Download PDF
ads:
SILVIA RODRIGUES
LOTEAMENTOS FECHADOS E CONDOMÍNIOS
RESIDENCIAIS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Dissertação apresentada como exigência para obtenção do
Título de Mestre em Urbanismo,
ao Programa de Pós Graduação na área de Urbanismo,
Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Orientadora: Profª Drª Raquel Rolnik
PUC-CAMPINAS
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
SILVIA RODRIGUES
"Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais
em São José do Rio Preto"
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Urbanismo do Centro de Ciências
Exatas, Ambientais e de Tecnologias da
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Urbanismo.
Área de Concentração: Urbanismo.
Orientadora: Profl. Dr.aRaquel Rolnik.
Dissertaçãodefendida e aprovada em 26 de Junho de 2006 pela Comissão Examinadora
constituídados seguintes professores:
rofl. Dr.aMaria Helená Ferreira Machado
PontifíciaUniversidade Católica de Campinas
-
w
ads:
2
Dedico este trabalho ao meu querido filho Lucas
3
AGRADECIMENTOS
A minha família,
Pelo apoio para a realização desta pesquisa que era um grande desafio; meu profundo
agradecimento pela realização desta grande conquista.
À Profª Drª Raquel Rolnik,
Orientadora, meus eternos agradecimentos, pelo apoio, incentivo, atenção e paciência.
À Márcia de Assis,
Pela generosidade com que me ajudou com informações e pela companhia na realização da
pesquisa de campo.
Ao Milton de Assis,
Pela imensa colaboração para a coleta de dados junto à Prefeitura Municipal de São José do Rio
Preto.
A todas as pessoas que trabalham na Prefeitura de São José do Rio Preto,
Que colaboraram com atenção e carinho para a realização da coleta de dados desta pesquisa.
Às minhas amigas Ângela, Ziza e a minha irmã Marisa, pela acolhida em suas casas, o que tornou
possível as minhas idas a Campinas.
À Ester Alkimim,
Pela revisão do vernáculo.
À Profª Drª Eulália Negrelos e Profª Drª Maria Helena,
Examinadoras da Banca de Qualificação, pelo apoio e incentivo, fundamentais para a
compreensão final desta pesquisa.
4
A cidade. Os modernos quase que completamente esqueceram o verdadeiro sentido
desta palavra: a maior parte confunde as construções materiais de uma cidade com a própria
cidade e o habitante da cidade com um cidadão. Eles não sabem que as casas constituem a parte
material, mas que a verdadeira cidade é formada por cidadãos.
Jean-Jacques Rousseau
5
RESUMO
Reflexão sobre loteamentos fechados e condomínios residenciais, que são tipos das
novas configurações e se dão de forma dispersa no território. Este trabalho busca
analisar esses tipos de moradia de forma condominial, fechada entre muros. Apresenta o
histórico de implantação de todos os conjuntos residenciais na cidade de São José do
Rio Preto.O principal objetivo é analisar a crescente expansão da implantação de
loteamentos fechados e condomínios residenciais (principalmente na década de 90),
quais os principais grupos econômicos que atuam na cidade e de que forma esses
empreendedores chegaram ao mercado imobiliário de loteamentos e condomínios
residenciais, e qual é a participação do poder público e de que forma ele contribui para a
implantação desses conjuntos. O trabalho também identifica a relação entre o poder
público e os agentes imobiliários e a troca na legislação para favorecimento de
moradores e empreendedores imobiliários. análise de algumas reflexões teóricas a
fim de aprofundar os entendimentos sobre os impactos sociais e territoriais, mais
complexos, causados pela implantação de loteamentos fechados e condomínios
residenciais.
Termos de Indexação: loteamentos fechados, condomínios residenciais.
6
ABSTRACT
There is a dispersive thinking about closed plots of lands and residential condominiums
which are types of new configurations in the Brazilian territory. The objective of this work
is analyzes the kinds of homes in condominiums, closed between wall. It presents
milestones of all the home condominiums implementations in São José do Rio Preto city.
The main goal is to analyze the increasing growing of closed plots and residential
condominiums implementation mainly in the 90´s, which are the main economic groups
playing in the city, how these entrepreneurs achieved the real estate market of closed
plots and residential condominiums, what is the government role and how it contributes for
the implementation of these units.
It also identifies the relation between the government and the real estate agents and
discus the changes in the regulatory laws to benefit the residents and real estate agents.
It analyzes some theoretical reflections in order to go deeper into the understanding of the
social and territorial complex impacts, caused by the implementation of closed plots and
residential condominiums.
Key words: closed plots of land and residential condominiums.
7
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... I
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................II
RESUMO .............................................................................................................. III
ABSTRACT ........................................................................................................... IV
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. V
INTRODUÇÃO ......................................................................................................12
1. O LOTEAMENTO FECHADO E O CONDOMÍNIO RESIDENCIAL ..................15
1.1 O que são Loteamento Fechado e Condomínio Residencial ...............16
1.2 São José do Rio Preto ..........................................................................21
2. MERCADOS IMOBILIÁRIOS ............................................................................26
2.1 O Valor da Terra .................................................................................. 29
2.2 Análise do Mercado Imobiliário ...........................................................30
2.3 Origem e Evolução dos Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais em São José do Rio Preto: Cronologia e Tipologia........43
2.4 Condomínios de Interesse Social ........................................................49
2.5. Uso de Áreas Públicas ........................................................................51
2.6 O Fechamento dos Loteamentos .........................................................53
2.7 Tipologia e Classificação por Faixa de Renda .....................................55
2.8 Avaliação dos Projetos .........................................................................60
2.9 Anos 90 – Hipóteses e Evidências .......................................................69
3. A TERRA E OS GRUPOS ECONÔMICOS ......................................................72
3.1 Área Urbana e Legislação ....................................................................73
3.2 Os Empreendedores de Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais: Quem São e Como Atuam ...................................................76
8
3.3 Os Compradores de Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais: Quem São e Como Atuam ...................................................86
4. PODER PÚBLICO, LEGISLAÇÃO E O LOTEAMENTO FECHADO ..............94
5. CONSIDERAÇÕES
FINAIS.............................................................................106
5.1 Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais Implantados de
Forma Dispersa.........................................................................................107
5.2 Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais Como Novas
Formas de Segregação ............................................................................116
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 123
ANEXOS ............................................................................................................ 128
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Alphaville .............................................................................................. 20
Figura 2: Mapa do Estado de São Paulo ............................................................ 22
Figura 3- Da área edificada e Área do Terreno ................................................... 25
Figura 4: Revistas sobre Sonho de Consumo e Paraíso dos Bacanas .............. 27
Figura 5: Lançamentos e Custos de Condomínios Horizontais em São Paulo,
2003...................................................................................................................... 28
Figura 6: Componentes do Valor do Solo Urbano .............................................. 29
Figura 7: Composição de Preços Imobiliários ..................................................... 32
Figura 8: Condomínio Residencial Las Palmas ...................................................33
Figura 9: Diagrama do Processo de Compra da Terra ....................................... 35
Figura 10: Fotos do Condomínio Residencial Márcia.......................................... 37
Figura 11: Fachada do Condomínio Green Village III ..........................................39
Figura 12: Implantação do Condomínio Green Village III ....................................39
Figura 13: Pavimento Térreo do Condomínio Green Village III .......................... 40
9
Figura 14: Pavimento Superior do Condomínio Green Village III........................ 40
Figura 15: Condomínio Maison du Parc .............................................................. 42
Figura 16: AlphaVille Conde ............................................................................... 42
Figura 17: Condomínio Bourgainville ................................................................. 43
Figura 18 : 1ª Casa Construída .......................................................................... 43
Figura 19: Imagem por Satélite dos Loteamentos Fechados Débora Cristina,
Village Santa Helena, Village Flamboyant, Bourgainville..................................... 46
Figura 20: Loteamentos Fechados ..................................................................... 47
Figura 21: Condomínios de Interesse Social ...................................................... 50
Figura 22: Condomínio Residencial Villa Borghese ............................................ 51
Figura 23: Condomínio Recanto Real ................................................................. 52
Figura 24: Áreas Verdes do Condomínio Village Flamboyant ............................ 53
Figura 25 – Bairros Privatizados Acumulam Problemas ..................................... 55
Figura 26 : Condomínios Beneficiados com Serviços ......................................... 57
Figura 27: Definições do Forest Hills .................................................................. 58
Figura 28 - Opções de Fachada .......................................................................... 59
Figura 29 - Planta Baixa das Casas .................................................................... 59
Figura 30 – Condomínio Marisa Cristina ........................................................... 60
Figura 31: Implantação do Condomínio Marisa Cristina ..................................... 61
Figura 32: Implantação do Condomínio Residencial Villa Borghese .................. 61
Figura 33: Implantação do Forest Hills ................................................................ 62
Figura 34: Foto das Fachadas ............................................................................ 62
Figura 35: Fachada e Conjunto de Casas do Condomínio Las Palmas ............. 62
Figura 36: Implantação do Condomínio Las Palmas .......................................... 63
10
Figura 37: Planta Baixa da Casa de 2 dormitórios do Condomínio Jardins de
Barcelona ............................................................................................................. 63
Figura 38: Planta Baixa da Casa de 3 Dormitórios do Jardins de Barcelona ..... 63
Figura 39: Fachadas das Casas do Jardins de Barcelona .................................. 64
Figura 40: Fachadas das Casas do Green Village III .......................................... 65
Figura 41 – Imagem por Satélite dos Condomínios Damha. .............................. 66
Figura 42: Fachadas de Alguns Empreendimentos Damha ............................... 67
Figura 43: Edifício de Apartamentos Green Garden ........................................... 68
Figura 44: Fachadas dos Loteamentos Fechados .............................................. 69
Figura 45: Fachadas dos Condomínios .............................................................. 69
Figura 46 – Projeto Edge City ............................................................................. 82
Figura 47: Condomínio Vale Verde ......................................................................83
Figura 48 – Mapa das Aglomerações Urbanas do Estado de São Paulo ..........113
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: PIB (Produto Interno Bruto) de São José do Rio Preto ........................23
Tabela 2: Número de Lançamentos de Condomínios Horizontais por Ano ..........27
Tabela 3: Orçamento de Implantação do Condomínio Residencial Las Palmas..36
Tabela 4: Custo da Terra do Residencial Márcia ................................................ 37
Tabela 5: Custo da Terra do Residencial Márcia ................................................ 38
Tabela 6: Orçamento de Implantação do Condomínio Residencial Márcia ........ 38
Tabela 7: Orçamento de Implantação do Condomínio Green Village III...............40
Tabela 8: Diferenças quantitativas entre projeto e Lotes Executados............... 105
Tabela 9: Cidades médias de 100 a 500 mil habitantes .................................. 112
Tabela 10 Dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística ........................................................................................................... 114
11
ANEXOS
Tabela 11: Ocupação dos Empreendimentos ....................................................129
Tabela 12: Custo da Terra ..................................................................................129
Tabela 13: Avaliação Imobiliária dos Loteamentos Fechados ...........................130
Tabela 14: Avaliação Imobiliária dos Condomínios Residenciais ......................131
Tabela 15: Condomínios Residenciais ...............................................................132
Tabela 16: Loteamentos Fechados ...................................................................136
Figura 50: Mapa de São José do Rio Preto - Década de 70 .............................139
Figura 51: Mapa de São José do Rio Preto - Década de 90..............................140
Figura 52: Mapa de Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais........141
Figura 53: Imagem de Satélite de São José do Rio Preto .................................143
12
INTRODUÇÃO
_________________________________________________
Para o estudo de loteamentos fechados e condomínios residenciais
horizontais, foi escolhido o caso de São José do Rio Preto, porque esse novo
modelo de urbanização tem se dado não somente em grandes metrópoles, mas é
13
disseminado por todo o País. Para o entendimento desses processos de
urbanização, é necessário conhecer os agentes envolvidos no processo de
implantação, como: empreendedores, arquitetos, agentes imobiliários e a
articulação destes com o poder público, a fim de produzir uma nova forma de
morar e uma nova mercadoria.
A princípio, foi considerado apenas o estudo sobre condomínios
residenciais mas, com o desenvolvimento da pesquisa, foi necessária a inclusão
dos loteamentos fechados, por fazerem parte de conjuntos residenciais
horizontais fechados, que constituem o objeto desta pesquisa.
O trabalho está dividido em cinco capítulos que delimitam quatro
grandes temas: os mercados imobiliários, as questões fundiárias, os agentes
envolvidos e o poder público.
No primeiro capítulo, explico conceitualmente e legalmente o que são
loteamento, loteamento fechado e condomínio residencial e também apresento a
cidade de São José do Rio Preto.
No capítulo 2, estão as questões relativas ao valor da terra, análise do
mercado imobiliário, origem e evolução dos loteamentos fechados e condomínios
residenciais, os condomínios de interesse social, o fechamento dos loteamentos,
tipologia e classificação por faixa de renda, avaliação dos projetos e concluo com
as hipóteses e evidências do aumento significativo dos loteamentos fechados e
principalmente os condomínios residenciais na década de 90.
No capítulo 3 descrevo as questões fundiárias e quais os grupos
econômicos que atuam na cidade de São José do Rio Preto e também quem são
os compradores deste novo produto do mercado imobiliário.
14
No capítulo 4 é tratada a legislação municipal em relação aos
loteamentos fechados.
E finalmente no capítulo 5 são tratadas algumas reflexões sobre os
impactos sócio-territoriais que os loteamentos fechados e os condomínios
residenciais acabam acarretando.
Esse novo modelo de urbanização está presente em várias cidades
brasileiras. No caso de São José do Rio Preto existem tipologias destinadas a
todas as classes de renda, gerando impactos territoriais e sociais. Este segmento
do mercado imobiliário é composto principalmente por 3 grandes empresas que
são a Encalso, a Tarraf e a Rodobens e o aumento de aprovações de
loteamentos fechados de São José do Rio Preto resultou das relações políticas e
econômicas entre os setores público e privado.
15
1. O LOTEAMENTO FECHADO E O CONDOMÍNIO
RESIDENCIAL EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
_________________________________________________
16
1.1 O Que são Loteamento Fechado e Condomínio Residencial
A Lei Federal 6766 de 1979, permitiu que as cidades passassem a ter
um novo instrumento para regulamentar o parcelamento do solo. Essa Lei,
chamada de Lei Lehmann, conceitua o loteamento para fins urbanos como sendo
a "subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas
vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias existentes".FREITAS (1988)
O parcelamento do solo, na definição de AZEVEDO (1983), é a "divisão
de uma gleba em lotes, que passam a ter vida autônoma, com acesso direto à via
pública. A gleba parcelada perde a sua individualidade, a sua caracterização
originária, dando nascimento a várias parcelas individualizadas, que recebem o
nome de "lotes". Daí a denominação de "loteamento". (...) O parcelamento para
fins urbanos, ou parcelamento urbanístico, destina-se a integrar a gleba na
cidade, permitindo que ela passe a ter usos urbanos, ou seja, uso residencial,
comercial, industrial e institucional".
O Loteamento Fechado
No loteamento instituído pela Lei Federal 6.766/79, tem-se um repasse
de áreas públicas ao domínio municipal. Então, são abertas vias de circulação,
ruas, algumas vielas sanitárias, praças, áreas verdes, áreas institucionais que são
áreas reservadas para o município fazer uma creche, uma escola municipal, tudo
que tenha uma finalidade voltada para o público, bens de uso comum do povo. No
loteamento, o recorte das áreas para formação dos lotes; as pessoas vão
comprá-los e construir suas casas em cima deles.
Os loteamentos convencionais, segundo SILVA (1995), regidos pela
Lei 6766/79, são fechados por ato do loteador ou de uma associação de
17
moradores, o que demonstra a sua ilegalidade. Com efeito, os tais ”loteamentos
fechados" juridicamente não existem; não legislação que os ampare,
constituem uma distorção e uma deformação de duas instituições jurídicas: do
aproveitamento condominial de espaço e do loteamento ou do desmembramento.
É mais uma técnica de especulação imobiliária, sem as limitações, as obrigações
e os ônus que o Direito Urbanístico impõe aos arruadores e loteadores do solo".
No loteamento fechado, as pessoas tomam posso desse espaço e
pretensamente estão colaborando com o poder público quando estão recolhendo
o lixo, fazendo manutenção das vias, cuidando das áreas públicas: mas, nesses
casos, não há contrapartida nenhuma, porque a população não tem retorno. É um
serviço que deveria ser prestado pela prefeitura.Os impostos são todos pagos
para que esse serviço seja prestado em todo o território municipal. Então, a
contrapartida dos moradores desses loteamentos é imaginária, ilusória, porque
nada é devolvido à população. Mas quando se trata de condomínio de baixa
renda, a realização da manutenção destas áreas, onde o recurso da população é
escasso e a prefeitura não tem como prestar este serviço porque as ruas e tudo o
que estiver lá dentro é área privada.
Segundo AZEVEDO (1985), “Na verdade, o que difere basicamente o
loteamento comum do ‘loteamento fechado’ é que, no primeiro, as vias e
logradouros passam a ser do domínio público, podendo ser utilizadas por
qualquer pessoa, sem nenhuma restrição. No segundo, as ruas e praças, jardins
e áreas livres continuam de propriedade dos condôminos, que deles se utilizarão
conforme estabelecerem em convenção. No loteamento comum, cada lote tem
acesso direto à via pública; no loteamento condominial, não; os lotes têm acesso
ao sistema viário do próprio condomínio, que, por sua vez, alcançará a via
18
pública. No loteamento comum, a gleba loteada perde a sua individualidade, deixa
de existir, para dar nascimento aos vários lotes como unidades autônomas
destinadas à edificação. No loteamento condominial, a gleba inicial não perde a
sua caracterização; ela continua a existir como um todo, pois o seu
aproveitamento é feito também como um todo, integrado por lotes de utilização
privativa e área de uso comum”.
Condomínio Residencial
FERREIRA (2005) define que condomínio é o “domínio exercido
juntamente com outrem; co-propriedade, conjunto residencial geralmente cercado
e com acesso controlado, dotado de equipamentos comunitários, e cujos
moradores dividem diversas despesas (com pessoal, manutenção, etc.)”, mas
comumente chama-se condomínio o “objeto do condomínio” ou a “contribuição
para as despesas comuns”, ou para designar conjuntos de casas, murados,
configurados a partir de loteamentos convencionais chamados loteamentos
fechados.
Segundo FREITAS (2004), os condomínios fechados são
regulamentados pela lei 4591/64 e tudo que está dentro da área do projeto é área
privada. O que é mais comum “é o condomínio de prédios de apartamentos (...)
ou às vezes uma forma conjugada de dois ou três prédios de apartamentos (...);
uma grande área de lazer, “playground”, piscina e estacionamento são espaços
privados; no caso de condomínio, não repasse de áreas públicas para o poder
público. No condomínio não a figura do lote (...). No prédio de apartamentos,
a unidade residencial, que é uma fração ideal do prédio que corresponde ao
apartamento. Quem compra o apartamento também é proprietário em condomínio
de uma fração ideal do todo, das áreas comuns ali ... das escadarias, do elevador,
19
do “hall”, do “playground”, da garagem, da piscina, etc... No caso dos
condomínios horizontais (de casas térreas ou assobradadas), a legislação é a
mesma da dos prédios de apartamentos. Portanto, no caso do condomínio, não
há o repasse de áreas públicas para o domínio público”.
De acordo com SANTOS (2002), pode-se definir condomínio horizontal
fechado como um agrupamento de unidades habitacionais unifamiliares, com
acessos independentes, construído por um empreendedor de acordo com projeto
que abarca tanto o conjunto como as residências. Pode-se falar de conjunto de
casas implantado na malha urbana convencional, mas independente e isolado
desta, geralmente por muros, e que possui acessos controlados e sistemas de
segurança. Apresentam formas diferenciadas de agenciamento de unidades
habitacionais, sempre circunscritas dentro das seguintes variáveis: podem
constituir blocos de unidades térreas, ou de dois ou mais pavimentos; podem ser
unidades geminadas por um lado, geralmente com dois ou mais pavimentos;
assim como podem ser unidades isoladas, também de dois ou mais pavimentos.
Em geral, os condomínios apenas prevêem a utilização de espaços coletivos para
o lazer, com piscinas, churrasqueiras, salões de festas, áreas para praticar
esportes, etc., e não incluem, necessariamente, áreas verdes, ainda que a
legislação paulistana exija o mínimo de 5m
²
por unidade habitacional.
ESCORZA (2003) cita, em seu texto, que existem no Código Civil (Lei
10.406/2002) os artigos 1314 a 1326, nos quais a figura do condomínio tem como
característica básica o fracionamento da gleba em partes ideais. O proprietário
tem a obrigação de participar com as despesas de conservação das áreas
comuns e é permitida a barreira física, onde a autorização para a entrada é dada
pelos proprietários.
20
O Alphaville foi o primeiro loteamento fechado a ser lançado no Brasil;
o projeto de loteamento foi inicialmente desenvolvido para indústrias não
poluentes. Com a instalação de grandes empresas, verificou-se a necessidade
dos executivos morarem perto do local de trabalho.
Figura 1: Alphaville
Fonte: Alphaville Urbanismo
O condomínio Alphaville São Paulo foi lançado em 1974, à cerca de
30 km da região dos Jardins, em São Paulo, e é hoje uma comunidade com
aproximadamente 30.000 habitantes espalhados em 15 residenciais. Em 1997, a
receita foi levada para Campinas; em 1998, para Belo Horizonte e, em 2000, para
Curitiba, Goiânia e Salvador. Na capital, os primeiros condomínios surgiram nos
Jardins (zona sul) e na Chácara Flora. No início, eram apenas empreendimentos
para as classes média e alta e, a partir de 1999, passaram a ter padrões diversos
e preços variados. Hoje, é possível encontrar residenciais de alto padrão na Vila
Carrão, como o Condomínio Residencial Granville e outros de baixo padrão, como
o Conjunto Residencial Vila Carmosina, em Itaquera” (TEIXEIRA, 2002).
O sucesso do empreendimento foi muito grande e gerou outros
modelos no País, como símbolos de segurança, organização e tranqüilidade para
a família, com toda a infra-estrutura urbana necessária.
21
1.2 São José do Rio Preto
Em São Jo do Rio Preto, verifica-se a presença desse modelo de
parcelamento do solo em loteamentos fechados e condomínios residenciais.
Os loteamentos fechados e condomínios residenciais invadem o
território do município e têm uma implantação desordenada. A legislação não
contempla instrumentos, mecanismos e parâmetros que regulem as instalações
desses conjuntos residenciais com as mínimas condições de vida saudável para
os moradores da cidade.
Referência Histórica
São José do Rio Preto foi elevada a município em 19 de julho de
1894. O grande desenvolvimento da cidade se deu a partir da chegada dos trilhos
da Estrada de Ferro Araraquarense, em 9 de julho de 1912, que permaneceu
como ponta final dos trilhos por vinte anos. Em 1933, São José do Rio Preto se
transformou num lo comercial regional e concentrou toda a produção de
mercadorias produzidas no chamado “Sertão do Avanhandava”, em razão de sua
situação de ponta de linha férrea.
Em 1944, foi instalada a Swift, primeira grande indústria da cidade, que
extraía óleo comestível a partir do algodão, milho, mamona e amendoim. O
algodão havia se transformado no grande propulsor da economia regional e atraía
ainda outras firmas especializadas, a Sambra e Indústrias Reunidas Matarazzo.
Naquela época, a cidade ocupava lugar de destaque como sede de uma região
riquíssima na produção de algodão.
Segundo CORREA (2006), Com a vinda da Swift, Rio Preto deixava de
ser uma cidade comercial, em parte ainda movida pela atividade agrícola, para
ganhar ares industriais. A empresa chegou com fama internacional, movimentou a
22
economia regional e passou a ser a maior empregadora da cidade. Em 1969, a
Swift cessou suas atividades fabris.
Evolução Demográfica
Em 2005, a população de São José do Rio Preto, estimada pelo IBGE,
era de 406.826
mil habitantes. A cidade está localizada a 441 km da capital.
Figura 2: Mapa do Estado de são Paulo
Fonte: http://200.168.242.5/cpub/pt/site/index.php
São José do Rio Preto se destaca porque a cidade está num local
estratégico, no cruzamento de rodovias que fazem a ligação com São Paulo e
Porto de Santos para escoamento da produção. Por ser lo de uma região, a
cidade recebeu muitos investimentos do poder público.
A economia da região de São José do Rio Preto é uma das menos
industrializadas do Estado. As indústrias da região empregam apenas 25,3% da
mão-de-obra local e geram 1% somente do valor adicionado da indústria estadual.
Mas a parte mais significativa da economia da cidade são os serviços.
23
Agropecuária Indústria
Serviços
Total Pib Per Capita
42,10 715,24 1.960,28 2.717,62 6.917
Tabela 1: PIB (Produto Interno Bruto) de São José do Rio Preto
Fonte: Seade / 2003.
Os produtos mais significativos da região são a cana-de-açúcar, a
laranja, a carne bovina e o leite. Esses itens estão entre os mais representativos
nas diferentes sub-regiões, com algumas alternâncias quanto ao produto
principal. No entorno de Catanduva, a cana-de-açúcar é o principal produto,
responsável por 45% do valor da produção agrícola. No extremo noroeste, a
carne bovina lidera, com participações que variam de 26% a 38%.
Expansão Urbana
No final dos anos 50, o prefeito Alberto Andaló implantou o Plano
Diretor de Desenvolvimento e a Lei de Zoneamento. O arquiteto Heitor JoEiras
planejou o crescimento de Rio Preto, delineando a ocupação dos vales dos
córregos Borá e Canela com grandes e largas avenidas.
O traçado inicial era com ruas largas dividindo a área em quarteirões,
formando uma quadrícula, traçado pelo Engenheiro Ugolino Ugolini a pedido da
Igreja Católica.
Até 1974, era uma cidade concentrada em torno de um núcleo central,
quando se deu a aprovação do primeiro Loteamento Fechado distante da área
urbanizada e em área rural (ver Figura 50 em anexos).
Entre 70 e 80 teve somente a aprovação de 2 loteamentos fechados.
Sendo o primeiro em área rural.
Na década de 80 o único loteamento fechado aprovado foi em área
rural.
A grande expansão dos loteamentos fechados e dos condomínios
residenciais se deu na década de 90 (ver Figura 51 em anexos) com a aprovação
24
de 4 loteamentos fechados e 12 condomínios residenciais, sendo que os
primeiros foram de interesse social.
