagentes notificados por sexo.....................21
Figura 5: Casos de toxoplasmose IgM reagentes notificados por idade....................21
Figura 6: Casos femininos de toxoplasmose notificados por idade...........................23
Figura 7: Gráfico da relação entre idade e grau de escolaridade dos casos de
toxoplasmose notificados............................................................................24
VIII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CEDIP Centro de Doenças Infecciosas e Parasitarias
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CNS Conselho Nacional de Saúde
DNA Ácido Desoxirribonucleico
DVE Divisão de Vigilância Epidemiológica
ELFA Enzyme Linked Fluorescent Assay
ELISA Enzime Linked ImunSorbent Assay
HUOP Hospital Universitário do Oeste do Paraná
IFI Imunofluorescência Indireta
IgA Imunoglobulina A
IgE Imunoglobulina E
IgG Imunoglobulina G
IgM Imunoglobulina M
ISAGA Aglutinação por Imunoabsorção
MEIA Microparticle Enzyme Immunoassay
PCR Reação em cadeia de Polimerase
SINAN Sistema Nacional de Agravos de Notificação
SUS Sistema Único de Saúde
T. gondii Toxoplasma gondii
UEL Universidade Estadual de Londrina
UBS Unidade Básica de Saúde
UNIOESTE Universidade Estadual do Oeste do Paraná
1
1. INTRODUÇÃO
Um dos pilares da saúde pública é a epidemiologia, ciência que deve estar
incorporada às políticas, programas e serviços públicos de saúde, fornecendo
subsídios para tomadas de decisões e ações junto ao coletivo (SILVA, 1985). Entre
essas ações estão a formulação de medidas de prevenção de doenças na
sociedade; análise de distribuição populacional e fatores que determinam as
enfermidades; danos a saúde e eventos associados à saúde coletiva e o
fornecimento de indicadores para avaliação e planejamento das ações de saúde
(ROUQUAYROL, ALMEIDA-FILHO, 2003).
Para auxiliar na assistência necessária ao usuário prestada pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), criado em 1988, foi desenvolvido o Sistema Nacional de Agravos
de Notificação (SINAN), sendo este criado entre 1990 e 1993, com objetivo de
coletar, transmitir e disseminar dados, através do Sistema de Vigilância
Epidemiológica, subsidiando a investigação e análise das informações sobre os
agravos de notificação, em todo o território nacional (LAGUARDIA et al., 2004;
BRASIL, 2007).
A partir de 1998 a alimentação regular e descentralizada da base de dados
nacional do SINAN passa a ser obrigatória pelos municípios, estados e Distrito
Federal. Essas informações são coletadas pelas unidades de saúde através das
fichas de notificações especificas que são enviadas à Secretaria Municipal de Saúde
para alimentação da base de dados. Esses dados são cadastrados no computador e
por meio deles é possível conhecer a incidência das doenças, auxiliando na
2
tomadas de decisões para o controle (BRASIL, 2006).
As informações cadastradas no computador são enviadas semanalmente à
Secretaria Estadual de Saúde, e quinzenalmente ao Ministério da Saúde. As
notificações são feitas, principalmente, sobre as doenças e agravos que constam na
lista nacional de doenças de notificação compulsória, porém, podem ser incluídas
outras doenças, de acordo com a realidade local (BRASIL, 2005).
Toda essa normatização foi criada para indicar riscos aos quais as pessoas
estão sujeitas e para contribuir na identificação da realidade epidemiológica de
determinada área geográfica (BRASIL, 2006). Para que isso seja possível é
necessário o correto preenchimento das fichas de notificação pelos profissionais de
saúde que atuam na coleta dos dados, tornando possível a alimentação do sistema.
Desta forma, esses dados poderão subsidiar o planejamento em saúde, auxiliando
definir prioridades de intervenção e avaliando os impactos dessas intervenções na
comunidade.
Tem-se observado o crescimento no número de doenças e agravos
contemplados pelo SINAN, o que expressa as diferenças regionais presente no país
(BRASIL, 2005, LAGUARDIA et al., 2004). Os agravos que devem ser notificados
estão contidos na lista nacional de doenças de notificação compulsória, portaria
GM/MS 5 de 21 de fevereiro de 2006, sendo facultado a estados e municípios
incluir outros problemas de saúde importantes em sua região.
Na lista nacional de doenças de notificação compulsória constam agravos
ocasionados pela interação entre diferentes espécies de seres vivos, animais e
vegetais (CIMERMAN, CIMERMAN, 1999). Entre esses agravos de notificação
compulsória estão contempladas doenças decorrentes do parasitismo, que
representam um grave problema de saúde pública, como a Doença de chagas,
3
Esquistossomose, Leishmaniose tegumentar americana e visceral, e a Malária.
Entre as parasitoses de grande importância está a Toxoplasmose, uma
zoonose que acomete adultos e crianças de diferentes regiões do planeta (COSTA
et al., 2008).
A Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), em parceria com os laboratórios
responsáveis pelo diagnóstico da Toxoplasmose em Cascavel/PR incluíram a
Toxoplasmose na lista de notificação compulsória realizada pelo municipio,
notificando os casos IgM reagente diagnosticados. Essa notificação iniciou em
agosto de 2001 através das fichas de notificação do SINAN. Desde então, as fichas
dos pacientes são arquivadas junto à Secretaria de Saúde na DVE do município. No
entanto, essas fichas de notificação não foram tabuladas.
Esta pesquisa propõe como objetivo geral analisar os casos de toxoplasmose
notificados em Cascavel/PR. Dentre os objetivos específicos pode-se:
Identificar o perfil dos casos IgM reagentes notificados;
Como está sendo realizada a notificação dos casos no município;
Realizar um mapeamento dos casos de toxoplasmose IgM reagentes
notificados na cidade de acordo com a localização.
Pesquisas epidemiológicas são economicamente viáveis e trazem benefícios à
sociedade, mostrando o grau de infecção e as regiões mais acometidas, visto que
existe uma necessidade de tabulação desses dados transformando-os em
informações, o que justifica a realização deste trabalho (CIMERMAN, CIMERMAN,
1999). Assim, medidas preventivas poderão ser adotadas como forma de diminuir os
casos IgM reagentes na região.
