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nacional e terá vital importância para o desenvolvimento posterior do Brasil,
afirma Romanelli (1978).
A industrialização passa a desenvolver-se em função de uma
demanda, antes satisfeita pela importação de produtos. Esse mercado interno
comandou o novo modelo econômico, e trouxe implicações para o sistema
educacional. Segundo Romanelli (1978):
Nossa evolução cultural não nos permite afirmar que a ausência de
tradição em pesquisa em nossas escolas superiores tem suas
origens no modelo econômico em questão. Todavia, ela nos
demonstra que a escola brasileira evoluiu também em função dos
papéis que lhe reconhecia a economia. Pelo menos enquanto
perdurou a economia exportadora agrícola, com base em fatores
arcaicos de produção, a escola não foi chamada a exercer
qualquer papel importante na formação de quadros e qualificação
de recursos humanos, permanecendo como agente de educação
para o ócio ou de preparação para as carreiras liberais. As relações
entre o modelo econômico e o modelo educativo, nessa fase, não
podiam ser medidas em termos de defasagem, porque, então, a
educação escolar carecia de função importante a desempenhar
junto à economia. Outra coisa ocorreu, porém, quando esta última
entrou em processo de modernização. Criaram-se novas
exigências educativas e o fator defasagem apareceu. [...] enquanto
a modernização econômica implicar, como é o caso brasileiro,
intensificação da importação tecnológica, a escola não será
chamada a desempenhar papel de relevo, a não ser num dos
setores básicos da expansão econômica: o do treinamento e
qualificação de mão-de-obra. (ROMANELLI, 1978, p. 55).
A autora apresenta as implicações para o sistema educacional de um
modelo econômico baseado na modernização tecnológica gerada por pressão de
demanda interna, como é o caso dos países dependentes, ao contrário de países
autônomos, onde o progresso tecnológico é que gera modificações na demanda.
As relações entre o sistema educacional e o modelo econômico compreendem a
defasagem entre um e outro e as exigências reais do modelo econômico e
determinarão o grau de avanço ou de atraso da escola. Quando o processo de
desenvolvimento se dá em função da demanda, e, não do progresso tecnológico,