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FUNÇÃO RESPOSTA A IMPULSO E
DECOMPOSIÇÃO DA VARIÂNCIA DO ERRO DE
PREVISÃO APLICADOS ÀS PRINCIPAIS BOLSAS DE
VALORES
HIRON PEREIRA FARIAS
2008
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HIRON PEREIRA FARIAS
FUNÇÃO RESPOSTA A IMPULSO E DECOMPOSIÇÃO DA VARIÂNCIA
DO ERRO DE PREVISÃO APLICADOS ÀS PRINCIPAIS BOLSAS DE
VALORES
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Estatística e Experimentação
Agropecuária, para obtenção do título de "Mestre".
Orientadora
Prof
a
. Dr
a
. Thelma Sáfadi
LAVRAS
MINAS GERAIS -BRASIL
2008
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.
Farias, Hiron Pereira.
Função resposta a impulso e decomposição da variância do erro de
previsão aplicados às principais bolsas de valores / Hiron Pereira
Farias. – Lavras : UFLA, 2009.
55 p.: il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientadora:
. Thelma Sáfadi.
Bibliografia.
1. Teste de causalidade de Granger. 2. Vetores auto-regressivos. 3.
Função resposta. 4. Decomposição da variança. I. Universidade Federal
de Lavras. II. Título.
CDD – 519.55
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
HIRON PEREIRA FARIAS
FUNÇÃO RESPOSTA A IMPULSO E DECOMPOSIÇÃO DA VARIÂNCIA
DO ERRO DE PREVISÃO APLICADOS ÀS PRINCIPAIS BOLSAS DE
VALORES
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Estatística e Experimentação
Agropecuária, para obtenção do título de "Mestre".
APROVADA em 19 de dezembro de 2008.
Prof. Dr. Augusto Ramalho de Morais UFLA
Prof
a
. Dr
a
. Cristina Lélis Leal Calegário UFLA
Prof. Dr. Renato Ribeiro de Lima UFLA
Prof
a
. Dr
a
. Thelma Sáfadi
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
DEDICATÓRIA
À minha família, a base de toda minha estrutura.
À minha esposa, Marília Farias, pela compreensão e apoio.
Aos meus pais, Nilton e Noemia, pelo exemplo de vida.
A meus irmãos, Alvimar,Edmar, Elimar, Manoel, Antônio, Evaldo, Maria
Júlia, Angelina, Marlucia, Aparecida, Augusta, Veralucia e Izabel Cristina,
pela nossa união .
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela saúde, proteção, força e coragem, concedidas para realização
deste trabalho.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao programa de Pós-Graduação
em Estatística e Experimentação Agropecuária pela oportunidade e confiança no
meu trabalho.
À professora Thema Sáfadi, pela orientação, dedicação e paciência.
Ao CNPq pela bolsa, permitindo-me dedicação exclusiva a meus estudos.
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuiram para a elabo-
ração desta dissertação.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i
LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1 Mercados Emergentes (BRIC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Mercados Desenvolvidos (G8) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 Bolsa de valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Séries Temporais Estocásticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.5 Modelo Auto-Regressivo (AR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.6 Modelos Lineares Multivariados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.7 Séries Temporais Estacionárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.7.1 Estimação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.8 Modelo Auto-Regressivo Vetorial (VAR) . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.9 Representação Multivariada de Wold . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.10 Construção de Modelos VAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.10.1 Identificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.11 Seleção da ordem de Defasagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.11.1 Estimação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.11.2 Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.11.3 Previsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.12 Estrutura de Análise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.12.1 Teste de Causalidade de Granger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.12.2 Função Resposta a Impulso (FRI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.12.3 Decomposição da Variância do Erro de Previsão . . . . . . . . . . . 32
3 MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1 Análise dos índices econômicos dos países do grupo BRC . . . . . . . 36
4.2 Análise dos índices econômicos dos países do grupo ERJ . . . . . . . . 41
4.3 Análise dos índices econômicos dos países do grupo G4 . . . . . . . . 48
5 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
LISTA DE TABELAS
1 Índices e Mercados Analisados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2 Teste de Causalidade de Granger para o grupo BRC . . . . . . . . 38
3 Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo BRC . . 38
4 Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo ERJ . . . 43
5 Teste de Causalidade de Granger para o grupo ERJ . . . . . . . . 44
6 Teste de Causalidade de Granger para o grupo G4 . . . . . . . . . 48
7 Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo G4 . . . 49
i
LISTA DE FIGURAS
1 Gráficos das séries de índices IBOV, RTS e HS e dos retornos RI-
BOV, RRTS e RHS período de 04/12/2006 a 07/11/2008 . . . . . 37
2 Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo
BRC devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo
das abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas
(Y) a mudança em desvio-padrões . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3 Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos re-
tornos do grupo BRC, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcen-
tagem da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas
(X) o horizonte de tempo em dias . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4 Gráficos das séries de índices DJ, FTS, NIK e dos retornos RDJ,
RFTS e RNIK, no período de 04/12/2006 a 07/11/2008 . . . . . . 42
5 Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo
ERJ devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo
das abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas
(Y) a mudança em desvio-padrões . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
6 Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos re-
tornos do grupo ERJ, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcen-
tagem da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas
(X) o horizonte de tempo em dias . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
7 Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo
G4 devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo
das abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas
(Y) a mudança em desvio-padrões. . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
ii
8 Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos
retornos do grupo G4, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcen-
tagem da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas
(X) o horizonte de tempo em dias. . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
iii
RESUMO
FARIAS, Hiron Pereira. Função Resposta a Impluso e Decomposição da Va-
riância do Erro de Previsão Aplicados às principais Bolsas de Valores. 2008.
55p. Dissertação (Mestrado em Estatística e Experimentação Agropecuária) - Uni-
versidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
*
Neste trabalho, foram realizadas análises dos índices de retornos de dois grupos
das principais bolsas de valores. Um denominado BRC, composto pelo Brasil,
Rússia e China, e o outro, composto pelos Estados Unidos, Reino Unido e Japão,
denominado ERJ. Em cada análise, ajustou-se um modelo VAR e, utilizando-se de
ferramentas estatísticas multivariadas, tais como: teste de causalidade de Granger,
critérios de seleção de modelos, função resposta a impulso e decomposição da vari-
ância do erro de previsão, buscou-se verificar o grau de dependência dentro e entre
cada grupo ( países emergentes e país desenvolvidos ). Nas análises realizadas,
tanto nos mercados emergentes quanto nos desenvolvidos, os mercados brasileiro
e americano mostraram forte influência sobre os demais mercados, e, na análise
entre os grupos, considerou-se o mercado dos EUA do grupo ERJ e todos os mer-
cados emergentes do grupo BRC. O mercado americano mostrou forte influência.
Para prever os principais índices das bolsas de valores dos mercados analisados é
importante considerar o índice Dow Jones, pois melhora de forma significativa sua
previsão.
*
Orientadora: Thelma Sáfadi - UFLA.
iv
ABSTRACT
FARIAS, Hiron Pereira. Impulse Response Function and Forecast Error Vari-
ance Decomposition Applied to the main Stock Exchanges. 2008. 55p. Disser-
tation (Master of Statistics and Agricultural Experimentation ) Federal University
of Lavras, Lavras, MG.
*
In this work, analyses of the indices returns of two groups of the main stock ex-
changes were performed. One denominated BRC, composed by Brazil, Russia
and China, and the other composed of the United States, the United Kingdom
and Japan, denominated ERJ. In each analysis, a VAR model was adjusted and,
by means of multivaried statistical tools, such as, Granger’s causality Test, model
selection Criteria, impulse response Functions and forecast error variance Decom-
positions, it was attempted to verify the degree of dependence in and between each
group (developed countries and emerging countries). In the performed analyses,
for the emerging countries, as well as the developed countries, both the Brazilian
and American countries showed strong influence over the other markets, and, in
the analysis between the groups, the USA market from the ERJ group and all of
the other emerging markets from the BRC group were considered. The American
market also showed strong influence. To preview the main indices of the stock ex-
changes of the analysed markets, it is important to consider the Dow Jones index,
for it improves the preview in a significant way.
*
Adviser: Thelma Sáfadi - UFLA.
v
1 INTRODUÇÃO
O processo histórico a que se denomina globalização é bem recente, datando de
1989 e 1991, com o colapso do bloco socialista e o consequente fim da guerra fria.
A globalização se consolidou com a abertura comercial e livre circulação de ca-
pitais e serviços em escala mundial. As disputas acirradas no âmbito do mercado
global, entre empresas e países, favoreceram a formação de blocos econômicos
numa "guerra"de mercado, em que os parceiros estabelecem relações econômi-
cas privilegiadas. Em consequência da globalização financeira, inúmeras são as
oportunidades de novos investimentos e de novos negócios. Segundo Lamounier
& Nogueira ( 2007), a intensificação da interação econômica entre os países, so-
bretudo na última década, vem proporcionando uma expansão das oportunidades.
Tendo em vista as recentes quedas das restrições ao capital internacional que atual-
mente movimenta-se com maior liberdade, o crescente processo de intensificação
das relações de trocas comerciais e de serviços entre os diversos países, os in-
vestidores começaram a perceber a possibilidade de expandir seus negócios para
além de suas fronteiras domésticas, ampliando o seu horizonte até mesmo para os
mercados emergentes.
O ponto central deste trabalho é a análise dos mercados dos países emergentes
que fazem parte do BRIC com excessão da Índia, buscando mostrar como os mer-
cados do Brasil, Rússia e China se comportam entre si e como se comportam diante
do mercado dos EUA, Analisando também, como os países emergentes do grupo
G8, EUA, Reino Unido e Japão se comportam.
Este trabalho esta organizado em cinco seções, incluindo esta introdução.
A segunda seção consiste da apresentação dos conceitos sobre bolsa de valo-
res e uma revisão das técnicas de séries temporais, a serem utilizadas na análise
1
dinâmica das séries de índices.
Na terceira seção, em material e métodos, são descritas as séries utilizadas no
estudo, bem como os passos a serem seguidos na análise dinâmica proposta neste
trabalho.
Na quarta seção, os resultados e discussões, subdividem-se em três subseções:
na primeira, faz-se uma análise das séries de retorno de índices das bolsas de São
Paulo, Moscou e Hong Kong; na segunda, faz-se uma análise das séries de retorno
de índices das bolsas de Nova York, Londres e Tóquio; na terceira, faz-se uma
análise das séries de retorno de índices das bolsas de valores de Nova York, São
Paulo, Moscou e Hong Kong.
