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vitamina K dependente, como os fatores II e X da via comum, fator IX da via intrínseca e
os anticoagulantes, proteína C e o seu cofator, a proteína S. Todos esses fatores têm em
comum o fato de sofrerem uma gamacarboxilação em sua porção amino-terminal para
serem capazes de exercer as suas funções (DAVIE & RATNOFF, 1964; MACFARLANE,
1964; COLMAN et al., 2006a; COLMAN et al., 2006b).
A via intrínseca pode ser definida como a via da coagulação que possui todos os seus
ativadores no interior dos vasos, sendo composta pelos fatores VIII, IX, XI, XII, calicreína,
pré-calicreína e quiminiogênio de baixo peso molecular. Os chamados fatores de contato
(fatores XI, XII, calicreína, pré-calicreína e quiminiogênio de baixo peso molecular),
passaram a ter a sua importância como pró-coagulantes questionada, pois apenas a
deficiência do fator XI leva à tendência de sangramento aumentado, enquanto a deficiência
do fator XII pode estar associada à trombose. Por outro lado, essas proteínas participam da
resposta inflamatória, ativação do sistema de complemento, fibrinólise, angiogênese e
formação de citocinas. Portanto, pode-se ter deficiência do fator XII com prolongamento do
tempo de tromboplastina parcial ativado, mas sem tendência ao sangramento e com
provável facilidade de formação de trombos (DAVIE & RATNOFF, 1964;
MACFARLANE, 1964; COLMAN et al., 2006a; COLMAN et al., 2006b).
A via comum é composta pelos fatores II, V, X e fibrinogênio. Uma vez ativada pelas
vias intrínseca e/ou extrínseca, é responsável pela conversão da protrombina em trombina.
Após sua ativação, o fator X, juntamente com o cálcio, fosfolípides e o fator V formam o
complexo protrombinase, que fará a conversão da protrombina em trombina, quando, então,
a trombina formada é capaz de interagir em vários pontos da cascata da coagulação.
Originam-se, assim, ações pró-coagulantes tais como quebra do fibrinogênio em fibrina,
feedback positivo sobre os fatores V, VIII, IX, XI e XII (potencializando em muitas vezes a