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Scipione foram compradas pelo Grupo Abril
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, a Editora Moderna, em 2001, foi vendida para
o grupo espanhol Prisa-Santillana
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esse mesmo grupo também adquiriu 75% da Editora
Objetiva, em 2005 (Estado de São Paulo, 2006). Já em 2007, a editora espanhola Anaya
comprou 51% da editora nacional Escala Editorial. Em 2009, o grupo IBEP, que é nacional,
adquiriu a Editora Conrad (Diário do Comércio, 2009).
É importante dizer que embora essas editoras tenham sido vendidas seus nomes não
foram mudados, mas mantidos em função do mercado. É como se não houvesse ocorrido
mudança alguma, seus nomes são nacionais, porém seu capital pertence a editoras
estrangeiras.
Por outro lado ainda há outras editoras internacionais que instalaram filiais no Brasil.
Como por exemplo, a editora Planeta, que em 2003 inaugurou em São Paulo sua primeira
filial brasileira (VEJA, 2003). O mesmo ocorreu com grupo espanhol Oceano (especializada
em enciclopédias e dicionários) e a editora espanhola Edições SM (voltada para o segmento
infanto-juvenil e de didáticos) incorporaram uma filial em São Paulo. (ABRELIVROS, 2005).
Assim, com a compra dessas editoras que eram nacionais e a vinda de editoras
estrangeiras ao país observa-se que existe uma preocupação de investimentos, principalmente
por parte de editoras estrangeiras no setor editorial brasileiro. Pode-se afirmar que tal setor
movimenta milhões todos os anos. Segundo um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) da Universidade São Paulo esse mercado registrou um faturamento de R$
3,013 bilhões em 2007, o que corresponde a um crescimento nominal de 4,62% em relação
aos anos anteriores. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2008).
Dentre os setores que mais registram a venda livros, encontra-se a categoria dos
didáticos. A tabela abaixo extraídas do site da Revista Panorama Editorial mostra o alto
faturamento dos livros didáticos para o mercado editorial nos anos de 2004 a 2008.
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Em 2004 o Grupo Abril associou-se à Capital International, Inc., do Capital Group, o terceiro maior administrador de
fundos americano. Esse investiu no grupo brasileiro 150 milhões de reais, o que garantiu a compra de 13,8% do Grupo Abril.
(VEJA, 2003)
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Segundo CASSIANO (2005) esse grupo foi criado em 1960 tendo grande expansão na América Latina. De 1968 até 1979
para Argentina, Chile, México, USA e Venezuela; em 1980 para Peru, Colômbia. De 1990 a 1997 para Porto Rico, Uruguai,
Equador, Costa Rica, República Dominicana, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Paraguai e Honduras. Segundo reportagem do
Jornal Valor Econômico (2008), o Brasil já é o maior mercado, em termos de volume de livros, da Santillana - ultrapassando
inclusive a Espanha. No ano de 2006, a empresa vendeu nos 22 países em que atua 128,3 milhões de exemplares. Desse total,
mais de 54 milhões vieram do mercado brasileiro, o que representa um acréscimo de 66% em relação a 2006. (VALOR
ECONÔMICO, 2008). Em 2010, em plena crise da Espanha o grupo prisa santillana, obteve lucro de 35,55 milhões no
primeiro trimestre do ano frente aos 2,93 milhões do mesmo período em 2009 (O GLOBO, 2010).