Finalmente, na quinta seção, são apresentadas às conclusões referentes as análises
dinâmicas realizadas.
1.1 Objetivo Geral
Analisar séries temporais de retorno de índices econômicos de algumas das
principais bolsas de valores do mundo, divididas em dois blocos, utilizando ferra-
mentas estatísticas multivariadas, buscando verificar as relações dinâmicas dentro
e entre os mercados emergentes, o BRC, e desenvolvidos, o ERJ.
1.2 Objetivos Específicos
Fazer uma análise das séries temporais de retorno de índices dentro de cada
bloco;
Fazer uma análise das séries de índices entre os dois blocos.
2
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para Lamounier & Nogueira ( 2007), entender o funcionamento e as relações
entre os mercados emergentes e capitalizados torna-se um instrumento necessário
para que o investidor saiba como alocar de maneira mais eficiente os recursos de
modo a minimizar suas perdas.
Muitos são os estudos que procuram analisar o grau de associação entre os
mercados de diversos países. Nesse sentido, Lamounier & Nogueira ( 2007) ana-
lisou os mercados do Brasil, Rússia, Índia, China, México, EUA, Reino Unido e
Japão, entre 1995-2002 e entre 2003-2005. No período de 1995-2000, verificou-se
que apenas o retorno do mercado emergente da Rússia sofreu grandes impactos
ante os choques dos retornos dos outros mercados. Entre 2003-2005, os mercados
do Brasil e México, responderam de forma significativa aos choques nos retornos
de demais mercados.
Para Pereira et al.(2000), com a globalização dos mercados e a incorporação
das informações econômicas instantâneas, os fenômenos são captados permanen-
temente pelos países, influenciando o comportamento dos países e, sendo influ-
enciado por eles. Dentro desta linha de raciocínio, Pereira et al.(2000) procurou
identificar e aferir a magnitude das oscilações e o grau de causalidade entre os
mercados dos EUA, Japão, Brasil, México, Venezuela, Chile, Peru e Argentina no
período de julho de 1994 a novembro de 1998. Verificou-se o efeito em cadeia e a
simultaneidade do comportamento das bolsas desses mercados.
2.1 Mercados Emergentes (BRIC)
O termo BRIC foi criado em 2001 pelos analistas de mercado, do banco Gol-
mam Sachs, para fazer referência a quatro países, são eles: Brasil, Rússia, Ín-
3
dia e China. Esses países têm sido apontados, nos últimos cinco anos, como os
prováveis candidatos a crescer de forma vigorosa, juntando-se ao clube dos países
desenvolvidos nas próximas décadas (Brasil,Rússia,Índia,China-BRIC, 2008a).
Esses analistas argumentam que os quatro grandes emergentes Brasil, Rússia,
Índia e China são capazes de compensar a desaceleração econômica mundial re-
sultante da queda no consumo dos Estados Unidos e que uma grande parcela da
demanda global continua a ser criada a partir dos BRIC e, de acordo com suas úl-
timas estimativas, até agora, nesta década, tem havido tanta demanda gerada pelos
BRIC quanto pelos Estados Unidos, para eles, mesmo que os mercados conside-
rem que exista uma redução de crédito em todos os países, "é, improvável que seja
verdade que todos os países enfrentem a mesma situação"BRIC, 2008b).
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, esses países não compõem um
bloco econômico, apenas compartilham de uma situação econômica com índices
de desenvolvimento e situações econômicas parecidas.
2.2 Mercados Desenvolvidos (G8)
Desde 1975, um grupo de chefes de estado e diplomatas das sete mais ricas e
industrializadas nações democráticas do mundo se reúne todos os anos para discu-
tir grandes questões econômicas e políticas (G8, 2008).
O movimento que culminou com a criação do G8 tem origem na crise do
petróleo de 1973, e na recessão econômica mundial que ela causou. Naquele ano,
os Estados Unidos promoveram uma reunião informal entre os ministros de fi-
nanças de alguns governos europeus, do Japão e de seu próprio, para discutir os
problemas criados pela crise. Por iniciativa do então presidente francês Valéry
Giscard d’Estaing, uma reunião nos moldes daquela foi realizada em Rambouilet,
na França, em novembro de 1975. Desta vez, no entanto, os próprios chefes de
4
estado de França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos foram
ao encontro, em vez dos economistas. A partir de então, estes países decidiram
que esta reunião aconteceria anualmente (G8, 2008).
Integram o G8 a França, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, a
Itália, o Japão, o Canadá e a Rússia. Enquanto os seis primeiros participam de
todos os encontros, desde 1975, o Canadá juntou-se aos demais, no ano seguinte.
a Rússia foi formalmente admitida apenas em 2006, quando sediou a primeira
reunião do G8 em seu território. O país, entretanto, participava das conversas
desde 1994 e foi, aos poucos, sendo recebido pelos outros sete, como um reco-
nhecimento pelo esforço em abandonar a antiga economia socialista e implantar
reformas democráticas (G8, 2008).
Ao contrário do que se pensa, o G8 não reúne as oito maiores economias do
mundo e, sim, as auto-proclamadas oito mais industrializadas nações democráti-
cas. Daí a ausência da China, cujo PIB supera os de Alemanha, Reino Unido,
França, Itália e Canadá.
2.3 Bolsa de valores
Segundo Assaf ( 2001), a bolsa de valores é o mercado organizado onde são
negociadas ações de empresas de capital aberto (públicas ou privadas) e outros
instrumentos financeiros.
É uma associação civil, sem fins lucrativos, que mantém o local ou sistema de
compra e venda de títulos e valores mobiliários. Seu patrimônio é representado por
títulos pertencentes às sociedades corretoras que a compõem. A bolsa deve preser-
var elevados padrões éticos de negociação, divulgando com rapidez, amplitude e
detalhes as operações executadas.
As bolsas de valores têm o dever de repassar aos investidores( por meio de
5
revistas, boletins e meios eletrônicos) informações sobre seus negócios diários,
comunicados relevantes de empresas abertas, dados de mercado e tudo o mais que
contribua para a transparência das operações. No Brasil, a atividade das bolsas é
fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)(Assaf, 2001).
A principal função da bolsa de valores é manter transparente e adequado o local
para as negociações de compra e vendas de ações entre as sociedades corretoras
membro.
Os preços das ações servem também para indicar o valor de mercado das em-
presas cotadas em bolsa. Dessa forma, diversos negócios podem ser realizados
entre elas e com outros investidores.
Os movimentos dos preços no mercado são captados por meio de índices
chamados Índices de Bolsa de Valores.
Tradicionalmente, os negócios aconteciam fisicamente no próprio recinto da
bolsa: pregão viva voz, porém, atualmente as transações são cada vez mais reali-
zadas por meios eletrônicos, em tempo real, onde são colocados as ordens pelos
compradores e vendedores: pregão eletrônico.
Ações
Segundo Assaf ( 2001), uma empresa tem seu capital social dividido em pe-
quenas parcelas chamadas ações, uma unidade de títulos emitidos por sociedades
anônimas. Quando as ações são emitidas por companhias abertas ou assemelhadas,
são negociadas em bolsa de valores.
As ações representam a menor fração do capital social de uma empresa, ou
seja, é o resultado da divisão do capital social em partes iguais, sendo o capital
social o investimento dos donos na empresa, ou seja, o patrimônio da empresa.
Esse dinheiro compra máquinas, paga funcionários , etc. O capital social, assim, é
a própria empresa (Assaf, 2001).
6
De certa forma, o mercado de ações concretiza o sonho de muitas pessoas
que desejam o próprio negócio, mas não têm capital ou condições para ir adiante.
Mesmo com pouco dinheiro, pode-se fazer bons negócios comprando ações de
grandes empresas. O investidor torna-se sócio da empresa da qual adquiriu ações
e os poderes a ele atribuídos são limitados pelo tipo de ação que comprou e também
pela quantidade de ações que possui.
Índice de Bolsa de Valores
Os movimentos de uma bolsa de valores são captados por meio de índices.
Tais índices englobam o valor médio em moeda corrente de determinado grupo
de ações, consideradas mais representativas no movimento total do mercado ou de
empresas atuantes em determinados setores da economia.
Existem, pois, índices gerais para cada bolsa de valores. A variação do índice
espelha a tendência da bolsa de alta ou de baixa em um determinado momento do
pregão, ou ao final dele, comparando-se com o índice do dia anterior.
Os índices de ações tendem a seguir um movimento em grupo, desvalorizando-
se ou valorizando-se conjuntamente, principalmente nos casos onde o índice sofre
variações bruscas. Os índices geralmente englobam as ações mais negociadas no
mercado a que se referem.
Para Leite & Sanvicente (1994), são os índices que possibilitam a comparação
entre os vários mercados acionários do mundo e viabilizam o complexo processo
decisório de investimentos, pois é através deles que os investidores podem dis-
tinguir as "marolas"das "ondas"que caracterizam o comportamento geral das co-
tações das bolsas de valores e estas das ’tempestades’ que, com maior frequência,
ocorrem nos pregões.
Segundo Fontes (2006), os índices de mercado servem, como referência para
análise do comportamento dos preços de determinada ação, as quais obedecem,
7
em linha geral, às de mercado, que são fielmente retratadas pelos índices.
Para que um índice possa efetivamente ser utilizado como instrumento de
avaliação de desempenho de um mercado ou de uma bolsa, deve ser composto
por uma suposta carteira de ativos que representa de forma mais eficiente possível
o comportamento do mercado (Fontes, 2006).
Conforme Fontes (2006), o critério de seleção das carteiras dos índices faz
com que a performance dos diferentes índices não seja a mesma, ainda que sejam
representativos da mesma bolsa. Esse critério de seleção e o tipo de metodologia
utilizada para a formação das carteiras são, portanto, os fatores que levam à perso-
nalização dos índices e impõem a necessidade de constantes revisões das carteiras
de índices, a fim de isolar os ativos que tenham frequência mínima nos pregões e
números mínimos de negócios.
Bolsa de valores de São Paulo
A bolsa de valores de São Paulo - Bovespa foi fundada em 23 de agosto de
1890. Desde 2000, com o acordo de integração das bolsas de valores brasileiras,
tornou-se a única a negociar ações no Brasil. Atualmente é o maior centro de ne-
gociação com ações da América Latina, concentrando cerca de 70% do volume de
negócios realizados na América Latina e, tendo um papel de destaque nos merca-
dos internacionais.
Em 2008, com integração da bovespa holding S.A. e BM&F, surge a bolsa de
valores, Mercadorias e Futuros- BM&F BOVESPA S.A., a terceira maior bolsa do
mundo em valor de mercado.
