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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA - FAV
TERAPIA FOTODINÂMICA SOBRE CARCINOMA
MAMÁRIO DE CADELA CULTIVADO IN VITRO
MARTHA DE SOUZA TEIXEIRA DA ROCHA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
EM SAÚDE ANIMAL
BRASÍLIA/DF
MARÇO/2010
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ii
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
TERAPIA FOTODINÂMICA SOBRE CARCINOMA MAMÁRIO DE CADELA
CULTIVADO IN VITRO
MARTHA DE SOUZA TEIXEIRA DA ROCHA
ORIENTADOR: PAULA DINIZ GALERA
CO-ORIENTADOR: RICARDO BENTES DE AZEVEDO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
EM SAÚDE ANIMAL
PUBLICAÇÃO: 020/2010
BRASÍLIA/DF
MARÇO/2010
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iv
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E CATALOGAÇÃO
ROCHA, M.S.T.. Terapia fotodinâmica sobre carcinoma mamário de cadela
cultivado in vitro. Brasília:Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária,
Universidade de Brasília, 2010, 85 p. Dissertação de Mestrado.
FICHA CATALOGRÁFICA 020/2010
Documento formal, autorizando reprodução
desta dissertação de mestrado para
empréstimo ou comercialização,
exclusivamente para fins acadêmicos, foi
passado pelo autor à Universidade de
Brasília e acha-se arquivado na Secretaria
do Programa. O autor reserva para si os
outros direitos autorais, de publicação.
Nenhuma parte desta dissertação de
mestrado pode ser reproduzida sem a
autorização por
escrito do autor. Citações
são estimuladas, desde que citada a fonte.
Rocha, Martha de Souza Teixeira da
Terapia fotodinâmica sobre carcinoma mamário de cadela
cultivado in vitro / Martha de Souza Teixeira da Rocha
orientação de Paula Diniz Galera, co-orientação de Ricardo
Bentes de Azevedo Brasília, 2010. 85p.: il.
Dissertação de Mestrado (M)
Universidade de
Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária,
2010.
1.terapia fotodinâmica, 2.carcinoma mamário, 3.cadela, 4.
alumino-cloro ftalocianina lipossomal.
I. Rocha, M.S.T.. II. Terapia fotodinâmica sobre carcinoma
mamário de cadela cultivado in vitro
CDD ou CDU
Agris / FAO
v
DEDICATÓRIA
A Deus, meu rochedo, minha salvação e minha fortaleza (Salmo 61.3)
Aos meus amados pais Geraldo Rosalvo e Maria Virgínia e ás minhas irmãs Mariana
e Maria Izabel pelo amor, amizade, paciência e confiança. Sem o apoio incondicional
de vocês, certamente não chegaria até aqui.
Amo vocês
vi
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Aos Profs. Drs. Carolina Madeira Lucci e Ricardo Bentes de Azevedo, agradeço pela
oportunidade dada, sem a qual nada disso seria possível. Obrigada por ajudar não
somente a mim como também, a todos que lhes procuram na busca pelo
conhecimento. Obrigada por acreditarem em seus orientados, co-orientados e
discentes, pelos valiosos ensinamentos e valores morais adquiridos e pelo
companheirismo principalmente nas horas em que nem eu acreditava mais em mim.
Minha admiração e respeito pelos mestres, profissionais, líderes e seres humanos.
vii
AGRADECIMENTOS
Á minha orientadora, Profª Dra. Paula Diniz Galera, pela orientação concedida, pela
confiança, pelos vários anos de convivência e oportunidades. Você é um exemplo
para mim.
Ao Prof.Dr. Carlos Roberto Daleck e Prof Dra. Mônica Pereira Garcia pelo aceite do
convite para compor a minha banca examinadora. Fico honrada com a presença,
correções e considerações dos docentes para a melhoria do presente trabalho.
Ao Prof. Dr. Antônio Cláudio Tedesco e equipe pela disponibilidade de envio e
formulação do agente fotossensibilizador.
Ao Prof. Sebastião Willian da Silva pela generosidade de realizar as avaliações do
LED e paciência em ensinar a uma médica veterinária importantes conceitos da
Física.
Aos Profs. Msc, Christine Souza Martins, Prof. Dr. Richard da Rocha Filgueiras e
Prof. Dr. Daniel Gerardi pelos ensinamentos e ajuda nas horas mais difíceis. Mais
que grandes mestres, vocês foram grandes amigos. A admiração e o respeito serão
eternos.
Ao Prof Dr Márcio Botelho de Castro, pela ajuda sincera e desinteressada nas
análises adicionais ao meu projeto. Sei que posso contar a qualquer hora seja com o
docente ou com o amigo. Conhecer essa pessoa tão íntegra e de bom coração foi
um dos grandes presentes que ganhei no mestrado.
Ao Prof. Ricardo Titze pela disponibilidade do laboratório do MMB.
A todos, sem exceção, funcionários, médicos veterinários e residentes do Hospital
Veterinário da UnB, pelo apoio, paciência, solidariedade, e compreensão nos
momentos de ausência. Obrigada especialmente a Equipe da Clínica Cirúrgica e aos
viii
funcionários Alex, Cris, Hugo, Joacir, Monique, Nazaré e Wilson pela ajuda nos
horários mais imprevisíveis.
A equipe do laboratório de Morfologia e Morfogênese da UnB, em especial a Zélia e
aos pesquisadores Camila, Carol, Claúdio, Grazielli, Jaqueline, João, Jú, Larissa,
Leandro, Luis, Maitê, Natália, Patricia, Victoria, por me receberem de braços abertos
e pelas inúmeras ajudas no decorrer de meu mestrado. A cada dia admiro mais a
capacidade científica de cada um de vocês, contem sempre comigo.
A Universidade de Brasília por ter me acolhido desde a graduação. Minha história
profissional sempre estará vinculada a está instituição tão querida.
Aos órgãos de fomento: CNPq, CAPES, Finatec, pelo auxílio financeiro.
A Pós Graduação Saúde Animal - FAV, e especial ao coordenador Prof. Dr Vítor
Salvador Picão e aos funcionários Kelly Cristina e Deuzidete pelo empenho de vocês
sempre quando me foi necessário.
A toda equipe da Microbiologia Veterinária, Patologia Veterinária e Patologia Clínica,
pela boa vontade em todos os momentos.
As médicas-veterinárias: Anahí, Cris, Karla, Marta, Mirna e Vanessa. Não há
palavras para agradecer tanto esforço, tanta amizade e desprendimento. Nesta
trajetória muitas vezes árdua, vocês foram sensacionais.
Ao Laboratório de Reprodução Animal e as mestrandas Luciana e Renata, amigas
adquiridas no laboratório para toda vida. Agradeço pelo companheirismo, seja nas
horas de alegria quando as coisas davam certo ou nas horas de tristezas
decorrentes dos obstáculos enfrentados. Vocês foram fundamentais para meu
equilíbrio.
ix
As Médicas veterinárias, Alexandra, Bruna, Catarina, Etiele e Samara pela valiosa
ajuda nos atendimentos e atenção aos meus pacientes tão especiais da oncologia.
Sem a ajuda de vocês, jamais conseguiria tocar meus projetos.
Ao amigo e médico veterinário Mário Falcão, pelos anos de amizade. A cada dia lhe
admiro mais como ser humano e profissional. Estarei sempre presente quando
precisar.
A Maria Fernanda, “filha”, médica veterinária e minha amiga, pelas palavras corretas
nas horas mais incertas e pelas várias ajudas no decorrer deste trabalho. Obrigada
por me ouvir, e por sempre estar disposta a me ajudar.
A Ana Bárbara, médica veterinária pelo carinho, amizade, cooperação e força no
Hvetinho. Obrigada pelo ombro amigo.
A minha melhor amiga, minha irmã Luiza Quintão pela presença constante mesmo
estando fisicamente distante e pela amizade verdadeira. Obrigada por sempre estar
ao meu lado nos momentos mais importantes, seja torcendo pelo meu sucesso, pela
minha felicidade, seja me protegendo, me consolando ou me aconselhando. Sua
amizade é essencial em minha vida. Como sinto sua falta, mas agora falta bem
pouquinho... Volta logo!!!
Aos meus “filhos”: Brisa, Cocada, Nina e Nikos, pelo amor incondicional. Desculpem
pela falta de tempo principalmente nesta reta final.
Aos meus queridos pacientes e seus respectivos proprietários. Todo esforço,
dedicação, estudos é por amor e dedicação a vocês. Obrigada pela confiança em
meu trabalho e pela paciência nos momentos em que não pude estar presente.
Saudades eternas a Sacha, Layka, Pagu, Kay, Fufu e Bárbara Carolina.
Ao amigo e médico veterinário Levi Fiúza, você faz parte de tudo isso... Saudade
eterna...
x
“A vida é valor absoluto. Não existe vida menor ou maior, inferior ou
superior. Engana-se quem mata ou subjuga um animal por julgá-lo
inferior. Diante da consciência que abriga a essência da vida, o crime é
o mesmo.”
(Olympia Salete)
xi
SUMÁRIO
Página
Xii
LISTA DE FIGURAS xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES xv
RESUMO xvi
ABSTRACT xvii
CAPÍTULO I 01
Introdução 01
Referencial Teórico 03
15
16
27
27
29
44
54
59
60
67
67
68
xii
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO 1
Classificação Histológica dos Neoplasmas Mamários em Cadelas
segundo a Organização Mundial de Saúde (MISDORP et al.,
1999).
04
QUADRO 2
Descrição da constituição de cada grupo experimental. As
demarcações em “X” referem-se à aplicação do item em questão
48
xiii
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1
Ilustração gráfica dos mecanismos fotoquímicos presentes na TFD.
Observa-se transferência de energia e a produção de radicais livres
em diferentes tipos de reações, após a excitação do fármaco FS
devido à irradiação com LED
11
FIGURA 2
Imagem fotográfica do aparelho LED protótipo utilizado nesta
dissertação, em funcionamento durante TFD. Note a amostra
protegida da luz ambiente
33
FIGURA 3
Imagem computadorizada da faixa obtida através da cromatografia
de camada delgada (CCD) para identificação da faixa de
comprimento de onda do LED. Observa-se em 580nm percepção do
espectro (luz), em 660nm obtém-se seu maior valor e em 700nm
termina seu espectro
33
FIGURA 4
Representação esquemática elucidando as etapas envolvidas da
colheita da amostra até o estabelecimento das culturas primárias. A)
cadeia mamária unilateral removida cirurgicamente do paciente
contendo massas tumorais em glândula mamária abdominal cranial
e inguinal; B) excisão do fragmento tumoral para colheita da
amostra; C) diérese do material; D e E) imediatos ciclos de lavagens
da amostra e envio para o laboratório através do meio de transporte;
F) fracionamento da amostra coletada e G) cultivo produzido a partir
dos fragmentos do tumor.
36
FIGURA 5
Representação do preparo das placas de 24 poços para realização
do experimento com TFD. A) garrafa de cultivo contendo células
aderidas na superfície e confluentes; B) após adição da solução de
tripsina-EDTA e consequente destacamento das células aderidas ao
fundo do frasco de cultura; C) e D) ressuspesão do meio contendo
células soltas e envio para centríuga a 750xg durante 05 minutos
para formação do pellet
. E) descarte do sobrenadante e
ressuspensão do pellete em 1mL de meio e F) transferência de
1x10
5
células em cada poço para após 24 horas de estufa realização
do experimento.
38
FIGURA 6
Representação esquemática dos grupos experimentais e análises
realizadas.
40
FIGURA 7
Viabilidade média (± DP) das células após 24 horas do experimento,
avaliadas pelo ensaio com corante Azul Tripan.
(ab)
Barras com
diferentes letras indicam diferença significativa entre os tratamentos
(P<0,05).
46
FIGURA 8
Viabilidade média (± DP) das células após 24 horas do experimento
através do método de avaliação MTT.
(abc)
Barras com diferentes
letras indicam diferença significativa entre os tratamentos (P<0,05).
47
FIGURA 9
Fotomicrografias de flurescência de células cultivadas de carcinoma
mamário de cadela em diferentes grupos experimentais coradas com
xiv
alaranjado de acridina e brometo de etídeo, mostrando células
viáveis (A), em apoptose tardia (B), apoptose (C), e necrose (D).
48
FIGURA 10
Porcentagem média (± DP) de células vivas, com apoptose e
necrose após 24 horas do experimento através do método de
coloração com alaranjado de acridina e brometo de etídio.
(a,b)
Barras
com diferentes letras indicam diferença significativa entre os
tratamentos (P<0,05).
(**)
Diferença estatisticamente significativa de
células mortas por necrose entre TFD e os demais grupos (P<0,05).
49
FIGURA 11
Fotomicrografias de células do grupo controle em cultivo. Em (A)
observa-
se no aumento de 100X, nível de confluência de
aproximadamente 80%, células justapostas, (B D) aumento de
200x e 400X, células de diferentes formatos, núcleo, citoplasma
evidentes. Notar escassez ou ausência de células arredondadas e
imersas no sobrenadante.