O presente estudo foi divido em 4 capítulos, incluindo esse primeiro referente a
introdução com um apanhado geral do SINAN, apresentando os objetivos do
4
trabalho.
O Capítulo 2 apresenta uma revisão geral sobre a toxoplasmose.
No Capítulo 3 foi abordada a toxoplasmose IgM reagente no âmbito da cidade
de Cascavel/PR, descrevendo a metodologia utilizada e os resultados encontrados.
O Capítulo 4 é composto pela conclusão, que contempla os encaminhamentos
possíveis a partir dos resultados e os trabalhos futuros a essa pesquisa.
5
2. TOXOPLASMOSE UMA VISÃO GERAL
Neste capítulo está contida uma revisão geral sobre a toxoplasmose
demonstrando as principais descobertas através de um histórico, o ciclo biológico do
parasita, as formas de transmissão, prevalência, diagnóstico e tratamento da
doença.
2.1. Histórico
O parasita causador da toxoplasmose foi descoberto em dois países no ano de
1908, no Brasil por Splendore, em coelhos e na Tunísia por Nicolle e Manceaux, em
roedores. Posteriormente, em 1909 foi criado o gênero Toxoplasma com a espécie
T. gondii (NEVES, 2006).
Em 1923, o oftalmologista Jankü fez a primeira descrição da toxoplasmose no
ser humano, evidenciado durante necropsia em uma criança de 11 meses de idade,
com cegueira e hidrocefalia, os parasitas na retina (JANKÜ, 1923 apud OLIVEIRA,
2002).
Alguns anos depois, Torres (1927) encontrou, no Rio de Janeiro, esse parasita
em cortes histológicos de sculo cardíaco, esquelético e tecido nervoso de um
recém-nascido, falecido com um mês de vida, gerando especulações da
possibilidade de doença congênita (TORRES, 1927 apud AMATO NETO et al.,
1995).
Em 1937, os pesquisadores Wolf & Cower descrevem a doença congênita
causada pelo T. gondii. Após onze anos é criado o teste do corante Sabin-Feldman,
6
1948, possibilitando a investigação epidemiológica da doença, e evidenciando sua
alta prevalência pelo mundo (WOLF & COWER, 1937 apud CLEMENTINO, 2007).
Na década de 60, Hutchison compreendeu a ligação dos gatos domésticos no
ciclo evolutivo do T. gondii demonstrando a eliminação dos parasitas através das
fezes (HUTCHINSON, 1965). Em seguida foi descrito por Frenkel, Dubey e Miller
(1970) a fase sexuada do T. gondii no intestino dos felídeos em geral e os
hospedeiros intermediários, mamíferos, roedores, aves e répteis.
Desde então foram conseguidos avanços importantes, como o surgimento de
novas técnicas de diagnóstico: Hemaglutinação Indireta, Imunofluorescência Indireta
(IFI), Ensaio Imunoenzimático (ELISA), Aglutinação por Imunoabsorção (ISAGA),
Enzyme Linked Fluorescent Assay (ELFA), Microparticle Enzyme ImmunoAssay
(MEIA), Western blot e Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) (KOMPALIC-
CRISTO, BRITTO, FERNANDES, 2005; FERREIRA, et al., 2007; COSTA, et al.,
2008).
A criação de manuais técnicos e a padronização das técnicas possibilitam um
diagnóstico seguro melhorando a assistência prestada às gestantes e crianças
(AMATO NETO, et al., 1995; COSTA et al., 2008).
2.2. Ciclo biológico do parasita
O ciclo biológico do T. gondii ocorre em duas fases distintas conhecidas como
Fase Assexuada, nos tecidos de vários hospedeiros, e Fase Sexuada, nas células
do intestino de felídeos não-imunes (REY, 2002). Esse ciclo é considerado
heteroxeno, no qual os gatos são os hospedeiros definitivos por apresentar um ciclo
sexuado no intestino e um ciclo assexuado ocorrendo em outros tecidos. O homem,
aves e outros mamíferos, são considerados hospedeiros intermediários por realizar
7
o ciclo assexuado (NEVES, 2006; MACRE, 2002). Esse processo é ilustrado pela
Figura 1 na qual as formas contaminantes e os respectivos meios de transmissão do
parasita são evidentes.
Fonte: LAGO, 2006.
FIGURA 1 CICLO DE TRANSMISSÃO DO Toxoplasma gondii
A seguir, as 2 fases já mencionadas seguem explicadas:
Fase assexuada (hospedeiro intermediário): Um hospedeiro intermediário poderá
adquirir o parasito e desenvolver a forma assexuada por oocistos maduros contendo
esporozoítos, cistos teciduais contendo bradizoítos ou taquizoítos (NEVES, 2005).
Os cistos, oocistos e taquizoítos no tubo digestivo realizam multiplicação
intracelular, com rápida passagem pelo epitélio intestinal, quando invadem diferentes
tipos de células do organismo e sofrem divisões sucessivas, dentro do vacúolo
parasitóforo (COURA, 2005).
A divisão sucessiva ocasiona o rompimento da célula, fase proliferativa,
invadindo novas lulas. Assim a disseminação ocorre, por meio do sangue e da
8
linfa, sendo que a gravidade depende da cepa do parasito, suscetibilidade do
hospedeiro e da quantidade de formas infectantes presentes. Assim caracteriza-se a
forma aguda da doença, podendo evoluir até a morte do hospedeiro ou reduzir e
parar a evolução pelo aparecimento da resposta imune específica (REY, 2001).
Com essa resposta, ocorre uma diminuição do parasitismo, sendo que alguns
parasitas evoluem para forma de cistos, característica da fase crônica da doença
podendo reagudizar novamente (CIMERMAN, CIMERMAN, 1999).
Fase coccidiana (hospedeiro definitivo): Nesta fase ocorre um ciclo sexuado e
outro assexuado do parasita em gatos ou outros felídeos considerados hospedeiros
definitivos (NEVES, 2005).