O índice bovespa (Ibovespa) é o mais importante indicador do desempenho
médiodas cotações das ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo. Trata-
se da formação de uma suposta carteira de investimentos que, atualmente, é com-
posta de 64 ações, retratando a movimentação dos principais papéis negociados na
8
Bovespa, representando não o comportamento médio dos preços, mas também o
perfil das negociações - do mercado à vista - observadas nos pregões. Essas ações,
em conjunto, representam 80% do volume transacionado nos doze meses anteri-
ores à formação da carteira. Como critério adicional, exige-se que a ação apre-
sente, no mínimo, 80% de presença nos pregões do período. Portanto, o critério de
corte é a liquidez do papel. Para que sua representatividade se mantenha ao longo
do tempo, a composição da carteira é reavaliada a cada quatro meses. Essa reavali-
ação é feita com base nos últimos 12 meses, quando são verificadas alterações na
participação de cada ação (Bolsa de Valores de São Paulo, 2008).
Bolsa de Valores de Londres
A Bolsa de Valores de Londres, ou, em inglês, London Stock Exchange (LSE),
a principal da Inglaterra, fundada em 1801 é uma das maiores do mundo, com
companhias britâncias e transnacionais sendo negociadas, tendo 2749 empresas
listadas e seus principais índices são: FTSE 100 Index, FTSE 250 Index e FTSE
350 Index.
O FTSE -100 é um índice calculado pela FTSE the index company e com-
posto por um rool de 100 ações mais representativas da Bolsa de Valores de Lon-
dres, visando detectar movimentos de alta ou baixa nas cotações(Cavalcante et al.,
2005).
Bolsa de valores de Nova Yorque
Em inglês, New York Stock Exchange” (NYSE), foi criada em 1792 e está
localizada em Manhattan, na Wall Street é administrada pela NYSE Euronext, e,
uma das mais influentes do mundo.
Um de seus principais índices é o Dow Jones Industrial Average (DJIA), é
o valor avaliado de trinta grandes ações industriais, cujos negócios passam pela
Bolsa de Nova Yorque.
9
Bolsa de Valores de Tóquio
A bolsa de valores de Tóquio, em inglês “Tokyo Stock Exchange” é a segunda
maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado, atrás apenas da bolsa de
valores de Nova Yorque.
Está localizada em Tóquio, Japão e está entre as bolsas mais dinâmicas e im-
portantes do mundo, e seu índice de referência é o Nikkei-225, principal índice
econômico da bolsa de valores de Tóquio.
O Nikkei- 225, o mais tradicional índice do mercado de ações japonês, foi
implantado em 16 de maio de 1949. O índice Nikkei refere-se as flutuações das
cotações de uma carteira formada por 225 ações mais negociadas e de maior capi-
talização deste mercado.
As ações são selecionadas diante de critérios que levam em conta a represen-
tatividade das ações, níveis de negociação e de capitalização e distribuição setorial
da carteira de forma a reproduzir o perfil das carteiras mantidas pelos grandes in-
vestidores institucionais do Japão (Fontes, 2006).
Bolsa de Valores de Hong Kong
Hong Kong, antiga colônia britânica e, desde julho de 1997 administrada
pela República Popular da China (RPC) é um dos maiores centros financeiros do
mundo.
A “Hong Kong Exchange and Clearing” (HKEx) é a bolsa de valores de Hong
Kong e mais tradicional da grande China, tendo com seu principal índice o Hang
Seng.
O termo grande China refere-se à junção da China continental com Hong
Kong, Macau e Taiwan. O termo é usado principalmente em contextos econômicos
em razão da ambiguidade da palavra china.
O Hang Seng, é o índice da bolsa de Hong Kong, é constituído das 33 ações
10
mais representativas do mercado, uma espécie de termômetro do mercado de ações
de Hong Kong (BRIC, 2008a).
Bolsa de Valores da Rússia
Estabelecida em 1995, como o primeiro mercado de ações regulamentado da
Rússia, a RTS atualmente negocia a plena abrangência de instrumentos financeiros
desde ações de dinheiro e futuros de comodities.
O índice RTS, primeiramente calculado em primeiro de setembro de 1995,tornou-
se o principal referencial para a indústria de seguros russa, é calculado tanto em
rublos russo quanto em dolar americano, e é baseado nas 50 mais liquidas e capi-
talizadas ações da bolsa (BRIC, 2008a).
2.4 Séries Temporais Estocásticas
Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004), os modelos de séries temporais se
baseiam na pressuposição de que a série foi gerada por um processo estocás-
tico. Em outras palavras, seja X
t
uma série temporal, supõe-se que cada valor
x
1
, x
2
, . . . , x
n
na série é extraído de uma distribuição de probabilidades, isto é,
cada uma dessas observações são variáveis aleatórias. Ao construir o modelo de
um processo, tentamos descrever as características desse processo aleatório.
Infelizmente, em geral é impossível especificar completamente a função de
distribuição de probabilidades de uma série temporal. Ainda que, normalmente,
seja impossível obter uma descrição completa de um processo estocástico, um
processo que recebeu atenção pelos analistas de séries temporais é o chamado
processo estocástico estacionário. Em linhas gerais, diz-se que um processo es-
tocástico é estacionário quando a sua média e a sua variância são constantes ao
longo do tempo e quando o valor da covariância entre os dois períodos de tempo
depende apenas da distância, do intervalo ou da defasagem entre os dois períodos
11
de tempo, e não do próprio tempo que a covâriancia é calculada.
Como a maioria dos procedimentos de análise estatística de séries temporais
supõe que estas sejam estacionárias, será necessário transformar os dados origi-
nais, se estes não formam uma série estacionária.
A transformação mais comum consiste em tomar diferenças sucessivas da série
original, até se obter uma série estacionária.
A primeira diferença de X
t
é definida por
X
t
= X
t
X
t1
.
A segunda diferença é
2
X
t
= ∆[∆X
t
] = ∆[X
t
X
t1
] = ∆X
t
X
t1
.
Assim, de modo geral, a d-ésima diferença de X
t
é
d
X
t
= ∆[∆
d1
X
t
].
Em geral, se uma série temporal X
t
tem de ser diferenciada d vezes para se
tornar estacionária, dizemos que essa série temporal é integrada de ordem d e a
denotaremos por X
t
I(d) e, em situações normais, será suficiente tomar uma
ou duas diferenças para que a série se torne estacionária.
Para Pindyck & Rubinfeld (2004), a distinção entre séries temporais esta-
cionárias e não-estacionárias tem implicação no fato da tendência que se observa
nas séries temporais ser determinística ou estocástica. Em termos gerais, se a
tendência em uma série temporal for totalmente previsível e não variável, ela é
denominada tendência determinística, ao passo que, se não for previsível, é deno-
minada tendência estocástica .
Sejam x
1
, x
2
, . . . , x
n
observações de uma série temporal.
12
A média amostral de x
1
, x
2
, . . . , x
n
, é
X =
1
n
n
t=1
x
t
.
A função de auto-covariância amostral é
γ
τ
=
1
n
n−|τ |
t=1
(x
t+|τ |
x)(x
t
x), n < τ < n.
A função de auto-correlação amostral é
ρ
τ
=
γ
τ
γ
0
, n < τ < n.
Dizemos que {a
t
, tZ} é um ruído branco discreto se as variáveis aleatórias
a
t
são não correlacionadas, isto é, cov{a
t
a
s
} = 0, t = s.
Os operadores definidos serão úteis quando optarmos por escrever um modelo
de série temporal na sua forma compacta( reduzida).
1. Operador translação para o passado, denotado por B é definido por :
B
m
X
t
= X
tm
;
2. Operador translação para o futuro, denotado por F é definido por:
F
m
X
t
= X
t+m
;
3. Operador diferença , denotado por é definido por:
X
t
X
t1
= X
t
= (1 B)X segue-se que = (1 B);
4. Operador soma por S e definido por
SX
t
=
k=0
X
tj
= X
t
+ X
t+1
+ . . . = (1 + B + B
2
+ . . .)X
t
.
2.5 Modelo Auto-Regressivo (AR)
Segundo Pindyck & Rubinfeld ( 2004), um modelo de série temporal reflete
o padrão de movimentos passados de uma variável e usa essa informação para
prever seus movimentos futuros. Em certo sentido, um modelo de série temporal
13
não passa de método de extrapolação sofisticado. Contudo, às vezes oferece um
instrumento eficaz para previsões.
Sejam x
1
, x
2
, . . . , x
n
observações de uma série temporal estacionária X
t
. No
processo auto-regressivo de ordem p a observação corrente X
t
é gerada por uma
média ponderada de observações passadas que recua p períodos, junto com uma
pertubação aleatória no período corrente. Denotaremos esse processo por AR(p) e
escrevemos a equação como
X
t
= θ
0
+ φ
1
X
t1
+ φ
2
X
t2
+ . . . + φ
p
X
tp
+ a
t
, (2.1)
em que a
t
é um ruído branco de média zero e variância σ
2
e θ
0
é um termo que se
relaciona com à média do processo estocástico.
Sendo X
t
uma série temporal estacionária, logo E(X
t
) = µ.
Subtraindo X
t
por µ, tem-se
X
t
= φ
1
X
t1
+ φ
2
X
t2
+ . . . + φ
p
X
tp
+ a
t
, (2.2)
neste caso E(X
t
) = 0.
Observe que no modelo auto-regressivo apenas estão envolvidos os valores
atual e passado da série temporal estacionária X
t
; não outros regressores. Nesse
sentido, dizemos que "os dados falam por si mesmos ".
Utilizando os operadores, pode-se escrever um AR(p) como se segue
X
t
= φ
1
BX
t
+ φ
2
B
2
X
t
+ · · · + φ
p
B
p
X
t
+ a
t
,
(1 φ
1
B φ
2
B
2
· · · φ
p
B
p
)X
t
= a
t
, ou
φ(B)X
t
= a
t
(2.3)
Uma outra maneira de escrever um processo AR(p) estacionário de média zero
14
é escrever os termos defasados, utilizando uma forma recursiva. Esta maneira de
escrever é chamada de decomposição de Wold. Para entender a decomposição de
Wold consideremos um AR(1)
X
t
= φX
t1
+ a
t
(2.4)
da equação (2.4) segue que
X
t1
= φX
t2
+ a
t1
(2.5)
substituindo (2.5) em (2.4) temos
X
t
= φ
2
X
t2
+ φa
t1
+ a
t
(2.6)
da equação (2.4) segue que
X
t2
= φX
t3
+ a
t2
(2.7)
substituindo (2.7) em (2.6) temos
X
t
= φ
3
X
t3
+ φ
2
a
t2
+ φa
t1
+ a
t
(2.8)
continuando o processo recursivo veremos que
X
t
= a
t
+ φa
t1
+ φ
2
a
t2
+ φ
3
a
t3
+ . . .