51
FIGURA 12
Fotomicrografias de células em cultivo tratadas com terapia
fotodinâmica. (A) observa-se no aumento de 100X, ausência de
confluência, células arredondadas flutuantes no meio de cultivo, (B)
aumento de 400X além das características observadas em (A), há
também poucas células aderidas no fundo da placa, próximas aos
aglomerados celulares de formato arredondado. (C) aumento de
400X verificam-se células poligonais com vacúolos citoplasmáticos
(seta) e em (D) aumento de 600X, observa-se com melhor precisão
as alterações analisadas em (C).
52
FIGURA 13
Fotomicrografias de células cultivadas em lamínulas com coloração
panótico rápido, grupo controle. (A) aumento de 25X, projeção
espacial da monocamada de células, (B) aumento de 100X, células
com arranjo uniforme, e projeções citoplasmáticas conferindo-lhes
aspecto de estrela. (C) aumento de 200X e (D) aumento de 400X,
observa-
se citoplasma abundante, núcleo preservado e bem
delimitado, presença de inúmeros grânulos citoplasmáticos.
54
FIGURA 14
Fotomicrografias de células cultivadas em lamínulas com coloração
panótico rápido, grupo TFD. (A C) - aumento de 400X, células em
processo degenerativo, perda da morfologia padrão, (D) aumento de
100X, fundo da placa com ausência de monocamada e intensa
quantidade de debris celulares
55
xv
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
ALA
Ácido Alfa-Linoléico
AlClFt
Alumínio-Cloro-Ftalocianina
AlPCS
4
Alumínio-Ftalocianina Tetrasulfonada
ANOVA
Análise de Variância
B16F10
Murine Melanoma Cells
CCD
Cromatografia de Câmara Delgada
CHO-KI
Growth in Chinese Hamster Ovary Cells.
DMEM
Dulbecco's Modified Eagle's Medium
DMSO
Dimetilsulfóxido
DNA
Ácido Desoxiribonucléico
±
DP
Desvio Padrão Médio
EDTA
Ácido Etilenodiaminotetracético
EROS
Espécie Reativa de Oxigênio.
FAV
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária
FS
Fotossensibilizador
HEp - 2
Human Epidermoid Cancer Cells
IB
Instituto de Ciências Biológicas
INCA
Instituto Nacional do Câncer
LED
Laser Emissor de Diodo
MCF-7c3
Human Breast Cancer Cell Line
MTT
(brometo de 3(4,5 dimetiltiazol-2il)-2,5-difenil-tetrazólio)
NHIK
Human Cervix Carcinoma
OMS
Organização Mundial da Saúde
OSCC
Oral Squamous Cells Carcinoma
PBS
Solução de Tampão Fosfato
PVPI
Polivinilpirrolidona
TFD
Terapia Fotodinâmica
TNM
Tumor/NóduloLinfonodo/Metástase
UnB
Universidade de Brasília
ZnPc
Zinco-ftalocianina
xvi
RESUMO
O câncer de mama representa o neoplasma maligno mais comum nas
cadelas e o tratamento atualmente consiste na sua excisão, associado ou não à
quimioterapia adjuvante que pode ser eficaz ou não. Conseqüentemente é crescente
a busca por alternativas terapêuticas que cessem ou retardem o crescimento
tumoral. Uma terapia promissora, difundida para o tratamento de alguns tipos de é a
terapia fotodinâmica que se baseia na combinação de um fármaco
fotossensibilizante que quando ativado provoca morte celular. O objetivo do trabalho
foi avaliar a aplicação e citotoxicidade da Terapia Fotofinâmica mediada pelo
Alumínio-Cloro-Ftalocianina em formulação liposomal (TFD-AlClFt) em um sistema
de tratamento experimental in vitro de amostras tumorais extraídas de carcinoma
mamário de cadela submetida ao tratamento cirúrgico tradicional. Para isso foram
formados 04 grupos experimentais: grupo controle, LED, fármaco fotossensibilizador
AlClFt 2,5µM e TFD. O grupo O controle (1) foi aquele em que as células não foram
submetidas a nenhum tratamento; O grupo LED (2) recebeu iluminação com a fonte
de luz LED na intensidade 10 J/cm
2
e comprimento de onda 660nm. O grupo AlClFt
(3) apenas administração do fármaco AlClFt e grupo TFD (4), que consistiu na
terapia fotodinâmica. Foram analisados viabilidade celular, citotoxicidade, via de
morte celular e possíveis alterações morfológicas através dos ensaios ciitotóxicos;
azul tripan, dupla coloração de alaranjado de acridina e brometo de etídio, MTT e
avaliações morfológicas que evidenciaram efetividade da TFD nas condições
experimentais deste trabalho.
.
1.terapia fotodinâmica, 2.carcinoma mamário, 3.cadela, 4. alumino-cloro
ftalocianina lipossomal
xvii
ABSTRACT
Breast cancer is the most common malignant neoplasm in dogs and treatment
currently consists of surgical excision, with or without adjuvant chemotherapy.
However, the search for alternative therapies to stop completely or to slow down
tumor growth is increasing. Photodynamic therapy (PDT) is based on the
combination of a photosensitizing agent that once activated causes cell death. The
objective of this study was to evaluate PDT mediated by Aluminum-Chlorine-
Phtalocyanine (AlClPc) in an experimental in vitro treatment system of tumor
samples taken from mammary carcinoma of dogs subjected to surgical excision . The
primary cell culture was divided into four experimental groups: control, LED,
photosensitizer AlClPc 2.5 µM and PDT. The control group (1) represented the cells
which had not undergone any treatment, the LED group (2) was exposed to a LED
light source of 10 J/cm
2
intensity and wavelength of 660nm. The AlClPc group (3)
was treated with only the photosensitizer agent and the PDT group (4), was the one
that undergone the photodynamic therapy. Cell viability, cytotoxicity and cell death
pathways were evaluated through the cytotoxicity assays: trypan blue, double
staining of acridine orange and ethidium bromide and MTT. Cultures were also
subjected to morphological evaluation by optic microscopy. It can be observed from
the results that the amount of cell death was significantly higher (P <0.05) in the PDT
group when compared to the other groups by all tests, and the cell death was due to
necrosis. It can be concluded that the PDT is an effective treatment in cell culture of
canine mammary carcinoma.
1 photodynamic therapy, 2. mammary carcinoma, 3. dog, 4. aluminium-chlorine-
phtalocyanine
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O câncer é hoje um dos principais problemas de saúde pública mundial.
Dados epidemiológicos apontam as neoplasias malignas como terceira maior causa
de morte do mundo, sendo a segunda entre as doenças. Estes dados promoveram
uma espécie de corrida mundial para a “cura” do câncer. Grande parte dos atuais
conhecimentos em biologia celular foi desenvolvida a partir de projetos com
interesse em terapêutica para os tumores malignos (INCA, 2008).
O câncer é uma terminologia mundialmente conhecida para uma série de
doenças que possuem em comum a hiperproliferação de populações celulares
específicas, com potencial de invasão de tecidos próximos e/ou distantes. Em
termos patológicos, o câncer é classificado como uma neoplasia maligna, ou seja, é
o desenvolvimento de novos clones celulares com atividade proliferativa superior às
das células vizinhas e com caráter de invasão e destruição tecidual adjacente
acentuada (KNOWLES & SELBY, 2005).
Conforme também observado na medicina, a oncologia é hoje uma das
especialidades que mais evolui dentro da medicina veterinária de animais de
companhia (WHITROW, 2006). Dentro da oncologia, os tumores mamários são, sem
dúvida, os mais estudados (BRODEY, et al., 1983), pois representam os tumores
malignos mais comuns em cadelas e correspondem a 25-50% dentre todas as
neoplasias (JONES et al., 2000). Nos cães observa-se uma incidência
2
aproximadamente três vezes maior que a do câncer de mama nas mulheres
(RUTTERMAN et al., 2001). O diagnóstico precoce favorece o tratamento, que
atualmente baseia-se na sua excisão, associado ou não à quimioterapia adjuvante
(MOULTON 1990; CEBALLOS et al, 1993; SILVA, 2000, OGILVIE & MOORE, 2001).
Uma alternativa para tratamento de diferentes tipos de câncer é a Terapia
Fotodinâmica (TFD), que pode ser substituta ou adjunta para a cirurgia, radioterapia
e/ou quimioterapia. A grande vantagem da utilização da TFD é a sua alta
seletividade na eliminação dos tecidos neoplásicos (DANIELL & HILL, 1991;
RUSLANDER et al., 1997; MERKEL & BIEL, 2001), tornando-se opção mais recente
e promissora de tratamento clínico contra o câncer (DANIELL & HILL, 1991;
RUSLANDER et al., 1997; MERKEL & BIEL, 2001). O presente estudo pretende
avançar na avaliação do uso da TFD em um sistema de tratamento experimental in
vitro de amostras tumorais extraídas de carcinoma mamário de cadela submetida ao
tratamento cirúrgico tradicional.
3
REFERENCIAL TEÓRICO
1. Câncer de Mama
A evolução da Medicina Veterinária tem contribuído para a maior longevidade
dos animais. Nutrição balanceada, prevenção a doenças, diagnósticos precisos e
tratamentos adequados permitem uma sobrevivência maior e uma melhor qualidade
de vida. Conseqüentemente, doenças que geralmente acometem animais idosos
tornam-se mais freqüentes. É o caso, por exemplo, dos neoplasmas (OGILVIE &
MOORE, 2001; LANA et al., 2007; MONDIANO & BREEN, 2007).
O aprofundamento dos estudos tem demonstrado que dentre as neoplasias
que acometem as cadelas, as neoplasias da glândula mamária merecem destaque,
sobretudo por sua alta incidência e pela semelhança, em diversos aspectos, aos
tumores de mama em mulheres constituindo assim, modelos apropriados e válidos
ao estudo da biologia tumoral, carcinogênese (MOTTOLLESE et al., 1994; ZUCCARI
et al., 2001),
É relevante citar que dada a apresentação histopatológica e comportamento
biológico similar ao da espécie humana, o câncer de mama em cadelas torna-se um
molde experimental para avaliação de agentes terapêuticos (GILBERTSON et al.,
1983; NERURKAR, 1989; PELETEIRO, 1994; CAVALCANTI & CASSALI, 2006;
TERZIAN et al, 2007).
Os neoplasmas de mama representam 25 a 50% das neoplasias que
acometem as cadelas, e quando se leva em consideração os cães em geral, as
neoplasias mamárias são menos freqüentes apenas que os tumores de pele
(RUTTEMAN, 1995, JONES et al., 2000; LANA et al., 2007). As raças apontadas
como de maior ocorrência de tumor mamário são Cocker Spaniel, Poodle, Labrador
e Dachshund, apesar de estudos relatarem o fato de não haver predisposição racial
(LANA et al., 2007).
As neoplasias mamárias são de grande interesse de patologistas, devido a
sua complexidade, dificuldade de classificação como, também, o exame
histopatológico ser o método eletivo para identificar as características
4
correlacionadas ao tratamento e ao prognóstico clínico do paciente (LIMA &
MARTINS, 1992; MOTA & OLIVEIRA, 1999; MISDORP, 2002). Somando-se a outros
fatores, o tratamento cirúrgico é o de eleição, pois, em princípio, todos os tumores
deverão ser submetidos a exames histológicos. Mesmo nódulos pequenos, com
aparência de benignidade, podem revelar focos de células malignas, e as biópsias
excisionais são essenciais para o diagnóstico (MISDORP, 2002). A classificação dos
neoplasmas mamários em cadelas segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS
- Misdorp et al., 1999), está disposta no Quadro 1.
Quadro 01 Classificação Histológica dos Neoplasmas Mamários em Cadelas
segundo a Organização Mundial de Saúde (MISDORP et al., 1999).
I - Neoplasmas Malignos
II - Neoplasmas Benignos
Carcinoma não-infiltrativo (in situ)
Adenoma
Carcinoma Complexo
Adenoma Simples
Carcinoma Simples
Adenoma Complexo
Carcinoma túbulo-papílifero
Adenoma Basalóide
Carcinoma sólido
Fibroadenoma
Carcinoma anaplásico
Baixa celularidade
Tipos específicos de carcinoma
Alta celularidade
Carcinoma de células fusiformes
Tumor misto benigno
Carcinoma de células escamosas
Papiloma Ductal
Carcinoma mucinoso
Carcinoma rico em lipídeos
Carcinossarcomas
Sarcomas
Fibrossarcoma
Osteossarcoma
Outros tipos de sarcomas
Carcinoma em tumores benignos/
Sarcoma em tumores benignos
Fonte: Adaptado de Rutterman & Withrow, 2007.
A transformação neoplásica é multifatorial (MORRIS & DOBSON, 2001). O
desenvolvimento de neoplasia mamária na cadela é dependente, em grande parte,
de hormônios, como o estrógeno, a progesterona e o hormônio do crescimento que
influenciam a carcinogênese (MORRISON, 1998; FONSECA et al., 2000; ZUCCARI
et al., 2001). MacEWEN et al. (1982) e Sartin (1992) identificaram receptores de
estrógenos em 40 a 60% dos casos de câncer de mama em cães. O estrógeno
estimula o aumento da atividade mitótica do epitélio mamário, o que eleva o risco de
5
aparecimento do tumor. Porém, por si só ele não desencadeia o surgimento do
mesmo, mas associado a outros fatores e em fases distintas da formação do tumor,
pode ter papel determinante, seja na multiplicação ou na transformação genômica
das células (MOULTON, 1990; PELETEIRO, 1994).
