RESUMO
O presente trabalho é um estudo sobre duas técnicas para multiplicação e conservação da
Fevillea trilobata L., bem como uma avaliação sobre o conhecimento popular da referida
planta. Para o estudo de multiplicação foram utilizadas as técnicas de propagação “in vitro”
e estaquia. Para a avaliação do conhecimento popular da gindiroba foi aplicado um
questionário semi-estruturado a vendedores que comercializam sementes e/ou produtos
naturais no Mercado Municipal Albano Franco e da feira-livre da praia do Mosqueiro,
ambos situados em Aracaju/SE, além de alguns proprietários do município de
Carmópolis/SE. Plantas-matrizes de gindiroba, fontes de explantes para experimentos de
micropropagação, foram cultivadas no do mini-horto do Departamento de Biologia/UFS,
oriundas de sementes fornecidas pela EMBRAPA-CPATC. Na propagação “in vitro” o
meio de cultura utilizado foi o Murashige & Skoog (MS), suplementado com vitaminas de
Morel e Wetmore, sacarose a 3%, caseína e mio-inositol a 0,01%, ágar a 0,6%, acrescido
de BAP a (0; 1; 2; 4 e 6 mgL
-1
), pH ajustado em 5,8, temperatura de 27º±1º C, fotoperíodo
de 12 horas e irradiância de 45µmol.m
-2
.s
-1
com luz branca fria. O experimento de estaquia
foi conduzido na estufa do Departamento de Biologia/UFS. Para essa técnica foram
desenvolvidos dois experimentos, sendo o primeiro com estacas medianas de planta em
fase juvenil e o segundo com estacas de plantas em fase reprodutiva. Os tratamentos
utilizados foram formados pela combinação tipo de estaca (caule e caule+folha) com
concentração de AIB(0; 1 e 2mgL
-1
), em substrato areia+solo argiloso (2:1). Os resultados
obtidos foram submetidos à análise de variância, onde as interações significativas foram
analisadas através do teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade. Os dados foram
analisados como auxilio do software GraphPad Prism, versão 4. De acordo com os
resultados obtidos com a propagação in vitro, houve maior formação de calos em plântulas
tratadas com 1 mgL
-1
de BAP e para a variável brotamento de folhas, o tratamento 2
apresentou diferença significativa estatisticamente. O experimento 1 de estaquia,
estaca+folha sem imersão em AIB apresentou maior formação de raízes e folhas novas. Já
para estacas em fase reprodutiva, estaca+folha imerso em 1mg L
-1
de AIB foi mais efetivo
na formação de raízes e folhas. Estacas em fase juvenil e reprodutiva dos tratamentos 4, 5 e
6 apresentaram desidratação, embora algumas delas tenham emitido raízes e pequenas
folhas. Estacas mais jovem e sem imersão em AIB, mostraram-se mais adequadas para a
técnica de estaquia. De acordo com os resultados das entrevistas, a gindiroba é utilizada em
Sergipe como planta medicinal. Entretanto os usuários desconhecem o potencial
biotecnológico dessa espécie.
PALAVRAS-CHAVE: Gindiroba, propagação in vitro, estaquia, alternativa
biotecnológica.