
Capítulo 2 – Classificação, Sobrevivência e Gestão de Custos em Microempresas 26
as MPEs não necessariamente possuem domínio sobre o processo de apropriação desses
custos por parte dos produtos/serviços que oferecem.
Entre as empresas que operam com estoques, há uma grande proporção delas que realiza o
controle de estoques uma vez por mês (35% das empresas); em uma outra proporção, estão
concentradas as empresas que verificam 1 vez por ano (21%), 2 vezes ao ano (15%), 4 vezes
ao mês (9%) e todos os dias (6%); as demais empresas estão muito dispersas em outras faixas
ou não fazem controle, conforme quadro 2.3.
Freqüência
de controle
de estoques
Exemplos de atividades encontradas
Todos os dias
Indústria (confecções, gráfica, móveis etc.)
Comércio (padarias, minimercados, farmácias, autopeças, postos de gasolina etc.)
4 vezes ao
mês
Indústria (confecções, gráfica, materiais de construção etc.)
Comércio (padarias, minimercados, móveis, automóveis etc.)
Serviços (lanchonetes, dentistas, revelação de fotos etc.)
1 vez ao mês
Indústria (confecções, autopeças, móveis, metalurgia, embalagens etc.)
Comércio (padarias, minimercados, farmácias, vestuário, material de construção
etc.)
Serviços (lanchonetes, dentistas, contabilistas, chaveiro, lava-rápido, assistência
técnica etc.)
1 ou 2 vezes
ao ano
Indústria (confecções, gráfica, materiais de construção, móveis, serralheria,
autopeças etc.)
Comércio (padarias, minimercados, vestuário, calçados, material de construção etc.)
Serviços (lanchonetes, locação de veículos, serviços de informática, xerox,
fotografia etc.)
Quadro 2.3. Exemplos de atividades encontradas que realizam controles de estoques (por tipo de freqüência)
Fonte: SEBRAE (2002)
A pesquisa observou a presença de algum aplicativo informatizado em 42% das empresas e os
aplicativos tendem a estar concentrados no controle de estoques. Tal suposição é confirmada
pela maior terceirização do cálculo da folha de salários e a maior concentração, nas mãos dos
proprietários, do controle de estoques, como descrito neste trabalho. Entretanto, é muito
pequeno o número de empresas que utilizam programas de computador para monitorar seus
custos, 58% das empresas, evidenciando que esses grupos se encontram atrasados no que se
refere ao domínio das técnicas de controle de custos.
O pouco domínio apresentado pelas MPEs sobre os custos unitários acaba por prejudicar a
formação dos preços de cada um dos produtos, tendo, como uma das conseqüências, a
operação de alguns produtos rentáveis e outros que geram prejuízo sem saber, ou seja, podem
estar operando “às escuras”, sem conhecer o nível de rentabilidade de cada produto.