A incidência de tumor de mama é de 0,5% com a castração antes do primeiro
cio, 8% após o primeiro ciclo estral e 26% após dois ou mais ciclos, até os dois
primeiros anos (O’KEEFE. 1997; MORRISSON, 1998). No entanto, cadelas
submetidas à ovariossalpingohisterectomia após os dois anos e meio de idade ou
concomitante à mastectomia, não são beneficiadas pelos efeitos profiláticos deste
procedimento (PELETEIRO, 1994; YAMAGAMI et al., 1996; MORRISON, 1998;
FONSECA & DALECK, 2000; RUTTEMAN et al., 2001; GALERA et al., 2002).
É importante salientar as características clínicas e o comportamento biológico
de cada neoplasia, pois elas estarão associadas com o prognóstico desfavorável.
Características como modo e taxa de crescimento, volume total do tumor e
envolvimento dos linfonodos regionais e distantes são fundamentais para determinar
prognóstico e possível tratamento. Conseqüentemente, a abordagem clínica primária
é essencial para o correto estadiamento da enfermidade, que no caso de
neoplasmas mamários em cadelas deve ser voltado para avaliar a fase de evolução
tumoral, bem como as possibilidades de progressão do tumor.
O modo de crescimento de uma neoplasia é freqüentemente o indicador da
sua invasividade relativa. Lesões expansivas, bem circunscritas são mais facilmente
excisadas; tumores infiltrativos com ou sem ulceração ou de tecidos abaixo da
glândula mamária são mais agressivos, apresentando elevada taxa de recidiva no
pós-operatório (LERZIAN, et al., 2007; NELSON & COUTO, 2006). É fundamental,
também, análise dos linfonodos regionais já que tumores com alto potencial
metastático possuem prognóstico desfavorável (DALECK et al., 1998; GALERA et
al., 2002; MORRIS & DOBSON, 2001; QUEIROGA & LOPES, 2002; ZUCARRI et
al., 2005).
Clinicamente os tumores mamários podem ser únicos ou múltiplos. Cerca de
65 a 70% deles acomete as glândulas inguinais e as abdominais caudais,
provavelmente em decorrência do maior volume de tecido mamário (RUTTEMAN et
al., 2001).
6
Distintos procedimentos cirúrgicos são empregados na conduta terapêutica. A
mastectomia regional baseia-se na drenagem venosa e linfática do tecido mamário.
Há conexão entre as glândulas torácicas craniais e caudais, e entre as abdominais
caudais e as inguinais. As glândulas torácicas craniais e caudais e a abdominal
cranial, e eventualmente a abdominal caudal, drenam para o linfonodo axilar. O
linfonodo inguinal superficial drena as glândulas abdominais craniais e caudais e as
inguinais (ALLEN et al., 1986; MISDORP, 2002; CARVALHO, 2006). Considerando-
se as características anatômicas, é recomendada a extração destas glândulas em
bloco, incluindo o linfonodo adjacente (RUTTEMAN et al., 2001; MISDORP, 2002;).
A excisão cirúrgica completa do tumor, com margem de segurança, é o
tratamento de eleição, conferindo maior sobrevida às cadelas com câncer de mama
(BIRCHARD, 1995 apud DE NARDI, 2007), à exceção dos tumores inoperáveis, a
exemplo dos carcinomas inflamatórios e as metástases para órgãos distantes
(MISDORP, 2002). A escolha da técnica cirúrgica mais adequada é determinada
pelo tamanho, localização e consistência tumorais, grau de infiltração e número de
tumores, achados radiográficos de tórax, e comprometimento ou não dos linfonodos
regionais (MISDORP, 2002). A localização do tumor, considerando-se a drenagem
linfática das glândulas mamárias, determina a opção da técnica cirúrgica a ser
adotada (McCAW,1996; MARTINS & FERREIRA, 2003).
Outros tratamentos podem ser associados ao procedimento operatório tais
como quimioterapia e radioterapia. A aplicação dos tratamentos varia de acordo com
o estágio de desenvolvimento e localização do tumor (McCAW, 1996; QUEIROGA &
LOPES, 2002; FOSSUM et al., 2005).
A radioterapia é um tratamento não-invasivo indicado principalmente para
pacientes submetidas à cirurgia visando evitar a recorrência do tumor. Tal terapia
utiliza raios X ou gama com alta energia que é direcionada para o local do
tumor/cirurgia. A energia empregada deve ser suficiente para causar danos que
garantam a eliminação de todas as células tumorais. No entanto, essa radiação
também incide em células normais (BUCCI et al., 2005). Os principais efeitos
colaterais são ressecamento da mucosa oral, hiperemia na área tratada e fadiga
após o tratamento (NIH, 2005). Esta técnica não é difundida na medicina veterinária
e seus benefícios ainda não foram definidos, de forma que implica em maiores
7
estudos a cerca de sua eficácia (LANA et al., 2007), sendo portanto, alvo
experimental até dado momento (ZUCCARI et al, 2001; WHITROW, 2007)
A utilização de protocolos de quimioterapia adjuvante tem aumentado nos
últimos anos, proporcionando aumento na qualidade de vida dos animais, porém, os
carcinomas são tumores com baixo grau de quimiosensibilidade (MORRIS &
DOBSON, 2001; RUTTEMAN et al., 2001). A quimioterapia consiste no uso de
fármacos citotóxicos aplicados através das vias endovenosa, oral ou intratumoral e
que atingem preferencialmente células com elevadas taxas de mitose, ou seja, as
células cancerígenas. No entanto, outras células normais do organismo com
elevadas taxas de mitose também podem ser afetadas (FONSECA & DALECK,
2000; ZUCCARI et al., 2001; WEINBERG, 2006). Os efeitos colaterais desse
tratamento variam de acordo com o tipo de fármaco utilizado. Estes efeitos
compreendem a morte de células sangüíneas, alopecia, alterações gastrintestinais
(náuseas, vômito e diarréia) e perda de apetite (FONSECA & DALECK, 2000; NIH,
2005). Os fármacos mais empregados no tratamento para câncer de mama em
cadelas são a doxorrubicina, a ciclofosfamida e o 5-Fluorouracil (FRIMBERGER &
COTTER, 1995; DALECK et al.,1998; DAGLI, 2002; NOVOSSAD, 2003; LANORE &
DELPRAT, 2004). As falhas nos protocolos quimioterápicos são devidas a
resistência celular aos fármacos, provocada pela presença da proteína
transmembrana glicoproteína-P, produzida pelo gene MDR1 (RODRIGUEZ et al.,
1997; DE NARDI et al., 2007).
2. Terapia Fotodinânima
A terapia fotodinâmica (TFD) consiste na administração por via tópica ou
sistêmica de fármacos fotossensibilizantes (FS), que se acumulam
preferencialmente nos tecidos neoplásicos e através da incorporação celular da
substância fotossensibilizadora que é ativada por determinada fonte de luz,
adequado comprimento de onda e oxigênio molecular, acarretando citotoxicidade e
morte celular (DANIELL & HILL, 1991; RUSLANDER et al., 1997; MACHADO,
2000b; MERKEL & BIEL, 2001; SIMPLISIO, 2002).
Ensaios clínicos consideram que a TFD pode se tornar uma opção de
tratamento para o câncer (TEDESCO et al., 2003; TEDESCO et al., 2004, CHEUNG
8
et al., 2005; PARISSE & BUZAID, 2006; LONGO et al., 2009). A grande vantagem
da utilização da TFD é a sua alta seletividade na eliminação dos tecidos neoplásicos
(DANIELL & HILL, 1991; RUSLANDER et al., 1997; MERKEL & BIEL, 2001),
podendo ser associada a terapias tradicionais com produção mínima de mutilação e
complicações, se comparada ao tratamento cirúrgico tradicional (DANIELL & HILL,
1991). Tais características resultam da seletividade da destruição tecidual da terapia
em decorrência do controle do local tratado, e sem dano extenso às estruturas
normais circunjacentes (DANIELL & HILL, 1991).
Os primeiros passos da avaliação do efeito da aplicação da TFD na medicina
veterinária foram realizados na década de 80 para o carcinoma de células
escamosas com as porfirinas, derivados da hematoporfirina, fármaco
fotossensibilizador de primeira geração (MERKEL & BIEL, 2001). Os principais
efeitos colaterais observados era fotossensibilização tardia e eritema local.
Em seguida, Peaston et al.,1993, utilizaram a TFD em 18 gatos com
carcinoma de células escamosas, com fotossensibilizador, tetrasulfonato
fitalocianina de alumínio. Neste estudo, houve êxito do tratamento em mais de 80%
dos pacientes, e os efeitos colaterais restringiram-se à formação de edema e
eritema local. Os mesmos achados foram descritos por LEACH & PEASTON (1994),
após utilização da TFD com mesmo fotossensibilizador, em estudo com 45 gatos
que apresentavam carcinoma de células escamosas.
Nos últimos anos, outros agentes seletivos de ação fotodinâmica com efeitos
colaterais reduzidos foram desenvolvidos, tais como o ácido alfa-linoléico (ALA) para
tratamento de carcinoma de células escamosas em gatos (STELL et al, 2001;
LUCROY et al, 2003), os agentes lipossomais e as nanopartículas (ANIOLA et al,
2003; OLIVEIRA et al, 2006; BARBOSA, 2008).
Tapajós et al (2008) demonstraram que o fotossensibilizador Alumínio-Cloro-
Ftalocianina apresentou excelentes resultados na aplicação da TFD em modelos de
cultura de células derivadas de Carcinoma Epidermoide Bucal Humano.
Posteriormente, semelhante protocolo de aplicação da TFD foi avaliado em
diferentes modelos experimentais para o câncer de boca em camundongos (LONGO
et al., 2009). Neste estudo, não foram observados efeitos adversos aos animais
tratados de forma sistêmica com o fármaco fotossensibilizador (LONGO et al., 2009).
9
2.1. Mecanismos da fotossensibilização
O mecanismo de ação da TFD é uma reação fotoquímica promovida pela
irradiação dos FS com fontes de luz em comprimentos de onda adequados, ou seja,
específicos (RUSLANDER et al., 1997; OLIVEIRA et al., 2006). A absorção de fótons
pelo fármaco promove a sua transformação em uma molécula extremamente
instável que reagirá com o oxigênio presente no meio tecidual formando uma
cascata de espécies reativas de oxigênio e conseqüentemente geração dos efeitos
citotóxicos da terapia sobre as células alvo (LUKSIENE, 2003; PERUSSI, 2007).
Durante a terapia fotodinâmica, na presença de oxigênio encontrado nas
células o fotossensibilizador que se encontra ligado ao tumor é ativado pela luz e
passa do estado fundamental ao estado excitado, denominado estado singlete. As
moléculas excitadas podem retornar ao seu estado fundamental emitindo energia na
forma de calor ou fluorescência, por meio da liberação de fótons, ou progredir na
cadeia de reações químicas, passar a outro estado de excitação menos instável
denominado de estado triplete. Neste estado, eles podem interagir diretamente com
substratos biológicos ou moléculas na sua vizinhança por transferência de elétrons
ou hidrogênio, levando à formação de íons peróxidos, superóxidos e radicais
hidroxilas, gerando uma cascata de espécies reativas de oxigênio (EROs),
denominada reação do tipo I (DANIELL & HILL, 1991; HENDERSON &
DOUGHERTY, 1992; LUKISIENE, 2003, PERUSSI, 2007)..
As moléculas em estado triplete podem, também, transferir sua energia
diretamente para o oxigênio celular e formar o oxigênio singlete altamente reativo e
responsável pela morte celular, chamada de reação tipo II (DANIELL & HILL, 1991;
HENDERSON & DOUGHERTY, 1992; MACHADO, 2000b, LUKISIENE, 2003,
PERUSSI, 2007). Tais reações são rapidamente descritas na figura 01.
Ambos os caminhos podem levar à morte celular e à destruição do tecido
doente (SKIVKA et al., 2004; PERUSSI, 2007; BUCK, 2009). O oxigênio singlete
reage com quase todos os componentes celulares uma vez que os compostos
orgânicos insaturados são, de forma geral, suscetíveis à ação do oxigênio reativo.
Como a primeira barreira para esta molécula é a membrana celular que contém
lipídeos insaturados, estes podem ser danificados e tornar a célula inviável. Os
10
hidroperóxidos resultantes podem levar à formação de EROS através de reações
catalíticas (CARRE et al., 1999; CASTANO et al., 2006). Uma vez que a reatividade
das EROS com moléculas orgânicas não é específica, qualquer macromolécula
dentro da célula pode ser um alvo em potencial para terapia fotodinâmica
(DOLMANS et al., 2003). Assim, a multiplicidade de alvos dificulta o
desenvolvimento de resistência celular sendo essa, juntamente com a citotoxicidade,
uma das vantagens da fotossensibilização (DOLMANS et al., 2003; FEROLLA, 2007;
PERUSSI, 2007; BUCK, 2009).
