
tidade como a da segunda obra da graça [second work of grace].
Es-
sas conferências se tornaram muito populares nos Estados Unidos atra-
indo milhares de evangelicais
[evangelicals], duravam dias ou sema-
nas, e a princípio tinham o objetivo de reunir grupos das mais variadas
confissões para o estudo sistemático da Bíblia, participação dos sacra-
mentos e oração, porém como o tempo se tornaram evangelísticas e com
forte apelo para as manifestações emocionais.
Os pregadores se especializaram em convencer os ouvintes dos
seus pecados e apelavam a uma manifestação física e emocional como
evidência do processo de santificação. A grande ênfase emocional pro-
movida nestes acampamentos geralmente era acompanhada de choros,
desmaios e outras manifestações físicas diversas.
Muitos cultos con-
gregacionais também possuiam características semelhantes, segundo o
evangelista Charles G. Finney metodistas adotavam comportamentos
semelhantes nos cultos, alguns davam socos nos brancos, outros oravam
em voz alta e ao mesmo tempo, desconsiderando as tradicionais forma-
lidades litúrgicas.
No início do pentecostalismo, existiram vários problemas de
discordância em relação à liturgia de Azuza. O próprio Parham criticava
A segunda obra da graça também era conhecida por diferentes nomes como santificação,
perfeito amor, perfeição cristã, segunda benção, batismo com o Espírito Santo, entre outros.
Contudo, em todos os termos estava intrínseco o conceito de revestimento do poder do Espírito
[endowed with power]. Cf. BLUMHOFER, Edit Waldvogel.op.cit, p.19.
O Movimento Evangelical ocorreu entre 1730 e 1790 na Inglaterra e compreende as reformas
religiosas das quais fizeram parte o Puritanismo, o Pietismo e o Metodismo. Nos Estados
Unidos os principais líderes do evangelicalismo foi Jonathan Edwards e George Whitefield. Na
Inglaterra John Wesley foi o principal líder. Este período ficou conhecido como o ―Primeiro
Grande Despertamento‖ [First Great Awakening]. Segundo Prócoro Velasques Filho o ―Evan-
gelicalismo‖ é o movimento pré-reformado que enfatiza a Bíblia como única regra de fé, já os
Evangelicais é uma ala deste movimento que enfatiza a experiência emocional da conversão
como sinônimo de conversão. Peter Berger elucida que o termo Evangelical geralmente é
traduzido no Brasil como evangélico; contudo, é importante lembrar que os dois termos não se
correspondem exatamente. Apenas as igrejas fundamentalistas e conservadoras são chamadas
de Evangelical nos Estados Unidos. Entre essas se encontram a maior parte das pentecostais,
mas nem todas as pentecostais são Evangelical. Já o termo evangélico no Brasil tem um senti-
do bem amplo, designando também as igrejas históricas, é na prática um sinônimo para protes-
tante. Cf. VELASQUES, Prócoro Filho. Deus Como Emoção: Origens Históricas e Teológicas
do Protestantismo Evangelical. In: MENDONÇA, Antônio Gouvêa. VELASQUES Filho,
Prócoro. 1990, op.cit.,p. 82. Cf. BERGER, Peter. A DESSECULARIZAÇÃO DO MUNDO:
UMA VISÃO GLOBAL. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 21(1) 2000, p.9-24.
VELASQUES Filho, Prócoro.1990, op.cit.,p. 84-85.
Cf. ROSSEL, Garth M. DUPUIS, Richard. A. Z. (org.). Memórias originais de Charles G.
Finney: uma narrativa de avivamentos que marcaram a história. Tradução: Gordon Chown.
São Paulo, Editora Vida, 2006, p.448
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