Um gato jovem e não-imune que se infecta oralmente por oocistos, cistos ou
taquizoítos, ao alcançar as células do epitélio intestinal sofrem um processo de
multiplicação originando vários merozoítos. Esse conjunto de merozoitos encon-
trados dentro da célula é denominado de esquizonte maduro (COURA, 2005).
O rompimento do esquizonte maduro libera os merozoítos que penetram novas
células epiteliais transformando-se nas formas sexuadas, os gametófitos, que após
um processo de maturação, formarão os microgametas masculinos móveis e os
macrogametas femininos imóveis (COURA, 2005).
Os macrogametas permanecem em uma célula epitelial, enquanto os
microgametas móveis romperão sua célula e irão fecundar os macrogametas,
formando os ovos. Esses ovos irão se desenvolver dentro do epitélio,
desenvolvendo uma parede externa dupla, chamado agora de oocisto (NEVES,
2005).
Em alguns dias o oocisto ainda imaturo é liberado e alcançará o meio exterior
com as fezes. A sua maturação ocorre no meio exterior, esporogonia, em quatro
9
dias, apresentando dois esporocistos contendo quatro esporozoítos cada (DUBEY,
1998 apud CLEMENTINO, 2007).
Os felídeos são capazes de eliminar oocistos durante aproximadamente um
mês. Os oocistos, em condições apropriadas de umidade, temperatura se
conservam infectante por aproximadamente 12 a 18 meses (NEVES, 2006).
2.3. Transmissão
Há vários estudos sobre as formas de transmissão desta zoonose, como fontes
ambientais, alimentares e dricas (CADEMARTORI, FARIAS, BROD, 2008;
GARCIA, et al., 1999; DIAS, FREIRE, 2005). A soroprevalência em humanos e
animais pode variar muito em diferentes regiões, pois está diretamente ligada às
características locais da população e do ambiente (CIMERMAN, CIMERMAN, 1999;
REY, 2002).
A forma de transmissão desse protozoário ocorre pela ingestão de carne crua
ou mal cozida, que por sua vez deve conter cistos, especialmente encontrados em
ovinos, suínos e bovinos. Os cistos podem resistir ao resfriamento por semanas,
porém, em temperaturas abaixo de zero grau e acima de sessenta graus Celsius
eles morrem (CLEMENTINO, 2007; OLIVEIRA, 2002; KOMPALIC-CRISTO, BRITTO,
FERNANDES, 2005).
Segundo Varella et al. (2003) cerca de 30% a 63% das infecções toxo-
plásmicas ocorrem pela ingestão de carnes mal cozidas.
Outra forma de transmissão é através de oocistos presentes no solo e caixas
de areia, que podem estar em casas, jardins, creches e parques, possuem grande
potencial infectante, principalmente na presença de gatos. Além disso, esses
oocistos podem ser mecanicamente transportados por minhocas, moscas e pelo
10
vento (COURA, 2005). Em um levantamento realizado por Sáfadi, et al. (2003) a
exposição a gatos foi o fator predisponente mais importante, responsável por
aproximadamente 40% das infecções.
Outra forma conhecida é a transmissão vertical ou congênita, ocorre durante a
gestação na fase aguda, ou reagudização nos casos crônicos da doença através da
transmissão de taquizoítos materno (VARELA, et al., 2003).
Essa transmissão é a mais grave podendo acometer o concepto em qualquer
momento da gestação. Ao feto pode causar seqüelas graves, comumente
enquadradas na síndrome típica ou trade de Sabin, caracterizada por coriorretinite,
calcificações cerebrais, retardo psicomotor e micro ou macroencefalia (STELLA,
2004; COURA, 2005).
Outras formas de transmissão conhecidas, mas de menor importância
epidemiológica são taquizoítos através do leite cru, pela saliva de animais através da
lambedura, por taquizoítos presentes no esperma, bem como, por acidentes em
laboratórios (CIMERMAN, CIMERMAN, 1999).
2.4. Prevalência
A realização de Inquéritos epidemiológicos sobre a toxoplasmose demonstra a
prevalência em diferentes regiões, com predominância em climas quentes e úmidos
(AREAL, 2007). A região com alta prevalência de toxoplasmose possui alto risco
para infecção congênita porque quanto maior a prevalência, maior é o risco de
soroconversão entre as gestantes suscetíveis e, conseqüentemente, o número de
recém-nascidos acometidos é elevado (STELLA, 2004).
A prevalência encontrada nos Estados Unidos varia entre 10% e 50% de
acordo com a região. Outros estudos demonstram diferentes prevalências em vários
11
países, como na Itália de 40%, Austrália de 4%, Finlândia 20%, Polônia 36%, Áustria
37%, Etiópia 48%, Bélgica 53%, Panamá 63%, França 71% e El Salvador 75%,
confirmando a variação entre diferentes regiões e costumes (MCCABE,
REMINGTON, 1988; ASPÖCK, POLLACK, 1992; ROOS et al., 1993 apud OLIVEIRA
2002).
No Brasil foram realizados vários inquéritos epidemiológicos sobre
soroprevalência e os fatores de risco para infecção toxoplásmica e tem se
constatado 20% a 80% dependendo da área estudada (COSTA et al., 2008).
Estudo realizado no Rio de Janeiro demonstra soroprevalência em 79% das
gestantes, em Manaus, 71% e em São Paulo 68% (AMENDOEIRA, 1999 apud
KOMPALIC-CRISTO, BRITTO, FERNANDES, 2005). Em Goiânia, a prevalência tem
se mantido estável nos últimos 20 anos, em torno de 65% (Avelino, 2000 apud Silva,
2006). Entre a população indígena do Mato Grosso, os Enawenê-Nawê, a
soroprevalência para toxoplasmose aumenta de acordo com a idade, de 50% a 95%
(AMENDOEIRA, et al., 2003).