Até 2005 São José do Rio Preto contava com 16 loteamentos fechados
e 21 condomínios residenciais (ver Figura 52 em anexos), classificados de acordo
com a classe de renda em condomínios de interesse social, renda média baixa,
loteamentos e condomínios de renda média, condomínios de renda média alta e
loteamentos de alta renda.
Atualmente, a maior concentração populacional da cidade de São José
do Rio Preto está contida em um “v” formado pelo cruzamento de duas rodovias.
25
Figura 3- Da área edificada e área do terreno
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento
,2005.
26
2
. MERCADOS IMOBILIÁRIOS
_________________________________________________
27
Neste capítulo são tratadas as questões dos mercados imobiliários
porque cada segmento segundo a classificação é trabalhado de forma
diferenciada desde o projeto, público alvo, publicidade, captação e venda..
Com tamanhos variados e preços para todos os bolsos, os
condomínios residenciais ganham um espaço cada vez maior no estado de São
Paulo.
Figura 4: Revistas sobre Sonho de Consumo e Paraíso dos Bacanas
Fonte: Revistas Veja de 3/9/ 2003 e 6/4/2005.
Segundo SALGADO (2000), os condomínios residenciais surgiram nos
grandes centros urbanos como uma opção de moradia para famílias que buscam
a segurança de um apartamento aliada à privacidade de uma casa.
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
São Paulo
4 10 7 20 22 18 21 29 55
Outras
cidades
da RMSP
0 4 4 2 6 8 4 5 15
Total
4 14 11 22 28 26 25 34 70
Tabela 2: Número de lançamentos de condomínios horizontais por ano
Fonte: Denise Mônaco dos Santos e Nomads. USP - Núcleo de Estudos sobre Habitação e Modos
de Vida, a partir de dados da Embraesp - 2002- Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio.
Para condomínios, foram descartados conjuntos não construídos, ou que não se enquadram nas
definições propostas por este trabalho.
28
Figura 5: Lançamentos e Custos de Condomínios Horizontais em São Paulo, 2003.
Fonte: Revista Veja São Paulo de 03 de setembro de 2003
Existe uma luta travada entre as pessoas que buscam morar em
condições melhores (com mais conforto, em local com acesso facilitado a
serviços, transporte e mais segurança, para viver bem e cuidar de suas famílias) e
aqueles que vêem a cidade como geradora de lucro, onde a habitação é como
uma mercadoria.
A luta que se trava na cidade pela apropriação da renda imobiliária é a
própria expressão da luta de classes em torno do espaço construído”.
(MARICATO, 1997)
O modo capitalista de produção força uma separação entre o
trabalhador e o viver ao mesmo tempo em que os reintegra de maneira complexa.
A aparência superficial dos conflitos nas sociedades urbano-industriais
contemporâneas indica que existe na verdade uma dicotomia entre as lutas no
local de trabalho e no local de vida, e que cada tipo de luta é travada segundo
distintos princípios e regras. As lutas em torno do fundo de consumo para o
trabalhador igualmente emergem das tensões inevitáveis entre os apropriadores
(procurando a renda), os construtores (procurando o lucro), os financistas
(procurando juros) e o trabalho (procurando se opor às formas secundárias de
exploração que ocorrem no local de vida)”. (HARVEY, 1982)
29
2.1 O Valor da Terra
A especulação da terra tem se perpetuado devido a vários fatores,
como: o uso do solo, a saída dos pobres de áreas de alta renda, a saída das
elites do centro, a dispersão das elites em bairros fechados, em áreas de custo
baixo de terra e a ganância dos construtores e incorporadores.
Na composição dos preços da terra, são destaques a acessibilidade,
centralidades, história do lugar, estrutura sócio-econômica, estrutura espacial,
demandas locais, qualidade urbana, paisagística e ambiental, infra-estrutura,
projetos públicos e privados e intervenção pública, como as normas de
planejamento urbano, taxas, tarifas e impostos.
Figura 6: Componentes do valor do solo urbano
Fonte: REESE, Eduardo. Urbanización capitalista y mercados de tierras. Disciplina Território e
Poder – PUC Campinas, 2006
No passado, as terras onde estão localizados os condomínios eram
utilizadas como fazendas para a produção de pecuária e agricultura. Os limites
eram muito bem definidos entre rural e urbano. Desde a década de 70, tanto na
região de o Paulo com o Alphaville como em São José do Rio Preto com o
Bourgainville, a área rural está sendo tomada pelos loteamentos fechados e
condomínios residenciais, assim como por parques temáticos, centros de
Componentes do valor do
solo urbano
Troca das Normas Urbanas
Ações do conjunto da sociedade
A
B
C
D
“Esforço” do proprietário
Componentes
do valor do solo
urbano
A+B+C+D
Valorização
apropriada pelo
proprietário
anterior
“Esforço” do proprietário
anterior
A
0
B
0
C
0
D
0
Investimentos
públicos
30
compras, etc. A noção de cidade está sendo alterada; áreas de dispersão não têm
valores públicos de cidade, como infra-estrutura, serviços e equipamentos sociais.
Esses conjuntos de dispersão estão privatizando sua infra-estrutura e serviços.
O conceito de valor da terra diferenciado pela localização tem sido
alterado pela acessibilidade. Os investimentos públicos feitos na cidade, como
abertura de avenidas, causam alteração no preço de terrenos e imóveis da região,
tornando muitas vezes mais facilitado o acesso, favorecendo a valorização da
região e promovendo a implantação de novos empreendimentos.
Segundo HARVEY (1982), “O caráter fixo e imóvel do ambiente
construído acarreta a produção e uso de mercadorias sob condições de
competição monopolística espacial, com fortes efeitos de vizinhança ou de
externalidades. Muitas das disputas que ocorrem referem-se a externalidades (o
valor de uma residência é determinado em parte pelas condições das que a
rodeiam) e cada proprietário está, portanto, muito interessado em assegurar que a
vizinhança em conjunto seja bem conservada”.
2.2 Análise do Mercado Imobiliário
O mercado imobiliário trabalha com oferta e demanda de produtos
imobiliários (terra e unidades construídas). Com a ausência do sistema de
financiamento (principalmente para a classe de renda média) e com a ineficácia
dos governos em promover a recuperação e a implantação de áreas públicas de
lazer; o setor privado aproveitou a demanda e atua no segmento de loteamentos
fechados e condomínios residenciais muitas vezes com financiamento próprio.
Para execução desses empreendimentos, é necessária uma análise do
terreno sob diferentes aspectos: zoneamento, restrições de uso, desapropriações
e tombamentos para estabelecer os usos possíveis. Uma vez definidos esses
31
usos, é elaborada uma pesquisa sobre o mercado da região, visando detectar o
melhor uso para o terreno: residencial, comercial, industrial, institucional, etc.
Para identificar se um projeto imobiliário definido é realmente viável
financeiramente, uma série de análises é elaborada com base em fatos históricos
e recentes, visando estabelecer o índice de aproximação da expectativa com a
realidade mercadológica do momento.
Com base em detalhados estudos da região ou do negócio específico
(análise mercadológica), é verificada a adequação em termos de oferta e
demanda, onde uma região ou cidade é exaustivamente pesquisada, levantando-
se todos os empreendimentos compatíveis com o objeto-alvo, buscando o maior
conhecimento possível do mercado: número de empreendimentos em oferta,
empresas atuantes, projeção de novas construções que estão para começar,
perfil, tipologia, preços e condições efetivamente praticadas, bem como
velocidade de vendas alcançadas.
Também é necessário avaliar corretamente as mudanças sociais,
entender as alterações de comportamento e antecipar tendências, testar produtos
e localizar clientes com potencial de compra.
Para análise da demanda, é importante analisar o perfil da sociedade,
como o envelhecimento da população, pessoas que moram sós, importância no
sistema de comunicação e mudanças na área tecnológica. Com isso, é possível
traçar novos produtos específicos para as necessidades da população. Cada
perfil da sociedade tem necessidades e exigência especifica.
A expansão dos condomínios residenciais se deve, em grande parte, à
violência urbana. O marketing imobiliário aproveita o medo das pessoas para
vender a idéia de um produto seguro e que confere status social. A possibilidade
32
de morar seguramente e repartir as despesas de manutenção da moradia atraem
até mesmo as camadas com menos poder aquisitivo.
O espaço urbano não é apenas o lugar onde o cidadão vive, mora,
trabalha e nem o local onde o capital obtém lucros. É, principalmente, o objeto
em si da extração dos ganhos capitalistas.
Figura 7: Composição de preços imobiliários
Fonte: REESE, Eduardo. Urbanización capitalista y mercados de tierras. Disciplina Território e
Poder – PUC Campinas, 2006.
Os valores dos custos dos materiais, mão-de-obra e equipamentos,
assim como gastos gerais, honorários, gastos com promoção e com impostos,
taxas e licenças, são praticamente fixos.
A diferença significativa na composição dos preços está na parte
residual, que são o lucro e o preço do terreno e, para conseguir aumentar o lucro,
o investidor do mercado imobiliário busca obter terras a um custo menor e
também reduzir outros custos, como utilizar materiais com qualidade inferior e
sistemas construtivos inadequados aos padrões da obra.
O preço do solo está de
terminado pelo produto imobiliário que se pode desenvolver e,
para tanto, pela demanda
Máximo preço
que está
disposta a
pagar a
demanda por
um
determinado
produto
imobiliário
Custo dos materiais
Custo da mão-de-obra
Custo dos equipamentos
Gastos Gerais / Honorários
Gastos promoção e comercialização
Impostos / taxas / licenças
Residual
Lucro
Preço do terreno que está disposta a
pagar a demanda
33
Na compra da terra, os incorporadores se beneficiam com o preço dos
solos. São os incorporadores que compram uma gleba de terra a preço de
hectare ou alqueire que, depois de urbanizada, é vendida por metro quadrado,
existindo uma diferença muito grande dos valores das terras dentro do perímetro
urbano, porque a possibilidade de retalhamento em lotes, considerando que
existe uma variação devido à localização em situação de maior ou menor
valorização e, portanto, há uma intensa pressão sobre o poder público para
incorporar áreas rurais ao limite do perímetro urbano.
A seguir, são expostos, através de dados coletados junto à Secretaria
de Planejamento, construtoras e incorporadoras, imobiliárias, engenheiros
calculistas, empresas que constróe áreas esportivas e empresas de
equipamentos de lazer, os preços dos empreendimentos. A intenção é entender,
primeiramente, o processo de valorização da terra e também o custo do
empreendimento, compreender a voracidade com que as empresas do ramo
imobiliário atuam e tentar desvendar os mistérios escondidos “a sete chaves”
nesse ramo de negócio.
1. Condomínio Residencial Las Palmas
Figura 8: Condomínio Residencial Las Palmas - Proprietário : SETPAR S/A
Fonte: Fotos elaboras pela autora e catálogo da Setpar, 2005.
34
A Setpar adquiriu as terras em 13/07/2001 por R$ 155.000,00, de
Antonio Pereira de Castilho (este valor é o declarado junto ao cartório de imóveis)
.2. ANTONIO PEREIRA DE CASTILHO
A. Comprou as terras dos herdeiros de MASAYOSHI TAMASHIRO 10/09/1986
por 20.000,00 cruzados = 1 alqueire = 24.200,00 m².
B. 2/5/90 – a Prefeitura desapropriou 4.239,00 m² = 19.961,00.
2/8/93 – Retificou a área em juízo; de 19.961,00 m², passou a 26.527,00 m².
29/1/97 – Nota de retificação; passou a 22.024,19 m².
Os 22.024,19 m² foram desmembrados em seis partes; em uma parte foi
construído o Condomínio Residencial Las Palmas.
3. HERDEIROS
A. Seiichi Tamashiro e Maria Midori Itotamashiro, Masao Tamashiro e Josefina
Takako Horikoshi Tamashiro, Masayoshi Tamashiro e Marisa Yamashita
Tamashiro, Tioka Tamashiro Miyasato e Seizin Miyasato.
B. Maria Tamashiro Miyashiro e Vergilio Miyashiro.
C. Kensei Ogusuku, Haru Ogusuku Aragaki e Jose Seizen Aragaki, Luiz Ogusuku
e Maria Alice Starelli Ogusuku, Osvaldo Ogosuku e Maria Aparecida Cardoso
Ogusuku, Yasue Ogusuku Agren e Antenor Agren.
4. Masayoshi Tamashiro - Adquiriu em 1958 - Área Rural.
5. Seizin Mizato - proprietário da Fazenda Piedade - INCRA 610.143.008.419/7.
As terras passaram para o perímetro urbano pela lei n 3096/82 - art 1° em
14/07/82.
35
Figura 9: Diagrama do Processo de Compra da Terra
Fonte: Elaborado pela autora, 2005.
SEIZIN MIZATO
MASAYOSHI TAMASHIRO
1.1SEIICHI TAMASHIRO
E MARIA MIDORI
ITOTAMASHIRO
1.2 MASAO TAMASHIRO
E JOSEFINA TAKAKO
HORIKOSHI
TAMASHIRO
1.3. MASAYOSHI
TAMASHIRO E MARISA
YAMASHITA
TAMASHIRO
2.1. TIOKA TAMASHIRO
MIYASATO E
SEIZIN MIYASATO
3.1 MARIA TAMASHIRO
MIYASHIRO E
VERGILIO MIYASHIRO
4.1 KENSEI OGUSUKU
4.2 HARU OGUSUKU
ARAGAKI E JOSE
SEIZEN ARAGAKI
4.3 LUIZ OGUSUKU E
MARIA ALICE STARELLI
OGUSUKU
4.4 OSVALDO
OGOSUKU E MARIA
APARECIDA CARDOSO
OGUSUKU
4.5 YASUE OGUSUKU
AGREN E ANTENOR
AGREN
ANTONIO PEREIRA CASTILHO
SETPAR
36
SETPAR
Incorporação: 8/11/2002
Condomínio Residencial Las Palmas
Valor estimado da obra 3,286,850.50
Orçamento
Unidade Material
Mão-de-
obra % Total
1
Aquisição do terreno 9.501,79 m²
155.000,00
2
Incorporação e construção
Residência 39 unidades 39
44520.76
17398.59
2.414.854,60
Residência lote 23 1
45529.36
18127.13
63.656.49
Residência lote 24 1
45199.36
17902.69
63.102.05
Residência lote 25 1
45276.15
17906.24
63.182.39
Total residências 42
180525.63
71334.65
2.604.795,53
Guarita 1
13005.99
4549.21
17.555,20
Salão de festas 1
27800.76
11,959.71
39.760,47
Setor de serviços 1
19026.23
7874.34
26.900,57
Subtotal 59832.98
24383.26
84.216,24
Área externa 1
38157.76
8424.94
46.582,70
Área recreação 1
57590.47
22505.58
80.096,05
Área recreção 2 1
4011.88
2310.87
6.322,75
99760.11
33241.39
133.001,50
Infra-estrutura 1
129926.54
26642.81
156.569,35
Muro interno 1
43977.42
20942.37
64.919,79
Muro externo 1
65.000,00
Paisagismo VB 20.000,00
Projetos 140.000,00
Taxas de aprovação
3
Publicidade e vendas (7% do valor de vendas)
4
BDI
5
TOTAL 100
5.168.860,41
Custo da unidade habitacional 119.734,77
Venda
Unidades habitacionais 42 150.000,00 6.300.000,00
Lucro 17,96 1.131.139,60
Tabela 3: Orçamento de Implantação do Condomínio Residencial Las Palmas
Fonte: Elaborado pela autora, 2005.
Temos que considerar que, possivelmente, o valor declarado ao
cartório seja diferente da realidade. Mas, mesmo se considerarmos o valor da
terra por volta de 60,00/m², ainda ficaremos com uma margem de lucro de
11,36%.
37
2. Residencial Márcia
Figura 10: Fotos do Condomínio Residencial Márcia
Fonte: Encalso, 2006.
AD Empreendimentos Ltda.
Área = 27,192272 alqueire = 658.053,00 m²
comprou de:
Anwar Damha José Adilson de Souza Anwar Damha Total
22,5668 alqueire =
546.116,56 m²
1,34 alqueire =
32.428,00 m²
795,08 hectare
79.508,44 m²
658.053,00 m²
Cr$ 399.781,24 Cr$ 41.504,00 Cr$ 58.204,76 Cr$ 499.490,00
= US $ 274.777,21
= R$ 588.517,83
17/12/1999 5/11/1999 17/12/1999
Custo/m² = Cr$ 0,73 Custo/m² = Cr$ 1,27 Custo/m² = Cr$ 0,73
Tabela 4: Custo da Terra do Residencial Márcia
Fonte: Elaborado pela autora, 2005
1 hectare = 10.000 m² e 1 alqueire = 24.200 m²
Data cotação utilizada: 17/12/1999
Taxa: 1,8178 REAL/BRASIL (790) = 1 DOLAR-DOS-EUA (220) = US $ 274.777,21
Data cotação utilizada: 13/04/2006
Taxa: 2,1418 REAL/BRASIL (790) = 1 DOLAR-DOS-EUA (220) = R$ 588.517,83
38
26/11/1992 – área rural passou para o perímetro urbano.
Anwar Damha comprou gleba (área rural) de:
Luiz Alfredo Villanova Vidal e
Rosa Castro Villanova
Carlos Alberto
Villanova Vidal
José Carlos Villanova
Vidal
Rosa Castro
Villanova
15 alqueires =
363.000,00 m²
7,5 alqueires =
181.500,00 m²
7,5 alqueires =
181.500,00 m²
40,30 alqueires =
975.260,00 m²
Cr$ 2.002.500,00 Cr$ 1.000.000,00 Cr$ 1.335.000,00 Cr$ 6.045.000,00
24/5/1977 29/7/1977 24/7/1977 24/5/1977
Custo /m² = Cr$ 5,52 Custo /m² = Cr$ 5,50 Custo /m² = Cr$ 7,35 Custo /m² = Cr$ 6,20
TOTAL 70,30 alqueires = 1.701.260,00 m²
Cr$ 10.382.500,00 = Cr$ 6.102,82/m² (1977)
Tabela 5: Custo da Terra do Residencial Márcia
Fonte: Elaborado pela autora, 2005
Residencial Márcia Custo total
Gleba = 658.053,00 m²
Área dos lotes = 267430,00 m² 212,50 Venda 56.828.875,00
Sistema viário = 181257,60 m²
Subtotal área livre 209365,40 m²
Custo do terreno (atualizado para 2006)
588.517,83
Portaria = 400 000,00 M² (guarita= 55,00 m² +
administração= 201,22 m² + área livre =143,75 m²)
700,00
280.000,00
Portaria secundária = 37,50m² 700,00
26.250,00
Área de recreação – salão de festas =400,00m² 700,00
280.000,00
1
Mini campo de futebol 40 x 20
15.000,00
1
Campo de futebol 60x40
20.000,00
1
Quadra poliesportiva 16.x 32
32.000,00
2
Quadras de tênis 18x36
38.000,00
2
Lagos artificiais (1084,30 + 1047,62)=2131,92 70,00/hora de máquina
2.520,00
1
Playground – Equipamentos de eucalipto roliço
8.500,00
Paisagismo
190.000,00
Projetos (executados pela própria empresa)
8.000,00
Taxas de aprovação
471.471,21
Infra-estrutura (terraplanagem, rede de águas pluviais,
rede de esgoto, rede de água potável, guias e sarjetas,
pavimentação, energia elétrica e iluminação) 7.284.000,00
Muro externo 245,40 M
70,00
17.178,00
Poço 110 mil litros
10.000,00
Cx d’água elevada 300 mil litros
200.000,00
Estação de tratamento de esgoto
500,00/lote 303.500,00
VB Publicidade
Não teve
Total
7.286.520,00
607 lotes
custo/lote 12.004,15
BDI
87,18%
Tabela 6: Orçamento de Implantação do Condomínio Residencial Márcia
Fonte: Elaborado pela autora, 2005.
39
Temos que considerar que possivelmente o valor da terra declarado ao
cartório seja diferente da realidade. Mas mesmo se considerarmos o valor da terra
por volta de 15,50/m² , ficaremos com um custo de 28.807,81/lote; se levarmos
em conta que são iguais, ainda assim ficaremos com uma margem de lucro de
69,23%. Mas algumas considerações se fazem necessárias. A empresa possui
maquinário, usina de asfalto, mão-de-obra, e com essas facilidades, certamente o
custo com o empreendimento fica ainda mais reduzido, aumentando a margem de
lucro.
3. Rodobens – Green Village III
Figura 12: Fachada do Condomínio Green Village III
Fonte: Rodobens, 2005
Figura 12: Implantação do Condomínio Green Village III
Fonte: Rodobens, 2005
40
Figura 13: Pavimento Térreo do Condomínio Green Village III
Fonte: Rodobens, 2005
Figura 14: Pavimento Superior do Condomínio Green Village III
Fonte: Rodobens, 2005
Condomínio Green Village III Unidade % Total
Valor estimado da obra 12.000.000,00
Orçamento
1 Aquisição do terreno
1.800.000,00
Incorporação e construção
Construção
2
Residência 136 unidades 93,50 m² + 8
Unidades 187,00 m² 144 uh
13.464,00
Guarita 85,80 m²
Salão de festas 169,88 m²
Piscina 64,14 m²
Subtotal
8.520.000,00
3 Infra-estrutura
20 2.400.000,00
Muro interno
Muro externo
4 Paisagismo 6.611,33 m²
1/2 65.000,00
5
Taxas de aprovação
Publicidade e Vendas
4 480.000,00
Total 100
13.265.000,00
Custo da unidade habitacional 144 UH
56.267,00
Venda 144 UH 156.000,00
23.088.000,00
Lucro
42,54
9.823.000,00
Tabela 7: Orçamento de Implantação do Condomínio Green Village III
Fonte: Elaborado pela autora, 2006.
41
Existem pequenos empreendedores que se arriscam no negócio
imobiliário. Empresas de grande porte têm possibilidades de maiores ganhos,
devido a alguns fatores: negociação da terra (que pode ser por compra ou
parcerias), pessoal, máquinas, usinas de asfalto, departamento de projetos,
equipe própria ou terceirizada (às vezes consegue terceirizar com um custo
menor).
O negócio de loteamentos é muito mais lucrativo do que os
condomínios residenciais, mas eles são muito mais agressivos ao ambiente,
devido ao tamanho. Os loteamentos fechados de São José do Rio Preto têm um
total de área urbanizada de 4.944.620,13 para 6005 unidades de lote, dando
uma média de 823,41 /unidade de lote. Os condomínios residenciais têm área
urbanizada de 491.439,03 m² para 1936 unidades habitacionais, gerando uma
proporção de 253,84 m²/ unidade habitacional.
A lucratividade da terra se dá em várias etapas:
Hipótese1. mudança de área rural para área urbana
Hipótese 2. Pela localização: áreas mais próximas da cidade,
residências para classe média alta e com melhores oportunidades para
retalhamento são mais valorizadas.
Hipótese 3. Lotes em condomínio fechado na zona sul custam por volta
de R$ 300,00 /m² cada e em loteamento aberto na mesma região custam R$
100,00/m² cada.
Nos loteamentos fechados, os moradores têm os privilégios exclusivos
das áreas verdes e áreas públicas, geralmente localizadas internamente no
loteamento. Mas, em termos de cidade, os direitos dessas áreas são gerais a toda
a sociedade.
42
Segundo REESE (2006), “el mercado de suelo está en la raíz de la
segregación socio espacial de nuestras ciudades. Las alzas especulativas del
precio del suelo desplazan a los sectores populares y a la vivienda social hacia
localizaciones cada vez mas distantes y segregadas.”
O distanciamento entre ricos e pobres está cada vez maior, quando se
observa o que tem acontecido em nossas cidades.
Figura 15: Condomínio Maison du Parc Figura 16: O AlphaVille Conde
com dez casas de 1.300 m² com 99 casas de 324 m²
Fonte: Fotos Mario Rodrigues, 2005
Na reportagem de MARIZ (2003), “nos primeiros oito meses de 2003,
foram lançados 56 condomínios residenciais na cidade, num total de 987 casas.
Contratar arquitetos badalados para assinar os projetos é a nova estratégia das
incorporadoras. Quando a residência não agrada mais ao morador, uma das
saídas é contratar um arquiteto ou um decorador para repaginá-la. Foi mais ou
menos isso que o mercado imobiliário fez para atualizar e valorizar o segmento de
condomínios horizontais na capital. A maioria dos empreendimentos lançados
neste ano tem projeto assinado por arquitetos badalados, como João Armentano,
Arthur de Mattos Casas, Roberto Migotto, Fernanda Marques e Clarissa Strauss“.
“Até mesmo o clássico dos condomínios residenciais tratou de aquecer
suas vendas, lançando mão de parcerias com nomes importantes da arquitetura.
O AlphaVille Urbanismo apresentou, em abril de 2003, o AlphaVille Burle Marx,
um conjunto que ocupará cerca de 1,3 milhão de metros quadrados, 70% dos
quais de área verde. "Serão 513 lotes particulares de 478 metros quadrados e 72
43
comerciais, distribuídos em um paraíso ecológico", conta Marcelo Puntel, diretor
de marketing da AlphaVille Urbanismo para a Revista Veja.
2.3 Origem e Evolução dos Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais em São José do Rio Preto: Cronologia e Tipologia
Figura 17- Condomínio Bourgainville
Fonte: autora, 2005
Figura 18 : 1ª casa construída
Fonte: autora, 2005
Na época havia financiamento para construções de residências
pelo BNH. Diante desse fato, tive que alterar os meus planos de investimentos”,
diz Marden, em depoimento dado no ano de 2004.
Nesse tempo, o sucesso imobiliário para residências era o loteamento
elegante da Redentora, com lotes de 500 m² e investimento altamente rentável. O
responsável pelo loteamento da Redentora fez um projeto nos mesmos moldes,
mas Marden não aceitou, pois queria algo diferente. O arquiteto José Andrade e
A partir de 1974, a cidade de São José do Rio
Preto passou a conviver com uma nova forma
de organização espacial de moradias
urbanas: os chamados “condomínios
residenciais”.
O processo teve seu início com a implantação
do Bourgainville em 1974 (ver figura 50 em
anexos), um condomínio instalado em área
rural, que era originalmente destinada à
construção de um hospital psiquiátrico pelo
seu proprietário Marden Iva
n Negrão, dico
psiquiatra morador de São Paulo, que foi para
São José do Rio Preto para participar da
fundação da Faculdade de Medicina.