Como a série temporal X
t
em (2.2) é um processo AR(p) estacionário de média
zero. Então pela decomposição de Wold podemos escrever X
t
como
X
t
= φ(B)a
t
=
i=0
b
i
a
ti
a
t
N (0, σ
2
) (2.9)
15
onde b
0
= 1 e
i=0
b
2
i
<
De (2.9) temos que a média e a variância do processo é
E(X
t
)= E(
i=0
b
i
a
ti
) =
i=0
b
i
E(a
ti
) =
i=0
b
i
0 = 0
var(X
t
)= var(
i=0
b
i
a
ti
) =
i=0
b
2
i
var(a
ti
) =
i=0
b
2
i
σ
2
= σ
2
i=0
b
2
i
2.6 Modelos Lineares Multivariados
Nesta seção, estamos interessados em estabelecer modelos para uma série tem-
poral vetorial X
t
, com n componentes X
1t
, X
2t
, · · · , X
nt
, observadas em
t = 0, 1, 2, · · · . Além da análise de cada componente individual X
it
, como
tratado anteriormente, estaremos estudando as relações dinâmicas entre as séries
componentes . Usaremos a notação X
t
= ( X
1t
, X
2t
, · · · , X
nt
)
, t Z.
Segundo Morettin (2008), é comum representarmos todo o conjunto multivari-
ado contendo as n-variáveis mensuradas nas T unidades amostrais por uma matriz
de dados X
t
de dimensões (n × T ) da seguinte forma:
X
t
=
X
11
X
12
· · · X
1j
· · · X
1T
X
21
X
22
· · · X
2j
· · · X
2T
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
X
n1
X
n2
. . . X
nj
· · · X
nT
em que cada linha da matriz seja um vetor T-dimensional, de observações multi-
variadas e cada coluna , um vetor n-dimensional, das observações de uma deter-
minada série (variável).
O vetor de médias de X
t
será denotado por:
µ
t
= ( µ
1t
, µ
2t
, · · · , µ
nt
)
, t Z. (2.10)
16
A matriz de covariâncias de X
t
é definida por
Γ(t + τ, t) = E{(X
t+τ
µ
t+τ
)(X
t
µ
t
)
}. (2.11)
Denota-se por γ
ij
(t + τ, t) para i,j = 1, 2, · · · , n as componentes da matriz
Γ(t + τ, t) , então
γ
ij
(t + τ, t) = cov{X
i,t+τ
, X
j,t
} = E{(X
i,t+τ
µ
i,t+τ
)(X
j,t
µ
j,t
)} (2.12)
i,j = 1, 2, · · · , n, é a covariância entre X
i,t+τ
e X
j,t
, logo pode-se escrever
Γ(t + τ, t) =
γ
11
(t + τ, t) γ
12
(t + τ, t) · · · γ
1p
(t + τ, t)
γ
21
(t + τ, t) γ
22
(t + τ, t) · · · γ
2p
(t + τ, t)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
γ
p1
(t + τ, t) γ
p2
(t + τ, t) · · · γ
pp
(t + τ, t)
Na diagonal principal tem-se as auto-covariâncias das séries individuais, cal-
culadas nos instantes t + τ e t , enquanto fora da diagonal principal temos as co-
variâncias cruzadas entre as séries X
i,t+τ
e X
j,t
i = j .
2.7 Séries Temporais Estacionárias
Para Morettin (2008), a série n-variada X
t
é estacionária se a média µ
t
e a
matriz de covariância Γ(t + τ, t), t Z , não dependem do tempo t. Nesse caso
tem-se
µ
t
= E(X
t
) = ( µ
1
, µ
2
, · · · , µ
n
)
, t Z (2.13)
Γ(τ) = E{(X
t+τ
µ)(X
t
µ)
} (2.14)
17
No caso particular de τ = 0 tem-se
Γ(0) = E{(X
t
µ)(X
t
µ)
que é a matriz de covariâncias contemporâneas. Em particular ,
γ
ii
(t + τ, t) = V ar(X
it
) , γ
ii
(0) = cov{X
it
, X
jt
} .
O coeficiente de correlação contemporâneo entre X
it
e X
jt
é então dado por
ρ
ij
(0) =
γ
ij
(0)
γ
ii
(0) γ
ij
(0)
(2.15)
em que, 1 ρ
ij
(0) 1 , para todo i,j = 1,2, · · · , n .
A matriz de correlações de lag τ é definida por
ρ(τ) = D
1
Γ(τ) D
1
(2.16)
sendo D = diag{
γ
ii
(0), · · · ,
γ
pp
(0)} e
ρ
ij
(τ) =
γ
ij
(τ)
γ
ii
(0) γ
ij
(0)
(2.17)
que é o coeficiente de correlação entre X
i,t+τ
e X
j,t
Quando τ > 0 , este coeficiente mede a dependência linear de X
it
, X
jt
,
que ocorreu antes do instante t + τ . Então, se ρ
ij
(τ) = 0, dizemos que X
jt
é
antecedente a X
it
.
As matrizes Γ(τ) e ρ(τ) não são em geral, simétricas. O que vale é a seguinte
proposição.
Proposição. As seguintes propriedades são válidas:
i) Γ(τ) = Γ
(τ).
ii) |γ
ij
(τ)|
γ
ii
(0) γ
jj
(0) , i, j = 1,2, · · · , n.
iii) γ
ii
(τ) é uma função de auto-covariância, para todo i.
18
iv)
m
j,k=1
a
j
Γ(j k)a
k
0, para quaisquer m e a
1
, a
2
, · · · , a
m
vetores de
R
n
.
Segundo Morettin (2008), a série a
t
, t Z é um ruído branco multivariado
(n × 1), com média o e matriz de covariâncias Σ se a
t
é estacionário com média
0 e sua matriz de covariâncias é dada por
Γ(τ)=
Σ, se τ = 0;
0, se τ = 0.
Utiliza-se a notação a
t
RB(0, Σ) para indicar que a
t
é um ruído branco
com média zero e matriz de covariância Σ. Se além disso os vetores a
t
forem
independentes e identicamente distribuídos, escrevemos a
t
IID(0, Σ)
2.7.1 Estimação
Supondo que temos observações {X
t
, t = 1, 2, · · · , T } do processo esta-
cionário {X
t
, t Z} , a média µ pode ser estimada pelo vetor de médias
amostrais
X =
T
t=1
X
t
T
(2.18)
Segue-se que a média µ
j
é estimada por X
j.
=
T
t=1
X
jt
T
=
1
T
X
t
1
em que X
t
é a matriz de dados de dimensões (n × T ) , 1 é um vetor de
dimensão T composto de elementos iguais a 1.
Podemos obter a matriz de covariâncias amostrais a partir dos vetores amostrais.
Logo para estimar Γ(τ), utiliza-se
19
Γ(τ) =
1
T
T τ
t=1
(X
t+τ
X)(X
t
X)
, se 0 τ T 1;
1
T
T
t=τ +1
(X
t+τ
X)(X
t
X)
, se T + 1 τ 0.
A matriz de correlações pode ser estimada por
ρ(τ) =
D
1
Γ
D
1
(2.19)
em que
D é a diagonal n ×n dos desvios padrões amostrais das séries individuais.
2.8 Modelo Auto-Regressivo Vetorial (VAR)
Seja X
t
= (x
1t
, x
2t
, . . . , x
nt
)
denotado por um vetor (n × 1) de variáveis
de séries temporais. Dizemos que o processo X
t
de ordem (n × 1) , segue um
modelo VAR(p) se
X
t
= Φ
0
+ Φ
1
X
t1
+ Φ
2
X
t2
+ · · · + Φ
p
X
tp
+ a
t
(2.20)
em que a
t
RB(0, Σ), Φ
0
= (φ
10
, φ
20
, · · · , φ
n0
)
é um vetor (n × 1) de
constantes e Φ
k
são matrizes (n × n) constantes (Morettin, 2008).
Se I
n
é uma matriz identidade de ordem n, (2.20) pode ser escrito na forma
Φ(B)X
t
= Φ
0
+ a
t
(2.21)
em que Φ(B) = I
n
Φ
1
BΦ
2
B
2
· · ·Φ
p
B
p
é o operador auto-regressivo
vetorial de ordem p, ou ainda, um polinômio matricial (n × n) em B.
Para um modelo VAR(p), tem-se os seguintes resultados:
i) O processo X
t
será estacionário se as soluções de
20
|I
n
Φ
1
B Φ
2
B
2
· · · Φ
p
B
p
| = 0
estiverem fora do círculo unitário.
ii) Se X
t
for estacionário,
µ = E(X
t
) = (I
n
Φ
1
B Φ
2
B
2
· · · Φ
p
B
p
)
1
Φ
0
iii) Escrevendo o modelo (2.20) na forma
X
t
= Φ
1
X
t1
+ Φ
2
X
t2
+ · · · + Φ
p
X
tp
+ a
t
(2.22)
com
X
t
= X
t
µ e se pós-multiplicarmos esta equação por
X
tτ
e tomando a
esperança, obtem-se respectivamente.
X
t
X
tτ
= Φ
1
X
t1
X
tτ
+Φ
2
X
t2
X
tτ
+· · ·+Φ
p
X
tp
X
tτ
+a
t
X
tτ
e
E(
X
t
X
tτ
) = Φ
1
E(
X
t1
X
tτ
)+Φ
2
E(
X
t2
X
tτ
)+· · ·+Φ
p
E(
X
tp
X
tτ
)+
E(a
t
X
tτ
)
logo
Γ(τ) = Φ
1
Γ(τ 1) + Φ
2
Γ(τ 2) + · · · + Φ
p
Γ(τ p), τ > 0
que são as equações de Yule-Walker no caso de um modelo VAR(p).
Para τ = 0 , tem-se
Γ(0) = Φ
1
Γ(1) + Φ
2
Γ(2) + · · · + Φ
p
Γ(p) + Σ
usando o fato que Γ(τ) = Γ
(τ) concluímos que
Γ(0) = Φ
1
Γ
(1) + Φ
2
Γ
(2) + · · · + Φ
p
Γ
(p) + Σ.
Estas equações podem ser utilizadas para calcular Γ(τ ) recursivamente, para
τ p. Para |τ| < p, temos que usar a representação VAR(1) de um processo
VAR(p) .