No Sul do Brasil, entre 425 gestantes estudadas na cidade de Pelotas, 54,8%
apresentaram IgG reagente, soropositividade para toxoplasmose, sendo que não
foram encontrados IgM reagente, toxoplasmose aguda. Dentre essas gestantes,
64,9% delas desconheciam a doença, e o restante delas, associaram a
soropositividade ao convívio com gatos, 68,8%, carnes cruas e mal cozidas, 27,5% e
consumo de verduras cruas, 2,7% (CADEMARTORI, FARIAS, BROD, 2008).
No Paraná, um estudo realizado com 5.861 gestantes atendidas pelas
Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Londrina, foi encontrado prevalência de
56,6%, para IgG reagente, dentre esses, 1,7% também IgM reagente, com risco de
transmissão ao feto (MANDAI, LOPES, MITSUKA-BREGANÓ, 2007).
12
Estudo realizado na microrregião de Pato Branco, com bovinos abatidos em
quatro matadouros, foi encontrado prevalência sorológica nos bovinos de 41,4%.
Esse estudo sugere que esses bovinos possam servir como fonte de infecção para
consumidores com hábito de ingerir carne crua ou mal cozida (DAGUER, et al.,
2004).
Garcia et al. (1999), realizou um estudo em Jaguapitã, Paraná com 345
pessoas, encontrando prevalência de 66% para toxoplasmose IgG reagente, nesse
estudo participaram 191 homens, dos quais 126 IgG reagentes, e 101 mulheres das
quais 67 IgG reagentes para toxoplasmose.
Em pesquisa realizada com 334 gestantes atendidas pelo Laboratório
Municipal de Cascavel, em Cascavel, provenientes do SUS, no período de
dezembro de 2005 a fevereiro de 2006, mostraram que 54,2% das gestantes
estavam imunizadas, sendo que através do teste de avidez, 4 foram sugestivos de
toxoplasmose aguda (MIORANZA, et al., 2008).
Estudo realizado com 1044 gestantes atendidas no Hospital Estadual de
Londrina, Paraná, entre 1996 e 1998, demonstrou prevalência de 67%, deste
percentual, 1.8% apresentaram infecção atual ou recente com risco de transmissão
ao feto (REICHE et al., 2000).
Em estudo, Langoni et al. (2001) encontraram em gatos do estado de São
Paulo e do Paraná, positividade para toxoplasmose em 19,3% dos gatos analisados,
que podem ter oferecido, em um determinado momento, risco de infecção ao
homem. Esse estudo também ressalta a presença de gatos suscetíveis, reforçando
a necessidade de medidas profiláticas nessa população evitando que adquiram a
infecção.
Para a mulher que deseja uma gestação segura preconiza-se realizar o
13
planejamento familiar através da realização de exames sorológicos. Nos casos de
diagnóstico de infecção aguda antes da gravidez, deve-se temporariamente, adiar os
planos de gravidez aguardando os títulos de IgM desaparecerem e IgG baixarem
(ARAÚJO, 2004).
Quando há uma gravidez preconiza-se realizar o pré-natal e em casos de
positividade para infecção aguda por T. gondii, deve-se iniciar o tratamento
adequado que pode reduzir em 60% os casos de transmissão transplacentária
(COURA, 2005).
Segundo Diniz (2006), é importante a prevenção da toxoplasmose utilizando-se
medidas para redução da exposição das gestantes suscetíveis à contaminação
sendo indispensável evitar o consumo de carnes cruas, principalmente de ovinos e
suínos, bem como o contato com terra e animais vetores da doença, particularmente
o gato.
2.5. Diagnóstico
O diagnóstico clínico da toxoplasmose no adulto é praticamente impossível por
ser assintomática ou com sintomas indefinidos. O quadro da toxoplasmose
congênita ou neonatal é mais característico, porém, fica dependente da confirmação
laboratorial (REY, 2001, 2002).
Classicamente, o diagnóstico da toxoplasmose é baseado na pesquisa de
anticorpos contra o parasito. Diferentes marcadores sorológicos têm sido descritos,
de acordo com as características imunoquímicas desses anticorpos, para
diferenciação entre infecção latente e recente (FERREIRA et al., 2007).
Rotineiramente, o diagnóstico da toxoplasmose é feito por meio de testes
sorológicos com diferentes cnicas. O aparecimento de anticorpos traduz a
14
resposta imunológica humoral à infecção adquirida. As curvas de títulos dos
diferentes anticorpos específicos (IgM, IgA, IgE e, principalmente, IgG), reflete a
evolução da toxoplasmose (CAMARGO, 1996 apud UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE LONDRINA, 2008).
Entre os métodos e técnicas para o diagnóstico da toxoplasmose estão a
reação de Sabin-Feldman, hemaglutinação indireta e imunofluorescência indireta.
Essas técnicas foram muito utilizadas e estão em desuso pelas limitações
relacionadas à interferência e pelo surgimento de técnicas mais sensíveis e
específicas (CANTOS, et al., 2000; RODRIGUES, 2006).
Desde a década de 90, os testes imunoenzimáticos, ELISA (Enzime Linked
ImunSorbent Assay), ELFA (Enzime Linked Fluorescent Assay) e
Quimiluminescência têm contribuído para melhorar o diagnóstico da toxoplasmose,
tendo em vista que apresentam maior sensibilidade e especificidade. Os testes por
ELFA-Imunocaptura para IgM e a detecção da avidez de IgG para toxoplasmose têm
facilitado ainda mais a diferenciação da toxoplasmose nos casos de contágio
recente dos com alguns meses de evolução (PERRY, et al., apud FEREIRA et al.,
2007; RODRIGUES, 2006).
outros marcadores que vem assumindo um papel importante no diagnóstico
da toxoplasmose, as dosagens de anticorpos IgA e IgE específicos para a
toxoplasmose, porém são técnicas que não estão suficientemente padronizadas
sujeito a resultados duvidosos (OLIVEIRA, 2002; RODRIGUES, 2006).
Recentemente, se torna possível a técnica Reação em Cadeia de Polimerase
(PCR), utilizando de segmentos de DNA em fluídos corpóreo ou fragmentos de
tecidos, com grande valor diagnóstico, mas ainda com alto custo, impossibilitando
15
seu uso na rotina laboratorial. Mesmo com esses avanços necessidade de
monitoramento das gestantes durante toda gestação (COSTA, et al., 2008).