44
Silva foi para São José do Rio Preto, a pedido de Marden, para fazer o projeto do
hospital; com a mudança, sugeriu que se fizesse um projeto residencial com “culs
de sac”, lotes bem grandes e quase sem vizinhos, algo parecido com o que o
médico havia visto na Europa. “Achei muito bonito, sabia que ia ser muito difícil,
mas por idealismo queria deixar alguma coisa diferente, estética”, diz Marden.
A divulgação de vendas do condomínio Bourgainville era feita pelo
jornal. Não tendo muito êxito nas vendas, Marden depois acabou fazendo o
asfalto por conta própria. O projeto foi aprovado em 1974, antes da aprovação da
lei 6766/79, que veio justamente para regularizar essas situações e exigir do
proprietário a execução de infra-estrutura.
Marden conta que sabia que a área ficava na zona sul, privilegiada e
que a cidade iria crescer para aquele lado.
Fazendo um levantamento da legislação em vigor na época, constatou-
se que em 1965 houve a aprovação da Lei 1143/65, que criava duas situações de
regulamentação para os loteamentos urbanos. Para os loteamentos localizados
dentro do perímetro urbano, a Lei 535/58 tinha as seguintes alterações:
Dimensão dos lotes: R-2- 360,00 m², R-1450,00 m², no qual era livre
para o loteador designar a zona do seu futuro loteamento.
Foram exigidas a colocação de guias e sarjetas em todas as ruas,
praças, avenidas e vielas; colocação de galerias de águas pluviais e respectivas
captação em todas as ruas, avenidas, praças e vielas que tivessem declividade
igual ou superior a 8%; construção de pontes, bueiros ou tubulações necessárias
à travessia ou captações de córregos ou águas pluviais de fundos e vales que
atravessem a gleba a arruar.
45
A outra situação era aquela em que os loteamentos com destinação
urbana e localizados na zona rural continuavam a ter todas as obrigações
anteriores contidas na mencionada lei 535/58.
Augusto S. Bueno foi o primeiro comprador e o primeiro a construir no
Bourgainville. Em entrevista, conta que comprou três lotes = 5.400 m², pelo valor
de 300.000,00, em 1976, e um terreno de 500 na Redentora custava
500.000,00.
Antes de vir para São José do Rio Preto, eu morava em casa isolada
em Campinas e tinha amigos que moravam em casas em áreas maiores,
chácaras, e com muito conforto. conhecia esse estilo de vida e preferi morar
em mais espaço, apesar da distância. Na época, não havia nada entre o
Bourgainville e a Redentora, somente chácaras”, diz Augusto, em depoimento
dado no ano de 2004.
As motivações foram o isolamento e a localização fora do centro. Na
época, era uma loteria; não sabia o que aconteceria com essa área, mas queria
maior metragem quadrada e um custo menor. Sempre tive um temperamento
inovador “com menos faz mais”, o arrojo que deu certo, e sabia que era zona sul,
portanto área a ser valorizada e indicada para residências de alto padrão”,
ressalta Augusto.
Ele conta que o fechamento do condomínio era feito por cerca viva e
que somente a partir de 1990 é que foi fechado por muros para controlar os
acessos de bichos como o gambá, rato, cobra, inconveniente da área rural;
também aprecia o fato de não ter ninguém batendo à sua porta. O condomínio
não tem área de convivência e o projeto do condomínio proporciona
individualidade, áreas grandes e desencontradas, pode-se fazer festas, pode-se
46
ouvir música alta, que não incomoda e não é incomodado. Dizem que o problema
são as pessoas de fora, que não têm o espírito de chácara e ninguém quer se
indispor com ninguém”.
Segundo informações colhidas em 2005 no cartório de registro de
imóveis, o Condomínio Bourgainville é loteamento convencional e as ruas e áreas
verdes são públicas.
Essa região em que se consolidam os condomínios Bourgainville,
Débora Cristina, Village Flamboyant, Harmonia Residence fazia parte da Fazenda
Patrimônio, de propriedade do sócio-gerente da Mona Empreendimentos
Imobiliários Ltda., Waldemar Haddad.
Figura 19: Imagem por satélite dos loteamentos fechados Débora Cristina, Village Santa Helena,
Village Flamboyant, Bourgainville.
Fonte: Empro – PMSJRP, 2004.
Os loteamentos fechados foram sendo implantados nas áreas urbanas
periféricas, onde se verifica o agrupamento em dois setores da cidade: a sudoeste
da área urbana loteada, ao longo do eixo marcado pela Avenida Anísio Haddad
47
que é a entrada sul da cidade e onde se localiza o Rio Preto Shopping Center e a
leste, ao longo da avenida, fundo de vale que margeia o lago formado pelo
represamento do Rio Preto que corta a cidade, área cujo valor paisagístico e o
bom nível de acessibilidade à área central explicam a alta valorização para a
ocupação residencial”, afirma SPOSITO (2003).
Os loteamentos fechados totalizam 15 empreendimentos com 4.616
lotes, com total de área urbanizada de 591.567,98 m².( ver figura 52 em anexos)
Os condomínios residenciais totalizam 2.072 unidades habitacionais,
com o total de área urbanizada de 506.097,78 m², incluindo o condomínio Marisa
Cristina I e II, de interesse social, realizado pela Prefeitura do Município.( ver
figura 52 em anexos)
Figura 20 – Loteamentos Fechados
Fonte: Elaborado pela autora.
A lei relativa ao zoneamento e à regulamentação de uso e ocupação do
solo de São José do Rio Preto (Lei 535/58) aponta que, em relação à área física,
comparando a expansão realizada pela iniciativa privada na década de 90 com a
década de 80, houve um incremento na área de loteamentos urbanos de 55% nos
últimos dez anos.
0,00
500.000,00
1.000.000,00
1.500.000,00
2.000.000,00
2.500.000,00
dec. 70 dec. 80 dec. 90 dec. 2000
gleba
área dos lotes
área dominial
área
institucional
área verde
sistema viário
preservação
permanente
área non
aedificanti
48
Ao lado desse expressivo acréscimo na área física da cidade,
verificou-se a afirmação de determinadas características na forma urbana e na
distribuição social do seu espaço.
A região norte se caracteriza, marcadamente, como a área popular da
cidade. O mercado vai acentuar, paulatinamente, essa característica.
Na década de 90, começa a se definir essa outra forma de expansão
física urbana legalizada. São os loteamentos fechados, inicialmente voltados
apenas para as classes de maior renda.
Os loteamentos fechados e os condomínios residenciais se localizam
na área periférica da cidade. Mas a cidade de São José do Rio Preto tem uma
particularidade, que é a setorização da cidade por faixa de renda.
A região sul é local onde se concentra uma grande parte dos
loteamentos fechados de alta renda. Essa posição privilegiada para destinação de
residências de alta renda é observada desde a implantação de seu primeiro
loteamento fechado, o condomínio Bourgainville. E, agora em 2006, a região é
foco de divulgação do lançamento Harmonia Residence, que usa esse fator de
localização para valorizar e agregar valor ao empreendimento.
Na zona noroeste, está acontecendo gradativamente o mesmo que
aconteceu na zona sul: a criação contínua de loteamentos fechados e
condomínios residenciais destinados à classe média baixa. O primeiro a ser
implantado foi o Condomínio Barcelona e, recentemente, o Villagio Rio Preto.
Os residenciais Damha estão agrupados na região sudeste; para
muitos, aparecem como um desbravador e rompedor de paradigmas da zona sul
para empreendimento de alta e média alta renda. Mas pode- se observar que era
muito mais interessante definir estratégias de vendas para conseguir que a área
49
fosse mais valorizada, que se tratava de destinação de alta renda, mas por
outro lado observa-se que eles eram proprietários das terras onde estão
localizados os Damhas.
os condomínios de interesse social, como os Padilias 1, 2 e 3 e os
condomínios Borgheses 1, 2 e 3, estão localizados na zona norte e podem ser
verificados no mapa 3 nos anexos.
Na produção da cidade, é possível observar quatro formas de
elaboração da habitação. Em primeiro lugar, a autoconstrução, realizada pelos
próprios moradores; a segunda, por pequenos construtores que trabalham por
encomenda ou contratação; a produção por parte do poder público e a produção
pelos promotores imobiliários.
2.4 Condomínios de Interesse Social
Na produção de condomínios residenciais de interesse social, estão
desde o poder público municipal, com a implementação do Marisa Cristina 1 e 2,
pequenas empresas como a Riopretana, com os condomínios Padilia 1,2 e 3, que
foram os primeiros condomínios a ser implantados na cidade de São José do Rio
Preto, e a Construtora Tarraf, grande construtora e incorporadora, na produção
primeiramente do loteamento Villa Borghese, projetado com destinação das
quadras para a realização dos condomínios Borghese 1,2 e 3.
50
Condomínios
Marisa Cristina
Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia
Condomínios
Borghese
Área
construçã
o
Marisa 1=64x30, 00 m²
Marisa 2= 24x30,00m²
34 residências A= 51,02m²
43 residências- A=65,21m²
34 residências – A=67,40m²
179x69,12
204x69,12
179x69,12
Valor de
comerciali
zação
R$ 5.092,00
R$ 30.000,00 R$ 35.000,00
Área
Comum
Centro comunitário Muros divisórios, calçadas,
via interna de circulação e
reservatório de água.
Salão de Festas,
playground, piscinas
e guarita
Fotos
Figura 21 – Condomínios de Interesse Social
Fonte: Realizado pela autora
Os condomínios realizados pela Prefeitura possuem uma metragem
quadrada menor, igual a 30 m², enquanto os outros, com metragem entre 50 e 70
m², estão localizados em uma região mais afastada e o asfalto não chega até lá.
As construções são muito simples e o valor de compra muito menor.
Nos condomínios residenciais Sebastião Guilher Padilia, verificou-se,
em entrevista com alguns dos moradores, que as reclamações são referentes aos
materiais de construção, que são de péssima qualidade. Depois de muita
pressão, os moradores conseguiram que a empresa colocasse poço, muro e piso
nas casas.
Os condomínios residenciais Villa Borghese apresentam casas
assobradadas em renque. Os espaços são muito reduzidos e com uma densidade
populacional muito maior. Possuem uma estrutura melhor para os moradores,
apresentando área verde diferenciada, playground, salão de festas e piscinas.
51
2.5. Uso de Áreas Públicas
A área de lazer é executada na área verde destinada à Prefeitura na época do
seu parcelamento de solo, que tem o uso privatizado para os moradores do
condomínio.
Figura 22: Condomínio Residencial Villa Borghese
Fonte: Diversas- da autora e do catálogo de vendas, 2005
Esse tipo de atuação também pode ser visto no condomínio Recanto
Real, onde toda a sua estrutura de lazer está localizada nas áreas institucionais
do condomínio.
52
Figura 23: Condomínio Recanto Real
Fonte: Administração do Recanto Real e Imobiliária Redentora, 2005.
No Loteamento Village Flamboyant, as áreas verdes (áreas públicas)
podem ser vistas somente pelos moradores do condomínio.
53
Figura 24: Áreas Verdes do Condomínio Village Flamboyant
Fonte: Fotos realizadas pela autora, 2004.
2.6 O Fechamento dos Loteamentos
Os moradores de loteamentos têm como base principal, na escolha da
moradia, o medo da violência, então optam por morar em locais fechados, como
loteamentos fechados e condomínios residenciais.
Segundo CALDEIRA (2000), o aumento da violência tem como
contrapartida o fracasso da justiça e da polícia em combater a violência e a
criação de formas inéditas de discriminação social. (...) A maneira pela qual crime,
medo e desrespeito aos direitos dos cidadãos associaram-se a transformações
urbanas (..) produzindo um novo padrão de segregação espacial durante as duas
últimas décadas”.
A prosperidade dos pólos urbanos do interior e, em contraponto, a
marginalização social dos migrantes que vão para esses locais à procura de
emprego e novas oportunidades, são o coquetel explosivo que deflagra a
violência. "Vivemos em um mundo que estimula o consumo, que valoriza o poder
54
aquisitivo, ao mesmo tempo em que veda o acesso de uma massa enorme de
pessoas aos bens de consumo. O resultado é a insegurança", afirma o professor
NETTO (2001).
Nos anos 70, o fechamento das propriedades, chácaras e loteamentos
em área rural tinham como objetivo estabelecer limites de propriedade dessas
áreas, em geral com cercas de arame.
O condomínio Bourgainville era assim na década de 70, no seu período
de implantação, e ficou assim por muito tempo. Ele se localizava na área rural e
era delimitado por cerca, que foi substituída por muros, porque entravam animais.
Esse problema também foi verificado no condomínio Vila Verde, que está
localizado junto ao bosque e no Barcelona; na época da terraplanagem do Villagio
Rio Preto, começaram a aparecer animais como tiús no condomínio, assustando
as crianças.
O fechamento dos condomínios gera alguns impactos, como bloqueio
do sistema viário, a transição da av. Anísio Haddad para a Avenida Juscelino
Kubtischek (aumentando a circulação de veículos pelo loteamento aberto Tarraf),
a desvalorização dos imóveis e a insegurança (com a criação de obstáculos
gerando um bolsão residencial, espécie de condomínio aberto com a finalidade de
delimitar o acesso apenas a moradores por meio de estreitamento de entradas,
além de garantir a segurança e impedir a proliferação do comércio).
55
Figura 25 – Bairros privatizados acumulam problemas
Fonte : Jornal Diário da Região, São José do Rio Preto,16 de Janeiro de 2004.
2.7 Tipologia e Classificação por Faixa de Renda
Esse levantamento foi realizado na Prefeitura Municipal de São José
do Rio Preto, sendo na Secretaria de Obras para os condomínios residenciais e
na Secretaria de Planejamento para os loteamentos fechados, através de
pesquisa em documentos primários, que gerou as tabelas 16 e 17.
Também foi realizada uma pesquisa junto à imobiliária Redentora e
diretamente nos condomínios, sendo levantamentos de ordem econômica.
A partir desses dados coletados e das visitas a campo, para registro
fotográfico, entrevistas e coleta de dados, foi possível gerar uma classificação de
tipologia e o mapeamento dos loteamentos fechados e condomínios residenciais.
Os anos de 1997 e 1998 foram marcados pela implantação dos
primeiros condomínios residenciais, de interesse social. Logo após foram
implantados os condomínios destinados para classes de renda média baixa e
56
média. em 2000 é que aparece o primeiro condomínio na proposta de uma
“edge city” localizado na zona sul, preferencial para população de alta renda.
Verifica-se que as casas de condomínios residenciais são uma
mercadoria na mão das empresas do setor.
Na Rodobens, pode-se comprar um imóvel nos “greens villages” e
depois de algum tempo ele pode voltar para a Rodobens. Se o cliente quiser,
pode trocar o imóvel por um outro empreendimento da empresa. É lógico que
um deságio.
Na transação, compra-se o imóvel com revestimentos na cozinha e nos
banheiros. Para utilização do imóvel, faltam alguns serviços, como colocação de
revestimento nas salas e quartos, luminárias, acessórios e outros acabamentos
ou armários nos quartos e na cozinha; na devolução para a Rodobens, ele volta
pelo preço da tabela.
A entrega do imóvel com parte dos acabamentos é uma prática comum
das empresas.As unidades habitacionais em condomínios residenciais fechados
são concebidas visando famílias nucleares tradicionais. O material publicitário que
as divulga explicita que casais com filhos ainda bebês, ou crianças, são os alvos
preferenciais aos seus apelos. Promessa de abundância de espaço, segurança,
áreas verdes e proximidade com boas escolas são fatores que seduzem
quaisquer pais que queiram dar aos seus filhos uma qualidade de vida superior à
oferecida, em geral, nas grandes cidades brasileiras.
Pelo menos no universo da propaganda, a moradia em condomínios
horizontais fechados parece pertencer a um mundo perfeito. Cabe indagar se
esses condomínios respondem às expectativas de seus moradores e da
57
população da cidade, que esta última é obrigada a conviver com esse modelo
de urbanização fechada.
2.7.1 Condomínio Forest Hills: totalizando 50 residências
assobradadas, com tipos de fachadas diferenciadas. É um condomínio também
composto por clube, portaria e salão de festas. Área privativa das casas de 121
m², 3 dormitórios (1 tipo suíte), sala com 2 ambientes, lavabo, cozinha, área de
serviço, banheiro e 3 vagas na garagem. Paisagismo completo, clube com piscina
de biribol, “deck”, quadra poliesportiva e salão de festas com estacionamento para
visitantes.
Figura 26 : Condomínio Beneficiado com Serviços
Fonte: Catálogo de lançamento do Condomínio Forest Hills, 2005
Nessa imagem do catálogo de lançamento do Condomínio Forest Hills,
observa-se o valor agregado ao empreendimento pela sua localização, próxima
de universidade, escola, Sesc, padaria e Mc’Donalds.
58
A empresa Tarraf busca inspiração na “Flórida” para vender
condomínio fechado observado em catálogo de vendas.
Figura 28: Definições do Forest Hills
Fonte: Manual do Proprietário do Forest Hills
59
Figura 28 - Opções de Fachada Figura 29 - Planta Baixa das Casas
Fonte: Manual do Proprietário do Forest Hills
2.7.2 Condomínio Residencial Villa Borghese I, II e III: São 3
condomínios fechados, totalizando 562 residências e 1 centro comercial inspirado
nas clássicas vilas da Europa, segundo o catálogo de divulgação. Um projeto de
desenvolvimento urbano composto por condomínios fechados de residências,
centro comercial e áreas verdes. Casas com 2 dormitórios em 69 de área
construída. Lazer interno, áreas verdes com praças, clube privativo para cada
condomínio com: “playground”, piscina, “solarium”, quadra poliesportiva e salão
de festas.
Onde inicialmente foi aprovado o loteamento Villa Borghese, é possível
observar que havia um planejamento para que as quadras se tornassem
condomínios.
60
2.7.3: Harmonia Residence & Resort: é um condomínio fechado com
91 lotes, portaria e Resort Clube & Lazer (Lotes de 462,10m² a 1.352,25m² -
Interfone, cancela e portão eletrônico, espelho d´água com cascata,
churrasqueira, área coberta multiuso, cozinha do Gourmet, lanchonete com
chopeira, vestiários masculino e feminino, fitness center, sauna com área para
descanso, piscina social adulto e infantil, piscina tipo raia e piscina de biribol -,
quadra poliesportiva, quadra de tênis, mini campo gramado de futebol,
playground, pista de jogging e jardins de Boulevard integrando as atividades do
Resort). Área de construção: 82,207 m². Observa-se que a prática desses
loteamentos é lançar o empreendimento e depois cria-se uma associação
responsável pela execução dos projetos.
Com frente mínima de 16 metros, os lotes terão custo de R$ 300,00 por
metro quadrado, o que significa R$ 144 mil para o terreno de menor tamanho.
Antonio Tarraf Junior e Outros foram os proprietários dos condomínios Village
Flamboyant, Zaia Tarraf Empreendimentos Imobiliários Ltda (grupo Tarraf) e
Harmonia Residence, que está em fase de implantação, além dos condomínios
Forest Hills e Villa Borghese I,II e III.
2.8 Avaliação dos Projetos (quadro de dados e avaliação, vide anexo tabelas 15
e 16 Condomínios de Interesse Social e Renda Média Baixa
Condomínio Marisa Cristina: Condomínio realizado pela Prefeitura
Figura 30 – Condomínio Marisa Cristina
Fonte: fotos realizadas pela autora, 2005.
61
Fonte: Secretaria da Habitação
Figura 31: Implantação do Condomínio Marisa Cristina
Fonte: Secretaria da Habitação, 2005.
O condomínio está localizado às margens da cidade, o asfalto está de
100 a 200 m de distância e a linha de ônibus não passa próxima do local. O
fechamento é com alambrado, mas o condomínio fica o tempo todo aberto.
Condomínio Residencial Villa Borghese
Figura 32: Implantação do Condomínio Residencial Villa Borghese
Fonte: Tarraf, 2005.
1. Para renda média o acesso se por uma rua que contorna o
condomínio, observando-se que o muro de algumas unidades é o próprio
fechamento do condomínio, protegido com cercas elétricas.
O desenho da implantação do
condomínio se dá em forma de
quadrícula ou em uma rua
sem saída com retorno em
culs de sac”, variando de
acordo com o tamanho do
condomínio.
62
Figura 33: Implantação do Forest Hills
Fonte: Tarraf, 2005.
Figura 34: Foto das fachadas
Fonte: Tarraf, 2005.
Esse é o padrão das unidades assobradas, verificando-se algumas
pequenas alterações quanto às áreas e alguns detalhes que diferenciam umas
casas das outras. Essas diferenciações podem ser um detalhe no telhado ou a
troca de cor ou até mesmo um diferente aplique na fachada ou no entorno das
portas e janelas..
Figura 35: Fachada e Conjunto de casas do Condomínio Las Palmas
Fonte: Setpar, 2005.
63
Figura 36: Implantação do Condomínio Las Palmas
Fonte: Setpar, 2005.
Opção de moradia de renda média baixa em condomínios residenciais
Opção 1 = 2 dormitórios
Figura 37: Planta baixa da casa de 2 dormitórios do Condomínio Jardins de Barcelona
Fonte: Catálogo de vendas da Rodobens, 2005.
Opção 2 – 3 dormitórios
Figura 38: Planta baixa da casa de 3 dormitórios do Jardins de Barcelona
Fonte: Catálogo de vendas da Rodobens, 2005.
Las Palmas -
As casas são
muito próximas, algumas
delas têm o muro do fundo
sendo o mesmo que faz
divisa com a rua.
64
Figura 39: Fachadas das casas do Jardins de Barcelona
Fonte: Catálogo de vendas da Rodobens, 2005.
As construtoras usam truques de maquiagem para oferecer produtos
diferenciados. O comprador, ao se deparar com várias opções de modelos de
casa, acredita que está comprando um produto diferenciado, um condomínio de
modelo de casas diversificado.
Podem ser verificadas pequenas mudanças de maquiagem da casa,
como alteração do telhado, cores, requadros nas janelas, jardins. Isso se não
somente nas casas destinadas à renda média baixa, mas a outros padrões
também.
65
Cambridge
Beverly
Newport
Bristol
Portland
Kingston
Figura 40: Fachadas das casas do Green Village III
Fonte: Catálogo de vendas da Rodobens
66
Padrão Damha
Figura 41 – Imagem por satélite dos Condomínios Damhas
Fonte: Secretaria de Planejamento e Estratégia, 2006.
A empresa criou um padrão de projeto que é desenho orgânico (com
uma grande área verde no centro e uma rua que circunda entre o muro e as
casas). Esse modelo se repete em todos os loteamentos, tendo variações nas
portarias e adaptações ao terreno.
67
Figura 42: Fachadas de alguns empreendimentos Damha
Fonte: Catálogo de Vendas Damha
68
Na pesquisa, verificou-se que os moradores de condomínio na sua
maioria são procedentes de condomínios verticais. Nas entrevistas, foram
identificados alguns moradores do Condomínio North Valley que eram moradores
do Green Garden.
O Green Garden também foi pesquisado para identificar parâmetros de
comparação entre esta opção de moradia e os condomínios residenciais, como:
preço, metragem, serviços oferecidos, etc. Esse empreendimento, assim como o
North Valley, foi executado pela Rodobens.
Figura 43: Edifício de Apartamentos Green Garden
Fonte: Catálogo de Vendas da Rodobens
O Projeto, de Carlos Bratke, é composto de oito torres com seis
andares cada uma delas e quatro apartamentos independentes por andar,
incluindo uma garagem coberta por unidade. A gleba é de 38 mil m², sendo que
33 mil são inteiramente destinados para área de lazer; apartamento com uma
área útil de 112 m², onde a entrada social e de serviço são independentes; sala
planejada para dois ambientes, com uma varanda; interligadas estão a copa-
cozinha, a lavanderia e o WC de empregada; hall íntimo de circulação, servindo
três dormitórios, sendo um deles uma suíte; sala opcional que poderá ser utilizada
como sala de TV, escritório ou quarto de hóspedes.
69
O condomínio oferece piscinas, quadras poliesportivas e de tênis e
salão de beleza. Está sendo comercializado por volta de R$ 100 a 120 mil. Nas
entrevistas com moradores, pode-se observar que a maioria dos condôminos de
média e média alta renda tem a procedência de apartamentos e foi buscar as
residências para ter mais espaço (quintal em torno de 40 ) para os filhos, mas
com as mesmas condições de um condomínio vertical, como: fechamento,
portaria e área de lazer.
Figura 44: Fachadas dos Loteamentos Fechados
Fonte: Diversas – Catálogo de Vendas e fotos da autora, 2005.
Figura 45: Fachadas dos Condomínios
Fonte: Diversas – Catálogo de Vendas e fotos da autora, 2005.
As fachadas dos loteamentos fechados são maiores e mais altas, o que
reflete um ar de sofisticação, mas ao mesmo de intimidação. Dos condomínios, os
mais simples têm uma entrada também simples, mas os condomínios destinados
a uma faixa de renda maior vão ficando mais altos para dar a sensação de
grandiosidade e ao mesmo tempo de intimidação.
2.9 Anos 90 – Hipóteses e Evidências.
Pode-se observar, nas tabelas 16 e 17 em anexo, que o grande
aumento de aprovação de loteamentos fechados e condomínios residenciais
aconteceu na década de 90. Esse fato se deu devido a:
70
Hipótese 1. Aprovação do Plano diretor em 1992. Com a Lei
5138/92 no artigo 15 A critério da SEMPLAN e do CPDD nas zonas de
expansão urbana poderão ser permitidos loteamentos fechados e loteamentos em
sistema de condomínio, obedecidas as normas federais, estaduais e municipais,
especialmente as fixadas no P.D.D”.
Essa década é marcada pela aprovação de 12 condomínios
residenciais e seis loteamentos fechados, de um total de 22 condomínios
residenciais e 16 loteamentos fechados.
Hipótese 2. Desabamento do Edifício Itália: Em 1997, o Edifício Itália,
que fazia parte de um complexo de três torres residenciais, com 17 andares cada,
desabou, comprometendo as outras duas torres, implodidas porque suas
estruturas foram comprometidas. Segundo CARVALHO ( ), o acontecido gerou
uma insegurança muito grande e a população moradora de apartamentos acabou
indo buscar a alternativa de moradia em condomínio horizontal. Na época do
desabamento, existiam em o José do Rio Preto seis condomínios fechados de
médio e alto padrão (sendo que quatro estavam com grande parte de sua área
ocupada por construções) e dois com boa parte dos lotes para serem
comercializados, e com poucas moradias construídas.