21
2.9 Representação Multivariada de Wold
Segundo Zivot & Wang (2005), se X
t
é um vetor (n × 1) de séries temporais
multivariadas estacionárias , então X
t
tem uma representação de Wold da seguinte
forma
X
t
= µ + a
t
+ Ψ
1
a
t1
+ Ψ
2
a
t2
+ · · · = µ +
k=0
Ψ
k
a
tk
, (2.23)
em que Ψ
0
= I
n
e a
t
é um ruído branco multivariado com vetores de média 0
e variância E(a
t
a
t
) = Σ. Em (2.23) , Ψ
k
é uma matrix (n × n) com (i,j)-ésimo
elemento Ψ
k
ij
. Na notação de operador, a forma de Wold é
X
t
= µ + Ψ(B)a
t
,
em que Ψ(B) =
k=0
Ψ
k
B
k
Os momentos de X
t
são dados por
E(X
t
) = µ
var(X
t
) =
k=0
Ψ
k
ΣΨ
k
2.10 Construção de Modelos VAR
Segundo Morettin ( 2008), a construção de modelos VAR segue o mesmo ciclo
de identificação, estimação e diagnóstico para modelos univariados da classe AR.
2.10.1 Identificação
Uma maneira de identificar a ordem p de um modelo VAR(p) consiste em
ajustar, sequencialmente, modelos auto-regressivos vetoriais de ordem 1,2, · · · , k
e testar a significância dos coeficientes (matrizes).
22
Considere, pois, os modelos
X
t
= Φ
(1)
0
+ Φ
(1)
1
X
t1
+ a
(1)
t
X
t
= Φ
(2)
0
+ Φ
(2)
1
X
t1
+ Φ
(2)
2
X
t2
+ a
(2)
t
.
.
.
X
t
= Φ
(k)
0
+ Φ
(k)
1
X
t1
+ Φ
(k)
2
X
t2
+ · · · + Φ
(k)
k
X
tk
+ a
(k)
t
Os parâmetros podem ser estimados por MQ ordinários , que fornecem esti-
madores consistentes e eficientes.
Testamos, então,
H
0
: Φ
k
k
= 0
H
1
: Φ
k
k
= 0 k = 1 , 2 , · · ·
o teste da razão de verossimilhança é baseado nas estimativas das matrizes de
covariâncias dos resíduos dos modelos ajustados. Para a k-ésima equação, con-
sidere
a
t
= X
t
Φ
1
X
t1
Φ
2
X
t2
Φ
3
X
t3
· · ·
Φ
k
X
tk
A matriz de covariância dos resíduos, que estima Σ , é dada então por
=
1
(T k)
T
t=k+1
a
t
(
a
t
)
em que para k = 0 ,
a
t
= X
t
X . A estatística da razão de verossimilhanças
para o teste é dada por
RV (k) = (T k)ln
|
k1
|
|
k
|
(2.24)
que tem distribuição qui-quadrado com n
2
graus de liberdade, χ
2
n
2
.
Outra maneira de identificar a ordem de um VAR é usar algum critério de infor-
mação.
23
2.11 Seleção da ordem de Defasagem
Para Zivot & Wang (2005), a ordem da defasagem para o modelo VAR(p)
pode ser determinada, usando critérios de seleção do modelo. A abordagem geral
e ajustar modelos VAR(p) com ordens p = 0, 1, 2, . . . , p
max
e escolher o valor de
p que minimiza alguns critérios de seleção de modelo. Os critérios de seleção de
modelo para modelos VAR(p) tem a forma
IC(p) = ln |
(p)| + C
T
ϕ(n,p)
em que
(p) = T
1
T
t=1
ε ε
é a matriz de covariância resídual sem uma correção
do numero de graus de liberdade de um modelo VAR(p), C
T
é uma sequência
indexada pelo tamanho da amostra T, e ϕ(n,p) é uma função de penalidade a qual
penaliza grandes modelos VAR(p). Os três critérios de informação mais comuns
são os de Akaike (AIC), Schwarz-Bayesiano (BIC) e Hannan-Quinn (HQ):
AIC(k) = ln|
k
| +
2
T
p n
2
(Akaike)
BIC(k) = ln|
k
| +
lnT
T
p n
2
(Schwarz)
HQ(k) = ln|
k
| +
ln lnT
T
p n
2
(Hannan-Quinn)
2.11.1 Estimação
Identificado o valor de p e supondo a
t
N (0,
) , pode estimar os coe-
ficientes por máxima verossimilhança. Neste caso, os estimadores de MQ são
equivalentes a estimadores de MV condicionais.
24
2.11.2 Diagnóstico
Para testar se o modelo é adequado, usam-se os resíduos para construir a versão
multivariada da estatística de Box-Ljung-Pierce , dada por
Q(m) = T
2
m
τ =1
1
(T τ)
tr(
Γ(τ)
Γ(0)
1
Γ(τ)
Γ(0)
1
) (2.25)
que sob H
0
a série a
t
é ruído branco, tem distribuição χ
2
(n
2
(mp))
. Para que o
número de graus de liberdade seja positivo, m deve ser maior do que p.
2.11.3 Previsão
Considerando, o modelo VAR(p), com parâmetros supostos conhecidos, a
t
uma seqüencia i.i.d. e F
t
= {X
t
: s t}, obtemos
E(X
t+h
|F
t
) = Φ
0
+ Φ
1
E(X
t+h1
|F
t
) + . . . + Φ
p
E(X
t+hp
|F
t
), pois
E(a
t+h
) = 0 ,
para todo h > 0.
Para h = 1, obtemos
X
t
(1) = Φ
0
+ Φ
1
X
t
+ . . . + Φ
p
X
t+hp
.
e para h = 2 temos
X
t
(2) = Φ
0
+ Φ
1
X
t
(1) + Φ
2
X
t
(2) + . . . + Φ
p
X
t+hp
de modo que as previsões podem ser obtidas recursivamente.
Nesse caso, o erro de previsão de horizonte h é dado por
e
T
(h) =
h1
j=0
Ψ
jk
a
T +hj
(2.26)
onde as matrizes Ψ
j
são obtidas recursivamente por
25
Ψ
j
=
h1
j=0
Ψ
jk
Φ
k
, (2.27)
com Ψ
0
= I
n
e Φ
j
= 0 , j > p .
2.12 Estrutura de Análise
Segundo Zivot & Wang (2005), o modelo VAR(p) geral tem muitos parâme-
tros, e isso pode dificultar a interpretação em razão das interações complexas e
feedback entre as variáveis do modelo. A propriedade dinâmica de um VAR(p)
é resumida, usando vários tipos de estrutura de análise. Os três mais importantes
tipos de resumo de estrutura de análises são (1) Teste de causalidade de Granger;
(2) Função resposta a impulso; e (3) Decomposição do erro de previsão da variân-
cia. A seguir, será apresentada uma breve descrição desses resumos.
2.12.1 Teste de Causalidade de Granger
Segundo Gujarati (2006), embora a análise de regressão lide com a dependên-
cia de uma variável em relação a outras, isso não implica necessariamente causa-
lidade. Em outras palavras, a existência de uma relação entre variáveis não prova
causalidade nem direção de influência .
Segundo Morettin (2008), para sistemas, Granger define causalidade em ter-
mos de previsibilidade: a variável X causa Y, com respeito a um dado universo
de informação ( que inclui X e Y ), se o presente de Y pode ser previsto mais
eficientemente usando esse passado, toda e qualquer outra informação disponível
(incluindo valores passados de Y) sendo usada em ambos os casos.
Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004), uma vez que o futuro não pode prever
o passado, se a variável X (granger) causa a variável Y, então variações em X de-
26
veriam preceder variações em Y. Portanto, em uma regressão de Y contra outras
variáveis ( incluindo seus valores passados), se incluímos valores passados ou de-
fasados de X e eles melhoram significativamente a previsão de Y, então, podemos
dizer que X(granger) causa Y. Uma definição similar se aplica se Y (granger) causa
X.
Sejam X
t
e Y
t
séries temporais estacionarias, dizemos que:
1. X
t
Y
t
: X
t
causa Y
t
no sentido de Granger, se Y
t
pode ser melhor prevista
usando toda a informação disponível, incluindo o passado de Y
t
e X
t
, nesse
caso, dizemos que X
t
é exógena ou antecendente a Y
t
.
2. X
t
Y
t
: causa instantaneamente Y
t
no sentido de Granger , se o valor
presente de Y
t
é melhor previsto se o valor de X
t
for incluido.
3. Há feedback, e escrevemos X
t
Y
t
, se X
t
causa Y
t
e Y
t
causa X
t
.
4. Há causalidade unidirecional de X
t
para Y
t
se X
t
Y
t
e não há feedback.
O teste de causalidade de Granger pressupõe que a informação relevante para
a previsão das respectivas variáveis, X
t
e Y
t
, está contida unicamente nos dados
da série temporal dessas variáveis.
Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004), para testar se X causa Y, a hipótese nula
é
p
i=1
β
i
= 0 "X não causa Y", com estimativas de duas regressões:
Estimamos uma regressão de Y em relação a valores defasados de Y bem como
a valores defasados de X na regressão irrestrita, isto é,
Y =
p
i=1
α
i
Y
ti
+
p
i=1
β
i
X
ti
+ a
t
. (2.28)
Em seguida uma regressão de Y apenas em relação a valores defasados de Y,
a regressão restrita, dada por
27
Y =
p
i=1
α
i
Y
ti
+ a
t
(2.29)
e usamos a soma de quadrados dos resíduos de cada regressão para calcular a
estatística F, dada pela expressão
F =
(SQR
R
SQR
IR
)/q
(SQR
IR
)/(N K)
(2.30)
em que SQR
R
e SQR
IR
são a soma de quadrados dos resíduos nas regressões
restrita e irrestrita, respectivamente; N é o número de observações; K é o número
de parâmetros estimados na regressão irrestrita; e q é o número de restrições de
parâmetros. Essa estatística tem distribuição F(q, N-K).
Se o valor da estatística F for superior ao valor crítico de F(q, N-K) no nível
de significância selecionado, rejeita-se a hipótese nula e, nesse caso, "X causa Y".
2.12.2 Função Resposta a Impulso (FRI)
Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004), um modelo VAR(p) oferece um meio
de deixar os dados, e não o pesquisador, determinar a estrutura dinâmica de um
modelo.