2.6. Tratamento
Oréfice e Targino, apud Universidade Estadual de Londrina, (2008) observaram
em estudos longitudinais que quando a gestante com toxoplasmose aguda é tratada
como recomendado e o recém-nascido recebe em seu primeiro ano de vida o
esquema clássico e específico antiparasitário para toxoplasmose (sulfadiazida,
pirimetamina e ácido fólico) reduz de 50% para 8% as possibilidades de alterações
neuro-oculares.
Nas infecções adquiridas após o nascimento, em casos assintomáticos, mesmo
com índice elevado de anticorpos e em casos de linfadenites toxoplásmicas, não
requerem tratamento específico, pela sua evolução ser benigna e autolimitada.
Pessoas com processos ativos (miocardites, pneumonites, febre, retinocoroidites e
encefalites) e imunodeprimidos devem receber tratamento adequado (REY, 2002;
COURA, 2005).
Nos casos de pessoas doentes com imunodepressão, deve-se diagnosticar
sorologicamente a infecção por T gondii, assim possibilitando tratamento com menor
risco possível. Para tratamento recomenda-se o esquema clássico (sulfadiazida,
pirimetamina e ácido fólico) como terapia primária, e adequar o tratamento de
acordo com as necessidades avaliadas pelo médico (REY, 2002).
16
3. A TOXOPLASMOSE EM CASCAVEL/PR
Neste capítulo será apresentada a metodologia utilizada na realização da
pesquisa, os resultados obtidos e a discussão destes resultados.
3.1. Metodologia
Este estudo epidemiológico é do tipo descritivo, quantitativo e documental, foi
realizado no âmbito da Secretaria de Saúde do município de Cascavel/PR, tendo por
universo a Divisão de Vigilância Epidemiológica e como amostra as fichas de
notificação do SINAN (Anexo I).
Em agosto de 2001 o município começou a notificação dos casos de
toxoplasmose IgM reagente. Os dados foram coletados a partir de todas as fichas
que compreenderam o período de agosto de 2001 a dezembro de 2008.
A obtenção dos dados ocorreu de forma manual, na Secretaria de Saúde na
Divisão de Vigilância Epidemiológica, onde as fichas de notificação estavam
armazenadas em pastas, divididas por ano.
Para a utilização dos dados, foi encaminhada à Secretaria de Saúde do
município uma autorização que concedia a utilização e manipulação das fichas de
notificação. Essa autorização foi apresentada no pré-projeto de execução
encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE), aprovado segundo parecer 412/2008 CEP
(Anexo II). Foram consideradas normas éticas determinadas na resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Os dados coletados foram classificados em:
17
Dados gerais de notificação, contemplando a data da notificação,
unidade de saúde ou outra fonte notificadora e a função do notificante;
Variáveis de notificação individual, contemplando a idade do individuo,
sexo, escolaridade, bairro de residência e quando gestante, a idade
gestacional em trimestre, trimestre, trimestre e idade gestacional
ignorada.
Após a coleta os dados foram analisados através do Programa Microsoft Office
Excel 2007
©
, sendo os resultados apresentados em forma de tabelas e gráficos.
3.2. Resultados e Discussão
Foram encontrados 208 casos IgM reagentes para toxoplasmose, conforme
Tabela 1 e Figura 2, que representa a distribuição dos casos por ano de notificação
no período de agosto de 2001 a dezembro de 2008.
TABELA 1 CASOS DE TOXOPLASMOSE IgM REAGENTES NOTIFICADOS
PELO SINAN ENTRE AGOSTO DE 2001 E DEZEMBRO DE 2008 EM CASCA-
VEL/PR
Notificação (anos)
%
2001
4,3
2002
16,5
2003
7,6
2004
5,7
2005
4,3
2006
5,2
2007
35,6
2008
20,8
Total
100
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
O nascimento de crianças com toxoplasmose congênita e sorologia materna
negativa para IgM levou os profissionais de saúde a contatar o Laboratório Municipal
18
de Cascavel, onde são realizados os exames, visando possível troca do kit. Então, a
partir de outubro de 2006 houve a troca para um kit cujo método é mais sensível que
o ELISA, a Quimiluminescência. A partir de então, houve uma elevação no número
de notificações à DVE em 2007 e 2008, confirmando a ocorrência dos casos de
toxoplasmose congênita observada pelos profissionais de saúde e o aumento de
IgM reagente para toxoplasmose nos últimos dois anos.
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 2 GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DOS CASOS DE TOXOPLASMOSE
IgM REAGENTES NOTIFICADOS PELO SINAN NO PERÍODO DE AGOSTO,
2001 A DEZEMBRO, 2008
A Figura 3 mostra os casos de toxoplasmose IgM reagentes notificados de
acordo com os bairros, onde os que mais apresentaram ocorrência foram: Guarujá
(n=14), Morumbi (n=11), São Cristóvão, Quatorze de Novembro e Cascavel Velho
(n=10), evidenciando que as regiões leste e sul do município foram as mais
acometidas. Além das UBS(s) dos bairros, instituições como hospitais e o Centro de
Doenças Infecciosas e Parasitárias (CEDIP) também realizaram a notificação dos
casos. São elas: Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) (n=17); Hospital
e Maternidade Santa Catarina (n=1); Hospital e Maternidade Doutor Lima (n=2);
Hospital São Lucas (n=1) e CEDIP (n=4).
19
Observou-se que entre essas instituições, o HUOP e o CEDIP foram os que
mais notificaram localizados na região oeste, onde se observa uma ocorrência
significativa de casos.