A queda do Edifício Itália acelerou uma tendência para as moradias
térreas. Conforme informação do mercado imobiliário, após o desabamento, para
cada vinte residências térreas ou terrenos comercializadas, passou-se a vender
um apartamento.
Hipótese 3. O ano de 1993, no governo Itamar, apresentou a melhor
taxa de crescimento desde 1986. O crescimento foi impulsionado pelas condições
econômicas e abertura do crédito em condições mais acessíveis. O governo
71
adotou medidas expansionistas, criando o Fundo de Investimento Imobiliário e
cartas de crédito habitacional. Ainda em dezembro de 1993, o governo anunciou
um novo programa de estabilização, o Plano Real, cujas medidas se apoiavam
em dois pontos: a) um ajuste fiscal; e b) um novo sistema de indexação que
levaria progressivamente a uma nova moeda.
Com a efetivação do Plano, em junho de 1994, a inflação baixou de
47% a.m. em junho para 1,5% a.m. em setembro de 1994. Houve uma alta na
taxa de crescimento da economia, baseada no aumento das vendas, apesar das
medidas para conter o consumo. (MELLO, 1997).
72
3. A TERRA E OS GRUPOS ECONÔMICOS
_________________________________________________
73
3.1 Área Urbana e Legislação
José Eiras Garcia, em seu projeto de lei 535/58, conforme o relatório
anexo da lei, que citava um plano viário de áreas verdes, equipamentos e outras
referências que julgava importantes para a organização pretendida da cidade,
objetivava conter a expansão desmedida da cidade, organizar a distribuição dos
usos em seu interior e conter a excessiva ocupação dos lotes urbanos.
No relatório, são listadas quatro características que expressavam o
“descaso” com a cidade: a falta de preocupação dos profissionais (arquitetos e
engenheiros) ao projetarem os arruamentos; as larguras das vias blicas muito
estreitas; a falta de áreas livres de domínio público e as dimensões impróprias
das quadras e dos lotes.
Essas deficiências expressavam o objetivo dos loteadores no sentido
do aproveitamento da terra urbana como um produto para investimentos.
Segundo BUENO (2003), “a partir da década de 60, as atividades
agrícolas permanentes que existiam nos pequenos sítios, localizados no entorno
da cidade de o José do Rio Preto, vão desaparecendo. Essas terras que se
tornavam, paulatinamente, improdutivas, vão se constituir em um considerável
estoque de glebas na espera da urbanização especulativa. Paralelamente, ocorre
um processo do esvaziamento populacional rural na região. Tal fenômeno foi um
dos mais expressivos em todo o estado. Além disso, a cidade de São José do Rio
Preto foi um dos pólos para a atração desse contingente migratório. No início e
durante toda a década de 80, essa atração foi reforçada, intencionalmente, por
alguns fatores. De um lado, São José do Rio Preto foi contemplada pelo
Programa Cidades de Porte Médio, desenvolvido em nível nacional, que aporta
várias dezenas de milhões de dólares para seu equipamento social e de infra-
74
estrutura urbana e, de outro lado, o expressivo Programa Habitacional Popular
Municipal, que implanta cerca de 10.000 lotes infra-estruturados, destinados à
população de menor renda”.
As terras na área periférica da cidade começam a ser ocupadas em
1974 com o primeiro loteamento fechado, o Condomínio Bourgainville. Muitas
vezes, áreas fora do perímetro urbano são solicitadas pelos proprietários para
serem anexadas no perímetro. As propostas de ampliações do perímetro urbano
são, em sua maioria, prejudiciais ao desenvolvimento do município, pois o mesmo
possui grandes “vazios” urbanos (entendendo vazio não como terra que está
simplesmente vazia, mas terra à espera de urbanização especulativa). ROZANI
(1999) confirma que muitas vezes a inclusão de novas áreas ao pemetro urbano
apenas favorece pequenos grupos, que geralmente utilizam o poder blico para
obtenção de recursos junto às instituições financeiras. Não dando conta de suas
obrigações, encerram suas atividades antes do término da implantação de seus
empreendimentos, obrigando dessa forma a municipalidade a intervir em
benefício do munícipe lesado.
A Lei de 2101/77 proibia a extensão do perímetro urbano até 31 de
janeiro de 1981, na tentativa de conter a expansão desordenada, como diminuir
ou estabilizar as dificuldades do setor blico em estender a infra-estrutura, mas,
com a Lei 3504/84, houve a possibilidade de se estender o perímetro urbano,
aumentar o número e os tipos de zonas, bem como incorporar ou extinguir várias
alterações que já vigoravam.
O Plano Diretor de 1992, com a Lei 5138/92 no artigo 15, diz que A
critério da SEMPLAN e C.P.D.D., nas zonas de expansão urbana poderão ser
permitidos loteamentos fechados e loteamentos em sistema de condomínio,
75
obedecidas as normas federais, estaduais e municipais, especialmente as fixadas
no P.D.D.” e ainda autoriza o fechamento deles no parágrafo e concessão das
ruas internas no parágrafo 2º.
Em abril de 1992, quando foi aprovado o Plano Diretor de 1992
(dezembro), foi integrada ao perímetro urbano de São José do Rio Preto uma
área na Fazenda dos Macacos, considerada residencial, com permissão para a
implantação de condomínio fechado Village de La Montagne (LEI 4951/92) pelo
prefeito Antonio Figueiredo de Oliveira.
Na mesma época, também foi incluída no perímetro urbano a área
onde está localizado o loteamento condomínio Recanto Real, Lei 4952/92, onde
Fica permitida a implantação de loteamento em condomínio fechado, na área que
passa a ser classificada de Zona 2, localizada dentro do perímetro urbano do
Município, encravada na Fazenda Piedade”.
Em 2004 - Lei 9298 - Art. - Fica incluída no perímetro urbano do
Município de São José do Rio Preto o imóvel, objeto da matrícula nº. 27.533 do
CRI, conforme Memorial Descritivo e croqui, em anexo, para implantação de
loteamento fechado.
Estas leis acima são parte de muitas elaborados com o intuito de
favorecimento do poder público a alguns setores da sociedade.
Em 23/12/1992, com a Lei complementar 19/92 no artigo - Fica
instituído o Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento - C.P.D.D., órgão de
consultoria obrigatória e permanente da administração municipal para assuntos
relacionados com a implantação do Plano Diretor”, estabelecendo-se conceitos,
objetivos e diretrizes a serem observados pelo órgão específico de planejamento,
76
tendo como meta o desenvolvimento harmônico, sistemático e continuo do
município - Plano Diretor.
PETISCO (1999) afirma que o artigo 1 da Lei de Zoneamento
também dispõe sobre as alterações do perímetro urbano, prevendo que "a
inclusão de trechos da Zona 13 - "Zona Agrícola" e suas respectivas
regulamentações de uso e ocupação do solo dar-se-ão através de lei
(necessitando obrigatoriamente a juntada de pareceres favoráveis da Secretaria
Municipal de Planejamento e do C.P.D.D." Porém, em 1999, a Lei Municipal n
7390 retira da redação do art. 11º o parêntese que determina o parecer favorável
da Secretaria de Planejamento e do Conselho do Plano, aumentando o poder de
atuação da Câmara Municipal isoladamente, sobre essa matéria, lembrando que
o legislativo não possui representante no C.P.D.D..
Desde então, mesmo ainda sendo da atribuição do C.P.D.D. participar
da regulação dessa matéria (de acordo com o art. 12º desta mesma lei, descrito
acima), mais nenhum caso de incorporação de área rural ao perímetro urbano
municipal passou por análise do Conselho. A expansão do perímetro urbano
passou a ser definida por lei de iniciativa unicamente do legislativo, sem qualquer
articulação com o processo de planejamento urbano, descaracterizando-o e
distorcendo suas relações com o orçamento e a prática fiscal municipal.
3.2 Os Empreendedores de Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais: Quem São e Como Atuam
Podemos destacar cinco importantes grupos que dominam e executam
esse segmento do mercado imobiliário:
1. Grupo Encalso: Formado por várias empresas, como a AD
Empreendimentos Imobiliários, Damha Urbanizadora e Damha Empreendimentos
77
Imobiliários, com obras da Encalso Construções. O Grupo Encalso criou um
produto chamado Damha, seguindo a mesma linha do Alphaville e os projetos têm
normalmente a mesma configuração.
A Encalso Construções, empreiteira de obras públicas, desenvolve
atividades diversas: terraplenagem, construção e pavimentação de estradas,
avenidas, pontes e viadutos, barragens, aeroportos, construção de estações de
tratamento de água e esgoto; obras de saneamento básico e infra-estrutura
urbana, conseguindo assim reduzir muito o custo com a implantação de
loteamentos. A empresa é responsável por quatro loteamentos fechados em São
José do Rio Preto: Parque Residencial Damha, Residencial Jardins, Residencial
Márcia e Parque Residencial Damha IV e por mais dois loteamentos fechados
localizados a 10 km de São José do Rio Preto, na cidade de Mirassol
1
, que são
Village Mirassol I e II (o Villagio I estava construído e foi colocado à venda). O
período de venda foi de 5 horas e também foi vendido o Villagio II, em uma
semana, quando ainda estava na maquete.
Foi verificado, no Village Mirassol I, que, das dez casas construídas
e habitadas, oito são de antigos moradores de São José do Rio Preto que
continuam trabalhando e com os filhos estudando em Rio Preto.
Em 2006, a empresa já lançou e comercializou o Villagio Rio Preto. O
entrevistado Ângelo Erico Granato, diretor de projetos, informou que “os lotes
foram vendidos em apenas três dias. A venda em curto espaço de tempo se deu a
partir do lançamento do Damha 3; também o Damha 4 teve os lotes vendidos em
três dias. Com isso, o custo com verba para publicidade foi reduzido. No caso do
1
Mirassol tem uma população de 48.327 habitantes (IBGE - censo 2000).O setor moveleiro destaca-se em Mirassol com 88
indústrias de móveis cadastradas na Prefeitura. É um dos cinco centros moveleiros do interior paulista. Realiza a Feira de
Móveis e Fornecedores do Estado de São Paulo (Movinter).
78
Damha 3, não houve nenhuma verba publicitária. Isso se deve ao fato dos
produtos serem vendidos prontos; as pessoas se sentem mais seguras na
compra, vêem o que estão comprando e podem imediatamente começar a
construir.
Além de São Jo do Rio Preto, a empresa atua também em
Presidente Prudente, São Carlos e es com lançamentos previstos para
Araraquara, Fronteira- MG e Campo Grande – MS.
Segundo Ângelo, a principal dificuldade é que o processo de
aprovação é muito demorado. Portanto, eles m adotado a política de fazer o
lançamento de vários loteamentos e vão executando gradativamente após a
aprovação”.
Anwar Damha, sócio-proprietário do grupo Encalso, era proprietário de
terras que se tornaram loteamentos fechados. A Encalso teve sua atuação na
prestação de serviços ao governo diminuída, em função das crises financeiras da
década de 70. Como a empresa possui grande infra-estrutura, direcionou então
os seus projetos para os loteamentos fechados, tendo iniciado em 1992 com o
Parque Residencial Damha em o Jose do Rio Preto (porém, atuava em
Presidente Prudente).
A Encalso Construções detém 60% das ações da Renovias
Concessionária S/A, uma empresa voltada para a administração, construção e
reformas de rodovias que ligam a cidade de Campinas às regiões do sul do
Estado de Minas Gerais e ao Circuito das Águas em São Paulo.
Além da Renovias, o Grupo Encalso também participa com 21% das
atividades da Rodosul S/A, que tem sob sua responsabilidade a recuperação,
manutenção e operação do complexo rodoviário denominado Pólo de Concessão
79
Vacaria, integrante do Programa Estadual de Concessão Rodoviária,
implementado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
O Grupo Encalso, através da Pecuária Damha, investe em pecuária há
mais de 25 anos, com plantéis de bovinos, ovinos e eqüinos, nos estados de
São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
2. Tarraf Construtora: Empresa integrante do Grupo Tarraf, que
desde 1976 vem produzindo inúmeras obras, com um histórico de mais de 500 mil
de área construída em imóveis comerciais, industriais, públicos, prédios de
apartamentos, residências de alto padrão, conjuntos residenciais, além de 5
milhões de de loteamentos. Com sede em São José do Rio Preto, a Tarraf
Construtora atua nos segmentos de condomínios verticais, condomínios
horizontais, conjuntos habitacionais, obras comerciais e industriais, obras públicas
e loteamentos.
A Tarraf Construtora é a empresa responsável pelos setores de
construção civil, desenvolvimento e incorporação imobiliária do Grupo Tarraf.
Criado mais de 50 anos na cidade paulista de São José do Rio Preto, o Grupo
Tarraf atua nos mais variados segmentos da economia nacional. A empresa foi
idealizada por Zaia Tarraf, com projetos executados pelo seu diretor, o
engenheiro civil Olavo Tarraf, ex-presidente do Secovi em São José do Rio Preto.
A empresa atua também nas cidades de Santo André, São Paulo, Palmas-TO,
Ribeirão Preto, Indaiatuba, Auriflama e Bady Bassit.
Em São José do Rio Preto, a Tarraf implantou os condomínios Forest
Hills, Condomínio Residencial Vlla Borghese e o Harmonia Residence & Resort.
3. Setpar S/A: Atua no mercado de empreendimentos imobiliários em
São José do Rio Preto e região, Minas e Goiás, com o objetivo focado em seus
80
negócios de construção, incorporação, loteamento, compra e venda de imóveis
em geral. A empresa é propriedade de Edson Tarraf, Sergio Tarraf e Paulo
Henrique dos Santos e Souza, empreendedores do Condomínio Residencial Las
Palmas e Condomínio Portal dos Ypes e Village Flamboyant.
Em entrevista, Paulo, diretor da Setpar, informa que a origem de
começar a atuar em condomínios foi a oportunidade inicial da compra do terreno
por volta de 60 a 80/m²; o foi uma compra destinada ao condomínio. A opção
por esse tipo de empreendimento foi o índice de aproveitamento, que é diferente
de condomínio para loteamento da lei 6766”.
Paulo informa que esse foi a primeiro e o último empreendimento de
condomínios realizado pela empresa. Porque as exigências quanto à qualidade
são muito grandes e o retorno financeiro é muito pequeno. Entramos e saímos
dos negócios com o Las Palmas. O maior custo do empreendimento é a
construção em si e 14% para pagamento das taxas, emolumentos e projetos. A
estratégia de marketing para esse empreendimento foram as propagandas em
outdoor, revistas assinadas (Veja, Isto É, jornais), folder; a verba destinada é de
1% do valor de comercialização. O período para execução das vendas foi por
volta de seis meses e o retorno de investimento é de seis a sete anos. A empresa
possui financiamento próprio com correção de 1% + IGPM para pagamento em
até 120 meses.A maioria fez a compra com 80% do valor financiado e 20% em
curto prazo. O perfil dos moradores do Las Palmas é na sua maioria de
profissionais liberais, abaixo de 40 anos e com rendimento mensal por volta de R$
6.000,00.”
81
4. Rodobens: Empresa do grupo Verdi, que iniciou suas atividades
com a empresa de consórcio de automóveis e depois passou a trabalhar com o
segmento de condomínios e consórcios de casas.
As Empresas Rodobens, fundadas em 1949 com sede em São José do
Rio Preto, atua nos setores de transporte e imobiliário através de oito “áreas
estratégicas de negócios”: concessionárias de automóveis, concessionárias de
caminhões e ônibus, consórcio, seguros, instituições financeiras, comércio
eletrônico, desenvolvimento de negócios e negócios imobiliários . A atuação das
Empresas Rodobens no setor imobiliário foi a partir de 1983, quando foi fundada a
Rodobens Negócios Imobiliários, inicialmente criada para ser o braço imobiliário e
atender às necessidades de desenvolvimento das empresas Rodobens. Em 1991,
passou a atuar no mercado externo da construção civil, inicialmente em São José
do Rio Preto, criando o Sistema Fácil , o autofinanciamento imobiliário que inovou
o mercado com diferenciais, como a ausência de comprovação de renda, sem
burocracia e com garantia de entrega no prazo, seguro de vida e prazo máximo
de entrega do imóvel de 36 meses. A parceria com o Unibanco, em 1998,
possibilitou ao Sistema Fácil a abrangência nacional.
O Plano Único, também em parceria com o Unibanco, oferece
financiamento para aquisição de imóveis residenciais e comerciais, novos e
usados, com facilidades de crédito e pagamento sem juros, sem intermediárias,
100 prestações, contrata no ato: sem burocracia, sem comprovação de renda e
no máximo em 36 meses recebe-se a carta de crédito.
A Rodobens atua nas cidades do Rio de Janeiro, São Jose do Rio
Preto, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Guarujá, Indaiatuba,
82
Jaboticabal, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Santo André, São Paulo e região e
Sorocaba.
Para 2006, a Rodobens lançará em São Paulo, São José do Rio Preto,
Campinas, Tamboré, Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes e Fortaleza novos
condomínios.
No Parque Belvedere, foram lançados o Village Maria Stella e o Jardins
de Barcelona, totalmente comercializados e está em fase de pré-lançamento o
Jardins de Athenas.
Os três condomínios de casas certamente provocarão na região a
mesma transformação que ocorreu na região sul da cidade com a Edge City,
Green Valley (North, South e West.) O Edge City por enquanto não saiu do papel,
o que se são apenas três condomínios de casas agrupados em um
conjunto, com cancelas individuais e uma única portaria.
Figura 46 – Projeto Edge City
Fonte: Catálogo Rodobens, 2005.
83
5. A Riopretana: Segundo Bueno (2003), iniciou-se no negócio de
loteamentos em novembro de 1978, com chácaras de recreio no município de
Mirassol. Em o José do Rio Preto, o primeiro lançamento foi em 1979.
Anteriormente, os integrantes do grupo atuavam no mercado imobiliário como
corretores. Entraram no negócio pelo interesse empreendedor, porque
estavam
no ramo e pelas oportunidades surgidas. Era possível enfrentar o negócio com
um pequeno capital. A própria carteira dos imóveis comercializados garantia a
implantação da infra-estrutura e a pavimentação das vias. Nesse período, era
muito mais simples a aprovação dos loteamentos. Toda a aprovação era muito
menos custosa e, o tempo de tramitação e aprovação dos processos, bem mais
curto. Enfim, havia nesse período, segundo o empresário, uma burocracia muito
menor em comparação aos dias atuais”.
A Riopretana Empreendimentos Imobiliários Ltda. é empreendedora de
três condomínios de interesse social:: Condomínio Residencial Sebastião Guilher
Padilia, 1,2 e 3, além dos Condomínios Vale Verde 1 e 2, que estão dentro da
área do bosque.
Figura 47: Condomínio Vale Verde
Fonte: Foto elaborada pela autora, 2005
84
O preço do construído dentro do South Valley é de cerca de R$
1.150,00, enquanto em outros loteamentos da cidade o m² construído custa entre
R$ 800,00 e R$ 900,00. A diferença é significativa, quando se considera que, em
média, os lotes dos loteamentos abertos têm área muito maior que a dos lotes
desse loteamento fechado.
As exceções dessa tendência à diminuição da área destinada ao lazer
são os loteamentos Bourganville e Residencial Márcia. No primeiro caso, observa-
se o não atendimento da legislação urbana, em 1974, em função da localização
da área fora do perímetro urbano, quando da implantação do loteamento. No que
se refere ao Residencial Márcia, os dados mostram que o percentual destinado à
área de lazer 24,97% - é maior do que o percentual dos outros loteamentos
implantados no decorrer da década de 1990, todos abaixo de 20%, mas o grande
número de lotes – 607 – leva a uma área média de lazer por lote não tão elevada,
comparativamente, aos outros empreendimentos do mesmo período. (ver tabela
16 e 17 em anexos)
Nos levantamentos de dados, pode-se observar que quatro projetos de
loteamentos (Jardim vista Alegre, Condomínio Débora Cristina, Clube Moradia do
Cedro) e cinco condomínios (Green Village I, Villa Borghese I) foram projetados
pelo grupo novo do qual o Jo Carlos de Lima Bueno faz parte. Ele é,
atualmente, secretário do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Jodo
Rio Preto. No período em que foi vereador, foi responsável pela lei que
regulamenta obras de interesse social (o que muda é o tamanho do lote).
Para compreender a dinâmica do capital investido em loteamentos
fechados e condomínios residenciais em São Jose do Rio Preto, este trabalho
85
procurou averiguar quais são as atividades realizadas pelos empreendedores que
investiram nesse segmento do mercado imobiliário.
Waldemar de Oliveira Verdi: Conhecido no final dos anos 30 como “Rei do
Algodão”. Com a crise do algodão, iniciou novos negócios em Rio Preto com uma
revendedora de automóveis. Em 1918, fundou a GV Holding AS (Grupo Verdi).
Era proprietário das terras onde estão localizados os loteamentos fechados
Condomínio Bourgainville, Condomínio Débora Cristina e Condomínio Village
Flamboyant.
Youssef Nametallah Tarraf: Grande comerciante de atacado da produção
agrícola (comprava, armazenava e negocia, dentre outros itens, a produção de
café da região), imigrante do Líbano, fundador do Grupo Tarraf com atuação nos
segmentos de: concessionária de caminhões Scania, concessionária de
caminhões Volkswagen, concessionária de automóveis Volkswagen,
concessionária de motocicletas Honda, construtora, corretora de seguros,
distribuidora de produtos alimentícios, agropecuária, gestão de negócios e
informática. Seu filho, Zaia Tarraf: empresário, foi presidente do grupo Tarraf de
1991 a 1997.
Anwar Damha: Engenheiro civil, professor da Unesp e empresário, fundador e
presidente do Grupo Encalso, formado pelas empresas Encalso Construções,
Riper Indústria e Comércio, Riper Construções, Damha Urbanizadora e
Construtora, Pecuária Damha, DH Construtora, AD Empreendimentos
Imobiliários, Sociedade Prudentina de Shoppings Centers. Foi proprietário das
terras onde se localizam os condomínios Damha desde 1977 e somente em 1992
é que teve a aprovação do seu primeiro loteamento fechado, o Parque
Residencial Damha, além de propriedades Fazenda Bonança em Pereira Barreto
86
- SP, Fazenda Menina em Itapura - SP, Fazenda Rio Verde em Serranópolis-GO,
Fazenda São Miguel em São Carlos-SP, Fazenda Santarcia em Piranhas-GO,
Fazenda Santo Antonio em Mirandópolis SP, Fazenda do Urso em São Carlos
SP e Fazenda Vista Alegre em Sud.Menucci SP. A empresa possui uma central
de engorda e terminação de bovinos em Pereira Barreto, além de produzir ração
animal. Diversifica os seus negócios e planeja a instalação de sua primeira usina
de açúcar e álcool no município de Itapura (SP). A Dahma Açúcar e Álcool será
instalada na fazenda Menina, do Grupo Encalso, que já tem mais de 300 hectares
de cana plantados, para multiplicação dos canaviais, que em 2006 devem chegar
a 2 mil hectares.
Di Giorgio: A família Di Giorgio começou a atuar na cidade com a Imobiliária
Riopretana, onde loteava pequenas chácaras no entorno de São José do Rio
Preto e depois com a Riopretana Empreendimentos Imobiliários na construção de
edifícios e condomínios residenciais.
3.3 Os Compradores de Loteamentos Fechados e Condomínios
Residenciais: Quem São e Como Atuam
Nas entrevistas realizadas tanto nos residenciais Damha como nos
outros condomínios, é possível verificar que é comum a opinião dos moradores de
que a portaria é um sistema frágil, porque depende das pessoas que ali controlam
a entrada e saída, mas que o fato de tê-la é um ponto de intimidação. No caso
dos loteamentos de alta renda, na maioria das vezes os carros têm insulfilme e
não são barrados ou averiguados. Não é possível saber se o morador está
acompanhado de outra pessoa, principalmente se o carro for diferenciado.
87
Nos loteamentos de renda média baixa, a citação é de que entra quem
quer, porque não é barrado. As pessoas que trabalham nas portarias não têm
qualificação e preparo para executar as funções.
Na pesquisa levantada junto aos moradores de alguns conjuntos
residenciais, pode-se observar que nos condomínios de interesse social a faixa de
renda da população gira em torno de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00, mas a faixa de
renda da população residente nos bairros próximos a esses conjuntos gira em
torno de R$ 700,00 a R$ 1.500,00. Nos condomínios destinados à classe média
baixa, a renda é de R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00; nos de média alta, em torno de
R$ 10.000,00 e, nos de renda média, de R$ 6.000,00.
Para os loteamentos fechados, a renda média é a partir de R$
15.000,00. Na amostra coletada, o valor chegou a até R$ 30.000,00, que pode ser
ainda maior, devido à dificuldade na obtenção de dados.
A avaliação imobiliária dos imóveis de interesse social tem uma
variação de aproximadamente R$ 6.000,00, realizada pela Prefeitura Municipal;
R$ 30.000,00 para os Condomínios Padilias e R$ 35.000,00 para os Borgheses.
os de renda média baixa têm uma variação de R$ 60.000,00 a R$
85.000,00 e os de renda média de R$ 140.000,00 a R$ 160.000,00.
Para renda média alta, a variação se entre R$ 185.000,00 a R$
300.000,00; para os loteamentos fechados, a partir de R$ 360.000,00, podendo
chegar até a R$ 900.000,00 ou mais.
Com esses valores e com as entrevistas realizadas junto aos
moradores, é possível observar que o sonho de muitos deles está em uma casa
exclusiva num loteamento elegante, mas as possibilidades econômicas, a falta de
tempo para acompanhar o processo de construção das residências e, por outro
88
lado, a facilidade de financiamento pelas construtoras e incorporadoras dos
condomínios residenciais, levam à opção por condomínios de média alta renda;
esses moradores buscam um espaço visualmente mais atrativo, com as
promessas de um sistema de segurança eficiente e uma casa prática e
inteligente.
2
A pesquisa também revela a insatisfação quanto à qualidade dos
materiais de baixa qualidade, tanto nos condomínios de interesse social quanto
nos de média alta renda. Também foi observada a insatisfação quanto às
promessas de uma casa inteligente, pois não foi mencionado que algumas das
opções oferecidas na casa-modelo eram sugestões e não estariam inclusas na
entrega e o sistema construtivo deixa a desejar, sendo a principal queixa os
problemas de ruído em casas germinadas com a solução acústica ineficiente.
