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onomatopéia e vocábulo onomatopaico, mas, sobretudo distingui-las, visando à
verificação do grau de possibilidade de delimitação conceitual entre os termos que
as encerram.
Enquanto por vocábulo expressivo entende-se palavra formada via
sugestão fonológica (palavra sugestiva), por onomatopéia entende-se tanto o
processo de formação de uma palavra a partir da reprodução aproximada, com os
recursos de que a língua dispõe, de um som natural a ela associada, quanto à
palavra assim formada (HOUAISS, 2001) – o vocábulo onomatopaico.
Os vocábulos onomatopaicos – as onomatopéias propriamente ditas –
constituem objetos sonoros de configuração definida e valor significativo
constante, embora impreciso, dentro de uma comunidade lingüística, constituídos,
mais freqüentemente por uma combinação de sons correspondentes aos fonemas
da língua dessa comunidade: zás, pum, pimba, dlim-dlão, tlim-tlim, tic-tac, etc.
(MARTINS, 2003: 48)
A delimitação desses conceitos, contudo, nem sempre é consensual.
Alguns autores, como Câmara Jr., defendem, por exemplo, que vocábulo
expressivo e vocábulo onomatopaico não se devem confundir (CÂMARA JR:
2002: 182), o que não é tão simples, uma vez que ambos se originam do mesmo
tipo de recurso morfo(fono)-estilístico, como por exemplo a reduplicação,
conferindo assim sonoridade e especial grau de expressividade ao discurso.
Constatada a existência de dois tipos de vocábulos na língua, uns que são
prosaicos (cadeira, criança, gato etc.) e outros, com especial expressividade, que
não o são (tique-taque, cocoricó, nhenhenhém, balacobaco, telecoteco etc.), este
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Tradução da autora. No original: “La langue japonaise parlée est três souvant ornée
d’onomatopées, ce qui lui confère um charme enfantin... Les onomatopées utilisées rendent la
conversation plus vivante et permettent d’instaurer de la convivialité entre les locuteurs.”
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