Figura 01 Ilustração gráfica dos mecanismos fotoquímicos presentes na TFD.
Observa-se transferência de energia e a produção de radicais livres em diferentes tipos de
reações, após a excitação do fármaco FS devido à irradiação com LED. .
11
As EROs são radicais livres com alta energia que podem reagir com várias
biomoléculas, acarretando modificações químicas que impedem seu funcionamento
normal. A geração de uma cascata de espécies reativas após a aplicação da TFD é
um fator fundamental para a citotoxicidade causada pela terapia devido a sua alta
capacidade de interações com diferentes biomoléculas (DOLMANS et al., 2003;
CASTANO et al., 2005; LONGO et al., 2009).
2.2. Fatores envolvidos na fotossensibilização
A maioria dos fotossensibilizadores é retida tanto nos tecidos normais como
nos neoplásicos (HENDERSON & DOUGHERTY, 1992; SKIVKA et al., 2004). O
agente fotossensível, segundo MACHADO (2000b), tende a se concentrar no tecido
lesionado, mas o mecanismo não está totalmente esclarecido. Sharman et al, 1999,
Dolman’s et al, 2003, descrevem que apesar desta retenção não ser claramente
elucidada, alguns fatores são incriminados como responsáveis. A permeabilidade da
membrana das células neoplásicas encontra-se alterada, as fibras colágenas que
interagem no tumor são imaturas e semelhantes às observadas em tecidos
embrionários e em processo de cicatrização recente. Essas fibras imaturas
apresentam grande capacidade de ligação às porfirinas, agente fotossensibilizador,
constituindo um local para retenção e acúmulo do fármaco. Outros fatores como a
rede linfática pouco desenvolvida, a presença de macrófagos e o menor pH
intracelular também favorecem maior concentração do fármaco nas células tumorais
(MOAN & PENG, 2003; NOWIS et al, 2005).
Outro importante componente na TFD é a fonte de luz (HENDERSON &
DOUGHERTY, 1992). As fontes de radiação são, em geral, laser ou laser emissor de
diodo, (MACHADO, 2000a; CARVALHO, 2008). As principais vantagens do laser
como fonte de luz são a estabilidade, coerência e previsibilidade (PARIZE &
BUZAID, 2006); entretanto, este possui um custo elevado (MACHADO, 2000a).
Conseqüentemente, a disponibilidade do laser emissor de diodo (LED) tornou o valor
das fontes de luz mais acessíveis, visto ser um quarto do valor econômico do laser
12
(DOUGHERTY, et al., 1998; MANG, 2004). O LED, apesar de apresentar potência
inferior ao laser, possui comprimento de onda e características químico-físicas
necessárias para a adequada aplicabilidade da TFD (MACHADO et al., 2000a;
MANG, 2004. CARVALHO, 2008).
Logo, a eficácia da TFD depende da natureza química do fotossensibilizador,
da adequada concentração nos tecidos e da localização celular no momento da
irradiação, seja através do laser ou LED, de radiação luminosa compatível com as
características bioquímicas do fotossensibilizador permitindo que este seja excitado.
Outros fatores que interferem são o tempo entre a administração do FS, das
características anatômicas do neoplasma ou no caso experimental, da linhagem
celular tumoral utilizada e da disponibilidade de oxigênio molecular da célula
tumoral durante todo o processo (HRLE et al., 1998; MACHADO, 2000b;
PERUSSI, 2007)
2.3. Fotossensibilizadores
Conforme elucidado anteriormente, os FSs são os elementos principais na
execução da TFD. Estas estruturas realizam a transferência de energia luminosa
para gerar reações que culminam com a formação de uma série de espécies
químicas altamente reativas, que por sua vez promovem a destruição das células-
alvo. Diversos FSs têm sido desenvolvidos e testados clinicamente para serem
utilizados na TFD. Inicialmente, a literatura classificou os grupos de FSs em
gerações de fármacos de acordo com o período cronológico de desenvolvimento
(DOUGHERTY, et al., 1998). Contrários a classificação cronológica, Allison et al.,
(2004) classificaram os FSs de acordo com suas semelhanças bioquímicas,
classificando-os em famílias de fotossensibilizadores.
A escolha de um FS para a utilização na TFD envolve uma complexa análise
de características até que se possa determinar qual a melhor opção para a
execução da TFD. Dentre os pontos a serem analisados, há as propriedades
específicas como as características fotofísicas, a estruturação química, a toxicidade,
a ação mutagênica e a carcinogenicidade dos fármacos (HENDERSON &
13
DOUGHERTY, 1992). Devem ser avaliadas ainda a seletividade do fármaco pelas
células alvo; possíveis afeitos adversos decorrentes de exposição à luz branca,
toxicidade no escuro, via de administração, custos, solubilidade e água ou solvente
inócuo, capacidade e tempo de eliminação dos fármacos, comprimento de onda para
ativação e efetividade clínica (ALLISON et al., 2004; CASTANO et al., 2005). A
análise de todos estes fatores muitas vezes se torna complexa, mas é apropriado ter
um fator de efetividade calculado subjetivamente para justificar a escolha de um FS
entre as várias opções terapêuticas (CASTANO et al., 2006).
MACHADO (2000b) citou que a primeira geração de agentes
fotossensibilizadores baseia-se em mistura de derivados porfirínicos. Os fármacos
da segunda geração, como as ftalocianinas e as clorinas, podem ser excitados com
radiação de comprimento de ondas maiores, quando o tecido biológico tem menor
absorção e a profundidade de penetração da luz é maior, e apresentam um período
de eliminação mais curto. O fotossensibilizador pode ser aplicado por via
intravenosa ou tópica (MERKEL & BIEL, 2001).
Os fotossensibilizadores mais utilizados são os de primeira geração, tal como
o Photofrin (MERKEL & BIEL, 2001). Este foi desenvolvido em fins da década de 80,
sendo o primeiro agente fotossensibilizador a ser autorizado por órgãos
governamentais (MACHADO, 2000b). A medicação é ativada com um comprimento
de onda de 630nm (MERKEL & BIEL, 2001). Entre seus efeitos colaterais está a
indução de prolongada fotossensibilidade dérmica e ocular (MACHADO, 2000b).
Entre as famílias de FSs, as ftalocianinas têm despertado grande interesse da
comunidade científica. Estudos clínicos e pré-clínicos envolvendo ftalocianinas têm
apresentado resultados promissores para aplicação na TFD. Como grandes
vantagens, as ftalocianinas são ativadas por luz em comprimentos de onda elevados
(650-750 nm), o que confere maior poder de penetração, além de apresentarem
baixa toxicidade quando empregada na TFD (ALLISON et al., 2004).
Outra importante característica desta classe de FS é serem hidrofóbicos.
Devido a esta característica química, estes fármacos necessitam ser incorporados a
sistemas de liberação de fármacos específicos para que possam circular através do
plasma sanguíneo. Um dos sistemas de liberação descritos para o carreamento de
fármacos lipossolúveis são os lipossomas. Essas estruturas são pequenas vesículas
formadas por paredes fosfolipídicas contendo um compartimento aquoso no seu
14
interior. Desta forma, esse sistema pode carrear tanto estruturas lipofílicas (na
parede) quando hidrofílicas (interior) (SIBATA et al., 2004).Além da capacidade de
fluir livremente pelo plasma sanguíneo, a associação de ftalocianinas com
lipossomas apresenta outras vantagens, como sua maior captação pelas células
tumorais. A estrutura do lipossomo pode ser modificada pela adição de algumas
substâncias como colesterol. A presença deste lipídio na parede do lipossoma tende
a aumentar a captação dos fármacos pelos tecidos tumorais. Esse aumento se
refere ao fato de existir um aumento de receptores de membrana com afinidade para
colesterol. Esta afinidade química permite que haja uma maior captação de FS pelas
células neoplásicas (DOUGHERTY, et al., 1998; OLIVEIRA et al., 2006; LONGO et
al., 2009). Estudos experimentais (TAPAJÓS et al., 2008) demonstraram a alta
efetividade da Alumínio-Cloro-Ftalocianina na destruição de células em cultura
derivadas de Carcinoma Epidermóide Bucal Humano. Nesse mesmo estudo, foi
descrita a baixa citotoxicidade do FS quando administrado às células de cultivo na
ausência da iluminação com laser. Corroborando com tais achados, Longo et al.,
(2009) avaliaram a eficiência da TFD mediada por Alumínio-Cloro-Ftalocianina. em
formulação lipossomal sobre a mesma linhagem celular, como em modelos
experimentais in vivo, camundongos imunocompetentes (Swiss) e
imunocomprometidos (nude-Balb/c).com o mesmo neoplasma.
2.4. Morte Celular
A terapia fotodinâmica pode produzir apoptose ou necrose, ou uma
combinação dos dois mecanismos (OLEINICK et al., 2002). Apoptose é uma forma
regulada de morte celular que pode ocorrer em eventos fisiológicos ou patológicos
que é dependente da expressão intrínseca celular, no qual uma cascata da
caspases é induzida (WISING, et al., 2005). Morfologicamente, os elementos
cruciais do processo são condensação da cromatina, encolhimento celular e
produção de corpos apoptóticos os quais são engolfados por células circunvizinhas
e então fagocitados (NOWIS, et al., 2005; OLEINICK et al., 2002).A morte celular
caracterizada por necrose, em geral, está relacionada à presença de um agente
agressor de alta intensidade. Nessas situações, os mecanismos básicos de defesa e
15
escape celulares da morte são ineficientes devido à grande intensidade do estímulo
agressor como o promovido pela formação de radicais livres após a aplicação da
TFD (OLEINICK et al., 2002; RICH et al., 2000). Uma das características marcantes
da necrose são as alterações funcionais em diferentes regiões subcelulares, com
especial atenção às membranas biológicas que provocam a liberação dos conteúdos
celulares e conseqüente perda de viabilidade. Associada à destruição das
membranas celulares, ocorre a liberação de fosfolipídios de membrana e,
conseqüentemente, a geração de intenso processo inflamatório decorrente dos
produtos gerados na via da lipooxigenase (RICH et al., 2000).
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar o efeito in vitro da Terapia Fotodinâmica mediada pelo Alumínio-
Cloro-Ftalocianina em formulação liposomal (TFD-AlClFt) sobre culturas primárias
derivadas de carcinoma mamário de cadelas.
Objetivos Específicos
Obter culturas primárias de carcinoma mamário de cadela;
Verificar a citotoxicidade provocada AlClFt no escuro e LED, nas condições
utilizadas no trabalho.
Analisar citotoxicidade, as vias de morte celular e as possíveis alterações
morfológicas causadas pelo tratamento com a TFD-AlClFt.
16
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27
CAPÍTULO II
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA TERAPIA FOTODINÂMICA SOBRE CARCINOMA
MAMÁRIO DE CADELA CULTIVADA IN VITRO.
INTRODUÇÃO
Os tratamentos para o câncer atualmente disponíveis, apesar de
apresentarem bons efeitos terapêuticos, possuem inúmeros efeitos colaterais
adversos. O desenvolvimento de novas terapias que possam ser utilizadas como
forma de tratamento principal ou como terapia adjuvante é fundamental para o
estabelecimento de protocolos terapêuticos mais efetivos contra as diferentes
modalidades de câncer.
A avaliação de eficiência de um protocolo terapêutico para o tratamento do
câncer é extremamente complexa e envolve diversas etapas de avaliação até que se
comprove a sua efetividade clínica. Ensaios clínicos demonstram que a TFD é um
tratamento interessante para o câncer. Suas principais características são de
seletividade obtida pelo acúmulo preferencial do fotossensibilizador na célula
tumoral e a habilidade de reter a ativação deste fármaco através da restrição de
iluminação àquela região específica (MACHADO, 2000; MERKEL & BIEL, 2001);.
28
Portanto, comparativamente aos métodos atuais de tratamento, a TFD possui a
vantagem de ser mais efetiva e seletiva na destruição das células tumorais,
preservando a integridade das células adjacentes normais. Além disso, trata-se de
uma modalidade de tratamento minimamente invasiva, podendo ser aplicada
repetidamente no mesmo local e usada no tratamento de vários tipos de câncer,
incluindo aqueles que são resistentes às outras terapias. É importante observar que
a utilização da quimioterapia, radioterapia ou cirurgia não impedem a aplicação da
TFD, podendo ser usadas antes ou após o paciente ser submetido a TFD
(FEROLLA, 2007; PASCHOAL, 2009).
Os primeiros passos da avaliação do efeito da aplicação da TFD mediada
pela AlClFt-liposomal foram conduzidos com êxito em sistemas de cultura celular e
em modelos tumorais experimentais em camundongos (TAPAJÓS et al., 2008;
LONGO et al., 2009). O presente estudo pretende avançar na avaliação deste
protocolo terapêutico em um sistema de tratamento experimental in vitro de
amostras tumorais extraídas de carcinoma mamário de cadela submetida ao
tratamento cirúrgico tradicional.