Assim, depois de estimar um VAR(p), é importante ser capaz de caracterizar
nitidamente sua estrutura dinâmica. As respostas a impulso fazem isso ao mostrar
como um choque em qualquer das variáveis se filtra através do modelo, afetando
todas as demais variáveis endógenas, e, eventualmente retroage sobre a própria
variável. Se o modelo é linear e se os termos de erro não têm correlação entre
si, isso se faz diretamente. Em um modelo não-linear, isso pode ser impossível,
porque talvez não apareça apenas uma variável do lado esquerdo de cada equação.
Mesmo em um modelo linear, se os erros são correlacionados, não maneira
28
simples e sem ambiguidade de identificar choques com variáveis específicas. A
razão disso é que os erros terão componentes comuns que afetarão mais de uma
variável. Quando isso acontece (com frequência é o caso), o procedimento comum
é atribuir arbitrariamente todos os efeitos de tais componentes comuns à variável
que aparece primeiro no sistema. O único problema com esse procedimento é que
as respostas a impulso dependerão da ordem particular das equações do modelo.
Para calcular a resposta ao impulso, introduza um choque de um período em
uma variável endógena. Por exemplo, aumente a
1
de um desvio padrão no tempo
t = 0. ( o choque é mantido para um período e, portanto, é um "impulso")
Na medida em que essa variável endógena afeta as outras variáveis endógenas, o
choque se filtrará por meio do modelo, afetando todas as variáveis.
Em seguida, introduzimos um choque de um período para a variável endógena
seguinte (digamos, aumentando a
2
de 1 desvio padrão por um período) e de novo
rastreamos os efeitos sobre todas as variáveis do modelo, e assim por diante, para
as demais variáveis endógenas.
Segundo Zivot & Wang (2005), todo processo VAR(p) estacionário tem uma
representação de Wold da forma
X
t
= µ + a
t
+ Ψ
1
a
t1
+ Ψ
2
a
t2
+ . . . (2.31)
em que Ψ
s
são matrizes médias móveis de ordem (n× n) determinadas recursiva-
mente, usando (2.27). É tentador interpretar os i,j-ésimos elemento, Ψ
s
ij
, da matriz
Ψ
s
como o multiplicador dinâmico ou resposta a impulso
x
i,t+s
a
j,t
=
x
i,t
a
j,ts
= Ψ
s
ij
, i,j = 1,2, . . . , n (2.32)
No entanto, esta interpretação somente é possível se var(a
t
) = Σ é uma matriz di-
29
agonal em que os elementos de a
t
são não-correlacionados. Uma maneira de tornar
os erros não correlacionados é estimar o modelo VAR(p) estrutural triangular.
x
1t
= c
1
+ γ
11
X
t1
+ . . . + γ
1p
X
tp
+ η
1t
,
x
2t
= c
1
+ β
21
x
1t
+ γ
21
X
t1
+ . . . + γ
2p
X
tp
+ η
2t
,
x
3t
= c
1
+ β
31
x
1t
+ β
32
x
2t
+ γ
31
X
t1
+ . . . + γ
3p
X
tp
+ η
3t
,
.
.
.
x
nt
= c
1
+ β
n1
x
1t
+ . . . + β
n,n1
x
n1,t
+ γ
n1
X
t1
+ . . . + γ
np
X
tp
+ η
nt
,
(2.33)
em forma matricial, o modelo VAR(p) estrutural triangular é
BX
t
= c + Γ
1
X
t1
+ Γ
2
X
t2
+ . . . + Γ
p
X
tp
+ η
t
(2.34)
em que
B =
1 0 0 . . . 0
β
21
1 0 . . . 0
β
31
β
32
1 . . . 0
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
β
n1
β
n2
β
n3
. . . 1
(2.35)
é uma matriz triangular inferior com 1’s ao longo da diagonal. A álgebra de míni-
mos quadrados assegurará que a matrix de covariância estimada do vetor de erro η
t
seja diagonal. Os erros não-correlacionados/ortogonais η
t
são chamados de erros
estruturais. O modelo estrutural (2.33) impõe a ordenação causal recurssiva
x
1
x
2
. . . x
n
(2.36)
A ordenação (2.36) significa que os valores contemporâneos das variáveis da es-
30
querda da seta afetam os valores contemporâneos das variáveis a direita da seta
mas não vice-versa.
Esses efeitos contemporâneos são capturados pelos coeficientes β
ij
em (2.33).
Por exemplo, a ordenação x
1
x
2
x
3
impõe as restrições : x
1t
afeta x
2t
e x
3t
, mas x
2t
e x
3t
não afetam x
1t
; x
2t
afeta x
3t
, mas x
3t
não feta x
2t
. Do
mesmo modo, a ordenação x
2
x
3
x
1
impõe as restrições: x
2t
afeta x
3t
e x
1t
, mas x
3t
e x
1t
não afetam x
2t
; x
3t
afeta x
1t
, mas x
1t
não feta x
3t
. Para
um VAR(p) com n variáveis há n! possíveis ordenações causais recurssivas. Qual
ordenação usar na prática depende do contexto e se a teoria a priori pode ser usada
para justificar uma ordenação especifica. Os resultados de ordenações alternativas
podem ser sempre comparados para determinar a sensibilidade dos resultados para
a ordenação imposta.
Uma vez que uma ordenação recursiva tenha sido estabelecida, a representação
de Wold X
t
baseada nos erros ortogonais η
t
, é dada por
X
t
= µ + Θ
0
η
t
+ Θ
1
η
t1
+ Θ
2
η
t2
+ . . . (2.37)
em que Θ
0
= B
1
é uma matriz triangular inferior. As respostas a impulsos
de choques ortogonais η
ij
são
x
i,t+s
η
j,t
=
x
i,t
η
j,ts
= θ
s
ij
, i,j = 1,2, . . . ,n; s > 0 (2.38)
em que Θ
s
ij
é o i,j-ésimo elemento de Θ
s
. Um gráfico de θ
s
ij
contra s é chamado de
função de resposta a impulso ortogonal de x
i
com relação a η
j
. Com n variáveis
n
2
possíveis funções de resposta a impulso.
Na prática, a função resposta a impulso ortogonalizada (2.38) baseada no
VAR(p) triangular (2.33) pode ser computado diretamente dos parâmetros do VAR(p)
31
(2.20) não triangular como se segue. Primeiramente, decompõe a matriz de cova-
riância residual Σ como
Σ = ADA
em que A é um matriz triangular inferior invertível com 1’s ao longo da diagonal
e D é uma matriz diagonal com elementos diagonais positivos. Em seguida, define
os erros estruturais como
η
t
= A
1
a
t
Estes erros estruturais são ortogonais por construção, uma vez que
var(η
t
) = A
1
Σ(A
1
)
= A
1
ADA
(A
1
)
= D. Finalmente, re-
expresse a representação (2.31) como
X
t
= µ + AA
1
a
t
+ Ψ
1
AA
1
a
t1
+ Ψ
2
AA
1
a
t2
+ . . . = µ + Θ
0
η
t
+
Θ
1
η
t1
+ Θ
2
η
t2
em que Θ
j
= Ψ
j
A. Note que a matriz B estrutural em (2.34) é igual a A
1
.
2.12.3 Decomposição da Variância do Erro de Previsão
Segundo Zivot & Wang (2005) a decomposição de variância de erro de pre-
visão responde a pergunta: Qual percentagem(proporção) da variância do erro de
previsão ao prever x
T +h
é devido ao choque estrutural η
j
? Usando choques or-
togonais η
j
, o vetor h- passos a frente, com coeficientes VAR conhecidos , pode
ser expresso como
X
T +h
X
T +h|T
=
h1
s=0
Θ
s
η
t+hs
.
Para uma variável especifica x
i,T +h
, este erro de previsão tem a forma
x
i,T +h
x
i,T +h|T
=
h1
s=0
θ
s
i1
η
1,t+hs
+ . . . +
h1
s=0
θ
s
in
η
n,t+hs
.
Uma vez que os erros estruturais são ortogonais, a variância do erro de previsão
h-passos a frente é
32
var(x
i,T +h
x
i,T +h|T
) = σ
2
η
j
h1
s=0
(θ
s
i1
)
2
+ . . . + σ
2
η
j
h1
s=0
(θ
s
in
)
2
,
em que σ
2
η
j
= var(η
jt
). A parte da var(x
i,T +h
x
i,T +h|T
) devido ao choque η
j
,
é então
DV EP
i,j
(h) =
σ
2
η
j
h1
s=0
(θ
s
ij
)
2
σ
2
h1
s=0
(θ
s
i1
)
2
+ . . . + σ
2
h1
s=0
(θ
s
in
)
2
i,j = 1,2, . . . , n.
Para Diebold (2004), a função resposta a impulso e a decomposição variância
do erro de previsão apresentam a mesma informação, embora graficamente tenham
maneiras diferentes de serem apresentadas.
33
3 MATERIAL E MÉTODOS
Nesta seção, serão apresentadas as séries dos índices , como ocorrerá a análise
e os passos seguidos para alcançar os objetivos que foram propostos. A partir dos
dados originais foram obtidos as séries de retornos, por que são séries que em geral
são estacionárias.
Se X
t
é o valor do índice no instante t, o log retorno ou retorno é dado por
r
t
= ∆lnX
t
= ln(X
t
) ln(X
t1
).
Os dados utilizados referem-se aos principais índices de fechamentos diários
das bolsas de valores do mundo, que foram coletados no banco de dados dos sites
PlaDin e RTS Stock Exchange. Nas datas em que as bolsas estiveram fechadas
em razão de feriados nacionais ou quaisquer outros motivos, os índices utilizados,
para o dia em questão, foram aqueles referentes ao último dia de negociação antes
da paralisação. A amostra compreende o período de 04/12/2006 a 07/11/2008
constando de 509 observações em cada uma das séries. A Tabela 1 apresenta os
índices a serem analisados assim como a respectiva sigla.
TABELA 1: Índices e Mercados Analisados
PAÍS BOLSA ÍNDICE SIGLA
Brasil São Paulo Ibovespa IBOV
Rússia Moscou RTS Index RTS
China Hong Kong Hang Seng HS
Estados Unidos Nova York Dow Jones DJ
Japão Tóquio Nikkei-225 NIK
Reino Unido Londres FTS -100 FTS
As séries de índices foram divididas em dois grupos denominados BRC e ERJ
em que as componentes de cada grupos são respectivamente {IBOV, RTS, HS}
e {DJ, FTS, NIK }, Como a Rússia pertence aos dois grupos, mas considerando
34
como critério econômico, ela pode ser considerada como uma economia emer-
gente, optou-se por inclui-la no grupo do BRC.