Portanto, quando se fala em condomínios, é complicado falar de
qualidade. O visual é muito atrativo e sedutor, mas a preocupação das empresas
em adotar um processo de construção mais industrializado e principalmente em
reduzir custos, resulta na perda da qualidade.
2
Internet
Banda larga, com servidor próprio do
condomínio, link dedicado 24h por dia
dispensando a utilização de linha
telefônica
Telefonia Digital
Cada casa terá à sua disposição duas
linhas de telefonia digital (parceria com
a Telefônica)
Intranet
Rede interna que permite a solicitação
de serviços ao condomínio (personal
trainer, cabeleireiro, baby-sitter,
reservas do salão de festas,
monitoramento de contas) e o
acompanhamento de imagens em
tempo real, através de webcams
instaladas na portaria, playgrounds e
outros espaços
E-mail
Você terá o seu próprio endereço
eletrônico através da home-page do
condomínio
*Home Net Center
Interruptores ou controles remotos
acionam rotinas (luzes, TV, som,
cortinas, câmeras, irrigação de
jardins...). E podem ser acionadas via
internet, de qualquer lugar do mundo
Home Page
Utilidades e serviços do condomínio ao
seu dispor e possibilidade de acessar,
a partir de qualquer local, as
facilidades da intranet.
Sistema de Aspiração Central
Infra-estrutura para instalação de
sistema central de aspiração, novidade
tecnológica que torna mais fácil, rápida
e eficiente a rotina de limpeza da casa
*Conexão com Pontos Inteligentes
Pontos para rede única de dados voz e
imagens interligados e distribuídos
pela casa, permitindo a escolha dos
locais mais convenientes para
trabalhar, falar ao telefone ou instalar
equipamentos.
* ítens opcionais
Casas Inteligentes. Catálogo Rodobens, 2005.
89
Quanto à localização desses conjuntos residenciais, nota-se que a
cidade está altamente setorizada em bairros de ricos, de pobres, de classe média
baixa e os conjuntos de classe média estão localizados próximos ao de média alta
renda e alta renda.
São vários os motivos que levam pessoas a optarem por esse tipo de
moradia. O principal é a violência, seguida pela preferência de casas aliadas ao
conforto de serviços de lazer, segurança e áreas verdes. Mas também são
observados:
“Status”
O apelo comercial desse produto (condomínios horizontais fechados)
conta, entre outros, com o poder de sedução da exclusividade.
Segundo SANTOS (2002), morar em um condomínio fechado dá
status, significa fazer parte do rol dos privilegiados que podem morar isolados e
protegidos, convivendo com uma vizinhança homogênea, desfrutando
prazerosamente de equipamentos de lazer e da comodidade de alguns serviços
sustentados pelo discurso contra a violência.
ROBERTS (2002) cita que “a questão do “status” se manifesta no
sentido de que, ao escolher uma moradia que está entre muros, você está
dizendo “eu sou diferente". Na sociedade atual, as pessoas são diferenciadas
pela sua capacidade de consumo. E isso existe até internamente nos
condomínios”.
CALDEIRA (2000) acha que nos enclaves fortificados o uso de
materiais e as formas de construções individuais favorecem ornamentos,
irregularidades e materiais ostentatórios que exibem a individualidade e o status
90
de seus moradores. As tecnologias de segurança podem também ajudar a
assegurar a aura de exclusividade dos prédios.
Cercas, barras e muros são essenciais na cidade hoje, não por
razões de segurança e segregação, mas também por razões estéticas e de
status. Todos os elementos associados à segurança tornaram-se parte de um
novo digo para a expressão da distinção, um código que CALDEIRA (2000)
chama de “estética da segurança”.
Esses elementos têm de ser sofisticados não para proteger contra o
crime, mas também para expressar o status social dos moradores: câmaras
sofisticadas, interfones e portões com abertura eletrônica (sem falar do projeto e
da arquitetura defensivos) tornam-se afirmações da posição social. São
investimentos na aparência pública e devem permitir a comparação entre
vizinhos, para mostrar tanto quem está se saindo melhor socialmente quanto
quem tem o gosto mais sofisticado, segundo CALDEIRA (2000).
Os enclaves fortificados conferem status. A construção de símbolo de
status é um processo que elabora diferenças sociais e cria meios para a
afirmação de distância e desigualdades sociais.
Qualidade de vida
Uma das preocupações das famílias que vão morar em condomínios é
quanto a melhores condições de vida e mais liberdade, principalmente para as
crianças.
ROBERTS (2002) afirma que, para os moradores desses novos
enclaves habitacionais, qualidade de vida é entendida principalmente pelas
oportunidades que o novo espaço propicia para a família, especialmente para as
crianças: brincar ao ar livre e sem a preocupação com a rua e seus problemas.
91
Novos valores
Os primeiros moradores desses condomínios fechados (Vinhedo
1980/1990), buscavam uma vida no campo, longe das preocupações e agitações
que os grandes centros urbanos apresentavam. Esse estilo de vida valorizava o
plantio de árvores, a formação de hortas e pomares, as festas associativas,
atividades culturais e a vida comunitária (valor de fazer coisas em conjunto).
A partir dos anos 90, o perfil desses novos moradores de condomínios
traduz uma nova percepção da cidade: o medo. Essa nova percepção é entendida
e traduzida nas ações do seu dia-a-dia. As novas sociabilidades que surgem não
comungam uma relação de aproximação entre os vizinhos; casas são construídas
com equipamentos de lazer fazendo com que seus moradores não freqüentem as
áreas de lazer do condomínio; o traço que constrói e personaliza essas
habitações reforça a arquitetura do medo, marcada pela ostentação e símbolos
materiais utilizados nas construções, excesso de ornamentos e detalhes nas
fachadas que produzem a idéia de diferenciação entre os pares desse mesmo
local. Outra questão é o desprezo da idéia de comunidade, reforçando a
individualidade e a exclusividade.
O mercado imobiliário usa a propaganda para vender esses imóveis e
seduz os futuros compradores com um repertório de imagens e valores que falam
à sensibilidade e à fantasia das pessoas, a fim de atingir seus desejos. Por trás
de argumentos que apontam para um “novo conceito de moradia” e “escolha de
um estilo de vida”, está a necessidade das imobiliárias de vender os
distanciamentos desses empreendimentos, já que os espaços centrais já não
estão mais disponíveis, ou pelo excessivo encarecimento do preço da terra ou
pelas leis de zoneamento.
92
Outro argumento utilizado é a “solução racional” adaptada à “vida
moderna de pessoas dinâmicas”, onde a necessidade imobiliária é a diminuição
das áreas internas por causa do menor poder aquisitivo dos compradores e
também de manter certa taxa de utilização.
Os argumentos dos anúncios apresentam os condomínios fechados
como o oposto ao caos, fazendo uso do apelo à ecologia, saúde, ordem, lazer e,
é claro, segurança;.
Estratégias de segurança, ao mesmo tempo em que respondem ao
medo, ironicamente o intensificam; ao mesmo tempo em que protegem, intimidam
e desnudam as idéias de que todos são acolhidos de forma igual.
O fator segurança é entendido como a possibilidade de deixar portas
abertas e objetos das crianças do lado de fora da casa. Também é verificado
como a possibilidade de as crianças ficarem soltas todo o tempo fora de casa sem
deixar os pais preocupados. Crianças têm oportunidade de viver em liberdade
com a segurança que muitos provavelmente nunca tiveram.
Os moradores têm a vantagem de dispor de um sistema de lazer
bastante completo dentro do espaço residencial. Contudo, por causa da grande
área externa de lazer, existe dificuldade para controlar crianças, colocar limites e
estipular regras. Além do mais, surge uma atitude geral de se confundir a vida do
condomínio (com sua grande área de lazer) com uma colônia de férias, ainda
mais no verão. A dificuldade com relação ao estabelecimento de regras se aplica
principalmente às crianças, mas pode também se aplicar a certos adultos.
Para ROBERTS (2002), nos condomínios existe uma “legislação
paralela”, que não tem existência real, mas as regras se aplicam ao ambiente
93
interno. Exemplo: pequenos roubos que são abafados. É como se a comunidade
interna fosse entender e perdoar o que fora seria uma infração.
Os condomínios adotam estratégias de segurança, como portaria
independente, muro alto, cerca elétrica, sensor toque, central de segurança,
monitoramento.
Nos loteamentos Damha, a estratégia, além desses itens citados, é que
todos os loteamentos possuem uma rua que circunda todo o loteamento, evitando
assim que as casas fiquem encostadas nos muros externos.
94
4. PODER PÚBLICO, LEGISLAÇÃO E
LOTEAMENTO FECHADO
______________________________________________
95
La reproducción y la organización interna de la ciudad son el resultado
de la articulación de tres lógicas o sentidos: la de la acumulación del capital, la del
poder político, y de la reproducción de la vida humana”. REESE (2006).
O processo de urbanização gera conseqüências de ordem estrutural e
social que podem ser negativas, como a deficiência do sistema de transportes, o
congestionamento do trânsito de veículos automotores, a proliferação de
habitações subnormais, a ocorrência de inundações (causadas, por exemplo, pela
impermeabilização do solo e ocupação de áreas de várzea), a precariedade do
saneamento básico, a "favelização" das áreas públicas invadidas, a violência e a
privatização de áreas públicas.
Os investimentos públicos favorecem a infra-estrutura industrial e o
mercado imobiliário, possibilitando a valorização de áreas após a implantação de
infra-estrutura e serviços. Aos governos municipais cabe a competência
constitucional de controlar a ocupação do solo e não permitir que o interesse
privado sobreponha o público.
Segundo REESE (2006) “Los efectos perversos del mercado sobre la
ciudad no son fatales sino resultado de opciones políticas perversas”
a proliferação de uma modalidade de parcelamento do solo urbano,
os "loteamentos fechados", com características especiais que os diferem dos
convencionais.
Os loteamentos fechados, atropelando a legislação civil e urbanística,
são assim concebidos para favorecer, na prática, a privatização do uso das áreas
públicas dos loteamentos (áreas verdes e institucionais, sistemas de lazer, ruas e
praças, etc.), outrora vocacionadas, em sua origem, ao uso coletivo.
96
A Lei 6.766/79 não considera como parcelamento do solo urbano
qualquer empreendimento submetido a regime condominial (Lei 4.591/64 - Lei dos
Condomínios e Incorporações Imobiliárias). Parcelar, para a lei atual, significa
necessariamente criar lotes. Com o loteamento ou o desmembramento, a gleba
parcelada perde sua individualidade e gera lotes com acesso direto a via ou
logradouro público. O condomínio urbanístico gera unidades autônomas e não
lotes. As unidades residenciais têm acesso apenas a áreas de uso comum dos
condôminos, que incluem a malha viária interna ao empreendimento, e não à via
ou logradouro público. preciso que fique bem claro que, em um condomínio
urbanístico, não divisão sica de lotes. O lote é um e assim continua
sendo. O que existe dentro do lote único são unidades residenciais autônomas,
da mesma forma que existem em um prédio de apartamentos".
Algumas leis municipais têm previsto a figura do loteamento fechado,
parcelamento implantado segundo a Lei 6.766/79, mas cujas vias públicas
internas são objeto de concessão, permissão ou autorização de uso outorgada
pelo poder público municipal a uma associação constituída pelos moradores.
Segundo ESCORZA (2003), “está havendo um empobrecimento do
espaço público provocado pela obstrução, bloqueio das vias publicas (ruas), onde
pessoas são proibidas de circular atendendo interesses particulares e estão
devidamente legalizados e aprovados como loteamentos ou condomínios
fechados”.
Na concessão de direito real de uso das áreas publicas dos
loteamentos convencionais, operado mediante obstrução das vias internas ao
acesso do público, com a colocação de obstáculos, cancelas e guaritas, impera o
desejo dos moradores na sua utilização privada, de cunho individual (sossego,
97
segurança e conforto pessoais), contrapondo o interesse privado ao coletivo,
porque essas áreas públicas estão vocacionadas ao uso comum do povo.
O fechamento desses loteamentos traduz-se na tentativa de burlar a
Lei de Parcelamento do Solo Urbano e, em especial, no Estado de São Paulo, de
contornar a vedação urbanística imposta pela respectiva Constituição. Nos termos
do art.17 da Lei 6766/79, o loteador não poderá alterar a destinação dos espaços
livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e
outros equipamentos urbanos constantes do projeto e memorial descritivo.
Para a desafetação de uma rua, ainda que precedida de autorização
legislativa, deve haver um elemento fundamental: ter perdido, de fato, sua
utilização pública, seu sentido de via de circulação, ter se tornado desabilitada.
Não basta a lei para desafetá-la. É preciso atender ao Interesse blico, como
qualquer ato administrativo, sem o qual haverá fundamento para contestar a
transmudação operada pela lei ordinária que promove a desafetação.” SILVA
(1995).
As áreas públicas de um loteamento (espaços livres de uso comum,
áreas verdes, vias, praças, áreas destinadas a edifícios públicos e outros
equipamentos urbanos), visam a atender às necessidades coletivas urbanas.
Algumas estão voltadas à circulação de veículos, pedestres (vias urbanas); outras
se destinam à ornamentação urbana (fim paisagístico e estético), têm função
higiênica, de defesa e recuperação do meio ambiente, atendem à circulação, à
recreação e ao lazer (praças, jardins, parques, áreas verdes e de lazer); na
medida em que está se subtraindo as da fruição geral, altera a destinação,
objetivos e a finalidade congênita dessas áreas, predispostas que estão para
atender ao público indistintamente.
98
Segundo FERNANDES (2006), “Entender o papel da lei não é um
processo inofensivo, gera conseqüências que são ofensivas: formas informais,
corrupção e clientelismo.”
Está em andamento a aprovação da Lei 3.057 de 2000, que dispõe
sobre o parcelamento do solo para fins urbanos e regularização fundiária (revisão
da Lei Federal 6766/79)
Em função de vários pontos ainda não consensuados entre os diversos
segmentos sociais e o governo federal, o relatório ainda não foi aprovado.
Sobre a questão dos condomínios urbanísticos, a Lei 6766 não
considera como uma modalidade de parcelamento do solo urbano. Esse tema tem
gerado polêmica com o setor empresarial. O Ministério das Cidades e
representantes do setor acadêmico têm pressionado pela fixação de regras claras
e detalhadas, como tamanho máximo desses empreendimentos, distância mínima
entre condomínios e outras normas nessa linha.
Na proposta, o condomínio urbanístico é entendido como a divisão de
gleba ou lote em frações ideais, correspondentes a unidades autônomas
destinadas à edificação e áreas de uso comum dos condôminos, que não
implique na abertura de logradouros públicos, nem na modificação ou ampliação
dos já existentes, podendo haver abertura de vias internas de domínio privado.
No Art. 3º, na implementação do parcelamento do solo para fins
urbanos e da regularização fundiária em áreas urbanas, devem ser observadas as
diretrizes gerais da política urbana enumeradas no art. da Lei nº
10.257(Estatuto da Cidade), de 10 de julho de 2001, e os seguintes princípios:
I – função social da propriedade e do contrato;
99
II garantia do direito à moradia e ao desenvolvimento sustentável dos
assentamentos humanos;
III – urbanismo como função pública e respeito à ordem urbanística;
IV – prevalência do interesse público sobre o interesse privado;
V – ocupação prioritária dos vazios urbanos;
VI – recuperação pelo poder público das mais-valias urbanas decorrentes da ação
do poder público;
VII acesso universal aos bens de uso comum do povo, em especial às praias e
ilhas;
VIII preservação do interesse público como elemento determinante na
destinação dos imóveis públicos.
A legislação de parcelamento de solo (6766/79) é suprema, mas é
burlada e mina os valores de acessibilidade, liberdade de circulação e igualdade.
Cria desigualdade, separação e controle de fronteiras em benefício de algumas
pessoas com o intuito único de privilegiá-las com áreas que são públicas e, em
alguns casos, usadas de modo indiscriminado.
Analisando a lei federal de parcelamento de solo e as leis municipais
de São José do Rio Preto verificou-se que:
Pela Lei 6766/79, no Art. - I - as áreas destinadas a sistema de
circulação, à implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a
espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação
prevista para a gleba, ressalvado o disposto no § 1º deste artigo;
Parágrafo IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias
adjacentes oficiais, existentes ou projetadas e harmonizar-se com a topografia
100
local e § - Consideram-se comunitários os equipamentos blicos de
educação, cultura, saúde, lazer e similares.
Na Lei municipal Nº 5138/92
ARTIGO 15 - A critério da SEMPLAN e C.P.D.D. nas zonas de
expansão urbana poderão ser permitidos loteamentos fechados e loteamentos em
sistema de condomínio, obedecidas as normas federais, estaduais e municipais,
especialmente as fixadas no P.D.D.
PARÁGRAFO 1º - Os loteamentos referidos neste artigo se
caracterizam pela adoção de acessos privativos e de muros delimitadores, ou de
outro sistema de tapagem admitido pela autoridade municipal, que se separam da
malha viária urbana ou da área rural adjacente.
PARÁGRAFO 2º - Nos loteamentos fechados, as vias internas e as
áreas de uso comum serão incorporadas ao domínio público, mas sobre elas
recairá concessão especial de uso em favor de seus moradores.
PARÁGRAFO 3º - Nos loteamentos em sistema de condomínio, as vias
internas e as áreas de lazer permanecerão no domínio dos condomínios. As
áreas institucionais deverão ser doadas ao Município na forma da lei.
ARTIGO 16º - Nos loteamentos em sistema de condomínio, as vias de
circulação, as áreas de recreação e demais áreas de uso comum, assim definidas
na convenção condominial e aprovadas pelo Poder Público.
I - não poderão ter sua destinação alterada;
ARTIGO 21º - Tanto nos loteamentos fechados como nos loteamentos
em sistema de condomínio, os espaços livres de uso comum, destinados ao
sistema de recreação, poderão ser dotados de instalações e equipamentos
101
próprios para lazer, tais como parque infantil, piscina, pista de corrida, quadra de
esportes, etc.
ARTIGO 22º - Será permitido o livre acesso das autoridades públicas,
no desempenho de suas funções, ao interior dos loteamentos fechados e em
sistema de condomínio; o acesso de outras pessoas ficará subordinado ao
regulamento de cada respectiva administração.
ARTIGO 23º - A Secretaria Municipal de Planejamento e o C.P.D.D.
deverão analisar e dar parecer sobre as solicitações de diretrizes para a
implantação de loteamentos fechados e loteamentos em sistema de condomínio,
levando em consideração os interesses primordiais da comunidade e as diretrizes
do P.D.D.
Lei 9000/2003 - “Art. 15 -Parágrafo - Em ambos os loteamentos, as
áreas institucionais e as dominiais ficarão situadas fora dos limites da área
privativa, em locais a serem indicados pela Administração.”
Art. 2º - O artigo 15 da Lei nº 5.138, de 28 de dezembro de 1992, passa
a vigorar acrescido do parágrafo 5º, com a seguinte redação:
“Art. 15 - Parágrafo - As áreas institucionais poderão ser doadas,
agregadas a equipamentos públicos construídos com seus valores embutidos
nas áreas, de acordo com o valor apurado pela Comissão Municipal Permanente
de Avaliação.”
Lei 5138/92 - PARÁGRAFO - Em ambos os loteamentos as áreas
institucionais e as dominiais ficarão situadas fora dos limites da área privativa.
Os condomínios Residências Guilherme Padilia (aprovados em 1997)
tiveram participação com a Prefeitura Municial. Foi verificado, durante as
entrevistas feitas para esta pesquisa, que os moradores do condomínio tiveram
102
acesso à compra das casas através de cadastro realizado junto à Prefeitura, que
os encaminhou à empresa responsável pelo empreendimento imobiliário, o que
caracteriza favorecimento
Lei 6514/96 : Ementa: altera a Lei de Parcelamento de Solo, em seu
artigo , prevendo a participação da iniciativa privada na consecução da Política
de Habitação Popular no Município.
Art. - O artigo da Lei 5138/92 passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 8º - Para a urbanização de caráter social com iniciativa,
responsabilidade e propriedade da administração pública ou privada, de cunho
reconhecidamente social, e financiada por instituição financeira pública, destinada
a servir à população de renda inferior a 12 salários mínimos, os conjuntos
habitacionais poderão obedecer a critérios específicos e independentes desta
legislação, desde que não infrinjam as legislações federal e estadual pertinentes
ao assunto, às porcentagens mínimas de áreas públicas impostas pela lei
municipal, e obedecendo as diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento e
principalmente em relação ao plano viário básico do município.
Favorecimento de Aprovação de loteamentos fechados.
Lei 03098/82 - Será permitida a aprovação de loteamento na bacia
coletora de águas que alimentam o Rio Preto, acima da represa Municipal,
enquanto se coletar água para o consumo da cidade, estando incluído entre o
número de melhoramentos públicos exigidos por Lei.
Aprovação do Loteamento Fechado Parque Residencial Dhama em
1992, que está localizado próximo a Represa Municipal.
Ampliação do Perímetro Urbano
103
O Loteamento Village de La Montagne foi favorecido pela Lei 4951/92,
que diz: “Fica integrada no perímetro urbano de São Jodo Rio Preto uma área
encravada na Fazenda Macacos ou Alegria, situada no primeiro subdistrito de
São José do Rio Preto.
O Condomínio Recanto Real : Lei 4952/92 , artigo - Fica permitida a
implantação de loteamento em “Condomínio Fechado” na área que passa a ser
classificada de zona 2, localizada dentro do perímetro urbano do Município,
encravada na Fazenda Piedade ......
A área institucional do Recanto Real está sendo usada como área de
recreação e lazer de uso privativo dos condôminos, alterando assim a vocação da
área em questão.
O Condomínio Residencial Márcia: Na mesma data em que a área foi
incorporada no perímetro coincide com a aprovação da Lei nº 5055, onde passam
a integrar várias áreas no perímetro urbano.
Favorecimento dos loteamentos fechados para a retirada de áreas
públicas de dentro dos loteamentos, excluindo o direito às pessoas de terem área
pública, principalmente na região dos loteamentos de alto luxo.
Lei 09158/2003- Insere parágrafo 6º, no artigo 15 da Lei 5138/92,
para autorizar o Município aceitar, por conveniência pública, em substituição às
áreas institucionais, a doação de obras de uso institucional - loteamentos
fechados e condomínios.
Entende-se que o poder público age de forma clientelista, burlando leis
e não exigindo o cumprimento das mesmas, além de favorecer o mercado
imobiliário, ao promover ampliação do pemetro urbano, construção de infra-
estruturas e permitindo aprovações irregulares.
104
A lei 8851, de 31/01/03, substitui área condominial por serviços e a lei
9158/03 substitui área institucional por serviços. A prefeitura está entregando
parte da cidade para o empreendedor privado, ao substituir áreas institucionais
por serviços, considerando que “nunca” a determinada região precisará de
escolas, postos de saúde, hospitais, secretarias de serviços e atendimento.
A prática de forma clientelista tem causado todo tipo de impacto
territorial, fechamento do sistema viário (Débora Cristina, Village Sta. Helena,
Condomínio Village Flamboyant e Bourgainville), impacto urbanístico, sócio-
político, criando diferenciação entre a população (moradores dos loteamentos
fechados e moradores fora dos muros), espaços públicos privatizados, impacto
ambiental (aprovação de condomínios junto a parques públicos, próximos a rios) e
impacto socioeconômico; promove a separação de grupos sociais, com o
zoneamento atual, aparta e exclui a população de menor renda.
Com a implantação de moradias sociais em locais distantes, a
prefeitura está cada vez mais deixando as pessoas apartadas do acesso a
serviços e a melhores condições de transporte e, conseqüentemente, de acesso
ao trabalho e a melhor qualificação.
Analisando a legislação urbanística e os loteamentos fechados, foi
verificado que:
1- Residencial Jardins- com gleba 443.292, 10 m², sendo 15% da área
total- 66.493, 82 destinados à área verde e institucional. Analisando os dados, foi
verificado que, para atingir essa porcentagem, foi acrescida a área de recreação
(privativa).
Área institucional- 22;929, 60 m²
Área verde- 37.947, 65 m² + 26.263,00 m² de áreas de recreação
105
2- Condomínio Green Palm
Gleba- 87.895, 28 m²
15%- 13.184, 29 m²
Área institucional- 965, 99 m²
Área verde- 10.994, 72 m²
Total: 11.960, 71 m²
Está faltando uma diferença de 1.223, 58 m²
Também foi verificado que alguns dos loteamentos aprovaram seus
projetos urbanísticos com certo número de lotes e depois foram executados com
mais.
Loteamentos Fechados e
Condomínios Residenciais
Projeto Lotes executados
Cond. Recanto Real 445 507
Lot. Village De La Montagne 630 631
Residencial Gaivota 586 600
Cond. Res. Padilia 1,2 e 3 117 127
Cond. Green Village II 126 136
Cond. Res. Vale Verde 50 72
Cond. Res. Vila Borghese 179 197
Res. Noth Valley 100 116
Res. West Valley 92 109
Tabela 8: Diferenças quantitativas entre projeto e Lotes Executados
Fonte: Elaborado pela autora, 2005.
O Green Village III tem algumas particularidades, como: a aquisição da
terra foi através de uma licitação da Prefeitura de São José do Rio Preto, que
propôs uma troca pela área de 39.488,09 m²; a empresa deverá executar um
parque ecológico (os brinquedos são de eucalipto roliço), que está localizado
junto ao condomínio, no valor de R$ 1.800.000,00, podendo ter uma variação a
favor da empresa, reduzindo os custos e aumentando o lucro.
106
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
______________________________________________
107
5.1 Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais Implantados de
Forma Dispersa.
Os loteamentos fechados e os condomínios residenciais são novas
configurações territoriais que têm como características: a urbanização de forma
dispersa, fragmentada em torno de eixos rodoviários, superando os limites
municipais; indefinição do que é “rural” ou “urbano”; urbanização de forma
privada, fechada; ocupação da periferia por usos de maior valor, gerando novos
impactos ambientais, sendo os loteamentos fechados e condomínios residenciais
uma das formas de dispersão.