29
MATERIAIS E MÉTODOS
Esse trabalho, sob o número de processo UNBDOC nº 36972/2008, foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa no Uso Animal (CEUA) do Instituto de
Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB).
1. MATERIAIS
As soluções estoque dos meios, corantes e reagentes foram preparadas em
PBS, ph=7,4 e mantidas a temperatura ambiente, ou quando necessário refrigerado
a 4°C e ao abrigo da luz. Todas as soluções foram esterilizadas por filtração em
membrana de 0,22μm imediatamente antes do uso e armazenadas em frascos de
vidro autoclavados ou aliquotados em micro tubos do tipo eppendorfs.
1.1. Procedência das Amostras Neoplásicas
O estudo foi conduzido no Hospital Veterinário de Pequenos Animais, no
Laboratório de Morfologia e Morfogênese do Instituto de Ciências Biológicas (IB) e
no Laboratório de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária (FAV),
todos pertencente à Universidade de Brasília (UnB), Distrito Federal.
A amostra utilizada foi extraída de um paciente da espécie canina, raça
pitbull, nove anos de idade, com nódulo de aproximadamente 2,5cm de diâmetro na
glândula mamária inguinal esquerda posteriomente diagnosticado com carcinoma
complexo de mama moderadamente diferenciado invasor, através de análise
histopatológica, proveniente do Serviço de Clínica Cirúrgica, setor de oncologia, do
Hospital Veterinário de Pequenos Animais da UnB. O atendimento, a avaliação
clínica e pré-operatória do animal, assim como fornecimento de informações e
recomendações necessárias ao proprietário, foi realizads conforme rotina hospitalar.
O procedimento cirúrgico adotado foi mastectomia radical unilateral esquerda, de
acordo com o estabelecido na literatura (RUTTEMAN et al., 2001; MISDORP, 2002).
O proprietário estava ciente, através de autorização escrita, que continha descritos
os mecanismos e procedimentos utilizados como também, os riscos inerentes
envolvidos em quaisquer procedimentos cirúrgicos e anestésicos.
30
Vale ressaltar que o animal foi submetido ao procedimento cirúrgico usual e
para o cultivo celular foram utilizadas amostras do material comumente excisado no
procedimento cirúrgico tradicional. A biópsia que geralmente é enviada para análise
histopatológica foi fragmentada e encaminhada para o cultivo celular. O animal foi
acompanhado diariamente até a retirada da sutura e depois semanalmente para
acompanhamento do quadro clínico e evolução quimioterápica conforme conduta do
médico veterinário responsável.
1.2. Fotossensibilizador
1.2.1. Formulação lipossomal de Alumínio-Cloro-ftalocianina (AlClft)
Utilizou-se nos tratamentos deste estudo, amostra de ftalocianinas
lipossomais, na concentração de 5 µM, estocada no escuro, gentilmente cedidas
pelo Prof. Dr. Antônio Cláudio Tedesco USP/ Ribeirão Preto. As demais
concentrações de estudo, 2,5 µM, foram retiradas desta mesma amostra e diluídas
de acordo com a concentração almejada com Solução Tampão Fosfato Salina (PBS)
(LB
®
Laborclin Ltda., Brasil) estéril em capela com fluxo laminar contínuo horizontal.
1.3. Fonte de Luz
Empregou-se protótipo Laser Emissor de Diodo (LED), (Figura 02),
comprimento de onda de 660 nm, com potência de 75 - 78 mW a distância
determinada de quatro centímetros entre a lente do LED e o objeto experimental.
Tais valores foram determinados através da avaliação física gentilmente realizada
pelo Prof. Dr. Sebastião Willian da Silva Instituto de Física /UnB. O comprimento
de onda foi calculado através da Cromatografia de Camada Delgada (CCD - Figura
03) e espectofotometria para aferição do espectro. O LED utilizado é formado por
uma banda espectral inserida no espectro vermelho.
31
Figura 02 Imagem fotográfica do aparelho protótipo LED em funcionamento
durante TFD. Note a esquerda, amostra envolvida em papel alumínio para ficar protegida da
luz ambiente.
Figura 03 Imagem computadorizada da faixa obtida através da cromatografia de
camada delgada (CCD) para identificação da faixa de comprimento de onda do LED.
Observa-se em 580nm percepção do espectro (luz), em 660nm obtém-se seu maior valor e
em 700nm termina seu espectro.
32
Dose (J/cm
2
) = Potência (watt) X Tempo (segundos)
Área irradiada (cm
2
)
A potência do LED foi medida em um colimador ligado a uma fonte de
quantificação de concentração fotônica (intensidade medida em watts) e fonte de
energia de 220 volts.
A dosidometria estipulada para o experimento foi obtida através da fórmula:
*Dose: energia necessária para excitação dos fótons dada por J/cm
2
*Potência: intensidade da fonte de luz a uma determinada distância, medida
em watts.
*Tempo: período em segundos de exposição a fonte de luz necessário para a
excitação dos fótons.
*Área: espaço da amostra a ser irradiada pela fonte de luz medida pela área
da circunferência do fundo da placa.
1.4. Concentração do fotossensibilizador e dosidometria
Inicialmente realizou-se um estudo preliminar da aplicação da TFD in vitro
mediada pela AlClFt-liposomal em diferentes períodos de tratamento para averiguar
o tempo mínimo necessário de exposição ao LED como também, a concentração de
AlClFt.
Após análise destes resultados (dados não mostrados), a concentração
escolhida de AlClFt-liposomal foi de 2,5μM e fonte de luz, LED, com: comprimento
de onda 660nm.,potência entre 75 -78 mW, densidade de energia de 10J/cm
2
.
2. METODOLOGIA
2.1. Obtenção das Amostras
Uma vez removido cirurgicamente, os tumores foram imediatamente
seccionados em fragmentos de aproximadamente dois centímetros de diâmetro com
33
auxílio de lâmina de bisturi nº 10, cabo de bisturi nº 03 e pinça anatômica. Em
seguida, foi novamente excisado em duas partes iguais de um centímetro cada. A
primeira amostra foi armazenada em frasco coletor de amostras biológicas de
capacidade 50mL contendo formol a 10% e encaminhada para avaliação
histopatológica juntamente com o restante da biópsia excisional do paciente. No
outro fragmento foram realizados ciclos de lavagem, através da imersão da amostra
em um tubo falcon 50mL com Polivinilpirrolidona Iodo (PVPI) tópico - LM
®
Farma,
Brasil, seguidos de quatro lavagens com solução fisiológica NaCl 0,9%, - Equiplex
®
Brasil, todos estéreis para finalmente armazenagem em tubo falcon contendo meio
de cultivo Dulbeco’s Modified Eagle Medium (DMEM) - GIBCO
TM
,
EUA, e antibiótico
penicilina (100 μg/mL) e estreptomicina (100 μg/mL) - Sigma Adrich
®
, EUA, o qual
serviu de meio de transporte do material até o laboratório.
A manipulação em todas as etapas deste procedimento foi feita de forma
estéril, e os materiais utilizados foram previamente esterilizados.
2.2. Cultivo Celular
Fragmentos dos tecidos tumorais excisados durante o tratamento cirúrgico
tradicional foram encaminhados para o estabelecimento de culturas celulares
primárias. Após o estabelecimento das culturas primárias derivadas do neoplasma,
foi realizada a aplicação da TFD mediada pela AlClFt-liposomal in vitro e demais
grupos experimentais.
Todos os procedimentos que serão posteriormente descritos foram realizados
em capela de fluxo laminar horizontal - CFLH-12, VECO
®
, Brasil, com material
estéril. Cabe ressaltar que, sempre antes da utilização da câmara de fluxo laminar,
era realizada limpeza mecânica com álcool a 70% e em seguida, repouso de 30 a 40
minutos sob luz ultravioleta.
2.2.1. Estabelecimento de culturas primárias
34
As culturas de células de tecidos tumorais foram estabelecidas conforme o
seguinte protocolo: uma vez removido o tecido tumoral de maneira asséptica,
conforme descrito no item 2.1, a amostra foi transportada para o laboratório em 5mL
de meio de transporte. Em seguida, o material foi seccionado em pequenos
fragmentos com aproximadamente 0,5mm de diâmetro (separação mecânica do
material biológico), sob placa de Petri de vidro com auxílio de pinça anatômica e
lâmina de bisturi número 20 acoplado em cabo de bisturi nº 04. Em seguida, o
material foi transferido para placa de 6 poços e garrafa pequena de cultivo contendo
meio DMEM suplementado com 10% de soro fetal bovino - GIBCO
®
, Brasil,
penicilina (100μg/mL) e estreptomicina (100μg/mL). As placas e as garrafas foram
colocadas em estufa TE 399Tecnal
®
, Brasil, e mantidas a 37,5ºC, em atmosfera
umidificada com 5% de CO
2
em ar (Figura 04).
Figura 04 Representação esquemática elucidando as etapas envolvidas da
colheita da amostra até o estabelecimento das culturas primárias. A) cadeia mamária
unilateral removida cirurgicamente do paciente contendo massas tumorais em glândula
mamária abdominal cranial e inguinal; B) excisão do fragmento tumoral para colheita da
amostra; C) diérese do material; D e E) imediatos ciclos de lavagens da amostra e envio
para o laboratório através do meio de transporte; F) fracionamento da amostra coletada e G)
cultivo produzido a partir dos fragmentos do tumor.
Para estabelecimento de subculturas, partindo-se inicialmente da placa de
seis poços e uma garrafa de 25cm
2
para cultura de células, após atingir 75% de
35
confluência, as células foram soltas do fundo do frasco por tratamento com solução
de tripsina-EDTA - GIBCO
®
- Canadá, contendo 2,5 g/L de tripsina (1:250) e 0,38 g/L
de EDTA, por três minutos, a 37º C. Em seguida adicionou-se igual volume de meio
de cultivo com soro fetal bovino para inativação da tripsina, e o volume total
contendo a suspensão de células foi transferido para um tubo de centrífuga,
centrifugado a 750 x g por 5 minutos, para formar um precipitado de células (pellet).
O sobrenadante foi descartado e as células foram ressuspendidas em novo meio de
cultivo. Este volume total foi distribuído em placas e garrafas de cultura, as quais
eram acondicionadas na estufa conforme descrito anteriormente.
2.2.3. Manutenção do Cultivo Celular
Os frascos de cultura foram avaliados a cada 48 horas em microscópio
invertido com contraste de fase onde na ocasião era realizada a troca de metade do
volume do meio das placas e das garrafas, ou caso atingissem confluência, a
repicação.
2.3. Delineamento Experimental
Em todos os experimentos aqui realizados, a aplicação do LED e do fármaco
AlClFt-liposomal, seja isolado ou na TFD, foram realizadas em ambiente escuro,
sem luminosidade.
2.3.1. Preparação do Cultivo para os experimentos in vitro
Partindo-se inicialmente de uma garrafa para cultura de células contendo uma
monocamada de células confluentes, outras garrafas foram preparadas similar ao
proferido no estabelecimento de sub-culturas. No entanto, após a centrifugação e
descarte do sobrenadante, o pellet formado era ressuspendido em 01 mL de meio
de cultura suplementado. Após, as células eram contadas em câmara de Neubauer
36
e plaqueadas para placas de cultura de 24 poços. Todas as passagens celulares
foram realizadas 24 horas antes dos procedimentos experimentais, para que
houvesse a estabilização e adesão celular ao fundo das placas de cultura. Para as
placas de 24 poços foram transferidas 10
5
células por poço (Figura 05).
O método de cultivo acima descrito foi igual para todos os ensaios realizados.
No entanto, para as placas de 24 poços disponibilizadas para as análises de
morfologia na microscopia de luz, foi adicionada uma lamínula de vidro circular,
estéril, no fundo de cada poço das placas anterior ao plaqueamento de células,
possibilitando o crescimento celular em sua superfície.
Figura 05 Representação do preparo das placas de 24 poços para realização do
experimento com TFD. A) garrafa de cultivo contendo células aderidas na superfície e
confluentes; B) após adição da solução de tripsina-EDTA e consequente destacamento das
células aderidas ao fundo do frasco de cultura; C) e D) ressuspesão do meio contendo
células soltas e envio para centríuga a 750xg durante 05 minutos para formação do pellet.
E) descarte do sobrenadante e ressuspensão do pellete em 1mL de meio e F) transferência
de 1x10
5
células em cada poço para após 24 horas de estufa realização do experimento.
37
2.3.2. Grupos Experimentais
Foram delineados quatro grupos experimentais: (1) controle; (2) LED; (3)
AlClFt-liposomal 2,5µM; (4) TFD (Quadro 03)
O controle (1) foi aquele em que as células não foram submetidas a nenhum
tratamento e permaneceram em estufa de cultivo com solução de PBS estéril
durante todo o procedimento.
O grupo tratado somente com LED (2) permaneceu somente com solução
PBS estéril semelhante ao grupo controle, porém recebeu iluminação com LED na
mesma intensidade e comprimento de onda que o grupo da TFD. Objetivo deste
grupo foi avaliar se a fonte de luz apresentava toxicidade celular se utilizada
isoladamente. O grupo tratado com AlClFt (3) possuiu metodologia semelhante ao
grupo tratado com TFD (4), porém sem iluminação com LED, apenas administração
do fármaco durante 30 minutos e em seguida descarte e manutenção com o PBS. A
finalidade deste grupo foi avaliar a citotoxicidade do fármaco sem fotoativação.
Enfim, o objetivo almejado na criação destes dois grupos foi certificar inocuidade dos
fatores FS e fonte de luz, aumento assim confiabilidade da TFD.
E finalmente, grupo TFD (4), que consistiu no tratamento das culturas
celulares com solução liposomal de AlClFt em uma concentração de 2,5 µM. Após
30 minutos de exposição em estufa de cultivo celular, a solução fotossensibilizadora
foi descartada e uma solução de PBS estéril foi aplicada nos poços para que fosse
procedida a aplicação de LED com energia total de 10 J/cm
2
Quadro 02 Descrição da constituição de cada grupo experimental. As
demarcações em “X” referem-se à aplicação do item em questão.
AlClFt
LED
GRUPOS
2,5μM
10J/cm
2
1 (Controle)
-
-
2 (LED)
-
X
3 (AlClFt)
X
-
4 (TFD)
X
X
38
Após 24 horas da execução destes procedimentos, as placas de cultura foram
processadas para as diferentes análises. Todas as análises foram conduzidas em
quadruplicatas, ou seja, realização de quatro poços de tratamento para cada grupo
experimental em cada análise proposta.
Figura 06 Representação esquemática dos grupos experimentais e análises
realizadas.
39
2.4. Ensaios Citotóxicos
2.4.1. Análise da Viabilidade Celular pelo método de Exclusão por Azul
Tripan
Esse teste de viabilidade tem como princípio a avalião do grau de
comprometimento estrutural da membrana plasmática através da detecção de
células com perda de integridade de membrana citoplasmática sendo, assim,
consideradas inviáveis. Tal fato pode ser evidenciado em razão do corante ser uma
macromolécula, não absorvido pela membrana plasmática de células viáveis
(STROBER, 2003). Contudo, quando a membrana plasmática sofre alterações
estruturais e se torna permeável ao corante, as células são coradas em azul.
Para tal, decorridas 24 horas do protocolo experimental (tratamentos), foi
retirado o meio DMEM suplementado de cada poço e adicionados 300µl de tripsina-
EDTA e mantido em estufa de cultivo durante dois minutos. Após a incubação, foi
adicionado igual volume de DMEM com 10% de soro fetal bovino e o volume total foi
ressuspendido e transferido para tubos de microcentrifugação do tipo eppendorfs,
devidamente numerados e identificados com o nome do grupo experimental. Em
seguida o material foi centrifugado a 750xg durante cinco minutos e o sobrenadante
formado, descartado. Do pellet obtido fez-se ressuspensão com um mililitro de meio
de cultivo DMEM e de cada uma das amostras, retirou-se 100μL da suspensão de
células de cada poço, aos quais foram adicionados 100 μL do corante azul tripan
(0,4%) - Sigma - Aldrich
®
, EUA. Após homogeneização da mistura, dez μL foram
transferidos ao hematocitômetro - C.A.Hausser & Son, EUA e o número de células
viáveis (não coradas) e não viáveis (coradas em azul) foi determinado. A contagem
celular realizada com auxílio do microscópio óptico modelo MO BX 41- Olympus,
EUA, foi feita no período máximo de cinco minutos para evitar a evaporação do
líquido e a morte celular por exposição prolongada ao corante. Para a determinação
do número de células na câmara de Neubauer foi utilizada a fórmula a seguir.
Nº de células por mL = nº de células nos 4 quadrantes x fator de diluição x 10
4
4
40
Um número absoluto de células por mililitros foi obtido neste ensaio. A média
da contagem de 4 poços em cada grupo 24 horas após os diferentes tratamentos
levou ao resultado obtido desta etapa do experimento.
2.4.2. Viabilidade Celular pelo método de MTT
Esse ensaio de citotoxidade consiste em um teste colorimétrico que quantifica
a redução do sal tetrazolium MTT (brometo de 3(4,5 dimetiltiazol-2il)-2,5-difenil-
tetrazólio) em um composto conhecido como formazan (1-[4,5-dimethylthiazol-2-yl]-
3,5- diphenylformazan), pela ação de desidrogenases mitocondriais e mediada pela
enzima intracelular succinato-desidrogenase. O resultado do teste é dependente,
portanto, da população celular viável, capaz de metabolizar o formazan (DENIZOT et
al 1986 apud MACHADO et al., 2008). Ou seja, a presença de desidrogenases
mitocondriais ativas é um indicativo de viabilidade celular. Os cristais do corante roxo
de formazan formados pela redução do MTT são quantificados por técnicas de
espectofotometria.
Para a realização dessa análise, decorridas 24 horas após o período de
incubação, o meio de cultivo foi substituído por outro adicionado de solução estoque
de MTT (5 mg/mL) na proporção 50 μL / 450 μL de meio de cultura. Tal solução foi
armazenada protegida da luz e em temperatura de 4°C. Em seguida, incubaram-se
as placas na estufa de cultivo de maneira rotineira, mas ao abrigo da luz. Após três
horas de incubação com o meio de cultura adicionado com o corante MTT, esse
meio foi removido e adicionados 300 μL de solução dimetilsulfóxido (DMSO) - Sigma
- Aldrich
®
; EUA, em cada poço para a dissolução dos cristais de formazan. Após 10
minutos de repouso, os cristais de formazan foram dissolvidos e a leitura e
quantificação das quadruplicatas foram feitas com o aparelho espectrofotômetro
digital (Bio-Rad Model 3550 UV microplate reader) em comprimento de onda 595
nm. O gráfico foi plotado no Programa Origin versão 6.0 e a interpretação dos
resultados foi obtida através da análise das absorvâncias. Absorvância menor que a
lida no grupo controle não tratado é indicativo de morte celular.
41
2.4.3. Viabilidade celular e distinção entre as vias de morte celular por
meio do ensaio de coloração com Alaranjado de Acridina e Brometo de Etídio
Este ensaio consiste em um teste de viabilidade celular que utiliza uma dupla
coloração fluorescente. Os corantes então utilizados têm a capacidade de se
intercalarem com ácidos nucléicos, sendo que o brometo de etídio exposto a
radiação ultravioleta emite fluorescência em vermelho ou vermelho-alaranjado
quando se intercala ao DNA (SILVA et al., 2001) e o alaranjado de acridina emite
fluorescência em verde quando se intercala a esse ácido nucléico (LIU et al., 2008).
Esses dois corantes também possuem a capacidade de penetrar a membrana
plasmática de forma diferenciada. Enquanto o alaranjado de acridina consegue
penetrar as células com membrana íntegra, o brometo de etídio só penetra as
células com perda de integridade de membrana. Ou seja, quando a célula encontra-
se viável, será corada de verde uniformemente, com citoplasma de tamanho normal
e núcleo preservado se destacando com verde mais claro. No caso de apoptose
inicial, mas com preservação de sua membrana plasmática, haverá entrada somente
do corante alaranjado de acridina e as células serão coradas em verde, no entanto,
o núcleo estará com formatos irregulares e possíveis condensações e fragmentação
da cromatina. Na apoptose tardia, como as células já perderam parcialmente a
integridade da membrana, parte do bromteo de etídio sobressairá sobre a alarnajado
de acridina, corando o núcleo de cor laranja. Além disso, a célula poderá apresentar
formação de corpos apoptóticos, caracteristica de apoptose, em coloração verde.
Será ainda possível observar o formato celular padrão (HEWITT & NEBE-VON-
CARON, 2001). Na necrose, como não há mais integridade de membrana, haverá
predominio do corante brometo de etídio e a identificação de células ocorrerá na
emissão uniforme de fluorescência vermelha ou alaranjada intensa com células
intumescidas e ausência de arranjo celular normal (SILVA et al., 2001).
Para a execução do ensaio de viabilidade com a dupla coloração alaranjada
de acridina e brometo de etídio - VETEC
®
Química Fina, Brasil, 24 horas após os
tratamentos descritos no item 3.3.4., as células aderidas ao frasco foram
tripsinizadas com a solução tripsina-EDTA, coletadas, centrifugadas a 750 x g
42
durante cinco minutos e ressuspendidas em 100μL de meio de cultura. De cada
amostra, foram retirados 20 μL, aos quais foram adicionados 2 μL de uma mistura
recém preparada da dupla coloração em uma proporção de 1:1, a partir da
concentração de 100 μg/ml de cada corante. O material corado foi então colocado
sobre lâminas de microscopia de vidro e imediatamente após montagem com
lamínula de vidro (24 mm x 24 mm), a morfologia celular foi observada e analisada
em microscópio de fluorescência invertido Axiophot, Zeiss.26.
De cada grupo experimental, foram contadas e avaliadas cerca de 200 a 100
células, quando possível, em cada uma das quadruplicatas.
2.4.4. Análise Estatística
As percentagens adquiridas entre células viáveis e não-viáveis, bem como a
percentagem de células apresentando as diferentes vias de morte celular, foram
comparadas entre os tratamentos. Os dados foram transformados e submetidos à
análise de variância (ANOVA) e Teste de Tukey (StartView
®
para Windows, SAS
Institute Inc., Cary, NC, USA). Os valores foram considerados estatisticamente
significativos quando P <0,05.
2.5. Avaliação do cultivo celular através do microscópio invertido
Decorridas 24 horas dos ensaios experimentais, as placas de 24 poços foram
retiradas da estufa de cultivo e cuidadosamente levadas para o microscópico
contraste de fase TS 1000 Nikon Eclipse EUA, para avaliação da aderência das
células à placa de cultivo pós-tratamento, morfologia celular se acaso as células se
encontram com formas poligonais e aderidas no fundo do recipiente, ou se
encontram arredondas não aderidas, veis e dispersas no meio de cultivo, o que
constitui inviabilidade celular e por fim, multiplicação celular através do
preenchimento de espaços vazios na placa, formando monocamada celular e o nível
de confluência celular. Essas características foram também analisadas
subjetivamente e comparadas entre os grupos experimentais.
43
Após análise, foi acoplada câmera fotográfica digital DCM35 Microstatone
Infotech para obtenção de imagens.
2.6. Avaliação morfológica das células dos grupos experimentais
Para a análise da morfologia celular, lamínulas de microscopia circulares
estéreis 25 mm de diâmetro foram posicionadas no fundo de placas de cultura com
24 poços. Com isso, células do cultivo primário proliferaram nas lamínulas, aderindo-
se a essa superfície. Decorridas 24 horas do tratamento, foi retirado o meio de
cultivo existente e lavado demasiadamente com PBS. Foram realizadas no total três
lavagens para certificação da retirada completa do meio de cultivo anteriormente
existente. Em seguida, as células foram fixadas e coradas com panótico - LB
®
Laborclin, Brasil , de forma convencional e imediatamente analisadas no microscópio
óptico - MO BX 41 Olympus, EUA, nos aumento de 100X, 200X e 400X procurando-
se principalmente avaliar comparativamente os padrões morfológicos e arranjo
celular dos diferentes grupos. Na mesma ocasião, as micrografias foram realizadas
em microscópio de luz, sendo as imagens capturadas no programa Axio Vison 40v
4.6.1.0. Copyring © 2002-2004.
O intuito da avaliação morfológica foi observar através da microscopia de luz,
alterações estruturais ocorridas nas células.
44
RESULTADOS
3. Resultados experimentais in vitro da Aplicação da TFD no cultivo
primário de carcinoma mamário de cadela.
3.1. Resultados do método de exclusão do Azul Tripan
A avaliação da efetividade da aplicação da TFD nos cultivos primários foi
realizada por meio de diferentes experimentos, envolvendo aspectos qualitativos e
quantitativos relacionados com a viabilidade celular. A figura 7 apresenta os
resultados dos ensaios com o corante Azul Tripan. Observa-se que o grupo TFD
apresentou uma porcentagem de viabilidade celular significativamente menor do que
todos os demais grupos (P<0,05) e não houve diferença significativa entre os outros
tratamentos e controle. Ou seja, após a TFD o cultivo celular apresentou apenas
12% de células vivas, o grupo controle, LED e AlClftalo apresentaram
respectivamente 94%, 90% e 95% de células vivas..
Figura 7. Viabilidade média (± DP) das células após 24 horas do experimento,
avaliadas pelo ensaio com corante Azul Tripan.
(ab)
Barras com diferentes letras indicam
diferença significativa entre os tratamentos (P<0,05).
45
3.2. Resultados do método de avaliação de viabilidade celular pelo MTT
Os resultados decorridos deste método de avaliação de citotoxicidade
encontram-se dispostas na figura 8. Por meio do ensaio pelo MTT observa-se que o
controle tem significativamente mais células viáveis (100%) que os outros
tratamentos (P<0,05), e a TFD tem significativamente menos células viáveis que
todos os outros tratamentos (P<0,05). O uso do LED e da medicação sozinhos não
diferiram entre si, apresentando 83% e 84% respectivamente de viabilidade celular.
Nota-se que há grande eficiência na redução da viabilidade das células cultivadas
após a aplicação da TFD sendo demonstrada pela morte celular de mais de 93% do
total de células no ensaio de MTT.
Figura 8. Viabilidade média (± DP) das células após 24 horas do experimento
através do método de avaliação MTT.
(abc)
Barras com diferentes letras indicam diferença
significativa entre os tratamentos (P<0,05).
46
3.3. Resultados do ensaio de citotoxicidade pela coloração com
Alaranjado de Acridina e Brometo de Etídio
A análise morfológica de citotoxicidade das células cultivadas após a
aplicação da TFD com o ensaio de coloração Alaranjado de Acridina e Brometo de
Etídio permitiu a distinção entre as células vivas, necróticas e apoptóticas como
descrito na metodologia, em cada um dos grupos experimentais.
As células cultivadas consideradas viáveis tratadas ou não, se apresentavam
com coloração verde, com forma regular esférica ou oval e sem projeções
citoplasmáticas aberrantes (Figura 9A). As consideradas apoptóticas apresentavam
alterações como condensação, fragmentação de núcleo e da cromatina e liberação
de corpos apoptóticos, podendo se mostrar de coloração verde ou laranja (Figura 9B
e C). As células necróticas eram visualizadas como células intumescidas, se
apresentando com coloração avermelhada, dada a total perda de integridade de
membrana (Figura 9D).
Figura 09. Fotomicrografias de flurescência de células cultivadas de carcinoma
mamário de cadela em diferentes grupos experimentais coradas com alaranjado de acridina
e brometo de etídeo, mostrando células viáveis (A), em apoptose com presença de corpos
apoptóticos (seta) (B), apoptose, (C), e necrose (D
).
C
C
A
A
B
B
D
D
47
Os resultados obtidos pela coloração com Alaranjado de Acridina e Brometo
de Etídio permitiu quantificar células necróticas e apoptóticas em cada um dos
grupos experimentais e os resultados podem ser visualizados na figura 10. Como se
pode observar, o grupo da TFD apresentou menos células viáveis (13%) diferindo
significativamente de todos os demais grupos (P<0,05), e não houve diferença entre
os outros tratamentos, resultado semelhante ao observado com a coloração azul
tripan. Avaliando-se as vias de morte celular, nota-se que para a percentagem de
células em necrose a TFD apresentou um maior número de células necróticas (87%)
que os demais tratamentos (P<0,05); no entanto, não houve diferença entre os
outros tratamentos. Já para via de morte celular por apoptose, os resultados obtidos
foram reduzidos e não diferiram entre si. Nota-se, então, que a TFD causou morte
celular significativa, quando comparada aos outros grupos de tratamento, e que a
mesma decorreu de necrose celular.
Figura 10. Porcentagem média (± DP) de células vivas, com apoptose e necrose
após 24 horas do experimento através do método de coloração com alaranjado de acridina
e brometo de etídio.
(a,b)
Barras com diferentes letras indicam diferença significativa entre os
tratamentos (P<0,05).
(**)
Diferença estatisticamente significativa de células mortas por
necrose entre TFD e os demais grupos (P<0,05).
48
3.4. Análise do cultivo celular após tratamentos experimentais, através
do microscópio invertido com contraste de fase
As placas contendo os cultivos celulares foram analisadas decorridas 24
horas do experimento sob microscopia de contraste de fase nos aumentos de 100X,
400X e 600X. O grupo controle foi o modelo de comparação entre os diversos
tratamentos.
As imagens observadas no grupo controle (Figura 11) demonstraram
confluência e aderência celular (Figura 11A, B e C), células com formatos poligonais
variando de formas mais alongadas (Figura 11C) a formas mais quadrangulares
(Figura 11D) a depender do nível de confluência da placa, ou seja, da concentração
celular aderida no fundo da placa. Observaram-se poucas células arredondadas ou
imersas no sobrenadante do meio de cultivo. As imagens obtidas nos grupos LED e
nos grupos com o fármaco fotossensibizador isolado foram similares aos observados
no grupo controle.
Nas imagens obtidas no grupo da TFD (Figuras 12) observou-se escasso
número de células aderidas ao fundo da placa, perda do arranjo celular e ausência
de confluência. Ainda, elevado número de células arredondadas e imersas no meio
de cultivo (Figura 12A e B), evidenciadas como pontos radioluscentes. Era possível
observar também células aderidas, entretanto, com grande número de vacúolos
citoplasmáticos (Figura 12C e D), inferindo processo de degeneração e morte
celular.
49
Figura 11. Fotomicrografias de células do grupo controle em cultivo. Em (A) observa-se no
aumento de 100X, nível de confluência de aproximadamente 80%, (B) aumento de 400X,
observa-se monocamada com células justapostas com arranjo uniforme, (C) aumento de
400X, verifica-se em outro campo visual as mesmas caracteríticas analisadas em (B); (D)
aumento de 400X, células de diferentes formatos, núcleo (seta) e citoplasma evidentes.
Notar escassez ou ausência de células arredondadas e imersas no sobrenadante.
A
A
B
B
C
C
D
D
50
Figura 12. Fotomicrografias de células em cultivo tratadas com terapia fotodinâmica. (A)
observa-se no aumento de 100X, ausência de confluência, células arredondadas flutuantes
no meio de cultivo, (B) aumento de 400X além das características observadas em (A), há
também poucas células aderidas no fundo da placa, próximas aos aglomerados celulares de
formato arredondado. (C) aumento de 400X verificam-se células poligonais com vacúolos
citoplasmáticos (seta) e em (D) aumento de 600X, observa-se com melhor precisão as
alterações analisadas em (C).
A
A
B
B
C
C
D
D
51
3.5. Análise da morfologia celular após tratamentos experimentais, por
meio de microscopia de luz
As alterações analisadas da morfologia celular em todos os grupos
experimentais foram comparadas ao observado no grupo controle. A microscopia de
luz das culturas celulares submetidas aos tratamentos com o LED e à AlClFt
isoladamente apresentaram morfologia semelhante àquela observada no grupo
controle (Figura 13). Nesses grupos evidenciaram-se células com projeções
citoplasmáticas que lhe conferiram aspecto de “estrela” (Figura 13A), as quais
ligavam uma célula à outra (Figura 13B), e grande quantidade de células com
formas poligonais (Figura 13C e D). Verificou-se integridade de membrana,
citoplasma abundante, presença de grânulos e núcleo, e cromatina bem evidente
(Figura 13D).
Já a análise à microscopia de luz do grupo submetido à TFD demonstra
hipocelularidade e intensas alterações morfológicas das células cultivadas, como
perda do conteúdo citoplasmático, condensação nuclear, fragmentação de núcleo e
ruptura de membrana plasmática (Figuras 14A, B e C). Em determinados campos de
visualização a presença intensa de debris celulares dificultou uma análise mais
precisa (Figura 14D).
52
Figura 13. Fotomicrografias de células cultivadas em lamínulas com coloração
panótico rápido, grupo controle. (A) aumento de 25X, projeção espacial da monocamada de
células, (B) aumento de 100X, células com arranjo uniforme, e projeções citoplasmáticas
conferindo-lhes aspecto de estrela. (C) aumento de 200X e (D) aumento de 400X, observa-
se citoplasma abundante, núcleo preservado e bem delimitado, presença de inúmeros
grânulos citoplasmáticos.
B
B
A
A
C
C
D
D
53
Figura 14. Fotomicrografias de células cultivadas em lamínulas com coloração
panótico rápido, grupo TFD. (A C) - aumento de 400X, células em processo degenerativo,
perda da morfologia padrão. Em D, aumento de 100X, fundo da placa com ausência de
monocamada e intensa quantidade de debris celulares.
A
A
B
B
C
C
D
D
54
DISCUSSÃO
O câncer de mama representa o neoplasma maligno mais comum nas
cadelas e corresponde a 25-50% dentre todas as neoplasias (JONES et al., 2000;
GOLDSCHMIDT & HENDRICK, 2002). A condução deste experimento, embasado
na linha de pesquisa de cultivo primário de células cancerígenas e terapia
fotodinâmica in vitro justifica-se pela elevada incidência de neoplasias mamárias
malignas em cadelas (GORMAN & DOBSON, 1995; KITCHELL, 1995; OGILVIE &
MOORE, 1995; MORRISON, 1998; ZUCCARI, 2005) como, também, na
necessidade e segurança ética de se realizar primeiramente uma terapia não
convencional em modelos apropriados in vitro que mimetizem a realidade in vivo
(MACHADO, 2000; MERKEL & BIEL, 2001).
Ao se tratar de neoplasmas mamários, o tratamento atualmente consiste na
sua excisão, que ocorre de formas distintas de acordo com o grau de envolvimento
glandular, podendo estar associado ou não à quimioterapia adjuvante (MOULTON
1990, CEBALLOS et al, 1993; SILVA, 2000, OGILVIE & MOORE, 2001). A escolha
do tratamento é dependente não somente do estadiamento do tumor, mas do grau
de disponibilidade e aceitação do proprietário com relação ao período pós-
operatório, aos custos financeiros, às mudanças estéticas e aos possíveis efeitos
colaterais das sessões quimioterápicas (OGILVIE & MOORE, 2001). Vale ressaltar
que dependendo do grau de acometimento do câncer, e presença de possíveis
metástases, muitas vezes o tratamento cirúrgico não é recomendado, cabendo ao
médico veterinário determinar alternativas paliativas para controle da dor e melhoria
na qualidade de vida e bem estar do paciente oncológico.
Elucidadas tais dificuldades de cura e, muitas vezes, da finalização dos
tratamentos convencionais para o câncer de mama, suscita-se a busca por
alternativas terapêuticas que cessem ou retardem o crescimento tumoral, o que
torna o modelo experimental aqui proposto uma ferramenta útil para a busca de tais
alternativas. Sabe-se que as terapias antineoplásicas são de suma importância no
aumento da expectativa de vida do paciente, mas, se mal planejadas, podem
comprometer sua sobrevivência (BARBOSA, 2008).
Uma alternativa promissora, difundida para o tratamento de alguns
neoplasmas cutâneos, como carcinoma de células escamosas (MERKEL & BIEL,
55
2001), câncer de próstata em cachorros (LUCROY et al., 2003), ou no caso de
ocorrência em humanos, do carcinoma bucal (MACHADO, 2000; TAPAJÓS, 2008), é
a TFD.
Estudos sobre o uso de ftalocianina em Terapia Fotodinâmica de câncer de
animais de companhia são reduzidos na literatura (ROBERTS et al., 1991;
PEASTON et al. 1993; LEACH & PEASTON, 1994; STELL & DOBSON, 2001;
OLIVEIRA et al., 2006; BORGATTI-JEFFREYS et al., 2005). Adicionalmente,
estudos de TFD em câncer de mama em cadelas com AlClFt lipossomal não foram
encontrados, até dado momento, nas bases de dados internacionais consultadas,
dificultando comparações de metodologias e resultados. No entanto, Tapajós e
colaboradores (2008) demonstraram que o fotossensibilizador AlCFt-lipossomal
apresentou excelentes resultados na aplicação da TFD em modelos de cultura de
células derivadas de carcinoma epidermoide bucal humano. Longo et al., (2009)
observaram diferentes graus de eficiência deste protocolo terapêutico no tratamento
de modelos experimentais em camundongos, com mínimo efeito colateral. E na
eminência de se obter um agente fotossensibilizador próximo ao considerado ideal
(OLIVEIRA et al., 2006), tais achados, acima descritos, suscitaram a pesquisa com o
fármaco fotossensibilizador AlClFt lipossomal.
Os resultados obtidos nos ensaios de citotoxicidade com cultivo celular
primário de carcinoma mamário de cadela demonstraram claramente a eficácia da
TFD mediada pela AlClFt em formulação lipossomal na destruição destas células
tumorais em sistemas de cultura celular. Tapajós et al., (2008) obtiveram resultados
semelhantes, demonstrando que o fotossensibilizador AlClF-lipossomal apresentou
excelentes resultados na aplicação da TFD em modelos de cultura de células
derivadas de Carcinoma Epidermoide Bucal Humano. Neste estudo, foi demonstrado
que 24 horas após a aplicação da terapia, aproximadamente 90% das células
apresentaram perda da viabilidade celular. Verificou-se, ainda, que o tratamento com
o fármaco fotossensibilizador de forma isolada não apresentava efeitos citotóxicos e
genotóxicos às células em cultura. Posteriormente, o protocolo de aplicação da TFD
mediada pelo fotossensibiizador AlClFt-lipossomal foi avaliado em diferentes
modelos experimentais para o câncer de boca em camundongos (LONGO et al.,
2009). Também foram observados diferentes graus de eficiência deste protocolo
terapêutico no tratamento dos modelos experimentais em camundongos. Assim
56
como nos modelos in vitro, nos estudos in vivo não foram observados efeitos
adversos nos animais tratados de forma sistêmica com o fármaco fotossensibilizador
(LONGO et al., 2009).