A seguir será definido como as análises foram realizadas:
1. Na análise dentro de cada grupo, foi estimado um modelo VAR(p), e na
construção do VAR foi utilizado o teste de causalidade de Granger para or-
denar as séries, os critérios de Akaike, Schwarz e Hannan-Quinn para deter-
minar a ordem p do modelo VAR.
2. Depois de ajustado o modelo VAR(p), será realizada uma análise dinâmica
entre os índices que compõem o sistema gerado, utilizando, o teste de cau-
salidade de Granger, os gráficos das funções de respostas a impulsos e da
decomposição da variância do erro de previsão.
3. Na análise entre grupos, analisaremos apenas o índice DJ contra os índices
do grupo BRC, utilizando os mesmos passos mencionados no primeiro e
segundo item, nessa análise dinâmica o índice DJ virá primeiro, pois bus-
caremos observar se DJ esta interferindo no BRC.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Análise dos índices econômicos dos países do grupo BRC
Na Figura 1, apresentam-se os gráficos das séries de índices IBOV, RTS e HS
e seus respectivos retornos (RIBOV, RRTS e RHS).
Em uma análise dos gráficos dos retornos na Figura 1, observa-se que os
índices de retornos se desenvolve ao longo do tempo, ao redor de um valor cons-
tante zero e apresenta uma forma de equilíbrio estável, neste caso, pode-se concluir
que os retornos dos índices Ibovespa, RTS e Hang Seng são estacionários.
Na Tabela 2, são apresentados os resultados do teste causalidade de Granger
para os mercados do grupo BRC. O índice RIBOV causa no sentido de Granger os
índices de retornos RRTS e RHS. No entanto, estes índices não causam no mesmo
sentido, o índice RIBOV.
Conforme resultados apresentados, a previsibilidade do retorno brasileiro não
sofreu interferências dos mercados da Rússia e China, mas ajuda a melhorar a
previsibilidade dos retornos dos índices RTS e HS.
A previsibilidade do retorno do índice HS sofreu influência dos retornos das
Bolsas do Brasil e Rússia, mas não influenciou na previsibilidade dos retornos de
nenhum desses mercados.
Observa-se também que o índice de retorno RRTS causa no sentido de Granger
o índice de retorno RHS. No entanto, o índice RHS não causa no sentido de
Granger o índice RRTS.
Para ajustar um modelo VAR, o teste de causalidade de Granger sugere a
seguinte ordenação, RIBOV RRT S RHS e os critérios de informação de
Schwarz e Hannan-Quinn apresentados na Tabela 3, selecionou-se a ordem p =1
para o modelo.
36
0 100 200 300 400 500
30000 60000
índice Ibovespa
DIA
IBOV
0 100 200 300 400 500
−0.10 0.05
retorno Ibovespa
DIA
RIBOV
0 100 200 300 400 500
4000 10000
índice RTS
DIA
RTS
0 100 200 300 400 500
−0.2 0.0 0.2
retorno RTS
DIA
RRTS
0 100 200 300 400 500
15000 30000
índice Hang Seng
DIA
HS
0 100 200 300 400 500
−0.10 0.05
retorno Hang Seng
DIA
RHS
FIGURA 1: Gráficos das séries de índices IBOV, RTS e HS e dos retornos RIBOV,
RRTS e RHS período de 04/12/2006 a 07/11/2008
Os gráficos das funções de respostas a impulsos e decomposição da variância
do erro de previsão estão apresentados na Figura 2 e Figura 3 respectivamente.
A Figura 2 apresenta nas colunas as respostas ao impulso de RIBOV, RRTS
37
TABELA 2: Teste de Causalidade de Granger para o grupo BRC
Hipótese Nula Estatística-F
RRTS não causa RIBOV 0,05402
RIBOV não causa RRTS 72,5799*
RHS não causa RIBOV 1,03986
RIBOV não causa RHS 131,855*
RHS não causa RRTS 0,33970
RRTS não causa RHS 26,0922*
* Teste significativo ao nível significância de 10%
TABELA 3: Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo BRC
defasagem AIC SC HQ
0 -14,01113 -13,98600 -14,00127
1 -14,37832 -14,27778* -14,33888*
2 -14,39814 -14,22220 -14,32913
3 -14,40206 -14,15072 -14,30347
4 -14,40582* -14,07907 -14,27765
* indica a ordem da defasagem selecionada pelos critérios
AIC: Critério de Informação de Akaike
SC: Critério de Informação de Schwarz
HQ: Critério de Informação de Hannan-Quinn
e RHS decorrente de um choque de uma unidade de desvio padrão em RIBOV,
RRTS e RHS respectivamente.
Pode-se observar que em razão de um choque unitário no RIBOV, os retornos
RRTS e RHS reagem positivamente. Em seguida, eles reagem negativamente para
se estabilizarem em um terceiro momento. Em razão de um choque no índice
RRTS, o índice RIBOV mantém-se estável, o RHS reage positivamente e se esta-
biliza no dia seguinte. Em razão do choque no índice de retorno RHS os índices
RIBOV e RRTS reagem de forma negativa de modo não significativo.
Observando a Figura 3, em colunas, ela representa as proporções da variância
38
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
.024
.028
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RIBOV para RIBOV
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
.024
.028
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RIBOV para RRTS
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
.024
.028
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RIBOV para RHS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RRTS para RIBOV
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RRTS para RRTS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RRTS para RHS
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RHS para RIBOV
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta do RHS para RRTS
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RHS para RHS
FIGURA 2: Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo BRC
devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo das
abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas (Y) a
mudança em desvio-padrões
do erro de previsão de RIBOV, RRTS e RHS em razão de um choque de uma
unidade de desvio padrão em RIBOV, RRTS e RHS, respectivamente.
Fazendo uma leitura na mesma ordem apresentada, pode-se observar que aprox-
imadamente 100%, 30% e 30% da variância do erro de previsão de RIBOV, RRTS
39
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia de
RIBOV devido a RIBOV
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia de
RIBOV devido a RRTS
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RIBOV devido a RHS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia de
RRTS devido a RIBOV
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RRTS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RHS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia de
RHS devido a RIBOV
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RRTS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RHS
FIGURA 3: Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos re-
tornos do grupo BRC, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcenta-
gem da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas (X)
o horizonte de tempo em dias
e RHS são decorrentes de um choque em RIBOV. Em razão de um choque no
retorno do índice RTS são respectivamente zero, 70% e 5% as proporções das var-
iâncias do erro de previsão de RIBOV, RRTS e RHS e para um choque unitário em
RHS temos que 50% da proporção da variância do erro de previsão são decorrentes
40
deste choque e zero a proporção da variância do erro de previsão dos retornos RI-
BOV e RRTS decorrente deste choque.
Observando a Figura 3 em linhas, temos que:
Na primeira linha, conclui-se que da variação total do erro de previsão do
RIBOV, 100% são decorrentes de um choque no RIBOV, RRTS e RHS, da segunda
conclui-se que da variação total do erro de previsão do RRTS, 30%, 70%, 0% são
decorrentes de um choque no RIBOV, RRTS e RHS e, da terceira linha, conclui-se
que da variação total do erro de previsão do RHS, 30%, 5%, 65% são decorrentes
de um choque respectivamente no RIBOV, RRTS e RHS.
Conclui-se das análises gráficas realizadas das funções respostas a impulsos e
da decomposição da Variância ( Figuras 2 e 3 ), que são leituras equivalentes , isto
é, há influência do mercado brasileiro sobre os mercados russo e chinês.
4.2 Análise dos índices econômicos dos países do grupo ERJ
Nesta seção, serão apresentados os resultados da análise realizada com as
séries de índices de retorno dos mercados dos EUA, Reino Unido e Japão, de-
notado por ERJ.
Na Figura 4, apresentam-se os gráficos das séries de índices DJ, FTS e NIK e
seus respectivos retornos (RDJ, RFTS e RNIK).
Em uma análise dos gráficos de retornos na Figura 4, pode-se concluir que
os índices de retornos são estacionários, pois se desenvolvem ao longo do tempo
ao redor do valor zero e apresentam uma variabilidade estável ao redor do valor
constante zero.
Na Tabela 5, são mostrados os resultados do teste de causalidade de Granger
para os mercados desenvolvidos EUA, Reino Unido e Japão. Observa-se que o
índice RDJ causam no sentido de Granger os índices RFTS e RNIK, no entanto
41
0 100 200 300 400 500
8000 11000 14000
índice Dow Jones
DIA
DJ
0 100 200 300 400 500
−0.05 0.05
retorno Dow Jones
DIA
RDJ
0 100 200 300 400 500
4000 5500
índice FTS
DIA
FTS
0 100 200 300 400 500
−0.05 0.05
retorno FTS
DIA
RFTS
0 100 200 300 400 500
8000 14000
índice Nikkei
DIA
NIK
0 100 200 300 400 500
−0.10 0.05
retorno Nikkei
DIA
RNIK
FIGURA 4: Gráficos das séries de índices DJ, FTS, NIK e dos retornos RDJ,
RFTS e RNIK, no período de 04/12/2006 a 07/11/2008
estes índices não causa no sentido de Granger o RDJ.
Observa-se também que o índice RFTS causa no sentido de Granger o índice
RNIK, mas RNIK não granger causa RFTS, em outras palavras, em um modelo de
42
previsão, o índice RFTS ajuda na previsão do índice RNIK, enquanto que RNIK
não contribui de maneira significativa para prever RFTS.
A previsibilidade do retorno americano RDJ não sofreu interferências dos mer-
cados do Reino Unido e Japão, mas ajudou a melhorar significativamente a previs-
ibilidade dos retornos dos índices RFTS e RNIK desses mercados.
A previsibilidade do retorno do índice NIK sofreu influência dos retornos das
Bolsas do EUA e Reino Unido, mas não influenciou na previsibilidade dos retornos
de nenhum desses mercados.
A partir dos resultados observados do teste de causalidade de Granger, Tabela
5, a seguinte ordenação para estimar o modelo VAR é proposta: RDJ RF T S
RNIK. De acordo com o critério de informação de Schwarz, na Tabela 4, selecionou-
se ordem p=2 para ajustar o modelo VAR.
TABELA 4: Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo ERJ
defasagem AIC SC HQ
0 -16,3334 -16,30831 -16,32358
1 -17,24494 -17,14440 -17,20550
2 -17,34958 -17,17364* -17,28056
3 -17,42135* -17,17001 -17,32276*
4 -17,42124 -17,09449 -17,29307
* indica a ordem da defasagem selecionada pelos critérios
AIC: Critério de Informação de Akaike
SC: Critério de Informação de Schwarz
HQ: Critério de Informação de Hannan-Quinn
Ao ajustar um modelo VAR(2), os gráficos da função resposta a impulso e
Decomposição da variância estão plotados na Figura 5 e Figura 6 respectivamente.
Na Figura 5 apresentam-se, nas colunas, as respostas ao impulso de RDJ, RFTS e
RNIK em razão de um choque de uma unidade de desvio padrão em RDJ, RFTS e
43
RNIK respectivamente.
Pode-se observar que decorrente de um choque unitário no RDJ, a resposta de
RDJ é instantaneamente positiva em torno de 1,5%. Nos dois dias subsequentes
são de reações negativas chegando -0,3% no terceiro dia, reagindo positivamente
no quarto e quinto dia e se estabiliza a partir do sexto dia. A resposta de RFTS
é instantaneamente positiva em torno de 0,09%. No segundo dia, reage positiva-
mente, mas em queda, no terceiro dia, reage negativamente em torno de -0,04%,
no quinto dia volta ser positiva e se estabiliza-se a partir do sexto dia. A resposta
de RNIK é instantaneamente positiva em torno de 1,3%. No segundo dia, continua
a reagir positivamente, no terceiro reage negativamente em torno de -0,04% e no
quarto e quinto dia reagem positivamente para estabilizar-se a partir do sexto dia.
TABELA 5: Teste de Causalidade de Granger para o grupo ERJ
Hipótese Nula Estatística-F
RFTS não causa RDJ 1,73511
RDJ não causa RFTS 73,6876*
RNIK não causa RDJ 0,55953
RDJ não causa RNIK 190,909*
RNIK não causa RFTS 2,27686
RFTS não causa RNIK 71,0500*
* Teste significativo ao nível significância de 10%
Em razão de um choque unitário no RFTS, a resposta de RFTS é instantanea-
mente positiva 0,4%, e, no segundo dia, reage negativamente, em torno de -0,3% e
se estabiliza a partir do terceiro dia. A resposta de e RNIK reage instantaneamente
e positivamente em torno de 0,4%; no segundo dia reage positivamente, mas em
queda, e no terceiro dia reage negativamente em torno de 0,02%. RDJ não reage
de forma significativa.
Os retornos reagem instantaneamente positivamente no primeiro dia, reagem
negativamente no segundo, voltam a reagir positivamente no terceiro e estabilizam-
44
se a partir do quarto dia.
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RDJ
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RFTS
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RNIK
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RFTS para RDJ
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RFTS para RFTS
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RFTS para RNIK
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RNIK para RDJ
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RNIK para RFTS
-.008
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RNIK para RNIK
FIGURA 5: Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo ERJ
devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo das
abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas (Y) a
mudança em desvio-padrões
Na Figura 6, apresenta-se nas colunas, a proporção da variância do erro de
previsão de RDJ, RFTS e RNIK a um choque de uma unidade de desvio-padrão
no RDJ e RFTS e no RNIK, respectivamente.
45
Na primeira coluna, observamos que aproximadamente 100%, 45% e 40% da
variância do erro de previsão de RDJ, RFTS e RNIK, respectivamente são decor-
rentes de um choque no RDJ.
Na segunda coluna, percebe-se que, aproximadamente, 0%, 55% e 5% são,
respectivamente, a proporção da variância do erro de previsão de RDJ, RFTS e
RNIK decorrente de um choque em RFTS.
Na terceira coluna, aproximadamente 0%, 0% e 50% são respectivamente, a
proporção da variância do erro de previsão de RDJ, RFTS e RNIK em razão de um
choque em RNIK.
Observando a Figura 6 em linhas, percebe-se que:
Na primeira linha, na variação total do erro de previsão do RDJ, 100% são
decorrentes de um choque no RDJ, na segunda linha, conclui-se que, da variação
total do erro de previsão do RFTS, 45%, 55%, 0% são decorrentes de um choque
no RDJ, RFTS e RNIK e na terceira linha, conclui-se que, da variação total do erro
de previsão do RNIK, 45%, 5%, 50% são decorrentes de um choque respectiva-
mente no RDJ, RFTS e RNIK.
Na Figura 6, apresenta-se na primeira linha, a variação total do erro de pre-
visão do RDJ, e observa-se que 100% do erro de previsão são decorrentes de um
choque no RDJ, na segunda tem-se a variação total do erro de previsão do RFTS
e, observa-se que 45%, 55% e 0% são decorrentes de um choque no RDJ, RFTS e
RNIK respectivamente e na terceira temos a variação total do erro de previsão do
RNIK e observa-se que 45%, 5% e 50% são decorrentes de um choque no RDJ,
RFTS e RNIK respectivamente.
Conclui-se das análises gráficas realizadas, observando as Figuras 5 e 6 que
são leituras equivalentes, isto é, há influência do mercado americano sobre os mer-
cados inglês e japonês.
46
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RDJ
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RFTS
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RNIK
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RFTS devido a RDJ
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RFTS devido a RFTS
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RFTS devido a RNIK
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RNIK devido a RDJ
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RNIK devido a RFTS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RNIK devido a RNIK
FIGURA 6: Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos re-
tornos do grupo ERJ, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcenta-
gem da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas (X)
o horizonte de tempo em dias
47
4.3 Análise dos índices econômicos dos países do grupo G4
Na Tabela 6, apresentam-se os resultados da causalidade de Granger para os
mercados dos EUA, Brasileiro, Russo e Chinês, denotado por grupo G4.
TABELA 6: Teste de Causalidade de Granger para o grupo G4
Hipótese Nula Estatística-F
RIBOV não causa RDJ 0,97611
RDJ não causa RIBOV 4,05968*
RRTS não causa RDJ 0,10308
RDJ não causa RRTS 62,2703*
RHS não causa RDJ 7,15883*
RDJ não causa RHS 99,4420*
* Teste significativo ao nível significância de 10%
O índice RDJ causa no sentido de Granger os índices RIBOV, RRTS e RHS,
em outras palavras, o índice RDJ tem influencia na previsão dos índices RIBOV,
RRTS e RHS, no entanto, o índice RDJ não é influenciado de forma significativa
na previsão por estes índices.
Os resultados do teste causalidade de Granger, comparando os índices RIBOV,
RRTS e RHS são os mesmos da Tabela 3, por isso, não foram apresentados na
Tabela 6.
Os resultados apresentados na Tabela 6 do teste de causalidade de Granger sug-
erem que a direção de causalidade seja RDJ RIBOV RRT S RHS,
e pelo critério de informação de Schwarz, apresentado na Tabela 7, selecionou-se
ordem p=1 para ajustar o modelo VAR.
Na Figura 7, apresentam-se na primeira coluna as respostas ao impulso de
RDJ, RIBOV, RRTS e RHS, respectivamente, para um choque de uma unidade
de desvio-padrão em RDJ. Observa-se que RIBOV, RRTS e RHS reagem instan-
taneamente positivamente a um choque em RDJ, no segundo dia RIBOV reage
48
TABELA 7: Critério de seleção da ordem da defasagem para o grupo G4
defasagem AIC SC HQ
0 -20,34783 -20,81431 -20,33468
1 -20,78214 -20,61457* -20,71641
2 -20,83629 -20,53468 -20,71798*
3 -20,84991* -20,41425 -20,67902
4 -20,83726 -20,26755 -20,61378
* indica a ordem da defasagem selecionada pelos critérios
AIC: Critério de Informação de Akaike
SC: Critério de Informação de Schwarz
HQ: Critério de Informação de Hannan-Quinn
positivamente mas em queda e RDJ, RRTS e RHS reagem negativamente, ambos
os índices estabilizam-se após o quarto dia.
Na Figura 8, apresentam-se, na primeira coluna, aproximadamente 100%, 55%,
20% e 20% respectivamente a proporção da variância do erro de previsão de RDJ,
RIBOV, RRTS e RHS em razão do choque em RDJ e, na primeira linha, a variação
total do erro de previsão do RDJ e observa-se que, aproximadamente, 100% do
erro de previsão são decorrentes de um choque no próprio RDJ.
Conclui-se, das análises realizadas observando as Figuras 7 e 8 que são leituras
equivalentes, isto é, há influência do mercado americano sobre os mercados emer-
gentes brasileiro, russo e chinês.
49
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RDJ
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RIBOV
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RRTS
-.004
.000
.004
.008
.012
.016
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RDJ para RHS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RIBOV para RDJ
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RIBOV para RIBOV
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RIBOV para RRTS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RIBOV para RHS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RRTS para RDJ
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RRTS para RIBOV
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RRTS para RRTS
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
.025
.030
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RRTS para RHS
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RHS para RDJ
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RHS para RIBOV
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RHS para RRTS
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Resposta de RHS para RHS
FIGURA 7: Gráficos das funções respostas a impulsos dos retornos do grupo G4
devido a um choque de 1 desvio-padrão nos retornos, no eixo das
abscissas (X) tem-se o tempo em dias e no eixo das ordenadas (Y) a
mudança em desvio-padrões.
50
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RDJ
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RIBOV
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RRTS
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RDJ devido a RHS
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RIBOV devido a RDJ
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RIBOV devido a RIBOV
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RIBOV devido a RRTS
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RIBOVdevido a RHS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RDJ
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RIBOV
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RRTS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RRTS devido a RHS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RDJ
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RIBOV
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RRTS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Percentual da variancia
de RHS devido a RHS
FIGURA 8: Gráficos da decomposição da variância do erro de previsão dos re-
tornos do grupo G4, no eixo das ordenadas (Y) tem-se a porcentagem
da variância de previsão dos retornos e no eixo das abcissas (X) o
horizonte de tempo em dias.
51
5 CONCLUSÕES
Por meio de modelo VAR foram realizadas análises, utilizando teste de cau-
salidade de Granger, função resposta a impulso e decomposição da variância do
erro de previsão, das séries de retornos dos índices dos mercados emergentes:
brasileiro, russo e chinês e mercados desenvolvidos: americano, inglês e japonês,
conclui-se que:
O mercado brasileiro mostrou ter influência sobre os mercados russo e chinês,
enquanto o mercado brasileiro não é influenciado por estes mercados.
O mercado americano mostrou ter influência na previsão dos índices dos
mercados inglês e japonês, enquanto o mercado americano não é influenci-
ado por nenhum desses mercados.
Para estimar os retornos dos índices dos mercados brasileiro, russo e chinês
é importante considerar o índice Dow Jones, pois estes mercados são in-
fluênciados pelo mercado americano.
52
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55
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