Em São Paulo, pode-se observar que, entre 1945 e 1950, teve início
um longo processo de saída das fábricas, que abandonavam os antigos bairros
industriais junto às ferrovias. Essa mudança pode ser considerada como uma
primeira forma de dispersão industrial. Na segunda etapa, entre 1970 e 2005,
ocorreu um processo de dispersão mais amplo: as unidades fabris passaram a
ser instaladas em municípios mais distantes, em cidades do vale do Paraíba, nas
cidades de Campinas e da Baixada Santista, dando origem a novas regiões e
aglomerações metropolitanas.
A dispersão industrial e do mercado de trabalho levaram à instalação
de bairros residenciais nas proximidades das fábricas, também dispersos,
ocupados por setores de renda baixa e média baixa como também por favelas.
A formação dos bairros dispersos, destinados à acomodação das
faixas de renda média e alta deve-se à ocupação (por parte dos trabalhadores
técnicos das indústrias), de municípios fora da região metropolitana de São Paulo,
nos quais os custos dos imóveis e da vida familiar são bem mais reduzidos do
que os da capital, além de serem mais próximos de seus novos locais de trabalho.
108
Outra parte desses trabalhadores, que continuou residindo na capital, se
deslocava em veículos particulares ou ônibus fretados pelas empresas. Um
terceiro grupo, formado pelos que continuaram a trabalhar em pólos centrais das
áreas metropolitanas e adjacências, passou a residir em áreas urbanizadas de
menor porte, em outros municípios, organizando, em sentido inverso, sua
mobilidade das áreas periféricas em direção aos centros.
Esse processo de urbanização dispersa (multiplicação de áreas
urbanizadas, fora das cidades existentes e isoladas em meio ao campo) inclui
pavilhões industriais isolados, condomínios para fábricas, centros de escritórios
para serviços, lazer, “shopping centers”, grandes centros comerciais
especializados, centros universitários de pesquisa, aeroportos e centros
hospitalares.
Com o surgimento de novos bairros populares ao redor das indústrias,
vieram também problemas graves, como dificuldade de mobilidade (longas
distâncias requerem gasto com transporte) e de acesso a bens e serviços
públicos (hospitais, farmácias e escolas, por exemplo). Diminuiu também o
acesso a oportunidades de convívio, de trabalho e de lazer.
Empreendimentos com múltiplos usos residenciais, comércio,
escritórios e serviços e indústrias, centros de serviço e lazer o poluentes
também são outro segmento de dispersão.
A partir da década de 70, ocorre, tanto no campo como na cidade, a
difusão generalizada das modernizações; construção e expansão de estradas de
rodagem e a criação de um moderno sistema de telecomunicações possibilitaram
maior fluidez no território, além de permitir a unificação do mercado em escala
nacional.
109
As mudanças da urbanização do território de forma dispersa são
propiciadas pela mobilidade e acessibilidade com a modernização das estradas e
dos meios de comunicação como “Internet” e comunicação de voz por “IP”
(uso
de telefone via Internet), onde ocorre a unificação dos meios de transporte e de
comunicação, e as condições se tornam propícias para uma verdadeira
integração do território.
A primeira etapa da fuga de paulistanos para os condomínios
horizontais se deu nos anos 80, em direção a Barueri e a Santana do Parnaíba
(Alphaville e Tamboré), Cotia (Granja Viana) e Arujá. Em 1977, houve o
movimento rumo a municípios como Jundiaí e Vinhedo, na direção de Campinas.
Segundo ZANETTI (2005), “o avanço dos condomínios horizontais e
loteamentos de médio e alto padrão praticamente esgotou as áreas disponíveis
em um raio de 100 km ao redor da capital. Terrenos nobres às margens das
rodovias Castelo Branco, Bandeirantes, Anhangüera e Dutra são cada vez mais
raros. A interiorização dos condomínios surge, então, como uma excelente
oportunidade de negócios para a construção civil. Segundo Lincoln Jorge
Marques, engenheiro civil e consultor imobiliário, os novos negócios são
conseqüência de um deslocamento dos investimentos para o interior, onde um
constante crescimento da economia.”
A urbanização dispersa começa a ser estudada no País porque gera
novas preocupações em aspectos como a distribuição de água, a coleta de lixo e
o transporte público, serviços mais difíceis (e caros) nesse ambiente fragmentado
do que na cidade tradicional, aonde as áreas de crescimento vão sendo anexadas
junto à área central, ao contrário da cidade fragmentada, onde vão se formando
núcleos dispersos.
110
Segundo REIS FILHO (2006), as novas formas de expansão do tecido
urbano apresentam um conjunto de características antes inexistentes, que
permitem identificá-las como uma nova modalidade de tecido urbano, como:
1) As áreas com freqüência são isoladas do tecido urbano tradicional,
caracterizando descontinuidades, núcleos isolados, empreendimentos de grande
porte ocupando vazios urbanos de áreas consolidadas, renovação urbana e
reconstrução em áreas degradadas;
2) Os empreendimentos são espaços de uso coletivo com infra-
estrutura e serviços e, freqüentemente, edificações;
3) Esses empreendimentos apresentam diversificação de tratamento
urbanístico, que os diferencia de outros próximos;
4) Os empreendimentos são espaços de uso coletivo em propriedades
privadas no quadro de condomínios;
5) Por razões institucionais e legais, esses empreendimentos, para
viabilizar a gestão dos complexos, assumem necessariamente a forma de
condomínios. Inexiste legislação específica atualizada para esse tipo de
agenciamento urbano. Os conjuntos são aprovados como loteamentos e, quando
da implantação, são murados, incorporando os espaços públicos para uso
exclusivo do condomínio;
6) Empreendimentos mais simples podem ter uma finalidade, como
a residencial, mas os de maior porte quase sempre atendem a ltiplas
finalidades, incluindo residências, escritórios, indústrias, lazer, comércio, serviços
diversos;
111
7) Esses empreendimentos de uso coletivo exigem sistemas de
serviços e gestão complexos, onde foi substituída a gestão pública pela gestão
privada com forma condominial;
8) As áreas com tecido urbano isolado adquirem autonomia, tendo sua
própria infra-estrutura, seus serviços e espaços de uso comum.
Crescimento das Cidades Médias
Outro ponto importante da urbanização brasileira é o papel crescente
das cidades médias na rede urbana. Nas últimas décadas, as transformações
econômicas decorrentes do processo de globalização têm implicado mudanças
importantes na dinâmica urbano-regional, principalmente no sentido de uma maior
urbanização do interior e de uma maior concentração da população em cidades
de porte médio.
Segundo BERNARDES (2006), após a década de 50, amplia-se o
número de cidades médias no Brasil, em um contexto de redefinição do porte dos
núcleos urbanos. Na década de 90, definiu-se como cidade média o município
com população em torno de 100 mil habitantes. São múltiplos os elementos que
levam ao crescimento desse nível urbano. Entre eles destacam-se a dispersão da
indústria, que até há pouco tempo se concentrava em áreas metropolitanas, a
modernização do campo, a proximidade das indústrias agrícolas e as novas
formas de consumo material e de consumo imaterial. Esse fenômeno é geral, mas
tem particular expressão na área mais desenvolvida do País. Por tratar-se da área
mais densamente urbanizada do território nacional, tem condições de adaptar-se
às novas exigências do período histórico atual. Graças às cidades médias, está
ocorrendo a redistribuição das classes médias pelo território, associada à
presença de um número crescente de letrados, indispensáveis aos novos modos
112
de produção a que presidem. Com a difusão, desde os anos 70, do ensino
universitário no País, muitas dessas cidades são, em certos estados, importantes
centros de pesquisa. As atuais cidades médias exercem atração para os fluxos
migratórios e algumas delas estão atingindo o estágio sub-metropolitano, cuja
dimensão irá variar segundo as regiões”.
Cidades do Estado de
São Paulo
Censo
2000
Cidades médias de
100 a 500 mil habitantes
Censo
2000
1 São Paulo 10.838.581 26 Americana 200.607
2 Guarulhos 1.251.179 27 Araraquara 197.039
3 Campinas 1.045.706 28 Itapevi 196.551
4 São Bernardo do Campo 788.560 29 Hortolândia 194.289
5 Osasco 705.450 30 Rio Claro 186.998
6 Santo André 669.592 31 Santa Bárbara d'Oeste 185.623
7 São José dos Campos 600.049 32 Araçatuba 179.717
8 Sorocaba 565.180 33 Indaiatuba 175.933
9 Ribeirão Preto 551.312 34 Cotia 175.008
35 Ferraz de Vasconcelos 171.329
Cidades médias de
100 a 500 mil habitantes
36
37
Francisco Morato
Itapecerica da Serra
164.971
157.280
1 Santos 418.316 38 Itu 152.941
2 São José do Rio Preto 406.826 39 Pindamonhangaba 141.039
3 Mauá 406.242 40 Itapetininga 140.425
4 Carapicuíba 382.772 41 Bragança Paulista 140.789
5 Diadema 389.503 42 Mogi Guaçu 138.918
6 Mogi das Cruzes 365.993 43 São Caetano do Sul 134.295
7 Piracicaba 360.762 44 Atibaia 126.940
8 Bauru 350.492 45 Jaú 123.374
9 Jundiaí 344.779 46 Franco da Rocha 122.273
10 Itaquaquecetuba 340.596 47 Botucatu 119.298
11 São Vicente 325.437 48 Cubatão 119.068
12 Franca 321.969 49 Ribeirão Pires 116.677
13 Guarujá 299.023 50 Catanduva 115.287
14 Limeira 274.906 51 Araras 114.682
15 Suzano 272.452 52 Jandira 110.045
16 Taubaté 267.471 53 Barretos 109.238
17 Barueri 256.824 54 Poá 108.017
18 Embu 240.037 55 Várzea Paulista 107.760
19 Praia Grande 237.494 56 Birigui 106.313
20 Sumaré 231.627 57 Salto 106.207
21 Taboão da Serra 221.176 58 Votorantim 105.446
22 Marília 220.017 59 Tatuí 105.030
23 São Carlos 214.786 60 Sertãozinho 104.618
24 Jacareí 208.471 61 Ourinhos 104.448
25 Presidente Prudente 204.036
Tabela 9: Cidades médias de 100 a 500 mil habitantes
Fonte: Tabela elaborada pela autora a partir dos dados do Censo do IBGE de 2000.
“O crescimento das cidades médias e a formação de aglomerados
urbanos em torno de alguns desses centros são processos fundamentais na
dinâmica urbano regional brasileira nas últimas décadas. A Constituição Federal
113
de 1988 (Art. 26, § 3o.) ao descentralizar a organização regional dos Estados,
conferindo-lhes a autonomia para a criação de regiões metropolitanas, criou,
também, uma nova figura de gestão regional que é a Aglomeração Urbana,
entidade formada pelo agrupamento de municípios limítrofes, conurbados,
objetivando a gestão das funções urbanas de interesse comum”. BRAGA (2005)
SÃO PAULO
SANTO ANDRÉ
SÃO BERNARDO DO CAMPO
OSASCO
SANTOS
SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO
RIBEIRÃO PRETO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
CAMPINAS
SOROCABA
GUARULHOS
Figura 48 – Mapa das Aglomerações Urbanas do Estado de São Paulo – 2006
Fonte: Elaborado pela autora, 2006.
Para KOITI (2005), o fenômeno da aglomeração urbana pode ser
compreendido como o processo em que uma expansão espacial de núcleos
urbanos distintos, gerando fluxos e um avanço da malha urbana, que acabam por
extrapolar os limites políticos-administrativos dos municípios. Ou seja, uma única
cidade passa a corresponder em mais de um município, mas não
necessariamente uma contigüidade da malha urbana, que os fluxos também
devem ser considerados nesse processo.
114
Urbana
Brasil, Unidade da Federação e Município
1970 1980 1991 2000
São Paulo 14.277.802 22.196.896 29.314.861 34.586.021
Campinas 335.469 591.415 824.924 953.030
São José dos Campos 132.467 276.873 425.515 532.743
Ribeirão Preto 196.458 308.367 426.819 502.760
São José do Rio Preto 110.175 178.970 275.450 337.096
Piracicaba 127.776 197.881 269.961 317.374
Bauru 121.060 180.772 255.669 310.442
Jundiaí 145.700 221.810 266.235 300.207
Limeira 77.169 137.809 177.934 249.046
São Carlos 75.712 110.235 148.408 192.998
Presidente Prudente 92.601 129.646 160.227 189.186
Jaú 56013 73727 93816 123.374
Tabela 10: Dados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Fonte: IBGE - Censo Demográfico,2000.
O desenvolvimento das cidades interioranas de médio porte se deve,
entre outros fatores, aos investimentos nos sistemas de transporte, infra-estrutura
rodoviária que favoreceram a acessibilidade. De forma geral, pode-se definir a
acessibilidade como sendo uma medida de esforço para se transpor separações
espaciais, caracterizadas pelas oportunidades apresentadas ao indivÍduo ou
grupo de indivíduos para que possam exercer suas atividades tomando parte do
sistema de transporte.
Segundo RAIA JUNIOR (1997), a acessibilidade torna possível o
acesso dos indivíduos aos locais de empregos, lazer, estudo, equipamentos
públicos etc., e é função tanto do uso do solo quanto das características do
sistema de transporte.
A malha paulista de rodovias começou a ser pavimentada no final da
década de 40 do século passado, quando teve início a implantação do chamado
“rodoviarismo” no País, fenômeno que alavancou, na década seguinte, a
implantação da indústria automobilística. Em termos físicos, a malha paulista é
constituída por um conjunto de eixos rodoviários de grande capacidade que, a
partir da capital, irradia-se na direção do interior e litoral, atingindo os limites do
estado, refletindo nessa configuração radial, a geografia do processo de
115
desenvolvimento da economia paulista, assegurando as condições básicas para a
dispersão urbana.
O que diferencia as cidades são suas várias configurações espaciais,
tanto ao longo da história como no espaço, em um único tempo. As várias
especificidades estão marcadas principalmente pelo tamanho, mas também por
sua história, e por sua inserção na rede regional e mundial, definindo
estruturações internas bastante diferenciadas.
Como qualquer sistema ou organismo, suas partes se diferenciam
quando crescem, tornam-se organismos complexos, mais eficientes, mais
processadores de matéria e energia, mais desenvolvidos econômica, social e
culturalmente, mas também com maiores problemas: impactos urbanos mais
complexos, conflitos sociais, disfunções econômicas e políticas.
A cidade é produto e condição de reprodução de uma sociedade. Sua
estruturação física em diferentes bairros, ricos e pobres, setores urbanos,
salubres e insalubres, apropriações da natureza, centros e periferias, é a
manifestação das relações cio-econômicas, do acesso desigual aos meios e
condições de produção e de trabalho, historicamente determinadas. Em suma, a
estruturação interna de uma cidade reflete a organização social, tanto na sua
produção como na distribuição dos seus bônus. Assim, lutar por uma cidade
melhor é antes de tudo lutar por uma sociedade mais justa, implicando mudanças
nas relações sócio-econômicas.
O processo de crescimento urbano por substituição do tecido,
caracterizado morfologicamente pela verticalização e pela densificação do tecido
construído no Brasil, possui íntima relação com a estrutura fundiária, na medida
116
em que vem ocasionando a alteração do sistema de propriedade unifamiliar do
solo por um novo padrão fundiário condominializado.
A análise das formas de crescimento e de estruturação intra-urbana, da
questão fundiária e, mais especificamente, da questão do valor do solo urbano,
bem como da formação do acesso à propriedade do solo no Brasil, serve como
subsídio para discutir a distribuição das diversas classes sociais no espaço da
cidade, especialmente nas fases recentes de reestruturação do capitalismo.
5.2 Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais Como Novas
Formas de Segregação
“A segregação tanto social quanto espacial é uma característica
importante das cidades capitalistas. As regras que organizam o espaço urbano
são basicamente padrões de diferenciação social e de separação. Essas regras
variam cultural e historicamente, revelam os princípios que estruturam a vida
pública e indicam como os grupos sociais se inter-relacionam no espaço da
cidade” CALDEIRA (2000).
Para SABATINI (2006), a segregação espacial ou residencial é a
aglomeração no espaço de famílias da mesma condição social ou segundo a
etnia, origens migratórias, etárias e socioeconômicas.
A separação entre bairros ricos e pobres, observa PASTERNAK
(2004), teve início na década de 40. Até então, "a segregação era mais por tipo de
casa e não por bairro".
CALDEIRA (2000) diz que, ao longo do século XX, a segregação social
teve pelo menos três formas diferentes de expressão urbana. A primeira ocorreu
do final do século XIX até 1940 e originou cidades concentradas, onde os
diferentes grupos sociais se comprimiam numa área urbana e viviam segregados
117
por tipos de moradia. A segunda forma, a centro-periferia, impôs-se dos anos 40
até os anos 80 e caracterizou-se pela separação de grupos por grandes
distâncias: classes média e alta residiam no centro da cidade com toda infra-
estrutura disponível e os pobres viviam nas distantes e precárias periferias. A
terceira forma vem se configurando desde os anos 80; sobrepostas ao padrão
centro-periferia, essas transformações recentes geram espaços onde diferentes
grupos estão próximos, mas são separadas por muros, altas tecnologias em
segurança e muitas vezes não circulam ou interagem nas mesmas áreas. Os
enclaves fortificados, que são espaços privatizados, fechados e monitorados para
residência, consumo, lazer e trabalho, se caracterizam como o principal
instrumento desse novo modelo de segregação espacial.
TELLES (2004), afirma que, “a segregação urbana continua operante e
o crescimento periférico da cidade continua a acontecer. Mas a dinâmica não é
a mesma; os deslocamentos sócio-espaciais respondem a outras circunstâncias.
Em contraste com as décadas passadas, não são mais alimentados pelos fluxos
migratórios que diminuíram no correr da década de 1980 e chegaram a
apresentar saldos negativos nos anos 90. Respondem a fatores de expulsão que
ainda precisam ser mais bem compreendidos, mas que se dão no cruzamento
entre as forças operantes no mercado de terras e a especulação imobiliária, a
fragilização dos vínculos de trabalho e encolhimento de alternativas de emprego,
e outros tantos que vêm de uma história já antiga de ausência ou precariedade de
políticas habitacionais. Se nas décadas anteriores os deslocamentos espaciais
traduziam” trajetórias de inserção”, agora são as ”trajetórias de exclusão“ que
predominam em um cenário urbano muito alterado (esvaziamento das antigas
(concentrações industriais, os novos serviços do terciário de ponta, os grandes
118
equipamentos de consumo que se espalham em grande arco atingindo as
regiões, mesmo as mais distantes, e mais o que a literatura vem chamando de
“novas centralidades”) e no contraponto de uma diminuição relativa da
concentração populacional nas áreas centrais e regiões do seu entorno.
Para MARCUSE (2004), “do ponto de vista das políticas, uma base
segura para a conclusão de que a segregação e os guetos (áreas de
concentração espacial adotadas pelas forças dominantes na sociedade para
separar e limitar um determinado grupo populacional, externamente definido como
racial, étnico ou estrangeiro, tido e tratado como inferior pela sociedade
dominante) são ruins, e para que talvez tomemos posição acerca dos enclaves
excludentes (áreas de concentração espacial nas quais membros de um
determinado grupo populacional, definido por sua posição de superioridade em
termos de poder, riqueza ou status em relação a seus vizinhos, aglomerando-se
de modo a proteger essa posição) é que a alocação involuntária de espaço a
qualquer grupo é indesejável em uma sociedade democrática. Uma segunda base
reside no desejo da diversidade, da mistura , das trocas e comunicações abertas
entre os grupos populacionais em uma sociedade democrática.
O acesso à moradia depende do acesso ao trabalho, à educação e às
tecnologias. O problema é que as chances dos pobres no mercado de trabalho
são limitadas, devido a diversos fatores, como: dificuldade de locomoção para os
centros, onde se concentram as maiores ofertas de emprego e fluxo de
informações de mercado; dificuldade de atualização em relação às novas
tecnologias, que o mercado exige pessoas cada vez mais qualificadas e
dificuldade de acesso a cursos (mesmo que sejam gratuitos) que valorizem sua
formação, pois na maioria das vezes essas pessoas não têm condições de pagar
119
uma passagem de metrô ou de ônibus. Esses entraves minam as oportunidades
das classes menos favorecidas terem acesso a moradias de melhor qualidade e
em locais mais estratégicos. SABATINI, CÁCERES E CERDA (2004) comentam
que Quanto maior o tamanho de áreas homogêneas pobres, maior gravidade
dos problemas sociais e urbanos para seus moradores. (...). Os tempos de
viagem crescem, que essas pessoas percorrem grandes distâncias para
encontrar algo diferente de sua vizinhança carente, como locais de trabalho,
moradia de outros grupos sociais, e serviços e equipamentos de algum nível. No
âmbito social, a segregação em larga escala estimula sentimentos de exclusão e
desenraizamento territorial, agravando os problemas de desintegração social”.
Ao analisarmos os pontos que influenciam na segregação, devemos
considerar também as políticas habitacionais, que podem contribuir para o acesso
dos cidadãos à moradia digna e à cidade em um sentido amplo. Segundo
MARQUES e TORRES (2005), “Isso acontece quando o Estado produz habitação
de interesse social de qualidade e em grande escala, contribuindo para a redução
das desigualdades de acesso a serviços. A produção de habitação social pelo
Estado influi positiva ou negativamente sobre os processos de segregação
territorial. Positivamente, quando reduz a segregação ao construir habitação
social em locais em que é baixa a presença relativa de grupos sociais de baixa
renda. Negativamente, uma vez que o Estado pode reforçar a segregação ao
construir empreendimentos para os grupos sociais pobres em locais
segregados espacial e socialmente, ou quando remove esses grupos das áreas
ricas da cidade”.
O Estado define sua política monetária, orçamento, arrecadação de
impostos e satisfação das necessidades sociais da população baseada na lógica
120
econômica e na expansão do mercado, rompendo compromissos sociais, gerando
solidão e marginalidade e causando intolerância, discriminação e exacerbação
dos particularismos.
A segregação residencial tem sua dinâmica na distribuição de grupos
sociais no espaço. “Além de constatar que essa segregação cresceu na última
década, tratamos de refletir sobre as causas e os significados desse processo.
Por um lado, tentamos mostrar que a separação residencial entre ricos e pobres
não é uma mera curiosidade sociológica, mas que traz consigo importantes
repercussões para as oportunidades econômicas e sociais dos indivíduos e das
famílias residentes nas áreas mais segregadas”. MARQUES (2005).
A periferia é constituída de espaços homogêneos social e
espacialmente separados entre si, configurando a intensa segregação entre áreas
ricas e pobres. Espaços pobres apresentam características diferentes entre si no
que diz respeito ao acesso a equipamentos públicos ou a características
diferentes e intensidades de mazelas urbanas como desemprego e violência.
O local de moradia é muito importante para a população mais pobre
porque, ao isolá-la dos circuitos sociais e econômicos (moradia popular e de
interesse social longe do centro da cidade), diminuem suas possibilidades de
interação e de mobilidade social.
A distribuição espacial dos bairros no território das cidades tende em
geral a refletir a distribuição dos diversos segmentos sociais. Pode-se dizer que a
organização espacial dos diferentes estratos de renda tende a ser legitimada pela
história da cidade; uma espécie de organização de acordo com a qual as classes
mais abastadas tendem a se concentrar em certas zonas, a classe média em
outras e os estratos de renda mais baixa em outras ainda. Essa distribuição é
121
freqüentemente alterada ao longo do tempo e áreas outrora periféricas passam à
condição de áreas nobres. Áreas outrora residenciais de classe alta tornam-se
distritos comerciais. Essa dinâmica urbana, pica das grandes cidades, tem clara
explicação a partir da lógica econômica de ocupação do território.
O quadro de contraposição entre uma minoria qualificada e uma
maioria com condições urbanísticas precárias se relaciona com todas as formas
de desigualdade, correspondendo a uma situação de exclusão territorial. Essa
situação de exclusão é muito mais do que a expressão da desigualdade de renda
e das desigualdades sociais: ela é agente da reprodução dessas desigualdades.
Em uma cidade dividida entre a porção legal, rica e com infra-estrutura, e a ilegal,
pobre e precária, a população que está em situação desfavorável tem muito
pouco acesso a oportunidades de trabalho, cultura e lazer.” ROLNIK (2000).
Para VILLAÇA (2001), “As classes dominantes escolhem a direção de
crescimento em função de atrativos do sítio natural e principalmente em função da
relação que desenvolvem com suas áreas de comércio, serviços e empregos, ou
seja, em virtude da sua inserção na estrutura urbana que elas próprias produzem.
Quanto mais essas camadas se concentram em determinada região da cidade,
mais elas procuram trazer para essa mesma região importantes equipamentos
urbanos. Quanto mais o conseguem, mais vantajosa essa região se torna para
aquelas camadas e mais difícil se torna abandonar essa direção de crescimento.
Abandonar a direção radial significa piorar a acessibilidade”.
Os condomínios fechados não são um fenômeno isolado, mas a versão
residencial de uma nova forma de segregação nas cidades contemporâneas. (...)
Eles estão mudando consideravelmente a maneira como as pessoas das classes
médias e altas vivem, consomem, trabalham e gastam seu tempo de lazer. Estão
122
mudando o panorama da cidade, seu padrão de segregação espacial e o caráter
do espaço público e das interações públicas entre as classes. CALDEIRA (2000).
TRAMONTANO (1998) defende que esses condomínios fechados têm
como ponto comum "a negação da diversidade que a cidade propõe". Ele
argumenta que "a diversidade tem como grande produto a tolerância e uma
cidade feita de condomínios não tem isso".
O “status” é um dos fatores que atraem as classes altas aos
condomínios fechados. CALDEIRA (2000) comenta que a construção de símbolos
desse “status” é um processo que elabora diferenças sociais e cria meios para a
afirmação de distância e desigualdade sociais. Os loteamentos e condomínios
fechados são claramente demarcados por todos os tipos de barreiras físicas e
artifícios de distanciamento e sua presença no espaço da cidade é uma evidente
afirmação de diferenciação social. A transformação dos condomínios fechados em
espaços de prestígio exigiu algumas mudanças importantes de valores das
classes altas: residências coletivas passaram a ser preferidas as residências
individuais; moradias coletivas, como prédios de apartamentos, foram
desvalorizadas por causa de sua associação a cortiços e áreas isoladas, não
urbanizadas e distantes foram transformadas em espaços mais valorizados do
que os tradicionais bairros centrais e com boa infra-estrutura.