Entre as UBS(s) que mais notificaram estão: UBS Central (n=71), UBS
Pacaembu (n=11), UBS Quatorze de novembro (n=10), UBS Guarujá e UBS
Interlagos (n=8). Vale ressaltar que a UBS que mais notificou está localizada na área
central do município anexo ao Laboratório Municipal de Cascavel e ao ambulatório
que atende as gestantes de alto risco. Esse grande número de notificações
correspondente a esta unidade ocorre pela sua localização central, atendendo maior
número populacional, por notificar os casos do próprio ambulatório, das gestantes de
alto risco procedentes de bairros e por ser anexo ao laboratório que realiza os
exames. Fica evidenciado que na região sul o bairro Quatorze de Novembro (n=10)
e o Guarujá (n=14) estão entre os que mais tiveram casos da doença. Da mesma
forma, a UBS Quatorze de Novembro (n=10) e Guarujá (n=8) estão entre as UBS
que mais notificaram, mostrando alta prevalência de casos nestes bairros.
As UBS(s) localizadas nos bairros Cancelli e Alto Alegre (n=2) foram as que
menos notificaram casos de Toxoplasmose IgM reagente. Essa baixa no número de
notificações não significa ausência de casos nesses bairros. A existência de
subnotificação de casos e a busca por atendimento em UBS(s) de outras regiões
pode estar causando esse baixo número de notificações, acarretando também na
diferença encontrada entre o número de casos e o número de notificações
realizadas do mesmo bairro.
20
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 3 MAPEAMENTO DAS NOTIFICAÇÕES POR LOCALIZAÇÃO
A caracterização da amostra quanto ao sexo encontra-se na Figura 4,
observando-se que 11,1% da amostra (n=23) são do sexo masculino. Possivelmente
os casos diagnosticados em homens foram notificados pelo fato dos indivíduos
terem apresentado sintomatologia. A maioria dos casos de toxoplasmose aguda em
homens não é percebida e esses casos não o notificados devido a ausência de
sintomatologia. A presença de 88,5% (n=184) dos casos notificados de toxo-
plasmose IgM reagentes ter sido no sexo feminino se pelo fato desse exame ser
realizado na rotina pré-natal, contemplando um número grande de mulheres.
21
23= 11,1%
1= 0,5%
184= 88,5%
Feminino
Masculino
Em Branco
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 4 CASOS DE TOXOPLASMOSE IgM REAGENTES NOTIFICADOS
POR SEXO
51 = 24,5%
18 = 8,7%
1 = 0,5%
13 = 6,3%
30 = 14,4%
95 = 45,7%
0 a 10 anos
11 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
Acima 40 anos
Em Branco
Fonte:
Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 5 CASOS DE TOXOPLASMOSE IgM REAGENTES NOTIFICADOS
POR IDADE
Analisando a Figura 5 percebe-se maior ocorrência de casos de
Toxoplasmose IgM reagentes na faixa etária entre 21 a 30 anos (45,7%) e 31 a 40
anos (24,5%). Nesta faixa etária as mulheres estão na idade fértil, período em que é
22
realizado o pré-natal. Dentre os 13 casos encontrados na faixa etária de 0 a 10 anos
4 deles foram notificados também suas mães no mesmo período, anterior a 2007,
podendo ser esses 4 casos correspondes as crianças que nasceram com
toxoplasmose congênita, visto que foram diagnosticados casos da doença congênita
em recém nascidos pelos profissionais de saúde neste período.
TABELA 2 RELAÇÃO ENTRE A IDADE E O SEXO DOS CASOS DE TOXO-
PLASMOSE IgM REAGENTES NOTIFICADOS
Sexo
Idade
Homens
Mulheres
Em Branco
Total
0 a 10 anos
9
4
0
13
11 a 20 anos
0
30
0
30
21 a 30 anos
6
89
0
95
31 a 40 anos
3
48
0
51
Acima de 40 anos
5
13
0
18
Em branco
0
0
1
1
Total
23
184
1
208
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Relacionando a idade com sexo fica evidente que as mulheres são as mais
acometidas em todas as faixas etárias, exceto na faixa etária entre 0 a 10 anos
(Tabela 2). Entre as mulheres acometidas (88,5%), percebe-se (Figura 6) que 48,4%
estão entre a faixa etária de 21 a 30 anos. Os dados deste trabalho mostram
semelhança com outros estudos.
Estudo realizado com 1044 mulheres, evidenciando IgM reagente para
toxoplasmose através do ELISA, mostrou que 48,1% das mulheres apresentou idade
pró-criativa média entre 21 a 30 anos (REICHE et al., 2000). Em Mato Grosso do Sul
outra pesquisa revelou uma maior ocorrência em gestantes com 23 anos
(FIGUEIRÓ-FILHO et al., 2005).
23
0 = 0,0%
4 = 2,2%
30 = 16,3%
13 = 7,1%
48 = 26,1%
89 = 48,4%
0 a 10 anos
11 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
Acima 40 anos
Em Branco
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 6 CASOS FEMININOS DE TOXOPLASMOSE NOTIFICADOS POR
IDADE
Ao relacionar a idade com o grau de escolaridade (Tabela 3 e Figura 7),
observou-se alta freqüência de IgM reagente para os indivíduos de 21 a 30 anos que
apresentavam ensino fundamental. Deve-se mencionar o grande mero de fichas
que estavam com o campo da escolaridade em branco (n=44), interferindo na
análise dos dados.
TABELA 3 RELAÇÃO ENTRE IDADE E GRAU DE ESCOLARIDADE DOS CA-
SOS DE TOXOPLASMOSE IgM REAGENTES NOTIFICADOS
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Escolaridade
Idade
Analfabeto
a 4ª Série
Ensino
Fundamental
Ensino
Médio
Ensino
Superior
Em
Branco
Total
0 a 10 anos
1
12
13
11 a 20 anos
1
10
9
1
9
30
21 a 30 anos
4
48
28
15
95
31 a 40 anos
5
26
11
4
5
51
Acima de 40 anos
2
8
5
3
18
Em Branco
1
1
Total
13
93
53
5
44
208
24
A prevalência de casos em indivíduos com ensino fundamental (n=93) se da
em todas as faixas etárias exceto de 0 a 10 anos de idade. Essa escolaridade é
considerada baixa para os indivíduos mais acometidos, de 21 a 30 anos de idade.
Segundo Varella et al. (2003) o grau de instrução diminui a exposição ao risco
devido à adoção de medidas mais apropriadas de higiene relacionadas à
alimentação.
