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O uso de expressões como tecnologia da educação, tecnologia do
ensino, modernas tecnologias educacionais, tecnologias da instrução é
muito recente entre nós. Recente e, com freqüência, indevido ou
deformando. Há, por exemplo, quem suponha que a tecnologia da
educação e didática são sinônimos, confundindo, assim, tecnologia da
educação cientificamente (...) há quem ligue tecnologia da educação
exclusivamente ao emprego de televisão e rádios educativos, omitindo
itens tão (ou mais) decisivos como a instrução programada, o ensino por
meio do computador, o laboratório de línguas, a análise experimental do
comportamento, a análise de sistemas, a teoria e pesquisa em
comunicação. Não faltam, também, aqueles, para os quais a tecnologia da
educação é praticamente tudo – aula de corte e costura, recorte de jornal,
relatórios escolares, conferências e preleções, dinâmica de grupo e até
supostos “métodos sublimares” (Silva apud GONÇALVES, 2006, p.49).
Durante o citado evento a comissão formulou o conceito de tecnologia da
educação tomando por critério quatros características básicas as quais definem o
termo como área do conhecimento humano, campo de pesquisa e teorização,
disciplina e prática:
1º- tecnologia da educação é a aplicação sistemática, em educação, ensino
e treinamento, de princípios científicos devidamente comprovados em
pesquisas, derivados da análise experimental do comportamento e de
outros ramos do conhecimento científico (psicologia experimental da
aprendizagem, teoria da comunicação, análise de sistemas, cibernética,
psicologia experimental da percepção). 2º- tecnologia da educação é o
conjunto de materiais e equipamentos mecânicos ou eletromecânicos
empregados para fins de ensino (projetores, gravadores, transparências,
laboratórios de línguas etc). 3º- tecnologia da educação é ensino em massa
(uso de meio de comunicação de massa na educação). 4º- tecnologia da
educação se refere a sistemas homem-máquina
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.
A década de 90 demonstrou uma tendência ao uso de computadores na
educação (DEMO, 1993; FAGUNDES, 1993; JONASSEN, 1996; MORAES, 1997;
PACHECO, 1997), em geral naquela época se utilizava uma abordagem na qual o
computador, na maior parte das vezes, era usado exclusivamente como uma
“máquina de ensinar”, não representando, portanto, grande avanço em relação
aos métodos tradicionais e convencionais de ensino. A aprendizagem, que
resultou do uso desta abordagem, privilegiou a mera absorção de informação
pelos estudantes e reforçou o processo educativo enquanto memorização e
repetição, ficando o estudante na posição predominantemente passiva como mero
receptáculo de informações, sem um papel mais ativo na construção de sua
aprendizagem (GONÇALVES, 2006).
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(Relatório Científico/USP/Comissão de Tecnologia Educacional – 1977).