123
BIBLIOGRAFIA
124
Bibliografia
AZEVEDO, Eurico de Andrade. Loteamento Fechado, Revista de Direito
Imobiliário, vol. 11, janeiro /junho – 1983.
BERNARDES, Adriana. Cidades Médias. Disponível em:
http://www.mre.gov.br/CDBRASIL/ITAMARATY/WEB/port/consnac/ocupa/procurb/
cmedias/. Acesso em 22/04/2006.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, Lei
do Inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo, Fapesp, 1998.
BUENO, José Carlos de Lima. Evolução da Lei de Zoneamento de São José do
Rio preto, Tese de Mestrado; E.E.S.C. \ USP, 1979.
BUENO, José Carlos de Lima. A expansão Física de São José do Rio Preto de
1980-2000, Tese de Doutorado, FAU USP, 2003.
BRAGA, Roberto. Cidades médias e aglomerações urbanas no Estado de São
Paulo: Novas estratégias de gestão territorial. Anais do X
ENCONTRO
DE
GEÓGRAFOS
DA
AMÉRICA
LATINA – São Paulo, 20 a 25 de março de 2005.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros: crime, segregação e
cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34/Edusp, 2000.
CARVALHO, João Carlos de. Colapso do Edifício Itália e suas conseqüências no
mercado imobiliário.
Disponível em:
http://www.ibracon.org.br/documentos/AreiaBranca/TrabalhoJoaoCarlos.pdf#searc
h='apartamento%20no%20Condom%C3%ADnio%20%20em%20S%C3%A3o%20
Jos%C3%A9%20do%20Rio%20Preto%2C'. Acesso em 2006.
CORREA, Marival. Diário da Região, São José do Rio Preto, 19 de março de
2006.
ESCORZA, Rosângela. A urbanização do rural: condomínios horizontais em
Vinhedo /SP.Dissertação de Mestrado. FAU /PUCCAMP Campinas 2003.
FERNANDES, Edésio. Cidade: uma visão sócio-jurídica e ambiental. Disciplina
Território e Poder – PUC Campinas, 2006.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário da língua
portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 6.ed.Curitiba, 2005.
FREITAS, J.C.de. Da legalidade dos loteamentos fechados. São Paulo, jan. 1998.
Disponível em: <http://www.mp.sp.gov.br/caouma/Doutrina/Urb/Da%20legalidade
%20dos%20loteamentos%20fechados-
Jos%C3%A9%20Carlos%20de%20Freitas. htm > Acesso em: 18 out. 2004.
125
HARVEY, David. Temas Urbanos e Regionais: O Trabalho, o capital e o conflito
de classes em torno do ambiente construído nas sociedades capitalistas
avançadas. Revista Espaço & Debates, 1982.
KOITI, V.; MAGON, A. O processo de aglomeração urbana: um estudo sobre
Presidente Prudente e Álvares Machado no Estado de São Paulo, Brasil. Scripta
Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona:
Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (110).
<http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-110.htm> [ISSN: 1138-9788].
Lei Nº 6766 de 19 de Dezembro de 1979. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6766.htm Acesso em 22/04/2006.
Lei Nº 4.591, de 16 de Dezembro de 1964. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4591.htm> Acesso em: 18 out. 2004.
MARCUSE, Peter. Enclaves, sim; guetos, não: A segregação e o Estado. Revista
Espaço & Debates – São Paulo, v. 24 n. 45, 2004.
MARICATO, Ermínia. Habitação e Cidade / Ermínia Maricato: coordenação
Wanderley Loconte – São Paulo: Atual, 1997.
MARIZ, Juliana. Redutos de Sossego. Revista Veja, 2003.
MARQUES, Eduardo e TORRES, Haroldo – São Paulo – Segregação, Pobreza e
Desigualdades Sociais – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.
MELLO, Rodrigo Bandeira de. O Estudo da Mudança Estratégica Organizacional
em Pequenas Empresas de Construção de Edificações:Um Caso Em
Florianópolis. Universidade Federal De Santa Catarina. Florianópolis, 1997
Disponível em:http://www.eps.ufsc.br/disserta98/Mello. Acesso em 2006.
MUKAI, Toshio, Parecer, in Boletim de Direito Municipal, Editora NDJ Ltda., nº 8,
agosto de 1998.
NETTO, José Peres – A violência do Estado - 2001
www.cosmo.com.br/especial/violencia/default.shtm
PASTERNAK, Suzana. A pesquisa sobre segregação: conceitos, métodos e
medições Revista Espaço & Debates nº 45 – Segregações Urbanas. São Paulo,
2004.
PETISCO, A C A e FERNANDES, A C F 1999 “Reestruturação econômica e
espacial da rede urbana /regional paulista e globalização.” Artigo apresentado no
2
º
COLÓQUIO SOBRE LAS TRANSFORMACIONES TERRITORIALIDADES,
Santa Fé, Argentina.
RAIA JUNIOR, Archimedes Azevedo;SILVA, Antonio Nelson Rodrigues da;
BRONDINO, Nair Cristina Margarido (1997). Comparação entre medidas de
acessibilidade para aplicação em cidades brasileiras de médio porte.In: XI
126
CONGRESSO DE PESQUISA E ENSINO EM TRANSPORTES. Anais, v.2,p.997-
1008. Rio de Janeiro.
REESE, Eduardo. Urbanización capitalista y mercados de tierras. Disciplina
Território e Poder – PUC Campinas, 2006.
REIS, Nestor Goulart. Urbanização e Planejamento no Brasil – 1960/1983.
Cadernos de Pesquisa do LAP Nº 11, 1996.
REIS, Nestor Goulart, Notas sobre urbanização dispersa e novas formas de tecido
urbano /Nestor Goulart Reis, São Paulo: Via das Artes, 2006.
ROBERTS, Ana Mércia Silva. Cidadania Interditada: um estudo de condomínios
horizontais fechados (São Carlos-SP)/Ana Mércia Silva Roberts. Campinas, SP,
2002.
ROLNIK, Raquel. Instrumentos urbanísticos: concepção e gestão. Oculum
Ensaios; Revista de Arquitetura e Urbanismo, S„o Paulo, n. 1, p. 5-12, dez. 2000.
ROUSSEAU, J-J. Do contrato social, ensaio sobre a origem das línguas, discurso
sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, discurso
sobre as ciências e as artes. 2.ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
ROZANI, Marina Richard Pontes. Evolução do zoneamento urbano na última
década. UNESP, 1999.
SABATINI, Francisco – Aula na Disciplina: Territórios e Poder - PUC-Campinas-
Campinas – 2006.
SABATINI, Francisco; CÁCERES, Gonzalo e CERDA, Jorge. Segregação
residencial nas principais cidades chilenas: Tendências das três últimas décadas
e possíveis cursos de ação. Revista Espaço & Debates – São Paulo, v. 24 n. 45 ,
2004.
SALGADO, Elisabeth Carvalho De Oliveira, O "loteamento residencial fechado" no
quadro das transformações da metrópole de São Paulo, São Paulo, junho de
2000.
SANTOS, Denise Mônaco dos. Atrás dos Muros: unidades habitacionais em
condomínios horizontais fechados. Dissertação de Mestrado. Escola de
Engenharia de São Carlos. São Carlos, 2002.
SANTOS Jr., O A 1995 Reforma Urbana: por um novo modelo de planejamento
e gestão das cidades. Rio de Janeiro: FASE /UFRJ- IPPUR.
SILVA, José Afonso da "Direito Urbanístico Brasileiro", 2ª ed., 1995, Malheiros.
SOUZA, M A de 1999 "O II PND e a política urbana Brasileira: uma contradição
evidente." In DÉAK, C e SCHIFFER, S R (org.) O processo de urbanização no
Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
127
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão, A cidade dentro da cidade. Uma edge city
em São José do Rio Preto. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus
de Presidente Prudente – São Paulo – Brasil 2003.
TEIXEIRA, Carlos M. Alphaville e Alphaville. Textos publicados no portal Vitruvius.
Arquitextos Nº 021, Fev./2002.
TELLES, Vera. Pontos e Linhas I- Pontos e linhas de um debate: o urbano como
questão, Paris, 2004.
TRAMONTANO, Marcelo – Novos Modos de Vida, Novos Espaços de Morar: uma
reflexão sobre a habitação contemporânea.Paris. São Paulo. Tóquio. Tese de
Doutorado, FAU USP, 1998.
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo, Estúdio Nobel:
FAPESP: Lincoln Institute, 2001.
Depoimentos
Eng. Alberto Engelbrecht, Prefeitura Municipal de São Carlos, 2006.
Angelo Erico Granato, diretor de projetos da Encalso, 2006.
Augusto S. Bueno, primeiro morador do condomínio de S.J.R.P, 2004.
Arquiteto Jose Carlos de Lima Bueno, secretário do meio ambiente de SJRP,
2005.
Marco Antonio Rodeiro de Medeiros – corretor de imóveis, 2006.
Dr. Marden Ivan Negrão, primeiro em empreendedor de SJRP.
Eng. Mauro Antonio Cauduru, gerente de planejamento de obras da Rodobens,
2006.
Arquiteto Milton de Assis, gerente de cidades de SJRP, 2003.
Doutor Paulo Henrique dos Santos e Souza, diretor da Setpar, 2006.
Joaquim Antonio Mendonça Ribeiro, proprietário da imobiliária Redentora,
Presidente do Secovi de São José do Rio Preto, 2005.
Eng. Renato Lemos, gerencia de produto da Tarraf Construtora, 2006.
128
ANEXOS
129
Loteamentos
Projeto Total de unidade ocupados casas em construção casas desocupadas lotes vagos total de moradores total de funcionários
Condomínio Bourgainville
34 34 26 1 0 1 102 84
Condomínio Débora Cristina
172 155 130 4 0 21 520 293
Clube Moradia Do Cedro
167 101 5 404 74
Village Santa Helena
105 105 88 15 352 190
Parque Residencial Damha
595 595 320 42 30 170 1280 800
Condomínio Recanto Real
445 507 437 70 1180 750
Residencial Jardins (Damha 2)
399 399 280 30 89 1120 800
Loteamento Village De La Montagne
630 631 5 6 620 16 96
Condomínio Village Flamboyant
73 73 23 15 50 92 164
Residencial Márcia
607 607 199 796 800
Condomínio Green Palm
42 42 2 4 36 8 60
Jardim Vista Alegre
386 380 30 54 3 293 1520
Condomínio Harmonia Residence
91
550 548 12 48 488 36 128
Parque Residencial Damha IV
Residencial Gaivota I
586 600
Villagio Rio Preto 457
6005 5342 1670 240 38 1853 7426 4390
Tabela 11: Ocupação dos Empreendimentos
Fonte: Elaborado pela autora
valor unitário
valor total área dos lotes
1
Custo da terra urbana e rural - gleba
Área urbana
Zona sul (Débora Cristina, Bourgainville)
Região dos Damhas 375.000,00 / alqueire
Região do Barcelona, Villagio Rio Preto 100.000,00 / alqueire
Região do Borghese
2
Custo da terra urbana - lotes
A
Terreno residencial Harmonia 300,00/m²
144.000,00 480
B
Terreno no Villagio Rio Preto 100,00/m²
28.000,00
280
C
Terreno no Damha 1 266,66/m²
160.000
600
Terreno no Damha 2 222,22m²
100.000,00
450
Terreno no Damha 3 209,87/m²
85.000,00
405
D
Terreno isolado no Tarraf II 100,00/m²
45.000,00
450
E
Terreno isolado no bairro próximo ao Villagio Rio Preto 111,11m²
40.000,00
360
F
Apto. Green Garden 892,85
110.000,00
112
3
Construção
Casa no bairro Tarraf - pronta (à venda) 1.000,00
200.000,00
525
Tabela 12: Custo da Terra
Fonte: Elaborado pela autora
130
Loteamentos
descrição Área do terreno Área
construída
Valor venda Valor /m² Valor aluguel iptu Valor
condomínio
Condomínio
Bourgainville
4 dormitórios (2 suítes + 2 apto)sala 5 ambientes, lavabo, escritório, copa, cozinha, 5 banheiros, área serviço 1300,00 570,00 870.000,00 1.526,31 2.500,000 4.453,80 500,00
Condomínio
Débora Cristina
4 dormitórios (1 suíte + 3 apto)3 garagens, 1 sala, 7 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço. 1.063,00 630,00 870.000,00 1.380,95 2.500,000 4.465,60 320,00
Clube Moradia
Do Cedro
4 dormitórios (1 suíte + 1apto)2 garagens, 1 sala, 3 banheiros, área de serviço e dependências de empregada 1.030,00 300,00 420.000,00 1.400,00 1.500,00 1.025,80 300,00
Village Santa
Helena
2 dormitórios 2 apto, 4 garagens, 1 sala 3 ambientes, 4 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço,
dependências de empregada
650,00 355,00 700.000,00 1.971,83 2.500,00 2.304,70 330,00
Parque
Residencial
Damha
4 dormitórios, 4 garagens, 2 salas, 6 banheiros, lavabo, escritório, copa, cozinha,área de serviço. 730,00 500,00 640.000,00 1.280,00 3.185,70 230,00
Condomínio
Recanto Real
4 dormitórios (1 suíte )4 garagens, 2 salas , 6 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço. 400,00 360,00 420.000,00
Residencial
Jardins (Damha
2)
4 dormitórios (1 suíte + 3 apto)3 garagens, 1 sala, 6 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço. 490,00 255,00 370.000,00
Loteamento
Village De La
Montagne
360,00
Condomínio
Village
Flamboyant
951,57 492,15
Residencial
Márcia
4 dormitórios (1 suíte + 3 apto)4 garagens, 1 sala, 6 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço. 405,00 398,00 340.000,00
Condomínio
Green Palm
Jardim Vista
Alegre
(Figueira)
4 dormitórios (1 suíte + 3 apto)3 garagens, 1 sala, 6 banheiros, lavabo, área de serviço. 360,00 260,00 250.000,00
Condomínio
Harmonia
Residence
lotes 715,65 -
Parque
Residencial
Damha IV
4 dormitórios (1 suíte + 3 apto)3 garagens, 1 sala, 6 banheiros, lavabo, escritório, área de serviço. 450,00 260,00 360.000,00
Residencial
Gaivota I
Tabela 13: Avaliação Imobiliária dos Loteamentos Fechados
Fonte: Elaborado pela autora
131
Condomínios descrição Área do terreno
Área construída
Valor venda Valor/m2 Valor aluguel
iptu Valor cond.
Condomínio Villagio Maria
Stella II
3 dormitórios 188 74,23 84.672,00 1.140,06 450,00 279,10 90,00
Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia
2 dormitórios
2garagens, cozinha, área de serviço, 1 banheiro
120 60 30.000,00 500,00 111,00 28,00
Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia 2
2 dormitórios
2garagens, cozinha, área de serviço, 1 banheiro
120 60 30.000,00 500,00 111,00 28,00
Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia 3
2 dormitórios
2garagens, cozinha, área de serviço, 1 banheiro
191,83 67,40 30.000,00 500,00 111,00 28,00
Condomínio Green Village I 2 dormitórios
2garagens, cozinha, área de serviço, 2 banheiros, lavabo
139,65 91,59 140.000,00 1.528,55 600,00 253,20 160,00
Condomínio Green Village II 2 dormitórios
2garagens, cozinha, área de serviço, 2 banheiros, lavabo
139,65 91,59 140.000,00 1.528,55 600,00 249,40 130,00
Condomínio Residencial Vale
Verde
3 dormitórios
2 garagens, sala, cozinha, copa, área de serviço, 1 banheiro, lavabo
162 86,60 60.000,00 692,84 168,50 70,00
Condomínio Residencial
Forest Hills
3 dormitórios
1 garagem, sala, cozinha, copa, 1banho, área de serviço
228,50 125,87 200.000,00 1.588,94 850,00 391,90 250,00
Condomínio Residencial Villa
Borghese I
2 dormitórios, cozinha, 1 garagem, sala, 1 banho, área de serviço 151,16 70,67 35.000,00 507,24 250,00 108,20 100,00
Condomínio Residencial Villa
Borghese II
2 dormitórios, cozinha, 1 garagem, sala, 1 banho, área de serviço 75,60 69 35.000,00 507,24 250,00 108,20 100,00
Condomínio Residencial Villa
Borghese III
2 dormitórios, cozinha, 1 garagem, sala, 1 banho, área de serviço 75,60 69 35.000,00 507,24 250,00 108,20 100,00
Residencial Green Valley Edge
City – Condomínio North
Valley
3dormitórios, opcional o 4ª, sala 2 ambientes., cozinha, escritório, área de serviço, lavabo, 2
garagens, banho empregada, 2 banho
286,86 128,75 206.000,00 1.279,50 1.200,00 703,10 220,00
Residencial Green Valley Edge
City – Condomínio West Valley
3 dormitórios, sala 2 ambientes, cozinha, área de serviço, lavabo, 2 garagens, banho empregada, 2
banho
322,48 116,36 184.455,00 1.646,91 1.000,00 736,40 220,00
Residencial Green Valley Edge
City – Condomínio South
Valley
3dormitórios, opcional o 4ª, sala 2 ambientes., cozinha, escritório, área de serviço, lavabo, 2
garagens, banho empregada, 2 banho
425 197 290.340,00 1.473,80 1.800,00 703,10 220,00
Condomínio Residencial Lãs
Palmas
3 dormitórios, sala 2 ambientes., cozinha, área de serviço, lavabo, 2 garagens, banho 226,23 121,18 150.000,00 1.200,00 337,80 237,00
Condomínio Green Village 3 3 dormitórios, sala 2 ambientes., cozinha, área de serviço, lavabo, escritório, 2 garagens, banho
empregada, 2 banho
259,79 95 156.000,00 1.642,10 - -
Condomínio Marisa Cristina 2 dormitórios 90 30 5.092,00 169,73 - -
Jardins De Barcelona
2 dormitórios
188 57,65 74.511,00 1.292,47 380,00 421,73 90,00
Condomínio Portal Dos Ypes
Tabela 14: Avaliação Imobiliária dos Condomínios Residenciais
Fonte: Elaborado pela autora
132
Tabela 15: Condomínios Residenciais
Condomínio Residencial Ano de
Aprovação
Lei de
Aprovação
Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total da
Área
(m²)
Área dos lotes/ unidade habitacional
(m²)
Nº u.h. Área uso e
propriedad
e comum
(m²)
Área
verde
Sistema
de lazer
(m²)
Sistema
viário
(m²)
Área Non
Aedificanti
01 Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia
1997 Alvará
147/97
Lei 5135/92
Lei 5749/95
5138/92
Obra de
interesse
social
Estrada Vicinal que liga
São José do Rio Preto a
Ipiguá
Endereço: Avenida Luiz
da Cruz Martins, 3977
Cep: 15054-470
Conjunto
residencial
horizontal com
casas térreas
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
12.432,59 3210,02 residência
710,38 com.
Lote residência 126,50 m²
Lote com: 333,54
34
residência
(51,02m²)
2 com.
(161,50 m²).
Muros
divisórios,
calçadas,
via interna
de
circulação e
reservatório
de água.
2.530,69
02 Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia 2
1997 Alvará
907/97
Lei 5135/92
Lei 5749/95
Obra de
interesse
social
Estrada Vicinal que liga
São José do Rio Preto a
Ipigua
Endereço: Avenida Luiz
da Cruz Martins,
Cep: 15054-470
Conjunto
residencial
horizontal com
casas térreas
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
10.120,76 2289,86 residência
332,35 com
Lote residência: 126,50 m²
43
residência
(65,21)
2 com
2634,14 Uh. 4550,04
Uc. 314,37
03 Condomínio Residencial
Sebastião Guilher Padilia 3
1997 Alvará
908/97
Lei 5135/92
Lei 5749/95
Obra de
interesse
social
Estrada Vicinal que liga
São José do Rio Preto a
Ipigua
Endereço: Avenida Luiz
da Cruz Martins,
Cep: 15054-470
Conjunto
residencial
horizontal com
casas térreas
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
8.123,80 Uh. 1871,20
Uc 317,06.
Lote res. 126,50
34
residência
67,40
2 com
Uh. 2440,91
Uc.227, 48
Uh.2855,03
Uc313,79
04 Condomínio Green Village I
1998 Alvará
1397/98
Lei 5749/91
Lei 19/92
art. XX A
XXIII.
Endereço: Rua Duarte
Pacheco, 1401
Higienópolis.
Cep: 15085-140
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas a 2
e junções
Empreendedora: Rodobens
Incorporadora e Construtora Ltda
Proprietário: Rodobens Incorporadora e
Construtora Ltda (Ideraldo Gorayeb)
Projeto: grupo novo (Jose Carlos de
Lima Bueno)
14.992,17 56x139,65
6x279,30
9.946,20
56x91,59
6x183,18
62 uh
Salão de
festas=166,
97 m²
Guarita=10,
50 m²
Piscina=47,
04m2
2.077,88 3.418,09
05 Condomínio Residencial
Villa Borghese I
1998 Alvará
1216/98
Lei 6514/96
Grapohab
026/97
Obra de
Interesse
Social
Endereço: Rua Antonio
Carlos Bota, 2321
Cep: 15041-570
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas em
renque
Empreendedor: Tarraf Construtora Ltda
Proprietário: Maza Administração e
Participação S/C Ltda
Projeto: Grupo Novo ( Engº Rafael Luiz
Coelho e Jose Carlos de Lima Bueno)
20.614,75 179x75,83
13.573,65
lotes 75,60 m²
179x69,12
Salão de
festas =
257,94
1.675,02 5.108,14
06 Condomínio Residencial
Villa Borghese II
1998 Alvará
2335/98
Lei 6514/96
Grapohab
Obra de
Interesse
Social
Endereço: Rua Antonio
Carlos Bota, 2001
Cep: 15041-570
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas em
renque
Empreendedor: Tarraf Construtora Ltda
Proprietário: Maza Administração e
Participação S/C Ltda
Projeto: Grupo Novo ( Engº Rafael Luiz
Coelho e Jose Carlos de Lima Bueno)
25.250,06 204x75,74
15.451,29
lotes 75,60 m²
204x69,12 Salão de
festas=
115,50
guarita=
162,23
3.658,57 5.755,45
07 Condomínio Residencial
Villa Borghese III
1998 Alvará
355/98
Obra de
Interesse
Social
Endereço: Rua Antonio
Carlos Bota, 1820
Cep: 15041-570
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas em
renque
Empreendedor: Tarraf Construtora Ltda
Proprietário: Maza Administração e
Participação S/C Ltda
Projeto: Grupo Novo ( Engº Rafael Luiz
Coelho e Jose Carlos de Lima Bueno)
20.745,70 179x75,79
13.567,26
lotes 75,60 m²
179x69,12 Salão de
festas=
115,50
guarita=
162,23
2.072,39 4.690,72
133
Condomínios
Residenciais Horizontais
Fechados
Ano de
Aprovação
Lei de
Aprovação
Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total da
Área
(m²)
Área dos lotes/ unidade habitacional
(m²)
Nº u.h. Área uso e
propriedad
e comum
(m²)
Área
verde
Sistema
de lazer
(m²)
Sistema
viário
(m²)
Área Non
Aedificanti
08 Via Veneto
1999 Alvará 402/99
Endereço: Rua
Sebastião de Souza
Guimarães, 200
Cep: 15046-000
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
2.015,25
total gleba
lote 01- 7,40x11,00
02,3,4,5,6,7 e
8- 6,50x11,00
9- 6,59x11,00
10- 5,45x11,00x12,07x12,84
12-2,18+7,16x16,29x11.26x2,02x6,47
13- 6,50x16,29x15,04x6,62
14- 8,00x15,04x8,15x13,49
15- 8,00x13,49x11,95x8,15
12 unid
(tipo1) 69,71
02 unid
(tipo2) 73,32
plauground
37,88
ár
ea s festa
79, área
guarita
5,27 95
área de
lazer
190,74
verde
área
comum de
acesso
605,86
viário
09 Condomínio Green Village II
1998 Alvará 1807/98
Endereço: Rua Duarte
Pacheco, 1400
Higienópolis
Cep: 15085-140
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas a 2
e junções
Empreendedor: Rodobens
Incorporadora e Construtora Ltda
Proprietário: Rodobens Incorporadora e
Construtora Ltda (Eduardo Gorayeb –
diretor)
Projeto: Grupo Novo ( Engº Rafael Luiz
Coelho e Jose Carlos de Lima Bueno)
Responsável Técnico: Edson Gorayeb
29.995,22
116x139,65
10x279,30
18.992,40
116x91,59
10x183,18
126 uh
Salão de
festas=166,
97
Guarita=10,
50
Piscina=47,
04
4.478,43
6.224,39
10 Condomínio Residencial
Vale Verde 2
1999 Alvará 1108/99
Endereço: 4003
Conjunto
residencial
horizontal com
casas em
renque
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
10.506,00
2.853,805
casa geminada 137,50 m².
lote da casa isolada 228,00 m²
54 uh
74,80 m²
Área de
lazer e
salão de
festas
1.300,00
10 Condomínio Residencial
Vale Verde 2 e 3
1999 Alvará 1108/99
Endereço:
Conjunto
residencial
horizontal com
casas em
renque
Empreendedora : A Riopretana
Empreendimentos \imobiliários Ltda
Proprietário: Luiz Eduardo Simões e
Maria do Céu Pereira Simões
Responsável Técnico: Antonio Marcos
Padilia
10.506,00
2.853,805
casa geminada 137,50 m².
