
Capítulo 1 - Primórdios da Imprensa gay nos EUA e no Brasil
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“Conforme homens e mulheres que se sentiam atraídos por pessoa do mesmo sexo foram assumindo
uma autodefinição de homossexual ou lésbica, começavam a buscar outros como eles, e aos poucos foram
criando uma vida de grupo” (D´Emilio, 1998: 22). Todas as traduções a seguir, transcritas nas notas de rodapé,
são de nossa autoria.
2
“As pessoas que já chegaram a uma autodefinição como homossexual ou lésbica encontraram melhores
oportunidades durante a Segunda Guerra para conhecer outros como eles. Ao mesmo tempo, aqueles que
experimentavam uma forte atração pelo mesmo sexo, mas se sentiam inibidos de agir, subitamente tinham
relativamente mais liberdade de iniciar um relacionamento homossexual” (D´Emilio, 1998: 24).
3
“Essa aparência comunica um forte sentido de precisão, muito diferente das imagens não-conformistas
e aleatórias, comuns entre publicações de movimentos sociais. Essa forma altamente convencional sugere que
uma outra característica a distinguir a imprensa gay e lésbica seria um forte compromisso com a forma e a
aparência” (Streitmatter, 1995: 16).
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“Mas o feito mais importante foi que as revistas, de fato, falavam. Criavam um espaço nacional para os
homossexuais, uma arena na qual lésbicas e gays poderiam, pela primeira vez, falar um tom acima de um sussurro
sobre assuntos fundamentais de suas vidas. As revistas davam a uma minoria oprimida uma chance de exprimir
pensamentos que antes haviam sido barrados do discurso público. Os leitores admiravam a coragem exibida
pelos editores” (Streimatter, 1995: 18).
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“Este esforço pioneiro de publicar revistas sobre a homossexualidade trouxe ao movimento gay sua
única vitória significativa durante os anos 1950” (D´Emilio, 1998: 115).
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“Outra característica das publicações dos anos 1950 que refinou um elemento introduzido pelo seu
predecessor girava em torno do design. Ben demonstrou um compromisso forte para com a aparência de sua
revista, e os fundadores de One e The Ladder levaram esse compromisso adiante, usando elementos gráficos
arrojados e imagens cativantes para tornar o design um dos elementos mais distintivos das publicações. One
enfatizou ainda mais o visual ao introduzir imagens sugestivas de homens, destinadas a se tornar um ingrediente
básico da imprensa gay” (Streitmatter, 1995: 49).
7
“One era superdramática em termos de design. Consoante o alto nível de bom gosto e estilo que
muitos homens gays possuem, os fundadores insistiam que sua revista tivesse composição tipográfica e fosse
impressa em vez de datilografada e mimeografada. Essa foi uma decisão ousada, uma vez que a revista não
possuía nenhuma fonte consistente de receita além dos bolsos de seus fundadores. Mas esses homens viam
como essencial a impressão profissional para a reprodução apropriada do projeto gráfico forte e moderno, e que
virou marca registrada da revista. Esse projeto gráfico refletiu o passo audacioso tomado pelos fundadores ao
criar a primeira publicação gay de ampla circulação dos Estados Unidos” (Streitmatter, 1998: 23).
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“A contracultura deu sua contribuição mais significativa para o movimento da liberação gay ao desafiar
a definição convencional de comportamento sexual aceitável. Pois, no contexto da revolução sexual que irrompera
como parte do movimento da contracultura, a homossexualidade não mais estava sendo considerada – ao menos
por alguns segmentos da sociedade norte-americana – como um desvio drástico da sexualidade normal”
(Streitmatter, 1998: 92).
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“Uma vez que os líderes gays reconheciam que uma comunicação interna efetiva é essencial para que
uma organização articule sua ideologia, desenvolva uma consciência política entre seus membros, aumente de
tamanho e se sustente, estabeleceram que produzir publicações seria um elemento central na sua estratégia de
mudança social” (Streitmatter, 1998: 53).
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“Vector, a revista mensal da SIR, era vendida em bancas pela cidade inteira. Seu formato atraente, em
papel couché, incluía notícias sobre o progresso dos direitos gays, como também sobre entretenimento e fofoca
para garantir um apelo amplo” (D´Emilio, 1998: 191).
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“A Vector foi, portanto, a primeira publicação a reconhecer que não haveria revolução até que os
ativistas encorajassem um maior número de gays a sair dos bares e tomar as ruas” (Streitmatter, 1995: 65).
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“Uma das maiores dificuldades em editar uma revista é que o editor tem que determinar o que
interessa a você, o leitor, coletivamente. (...) A resposta que encontramos foi dar alguma coisa para cada um. A
revista agora está bem equilibrada, baseada na nossa premissa de quem seja o leitor da Vector. Neste número
você irá encontrar uma declaração por um ativista gay adolescente, nosso Guia Gay completo, descobrir o que
acontece num fórum sobre sexo e drogas, (...) e uma discussão franca sobre o ‘chato’ (o carrapato, não o tipo que
nos entedia...)” (Vector, nov, 70: 6).
Traduções