Em termos gerais, o sucesso da Terapia Fotodinâmica depende dentre outros
fatores, da fonte de luz, do tipo de agente fotossensibilizador, da sua concentração e
localização intracelular. A morte celular, causada pelo agente citotóxico oxigênio
singlete, pode ser promovida tanto por necrose quanto por apoptose, reações
inflamatórias e estimulação de reações imunes do paciente (DOLMANS et al, 2003).
De maneira suscinta, a apoptose é uma forma regulada de morte celular
fisiológica, dependente da autodestruição intrinseca celular (WISING et al., 2005). A
necrose se caracteriza pelo conjunto de alterações morfológicas que se seguem à
morte celular, num tecido ou órgão vivo, resultante de ação degradativa por parte de
enzimas sobre uma célula letalmente agredida (JONES et al., 2000).
Os achados morfológicos observados com o uso de Terapia Fotodinâmica
com AlClFt lipossomal em cultura primária de carcinoma mamário são sugestivos de
um mecanismo de morte celular por necrose. Tais resultados assemelham-se aos
descritos por Longo et al., (2009), os quais, utilizando o mesmo protocolo
experimental com células de linhagem de carcinoma epidermóide bucal humano,
OSSC, demonstraram a ocorrência de necrose celular com alterações morfológicas
muito semelhantes às apresentadas no presente estudo. Além da morte celular
induzida por necrose, verificou-se que o perfil de viabilidade celular dos grupos
tratados apenas com luz ou com o fármaco fotossensibilizador AlClFt, isoladamente,
foram semelhantes àqueles descritos por outros autores (TAPAJÓS et al., 2008;
LONGO et al., 2009), demonstrando a reprodutibilidade dos resultados em diferentes
linhagens celulares.
As alterações morfológicas observadas no presente trabalho também foram
descritas por Darvish et al. (2006) para linhagem celular de carcinoma de laringe
humano (B16F10) submetidas a TFD com Ácido 5-Aminolevulínico (ALA), Mijan et al
(2006) para o tratamento de linhagens distintas de carcinoma bucal por TFD com
alumínio-ftalocianina tetrasulfonada (AlPcS
4
) e Martins et al., (2007) para tratamento
in vitro de linhagens celulares de carcinoma de laringe humana (HEp-2) através da
utilização da TDF com o fármaco AlPcS
4
.
57
Diversos estudos têm demonstrado que a aplicação da TFD promove a morte
celular das células tumorais tanto por mecanismos de necrose (DARVISH et al. 2000
MIJAN et al., 2006; MARTINS et al., 2007; TAPAJÓS et al., 2008; LONGO et al.,
2009) quanto por apoptose (MARTINES et al.,2007; PAZOS & NADER, 2007;
PASCHOAL, 2009) e a caracterização destas mortes celulares pode ser obtida a
partir de análises morfológicas e bioquímicas. Baseados na estimulação ou não do
sistema imunológico, trabalhos que discutem as vantagens e desvantagens da
ocorrência da morte celular tumoral preferencialmente por necrose ou por apoptose
(LAVIE et al., 1999; CASTANO et al., 2006). A necrose estimularia melhor a resposta
imune que os eventos apoptóticos. E esse estímulo imunológico poderia gerar
eventos inflamatórios clinicamente desfavoráveis. No entanto, estes mesmos
eventos, estimulariam o desenvolvimento de respostas imunes específicas contra os
tumores tratados promovendo através do estímulo imune, o controle da progressão
tumoral (CASTANO et al., 2006).
Correlacionando os resultados obtidos nos diferentes ensaios citotóxicos,
observou-se interligação entre eles, atribuindo coerência aos achados. Na avaliação
pela coloração azul tripan, que possui a finalidade de observar integridade de
membrana e conseqüentemente inviabilidade celular, os resultados sugerem
viabilidade celular no grupo controle e nos grupos onde foram adotados somente
aplicação do LED ou do fármaco, contrariamente ao observado no grupo tratado
com TFD. O mesmo pode ser observado nos testes de coloração com alaranjado de
acridina e brometo de etídio, sendo que neste último a morte celular por necrose foi
evidente. O ensaio com alaranjado de acridina é relatado como um teste acurado
(RENVOISÉ et al., 1998), permitindo distinção das células em processo de necrose
ou apoptose, e de células viáveis. Associando-se os resultados dos testes de dupla
coloração à análise morfológica através da microscopia de luz, pode-se atribuir
eficácia e seletividade à TFD.
Por outro lado, os resultados do teste MTT, cujo composto tem afinidade
mitocondrial (DENIZOT et al 1986 apud MACHADO et al., 2008), mostraram grande
perda de viabilidade celular ocasionada pela TFD, e também evidenciaram diferença
significativa entre o grupo controle e os grupos tratados com LED ou com o fármaco,
isoladamente. No entanto, a perda celular constatada nestes dois grupos foi mínima
(cerca de 15% das células), se comparada ao grupo TFD (cerca de 93%).
58
Face ao exposto acima, uma hipótese sugerida para tais resultados pode ser
fundamentada sobre a atividade celular ou sobre o sítio de ação de cada teste. Os
ensaios com azul tripan, dupla coloração com alaranjado de acridina e brometo de
etídio possuem como principal característica avaliar citotoxicidade através de
integridade de membrana plasmática. Por outro lado, o teste MTT avalia atividade
mitocondrial (MAGAUD et al., 1998).
Os resultados obtidos no teste MTT ensejam algumas considerações. A
redução da atividade mitocondrial pode ser decorrente, inclusive, do momento em
que a avaliação foi conduzida; ou seja, a sua atividade estar reduzida nos grupos
LED e fármaco, isoladamente. Rodal et al., (1998) observaram presença de ZnPc
em mitocôndrias de células NHIK 3025 e Usuda et al.(2002) descreveram que as
ftalocianinas interagem preferencialmente na membrana mitocondrial, no retículo
endoplasmático e no complexo de Golgi de linhagens celulares de câncer de mama
humano MCF-7c3. As ftalocianinas podem interagir com as enzimas mitocondriais
(FERREIRA et al., 2004), mas somente acarretarão a morte celular mediante altas
concentrações ou através de sua ativação pela TFD (RODAL et al., 1998; USUDA et
al.2002, USUDA, et al., 2003), fato este comprovado em nosso experimento.
Alguns estudos discutem a ação da fonte de luz sobre a atividade celular. Yu
et al., (1997) trabalhando com fotomodulação com diferentes lasers de baixa-
intensidade em células hepáticas de ratos, bem como Karu (1999) e Carnevalli
(2003) com cultura de fibroblastos (CHO-K1), observaram que a fonte de luz em
baixa potência (2 a 4 J/cm
2
) pode acarretar em bioestimulação das células
cultivadas. Verificaram, em ambos os trabalhos, aumento na síntese de ATP destas
linhagens. Por outro lado, concluíram que a energia da fonte de luz, em doses
elevadas, pode causar destruição celular. Estudos adicionais devem ser
incentivados.
Embora tenha sido observada pequena discrepância entre os grupos LED e
fármaco, isoladamente, nos testes de MTT, comparativamente ao grupo controle,
acredita-se que a soma dos demais resultados atribuam baixa ou ausência de
toxicidade celular a estas duas variáveis. Houve preservação da arquitetura celular e
proliferação celular durante o cultivo pós-experimento.
59
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos com os tratamentos realizados com Terapia
Fotodinâmica mediada pelo Alumínio-Cloro-Ftalocianina em formulação lipossomal
sobre culturas primárias derivadas de carcinoma mamário de cadela, nos permite
concluir pela efetividada da mesma, por mecanismo de necrose celular, nas
condições experimentais deste trabalho.
É possível o estabelecimento, manutenção e proliferação de cultura celular a
partir de células de carcinomas mamários de cadelas.
O laser emissor de diodo e a Alumínio Cloro - Ftalocianina em formulação
lipossomal, ambos de forma isolada, não causam citotoxicidade no modelo
experimental proposto.
60
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67
CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante a confiabilidade do experimento e dos resultados obtidos, instigam-se
novos projetos experimentais com modelos in vivo, dada a elevada ocorrência do
câncer de mama em cadelas e sua subseqüente importância seja ela clínica para o
médico veterinário, ou como modelo experimental para a mesma afecção em
humanos, pois é crescente a busca por terapias antineoplásicas que proporcionem a
cura ou melhores resultados e com reduzidos efeitos colaterais perante os
tratamentos convencionais hoje já realizados contra o câncer.
68
ANEXOS
1.1. Materiais de Consumo
1.1.1. Soluções, Reagentes e Corantes
Material
Fabricante/Origem
Água Destilada
Filtro QUIMIS
®
, Brasil
Água Deionizada Milli-Q
Millipore Corporation
®
, EUA
Alaranjado de Acridina
VETEC
®
Química Fina, Brasil
Álcool hidratado 99,3°
Zulu Ltda
®
, Brasil
Azul Tripan 0,4%
Sigma - Aldrich
®
, EUA
Brometo de Etídio
VETEC
®
Química Fina, Brasil
Dimetilsulfóxido (DMSO) minimum 99,5% GC
Sigma - Aldrich
®
; EUA
Dulbeco’s Modified Eagle Medium (DMEM)
GIBCO
TM
,
EUA
Formol a 10%
Sigma Adrich
®
, EUA
Kit Panótico Rápido
LB
®
Laborclin, Brasil
Penicilina/Estreptomicina 1% v/v (100μg/mL)
Sigma Adrich
®
, EUA
Polivinilpirrolidona Iodo (PVPI 10% de Iodo Ativo)
LM
®
Farma, Brasil
Soro Fetal Bovino (Foetal Bovine Serum)
GIBCO
®
, Brasil
Solução Fisiológica NaCl 0,9% 500mL
Equiplex
®
Brasil
Solução Tampão Fosfato Salina (PBS) pH = 7,2
LB
®
Laborclin Ltda., Brasil
Tripsina-EDTA (0,125% tripsina e 0.02% EDTA)
GIBCO
®
- Canadá
1.1.2. Instrumentos e Equipamentos.
Material
Fabricante/Origem
Agitador Magnético com Aquecimento
Nova Técnica
®
, Brasil
Autoclave Vertical AV Plus
Phoenix Germany - Alemanha
Balança de Precisão
Shimadzu AUW220D, Europa
Béquer graduado (50mL; 500mL) vidro
J.Prolab
®
, Brasil
Cabo de bisturi n° 03 e 04
Edlo
®
, Brasil
Câmara de fluxo laminar horizontal CFLH-12
VECO
®
, Brasil
Centrífuga
Centrobio
®
, Brasil
69
Digital Camera for Microscopy DCM35
Microstatone Infotech, EUA
Erlenmeyer graduado (1000mL) vidro
J.Prolab
®
, Brasil
Espectrofotômetro Digital
Bio-Rad Model 3550 UV
Microplate Reader, EUA
Estufa Incubadora CO
2
para Cultivo TE 399
Tecnal
®
, Brasil
Frasco alemão 500mL e 1000mL
BOECO
®
, Alemanha
Coletor universal de amostra biológica 50mL
J.Prolab.
®
, Brasil
Garrafas de Cultivo Poliestireno
25cm
2
(60mL) e 75cm
2
(270mL)
BOECO
®
, Alemanha
Hematocitômetro (Câmara de Neubauer)
C.A.Hausser & Son, EUA
Lâminas de bisturi nº 10 e 20
MedBlade EUA
Lâminas para Microscópio de vidro
Exacta, Brasil
Lamínulas de vidro circulares 25mm diâmetro
VWR Scientific
®
, EUA
Lamínulas de vidro (24 mm x 24 mm)
VWR Scientific
®
, EUA
Membrana para filtro de 0,22μm
Millex GV Millipore
®
EUA
Micropipetas de 1 - 20 μm; 50 - 200 μm; 200 a 1000 μm
Pipetman Gilson
®
, França
Microscópio Optico Axiophot
Zeiss Alemanha
Microscópio Optico MO BX 41
Olympus, EUA
Microscópio de fluorescência invertido Axiophot
Zeiss.26 - Alemanha
Microscópio invertido - TS1000
Nikon Eclipse - EUA
Microtubos para centrífuda do tipo eppendorfs
graduados (2,0 e 1,5mL)
Axygen EUA
Parafilm Pechiny Plastic Packaging
Menasha WI, EUA
PHmetro SC-09
QUIMIS
®
, Brasil
Pinça anatômica
Edlo
®
- Brasil
Placas de cultivo poliestireno 6, 24 e 96 poços tampa
TPP
®
, EUA
Placas de Petri de vidro 90X15 mm lisa
J.Prolab
®
, Brasil
Ponteiras descartáveis para micropipetas
Axygen EUA
Refrigerador e congelador Dynamic Coolin 36
Bosch EUA
Seringas plásticas 20 mL, 20G 1” 0,7x25
Plascalp
®
, Brasil
Sistema de Filtração de Soluções de vidro
BOECO
®
, Alemanha
Tubos Falcon 15 e 50 mL
TPP
®
, EUA
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