lote da casa isolada 228,00 m²
54 uh
74,80 m²
Área de
lazer e
salão de
festas
1.300,00
12 Condomínio Residencial
Forest Hills
1999 Alvará 2642/99
Endereço: Rua Jamil
Barban Cury, 200 Jardim
Tarraf II
Cep: 15092-530
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
Empreendedor: Tarraf Construtora Ltda
Proprietário: Maza Administração e
Participação S/C Ltda
Projeto: Tarraf Construtora Ltda
Responsável Técnico: Engº Rafael Luiz
Coelho
11.420,12
50
121,01
Área de
Lazer, Salão
de Festas,
Guarita e
piscina
4.988,30
1.950,10
13 Residencial Green Valley
Edge City – Condomínio
North Valley
2000 Alvará 883/00
Endereço: Av. Juscelino
Kubitschek de Oliveira,
3000
Cep: 15091-450
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas a 2
e junções
Rodobens Incorporadora e Construtora
Ltda
33.275,60
84x176,00
16x352,00
20.416,00
84x125,32
16x250,64
100 uh
Salão de
festas=
271,50
piscinas=
127,13
4855,00
8.004,60
134
Condomínios
Residenciais Horizontais
Fechados
Ano de
Aprovação
Lei de
Aprovação
Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total da
Área
(m²)
Área dos lotes/ unidade habitacional
(m²)
Nº u.h. Área uso e
propriedade
comum
(m²)
Área
verde
Sistema
de lazer
(m²)
Sistema
viário
(m²)
Área Non
Aedificanti
14 Condomínio Marisa Cristina
2000 Alvará 1617
1618
Condomínio
de Interesse
Social
Endereço: Rua Antonio
Guerino – Jardim Santa
Ana
Condomínio
residencial
horizontal com
casas térreas
geminadas
Empreendedora :KRS – Incorporadora
e Construção Ltda Proprietário: Área
dominial da prefeitura
Projeto Arq. Marcelo Soubhia
Marisa
1=9.151,25
Marisa 2=
4164,67
13.315,92
Marisa 1=
64x90,oo m²=
5.760,00
Marisa 2= 24x126,00m²=
3.024,00
8.784,00
Marisa
1=64x30,00
Marisa
2=24x30,00
88 uh
Marisa 1=2
Marisa 2= 5
Centro
comunitári
o
Marisa 1=
796,00
Marisa 2=
339,00
1.135,00
Marisa 1=
2.511,00
Marisa 2=
772,00
3.283,00
15 Residencial Green Valley
Edge City – Condomínio
West Valley
2001 Alvará 572/01
Lei 19/92 art
XX a XXIII
Endereço: Av. Juscelino
Kubitschek de Oliveira,
3000
Cep: 15091-450
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
e junções
Rodobens Incorporadora e Construtora
Ltda
35.150,60
75x200,00
17x400,00
21.800,00
75x112,119
17x224,236
92 uh
12 Salão de
festas=33
5,73
Piscina=1
27,13
Portaria=
64,23
7.894,00 8.575,07
16 Parque Residencial Terra
Nostra – Cambuí
2002 alvará 71/02
Endereço: Rua Maria
Ceron Volpi, 401 ( Vila
Toninho)
Cep:
Empreendedora A. Aguiar &
Construtores Associados Ltda
Proprietário: A. Aguiar & Construtores
Associados Ltda
Projeto: Arq. Flávia Mussato Aguiar
Marcomini
7.200,00
24 unidades
80,00
construída
unidade
169,27
privada
unidade
estaciona
mento
visitante
79,90
guarita/
banho
9,00
área de
lazer/verd
e 1.064,04
calçada
491,58
rua 1.493,00
17 Villaggio Maria Stella
2002 Alvará 1250/02
Endereço: Av. Parque
Belvedere, 505- São
Deocleciano
Conjunto
residencial
horizontal com
casas térreas
geminadas a 2
Rodobens Incorporadora e Construtora
Ltda
69.500,00
158x188,60
20x377,20
37.342,80
8x57,08
150x72,81
7x114,15
4x129,63
9x145,62
178 uh 198
Piscina=
148,50
16.210,50
15.798,20
18 Residencial Green Valley
Edge City – Condomínio
South Valley
2002 Alvará 793/02
Lei 19/92 art
XX a XXIII
Endereço: Av. Juscelino
Kubitschek de Oliveira,
3000
Cep: 15091-450
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
Rodobens Incorporadora e Construtora
Ltda
32.356,61
76x262,50
19.950,00
76x192,08
76 uh
5 Salão de
festas=27
1,59
Piscina=1
27,13
4.593,31
7.813,30
19 Condomínio Residencial Las
Palmas
2002 Alvará 346/02
Lei 5135/92,
5749/91,
5138/92 e
diretrizes do
CPDD
Endereço: Rua Pedro
Palotta, 100 – Jardim
Maracanã
Cep: 15092-205
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
geminadas a 2
Setpar S/A 9.501,79
42
85,00 m²
Guarita,
pergolas,
piscinas,
salão de
festas e
dependên
cias de
serviços
135
Condomínios
Residenciais
Ano de
Aprovação
Lei de
Aprovação
Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total da
Área
(m²)
Área dos lotes/ unidade habitacional
(m²)
Nº u.h. Área uso e
propriedade
comum
(m²)
Área
verde
Sistema
de lazer
(m²)
Sistema
viário
(m²)
Área Non
Aedificanti
20 Jardins de Barcelona
2003 Alvará 904/03
Endereço: Av. Parque
Belvedere, 505 São
Deocleciano
Conjunto
residencial
horizontal com
casas térreas
geminadas 2 a
2
Rodobens Incorporação e Construtora
Ltda
61.560,00
176x188,60
11x377,20
37.372,80
10x57,08
166x72,81
4x114,15
4x129,63
3x145,62
187 uh
Salão de
festas=21
5,00
Portaria=
139,60
9.858,40
14.004,20
21 Condomínio Green Village
III
2004 Alvará 1895/04
Prolongamento Av.
Francisco Chagas de
Oliveira, 2550 –
Higienópolis
Condomínio
fechado de
casas com 3
dormitórios
sendo um suíte
com closet
Rodobens Incorporação e Construtora
Ltda
39.488,09 136x152,95
8x305,90
23.248,40
136x93,50
8x187,00
144 uh
4 Salão de
festas=16
9,88
Piscina=6
4,14
Portaria=
85,80
6.611,33
9.344,23
22 Condomínio Portal dos Ypes
2005 Alvará 171/05 Rua Maria Ceron Volpi,
chácaras 20,21,22,23
Vila Toninho
Conjunto
residencial
horizontal com
casas
assobradadas
com 3 dorm.
Setpar S/A 23.874,00 8 x 16
14.483,97
112
96,60 m²
5 Salão de
festas e
portaria
6.497,27
Fonte
:
Secretaria de Obras e Saneamento (arquivo) – Alvarás, Processos e Plantas
Fonte: Secretaria Municipal da Habitação – junho 2005
Rodobens Engenharia: abril 2005
Data da Pesquisa: março de 2005 a junho de 2005
136
Tabela 16: Loteamentos Fechados
Loteamentos Fechados Ano de
Aprovação
Lei de Aprovação Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total de
área (m²)
Área dos
Lotes (m²)
lotes
Área
dominial
(m²)
Área
Institucional
(m²)
Área verde
Sistema de
lazer (m²)
Sistema
viário (m²)
Preserva
ção
Perma
nente
Área non
aedificanti
01 Condomínio Bourgainville
1974 Artigo 34, item c, Lei
1143/65
Retalhamentos
Norma DPC – 3L de
14.9.1972 emitida pelo
Departamento de
Projetos e Operações
do Incra
Prolongamento da Av. Brigadeiro
Faria Lima, antiga Fazenda
Patrimônio
Endereço: Avenida Anísio
Haddad, 10.000,00
Cep: 15093-000
Retalhamento de
lotes de uma área
de terreno
Empreendedora: Marden Ivan
Negrão
Proprietário: Marden Ivan
Negrão
Projeto: Engº Eduardo Ferreira
Lafraia
72.537,00 49.593,00
lote: +-
1.500,00 m²
34 1.667,00 19.327,00 1.950,00
prolongamen
to da
Avenida
02 Condomínio Débora
Cristina
1978 Lei 1.143/65
(edificação de lotes)
Decreto lei nº 58
Decreto lei 271
28/02/67
Encravada entre a Rodovia São
José do Rio Preto e José
Bonifácio, córrego Borá e
propriedade de Pedro C. Curti e
Sergio L. Munia Fazenda
Patrimônio
Endereço: : Avenida Anísio
Haddad, 8.000
Cep: 15093-900
Arruamento e
loteamento de área
de terras
Empreendedora: Mona
Empreendimentos Imobiliários
Ltda
Proprietário: Waldemar
Haddad sócio gerente da
Mona
Projeto: Grupo Novo (José
Carlos de Lima Bueno)
330.968,96 177.764,14
lote :
1.000,00 m²
172 Área doada à
prefeitura de
18.503,50
desmembrada
do imóvel
66.930,10 63.743,82 22.530,90
+
18.503,50
+
7.621,57
prolongamen
to de vias
03 Clube Moradia do Cedro
1981 Encravada entre a Rodovia
Estadual Washington Luiz,
Ferrovia Paulista S/A e Estrada
Municipal
Endereço: Rodovia Washington
Luiz, km 445
Cep: 15038-000
Arruamento e
loteamento de uma
área de terras
Empreendedora: Clube Monte
Líbano de São José do Rio
Preto
Proprietário: Clube Monte
Líbano de São José do Rio
Preto( Pres. José Chalella)
Projeto Grupo Novo (José
Carlos de Lima Bueno)
281.374,78 168.736,77
lote mínimo:
974,57 m²
lote máximo:
1.032,22 m²
167 56.326,19 56.311,82
04 Village Santa Helena
1990 Lei 3504/84 Encravada entre Jardim Tarraf I,
Jardim Aclimação, Condomínio
Débora Cristina, Avenida Anísio
Haddad e área Pedro César Curti
(Fazenda Piedade)
Endereço: Av. Anísio Haddad,
7800
Cep: 15093-900
Loteamento de área
Empreendedora: ECCO
Engenharia, Construção
Proprietário: ECCO
Engenharia, Construção e
Comércio Ltda e Sol Poente
Empr. e Participações Ltda:
(Pedro Cezar Curti e outros)
Projeto: Engº José Gonçalves
Toscano
156.279,12 83.304,36
lote mínimo:
647,50 m²
lote máximo:
1.478,18 m²
105 7.822,15 23.445,22 41.725,39
05 Parque Residencial
Damha
1992 Encravada na Fazenda Rio
Preto, na Estrada Municipal para
Iguaçu, Km 1
Loteamento de área Empreendedora:
AD Empreendimentos
Imobiliários Ltda.
Proprietário Anwar Damha
Projeto Anwar Damha
831.126,90 413.788,65
lote
1.000,00 m²
595 41.709,70 23.601,80 59.360,80 168.150,35 46.015,30 78.500,30
06 Condomínio Recanto
Real
1992 Lei 4592/92 (utilização
de área institucional)
Grapohab 195/92
Encravada na Fazenda Piedade
entre o Loteamento Jardim Tarraf
II, Córrego Borá, Manuel Sabino
e Horto Florestal
Endereço: Avenida Juscelino K.
de Oliveira n. 1220
Cep: 15091-450
Loteamento de área Empreendedora: A.C.J.
Imóveis e Incorporação Ltda
Proprietário: A.C.J. Imóveis e
Incorporação Ltda
Projeto Engº Vanderlei de
Amorim
305.144,00 176.853,46
lote:
360,00 m²
445 15.257,20 15.425,69 30.552,87 63.453,90 3.110,00 490,88
137
Loteamentos
Residenciais Fechados
Ano de
Aprovação
Lei de Aprovação Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total de
área (m²)
Área dos
Lotes (m²)
lotes
Área
dominial
(m²)
Área
Institucional
(m²)
Área verde
Sistema de
lazer (m²)
Sistema
viário (m²)
Preserva
ção
Perma
nente
Área non
aedificanti
07 Residencial Jardins
(Damha 2)
1994 Lei 5138/92 Encravada na Fazenda Rio
Preto, na Estrada Municipal para
Iguaçu, Km 1
Endereço: Av Nadima Damha,
2000
Loteamento de área Empreendedora: AD
Empreendimentos Imobiliários
Ltda.
Proprietário: Damha
Urbanizadora e Construtora
Ltda (Anwar Damha sócio
gerente)
Projeto: Engº Alberto Bagdade
443.292,10 206.715,50
lote mínimo:
450,00 m²
lote máximo:
1.068,00 m²
399 22.393,55 22.929,60 37.947,65
+ 26.263,00
área de
recreação
110.242,80 16.800,00
08 Loteamento Village de La
Montagne
1996 Lei 5138/92
Grapohab 229/93
Encravada na Fazenda dos
Macacos ou Alegria
Endereço: Br 153, Km 70
Cep: 15000-000
Loteamento de área
de terras
Empreendedora: CONSTAL
Incorporações,
Empreendimentos e
Construções – Tavares Ltda,
UNICOS Comércio e
Administração Ltda, George
Shinagaw e Orlando José
Paschoal Constantini.
Proprietário: CNI – Companhia
Nacional de Imóveis
Projeto: Engª Rejane Luz de
Souza Lima
400.000,00 239.679,418
lote:
360,00 m²
630 20.000,00 20.000,00 40.020,587 80.299,995
09 Condomínio Village
Flamboyant
1999 Diretrizes do CPDD
Nº 1341/98
Lei 5138/92
Av. Anísio Haddad, fundos com
a Av. Juscelino Kubitischek entre
o Cond.Débora Cristina e Cond.
Bourgainville (Fazenda
Patrimônio)
Endereço: Av. Anísio Haddad,
9000
Cep: 15093-900
Loteamento de área Empreendedora: Antonio
Tarraf Júnior e Outros
Proprietário: MCP Rio Preto
Participações S/A, Setpar S/A
(Paulo Henrique dos Santos e
Souza)
Projeto Walter Luiz Cavalari
111.787,44 65.753,26
área média
dos lotes
902,10 m²
73 5.589,22 5.563,39
+ 265,10
11.178,44 23.435,03
10 Residencial Márcia
2000 Diretrizes do CPDD
2013/99
(loteamento
fechado)
Lei 5135/95 artigo
45(arborização das
calçadas e áreas
verdes)
Entre a Av. de Contorno e os
loteamentos Parque Residencial
Damha e Residencial Jardins
(Fazenda Rio Preto)
Endereço: Av Miguel Damha,
2001
Cep15061-800
Loteamento de área Empreendedora: AD.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda.
Proprietário: AD.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda. (Anwar Damha)
Projeto Engº Marco Aurélio
Eugenio Damha
658.053,00 267.430,00
área mínima
lote: 390,00
área
máxima:
791,00 m²
607 32.950,00 34.496,00 66.792,40
75.127,00
(área para
recreação e
portaria)
181.257,60
11 Condomínio Green Palm
2000 Diretrizes do CPDD
Nº 4357/97
Lei 5138/92
Grapohab: 126/99
Encravada na confluência da
Rodovia BR-153 e a Avenida
Anísio Haddad, em frente ao
Condomínio Débora Cristina
Endereço: Av. Anísio Haddad,
8500
Cep: 15093-000
Loteamento de área
de terras em
condomínio fechado
Empreendedora: Rodobens
Administração e Promoções
Ltda
Proprietário: Beny Maria Verdi
Haddad, Waldemar Verdi
Junior, Waldemar de Oliveira
Verdi, Rodobens
Administração e promoções
Ltda.
Projeto Arquiteto: Fernando
José Rodrigues Moreira
87.895,28 44.690,60
área média
dos lotes
1.064,06 m²
42 5.609,16 965,99 10.994,72 25.634,81
12 Jardim Vista Alegre
(Figueira)
2001 Diretrizes do CPDD
Nº 4629/96
Lei 5138/92
Grapohab 122/99
Lei 6766/79
Fazenda Rio Preto, encravada
entre o Condomínio Residencial
Damha, Estrada Municipal Rio
Preto-Guapiaçu, Jardim Yolanda,
Avenida Marginal Rodovia Assis
Chateaubriand (SP-425) e
remanescente do imóvel
percentente a zona rural.
loteamento de área
de terras
Empreendedora: Agroseta
Agropecuária Sebastião
Tavares Ltda
Proprietário: Agroseta
Agropecuária Sebastião
Tavares Ltda (Jose Roberto
Tavares)
Projeto Grupo Novo (Jose
Carlos de Lima Bueno)
309.348,57 138.117,91
residenciais
45.851,73
comerciais
lote
360,00 m²
20 14.225,19
+
1.210,48
75.084,51 31.023,78 3.804,97
CPFL
138
Loteamentos
Residenciais Fechados
Ano de
Aprovação
Lei de Aprovação Localização Descrição Construtora/
Empreendedora
Total de
área (m²)
Área dos
Lotes (m²)
lotes
Área
dominial
(m²)
Área
Institucional
(m²)
Área verde
Sistema de
lazer (m²)
Sistema
viário (m²)
Preserva
ção
Perma
nente
Área non
aedificanti
13 Condomínio Harmonia
Residence
2002 Diretrizes do CPDD
3083/00 e
1421/01
Grapohab 075/2002
Fazenda Patrimônio, encravada
na área pertencente a Rema
Construtora Ltda, Rua Ângelo
Cal, Condomínio Bourgainville e
Recanto Isa Flavia e propriedade
de ANFAB Agropecuária e
Participações Ltda (Fazenda
Patrimônio)
Empreendedora: Zaia Tarraf
Empreendimentos Imobiliários
LTDA
Proprietário: Olavo Tarraf,
Filhos e Cia Ltda.
Projeto Engº Olavo Tarraf
82.207,00 51.987,87
área média
dos lotes
480,00 m²
91 4.110,35 8.220,70 17.888,08
14 Parque Residencial
Damha IV
2003 Diretrizes do CPDD
Nº 2852/01
Compromisso de
ajustamento com a
Curadoria do Meio
Ambiente (ministério
Publico do Estado
de São Paulo)
PAPIC nº 10/02
Artigo 45 da Lei
5135/92
Lei 5138/92
Grapohab 412/2003
Encravado na Fazenda Rio
Preto, no lugar denominado
Córrego da Lagoa, com frente
para a Avenida Miguel Damha
(avenida de contorno do linhão)
Loteamento fechado
de uma área de
terras
Empreendedora: A.D.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda
Proprietário: A.D.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda (Anwar Damha)
Projeto Engº Marco Aurélio
Eugenio Damha
90.188,35 263.461,50
área mínima
lote
400,00
área máxima
868,00 m²
550 Substituíd
a por
serviços
de acordo
com a lei
municipal
nº8851 de
03/01/03
Poderá ser
substituída por
serviços de
acordo com a
lei municipal
nº9158/03
63.855,00
+
8.000,80
área de lazer
e portaria
+
49.320,00
sistema de
lazer e
recreação
156.186,05 16.750,00
+
25.620,00
área de
proteção
aos
mananciai
s
5.850,00
CPFL
15 Residencial Gaivota I
2004 Alvará 711/04
Certidão de
diretrizes 0048/03
Loteamento fica
enquadrado como
loteamento fechado
Grapohab 43/2004
Encravada na Fazenda Rio Preto
no perímetro urbano
Loteamento fechado
de uma área de
terras
Empreendedora: Agroseta
Agropecuária Sebastião
Tavares Ltda
Proprietário: Agroseta
Agropecuária Sebastião
Tavares Ltda
Projeto Cavalari Engenharia e
Topografia
501.379,63 285.423,11
lote
400,00 m²
686 Substituíd
a por
serviços
de acordo
com a lei
municipal
nº8851 de
03/01/03
Poderá ser
substituída por
serviços de
acordo com a
lei municipal
nº9158/03
= 3.903,61 m2
69.583,43 142.469,48
16 Village Rio Preto
EM
ANDAMENTO
Alvará 720/05
Certidão de
diretrizes 1404/04
Endereço: Av. Contorno do
Linhão s/nº
Loteamento fechado
de uma área de
terras
Empreendedora: A.D.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda
Proprietário: A.D.
Empreendimentos Imobiliários
Ltda (Anwar Damha)
Projeto Engº Marco Aurélio
Eugenio Damha
283.038,00 137.638,50
+4864,00
+10.292,00
lote
300,00m²
457 23.881,00 1.273,50 4.921,00 93.838,00 6.330,00
CPFL
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da Secretaria de Planejamento – Alvarás, Processos e Plantas -Data da Pesquisa: setembro de 2004 a junho de 2005
139
LOGRADOUROUROS
RIOS
LINHA FÉRREA
REPRESA
PERIMETRO URBANO 1970
LEGENDA
EXPANSÃO DOS LOTEAMENTOS FECHADOS
LOTEAMENTOS FECHADOS DE ALTA RENDA
1. CONDOMINIO BOURGAINVILLE
2. CONDOMINIO DEBORA CRISTINA
DÉCADA DE 70
4
2
1
3
3. CONDOMINIO CLUBE MORADA DO CEDRO
4. VILLAGE SANTA HELENA
DÉCADA DE 80
DÉCADA DE 90
r
e
p
r
e
s
a
m
u
n
i
c
i
p
a
l
R
O
D
O
V
I
A
W
A
S
H
I
N
G
T
O
N
L
U
I
Z
B
R
1
5
3
Figura 50: Mapa de São José do Rio Preto - Década de 70
Fonte: Elaborado pela autora com o Mapa Base da Secretaria Municipal de Planejamento de São José do Rio Preto –Locação dos Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais -Elaborado pela autora
140
LOGRADOUROUROS
RIOS
LINHA FÉRREA
REPRESA
PERIMETRO URBANO 1970
PERÍMETRO URBANO EM 2004
LEGENDA
EXPANSÃO DOS LOTEAMENTOS FECHADOS E CONDOMÍNIOS RESIDÊNCIAIS
CONDOMÍNIOS DE INTERESSE SOCIAL
CONDOMÍNIOS E LOTEAMENTOS DE RENDA MÉDIA
CONDOMÍNIOS DE RENDA MÉDIA ALTA
LOTEAMENTOS FECHADOS DE ALTA RENDA
9. COND. RES. S. G. PADILIA I, II E III
11.CONDOMINIO RESIDENCIAL VILLA BORGHESE I, II E III
15. CONDOMINIO RESIDENCIAL FOREST HILLS
CONDOMÍNIOS DE RENDA MÉDIA BAIXA
1. CONDOMINIO BOURGAINVILLE
14. CONDOMINIO RESIDENCIAL VALE VERDE 2 E 3
2. CONDOMINIO DEBORA CRISTINA
3. CONDOMINIO CLUBE MORADA DO CEDRO
4. VILLAGE SANTA HELENA
5. PARQUE RESIDENCIAL DAMHA
6. CONDOMINIO RECANTO REAL
7. RESIDENCIAL JARDINS (DAMHA 2)
8. LOTEAMENTO VILLAGE DE LA MONTAGNE
16. CONDOMINIO VILLAGE FLAMBOYANT
13. VIA VENETO
DÉCADA DE 70
DÉCADA DE 80
DÉCADA DE 90
PLANO DIRETOR DE 1992
LOTEAMENTOS FECHADOS
10. CONDOMINIO GREEN VILLAGE I
12. CONDOMINIO GREEN VILLAGE II
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
9
14
7
5
13
8
4
2
16
1
10
12
6
15
3
11
B
R
1
5
3
R
O
D
O
V
I
A
W
A
S
H
IN
G
TO
N
L
U
I
Z
R
O
D
O
V
I
A
A
S
S
I
S
C
H
A
T
E
A
U
B
R
I
A
N
D
Figura 51: Mapa de São José do Rio Preto - Década de 90
Fonte: Elaborado pela autora com o Mapa Base da Secretaria Municipal de Planejamento de São José do Rio Preto –Locação dos Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais -Elaborado pela autora
141
LOGRADOUROUROS
RIOS
LINHA FÉRREA
REPRESA
PERIMETRO URBANO 1970
PERÍMETRO URBANO EM 2004
LEGENDA
18
9
33
14
28
24
30
21
19
29
7
5
13
23
32
8
17
22
25
4
2
20
16
1
27
10
12
31
26
6
15
3
11
R
O
D
O
V
I
A
W
A
S
H
IN
G
T
O
N
LU
IZ
B
R
15
3
R
E
P
R
E
S
A
M
U
N
I
C
I
P
A
L
S
Ã
O
P
A
U
LO
Figura 52: Mapa de Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais
Fonte: Elaborado pela autora com o Mapa Base da Secretaria Municipal de Planejamento de São José do Rio Preto –Locação dos Loteamentos Fechados e Condomínios Residenciais -Elaborado pela autora
142
EXPANSÃO DOS LOTEAMENTOS FECHADOS E CONDOMÍNIOS RESIDÊNCIAIS
CONDOMÍNIOS DE INTERESSE SOCIAL
CONDOMÍNIOS E LOTEAMENTOS DE RENDA MÉDIA
CONDOMÍNIOS DE RENDA MÉDIA ALTA
LOTEAMENTOS FECHADOS DE ALTA RENDA
9. COND. RES. S. G. PADILIA I, II E III
11.CONDOMINIO RESIDENCIAL VILLA BORGHESE I, II E III
18. CONDOMINIO RESIDENCIAL MARISA CRISTINA I, II
15. CONDOMINIO RESIDENCIAL FOREST HILLS
31. CONDOMINIO GREEN VILLAGE III
CONDOMÍNIOS DE RENDA MÉDIA BAIXA
28. JARDINS DE BARCELONA
24. VILLAGIO MARIA STELLA
17. CONDOMINIO NORTH VALLEY
22. CONDOMINIO WEST VALLEY
25. CONDOMINIO SOUTH VALLEY
1. CONDOMINIO BOURGAINVILLE
14. CONDOMINIO RESIDENCIAL VALE VERDE 2 E 3
32. CONDOMINIO PORTAL DOS YPES
2. CONDOMINIO DEBORA CRISTINA
3. CONDOMINIO CLUBE MORADA DO CEDRO
4. VILLAGE SANTA HELENA
5. PARQUE RESIDENCIAL DAMHA
6. CONDOMINIO RECANTO REAL
7. RESIDENCIAL JARDINS (DAMHA 2)
8. LOTEAMENTO VILLAGE DE LA MONTAGNE
16. CONDOMINIO VILLAGE FLAMBOYANT
19. RESIDENCIAL MARCIA (DAMHA 3)
20. CONDOMINIO GREEN PALM
21. JARDIM VISTA ALEGRE (FIGUEIRA)
27. CONDOMINIO HARMONIA RESIDENCE
29. PARQUE RESIDENCIAL DAMHA IV
30. RESIDENCIAL GAIVOTA I
26. CONDOMINIO LAS PALMAS
23. PARQUE RESIDENCIAL TERRA NOSTRA - CAMBUÍ
13. VIA VENETO
33. VILLAGIO RIO PRETO
DÉCADA DE 70
DÉCADA DE 80
DÉCADA DE 90
PLANO DIRETOR DE 1992
LOTEAMENTOS FECHADOS
10. CONDOMINIO GREEN VILLAGE I
12. CONDOMINIO GREEN VILLAGE II
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
A PARTIR DE 2000
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
LOTEAMENTOS FECHADOS
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
LOTEAMENTOS FECHADOS
LOTEAMENTOS FECHADOS
LOTEAMENTOS FECHADOS
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS
143
Figura 53: Imagem de Satélite de São José do Rio Preto
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo