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RESUMO
LIMA, I. C. G. S., AZEVEDO-MELEIRO, C. H. Seriguela (Spondias purpurea L.):
propriedades físico-químicas e desenvolvimento de geléia de doce de corte e
aceitabilidade desses produtos. 2009. 75p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia
de Alimentos). Instituto de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2009.
Frutífera tropical típica do continente americano, a serigueleira (Spondias purpurea L.)
é originária da América Central, tendo se adaptado satisfatoriamente às condições climáticas
de alguns países da América do Sul, como o Brasil. Esta produz um fruto de boa aparência,
qualidade nutritiva, e aroma muito apreciados para o consumo como fruta in natura ou
processada, como polpa, sucos, doces, néctares, picolés e sorvetes, sendo evidente a crescente
comercialização nos mercados, supermercados e restaurantes do País. Entretanto, existem
perdas comerciais, as quais estão ligadas principalmente a fatores biológicos e fitopatológicos,
que indicam números preocupantes para os produtores. O estudo da composição da seriguela
pode contribuir para popularizar o uso deste fruto, desconhecido pela maior parte da
população da cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa teve como objetivo a caracterização
química da fruta Seriguela cultivada na zona oeste do Rio de Janeiro e a formulação de
produtos a partir da polpa do fruto visando expandir o crescimento da sua cadeia produtiva.
Os resultados da composição centesimal demonstraram que as frações com casca contêm
maior teor de fibras, portanto deve-se incentivar o consumo dos frutos com casca que
representa hábito alimentar saudável. Os minerais pesquisados foram encontrados em maior
concentração nas frações da fruta com casca, com destaque para os teores de ferro e zinco.
Entretanto, devem ser realizados ainda estudos no sentido de verificar a biodisponibididade
desses minerais. Os dados analíticos demonstraram também que a seriguela possui alto teor de
vitamina C, sendo importante auxílio na absorção do ferro pelo organismo. As frações com
casca possuíam uma coloração bem mais intensa que a polpa, provavelmente devido à
quantidade de radiação solar recebida. A seriguela possui a xantofila β- criptoxantina,
importante por sua atividade pró-vitamínica A, como carotenóide majoritário. Os produtos de
seriguela formulados foram geléias e doces de corte com diferentes concentrações de
sacarose. As análises microbiológicas realizadas nas geléias e nos doces de corte elaborados
atestaram que os produtos apresentavam condições higiênico-sanitárias satisfatórias. A análise
sensorial indicou que os atributos aparência, cor, aroma, textura e sabor apresentaram médias
próximas a sete em uma escala hedônica de nove pontos, que representa a impressão “gostei
moderadamente”, indicando que o sabor exótico da fruta foi bem recebido pelos
consumidores. O percentual de provadores que demonstrou intenção de compra para geléia e
doce de corte de seriguela foi bastante representativo, 92 % e 82% respectivamente,
evidenciando a possibilidade de introduzir no mercado produtos a base de seriguela,
aumentando a vida-de-prateleira e o valor agregado do fruto.
Palavras-chave: seriguela (Spondias purpurea L.), composição química, cadeia produtiva do
fruto, geléia de frutas, doce de corte.