0
10
20
30
40
50
60
0-10 anos 11-20 anos 21-30 anos 31-40 anos Acima 40 anos Em Branco
Analfabeto a 4ª Série Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Em Branco
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
FIGURA 7 GRÁFICO DA RELAÇÃO ENTRE IDADE E GRAU DE ESCOLARI-
DADE DOS CASOS DE TOXOPLASMOSE NOTIFICADOS
Na Tabela 4 fica evidenciado que 70 mulheres estavam gestantes, 2 não
gestantes e 112 das fichas com a informação em branco, interferindo na análise dos
dados. Analisando a idade gestacional das 70 gestantes verificou-se a ocorrência
crescente dos casos de toxoplasmose IgM positiva no trimestre (n=13),
trimestre (n=19) e trimestre (n=32), respectivamente. Dados condizentes com a
literatura, pois segundo Coura (2005) o risco de infecção fetal é dependente da
idade gestacional ocorrendo de 10% a 20% no primeiro trimestre, podendo alcançar
25
60 a 70% no segundo e terceiro trimestre. Contudo, a gravidade das lesões fetais é
inversamente proporcional à idade gestacional.
Assim, fica evidenciado que as gestantes que estavam no trimestre (n=13)
da gravidez têm menor probabilidade de transferir o T. gondii ao feto, mas se
transferir, as lesões poderão ser mais graves. Já a maioria das gestantes que
estavam no trimestre (n=19) e 3º trimestre (n=32) têm maior probabilidade de
acometer o concepto, porém, com lesões menos severas.
TABELA 4 RELAÇÃO ENTRE A FAIXA ETÁRIA DAS GESTANTES E O PERÍO-
DO GESTACIONAL DOS CASOS DE TOXOPLASMOSE NOTIFICADOS
Gestação
Idade
Trimestre
Trimestre
Trimestre
Idade
Gestacional
Ignorada
Sub-
total
Não
Gestantes
Em
Branco
Total
0 a 10 anos
4
4
11 a 20 anos
5
5
8
1
19
11
30
21 a 30 anos
3
12
17
1
33
1
55
89
31 a 40 anos
5
2
6
4
17
31
48
Acima 40 anos
1
1
1
11
13
Total
13
19
32
6
70
2
112
184
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
A Tabela 5 mostra os agentes notificadores dos casos de Toxoplasmose IgM
reagente de acordo com a sua função. Dentre os 208 casos notificados apenas
45,1% estavam com essa informação preenchida observando um grande número de
fichas com o campo da função do notificante em branco 54,9%, interferindo na real
análise dos dados. Observa-se maior número de notificações em profissionais com
nível superior, os Enfermeiros (27,4%) e Médicos (15,8%).
26
TABELA 5 DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE TOXOPLASMOSE NOTIFICADOS
POR FUNÇÃO DO NOTIFICANTE
Função do Notificante
N
%
Assistente Social
1
0,4
Auxiliar de Enfermagem
2
0,9
Coordenadora da UBS
1
0,4
Enfermeiro (a)
57
27,4
Médico (a)
33
15,8
Subtotal
94
45,1
Em Branco
114
54,9
Total
208
100
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Analisando a fonte notificadora de acordo com a função do notificante, na
Tabela 6, identificou-se que os enfermeiros (n=57) notificaram das UBS(s), Hospitais
e CEDIP. A classe médica (n=33) notificou somente da UBS Central, possivelmente
pelo fato de esta UBS realizar o atendimento das gestantes de Alto Risco do
município. Os Auxiliares de Enfermagem (n=2) notificaram da UBS Central e UBS do
bairro Universitário. O Coordenador da UBS e Assistente Social notificaram uma
única vez na UBS do bairro Santos Dumont e CEDIP, respectivamente.
TABELA 6 RELAÇÃO ENTRE A FONTE NOTIFICADORA E A FUNÇÃO DO
NOTIFICANTE DOS CASOS DE TOXOPLASMOSE NOTIFICADOS
Notificante
Fonte Notificadora
Ass.
Social
Aux.
Enf.
Coord.
UBS
Enfermeiro(a)
Médico(a)
Total
UBS
2
1
53
33
89
Hospital
2
-
2
CEDIP
1
2
3
Total
1
2
1
57
33
94
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
Este estudo revelou um grande número de fichas com vários campos em
branco (com valores ausentes), interferindo na análise geral dos dados. A ausência
27
destes dados e a falta de informações importantes que deveriam estar alimentando
o SINAN podem comprometer a tomada de decisões dos serviços que o utilizam
como fonte, dificultando a prestação dos serviços de saúde e o monitoramento do
controle das doenças de notificação obrigatória.
Segundo Luna, (2004) o preenchimento dos instrumentos de coleta de dados
é visto, por grande parte dos profissionais de saúde no país como burocracia, uma
parte menos valorizada e até mesmo sem importância do processo de trabalho.
Ressalta ainda que, essa visão o é exclusiva dos profissionais de nível local, os
gestores do sistema de saúde tendem a reproduzi-la.
Outro estudo realizado por Nogueira et al. (2009) demonstra que a
capacitação profissional da equipe pode promover melhoria no registro das
informações, pela compreensão acerca da finalidade e importância das informações
preenchidas.
Os dados que são coletados devem ser tratados e devolvidos as unidades
que realizam a coleta através de tabelas, gráficos e estudos estatísticos, ou seja, na
forma de informações gerenciais. Assim, esses funcionários, que executam a coleta,
observam a utilidade dessas informações, tornando a coleta uma ação valorizada no
processo de trabalho. Desta forma, fica evidente que a dificuldade encontrada na
manutenção dos dados, possivelmente, ocorre pela não compreensão da verdadeira
função que os dados obtidos representam. A falta de retorno destas informações na
forma de estudos, aliado à falta de capacitação profissional, torna essa coleta
meramente burocrática, desencadeando um processo prejudicial ao bom
acompanhamento do controle de casos da doença e outros objetivos que se
pretende.
