Isso significa que cada um de nós possui uma visão clara da rede de relacionamentos
à qual pertence, mas não é possível perceber facilmente a rede à qual os outros
pertencem. Isso inclui não apenas aqueles que não conhecemos, mas também os que
fazem parte de nossas relações.
Além disso, as pessoas têm enfrentado muitas mudanças com o surgimento de novas
redes de relacionamento. Se focarmos diretamente os laços sociais e sistemas informais
de troca de recursos ou informações, teremos conceito de comunidade interpretado
como bairro, vizinhança, religião ou determinada cidade em que as pessoas conviviam
presencialmente entre si. Conceito este, muito diferente do que estamos acostumados a
presenciar atualmente.
Existe uma transmutação do conceito de “comunidade” em “rede social”. Segundo
Rogério da Costa (2008), em seu artigo sobre Web 2.0, Participação e Vigilância na Era
da Comunicação Distribuída, ele afirma que se solidariedade, vizinhança e parentesco
eram aspectos predominantes quando se procurava definir uma comunidade, hoje são
apenas alguns dentre os muitos padrões possíveis das redes sociais. Estamos diante de
novas formas de associação, relacionamento ou proximidade, inseridos em redes com
padrões variáveis, interesses individuais com semelhanças coletivas.
Lidamos com diferentes pessoas, conhecidas ou não, numa série de contextos
relacionados com diferentes redes ao mesmo tempo. Em vez de nos deslocarmos apenas
entre redes de conhecidos ou membros comuns, a tecnologia móvel está mudando os
fatores de freqüência de contatos e distância. É o que o estilo de vida móvel vem
provocando: mudanças e reorganização na forma das pessoas se encontrarem, trocarem
informações ou comunicarem entre si.
Segundo Wellman (2004), essa mudança para um individualismo conectado teria
acontecido recentemente. Até 1990, os lugares físicos ainda eram os principais
contextos de interação da maior parte das pessoas. E também os tipos de laços eram,
sobretudo, os de sua comunidade pessoal, como parentes, colegas, amigos, etc. Mas,
com a revolução das tecnologias de comunicação, houve uma mudança no padrão de
relação entre as pessoas. Antigamente, as pessoas se deslocavam de um lugar a outro
para interagir com sua rede pessoal, mas, atualmente, elas vivem uma dinâmica de
relação que saltam de uma pessoa a outra, numa rede virtual de contatos.