28
No site da Prefeitura Municipal de Cascavel, Secretaria de Saúde, Divisão de
Vigilância em Saúde, consta uma lista das doenças de notificação compulsória e
outros agravos de interesse epidemiológico com os respectivos números de casos
nos anos de 2005, 2006 e 2007. Ao confrontar os dados publicados no site com os
da pesquisa percebe-se uma discordância nos números, dos anos de 2006 e 2007,
sendo publicado pelo site (n=12) e (n=72) casos respectivamente, e encontrados
pela pesquisa (n=11) e (n=74) casos respectivamente. Em 2005 o mero de casos
divulgados pelo site e os encontrados pela pesquisa foram iguais (n=9).
Possivelmente esta discordância se pelo fato desse trabalho ter utilizado fichas,
que podem ter sido extraviadas ou não encontradas no momento da coleta, ou
ainda, por falha humana no manuseio.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em parceria do
Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde do estado do Paraná e do
município de Londrina, iniciaram em 2005, um programa de controle da
toxoplasmose gestacional e congênita que foi implantado em todas as UBS do
município de Londrina/PR.
Os resultados obtidos propiciaram a elaboração de protocolos para diagnóstico
e tratamento, condutas que devem ser adotadas nas maternidades e ambulatórios,
fluxograma das ações do programa de vigilância da toxoplasmose que,
posteriormente, foram contempladas no Manual de Vigilância em Saúde Gestacional
e Congênita (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2008).
A DVE de Cascavel/PR está fazendo parte deste projeto, adotando as
medidas que constam no Manual de Vigilância em Saúde da Toxoplasmose
Gestacional e Congênita. Desde o segundo semestre de 2008 estão sendo
coletadas as informações, a partir de um questionário epidemiológico (anexo III),
29
acerca dos hábitos alimentares, presença de animais, renda familiar, entre outros,
dados de suma importância na investigação causal da doença. Essas informações
estão sendo enviadas aos pesquisadores envolvidos no projeto, para análise e
divulgação das informações recebidas.
30
4. CONCLUSÃO
O estudo revelou 208 casos notificados de toxoplasmose IGM reagentes
através do SINAN entre agosto de 2001 a dezembro de 2008. Foi constatado um
aumento no número de notificações à Vigilância Epidemiológica nos últimos 2 anos
pela troca do kit de diagnóstico por um método mais sensível.
Foi observado que a primo-infecção ou reagudização da doença na cidade
acomete principalmente mulheres entre os 21 e 30 anos com ensino fundamental.
Analisando a idade gestacional das 70 gestantes fica claro a ocorrência
crescente dos casos de toxoplasmose IgM positiva no trimestre (n=13),
trimestre (n=19) e 3º trimestre (n=32), respectivamente.
Ficam evidente que os bairros Guarujá (n=14), Morumbi (n=11), São Cristóvão
Quatorze de Novembro e Cascavel Velho (n=10), localizado na região sul e leste do
município são os mais acometidos.
O HUOP (n=17) e o CEDIP (N=4) estão entre as instituições que mais
notificaram e localizam-se na região sul na qual se constatou grande ocorrência de
casos. Entre as UBS que mais notificaram estão: UBS Central (n=71); UBS
Pacaembu (n=11), UBS Quatorze de novembro (n=10), UBS Guarujá e Interlagos
(n=8).
Dentre os que notificam os casos, observa-se uma prevalência de notificação
por parte dos profissionais com nível superior, Enfermeiros (n=57) e Médicos (n=33).
De posse dessas informações, a Vigilância Epidemiológica juntamente com os
profissionais que atuam nos centros de saúde do município, poderão repensar as
medidas e programas adotados, incorporando novas medidas para assistir essas
31
mulheres que estão sendo mais acometidas, entre 21 e 30 anos com ensino
fundamental.
Acredita-se que trabalhos que utilizam os dados que constam no SINAN
contribui de forma significativa para a melhoria da qualidade deste sistema na
medida em que os municípios e os profissionais percebam a importância das
informações para o conhecimento do comportamento do agravo e do perfil do
paciente, o que com certeza auxiliará no planejamento das ações de controle e
assistência.
A parceria criada entre a Secretaria de Saúde de Cascavel e a UEL tornou
possível a utilização de condutas e protocolos padronizados permitindo melhor
atendimento a essa população. Com a coleta de informações epidemiológicas será
possível conhecer a realidade local dos bairros mais acometidos identificando o
meio de transmissão que possivelmente prevalece nas diferentes regiões.
A criação de parcerias entre a Secretaria de Saúde, Universidades locais,
como a UNIOESTE e as associações de moradores dos bairros é uma forma de
aumentar a divulgação dos meios de prevenção e controle da toxoplasmose através
de reuniões, palestras e oficinas, priorizando os bairros mais acometidos, visando
diminuição dos casos.
Sugere-se reforçar as orientações de prevenção da toxoplasmose durante o
pré-natal visto que a idade prevalente corresponde à idade fértil da mulher, visando
diminuir a primo-infecção ou reagudização da doença.
Infelizmente, observou-se neste estudo o grande número de fichas de
notificação sem preenchimento ou com a informação incorreta. Portanto, como
forma de melhorar o registro das informações pode-se adotar a formação continuada
da equipe que atua nos centros de saúde, demonstrando a finalidade das
32
informações preenchidas, para que se possa cobrar o correto preenchimento dessas
informações.
Fica a sugestão para outras pesquisas conhecer a real dificuldade encontrada
pelos profissionais de saúde na alimentação do SINAN, visto o grande número de
informações em branco nas fichas de notificação, bem como criar maneiras de
disseminar as informações sobre como prevenir a toxoplasmose nos bairros com
maior número de casos.
33
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37
ANEXO I Ficha de notificação do SINAN utilizada para notificação da
toxoplasmose em Cascavel/PR
38
ANEXO II Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIOESTE
39
ANEXO III Questionário epidemiológico adotado pela DVE desde o segundo
semestre de 2008
40
41
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/><span xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/Text" property="dc:title"
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per&#237;odo de 2001-2008</span> est&#225; licenciado sob uma <a rel="license"
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